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AFA

2024

AULA 08
Magnetismo II

Prof. Toni Burgatto


Prof. Toni Burgatto

Sumário
Introdução 3

1. Força magnética sobre um condutor com corrente 4

1.1. O módulo da força magnética sobre um condutor 5

1.2. Direção da força magnética 6

1.3. Força magnética entre dois condutores paralelos 11

1.4. Espira com corrente em um campo magnético homogêneo 15

1.5. Motor elétrico de corrente continua 17

2. Indução eletromagnética 24

2.1. Os experimentos de Faraday 24

2.2. Condutor em movimento na presença de um campo magnético 26

2.3. Fluxo magnético 28

2.4. Lei de Faraday da indução eletromagnética 36

2.5. Lei de Lenz 42

3. Corrente alternada e Transformadores 56

3.1. Valor eficaz da corrente alternada (𝒊𝒆𝒇) e da tensão eficaz (𝑽𝒆𝒇) 60

3.2. Autoindutância 61

3.3. Transformadores 66

4. Lista de questões nível 1 74

5. Gabarito sem comentários nível 1 81

6. Lista de questões nível 1 comentada 81

7. Lista de questões nível 2 93

8. Gabarito sem comentários nível 2 106

9. Lista de questões nível 2 comentada 107

10. Lista de questões nível 3 136

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11. Gabarito sem comentários nível 3 144

12. Lista de questões nível 3 comentada 145

13. Referências bibliográficas 167

14. Considerações finais 167

Introdução
Nesta aula vamos finalizar os estudos sobre o Magnetismo. Daremos continuação a interação
magnética sobre a carga elétrica, estudando a força magnética sobre um condutor com corrente.

Além disso, estudaremos o fenômeno da indução eletromagnética. Fique ligado neste capítulo,
pois ele traz muitos conceitos importantes, principalmente quando estudamos a lei de Lenz.

Finalizaremos nossa aula com uma noção básica de corrente alternada e os princípios básicos de
um transformador.

Conte comigo nessa jornada. Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões entre em contato pelo
fórum de dúvidas do Estratégia ou se preferir:

@proftoniburgatto

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1. Força magnética sobre um condutor com corrente


Vimos na aula anterior a força magnética sobre uma carga eletrizada em movimento. Agora, vamos
estudar a força magnética sobre um condutor com corrente.

Vamos utilizar o circuito da figura abaixo para ilustrar o surgimento da força magnética no
condutor com corrente.

Figura 1: Condutor imerso em um campo magnético experimentando uma força ao se fechar a chave do circuito.

Quando a chave do circuito da figura logo acima está aberta, não há passagem de corrente por
𝐴𝐹. Então, verifica-se que nenhum efeito sobre o fio. Ao fechar a chave começa a passar corrente por 𝐴𝐹
e o trecho do condutor 𝐴𝐹, que está inserido em uma região onde existe um campo magnético saindo do
plano da página, verifica-se que o fio 𝐴𝐵 experimenta uma força, curva o fio para a esquerda. Se a chave
for aberta novamente, vemos que o circuito retorna à situação inicial.

Vale lembrar que a corrente elétrica no interior do condutor nada mais é que o fluxo de elétrons
no sentido contrário ao da corrente.

Figura 2: Movimento dos elétrons livres em um fio condutor.

Quando os elétrons se movimentam em uma região onde existe um campo magnético, sabemos
⃗⃗.
que pode haver uma força magnética sobre a carga, de acordo com a orientação dos vetores 𝑣⃗ e 𝐵

Assim, no caso da figura 1, sabemos que há uma força magnética (𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 ) cuja direção é dada pela
regra da mão direita espalmada (RMDE), que aponta para a esquerda e força os elétrons a exercerem
pressão interiormente ao condutor para a esquerda. Por isso, o fio condutor na figura 2 tem uma leve
flexão para a esquerda.

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Visto que a força que os elétrons experimentam é de natureza magnética e como o conjunto dos
elétrons sofrem ação dessa força, desviando o condutor para a esquerda, dizemos que a ação da força
sobre o condutor é de natureza magnética.

1.1. O módulo da força magnética sobre um condutor

Podemos deduzir a expressão da força magnética sobre um condutor com corrente a partir da
força magnética sobre cada partícula, mas vamos revisar alguns detalhes sobre alguns fatos da força
magnética. Para isso, vamos utilizar o seguinte experimento:

Figura 3: Experimento para estudarmos a natureza da força magnética.

Se a chave 𝑆 está aberta, não passa corrente pelo segmento condutor e os cabos se mantém na
direção vertical.

Ao fechar a chave 𝑆, passa uma corrente pelo segmento condutor e os cabos sofrem um leve
desvio com relação a vertical.

Quando a corrente elétrica circula pelo segmento condutor, ao seu redor surge um campo
magnético e este campo interage com o campo magnético do ímã resultando em uma força magnética
(𝐹𝑚𝑎𝑔 ) sobre o condutor.

Experimentalmente, Ampere verificou que a força magnética 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 sobre um condutor depende
de:

 Da intensidade da corrente elétrica no condutor:

𝐹𝑚𝑎𝑔 ∝ 𝐼

 ⃗⃗ do campo magnético externo:


O modulo da indução magnética 𝐵

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𝐹𝑚𝑎𝑔 ∝ 𝐵

 Do comprimento 𝐿 do condutor:

𝐹𝑚𝑎𝑔 ∝ 𝐿

 ⃗⃗ com o condutor:
Do ângulo 𝜃 formado pelo vetor 𝐵

𝐹𝑚𝑎𝑔 ∝ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)

De acordo com os termos dos quais a força magnética é dependente, temos:

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) (𝑒𝑞. 1)

Em que:

 𝐵: em tesla (𝑇).

 𝐼: em ampere (𝐴).

 𝐿: em metros (𝑚).

 𝐹𝑚𝑎𝑔 : em newton (𝑁).

⃗⃗ é o mesmo em módulo e em
A equação 1 é válida no caso de o condutor estar em pontos onde 𝐵
direção. Assim, é conveniente que este campo seja homogêneo e, por outro lado, se deve ter em mente
que 𝜃 é a medida do ângulo entre o condutor e a direção do campo.

Figura 4: Disposição entre o condutor e as linhas de indução magnética.

Note que segundo a expressão da força, se as linhas de indução magnética tiverem a mesma
orientação do condutor, o fio não sofrerá ação de uma força magnética.

Figura 5: Fio orientado na direção das linhas de indução não experimentam força magnética.

1.2. Direção da força magnética

Para determinar a direção da força magnética sobre um condutor com corrente, também
aplicamos a regra da mão direita espalmada (RMDE). Agora, os quatro dedos (exceto o polegar)

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determinam a direção do vetor indução magnética. O polegar indica o sentido da corrente e a força é
dada pelo tapa da mão.

Figura 6: Aplicação da RME para um condutor.

De acordo com os experimentos, 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 é perpendicular ao condutor e à direção do campo


magnético 𝐵⃗⃗. Assim, podemos inferir que a força magnética é perpendicular ao plano formado pelo
condutor e a indução magnética.

Figura 7: A força magnética é perpendicular ao plano formado pelo condutor e pelas linhas de indução.

1.
Um condutor homogêneo de 1 𝑘𝑔 está em posição horizontal e é sustentado por fios isolantes. Determine
o módulo da tração em cada fio. Considere 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .

Comentários:
Devido ao equilíbrio, podemos aplicar a força magnética no ponto médio do condutor. Assim,
aplicando a RMDE e fazendo o diagrama de forças no condutor, temos:

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Devido à simetria, os módulos das trações em cada fio são iguais. Fazendo o equilíbrio translacional
do condutor, temos:
∑ 𝐹𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑖𝑠 = 0 ⇒ 2𝑇 − 𝐹𝑔 − 𝐹𝑚𝑎𝑔 = 0 ⇒ 2𝑇 = 1 ⋅ 10 + 2 ⋅ 2 ⋅ 0,4 ⇒ 𝑇 = 5,8 𝑁

Observação:
Se um condutor reto (onde circula a corrente) está em um campo magnético homogêneo e
experimenta uma força magnética 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 , esta pode ser representada no ponto médio o condutor. Tal
consequência vem do fato de cada elemento (pequena porção) que se tome do condutor experimenta
uma mesma força magnética. Assim, a força magnética se distribui de maneira uniforme sobre o condutor:

2.
Considere um condutor com uma de suas extremidades em uma articulação isolante. Se o campo
magnético é homogêneo, determine o módulo da tração horizontal do fio.

Comentários:

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De acordo com a RMDE, a força magnética no condutor é orientada na horizontal e para direita.
Assim, as forças atuando no condutor, temos:

Aplicando a condição de equilíbrio rotacional em relação ao ponto A, temos:


⃗⃗⃗𝐴 = ⃗0⃗
∑𝑀
𝑏
𝑇 ⋅ 𝑏 − 𝐹𝑚𝑎𝑔 ⋅ =0
2
𝐹𝑚𝑎𝑔
⇒𝑇=
2
𝐵 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝑙 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(90°)
⇒𝑇=
2
5 ⋅ 2 ⋅ 0,4 ⋅ 1
𝑇=
2
⇒ 𝑇 = 2𝑁

Observação:

Se um condutor dobrado ou curvo, percorrido por corrente, está em um campo magnético


homogêneo, ele experimentará uma força magnética cujo módulo depende apenas do comprimento
entre os extremos do conduto, isto é:

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐵 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝐿𝐴𝐹 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)

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Em que 𝐿𝐴𝐹 é comprimento entre os extremos 𝐴 e 𝐹. Com isso, podemos pensar em um condutor
equivalente que conectar diretamente 𝐴 e 𝐹. Para exemplificar esta propriedade, vamos resolver um
problema.

3.
Considere um condutor como mostrado na figura abaixo. Se por ele passa uma corrente de 4 𝐴, determine
o módulo da força magnética que experimenta o trecho 𝐴𝐹𝐶, sabendo que 𝐴𝐶 = 50 𝑐𝑚.

Comentários:
Como o condutor mostrado está colocado perpendicularmente ao campo magnético (𝜃 = 90°), o
módulo da força magnética no condutor pode ser calculado pela distância entre 𝐴 e 𝐶:

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐵 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝐿𝐴𝐶 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)



1

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 2 ⋅ 4 ⋅ 0,5 ⋅ 1
⇒ 𝐹𝑚𝑎𝑔 = 4 𝑁

Outra consequência muito importante desta propriedade ocorre quando aproximamos 𝐴 e 𝐶. Se


tomarmos 𝐴 e 𝐶 muito próximos, mantendo as demais condições do problema, então a distância 𝐿𝐴𝐶 →
0. Consequentemente, a força magnética experimentada pelo condutor 𝐴𝐹𝐶 tenderá a zero, e o condutor
𝐴𝐹𝐶 se tornará uma espira. Então, podemos dizer que:

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A Força magnética 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 sobre uma espira com corrente em um campo magnético homogêneo
é nula.

Se o campo é não homogêneo, então a força magnética sobre a espira não será nula.

1.3. Força magnética entre dois condutores paralelos

Continuando os estudos de fios percorridos por correntes, vamos tomar dois condutores paralelos
e passar correntes por eles em duas situações diferentes. Primeiramente, quando não passa corrente
pelos condutores, não há nenhum efeito visto sobre os condutores.

Figura 8: Condutores sem correntes.

1) Correntes em mesmo sentido: neste caso, os condutores se atraem mutuamente e


podemos ver a flexão dos condutores.

Figura 9: Fios próximos percorridos por correntes em sentidos iguais.

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Note que este efeito é puramente magnético, já que a atração não pode ser devido a atração
gravitacional, já que ela é muito pequena e não pode ser elétrica, pois os corpos não estão
eletrizados.

2) Correntes em sentidos opostos: quando invertemos a polaridade de uma das pilhas, se


inverte o sentido de uma das correntes e se observa entre os condutores que:

Figura 10: Fios próximos percorridos por correntes em sentidos opostos.

Os condutores se repelem mutuamente, como mostrado pela flexão dos condutores.

Podemos explicar este fenômeno utilizando os conceitos de campos gerados pelos fios com
corrente e a regra da mão esquerda para determinar os sentidos das forças.

Para isso, note que ao passar uma corrente pelo fio 1, ele gera um campo magnético ao seu redor,
determinado pela regra da mão direita, como vimos anteriormente. O mesmo ocorre para o fio 2. Assim,
cada fio percorrido por corrente, gera um campo no outro. Observe a figura abaixo:

Figura 11: Aplicação da RMD para determinar as direções dos campos e, em seguida, uso da RME para determinar a força magnética em
cada fio.

Olhando o condutor no espaço, temos as seguintes configurações dos vetores:

Figura 12: Representação das forças para as duas situações de correntes.

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Além de saber a orientação das forças magnéticas, também devemos saber o seu módulo por
unidade de comprimento do condutor. Utilizando o caso de correntes em sentidos opostos, para uma
porção do condutor de tamanho 𝐿, temos:

Figura 13: Detalhamento do campo e da força para o caso das correntes em sentidos opostos.

Nos pontos do trecho 𝐿, o campo gerado por 1 tem o mesmo módulo e, assim, a intensidade da
força magnética 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔

é dada por:


𝐹𝑚𝑎𝑔
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐵1 ⋅ 𝐼2 ⋅ 𝐿 ⇒ = 𝐵1 ⋅ 𝐼2
𝐿
Mas:

𝜇0 ⋅ 𝐼1
𝐵1 =
2𝜋 ⋅ 𝑑
Então:


𝐹𝑚𝑎𝑔 𝜇0 ⋅ 𝐼1 ⋅ 𝐼2
=
𝐿 2𝜋 ⋅ 𝑑

Em que:

 𝐼1 e 𝐼2 : em ampere (𝐴).

 𝑑: em metros (𝑚).

 ′
𝐹𝑚𝑎𝑔 /𝐿: em newton/metro (𝑁/𝑚).

Observação: entre os condutores paralelos com corrente, a atração e a repulsão se subordinam a


terceira lei de Newton. Entretanto, as forças que determinamos a fórmula não constituem um par ação-
reação, pois não estávamos pegando os condutores por inteiro.

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Por exemplo, 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 representa a força de todo condutor (2) sobre um comprimento 𝐿 do condutor
(1). A reação de 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 seria a força aplicada pelo comprimento 𝐿 do condutor (1) sobre o condutor (2).
Entretanto, 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔

representa a força de todo condutor (1) sobre um comprimento 𝐿 do condutor (2). Por
fim, a reação de 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔

seria a força aplicada pelo comprimento 𝐿 do condutor (2) sobre todo condutor (1).

1.3.1. Definição de ampere no SI


Durante uma conferência de pesos e medida, em 1960, adotou-se como quarta magnitude
fundamental a intensidade de corrente (𝐼) cuja unidade se denominou o ampere (𝐴). Um ampere (1 𝐴) é
definido como a intensidade de corrente que deve circular por dois condutores paralelos, separados por
uma distância de 1 𝑚, para que entre eles surja uma força de atração ou repulsão de 2 ⋅ 10−7 𝑁 para cada
metro de condutor.

Figura 14: Fio em U para a determinação do ampere.

A partir da definição de ampere, podemos estabelecer a unidade de quantidade de carga elétrica.


O coulomb (𝐶) é a quantidade de carga que passa por uma secção de qualquer condutor em um segundo
(1 𝑠), quando a corrente é de um ampere (1 𝐴).

4.
A figura abaixo mostra três fios condutores muito longos e percorridos por correntes. Para qual sentido
tenderá a se mover o condutor (2).

Comentários:
De acordo com o sentido das correntes em cada condutor, no fio (2) teremos as seguintes forças:

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Em que 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 é a força magnética de (1) sobre (2) e 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔



é a força magnética de (3) em (2).
Portanto:
𝐹𝑚𝑎𝑔 𝜇0 ⋅ 𝐼1 ⋅ 𝐼2
=
𝐿 2𝜋 ⋅ 𝑑
𝐹𝑚𝑎𝑔 𝜇0 ⋅ 3𝐼 2
⇒ =
𝐿 2𝜋 ⋅ 𝑑
𝐹𝑚𝑎𝑔 𝜇0 ⋅ 𝐼 2
⇒ = 3( )
𝐿 2𝜋 ⋅ 𝑑
E:

𝐹𝑚𝑎𝑔 𝜇0 ⋅ 𝐼2 ⋅ 𝐼3
=
𝐿 2𝜋 ⋅ 3𝑑

𝐹𝑚𝑎𝑔 𝜇0 ⋅ 5𝐼 2
⇒ =
𝐿 2𝜋 ⋅ 3𝑑

𝐹𝑚𝑎𝑔 5 𝜇0 ⋅ 𝐼 2
⇒ = ( )
𝐿 3 2𝜋 ⋅ 𝑑
Logo:

𝐹𝑚𝑎𝑔 𝐹𝑚𝑎𝑔
>
𝐿 𝐿
Portanto, o condutor (2) tende a se mover para a direita.

1.4. Espira com corrente em um campo magnético homogêneo

Como já mostramos, a força magnética total sobre uma espira magnética com corrente em um
campo magnético homogêneo é nula. Este resultado quer dizer que a espira não pode transladar.

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Entretanto, quando a espira se encontra em um campo magnético homogêneo, ela poderia


rotacionar. Para isso, o plano da espira não deve estar colocado perpendicularmente à direção do campo.

Vamos relembrar as forças em uma espira:

Figura 15: Forças em uma espira percorrida por corrente.

Como vemos, a espira deve estar em repouso, pois as forças na espira não são capazes de fazê-la
rotacionar.

Agora, vamos demonstrar que quando o plano da espira não é perpendicular à direção do campo,
a espira experimenta um momento resultante capaz de girá-la.

Se o plano da espira é paralelo as linhas de indução magnética de um campo homogêneo, temos


a seguinte configuração:

Figura 16: Forças numa espira que gira em torno de um eixo.

Nos trechos 𝐴𝐶 e 𝑀𝐹, não há força magnética já que esses trechos são paralelos ao campo. Por
outro lado, as forças nos trechos 𝐴𝑀 e 𝐶𝐹 podem gerar rotação em relação ao eixo e a espira no sentido
indicado.

Este efeito rotatório de um campo magnético sobre uma espira com corrente é o princípio básico
dos motores elétricos, na qual há transformação de energia elétrica em energia mecânica.

⃗⃗⃗𝑟𝑒𝑠
Se chamarmos 𝐴𝐶 = 𝑀𝐹 = 𝑎 e 𝐴𝑀 = 𝐶𝐹 = 𝑏, podemos determinar o momento resultante 𝑀
em relação ao eixo considerado. Então:

(𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 2 ⋅ 𝑀𝐹𝑒𝑖𝑥𝑜


𝑚𝑎𝑔
⇒ (𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 2 ⋅ 𝐹𝑚𝑎𝑔 ⋅ 𝐴𝑂 ⇒ (𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 2 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐴𝑀 ⋅ 𝐴𝑂

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𝑎
(𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 2 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝑏 ⋅ ⇒ (𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ (𝑎 ⋅ 𝑏)
2
Note que o produto 𝑎 ⋅ 𝑏 representa a área da espira. Portanto:

(𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐴

Em que:

 𝐼 é a corrente que atravessa a espira em ampere (𝐴).

 𝐵 é o campo na região onde a espira está inserida em tesla (𝑇).

 𝐴 é a área da espira em 𝑚2 .

 (𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 é dado em 𝑁 ⋅ 𝑚.

A expressão deduzida para o momento de rotação na espira foi demonstrada para o caso de uma
espira retangular. Entretanto, a expressão tem um caráter geral, isto é, podemos usar para qualquer
espira plana, sem importar sua forma circular, quadrada, triangular etc.

Por outro lado, no caso de contar mais de uma espira, o efeito é multiplicador, isto é, uma rotação
mais rápida do conjunto de espira e a fórmula ganha um ajuste.

Figura 17: Espira girando em um campo magnético.

(𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 𝑁 ⋅ (𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐴)

Em que 𝑁 é o número de espiras.

1.5. Motor elétrico de corrente continua

De um modo geral, um motor é um dispositivo que converte energia elétrica em energia mecânica.
Um exemplo clássico de motor elétrico é aquele que consegue uma rotação contínua a partir de uma
continua energia elétrica.

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Figura 18: Representação simplificada de um motor elétrico.

Quando uma espira condutora de corrente está imersa em uma região onde existe um campo
magnético, ela irá rotacionar por ação do campo, mas dará somente meia volta e quando o campo
magnético for perpendicular ao plano da espira, o momento resultante é zero e, assim, a espira estará em
equilíbrio.

Para gerar uma rotação contínua, a corrente deve inverter de sentido a cada meia volta, de modo
que as direções das forças magnéticas se invertam. Podemos fazer isto por meio de um comutador
(interruptor) de anel dividido, arranjo de dois anéis de metal isolados um do outro, como na figura logo
acima.

Os extremos dos arames, que formam a espira, estão fixos nos pontos médios dos anéis e uma
corrente é fornecida à espira através do comutador por intermédio das escovas de contato.

Assim, com meio anel eletricamente positivo (+) e outro negativo (−), a espira e o anel giram.
Quando o conjunto dá meia volta, os anéis estarão em contato com os polos opostos. Assim, inverte-se
a polaridade da espira e a corrente flui em sentido oposto, alternando o sentido das forças magnéticas.

Na posição de equilíbrio, o momento resultante é nulo, mas a espira está em um equilíbrio instável,
já que ela tem movimento e, por inércia, ela gira até a outra meia volta e o processo é repetido em uma
operação contínua.

Figura 19: Representação das possíveis disposições da espira no interior do campo, em um motor elétrico.

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Devemos ter em mente que quando a normal ao plano da espira forma um ângulo 𝜃 com a direção
do campo, o momento resultante em relação ao eixo de rotação neste instante é expresso por:

Figura 20: Normal ao plano da espira formando um ângulo 𝜃 com a direção do campo.

(𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)

Quando 𝜃 = 90°, temos o momento resultante em relação ao eixo máximo:

(𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐴

Figura 21: Para 𝜃 = 90°, temos o momento resultante máximo.

Quando 𝜃 = 0, temos o momento resultante em relação ao eixo de módulo mínimo:

Figura 22: Para 𝜃 = 0, temos o momento resultante de menor módulo.

(𝑀𝑟𝑒𝑠 )𝑒𝑖𝑥𝑜 = 0

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5.
Uma barra condutora transporta uma corrente elétrica de intensidade igual a 10 𝐴, como na figura abaixo.
Determine a deformação que experimenta as molas idênticas se a barra permanece em repouso. A
constante elástica da mola é 𝐾 = 100 𝑁/𝑚.

Comentários:
Pela regra da mão esquerda espalmada, a força magnética neste problema terá direção horizontal
e para a esquerda. Portanto, as molas estão sendo comprimidas e como elas são iguais, podemos
considerar que ambas sofreram a mesma deformação.

A barra encontra-se no plano horizontal, então a força peso terá módulo igual a normal do plano
sobre ela, garantindo equilíbrio no plano vertical. Na horizontal, para haver equilíbrio das forças, devemos
ter que as forças elásticas devem ser iguais à força magnética na barra. Portanto:
2𝐹𝑒𝑙𝑎𝑠 = 𝐹𝑚𝑎𝑔
2 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝑥 = 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(90°)
2 ⋅ 100 ⋅ 𝑥 = 0,5 ⋅ 10 ⋅ 0,8 ⋅ 1 ⇒ 𝑥 = 0,02 𝑚 𝑜𝑢 𝑥 = 2 𝑐𝑚

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6.
Calcule o valor máximo da indução magnética se desejamos que o condutor de comprimento 𝐿 esteja na
iminência de deslizar no plano inclinado, como na figura abaixo. Dados: 𝐼 = 20 𝐴; 𝑚 = 0,5 𝑘𝑔 e 𝑔 =
10 𝑚/𝑠 2 .

Comentários:
De acordo com a condição do problema a força magnética está orientada para a esquerda e
determinada pela regra da mão esquerda espalmada. Assim, a barra tenderia a subir o plano inclinado.
Portanto, a força de atrito está orientada no sentido para baixo do plano, como na figura abaixo:

Para a condição de máxima força magnética (consequentemente, máximo campo 𝐵), temos que:

∑ 𝐹(↘) = ∑ 𝐹(↖)

𝑓𝑠 (𝑚á𝑥) + 3 = 𝐹𝑚𝑎𝑔 ⋅ cos 37°


4
𝜇𝑠 ⋅ 𝑓𝑁 + 3 = 𝐵𝑚á𝑥 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿 ⋅ ( )
5
Pela condição de equilíbrio na direção normal ao plano inclinado, temos que:

∑ 𝐹(↗) = ∑ 𝐹(↙)

𝑓𝑁 = 4 + 𝐹𝑚𝑎𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 37°


3
𝑓𝑁 = 4 + 𝐵𝑚á𝑥 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿 ⋅ ( )
5

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Substituindo 𝑓𝑁 na primeira equação, temos:


3 4
𝜇𝑠 ⋅ [4 + 𝐵𝑚á𝑥 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿 ⋅ ( )] + 3 = 𝐵𝑚á𝑥 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿 ⋅ ( )
5 5
3 4
0,5 ⋅ [4 + 𝐵𝑚á𝑥 ⋅ 20 ⋅ 0,5 ⋅ ( )] + 3 = 𝐵𝑚á𝑥 ⋅ 20 ⋅ 0,5 ⋅ ( )
5 5
𝐵𝑚á𝑥 = 1 𝑇

Observação: um problema análogo seria a obtenção do campo magnético mínimo para que a barra
não deslize para baixo. Neste caso, inverteria a tendência de deslocamento da barra, isto é, inverteria a
força de atrito estática, mas a abordagem do problema seria a mesma. Se você fizer este novo problema,
encontrará que o campo mínimo é de 𝐵𝑚í𝑛 = 0,09 𝑇.

7.
Considere um arame de 90 𝑔 em forma de 𝑈 se encontra enganchados em dois anéis. Calcule o módulo
da indução magnética uniforme para que o arame se mantenha horizontalmente. Adote 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .

Comentários:
Desejamos que o arame em forma de 𝑈 permaneça em equilíbrio estático e, para isso, devemos
desenhar as forças que atuam sobre cada lado do arame. Note que nos lados paralelos do arame em 𝑈
não temos forças magnéticas. Apenas no lado 𝑏𝑐 temos força magnética, que é determinada pela RMDE.

Observe que os lados 𝑎𝑏 e 𝑐𝑑 são paralelos as linhas de indução magnética. Para que o arame
𝑎𝑏𝑐𝑑 permaneça em repouso, devemos ter que o momento resultante em relação ao eixo deve ser nulo.
Portanto:
⃗⃗⃗𝑟𝑒𝑠 )
(∑ 𝑀 = ⃗0⃗
𝑒𝑖𝑥𝑜

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𝑚𝑔 𝐿 𝑚𝑔 𝑚𝑔 𝐿
⋅ + ⋅𝐿+ ⋅ − 𝐹𝑚𝑎𝑔 ⋅ 𝐿 = 0
⏟3 2 ⏟ 3 ⏟3 2
𝑎𝑏 𝑏𝑐 𝑐𝑑
2
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝑚𝑔
3
2
⇒ 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 90° = 𝑚𝑔
3
1
𝐵 ⋅ 3 ⋅ 0,2 ⋅ 1 = 90 ⋅ 10−3 ⋅ 10
3
⇒ 𝐵 =1𝑇

8.
Sobre um plano horizontal liso, passa uma corrente pelo circuito de intensidade 𝐼 = 10 𝐴. Se na região
onde está inserida a espira há um campo magnético de 0,2 𝑇 paralelo ao eixo 𝑥, determine o momento
necessário para manter o circuito na posição para 𝜃 = 60° e 𝜃 = 90°.

Comentários:
Como o circuito se encontra sobre o plano horizontal liso (𝑋𝑍), a força peso da espira se equilibra
com a força normal do plano e, assim, devemos analisar apenas a ação da força magnética 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 sobre o
circuito. Assim, as forças magnéticas nos trechos do circuito estão dispostas da seguinte forma:

Note que as forças 𝐹𝑚𝑎𝑔 e 𝐹𝑚𝑎𝑔3 geram momentos horários em qualquer eixo. Lembre-se que a
1
direção da força magnética é dada pela RMDE. Além disso, devemos representar a força em cada trecho
no seu respectivo centro.

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De acordo com o diagrama de forças na espira, podemos notar que as forças 𝐹𝑚𝑎𝑔 e 𝐹𝑚𝑎𝑔4 são
2
iguais em módulo, opostas e colineares, portanto, não geram momento. Note que as forças 𝐹𝑚𝑎𝑔 e 𝐹𝑚𝑎𝑔
1 3
possuem mesmo módulo, direções opostas, mas não são colineares. Então, 𝐹𝑚𝑎𝑔 e 𝐹𝑚𝑎𝑔 formam um
1 3
binário de força e o seu módulo, em relação a qualquer eixo, é dado por:
𝑀𝑏𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 = 𝐹 ⋅ 𝑑
Em que 𝑑 é o braço do binário. Neste caso:
𝑑 = 𝐿′ ⋅ cos 𝜃
{𝐹 = 𝐹
𝑚𝑎𝑔 = 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿

Substituindo valores, temos o momento do binário em função do ângulo 𝜃:


𝑀𝑏𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 = 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝐿′ ⋅ cos 𝜃
𝑀𝑏𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 = 0,2 ⋅ 10 ⋅ 0,8 ⋅ 0,6 ⋅ cos 𝜃 ⇒ 𝑀𝑏𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 = 0,96 ⋅ cos 𝜃
Para 𝜃 = 60°, temos:
1
𝑀𝑏𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 = 0,96 ⋅ cos 60° = 0,96 ⋅ ( ) ⇒ 𝑀𝑏𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 = 0,48 𝑁 ⋅ 𝑚 (ℎ𝑜𝑟á𝑟𝑖𝑜)
2
Para manter a espira na posição desejada, deve aplicar um momento de igual módulo (0,48 𝑁 ⋅ 𝑚)
mas de sentido contrário.
Quando 𝜃 = 90°, o momento do binário é nulo, ou seja, não quer momento para manter o circuito
em equilíbrio.

2. Indução eletromagnética
Após Oersted mostrar que corrente elétrica produz um campo magnético, diversos cientistas na
época buscaram novas relações entre eletricidade e magnetismo. No ano de 1831, Michael Faraday foi o
primeiro mostrar que, em determinadas condições, também poderíamos gerar corrente elétrica.

2.1. Os experimentos de Faraday

Faraday utilizou um anel de ferro com cerca de 6 polegadas de diâmetro e construiu uma bobina
em cada lado do anel. Conectou a bobina com 𝑁 espiras a um galvanômetro que indicava pequenas
correntes ou tensões.

Em seguida, ele conectou os terminais da pilha aos terminais da outra bobina com 𝑀 espiras e
observava que havia um desvio da agulha do galvanômetro. Mas, pouco tempo depois, a agulha deixava
de desviar.

24
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Figura 23: Representação do experimento de Faraday. O galvanômetro mostra a presença de corrente elétrica passando pela bobina N.

Quando se abre ou fecha o interruptor na bobina 𝑀, produz-se um aumento ou uma diminuição


do campo magnético no anel, induzindo uma corrente elétrica no lado 𝑁, que é detectada pelo
galvanômetro.

Ao desconectar a bateria, observa-se que a agulha se desvia em direção contrária. Faraday logo
percebeu que a corrente pelo galvanômetro tinha relação com o aumento ou a diminuição do campo
magnético ao conectar ou desconectar a bateria.

A corrente elétrica que se gerava devido à variação do campo magnético foi denominada de
corrente elétrica induzida. Esse foi o primeiro experimento que descobriu a corrente elétrica induzida.

A partir deste experimento, surgiu a necessidade de buscar novas formas para gerar corrente
induzida. Faraday demonstrou em seus experimentos que se produz corrente quando se deslocam
bobinas (com corrente) uma em relação a outra. Michael já conhecia os trabalhos de Ampere e sabia que
um ímã é um conjunto de pequenas correntes que circulam dentro das moléculas. Dessa forma, ele
descobriu que surgia corrente induzida em uma espira ao aproximar ou ao afastar dela um ímã.

Figura 24: À medida que a espira se aproxima da bobina, o campo magnético na superfície fechada da espira aumenta, induzindo corrente
elétrica na espira.

Em um mês, Faraday descobriu experimentalmente todas as particularidades essenciais do


fenômeno da indução magnética.

De um modo geral, o fenômeno da indução eletromagnético consiste no surgimento de uma


corrente elétrica em um circuito em repouso dentro de um campo magnético variável com o tempo ou
em que o condutor se movimenta dentro de um campo magnético.

25
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2.2. Condutor em movimento na presença de um campo magnético

Considere uma barra metálica que se mova com velocidade constante em uma região com campo
magnético homogêneo, como na figura abaixo.

Figura 25: Movimento de uma barra dentro de um campo magnético homogêneo.

Quando movemos a barra no interior de um campo magnético homogêneo, também movemos


seus elétrons. Com isso, sobre todos os elétrons atua uma força magnética para baixo.
Consequentemente, os elétrons livres irão se acumular nos extremos da barra, polarizando o condutor.

Com isso, se estabelece uma diferença de potencial 𝑉𝑀 − 𝑉𝑁 e um campo elétrico no interior do


condutor.

Figura 26: Estabelecimento do campo elétrico e da diferença de potencial na barra.

Dessa forma, o campo elétrico exerce em cada elétron uma força elétrica contrária a força
magnética. No início, as cargas elétricas acumuladas nos extremos das barras são pequenas. Logo, o
campo será pouco intenso e teremos 𝐹𝑚𝑎𝑔 > 𝐹𝐸𝐿 .

Como a quantidade de carga continua a aumentar nos extremos da barra, o campo elétrico no
interior do condutor aumenta até que:

𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐹𝐸𝐿

A partir desse instante não haverá mais aumento carga elétrica nos extremos da barra e a
intensidade do campo elétrico se mantem constante.

