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UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA ( UnIA)

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA ENGENHÁRIA E TECNOLÓGIAS

PROJECTO E SIMULAÇÃO DE UM REGULADOR DE TENSÃO NUM NÓ DE


UMA REDE ELÉCTRICA

NILTON ANTÓNIO FERREIRA JOÃO Nº141430


Novembro, 2018

Relatório curricular da disciplina de Projecto e


Dissertação, da licenciatura em Engenharia
Electrotécnica e Telecomunicações, realizado no
Departamento de Engenharia.
UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA (UnIA)
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA ENGENHÁRIA E TECNOLÓGIAS

PROJECTO E SIMULAÇÃO DE UM REGULADOR DE TENSÃO NUM NÓ DE UMA


REDE ELÉCTRICA

NILTON ANTÓNIO FERREIRA JOÃO

O Orientador: Professor,Engº. Francisco Napolés


DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado ao meu pai: António Francísco João, minha mãe:
Sebastiana Ferreira Ambrósio e a minha Tia: Madalena Francísco que durante toda
minha trajectória deram-me todo suporte que precisei para estudar e sempre
acreditaram no meu potencial.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, pela oportunidade de cada dia
viver uma experiência diferente e apender com ela.
Agradeço a minha mãe por todo o apoio e paciência durante todo o período da
faculdade e por nunca desistirem de mim como ser humano.
Ao professor Francisco Napolés pela orientação, disponibilidade, apoio e paciência
tornando possível a realização desse trabalho.

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Sumário
RESUMO............................................................................................................................................9
ABSTRACT......................................................................................................................................10
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO..........................................................................................................11
1.1. OBJECTIVOS.......................................................................................................................... 12
1.2. JUSTIFICAÇÃO...................................................................................................................... 13
CAPÍTULO 2- MARCO TÉORICO...................................................................................................14
2.1- NECESSIDADE DE UTILIZAÇÃO DE REGULADORES DE TENSÃO NA REDE
DE TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO..........................................................................................14
2.2.METODOS PARA COMPENSAÇÃO DE POTÊNCIA REACTIVA.............................................16
2.3.COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E SEU EFEITO SOBRE A TENSÃO DO
SISTEMA........................................................................................................................................ 28
CAPITULO 3- PROJECÇÃO E SIMULAÇÃO DE UM REGULADOR DE TENSÃO
POR COMUTAÇÃO DE INDUTÂNCIA E CAPACITOR..................................................................41
3.1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 41
3.2. CONTADOR BINÁRIO............................................................................................................. 41
3.3. CONVERSOR DE DIGITAL PARA ANALÓGICO EM ESCADA R-2R......................................45
3.4. ESPECIFICAÇÃO DO PROJECTO.........................................................................................48
3.5. CONTROLO DA TENSÃO DA LINHA POR COMUTAÇÃO DE INDUCTORES E
CAPACITORES...............................................................................................................................53
3.6. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO
FRENTE A VARIAÇÕES DE CARGA............................................................................................. 61
3.7. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO COM
CONTROLO DE INDUCTÂNCIA.................................................................................................... 63
3.8. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO COM
CONTROLO DE CAPACITORES.....................................................................................................66
3.9. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO COM
CONTROLO INDUCTORES E CAPACITORES.............................................................................68
CAPÍTULO 4- CONCLUSÃO...........................................................................................................69
RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS....................................................................................69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................70

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RESUMO

O presente trabalho tem por objectivo realizar o controle da tensão em um ponto ou


nó de uma rede eléctrica, utilizando o método de controlo/regulação de tensão
apropriado, capacitores e inductores, tal controle será simulado em programas de
simulação de circuitos eletrônicos de potência nomeadamente o Electronicks
Workbenck (EWB) e o Multissim, tal simulação será precedida pelo
dimensionamento ou projeção dos dispositivos empregados para a compensação da
potência reactiva na linha. Com os dados obtidos à partir da simulação irá ser feita
uma analise comparativa da eficiência dos métodos .

Palavra-Chave: Controlo de tensão, compensação da potência reactiva, simulação.

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ABSTRACT
The aim of the present work is to control the voltage at a point or node of an electric
grid, using the appropriate control / voltage regulation method, capacitors and
inductors, such control will be simulated in programs of simulation of electronic
circuits of power namely the Electronicks Workbenck (EWB) and Multissim, such
simulation will be preceded by the design or projection of the devices used to
compensate the reactive power in the line. With the data obtained from the simulation
will be made a comparative analysis of the efficiency of the methods.

Key words: Voltage control, reactive power compensation, simulation.

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CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO

Um sistema eléctrico de potência bem projectado deve ser capaz de fornecer um


serviço confiável e de qualidade. Entre os aspectos que caracterizam uma boa
qualidade de serviço estão, a adequada regulação de tensão bem como da
frequência. O controle da tensão tem como objectivo manter os níveis de tensão
dentro de limites razoáveis. O problema no entanto é diferente, dependendo se é
uma rede de transmissão ou distribuição.
Em uma rede de transmissão pode-se admitir variações de tensão superiores do que
em uma rede de distribuição, já que não existem dispositivos de utilização
diretamente conectados a ela. Portanto, dentro de certas limitações, não há grandes
inconvenientes em que a tensão em um determinado ponto da rede de transmissão
varie dentro de limites relativamente amplos, em torno de um valor que pode ser
diferente do nominal.
Nas redes de distribuição, as variações de tensão são limitadas pelas características
dos consumos. Estes só funcionam adequadamente com tensões próximas do
nominal e permitem variações lentas que não excedam ± 5% nas aplicações
térmicas (fogões, lâmpadas, aquecedores) e ± 8% no caso de motores, máquinas de
lavar roupa, receptores de rádio e televisão, etc. Com tensões muito altas, haverá
aquecimento e vida útil mais curta. Se forem muito baixas, haverá um pessímo
rendimento, características de torque fracas (motores), etc.

11
1.1. OBJECTIVOS

Objectivo geral
“Projectar e simular um regulador de tensão aplicado em um nó de uma rede
eléctrica, empregando rede de comutação de indutores e capacitores”

Objectivos específicos
 Abordar a necessidade da instalação dos reguladores de tensão nas redes de
transmissão e distribuição.

 Compreender os métodos de controle da tensão em um sistema.

 Simular o comportamento de uma linha de transmissão frente a variações de carga.

 Simular o comportamento de uma linha de transmissão com controle de inductância


e com controle de capacitores

 Analisar os resultados experimentais da simulação do controle da tensão.

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1.2. JUSTIFICAÇÃO

Para a operação normal de um sistema eléctrico de potência temos que manter a


tensão da rede dentro de limites aceitáveis, ou seja, em torno de seus valores
nominais, para isso é importante utilizarmos equipamentos para controlar ou regular
a tensão, designados reguladores de tensão adequadamente projectados, e este
trabalho incide exatamente no modo em que estes são empregados em um nó de
uma rede eléctrica.

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CAPÍTULO 2- MARCO TÉORICO
.

2.1- NECESSIDADE DE UTILIZAÇÃO DE REGULADORES DE TENSÃO NA REDE


DE TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO.

2.1.1. Conceito

Reguladores de tensão são equipamentos ou dispositivos eléctricos que fornecem


uma tensão estável para atender requisitos de carga e valores previamente
compreendidos, corrigindo as variações da linha de energia.
Também podem ser descritos como dispositivos de compensação que são
usualmente empregados para fornecer ou absorver potência reactiva e, assim,
controlar o equilíbrio da potência reactiva de uma maneira desejada que esteja
relacionada com a queda de tensão e seus valores.
2.1.2. Necessidade do controle da tensão em um sistema

O controle de tensão nos nós de uma rede eléctrica é necessário por várias razões:

1º. A tensão nos nós deve permanecer dentro de limites aceitáveis. Tanto o
equipamento das instalações eléctricas quanto os dos consumidores são
projectados para trabalhar dentro de uma certa faixa de tensão, de modo que a
operação deles fora desta faixa pode afectar sua operação ou os danificar.
2º Um bom nível de tensão melhora a estabilidade do sistema (rede).
3º A distribuição de tensão inadequada resulta em fluxos de potência reactiva que
por sua vez, causam perdas nas linhas devido ao efeito Joule.
Ao longo do dia, as cargas em um sistema eléctrico variam e, com elas, a demanda
reactiva, de modo que o sistema de controle deve operar de forma contínua de
modo a corrigir os desvios de tensão. Além disso, e na medida tanto quanto
possível, a potência reactiva deve ser produzida onde for necessária, a fim de
reduzir gradientes de tensão e perdas do sistema. Nesse sentido, o controle de
tensão é um controle essencialmente local, ao contrário do controle de frequência.
Em geral, pode-se afirmar que a potência reactiva circula dos nós com maior tensão
para os nós com menor tensão, considerando ambas as tensões por unidade. Da
mesma forma, pode afirmar-se que para aumentar a tensão em um nó deve ser
injectada potência reativa, e para diminuir sua tensão temos que absorver potência
reactiva, ou em outras palavras, injectar potência reactiva negativa. É por isso que é
muito comum usar as expressões "controle de tensão" e "controle de reactivo"

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2.1.3. Elementos que produzem ou consomem potência reactiva

Geradores síncronos: Podem gerar ou consumir potência reactiva dependendo de


sua excitação. Esta capacidade é limitada pelas margens de operação da máquina,
fundamentalmente a corrente máxima no enrolamento de campo e a corrente
máxima no enrolamento induzido. Normalmente, os geradores síncronos são
equipados com reguladores automáticos que controlam continuamente a tensão no
ponto de conexão.
Linhas areas: Dependendo da carga, elas absorvem ou geram potência reactiva.
Em geral, quando são carregadas absorvem reactivos e quando são descarregadas
elas geram.

Cabos subterrâneos: Devido a sua alta capacidade distribuída, eles geram


potência reactiva.

