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Educação Ambiental Nas Escolas em Floriano - PI
Educação Ambiental Nas Escolas em Floriano - PI
(Organizador)
Ituiutaba, MG
Março / 2015
© Giovanni Seabra (Org.), 2015.
Arte Gráfica e editoração: Claudia Neu, Cíntia Alvino da Luz Pereira, Laciene Karoline Santos de França,
Loester Figueirôa de França Filho e Maiane Barbalho da Luz.
Arte da capa: Ana Neu
Contatos:
www.conferenciadaterra.com
ambiental.gs@gmail.com
Conselho Editorial:
Mical de Melo Marcelino (Editor-chefe)
Anderson Pereira Portuguez
Antônio de Oliveira Junior
Claudia Neu
Hélio Carlos Miranda de Oliveira
Maria Izabel de Carvalho Pereira
ISBN: 978-85-68066-10-2
Todos os direitos de publicação e divulgação em língua portuguesa estão reservados à E-books Barlavento e
aos organizadores da obra.
Ituiutaba, MG
Março / 2015
APRESENTAÇÃO
TERRA
Saúde Ambiental e Soberania Alimentar
Giovanni Seabra
SUMÁRIO
Vulnerabilidade, Riscos e Controle Ambiental ............................................................................................... 12
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO: UMA CONTRIBUIÇÃO AO MUNICÍPIO DE ARATUÍPE,
NA BAHIA .................................................................................................................................................. 13
RISCOS + SUSCETIBILIDADE = DESASTRES CONTEXTO NO ESTADO DA PARAIBA .............. 24
DIAGNÓSTICO DO USO E MANEJO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE CURRAIS NOVOS/RN -
BRASIL ....................................................................................................................................................... 30
AS COOPERATIVAS MINEIRAS NA BOLÍVIA: ASPECTOS EDUCATIVOS E ECONÔMICOS DE
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS ................................................................................................................... 42
PLANEJAMENTO E RISCOS AMBIENTAIS URBANOS...................................................................... 50
TUBERCULOSE TRANSMITIDA PELO LEITE DE VACA .................................................................. 62
OCUPAÇÃO IRREGULAR E VULNERABILIDADE DE RISCOS GEOLÓGICOS NO BAIRRO DO
CURADO: JABOATÃO DOS GUARARAPES-PE................................................................................... 68
PERFIL DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS PARAÍBANAS: ÍNDICE DE VULNERABILIDADE
DE ESCASSEZ E QUALIDADE DE ÁGUA DE USO DOMÉSTICO -IEQ ............................................ 79
MODELO DIGITAL DE ALTURA E VOLUME DE VEGETAÇÃO NATURAL COMO
FERRAMENTA PARA DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS ......... 88
AGROTÓXICOS, MEIO AMBIENTE E SAÚDE HUMANA: ESTUDO DE CASO NA COMUNIDADE
DO GRAMOREZINHO/NATAL/RN....................................................................................................... 102
PERFIL DO SEMIÁRIDO RURAL BRASILEIRO: ÍNDICE DE VULNERABILIDADE
SOCIOECONÔMICA E ECOLÓGICA DOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES POR
SETOR CENSITÁRIO - ISE .................................................................................................................... 116
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO MUNICÍPIO DE PIMENTA
BUENO/RO: OPERAÇÃO ARCO DE FOGO E ARCO VERDE ........................................................... 126
DIAGNÓSTICO DA INFILTRAÇÃO DE ÁGUA E DA COMPACTAÇÃO DO SOLO EM ÁREA SOB
PROCESSO DE DEGRADAÇÃO............................................................................................................ 140
IDENTIFICAÇÃO E PROPOSTA DE CONTROLE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS RESULTANTES
DA IMPLANTAÇÃO DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UFCG EM POMBAL-PB ....................... 152
NAVEGANDO DE ACORDO COM A ―LEI DO RIO‖ .......................................................................... 163
AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NUMA ÁREA DO ENTORNO DOS
MUNICÍPIOS DE SOLÂNEA E BANANEIRAS .................................................................................... 176
OLHAR DO POVO POTIGUARA DA PARAÍBA SOBRE AS MUDANÇAS NA SUA CULTURA
AGRÍCOLA .............................................................................................................................................. 188
PROVÁVEIS IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA FRUTICULTURA IRRIGADA DA
BANANEIRA: O CASO DE UM EMPREENDIMENTO EM IPANGUAÇU – RN .............................. 194
ESTUDOS SOBRE A ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO UTILIZANDO CASCA
DO CAJUEIRO COMO MATERIAL ALTERNATIVO ADSORVENTE .............................................. 207
FORMIGAS DA ILHA DE CARIMÃ (RAPOSA, MARANHÃO) E SUA DISTRIBUIÇÃO NOS
DIFERENTES HABITATS ...................................................................................................................... 218
ANÁLISE DA VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NA COMUNIDADE INDÍGENA
PITAGUARY - CE.................................................................................................................................... 224
IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NA PRAIA DE BÚZIOS - NÍSIA FLORESTA/RN ...................... 232
PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE VIANA, MARANHÃO - BRASIL ... 244
IDENTIFICAÇÃO DA FLORA PIONEIRA COMO BIOINDICADOR EM AREA DEGRADADA POR
QUEIMADA ............................................................................................................................................. 248
DEGRADAÇÃO FOTOCATALÍTICA DE 4-NITROFENOL EM SUSPENSÃO AQUOSA DE
NANOPARTÍCULAS DE TiO2 ................................................................................................................ 258
O PORTO DAS GAMBARRAS E SUA IMPORTÂNCIA HISTÓRICA E ECONÔMICA PARA
ANAJATUBA ........................................................................................................................................... 271
IMPACTOS AMBIENTAIS DE DESPEJO DE LIXO INADEQUADO EM TERRENO BALDIO DE
CAMPINA GRANDE – PB ...................................................................................................................... 278
PERCEPÇÃO ECOLÓGICA COLETIVA: O CASO DA VOÇOROCA NAS PROXIMIDADES DO
PARQUE ECOLÓGICO DA TIMBAÚBAS, NO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO DO NORTE ............... 285
DELINEAMENTO DO SITIO URBANO, VULNERABILIDADE E PAISAGEM DE RISCO EM
AREIA-PB................................................................................................................................................. 296
CONTAMINAÇÃO POR AGROTÓXICO: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA
MUNICIPAL NA VILA FLORESTAL EM LAGOA SECA / PB ........................................................... 310
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA SERRA DO ESPINHO, PILÕES/PB ............................................ 317
LEVANTAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM ÁREA CULTIVADA COM BANANEIRA NO
VALE DO AÇÚ ........................................................................................................................................ 328
PERCEPÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS E IMPACTOS AMBIENTAIS DE
FEIRA LIVRE NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE – PB ................................................................ 336
USOS ATUAL DAS TERRAS NO ESPAÇO RURAL DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
ITAMIRIM, SERGIPE .............................................................................................................................. 343
ATIVIDADE INSETICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Hyptis suaveolens (L.) POIT. SOBRE
Drosophila melanogaster .......................................................................................................................... 354
OBSERVAÇÃO PRELIMINAR DA INFESTAÇÃO DE COLCHONILHA DO CARMIM (Dactylopius
opuntiae) NA PALMA FORRAGEIRA (Opuntia fícus-Indica Mill.) ...................................................... 363
ATIVIDADE ALELOPÁTICA DO HIDROLATO DE ESPÉCIES MEDICINAIS SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DA RÚCULA (Eruca sativa L.) ....................................................................... 371
ESTRUTURA DE Cupania impressinervia Acev.-Rodr. EM REMANESCENTE DE FLORESTA
OMBRÓFILA DENSA EM BANANEIRAS, PB ..................................................................................... 380
REFLORESTAMENTO DO BIOMA CAATINGA NO ASSENTAMENTO RURAL MOACIR
LUCENA, APODI-RN .............................................................................................................................. 393
ESTUDO DO INGRESSO NO ESTRATO ARBUSTIVO-ARBÓREO REGENERANTE E DA
MORTALIDADE EM UMA ÁREA EM ESTÁGIO DE SUCESSÃO INICIAL NO CARIRI
PARAIBANO ............................................................................................................................................ 404
PERSPECTIVAS ATUAIS DO USO DE FITOTERÁPICOS PARA CONTROLE DA
HIPERCOLESTEROLEMIA .................................................................................................................... 413
DIAGNÓSTICO DA VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA E AMBIENTAL DA POPULAÇÃO
IDOSA DO MUNICÍPIO DE SUMÉ-PB ................................................................................................. 425
ALELOPATIA: FORMA ALTERNATIVA NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS ................. 437
Tratamento de Resíduos, Saneamento e Reciclagem .................................................................................... 445
A IMPORTÂNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO, DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL E
DAS GESTÕES PÚBLICAS .................................................................................................................... 446
RECICLAGEM DE ÓLEO DE COZINHA E IMPLANTAÇÃO UM PONTO DE COLETA
VOLUNTÁRIO COM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO EM CAMPINA GRANDE-PB ....................... 453
RESÍDUO SÓLIDO: UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ...... 465
DIGESTÃO ANAERÓBIA DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS .................................................. 477
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ENTORNO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS -
PE: OPORTUNIDADE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA COMUNIDADE LOCAL ...................... 489
PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTE ANAERÓBIO EM REATOR COM ALGAS IMOBILIZADAS
EM ESCALA EXPERIMENTAL ............................................................................................................. 498
USO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS NA AGRICULTURA: DISCUSSÃO SOBRE SUA VIABILIDADE
................................................................................................................................................................... 507
DESEMPENHO DE REATOR ANAERÓBIO HÍBRIDO NA REMOÇÃO DE SULFETOS ................ 518
ANÁLISE SÓCIO-AMBIENTAL DO RIACHO CURIMATAÚ NO PERÍMETRO URBANO DE SÃO
JOSÉ DOS RAMOS/PB ............................................................................................................................ 526
ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SANEAMENTO BÁSICO NO ESTADO DA PARAÍBA ................... 538
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO CEFET-MG - CAMPUS – CURVELO: EVOLUÇÃO QUALI-
QUANTITATIVA ..................................................................................................................................... 551
PÓS-TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO EM LAGOA DE POLIMENTO ............................. 562
IMOBILIZAÇÃO DE MICROALGAS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS................. 574
RESÍDUOS SEM TRATAMENTO E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE HUMANA E NO MEIO
AMBIENTE .............................................................................................................................................. 587
USO DA CASCA DA BANANA NATURAL NA REMOÇÃO DE CHUMBO PARA REMEDIAÇÃO
DE EFLUENTES AQUOSOS A PARTIR DO PROCESSO DE ADSORÇÃO ...................................... 601
POTENCIAL DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO DE DESTILADOR DE
ÁGUA LABORATORIAL ....................................................................................................................... 613
FILTRAÇÃO DA URINA COM UM FILTRO CASEIRO COMO ALTERNATIVA PARA SITUAÇÕES
DE ESCASSEZ HÍDRICA ........................................................................................................................ 626
IMPACTOS AMBIENTAIS GERADOS PELO DESCARTE DE REMÉDIOS NO LIXO URBANO .. 636
OS IMPACTOS CAUSADOS PELA DEPOSIÇÃO INADEQUADA DO LIXO: O CASO DE SÃO
FERNANDO-RN ...................................................................................................................................... 646
ASPECTOS AMBIENTAIS EM POSTOS REVENDEDORES DE COMBUSTÍVEIS (PRC) NA
ATIVIDADE DE ABASTECIMENTO DE VEÍCULOS ......................................................................... 654
A SERRAGEM COMO MATERIAL ADSORVENTE DO CORANTE AZUL DE METILENO ......... 668
ENTRAVES DA ELABORAÇÃO DE PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO:
ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE QUIXERAMOBIM – CE .................................................... 676
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA SOLUÇÃO COAGULANTE DE Moringa oleifera NO
TRATAMENTO DA ÁGUA DO RIO APODI/MOSSORÓ PREPARADA EM DIFERENTES
INTERVALOS DE AGITAÇÃO ............................................................................................................... 687
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL PROVENIENTE DA DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS NO MUNICÍPIO DE PRINCESA ISABEL/PB .................................................................... 695
PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS MORADORES DA COMUNIDADE RURAL PÉ DE SERRA DE
BARREIRAS, ICAPUÍ/CE ....................................................................................................................... 707
RESÍDUOS SÓLIDOS: VISÃO DOS GESTORES E CATADORES DO MUNICÍPIO DE
JAGUARUANA-CE ................................................................................................................................. 717
CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O SANEAMENTO NO SETOR DO
ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................................................................................... 730
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE GROSSOS/RN ....................... 738
ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE CONTROLE AMBIENTAL DO AR NA CIDADE DO NATAL-RN
................................................................................................................................................................... 751
LOGÍSTICA REVERSA DE ÓLEO LUBRIFICANTE USADO OU CONTAMINADO ...................... 761
OS ENTRAVES NA IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE QUIXADÁ-CE ..................................... 772
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DE ALIMENTAÇÃO E DE UM EFLUENTE
GERADO DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL ............................................................................................ 781
CATADORES E DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO RIO GRANDE DO NORTE
................................................................................................................................................................... 789
DESODORIZAÇÃO DE EFLUENTE ANAERÓBIO UTILIZANDO MICROAERAÇÃO................... 800
CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO NA CIDADE DE GROSSOS
- RN ........................................................................................................................................................... 810
ANÁLISE DA COLETA SELETIVA DOS MUNICÍPIOS DE ARACAJU E JOÃO PESSOA: UM
PASSO PARA A GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
MUNICIPAIS ............................................................................................................................................ 822
MODELO DIFERENCIADO DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PARA
O MUNICIPIO DE QUIXADÁ/CE: IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS E PERSPECTIVA DE
MANEJO SUSTENTÁVEL ...................................................................................................................... 836
RESÍDUOS SÓLIDOS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: HERANÇA E DESAFIOS .............................. 848
DESEMPENHO DA CASCA DA BANANA COMO BIOSSORVENTE NATURAL NA REMOÇÃO DE
COBRE PARA REMEDIAÇÃO DE EFLUENTES AQUOSOS ............................................................. 857
Biotecnologia e Melhoramento dos Recursos Genéticos .............................................................................. 871
INFLUÊNCIA DO SUBSTRATO NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS DE MANGABEIRA
(Hancornia speciosa Gomes) .................................................................................................................... 872
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO CRESCIMENTO RADIAL E NA ATIVIDADE DAS
ENZIMAS TANINO ACIL HIDROLASE E FENOLOXIDASE EM MUCORALES DO SEMIÁRIDO
DE PERNAMBUCO ................................................................................................................................. 882
CINÉTICA DE SECAGEM DE SEMENTES DE JERIMUM CABOCLO ............................................. 894
INFLUÊNCIA DO PH NA FITOTOXICIDADE DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS
PROVENIENTES DE UMA ESCOLA PÚBLICA .................................................................................. 903
OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SAPOTI (Achras sapota L.) EM PÓ
OBTIDO POR LIOFILIZAÇÃO............................................................................................................... 912
ANÁLISE DA CINÉTICA DE SECAGEM EM CAMADA FINA DE POLPA DE MELÃO ................ 924
PRINCIPAIS MEIOS NUTRITIVOS PARA MICROPROPAGAÇÃO DE TECA (Tectona grandis):
UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 938
SECAGEM DA POLPA DE RAMBUTAN EM CAMADA FINA ......................................................... 950
ESTUDO TOXICOLÓGICO DO EXTRATO AQUOSO (―LEITE‖) DO AMENDOIM FRENTE Á
Artemia salina LEACH E ANÁLISE AGUDO EM RATOS WISTAR ................................................... 961
INFLUÊNCIA DA ESCARIFICAÇÃO MECÂNICA NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Ormosia
fastigiata TUL. (FABACEAE) ................................................................................................................. 973
INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA A DOENÇAS PÓS-COLHEITA........................................................... 982
EFEITO DO SUBSTRATO NA GERMINAÇÃO DAS SEMENTES DE PITOMBA Talisia esculenta
(A.St.-Hil.) Radlk. ..................................................................................................................................... 990
RESPOSTAS MORFOFISIOLÓGICAS DAS PLANTAS AO DEFICIT HÍDRICO .............................. 997
COMPARAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO DO MEIO NUTRITIVO PARA CULTIVO
DO MARACUJAZEIRO (Passiflora edulis F. flavicarpa DEGENER) ................................................. 1008
CRESCIMENTO DE (Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook F. Ex S. Moore) EM FUNÇÃO DE
INTERVALOS DE APLICAÇÃO E CONCENTRAÇÕES DE BIOFERTILIZANTE VIA FOLIAR . 1015
COMPORTAMENTO PRODUTIVO DE GENÓTIPOS DE MILHO EM ALTA DENSIDADE
POPULACIONAL .................................................................................................................................. 1026
CARACTERIZAÇÃO FLORAL EM POPULAÇÃO BASE DE PIMENTEIRAS ORNAMENTAIS
(Capsicum annuum L.) ............................................................................................................................ 1035
AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO AZUKI (Vigna angularis) EM DIFERENTES
ESPAÇAMENTOS NO MUNICÍPIOS DE RIO LARGO-AL ............................................................... 1043
COMPARAÇÃO DA ATIVIDADE COAGULANTE DA SEMENTE DE Moriga oleifera PROCESSADA
POR DIFERENTES FORMAS COM UM COAGULANTE QUÍMICO ............................................... 1052
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Parkia platycephala Benth. EM FUNÇÃO DE DIFERENTES
TEMPERATURAS E SUBSTRATOS ................................................................................................... 1059
MÉTODOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Samanea tubulosa (BENTH.)
................................................................................................................................................................. 1067
VARIABILIDADE FENOTÍPICA ENTRE GENÓTIPOS DE PIMENTA (Capsicum spp.) ................ 1074
SEMENTES DE FAVA (Phaseolus lunatus) SUBMETIDAS A TRATAMENTOS COM ÓLEOS
ESSENCIAIS .......................................................................................................................................... 1083
EFEITO ALELOPÁTICO DA ALGAROBA (Prosopis juliflora) NA GERMINAÇÃO E NO
CRESCIMENTO DE PLANTAS............................................................................................................ 1091
Educação Ambiental no Mundo Globalizado .............................................................................................. 1101
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A PRÁTICA DOCENTE EM ESCOLAS PÚBLICAS DA REDE
ESTADUAL DE ENSINO EM FORTALEZA - CEARÁ ...................................................................... 1102
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO COTIDIANO DO ENSINO FUNDAMENTAL E O CALENDÁRIO
AMBIENTAL ESCOLAR ...................................................................................................................... 1115
EDUCAÇÃO AMBIENTAL PROFUNDA – POSSIBILIDADES PARA O ENSINO INTEGRADO . 1127
EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: UMA REVISÃO DE
LITERATURA ........................................................................................................................................ 1135
PROJETO VIVA O VERDE – EDUCANDO PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL ....................... 1147
A REFLEXÃO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS NUMA ESCOLA DE PEDAGOGIA DA
ALTERNÂNCIA: UMA PROPOSTA METODOLOGICA INTERDISCIPLINAR PARA ENSINO DOS
CONTEÚDOS MATEMÁTICOS ........................................................................................................... 1160
INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BAIRRO DE PEIXINHOS-OLINDA-PE: UM
OLHAR SOBRE O RIO BEBERIBE ..................................................................................................... 1168
OS DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE: UMA VISÃO DESDE A
DIMENSÃO DA ESPACIALIDADE E A TERRITORIALIDADE ...................................................... 1180
SENTIMENTOS E ATITUDES DOS AGENTES AMBIENTAIS A RESPEITO DE TRABALHO,
EXCLUSÃO, INCLUSÃO E NATUREZA ............................................................................................ 1189
CONSTRUÇÃO DE HORTA VERTICAL NA ESCOLA ESTADUAL TENENTE LUCENA: A
POTENCIALIDADE DE UMA DIDÁTICA INTERDISCIPLINAR .................................................... 1200
―PROJETO MATA VERDE‖: INICIATIVA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO COLÉGIO
IMPERATRIZ LEOPOLDINA, NO MUNICÍPIO GUARAPUAVA, PARANÁ .................................. 1211
EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO PROJETO RIO MAMANGUAPE FASE II: PROFESSORES SÃO
CAPACITADOS EM EDUCAÇÃO NUTRICIONAL ........................................................................... 1222
RECICLAGEM DE MATERIAS: PROPOSTA PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL .......................... 1235
O PROJETO SEMEANDO SABERES DESENVOLVIDO NO COLÉGIO UNIVERSITÁRIO COMO
ALIADO NA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ...................................................................... 1239
PROBLEMAS AMBIENTAIS NO BAIRRO: REFLEXÃO A PARTIR DOS OLHARES DE
ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL II EM ESCOLAS PÚBLICAS DE JOÃO PESSOA-PB
................................................................................................................................................................. 1250
ESTUDO DE CASO SOBRE A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DA QUÍMICA VERDE ...................... 1262
ANÁLISE DA PRIMEIRA FASE DA IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO
IFAM, CAMPUS TABATINGA-AM ..................................................................................................... 1275
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ESPAÇO NÃO FORMAL NO PROCESSO ENSINO -
APRENDIZAGEM COMO SUBSÍDIOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA ..................................... 1283
―UMA FLOR EM MEIO A MUITOS ESPINHOS‖: A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL NO ENSINO DAS GEOCIÊNCIAS .......................................................................... 1292
PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES SOBRE AS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM
ESCOLAS MUNICIPAIS DE MOSSORÓ / RN .................................................................................... 1304
ESTRATÉGIA DE CONSERVAÇÃO PARA AS TARTARUGAS MARINHAS – PRODUÇÃO DE
FERRAMENTAS DIDÁTICAS E AÇÕES EDUCATIVAS NO LITORAL DE PERNAMBUCO...... 1317
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO GEOPARK ARARIPE: UMA ANÁLISE DAS AÇÕES E PROJETOS
DESENVOLVIDOS ................................................................................................................................ 1328
EDUCAÇÃO ESCOLAR DIFERENCIADA EM COMUNIDADE INDÍGENA: A PERCEPÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO LOCAL DA ALDEIA INDÍGENA KANINDÉ DE ARATUBA – CEARÁ . 1340
UMA EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: FEIRA DE CIÊNCIAS E A SIGNIFICANCIA
DO LIXO (DA GERAÇÃO À DESTINAÇÃO) ..................................................................................... 1358
O ETHOS NO GEOSSÍTIO COLINA DO HORTO: DA CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA E
CULTURAL PARA A ANÁLISE DO DISCURSO IDENTITÁRIO FEMININO ................................ 1366
ANÁLISE DA PERCEPÇÃO CRÍTICA DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS RELATIVO AOS
PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS.................................................................................................... 1378
O LORAX – EM BUSCA DA TRÚFULA PERDIDA: VÍDEO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
E SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL..................................................................................................... 1385
UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS EM FLORIANO - PI
................................................................................................................................................................. 1395
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SANITÁRIA PELO BEM ESTAR HUMANO E ANIMAL ................ 1403
MELHORIA DO BEM ESTAR E SAÚDE ANIMAL EM LAGOA SECA/PB ATRAVÉS DA
EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL ....................................................................................................... 1415
JUVENTUDE, EDUCAÇÃO AMBIENTAL E QUALIDADE DE VIDA: TECENDO REDES NO
QUILOMBO DA SERRA DO EVARISTO – BATURITÉ/CE.............................................................. 1427
EXPERIÊNCIA ECOLÓGICA NO CCHSA – BANANEIRAS, PB ..................................................... 1439
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM ENFOQUE PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA ..... 1449
OS ENTRAVES DA MULTISSERIAÇÃO NAS ESCOLAS FAUSTO ANDRADE DE SOUSA E
SEBASTIÃO DE SOUSA SANTIAGO EM RIACHO DOS CAVALOS-PB ....................................... 1457
O ENSINO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA CONSCIENTIZADORA PARA
ALUNOS DO MUNICÍPIO DE LAGOA SECA, PB ............................................................................. 1469
O CONCEITO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOB A ÓTICA DE PROFESSORES DO MUNICÍPIO
DE SÃO BENTO, PARAÍBA ................................................................................................................. 1479
PRÁTICAS DE BOTÂNICA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE BANANEIRAS, PB ...................... 1488
DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL ...... 1499
CARAVANA DO MEIO AMBIENTE: SOCIALIZANDO A PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS
AMBIENTAIS EM ESCOLA DO BREJO PARAIBANO ..................................................................... 1506
CONTRIBUIÇÃO DA SEMANA DO MEIO AMBIENTE NA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO: ATUAÇÃO DO PIBID/BIOLOGIA NO COLÉGIO ESTADUAL
WILSON GONÇALVES, CRATO – CE ................................................................................................ 1516
Vulnerabilidade, Riscos e Controle Ambiental
Edcassio AVELINO
Mestre em Geografia UFBA
ed.avelino@hotmail.com
RESUMO
Esta pesquisa tem o objetivo de elaborar o mapeamento geomorfológico do município baiano de
Aratuípe, identificando na(s) unidade(s) de relevo os principais comprometimentos ambientais. A
concepção teórica do estudo fundamentou-se nas contribuições de Penteado (1985); Cardoso da
Silva (2000) e Christofoletti (2012). A pesquisa utilizou a carta topográfica das folhas Jaguaripe
(IBGE, 1967) e Valença (SUDENE, 1977) com escala 1:100.000; imagem ASTER, resolução
espacial 30m, cenas S14W039 e S14W040, ano de 2009 (NASA/METI); bem com as propostas de
Ross (1992) e do IBGE (2009). Os resultados ajudaram identificar três unidades geomorfológicas
na área de estudo, denominadas de: (i) Planície Fluviomarinha; (ii) Tabuleiros do Recôncavo e (iii)
Tabuleiros Pré-Litorâneos. Os comprometimentos ambientais mais frequentes foram o aterramento
de manguezais; a prática da queimada e a formação/desenvolvimento de voçorocas. O mapeamento
geomorfológico ajudou a compreender os processos que originaram as formas de relevo de área de
estudo. Sendo assim, os resultados dessa pesquisa podem servir como ponto de partida para orientar
questões ligadas à gestão ambiental.
Palavras-chave: Geomorfologia; Mapeamento; Perdas ambientais.
ABSTRACT
This research aims to develop geomorphological mapping of the municipality of Bahia Aratuípe, in
identifying (s) unit (s) raised key environmental commitments. The theoretical study design was
based on input from Penteado (1985); Cardoso da Silva (2000) and Christofoletti (2012). The
research used the topographic map sheets Jaguaripe (IBGE, 1967) and Valencia (SUDENE, 1977)
with scale 1: 100,000; ASTER image, 30m spatial resolution, and scenes S14W039 S14W040, 2009
(NASA / METI); well with the proposed Ross (1992) and IBGE (2009).
The results helped to identify three geomorphological units in the study area, called: (i) Fluvial
Plain; (ii) Tabuleiros of Reconcavo and (iii) Tabuleiros Pre-Coastal. The most common
environmental losses were the grounding of mangroves; the practice of burned and formation/
development of gullies erosion. The geomorphological mapping helped to understand the processes
that led to the relief of the study area. Thus, the results of this research can serve as a starting point
to guide environmental management issues.
Keywords: Geomorphology; Mapping; Environmental losses.
O mapeamento das formas de relevo tornou-se fundamental nos estudos ambientais, pois
esse tipo de conhecimento ajuda a identificar as áreas susceptíveis à ocorrência de deslizamento de
terras; de inundações e de processos erosivos ajudando a ocupar o espaço de maneira racional.
Segundo Ross (1992), a Geomorfologia oferece suporte para o entendimento dos ambientes naturais,
onde as sociedades humanas se estruturam, extraem os recursos para a sobrevivência e organizam o
espaço físico-territorial.
As formas de relevo possuem dinâmicas com velocidades diferenciadas, ora são estáveis,
ora são instáveis (ROSS, 1992). Estes comportamentos são resultados não apenas dos processos
naturais, mas das diversas formas de intervenção humana sobre o espaço. Dessa maneira, a
necessidade de compreender a complexidade existente na formação/fisionomia do relevo contribuiu
para a elaboração de diferentes propostas de classificação geomorfológica. No Brasil, vale destacar
os trabalhos realizados por Azevedo (1949); Ab‘Sáber (1964) e Ross (1985).
Nos estudos sobre mapeamento geomorfológico é recorrente a preocupação com a
representação das formas de relevo (outeiro, serra, colinas, morros e vertentes). Além disso, outra
questão que se destaca diz respeito à escala do mapeamento, por isso, Ab‘Sáber (1998) em revisão
de trabalhos sobre mapeamentos de relevos chamou a atenção para a escassez de pesquisas feitas
em escalas mais detalhadas, acima de 1:100.000. Nesse contexto, vale ressaltar que a classificação
taxonômica do relevo proposta por Tricart (1965) e a sua leitura/ adaptada ao contexto brasileiro
por Ross (1992) constitui um procedimento metodológico que tem ajudado a adequar as questões da
representação do relevo e da escala do mapeamento à área de estudo.
Diante do exposto, essa pesquisa concentrou a sua atenção no recorte temático de município
pequeno, formado por até 20.000 habitantes (IBGE, 2010), com estudo de caso realizado no
município de Aratuípe, Bahia. O município de Aratuípe possui 8.599 habitantes (IBGE, 2010) e está
localizado a cerca de 200 km da cidade do Salvador, a capital do Estado da Bahia (BAHIA, 2010).
A escolha dessa área para a caracterização geomorfológica levou em consideração a importância
que a escala municipal exerce no contexto da gestão pública, bem como a escassez de informações
ambientais que pudessem traduzir a sua realidade geográfica.
Portanto, esta pesquisa tem o objetivo de elaborar o mapeamento geomorfológico do
município de Aratuípe, na Bahia; identificando na(s) unidade(s) de relevo os principais
comprometimentos ambientais. Os resultados do estudo podem subsidiar ações direcionadas à
gestão ambiental do município de Aratuípe, pois o conhecimento geomorfológico tornou-se um
instrumental utilizado na recuperação de áreas degradadas, na classificação de terrenos suscetíveis
aos deslizamentos e entre outas aplicações (CHRISTOFOLETTI, 2012).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As discussões sobre geomorfologia feitas por Penteado (1985); Cardoso da Silva (2000) e
Christofoletti (2012), associadas às Propostas de classificação do relevo segundo Tricart (1977);
Projeto RADAMBRASIL (1981) e Ross (1992) permitiram identificar três unidades estruturais
(morfoestrutura) na área de estudo: (a) Depósitos Quaternários (b) Estrutura Sedimentar e (c)
Embasamento Cristalino. A partir dessa etapa se classificou as feições do relevo no município de
Aratuípe, estabelecendo as seguintes unidades geomorfológicas (morfoescultura): (i) Planície
Fluviomarinha, (ii) Tabuleiros do Recôncavo; e (iii) Tabuleiros Pré-Litorâneos (Figura 1).
Na área de estudo, a planície fluviomarinha ocupa 3,94 km2 e as altitudes dessa feição de
relevo oscilam entre a linha de costa do rio Jaguaripe até o limite máximo de 5 metros. As
atividades de campo, realizadas em 2012 e 2014, mostraram que a Planície Fluviomarinha passa por
processo de descaracterização ambiental, devido ao aterramento dos ambientes de manguezais para
a construção de residências e de olarias para a produção de cerâmica.
Os ambientes de manguezais constituem um tipo de ecossistema costeiro, ocorrem em
terrenos baixos sujeitos à ação das marés e abriga fauna e flora endêmica, sendo área de
alimentação e reprodução de diferentes espécies de mosquitos (abelha, mutuca); de aves (garças,
gaivotas); de mamíferos (morcegos, guaxinins) e entre outras espécies (SCHAEFFER-NOVELLI,
1995). Além disso, as raízes da vegetação dos manguezais (plantas halófitas) ajudam a proteger as
áreas costeiras das agitações oceânicas (STEVEN & CORNWELL, 2007 apud TRANCREDO et al
2011).
Os manguezais, em função de sua importância ecológica para a biodiversidade brasileira,
foram transformados em áreas protegidas, conforme o Art. 5° da Constituição Brasileira de 1988.
Nesse sentido, vale ressaltar que no caso da área de estudo, os manguezais são fundamentais para a
A unidade dos Tabuleiros do Recôncavo (figura 4) está sustentada pelas rochas sedimentares
do Grupo Brotas, situado entre os materiais argilo-siltosos (Leste) e as rochas do embasamento
cristalino (Oeste). Essa unidade geomorfológica é formada por materiais porosos e permeáveis
(arenitos), o que facilita a dissecação do modelado pela rede de drenagem e pelos processos
climáticos.
Figura 5: Consequências da ação do fogo nos Tabuleiros do Recôncavo, município de Aratuípe, BA.
Elaboração: Avelino, 2014.