26
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Como há um campo elétrico no interior do condutor, teremos também uma diferença de potencial
entre os extremos da barra. Da eletrostática, temos:

𝑈𝑀𝑁 = 𝑉𝑀 − 𝑉𝑁 = 𝐸 ⋅ 𝐿

Em que 𝐿 é o comprimento da barra. A partir da relação da igualdade das forças, temos:

|𝑞𝑒 − | ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐵 = 𝐸 ⋅ |𝑞𝑒 − | ⇒ 𝐸 = 𝑣 ⋅ 𝐵

Logo, a ddp entre os terminais da barra é dada por:

𝑈𝑀𝑁 = 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣

Caso mantemos a velocidade 𝑣 constante, então a ddp 𝑈𝑀𝑁 também se manterá constante. Dessa
forma, podemos associar a barra, que está movendo-se em um campo magnético homogêneo, a uma
pilha se ela está se deslocando sobre um fio condutor, como na figura abaixo.

Figura 27: Barra metálica se movendo com velocidade constante se comporta como uma pilha.

Por causa da diferença de potencial entre os extremos do condutor, se estabelece uma corrente
elétrica pelos fios conectados a barra do maior para o menor potencial elétrico. A direção desta corrente
é condizente com o sentido convencional adotado para a corrente elétrica, isto é, o sentido do movimento
das cargas elétricas positivas.

Contudo, as cargas positivas se movem na barra de 𝑁 para 𝑀, isto é, contra o campo elétrico.
Como vimos em eletrostática, este movimento só é possível se houver ação de uma força externa de
origem não eletrostática. Neste caso, a força externa é a força magnética 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 . Assim, o trabalho da força
magnética por unidade de carga é denominado força eletromotriz ℰ.

Figura 28: Movimento das cargas positivas no interior da barra.

27
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Pela definição de força eletromotriz, temos:

𝑒𝑥𝑡 𝐹𝑚𝑎𝑔
𝜏𝑀𝑁 𝜏 (𝑞 ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐵) ⋅ 𝐿
ℰ= = 𝑀𝑁 =
𝑞 𝑞 𝑞

ℰ =𝐵⋅𝐿⋅𝑣

Consequentemente, quando uma barra se move em um campo magnético, ela se comporta com
uma fonte de força eletromotriz ℰ e o circuito equivalente é representado por:

Figura 29: Circuito associado ao movimento da barra no interior de um campo.

Chamamos a 𝑓𝑒𝑚 da barra de força eletromotriz induzida e representamos por ℰ𝑖𝑛𝑑 . Então:

ℰ𝑖𝑛𝑑 = 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣

Por fim, chamamos a corrente gerada no circuito de corrente elétrica induzida.

2.3. Fluxo magnético

Foi Michael Faraday que descobriu as formas de induzir corrente elétrica com um campo
magnético. Ele observou que em todos os casos em que se induzia corrente elétrica na espira, era
necessário relacionar o número de linhas de campo magnético que atravessava a superfície da espira.
Para isso, era necessário medir o número de linhas de campo que atravessa uma superfície.

A grandeza física que mede a quantidade de linhas de campo que atravessam uma determina
superfície é chamada de fluxo magnético (Φ). Experimentalmente, mostrou que quanto mais linhas
atravessam uma certa superfície, maior será o fluxo.

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Figura 30: O número de linha de campo que atravessam a espira 𝑆2 é maior que em 𝑆1 . Então, o fluxo em 𝑆2 é maior que o fluxo em 𝑆1 .

Agora, vamos estudar como podemos variar o fluxo magnético.

2.3.1. Variação da área da superfície fechada por uma espira ou


circuito
Este caso é semelhante a barra que se move com velocidade constante sobre os trilhos condutores,
em uma região onde existe um campo magnético homogêneo.

Figura 31: Barra condutora se movendo para a direita com velocidade 𝑣, em uma região onde existe um campo magnético uniforme.

Nesta situação, a barra se desloca para a direita, aumentando a área 𝐴. Consequentemente, o


número de linhas que atravessa a área 𝐴 é maior, aumentando o fluxo magnético. Então:

Φ∝𝐴

O símbolo ∝ é utilizado para dizer que duas grandezas são diretamente proporcionais.

2.3.2. Variação da intensidade do campo magnético ⃗𝑩


⃗⃗
⃗⃗, sem alterar a área, aproximando ou afastando uma espira de um ímã,
Podemos variar apenas 𝐵
como na figura abaixo.

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Figura 32: Ao aproximar a espira, as linhas de campo aumentam, sem variar a área da espira.

Como já vimos, as linhas de campo próximo ao polo norte do ímã são mais concentradas. Assim,
quando aproximamos uma espira dos polos de um ímã, a intensidade da indução magnética 𝐵 será maior
e teremos mais linhas de campo atravessando a espira. Então, o fluxo magnético depende da indução
magnética. Em outras palavras:

Φ∝𝐵

2.3.3. Variação da orientação da superfície em relação as linhas do


campo magnético
Agora, vamos variar o fluxo magnético, sem alterar a intensidade do campo ou a área da espira.
Para isso, vamos inserir uma espira de área constante, dentro de um campo magnético homogêneo.

Figura 33: Variação da orientação da superfície em relação as linhas de campo.

Podemos medir a orientação com um ângulo 𝜃 formado entre o vetor indução magnética 𝐵 ⃗⃗ e o
versor normal 𝑛̂ a superfície da espira. Quando o ângulo 𝜃 aumenta para 90°, observa-se que o número
de linhas que atravessa a espira diminui, ou seja, diminui o fluxo magnético.

Para uma superfície plana, em um campo magnético homogêneo, o fluxo magnético é


determinado por:

Φ = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 𝜃

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E a unidade do fluxo é dada em 𝑊𝑏 (weber) e corresponde a 𝑇 ⋅ 𝑚2. De um modo mais geral,


lembrando de o conceito de produto escalar, podemos definir o fluxo magnético como sendo um produto
escalar:

⃗⃗ ⋅ 𝐴⃗
Φ=𝐵

O vetor área 𝐴⃗ é aquele que possui módulo igual a área da espira (𝐴) e orientação normal a
superfície da espira. No nosso caso, representamos pelo versor 𝑛̂.

Podemos ter duas situações para o fluxo magnético:

a) Fluxo entrando: neste caso, 𝜃 > 90° e Φ𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 𝜃 < 0.

b) Fluxo saindo: neste caso 𝜃 < 90° e Φ𝑠𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜 = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 𝜃 > 0.

c) Quando 𝜃 = 90°, temos a seguinte situação:

Neste caso, o número de linhas que atravessam a superfície da espira é igual a zero:

Φ =𝐵⋅𝐴⋅⏟
cos 90° ⇒ Φ = 0
0

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2.3.4. Cálculo do fluxo magnético através da área projetada


Deve-se ter em mente que na relação Φ = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 𝜃, o termo 𝐴 ⋅ cos 𝜃 representa a área
projetada sobre uma superfície plana que é perpendicular as linhas do campo magnético.

Figura 34: Área projetada em uma superfície plana.

Então:

Φ=𝐵⋅⏟
𝐴 ⋅ cos 𝜃
𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗

𝐴 ⋅ cos 𝜃 = 𝑎 ⋅ 𝑏 ⋅ cos 𝜃 = 𝑎 ⋅ 𝑐 = 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗

Portanto:

Φ = 𝐵 ⋅ 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗

Independente da forma da superfície, sempre é possível projetar em um plano perpendicular as


linhas do campo magnético.

Figura 35: Projeção de uma área qualquer em uma superfície plana.

Φ = 𝐵 ⋅ 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗

2.3.5. Fluxo líquido em uma superfície fechada


Vamos estudar agora o fluxo magnético em superfícies fechadas. Para isso, vamos tomar um
exemplo de superfície fechada, conforme a figura a seguir.

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Figura 36: Fluxo magnético em uma superfície fechada.

Em superfícies fechadas existem dois tipos de fluxo: fluxo entrando e fluxo saindo. Observe que o
fluxo entrando forma um ângulo que varia de 90° a 180° entre o vetor área e a indução magnética. Logo,
ele é negativo. Por outro lado, o fluxo que sai forma um ângulo de 0 a 90° entre os vetores área e indução
magnética, portanto, ele é negativo.

Como a quantidade de linhas de fluxo que entram é igual à quantidade que sai, os fluxos são iguais
em módulo. Então, levando em conta os sinais, temos:

Φ𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 = Φ𝑠𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜

Portanto, o fluxo líquido, que é dado pela soma de todos os fluxos através da superfície, é expresso
por:

Φ𝑙í𝑞 = Φ𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 + Φ𝑠𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜 = 0

Esta é a Lei de Gauss para o campo magnético. Outra forma de demonstrar esta propriedade é
utilizar o conceito de área projetada. Para isso, basta dividir a superfície fechada em duas porções abertas
e projetar as suas áreas em superfícies planas.

Figura 37: Divisão de uma superfície fechada em duas superfícies abertas e a projeção de suas áreas.

O fluxo magnético pela superfície de área 𝐴1 é dado por:

Φ𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 = −𝐵 ⋅ 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗

O fluxo magnético pela superfície de área 𝐴2 é expresso por:

Φ𝑠𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜 = 𝐵 ⋅ 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗

Note que a projeção de 𝐴1 e de 𝐴2 na superfície plana leva a uma mesma área projeta 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 ,
entretanto, os vetores áreas de 𝐴1 e 𝐴2 tem sentidos opostos.

O fluxo líquido é igual a:

Φ𝑙í𝑞 = Φ𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 + Φ𝑠𝑎𝑖𝑛𝑑𝑜 = −𝐵 ⋅ 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 + 𝐵 ⋅ 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 = 0

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Por exemplo, considere um cubo imerso em uma região onde existe um campo magnético
homogêneo. O fluxo líquido pela superfície do cubo é nulo, pois o número de linhas que entram é igual
ao número de linhas que saem dele.

Figura 38: Exemplo de um cubo imerso em um campo magnético homogêneo.

Vamos fazer alguns exercícios para exemplificar as formas de variar o fluxo magnético.

9.
Em superfície delimitada por uma espira existe um campo magnético que se distribui perpendicularmente
a esta superfície e possui módulo dado por 𝐵 = (1 + 0,5𝑡) 𝑇, em que 𝑡 é o tempo em segundos. A área
da espira é de 0,1 𝑚2 . Calcule a variação do fluxo magnético nesta superfície de 0 a 4 segundos.

Comentários:
Neste problema, temos que:
Φ= 𝐵
⏟ ⋅ 𝐴

𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎 𝑐𝑡𝑒

Portanto:
ΔΦ = 𝐵𝑓 ⋅ 𝐴 − 𝐵𝑖 ⋅ 𝐴 = (𝐵𝑓 − 𝐵𝑖 ) ⋅ 𝐴 = Δ𝐵 ⋅ 𝐴
A variação do campo magnético para o intervalo de 0 a 4 segundos é de:
𝐵(0) = 1 + 0,5 ⋅ 0 = 1 𝑇
𝐵(4) = 1 + 0,5 ⋅ 4 = 3 𝑇
Logo:
Δ𝐵 = 3 − 1 = 2 𝑇
ΔΦ = 2 ⋅ 0,1 ⇒ ΔΦ = 0,2 𝑊𝑏

34
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10.
Em uma espira retangular, o campo magnético homogêneo possui indução magnética 𝐵 = 0,4 𝑇 e é
perpendicular ao plano da espira. Calcule a variação do fluxo magnético para 𝑡[0,6] 𝑠, se a área da
superfície varia conforme o gráfico abaixo.

Comentários:
Neste caso, temos:
Φ= 𝐵
⏟ ⋅ 𝐴

𝑐𝑡𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎

ΔΦ = Φ𝑓 − Φ𝑖 = 𝐵 ⋅ 𝐴𝑓 − 𝐵 ⋅ 𝐴𝑖 = 𝐵(𝐴𝑓 − 𝐴𝑖 ) = 𝐵 ⋅ Δ𝐴
ΔΦ = 𝐵 ⋅ Δ𝐴
Para o intervalo de tempo em questão, temos:
𝐴𝑖 = 0,1 𝑚2 e 𝐴𝑓 = 0,4 𝑚2
Portanto:
ΔΦ = (0,4) ⋅ (0,4 − 0,1) ⇒ ΔΦ = 0,12𝑊𝑏 𝑜𝑢 120 𝑚𝑊𝑏
11.
Considere uma espira que gira com velocidade angular constante 𝜔 = 𝜋/4 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e é cortada por linhas
de indução de um campo magnético homogêneo 𝐵 ⃗⃗ = 0,4 𝑘̂ 𝑇. Calcule a variação do campo magnético na
superfície da espira de 0 a 2 segundos.

Comentários:
Note que agora o campo e a área não variam, mas a orientação da superfície em relação as linhas
de indução.

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Φ= 𝐵
⏟ ⋅ 𝐴
⏟ ⋅⏟
cos 𝜃
𝑐𝑡𝑒 𝑐𝑡𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎

Logo:
ΔΦ = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ [cos 𝜃𝑓 − cos 𝜃𝑖 ]
Como a velocidade angular é constante, então:
𝜋
𝜃𝑖 =
⋅0=0
𝜃 =𝜔⋅𝑡 ⇒{ 4
𝜋 𝜋
𝜃𝑓 = ⋅ 2 =
4 2
Portanto, temos as duas situações:

Substituindo valores, temos:

𝜋
ΔΦ = 0,4 ⋅ 0,2 ⋅ [cos − cos
⏟0]
⏟ 2
1
0

⇒ ΔΦ = 0,08 ⋅ (−1)
⇒ ΔΦ = −8 ⋅ 10−2 𝑊𝑏 𝑜𝑢 − 80 𝑚𝑊𝑏

2.4. Lei de Faraday da indução eletromagnética

Faraday percebeu que ao variar o fluxo magnético na superfície de uma espira, sempre surgia uma
corrente elétrica induzida no circuito. Então, ele enunciou que:

A variação do fluxo magnético que atravessa uma superfície fechada por uma espira
condutora ou circuito induz neles uma corrente elétrica.

Vamos aproximar uma espira condutora do polo norte de um ímã, como na figura abaixo:

36
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Figura 39: Variação do fluxo magnético ao aumentar o campo magnético na superfície da espira.

Como já discutimos, o fluxo magnético está variando e, consequentemente, se induz uma corrente
elétrica na espira.

Note que a corrente elétrica surge devido à força magnética exercida sobre as partículas
eletrizadas em movimento, pois vão cortando as linhas de campo magnético do ímã.

Quando aumentamos a velocidade da espira, isto é, aumentamos a velocidade 𝑣 das partículas


carregas, a força magnética 𝐹⃗𝑚𝑎𝑔 se torna maior.

Consequentemente, as partículas eletrizadas se movem mais rapidamente ao longo da espira e,


com isso, a intensidade da corrente elétrica induzida, que é evidenciado pelo aumento do brilho da
lâmpada.

Por outro lado, o número de linhas que atravessa a espira varia com maior rapidez. Isto significa
que o fluxo magnéticos varia mais rapidamente.

Logo, aumentar a velocidade de aproximação da espira implica maior velocidade da variação do


fluxo magnético e isto traz um aumento na intensidade da corrente elética induzida. Portanto, podemos
dizer que há uma relação direta entre a variação do fluxo e a intensidade da corrente.

Se tomarmos um intervalo de tempo bem pequeno (Δ𝑡), a variação do fluxo magnético é ΔΦ e


ΔΦ
rapidez da variação do fluxo magnético será Δ𝑡 . Experimentalmente, verifica-se que:

ΔΦ
𝐼∝( )
Δ𝑡
Já vimos em eletrodinâmica que o trabalho das forças externas por unidade de carga se denomina
força eletromotriz (ℰ). No caso da indução magnética que ocorre na espira, a força externa não é de
origem eletrostática e sim magnética. Dessa forma, a força eletromotriz pode ser calculada como:
𝐹𝑚𝑎𝑔
𝜏𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎
ℰ𝑖𝑛𝑑 =
𝑞

Pela primeira lei de Ohm, para uma espira fechado, sabemos que:

37
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ℰ𝑖𝑛𝑑
𝐼=
𝑅𝑒𝑞

Em que 𝑅𝑒𝑞 é a resistência elétrica equivalente do circuito (resistência da espira mais a resistência
da carga do circuito). A resistência não depende da variação do fluxo magnético. Ela depende apenas das
dimensões do condutor e do tipo de material com a qual foi fabriacada. Portanto, podemos dizer que:

𝐼 ∝ ℰ𝑖𝑛𝑑

Diante desses resultados, vemos que uma maior rapidez na variação do fluxo magnético (ΔΦ/Δ𝑡),
aumenta a intensidade da corrente elétrica induzida (𝐼), implicando maior 𝑓𝑒𝑚 induzida (ℰ𝑖𝑛𝑑 ). Então:

ΔΦ
ℰ𝑖𝑛𝑑 ∝ ( )
Δ𝑡
Assim, a lei de Faraday para a indução magnética é:

ΔΦ
ℰ𝑖𝑛𝑑 = | |
Δ𝑡

Neste momento, vamos apresentar apenas o valor absoluto de ℰ𝑖𝑛𝑑 . O sinal da 𝑓𝑒𝑚 é dado pela
lei de Lenz que será detalhada no próximo tópico. No SI, ℰ𝑖𝑛𝑑 é dada em volt (𝑉), o Φ em weber (𝑊𝑏) e 𝑡
em segundos(𝑠). Então, temos a seguinte equivalência:

1 𝑉 = 1 𝑊𝑏/𝑠

A lei de Faraday se aplica sempre que o fluxo magnético variar. Nela vemos que para produzir a
força eletromotriz induzida é necessário variar o fluxo magnético no tempo. Se não há variação do fluxo
magnético, não há 𝑓𝑒𝑚 induzida.

2.4.1. Algumas características a variação do fluxo magnético


Se o fluxo magnético varia uniformemente com o tempo, isto é, a rapidez com que ele varia é
constante, a dependência do fluxo com o tempo é linear.

Figura 40: Fluxo variando linearmente no tempo.

De acordo com a lei de Faraday e utilizando os conceitos do gráfico da função linear, temos que:

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ΔΦ
ℰ𝑖𝑛𝑑 = | | = 𝑡𝑔(𝜃) = 𝑐𝑡𝑒
Δ𝑡
Podemos dizer então que a força eletromotriz é constante quando o fluxo magnético varia
uniformemente com o tempo.

Caso o fluxo magnético não varie linearmente com o tempo, a dependência com o tempo não é
linear.

Figura 41: Fluxo magnético variando não linearmente no tempo.

Neste caso, a tangente de 𝜃 é a 𝑓𝑒𝑚 induzida média ℰ𝑚 para o intervalo de tempo Δ𝑡 = 𝑡𝑓 − 𝑡𝑖 .

ΔΦ
ℰ𝑚 = | | = 𝑡𝑔(𝜃)
Δ𝑡
Se reduzirmos o tempo Δ𝑡 para um valor tão pequeno quanto se queira, a reta 𝑟 se torna a
tangente no gráfico, como na figura abaixo:

Figura 42: Quando pegamos intervalos de tempo muito pequenos, a reta 𝑟 se torna a tangente.

Neste caso, a 𝑡𝑔(𝜃) vem a ser a 𝑓𝑒𝑚 induzida instantânea (ℰ), pois se determina ela para o
instante 𝑡. Matematicamente, ela se expressa da seguinte forma:

ΔΦ
ℰ = lim = 𝑡𝑔(𝜃)
Δ𝑡→0 Δ𝑡

𝑑Φ
ℰ=| |
𝑑𝑡

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A força eletromotriz instantânea induzida é a derivada do fluxo magnético em relação ao tempo.


Para determinar ℰ é necessário conhecer a equação do fluxo magnético em função do tempo.

Quando temos uma bobina ou solenoide de 𝑁 voltas ou espiras condutoras e o fluxo magnético
varia de igual maneira pelos enrolamentos, como na figura abaixo:

Figura 43: Solenoide com N voltas.

Em cada espira se induz uma força eletromotriz e, como as espiras estão conectadas em série, a
ℰ𝑖𝑛𝑑 é a soma das 𝑓𝑒𝑚 de cada espira.
𝑁 𝑁
𝑑Φ
𝑈𝑀𝑁 = ℰ𝑖𝑛𝑑 = ∑ ℰ𝑖 = ∑ | |
𝑑𝑡
𝑖=1 𝑖=1

𝑑Φ
ℰ𝑖𝑛𝑑 = 𝑁 ⋅ | |
𝑑𝑡

Observação: o solenoide da figura logo acima é um circuito aberto, então não se induz uma
corrente elétrica neste circuito. Entretanto, isto não significa que não se estabeleceu uma 𝑓𝑒𝑚, pois esta
𝑓𝑒𝑚 se mantém enquanto o magnético varia através do solenoide.

A corrente elétrica irá se estabelecer quando fecharmos o circuito, isto é, quando colocamos uma
resistência elétrica entre os terminais 𝑀 e 𝑁, por exemplo. Perceba que o processo aqui é análogo a uma
pilha que mantém sua 𝑓𝑒𝑚 mesmo desconectada.

12.
Um campo magnético atravessa, perpendicularmente, uma espira retangular. Se a indução magnética 𝐵
aumenta a razão de 2 𝑇 em cada segundo, calcule a ℰ𝑖𝑛𝑑 na espira. Considere que a área limitada pela
espira é de 0,2 𝑚2 .

Comentários:
Para determinar a ℰ𝑖𝑛𝑑 devemos aplicar a lei de Faraday:
ΔΦ
ℰ𝑖𝑛𝑑 = | |
Δ𝑡

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Para isso, devemos analisar como o fluxo magnético varia com o tempo:
Φ= 𝐵
⏟ ⋅ 𝐴
⏟ ⇒ ΔΦ = Δ𝐵 ⋅ 𝐴
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎 𝑐𝑡𝑒

Logo:
ΔΦ Δ𝐵 ⋅ 𝐴 ΔB
ℰ𝑖𝑛𝑑 = | | = | |=| |⋅𝐴
Δ𝑡 Δ𝑡 Δ𝑡
ΔB
Note que o termo | Δ𝑡 | representa a taxa na qual está variando a indução magnética no tempo.
Do enunciado, sabemos que o campo aumenta de 2 𝑇 a cada segundo, então:
ΔB
| = 2 𝑇/𝑠|
Δ𝑡
Substituindo na expressão da 𝑓𝑒𝑚 induzida, temos:
ΔB
ℰ𝑖𝑛𝑑 = | | ⋅ 𝐴 ⇒ ℰ𝑖𝑛𝑑 = 2 ⋅ 0,2 ⇒ ℰ𝑖𝑛𝑑 = 0,4 𝑉
Δ𝑡

2.4.2. Campo elétrico rotacional e sua relação com o campo


magnético
Vimos até agora que a força eletromotriz induzida no condutor retilíneo que se move em um
campo magnético foi explicada pela ação da força magnética sobre os portadores móveis de carga.

Figura 44: Força eletromotriz em uma barra condutora em movimento se deve ao trabalho da força magnética sobre as cargas da barra em
movimento.

Entretanto, podemos criar uma força eletromotriz induzida em um circuito secundário, estando
ele em repouso em relação ao circuito primário.

Figura 45: A corrente no circuito secundário não é pela ação da força magnética, pois este circuito se mantém em repouso.

Até agora, o resultado é impossível de ser explicado, pois o campo não age sobre as cargas em
repouso. Lembre-se que cargas em repouso geram campo elétrico.

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Podemos explicar este fenômeno pelo fato de um campo magnético alternativo (variante no
espaço e no tempo) originar um campo elétrico que é responsável pela corrente induzida no condutor
fechado.

Figura 46: O campo magnético alternativo induz corrente. Quando aumentamos o campo magnético, o campo elétrico gerado possui
sentido horário e quando diminuímos o campo magnético, o campo elétrico gerado tem sentido anti-horário.

O primeiro a aplicar este fenômeno foi J. Maxwell. Ele desenvolveu esta ideia e criou a teoria de
campo eletromagnético que foi demonstrada por muitos experimentos. Para Maxwell no espaço onde
varia um campo magnético se produz, obrigatoriamente, um campo elétrico com linhas de intensidade
fechadas, independentemente de se apresentar ou não uma substância (espira condutora).

As experiências mostravam que o vetor intensidade do campo magnético em qualquer ponto do


espaço é perpendicular ao vetor intensidade do campo elétrico originado por ele. Exatamente por isso, a
máxima 𝑓𝑒𝑚 induzida em um condutor retilíneo se observa quando o condutor se move
perpendicularmente as linhas de indução magnética.

2.5. Lei de Lenz

A lei de Lenz é aplicada para conhecer o sentido da corrente elétrica induzida. Vamos deduzir esta
lei, utilizando um ímã sobre uma plataforma que pode ser mover na superfície horizontal perfeitamente
lisa.

Figura 47: Plataforma com um ímã utilizada para a explicação da lei de Lenz.

Considerando que não há nenhum atrito durante o movimento da plataforma, a velocidade dela
será constante, assim como sua energia cinética. Agora, vamos colocar uma espira condutora na frente
do carrinho. Então, teremos que as linhas de indução perfuraram cada vez a superfície da espira.

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Figura 48: Quando o carrinho se aproxima da espira, nota-se a corrente induzida e mudança na velocidade do carrinho.

A corrente elétrica induzida na espira gera um campo magnético ao redor semelhante à de um


ímã. O sentido da corrente na espira determina que na face da espira há um polo norte ou sul, tal como
se mostra abaixo.

Figura 49: Possíveis sentidos para a corrente elétrica.

Como a espira comporta-se como um ímã, ela interage com o ímã em movimento,
experimentando forças magnéticas de atração ou de repulsão. Apoiando-se na lei de conservação de
energia, podemos predizer que como há estabelecimento de corrente elétrica na espira, isto é, ganho de
energia, então necessariamente a plataforma deve perder energia.

Como não há outras forças atuando na plataforma, a única perda de energia nela é a diminuição
da sua energia cinética. Consequentemente, devemos imaginar que para diminuir a energia cinética da
plataforma é necessário haver uma força magnética de repulsão no ímã em movimento. Por isso, a face
da espira em frente ao ímã deve se comportar como polo norte.

Dessa forma, podemos determinar o sentido da corrente induzida aplicando a regra da mão
direita. Note que os dedos giram no sentido das linhas de campo da corrente induzida.

Figura 50: Sentido da corrente elétrica induzida para haver conservação da energia total do sistema.

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Note que independente da direção de movimento do ímã, para que haja conservação da energia,
tendo em mente que a espira sempre ganha energia, o ímã deverá perder energia cinética, ou seja, a
corrente possui um sentido que garanta a conservação da energia.

No caso do ímã se afastar a espira, esta deve experimentar uma força magnética de atração, isto
é, uma força contrária a velocidade do ímã, pois assim, o ímã perca energia cinética e seja transferida para
a espira e a energia é conservada. Dessa forma, a corrente elétrica estabelecida na espira é da seguinte
forma:

Figura 51: O sentido da corrente elétrica induzida é determinado tendo em mente a conservação da energia.

Diante destes resultados, podemos ver que a interação dos polos da espira, gerados pela corrente
elétrica induzida, sempre vão contrário ao movimento do ímã. Diante disso, Lenz generalizou este
resultado e estabeleceu uma lei que determina a indução magnética para qualquer caso:

Em um circuito fechado se estabelece um 𝑓𝑒𝑚 induzida e um corrente elétrica induzida cujo


campo magnético se opõe a causa que o produziu.

Podemos ver essa propriedade como uma inércia magnética. Todas as causas que levam a
formação de uma 𝑓𝑒𝑚 induzida são devidas às variações do fluxo magnético. Então, podemos definir a
inércia magnética como a oposição de um circuito a variação do fluxo magnético através deste circuito.

Por exemplo, no caso do ímã se aproximando da espira, se no início o fluxo do campo magnético
na espira é de 2 linhas, então este valor deve permanecer constante. Para isso, devemos ter uma corrente
induzida de tal forma que o campo gerado por ela faça o fluxo permanecer com 2 linhas entrantes.

Figura 52: Aplicação da lei de Lenz para a determinação do sentido da corrente induzida.

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Para aplicar a lei de Lenz, devemos aplicar duas regras:

1) Quando o fluxo magnético através de um circuito aumenta, a corrente induzida estabelece


um campo magnético com linhas de sentido contrário as linhas do campo magnético inicial.

2) Quando o fluxo magnético através de um circuito diminui, a corrente induzida estabelece


um campo magnético com linhas de igual sentido que as linhas do campo magnético inicial.

Determinado o sentido das linhas do campo magnético da corrente induzida, aplicamos a regra da
mão direita envolvente para determinar o sentido da corrente induzida.

Lembre-se: para se estabelecer uma corrente induzida é necessário que o circuito esteja fechado.
Caso o circuito não esteja fechado, nós devemos completar imaginariamente o circuito entre os terminais
do condutor e utilizamos a lei de Lenz para determinar o sentido da corrente. Assim, podemos determinar
a polaridade nos extremos do condutor em um circuito aberto.

Agora que conhecemos a lei de Lenz, vamos incorporá-la na lei de Faraday colocando um sinal de
menos:

ΔΦ
ℰ=−
Δ𝑡

Note que a 𝑓𝑒𝑚 induzida tem um sinal oposto a variação do fluxo magnético. Por isso o sinal de
menos. Para uma bobina de 𝑁 espiras, a 𝑓𝑒𝑚 induzida instantânea é dada por:

𝑑Φ
ℰ = −𝑁
𝑑𝑡

Esta definição matemática para a indução magnética foi dada posteriormente por F. E. Neumann,
por causa disso, às vezes, aparece em alguns enunciados lei de Faraday-Neumann.

13.
Sobre dois trilhos metálicos estão deslizando dois fios condutores com velocidades constantes de 5𝑖̂ 𝑚/𝑠
e 8𝑖̂ 𝑚/𝑠, como na figura abaixo. Calcule a 𝑓𝑒𝑚 induzida e o sentido da corrente induzida.

Comentários:
Como visto em teoria, nos extremos dos fios condutores são induzidas 𝑓𝑒𝑚 por ação da força
magnética. Assim, temos o seguinte circuito equivalente:

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A 𝑓𝑒𝑚 de cada condutor é dada por:


ℰ =𝐵⋅𝐿⋅𝑣
Então:
ℰ1 = 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣1 ⇒ ℰ1 = 1 ⋅ 0,4 ⋅ 5 = 2 𝑉
ℰ2 = 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣2 ⇒ ℰ2 = 1 ⋅ 0,4 ⋅ 8 = 3,2 𝑉
Note que:
ℰ2 > ℰ1
Portanto, a corrente induzida no sistema terá sentido anti-horário e a 𝑓𝑒𝑚 induzida no sistema é
de:
ℰ𝑖𝑛𝑑 = ℰ2 − ℰ1
⇒ ℰ𝑖𝑛𝑑 = 3,2 − 2 ⇒ ℰ𝑖𝑛𝑑 = 1,2 𝑉

14.
Considere uma barra que possui resistência elétrica de 1 Ω, comprimento de 1 𝑚 e massa de 200 𝑔,
deslizando sobre um plano horizontal com velocidade constante de 2 𝑚/𝑠. Se o coeficiente de atrito entre
a barra e os trilhos é de 0,29, calcule o valor de 𝐹. Adote 𝑔 = 10 𝑚/𝑠 2 .

Comentários:
Quando o condutor se move em um campo magnético, sabemos que se induz uma 𝑓𝑒𝑚. Assim,
podemos determinar a polaridade da barra de acordo com os esquemas abaixo:

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Dessa forma, a barra condutora estabelece uma corrente elétrica 𝐼 e o campo magnético exerce
uma força magnética como no diagrama de forças abaixo:

Se a barra está se movendo com velocidade constante, então a força resultante é nula. Portanto:
𝐹⃗𝑟𝑒𝑠 = ⃗0⃗
No plano sombreado da figura logo acima, temos:
𝐹 = 𝐹𝑚𝑎𝑔 + 2 ⋅ 𝑓𝑎𝑡
Note que a força normal dos trilhos na barra está igualmente dividida nos dois pontos de contato
com a barra. Portanto:
𝐹𝑔 = 2𝑓𝑁 ⇒ 2 = 2𝑓𝑁 ⇒ 𝑓𝑁 = 1 𝑁
Então a força de atrito em cada trilho é dada por:
𝑓𝑎𝑡 = 𝜇 ⋅ 𝑓𝑁 ⇒ 𝑓𝑎𝑡 = 0,29 ⋅ 1 = 0,29 𝑁
Portanto, a força 𝐹 é igual a:
𝐹 = 𝐹𝑚𝑎𝑔 + 2 ⋅ 0,29 = 𝐹𝑚𝑎𝑔 + 0,58
Agora, vamos atrás da força magnética. Sabemos que ela é expressa por:
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐵 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(90°)
Então, resta apenas conhecer a corrente elétrica para determinar 𝐹𝑚𝑎𝑔 . A corrente 𝐼 pode ser
determinada pela primeira lei de Pouillet:

𝑖=
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐵⋅𝐿⋅𝑣
𝑖=
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
0,7 ⋅ 1 ⋅ 2
𝑖= ⇒ 𝑖 = 0,6 𝐴
4
+ 1
3
Portanto:
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 0,7 ⋅ 0,6 ⋅ 1 = 0,42 𝑁
𝐹 = 0,42 + 0,58
⇒ 𝐹 = 1𝑁
15.

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Uma barra condutora está oscilando segundo a equação 𝑌 = 20 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(2𝜋𝑡) 𝑐𝑚, em uma região onde
existe um campo magnético de 10 𝑇, como na figura abaixo. Determine a ℰ nos extremos da barra.