Transformadores: Consomem sempre potência reactiva. Quando estão


descarregados, eles o fazem pela reactância de magnetização, e quando estão
carregados pela reactância em série.
Cargas: Normalmente absorvem potência reactiva, embora dependa da natureza da
carga: as lâmpadas incandescentes e os sistemas de aquecimento são resistivos,
enquanto os motores de indução e as lâmpadas fluorescentes são inductivos. As
empresas de electricidade penalizam economicamente cargas inductivas, para que
os clientes industriais tendam a compensar seu consumo de energia reactiva através
da instalação de banco de capacitores.
Dispositivos de compensação: Geram ou consomem energia eléctrica para
contribuir para o controle da tensão.

2.1.3. Classificação das variações de tensão


De acordo com suas características, as variações de tensão, podem-se classificar
em:
- Variações lentas: são aquelas variações previsíveis (periódicas), originadas pelas
mudanças periódicas do nível de consumo de energia eléctrica que apresentam
máximos em determinados momentos do dia e mínimos em outros; tais variações
são aleatórias, devido a conexões e desconexões de consumo de energia eléctrica,
que podem ocorrer a qualquer momento.
- Variações abruptas: são regulares e aleatórias, devido a "choques de corrente"
causados pela operação intermitente de equipamentos como refrigeradores,
elevadores, máquinas de solda, etc.
- Quedas de tensão: são de duração curta (de frações de segundos a alguns
segundos) e amplitudes muito variáveis (até 100% da tensão). Seu efeito é quase
equivalente ao de uma interrupção de serviço.
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2.1.3. Formas de regular as variações lentas de tensão

A regulação lenta de tensão tem a finalidade de manter o módulo da tensão em todo


o sistema no melhor valor possível. Os métodos mais utilizados são:

- Injeção (absorção) de potência reativa: permite modificar a potência reactiva


circulante no sistema, que é uma importante causa de variação de tensão. Isto é
realizado com o uso de capacitores estáticos, compensadores síncronos, reatores e
geradores de usinas.

- Inserção de uma tensão adicional em série: permite compensar a queda que se


deseja regular. Isto é realizado, por exemplo, com transformadores (ou
autotransformadores) com derivações, operáveis em vasio (mais barato) ou sob
carga, que permitem variar descontinuamente a relação de transformação.

- Modificação da reactância: para manter a queda longitudinal ZI constante. Isto é


realizado, por exemplo, usando capacitores em série, colocando linhas em paralelo
ou diminuindo o comprimento das linhas, aproximando os transformadores de
distribuição do consumo.
2.1.4. Formas de actuação dos meios de regulação de tensão

- Regulação contínua: reguladores de indução e compensadores síncronos.


- Regulação quase contínua: mudança de derivação sob carga dos
transformadores.
- Regulação intermitente: capacitores estáticos.
- Regulação fixa: capacitores série e cambiadores de derivação em vasio.

2.2.METODOS PARA COMPENSAÇÃO DE POTÊNCIA REACTIVA

2.2.1 Regulação de tensão por injeção de potência reactiva

a. Linha de transmissão curta: Com o objectivo de estabelecer alguns conceitos


básicos, irá ser considerado primeiramente o caso de uma linha de transmissão
curta e seu diagrama fasorial correspondente, como mostrado na Figura 2.1. P R e QR
são as potências activa e reactiva que chegam à carga através da linha.

16
Figura 2.1.- Linha curta de transmissão: a) Circuito equivalente; b) diagrama fasorial.
Fonte: Próprio autor.
A partir da Figura 2.1.1 e considerando que θ é um ângulo pequeno, podemos
escrever:
|V T|−|V R|=V T−V R ≈ ∆ V (2..1)

mas , ΔV = AD+DC , com: AD =R . I .cos φR e DC= X . I . sin φ R , pelo que se


obtém finalmente:
R PR + X QR
∆V= (2.2)
VR
Da mesma forma:
X P R−R QR
EC= (2.3)
VR
Pelo que:
EC
θ=tan −1 ( V R + ∆V ) (2.4)

As equações (2.2) e (2.4) mostram claramente que o transporte de P R e QR da


extremidade do transmissor T para o receptor R é acompanhado por uma queda de
tensão ΔV e uma mudança de fase θ entre as tensões de ambas as extremidades.
da linha. Porque geralmente, em sistemas de transmissão e geração R << X,
O termo dominante na equação (2.2) é XQR, isto é, a potência reactiva transferida de
T para R é a principal causa da queda de tensão ΔV. Pela mesma razão acima, o
termo dominante na equação (2.4) é XPR, do qual é concluído que o deslocamento
de fase θ é decisivo no valor da potência activa fornecida ao consumo.
Como dito, para reduzir a queda de tensão ΔV é necessário evitar (diminuir) o
transporte de energia reativa ao longo da linha, ou seja, a potência reativa deve ser
suprida o máximo possível, no mesmo ponto em que será consumida.

Por exemplo, deseja-se manter ΔV constante para qualquer valor de P R. Então, a

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partir da equação (2.2), o QR deve variar de acordo com a equação (2.5), para
cumprir com a condição desejada.
R
QR =K− P (2.5)
X R

Onde o termo K=( ΔV / X )V R é constante, uma vez que VT e ΔV são constante,


então, VR também será constante e, portanto, a potência reactiva Q R enviado ao
consumidor através da linha deve variar conforme indicado na Figura 2.2.

Controlando a potência reactiva QR da maneira mostrada na figura 2.2, é possível


manter a tensão VR constante para vários valores de potência activa PR. Este
controle é feito, evidentemente no final da recepção ( extremo do receptor) e o
procedimento é conhecido como "regulação de tensão por injeção de potência
reactiva".

Figura 2.2.- Variação da potência reativa Q R entregue pela linha em função da


potência ativa do consumo, para manter uma V R constante.
Fonte: Próprio autor
Deve-se enfatizar que a potência QR correspondente à equação (2.5) representa
apenas a potência reactiva que chega ao consumo através da linha, cujo valor, no
caso de uma variação de PR, será diferente daquela correspondente ao consumo já
que a sua lei de variação para ΔV é constante definido pela equação (2.5).
Com o objectivo de esclarecer o que foi exposto acima, considere:
QRO: potência reativa requerida pelo consumo
PRO: Potência activa inicial de consumo
QR1: Novo valor de potência reactiva que deve ser fornecido ao consumo através da
linha.
PR1: Novo valor de potência activa exigido pelo consumo. A partir da equação (2.5)
podemos escrever:
R
QR 0=K− P
X R0
18
(2.6)
R
QR 1 =K− P
X R1

Dependendo do novo valor PR1, dois casos podem ser apresentados:


a1) PR1> PR0; então QR1 <QR0
a2) PR1 <PR0; então QR1> QR0
A potência que deve ser injectada no consumo será:
ΔQ=QR 0−Q R 1 (2.7)
O valor de ΔQ será positivo ou negativo, caso corresponda ao caso a1) ou a2) e
pode ser considerado em geral como uma potência injectada como mostrado na
Figura 2.3.

Figura 2.3.- Representação de ΔQ como fonte de potência reativa


Fonte: AREDES, Mauricio et al,2013

2.2.2. Sistema de malha: De um modo geral, é interessante estudar a influência da


injeção ou absorção de potência reactiva em qualquer barra do sistema, na tensão
da dita barra. O estudo parte da premissa de que existe uma relação definida entre
as potências P, Q e a tensão V da barra, relação que pode escrever-se como
V = V (P, Q), onde:
∂V ∂V
dV = dP+ dQ (2.9)
∂P ∂Q
Tem-se:
dP dQ
dV = +
( ∂ P/ ∂ V ) ( ∂ Q/∂ V )
(2.10)
A variação de tensão em qualquer ponto qualquer “p” de um sistema, devido a
mudanças dP e dQ nas potências activa e reactiva ali entregues, é completamente
determinado se conhecermos os coeficientes (∂ P/∂ V ) e (∂ Q/ ∂ V ). Dos dois, o

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(∂ Q/∂ V ) é o mais importante, pois orienta a amplitude da variação da potência
reactiva que deve ser produzida para causar uma certa variação de tensão no ponto
considerado.

Para determinar estes coeficientes, considere que a carga S=P+ jQ existente no


ponto “p” do sistema da Figura 2.4 a) aumenta-se o consumo puramente indutivo
ΔQ, de valor muito pequeno (e que no limite, tendem a zero). Este facto modifica a
tensão em p, que de V passa para V + ΔV .

Figura 2.4.- Determinação do coeficiente (∂Q/∂V). a) Diagrama unifilar; b) Circuito


equivalente.

Fonte: Próprio autor

Segundo o teorema de Thevenin, o sistema pode ser representado pelo circuito da


Figura 2.4 b), onde V0 é a tensão que existia em “p” quando não havia consumo e Z T
é a impedância equivalente de Thevenin do sistema visto desde “p”. No circuito da
Figura 2.4 b) você pode aplicar o que é proposto nas equações (2.1) e (2.2); que
neste caso são:

RT P+ X T Q
∆ V =V 0−V =
V
(2.11)

Quer dizer:
2
V 0 V −V −RT P−X T Q=0 (2.12)

A equação (2.12) é uma função implícita e, portanto, como neste caso, existe
apenas uma mudança em Q, (P permanece constante) pode ser parcialmente
derivada de V e obtemos:

∂Q V 0−2 V
=
∂V XT
(2.13)
20
Se houve uma mudança em P (ΔP) com Q constante, verifica-se que:

∂Q V 0−2 V
=
∂V RT
(2.14)

No caso em que não há consumo anterior S no ponto p, V 0 = V, então (2.13) e (2.14)


permanecem:

∂Q −V
= (2.15)
∂V X T

∂Q −V
= (2.16)
∂V RT

As expressões de (∂Q / ∂V) e ICC (no módulo) são praticamente as mesmas. A


diferença é que a corrente de curto-circuito é calculada com as reatcâncias
transitórias das máquinas; enquanto (∂Q / ∂V) considera reactores permanentes ou
apenas reatores para as barras onde a tensão permanece constante devido à ação
dos reguladores de tensão. Para nós um pouco removidos das máquinas, quase
não haverá diferenças entre as duas definições. Portanto, eles são geralmente
considerados como aproximadamente iguais.

Para o cálculo real de (∂Q / ∂V) as impedâncias das cargas não são consideradas e
são assumidas tensão constante nos terminais das máquinas síncronas.