Em Aratuípe, o planalto mamelonizado ocupa 148 km2 e possui nível altimétrico acima de
91m (mínimo) até 240m (máximo), ocupando, assim, os terrenos mais elevados. No extremo Oeste
da área de estudo, predominam os morros com vales encaixados (vales em ―V‖) e as vertentes com
declividades que variam entre 30° e 45° (BRASIL, 1983). Por sua vez, nas áreas próximas à cidade
de Aratuípe, destacam-se as colinas tabulares, com declividade abaixo de 30° (BRASIL, 1983) e os
vales definidos com encostas suaves.
As atividades de campo, realizadas em 2012 e 2014, demonstraram que a pastagem, com
destaque para a pecuária bovina, constitui uma ameaça para o sistema ecológico-paisagístico nessa
unidade de relevo, uma vez que contribuiu para o desenvolvimento de terracetes nas áreas
onduladas e, consequentemente, com a formação de sulcos erosivos a partir do pisoteio do gado. A
ação das chuvas sobre os sulcos erosivos provocam a lavagem das camadas mais superficiais dos
solos. Além disso, as chuvas sobre os solos desprotegidos de cobertura vegetal, em relevo ondulado,
desencadeia a formação de voçoroca (figura 7).
Figura 7: Voçoroca, Fazenda Alto da Espada, Tabuleiros Pré-Litorâneos, município de Aratuípe, BA.
Elaboração: Avelino, 2014.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As concepções teóricas sobre geomorfologia feitas por Penteado (1985); Cardoso da Silva
(2000) e Christofoletti (2012), associadas às Propostas de classificação do relevo segundo Tricart
(1977); Projeto RADAMBRASIL (1981) e Ross (1992) possibilitaram caracterizar o relevo do
município de Aratuípe, com base na escala local, por meio de mapa.
A utilização da imagem ASTER permitiu a extração de dados sobre a hipsometria, o relevo
sombreado, a declividade e a curva de nível. Estas técnicas em conjunto com a cartografia ajudaram
na delimitação das unidades de relevo, legitimando a importância dos produtos do sensoriamento
remoto para a caracterização geomorfológica da área de estudo.
No município de Aratuípe, identificou-se a existência de três unidades de relevo,
denominadas no estudo como: (i) Planície Fluviomarinha; (ii) Tabuleiros do Recôncavo e (iii)
Tabuleiros Pré-Litorâneos. As atividades de campos evidenciaram que os principais
comprometimentos ambientais são: o aterramento dos manguezais na Planície Fluviomarinha; a
prática da queimada nos Tabuleiros do Recôncavo e a formação/ desenvolvimento de voçorocas nos
Tabuleiros Pré-Litorâneos.
Portanto, espera-se que os resultados do estudo auxiliem na elaboração de outras pesquisas,
especialmente em municípios pequenos. Dessa maneira, esta pesquisa deixou sua contribuição e
desperta para a necessidade de ações direcionadas para a gestão ambiental no município de Aratuípe,
na Bahia.
______. O relevo brasileiro e seus problemas. Brasil a Terra e o Homem, v.1 cap. III. São Paulo:
Cia Editora Nacional, 1964.
AZEVEDO, Aroldo. As grandes unidades do relevo brasileiro. Boletim Paulista de Geografia. São
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Janeiro, 1981.
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ROSS, Jurandir. O registro cartográfico dos fatos geomórficos e a questão da taxonomia do relevo.
Revista do Departamento de Geografia. São Paulo, n. 6, p. 17-29, 1992.
RESUMO
O trabalho é uma reflexão dos riscos de desastres tendo como estudo de caso o Estado da Paraíba,
não apenas as ― Secas ― , mas também a atenção as enchentes e inundações. O semiárido mesmo
com regime de baixa precipitação 400- 800 mm, apresenta chuvas torrenciais recorrentes; oque não
é senso comum para a maioria das pessoas, que não vivem neste ambiente. E por fim o papel dos
tomadores de decisão, buscando formar a mentalidade de prevenção, com foco nesta realidade.
Palavras Chave : Secas; Enchentes; Desastres; Nordeste; Paraíba
ABSTRACT
The paper of disaster risk taking as a case study of Paraíba state, not just the "Secas", but also the
attention floods and floods. The semiarid even with low rainfall 400- 800 mm regime, has recurring
torrential rains; what it is not common sense to most people, who do not live in this environment.
Finally the role of decision-makers, seeking to form the mentality of prevention, focusing on this
reality.
Keywords: "Secas"; floods; disasters; Northeast; Paraíba
INTRODUÇÃO
Segundo a Defesa Civil (2010) A ocorrência e a intensidade dos desastres dependem muito
do grau de vulnerabilidade dos cenários de desastres e das comunidades afetadas do que pela
magnitude dos eventos adversos. Assim, por exemplo, terremotos com magnitude de 6.5 graus na
escala Richter provocaram as seguintes perdas humanas: cinco óbitos na Califórnia; 20 mil óbitos,
no Cairo; 40 mil óbitos, na Armênia.
Desastres são construções socioculturais, os riscos são naturais ,mas os desastres NAO e a
conjunção de riscos mais suscetibilidades que est a diretamente ligado a culturas dos povos que esta
ameaçados ou não por riscos naturais
Nos casos de enchentes no Brasil existem municípios, que em função da ocupação
desordenada do solo, sofrem um aumento na vulnerabilidade as enchentes, enxurradas e
alagamentos. Dessa forma, uma mesma quantidade de chuva em municípios diferentes pode ter
danos humanos, ambientais e materiais completamente diferentes, em função especificamente da
O Estado da Paraíba é marcado pela presença de secas desde século XVI que em conjunto
com o processo de construção de seu arcabouço socioeconômico e político sofreu e sofre
conseqüências drásticas, tanto na perda de vidas como na depressão econômica e social na maior
parte de sua população. Investigar os desastres no Estado da Paraíba não se deve deixar de
considerar as variáveis históricas, socioeconômicas, políticas e culturais e não apenas a variável
natural, sendo a questão específica da Seca possui diversos desdobramentos.
A pior seca da historia do Nordeste é conhecida com as secas dos Sete das 1877 a 1879
estima - se em mais de 500 mil mortos. Como ex. em números estima-se que a população do Ceará
era de 900 mil pessoas sendo 480 mil indigentes destes houve mais de 180 mil mortes. Na capital
Fortaleza morreram mais de 65 mil pessoas, sendo a metade da população da capital na época.
Constituíram verdadeiros campos de horrores, nas piores condições de vida e propiciou grandes
epidemias como a da varíola. Como relatos :
O Nordeste há muita discussão sobre os números, mas informações de jornais da época nos
dão a dimensão deste desastre, como a reprodução do Diário de Pernambuco, abaixo: ―o registro
na edição de 19 de dezembro de 1877 do jornal "O Retirante", o qual reproduz notícia veiculada
num periódico pernambucano:
"A Secca – Lê-se no Diário de Pernambuco:
‗as victimas a soccorrer na região presentemente flagellada pela secca, são:
Província do Piauhy ...................................... 150.000 pessoas
Ceará ............................................................. 700.000
Rio Grande do Norte ...................................... 117.000
Parayba ......................................................... 400.000
Pernambuco .................................................. 200.000
Alagoas ............................................................. 50.000
Sergipe .............................................................. 30.000
Provincia da Bahia .......................................... 500.000 "
Fonte: "O Retirante" de 01 e 08/07, 16 e 19/09 de 1877. Há outras tantas notícias em várias
edições dos citados jornais, todos disponíveis no setor de Microfilmagens da Biblioteca Pública
do Estado do Ceará In : Roberto Nunes Dantas CEEC-UNEB
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Universidade teria importante papel na Questão dos Desastre, que está em nosso entender,
em criar a cultura de prevenção como :
- Envolvimento e Difusão do Conhecimento visando proporcionar um ambiente
multidisciplinar e multinstitutional entre acadêmicos e profissionais envolvidos diretamente
no estudo e gestão de desastres
- Buscar reunir, organizar e trocar informações. Pretendendo ser uma fonte de informação
para os tomadores de decisão e profissionais diretamente ligados a emergência, urgência e
desastre.
- Novos caminhos sobre, prevenção e mitigação, e novas estratégias adaptadas às condições
particulares, em nosso estudo o caso o Estado da Paraíba. deve visar a troca de
conhecimentos entre os atores (agentes públicos que atuam em desastres).
Finalizando o papel da Universidade está em articular e difundir essas experiências de
prevenção, bem como a difusão de conhecimento de prevenção especifico atendendo a região
geográfica em que está inserida.
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Manoel Correia de. A seca: realidade e mito. Recife: ASA Pernambuco, 1985. 81 p.
VILLA, Marco Antônio. Vida e morte no sertão: História das secas no Nordeste nos séculos XIX e
XX. São Paulo: Ática, 2000. 269 p.
RESUMO
O município de Currais Novos/RN está inserido em área susceptível à desertificação em categoria
muito grave, todavia, tem uma longa tradição agropecuária, particularmente com a pecuária leiteira,
estando situada na segunda bacia leiteira do estado. O objetivo com este trabalho foi elaborar um
diagnóstico acerca das atividades agrícolas desenvolvidas no município de Currais Novos/RN,
correlacionando os principais manejos atualmente adotados com os levantamentos
conservacionistas existentes a partir das informações sobre as atividades agropecuárias dos censos
agropecuários e dos órgãos governamentais ligadas ao setor, sendo assim possível enumerar os
principais problemas enfrentados e algumas das práticas de manejo e conservação do solo que
podem ser aplicadas com a finalidade de conservar e/ou melhorar as características produtivas dos
solos agrícolas do município.
Palavras-Chaves: Diagnóstico Agrícola; Desertificação; Manejo do Solo; Produção Sustentável.
ABSTRACT
The city of Currais Novos / RN is inserted into the area susceptible to desertification in very serious
category, however, has a long agricultural tradition, particularly dairy farming, being situated on the
second dairy region of the state. The aim of this study was to conduct a diagnosis about the
agricultural activities in the municipality of New Corrals / RN, correlating key managements
currently used with existing conservation surveys from the information on the agricultural activities
of agricultural censuses and government agencies linked to industry, making it possible to
enumerate the main problems faced and some of the management practices and soil conservation
that can be applied in order to preserve and / or improve the productive characteristics of
agricultural soils of the county.
Keywords: Agricultural diagnosis; desertification; Land Management; Sustainable Production.
O município de Currais Novos está inserido na região do Seridó que abrange Rio Grande do
Norte e Paraíba, sendo uma das maiores áreas sob processo de desertificação no semiárido
brasileiro. Segundo Santos et al. (2007) o desmatamento para o abastecimento de cerâmicas se
destaca entre os processos que podem intensificar a desertificação, pois expõe os solos já
susceptíveis a ações erosivas que são potencializadas pelas declividades elevadas comuns na região.
Esse núcleo envolve os municípios de Currais Novos, Acari, Parelhas, Equador, Carnaúba dos
Dantas, Caicó, Jardim do Seridó e áreas de municípios vizinhos (SOBRINHO, 2002, p. 60).
Para o caso especifico da região do Seridó, em 1997, foi criado um grupo de estudo
interministerial para discutir os problemas da desertificação, denominado GEDS - Grupo de
Estudos sobre Desertificação no Seridó.
Para o enfrentamento em nível federal procurou-se integrar ações e programas dos vários
ministérios, considerando demandas de governos locais, da sociedade foi criado o Programa de
Ação Nacional de Combate a desertificação e mitigação dos efeitos da Seca – PAN BRASIL
(BRASIL, 2004); este fazendo parte compromissos frente à Convenção das Nações Unidas de
Combate à Desertificação e passa a contar com um instrumento norteador do processo de
transformação da realidade das áreas susceptíveis à desertificação, no âmbito das políticas de
desenvolvimento sustentável.
O Plano de Desenvolvimento Sustentável do Seridó (RIO GRANDE DO NORTE, 2000),
aponta que o setor agropecuário, a bovinocultura de leite a atividade econômica de maior expressão
na região do Seridó, o mesmo plano enumera problemas na utilização dos recursos naturais, entre
eles o desmatamento das áreas de vegetação nativa; disponibilidade e armazenamento de água e
escassa dotação de recursos do solo.
Nesse sentido, o levantamento de informações sobre características físicas e das atividades
agrícolas na região podem colaborar para o diagnóstico e recomendações para o planejamento das
atividades desse setor no município, com a utilização de melhores práticas de manejo e conservação
do solo e da água e consequentemente colaborando para a manutenção/melhoria do potencial
produtivo dos solos.
Esse trabalho teve o objetivo de elaborar um diagnóstico a acerca das atividades agrícolas
desenvolvidas no município de Currais Novos/RN, correlacionando os principais manejos
atualmente adotados e com os levantamentos conservacionistas existentes; a partir das informações
sobre as atividades agropecuárias dos censos agropecuários e obtidas em órgãos governamentais,
sendo possível indicar os principais problemas enfrentados e algumas das práticas de manejo e
METODOLOGIA
Em Currais Novos, segundo Bezerra Júnior & Silva (2007), os solos Litólicos Eutróficos
(atuais Neossolos Litólicos), ocorrem em topografia acidentado, associados ao afloramento de
rochas, tendo uma sequência de horizontes A-C-R, que não ultrapassam 50 cm de espessura até o
contato com a rocha.
No município são adotados sistemas de manejo de baixo, médio e alto nível tecnológico,
sendo as terras utilizadas para na pecuária extensiva, rebanho suíno, criação de galináceos e em
culturas como manga, milho, feijão e batata doce, destacando-se na horticultura com a produção de
coentro, tomate, alface e pimentão, como também na produção de leite e ovos (IDEMA, 2008).
Por ocasião do último censo agropecuário (IBGE, 2006), o município de Currais Novos/RN
contava com 719 estabelecimentos agropecuários, totalizando 53.316 ha. Na Tabela 1 é apresentado
o uso da terra no município.
Hectares Estabelecimentos
Lavouras Temporárias 2237 379
Culturas Permanentes 73 23
Área plantada com forrageiras para corte 788 429
Pastagens Plantadas 398 35
Pastagens Naturais 38.799 480
Matas e/ou florestas naturais 1409 16
Área cultivada com espécies florestais também usadas para lavouras e
pastejo 1145 10
Aquicultura (lagos, tanques, açudes, etc.) 466 167
Terras degradadas (erodidas, desertificadas, salinizadas, etc.) 68 11
Inaproveitáveis para a agricultura 7328 171
Construções, benfeitorias ou caminhos 696 331
Tabela 1 – Utilização das Terras no município de Currais Novos/RN
Fonte: Censo agropecuário (IBGE, 2006).
A soma das áreas na Tabela 1 não corresponde exatamente ao total já informado de 53.316
ha dos estabelecimentos agropecuários, provavelmente, porque há sobreposição das áreas, já que
não estão discriminadas não apenas as culturas exploradas, mas também o seu estado de
conservação; além disso, entre as terras utilizadas para aquicultura estão incluídos também açudes
públicos.
Observa-se pela Tabela 1 que mais de 72% das áreas dos estabelecimentos agropecuários
(38.799 ha) são utilizados como pastagens naturais, enquanto que pouco mais de 2% das áreas
(1.186 ha) são de pastagens artificiais ou forrageiras para corte.
Para estimativa da capacidade de suporte forrageiro e consequente diagnóstico do uso das
pastagens foram utilizados coeficientes técnicos gerais e os recomendados por Araújo Filho (1996)
para a manipulação da Caatinga para fins pastoris: 0,25, 2,86, 3,57 e 12,5 ha/U.A./ano para
forrageiras, pastagens artificiais, pastagens naturais e áreas cultivadas com espécies florestais
usadas para pastejo, respectivamente. A partir destes coeficientes, estimou-se uma lotação máxima
de 14.246,62 U.A. (Unidade Animal).
Deve-se salientar que embora as pastagens plantadas e forrageiras tenham uma contribuição
relativamente menor se comparada às pastagens naturais, se bem manejadas permitem um efetivo
de rebanho de 2 a 3 vezes maior que o estimado (3.291,3 U.A.), o que reduz ou até elimina o déficit
entre a capacidade forrageira e o potencial de lotação máxima. Por outro lado, para as pastagens
cultivadas, segundo o censo agropecuário (IBGE, 2006), em torno de 7% (29 ha) estariam
degradados. Aplicando-se este mesmo potencial de degradação para as pastagens naturais, reduz-se
a lotação em mais de 760 U.A.
Dessa forma, simularam-se diferentes situações de degradação das pastagens naturais e o
potencial de lotação resultante (Tabela 3). Esta estimativa é conveniente, particularmente para o
município de Currais Novos/RN, pois está inserido na região do Seridó, a qual foi diagnosticada
como a mais atingida pela desertificação no estado do Rio Grande do Norte. Caso a capacidade de
lotação seja superestimada, a degradação se acelera, reduzindo ainda mais a capacidade de lotação.
Produção Unidade
Leite de vaca 10.574 Mil litros
Ovos de galinha 1.537 Mil dúzias
Mel de abelha 5.394 kg
Tabela 4 - Produção¹
¹Fonte: Produção Agropecuária (IBGE, 2012). ²6.527 vacas ordenhadas.
Uma área bem menos significativa é utilizada para as culturas permanentes (0,1%) e
lavouras temporárias (4,2%) (Tabela 1). Na Tabela 4 são apresentados os produtos da lavoura, a
partir do levantamento anual de produção agropecuária do ano de 2011 (IBGE, 2012).
Normalmente são escolhidas as melhores terras para a lavoura, o que explica as
produtividades apresentadas na Tabela 4 próximas à média nacional de culturas tradicionais como
feijão (718 kg/ha) e milho (3.606 kg/ha), pelo censo agropecuário de 2006 (IBGE, 2006).
O censo agropecuário de 2006 de Currais Novos/RN (IBGE, 2006) fornece ainda um
indicativo sobre as práticas de manejo e conservação do solo. Segundo o levantamento, 91
estabelecimentos agropecuários existentes utilizam o cultivo convencional (aração mais gradagem),
249 apenas o cultivo mínimo e 3, o cultivo direto na palha.
RECOMENDAÇÕES DE MANEJO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal - MMA.
Desertificação. In: CONFERÊNCIA DAS PARTES DA CONVENÇÃO DAS NAÇÕES
UNIDAS DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO, 3, Brasília, 23p, 1999.
RESUMO
A atividade mineira é muito antiga no continente sul-americano e constitui importante fonte de
renda para trabalhadores da região, principalmente na Bolívia. É sabido que a extração de minérios
é uma prática que causa danos ao ambiente natural, devido à sua necessária maneira de perfurar a
terra em busca de metais. Outro fator central da atividade mineradora é no que toca às condições de
trabalho dos mineiros. Este estudo buscou se centrar nesses dois eixos (impactos ambientais e
condições de trabalho) da atividade mineradora, desenvolver um estudo de caso em minas e
cooperativas de trabalho bolivianas e apontar como a organização dos trabalhadores mineiros tem
reconfigurado padrões clássicos de produção a fim de tornar a atividade menos impactante ao
ambiente natural e mais adequada à saúde e ao trabalho humano.
Palavras-chave: mineiros, cooperativismo, Bolívia.
ABSTRACT
The mining activity is very old in South America and is an important source of income for workers
in the region, especially in Bolivia. It is known that mineral extraction is a practice that causes
damage to the natural environment due to its necessary way to pierce the earth in search of metals.
Another central factor in mining activity is in relation to the working conditions of miners. This
study sought to focus on these two axes (environmental and working conditions) of the mining
activity, develop a case study in mines and Bolivian cooperatives work and point out how the
organization of the miners have re-set classic patterns of production in order to make the activity
less harmful to the natural environment and most appropriate health and human labor.
1
Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) e em História pela Universidade
de Franca (UNIFRAN), mestre em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP);
2
Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), mestre em Sociologia pela
Universidade
2
Estadual Paulista (UNESP).
Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), mestre em Sociologia pela
3
Universidade
Orientadora.Estadual Paulista (UNESP).
4
Bacharel em Serviço Social (FATERN). Especialista em Gestão Pública Ambiental (FATERN).
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 42
Keywords: mining, cooperative, Bolivia
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
O TRABALHO MINEIRO
Tornou-se notório, em todo o mundo, o acidente ocorrido na jazida San José, em Copiapó,
localizada no deserto do Atacama chileno, no qual 33 mineiros (sendo 32 chilenos e um boliviano)
permaneceram presos a 700 metros de profundidade por 69 dias, tendo sido resgatados em outubro
de 2010. No entanto, a despeito de toda a mobilização midiática em torno do ocorrido, centrada na
expectativa de resgate dos trabalhadores, que demonstrou um pouco do que se passa com o setor da
mineração, tal como os riscos e impactos desta atividade aos trabalhadores e ao ambiente, e da
promessa do presidente chileno Sebastian Piñera (que assumiu o cargo em março de 2010) tenha
prometido modificar as leis trabalhistas para melhorar as garantias de trabalho nas jazidas, medidas
efetivas ainda não foram tomadas no intuito de evitar a ocorrência de novos acidentes.
O Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin) informou que os acidentes
mais comuns ocorrem pela queda de placas, desmoronamentos e explosões. Quatro dos 10 acidentes
que ocorreram nos últimos quatro anos aconteceram somente em 2011, segundo a estatística do
Sernageomin, todas no norte do Chile. Durante o ano de 2010, a região de Atacama foi a região
com maior quantidade de acidentes fatais na mineração, foram 13 de 45. As 45 mortes de
trabalhadores aconteceram em 41 acidentes, enquanto em 2009 houve 35 falecimentos e, em 2008,
43.
Um grande exemplo de precariedade existente no trabalho de mineração pode ser encontrado
na situação dos ―pirquineros‖, que são trabalhadores que realizam a extração do minério de forma
artesanal, uma vez que não utilizam qualquer tipo de equipamento de segurança, arriscando suas
vidas neste trabalho. Esses mineradores vendem o resultado do trabalho para cooperativas que
revendem, por sua vez, à Empresa Nacional de Mineração no Chile. Ser "pirquinero" não é
considerado ilegal no país, e a atividade destes trabalhadores representa 7,5% da produção mineira
no Chile (http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/798193-mineradores-artesanais-no-
chile-arriscam-a-vida-por-dinheiro-assista.shtml).
A mineração chilena conta com 82,9% de recursos estrangeiros autorizados, com um total de
23 iniciativas por um montante de US$ 1,98 bilhão. Segundo a Organização Internacional do
Trabalho (OIT), já ocorreram mais de 200 acidentes semelhantes na América Latina. O setor
mineiro emprega cerca de 1% da força de trabalho do mundo, e produz 8% dos acidentes laborais
graves. Além disso, a atividade mineradora na Bolívia representa, segundo dados levantados em
2006, 4,5% do Produto Interno Bruto do País (PIB) e ocupa apenas 1,5% da população, sendo que
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 48
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arriscam-a-vida-por-dinheiro-assista.shtml. Acesso em 05/02/2013.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo abordar a profundidade do lençol freático nas áreas urbana e de
expansão urbana de Caldas Novas (GO), localizada no Sul Goiano, mais especificamente na
Microrregião Meia Ponte. Esta cidade conheceu nas últimas três décadas um crescimento acelerado
e praticamente sem nenhum planejamento, principalmente em relação ao meio físico. As
informações levantadas da profundidade do lençol é um aspecto importante no processo de
avaliação do meio físico para fins de uso e ocupação. Utilizou-se, para confecção do mapa de nível
da água freática (1: 25.000) a metodologia proposta por Nishiyama (1997), onde foi possível definir
quatro classes (0 – 2m; 2 – 5m; 5 – 10m e > 10m). Observou-se que aproximadamente 60% das
áreas urbana e de expansão urbana estão localizadas onde a profundidade do lençol freático está
entre 0 e 5 metros apontando uma fragilidade ambiental em relação ao uso e ocupação. Portanto,
esse cenário de fragilidade acaba por comprometer a qualidade de vida da população,
principalmente sobre dois aspectos ambientais: os resíduos sólidos urbanos, que são depositados em
um ―lixão‖, como também no carreamento e deposição do esgoto produzido pela cidade, sendo que
em sua maioria estão depositados em fossas (maioria tipo sumidouros).
Palavras-Chave: Água Freática; Crescimento Urbano; Fragilidade Ambiental.
ABSTRACT
This work aims to address the depth of groundwater in urban areas and urban expansion of Caldas
Novas (GO), located in southern Goiás, specifically in the Meia Ponte Microregion. This city has
known for three decades accelerated growth and virtually no planning, especially in relation to the
physical environment. The information gathered from the depth of water is an important aspect in
the evaluation of the physical environment for use and occupation. Was used for making up the map
of groundwater level (1: 25,000) the methodology proposed by Nishiyama (1997), where it was
possible to define four classes (0 - 2m 2 - 5m, 5 - 10m and> 10m). It was observed that
approximately 60% of urban areas and urban expansion are located where the water table depth is
between 0 and 5 m pointing a fragile environment in relation to the use and occupation. Therefore,
this scenario of weakness ends up compromising the quality of life, especially on two
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
Pode-se dizer que a estratigrafia local é caracterizada pela superposição tectônica do Grupo
Paranoá pelo Grupo Araxá. Neste aspecto o Grupo Araxá é representante de uma unidade tectono-
metamórfica da porção interna da Faixa Brasília, a qual foi posicionada em uma porção mais
externa pelo descolamento tectônico pelicular por nappes, empurrões, duplexes e escamamentos,
responsáveis pelo encurtamento crustal e movimentação desse conjunto litoestratigráfico por
dezenas de quilômetros.
Em relação à geomorfologia, a área de estudo insere-se na região que Pena (1976)
denominou Planalto Central Goiano, constituído pela ampla área do conjunto dos contribuintes da
margem direita do rio Paranaíba, entre outros os rios Corumbá, Meia Ponte, dos Bois e Turvo. A
referida unidade geomorfológica constitui um vasto planalto, compartimentado em níveis
topográficos distintos e com características próprias, porém ligados entre si. São as seguintes as
suas subunidades: Planalto do Distrito Federal, Depressões Intermontanas, Planalto do Alto
Tocantins-Paranaíba e Planalto Rebaixado de Goiânia.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Observa-se que, durante o século XX, houve, em Caldas Novas, uma crescente abertura de
loteamentos. Enquanto que, até a década de 1970, foram abertos 19 loteamentos, somente na década
de 1980, quando as águas termais começam realmente a se firmar como turismo, foram 23 abertos
mais do que em toda a existência de Caldas Novas. Na década de 1990 houve 35 loteamentos
abertos e, na década de 2000, 49, mostrando um crescimento desordenado e avantajado do
perímetro urbano de Caldas Novas.
Diante do exposto, percebe-se que, em todos os loteamentos irregulares de Caldas Novas,
não existe saneamento básico, sendo o esgoto a céu aberto, o que também não difere do restante da
malha urbana, que tem apenas 30% do seu esgoto coletado. O que se observou, portanto foi o
desrespeito à cidadania, às políticas públicas legais e a degradação ambiental, principalmente dos
loteamentos periféricos.
Em Caldas Novas, constatou-se que a especulação imobiliária e consequentemente, a criação
de loteamentos, muitas vezes de um dia para o outro, faz com que a urbanização não tenha
parâmetros legais e que a intervenção antrópica, no meio físico, não consiga integrar os espaços
naturais e espaços antropogênicos.
O tipo de turismo praticado é o de lazer/massas. A cidade pode receber quase três vezes
mais o número da sua população fixa. Uma rede de 95 meios de hospedagem, além do mercado
informal, foi criada nas últimas décadas para, atender à demanda pelo turismo.
Entende-se como fragilidade ambiental um meio físico (solos, geologia, água freática,
relevo, etc.) que é vulnerável a um uso e ocupação mais intenso (ROCHA, 2006). Em Caldas Novas
observa-se um meio físico muito frágil o que acarreta muitos problemas socioambientais
ocasionando prejuízos para o poder público, bem como para a população em geral. Pode-se citar,
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 56
vários problemas ambientais na cidade de Caldas Novas, mas alguns se destacam mais
(negativamente) porque a cidade está assentada num sítio urbano muito frágil, principalmente no
que diz respeito ao nível da água freática (Figura – 2).
Os resíduos sólidos urbanos são aqueles gerados nas residências, nos estabelecimentos
comerciais, nos logradouros públicos e nas diversas atividades desenvolvidas nas cidades, incluindo
os resíduos de varrição de ruas e praças (BOSCOV, 2008). Os resíduos de serviços de saúde e de
portos e aeroportos têm destinação especial.
O lixo é definido com sendo ―restos das atividades humanas, considerados pelos geradores
como inúteis, indesejáveis ou descartáveis‖. Normalmente, apresenta-se sob estado sólido, semi-
sólido ou semi-líquido e compreende os lixos tipo domiciliar, comercial, público, hospitalar,
industrial, agrícola e entulho.
Caldas Novas, assim como a maioria das cidades do Brasil, ainda enfrenta o problema da
falta de um tratamento de seus resíduos, como um todo. Esse processo, por aqui, possui um peso
maior, visto que a economia local depende de um recurso hídrico subterrâneo e de um manejo
adequado dos resíduos sólidos, cujo chorume está se infiltrando no solo e no subsolo, podendo
contaminar águas subterrâneas, tanto a freática quanto a termal. Isso, com certeza, pode trazer
conseqüências drásticas à economia do município, arruinando a demanda turística local.
Uma circunstância que agrava ainda mais essa situação consiste no lixo domiciliar ou
comercial, eventualmente recusado pelo serviço de coleta organizado como sendo perigoso, como
REFERÊNCIAS
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ROSS, J. A. S. Estudos e cartografia geomorfológica da província Serrana – MT. São Paulo: Tese
de Doutoramento, FFLCH/USP, 1987.
RESUMO
Este estudo objetiva relatar a ação fisioterapêutica hospitalar junto as complicações geradas em
pacientes portadores de tuberculose transmitida pela ingestão de leite cru de origem bovina
contaminado pelo Mycobacterium bovis. A tuberculose (TB) é uma doença infecto contagiosa que
acarreta em danos principalmente pulmonares e frequentemente as co-morbidades, com prejuízo da
qualidade de vida. Um terço da população mundial esta infectada por Mycobacterium tuberculosis e
grande proporção dela poderá desenvolver e transmitir a doença para a comunidade. A TB no ser
humano além da transmissão pelo Mycobacterium tuberculosis, também pode ser transmitida por
outras micobactérias como Mycobacterium bovis, a segunda causa mais comum de tuberculose
humana. O risco da transmissão da TB bovina em humanos é a muito tempo conhecido e, em
consequência disso foi instituída a prática de pasteurização do leite para eliminar seu agente
etiológico. O uso de recursos terapêuticos no tratamento dos danos causados pela doença exige um
aprofundamento, considerando a importância da tuberculose e o papel significativo da fisioterapia
na melhora da qualidade de vida destes pacientes.
Palavras-chave: Tuberculose, leite de vaca, transmissão, saúde, prevenção.
ABSTRACT
This study aims to report the hospital physiotherapy action with the complications generated in
patients with tuberculosis transmitted by the ingestion of raw milk from cattle infected by
Mycobacterium bovis. Tuberculosis (TB) is an infectious disease that mainly leads to lung damage
and often co-morbidities and impaired quality of life. A third of the world population is infected
with Mycobacterium tuberculosis and a great proportion of it can develop and transmit the disease
to the community. The human TB in addition to the transmission Mycobacterium tuberculosis can
also be transmitted by other mycobacteria, such as Mycobacterium bovis, the second most common
cause of human tuberculosis. The risk of transmission of bovine TB in humans is known for a long
time and therefore this practice instituted the milk pasteurization to eliminate its etiologic agent.
The use of therapeutic resources in the treatment of damage caused by the disease requires a deeper,
INTRODUÇÃO
Em todo Brasil é muito comum o comércio do ―leite informal‖ conhecido também como
―leite clandestino‖. De acordo com NERO et al. (2003), grande parte da população tem o hábito de
consumir leite cru, isso está diretamente relacionado com a nossa cultura de que o leite tirado na
hora e consumido cru é muito mais saudável e não traz riscos à saúde. É por falta de informação
que desconhecem os riscos que esse produto pode oferecer. O comércio de leite cru é proibido no
Brasil desde a década de 1950 pela Lei n.o 1.283, de 18/12/1950, e pelo Decreto n.o 30.691, de
29/03/1952 (BRASIL, 1997). A comercialização de leite cru ou ―clandestino‖ no Brasil teve um
crescimento a partir do início da década de 1990 uma vez que, durante esse período, a cadeia
produtiva do leite passou por um profundo processo de transformação, tanto em termos estruturais
como operacionais, exigindo diversos ajustes e adaptações para se aproximar do nível de qualidade,
volume e regularidade que o varejo e as empresas laticinistas passaram a demandar (OLIVAL &
SPEXOTO, 2004).
O Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do leite, que está sendo implantado no país
pela Instrução Normativa no 51 – IN51, determina, dentre outros aspectos, parâmetros físico-
químicos e microbiológicos para o leite cru. Entretanto, o leite produzido em várias regiões do país
ainda não atende os padrões determinados. Entre as principais causas dessa situação, estão as
inadequadas condições de higiene de ordenha, procedimentos inadequados de limpeza de utensílios
e equipamentos, e problemas ligados ao armazenamento do leite cru refrigerado e o seu transporte
(NERO et al., 2008).
O comércio informal de leite é uma grande ameaça à saúde pública visto que, segundo a
Organização mundial de Saúde (OMS), dezesseis doenças bacterianas e sete viróticas são
veiculadas pelo produto, dentre elas a tuberculose, a brucelose e gastroenterites, sendo esta uma
grave consequência da baixa qualidade do leite proveniente do mercado informal (BADINI et al.,
1997).
No Brasil existem poucas informações da real situação das Enfermidades Transmitidas por
Alimentos (ETA), os poucos dados epidemiológicos que alguns estados conseguem compilar
dificilmente refletem a real situação do problema, uma vez que a maioria dos casos raramente é
comunicada aos órgãos de saúde locais.
Portanto a adoção de medidas que evitem o consumo e a comercialização de leite cru
depende do perfil do consumidor, que é quem exige esse tipo de produto, além de ser necessária a
REFERÊNCIA
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Cobertura do tratamento diretamente observado (DOTS) da Tuberculose no Estado de São Paulo
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NERO, L. A.; MATTOS, M. R.; BARROS, M. A. F.; ORTOLANI, M. B. T.; BELOTI, V.,
FRANCO, B. D. G. M. Listeria monocytogenes and Salmonella spp. in Raw Milk Produced in
BADINI, K. B.; NADER, FILHO, A.; AMARAL, L. A. Hábitos dos consumidores de leite cru,
produzido e comercializado clandestinamente nos municípios de Botucatu/ SP e de São
Manuel/SP. Revista Higiene Alimentar, v. 11, n. 51. p. 15-17, 1997.
RESUMO
Este artigo trata do estudo da dinâmica urbana no bairro do Curado, Jaboatão dos Guararapes-PE
após a implantação de conjuntos habitacionais de interesse social financiados pelo extinto Banco
Nacional de Habitação (BNH), visando identificar se esses empreendimentos atuaram como
elemento basilar para a deflagração da desordem urbana, induzindo aos riscos ambientais. A
metodologia adotada caracteriza-se por uma análise temporal com base em ortofotocartas, fotos
aéreas e visita in loco, possibilitando uma visão detalhada da expansão urbana nesse período. Os
resultados mostraram o poder do Estado e desse tipo de equipamento em influenciar não só seu
entorno imediato como também áreas adjacentes, porém de forma desordenada e necessitada de
instrumentos de fiscalização e controle por parte da gestão pública para prevenir desastres causados
pelos riscos vivenciados no território estudado.
Palavras-chave: Risco geológico. Deslizamentos. Desordem urbana. Impacto social.
ABSTRACT
This article is a study about the urban dynamics in a specific area after the implementation of
popular habitations of social interest funded by the former Banco Nacional de Habitação
(BNH). In order to identify the potentialities of this equipment with respect to the power
of changes at the territory, the methodology adopted characterized by temporal analyses of
cartographic material, air photos and visits in place, allowing a detailed view of the urban expansion
in this period. The results shows the power of the State and the power of this kind of equipment in
influencing not only their immediate surroundings as well as the adjacent areas, but in a
disorderly way and needed tools for supervision and control by the public administration to avoid
disasters caused by the risks in the territory.
Keywords: Geological hazard. Landslides. Urban Disorder. Social Impact.
MATERIAL E MÉTODOS
A gestão do meio ambiente deve ser canalizada com investigações que venham nortear o
foco das visões holísticas do espaço e a necessidade de compreensão entre sociedade e natureza. De
início, trata-se de uma revista bibliográfica substanciada na área espacial da pesquisa por meio de
um plural de importância em sua estrutura para chegar à aproximação do ideal do real da área
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pressão populacional, como pode ser observada na Figura 6, indica que houve ocupação
em todo o entorno da área tracejada em vermelho que representa o conjunto habitacional do Curado
IV.
Esse espaço foi alvo de uma ocupação forçada por indivíduos de baixa renda, passando eles
a partilhar os graves desequilíbrios, degradando o território até aquele momento maculado. Fato que
culminou em um complexo mosaico que representa o resultado não apenas da ocupação
desordenada, mas da condição de um reflexo socioeconômico.
Essas transformações ocorreram principalmente pela ocupação das encostas desprotegidas
por habitações irregulares com cortes inadequados nos taludes existentes, iniciando, assim, um
processo de vulnerabilidade aos deslizamentos na área. Convém destacar que a proximidade de
Até 1986, mesmo com os Curados I, II e III já construídos, o morro mantinha-se preservado
e na foto aérea de 1998 sua total ocupação é visivelmente constatada. Além disso, na visita in loco,
foi possível perceber que a ocupação não se limitou ao que foi visualizado em 1998, chegando em
2014 a ocupar as margens da BR-408. Segundo moradores do conjunto, o morro era conhecido pela
sua beleza preservada; hoje tem 100% da sua área desflorestada (Figuras 9 e 10)
CONCLUSÃO
Com os dados analisados, conclui-se que o Conjunto Habitacional Curado IV atuou na área
estudada como forte elemento modificador do espaço urbano, e suas potencialidades são ligadas
diretamente a políticas públicas que favorecem o crescimento de forma desordenada, resultando em
locais sujeitos a desastres, onde a conjugação dos fatores e dos elementos chega a ser letal com a
ocorrência de movimentos de massa.
O ambiente caracteriza-se pela condição de instabilidade natural dos taludes que
desencadeia vulnerabilidades por meio de intervenções humanas incompatíveis como o corte
inadequado de barreiras para construção de moradias, drenagem difusa e anastomosada decorrente
de efluentes sem esgotamento sanitário, cultura de bananeiras e demais espécies vegetais que
acumulam água, deposição de resíduos sólidos, ausência de canais para escoamento pluvial, fatos
que acarretam sérios riscos geológicos decorrentes de deslizamentos.
A localidade é mais uma forma do descaso das políticas públicas. Em um sistema capitalista
e despreocupado com urbanização ou ecologia, a preocupação é descentralizar a população para
diminuir os riscos para quem mora nas planícies. Porém, em razão da violência, a população de
maior poder aquisitivo começa a ocupar a área dos morros como justificativa, por exemplo, de
climas mais amenos. Além do trânsito e de outros problemas da grande cidade. Esse processo
inverso está obrigando o rico a delimitar novas áreas e consequentemente supervalorizar esses
terrenos. Fato que contribui para a acentuação da segregação entre ricos e pobres.
LOUREIRO, C.; AMORIM, L. Dois mundos, uma só espacialidade. Cadernos de Arquitetura, Belo
Horizonte, n. 12, p. 59-75, dez. 2005.
RESUMO
A pesquisa demonstrou que a escassez de água esta se intensificando dada a desigualdade
socioeconômica e a falta de manejo ecológico dos recursos naturais. O resultado esclareceu a lacuna
de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida das famílias quilombolas. As
variáveis que isoladamente mostraram significância maior em todo o universo foram: população
rural em extrema pobreza, domicílios com outra forma de destino do lixo e outra forma de
abastecimento de água domiciliar (poços, pequenas barragens de terra, barreiros, cacimbas e
cisternas), e cloro, turbidez, coliformes e potabilidade (mananciais subterrâneos). O Índice de
vulnerabilidade a escassez de água domiciliar (IEQ) demonstrou que, referente as 38 comunidades
pesquisadas, 21,05% (8) apresentaram um IEQ entre 0,04% e 0,32%, considerada de
vulnerabilidade baixa, 2,63% (1) comunidade com amplitude do IEQ de 0,40% considerada média,
7,89% (3) comunidades com IEQ entre 0,52% e 0,77%, considerada alta, 7,89% (4) comunidades
com IEQ entre 0,93% e 1,41% considerada muito alta, 18,42% (8) comunidades com IEQ entre
1,61% e 2,82%, com vulnerabilidade extremamente alta, 7,89% (3) comunidades com amplitude do
IEQ entre 3,07% e 3,55%, considerada elevada, 10,53% (4) comunidades com IEQ entre 3,83% e
4,68%, muito elevada, e 21,05% (8) comunidades com IEQ entre 5,0% e 7,26%, considerada
extremamente elevada.
Palavras-Chave: abastecimento, famílias negras, geoestatística, vulnerabilidade.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As cargas fatoriais expressam os coeficientes de correlação entre cada uma das variáveis e
seu respectivo fator, no presente estudo foi considerado, somente aquela maior ou igual a um r2 de
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANA - AGENCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil:
informe 2011. Brasília-DF, 2011.
SAS. Institute Inc., SAS/STAT. (2010). User‘s guide, version 9.3, ed. Cary: SAS Institute Inc., p.
443.
UNITED NATIONS. Word Urbanization prospects - The 2011 Revision. New York, 2012.
RESUMO
Atualmente, as atividades de exploração de recursos naturais sofrem uma forte pressão social,
cobrando das empresas do ramo uma postura ambientalmente correta. Tendo em vista que, a
recuperação das áreas degradadas deve ser motivo de preocupação e objeto de estudo desde o
momento do planejamento dessas ações impactantes até sua conclusão, as técnicas de
Geoprocessamento podem desempenhar um importante papel desde o diagnóstico de um cenário de
degradação até o monitoramento de sua recuperação. Este trabalho tem como objetivo propor
ferramentas de Geoprocessamento para apoiar o diagnóstico e monitoramento de áreas degradadas
em recuperação através da utilização de um Sistema de Informação Geográfica (SIG). A área em
recuperação do estudo pertence a uma jazida desativada e passa por processo de recuperação desde
o ano de 2010, cuja técnica de recuperação implantada foi de revegetação com espécies nativas da
Caatinga. Mediante as ferramentas disponíveis no SIG e, com a base cartográfica elaborada, foi
possível o cálculo de valores referentes à área em estudo, tomando como comparação, cenários
homólogos. De acordo com os valores obtidos conclui-se que, a situação de recuperação da área em
estudo não evoluiu de forma positiva, desde a implantação do PRAD até a atualidade. Para que o
processo de revegetação possa ser eficiente, indica-se o tratamento do solo totalmente degradado,
para que, em seguida, sejam implantadas as mudas das espécies nativas da Caatinga. Mediante o
manuseio do MDA, do VVN e demais informações geradas nesse trabalho, foi possível a obtenção
3
Orientadora.
ABSTRACT
Currently the exploration of natural resources suffer a strong social pressure, charging the
companies in the industry an environmentally correct posture. Given that the recovery of degraded
areas should be of concern and object of study since the time of planning these impactful actions to
completion, technical GIS can play an important role since the diagnosis of a scenario of
degradation to monitoring his recovery. This work aims to propose geoprocessing tools to support
the diagnosis and monitoring of degraded areas in recovery through the use of a Geographic
Information System. The recovery area under study belongs to a disused quarry and goes through
the recovery process since the year 2010, for which the recovery was implemented revegetation
with native species. Through the tools available in GIS and cartographic base developed, the
calculation of values for the study area was possible, taking as scenarios compared counterparts.
According to the obtained values, we arrive at the conclusion that the state of recovery of the study
area has not evolved positively since the implementation of PRAD until today. For the revegetation
process could be efficient, indicates the treatment is totally degraded the soil, that could then be
deployed seedlings of native species. Upon handling the MDA, the VVN and other information
generated in this work it was possible to obtain very approximate values for various parameters and
also the creation of others, thus making possible a better assessment of the recovery process areas.
INTRODUÇÃO
Desde o início do século XX, o crescimento populacional de forma exponencial gerado pela
Revolução Industrial levou a sociedade à necessidade de maior exploração dos recursos naturais,
como também maior utilização de espaço físico, provocando crescimento desordenado e nocivo de
determinadas áreas. A ausência de planejamento das cidades provoca diversos danos à natureza,
entre eles, a geração indiscriminada de resíduos sem nenhum tipo de tratamento, poluição de corpos
hídricos, do ar, do solo e o desmatamento para seus diversos fins.
Segundo Fernandes (2010), desde a década de 70, a questão ambiental adquiriu maior
importância no contexto mundial, isso ocorreu devido a um maior interesse da sociedade em
modificar sua postura perante à gestão dos recursos naturais, enfatizando a conscientização e um
possível esgotamento destes no futuro. Atualmente, as atividades de exploração de recursos naturais
sofrem uma forte pressão social, quando se cobra das empresas do ramo uma postura
ambientalmente correta.
O Modelo Digital de Altura (MDA) foi desenvolvido por Silva (2012) e seus respectivos
colaborares no seu trabalho sobre diagnóstico e monitoramento de áreas degradadas, e resultou da
subtração do MDS (Modelo Digital de Superfície), que é representação matemática da distribuição
espacial das feições naturais e artificiais dissociadas da superfície topográfica tais como vegetação,
edificações e demais elementos artificiais, pelo MDT, que é a representação matemática da
distribuição espacial do terreno, isento de cobertura vegetal e de objetos que não caracterizem a
topografia do solo. As figuras 1, 2 e 3 apresentam, respectivamente, os três modelos digitais criados
sobre a área em estudo. O MDA representa tanto o solo exposto, através das regiões com valores
próximos a zero, quanto toda a cobertura do solo, através das regiões com valores acima de zero.
Como resultado, tem-se a distribuição das alturas das copas e arbustos, o que possibilita a
identificação dos indivíduos.
O Volume de Vegetação Natural (VVN), que representa o volume ocupado pela vegetação
natural, é obtido a partir do MDA gerado pelo software em uso, neste caso foi o ArcGis® 10.
Nas ciências naturais, resiliência é a capacidade de um determinado ambiente ou
ecossistema de retomar sua forma original após uma perturbação. O termo resiliência vem da física
e significa a propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida
quando cessa a tensão causadora de uma deformação (FERREIRA,1986).
Pimm (1981, apud SILVA e REIS, 2000), considera resiliência como um balanço que pode
ocorrer tanto dentro da população como dentro de uma comunidade e que a velocidade da
resiliência desses dois níveis depende da energia disponível na área, envolvendo as condições que
favoreçam ou não as plantas a absorverem essa energia, e do número de ciclos necessários para a
recuperação do equilíbrio. A pesquisa realizada a partir da criação do MDA foi a primeira
utilizando modelagem digital para diagnóstico e avaliação de recuperação de área degradada na
caatinga.
METODOLOGIA
A partir do MDA foi realizado o cálculo do Volume de Vegetação Natural (VVN), que
representa o volume ocupado pela vegetação natural. Também foi tomada para comparação de
resultados, uma outra área, próxima à área em estudo, cuja ocorrência de resiliência foi detectada
por imagens de satélite Quickbird, obtidas entre 2003 e 2005, as quais foram comparadas com as
ortofoto atuais 2011/2. A ocorrência de resiliência também foi confirmada após a entrevista com
populares, que afirmaram o desuso da área de aproximadamente 6 anos. A figura 7 apresenta a
imagem de satélite da área (delimitada em linha roxa) no ano de 2005. A figura 8 apresenta um
recorte da ortofoto da área de resiliência.
De acordo com os valores apresentados acima, pode-se dizer que a área cuja recuperação
aconteceu através do processo de resiliência encontra-se em situação de desenvolvimento
aproximado ao cenário da área 1, que é de mata nativa e apresenta vegetação menos densa.
Fazendo-se uma relação equacional simples, sabendo que a área de ocorrência de resiliência
apresenta 40.474,1m² em área e 67.143,24m³ em volume de vegetação, obteve-se o valor ideal de
17.405,04m³ em volume de vegetação para a área em estudo, que apresenta 10.491,8m², estando ela
nas mesmas condições de desuso que a área em resiliência.
Tendo conhecimento de que o isolamento e período de desuso dessa área de ocorrência de
resiliência é de aproximadamente 6 anos e que também o bioma predominante na região é a
caatinga, sendo este de crescimento lento associado aos longos períodos de estiagem, pode-se
afirmar que esta área isolada encontra-se em boa situação de recuperação, quando comparada com
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se que, para que o processo de revegetação possa ser eficiente, deveria haver
inicialmente o tratamento deste solo totalmente degradado, para que, em seguida, sejam
implantadas as mudas das espécies nativas.
Com a utilização do MDA e do VVN previamente calculados, associado à imagens aéreas,
torna-se possível o monitoramento de impactos e acompanhamento por parte dos executores e
coordenadores do processo de recuperação da área degradada, mesmo que estejam em local distante
ao de recuperação, isso porque as informações que são lançadas ou alteradas no banco de dados
podem ser acessadas por outra pessoa em outra cidade, bastando que para isso os computadores
estejam ligados em rede.
Mediante o manuseio doMDA, do VVN e demais informações geradas nesse trabalho foi
possível a obtenção de valores bastante aproximados para diversos parâmetros, bem como também
a criação de outros, tornando possível assim uma melhor avaliação do processo de recuperação de
áreas.
REFERÊNCIAS
BITAR, O. Y.; BRAGA, T. O. O meio físico na recuperação de áreas degradadas. In: BITAR, O.Y.
Curso de geologia aplicada ao meio ambiente. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de
Engenharia (ABGE) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), 1995. cap. 4.2, p.165-179.
FERNANDES, R. T. V. Biodiversidade nas salinas. Volume 1: Peixes. São Paulo. Editora Baraúna.
2010. 106 p.
PIMM, S. L. The balance of nature? Ecological issues in the conversation of species and
communities. Chicago. The University Chicago Press, 1991. 434p. In: SILVA, G. R. e REIS, A.
Recuperação da resilência ambiental em áreas degradadas: a relevância do hábito, floração e
frutificação no processo. 2000. Revista Saúde e Ambiente, v.1, n.1. p.68-72. Disponível em:
<http://periodicos.univille.br/index.php/RSA/article/viewFile/30/42 > Acesso em 15 de setembro
de 2014.
RESUMO
A questão do descarte de produtos, invólucros ou recipientes tóxicos no meio, tem feito parte da
pauta de discussão dos principais fóruns ambientais da atualidade. A justificativa para tal é a já
reconhecida relação entre o descarte inadequado de tais materiais/produtos e o processo de
contaminação do solo, recursos hídricos e alimentos, além da notificação de vários agravos a saúde
humana. Os agrotóxicos são substancias químicas poluidoras que podem causar agravos muitas
vezes irreversíveis à saúde humana e a biodiversidade. Em face do exposto, o presente trabalho
objetivou levantar as condições e, consequentemente, traçar um quadro-diagnóstico sobre a
ocorrência de agravos específicos a partir do uso de agrotóxicos na comunidade agrícola do
Gramorezinho em Natal/RN. A pesquisa baseou-se em revisão bibliográfica de trabalhos pertinentes
ao tema, levantamento de campo e análises laboratoriais. Em suma, os resultados encontrados
sinalizaram para intoxicação por agrotóxicos, por parte dos agricultores, devido a três fatores
preponderantes: falta de uso de equipamentos de proteção individual, utilização de grande volume
do produto e aplicação dos agrotóxicos em horário inadequado. A realidade em questão alterou-se
substancialmente na comunidade citada, dada a adesão da mesma ao projeto ‗Amigo Verde‘, que
tem o apoio do Ministério Público, PETROBRAS SEBRAE, EMATER e UFERSA.
Palavras-chave: poluição ambiental; agravos à saúde humana; manejo de agrotóxicos.
4
Bacharel em Serviço Social (FATERN). Especialista em Gestão Pública Ambiental (FATERN).
5
Bacharel em Ciências Biológicas (Modalidade Médica, PUC-GO). Especialista em Gestão Pública Ambiental
(FATERN).
6
Bacharel em Administração (FATERN). Faculdade de Excelência Educacional do Rio Grande do Norte (FATERN).
7
Licenciado em Geografia (UFRN). Especialista em Educação Ambiental e Geografia do Semiárido (IFRN). Mestre em
Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA-UFRN).
INTRODUÇÃO
―A periculosidade dos agrotóxicos para humanos começa pela ingestão, pela respiração e
por absorção dérmica, variando assim com a formulação empregada, obedecendo à
temperatura, umidade relativa do ar, sendo que as mãos, pulsos, nuca, pés, axilas, virilhas
tende a maior absorção, respeitando o tempo de contato e descontinuidade de tecido
lesado‖.
O uso elevado de pesticidas nas plantações para a prevenção ou ao combate de pragas tem
contribuído com uma série de efeitos deletérios sobre a saúde humana e de outros seres vivos
expostos. Neste grupo, destaca-se o metamidafós, que é uma substância extremamente tóxica, de
acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2009). A exposição a este
Diante das considerações levantadas, é evidente que tudo que diz respeito às questões
ambientais, está relacionado à vida presente e futura da humanidade. Neste contexto, enfatiza-se o
esclarecimento a respeito do perigo que causa o uso de agrotóxicos, sabendo-se que não atinge
somente seus alvos - insetos, fungos ou ervas daninhas, mas, também se torna uma importante via
de contaminação exercendo efeitos adversos sobre toda uma cadeia alimentar desde a água, o solo e
o ar. Além disto, merece destaque a questão da destinação final de suas embalagens vazias que
envolvem uma gama de procedimentos desde a fabricação, a comercialização, utilização,
licenciamento, fiscalização e monitoramento das atividades relacionadas com o manuseio,
transporte, armazenamento e processamento dessas embalagens.
Esse complexo comportamento do agrotóxico no meio ambiente, tendo o homem como seu
maior receptor, vem gerando extensas discussões, pois, as perspectivas são de agravamentos para os
próximos anos. Essa visão contextualizada de superação vem ganhando apoio, gerando políticas
públicas e leis ambientais e impondo restrições ao meio ambiente.
Contudo, existem alguns fatores que dificultam a efetividade de se implantar medidas
seguras e protetoras à saúde e ao meio ambiente. Dentre outras dificuldades, inclui-se a deficiência
de políticas públicas, fiscalização, vigilância e orientação técnica limitada somada a dificuldade da
implementação do receituário agrônomo ou informação sobre produtos ilegais (LONDRES, 2011).
É sabido que a produção de gêneros alimentícios tem grande incentivo governamental.
Todavia, o acesso e uso dos produtos derivados do campo ainda apresentam-se como
desequilibrados, tendo em vista que o número significativo da população brasileira ainda permanece
em condições de extrema pobreza.
Acredita-se que uma saída para tal realidade, repousa na agricultura ecológica. No entanto,
para que essa modalidade de produção agrícola se desenvolva no país faz-se necessário uma ampla
reforma das políticas agrícolas e agrárias. Para isto, é importante que se coloque a agricultura
familiar como prioridade, dada a característica de produção destes grupos que, devido as suas
técnicas de manejo, reduzem significativamente os impactos negativos ambientais.
Sabe-se que a prática da agricultura pela humanidade remonta aos dez mil anos, porém o uso
de agrotóxicos nas plantações existe apenas pouco mais de 50 anos tendo sua origem após as
A produção tecnológica vem tomando lugar de destaque em escala global, cujos efeitos
geram cada vez mais acúmulos e resíduos poluentes que contribuem para a deterioração ambiental e
desequilíbrio dos ecossistemas.
Nos últimos anos, entre 2001 e 2008, o Brasil alcançou a posição de maior consumidor
mundial de agrotóxicos, saltou de pouco mais de US$ 2 bilhões para mais US$ 7 bilhões. Logo, o
uso desses produtos gera uma categoria específica de resíduos que são as embalagens vazias dos
mesmos. Pois, segundo o art. 1º, IX, do Dec. 4.074/2002, embalagem, ―é invólucro, recipiente ou
qualquer forma de acondicionamento removível ou não, destinado a conter, cobrir, empacotar,
envasar, proteger ou manter especificadamente ou não os agrotóxicos e afins‖ (BRASIL, 1989).
Sabe-se, portanto, que o destino final incorreto desses resíduos representa sérios danos para
o meio ambiente devido ao seu alto nível de periculosidade e toxidade. Dada a gravidade do
problema, foi criada a Lei Federal 9.974/00, que disciplina o recolhimento e destino final das
embalagens de agrotóxicos e divide responsabilidades entre os agentes atuantes como os
agricultores, fabricantes, canais de distribuição e o poder público.
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de Estudo
A pesquisa de avaliação da relação entre agravos à saúde e exposição aos agrotóxicos foi
realizada in loco na comunidade do Gramorezinho, que se situa no bairro de Lagoa Azul, na cidade
do Natal/RN. A localidade tem característica urbana e rural, onde ver-se criações de animais e
atividades agrícolas, concentrando boa parte da produção de hortaliças que são consumidas pela
população local e da Grande Natal, sendo fonte de renda para cerca de 120 famílias. É neste
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 107
contexto que se inserem os expressivos agravos causados pela exposição aos agrotóxicos
representados pelos agricultores e população local na comunidade do Gramorezinho/Natal-RN.
Metodologia
Para fins de obtenção de dados, junto aos agricultores, realizou-se uma entrevista semi-
estruturada com os mesmos a fim de avaliar e diagnosticar as condições de trabalho e exposição aos
agrotóxicos utilizados na comunidade agrícola. Para o levantamento dos dados gerais da pesquisa,
foram considerados os casos registrados como intoxicação por agrotóxicos de uso agrícola, tendo
como fonte de consultas sobre toxicologias o Centro de Informação Toxicológica (CIT) que
funciona nas dependências do Hospital Giselda Trigueiro (HGT) em Natal/RN. A unidade é
referência no estado em atendimento de Doenças Infecciosas, Informação Toxicológica e
Imunobiológicos Especiais.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Análise patológica do sistema nervoso centrala partir dosrelatos dos trabalhadores expostos
diretamente ao biocida Tamaron na comunidade do Gramorezinho – Natal/RN.
Análise sobre exposição indireta fundamentada nas patologias de disfunção da medula óssea na
fase fetal
CONCLUSÕES
De acordo com o que se procurou avaliar neste trabalho, percebeu-se que o uso nefasto dos
agrotóxicos na comunidade do Gramorezinho era realizado de forma inadequado e sem atenção as
suas graves repercussões, seja pela perspectiva da saúde humana, seja pela ambiental.
Notabilizou-se que os agricultores e moradores de áreas nos arredores dos cultivos da
comunidade do Gramorezinho foram intoxicados por agrotóxicos de forma direta e indiretamente.
A situação verificada pode ser entendida como de baixa atenção dada, seja pelos residentes,
seja pelo poder público, dada a subnotificação dos agravos agudos e crônicos e a pouca informação
a respeito do atual cenário do uso de agrotóxicos.
Neste sentido, entende-se que a forma inibida de informação de dados dificulta a verificação
precisa da dimensão da problemática, bem como os efeitos que essas substâncias causam aos seres
humanos e todo ecossistema local afetado. Deve-se considerar também a necessidade de se priorizar
a implantação de políticas públicas que fomentem o conhecimento e a formação técnica e científica
sobre as questões desafiadoras dos agrotóxicos, sob pena de coibir o predominante o modelo do
agronegócio.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 07 mar.
2013.
BRASIL. Resolução CONAMA 001/1986. Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para
avaliação de impacto ambiental. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 10 mar. 2013.
LONDRES, Flavia. Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida. – Rio de Janeiro:
AS-PTA – Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa, 2011.
MARTINS, M.A. et al. CLINICA MÉDICA, volume 1: atuação de clinica médica, sinais e
sintomas de natureza sistêmica, medicina preventiva, saúde da mulher, envelhecimento e
geriatria, medicina laboratorial na prática médica – Barueri, São Paulo: Manole, 2009 –
(Clinica Médica).
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo construir um Índice de Vulnerabilidade Socioeconômica e
Ecológica (ISE) por meio de procedimentos geoestatísticos multidimensionais. A área de estudo foi
o Semiárido brasileiro com área de 969.589,3 Km² e abrangeu informações provenientes do
Zoneamento Agroecológico do Nordeste, pesquisas da EMBRAPA (micro dados) e Censo
demográfico 2010 levantados pelo IBGE em 14.126 setores censitários, abrangendo 2,091202
milhões de Domicílios Particulares Permanentes (DPP) sendo 98,5% do tipo casa. O ISE permite
compreender a similaridade natural entre as dimensões estudadas e a dimensão de vida em que a
população do Semiárido brasileiro é mais vulnerável. O que possibilita precisar a necessidade de
políticas públicas de "Convivência do homem com o semiárido", mais efetivas, por localidades ou
território.
Palavras-chave: setores censitários, dispersa, sustentabilidade, indicadores, aridez.
ABSTRACT
This study aimed to construct an Index of Ecological and Socioeconomic Vulnerability (ISE)
through multidimensional geostatistical procedures. The study area was the Brazilian semiarid
region with an area of 969,589.3 square kilometers and included information from the Agro-
Ecological Zoning of the Northeast, research EMBRAPA (micro data) and Census 2010 collected
8
Doutoranda do Programa de Pós –Graduação em Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande, Av.
Aprígio veloso, 882, Bodocongó, 58109-970, Campina Grande - PB.angelacarolinamedeiros@gmail.com
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
100
80
60
40
20
0
var214
var271
var092
var215
var264
var262
var275
var251
var217
var284
var245
var282
var269
var199
var243
var207
var237
var033
var229
var083
var178
var238
var182
var234
var167
var173
var248
var036
var169
var042
var038
var235
var025
var231
var204
var196
-20
-40
FIGURA 1. Cargas fatoriais para os resultados obtidos pelo método Varimax, com a rotação ortogonal dos
fatores principais, considerando as 142 variáveis provenientes do Censo (IBGE, 2010) e Zoneamento
Agroecológico do Nordeste (ZANE, 2002), pertencentes a todos os domicílios rurais permanentes por setores
-60
censitários do semiárido rural brasileiro.
Este grupo foi classificado como de vulnerabilidade baixa com ISE entre 0.000000001 e
0.000000007, e lhe foi atribuída a cor ―azul clara‖ (Figura 3).
ISE 3 - Área urbana isolada - Compuseram este Grupo os indicadores contidos no Fator 1
representados pelos setores pertencentes aos municípios de Juazeiro - BA (um setor), Feira de
Santana-BA (dois setores), Petrolina-PE (três setores) e Garanhuns-PE (um setor). Bom Jesus (PI)
de Feira de Santana (BA). Deste grupo 0,0496% tinham em média 372, 33 e 33 DPP com
abastecimento de água da rede geral, proveniente de água de poço ou nascente na propriedade e
com lixo coletado por serviço de limpeza, respectivamente. Foi classificado como de
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
SAS. Institute Inc., SAS/STAT. (2011). User‘s guide, version 9.3, ed. Cary: SAS Institute Inc., p.
443.
Marilia LOCATTELI
Doutora Pesquisadora da Embrapa/RO e Professora da Pós-Graduação de Geografia da UNIR
marilia.locatelli@embrapa.br
RESUMO
O alto índice de desmatamento na Amazônia Legal, fez com que o Governo Federal buscasse por
políticas públicas ambientais mais arrojadas implantando a Operação Arco de Fogo e,
posteriormente, a Operação Arco Verde. Com o objetivo de reduzir as ações antrópicas nocivas a
Natureza estas Operações apontaram os municípios prioritários para as ações de controle do
desmatamento e preservação ambiental. Pimenta Bueno, está entre as quatro cidades do Estado de
Rondônia listadas na Portaria MMA nº 28 de 24/01/2008, devido ao seu grande número de áreas
degradadas, deixando de receber benefícios econômicos e financeiros do Ministério do Meio
Ambiente. A condição para recebimento destes recursos é ter sobre controle o desmatamento e
recuperar ás áreas de preservação permanentes e reservas legais. Com o intuito de contribuir com o
desenvolvimento sustentável da economia local após diagnóstico propor a aplicação de metodologia
para outras áreas que é de analisando o passado, avaliar o presente e fazer uma projeção futura da
realidade socioeconômico e ambiental no uso e ocupação do solo. Objetivando a análise da
viabilidade real da implantação de planos de recuperação de áreas degradadas (PRAD) às margens
do Rio Machado, precisamente no setor Aeroporto, localizado no município de Pimenta Bueno/RO.
Para viabilização desta proposta índica-se estudos empíricos e científicos, com a utilização de
metodologia diferenciada para a análise de viabilidade econômica e para a mensuração dos
impactos ambientais, tendo o método dialético como ponto de equilíbrio norteador para o estudo. A
presente proposta é relevante para a construção de políticas públicas e ações governamentais de
9
Bolsista CAPES.
10
Bolsista CAPES.