Comentários:
Quando a barra oscila em um campo magnético, é induzida em seus extremos uma força
eletromotriz ℰ:

Note que na expressão da 𝑓𝑒𝑚 a velocidade está variando e o campo não:


ℰ= 𝐵
⏟ ⋅𝐿⋅ ⏟
𝑣
𝑐𝑡𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎

A partir da equação horária do espaço da barra, podemos determinar a função horária da


velocidade:
𝑑𝑌 𝑑
𝑣= = (20 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(2𝜋𝑡))
𝑑𝑡 𝑑𝑡
⇒ 𝑣 = 20 ⋅ cos(2𝜋𝑡) ⋅ 2𝜋
⇒ 𝑣 = 40 ⋅ cos(2𝜋𝑡) 𝑐𝑚/𝑠
𝑜𝑢 𝑣 = 0,4 ⋅ cos(2𝜋𝑡) 𝑚/𝑠
Portanto:
ℰ = 10 ⋅ 1 ⋅ 0,4 ⋅ cos(2𝜋𝑡)
⇒ ℰ = 4𝜋 ⋅ cos(2𝜋𝑡) 𝑉

16.
Uma barra gira com velocidade angular constante 𝜔 em um campo magnético homogêneo de indução 𝐵,
que está entrando no plano da página. Calcule a 𝑓𝑒𝑚 induzida entre os terminais da barra 𝐿.

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Comentários:
Quando a barra condutora gira em relação a um eixo no interior de um campo magnético, nela é
induzida uma 𝑓𝑒𝑚 devido a ação de uma força magnética sobre seus elétrons livres, como na figura
abaixo:

A força magnética se distribui ao longo da barra nos elétrons livres, concentrando-os na


extremidade 𝑏. Por isso, o extremo 𝑎 da barra torna-se positivamente eletrizado. Devido a esse
reordenamento dos elétrons, surge um campo elétrico interno 𝐸⃗⃗ .
No equilíbrio eletrostático, isto é, quando os elétrons livres já não se movem pela barra, cada um
deles experimenta um movimento circular. Para calcular a 𝑓𝑒𝑚 devemos analisar o movimento do
elétron, mas cada elétron apresenta uma velocidade diferente, já que cada um está a uma distância do
eixo de rotação da barra. Então, vamos tomar o elétron que se encontra no ponto médio da barra:

De acordo com a dinâmica do movimento circular, sabemos que:


𝐹𝑐𝑝 = 𝑚 ⋅ 𝑎𝑐𝑝

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𝐹𝑚𝑎𝑔 − 𝐹𝐸𝐿 = 𝑚 ⋅ 𝑎𝑐𝑝


Como a massa do elétron é muito pequena, 𝑚𝑒 = 9,1 ⋅ 10−31 𝑘𝑔, então:
𝐹𝑚𝑎𝑔 − 𝐹𝐸𝐿 ≅ 0
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐹𝐸𝐿
|𝑞𝑒 − | ⋅ 𝑣𝑚 ⋅ 𝐵 = |𝑞𝑒 − | ⋅ 𝐸 ⇒ 𝐸 = 𝐵 ⋅ 𝑣𝑚
Da cinemática, temos:
𝐿
𝑣𝑚 = 𝜔 ⋅
2
Então:
𝑈𝑎𝑏 𝐿
𝐸= ⇒ 𝑈𝑎𝑏 = 𝐵 ⋅ (𝜔 ⋅ ) ⋅ 𝐿
𝐿 2
𝐵 ⋅ 𝜔 ⋅ 𝐿2 𝐵 ⋅ 𝜔 ⋅ 𝐿2
𝑈𝑎𝑏 = ⇒ ℰ=
2 2
Com isso, podemos guardar este resultado da seguinte forma:

𝐵 ⋅ 𝜔 ⋅ 𝐿2
ℰ=
2
Note que se a barra girar no sentido contrário, teremos um movimento dos elétrons no sentido
oposto ao da situação que acabamos de deduzir. Assim, a polaridade da 𝑓𝑒𝑚 induzida teria sentido oposto
ao que acabamos de deduzir. Entretanto, o módulo da 𝑓𝑒𝑚 seria o mesmo.

17.
Uma espira tem densidade 𝐷, resistividade 𝜌 e massa 𝑀. Se a indução magnética varia uniformemente
segundo a expressão 𝐾𝑡, calcule a intensidade da corrente elétrica induzida. Considere que 𝑡 é dado em
segundos e 𝐾 em 𝑇/𝑠.

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Comentários:
Vamos analisar o que acontece no plano da espira (circuito fechado).

A indução magnética varia com o tempo segundo a expressão:


𝐵 =𝐾⋅𝑡
Para um dado intervalo de tempo, a variação no campo é dada por:
Δ𝐵
Δ𝐵 = 𝐾 ⋅ Δ𝑡 ⇒ =𝐾
Δ𝑡
Além disso, a variação do fluxo é expressa por:
Φ = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝑐𝑜𝑠 𝜃 ⇒ Φ = 𝐵
⏟ ⋅ 𝐴
⏟ ⋅ cos 0 ⇒ ΔΦ = Δ𝐵 ⋅ 𝐴
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎 𝑐𝑡𝑒

Pela lei de Faraday, temos:


ΔΦ Δ𝐵
ℰ= =𝐴 =𝐴⋅𝐾
Δ𝑡 Δ𝑡
Agora, aplicando a lei de Ohm, temos:
ℰ 𝐴⋅𝐾
𝑖= =
𝑇 𝑅
Mas, a resistência elétrica é dada pela segunda lei de Ohm:
𝑙
𝑅=𝜌⋅
𝐴
Em que:
𝑚 𝑚 𝑚
𝐷= ⇒𝐷= ⇒𝐴=
𝑉 𝑙⋅𝐴 𝐷⋅𝑙
Então:
𝑙 𝐷
𝑅 = 𝜌 ⋅ 𝑚 = 𝜌 ⋅ 𝑙2 ⋅
𝑚
𝐷⋅𝑙
𝐷
𝑅 = 𝜌 ⋅ (2𝜋𝑟)2 ⋅
𝑚
Portanto:
𝐴⋅𝐾 (𝜋𝑟 2 ) ⋅ 𝐾 𝜋 ⋅ 𝑟2 ⋅ 𝐾
𝑖= ⇒𝑖= ⇒𝑖=
𝐷 𝐷 𝐷
𝜌 ⋅ (2𝜋𝑟)2 ⋅ 𝑚 𝜌 ⋅ (2𝜋𝑟)2 ⋅ 𝑚 𝜌 ⋅ 4 ⋅ 𝜋2 ⋅ 𝑟2 ⋅ 𝑚

51
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𝑚⋅𝐾
𝑖=
4𝜋 ⋅ 𝜌 ⋅ 𝐷

18.
Uma bobina de 2500 espiras é colocada em um campo magnético de tal forma que seu eixo coincide com
a direção do campo. A indução magnética varia com o tempo segundo o gráfico abaixo. Calcule a
intensidade da corrente em 𝑚𝐴 no instante 𝑡 = 10 𝑠. Considere que a bobina tenha resistência de 20 Ω
e área de secção igual a 25 𝑐𝑚2 .

Comentários:
De acordo com o enunciado, temos o seguinte esquema:

Como o fluxo magnético na bobina aumenta com o tempo, então se induz uma 𝑓𝑒𝑚 e uma
corrente. O sentido da corrente induzida é dado pela lei de Lenz.

O 𝐵𝑖𝑛𝑑 se opõe ao aumento do seu indutor. Da primeira lei de Ohm, temos:


ℰ𝑖𝑛𝑑 ℰ𝑖𝑛𝑑
𝑖= =
𝑅 20
Pela lei de Faraday, temos:
𝑑Φ 𝑑(𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 𝜃)
ℰ𝑖𝑛𝑑 = 𝑁 ⋅ | | ⇒ ℰ𝑖𝑛𝑑 = 𝑁 ⋅ | |
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝐵
ℰ𝑖𝑛𝑑 = 𝑁 ⋅ 𝐴 ⋅ |cos 𝜃| ⋅ | |
𝑑𝑡
Pela análise gráfica, a indução magnética varia segundo uma função do segundo grau no tempo:

52
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𝐵 = 𝐾 ⋅ 𝑡2
Em que 𝐾 é uma constante dada em 𝑇/𝑠 2 . Para determinar o valor de 𝐾, basta utilizarmos dois
pontos conhecido do gráfico:
1
𝑡 = 2 𝑠 ⇒ 𝐵 = 01 𝑇 ⇒ 0,1 = 𝐾 ⋅ 22 ⇒ 𝐾 = 𝑇/𝑠 2
40
Portanto, a indução magnética varia segundo a expressão:
1 2
𝐵(𝑡) = 𝑡
40
Aplicando na lei de Faraday, vem:
𝑑𝐵
ℰ𝑖𝑛𝑑 = 𝑁 ⋅ 𝐴 ⋅ |cos 𝜃| ⋅ | |
𝑑𝑡
𝑑 1 2 1
ℰ𝑖𝑛𝑑 = 2500 ⋅ (25 ⋅ 10−4 ) ⋅ |cos 0| ⋅ ( 𝑡 ) ⇒ ℰ𝑖𝑛𝑑 = 25 ⋅ 25 ⋅ 10−2 ⋅ 1 ⋅ (2 ⋅ 𝑡 2−1 )
𝑑𝑡 40 40
−4
ℰ𝑖𝑛𝑑 = 3125 ⋅ 10 ⋅ 𝑡
A corrente é dada por:
ℰ𝑖𝑛𝑑 3125 ⋅ 10−4 ⋅ 𝑡
𝑖= ⇒𝑖= ⇒ 𝑖 = 156,25 ⋅ 10−4 ⋅ 𝑡
20 20
Para 𝑡 = 10 𝑠, vem:
𝑖 = 156,25 ⋅ 10−4 ⋅ 10 ⇒ 𝑖 = 156,25 ⋅ 10−3 𝐴 ⇒ 𝑖 = 156,25 𝑚𝐴

19.
Na figura abaixam encontra-se duas espiras, cada uma de 100 𝑐𝑚2 e de resistência elétrica desprezível.
Se cada uma é atravessada por um campo magnético de indução magnética 𝐵1 = (𝑡 2 + 6𝑡)𝑇 e 𝐵2 =
(𝑡 2 + 6) 𝑇, com 𝑡 em segundos, qual o valor indicado pelo amperímetro ideal em 𝑡 = 6 𝑠?

Comentários:
Para o problema proposto, temos o circuito equivalente:

53
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Observe que a área da espira permanece inalterada. Note que os campos 𝐵1 e 𝐵2 sempre
aumentam com o tempo. A leitura do amperímetro ideal depende das ℰ1 e ℰ2 em 𝑡 = 6 𝑠.
Pela lei de Lenz conhecemos os sentidos das correntes em cada espira:

⃗⃗2 𝑛̂2 = 0° e ∢𝐵
Em que 𝐴1 = 𝐴2 = 𝐴, ∢𝐵 ⃗⃗1 𝑛̂1 = 180°. Aplicando a lei de Faraday, temos:
𝑑Φ1 𝑑(𝐵1 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 𝜃1 ) 𝑑𝐵1
ℰ1 = − =− = −𝐴 ⋅ cos 𝜃1 ⋅
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
−4 2−1 1−1
cos 180° ⋅ (2 ⋅ 𝑡
ℰ1 = −100 ⋅ 10 ⋅ ⏟ +1⋅6⋅𝑡 )
−1

⇒ ℰ1 = 10−2 (2𝑡 + 6)
Para 𝑡 = 6 𝑠:
ℰ1 = 10−2 (2 ⋅ 6 + 6)
⇒ ℰ1 = 0,18 𝑉
De modo análogo para a segunda espira, temos:
𝑑𝐵2
ℰ2 = −𝐴 ⋅ cos 𝜃2 ⋅
𝑑𝑡
⇒ ℰ2 = −100 ⋅ 10−4 ⋅ cos 0 ⋅ (2 ⋅ 𝑡 2−1 )
⇒ ℰ2 = −102 ⋅ (2 ⋅ 𝑡)
Para 𝑡 = 6 𝑠:
ℰ2 = −102 ⋅ 2 ⋅ 6
⇒ ℰ2 = −0,12 𝑉
Lembrando que os sentidos das correntes são dados pela lei de Lenz. O circuito equivalente é:

Pela lei de Kirchhoff das malhas, temos:


0,18 − 𝑅 ⋅ 𝐼 − 0,12 = 0
⇒ 40 ⋅ 10−3 ⋅ 𝐼 = 0,06
⇒ 𝐼 = 1,5 𝐴

54
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20.
Na figura abaixo, uma barra condutora se move com velocidade constante 𝑣 = 0,5 𝑚/𝑠, em um campo
magnético perpendicular ao plano da página e variável no tempo de acordo com a expressão 𝐵 =
(1 + 2𝑡) 𝑇, em que 𝑡 é dado em segundos. Calcule a ℰ em 𝑡 = 1 𝑠.

Comentários:
De acordo com a lei de Faraday, temos que:
𝑑Φ
ℰ=| |
𝑑𝑡
Após um certo tempo 𝑡, a barra terá se deslocando 𝑣 ⋅ 𝑡 e teremos uma nova configuração:

Note que a área e a indução magnética variam:


Φ= 𝐵
⏟ ⋅ 𝐴

𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙

Quando aplicamos a lei de Faraday, devemos levar em conta as duas variações, isto é, aplicar a
regra do produto:
𝑑Φ 𝑑(𝐵 ⋅ 𝐴)
ℰ=| |=| |
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝐵 𝑑𝐴
⇒ℰ = | ⋅𝐴+𝐵⋅ |
𝑑𝑡 𝑑𝑡
A variação da área é expressa por:
𝐴𝑡 = 𝐴0 + 𝑥 ⋅ 𝐿 = 𝐴0 + (𝑣 ⋅ 𝑡) ⋅ 𝐿 = 𝐴0 + (𝑣 ⋅ 𝐿) ⋅ 𝑡
Então:

55
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𝑑𝐵 𝑑 𝑇
= (1 + 2𝑡) = 2
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑠
𝑑𝐴 𝑑
⇒ = (𝐴0 + (𝑣 ⋅ 𝐿) ⋅ 𝑡) = 𝑣 ⋅ 𝐿
𝑑𝑡 𝑑𝑡
⇒ ℰ = |2 ⋅ 𝐴 + (1 + 2𝑡) ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐿|
Para 𝑡 = 1 𝑠:
𝐴𝑡 = 𝐴0 + (𝑣 ⋅ 𝐿) ⋅ 𝑡
⇒ 𝐴𝑡 (1) = 1 ⋅ 1 + 0,5 ⋅ 1 ⋅ 1 = 1,5 𝑚2
ℰ = |2 ⋅ 𝐴 + (1 + 2𝑡) ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐿|
⇒ ℰ = |2 ⋅ 1.5 + (1 + 2 ⋅ 1) ⋅ 0,5 ⋅ 1|
⇒ ℰ = 4,5 𝑉

3. Corrente alternada e Transformadores


Para fechar a aula, vamos estudar alguns conceitos sobre corrente alternada e transformadores.

No capítulo anterior, vimos que quando uma barra condutora se move em um campo magnético,
de tal forma que corta as linhas de indução, surgi uma força eletromotriz induzida que é determinada por:

Figura 53: Barra se movendo em um campo magnético.

ℰ = 𝐵 ⋅ 𝑣 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝛼

Lembre-se: ao inverter a direção da velocidade se inverte também a polaridade da 𝑓𝑒𝑚 no


condutor.

Agora, vamos considerar uma espira condutora que gira com velocidade angular 𝜔 constante em
sentido anti-horário em um campo magnético homogêneo, conforme figura abaixo:

56
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Figura 54: Espira condutora com velocidade angular 𝜔.

Quando giramos a espira, os segmentos 𝑁𝑀 e 𝑃𝑄 cortam as linhas de indução magnética,


induzindo uma 𝑓𝑒𝑚 em cada um destes segmentos. Note que os segmentos 𝑄𝑁 e 𝑀𝑃 giram em forma
paralela as linhas de indução, não cortam as linhas de indução, então nestes segmentos não se induz 𝑓𝑒𝑚.

Dessa forma, temos o seguinte sistema equivalente:

Figura 55: Sistema equivalente para uma espira girando com velocidade angular constante.

Para os instantes mostrado, temos:

ℰ1 = 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣
{ ⇒ ℰ𝑎𝑏 = 2 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣
ℰ2 = 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣

Vamos deduzir a 𝑓𝑒𝑚 para um instante 𝑡 qualquer do movimento de rotação da espira. Para isso,
vamos tomar a espira em uma posição para um 𝑡 ≠ 0.

Figura 56: Espira em um tempo 𝑡.

57
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Agora, para um instante 𝑡, temos:

ℰ1 = 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝛼
{
ℰ2 = 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝛼

Portanto, a 𝑓𝑒𝑚 entre os terminais 𝑎 e 𝑏 é dada por:

ℰ𝑎𝑏 = 2 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑣 ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝛼

Do MCU executado pela espira, vem:

𝛼 =𝜔⋅𝑡

𝑑
𝑣 =𝜔⋅𝑟=𝜔⋅
2
Substituindo em ℰ𝑎𝑏 , temos:

𝑑
ℰ𝑎𝑏 = 2 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐿 ⋅ (𝜔 ⋅ ) ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝛼
2
ℰ𝑎𝑏 = 𝐵 ⋅ 𝜔 ⋅ 𝑑 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜔 ⋅ 𝑡)

Note que 𝑑 ⋅ 𝐿 corresponde à área da espira. Portanto, a lei da 𝑓𝑒𝑚 para este é:

ℰ = 𝐵 ⋅ 𝜔 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜔 ⋅ 𝑡)

Em que:

 ℰ: 𝑓𝑒𝑚 instantânea.

 𝜔: velocidade angular.

 𝐴: área delimitada pela espira.

 𝐵: indução magnética.

 𝑡: instante de tempo.

Note que a lei da 𝑓𝑒𝑚 é senoidal, isto é, a 𝑓𝑒𝑚 se alterna, pois sabemos que a função seno é
periódica e varia de −1 a +1. Observe também que determinamos a expressão de ℰ para o caso de o
ângulo inicial ser nulo. Então, de uma forma mais geral, temos que:

ℰ = 𝐵 ⋅ 𝜔 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜔 ⋅ 𝑡 + 𝛼0 )

Em que 𝛼0 é a fase inicial. Lembre-se que podemos obter o mesmo resultado utilizando a lei de
Faraday:

𝑑Φ
ℰ = −𝑁
𝑑𝑡

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Sabemos que a função seno é limitada ente −1 e +1. Então, a 𝑓𝑒𝑚 assume valor máximo quando
𝑠𝑒𝑛(𝜔 ⋅ 𝑡 + 𝛼0 ) = 1 e ela é igual a:

ℰ𝑚á𝑥 = 𝐵 ⋅ 𝜔 ⋅ 𝐴

Portanto, podemos reescrever a 𝑓𝑒𝑚 em função do seu valor máximo.

ℰ = ℰ𝑚á𝑥 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜔 ⋅ 𝑡 + 𝛼0 )

Diante deste resultado, vemos que a força eletromotriz varia entre um valor máximo e um valor
mínimo, de acordo com a função seno. Portanto, o gráfico de ℰ × 𝑡 é representado por:

Figura 57: Variação da 𝑓𝑒𝑚 com o tempo.

A partir da 𝑓𝑒𝑚, se fecharmos um circuito com uma resistência entre os terminais 𝑎 e 𝑏 igual a 𝑅,
então podemos dizer que a corrente é dada por:

ℰ ℰ𝑚á𝑥
𝑖= = ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜔 ⋅ 𝑡 + 𝛼0 )
𝑅 𝑅
𝑖 = 𝑖𝑚á𝑥 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜔 ⋅ 𝑡 + 𝛼0 )

Podemos deduzir que o valor médio de 𝑖 2 é igual a:


2
2
𝑖𝑚á𝑥
𝑖𝑚 =
2

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3.1. Valor eficaz da corrente alternada (𝒊𝒆𝒇 ) e da tensão eficaz (𝑽𝒆𝒇 )

Durante um ciclo (período), a corrente alternada tem diferentes valores instantâneos. Então qual
valor um amperímetro irá indicar? Os efeitos da corrente alternada não são determinados pelos seus
valores de máximo e de mínimo. Para melhor entendermos o comportamento da corrente alternada,
vamos comparar ao efeito térmico da corrente contínua.

Quando um resistor é atravessado por uma corrente contínua, a energia dissipada nele é dada por:

𝑄 = 𝑃 ⋅ 𝑡 ⇒ 𝑄 = 𝑅 ⋅ 𝑖2 ⋅ 𝑡

Para uma resistência percorrida por uma corrente alternada, a energia dissipada durante um ciclo
(período) é igual a:
2
𝑄 = 𝑅 ⋅ 𝑖𝑚 ⋅𝑡

Para que em ambos os casos tenhamos a mesma quantidade de calor dissipado, devemos ter que:

𝑖 2 = 𝑖𝑚
2 2
⇒ 𝑖 = √𝑖𝑚

A partir de agora, vamos chamar de 𝑖𝑒𝑓 a corrente eficaz ou 𝑖𝑟𝑚𝑠 (𝑟𝑚𝑠 em inglês: “root mean
square”) simboliza a média quadrática da corrente. Ela pode ser determinada por:

𝑖𝑚á𝑥
𝑖𝑒𝑓 =
√2
Se a corrente eficaz é dada pela expressão logo acima, de forma análoga, a tensão eficaz também
será dada por uma expressão semelhante:

𝑉𝑚á𝑥
𝑉𝑒𝑓 =
√2
Por analogia, a 𝑓𝑒𝑚 eficaz também é expressa por:

ℰ𝑚á𝑥
ℰ𝑒𝑓 =
√2

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Tenha em mente que essa parte de autoindutância até energia no campo é um


aprofundamento. Se você não quiser ver esta parte, já pode pular para transformadores.

3.2. Autoindutância

Seja um solenoide de 𝑁 voltas onde é estabelecida uma corrente que aumenta com o tempo, como
na figura abaixo.

Figura 58: Solenoide percorrido por uma corrente crescente no tempo.

Por causa da corrente elétrica 𝑖, as espiras geram um fluxo magnético Φ𝑖 e ao aumentar a corrente
𝑖, o fluxo magnético também aumenta, ou seja, ele está variando no tempo. Este fluxo crescente induz no
circuito uma 𝑓𝑒𝑚 que se opõe ao seu indutor.

Pela lei de Lenz, a direção do campo magnético induzido nos fios deve ser oposta ao da corrente
e a 𝑓𝑒𝑚 induzida deve ser tal que seja capaz de diminuir a corrente 𝑖,.

Assim, surgi uma 𝑓𝑒𝑚 induzida no circuito, devido a variação do campo magnético causado pela
própria corrente 𝑖 que circula pelo solenoide. Este fenômeno recebe o nome de autoindução e a força
eletromotriz gerada é denominada 𝑓𝑒𝑚 autoinduzida.

De acordo com os experimentos, quando em um circuito fechado não há materiais


ferromagnéticos, então o próprio fluxo magnético total deste circuito é proporcional a intensidade da
corrente que passa por ele. Para uma espira, temos:

Φ=𝐿⋅𝑖

Ou para 𝑁 espiraas:

𝑁⋅Φ=𝐿⋅𝑖

61
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Em que o fator de proporcionalidade 𝐿 recebe o nome de indutância do circuito. A unidade de 𝐿


é:

Φ 1 𝑊𝑏
𝐿= ⇒𝐿= = 1 𝐻 (ℎ𝑒𝑛𝑟𝑦)
𝑖 1𝐴
1 𝐻 = 1 𝑊𝑏/𝐴 = 1 Ω ⋅ 𝑠

Pela lei de Faraday, sabemos que:

|ΔΦ|
ℰ𝑖𝑛𝑑 = 𝑁 ⋅
Δ𝑡
Mas, ΔΦ = 𝐿 ⋅ 𝑖. Portanto:

ΔΦ = ⏟
𝐿 ⋅ ⏟𝑖
𝑐𝑡𝑒 𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑙

|Δi| 𝑑𝑖
ℰ𝑎 = 𝑁 ⋅ 𝐿 ⋅ ou ℰ𝑎 = 𝑁 ⋅ 𝐿 ⋅
Δ𝑡 𝑑𝑡
Este resultado mostra que a 𝑓𝑒𝑚 induzida em um circuito é diretamente proporcional a rapidez
da corrente elétrica no circuito.

Pelo fato de qualquer bobina ter uma autoindutância que se opõe a variação da corrente, podemos
associar a corrente na bobina a uma espécie de inércia. Então, se desejamos variar a corrente em uma
bobina, devemos vencer esta inércia conectando a bobina em alguma fonte de tensão, como na figura
abaixo:

Figura 59: Associação do conceito de inércia à indutância magnética.

Para estes dois sistemas, temos:

Δ𝑖 Δ𝑣
ℰ𝑎 = 𝐿 ⋅ ;𝐹 = 𝑚 ⋅ (𝐿𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛)
Δ𝑡 Δ𝑡
Note que ambas equações apresentam o mesmo formato. Podemos então fazer uma analogia de
um corpo e uma bobina:

Corpo (ou partícula) Bobina

𝐹 (𝑓𝑜𝑟ç𝑎) ℰ (𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜)

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𝑣 (𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒) 𝑖 (𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒)

𝑥 (𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ) 𝑞 (𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎)
Δ𝑣 Δ𝑖
𝐹=𝑚⋅ ℰ𝑎 = 𝐿 ⋅
Δ𝑡 Δ𝑡
1 1 2
𝑚𝑣 2 (𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑐𝑖𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎) 𝐿𝑖 (𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑡𝑖𝑐𝑎)
2 2

3.2.1. A indutância de um solenoide


Vimos na aula passada que o campo no interior de um solenoide é dado por:

Figura 60: Campo magnético no interior de um solenoide.

𝐵 = 𝜇0 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝑖

Em que:

 𝑛: número de voltas por unidade de comprimento 𝑙.

 𝑙: comprimento do solenoide.

 𝑁: número de voltas (𝑁 = 𝑛 ⋅ 𝑙).

Por definição:

𝑁⋅Φ
𝑁⋅Φ =𝐿⋅𝑖 ⇒𝐿 =
i

63
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(𝑛 ⋅ 𝑙) ⋅ (𝐵 ⋅ 𝐴)
𝐿=
i
𝑛 ⋅ 𝑙 ⋅ 𝜇0 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝐴
𝐿=
𝑖

𝐿 = 𝜇0 ⋅ 𝑛 2 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝑙

Com este resultado, vemos que a indutância não depende da corrente elétrica, nem do campo
magnético. Deve-se ter em mente que desprezamos a dispersão das linhas de campo próximo aos
extremos do solenoide.

3.2.2. Energia do campo magnético


Considere o circuito da figura abaixo:

Figura 61: Circuito formato por uma 𝑓𝑒𝑚 externa e o surgimento de uma 𝑓𝑒𝑚 autoinduzida. Nesta imagem representamos o campo
gerado por 𝑖 (orientado para a direita) e o campo gerado pela corrente induzida (orientado para a esquerda).

Quando fechamos a chave, a corrente começa a aumentar no condutor, surgindo um campo


magnético rotacional de sentido oposto ao campo elétrico que cria no condutor uma fonte de corrente.

Para que a intensidade da corrente elétrica seja igual a 𝑖, a fonte de corrente deve realizar um
trabalho contra o campo rotacional e este trabalho é convertido em energia do campo magnético da
corrente.

Então, a energia do campo magnético 𝐸𝑚𝑎𝑔 de um circuito é igual ao trabalho realizado para
vencer a 𝑓𝑒𝑚 autoinduzida. Matematicamente, temos:

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𝐸𝑚𝑎𝑔 = τℰa = ℰ𝑎 ⋅ 𝑞

Mas, a 𝑓𝑒𝑚 autoinduzida é dada por:

Δ𝑖
ℰ𝑎 = 𝐿 ⋅
Δ𝑡
Então:

Δ𝑖
𝐸𝑚𝑎𝑔 = 𝐿 ⋅ ⋅𝑞
Δ𝑡
Pelas condições iniciais, 𝑖0 = 0, então Δ𝑖 = 𝑖 − 𝑖0 = 𝑖. Logo:
𝑞
𝐸𝑚𝑎𝑔 = 𝐿 ⋅ 𝑖
Δ𝑡
Como 𝑞/Δ𝑡 é a intensidade média da corrente no tempo de seu aumento, então podemos
𝑖 𝑞
considerar a intensidade média da corrente por 2 = Δ𝑡. Logo:

𝑖 1
𝐸𝑚𝑎𝑔 = 𝐿 ⋅ 𝑖 ( ) ⇒ 𝐸𝑚𝑎𝑔 = 𝐿𝑖 2
2 2

Outra forma de escrever a energia no campo é utilizando o fluxo magnético:

𝐿⋅𝑖 =Φ

Então:

1 1 Φ2
𝐸𝑚𝑎𝑔 = Φ ⋅ 𝑖 =
2 2 𝐿
As unidades são dadas em:

 Φ: weber (𝑊𝑏).

 𝑖: ampere (𝑖).

 𝐿: henry (𝐻).

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3.3. Transformadores

Trata-se de um aparelho eletromagnético estático (sem partes móveis) que é capaz de alterar a
voltagem e a corrente alternada que recebe, em outros valores de tensão e de corrente, mas sem
modificar a frequência.

Um transformador é constituído das seguintes partes:

 Um núcleo ferromagnético fechado formado por um conjunto de chapas de aço silicioso


isolado entre si por verniz ou por um tratamento metalúrgico especial de suas superfícies.

 Uma bobina, que envolve o núcleo ferromagnético, definida por um conjunto de voltas ou
espiras em que se recebe corrente ou tensão alternada de certa intensidade. Esta bobina
é denominada lado primário do transformador.

 Outra bobina, que envolve o mesmo núcleo ferromagnético, composto por outro número
de voltas ou espias pelas quais saem outras correntes ou tensões alternadas. Esta bobina
é denominada lado secundário do transformador.

Podemos representar um transformador da seguinte forma:

Figura 62: Elementos de um transformador.

Em que:

 𝑁𝑝 : número de espiras ou voltas do fio no lado primário.

 𝑁𝑠 : número de espiras ou voltas do fio no lado secundário ou saído do transformador.

 𝑉𝑝 : tensão fornecida no lado primário por uma fonte de corrente alternada.

 𝑉𝑠 : tensão induzida ou recebida no lado secundário.

Se 𝑉𝑠 < 𝑉𝑝 , então o transformador é um redutor de tensão. Caso 𝑉𝑠 > 𝑉𝑝 , então o transformador


é um elevador de tensão.

Em circuitos elétricos utilizamos a seguinte representação para transformadores.

Figura 63: Representação de um transformador em um circuito.

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3.3.1. O funcionamento de um transformador


Para melhor compreensão do transformador, vamos estabelecer uma série de etapas do seu
funcionamento:

1) Fecha-se a chave do lado primário do transformador. Assim, a fonte de tensão primária no


circuito fechado alimenta a bobina primária com corrente alternada.

2) Quando a corrente alternada pelas espiras do primário se origina no núcleo da bobina um


⃗⃗ cuja direção se define pela regra da mão direita:
vetor indução magnética variável Δ𝐵

Figura 64: Sentido da indução magnética no interior do núcleo ferromagnético.

3) Devido à indução magnética variável no núcleo estabelece um fluxo magnético variável


ΔΦ = Δ𝐵 ⋅ 𝐴, em que 𝐴 é a área da secção transversal do núcleo envolvido pelas espiras.

4) O fluxo magnético variável, semelhante a uma corrente magnética, circula pelo núcleo
fechado do transformador:

Figura 65: Fluxo magnético induzido no interior do núcleo do transformador.

Observação: desconsideramos as perdas de fluxo magnético, pois consideramos que o


núcleo é feito de um material ferromagnético (aço silicioso). Assim, note que o fluxo
magnético nos lados primário e secundário são iguais.

5) Quando o fluxo magnético passa pela bobina no secundário, ele induz uma tensão e uma
corrente que, de acordo com a lei de Lenz, é determinada da seguinte maneira:

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Figura 66: Fluxo magnético e o induzido no lado secundário do transformador.

Dessa forma, o fluxo magnético pelo núcleo da bobina secundária induz uma tensão
alternada e uma corrente alternada.

3.3.2. O princípio do funcionamento do transformador


O funcionamento do transformador se explica com base na lei da indução eletromagnética no
primário e no secundário.

Efetivamente, no lado primário, de acordo com a lei da indução eletromagnética, se estabelece a


tensão no primário da seguinte forma:

𝑑Φ
𝑉𝑝 = −𝑁𝑝
𝑑𝑡
E no secundário:

𝑑Φ
𝑉𝑠 = −𝑁𝑠
𝑑𝑡
Como o fluxo magnético deve ser o mesmo nos dois lados, então:

𝑉𝑝 𝑁𝑝
= (𝑅𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜)
𝑉𝑠 𝑁𝑠

Quando 𝑁𝑠 > 𝑁𝑝 , então 𝑉𝑠 > 𝑉𝑝 . Neste caso, a tensão que se induz e se obtém na saída é maior
que a tensão de entrada no primário. Portanto, dizemos que o transformador é elevador de tensão.

Por outro lado, quando 𝑁𝑠 < 𝑁𝑝 , então 𝑉𝑠 < 𝑉𝑝 . Agora, a tensão que se induz e se obtém na saída
é menor que a tensão de entrada no primário. Portanto, dizemos que o transformador é redutor de
tensão.

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3.3.3. Eficiência do transformador


Considere o esquema de um transformador como na figura abaixo:

Figura 67: Circuito simples com um transformador.

Se consideramos que as perdas de energia no transformador são desprezíveis, então a energia por
unidade de tempo que se entrega na fonte primária deve ser a mesma que a consumida no secundário.
Então, podemos dizer que a potência no lado primário deve ser igual a do lado secundário.
Matematicamente:

𝑃𝑠 = 𝑃𝑝

𝑉𝑠 ⋅ 𝑖𝑠 = 𝑉𝑝 ⋅ 𝑖𝑝

Evidentemente, estamos trabalhando com um transformador ideal, com 100% de eficiência.


Entretanto, sabemos que no mundo real há perdas de energia e não temos um transformador ideal. Por
exemplo, existem perdas por efeito Joule, por correntes de Foucault (assunto dos próximos tópicos) e por
histerese magnética.

Diante disso, definimos a eficiência de um transformador como sendo a relação entre as potências
no secundário e no primário:

𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑃𝑠
𝜂= =
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑃𝑝

𝑉𝑠 ⋅ 𝑖𝑠
𝜂=
𝑉𝑝 ⋅ 𝑖𝑝

Mas, sabemos que a relação entre as tensões 𝑉𝑠 e 𝑉𝑝 pode ser dada pela relação entre o número
de enrolamento em cada lado.