Por outro lado, embora até agora só tenha sido considerado para injectar potência
reativa, é óbvio que, dependendo das condições de carga no sistema, será
necessário absorver a potência reactiva em alguns casos, para manter a tensão
dentro dos limites pré-estabelecidos. Geralmente, é necessário absorver
potência reactiva nas horas de baixo consumo, que se deve principalmente a
potência reactiva "gerada" pelas linhas de transmissão que operam em altos níveis
de tensão ou por redes de cabo.

2.2.3. Regulação de tensão através de transformadores com TAP variavel

Os transformadores com mudança de tape ou LTC(Line Tap Change) controlam a


tensão do sistema eléctrico com a mudança de posição do seu tape, que provoca
21
uma redistribuição de fluxo de potência reactiva nos lados primário e secundário do
transformador.

O coeficiente (∂Q / ∂V) de uma barra pode, em alguns casos, atingir e até exceder
valores de ordem de -15 MVAr / kV. Nestas condições, o sistema de injeção de
potência reactiva não é adequado devido à magnitude das quantidades que
deveriam ser colocadas em jogo para compensar as variações de tensão na barra
correspondente.

Pode acontecer que a tensão regulada seja requerida na barra “q” correspondente
ao secundário de um transformador conectado à barra “p” como mostrado na Figura
2.5.

Figura 2.5.- Transformador TAP variável conectado entre as barras “p” e “q” de um
sistema.
Fonte: Próprio autor

Apesar da reactância introduzida entre “p” e “q”, (∂Q / ∂V) ainda pode estar muito
alto. Nestas condições, o mais apropriado é usar um Transformador com TAP
variavel que permitir regular a tensão na barra q "injetando uma tensão adicional ".
Isso não gera potência reactiva, mas modifica sua distribuição no sistema. O uso de
Transformador com TAP variavel para regular a tensão em uma determinada barra,
será ilustrado analisando os seguintes casos:
2.2.4 Sistema de transmissão radial com um LTC no final da transmissão

No sistema da Figura 2.6, temos:

ZL: Impedância da linha de transmissão (Ω/fase).


ZT: Impedância do LTC (Ω/fase), referido secundário.

V1N, V2N: Tensões nominais do LTC.


aN=V1N/V2N: Razão nominal do LTC.

22
Figura 2.6.- Sistema radial com um LTC localizado no final da transmissão.

Fonte: Próprio autor

VT, V2, VR: Tensões nos pontos indicados antes da mudança de tap.

a=V1N/V’2N: relação do transformador após a mudança de tap (relação não nominal)


' ' '
V T ; V 2 ; V R : Tensões nos pontos indicados após a troca de Tap.

A taxa de mudança no Tap t (assumindo no secundário do transformador), é:

a V 2N
t= = (2.17)
aN V '2 N

Assumido que VT = V1N e que ZT, praticamente não muda ao mudar o TAP, as redes
equivalentes "Por fase" antes e depois da mudança de TAP são as mostradas nas
Figuras 2.10 a) e b)

Figura 2.10.- Redes equivalentes por fase correspondentes ao sistema da Figura


2.9. a) Antes da mudança de Tap, b) Após a mudança de Tap.

23
Fonte: Próprio autor

Apartir da Figura 2.10 b) podemos escrever:

(2.19)

Considerando a equação (2.2) é possível determinar em forma aproximada, o


módulo da queda de tensão nas impedâncias do transformador e a linha do seguinte
modo:

' ( RT + R L ) P+ ( X T + X L ) Q
( ZT +Z L) I ≈ ∆ V TL= ' (2.20)
VR

'
Extraindo V 2N de (2.18), introduzindo este valor (2.20) em (2.19) e apagando t,

obtém-se:
'
V 2N V R
t= 2
( R T + R L) P+ ( X T + X L ) Q+ ( V 'R )
(2.21)

Usando essa equação, pode-se determinar a troca de derivação necessária para


atender a determinadas condições. Por exemplo, se você quiser compensar a queda
de tensão na linha, V 'R =V 2 , e, por conseguinte:

V 2N V 2
t= 2
( R T + R L) P+ ( X T + X L ) Q+V 2
(2.22)

Se, adicionalmente, a queda no transformador for despresada, temos que: R T e XT


são iguais a zero e V2 = V2N e, portanto:

V 22 N
t=
R L P+ X L Q+V 22 N
(2.23)

2.2.5. Sistema de transmissão radial com LTC em ambas as extremidades da


linha.

No sistema da figura 2.11 nós temos:

ZL: Impedância da linha de transmissão (Ω/fase).

ZA e ZB: Impedância de cada LTC (Ω/fase),refere-se ao sector da linha.

a1N=VAN/VaN: Razão nominal do LCT A.


24
a2N=VBN/VbN: Razão nominal do LCT B.

a1= VAN/V’ aN: razão do transformador A depois da mudança de Tap.


a2= VBN/V’bN: razão do transformador B depois da mudança de Tap.

VT, V1, V2, VR: Tensão nos pontos indicados antes da mudança de Tap.
' ' ' '
V T ; V 1 ; V 2 ; V R : Tensão nos pontos indicados depois da mudança de Tap.

As razões para a mudança na de Tap t 1 e t2 podem ser definidas como:

a1 V aN
t1 = = (2.24)
a1 N V 'aN

a2 V bN
t2 = = (2.25)
a2 N V 'bN

As redes equivalentes antes e depois da mudança de tap são mostradas na Figura


2.12.

Figura 2.12.- Redes equivalentes por fase correspondentes ao sistema da Figura


2.11. a) Antes da mudança de Tap, b) Após a mudança de Tap.

Fonte: Próprio autor

25
Apartir da Figura 2.12 b) pode-se escrever:

(2.26)

Considerando a equação (2.2) pode-se determinar de forma aproximada, o módulo


da queda de tensão nas impedâncias dos transformadores e a linha da seguinte
forma:

' ( R A + R L+ R B ) P+ ( X A + X L + X B ) Q
( Z A +Z L + Z B ) I ≈ ∆ V ALB = (2.27)
V 'B

Despresando V 'aN de (2.24), introduzindo este valor (2.27) em (2.26) e despresando, t1


obtemos:
'
V aN V B
t1 = 2
( R A + R L + R B ) P+ ( X A + X L + X B ) Q+ ( V 'B )
(2.28)

Por outro lado, da Figura 2.12.b) e considerando a equação (2.25) temos que:
' ' '
V B =a2 V R =t 2 a 2 N V R (2.29)

Introduzindo (2,29) em (2,28), finalmente obtemos:


'
V aN t 2 a2 N V R
t1 = 2
( R A + R L + R B ) P+ ( X A + X L + X B ) Q+ ( t 2 a2 N V 'R )
(2.30)

Se a VT permanecer constante, a equação (2.30) permite determinar as alterações


necessárias do TAP t1 e t2 de tal forma que um valor desejado é obtido V 'R . Em
'
particular deseja-se que V R . Seja igual a tensão nominal do secundário do
transformador B, ou seja V 'R =V BN , então apartir de (2.30) se obtem:

V aN t 2 V BN
t1 = 2
( R A + R L + R B ) P+ ( X A + X L + X B ) Q+ ( t 2 V BN )
(2.31)

Se, além disso, as quedas internas dos transformadores são despresadas e se


considera t1 = t2, então:

t 1 =t 2=
√ V aN R L P+ X L Q
VBN
− 2
V BN
(2.32)

26
2.2.6. Regulação de tensão através do uso combinado de LTC e injeção de
potência reactiva.

Os dispositivos de produção ou absorção de potência reactiva são geralmente


conectados à bobina terciária dos transformadores que interconectam redes de
transmissão e distribuição. Se o transformador possui comutador de Tap, é possível
regular independentemente as tensões primárias e secundárias, injectando
potência reactiva para controlar um deles e modificar o tap para controlar o outro.

A Figura 2.14 mostra um esquema típico, no qual as variáveis são assumidas "por
fase" e as impedâncias referidas ao primário.

Figura 2.14.- Esquema típico de regulação de tensão combinando LTC e injeção de potência
reactiva. a) Diagrama unifilar, b) Rede equivalente por fase.

Fonte: Próprio autor

Em geral, o problema é determinar as mudanças necessárias no transformador,


para certas condições de potência reaciva do compensador síncrono e certas
potências complexas transferido entre as bobinas primária e secundária, de tal forma
que as tensões V1 e V2 estejam dentro determinados valores especificados. A análise
é geralmente realizada por meio das seguintes aproximações:

-Despreza-se a potência activa perdida em um transformador, por lo que Z p, Zs e Zt


se supõem sem resistência.

– As quedas de tensão se calculam por meio de expressões simplificadas

Seja P + jQ, a potência complexa que atinge o nó N por ramo Zp. O diagrama
fasorial da figura 2.15 mostra essa situação, considerando como referência o fasor
de tensão VN.

27
Figura 2.15.- Diagrama fasorial para determinar a tensão no nó N.

Fonte: Próprio autor

A partir desta figura pode-mos escrever:

X PQ
V 1−V N ≈ ∆ V = (2.33)
VN

XP P
δV = (2.34)
VN

Por outro lado, na Figura 2.15 temos:


2 2 2
V 1=( V N + ∆V ) + ( δV ) (2.35)

Introduzindo (2.33) e (2.34) em (2.35) e desprezando V N obtemos:

V 21−2 X P Q 1
V 2N =
2
±
2 √
V 21 ( V 21−4 X P Q ) −4 ( X P P ) 2 (2.36)

Em alguns cálculos mais simplificados, a tensão V N é determinada desprezando


δV ,o que culmina em uma expressão mais simples que (2.36).

A partir do valor de VN, pode-se determinar o tap no qual o transformador deve


permanecer, por exemplo, a expressão (2.18).

2.3.COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E SEU EFEITO SOBRE A


TENSÃO DO SISTEMA

Os sistemas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, bem como a


maioria das cargas das unidades consumidoras, como motores, lâmpadas de
descarga, fornos de indução, etc. consomem energia reactiva.
28
Nos sistemas elétricos de transmissão e de distribuição, o controle de recativo,
em geral, é feito com a ajuda de dispositivos conectados em paralelo e que
tenham a
característica de gerar e/ou absorver reativos.