ABSTRACT
The high Brazilian Amazon deforestation rate, has made Federal Government to try implementing
environmental policies such as Arc of Fire operation, and later, Green Arc Operation. Aiming to
reduce harmful human actions these operations indicated the priority municipalities for actions to
control deforestation and environmental preservation. Pimenta Bueno, is among the four cities in
the state of Rondônia listed in Environmental Ministry Ordinance No. 28 of 2008/01/24, due to its
large number of degraded areas, leaving of receiving financial and economic benefits from the
Environment Ministry. The condition to receipt these funds is to have control over deforestation and
recover areas of permanent preservation and legal reserves. With the aim of contributing to
sustainable development of local economy after diagnosis it is proposed methodology application to
other areas which is analyzing the past, evaluate the present and make a future projection of
socioeconomic and environmental reality in the use and land occupation. Aiming implementation of
real viability analysis of degraded areas reclamation plans (PRAD) on the margins of the Machado
River, precisely at the Airport sector, located in Pimenta Bueno / RO. For the feasibility of this
proposal it is proposed empirical and scientific studies, with the use of differentiated economical
analysis and to measure the environmental impacts methodology, and the dialectical method as a
guiding point of equilibrium for the study. This proposal is relevant to public policies construction
and government actions aimed at development of regional conservation and environmental
protection in an integrated manner with the community.
Keywords: Economics. Deforestation. Public policies. PRAD.
INTRODUÇÃO
LOCOS DA PESQUISA
O município de Pimenta Bueno (figura 01), esta localizado no Estado de Rondônia tem o
total de 33.822 de habitantes, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2010). Sua Área é de
6.241,07 km² representando 2.627% do Estado, 0.162% da Região e 0.0735% de todo o território
brasileiro. Seu Índice de Desenvolvimento Humano é de 0.754 segundo o Atlas de
Desenvolvimento Humano/PNUD (2000).
METODOLOGIA
Devido ao uso indiscriminado dos recursos naturais, os municípios de Pimenta Bueno, Nova
Mamoré, Porto Velho e Machadinho D‘Oeste no Estado de Rondônia (RO), com alto índice de
desmatamento e queimadas, sofreram intervenção do Governo Federal, por meio da Operação Arco
Verde, sendo indicados na Portaria MMA nº 28 de 24/01/2008 e reafirmando por meio do Decreto
Presidencial nº. 7.008/2009.
Mesmo com medidas estremas o município de Pimenta Bueno/RO não cumpriu com a sua
parte do acordo intitulado ―Agenda de compromissos pela redução do desmatamento e das
queimadas, pela valorização da floresta e da economia local e pelo fortalecimento da cidadania‖
firmado entre os Governos Federal, Estadual e Municipal (MMAb, 2009). Salvo a parte de
Regularização Fundiária que se refere a apoiar as ações do Governo Estadual e Federal na
regularização das áreas passiveis de regularização pela Terra Legal, dos projetos de assentamentos
rurais e das áreas urbanas. No ano de 2014 o Governo do Estado em parceria com o município
entregou mais de 1.000 títulos urbanos e algumas dezenas rurais. Mas, as atividades se encerram na
entrega dos títulos, faltando a parte que cabe diretamente ao município.
Pimenta Bueno/RO para deixar de figurar de forma negativa e passar para a lista dos
municípios monitorados com desmatamento sob controle precisa cumprir o acordo firmado entre as
três esferas de Governo. Em 16 de dezembro de 2009, o município de Pimenta Bueno, firmou
compromisso com o Governo Federal e Estadual se comprometendo com políticas públicas voltadas
para a regularização ambiental, fundiária e de produção sustentável (MMAb, 2009).
Uma das ações compactuadas é a sensibilização dos proprietários rurais quanto à
necessidade de conservação das Áreas de Preservação Permanentes (APPs), da Reserva Legal (RL)
e, a implantação de programas de recuperação das mesmas. Estas ações deveriam ter sido
implementadas pelo município a partir do ano de 2010. Para cumprir sua parte, o município
(MMAb, 2009), necessita desenvolver políticas públicas de recuperação e conservação de áreas
degradadas como forma de excluí-la da lista daqueles que mais desmatou e queimou na Amazônia
legal na última década (PORTARIA MMA Nº 102-2009).
Antecedendo a intervenção do Governo Federal, em 2007, houve estudo bibliográfico e
documental que resultou num Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) para o
município de Pimenta Bueno, vinculado a Agenda 21. Todavia, não foi posto em prática, nem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ADAMY, A. Zoneamento geoambiental de Pimenta Bueno. 146f. il., color. Dissertação (Mestrado
em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente-Núcleo de Ciências e Tecnologia),
BRASIL. Decreto nº. 6.321, de 21/12/2007: Estabelece, no Bioma Amazônia, ações relativas à
proteção de áreas ameaçadas de degradação e à racionalização do uso do solo. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm. Acesso em: 12
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SODRÉ, A. A. Novo Código Florestal Comentado Lei 12.651/12. SP: JH Mizuno, 2013.
Vander MENDONÇA
Pós Graduação em Fitotecnia UFERSA
vander@ufersa.edu.br
RESUMO
Áreas de solo com manejo inadequado podem sofrer sérias consequências, principalmente quando
as mesmas estão inseridas em locais com forte declividade e pouca vegetação, o que favorece os
processos erosivos e traz prejuízos para a qualidade do solo. Desta forma, o presente estudo teve
como objetivo avaliar a variabilidade espacial da infiltração e da densidade do solo, bem como
verificar as relações existentes entre ambas, em uma área de encosta sobre processo de degradação,
utilizando métodos geoestatísticos. A pesquisa foi realizada em uma área localizada entre os
municípios de Areia-PB e Remígio-PB. O solo foi amostrado em grade com malha regular
(20x20m) entre pontos amostrais, perfazendo um total de 49 pontos em duas profundidades, de 0-10
cm; 10-20 cm, totalizando 98 amostras. Para análise da variabilidade espacial, utilizou se a
geoestatística, por meio da análise semivariográfica, interpolação dos dados por krigagem e
construção de mapas de isolinhas. Todos os atributos físicos analisados apresentaram dependência
espacial, uma vez que nenhum deles apresentou efeito pepita puro. Pôde-se verificar através dos
mapas que houve uma relação clara entre a infiltração e a densidade do solo, observando essa
correlação principalmente na parte superior sudoeste da encosta.
Palavras Chave: Relevo, Declividade, Atributos físicos, Conservação do solo.
ABSTRACT
Soil areas with inadequate management may suffer serious consequences, especially when they are
inserted in locations with strong slopes and little vegetation, which favors erosion and brings harm
to soil quality. Thus, the present study aimed to evaluate the spatial variability of infiltration and
soil bulk density, and verify the relationships between them, in a hillside area about the degradation
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 140
process, using geostatistical methods. The survey was conducted in the hilly area cultivated with
grassland, located between Areia and Remigio, to towns from Paraiba. The soil was sampled at
regular grid with mesh (20x20m) between sample points, making a total of 49 points into two
depths of 0-10 cm, 10-20 cm, totaling 98 samples. To analyze the spatial variability, geostatistics
was used through semivariográfica analysis, data interpolation by kriging and construction of maps.
All physical attributes analyzed spatial correlation, since none of them had pure nugget effect. It
was verified through the maps that there was a clear relationship between infiltration and soil
density, observing this correlation mainly in the upper southwest slope.
Key Words: Relief, slope, physical attributes, soil conservation.
INTRODUÇÃO
O uso desordenado dos recursos naturais vem trazendo diversos problemas ao planeta, vindo
a despertar cada vez mais interesse de pesquisadores na realização de estudos em busca de uma
melhor forma de adequação dos possíveis usos desses recursos, com menores prejuízos para o
equilíbrio dos ecossistemas naturais (MOURA et al., 2008). Entre algumas destas causas que
provocam prejuízos ao bom equilíbrio dos ecossistemas naturais, são o uso agrícola dos solos em
condições limitantes e sem adoção de práticas ou manejo conservacionista. Portanto, a introdução
dos sistemas agrícolas em substituição a vegetação natural causa um desequilíbrio no ecossistema
em que a retirada da cobertura vegetal original e a implantação de culturas, aliadas às práticas de
manejo inadequadas, promovem o rompimento do equilíbrio entre o solo e o meio, modificando
desta forma, suas propriedades e limitando com o tempo sua utilização.
De modo geral, o solo mantido em estado natural, sob vegetação nativa, apresenta
características físicas adequadas ao desenvolvimento normal das plantas (RICHART et al., 2005).
Nessas condições, o volume de solo explorado pelas raízes é relativamente grande, à medida que o
solo vai sendo submetido ao uso agrícola, as propriedades físicas sofrem alterações, geralmente
desfavoráveis ao desenvolvimento vegetal, principalmente quando á área em exploração apresenta-
se em local com topografia acidentada, ou seja, com forte declividade. Áreas com esta configuração
necessitam de manejo mais apropriado as suas condições, de forma que, se não adotada
frequentemente pode ocasionar perdas irreparáveis a qualidade do solo, podendo chegar a processos
de degradação e consequentemente a longo prazo em estado de desertificação.
Deste modo, algumas práticas de manejo do solo provocam alterações em suas propriedades,
as quais podem ser permanentes ou temporárias. Assim, o interesse em avaliar a qualidade do solo
tem sido incrementado por considerá-lo como um componente fundamental na manutenção e
sustentabilidade dos ecossistemas (LIMA, 2004).
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi realizado em uma área de encosta pertencente à Fazenda Riachão, que fica
situada à margem da rodovia PB 079 entre os municípios de Areia-PB e Remígio-PB. A mesma está
inserida na Microbacia hidrográfica do açude Vaca-Brava, localizada na mesorregião do Agreste,
microrregião do Brejo paraibano, Nordeste do Brasil, com área compreendida entre as coordenadas
geográficas (O 35° 46‘ 13.648‖) e (S 6° 57‘ 55.937‖).
Segundo a classificação de Koppen, predomina o clima do tipo As‘, que se caracteriza por
ser quente e úmido, com chuvas de outono e inverno, com estação seca podendo atingir entre cinco
e seis meses; pluviosidade média anual entre 900 e 1.400 mm, concentradas nos meses de março a
agosto e com período seco entre setembro e fevereiro. As temperaturas anuais apresentam máxima
de 30ºC, média de 24ºC e mínima de 18ºC (SANTOS et al., 2002).
A área da encosta selecionada ocupa uma superfície de aproximadamente 2,0 ha, com
altitude variando entre 600 a 566 m, no sentido do sul para o norte respectivamente. Na parte de
maior altitude o relevo da encosta tem forma côncava e, de maneira geral, variações entre ondulado
a forte ondulado, apresentando uma declividade de 24,28% enquadrando-se na faixa de relevo forte
ondulado (faixa de 20 a 45%, SANTOS et al., 2006). Os solos da bacia hidrográfica na qual a área
em estudo encontra-se localizada foram classificados de forma geral como ARGISSOLO Vermelho
Amarelo (BRASIL, 1972). A vegetação da área é caracterizada predominantemente como
pastagem, sendo composta principalmente pela gramínea Brachiaria decumbes. Segundo Galvão et
al. (2005), a pecuária é uma das principais atividades econômicas da região, desta forma a área em
questão é explorada para alimentação de bovinos por quase todo o decorrer do ano.
Análises Realizadas
MÉTODOS ESTATÍSTICOS
A variabilidade do solo foi inicialmente avaliada através da análise descritiva dos dados,
calculando se os valores mínimo, máximo, média, mediana, desvio padrão, coeficiente de variação,
coeficiente de assimetria e curtose, também foi realizada análise de normalidade pelo teste de
Shapiro-Wilks (w), realizada através do programa Assitat (SILVA & AZEVEDO, 2002). A
avaliação da variabilidade dos atributos foi baseada nos limites propostos por Warrick e Nielsen
(1980), para classificação de atributos do solo, que consideram: variabilidade baixa (CV < 12 %);
média (12% < CV < 60 %) e alta (CV > 60 %).
A análise geoestatística, foi realizada pelo software GS+ da Gamma Design. Os mapas foram
construídos utilizando-se os pontos amostrais, com suas respectivas coordenadas geográficas,
( )
( )
( )
Onde, IDE: Indicativo de dependência espacial, y(h) pepita: semivariância do efeito pepita,
y(h) total: semivariância total ou patamar. O aplicativo GS+ trabalha com a seguinte relação:
( )
( )
Os resultados do IDE foram classificados da seguinte forma: dependência espacial fraca (≤
25%); dependência espacial moderada (entre 25% e 75%) e dependência espacial forte (> 75%).
Os valores analíticos dos atributos físicos avaliados foram utilizados para a análise da
variabilidade espacial, bem como seus índices de dependência espacial (IDE). Assim, os modelos
foram ajustados, considerando-se individualmente cada atributo e também o conjunto de dados que
representam cada profundidade de solo, utilizando os procedimentos geoestatísticos considerando-
se as análises semivariográficas isotrópicas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pode-se observar através dos resultados contidos na Tabela 2 que todos os atributos
apresentaram dependência espacial. A variável, tempo de infiltração se enquadrou com IDE forte,
mas, a densidade do solo apresentou-se como moderada nas duas profundidades. Cambardella et al.
(1994) evidenciam que quanto mais fortemente for à dependência espacial, maior é a possibilidade
de se afirmar que uma variável é influenciada pelas propriedades intrínsecas do solo, como a
densidade, porosidade, teor de água, etc. O atributo que apresentou um IDE considerado moderado
de acordo com a classificação adotada neste trabalho, mostra que as mesmas sofrem muito mais
influencias ocasionada pelo relevo, a falta de manejo e o pisoteio animal do que as demais. A
dependência das observações é avaliada através do ajuste aplicado sobre a nuvem de pontos, o que
permite observar que cada ponto representa a medida de semelhança entre vizinhos próximos. Deste
modo, o conhecimento da variabilidade espacial de um solo, além de caracterizar uma região, pode
Figura 2. Mapa de isolinhas dos dados do tempo de infiltração no solo da encosta, valores expressos em
segundos.
Verifica-se que na parte de maior altitude, e também com a presença de maior declividade
da área estudada, e mais precisamente na parte sudoeste do mapa (Figura 2), são encontrados os
maiores valores para o tempo de infiltração, demostrando a forte influência do relevo nesta variável
e consequentemente na contribuição para o aumento da degradação da área. Sabe-se que os fatores
de formação do solo (material de origem, clima, organismos, relevo e tempo) têm influência no
Figura 3. Mapa de isolinhas dos dados de densidade do solo no solo da encosta, A) (0-10 cm); B) (10-20
cm), valores expressos em g cm-3.
CONCLUSÕES
Houve uma relação clara entre a infiltração e densidade do solo, observando essa correlação
principalmente na parte superior sudoeste da encosta. E que tais atributos são diretamente
influenciados pelo relevo da encosta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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variabilidade espacial de atributos físicos de um Latossolo Vermelho em Mossoró, RN. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, Vicosa, v.31, n.3, p. 415-422, 2007.
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da textura, do relevo e do uso do solo na microbacia do agreste em Vaca Brava (PB). Revista
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Solos, 2006. 360p.
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Hillel, D. (Ed.). Applications of soil physics. New York: Academic, p.319-344. 1980.
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo realizar a identificação e proposição de medidas de controle para os
impactos ambientais decorrentes da instalação do campus da UFCG em Pombal-PB. A metodologia
utilizada teve por base pesquisas em estudos técnicos e cientificos, instituições públicas, visitas de
campo, utilização de fotografias digitais e imagens de satélite. Para a caracterização do
empreendimeto foram realizadas visitas a campo e pesquisas bibliográficas. Na catalogação dos
impactos ambientais utilizaram-se os métodos de avaliação Ad Hoc e Chek List. A indicação de
medidas de controle ambiental foi feita a partir de consultas bibliográficas do método Ad Hoc. De
acordo com os resultados, os principais impactos ambientais identificados foram: aceleração dos
processos erosivos, perda da vegetação e da fauna, e compactação do solo. As principais medidas de
controle ambiental foram: não desmatar desnecessariamente, limitar cortes e aterros e revegetar
áreas desmatadas. Espera-se que este trabalho venha a contribuir com a implantação de práticas
voltadas à conservação ambiental da área de estudo.
Palavras-chave: Avaliação de Impacto Ambiental, Recuperação Ambiental, Meio Ambiente.
ABSTRACT
This study aimed to identify and to proposal measures to control the environmental impacts
resulting from installation of a campus of UFCG in Pombal-PB. The methodology used was based
on research in technical and scientific studies, public institutions, field visits, use of digital
photographs and satellite images. To characterize the project field visits and literature searches were
performed. In cataloging the environmental impacts were used the impact assessment methods
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 152
called Ad Hoc and Chek List. The indication of environmental control measures was made from
bibliographic consultations and Ad Hoc method. According to the results, the main environmental
impacts identified were: acceleration of erosion, loss of vegetation and wildlife, and soil
compaction. The main environmental control measures were ―not deforesting unnecessarily‖, to
limit the cut and fill in small areas and reforest deforested areas. It is hoped that this work will
contribute to the implementation of practices aimed at environmental conservation in study area.
Keywords: Environmental Impact Assessment, Environmental Recovery, Environment.
INTRODUÇÃO
―... qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem estar da população; as
atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio
ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais‖.
Uma vez identificados os impactos ambientais, estes podem ser controlados por medidas de
mitigação ou compensação. As medidas de mitigação são aquelas aplicadas aos impactos
ambientais negativos, as de compensação, também são aplicadas aos impactos negativos, mas
somente, quando estes não podem ser mitigados.
Nesse contexto, foi realizado um estudo para a identificação e proposta de mitigação e
compensação para os impactos ambientais resultantes da construção do Campus da Universidade
METODOLOGIA
A metodologia adotada nesse estudo teve por base a realização de pesquisas bibliográficas, a
realização de visitas de campo, utilização de fotografias digitais e imagens de satélites.
Adicionalmente, utilizaram-se fundamentos e ferramentas da avaliação de impacto ambiental e a
legislação ambiental brasileira.
Localização do empreendimento
Pombal - PB
O acesso ao local em estudo pode ser efetuado por duas vias: pela BR-230 e pela Rua Jairo
Vieira Feitosa, bairro dos Pereiros, onde se localiza o Campus Universitário.
Caracterização do empreendimento
A identificação dos impactos ambientais foi realizada por meio da análise de interação entre
as atividades e ações de projeto do empreendimento e as características do ambiente local, que
foram obtidas no estudo de Lima e Leite (2011), que realizam um estudo preliminar de avaliação
dos impactos ambientais na mesma área de estudo.
Nessa identificação, foram utilizados os métodos de avaliação Ad Hoc (método espontâneo)
e Check Lists (listas de verificação), de acordo com FOGLIATTI et al. (2004), PHILLIPI Jr. et al.
(2004) e SÁNCHEZ (2008).
Visitas de campo foram realizadas na área de influência do empreendimento para
complementar a etapa de identificação dos impactos ambientais.
Foram propostas medidas de controle ambiental para os impactos ambientais negativos, que
foram classificadas como: Preventivas, mitigadoras e compensatórias, sendo as preventivas com a
função de evitar a ocorrência dos impactos, as de mitigação para os impactos ambientais mitigáveis
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização do empreendimento
Fases Atividades
- Divulgação do empreendimento;
- Seleção da área;
Planejamento
- Contratação de mão-de-obra;
- Levantamentos topográficos.
- Serviços preliminares
- Instalação de canteiros de obras;
- Construção de caminhos de acesso.
- Terraplanagem
- Roçada da área;
Implantação
- Limpeza;
- Cortes e aterros;
- Bota-fora;
- Abertura e preparação de valas.
- Edificação e demais obras;
- Paisagismo.
- Serviços de manutenção;
- Contração de servidores e de serviços de terceirizados;
- Construção ou serviços de melhorias das vias de acesso;
- Aulas e atividades em laboratório;
Operação - Serviços de transporte de material;
- Ampliação e melhorias da infraestrutura já existente;
- Atividades agrícolas de projetos;
- Utilização de ferramentas manuais e mecanizadas nas atividades
agrícolas, principalmente na ceifa do mato.
Tabela 1: Fases e atividades ou ações de projeto do empreendimento.
(i) (j)
Figura 3: Impactos ambientais identificados na área de influência direta do empreendimento.
Fonte: Arquivo pessoal (2012).
Ao se analisar a Figura 3, observa-se que a maior parte dos impactos ambientais, são
impactos negativos, exceto os apresentados nas Figuras 3h e 3i, que são decorrentes das atividades
de desmatamento, corte, aterro, disposição inadequada de resíduos sólidos, etc. Devido esses
impactos não serem controlados, estes se acumulam no tempo e espaço e provocam consequências
maiores no meio ambiente. Um exemplo desse tipo de consequência é mostrado na Figura 3d que
por falta da aplicação de medidas de controle ambiental o solo desta área encontra-se degradado.
Nas Figuras 3h e 3i são apresentados exemplos de dois impactos ambientais positivos:
melhoria da estética e do microclima local, que foram resultantes da implantação de vegetação
paisagística e nativa para proporcionar melhora na estética e no microclima na área do
empreendimento, uma vez que a vegetação que nele existia foi removida para a sua construção. Este
- Realizar a manutenção do
16. Provável proliferação sistema de distribuição de água na
Construção civil.
de vetores indesejáveis área do campus. (13) –
(Preventiva)
17. Diminuição da oferta - Conscientizar a comunidade
de abrigo e alimento a Desmatamento e outras atividades acadêmica a não deixar torneiras
fauna que perturbam a fauna. ligadas, bebedouros ligados, etc.
(13) – (Preventiva)
Atividades nas fases de - Realizar manutenção regular de
18. Redução da implantação e operação do projeto, máquinas e equipamentos e
diversidade da fauna pela movimentação de pessoas e empregar equipes treinadas para o
local veículos na área do manuseio e operação destes.
empreendimento. (14/15) – (Preventiva)
19. Alteração dos - Controlar a emissão de efluentes
Desmatamento e limpeza do
ecossistemas locais
terreno. e disposição de lixo. (3/4/16) –
(Preventiva)
20. Perda de espécies - Realizar o tratamento adequado
vegetais Desmatamento do esgoto e lixo gerado por todas
as pessoas que estudam e
Lançamento e depósito de materiais trabalham no empreendimento.
21. Degradação da indesejáveis advindos das (16) – (Preventiva)
vegetação atividades da construção civil e - Sinalizar as áreas com cobertura
também da comunidade acadêmica. vegetal para que não ocorra
perturbação das espécies de
22. Redução da animais existentes. (18/19) –
Atividades da compactação.
diversidade vegetal (Preventiva)
- Tratar e dar destino adequado
para os resíduos sólidos
23. Alteração da paisagem produzidos pelos serviços.
Construção dos edifícios. (3/4/16/21) – (Preventiva)
natural
- Realizar obras de paisagismo
24. Poluição visual procurando manter as espécies
naturais da região. (23/24/25) –
Construção civil.
25. Intrusão visual (Mitigadora)
CONCLUSÕES
A partir dos resultados, conclui-se que vários componentes ambientais foram impactados, de
forma negativa, na área de estudo, principalmente o solo, a água, a fauna e a flora. Entre as
principais causas desses impactos estão as atividades realizadas de forma inadequada, sob o aspecto
ecológico, para a construção das edificações e utilização do solo em áreas experimentais agrícolas,
bem como outras realizadas na fase de operação do empreendimento, como, por exemplo, a
destinação ambientalmente inadequada de resíduos sólidos.
Em algumas áreas, além dos fatores ambientais se encontrarem impactados, estes se
encontram alterados de forma significativa, ou seja, degradados, sendo que algumas delas estão em
estágio de recuperação natural.
Por fim, com a aplicação das medidas de controle ambiental espera-se que sejam reduzidas
as alterações nos fatores ambientais e consequentemente aumentada a preservação do meio
ambiente.
REFERÊNCIAS
LIMA, F. C.; LEITE, J. C. A. Estudo de avaliação e diagnóstico dos impactos ambientais dos
impactos ambientais resultantes da implantação do campus universitário da UFCG em Pombal
– PB. Relatório Final de Projeto PIBIC - UACTA/CCTA/UFCG, Pombal: PB, 2011.
PHILIPPI JR., A.; ROMERO, M. de A. & BRUNA, G. C. Curso de gestão ambiental. São Paulo:
Manole, 2004.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: Conceitos e Métodos. 2a ed. São Paulo: Oficina
de Textos, 2008.
RESUMO
O rio Amazonas nasce no Peru no Rio Apurímac, passa a chamar-se Solimões ao entrar no território
Nacional, recebe o nome de Amazonas após a junção com o Rio Negro. É o maior rio do mundo em
volume de água e comprimento com 6.937,08 km de extensão, sua bacia hidrográfica é a maior do
mundo, com uma superfície aproximada de 7 milhões de km². É o Rio as ruas da Amazônia cujo
transporte fluvial incorpora os aspectos econômicos, sociais e ambientais no desenvolvimento
sustentável da região, cuja população ribeirinha aprenderam a viver e conviver com os períodos de
cheias e vazante relacionando os saberes e práticas ao modo de viver, a saúde e a doenças,
construídos historicamente através das relações familiares e sociais. Neste trabalho busca-se
analisar a saúde e a segurança dos barcos regionais com capacidade até 50 passageiros que singram
os rios amazônicos, destacando a saúde e a segurança concernente a aplicação da legislação
marítima fluvial no procedimento próprio da navegação regional conhecida dos navegantes fluviais
como lei natural, chamada ―lei do rio‖. Trata-se de uma pesquisa-ação e atividades de campo in
loco, objetivando avaliar os impactos socioeconômicos ambientais, referente à aplicação da
legislação marítima. Não se pretende apresentar soluções definitivas para as questões tratadas no
presente trabalho, como resultado conclui-se que os rios amazônicos constituem meios de transporte
de massa, assumindo importância socioeconômica fundamental para a região fortalecendo a
socialização nas comunidades, e que devido a precária infraestrutura das embarcações, a
fiscalização penúriosa do Estado, e a alienação dos passageiros concernente à saúde e a segurança,
sendo acomodados no mesmo convés onde é estivada a carga, colocando em risco a segurança e a
saúde dos tripulantes, dos passageiros, da carga e da própria embarcação, ou seja, representam a
possibilidade real de acidente fluvial.
ABSTRACT
The Amazon River rises in Rio Apurimac in Peru, will draw up Solimões to enter the national
territory, receives the name Amazonas after the junction with the Rio Negro. It is the world's largest
river by volume of water and with length 6937.08 km long; its watershed is the largest in the world,
with an area of approximately 7 million square kilometers. Is the Amazon River streets whose
fluvial transport incorporates economic, social and environmental aspects of sustainable
development in the region, whose local population learned to live and cope with periods of flood
and ebb knowledge and practices relating to the mode of living, health and disease, historically
constructed through family and social relationships. This paper seeks to analyze the health and
safety of regional boats with capacity up to 50 passengers sail through the Amazonian rivers,
highlighting the health and safety concerning the application of maritime legislation in fluvial own
procedure known navigators of river navigation as regional law natural, "law of the river". This is
an action research and field activities in situ, to evaluate the socioeconomic environmental impacts,
on the application of maritime legislation. Not intended to provide definitive solutions to the issues
addressed in this work, as a result it is concluded that Amazonian rivers are means of mass
transportation, assuming fundamental socio-economic importance to the region by strengthening
socialization in communities, and that due to the poor infrastructure boats, penúriosa State
supervision and disposal of passengers concerning health and safety, being accommodated in the
same deck where the cargo is stowed, endangering the safety and health of the crew, passengers,
cargo and of itself vessel, e, and present the real possibility of fluvial accident.
Keyswords: Amazon River; Inland waterways; Health and Safety in the boats.
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Objetiva-se no presente artigo apresentar uma abordagem sobre a saúde e a segurança das
embarcações mistas (canoas, rabetas, a jato e barcos regionais construídos principalmente de
madeira) que navegam nos labirintos do rio Amazonas, usada para transporte de passageiro e carga
em geral de até seis metros de comprimentos com capacidade para até 50 passageiros, destacando a
saúde e a segurança conforme disposto na Legislação, Regulamentos e Normas sobre Segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho e na Navegação Marítima Fluvial e os demais procedimentos próprios
MATERIAL E MÉTODOS
A abordagem deste estudo refere aos aspectos metodológicos, trata-se de uma pesquisa-ação
com trabalho de campo com coleta de dados in loco, nos barcos que realizam a travessia dos
passageiros para os municípios do entorno da cidade de Manaus (Careiro da Várzea, Iranduba,
Novo Airão, Rio Preto da Eva) objetivando avaliar os impactos socioeconômicos e ambientais,
referente à aplicação da legislação marítima concernente a saúde e a segurança dos passageiros e da
carga.
Thiolent (2004), define o termo metodologia da pesquisa-ação, como sendo um tipo de
pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma
ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Além das leituras no material didático disponibilizado sobre o tema, por meio de uma revisão
bibliográfica, que teve como objetivo embasar e uniformizar os conhecimentos primordiais sobre o
assunto. Para melhor abordagem, fez-se necessário dividir o artigo em três seções. A primeira seção
está destinada às considerações gerais sobre o rio Amazonas. Na segunda seção, aborda-se a
legislação marítima da segurança da navegação e na terceira seção discorre-se sobre a saúde e
segurança das populações ribeirinhas no contexto da navegação nos rios, igarapés, furos e igapós do
Rio Amazonas.
Figura 01: Rio Solimões, Rio Negro, Porto de Manaus e Rio Amazonas
Fonte: SOUSA, S.G.A. et al (2013)
Sua alimentação é plúvio-nival, devido ao fato de que no alto curso de seus formadores, no
Peru, estão acima de 3.000 metros de altitude, onde o degelo da neve no verão exerce influência em
seu volume e nível. Enquanto que no Brasil seu regime é pluvial, em decorrência das chuvas que
caem nos dois hemisférios, provocando uma flutuação anual, regular, monomodal, e de grande
amplitude, no nível da água do Rio Amazonas. As flutuações no nível da água, dirige o
funcionamento ecológico do sistema. Durante o período de nível alto dos rios, todo o sistema sofre
inundação.
Segundo Amadio (2007), os rios e a floresta do Amazonas constituem um ecossistema
(figura 2) complexo de canais, rios, lagos, ilhas, depressões, permanentemente modificadas pela
sedimentação e transporte de sólidos em suspensão, influenciando também a sucessão da vegetação
terrestre pela constante modificação, remoção e deposição de material nos solos, seu ciclo
hidrológico é subdividido em 4 períodos: seca, enchente, cheia, e vazante a partir dos valores
obtidos no porto de Manaus.
Diante desta realidade amazônica ocorrem impactos naturais, oriundos de mudanças
climáticas, refletidas na dinâmica de enchente e vazante do rio (figura 2). Possui em suas margens o
rio Amazonas grandes extensões de terras baixas, conhecidas como várzeas. Durante seis meses
estas terras são inundadas pelas enchentes e na vazante deixam rios com apenas filetes de águas.
Devido as influências climáticas, o desmatamento, resultado de ações antrópicas que a cada ano
atingem a região, agravam a situação de vida da população ribeirinha na Amazônia, ou seja, é vista
como fonte de lucro a floresta e toda sua rica biodiversidade. Estes habitantes vivem um eterno
recomeço, seja pela relação de produção, seja pela enchente e vazante.
Sendo primordial a vida, os rios e seus meandros cumprem sua função e através dele o
ribeirinho viabiliza suas atividades econômicas e sociais livremente, navegando sem a menor
preocupação com a segurança, utilizando-se de vários tipos de embarcações regionais.
A LEGISLAÇÃO MARÍTIMA
A LEI DO RIO
Pelas suas condições o rio Amazonas, de relativa tranquilidade, quando não no curso
principal, pelo menos nos seus inumeráveis furos, igarapés, igapós e paranás, permitindo o acesso e
a atracação praticamente em qualquer barranco, desempenha a função de via de navegação interior.
Considerando que estes rios desempenham condições de navegabilidade e exigem uma navegação
com características próprias, tanto nos rios de boas condições de navegabilidade, como, nos rios de
condições de navegabilidade menos favoráveis, a navegação praticada deve ser sempre considerada
como navegação em águas restritas, cercando-se o navegante permanentemente dos cuidados e
atenções especiais inerentes a este tipo de navegação. Ocorre que na região uma lei natural, há
muito conhecida dos navegantes fluviais, chamada ―LEI DO RIO‖, qual prescreve: ―Quem navega a
favor da correnteza segue a meio caudal, enquanto quem sobe o rio segue próximo à margem; quem
desce o rio tem a preferência‖ (RIPEAM, 2007).