𝑉𝑝 𝑁𝑝
=
𝑉𝑠 𝑁𝑠

Então:

𝑁𝑠 ⋅ 𝑖𝑠
𝜂=
𝑁𝑝 ⋅ 𝑖𝑝

Note que 0 ≤ 𝜂 ≤ 1. Em transformadores superpotentes, com potências superiores a 1000 𝑘𝑊,


a eficiência chega próximo de 98%. A eficiência depende da potência do transformador. Em aparelhos que
operam entre 1 a 5 𝑘𝑊, ela chega somente próximo de 94%.

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Não gaste muito tempo aqui. Apenas guarde caso tenha curiosidade!

3.3.4. Força magnetomotriz


Nos circuitos magnéticos é fácil estabelecer uma analogia com relação aos circuitos elétricos.
Através de uma bobina que envolve um material ferromagnético, em seu núcleo se transfere um fluxo
magnético dado por:

Φ =𝐵⋅𝐴

A indução magnética no núcleo da bobina é expressa por:

𝑁
𝐵 = 𝜇𝑎 ⋅ ⋅𝑖
𝐿
Logo, o fluxo pode ser reescrito como:

𝑁
Φ = 𝜇𝑎 ⋅ ⋅𝑖⋅𝐴
𝐿
𝑁⋅𝑖
Φ=
1 𝐿
𝜇𝑎 ⋅ 𝐴

Dessa forma, semelhante a lei de Ohm, surge o conceito de relutância ou resistência magnética
(𝑟𝑚 ).

1 𝐿
𝑟𝑚 = ⋅
𝜇𝑎 𝐴

Assim, temos para um circuito magnético que:

𝑁⋅𝑖
Φ=
𝑟𝑚

Em que:

 Φ: é o fluxo magnético que circula pelo núcleo (em 𝑊𝑏). Ele tem analogia com a
intensidade de corrente.

 𝑁 ⋅ 𝑖 = ℰ𝑚 : é a força magnetomotriz. Ela se expressa em ampere-volta e desempenha o


papel da força eletromotriz (𝑓𝑒𝑚).
1 𝐿 1 1
 𝑟𝑚 = 𝜇 ⋅ 𝐴: é a relutância magnética e sua unidade é 𝐻 = ℎ𝑒𝑛𝑟𝑦
𝑎

Além disso, temos que:

𝜇𝑎 = 𝜇0 ⋅ 𝜇

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Com:

 𝜇0 = 4𝜋 ⋅ 10−7 𝐻/𝑚: permeabilidade magnética do ar. A permeabilidade magnética do ar


é muito próxima a do vácuo.

 𝜇: permeabilidade magnética relativa da substância ferromagnética que constitui o núcleo


da bobina.

 𝐿: comprimento do núcleo em metros por onde circula o fluxo magnético.

 𝐴: área da secção transversal do núcleo (𝑚2 ).

Podemos escrever a relutância magnética da seguinte forma:

1 𝐿
𝑟𝑚 = ⋅
𝜇0 ⋅ 𝜇 𝐴

Se 𝜇 ≫≫ 1 , então 𝑟𝑚 → 0, isto é, se desprezam as perdas.

3.3.5. As perdas em um transformador


Na prática, os transformadores se caracterizam pelos seus altos rendimentos a plena carga, de tal
forma que os grandes transformadores chegam próximo a 99% de eficiência. Entretanto, transformadores
que apresentam baixas eficiências se devem, geralmente, a suas elevadas relutâncias.

Agora, vamos destacar as razões das perdas em um transformador. Primeiramente, vamos separar
os transformadores em duas classes e ver as principais perdas:

1) Bobinas de cobre: as correntes que circulam as bobinas levam a uma dissipação de energia
(efeito Joule) e para reduzir este fenômeno térmico é necessário projetar condutores de cobre com
diâmetros otimizados.

2) Núcleos ferromagnéticos (𝑭𝒆, 𝑵𝒊, 𝑪𝒐): de um modo geral, os núcleos dos transformadores são
de aço silicioso, de 𝐹𝑒 tratado e neles se estabelecem as variações do fluxo magnético no tempo. Neste
tipo de transformador se destacam as seguintes perdas:

3) Perdas por histerese: as substâncias ferromagnéticas que formam o núcleo do transformador


têm a propriedade de se magnetizar e intensificar o campo magnético externo originado pela corrente
que percorre a bobina.

No início, os momentos magnéticos das regiões imantadas espontaneamente estão orientados de


modo aleatório (desordenado), de tal maneira que o momento magnético total em todo volume é nulo e,
por isso, o núcleo ferromagnético não revela suas propriedades magnéticas de início.

Entretanto, quando varia a orientação dos momentos magnéticos das zonas de imantação devido
a ação do campo externo, vemos a intensificação do campo magnético no núcleo.

Alguma parte dos momentos magnéticos conservam sua direção adquirida durante a imantação,
de modo que o momento magnético resultante de todo o volume do núcleo falha em diminuir para zero.

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Consequentemente, a partir destas premissas, como pelo núcleo circula um fluxo magnético
variável, também surge uma saturação e um magnetismo residual, de modo que a desmagnetização do
núcleo aparenta certo retardo em comparação com a redução da intensidade do campo magnético em
⃗⃗ por
um cero ciclo variável. Este fenômeno se chama histerese magnética e é conhecido pelo gráfico de 𝐵
⃗⃗ . (𝐻
𝐻 ⃗⃗ é o vetor campo magnetizante).

Figura 68: Curva de histerese.

Devido à ação do campo magnético alternar, os domínios magnéticos, similares à ímãs


microscópicos, variam seu sentido e superam as forças de acoplamento internas no núcleo
ferromagnético. Com isso, dá lugar a uma oposição semelhante a um atrito, surgindo, deste modo, as
perdas por histerese.

Perdas por correntes em turbilhão ou correntes parasitas de Foucault: vamos considerar um


núcleo ferromagnético são compostas por uma série de camadas fechadas cujos eixos coincidem com o
eixo do núcleo. Cada camada fechada é uma espira fechada, como na figura a logo abaixo, em que se pode
notar um fluxo magnético Φ𝑀 (↑) alternado que induz uma 𝑓𝑒𝑚 e a corrente, direcionadas nos planos
perpendiculares ao eixo do fluxo.

Figura 69: Correntes de Foucault.

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Como consequência, considerando o conjunto de espiras fechadas (contornos), podemos


representar no corpo do núcleo as correntes em turbilhão fechadas ao redor do fluxo magnético Φ𝑀 (↑),
como mostrado na figura b.

O sentido das correntes de turbilhão se define pela lei de Lenz. Estas correntes em turbilhão geram
dissipação de calor no núcleo e as perdas não são desprezíveis em substâncias ferromagnéticas.

Para reduzir estas perdas, o núcleo é construído com um conjunto de lâminas de aço silicioso e se
isolam entre si com verniz especial. Então, os efeitos causados pelas 𝑓𝑒𝑚 induzidas se reduzem como
pretende mostrar a figura b.

21.
Ao conectar uma tensão alternada de 110 𝑉 entre os terminais 𝑀 e 𝑁, obtemos 5,5 𝑉 entre os terminais
𝑃 e 𝑄. Determine a tensão que seria medida entre 𝑀 e 𝑁, quando conectamos uma tensão alternada de
220 𝑉 entre os terminais 𝑃 e 𝑄.

Comentários:
A partir da primeira situação, podemos extrair a razão 𝑁𝑠 /𝑁𝑝 . No primeiro caso, temos a seguinte
situação:

Note que se trata de um transformador redutor de tensão, pois 𝑉𝑠 < 𝑉𝑝 . Pela relação dos
transformadores, temos:
𝑉𝑝 𝑁𝑝
=
𝑉𝑠 𝑁𝑠
𝑁𝑝 110
⇒ =
𝑁𝑠 5,5
𝑁𝑝
⇒ = 20
𝑁𝑠
Para o segundo caso, temos a seguinte configuração:

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A relação entre o número de rolamento de cada lado se mantém, então:


𝑉𝑝′ 𝑁𝑝
=
𝑉𝑠′ 𝑁𝑠
𝑉𝑝′
⇒ = 20
220
⇒ 𝑉𝑝′ = 4400 𝑉

4. Lista de questões nível 1


(AFA – 2011)
A figura abaixo mostra um ímã 𝐴𝐵 se deslocando, no sentido indicado pela seta, sobre um trilho
horizontal envolvido por uma bobina metálica fixa.

Nessas condições, é correto afirmar que, durante a aproximação do ímã, a bobina


A) sempre o atrairá.
B) sempre o repelirá.
C) somente o atrairá se o polo A for o Norte.
D) somente o repelirá se o polo A for o Sul.
(AFA – 2010)
Considere um campo magnético uniforme de intensidade 𝐵 e um condutor metálico retilíneo
deslocando-se com velocidade vetorial constante 𝑣⃗ , perpendicularmente às linhas desse campo,
conforme a figura abaixo.

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Sobre a situação descrita acima, são feitas as seguintes afirmações:


I. A separação de cargas nas extremidades do condutor dá origem a um campo elétrico 𝐸⃗⃗ que exerce
sobre os portadores de carga uma força elétrica ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑒 .
II. A força elétrica ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑒 , que surge devido a separação de cargas no condutor, tende a equilibrar a ação
da força magnética ⃗⃗⃗⃗⃗ 𝐹𝑚 exercida pelo campo magnético uniforme
III. O campo elétrico 𝐸⃗⃗ , que surge devido a separação de cargas no condutor, dá origem a uma força
eletromotriz 𝜀, que é a diferença de potencial nas extremidades do condutor.
São corretas
A) somente I e II. B) somente I e III.
C) somente II e III. D) I, II e III.
(AFA – 2007)
Uma espira condutora é colocada no mesmo plano e ao lado de um circuito constituído de uma
pilha, de uma lâmpada e de um interruptor.

As alternativas a seguir apresentam situações em que, após o interruptor ser ligado, o condutor 𝐴𝐵
gera uma corrente elétrica induzida na espira, EXCETO
A) desligar o interruptor. B) "queimar" a lâmpada.
C) mover a espira na direção 𝑥. D) mover a espira na direção 𝑦.
(AFA – 2005)
⃗⃗ , que
A figura a seguir mostra uma espira retangular abcd imersa num campo magnético uniforme B
a atravessa perpendicularmente.

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Se metade da espira for girada no sentido anti-horário, como mostra a ilustração acima, pode-se
afirmar que, durante este processo, a corrente elétrica induzida
A) é constante.
B) tem o sentido de b para a.
C) varia linearmente com o tempo.
D) independe da velocidade de giro.
(AFA – 2005)
Uma espira metálica é abandonada, a partir do repouso, de uma altura b acima do solo. Em
determinado trecho, ela passa por uma região onde existe um campo magnético uniforme B ⃗⃗,
conforme mostra a figura.

Pode-se afirmar que


A) há conservação da energia mecânica durante toda a queda.
⃗⃗
B) sua velocidade é constante quando totalmente imersa em 𝐵
⃗⃗ e aumenta ao abandonar a região de 𝐵
C) sua aceleração diminui ao penetrar em 𝐵 ⃗⃗

D) sua velocidade final é menor que √2gh


(EN – 2019)
Analise as figuras abaixo.

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Cada uma das figuras acima mostra uma bobina de 200 espiras e um ímã cujos polos estão alinhados
com o eixo central da bobina. Sendo assim, assinale a opção correta.
A) Se na figura 1 o ímã se aproximar da bobina, surgirá uma corrente elétrica induzida na bobina e
terá o sentido B.
B) Se na figura 2 o imã se afastar da bobina, surgirá uma corrente elétrica induzida na bobina e terá
o sentido B.
C) Se na figura 1 o ímã se aproximar ou se afastar da bobina, surgirá uma corrente elétrica na bobina
e terá o sentido B.
D) Se na figura 2 a bobina se aproximar do ímã, surgirá uma corrente elétrica induzida na bobina e
terá o sentido de B.
E) O movimento do ímã não pode induzir corrente elétrica na bobina. Só surgirá corrente elétrica
na bobina se ela estiver ligada a uma fonte de energia elétrica.
(EN – 2018)
Analise a figura abaixo.

A figura acima mostra uma espira retangular, de lados a = 40 cm e b = 20 cm, no instante t = 0.


Considere que a espira se move com velocidade v = 5,0 cm/s, para a esquerda,
perpendicularmente a um campo magnético uniforme de indução, B = 2,0 T. Sabendo que a espira
tem uma resistência de 20 Ω, qual é a intensidade, em ampère, da corrente elétrica na espira em
t = 3,0 s?
A) 1, 0. 10−3 B) 2,0. 10−3 C) 3,0. 10−3
D) 1,0. 10−2 E) 2,0. 10−2
(EN – 2017)
Analise a figura abaixo.

Um instrumento denominado amperímetro de alicate é capaz de medir a corrente elétrica em um


ou mais condutores apenas os envolvendo com suas garras (ver figura). Quando essas são fechadas,
o campo magnético produzido pelas correntes envolvidas pode ser medido por um sensor.
Considere que dois condutores retilíneos, muito próximos um do outro, atravessam o centro da área

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circular, de raio R, entre as garras do medidor. Sendo assim, o campo magnético medido pelo sensor
será
A) zero, se as correntes nos fios forem de mesmo módulo I e tiverem sentidos contrários.
μ I
B) πR0 2 , se as correntes forem de mesmo módulo I e tiverem o mesmo sentido.
μ I
0
C) 2πR , se as correntes forem de mesmo módulo I e tiverem o mesmo sentido.
0 μ I
D) 4πR , se as correntes forem de mesmo módulo I e tiverem sentidos contrários.
E) sempre zero.
(EN – 2013)
Analise a figura a seguir.

O gráfico da figura acima registra a variação do fluxo magnético, Φ, através de uma bobina ao longo
de 5 segundos. Das opções a seguir, qual oferece o gráfico da f.e.m induzida, ε, em função do
tempo?

A) B)

C) E)

E)

(EN – 2009)
Uma espira retangular, de lados 10,0 𝑐𝑚 e 20,0 𝑐𝑚, possui 40 voltas de fio condutor, estreitamente
espaçados, e resistência elétrica de 5,00 Ω . O vetor normal à área limitada pela espira forma um
ângulo de 60° com as linhas de um campo magnético uniforme de módulo igual a 0,800 tesla. A

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partir do instante 𝑡0 = 0, o módulo deste campo é reduzido uniformemente a zero e, em seguida,


é aumentado uniformemente, porém em sentido oposto ao inicial, até atingir o módulo de
1,20 teslas, no instante 𝑡 = 4,00 𝑠. A intensidade média da corrente elétrica induzida na espira,
neste intervalo de tempo, em miliamperes, é
(A) 20,0 (B) 25,0 (C) 30,0 (D) 35,0 (E) 40,0
(EFOMM – 2019)
Um condutor retilíneo PT, de resistência R = 20,0 Ω, está em contato com um condutor de resistência
desprezível e dobrado em forma de U, como indica a figura. O conjunto está imerso em um campo
de indução magnética B ⃗⃗, uniforme, de intensidade 15.0 T, de modo que B⃗⃗ é ortogonal ao plano do
circuito. Seu Demi, um operador, puxa o condutor PT, de modo que este se move com velocidade
constante v ⃗⃗, como indica a figura, sendo v = 4.0 m/s. Determine a força eletromotriz induzida no
circuito e o valor da força aplicada por seu Demi ao condutor PT.

A) 45 V e 80,45 N B) 65 V e 90,10 N C) 80 V e 100,65 N


D) 90 V e 101,25 N E) 100,85 V e 110,95 N
(EFOMM – 2017)
Um fio de resistência 5Ω e 2,4 m de comprimento forma um quadrado de 60 cm de lado. Esse
quadrado é inserido por completo, com velocidade constante, durante 0,90 segundos em um campo
magnético constante de 10,0 T (de forma que a área do quadrado seja perpendicular às linhas do
campo magnético). A intensidade de corrente que se forma no fio é i1. Outro fio reto de 2,0 m de
comprimento possui uma intensidade de corrente i2, quando imerso em um campo magnético
constante de módulo 10,0 T. A força magnética que atua no fio possui módulo 8,0 N. A direção da
força é perpendicular à do fio e à direção do campo magnético.
A razão entre os módulos de i1 e i2 é:
A. 0,2 B. 0,4 C. 0,5 D. 2,0 E. 4,0
(EFOMM – 2016)
Uma espira condutora retangular rígida move-se, com velocidade vetorial v⃗⃗ constante, totalmente
⃗⃗
imersa numa região na qual existe um campo de indução magnética B , uniforme, constante no
tempo, e perpendicular ao plano que contém tanto a espira como seu vetor velocidade. Observa-se
que a corrente induzida na espira é nula. Podemos afirmar que tal fenômeno ocorre em razão de o
A) fluxo de ⃗B⃗ ser nulo através da espira.
⃗⃗ ser uniforme e constante no tempo
B) vetor B
⃗⃗ ser perpendicular ao plano da espira.
C) vetor B

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D) vetor ⃗B⃗ ser perpendicular a v


⃗⃗ .
E) vetor v
⃗⃗ ser constante.
(EFOMM – 2012)
A haste AB de cobre mede 3,0 metros e move-se, com velocidade constante igual a 8,0 m/s, numa
região de campo magnético uniforme de módulo 1,5 tesla. A direção do campo é perpendicular ao
plano da página e o seu sentido é voltado para dentro desta, conforme indica a figura. A diferença
de potencial, em volts, entre as extremidades A e B da haste, é:

A) 36 B) 32 C) 28 D) 24 E) 20
(EFOMM – 2011)
Observe o gráfico a seguir.

O gráfico acima mostra o fluxo magnético, em função do tempo, que atravessa um anel metálico.
Sendo a resistência elétrica do anel igual a 0,3Ω, a corrente elétrica que o percorre é, em
miliampere, igual a
A) 5 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9
(EFOMM – 2009)
Um toróide, no circuito de uma das repetidoras de radar do passadiço tem uma seção reta quadrada
de lado igual a 8cm, raio interno de 18 cm, 400 espiras e é atravessado por uma corrente de
intensidade igual a 0,8 A. O valor aproximado do fluxo magnético através da seção reta do toróide,
em microwebers, é de aproximadamente
dado : μ0= 4𝜋 x 10−7 , em unidades do S.I.
A) 2,056 B) 3,074 C) 5,022 D) 6,034 E) 8,012

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5. Gabarito sem comentários nível 1


1) B 9) A ou B

2) D 10) E

3) D 11) D

4) B 12) D

5) D 13) E

6) D 14) A

7) A 15) A

8) A 16) S/A

6. Lista de questões nível 1 comentada


(AFA – 2011)
A figura abaixo mostra um ímã 𝐴𝐵 se deslocando, no sentido indicado pela seta, sobre um trilho
horizontal envolvido por uma bobina metálica fixa.

Nessas condições, é correto afirmar que, durante a aproximação do ímã, a bobina


A) sempre o atrairá.
B) sempre o repelirá.
C) somente o atrairá se o polo A for o Norte.
D) somente o repelirá se o polo A for o Sul.

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Comentários:

Independentemente de o polo A ser sul ou norte, o campo magnético na espira sempre aumentará
já que o imã está se aproximando (o que mudará é o sentido do campo). De qualquer modo, pela Lei de
Lenz, a espira criará um campo contrário. Campos opostos se repelem. Logo o imã será repelido
independente de sua configuração.

Gabarito: B
(AFA – 2010)
Considere um campo magnético uniforme de intensidade 𝐵 e um condutor metálico retilíneo
deslocando-se com velocidade vetorial constante 𝑣⃗ , perpendicularmente às linhas desse campo,
conforme a figura abaixo.

Sobre a situação descrita acima, são feitas as seguintes afirmações:


I. A separação de cargas nas extremidades do condutor dá origem a um campo elétrico 𝐸⃗⃗ que exerce
sobre os portadores de carga uma força elétrica ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑒 .
II. A força elétrica ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑒 , que surge devido a separação de cargas no condutor, tende a equilibrar a ação
da força magnética ⃗⃗⃗⃗⃗ 𝐹𝑚 exercida pelo campo magnético uniforme
III. O campo elétrico 𝐸⃗⃗ , que surge devido a separação de cargas no condutor, dá origem a uma força
eletromotriz 𝜀, que é a diferença de potencial nas extremidades do condutor.
São corretas
A) somente I e II. B) somente I e III.
C) somente II e III. D) I, II e III.

Comentários:

Imagine um elétron na barra. Pela regra da mão direita surgirá nele uma força magnética para
cima. Dessa forma os elétrons irão se deslocar para a ponta superior da barra, criando uma diferença de
potencial, que gerará um campo elétrico, que por sua vez criará uma força elétrica oposta nos elétrons,
puxando eles para baixo. Quando o valor da força magnética for igual ao da força elétrica os elétrons
entrarão em equilíbrio. Dessa forma todas s alternativas estão corretas.

Gabarito: D
(AFA – 2007)

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Uma espira condutora é colocada no mesmo plano e ao lado de um circuito constituído de uma
pilha, de uma lâmpada e de um interruptor.

As alternativas a seguir apresentam situações em que, após o interruptor ser ligado, o condutor 𝐴𝐵
gera uma corrente elétrica induzida na espira, EXCETO
A) desligar o interruptor. B) "queimar" a lâmpada.
C) mover a espira na direção 𝑥. D) mover a espira na direção 𝑦.

Comentários:

Para que uma corrente seja induzida dentro da espira temos que ter mudança de fluxo magnético.
Veja que se o interruptor desligar ou a lâmpada queimar a corrente no circuito parará e
consequentemente o fluxo que o sistema faz passará imediatamente para zero.

Além disso, como o campo magnético é mais forte quanto mais perto do fio, ao mover a espira na
direção x iremos mudar a intensidade do campo, e consequentemente do fluxo. Movendo a espira
verticalmente, entretanto, não mudará o campo magnético na espira e consequentemente o fluxo. Não
existirá fem induzida e nem corrente nesse último caso.

Gabarito: D
(AFA – 2005)
A figura a seguir mostra uma espira retangular abcd imersa num campo magnético uniforme ⃗B⃗ , que
a atravessa perpendicularmente.

Se metade da espira for girada no sentido anti-horário, como mostra a ilustração acima, pode-se
afirmar que, durante este processo, a corrente elétrica induzida
A) é constante.
B) tem o sentido de b para a.

83
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C) varia linearmente com o tempo.


D) independe da velocidade de giro.

Comentários:

Antes da metade direita girar 90° o fluxo na espira diminui, consequentemente pela lei de Lenz
deve ser formado um campo a favor de aumentar o fluxo, gerando, pela regra da mão direita, uma
corrente de b para a que tende a formar um campo induzido no mesmo sentido do campo original. Depois
de a metade direita girar 90° o fluxo aumentará e consequentemente a corrente induzida terá sentido
oposto, sendo de a para b.

Gabarito: B
(AFA – 2005)
Uma espira metálica é abandonada, a partir do repouso, de uma altura b acima do solo. Em
determinado trecho, ela passa por uma região onde existe um campo magnético uniforme ⃗B⃗,
conforme mostra a figura.

Pode-se afirmar que


A) há conservação da energia mecânica durante toda a queda.
⃗⃗
B) sua velocidade é constante quando totalmente imersa em 𝐵
⃗⃗ e aumenta ao abandonar a região de 𝐵
C) sua aceleração diminui ao penetrar em 𝐵 ⃗⃗

D) sua velocidade final é menor que √2gh

Comentários:

Quando a espira começa a penetrar no campo existe variação de fluxo, dessa forma uma fem é
induzida na espira criando uma corrente de modo a formar um campo que seja oposto a 𝐵⃗⃗, ou seja, uma
corrente horária.

Pela regra da mão direita, contanto que a espira ainda não tenha penetrado completamente no
campo, somente a parte inferior sofrerá uma força magnética com sentido para cima, diminuindo então
a aceleração da espira. Quando a espira está totalmente dentro do campo magnético existem duas forças
opostas na parte inferior e superior da espira que se anulam, dessa forma a espira desce com aceleração
𝑔⃗.

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Finalmente quando a espira está saindo do campo, ocorre uma diminuição de fluxo e
consequentemente uma fem induzida que cria uma corrente induzida de forma a criar um campo induzido
que seja no mesmo sentido de 𝐵 ⃗⃗, ou seja, uma corrente anti-horária. Pela regra da mão direita no trecho
superior da espira vemos que isso gera uma força magnética para cima que também tende a desacelerar
a espira.

Dessa forma a espira chega no solo com uma velocidade menor que √2𝑔ℎ e não existe
conservação de energia mecânica. Como a resistência da espira não é infinita, nos trechos que a espira
𝜖2
está entrando e saindo de B temos potência dissipada igual a , é essa energia dissipada que diminui a
𝑅
energia total da espira.

Sendo mais agressivo nesse problema, mesmo no trecho onde a espira está totalmente imersa no
campo magnético existe uma força magnética nos elétrons para a direita que criará algo similar a um
efeito Hall, fazendo com que os elétrons se movam para a parte direita da espira e gerando uma diferença
de potencial entre as duas extremidades.

Se a espira tiver resistência esse movimento dos elétrons dissipará energia na forma de calor, e
consequentemente mesmo dentro do campo a espira dissipará energia, que virá às custas de energia
mecânica.

Gabarito: D
(EN – 2019)
Analise as figuras abaixo.

Cada uma das figuras acima mostra uma bobina de 200 espiras e um ímã cujos polos estão alinhados
com o eixo central da bobina. Sendo assim, assinale a opção correta.
A) Se na figura 1 o ímã se aproximar da bobina, surgirá uma corrente elétrica induzida na bobina e
terá o sentido B.
B) Se na figura 2 o imã se afastar da bobina, surgirá uma corrente elétrica induzida na bobina e terá
o sentido B.
C) Se na figura 1 o ímã se aproximar ou se afastar da bobina, surgirá uma corrente elétrica na bobina
e terá o sentido B.
D) Se na figura 2 a bobina se aproximar do ímã, surgirá uma corrente elétrica induzida na bobina e
terá o sentido de B.
E) O movimento do ímã não pode induzir corrente elétrica na bobina. Só surgirá corrente elétrica
na bobina se ela estiver ligada a uma fonte de energia elétrica.

85
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Comentários:

O campo magnético sempre sai do polo N do imã e chega no polo S. Se na figura 1 a bobina ou o
imã se aproximarem aumentará o campo efetivo que passa pela bobina, e na bobina, pela lei de Lenz, será
induzida uma corrente que criará um campo para diminuir tal fluxo, ou seja, um campo no sentido de A.

Já se ambos se afastarem, ocorrerá um campo no sentido de B. Analogamente, na figura 2 temos


o polo S se aproximando, e consequentemente uma corrente no sentido B. Já se o imã se afastar, teremos
uma corrente no sentido A.

Gabarito: D
(EN – 2018)
Analise a figura abaixo.

A figura acima mostra uma espira retangular, de lados a = 40 cm e b = 20 cm, no instante t = 0.


Considere que a espira se move com velocidade v = 5,0 cm/s, para a esquerda,
perpendicularmente a um campo magnético uniforme de indução, B = 2,0 T. Sabendo que a espira
tem uma resistência de 20 Ω, qual é a intensidade, em ampère, da corrente elétrica na espira em
t = 3,0 s?
A) 1, 0. 10−3 B) 2,0. 10−3 C) 3,0. 10−3
D) 1,0. 10−2 E) 2,0. 10−2

Comentários:

Em t=3s a espira ainda não estará completamente imersa no campo, dessa forma:

𝜙 = 𝐵𝐴

𝑑𝜙 𝑑𝐴
𝜖=− = −𝐵 = −𝐵𝑏𝑣 = −2 ⋅ 0,2 ⋅ 0,05 = −2 ⋅ 10−2 𝑉
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝜖
𝑖= = 10−3 𝐴
𝑅
Gabarito: A
(EN – 2017)
Analise a figura abaixo.

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Um instrumento denominado amperímetro de alicate é capaz de medir a corrente elétrica em um


ou mais condutores apenas os envolvendo com suas garras (ver figura). Quando essas são fechadas,
o campo magnético produzido pelas correntes envolvidas pode ser medido por um sensor.
Considere que dois condutores retilíneos, muito próximos um do outro, atravessam o centro da área
circular, de raio R, entre as garras do medidor. Sendo assim, o campo magnético medido pelo sensor
será
A) zero, se as correntes nos fios forem de mesmo módulo I e tiverem sentidos contrários.
μ I
B) πR0 2 , se as correntes forem de mesmo módulo I e tiverem o mesmo sentido.
μ I
0
C) 2πR , se as correntes forem de mesmo módulo I e tiverem o mesmo sentido.
μ I
0
D) 4πR , se as correntes forem de mesmo módulo I e tiverem sentidos contrários.
E) sempre zero.

Comentários:

Se as correntes tiverem sentidos contrários, os campos produzidos serão opostos, e o campo


magnético medido será zero. Se as correntes tiverem mesmo sentido o campo será duas vezes o original,
𝜇𝑖
ou seja, 𝜋𝑅.

Gabarito: A
(EN – 2013)
Analise a figura a seguir.

O gráfico da figura acima registra a variação do fluxo magnético, Φ, através de uma bobina ao longo
de 5 segundos. Das opções a seguir, qual oferece o gráfico da f.e.m induzida, ε, em função do
tempo?

87
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A) B)

C) E)

E)

Comentários:

A fem induzida é dada por menos a derivada em função do tempo (inclinação) do fluxo, que é
positiva entre 0 e 1 s, zero entre 0 e 2 s, negativa entre 2 e 4 s e positiva entre 4 e 5 s. Esse menos é para
falar que a fem tem o sentido contrário ao aumento de fluxo.

Entretanto, sem um referencial (que o exercício não forneceu), tanto A quanto B poderiam estar
corretas. Para que somente A estivesse correta, o exercício deveria ter especificado no enunciado
“Considerando o sentido de fem positiva como o sentido que produz um campo induzido que tende a
aumentar o fluxo”.

Gabarito: A ou B
(EN – 2009)
Uma espira retangular, de lados 10,0 𝑐𝑚 e 20,0 𝑐𝑚, possui 40 voltas de fio condutor, estreitamente
espaçados, e resistência elétrica de 5,00 Ω . O vetor normal à área limitada pela espira forma um
ângulo de 60° com as linhas de um campo magnético uniforme de módulo igual a 0,800 tesla. A
partir do instante 𝑡0 = 0, o módulo deste campo é reduzido uniformemente a zero e, em seguida,
é aumentado uniformemente, porém em sentido oposto ao inicial, até atingir o módulo de
1,20 teslas, no instante 𝑡 = 4,00 𝑠. A intensidade média da corrente elétrica induzida na espira,
neste intervalo de tempo, em miliamperes, é
(A) 20,0 (B) 25,0 (C) 30,0 (D) 35,0 (E) 40,0

Comentários:

A fem média na espira vale:

88
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Δ𝜙
|𝜖̅| = 𝑁
Δ𝑡
A variação de fluxo vale:

Δ𝜙 = 𝐴Δ𝐵 = 0,1 ⋅ 0,2 ⋅ cos(60°) ⋅ (0,8 − (−1,2)) = 0,02 𝑉. 𝑠

Finalmente a corrente média vale:

𝑁 Δ 𝜙 40 0,02
𝑖= ⋅ = ⋅ = 40 𝑚𝐴
𝑅 Δ𝑡 5 4
Gabarito: E
(EFOMM – 2019)
Um condutor retilíneo PT, de resistência R = 20,0 Ω, está em contato com um condutor de resistência
desprezível e dobrado em forma de U, como indica a figura. O conjunto está imerso em um campo
de indução magnética ⃗B⃗, uniforme, de intensidade 15.0 T, de modo que ⃗B⃗ é ortogonal ao plano do
circuito. Seu Demi, um operador, puxa o condutor PT, de modo que este se move com velocidade
constante v ⃗⃗, como indica a figura, sendo v = 4.0 m/s. Determine a força eletromotriz induzida no
circuito e o valor da força aplicada por seu Demi ao condutor PT.

A) 45 V e 80,45 N B) 65 V e 90,10 N C) 80 V e 100,65 N


D) 90 V e 101,25 N E) 100,85 V e 110,95 N

Comentários:

Como o fluxo está aumentando, é induzida uma corrente horária, que cria uma força para
esquerda.

𝜖 = 𝐵𝑣𝑙 = 15 ⋅ 4 ⋅ 1,5 = 90𝑉

A corrente induzida vale:

𝜖 90
𝑖= = = 4,5𝐴
𝑅 20
A força magnética gerada vale:

𝐹𝑚 = 𝐵𝑖𝑙 = 15 ⋅ 4,5 ⋅ 1,5 = 101,25𝑁

A força que o operador realiza é igual à força magnética pois a velocidade não varia:

𝐹 = 101,25𝑁

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Gabarito: D
(EFOMM – 2017)
Um fio de resistência 5Ω e 2,4 m de comprimento forma um quadrado de 60 cm de lado. Esse
quadrado é inserido por completo, com velocidade constante, durante 0,90 segundos em um campo
magnético constante de 10,0 T (de forma que a área do quadrado seja perpendicular às linhas do
campo magnético). A intensidade de corrente que se forma no fio é i1. Outro fio reto de 2,0 m de
comprimento possui uma intensidade de corrente i2, quando imerso em um campo magnético
constante de módulo 10,0 T. A força magnética que atua no fio possui módulo 8,0 N. A direção da
força é perpendicular à do fio e à direção do campo magnético.
A razão entre os módulos de i1 e i2 é:
A. 0,2 B. 0,4 C. 0,5 D. 2,0 E. 4,0

Comentários:

No primeiro caso, a velocidade de inserção vale:

0,6 2
𝑣1 = = 𝑚/𝑠
0,90 3

A fem induzida vale:


𝜖1 = 𝐵1𝑣1 𝑙1 = 10 ⋅ ⋅ 0,6 = 4𝑉
3
A corrente induzida vale:

𝜖1 4
𝑖1 = = = 0,8𝐴
𝑅1 5

No segundo caso:

𝐹𝑚 2 = 𝐵𝑖2 𝑙2

A corrente que age no fio vale:

8
𝑖2 = = 0,4𝐴
10 ⋅ 2
𝑖1
=2
𝑖2

Gabarito: D
(EFOMM – 2016)
Uma espira condutora retangular rígida move-se, com velocidade vetorial v
⃗⃗ constante, totalmente
imersa numa região na qual existe um campo de indução magnética ⃗B⃗ , uniforme, constante no
tempo, e perpendicular ao plano que contém tanto a espira como seu vetor velocidade. Observa-se
que a corrente induzida na espira é nula. Podemos afirmar que tal fenômeno ocorre em razão de o

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A) fluxo de ⃗B⃗ ser nulo através da espira.