Supondo-se que uma grande quantidade de motores elétricos industriais, grandes


consumidores de energia reativa, seja ligada a uma barra de um sistema elétrico
sendo mantida a mesma potência ativa total da carga. Isso acarretará no aumento
de corrente elétrica na linha que alimenta a barra da instalação provocando o
declínio de tensão na linha, e, consequentemente, da tensão na barra . Esta relação
entre potência reativa e tensão na barra caracteriza uma necessidade de equilíbrio
(balanço) entre níveis de potência reativa solicitada pela carga e o nível de tensão
na barra alimentadora.

Na figura 2.16, a carga P+jQ é alimentada pela barra 2, e como não existe gerador
nessa barra, a carga deve ser alimentada por meio da linha, a partir da barra 1. A
tensão na barra 2 é dada por V2 = V1 – I.Z (i).

Figura 2.16.- Balanço da potência ativa e reativa num sistema simples de duas
barras.

Fonte: Próprio autor

2.4.1.Condensadores e reactâncias em paralelo

As reactâncias e condensadores em paralelo constituem um meio simples e


econômico para injectar ou consumir potência reactiva no nó onde eles estão
conectados. Normalmente, as reactâncias são conectadas fora do horário de pico,
quando as linhas são menos carregadas e as tensões tendem a aumentar, enquanto
capacitores são conectados em horários de pico, quando as tensões são mais
baixas.
29
Os condensadores em paralelo são muito frequentes, tanto na rede de transporte
quanto nas linhas de distribuição. Na rede de transporte, eles são distribuídos de
forma a minimizar as perdas e as diferenças de tensão. Nas linhas de distribuição,
eles são usados para compensar o factor de potência das cargas e controlar o perfil
de tensão. A principal desvantagem dos condensadores é que sua geração de
potência reactiva é proporcional ao quadrado da tensão, por isso a sua capacidade
de fornecer potência reactiva diminui quando as tensões são muito baixas,
precisamente quando é mais necessário.

2.4.2.Compensadores síncronos
Um compensador síncrono, também chamado de capacitor síncrono, é uma
máquina síncrona cujo eixo não recebe torque de nenhuma turbina. A corrente no
seu enrolamento de campo é controlada por um regulador de tensão, de modo que a
máquina gera ou consome a potência reactiva segundo o sistema ao qual está
conectado.

Algumas de suas vantagens, em comparação com outros dispositivos de


compensação, são as seguintes:
 Regula a tensão de forma contínua, sem os transientes eletromagnéticos
associados com as mudanças de derivações de outros tipos de dispositivos.

 Não introduz harmônicos na rede nem é afectado por eles.

 Não causa problemas por ressonância eléctrica.

 No caso de uma queda de tensão devido a uma falha na rede, fornece


corrente
de curto-circuito, facilitando a ação das proteções de sobrecorrente.

2.4.3.Compensadores estáticos (SVCs)


Os compensadores estáticos são dispositivos conectados em paralelo na rede
eléctrica que através de semicondutores controlados geram ou absorvem potência
reactiva. O adjetivo estático refere-se a que eles não têm nenhuma parte móvel, ao
contrário dos compensadores síncronos. A explicação de operação dos
compensadores estáticos nesta seção, bem como os figuras usadas, vêm do livro
de Kundur.
30
2.4.4. Fundamento de um sistema de compensação estático
Do ponto de vista de funcionamento do sistema eléctrico, um sistema de
compensação estático consiste em um capacitor e uma bobina paralela, regulável,
cuja capacidade e indutância podem ser ajustadas para controlar a tensão e a troca
reactiva em seus terminais.
Um sistema de compensação estático ideal teria uma capacidade ilimitada de gerar
e absorver potência reactiva, e seria capaz de manter uma tensão constante em
seus terminais. Sua característica tensão-corrente seria uma linha horizontal, como
indicado na figura 1.1 Além disso, não haveria perdas e responderia
instantaneamente.

Capacitivo Inductivo
Figura 2.17: Característica de um compensador estático ideal.
Fonte: Próprio autor

Para entender o funcionamento de um sistema de compensação estático real,


considere um sistema simples que consiste em uma bobina controlável mais um
capacitor fixo. A parte esquerda da figura 1.2 mostra as características de tensão-
corrente da bobina e do capacitor. Sendo a bobina regulável, podemos escolher a
inclinação de sua característica, sempre que estivermos dentro da zona limitada pela
inductância máxima e mínima.
Esta inclinação é programada, através do sistema de controle, de forma que
imponha uma relação entre tensão e corrente representada por uma linha reta com
ligeira inclinação para cima, como indicado na figura. No caso do capacitor, a
característica é uma linha reta determinada pela equação I C =ωCU .
A mesma figura 1.2 mostra, à direita, a característica tensão-corrente de ambos os
elementos conectados em paralelo. Como a corrente total I S do sistema é a soma
das correntes da bobina e do capacitor, esta característica é facilmente obtida
adicionando as duas correntes. O resultado é um elemento com três zonas lineares,
31
que podem operar no semiplano inductivo e no capacitivo, e com uma ligeira
inclinação positiva na zona central. Tipicamente, a corrente nula corresponde
aproximadamente à tensão nominal do nó de conexão.
Se a tensão em um nó de conexão for alta, o compensador estático absorve
potência reactiva. Se a tensão for reduzida, o compensador gera potência reactiva.
Desta forma, o compensador estabiliza a tensão no nó e nele se conecta,
aproximando-o do valor de referência programado. Quando submetido a tensões
anormalmente baixas, o compensador opera na zona capacitiva marcada pela linha
que passa pela origem, de forma que só é capaz de fornecer uma corrente reactiva
reduzida.
Nesta zona de operação a inductância é reduzida ao mínimo e o compensador
estático se comporta como um condensador, de modo que a contribuição da
potência reactiva é proporcional ao quadrado da tensão. Este é um recurso
importante dos SVCs, o que limita sua contribuição do reactivo durante, por
exemplo, quedas profundas de tensão provocados por um curto-circuito.
A margem de controle do compensador estático pode ampliar-se mediante a
conexão de capacitores comutados, que são conectados e desconectados em
função da tensão. A figura 2.18 ilustra um circuito desse tipo e sua característica
tensão-corrente. Na referida figura, o estágio 1 é constituído pela bobina regulável e
um filtro capacitivo e dá origem à característica marcada com o número 1. A função
do filtro, além de contribuir com reactivo, é reduzir o conteúdo dos harmônicos. Se a
tensão cai, eles se conectam sucessivamente as etapas 2 e 3, que mudam a
característica de tensão-corrente para a zona capacitiva.

32
Fonte: Próprio

IL IC Capacitivo Inductivo
Figura 2.18: Característica Tensão Corrente SVS.
Fonte: Próprio autor

33
Capacitivo Inductivo

Figura 2.19: Compensador estático com três estágios de capacitores.


Fonte: Próprio autor

2.4.5. Compensadores estáticos do tipo STATCOM


Um STATCOM (Compensador estático) é um dispositivo de compensação estática,
cuja operação é baseada em um conversor que aplica uma fonte de tensão da
amplitude, fase e frequência desejadas. Através do controle do conversor, esta
tensão é modulada para que o STATCOM gere ou consuma a potência reactiva
necessária.
A Figura 1.5 mostra um esquema simples de um STATCOM. Consiste em um
conversor conectado entre a rede e um estágio DC. O sistema de controle mede a
tensão e a corrente alternadas na rede para regular a troca reactiva, e a tensão na
etapa contínua para mantê-la em um nível constante. O resultado é um dispositivo
capaz de fornecer corrente reactiva, dentro dos limites térmicos de semicondutores,
independentemente do nível de tensão na rede. A figura 1.6 mostra a característica
típica de tensão-corrente de um STATCOM. Pode-se observar que, ao contrário dos
SVCs, um STATCOM é capaz de fornecer corrente reactiva em tensões muito
baixas.

Figura 2.20: Esquema geral de um STATCOM.


Fonte: Próprio autor

34
Capacitivo Inductivo

Figura 2.21: Característica de um STATCOM


Fonte: Próprio autor

Os semicondutores utilizados são geralmente IGBTs (Insulated Gate Bipolar


Transitor- Transistor Bipolar de Porta Isolada) e GTOs (Gate Turn-Off thyristor -
tiristor de abertura do portão), dependendo da aplicação. A modulação da onda de
tensão pode ser executada de várias maneiras. Por exemplo, A Figura 2.22 mostra
uma modulação por largura de pulso (Pulse Width Modulation,PWM). Este tipo de
modulação requer, para construir uma onda com poucos harmônicos em baixas
frequências, comutação muito rápida de semicondutores.
Por esta razão, e devido às altas tensões a serem suportadas, nas aplicações para a
rede de transporte, outros esquemas de modulação mais complexos são aplicados
que compartilham o trabalho entre um alto número de semicondutores.

2.4.6.Transformador com mudança de derivação (tap variável)


Transformadores com mudança de derivação contêm um enrolamento no qual a
conexão pode ser feita ao longo de diferentes pontos, permitindo uma regulação
discreta da relação de transformação dentro de uma margem relativamente estreita.
Esses transformadores fornecem uma ferramenta simples e econômica de controle
de tensão em um sistema eléctrico. Eles se aplicam tanto em redes de transporte
como nas redes de distribuição.
Nas redes de transporte, e devido à natureza malhada das mesmas, o efeito dos
transformadores com a mudança de derivações nas tensões nos nós e no fluxo de
potência reactiva depende da configuração do sistema. Em geral, para controlar a
tensão de uma parte do sistema é necessário operar de forma coordenada sobre
todos os transformadores com mudança de derivações que conectam essa parte do
sistema. Frequentemente, mudanças de derivações são instaladas em todos os
transformadores que conectam subsistemas a determinada tensão. Por exemplo,

35
em todos os transformadores na saída de geradores síncronos, ou em todos
aqueles que conectam a rede de 400 kV com a 220 kV, ou em todos aqueles que
ligam a rede de transporte de alta tensão com redes de distribuição de média
tensão. A solução particular depende da rede, pois cada operador de sistema tem
sua própria estratégia de instalação de transformadores reguladores.

Figura 2.22: Modulação por largura de pulso.