Dada as características de baixo e médio curso dos rios do Amazona é lenta. Aliás, não
existem obstáculos marcantes separando os cursos e os limites, estes oscilam ao longo do ano,
subindo os rios na época da enchente e descendo na época da vazante, onde ocorrem, com razoável
frequência, modificações naturais que alteram as condições de navegabilidade de determinados
trechos, com mudanças no canal de navegação. A dinâmica da navegação fluvial exige
familiarização com o trajeto, isto é, um conhecimento prático do local semelhante ao requerido
As pequenas embarcações (barcos, motor, canoas, rabetas, a jato) são os elos de socialização
dos ribeirinhos com as comunidades, pois é o rio quem o dá acesso à igreja, casa da família, amigos,
festas, escola e ao comercio. Geralmente estas embarcações são de propriedade de famílias de
pobres, de baixa renda, e que muitas vezes utilizam-se deste meio de transporte para ganhar seu
sustento, através da pesca, do transporte passageiros, de frutas e verduras, entre outros. Todos os
membros da família dirigem o pequeno barco, as canoas e as rabetas, crianças, jovens, adultos e os
idosos, não existindo nenhum tipo de fiscalização. Mesmo porque, para o Estado, a maior parte
destas embarcações nem existe. Outro problema é a contaminação de alimentos transportados como
carga que viajam junto com os passageiros, sem que haja uma separação adequada dos dois, o que
ocorre com frequência. Em muitos casos as pessoas vão deitadas em redes ou sentadas em sacos de
farinha, cereais, frutas, e estes são contaminados com coliformes fecais até a chegada no seu destino
final, sendo muitas vezes consumidos sem as menores condições de higiene. Estes consumidos,
comprometem a saúde de quem as ingere. Não podemos esquecer que várias doenças estão ligadas
ao consumo de alimentos contaminados como a cisticercose, a brucelose, as doenças diarreicas, a
salmonelas e a Hepatite A. (SANTOS, GAMA, FERNANDES, 2010).
Em todas as comunidades ribeirinhas ocorrem o mesmo padrão de dificuldades na questão
acesso à saúde e a segurança alimentar, de modo geral, estes possuem um diagnóstico próprio de
seus males: a ―indisposição da viagem‖. As causas que justificam o surgimento dessas doenças, em
sua grande maioria, são sinônimas das relações inapropriada com a natureza e/ou com os outros
membros da comunidade que vivem em precárias condições de saneamento, por razões
socioeconômicas e culturais, e estão relacionadas ao meio ambiente, compreendendo habitação, tipo
de solo e variações climáticas, duas condições que norteiam o cotidiano das comunidades
ribeirinhas. Além destas variáveis, estas populações convivem ainda com a subalimentação, a
educação e saúde precárias, que, quando somadas, resultam na má qualidade de vida de suas
crianças.
RESULTADO E DISCUSSÕES
Além disso, não há orientação, educação e prevenção com o que é transportado em matéria
de carga, os produtos alimentícios e as pessoas que podem estar ao lado ou em cima de carga de
produtos tóxicos, combustíveis fosseis e demais materiais contaminantes e explosivos. Os
passageiros podem ser contaminados ou acidentados com estes produtos pelo contato e inalação.
Não há orientação sobre os riscos de acidentes com a manipulação dos motores e explosão, assim
como, informações sobre a capacidade da quantidade de cargas e pessoas que podem ser
transportadas em função das mudanças climáticas e hidrográficas, que ocorrem com frequência
sobre as correntes fluviais da bacia Amazônica. Toda essa dinâmica da mobilidade fluvial praticada
pela população ribeirinha Amazônica carece ser compreendida e sistematizada para que haja maior
aplicação da legislação do tráfego marítimo fluvial, em consonância com a saúde, a segurança da
navegação e a valorização do conhecimento tradicional desse meio de transporte das populações
ribeirinhas Amazônicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se desta forma a não participação e/ou exclusão da população ribeirinha que todos
os dias transitam nos rios amazônicos de forma irregular pela falta de informação e conhecimento
acerca das normas da segurança da navegação marítima fluvial. Devido a precária infraestrutura
portuária regional, a fiscalização penúriosa da navegação feita pelo estado brasileiro, a alienação
dos passageiros e tripulantes concernente à saúde e a segurança, e a ganância do
proprietário/armador pelo lucro contribuem e permitem a navegação sem segurança. Assim sendo,
esta discussão não se encerra, mas abre a oportunidade para novos olhares e novas leituras sobre o
REFERÊNCIAS
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rápida dos períodos hidrológicos em áreas de várzea... Acta Amaz. vol.37 no.2 Manaus June
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THIOLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2004. 107p.
RESUMO
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) torna-se uma ferramenta importante no diagnóstico
ambiental de uma área em processo de degradação fornecendo subsídios para a tomada de decisão,
considerando os fatores saúde, bem-estar humano e meio ambiente, elementos dinâmicos no estudo
que permitem quantificação dos itens qualitativos e quantitativos, possibilitando, desta forma,
observar o grau em que determinado cenário ambiental está sendo afetado. Assim, o objetivo deste
trabalho consiste na avaliação simplificada dos impactos ambientais existente no interior de uma
área pertencente ao Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias, da Universidade Federal da
Paraíba localizada entre os municípios de Solânea e Bananeiras No campo foram identificadas e
descritas as atividades impactantes evidentes e em seguida georreferenciadas. Posteriormente,
foram fotografadas, expostas num mapa no sentido de viabilizar a avaliação de seus impactos os
quais foram caracterizados qualitativamente a partir da utilização do método da Matriz de Interação.
Identificaram-se nove ações impactantes na área: queimadas, resíduos sólidos, resíduos líquidos,
estradas, retirada de solo, pecuária, campo de futebol, pista de aeromodelismo e criatório de suínos
cujos impactos ambientais relacionados e qualificados mostraram que todos influem negativamente
no meio ambiente. O compartimento abiótico apresentou resultado igual ao biótico para o número
de impactos relacionados diferentemente do compartimento antrópico. De maneira geral, conclui-se
que o método utilizado para a identificação e qualificação dos impactos se mostrou eficiente
possibilitando uma visualização rápida dos impactos mais importantes se tornando um instrumento
de auxílio no processo de avaliação, controle e adoção de medidas de controle.
Palavras-chave: Degradação, meio ambiente, qualidade ambiental.
MATERIAL E MÉTODOS
A matriz de Interação qualifica os impactos seguindo critérios apresentados por Silva (2008)
com características de valor, ordem, espaço, tempo, dinâmica e plástica, os quais apresentam
subsídios para adoção de medidas ambientais minimizadoras ou potencializadoras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram identificadas nove ações impactantes na área: queimadas, resíduos sólidos, resíduos
líquidos, estradas, retirada de solo, pecuária, campo de futebol, pista de aeromodelismo e criatório
de suínos os quais foram evidenciados no mapa apresentado na figura 2.
Contaminação da cadeia
ATI
VID
Ocupação do habitat
Ocupação do habitat
Ocupação do habitat
Ocupação de habitat
Diminuição da base
Diminuição da base
Diminuição da base
Diminuição da base
Microbiota do solo
Qualidade química
Processos erosivos
Conforto olfáctico
AD Partículas solidas
Conforto térmico
Conforto sonoro
Conforto visual
ES
Compactação
Temperatura
Fotossíntese
IMP
subterrânea
superficial
alimentar
AC
Turbidez
de gases
genética
genética
genética
genética
TA
Saúde
NT
ES
Quei N n n ni ni n n n n n n n ndlc n n n n
mad d d d e r v d dr d ir d ir tv dl d d i
as lc e e m m l m r o r m m c c
t ct o y y y y m y o t y t t
v v p v v v v tv v t v v
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Pecu n n n n n n n ndlc
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v v v v
Cam n n n n n n n n ndc
po d d d d d d d d av
de c c c c c c c c
fute a a a a a a a a
bol v v v v v v v v
Pista n n n n n n n n ndc n
de d d d d d d d d av d
aero c c c c c c c c c
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Criat n n n n n n ndlc n n
ório dl dl d dl d d av d i
de ct c lc c lc lc l m
suín v y y a a a c v
os v v v v v a
s
Quadro 1- Matriz para identificação e qualificação dos impactos ambientais da área degradada.
20%
40%
40%
Figura 3 – Distribuição dos impactos ambientais nos três compartimentos (Abiótico, biótico e antrópico) na
área degradada.
Todos esses impactos poderiam ser minimizados pela adoção de medidas de manejo, tais
como:
Controle e planejamento da expansão urbana pela administração pública municipal do
entorno da área;
Implantação de sistema de tratamento de efluente;
Coleta e disposição adequada dos resíduos sólidos;
Criação de mecanismos para facilitar a interlocução do poder público com a população;
Incentivar a participação dos moradores do entorno da área no desenvolvimento responsável
da área;
Implantação de educação ambiental para a população local.
CONCLUSÕES
Todos os impactos ambientais identificados são negativos sendo originados das atividades
humanas na área e estão, a princípio, relacionados aos danos potenciais ao meio ambiente;
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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UFV, p. 410-435, 2008,
Jhony VENDRUSCOLO
Pós-Graduando em Ciência do Solo/UFPB
jhoven2@hotmail.com
RESUMO
Inseridos no contexto de maior vulnerabilidade ambiental e socioeconômica no Brasil, o estudo
buscou o olhar do povo Potiguara da Paraíba, sobre as mudanças e impactos ocorridos na sua cultura
agrícola e os possíveis agentes ou fatores causadores das mesmas. Através de entrevistas realizadas
com anciãos Potiguara, relatando a partir de sua vivência e enquanto atores do processo, suas
percepções a cerca do seu território. Onde ficou notório a intervenção de grandes latifundiários no
atual cenário de produção agrícola que se encontram e, ainda o descaso com uma antiga comporta que
não mais funciona, impossibilitando o uso do Paú na Terra Indígena Potiguara sua melhor área
agricultável, concluindo, que politicas publicas e uma intervenção agroecológica pode atuar
revalidando a cultura agrícola Potiguara.
Palavras-chave: Vulnerabilidade Ambiental, Anciãos Potiguara, Entrevistas.
ABSTRACT
Within the context of greater environmental and socioeconomic vulnerability in Brazil, the study
sought to look Potiguara of Paraiba people about the changes and impacts occurred in your farming
culture and possible causes agents or the same factors. Through interviews performed with elders
Potiguara, reporting as from his experience and as actors in the process, their perceptions to about
their territory. Where stayed notable the intervention of large landowners in the current scenario of
agricultural production that meet and still the disregard with an ancient gate that no longer operates,
precluding the use of Pau in Indigenous Land Potiguara your best arable area, concluding that
public policies and agroecological intervention can act revalidating the farming culture Potiguara.
Keywords: Environmental Vulnerability, Potiguara elders, Interviews.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 188
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada na Terra Indígena Potiguara, uma das três terras indígenas
constituintes do Território Indígena Potiguara (Figura 1). Onde se situa o município de Baía da
Traição-PB, nas coordenadas geográficas de 6°41'31" latitude Sul e 34°56'51" longitude oeste. O
estudo foi realizado nas aldeias São Miguel e na aldeia Forte, as duas distando aproximadamente 2
km da sede do município, ambas as aldeias se encontram inseridas num contexto de visíveis
transformações e vulnerabilidade.
Figura 01- Território Indígena Potiguara mostrando localização das diversas aldeias (Fonte: CARDOSO &
GUIMARÃES, 2012).
Este estudo envolveu entrevistas em nível de campo, valorizando a narrativa dos próprios
indígenas sobre sua percepção das mudanças no modo de produção agrícola ocorridas na sua região
a partir de suas próprias experiências e história de vida enquanto atores do processo.
Foram escolhidos três Anciãos, um da aldeia São Miguel e um da aldeia Forte e o ultimo um
ancião e também ex-cacique da aldeia São Miguel. Por meio de entrevistas registradas com gravador
digital se obteve seus relatos em momentos distintos.
De acordo com Andrade (2008), a valorização da fala espontânea dos entrevistados,
conferindo-lhe um caráter central na pesquisa, enriquece a construção do discurso científico na
medida em que sobressalta a simbologia, os significados, o ordenamento e a lógica peculiar do
discurso nativo. A partir desta ótica, este trabalho foi desenvolvido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Documentos históricos relatam que foi de suas terras que os potiguara sempre tiraram seu
sustento, com uma agricultura bem desenvolvida de acordo com seu ambiente. Onde se destacava a
produção de mandioca como principal, seguindo-se o milho, a batata, o feijão, o jerimum, o
amendoim, evidenciando uma abundancia de alimentos nas comunidades, onde plantavam ainda
algodão e fumo, (MOONEN, 2008).
Na segunda metade do século XX os potiguara enfrentavam a invasão de suas terras por
diversos interesses, pode-se citar, alguns grandes fazendeiros, a grande companhia de tecido da
poderosa família Lundgren, além dos plantadores de cana, incentivados pelo governo.
Esses latifundiários se apossaram de grandes extensões de terras indígenas, desmatando para
extração de madeira e levantando seus grandes monocultivos, ainda mais, depois dos anos 60, com
o advento da revolução verde, aliado a injusta demarcação das terras. O que fez com que
ocorressem mudanças na cultura agrícola do povo potiguara.
―A terra era muito adubada, um adubo natural da própria mata. Então se você colocava um
roçado, ia plantar milho, feijão, abacaxi e outras coisas no terreno que era mata, então isso
com o tempo, com as queimadas, derrubadas, desmatamento, desapareceram, hoje sobre
esse terreno não tem mata, então esses terrenos estão pobres. Por isso que hoje planta-se
diferente, só dá nesse terreno se colocar adubo.‖ (ex-cacique Nel, Ancião Aldeia São
Miguel)
Apesar dos modelos da revolução verde estarem associados a discursos progressistas para
toda a sociedade, a população rural se viu mais pobre, aumentou a insegurança alimentar e a fome,
houve deterioração da saúde e enorme depredação do meio ambiente (ALTIERI, 2006). Mostrando-
se inviável à agricultura familiar, principalmente por danos aos agroecossistemas, às economias e
saúde e, na realidade do povo Potiguara, intensificou o conflito em relação à terra.
Além das ações dos invasores, se referem a outros fatores que também contribuíram com a
transformação do modo de produção do povo potiguara.
―Tinha os Paú também que trabalhava plantando a macaxeira, a bananeira e isso tudinho era
a agricultura daqui, não tinha negocio de irrigação... A agricultura aqui caiu demais, demais,
diminuiu muito, muito mesmo. Diminuiu por que o povo não quer mais trabalhar. O Paú aí
era coberto de lavoura de arroz de macaxeira de bananeira de tudo tinha e tudo que planta-
se dá, nessa várzea aí. Mas o rio aterrou, encheu, agora os Paú é tudo cheio d‘agua,
ninguém pode plantar, por que a comporta que quebrou e o governo não botou outra.‖
(Antônio, Ancião Aldeia São Miguel).
Dessa forma, em especifico para a TI Potiguara, relatam a restrição de umas das melhores
áreas para cultivo agrícola que é o Paú, uma vez que não pode ser mais utilizado, já que
permanecem encharcadas pela não manutenção de uma comporta que controlava o nível do
principal rio da TI Potiguara, Como também é enfatizado nesta fala...
―Se o Paú fosse utilizado, todo mundo produzia, como antes, todo mundo aqui era
autossuficiente, ninguém comprava farinha... hoje quase todo mundo compra farinha‖ (Ex-
cacique Nel Ancião da Aldeia São Miguel)
―Chegou o tempo, por causa do povo das canas, os próprio índios já estão plantando cana
também. Então mudou por causa das comportas que não tem mais e dos plantadores de
cana.‖ (Terezinha, Anciã da Aldeia Forte).
Observa-se a partir dos depoimentos feitos pelos Anciãos do povo Potiguara, que os mesmos
apontam claramente os fatores responsáveis pelas mudanças e os impactos causados no seu modo de
produção, em discursos bem parecidos. Podendo ser citado, os grandes latifundiários, em especial o
cultivo da cana-de-açúcar, presentes no território indígena, levando uma realidade de aumento do conflito
CONCLUSÃO
A partir dos relatos dos anciãos potiguara, nota-se que é perceptível para estes, as mudanças
agrícolas e as causas que às provocaram no seu território. Citam como principais, os impactos
causados pelos grandes latifundiários, principalmente com o cultivo da cana-de-açúcar, e o descaso
com uma antiga comporta que controlava o nível do rio na TI Potiguara, impossibilitando o uso da
área de paú que era amplamente cultivada.
Diante disso, tornam-se importantes nesse processo, políticas públicas direcionadas e um
possível processo de transição agroecológica a partir do conhecimento Potiguara de suas terras e,
valorização de sua cultura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
PALITOT, E. Os Potiguara. In: MARQUES, C.F.; ARAÚJO, I. X.; SIMAS, H. C. P (Org). Lendas e
causos do povo Potiguara. João Pessoa: editora da UFPB, 2009. p. 8-10.
RESUMO
A fruticultura irrigada no município de Ipanguaçu/RN se expandiu gradativamente, sendo tal fato
decorrente da presença de grandes grupos empresariais, que passaram a investir na fruticultura de
larga escala. Tal investimento repercutiu também em mudanças sociais, econômicas e ambientais
por vezes benéficas ou adversas. Porém, assim como outras atividades econômicas, se mal
planejadas podem vir a promover alterações adversas no ambiente. O presente trabalho objetivou
identificar prováveis impactos ambientais advindos da fruticultura irrigada no município, em
especial a cultura da banana, e foi realizado através de um estudo de caso em uma empresa
multinacional. Como instrumentos de coleta de dados foram adotados um Check List, que consiste
em uma lista de itens que foram observados no empreendimento para identificar ocorrência de
possíveis impactos ambientais e entrevista realizada com o responsável pelo Departamento de
Gestão Ambiental da empresa. Pôde-se concluir que o empreendimento tem no processo produtivo
alguns fatores que podem ser causadores de impactos ambientais, como por exemplo, a utilização
de agroquímicos classificados como extremamente tóxicos e muito perigosos ao meio ambiente,
podendo causar contaminação dos recursos naturais e também efeitos nocivos à saúde. Há um
controle ambiental do empreendimento, porém o que foi constatado é que a realização de tal deve-
se principalmente a pressões externas oriundas dos consumidores e de imposições legais.
Palavras-chave: Alterações Ambientais. Cultura da Banana. Controle Ambiental.
ABSTRACT
The irrigated horticulture in the municipality of Ipanguaçu / RN expanded gradually, being this fact
due to the presence of large enterprise groups, which started investing in large-scale fruit
production. Such investment has also resulted in social, economic and environmental sometimes
beneficial or adverse changes. However, like other economic activities, if poorly planned may well
promote adverse changes in the environment. This study aimed to identify potential environmental
impacts resulting from irrigated horticulture in the city, especially bananas, and was carried out
through a case study of a multinational company. As instruments for data collection were adopted a
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 194
Check List, which consists of a list of items that were observed in the project to identify the
occurrence of possible environmental impacts and interview with the head of the Department of
Environmental Management Company. It could be concluded that the project has some factors in
the production process that can be sources of environmental impacts, such as the use of pesticides
classified as extremely toxic and very dangerous to the environment, may cause contamination of
natural resources and also harmful effects health. There is an environmental control of the business,
but what has emerged is that the realization of this is due mainly originated consumer and legal
constraints external pressures
Keywords: Environmental Changes. Culture of Banana. Environmental Control.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 3 - Substituição das carnaúbas por Figura 4 – Imagem aerea dos bananais no Vale
bananais no município de Ipanguaçu no Vale do Açu, 2008.
do Açu Fonte: Universidade do Estado do Rio Grande
Fonte: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2008).
do Norte
Diante das imagens acima, pode-se ter uma ideia da dimensão da devastação das carnaúbas,
sendo substituídas por bananais no Vale do Açu, principalmente no município de Ipanguaçu. De
acordo com Souza e Jales (2005), que realizaram um estudo sobre os impactos ambientais da
fruticultura irrigada em uma comunidade do município de Mossoró/RN, o alto índice de
A Sigatoka Amarela se identifica como uma das mais graves doenças da cultura da
bananeira no país, e ocorre nas folhas. É geralmente influenciada pelas condições climáticas: chuva,
orvalho e temperatura. Várias medidas podem ser tomadas para o controle desta doença, tais como:
drenagem do solo, combate às plantas daninhas, nutrição do bananal, desfolha sanitária e
sombreamento, mas o uso de fungicidas ainda é a principal forma de controle (CORDEIRO, 2002).
No empreendimento estudado, para o controle desta doença é utilizado o fungicida com nome
comercial ―TILT‖ e que tem como princípio ativo o Propiconazol. Segundo consulta à base
―Agrofit‖ de Agroquímicos do MAPA (2013), o produto segundo a toxicologia é classificado na
classe I – extremamente tóxico. Na classificação ambiental é considerado classe II - produto muito
perigoso ao meio ambiente. A bula também foi consultada para verificar o grau de toxidade do
produto, e houve certa incoerência ao compará-la com a ficha de informação de segurança dos
produtos químicos – FISPQ. A bula indica que o produto é considerado extremamente tóxico –
Classe I, já a FISPQ indica que o produto é pertencente à Classe III, que equivale a medianamente
tóxico, sendo estes originados pela própria empresa de fabricação. Este tipo de princípio ativo,
segundo Schiesari (2012), é tóxico ao sistema reprodutivo ou ao desenvolvimento de fetos e são
contaminantes de águas subterrâneas, podendo acarretar em contaminação das águas de poços.
Em pesquisa realizada na região do Baixo do Jaguaribe, onde se encontra a mesma prática
agrícola, foi contatado e apresentado no relatório da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos -
Figura 6 - Drenos indo em direção ao rio no Figura 7 - Rio que Recebe a água dos drenos
município de Ipanguaçu/RN, 2013. com inicio de eutrofização em Ipanguaçu,
Fonte: Autora da Pesquisa 2013.
Fonte: Autora da pesquisa.
Outra atividade que pode estar acarretando alterações, principalmente no recurso hídrico, diz
respeito à possibilidade dos agroquímicos serem carreados para os drenos (figura 6) que vão
diretamente para o rio. O excesso de água utilizada na irrigação é toda drenada e direcionada para
os mananciais próximos as áreas cultivadas, tendo uma grande possibilidade que em conjunto com
essas águas, escoem também fertilizantes, herbicidas e fungicidas utilizados no processo de
produção. A água utilizada no Packing House que contém cloro e detergente vai para estes drenos,
mas, segundo o relato do entrevistado, esta água passa por um filtro de argila antes de ser
direcionada ao dreno. Já a água utilizada na irrigação tem seu excesso retornado ao rio por meio de
escoamento superficial ou através da percolação profunda, podendo chegar até os depósitos
subterrâneos. Segundo Chagas, [2009?], essa água percolada ou escoada pode conter resíduos de
fertilizantes e outros defensivos agrícolas, acarretando riscos de contaminação dos recursos hídricos
presente no local. De acordo com Who (1991 apud Romano, 2006), os agroquímicos, que são
aplicados na superfície do solo, são suscetíveis a perdas por escoamento e também pela erosão.
O empreendimento não disponibilizou as análises das águas que vão para o rio. Segundo o
entrevistado, estas retornam em melhor qualidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do estudo realizado, foi possível observar que o empreendimento trouxe várias
mudanças, tanto sociais, econômicas, como também ambientais ao município de Ipanguaçu. O
aspecto visual foi a principal alteração que resultou da instalação desse grande grupo empresarial,
podendo acarretar em modificações da diversidade de espécies existentes no local, tanto da fauna,
REFERÊNCIAS
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RESUMO
Os materiais poluentes químicos, vindo principalmente de grandes empresas, vêm sendo um
problema, contaminam o ambiente, alimentos, consequentemente, a cadeia trófica, alcançando
assim o homem. Em função do acúmulo desses materiais, bem como de suas consequências
danosas, estão sendo realizados estudos para solucionar esse problema em meios aquosos como rios
e mares, utilizando materiais de baixo custo e a técnica da adsorção, um processo físico-químico de
interface entre duas substâncias (adsorvente e adsorvato), aplicando essa metodologia para a
descontaminação ambiental. Ou seja, a ideia consiste em utilizar os processos de adsorção como
técnicos de despoluição de corpos hídricos pela total ou parcial remoção de poluentes presentes
nesses sistemas. Para isso, nesse trabalho, foi utilizado um material de baixo custo como adsorvente
– a casca do cajueiro –, obtido in natura, seco para eliminação de umidade ou outras substâncias
presentes e moídos para obtenção de melhor granulometria. As potencialidades adsortivas desse
material foram testadas frente ao corante orgânico azul de metileno usado como adsorvato padrão
nos experimentos. Os testes de adsorção foram realizados em batelada assim como foram utilizadas
soluções aquosas com valores de pH constantes (soluções tampão com pH‘s entre 1 e 10). Também
foram realizados ensaios de adsorção levando em consideração a relação entre a concentração do
corante, as massas do material adsorvente e o tempo de contato. Os demais fatores inerentes às
reações de adsorção tais como, temperatura e granulometria foram mantidas constantes para se
evitar variações nos resultados obtidos entre as amostras estudadas.
Os dados iniciais obtidos demonstraram a viabilidade e o emprego desse material como adsorvente
para a descontaminação hídrica, pois, em certos, obtivemos resultados bem próximos de 100 % de
remoção do corante do meio, seja pela faixa de pH estudada, seja pela quantidade de material
adsorvente empregada ou mesmo pela concentração do corante no meio.
Palavras-chave: Adsorção, azul de metileno, casca de cajueiro, meio ambiente.
INTRODUÇÃO
A Msup. A Msup.
Figura 01. Representação esquemática do processo da adsorção, onde A representa o adsorvato e M(SUP.)
representa o adsorvente.
METODOLOGIA
H O H O H O
H H H
O H O H O H O
OH OH OH
H H H
H OH H OH H OH
O adsorvato padrão utilizado nestes experimentos foi o corante azul de metileno, cuja
fórmula estrutural é apresentada na Figura 03. Essa substância apresenta anéis aromáticos,
heterocíclicos, é um sólido verde escuro, solúvel em água, produzindo solução azul, inodoro, com
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 209
fórmula molecular: C16H18ClN3S e massa molar 319,85 g.mol–1 [9], possuindo grupos cromóforos
responsáveis pela sua intensa coloração e um grupo polar responsável pela sua fixação, como pode
ser observado na Figura 03.
H3C +
CH3
N S N
H3C Cl- CH3
Figura 03. Estrutura química do corante azul de metileno.
4 5 6
Figura 04. Fotos que demonstram as etapas de adsorção do corante azul de metileno sobre cada um dos
materiais sólidos: 1) pesagem do adsorvente; 2) preparação da solução estoque do corante; 3) preparação da
solução do corante com pH constante; 4) mistura da solução ao adsorvente; 5) filtração; 6) comparação com
os padrões.
100
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
pH
Figura 05. Gráfico da quantidade de corante adsorvido em função do
pH.
0,200 96 75
0,300 98 68
0,400 100 55
0,500 89 70
Na Tabela 01, pode-se constatar que o aumento da massa do material adsorvente, não
ocasionou de forma direta o aumento na quantidade de corante adsorvida, ou seja, a granulometria
final de todos os sólidos investigados já proporcionava uma alta área superficial por menor que
fosse a massa utilizada, incorrendo numa saturação completa da superfície do sólido pelo corante
mesmo com quantidades mínimas utilizadas. Isso tudo pode ser explicado por perdas de massa
% Adsorção
2x10–4 94 75
3x10–4 96 81
–4
4x10 98 85
5x10–4 99 92
Além disso, para a observação dos resultados de adsorção com maior exatidão, determinou-
se o tempo mínimo necessário de aproximadamente 24 horas. Para análise desses resultados foi
construída uma classificação qualitativa do tipo excelente, satisfatória, baixa adsorção e nenhuma
adsorção. Sendo que essa classificação teve como base os registros fotográficos antes e após os
processos adsortivos do corante sobre os diferentes materiais, para cada pH, considerando a
indisponibilidade de um espectrofotômetro.
As imagens fotográficas que são apresentadas como exemplo nas Figuras 06 e 07 referentes
ao processo antes e após a adsorção do corante sobre a casca do cajueiro, foram significativas para o
registro dos processos de remoção dessa substância de uma solução aquosa, haja vista que, a
solução do corante, por apresentar uma intensa coloração azul (Figura 06), por vezes adquiria uma
pálida coloração azulada e em diferentes tonalidades, após mistura, homogeneização, filtragem e
separação do material sólido (Figura 07), de acordo com o pH investigado. A figura 07 tem como
exemplo a casca da macaxeira, outro material utilizado em nossa pesquisa.
Figura 07.Solução do corante azul de metileno após processo de adsorção sobre casca de macaxeira em pH 3.
100 100
80 80
60
% Adsorção
60
% Adsorção
40 40
O presente trabalho foi proposto com o intuito de buscar formas simples e economicamente
viáveis que pudessem ser usadas no tratamento da água, em virtude da grande importância desse
recurso. E, a partir dos estudos realizados, foi possível constatar que, dos seis materiais
investigados, apenas a casca de laranja não apresenta potencial caráter adsorvente para esse tipo de
finalidade. Os demais materiais, casca de macaxeira, casca do cajueiro, casca da semente de
abóbora e a casca da palmeira de coco, podem sim ser usados no tratamento da água em uma vasta
faixa de pH e com baixíssimas quantidades. Complemento ainda essa possibilidade da aplicação
desses materiais, corroboram o fato de serem substâncias simples, viáveis economicamente e muito
disponíveis em qualquer região do país.
Esses materiais, que porventura muita das vezes são subestimados e descartados,
aumentando o volume em lixões e aterros, poderiam ser utilizados para o tratamento dos ambientes
aquáticos que estivessem poluídos com o corante azul de metileno ou outras substâncias que
apresentassem uma similaridade com esse corante. Dessa forma, o volume de lixo acumulado por
esses materiais seria sensivelmente diminuído e se aproveitaria o caráter adsortivo de cada um deles
para uma efetiva descontaminação e tratamento da água.
REFERÊNCIAS
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Technology. 97: 1061, 2006. Também algumas referências contidas nesse artigo.
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CHAVES, J.A.P.; SANTANA, S.A.A.; SCHULTZ, M.S.; SILVA, H.A.S.; PENHA, R.S.; VIEIRA,
A.P.; SOUZA, A.G.; BEZERRA, C.W.B. Kinetics and thermodynamics of indanthrene textile
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SOUZA, A.G. Estudos Cinéticos, Isotérmicos e Termodinâmicos Referentes à Adsorção do
Corante Têxtil Rubi 2G Dianix sobre Quitosana. Química dos Materiais, 1: 13, 2011.
RESUMO
As formigas apresentam uma ampla distribuição no planeta habitando diversos ecossistemas
naturais ou artificiais sendo usadas em muitas pesquisas como bioindicadores de alterações
ambientais causadas por atividades antrópicas. O trabalho teve como objetivo observar a
distribuição espacial de diferentes gêneros de formigas na ilha de Carimã (Raposa), assim como,
sua abundância e diversidade e relacionar esses dados com fatores ambientais como temperatura,
umidade e tipo de solo. As coletas foram realizadas mensalmente com armadilhas de solo em
diferentes ambientes na ilha de Carimã. As formigas estão sendo conservadas em álcool 70 %.
Houve predomínio do gênero Azteca mostrando uma grande adaptação destas formigas aos
ambientes estudados.
Palavras-chave: Formigas, distribuição espacial, diversidade, ambiente.
ABSTRACT
Ants have a wide distribution on the planet inhabiting different natural or artificial ecosystems
being used in many studies as bioindicators of environmental changes caused by anthropogenic
activities. The aim of this work is to observe the spatial distribution of different kinds of ants on the
island of Carimã (Raposa), as well as their abundance and diversity, and relate these data with
environmental factors such as temperature, humidity and soil type. The collect are being held
monthly with pitfall traps in different environments on the island of Carimã. Ants are being
preserved in 70% alcohol and then mounted for identification. So far predominated Azteca showing
a great adaptation to environments studied these ants.
Keywords: Ants, spatial distribution, diversity, environment.
INTRODUÇÃO
11
Pesquisa financiada pela FAPEMA
As coletas foram realizadas nos períodos de estiagem e de chuvas com armadilhas de solo,
produzidas a partir de garrafas pets cortadas com o seu gargalo voltado para sua parte interna,
formando um funil. Para atração das formigas utilizou-se isca de sardinha moída.
A biodiversidade de formigas tem sido estudada com o objetivo de compreender as
perturbações ocasionadas pelas constantes simplificações dos ecossistemas naturais (Majer 1996),
pois além de responderem ao estresse do meio, as formigas apresentam ampla distribuição e
abundância local, são facilmente amostradas e relativamente mais fáceis de serem identificadas do
que outros organismos (Alonso & Agosti 2000).
Na área de estudo observa-se grande degradação antrópica causada, sobretudo, pelo lixo
depositado a céu aberto. A região de Carimã está se tornando um roteiro turístico importante, daí os
estudos preliminares sobre biodiversidade serem de suma importância para que no futuro se
compreenda como o turismo alterou a composição florística ou faunística, ou então, promover-se
projetos de desenvolvimento sustentável para se impedir a diminuição da biodiversidade desses
ambientes.