⃗⃗ ser uniforme e constante no tempo
B) vetor B
C) vetor ⃗B⃗ ser perpendicular ao plano da espira.
D) vetor ⃗B⃗ ser perpendicular a v
⃗⃗ .
E) vetor v
⃗⃗ ser constante.

Comentários:

O fluxo que percorre a espira vale:

𝜙 = 𝐵𝐴 cos 𝜃

A fem induzida vale:

𝑑𝜙
𝜖=− = 𝐵𝐴𝑤 sin 𝜃
𝑑𝑡
Se esse fluxo é nulo quer dizer que ou 𝑤 = 0 ou sin 𝜃 = 0 → 𝑤 = 0.

Dessa forma a espira não pode rotacionar, ou seja, o vetor velocidade deve ser constante.

Gabarito: E
(EFOMM – 2012)
A haste AB de cobre mede 3,0 metros e move-se, com velocidade constante igual a 8,0 m/s, numa
região de campo magnético uniforme de módulo 1,5 tesla. A direção do campo é perpendicular ao
plano da página e o seu sentido é voltado para dentro desta, conforme indica a figura. A diferença
de potencial, em volts, entre as extremidades A e B da haste, é:

A) 36 B) 32 C) 28 D) 24 E) 20

Comentários:

Pela regra da mão direita, surgirá nos elétrons uma força magnética para baixo, que produzirá
vacâncias positivas na parte de cima da barra. os elétrons se estabilizarão quando a força elétrica
produzida pela diferença de potencial gerada for igual à força magnética, similar ao efeito Hall.

𝐹𝑚 = 𝐹𝑒

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𝑒𝑉
𝑒𝑣𝐵 = 𝑒𝐸 =
𝑑
𝑉 = 𝑣𝐵𝑑 = 8 ⋅ 1,5 ⋅ 3 = 36𝑉

Gabarito: A
(EFOMM – 2011)
Observe o gráfico a seguir.

O gráfico acima mostra o fluxo magnético, em função do tempo, que atravessa um anel metálico.
Sendo a resistência elétrica do anel igual a 0,3Ω, a corrente elétrica que o percorre é, em
miliampere, igual a
A) 5 B) 6 C) 7 D) 8 E) 9

Comentários:

A fem induzida vale a variação do fluxo, que é a inclinação do gráfico:

𝑑𝜙 0,6 ⋅ 10−2
𝜖=− =− = −1,5𝑚𝑉
𝑑𝑡 4
A corrente que percorre o fio vale:
𝜖
𝑖= = 5𝑚𝐴
𝑅
Gabarito: A
(EFOMM – 2009)
Um toróide, no circuito de uma das repetidoras de radar do passadiço tem uma seção reta quadrada
de lado igual a 8cm, raio interno de 18 cm, 400 espiras e é atravessado por uma corrente de
intensidade igual a 0,8 A. O valor aproximado do fluxo magnético através da seção reta do toróide,
em microwebers, é de aproximadamente
dado : μ0= 4𝜋 x 10−7 , em unidades do S.I.
A) 2,056 B) 3,074 C) 5,022 D) 6,034 E) 8,012

Comentários:

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O raio efetivo vale:

𝑟 = 18 + 4 = 22𝑐𝑚

O campo magnético criado pelo toróide vale:

𝜇𝑖𝑁 4𝜋 ⋅ 10−7 ⋅ 0,8 ⋅ 400


𝐵= = = 0,29𝑚𝑇
2𝜋𝑅 2𝜋 ⋅ 0,22

O fluxo magnético vale:

𝜙 = 𝑁𝐵𝐴 = 400 ⋅ 0,29 ⋅ 0,082 = 744𝜇𝑊𝑏

Gabarito: S/A

7. Lista de questões nível 2


(EN – 2023)
Observe as figuras abaixo.

A figura 1 mostra um fio condutor de densidade volumétrica 𝜌 e secção reta A, dobrado na forma de U
com os três lados iguais, inicialmente dispostos no plano 𝑦𝑧. O fio pode girar em torno de um eixo
horizontal fixo e está imerso em um campo magnético uniforme vertical B dirigido para cima. Quando
pelo condutor passa uma corrente elétrica, o condutor se desloca e, após estabelecido o equilíbrio, passa
a fazer um ângulo 𝜃 com a vertical, conforme ilustrado na Figura 2. Sendo 𝑔 a aceleração da gravidade, a
intensidade da corrente elétrica é dada por:
2𝑔𝜌 𝑔𝐴𝜌 𝐵𝐴𝜌
(A) 𝑡𝑔(𝜃) (B) 𝑠𝑒𝑛(𝜃) (C) 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝐴𝐵 𝐵 𝑔
𝑔𝐴𝜌 2𝑔𝐴𝜌
(D) 𝑡𝑔(𝜃) (E) 𝑡𝑔(𝜃)
2𝐵 𝐵

(EN – 2023)
Observe a figura abaixo.

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A figura acima representa a montagem de um sistema formado por dois trilhos fixos condutores, paralelos
entre si, ligados a uma fonte de fem com resistência interna 𝑟 = 1,0 Ω. Sobre os trilhos encontra-se
apoiada uma haste metálica AB, de comprimento d = 1,0 m, que pode se deslocar horizontalmente. Não
há atrito entre os trilhos e a haste. O sistema encontra-se dentro de um campo de indução magnética B =
0,50 T, uniforme, dirigido para baixo, perpendicularmente ao plano do sistema. A haste e os trilhos
possuem resistências desprezíveis e a haste é ligada a um bloco de peso P = 30 N por meio de um fio ideal,
preso ao centro da haste e passando por uma polia ideal fixa. Para que o bloco seja erguido com uma
velocidade constante v = 10 m/s, qual deve ser o módulo da fem da fonte, em volts?
(A) 50 (B) 55 (C) 60 (D) 65 (E) 70
(EFOMM – 2023)
Considere duas barras metálicas fixas separadas por uma distância d = 1,0 m. Essas barras determinam
um plano que forma um ângulo de 60° com a horizontal. Uma outra barra metálica de massa 320 g pode
deslocar-se sobre as barras fixas, existindo entre esta barra e as barras fixas um coeficiente de atrito
cinético 𝜇 = 0,5. As barras fixas são ligadas por um condutor de resistência R e a resistência de todas as
barras é desprezível. O campo magnético B com 1 T de intensidade é perpendicular ao plano das barras
conforme mostra a figura.
Após ser abandonada, depois de um tempo, a barra atinge uma velocidade limite de 2,0 m/s.
Determine a resistência R.
Dados: g = 10 m/s², sen(60°) = √3/2 e cos(60°) = 1/2.

(A) 2,5 Ω (B) 5 Ω (C) 10 Ω (D) 20 Ω (E) 40 Ω


(AFA – 2021)
Considere um circuito ôhmico com capacitância e autoindução desprezíveis. Através de uma
superfície fixa delimitada por este circuito (Figura 1) aplica-se um campo magnético B cuja
intensidade varia no tempo t de acordo com o gráfico mostrado na Figura 2.

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Nessas condições, a corrente induzida i no circuito esquematizado na Figura 1, em função do tempo


t, é melhor representada pelo gráfico

A) B)

C) D)

(AFA – 2020)
Considere que a intensidade do campo magnético gerado por um ímã em forma de barra varia na
razão inversa do quadrado da distância d entre o centro C deste ímã e o centro de uma espira
condutora E, ligada a uma lâmpada L, conforme ilustrado na figura abaixo.

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A partir do instante 𝑡0 = 0, o ímã é movimentado para a direita e para a esquerda de tal maneira
que o seu centro C passa a descrever um movimento harmônico simples indicado abaixo pelo gráfico
da posição (x) em função do tempo (t).

Durante o movimento desse ímã, verifica-se que a luminosidade da lâmpada L


a) aumenta à medida que o centro C do ímã se move da posição 𝑥 = −1 até 𝑥 = +1 m
𝑛 (𝑛+1)
b) diminui entre os instantes 𝑡 = 𝑇 𝑒 𝑡′ = 𝑇 , onde T é o período do movimento e n é ímpar.
2 2

c) é nula quando o centro C do ímã está na posição 𝑥 = ±1 𝑚.


𝑚
d) é mínima nos instantes 𝑡 = 𝑇, onde T é o período do movimento e m é um número par.
4

(AFA – 2019)
Uma espira condutora E está em repouso próxima a um fio retilíneo longo AB de um circuito elétrico
constituído de uma bateria e de um reostato R, onde flui uma corrente i, conforme ilustrado na
figura abaixo.

Considerando exclusivamente os efeitos eletromagnéticos, pode-se afirmar que a espira será


a) repelida pelo fio AB se a resistência elétrica do reostato aumentar.
b) atraída pelo fio AB se a resistência elétrica do reostato aumentar.
c) sempre atraída pelo fio AB independentemente de a resistência elétrica do reostato aumentar ou
diminuir.
d) deslocada paralelamente ao fio AB independentemente de a resistência elétrica do reostato
aumentar ou diminuir.
(AFA – 2018)
Os carregadores de bateria sem fio de smartphones, também conhecidos como carregadores
wireless, são dispositivos compostos de bobina e ligados à rede elétrica, que carregam as baterias
dos aparelhos apenas pela proximidade, através do fenômeno de indução eletromagnética. Para

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isso, o smartphone deve ser apto à referida tecnologia, ou seja, também possuir uma bobina, para
que nela surja uma força eletromotriz induzida que carregará a bateria.
Se na bobina de um carregador (indutora), paralela e concêntrica com a bobina de um smartphone
(induzida), passa uma corrente i = 2sen (4πt) , com t em segundos, o gráfico que melhor representa
a força eletromotriz induzida (𝜀) na bobina do smartphone, em função do tempo (t) é

A) B)

C) D)

(AFA – 2017)
A Figura 1 mostra uma espira quadrada, feita de material condutor, contida num plano zy, e um fio
condutor retilíneo e muito longo, paralelo ao eixo z, sendo percorrido por uma corrente elétrica de
intensidade i, dada pelo gráfico da Figura 2.

A partir da análise das Figuras 1 e 2, pode-se afirmar que o gráfico que melhor representa a fem
induzida ε entre os pontos A e B é

A) B)

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C) D)

(AFA – 2016)
O lado 𝐸𝐹 de uma espira condutora quadrada indeformável, de massa 𝑚, é preso a uma mola ideal
e não condutora, de constante elástica 𝐾. Na posição de equilíbrio, o plano da espira fica paralelo
ao campo magnético 𝐵 ⃗⃗ gerado por um ímã em forma de 𝑈, conforme ilustra a figura abaixo.

O lado CD é pivotado e pode girar livremente em torno do suporte S, que é posicionado


paralelamente às linhas de indução do campo magnético. Considere que a espira é percorrida por
uma corrente elétrica i, cuja intensidade varia senoidalmente, em função do tempo t, conforme
indicado no gráfico abaixo.

Nessas condições, pode-se afirmar que a


1
A) espira oscilará em MHS, com frequência igual a 𝑡
2

B) espira permanecerá na sua posição original de equilíbrio


𝐵𝑖𝑙
C) mola apresentará uma deformação máxima dada por 𝑚𝑔𝐾
𝐵𝑖𝑙 + 𝑚𝑔
D)mola apresentará uma deformação máxima dada por 𝐾

(AFA – 2016)

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Numa região onde atua um campo magnético uniforme 𝐵 ⃗⃗ vertical, fixam-se dois trilhos retos e
homogêneos, na horizontal, de tal forma que suas extremidades ficam unidas formando entre si um
ângulo.
Uma barra condutora 𝐴𝐵, de resistência elétrica desprezível, em contato com os trilhos, forma um
triângulo isósceles com eles e se move para a direita com velocidade
⃗⃗ , a partir do vértice 𝐶 no instante 𝑡0 = 0, conforme ilustra a figura abaixo.
constante 𝑉

Sabendo-se que a resistividade do material dos trilhos não varia com a temperatura, o gráfico que
melhor representa a intensidade da corrente elétrica i que se estabelece neste circuito, entre os
instantes 𝑡1 e 𝑡2 , é

A) B)

C) D)

(AFA – 2015)
Desejando-se determinar a intensidade do campo magnético no interior de um solenóide longo
percorrido por uma corrente elétrica constante, um professor de física construiu um aparato
experimental que consistia, além do solenóide, de uma balança de braços isolantes e iguais a 𝑑1 e
𝑑2 , sendo que o prato em uma das extremidades foi substituído por uma espira quadrada de lado
𝑙, conforme indicado na figura abaixo.

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Quando não circula corrente na espira, a balança se encontra em equilíbrio e o plano da espira está
na horizontal. Ao fazer passar pela espira uma corrente elétrica constante i, o equilíbrio da balança
é restabelecido ao colocar no prato uma massa m. Sendo g o módulo do campo gravitacional local,
o campo magnético no interior do solenoide é dado pela expressão:
𝑚𝑔𝑑1 +𝑖 (𝑙+𝑑2 ) 𝑚𝑔𝑑1 𝑖
A) B) 𝑙 (𝑑
𝑙+𝑑2 2 +𝑙)

𝑚𝑔(𝑑1 +𝑑2 ) 𝑚𝑔𝑑1


C) D)
𝑖𝑙2 𝑑2 𝑖𝑙2

(AFA – 2015)
A figura a seguir representa um dispositivo usado para medir a velocidade angular ω de uma roda,
constituída de material eletricamente isolante.

Este dispositivo é constituído por uma espira condutora de área 0,5 𝑚2 e imersa dentro de um
campo magnético uniforme B de intensidade 1,0 T. A espira gira devido ao contato da polia P com
a roda em que se deseja medir a velocidade angular ω. A espira é ligada a um voltímetro ideal V que
indica, em cada instante t, a voltagem nos terminais dela. Considerando que não há deslizamento
entre a roda e a polia P e sabendo-se que o voltímetro indica uma tensão eficaz igual a 10V e que a
𝑅
razão entre o raio da roda (R) e o raio da polia (r) é 𝑟 = √2 pode-se afirmar que ω, em rad/s, é igual
a
A) 5 B) 15 C) 20 D) 25
(AFA – 2012)
A figura a seguir mostra um ímã oscilando próximo a uma espira circular, constituída de material
condutor, ligada a uma lâmpada.

A resistência elétrica do conjunto espira, fios de ligação e lâmpada é igual a 𝑅 e o ímã oscila em
𝑀𝐻𝑆 com período igual a 𝑇. Nessas condições, o número de elétrons que atravessa o filamento da
lâmpada, durante cada aproximação do ímã

100
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A) é diretamente proporcional a 𝑇
B) é diretamente proporcional a 𝑇 2
C) é inversamente proporcional a 𝑇.
D) não depende de 𝑇.
(AFA – 2006)
A figura abaixo mostra uma espira condutora quadrada, de lado l = 0,1 m, que gira com velocidade
angular 𝜔 constante em torno do eixo z num campo magnético uniforme de intensidade B = 1T, na
direção do eixo x. A velocidade angular da espira para que seja induzida uma f.e.m. de, no máximo,
10 V é

A) 100 rad/s B) 200 rad/s C) 1000 rad/s D) 2000 rad/s


(EN – 2017)
Analise a figura abaixo.

Imersa numa região onde o campo magnético tem direção vertical e módulo B = 6,0T, uma barra
condutora de um metro de comprimento, resistência elétrica R = 1,0Ω e massa m = 0,2 kg desliza
sem atrito apoiada sobre trilhos condutores em forma de "U” dispostos horizontalmente, conforme
indica a figura acima. Se uma força externa F mantém a velocidade da barra constante e de módulo
v = 2,0m/s, qual o módulo da força F, em newtons?
A) 6,0 B) 18 C) 36 D) 48 E) 72
(EN – 2009)
Uma barra condutora, de comprimento 𝑎 = 0,5𝑚 e resistência elétrica 2,00 Ω, está presa por dois
pontos de solda, R e S, a uma haste metálica em forma de U de resistência elétrica desprezível que
se encontra fixa sobre uma mesa, numa região de campo magnético B, conforme indica a figura. Ao
disparo de um cronômetro, o módulo do campo magnético começa a variar no tempo segundo a
equação 𝐵 = 4,0 + 8,0𝑡, onde o campo magnético é medido em tesla e o tempo em segundos.

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Sabe-se que os pontos de solda romperão, se uma força igual ou superior a 20N for aplicada a cada
um deles. Qual é o instante, em segundos, em que os pontos de solda R e S romperão?

A) 3,5 B) 5,0 C) 6,5 D) 8,0 E) 9,5


(EN – 2007)
A barra condutora AD de comprimento 1,0 m, massa 0,50 kg e resistência elétrica desprezível,
ligada a um fio de massa desprezível, cai verticalmente com velocidade constante de 4,0 m/s. A
barra faz contato com dois trilhos verticais e paralelos, ligados ao circuito mostrado abaixo, que
também possuem resistência elétrica desprezível. Perpendicularmente ao plano da figura, existe
um campo de indução magnética uniforme B ⃗⃗ de intensidade igual a 1,5 teslas. Considere a
2
aceleração da gravidade local igual a 10m/s , o capacitor completamente carregado e despreze
todos os atritos. Calcule
a) a tração no fio (em newtons); e (8 pontos)
b) a carga no capacitor.(7 pontos

(EN – 2006)
Um condutor retilíneo AB, de comprimento igual a 2,0 m e massa desprezível, está imerso em um
campo magnético uniforme de módulo igual a 1,0 tesla e sustentado por duas molas condutoras

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idênticas ideais de constante elástica igual a 0,10kN/m, como indica a figura abaixo. Uma haste
rígida e isolante, de massa desprezível, tem uma extremidade presa ao condutor e a outra a um
cubo maciço de aresta igual a 10 cm, densidade igual a 0,90.103 kg/m3 e que flutua num líquido de
densidade igual a 2,0.103 kg/m3 . Verifica-se que quando a chave K está aberta nenhuma força é
exercida pela haste sobre o cubo. No circuito elétrico temos um capacitor plano e de placas
paralelas, de capacitância igual a 7,0 μF e separação entre as placas de 2,0 mm. Sabe-se que o
conjunto molas+condutor possui resistência elétrica total de 12Ω e que o módulo da aceleração da
gravidade é 10 m /s 2 . Com a chave K fechada e o capacitor completamente carregado, calcule
a) a corrente que passa pelo resistor de 5,0Ω ; (10 pontos)
b) o campo elétrico no interior do capacitor; e (5 pontos)
c) o volume total imerso do cubo.(10 pontos)

(EN – 2006)
Uma barra metálica, de comprimento 𝐿 = 1,0𝑚, desliza sobre dois trilhos condutores horizontais
puxada por um bloco de massa M (desconhecida). O conjunto barra e trilhos está imerso em um
campo de indução magnética uniforme e vertical de módulo igual a 3,0 teslas. O coeficiente de atrito
entre a barra e os trilhos vale 0,40. Um circuito elétrico está ligado nos extremos dos trilhos, como
indica a figura abaixo. Despreze as resistências elétricas dos trilhos e da barra. Considere o gerador
e polia ideais. Os capacitores estão completamente carregados e a chave 𝐾 inicialmente aberta.
Sabe-se ainda que o peso da barra vale 20𝑁, desliza com velocidade constante de módulo igual a
5,0 𝑚/𝑠 e que o capacitor C1 está carregado com 40𝜇𝐶.
Dados: 𝐶1 = 1,0𝜇𝐹; 𝐶2 = 2,0𝜇𝐹; 𝐶3 = 6,0𝜇𝐹; 𝐶4 = 8,0𝜇𝐹; 𝑅 = 20Ω

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No instante do fechamento da chave K, solta-se o bloco.


a) Calcule a f.e.m do gerador e também a f.e.m induzida na barra metálica que se move no campo
magnético.(6 pontos)
b) Calcule a potência (em watts) do peso do bloco. (8 pontos)
c) Calcule a energia eletrostática (em joules) armazenada no capacitor 𝐶4 . (5 pontos)
d) Calcule o intervalo de tempo (em minutos) necessário para que o sistema constituído por 100
gramas de água e 30,0 gramas de gelo, a 0,0°C, atinja a temperatura de 68°F.(6 pontos)
Dados: CH2 0 = 1,0 cal /g.K; Lfusão = 80 cal /g; 1,0 cal = 4,18J
(EFOMM – 2011)
Analise a figura a seguir.

Duas molas idênticas, feitas de material isolante, de constante elástica k = 5, 0N/m, presas ao teto,
sustentam uma barra condutora de resistência elétrica 3,0, comprimento 0,2m e massa 0,5kg,
cujas extremidade estão ligadas aos bornes de uma bateria de 12V, conforme mostra a figura acima.
O sistema está em repouso e imerso em um campo magnético uniforme de 3,0T gerado por uma
eletroímã. Considere que no instante t o campo magnético seja desligado e os bornes da bateria
desconectados da barra. Nessa situação, qual será a amplitude, em metros, do movimento
harmônico simples executado pela barra condutora, após o instante t?
Dado: g = 10m/s2
A) 0,16 B) 0,18 C) 0,20 D) 0,22 E) 0,24

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(EFOMM – 2008)
Para a construção de um motor, experimenta-se colocar, sucessivamente, três tipos de espiras
muito finas, feitas do mesmo material condutor e mesma área de secção transversal entre os polos
de um ímã permanente. A primeira é quadrada e a segunda triangular, ambas de lados iguais a L. A
terceira é circular de diâmetro L. Todas foram posicionadas, de forma que os planos aos quais cada
uma pertencem sejam perpendiculares ao campo magnético do ímã. Considere também que foram
submetidas à mesma diferença de potencial. Assinale a única afirmativa correta.
A) A resistência elétrica da primeira espira é proporcional a 3L.
B) A corrente elétrica que circula pela segunda espira é proporcional a √3.
C) A força magnética sobre cada espira independe da intensidade da corrente elétrica que circula
em cada uma delas.
D) O fluxo magnético através da primeira espira será π vezes maior que o fluxo magnético através
da terceira espira quando elas tiverem a mesma fase.
E) Os torques exercidos sobre a primeira e a terceira espira são iguais.
(ITA – 2006)
Um solenoide com núcleo de ar tem uma autoindutância 𝐿. Outro solenoide, também com núcleo
de ar, tem a metade do número de espiras do primeiro solenoide, 0,15 do seu comprimento e 1,5
de sua seção transversal. A autoindutância do segundo solenoide é
a) 0,2 L b) 0,5 L c) 2,5 L d) 5,0 L e) 20,0 L
(ITA – 2008)
A figura mostra um circuito formado por uma barra fixa FGHJ e uma
barra móvel MN, imerso num campo magnético perpendicular ao
plano desse circuito. Considerando desprezível o atrito entre as
barras e também que o circuito seja alimentado por um gerador de
corrente constante I, o que deve acontecer com a barra móvel MN?
a) Permanece no mesmo lugar.
b) Move-se para a direita com velocidade constante.
c) Move-se para a esquerda com velocidade constante.
d) Move-se para a direita com aceleração constante.
e) Move-se para a esquerda com aceleração constante.
(ITA – 2008)
A figura mostra uma bobina com 80 espiras de 0,5 𝑚2 de área e 40 Ω de resistência. Uma indução
magnética de 4 teslas é inicialmente aplicada ao longo do plano da bobina. Esta é então girada de
modo que seu plano perfaça um ângulo de 30° em relação à posição inicial. Nesse caso, qual o valor
da carga elétrica que deve fluir pela bobina?

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a) 0,025 𝐶 b) 2,0 𝐶 c) 0,25 𝐶 d) 3,5 𝐶 e) 0,50 𝐶


(ITA – 2008)
Considere o transformador da figura, onde 𝑉𝑝 é a tensão no primário, 𝑉𝑠 é a tensão no secundário,
𝑅 um resistor, 𝑁1 e 𝑁2 são o número de espiras no primário e secundário, respectivamente, e 𝑆 uma
chave. Quando a chave é fechada, qual deve ser a corrente 𝐼𝑃 no primário?

8. Gabarito sem comentários nível 2


1) E 14) C

2) D 15) E

3) S/A 16) E

4) B 17) A) 11 N B) 28 𝜇𝐶

5) C 18) A. 1,6A B. 800 N/C C. 550cm3

6) B 19) A. 60V e 15V B. 54,06W C. 13,95mJ


D. 218,4s
7) C
20) E
8) B
21) S/A
9) B
22) C
10) A
23) E
11) E
24) B
12) C
𝑁 𝑉𝑠
25) 𝑁2 ⋅
13) D 1 𝑅

106
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9. Lista de questões nível 2 comentada


(EN – 2023)
Observe as figuras abaixo.

A figura 1 mostra um fio condutor de densidade volumétrica 𝜌 e secção reta A, dobrado na forma de U
com os três lados iguais, inicialmente dispostos no plano 𝑦𝑧. O fio pode girar em torno de um eixo
horizontal fixo e está imerso em um campo magnético uniforme vertical B dirigido para cima. Quando
pelo condutor passa uma corrente elétrica, o condutor se desloca e, após estabelecido o equilíbrio, passa
a fazer um ângulo 𝜃 com a vertical, conforme ilustrado na Figura 2. Sendo 𝑔 a aceleração da gravidade, a
intensidade da corrente elétrica é dada por:
2𝑔𝜌 𝑔𝐴𝜌 𝐵𝐴𝜌
(A) 𝑡𝑔(𝜃) (B) 𝑠𝑒𝑛(𝜃) (C) 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝐴𝐵 𝐵 𝑔
𝑔𝐴𝜌 2𝑔𝐴𝜌
(D) 𝑡𝑔(𝜃) (E) 𝑡𝑔(𝜃)
2𝐵 𝐵

Comentários:

Fazendo um esquema do que acontece com a espira, temos:

Para o equilíbrio da espira, o torque em relação ao eixo de giro deve ser nulo. Portanto:

𝐿
𝑚𝑔 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) + 2𝑚𝑔 ⋅ ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) = 𝐹𝑚𝑎𝑔 ⋅ 𝐿𝑐𝑜𝑠(𝜃)
2
2𝑚𝑔𝐿𝑠𝑒𝑛(𝜃) = 𝐵𝑖𝐿 ⋅ 𝐿𝑐𝑜𝑠(𝜃)

107
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2 ⋅ 𝜌 ⋅ 𝐴 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝑡𝑔(𝜃) = 𝐵 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝐿 ⋅ 𝐿

2𝜌𝐴𝑔
∴ 𝑖= 𝑡𝑔(𝜃)
𝐵

Gabarito: E
(EN – 2023)
Observe a figura abaixo.

A figura acima representa a montagem de um sistema formado por dois trilhos fixos condutores, paralelos
entre si, ligados a uma fonte de fem com resistência interna 𝑟 = 1,0 Ω. Sobre os trilhos encontra-se
apoiada uma haste metálica AB, de comprimento d = 1,0 m, que pode se deslocar horizontalmente. Não
há atrito entre os trilhos e a haste. O sistema encontra-se dentro de um campo de indução magnética B =
0,50 T, uniforme, dirigido para baixo, perpendicularmente ao plano do sistema. A haste e os trilhos
possuem resistências desprezíveis e a haste é ligada a um bloco de peso P = 30 N por meio de um fio ideal,
preso ao centro da haste e passando por uma polia ideal fixa. Para que o bloco seja erguido com uma
velocidade constante v = 10 m/s, qual deve ser o módulo da fem da fonte, em volts?
(A) 50 (B) 55 (C) 60 (D) 65 (E) 70

Comentários:

A 𝑓𝑒𝑚 induzida é tal que:

𝜀𝑖𝑛𝑑 = 𝐵𝑑𝑉

Assim, a corrente no circuito é:

𝜀 − 𝜀𝑖𝑛𝑑 𝜀 − 𝐵𝑑𝑉
𝑖= =
𝑟 𝑟
Do equilíbrio dinâmico, temos:

𝐵𝑖𝑑 = 𝑇 = 𝑃

𝜀 − 𝐵𝑑𝑉
𝐵( )𝑑 = 𝑃
𝑟
𝑃𝑟
𝜀= + 𝐵𝑑𝑉
𝐵𝑑

108
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30.1
𝜀= + 0,5.1.10
0,5.1

∴ 𝜀 = 65 𝑉

Gabarito: D
(EFOMM – 2023)
Considere duas barras metálicas fixas separadas por uma distância d = 1,0 m. Essas barras determinam
um plano que forma um ângulo de 60° com a horizontal. Uma outra barra metálica de massa 320 g pode
deslocar-se sobre as barras fixas, existindo entre esta barra e as barras fixas um coeficiente de atrito
cinético 𝜇 = 0,5. As barras fixas são ligadas por um condutor de resistência R e a resistência de todas as
barras é desprezível. O campo magnético B com 1 T de intensidade é perpendicular ao plano das barras
conforme mostra a figura.
Após ser abandonada, depois de um tempo, a barra atinge uma velocidade limite de 2,0 m/s.
Determine a resistência R.
Dados: g = 10 m/s², sen(60°) = √3/2 e cos(60°) = 1/2.

(A) 2,5 Ω (B) 5 Ω (C) 10 Ω (D) 20 Ω (E) 40 Ω

Comentários:

A medida que a barra vai descendo, o fluxo magnético vai aumentando, pois a área da espira
formada pela barra, resistência e trilhos vai aumentando. Para atenuar esse aumento, surge uma corrente
elétrica induzida de tal forma que irá produzi um campo magnético induzido para atenuar esse aumento,
conforme diz a lei de Lenz. Logo, a corrente e o campo induzido são dados por:

109
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Sabendo o sentido da corrente elétrica, a força magnética estará na direção tangente e para cima
do plano inclinado, de acordo com a regra da mão direita espalmada, aplicada para 𝐵 e 𝑖. Logo:

Sabemos que a intensidade da força magnética na barra é dada por: 𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐵𝑖𝐿. Além disso, a
ddp induzida é dada por 𝜀 = 𝐵𝐿𝑣. A medida que a barra começa a cair, a velocidade vai aumentando. Isso
faz elevar a ddp induzida 𝜀 e, consequentemente, a corrente elétrica que circula na espira formada. Com
isso, a intensidade da força magnética vai aumentando.

Assim, a aceleração da barra na direção tangente e para baixo do plano vai diminuindo. Entretanto,
enquanto a aceleração da barra estiver para baixo, a velocidade estará aumentando. Logo, a barra atingirá
uma velocidade limite quando a aceleração dela for nula.

Quando a aceleração é nula, temos:

𝐹𝑚𝑎𝑔 + 𝑓𝑎𝑡 = 𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛(𝜃)

Como a barra não se move na direção normal ao plano inclinado, então 𝑁 = 𝑚𝑔𝑐𝑜𝑠(𝜃). Como o
atrito entre a barra e os trilhos é dinâmico (existe movimento relativo entre as superfícies), então 𝑓𝑎𝑡 =
𝜇𝑁 = 𝜇𝑚𝑔𝑐𝑜𝑠(𝜃). Portanto:

𝐵𝑖𝐿 + 𝜇𝑚𝑔𝑐𝑜𝑠(𝜃) = 𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛(𝜃)


𝑚𝑔
𝑖= (𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝜇 cos(𝜃))
𝐵𝐿
Logo:

𝜀 = 𝐵𝐿𝑣

𝑅 ⋅ 𝑖 = 𝐵𝐿𝑣
𝑚𝑔
𝑅⋅ (𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝜇 cos(𝜃)) = 𝐵𝐿𝑣
𝐵𝐿

𝐵 2 𝐿2 𝑣
𝑅=
𝑚𝑔(𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝜇 cos(𝜃))

Substituindo valores, vem:

110
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12 ⋅ 12 ⋅ 2
𝑅=
√3 1
0,32 ⋅ 10 ⋅ ( 2 − 0,5 ⋅ 2)

𝑅 = 1,01 Ω

Gabarito: S/A
(AFA – 2021)
Considere um circuito ôhmico com capacitância e autoindução desprezíveis. Através de uma
superfície fixa delimitada por este circuito (Figura 1) aplica-se um campo magnético B cuja
intensidade varia no tempo t de acordo com o gráfico mostrado na Figura 2.

Nessas condições, a corrente induzida i no circuito esquematizado na Figura 1, em função do tempo


t, é melhor representada pelo gráfico

A) B)

C) D)

Comentários:

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𝑑𝜙 𝑑𝐵
𝜖=− = − ( ) 𝐴 cos 𝜃 = 𝑅𝑖
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Como o exercício não falou em sentido de corrente, caso considerássemos o módulo também
teríamos uma resposta válida.

Como temos que B aumenta, depois diminui, depois aumenta e depois fica constante, temos que
a corrente será negativa, depois positiva, depois negativa, depois zero (ou o inverso disso).

Gabarito: B
(AFA – 2020)
Considere que a intensidade do campo magnético gerado por um ímã em forma de barra varia na
razão inversa do quadrado da distância d entre o centro C deste ímã e o centro de uma espira
condutora E, ligada a uma lâmpada L, conforme ilustrado na figura abaixo.

A partir do instante 𝑡0 = 0, o ímã é movimentado para a direita e para a esquerda de tal maneira
que o seu centro C passa a descrever um movimento harmônico simples indicado abaixo pelo gráfico
da posição (x) em função do tempo (t).

Durante o movimento desse ímã, verifica-se que a luminosidade da lâmpada L


a) aumenta à medida que o centro C do ímã se move da posição 𝑥 = −1 até 𝑥 = +1 m
𝑛 (𝑛+1)
b) diminui entre os instantes 𝑡 = 𝑇 𝑒 𝑡′ = 𝑇 , onde T é o período do movimento e n é ímpar.
2 2

c) é nula quando o centro C do ímã está na posição 𝑥 = ±1 𝑚.