Fonte: Filho, Mamede, Electronica,2014.

Nas redes de distribuição, a natureza radial da mesma simplifica o controle de


tensão. Isso geralmente é feito ao longo das linhas, através da conexão de
capacitores e através do uso de autotransformadores reguladores. Geralmente,
esses transformadores não alteram a tensão nominal entre seus terminais, então
sua única tarefa é regular a tensão através do comutador é comum referir-se a eles
por suas denominações em inglês "Boosters" ou "step voltage regulators" (SVR).
A figura 1.8 mostra o esquema de operação de um autotransformador regulador.
Como pode ser visto, não há separação galvânica entre o primário e secundário, já
que ambos compartilham um dos terminais. O enrolamento regulador incorpora um
comutador de derivação e está conectado em série. Normalmente, há 8 derivações
para se conectar. A conexão é feita através de uma bobina que permite derivações
intermediárias e uma mudança progressiva entre eles, há 16 posições possíveis
distribuídas ao longo das 8 derivações.
Além disso, através de um interruptor, o sentido pode ser escolhido, positivo ou
negativo, do incremento de tensão, graças o qual o número é multiplicado por dois o
número de posições e se alcançam 32 no total. A margem de regulação típica é de ±
10% em relação à relação de transformação nominal.

36
Figura 2.23: Transformador de regulação de tensão.
Fonte: Filho, Mamede, Electronica,2014.

A Figura 2.14 representa um esquema de controle típico de um autotransformador


regulador. O sistema tenta manter uma tensão constante, bem no seu enrolamento
secundário, quer num ponto a jusante da linha de distribuição e determinado por um
mecanismo chamado compensador de queda de tensão. Se o sensor de tensão
detecta um desvio da tensão de referência superior a certo limite (por exemplo, 1%),
envia uma ordem para o motor para que ele possa modificar a derivação do
secundário. O atraso impede que o autotransformador responda a sobre tensões
temporárias ou a variações rápidas que não precisam de correção. Um atraso de 30
segundos é um valor típico.

Figura 2.24: Controlo de um autotransformador regulador. Figura extraída de [Filho,


Mamede, Electronica, 2014.

37
A figura 2.25 mostra, a título de exemplo, um esquema de controle de tensão através
de uma linha de distribuição. Sem elementos de controle, a curva de tensão ao
longo da linha é representada pela linha pontilhada marcada como "carga", de modo
que um grande número de cargas são alimentadas para uma tensão
excessivamente baixa. A conexão do transformador regulador R1 permite aumentar
a tensão no início da linha, melhorando a situação, embora várias cargas ainda
estejam conectadas em tensões muito baixas. A conexão do capacitor C diminui a
inclinação da queda de tensão, mas ainda não resolve o problema para as últimas
cargas. Finalmente, a ação conjunta dos transformadores reguladores R1 e R2 junto
com o capacitor C, permite que todas as cargas estejam dentro dos limites de
tensão admissíveis.

Comprimento ao longo da linha


Figura 2.15: Exemplo de regulação de tensão em uma línea de distribuição.
Fonte: Filho, Mamede, Electronica,2014.

38
2.4.7. Controlo da potência reactiva na distribuição

1.Carga resistiva

2.Carga RL

3.Comparação da Er

Potência nominal do capacitor (KVAr)


2 πf ×V 2n ×C
QC =
1000
Onde:
Vn: Tensão de linha nominal
f: Frequência em Hz
C: capacitância (µF)

Baixa tensão até 680 V {−Unidades


−Unidades de 50 KVAr 3 ∅
de 30 KV Ar 1 ∅

39
Media tensão(2,3-15)KV { Unidade de 50 ; 100 e 300 KVAr
Os pontos indicados para a ligação dos capacitores na instalação industrial:
1. No barramento primário: Não permite liberação de carga do transformador e dos
circuitos secundários tem como única função a correção do Factor de potência e
liberação de carga do barramento primário.

2.No barramento secundário ou quadro geral de força (QGF): Em muitos casos o


transformador trabalha em vazio por períodos longo de tempo (fim de semanas e
dias feriados) pelo que o Factor de potência resulta menor de 0,92.Nestas condições
é favorável instalar um capacitor para corrigir o Factor de potência do transformador.

√[
2

]
100
× S NT
I NT
QC =PrT = −P2OT
100
Onde:
Prt: Potência reactiva do transformador
Io: Corrente de magnetização do transformador (A)
INT: Corrente nominal do transformador(A)
POT: Perdas de vazio (KW)
SNT: Potência nominal (KVA)

Potencia liberada no tranformador


40
[√
S L = 1−
Q2C ×cos 2 θ QC × Sen θ1
S 2¿
+
S¿ ]
−1 × S ¿

Onde:
SL: Potência liberada KVA
QC: Potência do capacitor KVAr
SIN: Potência instalada (KVA)
θ1 : Ângulo do factor de potÊncia original

41
CAPITULO 3- PROJECÇÃO E SIMULAÇÃO DE UM REGULADOR DE TENSÃO
POR COMUTAÇÃO DE INDUTÂNCIA E CAPACITOR

3.1. INTRODUÇÃO
Nesta secção iremos primeiramente apresentar uma breve descrição de dois
importantes componentes que fazem parte do nosso projecto de regulador de tensão
que são nomeadamente o contador binário e o conversor digital analógico (R-2R),
seguidamente iremos abordar sua operação no circuito de controle da tensão, bem
como o dimensionamento e simulação do controlo de tensão.

3.2. CONTADOR BINÁRIO


Os contadores são importantes circuitos eletrônicos digitais. Eles são circuitos
lógicos sequenciais porque a temporização é obviamente importante e porque eles
necessitam de uma característica de memória. Os contadores digitais tem as
seguintes características importantes:
1. Número máximo de contagens (módulo do contador).
2. Contagem para cima ou para baixo.
3. Operação assíncrona ou síncrona.
4. Funcionamento livre ou auto-parada.

3.2.1. Contador UP/DOWN


Os contadores podem ser progressivos ou crescentes, quando contam numa
sequência de números crescentes, ou seja, dos valores mais baixos para os mais
altos, como (1,2,3,4...). Também podem ser regressivos ou decrescentes, quando a
contagem é feita dos valores mais altos para os mais baixos como (4,3,2,1...).
Os contadores podem ser síncronos, quando existe um sinal de clock único externo
aplicado a todos os estágios ao mesmo tempo, como é o nosso caso.

A Figura 3.1 mostra como fazer um contador crescente/decrescente (up/down


counter).

42
Figura 3.1: circuito lógico do contador up/down
Fonte: CPM,SENAI, Acessado Outubro 2018.
A entrada de controle 𝑈�/𝐷𝑜𝑤� controla se as entradas JeK dos FFs seguintes serão
acionadas pelas saídas normais ou pelas saídas invertidas dos FFs.
Quando 𝑈�/𝐷𝑜𝑤� for mantida em nível ALTO, as portas AND nº1 e nº2 estarão
habilitadas, enquanto as portas AND nº3 e nº4 estarão desabilitadas (observe a
presença do inversor).
Isso permite que as saídas A e B passem pelas portas no1e no 2 para as entradas
JeK dos FFs B e C.
Quando 𝑈�/𝐷𝑜𝑤� formantida em nível BAIXO, as portas AND nº1 e nº2 estarão
desabilitadas, enquanto as portas AND nº3 e nº4 estarão habilitadas.
Isso permite que as saídas A e B passem pelas portas nº3 e nº 4 para as entradas
JeK dos FFs B e C.
As formas de onda mostradas na Figura abaixo ilustram a operação do contador.

43
Figura 3.2: Formas de onda da operação do contador up/down.
Fonte: CPM, SENAI, Acessado Outubro 2018.

Observe que, para os primeiros cinco pulsos de clock, 𝑈�/𝐷𝑜𝑤�= 1 e o contador


conta de forma crescente; para os últimos cinco, 𝑈�/𝐷𝑜𝑤�=0 e o contador conta de
forma decrescente.

Um contador síncrono tem sua contagem especificada através de um diagrama de


transição, apresentado na figura abaixo, que indica qual é o estado futuro a ser
atingido pelo contador quando é aplicado um pulso de clock.
O diagrama de transição de estados para este contador é dado na Figura 3.3:

Figura 3.3.: diagrama de transição de estados.


Fonte: CPM,SENAI, Acessado Outubro 2018.

As setas representam transições de estado que ocorrem na borda de descida do


sinal de clock.
Observe que há duas setas deixando cada círculo de estado.
Isto é referido como uma transição condicional.
O próximo estado para este contador é, obviamente, dependente do nível lógico
aplicado à entrada de controle, 𝑈�/𝐷𝑜𝑤�.
Cada uma das setas tem deserrotulada como nível lógico de controle de entrada que
produza transição indicada.
O nome do sinal de controle é fornecido com uma legenda próxima do diagrama de
transição de estados.
A nomenclatura usada para o sinal de controle (𝑈�/𝐷𝑜𝑤� ) foi escolhida para tornar
claro como essa entrada afeta o contador.

44
A operação de contagem crescente é ativada em nível alto; a operação de contagem
decrescente, em nível baixo.

3.2.2. Circuito Integrado utilizado: 74ls191


Os circuitos integrados 74190 e 74191 são contadores síncronos reversíveis (up/
down), tendo a complexidade de 58 portas lógicas. O 74191 é um contador binário
(0 a 15) e o 74190 é um contador BCD (0 a 9). O diagrama de ligações destes CIs
está na figura 3.4. Suas principais características são:
1. Contagem em código BCD8421.
2. Linha única de controle de modo de contagem Up/Down.
3. Entrada de controle de habilitação de contagem.
4. Saída de clock em atraso (Ripple Clock) para ligação em cascata.
5. Controle de carregamento assíncrono.
6. Saídas paralelas
7. Possibilidade de ligação em cascata para contagem de n bits.

Figura 3.4:Contador síncrono UP/DOWN 74190/192.


Fonte: CPM,SENAI, Acessado Outubro 2018.