Quase cinco mil quilômetros do litoral brasileiro são constituídos de restingas e dunas
(Araújo & Lacerda, 1987) que, no Maranhão, misturam-se com as vegetações de cerrado. Por isso a
vegetação de dunas merece atenção especial devido à intensa modificação a que está sujeita, e ao
papel que desempenha na preservação da morfologia costeira (Feitosa, 1998). As espécies vegetais
aí encontradas apresentam um conjunto de adaptações relativas às condições extremas de
salinidade, baixa disponibilidade de água e intensa radiação solar (Scarano et al 2001).
REFERÊNCIAS
ALONSO, L.E. & D. AGOSTI. 2000. Biodiversity Studies, Monitoring, and Ants: An Overview, p.
1-8. In D. Agosti, J. D. Majer, L. E. Alonso & T. R. Schultz (eds.), Ants: standard methods for
measuring and monitoring biodiversity. Smithsonian Institution Press, Washington, 280p.
ARAÚJO, D.S.D & LACERDA, L.D., 1987 A natureza da restinga. Ciência Hoje 6(33): 42-48.
MAJER, J.D. 1996. Ant recolonization of rehabilitated bauxite mines at Trombetas, Pará, Brazil. J.
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207-219. In: S. Watanabe (org.). Anais do Simpósio de Ecossistemas da Costa Sul-sudeste
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SCARANO, F.R.; DUARTE, H.M.; RIBEIRO, K.T.; RODRIGUES, P.J.F.P & BARCELLOS,
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TOMLINSON, P. B. 1986. The botany of mangroves. Cambridge University Press, Cambridge. 413
pages.
RESUMO
A análise proposta neste trabalho refere-se na vulnerabilidade dos elementos culturais, territoriais e
ambientais decorrentes dos conflitos envolvendo os indígenas, em virtude, da atuação de obras de
uma grande empreiteira de extração mineral, localizada em torno da comunidade tradicional
indígena do Povo Pitaguary. A mesma ocupa tradicionalmente o sopé da Serra da Aratanha, entre os
municípios cearenses de Maracanaú e Pacatuba, distantes aproximadamente 26 quilômetros da
capital Fortaleza. A comunidade indígena tem enfrentado diferentes conflitos à efetivação de seus
direitos, principalmente quanto ao acesso ao patrimônio natural, pois a mesma, desde a implantação
do aldeamento local tem sofrido na utilização da área, onde se localiza a pedreira e também se
desenvolvem as tradições dos rituais indígenas. Dentre as principais dificuldades enfrentadas pela
comunidade indígena, destacam-se as problemáticas paisagísticas, hídricas e de saúde na aldeia de
Santo Antônio do Povo Pitaguary. Foi diagnosticado o desaparecimento de afluentes e riachos que
antes subsidiavam recursos à comunidade, já em relação à saúde, ocorreu um aumento de doenças
respiratórias tais como, asma, bronquite e pneumonia, em razão da presença da contínua da
empreiteira em torno do território. Outra preocupação da comunidade indígena é a transformação
paisagística da Serra da Aratanha, pois com a realização da extração mineral, as áreas degradadas
devido aos desmatamentos, avançam de forma progressiva colocando em risco áreas preservadas do
aldeamento. Assim a possível solução reivindicada pela comunidade indígena é a desativação
definitiva da pedreira e efetivação de um sistema de ecoturismo, pois dessa forma os impactos
socioambientais gerados pela atuação da empreiteira se mitigariam e a comunidade voltaria a
utilizar as áreas em torno de seu território gerando recursos e mantendo o equilíbrio da relação
homem e natureza.
12
Orientador - Prof. Dr. Edson Vicente da Silva, Dpto. em Geografia da UFC
ABSTRACT
The analysis in this paper the proposed refers to the vulnerability of cultural, territorial and
environmental elements Arising from Conflicts Involving indigenous peoples, as a result, the
performance of works of a large general contractor of mineral extraction, located around the
traditional indigenous community of Pitaguary People. The same traditionally occupies the
foothills of the Serra da Aratanha, between the Municipalities of Ceará of Marazion and Pacatuba,
Approximately 26 km distant from the capital Fortaleza. The indigenous community has faced
different Conflicts to effectuate Their rights, Mainly Regarding access to natural heritage, since the
same, since the deployment of the local village has Suffered in the use of the area, where is located
the quarry And Also develop the traditions of indigenous rituals. One of the main Difficulties faced
by indigenous community, highlight the problems of landscape water and health, in the village of
Santo Antônio do Pitaguary People. Was Diagnosed the disappearance of tributaries and streams
before funding resources to the community, in respect of health, there was an Increase in respiratory
diseases such as asthma, bronchitis and pneumonia, because of the presence of remains of general
contractor around the territory. Another concern of the indigenous community and the Serra da
Aratanha landscape transformation, because with the realization of mineral extraction, the degraded
areas due to deforestation advance progressively endangering preserved areas of the resort. So the
possible solution claimed by the indigenous community and the end deactivation of the quarry, and
completion of the system of ecotourism, because in this way the environmental impacts generated
by the performance of the contractor and mitigate if the community would use the areas around its
territory, generating resources and keeping the balance of the relation between man and nature.
Key Words: Vulnerability, Environmental, Indigenous Community, Territory, Ecotourism.
INTRODUÇÃO
A história de luta dos povos tradicionais na formação do Brasil foi construída através da
destruição de muitas nações indígenas, por meio de confinamentos, violências e genocídios, a
colonização causou o avanço da degradação ambiental e a conquista dos territórios indígenas
tradicionais. Fez também com que os índios restantes se agrupassem em diversificadas
concentrações em pequenos territórios espalhados pela nação.
Segundo os cronistas do século XVII, o aldeamento de Santo Antônio do Pitaguary surgiu
após a ação missionária dos jesuítas, que com auxílio do cacique Amahi fundaram o primeiro
núcleo populacional indígena em Maracanaú. O objetivo principal da ação dos jesuítas era a
catequese, para assim submeter os índios a fé católica.
Figura 01- Localização Geográfica da Terra Indígena Pitaguary no estado do Ceará, 2014.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 226
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A elaboração deste trabalho foi possível graças a uma parceria com a Escola Indígena de
Educação Básica do Povo Pitaguary, na qual se obteve a colaboração de professores, estudantes e
pais de alunos, no que tange a obtenção de dados e informações a respeito da realidade desse povo.
As ações foram efetivadas através do projeto de extensão Interações Didáticas para
Educação Indígena e Ambiental - IDEIA, vinculado ao Laboratório de Geoecologia das Paisagens e
Planejamento Ambiental pertencente ao Departamento de Geografia da Universidade Federal do
Ceará, onde se obteve os materiais de consumo, apoio logístico, e acesso a bibliografias atualizadas
a respeito dos temas: povos indígenas, Educação Ambiental, sustentabilidade e planejamento e
gestão territorial.
A partir de levantamentos de dados primários, como documentação cartográfica da área,
obtenção de imagens de satélites, e delimitações das terras indígenas dos Pitaguary, através da
FUNAI (Fundação Nacional do Índio), foi possível identificar e mapear as paisagens das terras
indígenas. O mapa que foi produzido pelos autores, teve como base softwares livres, no caso o Q-
Gis na versão 2.0.
Foi realizado levantamento a partir de trabalhos de campo realizados na comunidade,
ajudando a compor um cenário ilustrado da situação atual da área. Também serviu como material
para análise do quadro geral da vulnerabilidade e riscos ambientais, assim como prova material das
condições degradantes impostas pela pedreira instalada nos arredores das terras dos Pitaguary.
Entretanto, um dos problemas decorrentes da crescente urbanização e dos conflitos por
terras ocasionados, principalmente, pela pedreira, foi à localização e a identificação dos ―índios não
aldeados‖, que correspondem àqueles indígenas que não possuem residência nas terras demarcadas.
Recorreu-se na pesquisa a utilização de entrevistas estruturadas e semiestruturadas, com
agentes de saúdes que trabalham diretamente com a comunidade que cerca as terras indígenas.
A interpretação dos dados obtidos nos levantamentos de campo, referentes às entrevistas
realizadas na comunidade, foram de grande relevância para a composição final do quadro geral da
situação de insalubridade da população e vulnerabilidade territorial da comunidade indígena.
Verificou-se até onde os problemas, referentes à deterioração da saúde os riscos ambientais dos
indígenas está vinculada diretamente às ações da pedreira, e como alcançam e afetam essa
comunidade.
A realidade vivenciada pela comunidade Santo Antônio do Pitaguary na luta contra o grande
empreendimento da pedreira, deve-se ao fato que a mineração segundo a comunidade, está situada
Figura 02: Centro de Referência de Assistência Social localizado na Terra Indígena Pitaguary,
Fonte: Silva, 2014.
REFERÊNCIAS
Decreto 4.297, de 10 de julho 2002 - Regulamenta o art. 9o, inciso II, da Lei no 6.938, de 31 de
agosto de 1981, estabelecendo critérios para o Zoneamento Ecológico Econômico do Brasil -
ZEE.
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Indígena dos Pitaguary no ceará. Fortaleza - CE 2014.
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Repensando a Geografia, 1994.
PELLEGRINI, F. Américo. Ecologia, Cultura e Turismo. 6°Ed. Papirus, São Paulo - SP, 1993.
www.funai.gov.br
RESUMO
O turismo vem provocando diversas modificações nas paisagens particularmente nos municípios
litorâneos. Este artigo visa discutir os efeitos do turismo no bairro de Búzios, localizado no
município de Nísia Floresta no Rio Grande do Norte, em particular sobre a dinâmica geológica. A
metodologia é baseada em revisão bibliográfica, trabalhos de campo e realização de entrevistas com
moradores do local. Os resultados apontam que devido ao crescimento da construção civil e do
turismo na região, a praia de Búzios vem perdendo as suas principais características naturais.
Palavras-chave: Turismo, Praia, Nisia Floresta/RN
ABSTRACT
The tourism has led to several changes in landscapes particularly in coastal municipalities. This
article discusses the effects of tourism in Búzios, located in the municipality of Nísia Floresta in Rio
Grande do Norte, in particular about the geological dynamics. The methodology is based on
literature review, fieldwork and interviews with local residents. The results show that due to the
growth of the civil construction and tourism in the region, the beach of Buzios is losing its main
natural features.
Keywords: Tourism, beach, Nísia Floresta/RN
INTRODUÇÃO
No Brasil a região que mais se beneficia da prática turística é o Nordeste, pois possui
exemplos benéficos geradores de desenvolvimento regional, acarretando na produção de renda para
a população e no crescimento econômico. As atividades ligadas ao turismo são equivalentes a 9, 8%
do PIB da região, o que representa um faturamento de R$ 42,7 milhões por ano, de acordo com um
Nísia Floresta, quando nos referimos ao potencial do espaço físico, tem grande capacidade
turística como é o caso do turismo de sol e praia e o turismo cultural. Mas, infelizmente, em alguns
casos não supre as necessidades básicas necessárias para que haja um crescimento significativo do
turismo local. Necessidades como saneamento básico, educação, infraestrutura, saúde, vias de
acesso, entre outros fatores essenciais a todo município são escassos em grande parte de Nísia
Floresta.
Esse problema tem sido debatido entre os políticos locais, onde, os mesmos têm apresentado
soluções, tais como o investimento em profissionais na área do turismo, manutenção dos atrativos
culturais, como o túmulo de Nísia Floresta, e uma maior divulgação através de folders elaborados.
No entanto, poucas das propostas foram postas em prática.
Nísia Floresta conta com mais de 20 lagoas abastecidas pelos lençóis freáticos, muitas com
excelente infraestrutura, belas paisagens e diversão fornecida pelos empreendedores locais, como,
por exemplo, a tirolesa ou o pedalinho na lagoa de Arituba (figura 3), dentre as muitas lagoas
também destaca-se a lagoa do Bonfim que, apesar de não fornecer boa infraestrutura é ótima para
Além das lagoas, Nísia Floresta contém belas praias, muitas, com cenários paradisíacos
como é o caso da praia de Tabatinga com ondas relativamente tranquilas e as suas tão conhecidas e
procuradas falésias, destacam-se também a Praia de Pirangi do Sul, Barreta e Camurupim com
águas tranquilas represadas por recifes, assim como destaca-se a Praia de Búzios, que é um dos
focos desse trabalho, alternada por águas calmas e violentas, sem contar nas dunas que também é
forte atração para os ―Bugueiros‖.
Segundo a Prefeitura Municipal de Nísia Floresta, artigo número 22 da Lei Complementar
do Plano Diretor Participativo de Nísia Floresta de 2007, a área especial de interesse turístico e de
lazer será classificada como área prioritária, de potencialidade turística, onde é possível o
desenvolvimento de planos e programas de interesse turístico, bem como a uso econômico da área
para dar suporte ao desenvolvimento da atividade turística e de lazer da população e dos turistas
visitantes.
Alguns dos eixos estratégicos que definem as diretrizes de expansão urbana e
desenvolvimento do território municipal, segundo a prefeitura de Nísia, serão: a consolidação da
atividade turística com o disciplinamento da ocupação do território, como fonte geradora de renda,
ocupação de mão de obra e polarizadora do desenvolvimento sócio econômico visando a um
controle da densidade demográfica, da distribuição estratégica dos equipamentos e serviços, da
diversidade morfológica e a incorporação ao poder público do papel de articulador de projetos
especiais focando o desenvolvimento do turismo sustentável.
Em pleno século XVI, no Brasil o atual estado do Rio Grande do Norte, era de pleno
domínio da nação Potiguara, derivada da etnia Tupi, cujas aldeias situavam-se em ambos os lados
do rio Potengi. Segundo Cascudo, informações mais antigas indicam grande população indígena na
região onde se fundou a cidade de Natal. A caça, a pesca, o clima, as condições ecológicas de
persistência, ambientavam e mantinham uma sociedade indígena que ainda o português encontrou
prolífera e possivelmente feliz (CASCUDO, 1980:92).
O Rio Grande do Norte foi palco de grande transitoriedade de povos, bem como os
franceses, que fizeram amizade com os indígenas e logo começaram a praticar a troca de
mercadorias europeias por produtos exóticos da terra brasileira, principalmente, o pau Brasil e
utilizavam-se da terra Potiguar para descansar de suas grandes expedições, concertar suas
embarcações e firmar pontos para combater os portugueses (SPENCER, 1996).
Existe em Búzios uma região chamada de Rio Doce nome que já denominou o próprio local,
onde de fato, existe um rio, hoje, quase extinto. Mas que outrora serviu de fonte de abastecimento
Sem contar com a invasão de grandes construções a beira mar, como condomínios e
mansões para veraneio, exemplificado nas figuras 8 e 9. Essas grandes construções limitam o
Figura 8 e 9 – invasão das construções nos limites da praia. Fonte: dos autores.
―A maré ficava lá fora, quando era de noite a gente ia para as areias brancas. Deitávamos os
meninos e íamos para a praia. Agora não tem mais praia não. A maré toma conta.‖ Segundo uma
antiga moradora de Búzios, comentando acerca da invasão de construções no limite da praia.
De acordo com Pye & Tsoar (1990) a morfologia de dunas costeiras está ligada diretamente
a quatro fatores principais que são: a morfologia da praia e dinâmica da linha de costa, nas quais
influenciam, por exemplo, na taxa de suprimento de areia; a características do vento, incluindo a
distribuição da intensidade, frequência e variabilidade direcional; a extensão e crescimento da
cobertura vegetal e as atividades humanas, que podem trazer impactos diretos e indiretos
(ARAÚJO, 2004).
A área de estudo apresenta-se profundamente modificada pela ação do homem, parte da
região dos corredores de vento é hoje ocupada por residências (ARAÚJO, 2004). A atividade
antrópica vem crescendo intensamente, provocando a diminuição drástica das áreas. Em Búzios,
devido ao desordenado crescimento das construções, a forma das grandes aglomerações de areias
vem sendo alteradas, como as dunas são as principais protetoras da ação do mar na zona de praia, à
retirada dos sedimentos e a terraplanagem dos terrenos contribui para degradação das proteções
naturais opostas as ressacas marinhas. Além de implicar também na perda de uma parte da
diversidade vegetal e animal da região (CORREIA, MARQUES, PALHARES, RODRIGUES &
TRINDADE, 2013).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANGELIM, Luiz A. A. et al. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do Norte:
Texto Explicativo dos Mapas Geológico e de Recursos Minerais do Estado do Rio Grande do
Norte - Escala 1:500.000. CPRM: Recife, 2006.
ARAÚJO, Veronica Dantas de. Mapeamento geológico de uma área entre natal e nísia floresta - rn
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ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. Geomorfologia: ambiente e planejamento. 8 ed. São Paulo:
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SILVA, João dos Santos Vila da; SANTOS, Rozely Ferreira dos. Zoneamento para planejamento
ambiental: vantagens e restrições de métodos e técnicas. Revista caderno de ciências e
Tecnologia, Brasília, v. 21, n. 2. p. 221-263, maio/ago. 2004.
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo diagnosticar as condições socioambientais do município de
Viana (integrante da Baixada Ocidental Maranhense), visitando as principais áreas impactadas,
dando destaque ao desequilíbrio ambiental causado pela redução da fauna e da flora e à introdução
de espécies exóticas, identificando as diversas formas de uso, classificando as formas e os agentes
de ocupação.
Palavras-chave: Baixada Maranhense, Viana, Impactos Ambientais
ABSTRACT
The present work aimed at diagnosing the environmental conditions of the municipality of Viana (
integral Baixada Ocidental Maranhense ) browsing the main impacted areas, highlighting the
environmental imbalance caused by the reduction of fauna and flora and the introduction of exotic
species, identifying the different forms of use, classifying the forms and agents of occupation.
Keywords: Baixada Maranhense, Viana, environmental impacts
INTRODUÇÃO
MÉTODOS
Para a execução dos objetivos propostos neste trabalho foram utilizados métodos e técnicas
de análise geográfica. Tendo como ferramenta diferentes procedimentos a partir da visita de campo
e analise de dados.
No primeiro momento, antes da viagem de campo, foram feitos levantamentos
bibliográficos, tais como leituras de obras, aulas e discussões, onde estiveram presentes professores
e alunos envolvidos nas pesquisas, para que pudessem ser feitas as devidas conclusões relacionadas
à temática do trabalho.
Durante a viagem de campo, o grupo envolvido no projeto Biblioteca Digital da Baixada
Maranhense, sendo esta uma plataforma digital de domínio público contendo trabalhos acadêmicos,
acervos particulares e relatos orais de memória referentes à microrregião da Baixada Maranhense,
fez levantamento de dados através de registros fotográficos e diálogos orais com moradores locais,
que foram devidamente registrados através de anotações e gravações (autorizadas pelos
entrevistados), para que posteriormente servissem de relatórios relacionados à problemática.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O município de Viana, assim como os demais municípios da Baixada, foi fundado e cresceu
em função dos ricos recursos obtidos da natureza, principalmente dos seus sistemas fluviais. Porém
a exploração indevida acarretou em diversas problemáticas relacionadas ao meio. Por ser uma
cidade que cresceu em função dos rios, os impactos ambientais estão principalmente relacionados a
eles.
Banhada pelo Rio Maracu, Viana enfrenta atualmente grandes dificuldades geradas pela
utilização indevida- geralmente visando algum retorno financeiro- de seus sistemas lacustre e
consequentemente da fauna e flora situada às suas margens.
O arroz, que começou a ser plantado em maior escala em Áreas de Proteção Ambiental em
meados de 2007, vem causando grandes preocupações para os moradores ribeirinhos e para os
ambientalistas de toda região. Tal preocupação está relacionada à grande capacidade que o arroz
tem de absorver água, aumentando a possibilidade de invasão de águas salgadas, pondo em risco o
desaparecimento de peixes e os outros animais que dependem da água doce para sobreviver.
As plantações são feitas em áreas de proteção ambiental e para piorar a situação são
colocadas cercas, por vezes eletrificadas, para delimitar o ―território‖ de cada produtor. Quando o
período de colheita termina, as cascas do arroz são simplesmente jogadas nas águas, sendo
transportadas pela corrente, que logo em seguida depositando-se no fundo do rio, o que aumenta o
processo de assoreamento. Esse entulho é mais um dos fatores prejudiciais aos pescadores, que
além de não conseguirem peixes, também não podem navegar pelos rios.
O arroz, mesmo que traga uma forma de renda temporária para os trabalhadores da lavoura,
está prejudicando a pesca (principal forma de subsistência da população ribeirinha), e danificando o
meio ambiente.
Assoreamento do Rio
Criações Bubalinas
―Inicialmente, a chegada dos búfalos na Maranhão foi apresentada por planejadores estatais
como a redenção econômica da Baixada. Na segunda metade dos anos 1960, o governo
incentivou a importação de búfalos para o Estado com o apoio da SUDAM e Embrapa; o
Banco do Estado do Maranhão (o extinto BEM), Banco da Amazônia e o Banco do Brasil
financiaram os criadores para adquiri-los. Atendendo a solicitação de agropecuaristas, o
Banco do Brasil e o Banco da Amazônia abriram uma linha de crédito especial para a
bubalino cultura. A política de financiamento se apresentava muito atrativa, fornecendo
juros anuais de 7%, ao prazo de 12 anos com seis de carência‖ 3.
No entanto, não se levou em conta os impactos que estes ocasionariam, observando-se que
atualmente os problemas referentes à criação de gado são maiores que os lucros obtidos com o
mesmo, destacando a contaminação por suas fezes que são depositadas no rio, a grande área que é
CONCLUSÃO
Os principais fatores de desequilíbrio ambiental presentes em Viana, assim como nos demais
municípios da Baixada Maranhense, estão diretamente relacionados à ação antrópica, que ocorre de
maneira irregular e imprudente, não respeitando as leis que proíbem a ocupação e utilização das
áreas que atualmente se encontram como centro das discussões sobre impactos ambientais na área
acima estudada. Geralmente tais ações são motivadas pelo interesse meramente lucrativo que a
região oferece aos grandes produtores rurais, que não consideram a forma como seus produtos serão
prejudiciais à natureza e à população local. Segundo Nonato Reis, ―Decretar sua morte (Rio
Maracu) é assinar o atestado de óbito do ecossistema de uma vasta região da Baixada, que se
mantém graças a um delicado equilíbrio de enchente e vazante. E, em última instância, é selar o
destino de populações ribeirinhas, já tão massacradas pela ausência de políticas públicas‖.
O trabalho proposto atingiu os seus objetivos, ao diagnosticados os principais fatores de
impactos ambientais e as suas consequências, e os fatores sociais que os envolvem.
“Só quando a ultima árvore for derrubada, o ultimo peixe for morto e o ultimo rio poluído, é que o
homem perceberá que não pode comer dinheiro.”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONCEIÇÃO. M.V.S.; MOREIRA, J.F.; FARIAS FILHO, M.S. O espaço Natural da Baixada
Maranhense. In O Espaço Geográfico da Baixada Maranhense. São Luís, MA. JK gráfica
Editora, 2012.
(SMDDH, 1993)
Provérbio Xingu.
Fomento:
RESUMO
As ações antrópicas ao longo dos tempos têm alterado a fertilidade dos solos e reduzido a
capacidade dos bioindicadores de indicar o nível de degradação de um ambiente.
As ocorrências de queimadas e incêndios provocam mudanças na florística e na estrutura da
vegetação. Pode ocorrer diminuição de densidade de árvores e arbustos favorecendo o
estabelecimento certas espécies e provocando eliminação de espécies sensíveis. As ervas
espontâneas desenvolveram mecanismos de defesa para a perpetuação da espécie, tais como, grande
produção e capacidade de disseminação de sementes, além da alta longevidade. Apesar das plantas
espontâneas apresentarem risco para a produção agrícola, elas possuem funções de grande
importância para o reconhecimento de determinadas áreas; elas atuam como bioindicadoras: acidez
do solo, ausência/presença de determinado nutriente, desestruturação do solo, falta/excesso de água.
Também contribuem com a disponibilização de nutrientes ao solo, ciclagem de nutrientes e
contribuição para a diminuição da erosão do solo. O presente trabalho objetivou-se identificar a
flora pioneira como bioindicadora em área degradada por queimada analisando as espécies
ressurgidas das cinzas. Foram identificadas 11 famílias botânicas, do qual destacou-se a família
Poaceae, exemplificando a espécie Cynodondactylon conhecida popularmente por Grama de seda
ou de Burro
Palavras-chave: Ervas espontâneas, solo compactado, degradação
ABSTRACT
Anthropogenic actions over time have altered soil fertility and reduced the ability of the biomarkers
to indicate the level of degradation of anenvironment. Fire occurrences and fire causes changes in
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A propriedade pertencente à Família Farias Alves desde 1975, possui uma área de 20
hectares, destes10 ha são destinados a reserva nativa. Até meiados da década de 90, ela foi
considerada uma das mais importantes produtora de cará preto, mandioca e feijão carioquinha do
brejo paraibano, além de benificiadora e destribuidora de farinha brejeira, onde com a seca ocorrida
nesta década essas funções foram extintas.
Levantamento florístico
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Oliveira & Franklin (1993), observando efeito do fogo sobre a mesofauna do solo,
reconhecem que a perturbação exercida do ambiente resulta no desaparecimento de vários grupos
taxonômicos, principalmente, nos períodos iniciais após a queima. percebeu-se que a baixa
densidade de algumas espécies registrou-se na área queimada, o surgimento da família poaceae
fortemente relacionada ao desenvolvimento da cobertura vegetal.
Para Rovedder et al. (2004), devido à alta sensibilidade as alterações ambientais, a fauna
edáfica vem sendo utilizada como indicador da qualidade do solo e, constataram que em
área degradada houve um menor número total de organismos e um menor índice de
diversidade, além de um menor número de collembolos, evidenciando as características de
solo degradado pela arenização. Nesse sentido, Steffen et al. (2004), reafirmam a eficiência dos
collembolos como bioindicadores da qualidade do solo. No entanto a presença da espécie Poaceae
conhecida popularmente com capim de seda ou burro ele indica solo muito compactado.
Já para Sauteer et al ( 1998) a utilização de pastagens nos processos de recuperação de
solos degradados tem sido mais uma alternativa para mitigar o processo, embora, o excesso
esteja comprovado que degradam o solo.
Em condições de desequilíbrios nutricionais, as plantas adaptadas possuem a capacidade de
exudar compostos que auxiliam a simbiose ou mesmo ácido orgânicos de baixo peso molecular que
possuem a função de solubilizar formas não-lábeis e servem de fonte de energia para
microrganismos da rizosfera destas plantas (Silva et. al., 2001; Siqueira& Moreira, 2002). Colocar
mais coisas Certas plantas podem indicar as condições atuais do solo, desde que, considere os
processos sucessórios, estratégias competitivas e distúrbios na sua maioria antrópicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando uma área é afetada por estresses como queimadas por exemplo, as ervas
espontâneas pertencentes à família Poaceae são as primeiras a ressurgirem, isso devido essas plantas
terem a capacidade de armazenar aminoácidos em seu sistema radicular favorecendo, assim, sua
rebrota pioneira, quando comparada à outras famílias botânicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Chicago, CAB Internacional
SAUTTER, K.D.; MOTTA NETO, J.A.; MORAES, A.; SANTOS, A.R.; RIBEIRO, P.J.
População de Oribatei e Collembola em pastagens na recuperação de solos degradados
pela mineração do xisto, Brasília,DF.Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.33, n.9, p.201-
205,1998.
STEFFEN, R.B.; BENEDETTI, T.; HUBNER, A.P.; KUSS, A.V.; ANTONIOLLI, Z.I.
Reprodução de colêmbolos nativos com diferentes substratos em condições de
laboratório.FERTIBIO( CD-Rom), Larges, SC, 2004.
RESUMO
O 4-nitrofenol (PNP) é um poluente orgânico que representa risco significativo para a saúde pública
e ambiental, devido ao seu potencial bioacumulativo, além de ser mutagênico ou carcinogênico.
Uma vez que o dióxido de titânio (TiO2) promove a oxidação de poluentes orgânicos, objetivou-se
preparar pós de TiO2 nanoestruturados para se avaliar os efeitos da secagem (PO1E) e/ou
tratamento térmico (PO1EF e PO1F) na melhoria de sua capacidade fotocatalítica visando a
decomposição do PNP. O procedimento experimental foi realizado em duas etapas: Síntese dos pós
de TiO2 e caracterização de sua atividade fotocatalítica na presença de luz UV, luz fluorescente e no
escuro na decomposição do PNP. A caracterização morfológica e química do pó foi realizada por
Microscopia Eletrônica de Varredura com Feixe de Emissão de Campo (MEV/FEG) acoplada à
Espectroscopia por Energia Dispersiva de Raios X (EDX). A caracterização estrutural foi obtida por
Difratometria de Raios X (DRX ). Para os ensaios de fotocatálise foram preparadas soluções de
PNP em meio aquoso com concentração de 25 mg.L-1. Um espectrofotômetro UV-vis foi utilizado
para se estabelecer os limites máximo e mínimo da absorbância/transmitância % medidas a 405 nm.
Os pós apresentam-se como partículas nanométricas aglomeradas formando uma estrutura porosa,
mostrando-se mais sinterizadas após o tratamento térmico 450 ºC/1h. Há a presença de anatásio em
todos os pós anodizados. Os resultados de fotocatálise sob luz UV e luz fluorescente demonstraram
que o P25, material de referência, foi melhor que ambos os tratamentos propostos aqui, contudo
dentre os pós anodizados de TiO2, PO1E foram os mais promissores sob luz UV e luz fluorescente,
respectivamente, na decomposição do PNP.
Palavras-chave: Anatásio, Brokita e Fosfatos.
INTRODUÇÃO
Vários métodos podem ser empregados para a descontaminação da água e do solo contendo
poluentes químicos tóxicos ou nocivos ao homem e/ou à biota e que são resultantes de atividades
antropogênicas. Em meio às diferentes abordagens empregadas estão aquelas que utilizam organismos
vivos, tais como plantas e animais, bem como fenômenos físicos e/ou químicos que promovem a
absorção, transformação e/ou decomposição destes poluentes. A fotocatálise heterogênea empregando
dióxido de titânio (TiO2) como fotocalisador tem se revelado uma técnica muito promissora para
oxidação de poluentes orgânicos, sendo o TiO2 o semicondutor mais empregado. Limitações quanto
ao uso da radiação UV, bem como a capacidade deste semicondutor em atuar na região do visível tem
conduzido os pesquisadores a modificar a morfologia e a estrutura do TiO2 por meio de novas rotas de
síntese de nanoestruturas e pelo emprego de tratamentos pós-anodização, sejam estes térmicos e/ou
químicos. Dentre os diferentes processos que podem ser empregados para a síntese de nanoestruturas,
tais como o sol-gel, a via hidrotérmica, a síntese eletroquímica se destaca, também chamada de
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Fahim & Sekino (2009), inicialmente o titânio oxida para formar uma camada
compacta de TiO2 via reação no anodo. Em seguida, ocorre o mecanismo de formação do pite (poro)
se deve aos íons cloretos. Acompanhado de uma rápida evolução de hidrogênio no catodo é observada
com grande borbulhamento na célula devido à reação no catodo.
Li, M. et al. (2011) obtiveram várias nanoestruturas de TiO2, tais como nanoanéis e
nanobastões que foram sintetizadas por anodização potenciostática de titânio. A morfologia das
nanoestruturas de TiO2 pode ser modificada pela variação do potencial aplicado. Um mecanismo
possível de formação foi sugerido com base na evolução da forma das nanoestruturas de TiO2
observados por MEV-FEG.
Em suma, existem vários métodos de síntese do TiO2, que pode ser obtido na forma de pó,
cristais, ou filmes finos. Gupta & Tripathi (2012) revisaram estudos de síntese por via úmida que,
segundo os autores, é um dos métodos de síntese mais convenientes e utilizados, pois apresenta as
vantagens de permitir o controle sobre a estequiometria, a produção de materiais homogêneos, a
formação de formas complexas, além da preparação de materiais compósitos. No entanto, podem
existir algumas desvantagens, tais como precursores caros, longos tempos de processamento, bem
como a presença de carbono como impureza. Em comparação, as técnicas de produção físicas,
embora ―ambientalmente corretas‖, são limitadas pelo tamanho das amostras produzidas serem
insuficientes para uma produção em grande escala. Cada método, portanto, apresenta sua importância
e vantagens próprias.
Segundo Silva et al. (2013) apesar das inúmeras vantagens apresentadas pelo TiO2 como
fotocatalisador, o seu band gap em torno de 3,2 eV, o torna eficaz em radiações de até 385 nm,
inviabilizando a sua utilização sob radiação visível. Neste sentido, vários estudos tem utilizado a
dopagem com metais como estratégia para melhorar a atividade fotocatalítica na região do visível.