𝑚
d) é mínima nos instantes 𝑡 = 𝑇, onde T é o período do movimento e m é um número par.
4

Comentários:

Sabemos que a fem induzida vale:

112
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𝑑𝜙
𝜖=−
𝑑𝑡
Logo quando maior a variação de fluxo magnético, maior a fem induzida e consequentemente mais
a lâmpada brilha. A variação é proporcional à derivada (inclinação) do gráfico de x vs. t, como em x=+1 e
x=-1 a velocidade é nula, não há variação de fluxo (derivada zero), logo a fem induzida será nula e a
lâmpada não brilhará.

Gabarito: C
(AFA – 2019)
Uma espira condutora E está em repouso próxima a um fio retilíneo longo AB de um circuito elétrico
constituído de uma bateria e de um reostato R, onde flui uma corrente i, conforme ilustrado na
figura abaixo.

Considerando exclusivamente os efeitos eletromagnéticos, pode-se afirmar que a espira será


a) repelida pelo fio AB se a resistência elétrica do reostato aumentar.
b) atraída pelo fio AB se a resistência elétrica do reostato aumentar.
c) sempre atraída pelo fio AB independentemente de a resistência elétrica do reostato aumentar ou
diminuir.
d) deslocada paralelamente ao fio AB independentemente de a resistência elétrica do reostato
aumentar ou diminuir.

Comentários:

Pela regra da mão direita, vemos que o campo magnético que o fio faz sobre a espira está saindo
do plano. Dessa forma, se esse campo aumentar, pela lei de Lenz, a espira fará um campo oposto
(entrando no plano), criando uma corrente horária. Se o campo diminuir, a espira fará um campo de
mesmo sinal (saindo do plano), criando uma corrente anti-horária.

No primeiro caso, como no trecho da espira mais próximo do fio existirá uma corrente oposta à do
circuito, predominará na espira uma repulsão. Já no segundo caso predominará na espira uma atração.
Como a corrente que flui no circuito é inversamente proporcional à resistência:
𝜀
𝑖=
𝑅

113
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Quando aumentamos a resistência do reostato, diminuímos a corrente, e consequentemente


diminuímos o campo magnético, dessa forma será criada uma corrente anti-horária (mesmo sentido do
fio), que gerará atração. Analogamente, quando a resistência é diminuída temos repulsão.

Gabarito: B
(AFA – 2018)
Os carregadores de bateria sem fio de smartphones, também conhecidos como carregadores
wireless, são dispositivos compostos de bobina e ligados à rede elétrica, que carregam as baterias
dos aparelhos apenas pela proximidade, através do fenômeno de indução eletromagnética. Para
isso, o smartphone deve ser apto à referida tecnologia, ou seja, também possuir uma bobina, para
que nela surja uma força eletromotriz induzida que carregará a bateria.
Se na bobina de um carregador (indutora), paralela e concêntrica com a bobina de um smartphone
(induzida), passa uma corrente i = 2sen (4πt) , com t em segundos, o gráfico que melhor representa
a força eletromotriz induzida (𝜀) na bobina do smartphone, em função do tempo (t) é

A) B)

C) D)

Comentários:

O fluxo magnético na bobina do smartphone vale:

𝜙 =𝐵⋅𝐴

Sendo que B é o campo magnético gerado pelo carregador no smartphone, que vale

𝜇𝑁𝐿𝑖
𝐵=
𝐿
Logo

𝜙 = 𝜇𝐴𝑁𝐿𝑖

A força eletromotriz vale

𝑑𝜙 𝑁 𝑑𝑖 𝑁
𝜖=− = −𝜇 𝐴 = −8𝜋𝜇𝐴 cos(4𝜋𝑡)
𝑑𝑡 𝐿 𝑑𝑡 𝐿

114
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Logo, em 𝑡 = 1𝑠 → 𝜖 < 0 e em 𝑡 = 0,75𝑠 → 𝜖 > 0

Gabarito: C
(AFA – 2017)
A Figura 1 mostra uma espira quadrada, feita de material condutor, contida num plano zy, e um fio
condutor retilíneo e muito longo, paralelo ao eixo z, sendo percorrido por uma corrente elétrica de
intensidade i, dada pelo gráfico da Figura 2.

A partir da análise das Figuras 1 e 2, pode-se afirmar que o gráfico que melhor representa a fem
induzida ε entre os pontos A e B é

A) B)

C) D)

Comentários:

Veja que o fluxo na espira é zero.

Podemos ver isso se notarmos que para cada trecho da espira, simétrico em relação ao ponto 2,
obtemos campos com componentes y iguais, mas componentes x opostas.

115
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Logo todas as componentes x do campo se cancelam, e no final somente age na espira, a efeito de
fluxo, um campo na direção +y, pararelo a placa e, portanto, o fluxo é zero.

Se o fluxo é zero, então não existe FEM.

Gabarito: B
(AFA – 2016)
O lado 𝐸𝐹 de uma espira condutora quadrada indeformável, de massa 𝑚, é preso a uma mola ideal
e não condutora, de constante elástica 𝐾. Na posição de equilíbrio, o plano da espira fica paralelo
ao campo magnético 𝐵 ⃗⃗ gerado por um ímã em forma de 𝑈, conforme ilustra a figura abaixo.

O lado CD é pivotado e pode girar livremente em torno do suporte S, que é posicionado


paralelamente às linhas de indução do campo magnético. Considere que a espira é percorrida por
uma corrente elétrica i, cuja intensidade varia senoidalmente, em função do tempo t, conforme
indicado no gráfico abaixo.

Nessas condições, pode-se afirmar que a


1
A) espira oscilará em MHS, com frequência igual a 𝑡
2

B) espira permanecerá na sua posição original de equilíbrio


𝐵𝑖𝑙
C) mola apresentará uma deformação máxima dada por 𝑚𝑔𝐾
𝐵𝑖𝑙 + 𝑚𝑔
D)mola apresentará uma deformação máxima dada por 𝐾

Comentários:

Veja que, inicialmente, o fluxo que passa pela espira é zero (campo paralelo à espira), logo não há
FEM induzida na espira no instante inicial.

116
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Além disso, pela regra da mão direita, existe uma força para baixo no trecho a direita da espira, e
uma força para cima no trecho à esquerda, ambas de mesmo valor., e que geram um torque na espira
que tenta rotacionar ao longo do eixo perpendicular a CD e ao campo B. Isso não é possível (a articulação
está somente no eixo CD). Logo a espira permanece na posição inicial.

Gabarito: B
(AFA – 2016)
Numa região onde atua um campo magnético uniforme 𝐵 ⃗⃗ vertical, fixam-se dois trilhos retos e
homogêneos, na horizontal, de tal forma que suas extremidades ficam unidas formando entre si um
ângulo.
Uma barra condutora 𝐴𝐵, de resistência elétrica desprezível, em contato com os trilhos, forma um
triângulo isósceles com eles e se move para a direita com velocidade
⃗⃗ , a partir do vértice 𝐶 no instante 𝑡0 = 0, conforme ilustra a figura abaixo.
constante 𝑉

Sabendo-se que a resistividade do material dos trilhos não varia com a temperatura, o gráfico que
melhor representa a intensidade da corrente elétrica i que se estabelece neste circuito, entre os
instantes 𝑡1 e 𝑡2 , é

A) B)

C) D)

Comentários:

A área do triângulo formado é dependente da sua altura ao quadrado, logo seu fluxo magnético
também. A resistência desse triângulo é dependente do seu comprimento (altura elevado a 1). Como 𝐻 =
𝑣𝑡 temos que:

117
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𝜙 = 𝑐1 𝑡 2

𝑅 = 𝑐2 𝑡

Sendo 𝑐1 e 𝑐2 constantes.

Logo

𝑑𝜙
| | = 𝑅𝑖
𝑑𝑡

2𝑐1 𝑡 = 𝑐2 𝑡 𝑖

𝑖 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

Gabarito: A
(AFA – 2015)
Desejando-se determinar a intensidade do campo magnético no interior de um solenóide longo
percorrido por uma corrente elétrica constante, um professor de física construiu um aparato
experimental que consistia, além do solenóide, de uma balança de braços isolantes e iguais a 𝑑1 e
𝑑2 , sendo que o prato em uma das extremidades foi substituído por uma espira quadrada de lado
𝑙, conforme indicado na figura abaixo.

Quando não circula corrente na espira, a balança se encontra em equilíbrio e o plano da espira está
na horizontal. Ao fazer passar pela espira uma corrente elétrica constante i, o equilíbrio da balança
é restabelecido ao colocar no prato uma massa m. Sendo g o módulo do campo gravitacional local,
o campo magnético no interior do solenoide é dado pela expressão:
𝑚𝑔𝑑1 +𝑖 (𝑙+𝑑2 ) 𝑚𝑔𝑑1 𝑖
A) B) 𝑙 (𝑑
𝑙+𝑑2 2 +𝑙)

𝑚𝑔(𝑑1 +𝑑2 ) 𝑚𝑔𝑑1


C) D)
𝑖𝑙2 𝑑2 𝑖𝑙2

Comentários:

Somente nos trechos esquerdo e direito existe força magnética (nos outros o campo é paralelo).

A força magnética vale:

𝐹𝑚 = 𝐵𝑖𝑙

Por equilíbrio de torque:

118
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𝐹𝑚 ⋅ (𝑑2 + 𝑙) − 𝐹𝑚 ⋅ 𝑑2 = 𝑃 ⋅ 𝑑1

𝑚𝑔𝑑1
𝐵𝑖𝑙 2 = 𝑚𝑑𝑔1 → 𝐵 =
𝑖𝑙 2
Gabarito: E
(AFA – 2015)
A figura a seguir representa um dispositivo usado para medir a velocidade angular ω de uma roda,
constituída de material eletricamente isolante.

Este dispositivo é constituído por uma espira condutora de área 0,5 𝑚2 e imersa dentro de um
campo magnético uniforme B de intensidade 1,0 T. A espira gira devido ao contato da polia P com
a roda em que se deseja medir a velocidade angular ω. A espira é ligada a um voltímetro ideal V que
indica, em cada instante t, a voltagem nos terminais dela. Considerando que não há deslizamento
entre a roda e a polia P e sabendo-se que o voltímetro indica uma tensão eficaz igual a 10V e que a
𝑅
razão entre o raio da roda (R) e o raio da polia (r) é 𝑟 = √2 pode-se afirmar que ω, em rad/s, é igual
a
A) 5 B) 15 C) 20 D) 25

Comentários:

A velocidade de contato em P é igual para os dois corpos:

𝑅
𝑤𝑅 = 𝑤 ′ 𝑟 → 𝑤 ′ = 𝑤 ( )
𝑟
O fluxo magnético pode ser calculado por:

𝜙 = 𝐵𝐴 cos 𝜃

A variação do fluxo é a fem induzida

𝑑𝜙
𝜖=− = 𝐵𝐴𝑤′ sin 𝜃
𝑑𝑡
Dessa forma a fem de pico vale:

119
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𝜖𝑝𝑖𝑐𝑜 = 𝐵𝐴𝑤 ′

A fem eficaz vale:

𝑅
𝜖𝑝𝑖𝑐𝑜 𝐵𝐴𝑤 ′ 𝐵𝐴𝑤 ( 𝑟 )
𝜖𝑒𝑓 = = =
√2 √2 √2
Dessa forma:

𝜖𝑒𝑓 √2 (10) ⋅ √2
𝑤= = = 20 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑅
𝐵𝐴 ( 𝑟 ) (1) ⋅ (0,5) ⋅ ( √2)

Gabarito: C
(AFA – 2012)
A figura a seguir mostra um ímã oscilando próximo a uma espira circular, constituída de material
condutor, ligada a uma lâmpada.

A resistência elétrica do conjunto espira, fios de ligação e lâmpada é igual a 𝑅 e o ímã oscila em
𝑀𝐻𝑆 com período igual a 𝑇. Nessas condições, o número de elétrons que atravessa o filamento da
lâmpada, durante cada aproximação do ímã
A) é diretamente proporcional a 𝑇
B) é diretamente proporcional a 𝑇 2
C) é inversamente proporcional a 𝑇.
D) não depende de 𝑇.

Comentários:

A fem induzida vale:

𝑑𝜙 𝑅𝑑𝑄
𝜖=− = 𝑅𝑖 =
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Logo:

120
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𝑑𝜙
𝑑𝑄 = −
𝑅
Considerando Δ𝜙𝑇 a variação do fluxo magnético durante uma aproximação (que dura metade do
2
período)

Δ𝜙𝑇
2
Δ𝑄𝑇 = −
2 𝑅

Esse resultado é independente do período de oscilação. Independentemente de o MHS se mover


rápido ou devagar, desde que a amplitude seja a mesma, a variação de fluxo será a mesma e
consequentemente a carga que atravessa o filamento

Gabarito: D
(AFA – 2006)
A figura abaixo mostra uma espira condutora quadrada, de lado l = 0,1 m, que gira com velocidade
angular 𝜔 constante em torno do eixo z num campo magnético uniforme de intensidade B = 1T, na
direção do eixo x. A velocidade angular da espira para que seja induzida uma f.e.m. de, no máximo,
10 V é

A) 100 rad/s B) 200 rad/s C) 1000 rad/s D) 2000 rad/s

Comentários:

Considerando a espira originalmente no eixo X, a projeção da área da espira no sentido


perpendicular do campo vale:

𝐴 = 𝐴0 sin(𝑤𝑡)

Logo o fluxo magnético da espira vale:

𝜙 = 𝐵𝐴 = 𝐵𝐴0 sin(𝑤𝑡)

A fem induzida na espira vale:

121
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𝑑𝜙
𝜖=− = −𝐵𝐴0 𝑤𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑡)
𝑑𝑡
O valor máximo da fem induzida, portanto, vale:

𝜖𝑚á𝑥 10
𝜖𝑚á𝑥 = 𝐵𝐴0 𝑤 → 𝑤 = = = 1000 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝐵𝐴0 1 ⋅ 0,12

Gabarito: C
(EN – 2017)
Analise a figura abaixo.

Imersa numa região onde o campo magnético tem direção vertical e módulo B = 6,0T, uma barra
condutora de um metro de comprimento, resistência elétrica R = 1,0Ω e massa m = 0,2 kg desliza
sem atrito apoiada sobre trilhos condutores em forma de "U” dispostos horizontalmente, conforme
indica a figura acima. Se uma força externa F mantém a velocidade da barra constante e de módulo
v = 2,0m/s, qual o módulo da força F, em newtons?
A) 6,0 B) 18 C) 36 D) 48 E) 72

Comentários:

Como o fluxo está diminuindo, surgirá uma corrente no sentido de aumentar o fluxo no sentido
horário.
𝑑𝜙
𝜖 = − 𝑑𝑡 = −𝐵𝑙𝑣=−6⋅1⋅2=−12𝑉

𝑖=𝜖𝑅=12𝐴

Desconsiderando o campo magnético formado pelo fio inferior, e considerando a força magnética
criada somente pelo campo externo:

𝐹 = 𝐵𝑖𝑙 = 6 ⋅ 12 ⋅ 1 = 72𝑁

Gabarito: E
(EN – 2009)

122
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Uma barra condutora, de comprimento 𝑎 = 0,5𝑚 e resistência elétrica 2,00 Ω, está presa por dois
pontos de solda, R e S, a uma haste metálica em forma de U de resistência elétrica desprezível que
se encontra fixa sobre uma mesa, numa região de campo magnético B, conforme indica a figura. Ao
disparo de um cronômetro, o módulo do campo magnético começa a variar no tempo segundo a
equação 𝐵 = 4,0 + 8,0𝑡, onde o campo magnético é medido em tesla e o tempo em segundos.
Sabe-se que os pontos de solda romperão, se uma força igual ou superior a 20N for aplicada a cada
um deles. Qual é o instante, em segundos, em que os pontos de solda R e S romperão?

A) 3,5 B) 5,0 C) 6,5 D) 8,0 E) 9,5

Comentários:

O fluxo na espira vale:

𝜙 = 𝐵𝐴 = (4 + 8𝑡)𝑎2

A fem induzida vale:

𝑑𝜙
𝜖=− = −8𝑎2
𝑑𝑡
A corrente induzida vale:

𝜖 8𝑎2
𝑖= =
𝑅 𝑅
A força que age no fio considerando SOMENTE o campo externo é:

8𝑎3 (4 + 8𝑡)
𝐹 = 𝐵𝑖𝑎 = = 2 + 4𝑡
𝑅
Como o exercício disse que uma força de 20N tem que ser aplicada em cada um dos pontos, por
equilíbrio de forças, uma força de 40N deve ser aplicada no centro geométrico do fio:

40 = 2 + 4𝑡 → 𝑡 = 9,5𝑠

Entretanto, também existe um campo que age no segmento RS devido ao próprio campo que o fio
faz, e que deve ser considerado para se calcular o valor real de t. De qualquer forma, o valor de t será
praticamente o mesmo. Eu tomei liberdade de calcular a força que age em R devido ao campo produzido
pela própria espira e o valor foi menor que 0,1𝜇𝑁.

123
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Gabarito: E
(EN – 2007)
A barra condutora AD de comprimento 1,0 m, massa 0,50 kg e resistência elétrica desprezível,
ligada a um fio de massa desprezível, cai verticalmente com velocidade constante de 4,0 m/s. A
barra faz contato com dois trilhos verticais e paralelos, ligados ao circuito mostrado abaixo, que
também possuem resistência elétrica desprezível. Perpendicularmente ao plano da figura, existe
um campo de indução magnética uniforme ⃗B⃗ de intensidade igual a 1,5 teslas. Considere a
aceleração da gravidade local igual a 10m/s 2 , o capacitor completamente carregado e despreze
todos os atritos. Calcule
a) a tração no fio (em newtons); e (8 pontos)
b) a carga no capacitor.(7 pontos

Comentários:

A. Como a barra está caindo (aumento de fluxo), existe uma fem induzida de A para B para diminuir o
fluxo. Essa fem vale:

𝑑𝜙
𝜖= − = −𝐵𝑣𝑙 = −1,5 ⋅ 4 ⋅ 1 = −6𝑉
𝑑𝑡
A resistência equivalente pode ser calculada por:

𝑅𝑒𝑞 = (2 + 10)//(4 + 3//6) + (1 + 5)//(2 + 1) = 6Ω

124
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A corrente que flui no circuito pode ser calculada por:

(30 − 6)
𝑖= = 4𝐴
𝑅𝑒𝑞

A força magnética que age no fio vale:

𝐹𝑚 = 𝐵𝑖𝑙 = 1,5 ⋅ 4 ⋅ 1 = 6𝑁

A força peso que age no fio vale:

𝑃 = 𝑚𝑔 = 5𝑁

Logo a tração no fio vale:

𝑇 = 𝑃 + 𝐹𝑚 = 11𝑁

B. A tensão no capacitor vale:

𝑉 = 2𝑖 − 1𝑖 = 4𝑉

A carga vale:

𝑄 = 𝐶𝑉 = 28 𝜇𝐶

Gabarito: A. 11N B. 𝟐𝟖 𝝁𝑪
(EN – 2006)
Um condutor retilíneo AB, de comprimento igual a 2,0 m e massa desprezível, está imerso em um
campo magnético uniforme de módulo igual a 1,0 tesla e sustentado por duas molas condutoras
idênticas ideais de constante elástica igual a 0,10kN/m, como indica a figura abaixo. Uma haste
rígida e isolante, de massa desprezível, tem uma extremidade presa ao condutor e a outra a um
cubo maciço de aresta igual a 10 cm, densidade igual a 0,90.103 kg/m3 e que flutua num líquido de
densidade igual a 2,0.103 kg/m3 . Verifica-se que quando a chave K está aberta nenhuma força é
exercida pela haste sobre o cubo. No circuito elétrico temos um capacitor plano e de placas
paralelas, de capacitância igual a 7,0 μF e separação entre as placas de 2,0 mm. Sabe-se que o
conjunto molas+condutor possui resistência elétrica total de 12Ω e que o módulo da aceleração da
gravidade é 10 m /s 2 . Com a chave K fechada e o capacitor completamente carregado, calcule
a) a corrente que passa pelo resistor de 5,0Ω ; (10 pontos)
b) o campo elétrico no interior do capacitor; e (5 pontos)
c) o volume total imerso do cubo.(10 pontos)

125
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Comentários:

A. Podemos ver que a primeira ponte de Wheatstone está balanceada.

𝑅𝑒𝑞 = (2 + 4)//(4 + 8) + 2 + ((5 + 10)//(4 + 6))//12

𝑅𝑒𝑞 = 6//12 + 2 + (15//10 )//12

𝑅𝑒𝑞 = 4 + 2 + 6//12

𝑅𝑒𝑞 = 10Ω

A corrente que passa no circuito vale:

60
𝑖= = 6𝐴
10
A corrente que passa pelo ramo AB vale:

6
𝑖𝐴𝐵 = 𝑖 = 2𝐴
6 + 12
A corrente que passa pelo ramo superior vale:

𝑖𝑐𝑖𝑚𝑎 = 𝑖 − 𝑖𝐴𝐵 = 4𝐴

A corrente que passa pelo resistor de 5 vale:

10
𝑖5 = 𝑖𝑐𝑖𝑚𝑎 ⋅ = 1,6𝐴
10 + 15
B. A corrente que passa pelo ramo dos resistores de 4 e de 6 ohms vale:

126
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𝑖46 = 𝑖𝑐𝑖𝑚𝑎 − 𝑖5 = 2,4𝐴

A ddp no capacitor vale:

𝑉 = 4𝑖46 − 5𝑖5 = 1,6𝑉

O campo elétrico no capacitor vale:

𝑉
𝐸= = 800 𝑁/𝐶
𝑑
C. O peso do cubo vale:

𝑃 = 𝜌𝑎3 𝑔 = 900 ⋅ 0,13 ⋅ 10 = 9𝑁

A força de empuxo no cubo vale:

𝐹𝑒 = 𝑉𝜌𝑙 𝑔 = 20000𝑉

Quando a chave está aberta nenhuma força é exercida no cubo, logo as molas estão na posição
natural.

Nessa situação o empuxo é igual ao peso. Sendo h a altura do cubo submersa:

20000𝑎2 ℎ = 9 → ℎ = 4,5 𝑐𝑚

A força magnética em AB vale:

𝐹𝑚 = 𝐵𝑖𝐴𝐵 𝑙 = 1 ⋅ 2 ⋅ 2 = 4𝑁

Por equilíbrio de forças:

𝐹𝑚 + 𝑃 = 𝐹𝑒 + 𝐹𝑒𝑙á𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎

4 + 9 = 200ℎ + 2𝑘(ℎ − 0,045)

13 = 200ℎ + 200ℎ − 9 → 22 = 200ℎ + 200ℎ → ℎ = 5,5𝑐𝑚

𝑉 = 𝑎2 ℎ = 550𝑐𝑚3

Gabarito: A. 1,6A B. 800 N/C C. 550cm3


(EN – 2006)
Uma barra metálica, de comprimento 𝐿 = 1,0𝑚, desliza sobre dois trilhos condutores horizontais
puxada por um bloco de massa M (desconhecida). O conjunto barra e trilhos está imerso em um
campo de indução magnética uniforme e vertical de módulo igual a 3,0 teslas. O coeficiente de atrito
entre a barra e os trilhos vale 0,40. Um circuito elétrico está ligado nos extremos dos trilhos, como
indica a figura abaixo. Despreze as resistências elétricas dos trilhos e da barra. Considere o gerador
e polia ideais. Os capacitores estão completamente carregados e a chave 𝐾 inicialmente aberta.
Sabe-se ainda que o peso da barra vale 20𝑁, desliza com velocidade constante de módulo igual a
5,0 𝑚/𝑠 e que o capacitor C1 está carregado com 40𝜇𝐶.

127
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Dados: 𝐶1 = 1,0𝜇𝐹; 𝐶2 = 2,0𝜇𝐹; 𝐶3 = 6,0𝜇𝐹; 𝐶4 = 8,0𝜇𝐹; 𝑅 = 20Ω

No instante do fechamento da chave K, solta-se o bloco.


a) Calcule a f.e.m do gerador e também a f.e.m induzida na barra metálica que se move no campo
magnético.(6 pontos)
b) Calcule a potência (em watts) do peso do bloco. (8 pontos)
c) Calcule a energia eletrostática (em joules) armazenada no capacitor 𝐶4 . (5 pontos)
d) Calcule o intervalo de tempo (em minutos) necessário para que o sistema constituído por 100
gramas de água e 30,0 gramas de gelo, a 0,0°C, atinja a temperatura de 68°F.(6 pontos)
Dados: CH2 0 = 1,0 cal /g.K; Lfusão = 80 cal /g; 1,0 cal = 4,18J

Comentários:
𝑄1
A. Se a carga em 𝐶1 é 𝑄1 = 40𝜇𝐶, a voltagem em 𝐶1 é 𝑉1 = = 40𝑉
𝐶1

A voltagem em 𝐶2 é a mesma de 𝐶1 e vale 𝑉2 = 40𝑉, a carga em 𝐶2 vale 𝑄2 = 𝐶2 𝑉2 = 80𝜇𝐶

A carga em 𝐶3 é a soma das duas cargas anteriores e vale 𝑄3 = 120𝜇𝐶, além disso, a voltagem
𝑄
em C3 vale 𝑉3 = 𝐶3 = 20𝑉.
3

Finalmente, a voltagem no gerador vale:

𝑉 = 30 + 40 = 60𝑉

A fem induzida na barra vale:

𝜖 = 𝐵𝑣𝑙 = 3 ⋅ 5 ⋅ 1 = 15𝑉

No sentido a favor do gerador

B. Por Kirchoff:

128
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Na malha esquerda:

60 + 6𝑖2 − 3𝑖1 − 20𝑖1 − 7𝑖1 = 0

Na malha direita:

15 − 6𝑖2 − 3(𝑖1 + 𝑖2 ) = 0

Formamos o sistema:

30𝑖1 − 6𝑖2 = 60

3𝑖1 + 9𝑖2 = 15

Com soluções:

35
𝑖1 = 𝐴
16
15
𝑖2 = 𝐴
16
A força magnética que se observa na barra é:

15 45
𝐹𝑚 = 𝐵𝑖2 𝑙 = 3 ⋅ ⋅1 = 𝑁
16 16
A força de atrito vale:

𝐹𝑎 = 𝑃𝜇 = 8𝑁

Dessa forma o peso do bloco vale:

173
𝑃 = 𝐹𝑚 + 𝐹𝑎 = 𝑁
16

129
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A potência realizada por esse peso vale:

865
𝑃𝑝 = 𝑃𝑣 = = 54,06 𝑊
16
C. A ddp em 𝐶4 vale:

𝑉 = (𝑅 + 7)𝑖1 = 59.06𝑉

𝐶4 𝑉42
𝐸4 = = 13,95𝑚𝐽
2
D. A potência dissipada por R vale:

6125
𝑃𝑅 = 𝑅𝑖12 = 𝑊
64
A quantidade de energia necessária para derreter o gelo vale:

𝑄1 = 𝑚𝑔𝑒𝑙𝑜 𝐿𝑓𝑢𝑠ã𝑜 = 30 ⋅ 80 ⋅ 4,18 = 10032𝐽

A quantidade de energia necessária para levar o sistema a 68°F vale:

68 − 32
𝑄2 = 𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑐á𝑔𝑢𝑎 Δ𝑇 = 130 ⋅ 1 ⋅ ⋅ 4,18 = 10868𝐽
1,8

A quantidade total de energia necessária é então:

𝑄 = 20900𝐽

Logo o intervalo de tempo é:

𝑄 = 𝑃𝑅 Δ𝑡 → Δ𝑡 = 218,4𝑠

Gabarito: A. 60V e 15V B. 54,06W C. 13,95mJ D. 218,4s


(EFOMM – 2011)
Analise a figura a seguir.

130
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Duas molas idênticas, feitas de material isolante, de constante elástica k = 5, 0N/m, presas ao teto,
sustentam uma barra condutora de resistência elétrica 3,0, comprimento 0,2m e massa 0,5kg,
cujas extremidade estão ligadas aos bornes de uma bateria de 12V, conforme mostra a figura acima.
O sistema está em repouso e imerso em um campo magnético uniforme de 3,0T gerado por uma
eletroímã. Considere que no instante t o campo magnético seja desligado e os bornes da bateria
desconectados da barra. Nessa situação, qual será a amplitude, em metros, do movimento
harmônico simples executado pela barra condutora, após o instante t?
Dado: g = 10m/s2
A) 0,16 B) 0,18 C) 0,20 D) 0,22 E) 0,24

Comentários:

O peso da barra é igual a:

𝑃 = 𝑚𝑔 = 5𝑁

A corrente que flui na barra (e faz uma força para cima) tem valor:

𝑉
𝑖= = 4𝐴
𝑅
A força magnética que age na barra vale:

𝐹𝑚 = 𝐵𝑖𝑙 = 3 ⋅ 4 ⋅ 0,2 = 2,4𝑁

Dessa forma a distensão da mola vale:

𝑃 = 𝐹𝑚 + 𝐹𝑒 → 2𝑘𝑥 = 5 − 2,4 = 2,6 → 𝑥 = 0,26𝑚

Quando o campo magnético e a bateria são desligados, a barra oscilará em torno do ponto de
equilíbrio, que é:
𝑚𝑔
2𝑘𝑥𝑒𝑞 = 𝑚𝑔 → 𝑥𝑒𝑞 = = 0,5𝑚
2𝑘
Logo a amplitude será:

𝐴 = 0,5 − 0,26 = 0,24𝑚

Gabarito: E
(EFOMM – 2008)
Para a construção de um motor, experimenta-se colocar, sucessivamente, três tipos de espiras
muito finas, feitas do mesmo material condutor e mesma área de secção transversal entre os polos
de um ímã permanente. A primeira é quadrada e a segunda triangular, ambas de lados iguais a L. A
terceira é circular de diâmetro L. Todas foram posicionadas, de forma que os planos aos quais cada
uma pertencem sejam perpendiculares ao campo magnético do ímã. Considere também que foram
submetidas à mesma diferença de potencial. Assinale a única afirmativa correta.
A) A resistência elétrica da primeira espira é proporcional a 3L.

131
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B) A corrente elétrica que circula pela segunda espira é proporcional a √3.


C) A força magnética sobre cada espira independe da intensidade da corrente elétrica que circula
em cada uma delas.
D) O fluxo magnético através da primeira espira será π vezes maior que o fluxo magnético através
da terceira espira quando elas tiverem a mesma fase.
E) Os torques exercidos sobre a primeira e a terceira espira são iguais.

Comentários:

O examinador não explicou que tipo de motor se tratava, se era de corrente AC ou DC, e nem
inúmeras outras coisas que fazem com que a questão não seja respondível.

Para a primeira espira:

𝜌(4𝐿)
𝑅1 =
𝐴
𝑉 𝑉𝐴
𝑖1 = =
𝑅1 4𝜌𝐿

𝜙1 = 𝐵𝐿2

Para a segunda espira:

𝜌(3𝐿)
𝑅2 =
𝐴
𝑉 𝑉𝐴
𝑖2 = =
𝑅2 3𝜌𝐿

𝐿2 √3
𝜙2 = 𝐵 ( )
4

Para a terceira espira:

𝜌(𝜋𝐿)
𝑅3 =
𝐴
𝑉 𝑉𝐴
𝑖3 = =
𝑅3 𝜋𝜌𝐿

𝜋𝐿2
𝜙3 = 𝐵 ( )
4

Vamos analisar as alternativas:

132
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A. Primeiro que não podemos colocar uma constante na proporcionalidade (falar que é
proporcional a 3L é a mesma coisa que falar que é proporcional a L). Mas vamos tentar entender o
examinador. Ele quis dizer que a corrente tem um fator de 3L, o que é falso.

B. Não existe esse fator.

C. Essa alternativa ficou muito imprecisa. Qual força magnética, a força magnética total, que é zero
já que as espiras estão perpendiculares?