Quando a linha Enable (CTEN) = 1 inibe o circuito para contagem. Esta entrada
deve ser alterada apenas quando o clock estiver em 1. A direção de contagem é
definida pela entrada Down/up. Quando em nível 0, o contador segue a sequência
crescente. Quando em 1, segue a sequência decrescente. Os circuitos são
completamente programáveis, isto é, as saídas do contador podem ser colocadas
em qualquer estado, independente de pulsos de clock. Para isso, coloca-se a

45
entrada Load = 0 e entram-se com os estados desejados nas entradas paralelas de
dados A, B, C e D. Com essa característica é possível o uso desses contadores
como divisores por N, pois é possível alterar o módulo do contador através destas
entradas paralelas. Duas saídas são disponíveis para a execução de
cascateamento: as saídas Ripple-clock e Max/min. A saída Max/min fornece um
pulso positivo quando ocorre um overflow (após o estado 9 ou 15 na sequência up)
ou underflow (após o estado 0 na sequência down). A saída Ripple-clock fornece um
pulso negativo quando ocorre um overflow e underflow. O cascateamento pode ser
feito se a saída Ripple-clock de um contador for ligada à entrada Enable do contador
seguinte (quando as linhas clock estão interligadas) ou à entrada clock (quando as
entradas Enable estão interligadas).

3.3. CONVERSOR DE DIGITAL PARA ANALÓGICO EM ESCADA R-2R


O nome do conversor de digital para analógico R-2R resulta da utilização de dois
tipos de resistências tendo uma o dobro do valor da outra como se pode verificar
pelo exemplo da figura 3.5. ,é possível implementar neste caso a conversão sem o
amplificador operacional.

Figura 3.5: Conversor de digital para analógico R-2R.


Fonte: Giacomin, João, conversores D/A e A/D, acessado Outubro 2018.

Considerando o amplificador operacional ideal, é possível verificar que para cada


entrada binária Ai a resistência à esquerda e à direita é idêntica e igual a 2R pelo
que a corrente fornecida por cada uma das entradas se vai dividir de forma igual
pelos dois ramos. Por exemplo, para o nó que liga a entrada A 0, à esquerda a
resistência vista vale 2R e à direita junto do amplificador operacional estão duas
resistências com valor 2R em paralelo e em série com uma resistência de valor R,
resultando em R+2 R /¿ 2 R=R+ R=2 R . Até chegar ao nó em consideração.
encontramos novos paralelos de resistências 2R e série com resistências R,
resultando no mesmo valor equivalente: 2R.
Daqui resulta que cada entrada perde peso, pelo efeito de divisão de corrente, à
medida que está mais afastada do amplificador operacional.

46
Como o amplificador está montado numa configuração não inversora é apenas
possível garantir que a tensão dos dois terminais de entrada (V+ e V−) do
amplificador operacional é idêntica. Para o terminal negativo pode escrever-se:
R1
−¿=V O .
R1 +R2 (3.1)
V¿

Considerando agora apenas a entrada mais significativa AN −1 com um valor lógico


1, a resistência vista a partir desta entrada é 2 R+ 2 R /¿ 2 R=3 R pelo que a tensão
no
nó de entrada será VR/3, sendo VR a tensão correspondente ao valor lógico 1.
Como o ganho do amplificador ideal é infinito a diferença entre V+ e V− é nula. A
tensão de saída correspondente será dada pela equação:

VR R1
=V O .
3 R 1+ R2
(3.2)

V R R 1+ R2
V O= .
3 R1
(3.3)

E as tensões correspondentes às restantes entradas serão apenas metade desta


tensão por cada nó adicional que for atravessado. Portanto a relação entre os pesos
das entradas está confirmada e as resistências R1 e R2 são utilizadas para
estabelecer o ganho ou corrigir o factor 1/3.
O conversor de digital para analógico em escada R-2R permite obter a conversão
utilizando o dobro das resistências utilizadas no caso anterior mas apenas com os
valores R e 2R. Portanto neste caso a dependência do conversor é com a relação
entre as resistências e não com o seu valor absoluto.
Como desvantagem este conversor apresenta uma limitação devida ao tempo de
propagação diferente para as diversas entradas. A entrada menos significativa terá
necessariamente um atraso de propagação consideravelmente mais elevado do que
o associado à entrada mais significativa.

47
CDA- 4bits, saída em tensão.

Figura 3.6: Representação do CDA,4 bits e respectiva tabela de verdade


Fonte: Borges, Beatriz Vieira, Electrónica geral,2005, acessado Outubro 2018.

48
Figura 3.7: Representação do gráfico do CDA 4 bits, configuração de escada.
Fonte: Borges, Beatriz Vieira, Electrónica geral,2005, acessado Outubro 2018

3.4. ESPECIFICAÇÃO DO PROJECTO


Já tivemos a oportunidade de debruçar páginas acimas sobre o contador up/down
74191 empregado neste projecto, iremos nas alíneas a seguir entrar em mais
detalhes sobre este e outros componentes.

U11
15 A QA 3
1 B QB 2
10 C QC 6
9 D QD 7
4 ~C TEN
11 ~L OAD
5 ~U /D ~RCO 13
MA X/MI N 12
14 CLK

74191N
Figura 3.8: Contador Binário, Norma ANSI.
Fonte: Próprio autor
A seguir temos a descrição da função dos pinos do contador 74191 até aqui não
abordados:

49
 Pinos 3,2,6 e 7 (Qa, Qb, Qc e Qd) : É a saída de 4 bits do contador (do LSB para o
MSB respectivamente);

 Pinos 1,2,3 e 4 (A,B,C,D) : Entrada do contador, serve Para colocar um número


específico nas saídas. Este número vai directo pra saida e para o contador nele
enquanto o Pino 11 (LOAD) estiver em nível baixo;

 Pino 14 CLK: Entrada do pulso de clock, Clock, para configurar com qual
velocidade ele vai "contar". configurar a velocidade... sim... na realidade, o que será
contado é o número de pulsos. Mas se alterarmos a frequência do clock o contador
vai subir/descer mais rápido.

 Pino 11 LOAD: Permite controlar a saída do contador, se encontra activo em


nível baixo, e transfere o valor presente nas entradas A, B, C e D para o contador
respectivamente pinos 15, 1, 10 e 9;

 Pino 5 U/D ou (D/U): Controla o sentido da contagem, se colocar nível lógico 0


conta crescente, nível lógico 1 conta decrescente;

 Pino 4 CTEN (ENB) : Bloqueio dos pulsos de clock. Quando coloca nível
lógico 1 nele, para a contagem onde estiver; Este pino habilita o contador. No caso,
mantendo-se este pino em nível baixo, os contadores recebem o clock. Colocando-
se este pino em nível 1, o clock é desabilitado e o contador "congela".

 Pino 13 RCO: produz um pulso negativo, quando o contador alcança o seu


máximo ( todas as saidas em 1);

 Pino 12 Mx/Mn.: Similar a saida RCO, salvo que a duração do pulso é igual a
um período de sinal de relógio e o pulso é de nível alto ( todas as saidas em 1).
O pino 12 e o pino 13 são saídas, que servem para enviar o sinal para outros chips
(imagine que você queira ligar vários deles em cascata) que ocorreu o "carry" ou o
"borrow". O carry ocorre quando o contador chega a 9 (no modo UP) e o número
seguinte seria o 10, só que o estágio atual só vai indicar o zero (unidade), cabendo
ao estágio seguinte indicar o um (dezena). O borrow é a mesma coisa, só que no
modo DOWN (do 10 para o 9).
Embora não conste na figura acima vamos nos referir ao CLR como o pino
responsável por resetar a contagem do contador com 0 e activar com 1.ou seja A
50
entrada síncrona CLR (clear) permite fazer o reset das saídas Q.

Figura 3.9: Diagrama de Tempo


Fonte: DATASHET 74191 Fairchild Semiconductor Corporation,2010

3.4.1 Variação de fim de contagem utilizando a entrada CLR e a entrada LOAD.

Fazendo uso do pino CLR (Clear) a figura abaixo ilustra a variação do fim da
contagem.

51
Figura 3.9: Variação de fim de contagem utilizando a entrada CLR e a entrada
LOAD.
Fonte: Próprio autor

3.4.2. Variação de inicio de contagem utilizando as saidas Mx/Mn e RCO

Figura 3.10: Variação de inicio de contagem utilizando as saidas Mx/Mn


Fonte: Próprio autor.

3.4.3. Variação de inicio e fim de contagem

52
Figura 3.11: Variação de inicio de contagem utilizando as saidas Mx/Mn.
Fonte: Próprio autor.

3.4.5. Extensão da capacidade de um contador


Se todos os contadores ficarem no mínimo sinal de relógio (clock), deve-se utilizar a
entrada ENB (CTEN) para controlar a contagem quando o 1º atingir seu fim de
contagem.

Figura 3.12.: Extensão da capacidade de um contador.


Fonte: Próprio autor

53
3.5. CONTROLO DA TENSÃO DA LINHA POR COMUTAÇÃO DE INDUCTORES E
CAPACITORES

Temos representado abaixo um diagrama ilustrativo do tipo de controle que


pretendemos efectuar.

54
Figura 3.13: Controlo da tensão da linha por comutação de inductores e capacitores
Fonte: Próprio autor
Sabe-se que para o controlo de uma determinada grandeza há que comparar essa
grandeza com uma de referência que representa o valor nominal da grandeza
controlada, se o resultado da comparação é positiva, significa que a grandeza
controlada é maior que a referência pelo que ação do controlo sobre o sistema deve
garantir a diminuição da grandeza controlada, e vice-versa se o resultado da
comparação é negativa.
Num sistema eléctrico a tensão da linha aumenta acima do valor nominal quando
desligam-se ou saem de serviço grandes cargas, para a sua compensação há que
comutar indutores, e quando a tensão da linha diminuir para abaixo do valor nominal
por causa da ligação de grandes cargas para a sua compensação há que ligar
capacitores.
Neste sistema de controlo utiliza-se dois comparadores, dois contadores binários,
dois conversores digitais-analógicos e duas redes de comutação, uma para comutar
indutância e outra para comutar condensadores, assim como circuitos
combinacionais para garantir a funcionalidade do controlo.