Contudo, nem sempre a modificação do band gap para melhorar a absorção na região do visível
garante melhor desempenho fotocalítico, pois outros fatores como a estrutura e a morfologia, além de
tratamentos realizados após a síntese, como o pH de lavagem e a temperatura de calcinação, também
tem ação sobre a fotocatálise mas não são muito explorados.
4-Nitrofenol
MATERIAL E MÉTODOS
Reagentes empregados
Anodização eletroquímica
Ti c.p. (comercialmente puro) grau II foi adquirido em placas que foram tratadas segundo
Fahim & Sekino (2009). A fonte de alimentação, marca EA modelo PS2032-050, foi utilizada no
modo potenciostático, empregando-se 30V/16,5 min em 70 mL de solução aquosa de eletrólito,
utilizado por Fahim & Sekino (2009), constituído por NaCl 0,3M/NH4H2PO4 0,3 M. Após este
processo, o pó foi lavado com água destilada e separado em centrífuga, FANEM EXCELSA BABY
II, a 1200 rpm/5 min por 3 vezes. Por fim, o pó foi seco ao ar e/ou submetido à secagem em estufa,
QUIMIS 316B12, a 60 °C/1h e/ou tratado termicamente em mufla, JUNG J200, a 450 °C/1h.
O teste de quantificação do PNP constou de 5 tratamentos sob luz UV, luz fluorescente ou
no escuro (PNP 25 mg.L-1 sem TiO2, e com 5,0 mg de TiO2: BPO1E, BPO1F, BPO1EF e BP25),
com 3 repetições e 5 brancos sob luz UV (H2O destilada sem pó e H2O destilada com 5,0 mg
deTiO2: PO1E, PO1F, PO1EF e P25), com 3 repetições. Este foi dividido em três etapas, segundo o
número máximo de placas submetidas à agitação comportado na câmara. A ordem dos tratamentos
foi sorteada e os testes realizados no período de 3 dias.
As placas de Petri foram preparadas contendo 10 mL de PNP 25 mg.L-1 em 5,0 mg de TiO2 e
levadas à câmara, que foi montada em uma estufa de secagem Nova Ética com paredes de aço inox.
Foi montado um conjunto de 6 lâmpadas UVC Silvania F15WQT8 Blacklight Blue ou lâmpadas
Silvania 15W Branca, distadas de 6 cm entre si e posicionadas a 20 cm das placas. O sistema foi
mantido em temperatura média de 28°C durante 1h, dependendo do tipo e/ou presença de irradiação.
Para a agitação das soluções foi utilizado agitador magnético TECNAL com 10% de agitação. Em
seguida, o conteúdo das placas foi centrifugado na Centrífuga Refrigerada SL-701 SOLAB a 6000
rpm/20 min/21 ºC e seguiu-se a medição da absorbância/transmitância% na penumbra utilizando
Espectrofotômetro UV-vis Femto Cirrus80MB. As alíquotas utilizadas para a quantificação
espectrofotométrica foi de 3000 µL transferidos para uma cubeta de quartzo, caminho ótico de 10
mm. O comprimento de onda (λ) selecionado foi de 405 nm.
A temperatura na câmara foi monitorada durante todo o experimento, com média de iniciando
em 29ºC sob luz UV. Dada a maior energia associada ao comprimento de onda da luz UV a
temperatura média de 27°C em luz fluorescente e no escuro.
Figura 2: Imagens MEV-FEG dos pós anodizados nos diversos tratamentos na magnitude 80.000x: PO1E
(60ºC por 1 h) (A); PO1F (450ºC por 1 h) (B); e PO1EF (60ºC por 1 h, seguido de 450ºC por 1h) (C).
Percentual atômico (D) dos elementos encontrados nos pós de TiO2 (A, B e C).
O pó seco em estufa (Figura 2A) apresenta partículas micrométricas com uma estrutura de
camadas, enquanto os demais pós, PO1F e PO1EF, apresentam partículas micrométricas
sinterizadas (Figuras 2B e 2C). Em todos os pós também são visualizadas partículas e agregados de
A Figura 3 apresenta os difratogramas da estrutura cristalina dos pós. Observa-se que os picos
largos denotam que os cristais são nanométricos conforme visualização por MEV-FEG. Como
esperado, observa-se também aumento da cristalinidade nas amostras PO1F e PO1EF, que foram
submetidas ao tratamento em mufla, quando comparadas à amostra PO1E, somente seca em estufa.
Figura 3: Difratogramas dos pós anodizados em conjunto: PO1E (vermelho), PO1F (verde) e PO1EF (azul).
Pode-se afirmar que há anatásio em todas as amostras pelo ajuste dos picos ao padrão para esta
fase (código de referência PDF: 01-086-1156). Na amostra PO1E, existe um óxido com rede
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 266
semelhante a brookita (código de referência PDF: 01-076-1937), fase precursora do anatásio, porém
não há como afirmar pelo fato de os picos não estarem bem definidos. Também há uma fase
notadamente mais cristalina que as demais em PO1EF, ainda não identificada, mas que
provavelmente tem relação com os fosfatos encontrados na análise química por EDX.
Os dados percentuais foram calculados tomando-se por base a absorbância média do PNP
por espectrofotometria, seguindo a seguinte fórmula:
% Residual = (Abs PNP-TiO2 / Abs PNP) x 100
onde:
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
GUPTA, S. M.; TRIPATHI, M. A review on the synthesis of TiO2 nanoparticles by solution route.
Central European Journal of Chemistry, v.10, n. 2, p. 279-294, 2012.
LI, M. et al. Synthesis of TiO2 nanorings and nanorods on TCO substrate by potentiostatic
anodization of titanium powder. Crystal Research and Technology, v. 46, n. 4, p. 413-416, 2011.
WANG, X. et al. Visible light photoelectrocatalysis with salicylic acid-modified TiO2 nanotube array
electrode for p-nitrophenol degradation. Journal of Hazardous Materials, v. 166, n. 1, p. 547-552,
2009.
RESUMO
Anajatuba é um município da microregião da baixada maranhense, o qual localizava-se um porto de
grande importância econômica e social para a região litorânea de Maranhão: Porto das gambarras;
um local onde aconteceram diversos fenômenos naturais, que tiveram relevância na sociedade e na
logística econômica da baixada. O objetivo do artigo foi diagnosticar quais acontecimentos
afetaram este porto, levando em consideração aspectos biológicos como aparecimento de espécies
não oriundas deste local e as consequências socioeconômicas.
Palavras-chave: Baixada maranhense, impactos, porto de gambarras.
ABSTRACT
Anajatuba is a municipality in the micro-region of Baixada Maranhense, which was located in a
port of great economic and social importance for the coastal region of Maranhão: Porto das
gambarras; a place where there have been various natural phenomena, which have relevance in
society and economic logistics of baixada. The objective was to diagnose which events affected this
port, taking into account aspects such as appearance of biological species not arising out of this
place and the socioeconomic consequences.
Keywords: Baixada Maranhense, impacts, porto das gambarras
INTRODUÇÃO
O Porto das Gabarras foi um notável porto da Baixada Maranhense, pois permitiu o
desenvolvimento comercial para a cidade de Anajatuba. Ele dispunha de uma localização favorável
estrategicamente, por isso foi um dos locais escolhidos para combater a invasão francesa; sua
presença também foi marcante na Guerra da Balaiada. Graças ao lucro nas atividades comerciais
locais, foi propício o desenvolvimento de uma vila ao redor do porto, que usufruía e gerava mão de
obra para as atividades portuárias.
A vila, assim como boa parte da região da Baixada era extremamente católica, e tinha como
padroeiro o Santo Cristo Reis, com isso o povoado ficou conhecido e muito visitado, considerando
os festejos religiosos. A arquitetura das casas era desenvolvida com base nos parâmetros da época,
o que pode ser comprovada pelos vestígios de tijolos, telhas e cerâmica encontrados no local onde
foram edificadas as casas. A vila possuía de tudo um pouco, tal como campinhos de futebol para as
crianças, bares, comércios e até mesmo escolas.
Porém uma das desvantagens que o lugar apresentava era a falta de um hospital ou algo
semelhante, isto obrigava quem precisava de atendimento a ser transportado por meio das
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 272
gambarras para São Luís, contudo o trajeto era longo e imprevisível podendo durar até quatro dias,
tempo que por vezes o enfermo não dispunha, podendo até mesmo levá-lo a óbito durante o
percurso. Outra alternativa encontrada seria levá-los para a região central de Anajatuba, sendo o
local mais próximo com atendimento hospitalar, o paciente era levado às pressas em redes por um
amigo ou qualquer outra pessoa disponível.
A população local vivia quase que integralmente da agricultura das suas próprias terras,
além de aproveitar todos os recursos que o porto lhes oferecia, tais como a pesca, comércio e o
transporte que eram feitos para outros portos da baixada e para a capital maranhense. Outra forma
de comércio bastante lucrativo era o realizado entre o Porto das Gabarras e vários outros portos
internacionais do continente americano onde eram realizadas trocas clandestinas do café e da cana-
de-açúcar maranhenses pelo tabaco, uísque e outros produtos da localidade. Essas viagens
chegavam a durar anos, época que os marinheiros não possuíam qualquer contato com sua família
e/ou amigos. Todavia quando retornavam para casa eram recebidos com grande prestígio, já que o
ofício de marinheiro era uma das profissões mais cobiçadas pelos homens do vilarejo.
Um fato que os moradores até então não previam ou não se preocupavam, era que o rio
poderia assorear e isto realmente aconteceu uma vez que havia uma prejudicial evasão de detritos
do porto para o mar, causando o assoreamento e consequentemente o fechamento gradual do porto,
acabando com as bases da economia local. A população então foi obrigada a se retirar, transferindo-
se para vilas próximas ou para a sede do município, o que fosse mais oportuno para o sustento das
famílias. Outro fator para o fechamento do porto foi a construção da estrada, já que o advento desta
facilita o deslocamento, portanto as pessoas não recorreriam mais ao porto como meio de
transporte.
O nome Gabarras advém de barcos de dois andares que assim eram chamados e utilizados
para transporte de gado, suínos e até mesmo pessoas para a capital São Luis, pois ainda não havia
estrada nesta região.
A relação do surgimento do manguezal com a inviabilização de funcionamento do porto
aconteceu a partir do desenvolvimento embrionário das plantas de mangue, no qual suas sementes
podem flutuar por um período de 35 dias e quando fixadas no solo há a possibilidade de
germinação. A predominância da espécie Laguncularia racemosa Gaerth pode ser explicada pela
zonação, (distribuição das sementes no espaço físico) de acordo com as características de solo,
Igarapé de Troitá
Esse igarapé compõe um dos braços do Rio Mearim, e é de fundamental importância para o
deslocamento por mar, pois através do Troitá desemboca no Mearim de onde é possível chegar aos
demais municípios da Baixada Maranhense situados às margens do rio, também é possível chegar à
Ilha do Maranhão pelo mesmo.
As espécies de peixes encontradas em Anajatuba são muito apreciadas pela comunidade
local e pelos turistas que visitam a região. Os antigos agricultores que foram expulsos pela
concentração fundiária, viram nos lagos a chance de se manterem. Passaram então a incorporar a
pesca como uma das atividades econômicas do município.
O fato é que como passar dos anos o problema vem aumentando sobremaneira, fazendo com
que os lagos percam suas características e riquezas naturais (compostos principalmente por espécies
marinhas) e em contrapartida essa perda compromete a pesca.
Segundo relato de moradores o aterramento dos lagos e do Igarapé de Troitá é um problema
que permeia desde épocas passadas e acontecia de forma lenta e gradual, mas atualmente esse
fenômeno vem tomando proporções alarmantes. O vendedor de gelo Raimundo destacou que ―o
lago que ficava antes de chegar em Troitá já vinha sendo aterrado, mas há uns 4 anos atrás ele
entupiu e agora o acesso a outras cidades e a pesca ficou dificultada‖
Comprova-se o assoreamento dos lagos e do Igarapé a partir da diminuição do número de
embarcações que trafegam por ele, pela sua profundidade e sua largura que tem sido menores a cada
ano. Moradores mais antigos afirmam ter visto no porto gambarras - barcos de grande porte que
faziam o transporte de cerca que 20 cabeças de gados, mais a tripulação de sete pessoas e
mercadorias que seriam comercializadas na capital ou fora dela. Hoje há apenas um canal estreito
onde antes era um igarapé extenso e com certa profundidade.
Sabe-se que o assoreamento é um problema causado pela própria ação da natureza, embora
muitas vezes esse processo tenha contribuição humana. Entretanto em Anajatuba observa-se que
esse processo é de cunho quase total da natureza, sem motivos específicos observados no trabalho
de campo.
No contexto econômico essa situação está chegando a pontos alarmantes, tanto para o
ambiente quanto para a subsistência da população que depende da pesca. Destacando os problemas
sofridos pela natureza: com o assoreamento, as espécies marinhas ficam comprometidas, já que a
partir de então a pesca (que antes era feita durante todo o ano, pois os lagos recebiam e
―guardavam‖ mais águas) Atualmente é feito apenas no período das cheias, que vão de janeiro a
abril. Nos demais meses pesca-se também, sendo este o prejuízo causado: na falta de peixes em
tamanho ideal pra ser comercializados, são pescados também os pequenos. ―Durante a época seca
dos rios a qualidade de peixes em tamanho ideal para se comercializar são ínfimos, os pescadores
são obrigados a pescar também os peixes pequenos, prejudicando a população de peixes‖ (Mauro
Rêgo, informação pessoal).
A falta de peixes não compromete apenas o pescador, mas sim prejudica toda a comunidade
que depende economicamente da pesca, bem como revendedores, vendedores de gelo, restaurantes,
entre outros.
Para tentar solucionar a dificuldade de acesso do igarapé, a prefeitura manda construir
estradas sobre o campo no período da seca. ―no período que vai de junho pra frente o prefeito
manda raspar o campo, para os pescadores chegarem até lá onde o lago não entupiu‖ destacou o
morador Raimundo. Essa tentativa de solucionar acaba se constituindo mais um dos problemas que
CONCLUSÃO
Observou-se que em Anajatuba o principal problema causado com o aterro dos rios lagos,
igarapés, foi o posterior fim do porto, das atividades comerciais, e o desaparecimento dos vilarejos
que só se mantinham por conta das relações econômicas que eram desenvolvidas no porto.
Vale ressaltar que a espécie Laguncularia racemosa Gaerth apresenta uma maior incidência
neste local devido as condições apresentadas pelo ambiente, ou seja, esse local apresenta uma
quantidade maior de substrato arenoso que propicia esse espécie. Que por sua vez advém do
processo de assoreamento dos rios.
REFERENCIAS
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REIS, R. J. Costa sudeste de São Luís-MA: análise e proposta para gestão ambiental. 2005.
Dissertação (Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais) – Universidade Federal de
Pernambuco, Pernambuco, 2005.
RESUMO
Nos dias atuais as cidades paraibanas vêm sofrendo com os despejos de lixo em terrenos baldios por
falta de locais adequados para a colocação do mesmo. A cidade de Campina Grande - PB por ser a
segunda maior cidade da Paraíba e consequentemente por ter uma grande população torna-se uma
das cidades com maior índice de despejo de lixo em locais inadequados, principalmente lixo
domiciliar e de construção civil, que serão discutidos neste estudo. Objetivou-se mostrar os
principais impactos ambientais decorrentes do descarte inadequado desses resíduos, em um terreno
baldio localizado na cidade de Campina Grande – PB, e as possíveis medidas que devem ser
tomadas para recuperação desta área. Não há limpeza na área por parte da Prefeitura, pois é uma
área particular, ocorrendo assim somente à compactação dos resíduos. Os principais impactos
ambientais observados foram: destruição do ecossistema, proliferação de vetores de doenças,
poluição visual, poluição do solo e poluição do ar. O estudo realizado nesse trabalho serve também
como ênfase para os demais locais onde há o despejo inadequado desses resíduos.
Palavras-chave: domiciliar, poluição, recuperação.
ABSTRACT
Nowadays the Paraíba cities have suffered from the dumps trash in vacant lots for lack of suitable
placement of waste sites. The city of Campina Grande - PB for being the second largest city of
Paraíba and consequently to have a large population becomes one of the cities with the highest
garbage dump in inappropriate places, especially household trash and construction, which will be
discussed in this study. The objective is to show the main environmental impacts of improper
disposal of such waste in a vacant lot in the city of Campina Grande - PB, and possible measures to
INTRODUÇÃO
A população brasileira vem crescendo muito durante os últimos 12 anos, segundo dados do
IBGE, de 2000 a 2010 o Brasil teve uma taxa de crescimento de 1,17%, o estado da Paraíba de
0,90% e a cidade de Campina Grande – PB um aumento de pouco menos que 8%, o que implica
também no aumento excessivo da geração de resíduos sólidos, dentre os quais se destacam os
resíduos domiciliares e os resíduos advindos de construções civis.
No Brasil, estima-se que mais de 90% do lixo é jogado a céu aberto, gerando uma ameaça
constante de epidemias, pois os lixões fornecem condições propícias para a proliferação de doenças
(ROUQUAYROL, 1999). Além da liberação de gases, a decomposição do lixo gera o chorume,
líquido que contamina o solo e a água por compostos orgânicos e íons metálicos (BRAGA et al.
2002). Os resíduos sólidos dispostos a céu aberto também favorecem a proliferação de mosquitos,
moscas, baratas e ratos, os quais são vetores de inúmeras doenças ao homem, tais como a febre
tifóide, salmonelose, desinterias e outras infecções. Além destes insetos e roedores, constata-se a
presença de animais domésticos nessas áreas, como cachorros e gatos que, junto com as aves,
podem transmitir a toxoplasmose (ROUQUAYROL, 1999).
De acordo com Philippi Jr. et al (2005), os resíduos domiciliares são aqueles gerados nos
lares ou que quando gerados em outras atividades, possuem características compatíveis com os
gerados nos lares. Predominam restos orgânicos e outros materiais não perigosos, recicláveis ou
não.
Segundo o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), o Brasil produz cerca
de 160 mil toneladas de resíduos comercial e domiciliar por dia e dos municípios brasileiros com
coleta dos resíduos sólidos urbanos, aproximadamente 59% ainda os dispõem em lixões.
Oliveira et al (2008) argumentam que quando o cidadão coloca o lixo para recolhimento
pelo lixeiro ou jogando-o em terrenos baldios, resolve apenas seu problema individual, não se
dando conta de que as áreas de depósitos de lixo das cidades estão cada vez mais escassas e que o
lixo jogado nos terrenos baldios favorece o desenvolvimento de insetos e ratos transmissores de
doenças causando assim outros danos ambientais. A disposição dos resíduos nesses locais provoca
METODOLOGIA
A área estudada foi na Cidade de Campina Grande – PB, localizada ao lado da Universidade
Federal de Campina Grande e ao lado de uma empresa de papel, onde se tem o despejo irregular de
resíduos sólidos, sendo como principais os resíduos domiciliares e de construções civis.
O terreno possui aproximadamente 70 metros de comprimento e 30 metros de largura,
totalizando uma área de 2100 m2, não possuindo nenhum tipo de isolamento e grande parte desses
resíduos são deixados no terreno pelos próprios moradores ou moradores da região.
A pesquisa realizada resultou num diagnóstico ambiental da área afetada por problemas de
degradação causada pela disposição imprópria de lixo orgânico e inorgânico. O estudo foi realizado
através de visitas periódicas ao local, em que os dados foram coletados a partir da observação direta
e registros fotográficos.
Através de uma câmera fotográfica digital, foram retiradas diversas fotografias/imagens de
determinados trechos do local, estas retratam a atual situação do ambiente em estudo.
RESULTADOS
Ao longo das visitas pode-se verificar que os resíduos são jogados diariamente no local,
onde os principais resíduos vistos são restos de comidas, embalagens, vidros, entulhos de
construções civis e etc. Durante os deslocamentos ao local, tentamos verificar se havia resíduos
hospitalares e resíduos provenientes da indústria de papel localizada ao lado do terreno, não
encontrando nem um resquício dos mesmos.
Observou-se que houve desmatamento da mata existente no local para a colocação dos
resíduos, há muitos mosquitos e moscas, o solo está impossibilitado de produzir alimentos
agrícolas, pois além de haver a poluição do mesmo, o mesmo foi coberto pelo lixo compactado,
como pode ser visto na Figura IV e V.
Os resultados obtidos neste diagnóstico servem como base para os demais locais onde há o
mesmo problema de descarte inadequado de resíduos.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, B., HESPANHOL, CONEJO, J. G. L., BARROS, M. T. L., SPENCER, M., PORTO, M.,
NUCCI, N., JULIANO, N., EIGER, S. Introdução a Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice
Hall, 2002. v. 1, 305p.
RESUMO
Fundamentada em estudos realizados sobre o uso do solo e processos erosivos o presente trabalho
tem como objetivo averiguar o grau de conhecimento ecológico dos moradores sobre a voçoroca
formada nas proximidades do Parque Ecológico das Timbaúbas no município de Juazeiro do Norte
– CE. A questão em estudo trata-se da erosão do solo ocasionando pelo escoamento superficial
concentrado oriundo de um duto de esgoto, onde o lençol de água rasga o solo arrastando os
agregados minerais caracterizando uma voçoroca. A pesquisa foi constituída de um levantamento
preliminar teórico metodológico e da aplicação de um questionário semiestruturado a cem
moradores locais em um perímetro de 500m (quinhentos metros) da voçoroca. Foi usado o software
Excel® para tabulação dos dados. Os resultados da pesquisa apontaram que 86% desconhecem a
origem da voçoroca; 57% também não souberam quais os fatores que contribuem para o surgimento
da mesma; porém 67% responsabilizaram a prefeitura pela presença do mesmo. Entende-se que os
moradores pouco sabem o que é a voçoroca e os fatores que contribuem para o seu aumento. É
necessário fazer uma campanha educativa com o intuito de sensibilizar a população para que a
mesma mude os seus hábitos em relação ao meio ambiente no qual estão inseridos.
Palavras-chaves: geomorfologia, voçoroca, escoamento superficial concentrado.
ABSTRACT
Based on studies conducted on the use of soil erosion and the present work aims to investigate the
degree of ecological knowledge of residents about the gullies formed in the vicinity of the
Timbaúbas Ecological Park in Juazeiro do Norte - CE. The question under study it is causing soil
INTRODUÇÃO
Explicar as formas de relevo sempre foi uma curiosidade do homem, o que pode ser
confirmado por Cristofoletti (2003), onde o homem tem de compreender os processos envolvidos na
formação e transformação do relevo e o surgimento da geomorfologia como ciência. Para
Cristofoletti (2003), as formas da superfície terrestre sempre se constituíram em alvo de curiosidade
humana. Desde o inicio da civilização, encontramos alusões que tratam desta temática.
Sabendo-se que as formas de relevo se dão devido aos processos endógenos (forças atuantes
no interior da Terra) somadas aos processos exógenos (forças atuantes no exterior da Terra) torna-se
incoerente afirmar que não existe um equilíbrio entre ambos. Há, porém, alguns casos em que
pode-se constatar que um destes processos morfogenéticos (endógenos ou exógenos) venha a
destacar-se.
A geomorfologia é a ciência que estuda as formas dos relevos e os processos que estão
diretamente ligados a estruturação dos mesmos. Nascida como ciência em meados do século XIII
Ribeiro (2012) a geomorfologia está presente no cotidiano do homem, entretanto detectar o grau de
conhecimento deste ramo da ciência e, principalmente, os processos para formação, como parte da
percepção ecológica coletiva preferencialmente nos fatores geradores da voçoroca nas proximidades
do Parque Ecológico da Timbaúbas, no Município de Juazeiro do Norte é o foco desta pesquisa.
Segundo o Novo Dicionário Geológico Geomorfológico ravinas são sulcos produzidos nos
terrenos devido ao trabalho erosivo das águas de escoamento e voçorocas são formadas pela
escavação ou o rasgão do solo ou da rocha decomposta ocasionado pela erosão do lençol de
(...) (A) deslocamento de partículas por impactos de gotas de chuva, (B) transporte de
partículas de solo pelo escoamento superficial difuso, (C) transporte de partículas por
fluxos concentrados, (D) erosão por quedas-d‘água, (E) solapamento da base de talude, (F)
liquefação de materiais de solo, (G) movimentos de massa localizados, (H) arraste de
partículas por perlocação e (I) arraste de partículas por fluxos concentrados em túneis ou
dutos.
MATERIAIS E METÓDOS
Procedimentos metodológicos
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Perguntado aos entrevistados sobre a origem da voçoroca no local, apenas 14% dizem saber
como surgiu; enquanto que 86% desconhecem a sua origem, isso reflete a ignorância e o descaso
com o meio ambiente que os rodeia (Figura 3).
Origem da voçoroca
14%
Sim
Não
86%
De acordo com Bacellar (2000) e Cherobin (2012) as voçorocas podem ser consequências de
modificações antrópicas, mas não constituem um pré-requisito para o seu desenvolvimento, sendo o
homem apenas um dos agentes destas modificações, que atua acelerando o processo.
Ao serem perguntados sobre os fatores que contribuíram para o surgimento da voçoroca,
57% disseram não saber, 24% afirmaram que era devido ao escoamento pluvial e 19% a um
escoamento do duto de esgoto (Figura 4).
Percentual (%)
50%
40%
30% 24%
19%
20%
10%
0%
Não sabem Escoamento Escoamento superficial
subsuperficial pluvial concentrado
concentrado por um duto
de esgoto
Fatores
Cunha e Guerra (2003b, p.195), afirmam que existem vários métodos de controle de erosão
do solo:
As estratégias de conservação dos solos implicam a sua proteção para prevenir a ação do
impacto das gotas de chuva. Isso aumenta a capacidade de infiltração, melhorando a
estabilidade dos agregados e aumenta a rugosidade da superfície do solo. Tudo isso tem o
objetivo de reduzir a velocidade do runoff e do vento. Existe grande variedades de métodos
de controle de erosão do solo.
Aumento da voçoroca
Variável
Percentual (%)
Figura 5 – Fatores que provocam o aumento da voçoroca
Sabe-se que este tipo de ação influencia na erosão do solo, pois, quando eles depositam o
seu lixo às margens e dentro da voçoroca, fazendo com que a vegetação que ali existe morra, eles
consequentemente estão desprotegendo o solo facilitando o aumento dos efeitos do escoamento
superficial. Cunha e Guerra, (2003a, p.171), afirma o seguinte:
Entre os principais transtornos apontados como difíceis de conviver pela comunidade, 21%
afirmaram que era o avanço da voçoroca, 31% o mau cheiro ocasionado pelo lixo e os dejetos do
esgoto, 48% não responderam (Figura 6)
Transtornos
Não responderam
29%
45% Avanço da
voçoroca
26% Mau cheiro de
esgoto e lixo
Responsabilidade
Percentual (%)
80%
67%
70%
60%
50%
40%
30% 24%
20%
9%
10%
0%
Ambos Prefeitura Moradores
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo do Estado do Ceará. 2010. Disponível
em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/tabelas_pdf/total_populacao_cea
ra.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2014.
IPECE - Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Perfil Básico Municipal. 2012.
Disponível em: <http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/perfil_basico/pbm-2012/Juazeiro.pdf>.
Acesso em: 15 mar. 2014.
PALMIERI, F.; LARACH, J.O.I. Pedologia e Geomorfologia. In: Geomorfologia e Meio Ambiente.
10. ed. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 2011.
RESUMO
A expansão urbana nos países subdesenvolvidos pode se tornar um problema catastrófico quando
acontece em terrenos ambientalmente instáveis, a geomorfologia urbana é a ciência que estuda os
sítios urbanos pelo viés das características do relevo e suas inter-relações com outros componentes
da paisagem, como o clima, meteorologia, geologia, vegetação e uso e ocupação. A partir do
delineamento Geoambiental da paisagem urbana com uso do Geoprocessamento, Sensoriamento
Remoto e Análise Empírica esta pesquisa tem por objetivo geral: Objetivo geral: retrata a interface
geomorfológica do sitio urbano de Areia-PB, e especificamente: identificar paisagens de risco
urbano através da matriz geossistêmica. Como resultado principal tem-se áreas com ocupação
irregular e construções frágeis em terrenos íngremes. É plausível que essa pesquisa venha a
direcionar e possibilitar outras, que aprofundem mais os levantamentos dos problemas de
ordenamento territorial do sitio urbano de Areia e também possa subsidiar politicas publicas
urbanas.
Palavras-chave- expansão urbana, geoambiental, terrenos íngremes.
ABSTRACT
Urban expansion in underdeveloped countries can become a problem when catastrophic happens in
environmentally unstable land, urban geomorphology is the science of urban sites by the
characteristics of the terrain and their interrelations with other components bias the landscape, such
as climate, meteorology, geology, vegetation and land use and settlement. From the design
Geoenvironmental the urban landscape with the use of GIS, Remote Sensing and empirical analysis
of this research has the objective: portraying the geomorphological urban interface sitio de Areia-
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia dessa pesquisa esta embasada nas pesquisas de: Ross (1991; 1994),
Christopherson (1994), Salomão (1999), CPRM (2003) e Schaefer (2012). Para isso foram
desenvolvidas as seguintes etapas:
Revisão de literatura: do clima, meteorologia, geologia, geomorfologia, pedologia,
biogeografia e uso e ocupação da terra do município de Areia-PB.
Mapeamento do sitio urbano, análise da topografia e análise do crescimento urbano: foram
realizados com auxilio da revisão bibliográfica e do Google Earth Pro. No software utilizaram-se as
ferramentas de Comparação Histórica de Imagens; Delimitação Poligonal e Extração de Perfil
Topográfico.
Análise dos bairros, identificação das vulnerabilidades e espacialização de áreas risco: foram
adquiridos os modelos topográficos digitais, o SB–25–Y-A e o SB-25-Y-C, no banco de dados on
line TOPODATA, no datum WGS-84, com resolução espacial de 30 m. Com auxilio do software
Arc Gis 10 foram extraídas as variáveis geomorfológicas de Morfologia (forma) e Morfométria
(altitude e declividade) e incorporados os perfis topográficos e as informações climáticas,
meteorológicas, geológicas, geomorfológicas, pedológicas, biogeográficas (vegetação) e de uso e
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 299
ocupação. Através da análise empírica in loco foram analisados todos os bairros do sitio urbano,
identificado o arranjo das vulnerabilidades, fotografadas as áreas risco, e depois espacializadas as
informações nos resultados.
Todos os equipamentos (maquina fotográfica digital e o softwares ArcGis 2010), estão
licenciados para o Laboratório Multiusuário dos Cursos de Pós-Graduação, do Centro de
Humanidades da Universidade Federal de Campina Grande (CADIGEOS). O software Google
Earth Pro esta sob licença provisória de teste.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 02. Crescimento urbano e perfil topográfico do sitio urbano de Areia-PB no intervalo temporal 1969-
2010. Base de dados: Google Earth Pro 2014.
De acordo com a chave de declividade para classificação de terrenos proposta pela Embrapa,
o sitio urbano de Areia-PB apresenta terreno com: (quadro 01):
Quadro 01. Classificação do terreno do sitio urbano de Areia-PB com base na declividade.
Foram identificadas três áreas com interface Geoambiental problemática à ocupação, mas
que apresentam adensamento urbano, ou seja, um contexto de vulnerabilidade que desencadeia uma
paisagem de risco.
A primeira área recebeu o nome de Adensamento Jussara (Figura 05), localiza-se na zona
leste do Município, no bairro Jussara, na saída para Pilões, João Pessoa e etc. Nesta área a altitude
tem uma variação 590-540 m, a declividade forma terrenos ondulados e forte ondulados,
A segunda área recebeu o nome de Adensamento Palha (Figura 06), localiza-se na zona
Centro-Oeste do Município, no bairro Centro, na saída para Remígio, Campina Grande e etc. Nesta
Figura 06. Adensamento Palha do sitio urbano de Areia-PB. Base de dados: Google Earth Pro. Fotos:
Barbosa (2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
_________Geomorfologia do sitio urbano de São Paulo. Bol. Fac. Fil. Ci. Letras. São Paulo, 219p.,
1959.
_________O sítio da cidade de Salvador, in Cidade de Salvador. Imp. Ofic. da Bahia. 112p., 1960.
_________O sítio urbano de Porto Alegre: estudo geográfico. Bol. Paulista de Geografia. São
Paulo, n° 42, 130p., 1965.
FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficinas de Textos, 160p. 2008.
SALOMÃO, F. X. T. Controle e prevenção dos processos erosivos. In: Guerra, A. J. T.; Silva, A.
S.; Botelho, R. G. M. (Ed.) Erosão e conservação dos solos: conceitos, temas e aplicações. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. Cap. 7, p. 229-268.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 308
SCHAEFER, C. E. et al. Análise Multi-Critério (MCE) aplicada ao mapeamento de áreas
susceptíveis a movimentos de massa na área urbana de Viçosa-MG. IV Simpósio Brasileiro de
Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação Recife - PE, 06- 09 de Maio de 2012. p.