D. Falso, como podemos ver.

E. Quais torques? Segundo os dados do problema não existe torque sendo produzido.

Gabarito: S/A
(ITA – 2006)
Um solenoide com núcleo de ar tem uma autoindutância 𝐿. Outro solenoide, também com núcleo
de ar, tem a metade do número de espiras do primeiro solenoide, 0,15 do seu comprimento e 1,5
de sua seção transversal. A autoindutância do segundo solenoide é
a) 0,2 L b) 0,5 L c) 2,5 L d) 5,0 L e) 20,0 L
Comentários:
A definição de indutância diz que:
𝑁⋅Φ=𝑁⋅𝐵⋅𝐴 =𝐿⋅𝑖
Mas o campo no solenoide é dado por:
𝑁
𝐵 = 𝜇0 ⋅⋅𝑖
𝐿
Logo, a indutância no solenoide é expressa por:
𝑁2
𝐿 = 𝜇0 ⋅ ⋅𝐴
𝐿
Para o segundo solenoide, temos:
𝑁 2
(2) 10 𝑁2
𝐿′ = 𝜇0 ⋅ ⋅ 1,5𝐴 = 𝜇0 ⋅ ⋅ 𝐴 ⇒ 𝐿′ = 2,5𝐿
0,15𝐿 4 𝐿
Gabarito: C
(ITA – 2008)

133
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A figura mostra um circuito formado por uma barra fixa


FGHJ e uma barra móvel MN, imerso num campo
magnético perpendicular ao plano desse circuito.
Considerando desprezível o atrito entre as barras e
também que o circuito seja alimentado por um gerador
de corrente constante I, o que deve acontecer com a
barra móvel MN?
a) Permanece no mesmo lugar.
b) Move-se para a direita com velocidade constante.
c) Move-se para a esquerda com velocidade constante.
d) Move-se para a direita com aceleração constante.
e) Move-se para a esquerda com aceleração constante.
Comentários:
A força magnética que atua na barra é igual a 𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐵 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝑙 e seu sentido é para a esquerda, de
acordo com a RME. Como a fonte do circuito é uma fonte de corrente, podemos considerar que a corrente
no circuito é constante, independentemente da 𝑓𝑒𝑚 induzida. Logo, 𝐹𝑚𝑎𝑔 tem módulo constante.
Pela segunda lei de Newton:
𝐹𝑅 = 𝑚 ⋅ 𝑎 ⇒ 𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝑚 ⋅ 𝑎
Logo, a aceleração é constante e para a esquerda.
Gabarito: E
(ITA – 2008)
A figura mostra uma bobina com 80 espiras de 0,5 𝑚2 de área e 40 Ω de resistência. Uma indução
magnética de 4 teslas é inicialmente aplicada ao longo do plano da bobina. Esta é então girada de
modo que seu plano perfaça um ângulo de 30° em relação à posição inicial. Nesse caso, qual o valor
da carga elétrica que deve fluir pela bobina?

a) 0,025 𝐶 b) 2,0 𝐶 c) 0,25 𝐶 d) 3,5 𝐶 e) 0,50 𝐶


Comentários:
A corrente induzida que circula a espira pode ser relacionada com a 𝑓𝑒𝑚 induzida por:

𝑖=
𝑅
Mas, a 𝑓𝑒𝑚 induzida é calculada pela lei de Faraday:
|ΔΦ| Δ𝑄 1 |ΔΦ|
|ℰ| = 𝑁 ⋅ =𝑅⋅𝑖 ⇒𝑖 = =𝑁⋅ ⋅
Δ𝑡 Δ𝑡 𝑅 Δ𝑡

134
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Quando a espira está na posição inicial, nenhuma linha de indução fura espira, pois o vetor normal
à superfície da espira forma um ângulo de 90° com as linhas de campo. Na situação final, as linhas de
campo formam um ângulo de 60° = 90° − 30° com o vetor normal à superfície da espira. Neste caso, o
fluxo magnético é dado por:
1
Φ𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 60° ⇒ Φ𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 4 ⋅ 0,5 ⋅ = 1 𝑊𝑏
2
Logo:
𝑁 80
Δ𝑄 = ⋅ |ΔΦ| ⇒ Δ𝑄 = ⋅ (1 − 0) ⇒ Δ𝑄 = 2 𝐶
𝑅 40
Gabarito: B
(ITA – 2008)
Considere o transformador da figura, onde 𝑉𝑝 é a tensão no primário, 𝑉𝑠 é a tensão no secundário,
𝑅 um resistor, 𝑁1 e 𝑁2 são o número de espiras no primário e secundário, respectivamente, e 𝑆 uma
chave. Quando a chave é fechada, qual deve ser a corrente 𝐼𝑃 no primário?

Comentários:
De acordo com a equação de relações dos transformadores, sabemos que:
𝑉𝑝 𝑁1
=
𝑉𝑠 𝑁2
Supondo que o transformador é ideal, temos:
𝑉𝑠 𝑁2
𝑃𝑝 = 𝑃𝑠 ⇒ 𝑉𝑝 ⋅ 𝐼𝑝 = 𝑉𝑠 ⋅ 𝐼𝑠 ⇒ 𝐼𝑝 = ⋅ 𝐼𝑠 ⇒ 𝐼𝑝 = ⋅𝐼
𝑉𝑝 𝑁1 𝑠
Mas a corrente no secundário pode ser escrita em função da tensão 𝑉𝑠 . Então:
𝑁2 𝑉𝑠
𝐼𝑝 = ⋅
𝑁1 𝑅
𝑵 𝑽𝒔
Gabarito: 𝑰𝒑 = 𝑵𝟐 ⋅
𝟏 𝑹

135
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10. Lista de questões nível 3


(AFA – 2023)
Uma espira CDE, de resistência elétrica igual a 1 Ω, em forma de um triângulo equilátero de lado 𝑙 e igual
a 20 cm, desliza, livre de qualquer atrito e resistência do ar, com velocidade constante 𝑣⃗ de módulo igual
a 30 cm/s sobre o plano 𝑥𝑦 na direção e sentido do eixo conforme ilustrado na figura abaixo:

No semiespaço 𝑥 > 0, atua um campo magnético uniforme e constante 𝐵 ⃗⃗, perpendicular ao plano xy,
cujo módulo vale 2 T. A intensidade da força aplicada por um agente externo, na mesma direção e sentido
da velocidade 𝑣⃗, no instante em que o vértice E da espira estiver passando pelo ponto (15,0), a fim de
manter a velocidade constante 𝑣⃗ deverá ser, em mN, igual a
(A) 12 (B) 15 (C) 18 (D) 36
(AFA – 2013)
Um gerador homopolar consiste de um disco metálico que é posto a girar com velocidade angular
constante em um campo magnético uniforme, cuja ação é extensiva a toda a área do disco,
conforme ilustrado na figura abaixo.

136
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Ao conectar, entre a borda do disco e o eixo metálico de rotação, uma lâmpada 𝐿 cuja resistência
elétrica tem comportamento ôhmico, a potência dissipada no seu filamento, em função do tempo,
é melhor representada pelo gráfico

A) B)

C) D)

(EN – 2013)
Uma espira retangular (com uma volta de fio) de lados 𝐚 = 0,50 m e 𝐛 = 2,0 m está, no instante
inicial t = 0, disposta no plano da folha e imersa numa região na qual existe um campo magnético
uniforme para direita de módulo igual a 1,0 tesla. A corrente i = 0,20 A circula na espira no sentido
horário. Em virtude do torque magnético, a espira gira de 30° no intervalo de tempo de 2,0 s. O
módulo do torque magnético inicial, em N.m, atuando sobre a mesma, e o valor absoluto da força
eletromotriz média induzida pelo giro, em, volt, respectivamente, são:

A) zero e 0,15 B) 0,10 e 0,15 C) 0,10 e 0,20


D) 0,20 e 0,25 E) 0,20 e 0,25 √3
(ITA – 2008)
Considere uma espira retangular de lados 𝑎 e 𝑏 percorrida por uma corrente 𝐼, cujo plano da espira
é paralelo a um campo magnético 𝐵. Sabe-se que o módulo do torque sobre essa espira é dado por
𝜏 = 𝐼 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝑏. Supondo que a mesma espira possa assumir qualquer outra forma geométrica,
indique o valor máximo possível que se consegue para o torque.
𝐼⋅𝐵⋅(𝑎+𝑏)2
a) b) 𝐼 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝑏 c) 2 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝑏
𝜋
𝐼⋅𝐵⋅𝑎⋅𝑏 𝐼⋅𝐵⋅𝑎⋅𝑏
d) 2𝜋
e) 𝜋

137
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(ITA – 2009)
Uma haste metálica com 5,0 𝑘𝑔 de massa e resistência de 2,0 Ω desliza sem atrito sobre duas barras
paralelas separadas de 1,0 𝑚, interligadas por um condutor de resistência nula e apoiadas em um
plano de 30° com a horizontal, conforme a figura. Tudo se encontra imerso num campo magnético
⃗⃗, perpendicular ao plano do movimento, e as barras de apoio têm resistência e atrito desprezíveis.
𝐵
Considerando que após deslizar durante um certo tempo a velocidade da haste permanece
constante em 2,0 𝑚/𝑠, assinale o valor do campo magnético.
a) 25,0 𝑇
b) 20,0 𝑇
c) 15,0 𝑇
d) 10,0 𝑇
e) 5,0 𝑇
(ITA – 2009)
A figura representa o campo magnético de dois fios paralelos que conduzem correntes elétricas. A
respeito da força magnética resultante no fio da esquerda, podemos afirmar que ela

a) atua para a direita e tem magnitude maior que a da força no fio da direita.
b) atua para a direita e tem magnitude igual à da força no fio da direita.
c) atua para a esquerda e tem magnitude maior que a da força no fio da direita.
d) atua para a esquerda e tem magnitude igual à da força no fio da direita.
e) atua para a esquerda e tem magnitude menor que a da força no fio da direita.
(ITA – 2009)
Um longo solenoide de comprimento 𝐿, raio 𝑎 e com 𝑛 espiras por unidade de comprimento, possui
ao seu redor um anel de resistência 𝑅. O solenoide está ligado a uma fonte de corrente 𝐼, de acordo
com a figura. Se a fonte variar conforme mostra o gráfico, calcule a expressão da corrente que flui
pelo anel durante esse mesmo intervalo de tempo e apresente esse resultado em um novo gráfico.

138
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(ITA – 2010)
Considere um aparato experimental composto de um solenoide com 𝑛
voltas por unidade de comprimento, pelo qual passa uma corrente 𝐼, e uma
espira retangular de largura 𝑙, resistência 𝑅 e massa 𝑚 presa por um de
seus lados a uma corda inextensível, não condutora, a qual passa por uma
polia de massa desprezível e sem atrito, conforme a figura. Se alguém puxar
a corda com velocidade constante 𝑣, podemos afirmar que a força exercida
por esta pessoa é igual a
a) (𝜇0 𝑛𝐼𝑙)2 𝑣/𝑅 + 𝑚𝑔 com a espira dentro do solenoide.
b) (𝜇0 𝑛𝐼𝑙)2 𝑣/𝑅 + 𝑚𝑔 com a espira saindo do solenoide.
c) (𝜇0 𝑛𝐼𝑙)2 𝑣/𝑅 + 𝑚𝑔 com a espira entrando no solenoide.
d) 𝜇0 𝑛𝐼 2 𝑙 + 𝑚𝑔 com a espira dentro do solenoide.
e) 𝑚𝑔 e independe da posição da espira com relação ao solenoide.
(ITA – 2010)
Considere uma espira retangular de lados √3𝑎 e 𝑎, respectivamente, em que circula uma corrente
𝐼, de acordo com a figura. A espira pode girar livremente em torno do eixo 𝑧. Nas proximidades da
espira há um fio infinito, paralelo ao eixo 𝑧, que corta o plano 𝑥𝑦 n0 ponto 𝑥 = 𝑎/2 e 𝑦 = 0. Se pelo
fio passa uma corrente de mesma magnitude 𝐼, calcule o momento resultante da força magnética
sobre a espira em relação ao eixo 𝑧, quando esta encontra-se no plano 𝑦𝑧.

(ITA – 2011)
Uma bobina de 100 espiras, com seção transversal de área de 400 𝑐𝑚2 e resistência de 20 Ω, está
alinhada com seu plano perpendicular ao campo magnético da Terra, de 7,0 ⋅ 10−4 𝑇 na linha do

139
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Equador. Quanta carga flui pela bobina enquanto ela é virada de 180° em relação ao campo
magnético?
a) 1,4 ⋅ 10−4 𝐶 b) 2,8 ⋅ 10−4 𝐶 c) 1,4 ⋅ 10−2 𝐶
d) 2,8 ⋅ 10−2 𝐶 e) 1,4 𝐶
(ITA – 2012)
Considere dois fias paralelos, muito longos e finos, dispostos horizontalmente conforme mostra a
figura. O fio de cima pesa 0,080 𝑁/𝑚, é percorrido por uma corrente 𝐼1 = 20 𝐴 e se encontra
dependurado por dois cabos. O fio de baixo encontra-se preso e é percorrido por uma corrente 𝐼2 =
40 𝐴, em sentido oposto. Para qual distância 𝑟 indicada na figura, a tensão 𝑇 nos cabos será nula?

(ITA – 2012)
Considere uma espira com N voltas de área A, imersa num campo magnético B uniforme e
constante, cujo sentido aponta para dentro da página. A espira está situada inicialmente no plano
perpendicular ao campo e possui uma resistência R. Se a espira gira 180° em torno do eixo mostrado
na figura, calcule a carga que passa pelo ponto P.

(ITA – 2013)
O circuito mostrado na figura é constituído por um gerador com f.e.m. ℰ e um resistor de resistência
𝑅. Considere as seguintes afirmações, sendo a chave 𝑆 fechada:
I - Logo após a chave 𝑆 ser fechada haverá uma f.e.m. autoinduzida no circuito.
II - Após um tempo suficientemente grande cessará o fenômeno de autoindução no circuito.
III - A autoindução no circuito ocorrerá sempre que houver variação da corrente elétrica no tempo.
Assinale a alternativa verdadeira.
a) Apenas a I é correta.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas a III é correta.
d) Apenas a II e a III são corretas.
e) Todas são corretas.
(ITA – 2014)
Considere um ímã cilíndrico vertical com o polo norte para cima, tendo um anel condutor
posicionado acima do mesmo. Um agente externo imprime um movimento ao anel que, partindo

140
AULA 08 – Magnetismo II
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do repouso, desce verticalmente em torno do ímã e atinge uma posição simétrica à original,
iniciando, logo em seguida, um movimento ascendente e retornando à posição inicial em repouso.
Considerando o eixo de simetria do anel sempre coincidente com o do ímã e sendo positiva a
corrente no sentido anti-horário (visto por um observador de cima), o gráfico que melhor representa
o comportamento da corrente induzida 𝑖 no anel é

a) b) c) d) e)

(ITA – 2014)
Duas espiras verticais estacionárias com aproximadamente o mesmo diâmetro 𝑑, perpendiculares
e isoladas eletricamente entre si, têm seu centro comum na origem de um sistema de
coordenadas 𝑥𝑦𝑧, na qual também está centrado um ímã cilíndrico de comprimento𝑙 ≪ 𝑑 e raio
𝑟 ≪ 𝑙. 0 ímã tem seu polo norte no semieixo 𝑥 positivo e pode girar livremente em torno do eixo
vertical 2, sendo mantido no plano 𝑥𝑦. Numa das espiras, situada no plano 𝑦𝑧, circula uma corrente
𝐼1 = 𝑖 ⋅ cos(𝜔 ⋅ 𝑡), cujo sentido positivo é o anti-horário visto do semieixo 𝑥 positivo, e na outra
circula uma corrente 𝐼2 = 𝑖 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜔 ⋅ 𝑡), cujo sentido positivo é o anti-horário visto do semieixo 𝑦
positivo.
a) Desprezando a diferença de diâmetro entre as espiras, obtenha o campo magnético 𝐵 na origem
devido às correntes 𝐼1 e 𝐼2 , na forma 𝐵𝑥 𝑥̂ + 𝐵𝑦 𝑦̂.
b) Explique, por que, partindo do repouso em 𝑡 = 0, o ímã adquire um movimento de rotação em
torno de 𝑧. Em que sentido (horário ou anti-horário, visto a partir do semieixo 𝑧 positivo) ocorre
este giro?
c) Ao se aumentar gradativamente a frequência angular 𝜔 das correntes, nota-se que o ímã passa a
girar cada vez mais rápido. Contudo, com o ímã inicialmente em repouso e se são repentinamente
aplicadas correntes 𝐼1 e 𝐼2 de alta frequência angular, nota-se que o ímã praticamente não se move.
Explique a(s) razão(ões).
(ITA – 2015)
Considere as seguintes proposições sobre campos magnéticos:
I. Em um ponto 𝑃 no espaço, a intensidade do campo magnético produzido por uma carga
puntiforme 𝑞 que se movimenta com velocidade constante ao longo de uma reta só depende da
distância entre 𝑃 e a reta.
II. Ao se aproximar um ímã de uma porção de limalha de ferro, esta se movimenta porque o campo
magnético do ímã realiza trabalho sobre ela.
III. Dois fios paralelos por onde passam correntes uniformes num mesmo sentido se atraem.
Então,
a) apenas I é correta. b) apenas II é correta. c) apenas III é correta.

141
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d) todas são corretas. e) todas são erradas.


(ITA – 2016)
Uma bobina metálica circular de raio 𝑟, com 𝑁 espiras e resistência elétrica 𝑅, é atravessada por um
campo de indução magnética de intensidade 𝐵. Se o raio da bobina é aumentado de uma fração
Δ𝑟 ≪ 𝑟; num intervalo de tempo Δ𝑡, e desconsiderando as perdas, a máxima corrente induzida será
de
a) 2𝜋𝑁𝐵𝑟Δ𝑟/(𝑅Δ𝑡). b) 2𝜋𝑁𝐵𝑟Δ𝑟 2 /(𝑅Δ𝑡). c) 2𝜋𝑁𝐵 2 𝑟Δ𝑟/(𝑅Δ𝑡).
d) 2𝜋𝑁𝐵𝑟Δ𝑟/(𝑅 2 Δ𝑡) e) 2𝜋𝑁𝐵𝑟Δ𝑟/(𝑅Δ𝑡 2 )
(ITA – 2019)
A figura mostra uma espira circular, de raio 𝑎 e resistência 𝑅, com centro
situado sobre o eixo de um solenóide muito longo, com 𝑛 voltas por unidade de
comprimento e raio 𝑏 (𝑏 < 𝑎). No instante inicial, 𝑡 = 0, o eixo do solenóide
encontra-se perpendicular ao plano da espira, que oscila segundo a expressão
𝜃 = 𝜃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡), em que 𝜔 é a frequência angular do movimento. Se a
corrente que passa pelo solenóide cresce linearmente com o tempo, conforme
𝐼 = 𝐾𝑡, e sendo 𝜇0 a permeabilidade magnética do vácuo, então a intensidade
da corrente elétrica induzida na espira é

𝜇0 𝑛𝐾𝜋𝑎2 𝜇0 𝑛𝐾𝜔𝑡𝜃𝑚𝑎𝑥 𝜋𝑏2


a) . d) |𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡)|.
𝑅 𝑅

𝜇0 𝑛𝐾𝜋𝑏2 e) 0.
b) .
𝑅
𝜇0 𝑛𝐾𝜔𝑡𝜃𝑚𝑎𝑥 𝜋𝑏2
c) |𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)|.
𝑅

(ITA – 2019)
Um condutor muito longo 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹 é interrompido
num trecho, onde é ligado a guias metálicas pelas quais
desliza sem atrito um condutor metálico rígido de
comprimento 𝑙 = 10 𝑐𝑚 e massa 𝑚 = 5,0 𝑚𝑔,
mantendo o contato elétrico e a passagem de corrente
pelo sistema contido no plano vertical, conforme
esquematizado na figura. O potencial elétrico no
terminal 𝐴 é 𝑉0 = 1,0 𝑉 e o sistema como um todo
possui resistência 𝑅 = 0,10 Ω. Sendo a distância 𝑑 =
18 𝑐𝑚 e considerando apenas o efeito dos segmentos longos 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷 sobre o condutor móvel,
determine a distância de equilíbrio 𝑥 indicada na figura.
(ITA – 2020)
Ao redor de um cilindro de massa 𝑚, raio 𝑎 e comprimento 𝑏, são enroladas simétrica e
longitudinalmente 𝑁 espiras. Estas são dispostas paralelamente a um plano inclinado onde se
encontra um cilindro, que não desliza devido ao atrito com a superfície do plano. Considerando a
existência de um campo magnético uniforme e vertical 𝐵 ⃗⃗ na região, assinale a intensidade da

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corrente 𝑖 que deve circular nas espiras para que o conjunto permaneça em repouso na posição
indicada pela figura.
𝑚𝑔
a) 2𝑏𝐵.
𝑁𝑚𝑔
b) .
2𝑎𝐵
𝑁𝑚𝑔
c) .
𝑏𝐵
𝑚𝑔
d) 2𝑎𝐵𝑁.
𝑚𝑔
e) 2𝑏𝐵𝑁.
(ITA – 2021)
Considere nina bobina circular de 200 voltas e 5,0 cm de raio localizada em
uma região onde existe um campo magnético uniforme de 1.25 T. A espira
encontra-se inicialmente paralela ao campo magnético e é girada em um
quarto de volta em 15 ms. Assinale a alternativa que contém o valor que
melhor representa a força eletromotriz média induzida na espira durante
o movimento de giro descrito.
a) 5,0 𝑉 b) 15 𝑉 c) 30 𝑉 d) 60 𝑉
e) 130 𝑉
(ITA – 2021)
Uma espira circular condutora de raio R, feita de um fio fino de resistividade elétrica ρ e massa
específica 𝜌𝑚 , cuja secção transversal tem diâmetro d, está caindo, com velocidade 𝑣 variável, sob
a ação da gravidade, em uma região de campo magnético não uniforme. A componente vertical do
campo magnético obedece a relação 𝐵𝑧 = 𝐵0 (1 + 𝑘𝑧), em que B0 e k são constantes físicas de
unidade adequadas e 𝑧 é a coordenada vertical. A espira mantém-se sempre paralela ao plano 𝑥𝑦,
como mostra a figura. Desprezando os efeitos da resistência do ar no movimento de queda da
espira, faça o que se pede nos itens a seguir

a) Calcule a potência elétrica instantânea dissipada na espira.


b) Calcule a velocidade terminal de queda 𝑣𝑡 da espira.

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11. Gabarito sem comentários nível 3


1) D

2) C

3) D

4) A

5) E

6) D

7) Ver gráfico

8) E

𝜇0 𝐼 2 𝑎√3
9) 4𝜋

10) B

11) 2 ⋅ 10−3 𝑚
2⋅𝑁⋅𝐵⋅𝐴
12) 𝑅

13) E

14) D

15) Ver comentários

16) C

17) A

18) B

19) 𝑥 = 0,06 𝑚 ou 𝑥 = 0,12 𝑚

20) E

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21) E

𝑩𝟐𝟎 𝒌𝟐 𝝅𝟐 𝑹𝟑 𝒗𝟐 𝒅𝟐 𝟒𝝆𝝆 𝒈
22) a) b) 𝑩𝟐 𝒌𝟐𝒎𝑹𝟐
𝟖𝝆 𝟎

12. Lista de questões nível 3 comentada


(AFA – 2023)
Uma espira CDE, de resistência elétrica igual a 1 Ω, em forma de um triângulo equilátero de lado 𝑙 e igual
a 20 cm, desliza, livre de qualquer atrito e resistência do ar, com velocidade constante 𝑣⃗ de módulo igual
a 30 cm/s sobre o plano 𝑥𝑦 na direção e sentido do eixo conforme ilustrado na figura abaixo:

No semiespaço 𝑥 > 0, atua um campo magnético uniforme e constante 𝐵 ⃗⃗, perpendicular ao plano xy,
cujo módulo vale 2 T. A intensidade da força aplicada por um agente externo, na mesma direção e sentido
da velocidade 𝑣⃗, no instante em que o vértice E da espira estiver passando pelo ponto (15,0), a fim de
manter a velocidade constante 𝑣⃗ deverá ser, em mN, igual a
(A) 12 (B) 15 (C) 18 (D) 36

Comentários:

Tomando uma distância x que o vértice entrou na região onde existe o vetor indução magnética,
temos:

145
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𝑙 ′√3
𝑥=
2
2𝑥
𝑙′ =
√3

Logo, a área daquele pequeno triângulo que entrou na região do campo é dada por:

𝑙 ′2 √3
𝐴=
4

4𝑥 2 √3
𝐴= ⋅
3 4

𝑥 2 √3
𝐴=
3
Pela lei de Faraday, temos:

𝑑𝜙
𝜀=−
𝑑𝑡

𝑑 𝑥 2 √3
𝜀 = − (−𝐵 )
𝑑𝑡 3

2𝐵𝑣𝑥√3
𝜀=−
3
Logo, a corrente induzida é de:

2𝐵𝑣𝑥√3
𝑖=−
3𝑅
Analisando a força magnética resultante, temos:

𝐹𝑅 = 2𝐹𝑠𝑒𝑛(30°)

2𝐵𝑣𝑥√3 2𝑥 1
𝐹𝑅 = 2 ⋅ 𝐵 ⋅ ⋅ ⋅
3𝑅 √3 2
2𝐵 2 𝑣𝑥 2
𝐹𝑅 =
3𝑅

146
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Substituindo valores, vem:

2 ⋅ 22 ⋅ 0,3 ⋅ 0,152
𝐹𝑅 =
3⋅1

∴ 𝐹𝑅 = 36 𝑚𝑁

Gabarito: D
(AFA – 2013)
Um gerador homopolar consiste de um disco metálico que é posto a girar com velocidade angular
constante em um campo magnético uniforme, cuja ação é extensiva a toda a área do disco,
conforme ilustrado na figura abaixo.

Ao conectar, entre a borda do disco e o eixo metálico de rotação, uma lâmpada 𝐿 cuja resistência
elétrica tem comportamento ôhmico, a potência dissipada no seu filamento, em função do tempo,
é melhor representada pelo gráfico

A) B)

C) D)

Comentários:

Essa é uma questão extremamente difícil, apesar de não parecer. A maioria dos cursinhos resolve
ela de forma errada. Esse foi um paradoxo proposto por Faraday, o paradoxo do gerador homopolar. A
primeira vista parece que o fluxo magnético no disco não muda com o tempo (ora, o campo magnético é
uniforme e a área é constante, porque o fluxo não seria constante e consequentemente a fem induzida
zero?) Veremos porque isso está errado.

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Primeiramente devemos entender que se trata de um material condutor. Logo esse material tem
elétrons livres. Pela regra da mão direita, vemos que o elétrons são atraídos radialmente e para a borda
𝑑𝜙
do disco, gerando então nesse disco uma fem diferente da que costumamos calcular pelo − 𝑑𝑡 . Essa fem
é radial. Depois de estabelecido o equilíbrio temos uma diferença de potencial entre a borda e o centro
do disco, constante, conforme o gráfico C. Podemos inclusive calcular essa fem:

Suponha que a densidade superficial de carga seja:

𝛼 = 𝛼(𝑟)

Para um elétron a uma distância r:

𝐹𝑚 = 𝑒𝑤𝑟𝐵

O potencial de um anel de carga Q vale:

𝑘𝑑𝑄 𝛼2𝜋𝑟𝑑𝑟 𝛼𝑑𝑟


𝑑𝑉 = = =
𝑟 4𝜋𝜖𝑟 2𝜖
Logo o campo elétrico vale:

𝑑𝑉 𝜖𝛼
𝐸= =
𝑑𝑟 2
A força elétrica deve ser igual à magnética:

𝐸𝑒 = 𝐹𝑚
𝛼𝑒
= 𝑒𝑤𝑟𝐵 → 𝛼 = 2𝜖𝑤𝐵𝑟
2𝜖
A ddp entre os pontos extremos vale:
𝑅 𝑅 𝑅
𝛼𝑑𝑟 𝑤𝐵𝑅 2
Δ𝑉 = ∫ 𝑑𝑉 = ∫ = ∫ 𝑤𝐵𝑟𝑑𝑟 =
2𝜖 2
0 0 0

Gabarito: C
(EN – 2013)
Uma espira retangular (com uma volta de fio) de lados 𝐚 = 0,50 m e 𝐛 = 2,0 m está, no instante
inicial t = 0, disposta no plano da folha e imersa numa região na qual existe um campo magnético
uniforme para direita de módulo igual a 1,0 tesla. A corrente i = 0,20 A circula na espira no sentido
horário. Em virtude do torque magnético, a espira gira de 30° no intervalo de tempo de 2,0 s. O
módulo do torque magnético inicial, em N.m, atuando sobre a mesma, e o valor absoluto da força
eletromotriz média induzida pelo giro, em, volt, respectivamente, são:

148
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A) zero e 0,15 B) 0,10 e 0,15 C) 0,10 e 0,20


D) 0,20 e 0,25 E) 0,20 e 0,25 √3

Comentários:

Temos uma força magnética entrando no plano no ramo esquerdo e saindo do plano no ramo
direito. O torque em relação ao centro geométrico vale:

𝑏 cos 𝜃
𝑇 = 2𝐹𝑚 ( ) = 𝐵𝑖𝑎𝑏 cos 𝜃
2

O torque magnético inicial vale:

𝑇0 = 𝐵𝑖𝑎𝑏 = 0,2𝑇

O fluxo magnético na espira vale:

𝜙 = 𝐵𝑎𝑏 sin 𝜃

A fem induzida vale:

𝑑𝜙
𝜖=−
𝑑𝑡
A fem induzida média vale:

1 𝑑𝜙 1 Δ𝜙 𝐵𝑎𝑏
|𝜖̅| = ∫ 𝑑𝑡 = ∫ 𝑑𝜙 = = (sin 𝜃𝑓 − sin 𝜃0 ) = 0,25 𝑉
𝑇 𝑑𝑡 𝑇 𝑇 𝑇

Para não utilizar integral na hora da sua prova, sempre decore: A fem induzida média vale a
variação do fluxo pela variação do tempo (ela se comporta de maneira linear).

Gabarito: D
(ITA – 2008)
Considere uma espira retangular de lados 𝑎 e 𝑏 percorrida por uma corrente 𝐼, cujo plano da espira
é paralelo a um campo magnético 𝐵. Sabe-se que o módulo do torque sobre essa espira é dado por

149
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𝜏 = 𝐼 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝑏. Supondo que a mesma espira possa assumir qualquer outra forma geométrica,
indique o valor máximo possível que se consegue para o torque.
𝐼⋅𝐵⋅(𝑎+𝑏)2
a) b) 𝐼 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝑏 c) 2 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝑏
𝜋
𝐼⋅𝐵⋅𝑎⋅𝑏 𝐼⋅𝐵⋅𝑎⋅𝑏
d) e)
2𝜋 𝜋

Comentários:
O torque gerado em uma espira é dado por 𝜏 = 𝐼 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐴, em que 𝐴 é a área da espira. Dado que o
perímetro é 2(𝑎 + 𝑏). Da matemática, sabemos que para um período fixo, a figura geométrica que
maximiza a área é uma circunferência.
Então:
𝑎+𝑏
2(𝑎 + 𝑏) = 2𝜋 ⋅ 𝑅 ⇒ 𝑅 =
𝜋
Logo, a área máxima é de:
(𝑎 + 𝑏)2 (𝑎 + 𝑏)2
𝐴𝑚á𝑥 = 𝜋𝑅 2 = 𝜋 ⋅ ⇒ 𝐴𝑚á𝑥 =
𝜋2 𝜋
Portanto, o torque é máximo é expresso por:
(𝑎 + 𝑏)2
𝜏𝑚á𝑥 =𝐼⋅𝐵⋅
𝜋
Gabarito: A
(ITA – 2009)
Uma haste metálica com 5,0 𝑘𝑔 de massa e resistência de 2,0 Ω desliza sem atrito sobre duas barras
paralelas separadas de 1,0 𝑚, interligadas por um condutor de resistência nula e apoiadas em um
plano de 30° com a horizontal, conforme a figura. Tudo se encontra imerso num campo magnético
⃗⃗, perpendicular ao plano do movimento, e as barras de apoio têm resistência e atrito desprezíveis.
𝐵
Considerando que após deslizar durante um certo tempo a velocidade da haste permanece
constante em 2,0 𝑚/𝑠, assinale o valor do campo magnético.
a) 25,0 𝑇
b) 20,0 𝑇
c) 15,0 𝑇
d) 10,0 𝑇
e) 5,0 𝑇
Comentários:
De acordo com a lei de Lenz, em uma vista por cima, nota-se que a corrente tem sentido horário.
Dessa forma, isolando a barra e tomando uma vista lateral, temos:

150
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Quando a velocidade se torna constante, temos:


𝐹𝑟𝑒𝑠,𝑥 = 0
𝑃 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) − 𝐹𝑚𝑎𝑔 = 0 ⇒ 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) = 𝐵 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝑙
Mas a corrente é expressa por:
ℰ 𝐵⋅𝑙⋅𝑣
𝑖= =
𝑅 𝑅
Portanto:

𝐵⋅𝑙⋅𝑣 𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑅 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) = 𝐵 ⋅ ⋅𝑙 ⇒𝐵 =√
𝑅 𝑙2 ⋅ 𝑣
Substituindo valores:

5 ⋅ 10 ⋅ 2 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(30°)
𝐵=√ ⇒ 𝐵 = 5,0 𝑇
12 ⋅ 2
Gabarito: E
(ITA – 2009)
A figura representa o campo magnético de dois fios paralelos que conduzem correntes elétricas. A
respeito da força magnética resultante no fio da esquerda, podemos afirmar que ela

a) atua para a direita e tem magnitude maior que a da força no fio da direita.
b) atua para a direita e tem magnitude igual à da força no fio da direita.
c) atua para a esquerda e tem magnitude maior que a da força no fio da direita.
d) atua para a esquerda e tem magnitude igual à da força no fio da direita.
e) atua para a esquerda e tem magnitude menor que a da força no fio da direita.
Comentários:

151
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De acordo com a figura em questão, na região entre os fios podemos notar uma intensificação das
linhas de força, ou seja, os campos devem estar no mesmo sentido. Para isso, as correntes nos fios devem
ter sentidos opostos. Lembrando que o sentido do campo é dado pela regra da mão direita envolvente.
Como as correntes nos fios têm sentidos opostos, a força entre eles é repulsiva e os módulos das
forças que agem nos dois fios são iguais (Lembre-se elas não formam um par ação/reação). Portanto, a
força que age no fio da esquerda é para a esquerda.
Gabarito: D
(ITA – 2009)
Um longo solenoide de comprimento 𝐿, raio 𝑎 e com 𝑛 espiras por unidade de comprimento, possui
ao seu redor um anel de resistência 𝑅. O solenoide está ligado a uma fonte de corrente 𝐼, de acordo
com a figura. Se a fonte variar conforme mostra o gráfico, calcule a expressão da corrente que flui
pelo anel durante esse mesmo intervalo de tempo e apresente esse resultado em um novo gráfico.

