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Resumo - Este artigo apresenta uma abordagem para controle de um Levitador Magnético (MagLev) utilizando controle analógico.
Este MagLev foi construído com o intuito de testar sistemas de controle para um experimento de fusão nuclear, neste caso, sistemas de
controle clássicos analógicos (Proporcionais-Derivativos (PD), Proporcionais-Integrais (PI) e Proporcionais-Integrais-Derivativos
(PID)) e neurais (Redes Neurais Artificiais Lineares e Não-Lineares), por ser de fácil modelagem, construção e experimentação. Neste
artigo o controlador utilizado é analógico (Avanço de Fase), implementado em um circuito eletrônico simples, ideal para construções
didáticas em disciplinas de controle em cursos de graduação.
Palavras-chave - MagLev, Levitação Magnética, Controle Analógico
†
Pesquisa realizada com suporte financeiro da FAPESP Observa-se atualmente que os trens que utilizam levitação
‡
= mg − f ( x , i )
d 2x
m [02]
dt 2
V = Ri + L
di
[03]
dt
onde:
f é a força eletromagnética;
i é a corrente na bobina;
x é a distância entre o eletroímã e o objeto;
V é a tensão no solenóide do eletroímã;
R é a resistência do solenóide do eletroímã;
L é a indutância do solenóide do eletroímã;
m é a massa do objeto; Figura 2. Ilustração da estrutura de suporte e
g é a aceleração da gravidade. circutito magnético do MagLev
Destas três possibilidades, foram adotadas duas 3.2 Estrutura Mecânica e Circuito Magnético
para serem implementadas ao projeto deste MagLev.
A única hipótese não adotada foi de aumentar o O esqueleto do MagLev é constituído de ferro,
valor da corrente elétrica do eletroímã, uma vez que formado basicamente por uma barra cilíndrica, dois
não seria vantajoso para o projeto, pois fatalmente perfis retangulares e um tarugo cilíndrico, conforme
aumentaria muito seu peso e suas dimensões pode ser visto na Fig.3.
(Carmichael, et al. 1986), (Wong, 1986) e (Upton, et
al. 1981).
Após várias tentativas foi escolhida a melhor
forma de implementar uma concatenação de fluxo
magnético. Para tanto foi projetado um esqueleto de
ferro que possibilitou formar um circuito magnético,
e desta forma, concatenar as linhas de campo
magnético principalmente na área de levitação (gap
magnético), que fica localizada entre a cabeça do
eletroímã e a base cilíndrica, chamada de
concatenador (Barbosa, 2003).
Os primeiros testes realizados com o esqueleto de
ferro mostraram que a eficiência do sistema
aumentava, mas como sua utilização neste projeto
pressupunha o uso de um núcleo de ferro para o
eletroímã, esta hipótese teve de ser abandonada. Isto
porquê os vários testes realizados antes da versão
final do eletroímã mostraram que um núcleo de ferro Figura 3. Estrutura de sustentação do MagLev
introduzia uma inércia magnética que tornava o
eletroímã altamente instável e com uma margem de 3.3 Esferas Metálicas Ocas
controle muito restrita.
Entretanto a idéia de utilizar um circuito Para obter uma distância de atuação de até 20 mm
magnético não é descartável, pois a experiência foram adotas esferas metálicas ocas, as quais
obtida nos testes, mostra que uma possível possuem peso bem inferior aos das esferas maciças.
substituição do ferro por ferrite na estrutura, Para tanto, foi necessário construir as esferas a
provavelmente tornaria a eficiência do eletroímã serem utilizadas pelo MagLev.
atual muito maior. Porém como não foi construída As esferas utilizadas nos testes experimentais
uma nova estrutura de ferrite, a estrutura de ferro foi possuem diâmetro de 15 mm e foram construídas a
utilizada apenas como suporte mecânico, e não mais partir de duas calotas esféricas conformadas a partir
como um circuito magnético. de uma chapa de ferro, obtidas de latas comuns, com
Durante a fase de testes foram construídos 3 0,25 mm de espessura. Para conformar a chapa de
eletroímãs, sendo que o primeiro pesava ferro com o diâmetro necessário, foi construído um
aproximadamente 1 kg e podia operar com corrente dispositivo que permitiu formar as calotas esféricas,
elétrica de até 4 A. Os outros dois mais leves conforme pode ser observado na Fig.4.
pesavam ~400 g (2 A) e ~265 g (1 A), sendo este
último o eletroímã utilizado nos testes experimentais
apresentados neste artigo.
Foi projetado também para este levitador
magnético um sistema de perturbação mecânica
oscilatória obtida através do efeito massa-mola, o
qual é posto em funcionamento ao destravar o
eletroímã do esqueleto do MagLev. Este então
comprime a mola, devido ao seu peso, e faz com que
parte desta compressão seja devolvida pela mola
(ação e reação) que realiza então um movimento no
eixo vertical, similar ao de uma senóide amortecida.
Finalmente, a outra medida adotada, com o intuito
de aumentar a distância de atuação do eletroímã, foi
abandonar as esferas maciças de metal (~5,5 g) e
partir para a construção de esferas feitas de calotas
metálicas, uma vez que sua massa fica muito Figura 4. Fotografia do dispositivo utilizado para
reduzida (~1 g) facilitando sua levitação. fabricar as cascas metálicas esféricas
3.4 Eletroímã 4 Controlador Analógico
O eletroímã final, mais leve e mais eficiente, foi Para projetar um sistema de controle analógico
construido utilizando-se um carretel de PVC com um convencional é necessário prever o comportamento
furo central para a passagem de um núcleo de ferrite dinâmico do sistema, para modelar os efeitos físicos
com ~10 mm de diâmetro.. envolvidos. A característica mais importante do
A bobina foi construída enrolando-se ~110 m de comportamento dinâmico de um sistema de controle
fio de cobre esmaltado com diâmetro de ~0,57 mm é a estabilidade absoluta, que diz se o sistema é
(24 AWG), formando 12 camadas de ~160 voltas estável ou instável (Kuo, 1985), (Shahian, et al.
cada, totalizando ~1800 espiras. Na Tab.1 são 1993) e (Leonard, et al. 1995).
apresentados os parâmetros do MagLev. Como este sistema é não-linear, as equações
Tabela 1. Parâmetros do MagLev dinâmicas do sistema, foram linearizadas através da
expansão em séries de Taylor, e também, foi
PARÂMETROS VALORES aplicada a transformada de Laplace (Wong, 1986),
R ~9,16 Ω para obter a equação característica e a função de
L ~122,5 mH transferência do sistema (equação 04 e 05). Isto
Fio 24 AWG permitiu verificar a estabilidade do MagLev através
Espiras ~1800
do método conhecido como Lugar Geométrico das
L/R ~13,5 ms
Ferrite 100 mm x 10 mm Raízes (LGR).
G( s) = 1 +
Gc (s)kx0 B [04]
x0 LmS 3 + x0 RmS 2 − ki0 LS − ki0 R
Solenóide 80 mm x 25 mm
Distância X0 ~0,005 m – 0,020 m
Corrente i0 ~0,3 – 1 A
~22 Ω
G(s) = 1 +
Raj
Gc ( s ) kB [05]
ki0
mL
. s + R
Peso da esfera m 0,001 kg
s + . s −
C (constante de força) 2.10-6 N.m2/A2 ki0
k (constante) 400.10-6 N/A
mx0 mx0 L
Figura 9. LGR do controlador real do MagLev Figura 11. Corrente elétrica no eletroímã (~6,5 mm)
Agradecimentos
Referências