Na derivação ou caminho que controla a comutação dos indutores, o comparador


garante a contagem progressiva ( ascendente) do contador quando a tensão da
linha for maior que a tensão de referência, pelo que a tensão de saida do conversor
digital-analógico 1 (CDA1) aumentara com cada pulso do oscilador, como esta
saída esta ligada a rede de comutação da indutância, irão se activar
sequencialmente os canais que obedeçam as condições, pelo que a tensão da linha
55
deve diminuir até que seja igual a tensão de referência, neste caso se produz uma
oscilação no ultimo canal activado a qual é eliminada com a rede RC(resistor-
capacitor/condensador), que cada canal possui.

Quando a tensão da linha for menor que a tensão de referência, a saida do


comparador deve efectuar contagem regressiva (descendente) pelo que a tensão de
saida do CDA1 diminuirá com cada pulso do oscilador e serão desativados
sequencialmente os canais que obedeçam as condições, desta forma a tensão da
linha deve aumentar até que seja igual a tensão de referência, se durante este
processo não obter-se a igualdade, ou seja apôs desligarem-se todos os indutores e
a tensão da linha ainda for menor que a tensão de referência, os circuitos
combinacionais devem garantir a activação do caminho que controla a comutação
dos capacitores e mantém as condições finais no caminho que controla a
comutação dos inductores (inductores desligados). Neste caminho o comparador irá
realizar a contagem progressiva (ascendente) do contador quando a tensão da linha
for menor que a tensão de referência pelo que a tensão de saida do CDA2
(conversor digital-analógico)aumentara com cada pulso do oscilador. Visto que esta
saida esta ligada a rede de comutação dos capacitores, irão se ativar
sequencialmente os canais que cumpram as condições, pelo que a tensão da linha
deve aumentar até que seja igual a tensão de referência. Quando a tensão da linha
for maior que a referência, a saida do comparador realizara contagem regressiva
(descendente) do contador pelo que a tensão de saida do CDA2 (conversor digital-
analógico) diminui com cada pulso do oscilador e irão se desativar sequencialmente
os canais, de modo que a tensão da linha deve diminuir até que seja igual a tensão
de referência, se durante este processo não atingir-se a igualdade, ou seja
desligam-se todos os capacitores e ainda assim a tensão da linha for maior que a
tensão de referência, os circuitos combinacionais irão activar o caminho que
controla a comutação dos inductores e mantem as condições finais no caminho que
controla a comutação dos capacitores(capacitores desligado) pelo que o processo
repete-se.

3.5.1. Vantagens e desvantagens


A vantagem que possui este tipo de controlo é que não precisa de filtros de
harmônicos porque não se produz transitórios ao não ligar simultaneamente
indutores e capacitores, quando liga-se inductores, os capacitores estão desligado e
vice-versa, sua desvantagem é que é um controlo passo a passo, não continuo, e
pode provocar instabilidade de funcionamento em a desativação do ultimo canal de
um caminho e a activação do primeiro canal do outro caminho, mais esta situação
pode solucionar-se ao reajustar as tensões nas redes de comutação.
Para a simulação utiliza-se o programa electronic-work- bench o qual em sua
biblioteca possui conversores digital-analógico de 8bit e contadores de 4bit, pelo que
há que utilizar dois contadores por cada CDA . A implementação do circuito de

56
controlo da como resultado um número elevado de componente que supera o limite
admissível pelo programa. A simulação só pode realizar-se numa derivação para o
qual há que modificar os circuitos combinacionais a fim de garantir as sequencias
adequadas nas ligações dos reactores.

3.5.2. Derivação para comutação de indutores


Utiliza-se dois comparadores que definem o sentido das contagem ou função do
contador, assim como parar a contagem e continuar a contagem, estas funções
devem estar em sincronismo com os estados do primeiro comutador e do ultimo
comutador.

Figura 3.14: Dois comparadores que definem o sentido da contagem.


Fonte: Próprio autor.
Onde:
VL-Tensão da linha;
Vref -Valor nominal;
Vref l <Vref (valor da tensão de compensação de um pulso, representa limite inferior
de controlo)
Condições e resultados esperados:
Se VL>Vref > Vref l
Deve-se iniciar a contagem progressiva (ascendente) quando os canais não estão
ligados (activar o contador).

{A=0
B=0 } {C=0
D=0 }

57
Se Vref l <VL<Vref Deve-se parar a contagem (desactivar o contador)

{A=0
B=1 } {D=x }
C=x

Se VL< Vref l < Vref


Deve-se parar a contagem

{A=1
B=1 D=x }
}{ C=0

Se VL< Vref l < Vref


Deve-se activar a contagem

{A=1
B=1 }{ D=0 }
C=1

O circuito combinacional que garante a activação e desactivação do contador


segundo esta sequência de estado é o que mostra-se.

Figura 3.15: Circuito combinacional do contador.


Fonte: Próprio autor.

58
Tabela A.1: Tabela de verdade do circuito combinacional do contador.
Fonte: Próprio autor, modelado no EWB.

3.5.3. Derivação para comutação dos capacitores


A diferença só esta no modo de ligar os comparadores já que a contagem
ascendente se deve iniciar quando a tensão de linha for menor que Vref l.

Figura 3.17: Dois comparadores que definem o sentido da contagem.


Fonte: Próprio autor.

Condições e resultados esperados:

Se VL< Vref l < Vref l


Deve-se iniciar a contagem progressiva (ascendente) quando os canais não estão
ligado (activar o contador).

{A=0
B=0 } {D=0 }
C=0

59
Se Vref l <VL<Vref Deve-se parar a contagem (desactivar o contador)

{A=0
B=1 } {D=x }
C=x

Se VL> Vref > Vref l


Deve-se parar a contagem

{A=1
B=1 }{ D=x }
C=0

Se VL > Vref l > Vref


Deve-se activar a contagem

{A=1
B=1 D=0 }
}{ C=1

Como a tabela da verdade é a mesma então utiliza-se o mesmo circuito


combinacional e a mesma rede de comutação.

3.5.4. Simulação da derivação para comutar inductores


Sempre que a tensão de linha for maior que 5V deve comutar-se sequencialmente
os canais que ligam as inductância, se no processo da comutação a tensão da linha
diminui a 4V para-se o processo da comutação, se não, continua a ligar inductores,
se depois de ter ligado um ou vários canais a tensão de linha diminui em 2V deve
desligar-se sequencialmente os canais até que seja igual a 4V, se não, continua a
desligar-se inductores.

Figura 3.18: Entrada e saida da comutação de inductores


Fonte: Próprio autor.
60
As tensões de linha selecionam-se com os interruptores A e B e a sequência da
comutação observa-se pelos estados dos comutadores e os indicadores de cada
canal.

3.5.5. Simulação da derivação para comutar capacitores


Sempre que a tensão de linha for menor que 5V deve comutar-se sequencialmente
os canais que ligam os capacitores, se no processo de comutação a tensão de linha
aumenta a 4V para-se o processo de comutação, se não continua a ligar
capacitores, se depois de ter ligado um ou vários canais a tensão de linha aumenta
com 6V deve desligar-se sequencialmente os canais até que seja igual a 4V, se não
continua a desligar capacitores.

Figura 3.19: Entrada e saida da comutação de capacitores.


Fonte: Próprio autor.

61
3.6. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO
FRENTE A VARIAÇÕES DE CARGA

3.6.1. Dimensionamento (projecto).

Considere uma linha de transmissão com parametros R L=1,5Ω; XL=20 Ω; V1=15 Ω;


V2=13,8 KV para carga nominal segundo mostra-se num esquema.

Figura 3.20: Linha de transmissão com variações de carga.


Fonte: Próprio autor.
Onde:
XL: Reactância indutiva
f: Frequência
L: Inductância
XLC: Reactância indutiva- capacitiva
ZL-Impedância da linha
XLCN: Reactância indutiva-capacitiva nominal
X L=πfL
62
XL 20
L= = =53 mH
2 πf 6,28(60)
Se as cargas possuem uma inductância L=1H então
X LC=2 πf =6,28 ( 60 ) ×1=376,8 Ω

 Quando ligar-se a carga 1.


X LC
V 2= ×V1
X LC +Z L

Z L= √ R L2 + x L2=√(1,5)2 +( 20)2 ¿ 20 Ω
376,8
V 2= × 15 KV =14,24 KV
376,8+20
 Quando ligar-se as cargas 1 e 2.
X LC / 2 188,4
V 2= × V 1= × 15 KV =13,56 KV
X LC / 2+Z L 188,4+20

Logo os valores de inductância não podem ser de 1H, para seu calculo se tem:
X LCN X LCN
V 2= × V 1 ; 13,8= ×15
X LCN + Z L X LCN + Z L
13,8( X LCN + Z L )= X LCN ×15
13,8 ×Z L =X LCN (15−13,8)
13,8× Z L 13,8×(20)
X LCN = = =230
15−13,8 1,3
A reactância nominal do conjunto paralelo é 230 Ω então o valor da reactância para
uma carga será 230 ×3=690 Ω
690
L= =1,83 H
6,28 ×(60)

 Quando liga-se a carga 1


690
V 2= × 15 KV =14,57 KV
690+20
-Quando liga-se as carga 1 e 2
345
V 2= × 15 KV =14,17 KV
345+20
-Quando liga-se as carga 1, 2 e 3
63
230
V 2= × 15 KV =13,8 KV
230+20

Pode-se dizer quando estão ligadas as três cargas obtém-se a voltagem nominal, se
uma desliga-se as outras duas experimentam uma variação de 0,37 KV acima do
valor nominal, se duas cargas desligam-se uma experimenta uma variação de 0,77
KV acima do valor nominal.
Estes resultados podem comprovar-se ao ligar um voltímetro ao nó V 2.

64
3.7. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO COM
CONTROLO DE INDUCTÂNCIA.

65
O controle da tensão com inductância só permite a regulação quando no sistema
verificam-se tensões altas, devido a interrupções de cargas de alta potência, de
modo que ao ligar inductância diminuímos a tensão no nó do sistema.