Comentários:
Para a determinação da corrente no anel, vamos utilizar a lei da indução de Faraday, aplicando a
primeira lei de Ohm no anel:
ℰ 1 𝑑Φ
𝑖= =− ⋅
𝑅 𝑅 𝑑𝑡
Lembrando que o fluxo magnético no solenoide é expresso por:
Φ = 𝐵 ⋅ 𝐴 = 𝐵 ⋅ 𝜋𝑎2 ⇒ Φ = 𝜇 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝐼 ⋅ 𝜋𝑎2
Portanto, a corrente induzida é dada por:
1 𝑑Φ 𝜇 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝜋𝑎2 𝑑I
𝑖=− ⋅ ⇒𝑖=− ⋅
𝑅 𝑑𝑡 𝑅 𝑑𝑡
𝑑I
Lembrando que o sinal negativo é devido à lei de Lenz e o termos é o coeficiente angular da
𝑑𝑡
reta. Assim, vamos dividir o gráfico da corrente em três partes:
a) entre 0 e 1 s:
Neste trecho, o coeficiente da reta no gráfico é dado por:
𝑑I
= 2 𝐴/𝑠
𝑑𝑡
Portanto:

152
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2 ⋅ 𝜇 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝜋𝑎2
𝑖=−
𝑅
b) entre 1 s e 2 s:
Neste intervalo não há variação da corrente. Portanto, o fluxo magnético não varia e, portanto,
não há corrente induzida.
c) entre 2 s e 4 s:
Neste intervalo, o coeficiente da reta no gráfico é dado por:
𝑑I
= −1 𝐴/𝑠
𝑑𝑡
Logo, a corrente induzida é igual a:
𝜇 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝜋𝑎2
𝑖=+
𝑅
Com isso, o gráfico da corrente induzida é dado por:

Como não foi arbitrado um sentido positivo para a corrente, podemos dizer que o gráfico com
sinais opostos ao que colocamos como resposta também pode ser considerado.
Gabarito: ver gráfico
(ITA – 2010)
Considere um aparato experimental composto de um solenoide com 𝑛
voltas por unidade de comprimento, pelo qual passa uma corrente 𝐼, e uma
espira retangular de largura 𝑙, resistência 𝑅 e massa 𝑚 presa por um de
seus lados a uma corda inextensível, não condutora, a qual passa por uma
polia de massa desprezível e sem atrito, conforme a figura. Se alguém puxar
a corda com velocidade constante 𝑣, podemos afirmar que a força exercida
por esta pessoa é igual a
a) (𝜇0 𝑛𝐼𝑙)2 𝑣/𝑅 + 𝑚𝑔 com a espira dentro do solenoide.
b) (𝜇0 𝑛𝐼𝑙)2 𝑣/𝑅 + 𝑚𝑔 com a espira saindo do solenoide.
c) (𝜇0 𝑛𝐼𝑙)2 𝑣/𝑅 + 𝑚𝑔 com a espira entrando no solenoide.
d) 𝜇0 𝑛𝐼 2 𝑙 + 𝑚𝑔 com a espira dentro do solenoide.
e) 𝑚𝑔 e independe da posição da espira com relação ao solenoide.
Comentários:

153
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Se considerarmos o campo magnético no interior do solenoide como uniforme, seu módulo é igual
𝐵 = 𝜇0 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝐼 e sua direção é longitudinal no interior da espira.
Dessa forma, a direção normal à espira é perpendicular à direção das linhas de indução magnética.
Em outras palavras, o fluxo magnético através da espira é sempre igual a zero.
Por isso, se a velocidade 𝑣 é constante, a força resultante sobre a corda é nula. Então, a força
realizada pelo operador deve ser igual ao peso da espira (𝑚𝑔). Trata-se de uma questão meramente
teórica sobre fluxo magnético.
Gabarito: E
(ITA – 2010)
Considere uma espira retangular de lados √3𝑎 e 𝑎, respectivamente, em que circula uma corrente
𝐼, de acordo com a figura. A espira pode girar livremente em torno do eixo 𝑧. Nas proximidades da
espira há um fio infinito, paralelo ao eixo 𝑧, que corta o plano 𝑥𝑦 n0 ponto 𝑥 = 𝑎/2 e 𝑦 = 0. Se pelo
fio passa uma corrente de mesma magnitude 𝐼, calcule o momento resultante da força magnética
sobre a espira em relação ao eixo 𝑧, quando esta encontra-se no plano 𝑦𝑧.

Comentários:
Vamos fazer uma análise dos campos gerados nos lados paralelos ao eixo z. Além disso, vamos
escrever a força magnética entre o fio infinito e os lados da espira que são paralelos ao eixo z. Note que
não há força magnética nos lados paralelos ao eixo 𝑦, pois estes lados são paralelos as linhas de indução
geradas pelo fio infinito. Chamado os lados da espira que são paralelos ao eixo 𝑧 de 𝑃 e 𝑄, temos a
seguinte figura para um observador olhando de cima para baixo o plano 𝑥𝑦:

Pela geometria do problema, temos que a distância do fio até os lados 𝑃 e 𝑄 é igual a:

154
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2
𝑎 2
2
𝑎√3
𝑑 =( ) +( ) ⇒𝑑=𝑎
2 2
A uma distância 𝑑, o campo gerado por um fio infinito com corrente é dado por:
𝜇0 𝐼 𝜇0 𝐼
𝐵=
=
2𝜋𝑑 2𝜋𝑎
Note que 𝑃 e 𝑄 estão a uma mesma distância do fio infinito. Portanto:
𝜇0 𝐼
𝐵𝑃 = 𝐵𝑄 = 𝐵 =
2𝜋𝑎
Logo, os módulos das forças magnéticas em cada fio são expressos por:


𝜇0 𝐼 𝜇0 𝐼 2
𝐹 = 𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐹𝑚𝑎𝑔 =𝐵⋅𝐼⋅𝑎 ⇒ 𝐹 = ⋅𝐼⋅𝑎 ⇒𝐹 =
2𝜋𝑎 2𝜋
Da geometria, temos:
𝑎
1
𝑠𝑒𝑛(𝜃) = 2 = ⇒ 𝜃 = 30°
𝑎 2
Portanto, o momento da espira, em relação ao eixo 𝑧, é dado por:
𝑎√3 ′
𝑎√3 𝜇0 𝐼 2 𝑎√3 1
𝜏 = 𝐹𝑚𝑎𝑔 ⋅ ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃 + 𝐹𝑚𝑎𝑔 ⋅ ⋅ 𝑠𝑒𝑛 𝜃 ⇒ 𝜏 = 2 ⋅ ⋅ ⋅
2 2 2𝜋 2 2
𝜇0 𝐼 2 𝑎√3
𝜏=
4𝜋
𝝁𝟎 𝑰𝟐 𝒂√𝟑
Gabarito: 𝝉 = 𝟒𝝅

(ITA – 2011)
Uma bobina de 100 espiras, com seção transversal de área de 400 𝑐𝑚2 e resistência de 20 Ω, está
alinhada com seu plano perpendicular ao campo magnético da Terra, de 7,0 ⋅ 10−4 𝑇 na linha do
Equador. Quanta carga flui pela bobina enquanto ela é virada de 180° em relação ao campo
magnético?
a) 1,4 ⋅ 10−4 𝐶 b) 2,8 ⋅ 10−4 𝐶 c) 1,4 ⋅ 10−2 𝐶
d) 2,8 ⋅ 10−2 𝐶 e) 1,4 𝐶
Comentários:
O fluxo magnético na bobina é expresso por:
Φ = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 𝜃
A variação no fluxo é devido a variação no ângulo 𝜃 formado pela normal à espira e o vetor indução
magnética. As duas situações, temos:
Φ0 = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 0° = 𝐵 ⋅ 𝐴
{Φ = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 180° = −𝐵 ⋅ 𝐴 ⇒ ΔΦ = −2 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐴
𝑓

Pela lei de Faraday, a 𝑓𝑒𝑚 induzida é dada por:

155
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ΔΦ Δ𝑄
ℰ = −𝑁 ⋅ =𝑅⋅𝑖 =𝑅⋅
Δ𝑡 Δ𝑡
−2 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐴 Δ𝑄 2⋅𝑁⋅𝐵⋅𝐴
−𝑁 ⋅ ( )=𝑅⋅ ⇒ Δ𝑄 =
Δ𝑡 Δ𝑡 𝑅 ⋅ Δ𝑡
2 ⋅ 100 ⋅ (7 ⋅ 10−4 ) ⋅ (400 ⋅ 10−4 )
Δ𝑄 = ⇒ Δ𝑄 = 2,8 ⋅ 10−4 𝐶
20
Gabarito: B
(ITA – 2012)
Considere dois fias paralelos, muito longos e finos, dispostos horizontalmente conforme mostra a
figura. O fio de cima pesa 0,080 𝑁/𝑚, é percorrido por uma corrente 𝐼1 = 20 𝐴 e se encontra
dependurado por dois cabos. O fio de baixo encontra-se preso e é percorrido por uma corrente 𝐼2 =
40 𝐴, em sentido oposto. Para qual distância 𝑟 indicada na figura, a tensão 𝑇 nos cabos será nula?

Comentários:
Para que a tensão nos cabos seja nula, o peso do fio 1 deve ter o mesmo módulo da força
magnética de repulsão entre os fios, pois eles são percorridos por corrente de sentidos opostos. Então:
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝑃1
⇒ 𝐵2 ⋅ 𝑖1 ⋅ 𝐿 = 𝜆 ⋅ 𝐿
𝜇0 ⋅ 𝑖 2
⇒ ⋅𝑖 =𝜆
2𝜋𝑟 1
𝜇0 ⋅ 𝑖1 ⋅ 𝑖2
⇒𝑟=
2𝜋 ⋅ 𝜆
Substituindo valores, temos:
4𝜋 ⋅ 10−7 ⋅ 20 ⋅ 40
𝑟=
2𝜋 ⋅ 0,08
⇒ 𝑟 = 2 ⋅ 10−3 𝑚
Gabarito: 𝒓 = 𝟐 ⋅ 𝟏𝟎−𝟑 𝒎
(ITA – 2012)
Considere uma espira com N voltas de área A, imersa num campo magnético B uniforme e
constante, cujo sentido aponta para dentro da página. A espira está situada inicialmente no plano
perpendicular ao campo e possui uma resistência R. Se a espira gira 180° em torno do eixo mostrado
na figura, calcule a carga que passa pelo ponto P.

156
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Comentários:
O fluxo magnético na espira é dado por:
Φ = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 𝜃
Em que 𝜃 é o ângulo entre o vetor normal à espira e o vetor indução magnética. Portanto, quando
a espira gira de 180°, a variação do fluxo magnético é expressa por:
Φ𝑖 = 𝐵 ⋅ 𝐴
{ ⇒ ΔΦ = −2 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐴
Φf = −B ⋅ A
Pela lei de Faraday para 𝑁 espiras, temos:
ΔΦ −2 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐴 𝑁⋅2⋅𝐵⋅𝐴 𝑁⋅2⋅𝐵⋅𝐴
ℰ = −𝑁 ⋅ ⇒ ℰ = −𝑁 ⋅ ⇒𝑅⋅𝑖 = ⇒ 𝑖 ⋅ Δ𝑡 =
Δ𝑡 Δ𝑡 Δ𝑡 𝑅
2⋅𝑁⋅𝐵⋅𝐴
Δ𝑄 =
𝑅
𝟐⋅𝑵⋅𝑩⋅𝑨
Gabarito: 𝚫𝑸 = 𝑹

(ITA – 2013)
O circuito mostrado na figura é constituído por um gerador com f.e.m. ℰ e um resistor de resistência
𝑅. Considere as seguintes afirmações, sendo a chave 𝑆 fechada:
I - Logo após a chave 𝑆 ser fechada haverá uma f.e.m. autoinduzida no circuito.
II - Após um tempo suficientemente grande cessará o fenômeno de autoindução no circuito.
III - A autoindução no circuito ocorrerá sempre que houver variação da corrente elétrica no tempo.
Assinale a alternativa verdadeira.
a) Apenas a I é correta.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas a III é correta.
d) Apenas a II e a III são corretas.
e) Todas são corretas.
Comentários:
I. Correta.
Podemos considerar o circuito formado por uma espira retangular percorrida por corrente, logo
após o fechamento da chave. Embora a indutância ser baixa, haverá uma 𝑓𝑒𝑚 induzida.
II. Correta.
Ao estabilizar o valor da corrente elétrica (corrente elétrica constante), cessa o fluxo magnético
pela espira retangular e, com isso, cessa a 𝑓𝑒𝑚 induzida.
III. Correta.
Δ𝑖
Como visto em teoria, a 𝑓𝑒𝑚 autoinduzida é dada por ℰ𝑚 = −𝐿 ⋅ Δ𝑡. Então, sempre que houver
variação da corrente, haverá uma 𝑓𝑒𝑚 autoinduzida.

157
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Gabarito: E
(ITA – 2014)
Considere um ímã cilíndrico vertical com o polo norte para cima, tendo um anel condutor
posicionado acima do mesmo. Um agente externo imprime um movimento ao anel que, partindo
do repouso, desce verticalmente em torno do ímã e atinge uma posição simétrica à original,
iniciando, logo em seguida, um movimento ascendente e retornando à posição inicial em repouso.
Considerando o eixo de simetria do anel sempre coincidente com o do ímã e sendo positiva a
corrente no sentido anti-horário (visto por um observador de cima), o gráfico que melhor representa
o comportamento da corrente induzida 𝑖 no anel é

a) b) c) d) e)

Comentários:

Quando o anel começa seu movimento de descida, as linhas de campo estão saindo do plano da
espira para um observador acima do ímã, olhando de cima para baixo. Portanto, pela lei de Lenz, a
corrente induzida deve estar no sentido horário para anular a variação do fluxo na espira. Então,
inicialmente a corrente tem valor negativo, e sua intensidade vai aumentando, pois quanto mais próximo
ao polo norte do ímã, mais intensas vão ficando as linhas de campo.

Entretanto, após a espira passar pelo polo sul do ímã, a linhas de campo do ímã terão sentido
saindo da espira (para o observador) e cada vez que o ímã se afasta do polo sul, pela lei de Lenz, a corrente
induzida deve ter sentido a compensar essa diminuição das linhas de campo na espira. Portanto, a
corrente passa a ter sentido anti-horário. Assim, até chegar na posição simetricamente oposta à inicial,
temos a seguinte variação da corrente induzida pelo tempo.

À medida que a espira volta da posição simetricamente oposta para a de início, o gráfico deve se
repetir, de acordo com a lei de Lenz.

Gabarito: D
(ITA – 2014)

158
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Duas espiras verticais estacionárias com aproximadamente o mesmo diâmetro 𝑑, perpendiculares


e isoladas eletricamente entre si, têm seu centro comum na origem de um sistema de
coordenadas 𝑥𝑦𝑧, na qual também está centrado um ímã cilíndrico de comprimento𝑙 ≪ 𝑑 e raio
𝑟 ≪ 𝑙. 0 ímã tem seu polo norte no semieixo 𝑥 positivo e pode girar livremente em torno do eixo
vertical 2, sendo mantido no plano 𝑥𝑦. Numa das espiras, situada no plano 𝑦𝑧, circula uma corrente
𝐼1 = 𝑖 ⋅ cos(𝜔 ⋅ 𝑡), cujo sentido positivo é o anti-horário visto do semieixo 𝑥 positivo, e na outra
circula uma corrente 𝐼2 = 𝑖 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜔 ⋅ 𝑡), cujo sentido positivo é o anti-horário visto do semieixo 𝑦
positivo.
a) Desprezando a diferença de diâmetro entre as espiras, obtenha o campo magnético 𝐵 na origem
devido às correntes 𝐼1 e 𝐼2 , na forma 𝐵𝑥 𝑥̂ + 𝐵𝑦 𝑦̂.
b) Explique, por que, partindo do repouso em 𝑡 = 0, o ímã adquire um movimento de rotação em
torno de 𝑧. Em que sentido (horário ou anti-horário, visto a partir do semieixo 𝑧 positivo) ocorre
este giro?
c) Ao se aumentar gradativamente a frequência angular 𝜔 das correntes, nota-se que o ímã passa a
girar cada vez mais rápido. Contudo, com o ímã inicialmente em repouso e se são repentinamente
aplicadas correntes 𝐼1 e 𝐼2 de alta frequência angular, nota-se que o ímã praticamente não se move.
Explique a(s) razão(ões).
Comentários:
Segundo o enunciado, temos a seguinte distribuição espacial das espiras e do ímã:

a) O campo magnético resultante no centro da espira, em função do diâmetro, é dado por:


𝜇0 𝐼1 𝜇0 𝐼2
⃗⃗ = 𝐵𝑥 𝑥̂ + 𝐵𝑦 𝑦̂ ⇒ 𝐵
𝐵 ⃗⃗ = 𝑥̂ + 𝑦̂
𝑑 𝑑
𝜇0 𝑖
⃗⃗ =
𝐵 (cos(𝜔𝑡) 𝑥̂ + 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)𝑦̂)
𝑑
b) Para 𝑡 > 0, o campo magnético no centro está girando no sentido anti-horário, para um observador
situado na direção positiva de 𝑧. Assim, o dipolo magnético (o ímã) tende sempre a se alinha com o campo.
Portanto, o ímã gira no sentido anti-horário.
c) A taxa de variação do campo no tempo é expressa por:
⃗⃗ 𝜇0 𝑖
𝑑𝐵 𝜇0 𝑖
= (−𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ⋅ 𝜔 𝑥̂ + cos(𝜔𝑡) ⋅ 𝜔 𝑦̂) = ⋅ 𝜔 ⋅ (−𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)𝑥̂ + cos(𝜔𝑡) 𝑦̂)
𝑑𝑡 𝑑 𝑑

159
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Diante deste resultado, vemos que a taxa de variação do campo no tempo é proporcional a 𝜔.
Para valores altos de 𝜔, o campo magnético gira rapidamente, mas o ímã não consegue acompanhar
devido a sua inércia. Por isso, o ímã praticamente não se movimenta.
𝝁𝟎 𝒊
⃗⃗⃗ =
Gabarito: a) 𝑩 (𝐜𝐨𝐬(𝝎𝒕) 𝒙 ̂) b) ver comentários c) ver comentários
̂ + 𝒔𝒆𝒏(𝝎𝒕)𝒚
𝒅

(ITA – 2015)
Considere as seguintes proposições sobre campos magnéticos:
I. Em um ponto 𝑃 no espaço, a intensidade do campo magnético produzido por uma carga
puntiforme 𝑞 que se movimenta com velocidade constante ao longo de uma reta só depende da
distância entre 𝑃 e a reta.
II. Ao se aproximar um ímã de uma porção de limalha de ferro, esta se movimenta porque o campo
magnético do ímã realiza trabalho sobre ela.
III. Dois fios paralelos por onde passam correntes uniformes num mesmo sentido se atraem.
Então,
a) apenas I é correta. b) apenas II é correta. c) apenas III é correta.
d) todas são corretas. e) todas são erradas.

Comentários:

I. Incorreta. Resolvemos este problema na aula 24. De acordo com o enunciado, temos:

Vamos dizer que a carga se move no interior de um elemento imaginário, de tal forma que o
pequeno condutor tenha uma corrente 𝐼 e, com isso, podemos aplicar a Lei de Briot-Savart-Laplace.

⃗⃗𝑃 se estabelece em 𝑃 saindo do plano da folha e seu


Pela regra da mão direita (RMD), vemos que 𝐵
módulo é calculado por:

𝜇0 𝐼𝑠𝑒𝑛(𝜃)𝑑𝑙
𝐵𝑃 =
4𝜋𝑟 2
Pela definição de corrente, temos que:

|𝑞|
𝐼=
∆𝑡
Logo:

160
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|𝑞|
𝜇0 ∆𝑡 𝑠𝑒𝑛(𝜃)𝑑𝑙 𝜇0 |𝑞|𝑠𝑒𝑛(𝜃) 𝑑𝑙
𝐵𝑃 = ⇒ 𝐵𝑃 =
4𝜋𝑟 2 4𝜋𝑟 2 ∆𝑡
𝑑𝑙
Mas ∆𝑡 = 𝑣, então:

𝜇0 |𝑞|𝑣𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝐵𝑃 =
4𝜋𝑟 2

Note que a intensidade da indução magnética depende de 𝑟 e da inclinação 𝜃 que está relacionada
com a distância do ponto 𝑃 a reta.

II. Incorreta. Por definição, a força magnética no realiza trabalho sobre monopolos elétricos. Os
dipolos induzidos na limalha são originados por microcorrentes, elétrons em movimento, portanto, não
haverá realização de trabalho.

Observação: a expressão “campo magnético do ímã realiza trabalho” é uma metonímia, já que se
refere à força magnética. Alguns autores gostam de utilizar esta linguagem.

III. Correta. Como visto em teoria, dois fios paralelos são atraídos quando percorridos por
correntes em mesmo sentido.

Gabarito: C
(ITA – 2016)
Uma bobina metálica circular de raio 𝑟, com 𝑁 espiras e resistência elétrica 𝑅, é atravessada por um
campo de indução magnética de intensidade 𝐵. Se o raio da bobina é aumentado de uma fração
Δ𝑟 ≪ 𝑟; num intervalo de tempo Δ𝑡, e desconsiderando as perdas, a máxima corrente induzida será
de
a) 2𝜋𝑁𝐵𝑟Δ𝑟/(𝑅Δ𝑡). b) 2𝜋𝑁𝐵𝑟Δ𝑟 2 /(𝑅Δ𝑡). c) 2𝜋𝑁𝐵 2 𝑟Δ𝑟/(𝑅Δ𝑡).
d) 2𝜋𝑁𝐵𝑟Δ𝑟/(𝑅 2 Δ𝑡) e) 2𝜋𝑁𝐵𝑟Δ𝑟/(𝑅Δ𝑡 2 )

Comentários:

Pela lei de Faraday, podemos determinar a 𝑓𝑒𝑚 induzida:

|ΔΦ| |B ⋅ ΔA| 𝜋(𝑟 + Δ𝑟)2 − 𝜋𝑟 2


|ℰ| = 𝑁 ⋅ ⇒ |ℰ| = 𝑁 ⋅ ⇒ |ℰ| = 𝑁 ⋅ 𝐵 ⋅
Δ𝑡 Δ𝑡 Δ𝑡
(𝑟 + Δ𝑟 − 𝑟)(𝑟 + Δ𝑟 + 𝑟) Δ𝑟(2𝑟 + Δ𝑟)
|ℰ| = 𝑁 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝜋 ⇒ |ℰ| = 𝑁 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝜋
Δ𝑡 Δ𝑡
Como Δ𝑟 ≪ 𝑟, então:

𝑁 ⋅ 𝐵 ⋅ 2𝜋 ⋅ 𝑟 ⋅ Δ𝑟
|ℰ| =
Δ𝑡
Gabarito: A

161
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(ITA – 2019)
A figura mostra uma espira circular, de raio 𝑎 e resistência 𝑅, com centro
situado sobre o eixo de um solenóide muito longo, com 𝑛 voltas por unidade de
comprimento e raio 𝑏 (𝑏 < 𝑎). No instante inicial, 𝑡 = 0, o eixo do solenóide
encontra-se perpendicular ao plano da espira, que oscila segundo a expressão
𝜃 = 𝜃𝑚𝑎𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡), em que 𝜔 é a frequência angular do movimento. Se a
corrente que passa pelo solenóide cresce linearmente com o tempo, conforme
𝐼 = 𝐾𝑡, e sendo 𝜇0 a permeabilidade magnética do vácuo, então a intensidade
da corrente elétrica induzida na espira é

𝜇0 𝑛𝐾𝜋𝑎2 𝜇0 𝑛𝐾𝜔𝑡𝜃𝑚𝑎𝑥 𝜋𝑏2


a) . d) |𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡)|.
𝑅 𝑅

𝜇0 𝑛𝐾𝜋𝑏2 e) 0.
b) .
𝑅
𝜇0 𝑛𝐾𝜔𝑡𝜃𝑚𝑎𝑥 𝜋𝑏2
c) |𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)|.
𝑅

Comentários:

Quando a espira começa a oscilar, temos a seguinte configuração:

O fluxo do campo magnético é dado por:

⃗⃗ ⋅ 𝐴⃗ = 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 𝜃 = 𝜇0 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝑖(𝑡) ⋅ 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑎


𝜙=𝐵

Em que 𝐴 ⋅ cos 𝜃 = 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑎 = 𝜋𝑏 2 . Logo, o fluxo do campo é dado por:

𝜙 = 𝜇0 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝐾𝑡 ⋅ 𝜋𝑏 2

Pela lei de Faraday, o módulo da tensão é dado por:

𝑑𝜙
|𝜀| = = 𝜇0 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝜋𝑏 2
𝑑𝑡

162
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Então, pela primeira Lei de Ohm, a corrente elétrica induzida na espira é de:

2
𝜇0 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝜋𝑏 2
|𝜀| = 𝑅 ⋅ 𝑖𝑖𝑛𝑑 ⇒ 𝜇0 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝜋𝑏 = 𝑅 ⋅ 𝑖𝑖𝑛𝑑 ⇒ 𝑖𝑖𝑛𝑑 =
𝑅

Gabarito: B
(ITA – 2019)
Um condutor muito longo 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹 é interrompido
num trecho, onde é ligado a guias metálicas pelas quais
desliza sem atrito um condutor metálico rígido de
comprimento 𝑙 = 10 𝑐𝑚 e massa 𝑚 = 5,0 𝑚𝑔,
mantendo o contato elétrico e a passagem de corrente
pelo sistema contido no plano vertical, conforme
esquematizado na figura. O potencial elétrico no
terminal 𝐴 é 𝑉0 = 1,0 𝑉 e o sistema como um todo
possui resistência 𝑅 = 0,10 Ω. Sendo a distância 𝑑 =
18 𝑐𝑚 e considerando apenas o efeito dos segmentos longos 𝐴𝐵 e 𝐶𝐷 sobre o condutor móvel,
determine a distância de equilíbrio 𝑥 indicada na figura.

Comentários:

Inicialmente, devemos encontrar a corrente que atravessa todo o conduto 𝐴𝐵𝐶𝐷𝐸𝐹:

𝑉0 1,0
𝑖= = = 10 𝐴
𝑅 0,10

Com isso, temos o seguinte esquema das correntes e as forças magnéticas nos fios:

Admitindo que o fio é muito longo, para o equilíbrio das forças devemos ter que:

𝑃 = 𝐹𝑚𝑔 ⇒ 𝑚 ⋅ 𝑔 = 𝐵 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝑙

𝜇0 𝑖 𝜇0 𝑖 𝜇0 𝑖 1 1
𝑚⋅𝑔 =( + )⋅𝑖⋅𝑙 ⇒ 𝑚⋅𝑔 = ( + )⋅𝑖⋅𝑙
2𝜋𝑥 2𝜋(𝑑 − 𝑥) 2𝜋 𝑥 𝑑 − 𝑥

Substituindo valores, vem:

163
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4𝜋10−7 1 1 1 1
5 ⋅ 10−6 ⋅ 10 = ⋅ 10 ⋅ ( + ) ⋅ 10 ⋅ 0,1 ⇒ + = 25
2𝜋 𝑥 0,18 − 𝑥 𝑥 0,18 − 𝑥

𝑥 = 0,06 𝑚 ou 𝑥 = 0,12 𝑚

Gabarito: 𝒙 = 𝟎, 𝟎𝟔 𝒎 𝐨𝐮 𝒙 = 𝟎, 𝟏𝟐 𝒎
(ITA – 2020)
Ao redor de um cilindro de massa 𝑚, raio 𝑎 e comprimento 𝑏, são enroladas simétrica e
longitudinalmente 𝑁 espiras. Estas são dispostas paralelamente a um plano inclinado onde se
encontra um cilindro, que não desliza devido ao atrito com a superfície do plano. Considerando a
existência de um campo magnético uniforme e vertical 𝐵 ⃗⃗ na região, assinale a intensidade da
corrente 𝑖 que deve circular nas espiras para que o conjunto permaneça em repouso na posição
indicada pela figura.
𝑚𝑔
a) 2𝑏𝐵.
𝑁𝑚𝑔
b) .
2𝑎𝐵
𝑁𝑚𝑔
c) .
𝑏𝐵
𝑚𝑔
d) 2𝑎𝐵𝑁.
𝑚𝑔
e) 2𝑏𝐵𝑁.

Comentários:

Para o equilíbrio de momentos do cilindro, temos que:

𝜏𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝜏𝑃𝑒𝑠𝑜

𝜏𝑝𝑒𝑠𝑜 = 𝑚𝑎𝑔𝑠𝑒𝑛(𝜃)

𝜏𝐹𝑚𝑎𝑔 = 2𝑁𝐵𝑖𝑎𝑏𝑠𝑒𝑛(𝜃)

Igualando as duas equações, temos que:

𝜏𝑝𝑒𝑠𝑜 = 𝜏𝐹𝑚𝑎𝑔

𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃) = 2 ⋅ 𝑁 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝑖 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝑏 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(𝜃)

164
AULA 08 – Magnetismo II
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𝑚⋅𝑔
𝑖=
2⋅𝑁⋅𝐵⋅𝑏

Gabarito: E
(ITA – 2021)
Considere nina bobina circular de 200 voltas e 5,0 cm de raio localizada em
uma região onde existe um campo magnético uniforme de 1.25 T. A espira
encontra-se inicialmente paralela ao campo magnético e é girada em um
quarto de volta em 15 ms. Assinale a alternativa que contém o valor que
melhor representa a força eletromotriz média induzida na espira durante
o movimento de giro descrito.
a) 5,0 𝑉 b) 15 𝑉 c) 30 𝑉 d) 60 𝑉
e) 130 𝑉

Comentários:

Pela lei de Faraday:

𝑑𝜙
𝜖=
𝑑𝑡

∫ 𝜖𝑑𝑡 ∫ 𝑑𝜙 Δ𝜙
𝜖𝑚é𝑑 = = =
Δ𝑡 Δ𝑡 Δ𝑡
𝑁 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 0° 𝑁 ⋅ 𝐵 ⋅ 𝐴 ⋅ cos 90° 200 ⋅ 1,25 ⋅ (𝜋 ⋅ 0,05)2 ⋅ 1
𝜖𝑚é𝑑 = = = 130 𝑉
Δ𝑡 0,015

Gabarito: E
(ITA – 2021)
Uma espira circular condutora de raio R, feita de um fio fino de resistividade elétrica ρ e massa
específica 𝜌𝑚 , cuja secção transversal tem diâmetro d, está caindo, com velocidade 𝑣 variável, sob
a ação da gravidade, em uma região de campo magnético não uniforme. A componente vertical do
campo magnético obedece a relação 𝐵𝑧 = 𝐵0 (1 + 𝑘𝑧), em que B0 e k são constantes físicas de
unidade adequadas e 𝑧 é a coordenada vertical. A espira mantém-se sempre paralela ao plano 𝑥𝑦,
como mostra a figura. Desprezando os efeitos da resistência do ar no movimento de queda da
espira, faça o que se pede nos itens a seguir

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AULA 08 – Magnetismo II
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a) Calcule a potência elétrica instantânea dissipada na espira.


b) Calcule a velocidade terminal de queda 𝑣𝑡 da espira.

Comentários:

a) Para determinar a potência elétrica instantânea dissipada na espira, é necessário calcular a ddp induzida
na espira pela lei de Faraday. Então:

𝜙 = 𝐵0 (1 + 𝑘𝑧) ⋅ 𝜋𝑅 2

Portanto:

𝑑𝜙
|ℰ| = | |
𝑑𝑡
|ℰ| = 𝐵0 𝑘𝜋𝑅 2 𝑣

Pela segunda lei de Ohm, temos:

2𝜋𝑅
𝑅𝜌 = 𝜌 ⋅
𝜋𝑑 2 /4

8𝜌𝑅
𝑅𝜌 =
𝑑2
Portanto:

ℰ 2 𝐵0 𝑘𝜋𝑅 2 𝑣
𝑃𝑜𝑡 = =
𝑅𝜌 8𝜌𝑅
𝑑2

𝐵02 𝑘 2 𝜋 2 𝑅 3 𝑣 2 𝑑 2
𝑃𝑜𝑡 =
8𝜌

b) Pelo teorema de trabalho e energia, então quando a velocidade terminal for alcançada, temos:

𝜏𝑓𝑛𝑐 = Δ𝐸𝑚𝑒𝑐

Quando estiver caindo com velocidade terminal 𝑣𝑡 , não temos mais variação de velocidade do
corpo e para um intervalo de tempo bem pequeno, temos:

−𝑃𝑜𝑡 ⋅ 𝑑𝑡 = −𝑚𝑔 ⋅ 𝑑𝑧

𝑑𝑧
𝑃𝑜𝑡 = 𝑚𝑔 ⋅
𝑑𝑡
𝑃𝑜𝑡 = 𝑚𝑔 ⋅ 𝑣𝑡

Assim:

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𝑑 2 𝐵02 𝑘 2 𝜋 2 𝑅 3 𝑣 2 𝑑 2
𝜋 ⋅ ( ) ⋅ 2𝜋𝑅 ⋅ 𝜌𝑚 ⋅ 𝑔 ⋅ 𝑣𝑡 =
2 8𝜌

4𝜌𝜌𝑚 𝑔
𝑣𝑡 =
𝐵02 𝑘 2 𝑅 2

𝑩𝟐𝟎 𝒌𝟐 𝝅𝟐 𝑹𝟑 𝒗𝟐 𝒅𝟐 𝟒𝝆𝝆 𝒈
Gabarito: a) b) 𝑩𝟐 𝒌𝟐𝒎𝑹𝟐
𝟖𝝆 𝟎

13. Referências bibliográficas


[1] Calçada, Caio Sérgio. Física Clássica volume 5. 2. Ed. Saraiva Didáticos, 2012. 576p.

[2] Bukhovtsev, B.B. Krivtchenkov, V.D. Miakishev, G.Ya. Saraeva, I. M. Problemas Selecionados de Física
Elementar. 1 ed. MIR, 1977.518p.

[3] Newton, Gualter, Helou. Tópicos de Física volume 3. 11ª ed. Saraiva, 1993. 303p.

[4] Toledo, Nicolau, Ramalho. Os Fundamentos da Física volume 3. 9ª ed. Moderna. 490p.

[5] Resnick, Halliday, Jearl Walker. Fundamentos de Física volume 3. 10ª ed. LTC. 365p.

[6] Associación Fondo de Investigadores y Editores. Una visión analítica del movimento volume II. 11ª ed.
Lumbreras editores. 989 p.

14. Considerações finais


Nessa aula fechamos o tema Magnetismo. Abordamos aqui os temas que mais aparecem nos
nossos concursos.

Revise e anote os principais conceitos estudados nesta aula, principalmente força sobre fio com
corrente, indução eletromagnética e lei de Lenz. Muito provavelmente terá uma questão destes assuntos
na sua prova.

Busque entender como se aplica a lei de Lenz e não fique preocupado em decorar os casos. Sempre
tenha em mente a conservação da energia do sistema.

Conte comigo nessa jornada. Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões entre em contato pelo
fórum de dúvidas do Estratégia ou se preferir:

@proftoniburgatto

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