O projecto do regulador de tensão contra alta tensão possui ramos ou canais de


inductância aos quais irão ligar-se sempre em paralelo quando a tensão do nó for
maior que a tensão nominal, quando a tensão do nó for ligeiramente menor que a
nominal, o controle deve garantir que não se ligue a inductância, por outro lado
quando a tensão do nó for muito menor que a nominal, o controle deve desligar a
inductância, isto significa que quando todos os canais de inductância estão ligados é
gerado um grande aumento da tensão e quando todos estão desligados se verifica
uma grande diminuição da tensão. Para garantir essa sequência de operação o
controle utiliza comparadores (compara-se a tensão do nó com a tensão nominal e
com uma tensão menor que a nominal que representa um valor permissível ou limite
inferior de controle) contadores de pulso e conversor digital-analógico cuja função é
aumentar ou diminuir a ligação de inductores ( semelhante a abrir ou fechar uma
válvula).

Rede resistiva para a seleção dos canais de comutação das inductâncias e um


circuito lógico cuja função é selecionar o modo de trabalho do controlador á partir
dos estados dos comparadores de entrada e dos estados do primeiro e último canal
de comutação dos inductores ( o contador opera do seguinte modo, conta de modo
ascendente quando V L >V ref ; e para a contagem quando V 'ref <V L <V ref , conta
de modo descendente quando V L <V 'ref ), isto resulta na seguinte tabela de
verdade.

Tabela A.1: Tabela de verdade do circuito lógico do controle de tensão com


inductores e capacitores.

Fonte: próprio autor

66
Figura 3.21: circuito lógico do controle de tensão com inductâncias

Fonte: próprio autor

Exemplo 3. 1: V ref =5 V ; V 'ref =3 V

Se V L =6 V , a contagem é ascendente, deste modo iram-se ligar os inductores;

Se V L =4 V , a contagem deve parar;

Se V L =2 V , a contagem é descendente e iram-se desligar as inductâncias.

Só é possivel controlar a tensão quando aumenta ao desligar as cargas

67
3.8. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO COM
CONTROLO DE CAPACITORES.

68
O controle da tensão com capacitores só permite a regulação quando no sistema
verificar-se tensões baixas devido a ligações de carga de alta potência, significa que
ao ligar capacitores aumenta a tensão no nó do sistema.

O projecto do regulador de tensão contra baixa tensão possui ramos ou canais de


capacitores os quais irão ligar-se em paralelo sempre que a tensão da linha for
menor que a tensão nominal, quando a tensão do nó for ligeiramente menor que a
nominal o controle deve parar a ligação de capacitores e quando a tensão do nó é
muito menor que a nominal o controle deve desligar capacitores, isto significa que
quando todos os canais estão ligados é gerada uma grande diminuição da tensão e
quando todos estão desligados é gerado um grande aumento da tensão. Para
garantir essa sequência de operação o controlo utiliza comparadores (compara-se a
tensão do nó com a tensão nominal e com uma tensão maior que a nominal que
representa o limite superior do controlo) assim o contador irá operar do seguinte
modo, a contagem será ascendente
'
quando V L <V ref ; e para a contagem quando V ref <V L <V ref , irá contar de modo
'
descendente quando V L >V ref ), isto resulta na tabela de verdade mostrada
anteriormente.

Exemplo 3.2: V ref =5 V ; V 'ref =7 V

Se V L =4 V , a contagem é ascendente, deste modo iram-se ligar os capacitores;

Se V L =6 V , a contagem deve parar;

Se V L =8 V , a contagem é descendente e iram-se desligar os capacitores.

Só é possivel controlar a tensão quando diminui ao ligar as cargas adicionais.

Nota: Ao utilizar ambos os controladores num nó do sistema pode-se controlar as


variações da tensão devido a interrupções e ligações de cargas de alta potência.

69
3.9. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO COM
CONTROLO INDUCTORES E CAPACITORES

70
CAPÍTULO 4- CONCLUSÃO

Neste trabalho foi apresentada uma análise da estabilidade de tensão, sob


condições de pequenas perturbações, de um sistema isolado, constituído por cargas
que são alimentada por um gerador através de uma linha de transmissão.

O controlo da tensão é um parâmetro importante se havemos de fornecer energia


com qualidade aos consumidores, e como vimos um rede eléctrica está susceptível
a variações de carga, que ocasionam a variações de tensão, de modo que para
controlar ou regular tais variações , utilizamos dispositivos compensadores
designados aqui como reguladores de tensão, verificou-se que quando cargas de
alta potência são desligadas do sistema, originam um aumento significativo de
tensão de modo que temos estabilizar tal tensão para isso comutamos inductores
compensadores designado no nosso caso o inductores, e quando entram em
operação cargas que demandam de alta potência comutamos capacitores, tal
operação é realizada automaticamente quando se verificarem certas condições
previamente introduzidas, de modo que usamos componentes discretos, para
realizar tal operação com a precisão exata como o contador síncrono binário
up/down 74191 e o sinal de clock externo. Fizemos uso do programa Electronicks
Workbens amplamente usado em nossas aulas de controlo de sistemas elétricos de
potência.

Recomendações para trabalhos futuros


Neste trabalho fez-se o recurso da ferramenta computacional Electronics Workbench
EWB, e verificou-se a limitação do mesmo em simultaneamente operar ou comutar a
rede de comutação com inductores e capacitores, de modo que para trabalhos
futuros poderá integralmente ser usado outro simulador como o Multissim.

71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] REGULADOR DE TENSÃO E GERAÇÃO DISTRIBUIDA EM UMA


IMPLEMENTAÇÃO DE FLUXO DE POTENCIAS A TRÊS E QUATRO FIOS.
Goiania: Issn, 2012. (Último acesso 12 de Outubro 2018).
[2] FELBER, Luis Antonio. REGULAÇÃO DE TENSÃO EM SUBESTAÇÕES DE
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. 2010. 123 f. Dissertação (Mestrado) -
Curso de Engenharia Elétrica, Unifei, Itajubá - Mg, 2010. (Último acesso 18 de
Outubro 2018)
[3] BAPTISTA, Raphael Santos. Análise de Falhas de um Regulador de Tensão
com Comutador Eletrônico de TAPS. 2010. 83 f. TCC (Graduação) - Curso de
Engenharia Elétrica, Engenharia Elétrica, Universidade do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2010. (Último acesso 22de Outubro 2018)
[4] REIS, Mauro Sandro dos. Implementação de um Regulador de Tensão com
Comutador Eletrônico de Tap. 2013. 174 f. Tese (Doutorado) - Curso de
Engenharia Elétrica, Ufrj, Rio de Janeiro, 2013. (Último acesso 1 de Outubro 2018)
[5] MACHADO, Gabriel Vellozo; MACEDO, Neiva de; GUEDES, Robson Silva.
CONTROLE DE REATIVOS PARA O CONTROLE DA TENSÃO NO GERADOR DE
INDUÇÃO AUTO-EXCITADO. 2015. 156 f. TCC (Graduação) - Curso de Tecnologia
em Automação Industrial, Departamento Acadêmico de Eletrotécnica – Daelt,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Utfpr, Curitiba - Paraná, 2015.
(Último acesso 1 de Outubro 2018)
[6] BOT, Geek. 74LS191 Contador binário. Disponível em:
<http://www.geekbotelectronics.com/producto/74ls191-contador-binario-sincronico-
arribaabajo/>. (Último acesso 8 de Outubro 2018).
[6] FILIPEFLOP (Florianópolis). Conversor Digital Analógico. Disponível em:
<https://www.filipeflop.com/produto/conversor-digital-analogico-dac-mcp4725-i2c/>.
(Último acesso 5 de Outubro 2018).
[7] SOUZA, Vanderson Carvalho de. Controle local de potência reativa em
geradores fotovoltaicos para a melhoria da regulação de tensão em redes de
distribuição. 2017. 95 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Elétrica,
Instituto de Tecnologia, Universidade Federal do Pará, Belém, 2017.

[8] REGULAÇÃO DE TENSÃO EM SISTEMAS NA DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA


ELÉTRICA. São Paulo: Saber Ltda, n. 40, 29 nov. 2011. Mecatrônica Atual.
Disponível em: <http://www.mecatronicaatual.com.br/educacao/1191-regulao-de-
tenso-em-sistemas-na-distribuio-de-energia-eltrica>.(Último acesso 29 de
Setembro 2018).
[8] APONTAMENTOS DA DISCIPLINA DE CONTROLO REGULAÇÃO E
COMANDO
72
RESUMO.............................................................................................................................................................................. IV

ABSTRACT........................................................................................................................................................................... V

CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 6

1.1. OBJECTIVOS...........................................................................................................................................................................7
1.2. JUSTIFICAÇÃO...................................................................................................................................................................... 8

CAPÍTULO 2- MARCO TÉORICO........................................................................................................................................ 9


2.1- NECESSIDADE DE UTILIZAÇÃO DE REGULADORES DE TENSÃO NA REDE DE
TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO..............................................................................................................................................9
2.2.METODOS PARA COMPENSAÇÃO DE POTÊNCIA REACTIVA....................................................................................11
2.3.COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E SEU EFEITO SOBRE A TENSÃO DO SISTEMA................................................23
CAPITULO 3- PROJECÇÃO E SIMULAÇÃO DE UM REGULADOR DE TENSÃO POR
COMUTAÇÃO DE INDUTÂNCIA E CAPACITOR............................................................................................................. 36

3.1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................................... 36
3.2. CONTADOR BINÁRIO..........................................................................................................................................................36
3.3. CONVERSOR DE DIGITAL PARA ANALÓGICO EM ESCADA R-2R............................................................................40
3.4. ESPECIFICAÇÃO DO PROJECTO....................................................................................................................................43
3.5. CONTROLO DA TENSÃO DA LINHA POR COMUTAÇÃO DE INDUCTORES E CAPACITORES
......................................................................................................................................................................................................... 48
3.6. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO FRENTE A
VARIAÇÕES DE CARGA.............................................................................................................................................................56
3.7. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO COM CONTROLO DE
INDUCTÂNCIA.............................................................................................................................................................................. 58
3.8. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO COM CONTROLO DE
CAPACITORES............................................................................................................................................................................. 61
3.9. SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA DE TRANSMISSÃO COM CONTROLO
INDUCTORES E CAPACITORES...............................................................................................................................................63

CAPÍTULO 4- CONCLUSÃO.............................................................................................................................................. 64

RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.............................................................................................................................64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................................................. 65

73

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