001 – 009.
SOCHAVA, V.B. Por uma Teoria de classificação de geossistemas da vida terrestre. Biogeografia,
n.14. IGUSP. São Paulo. 1978. 23 p.
RESUMO
A partir da segunda guerra mundial, deu-se o emprego de grandes quantidades de produtos
químicos na agricultura, com o intuito de aumentar a produção de alimentos, a qual foi chamada de
revolução. Nesta perspectiva de consciência sobre as causas e consequências do uso de agrotóxicos,
uma das alternativas é o emprego da Educação Ambiental. A escola é um espaço privilegiado para
estabelecer conexões e informações, como uma das possibilidades para criar condições e
alternativas que estimulem os alunos a terem concepções e posturas cidadãs, cientes de suas
responsabilidades e, principalmente, perceberem-se como integrantes do meio ambiente. Diante
disso, o objetivou-se analisar o conhecimento das crianças acerca do tema ―agrotóxico‖ e promover
a conscientização dos mesmos sobre os riscos de contaminação dos alimentos com o uso excessivo
desses contaminantes. Para avaliar a percepção dos alunos foi utilizado questionários estruturados,
abordando temas relevantes como agrotóxico e meio ambiente, os alimentos mais contaminados por
agrotóxicos e intoxicação humana pelo uso de agrotóxicos. Além disso, foram apresentados aos
alunos dois vídeos educacionais. Também foram mostradas as crianças duas cestas, uma contendo
alimentos com agrotóxicos e uma sem agrotóxicos, a fim de que eles indicassem diferenças básicas
entre os dois grupos. De forma geral, as crianças da escola municipal em Lagoa Seca/PB
desconhecem o os conceitos que envolvem tema agrotóxico e alimentação saudável, contudo, elas
associaram à palavra ―agrotóxico‖ com algo que possa destruir a natureza e causar danos à saúde
humana. Sendo assim, as crianças absorveram de forma positiva os ensinamentos que lhes foram
oferecidos e com isso elas puderam construir um conceito de agrotóxico e alimentação saudável de
uma forma mais acessível a sua faixa etária.
Palavras-chaves: defensivo químico, educação ambiental, soberania alimentar.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Para avaliar a percepção dos alunos de uma escola municipal na Vila Florestal de Lagoa
Seca/PB em relação aos agrotóxicos e os riscos de contaminação dos alimentos foram utilizados
questionários estruturados, abordando temas relevantes como agrotóxico e meio ambiente, os
alimentos mais contaminados por agrotóxicos e intoxicação humana pelo uso de agrotóxicos.
Além disso, foram apresentados aos alunos dois vídeos educacionais chamados de
―Conhecendo os alimentos com o senhor banana‖ e ―As Aventuras de Leo e Juju - 19 Agrotóxicos‖,
abordando temas como alimentação saudável e contaminação dos alimentos por agrotóxicos de
forma atrativa e educativa, sendo assim ideal para crianças. Também foram mostradas as crianças
duas cestas, uma contendo alimentos com agrotóxicos e uma sem agrotóxicos, a fim de que eles
indicassem diferenças básicas entre os dois grupos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram entrevistadas 30 crianças da escola municipal na Vila Florestal em Lagoa Seca/ PB.
Na oportunidade foram perguntadas as crianças se em algum momento ele já tinham ouvido falar
em agrotóxico e 90% respondeu que não e apenas 3% que sim. E quando perguntado se os
agrotóxicos destroem a natureza 67% respondeu que sim e 33% que não.
Apesar de as crianças nunca terem ouvido falar no termo agrotóxico foi observado que uma
grande maioria afirmou que os agrotóxicos destroem a natureza. A contaminação do ambiente é um
dado preocupante, pois geralmente interfere afetando o solo, águas, ar, fauna e vegetação. Quando
os agentes químicos são usados em grande quantidade podem provocar a acidez dos solos, a
mobilidade dos metais pesados e originar a salinização do solo e/ou a toxidade das plantas com
excesso de nutrientes. A pulverização, levada pelo vento, ajuda sua propagação causado males
inclusive nos próprios agricultores. (DARELLA, 2001, p. 147).
0% 0%
Sim Não A Sim Não B
Figura 1. Conhecimento dos alunos sobre agrotóxico. A. você já ouviu falar em agrotóxico; B. os
agrotóxicos destroem a natureza.
Quando foi perguntado aos alunos se os agrotóxicos podem causar alguma doença, 67% das
crianças responderam que sim e 33% respondeu que não. E em relação a se os agrotóxicos podem
matar, foi observado que 67% das crianças responderam que sim e 33% que não.
De acordo com Lyznicki et al. (1997), os efeitos dos agrotóxicos na saúde humana,
especialmente os crônicos, não têm sido caracterizados adequadamente, pois os efeitos tardios de
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 313
alguns desses químicos podem se tornar aparentes após anos de18 exposição. Apesar dessa
dificuldade, a literatura médica fornece um conjunto de indicadores que relacionam os efeitos na
saúde devidos à exposição em longo prazo aos agrotóxicos. Problemas oculares, no sistema
respiratório, cardiovascular, neurológico, assim como efeitos cutâneos e problemas
gastrointestinais, podem estar relacionados ao uso desses produtos (Pingali et al., 1994).
60% 60%
40% 40%
20% 20%
0% 0%
Sim Não A Sim Não B
Figura 2. Doenças causadas por agrotóxicos. A. Você acha que os agrotóxicos causam doença? B. Você
acha que os agrotóxicos podem matar.
Quando o assunto foi os alimentos contaminados por agrotóxicos os alimentos mais citados
pelas crianças foi o pimentão e a cenoura. E quando questionados se as frutas também tinham
agrotóxicos 67% das crianças responderam que sim e 33% que não. Segundo a ANVISA (2010) o
pimentão, o morango e o pepino lideram o ranking dos alimentos com o maior número de amostras
contaminadas por agrotóxico, durante o ano de 2010. Além desses alimentos a alface e a cenoura
também apresentaram elevados índices de contaminação por agrotóxicos. Em 55% das amostras de
alface foram encontradas irregularidades. Já na cenoura, o índice foi de 50%.
20 60%
40%
10
20%
0
Cenora Tomate Coentro Pimentão Alface Batata 0%
Inglesa A Sim Não B
Figura 3. Alimentos contaminados por agrotóxico. A. Em quais alimentos você acha que tem mais
agrotóxico? B. Será que as frutas também têm agrotóxico.
Também foi apresentado para as crianças vídeos educativos a fim de apresentar conceitos
básicos sobre o uso e a contaminação dos alimentos por agrotóxico e, além disso, conscientizar as
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 314
crianças sobre os benefícios de uma alimentação saudável. Em outro momento, foi feita a
apresentação das cestas as crianças, onde elas puderam evidenciar as diferenças entre um alimente
que tem agrotóxico e um alimento sem agrotóxico.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GARCIA, E G. Segurança e saúde no trabalho rural com agrotóxicos: contribuição para uma
abordagem mais abrangente. São Paulo: USP, 1996. 128p. Dissertação de mestrado –
Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, São Paulo.
AYRES, Fernando Guilherme Silva, BASTOS FILHO, Jenner Barretto. O exercício das liberdades,
o combate à pleonexia e a educação ambiental no processo do desenvolvimento. In: Revista
Brasileira de Ciências Ambientais, n. 07, p. 27-33.
LYZNICKI MS. Educational and Information Strategies to Reduce Pesticide Risks. Preventive
Medicine, 1997; 26: 191-200.
Pingali PL, Marquez CB, Palis FG. Pesticides and Philippine Rice Farmer Health: A Medical and
Economic Analysis. Amer J Agr Econ, 1994; 76:587-592.
ANVISA (2010). Contaminação por agrotóxicos persiste em alimentos analisados pela ANVISA.
Disponível em http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/anvisa/imprensa. Acesso em 17 de
outubro de 2014.
RESUMO
A Serra do Espinho é o nome dado às elevações situadas na vertente oriental do Planalto da
Borborema, na área ocupada pelo município de Pilões/PB, em direção ao município de Cuitegi/PB.
É formada predominantemente por material cristalino, com densa rede de drenagem que modela
vales em ―V‖. Apesar de ser um ambiente ocupado por pequenas comunidades, de proporcionar a
produção agrícola e pecuária, a manutenção de florestas e animais e ainda ter forte potencial
turístico, essa área possui muitas limitações e instabilidades por conta do relevo acentuado e
impermeabilidade de seus solos, sujeitos a constantes deslizamentos. Nesse contexto, realizou-se
um estudo nessa área envolvendo as comunidades de Veneza, Titara, Ouricuri e Poço Escuro, para
conhecer as formas de uso e ocupação do solo e contribuir para um maior conhecimento de seu
potencial natural. Os métodos utilizados na pesquisa seguiram os pressupostos escritos por
Ab‘Sáber (1969) e Tricart (1977), como base para um estudo integrado do meio ambiente. Os
estudos foram divididos em etapas de gabinete, com pesquisas preliminares de revisão de literatura;
na área da pesquisa foram coletadas todas as informações necessárias para confirmar a verdade
terrestre e atualização de dados tais referente ao uso e ocupação do solo. Os resultados aqui obtidos
são essenciais para desencadear um processo de conscientização com relação ao melhor uso do
conjunto de recursos naturais dispostos na Serra do Espinho, bem como às atuais práticas do
desenvolvimento do turismo e das atividades econômicas e sociais dessa área. A meta é
compreender o equilíbrio harmonioso entre as atividades humanas e o meio ambiente, de modo a
13
Bolsista do Programa de Iniciação Científica - UEPB/CNPq - COTA 2013/2014
14
Bolsista do Programa de Iniciação Científica - UEPB/CNPq - COTA 2014/2015
15
Bolsista do Programa de Iniciação Científica - UEPB/CNPq - COTA 2013/2014
16
Professora Drª. e orientadora da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
INTRODUÇÃO
A Serra do Espinho, objeto da presente pesquisa, faz parte da vertente oriental do Planalto
da Borborema, na conhecida microrregião do brejo paraibano, área beneficiada pela umidade
proveniente do litoral e da zona da mata, localizada entre os municípios de Pilões e Cuitegi. Trata-
se de um ambiente formado predominantemente por material cristalino, dissecado em colinas e
lombas alongadas, de topografias forte-onduladas a montanhosas, com densa rede de drenagem de
padrão dendrítico e sub-dendrítico, com quedas d‘água, que formam vales em ―V‖ (CPRM, 2005;
CAVALCANTE, 2010; FERREIRA, 2012). Apesar de ser um ambiente ocupado por pequenas
comunidades, de proporcionar a produção agrícola e pecuária, a manutenção de florestas e animais
e ser dotado de forte potencial turístico, essa área possui muitas limitações e instabilidades naturais
e sociais que merecem ser discutidas à luz do conhecimento científico em busca do uso racional
desse ambiente.
Os ambientes naturais que se formaram ao longo da Serra do Espinho, de onde fluem quedas
d‘águas que modelam o relevo, têm contribuído para a exploração de suas trilhas, onde se
desenvolvem várias atividades econômicas e de lazer, porém, sem a mínima consciência ecológica.
O morador local explora o espaço com culturas tradicionais, marcadas por plantios morro abaixo; já
o visitante se utiliza desse meio para relaxar e revitalizar suas energias, mas não tem noção de como
se comportar nesses espaços, pois pratica um turismo predador que promove a degradação do meio
e interfere no equilíbrio natural (CARDOSO et al 2013).
Nesse Contexto, a presente pesquisa objetiva fazer uma análise do uso e ocupação do solo
da Serra do Espinho, para conhecer suas potencialidades, vulnerabilidades e contribuir para o
processo de conscientização com o meio ambiente e com o crescimento econômico e social dessa
área.
MATERIAIS E MÉTODOS
O município de Pilões está a uma distância de 117 km da capital e seu acesso se dá a partir
de três vias estaduais, duas delas asfaltadas, que ligam o município aos seus vizinhos e demais
regiões do país, que são a PB 077 (João Pessoa – Guarabira – Cuitegi); PB 087 (Campina Grande –
Areia – Pilões).
Segundo Ferreira (2010), o material geológico na Serra do Espinho é composto por granito e
gnaisses, que compõem, de forma geral, o arcabouço, com uma estruturação compacta e
homogênea, mas é possível enumerar diversos pontos desse material rochoso que aflora e apresenta
significativos planos de fraturas, diaclases e pequenas dobras.
De acordo com CPRM (2002), os aspectos geológicos da Serra do Espinho se encontram
divididos em dois períodos geológicos (Mesoproterozóico e Paleógeno) e três unidades
estratigráficas distintas: Formação Serra dos Martins, Complexo São Caetano e metagranitóides
Cariris Velhos.
De acordo com os dados pluviométricos da Agência Executiva de Gestão das Águas do
Estado da Paraíba (AESA, 2004) a região da Bacia Hidrográfica do Mamanguape apresenta
precipitações médias anuais que variam entre 700 e 1600 mm, com o mês de Maio sendo o mais
chuvoso e o de outubro o mais seco.
Na Serra do Espinho, há uma amplitude altimétrica significativa, com variações de mais de
300 m. Nas áreas de planície aluvial, predomina a acumulação de material proveniente das partes
mais altas, há variações altimétricas que são evidenciadas pelos Knickpoints fluvial (HENRIQUE,
2012).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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FERREIRA, Joab Ítalo da Silva. Geomorfologia da Serra do Espinho, Pilões/PB. Guarabira, UEPB,
2010. ( Monografia).
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QUEIROZ, O. T. M. M. O Meio Rural e Sua Apropriação pelo Turismo. In: SEABRA, G. F.;
PORTUGUEZ, A. P.; QUEIROZ, O. T. M. M. (Org). Turismo, espaço e estratégias de
desenvolvimento local. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2012. 365p.
RESUMO
Nesse estudo foi avaliada a qualidade da água utilizada para a produção da bananeira ao longo do
Rio Açú tomando como parâmetros específicos: Nitratos, Coliformes fecais e herbicida (paraquat).
Os resultados foram obtidos através de pesquisa e análise da água coletada em onze fazendas ao
longo do rio, nas proximidades do dreno de irrigação. Onde os dadosforam levantados nos anos de
2007, 2008 e 2009. Os valores obtidos para coliforme fecais comprovam a não possibilidade de
distribuição da água para consumo humano e lavagem das frutas devido à contaminação do rio Açú
por coliformes fecais, o que indica risco de contaminação das frutas e trabalhadores pela bactéria
coliforme. Mas o tratamento com 3ppm de cloro livre é eficaz para os processos de beneficiamento
de bananas, pois retira os coliformes da água; Os valores obtidos para nitrato próximos aos limites
do uso para irrigação 30 ml/L e acima dos limites ambientais que é 10 ml/L. tendo como possíveis
causas a instalação de novos lotes de produção, onde são aplicadas quantidades de calcário para
correção do solo e maior liberação de nutrientes para a planta em formação. Devido ao
fracionamento dos adubos nitrogenados do ano seguinte, houve uma diminuição considerável nos
valores de nitrato chegando a no máximo 2,8 mg/L. Em relação à utilização do herbicida, observou-
se que não foi encontrado nenhum traço de resíduo de paraquat nas águas coletadas nas fazendas,
acredita-se que a matéria orgânica no solo eliminou o resíduo.
Palavras-chaves: Qualidade da água; Irrigação; Coliformes fecais.
17
Professora orientadora / Pesquisadora PNPD/CAPES da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
18
Engenheira Especialista em Gestão Ambiental - FVJ
19
Bolsista PIVIC – Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
20
Engenheiro Mestre em Fitotecnia / Consultor SEBRAE/RN
INTRODUÇÃO
Segundo Soto (1992) as bananeiras são plantas herbáceas com pseudocauleaéreo, que se
originam de rizomas nos quais se desenvolvem numerosas gemas laterais ou ―filhos‖. As folhas
possuem uma distribuição helicoidal e as bases circundam o caule dando origem ao pseudocaule. A
inflorescência é terminal e cresce através do centro do pseudocaule até alcançar a superfície.
A bananeira apresenta crescimento lento até o quarto mês, com pequena absorção de
nutrientes e demanda por água. No entanto, do quarto mês até o florescimento (sétimo ao décimo
mês) o crescimento é intenso, com acúmulo significativo de matéria seca e, consequentemente, de
nutrientes (BORGES et al., 1987).
Nas cultivares que apresentam bom perfilhamento (Nanica, Nanicão, Prata, Maçã) as
brotações laterais começam a surgir aos 30 – 45 dias pós plantio (ALVES e OLIVEIRA, 1997),
quando então passam a co-existir mais de uma planta por cova, com idades e exigências diferentes.
Esta situação se perpetua na maioria dos bananais onde, normalmente, o manejo dos brotos é feito
com desbaste de forma a ter a planta mãe, filha e neta em uma mesma cova (RODRIGUES et al.,
2001).
A demanda da bananeira por nutrientes e água a partir do primeiro ano de cultivo, quando
passam a conviver três plantas de idades diferentes na mesma cova, é ditada pela que estiver na fase
mais exigente ou pelo somatório de todas.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizadas ações de pesquisas para avaliar a qualidade da água utilizada para a
produção da atividade bananeira em diversas fazendas situadas ao longo do Rio Açú em 03 (três)
parâmetros específicos: Nitratos, Coliformes fecais e Herbicida (paraquat).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
20,0
20,0 Entrada 19,0 19,0
Saída 18,0
12,0
12,0 11,0 11,0 11,0
10,0
9,0
8,0
4,0
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
0,0
DMI DMII DMIII DMIV DMV DMVI DMVII DMVIII DMIX DMX DMXI
Fazendas
16,0 2004
2005 14,4
14,0
12,0
10,8
Nitratos mg/L
10,0
8,0
6,0
4,5 4,7
4,3
4,0
2,6 2,8
2,2 2,5 2,2 2,3 2,4 2,3
2,0 2,1 2,1
2,0
0,0
DMI DMII DMIII DMIV DMV DMVI DMVII DMVIII DMIX DMX DMXI
Fazendas
Possíveis causas destes altos valores podem ser explicadas pelo fato de que em 2007,
estavam sendo instalados novos lotes de produção, onde são aplicadas quantidades de calcário para
correção do solo e maior liberação de nutrientes para a planta em formação. Fato também
encontrado nas soluções dos solos em experimentos realizados por Curtin e Smille (1983). Os
resultados encontrados em 2009 (diminuição dos valores de nitratos – em todas as fazendas,
variando para no máximo 2,8 mg/L) podem ser explicados pelo fracionamento dos adubos
nitrogenados neste anoe pelas reações de nitrificação e cinética de processos correlatos que
controlam as perdas de nitrogênio das camadas aeróbico-anaeróbicos do sistema do solo inundado,
onde os nitratos que se formam na fina camada aeróbica de solo, logo abaixo da interface solo-água,
difundem-se no interior da camada anaeróbica logo abaixo e podem ser desnitrificados para as
formas gasosas N2 e N2O que se perdem na atmosfera (Brady, 1989). Os dados também informam a
limitação para utilização de águas residuárias de processos de beneficiamento de bananas.
Em relação à utilização do herbicida, observou-se que não foi encontrado nenhum traço de
resíduo de paraquatnas águas coletadas nas fazendas objeto desta avaliação. Este fato pode ser
explicado pela aplicação do produto em períodos adequados para degradação da planta e a alta
diluição para aplicação no campo. A alta adsorção nas partículas do solo, principalmente os
argilosos, onde se instala todas as fazendas, também contribui para eliminação do potencial de
lixiviação e contaminação ambiental do produto. Outro fato importante para não termos encontrado
traços de resíduo é a eliminação do paraquatpela matéria orgânica. Encontramos nas fazendas,
solos com bastante matéria orgânica, seja pelos materiais vegetais deixados no solo, pelo corte da
colheita ou pela aplicação de adubos orgânicos. Mesmo fato encontrado por Burns e Audus em
CONCLUSÕES
Existe contaminação no Rio Açú causada por coliformes fecais; o tratamento com 3ppm de
cloro livre é eficaz para os processos de beneficiamento de bananas, pois retira os coliformes da
água; existe risco de contaminação pelo uso da água da irrigação para frutas e trabalhadores pela
bactéria coliforme; o fracionamento adequado de adubos nitrogenados diminui a fração do nitrato
nas águas e por ora não existe contaminação por herbicida (paraquat) ao longo do Rio Açú e
mananciais nas fazendas bananeiras no Vale do Açú/RN.
REFERÊNCIAS
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FIGUEREDO, Flávio P. de; MANTOVANNI, Everardo C.; SOARES, Antonio A.; COSTA, Luiz
C.; RAMOS, Márcio M.; OLIVEIRA, Flávio G.Produtividade e qualidade da banana prata anã,
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ambient. vol.10 no.4 Campina Grande Oct./Dec. 2006.
Hallyson OLIVEIRA
Graduando do Curso de Engenharia Agrícola da UFCG
hallysonoliveira_@hotmail.com
Tainara Tâmara Santiago SILVA
Mestranda Irrigação e Drenagem da UFCG
tainara.eng.agri@gmail.com
Bruno Gaudêncio de ALMEIDA
Graduando do Curso de Agroecologia da UEPB
brunogaudenciocg@hotmail.com
Maria Sallydelândia Sobral de FARIAS
Professora da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola da UFCG
sallyfarias@hotmail.com
RESUMO
A feira livre é um ambiente de venda de produtos como hortaliças, frutas, legumes, carnes, entre
outros, onde o produtor rural oferece aos consumidores produtos de suas respectivas atividades,
obtendo assim um maior lucro com a venda, pois não há intermediários. Faz-se necessário ter nesse
local as melhores condições higiênico-sanitárias e ambientais para que não haja problemas de
crescimento e proliferação de microorganismos, o que proporciona inúmeros problemas a segurança
alimentar dos consumidores, desse modo, objetivou-se analisar os impactos ambientais e as
condições higiênico-sanitárias de uma feira livre localizada no centro da cidade de Campina Grande
– PB. Na avaliação foi utilizado o método de check-list, verificando pontos negativos, como por
exemplo: poluição sonora, poluição visual, ausência de higiene local, instalações inadequadas,
problemas na higiene dos alimentos, entre outros e dando ênfase aos pontos positivos, como:
geração de empregos, renda para os feirantes, maior comodidade aos consumidores e maior
aquecimento e desenvolvimento da economia local. Foram elaboradas medidas mitigadoras com o
intuito de impedir ou minimizar os aspectos negativos encontrados na feira.
Palavras-chave: avaliação, mercado, higiene.
ABSTRACT
The free fair is a place of sales of products like vegetables, fruits, meats, among others, where the
farmer provide consumers with products of their respective activities, obtaining a higher profit by
selling, because there are not middlemen. It is necessary to have in the place the best hygienic-
sanitary and environmental conditions, so there are not problems of growth and proliferation of
microorganisms, which provides numerous problems for food safety for consumers, thereby, the
INTRODUÇÃO
Atualmente existe uma grande preocupação da população com a qualidade dos alimentos,
incluindo os métodos utilizados na produção, transporte, armazenamento e comercialização até
chegar ao consumidor final.
A feira livre floresceu na Europa durante a Idade Média e teve papel fundamental no
desenvolvimento das cidades e no chamado renascimento comercial observado durante o século
XIII. Na medida em que a produção agrícola foi ganhando sofisticação nos feudos, o excedente
passou a ser comercializado nas cidades durante as feiras(NAGEL,2007).
Com formas de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade dos alimentos na
comercialização de alimentos temos as Boas Práticas de Fabricação de Alimentos, que são normas
criadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as quais devem ser adotadas
pelas instituições ligadas aos serviços de alimentação e envolvem requisitos essenciais, que vão
desde instalações adequadas, estendendo-se até as regras de limpeza do local de trabalho e higiene
pessoal, tais como a lavagem freqüente e correta das mãos, utilização de uniformes adequados,
disponibilização de materiais higiênicos e uso de sanitizantes apropriados, concluindo com a
descrição dos procedimentos por escrito envolvidos no processamento dos alimentos (BRASIL,
2004; TOMICHI, 2005).
Geralmente, as áreas de venda como as feiras livres apresentam infra-estrutura inadequada,
falta de acesso à água potável e às instalações sanitárias, fatos que propiciam ao risco de servirem
como veículos de doenças (MARTINS, 2008).
Embora a feira seja um empreendimento de importância sócio-econômica, tanto para
pequenos produtores rurais, como para os consumidores que da mesma se abastecem, ainda são
poucos os estudos e diagnósticos que tratam de problemas relacionados ao funcionamento de uma
feira livre (FERNANDES NETO,2007).
METODOLOGIA
O trabalho foi realizado em uma feira livre no centro da cidade de Campina Grande – PB ao
lado do supermercado Hiper Bompreço (Figura I).
Nessa feira livre encontra-se a comercialização de vários produtos, como de origem animal
(carnes, peixes, queijos e ovos), hortifrutigranjeiros (hortaliças, frutas, legumes, grãos), além de
doces caseiros e outros produtos.
O levantamento de dados e visualização dos aspectos positivos e negativos em relação às
condições higiênico-sanitárias e impactos ambientais foram realizados ―in loco” em um total de
quatro visitas no mês de agosto de 2014. O método utilizado para avaliação desses aspectos foi o
check-list. A metodologia do check-list consiste na identificação e na enumeração sistemática dos
fatores ambientais relevantes encontrados a partir das ações impactantes advindas da
implementação do empreendimento (Rocha, 1997).
Diante dos resultados obtidos através dos questionamentos e visitas realizadas na feira com
relação às condições higiênico-sanitárias e impactos ambientais, observou-se tanto pontos positivos
quanto pontos negativos, destacando-se um maior número de aspectos negativos.
Aspectos positivos:
Aspectos negativos:
Poluição visual: exposição inadequada de alguns produtos como carnes, peixes, etc;
Poluição sonora: devido à proximidade da pista que fica ao lado da feira, há ruídos sonoros
ocasionado pelo grande fluxo de carros e motos;
Mau cheiro: devido à má exposição de alguns alimentos, principalmente peixes e também a
alimentos estragados jogados ao redor da feira;
Desperdício de alimentos: alimentos jogados fora, mesmo podendo ser utilizados em outras
atividades, por não apresentar bons aspectos físicos;
Ausência de instalação física: a feira localiza-se ao ar livre, o que prejudica em caso de dia
chuvoso, impossibilitando o acontecimento da mesma;
Asseio pessoal: os manipuladores utilizam adornos, as mãos em muitos casos não estão
limpas, o que compromete o manuseio dos alimentos, entre outros.
MEDIDAS MITIGADORAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do estudo realizado na feira livre no centro da cidade de Campina Grande – PB,
utilizando o método de check-list, identificou-se tanto problemas positivos quanto problemas
negativos, no qual se destacam como principais aspectos positivos a geração de empregos, uma
maior renda para os produtores que fazem parte da feira, preço dos produtos mais acessíveis aos
consumidores e aquecimento e desenvolvimento da economia local. No que tange os aspectos
negativos se destacam a poluição visual, problemas em relação ao manuseio dos alimentos,
ausência de uma instalação adequada e ausência de lixeiras e/ou coleta seletiva para colocação dos
resíduos gerados da feira.
Diante dos aspectos negativos citados nesse estudo, foram elaboradas medidas mitigadoras
com o objetivo de impedir ou minimizar os mesmos, mostrando de forma sucinta aos órgãos
públicos um maior comprometimento quanto à fiscalização dessas feiras, do financiamento de
cursos relacionados às produções, armazenamento dos produtos, comercialização e transporte dos
mesmos até o local de venda, além da construção de uma instalação física adequada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Consumidores e feirantes falam sobre o velho hábito de ir à feira. 2007.
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pão de queijo. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 25(1): 115-120 jan.-mar. 2005.
RESUMO
No espaço rural, o uso e manejo das terras são os principais indutores pelas mudanças impressas na
paisagem. As constantes pressões exercidas pelas intervenções humanas no manejo dos recursos
naturais em bacias hidrográficas têm culminado em impactos ambientais, resultantes da degradação
dos componentes do meio ambiente, repercutindo em transformações na organização espacial e na
qualidade de vida das populações. Neste sentido, este artigo objetiva analisar o uso atual das terras
na sub-bacia hidrográfica do rio Itamirim, a partir das interações entre os componentes bióticos,
abióticos e antrópicos que estruturam a paisagem. Os fundamentos teóricos deste estudo foram
pautados nos pressupostos sistêmicos da análise integrada da paisagem de Christofoletti (1999),
Bertrand (2004) e do sistema GTP (Geossistema, Território e Paisagem) de Claude Bertrand e
Bertrand (2007). Para o alcance do objetivo proposto foram realizados levantamento bibliográfico e
cartográfico, interpretação de imagens de satélite SPOT e de radar SRTM e trabalhos de campo.
Neste trabalho, a análise do uso das terras consistiu na observação da interação entre os aspectos
naturais e o fator antrópico em distintos setores da paisagem, delimitados em duas unidades
ambientais sistêmicas, denominadas de Sistema Ambiental I e Sistema Ambiental II. Na primeira
unidade sistêmica, a agricultura permanente e a agropecuária são as principais classes de uso das
terras, enquanto na segunda, as principais classes de uso são a pecuária extensiva, a extração
mineral de argila e a atividade industrial de cerâmica. As atividades econômicas desenvolvidas em
cada recorte espacial da sub-bacia se repercutem na degradação dos solos potencializado pela ação
morfodinâmica, evidenciado em feições erosivas de sulcos, ravinas e voçorocas; na
descaracterização da paisagem devido ao manejo inadequado na extração de argila, e no
ABSTRACT
In rural areas, the use and management of land are the main inducers printed by changes in the
landscape. The constant pressure exerted by human intervention in natural resource management in
watersheds have culminated in environmental impacts resulting from the degradation of
components of the environment, resulting in changes in the spatial organization and the quality of
life of populations. In this sense, this article aims to analyze the current land use in the sub-basin of
the river Itamirim, from the interactions between biotic, abiotic and anthropogenic components that
structure the landscape. The theoretical foundations of this study were based on assumptions of
systemic integrated landscape analysis of Christofoletti (1999), Bertrand (2004) and GTP
(geosystem, Planning and Landscape) system Claude Bertrand and Bertrand (2007). To achieve the
proposed objective bibliographic and mapping, interpretation of SPOT satellite images and SRTM
radar and fieldwork were conducted. In this work, analysis of land use consists in the observation of
the interaction between natural and anthropogenic factor aspects in different sectors of the
landscape, enclosed in two systemic environmental units, called Environmental System I and
System II Environmental. The first systemic unity, permanent agriculture and farming are the main
classes of land use, while in the second, the main classes of use are extensive cattle ranching,
mining of clay and ceramic industrial activity. The economic activities in each spatial area of sub-
basin are reflected in land degradation potentiated by morphodynamic action, evidenced by
erosional features grooves, gullies and ravines; mischaracterization in the landscape due to
improper handling in the extraction of clay and silt of fluvial channels due to uncontrolled
deforestation and the practice of burning conducted on the banks of rivers.
Keywords: land use, integrated landscape, natural resources, environmental impacts.
INTRODUÇÃO
Na sub-bacia, o Sistema Ambiental I está situado no alto curso do rio Itamirim abrangendo
áreas dos municípios de Tomar do Geru, Itabaianinha e Tobias Barreto.
O tipo climático predominante nesta unidade ambiental corresponde ao clima seco com
transição para o semiárido (Silva, 2009), com totais pluviométricos de 749,9 mm para o município
de Itabaianinha e 308,5 mm para o município de Tobias Barreto (EMDAGRO, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise do uso e ocupação das terras na sub-bacia hidrográfica do rio Itamirim possibilitou
conhecer o grau de intervenção humana nos condicionantes ambientais e as repercussões na
alteração das características ambientais e socioeconômicas nos distintos sistemas ambientais,
evidenciando a necessidade de gestão e planejamento do uso dos recursos em distintos setores da
sub-bacia.
O desmatamento e a prática de queimadas para a implantação de pastagens e agricultura,
bem como a extração de argila e a produção industrial de cerâmica são as principais atividades
responsáveis pelos impactos socioambientais existentes na sub-bacia do rio Itamirim.
Neste estudo foi possível constatar a fragilidade da atuação do Poder Público no
ordenamento territorial e na conservação ambiental, pois os impactos ambientais são favorecidos
pela ineficiência da fiscalização dos órgãos ambientais quanto ao cumprimento da legislação
ambiental no desenvolvimento de atividades produtivas.
Tendo em vista a vulnerabilidade dos sistemas ambientais analisados e as atividades
produtivas desenvolvidas no espaço rural da sub-bacia do rio Itamirim que são influenciadas pelos
fatores ambientais, se fazem necessários o planejamento e a gestão territorial para assegurar as
potencialidades ambientais e reduzir os impactos negativos sobre a qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
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COSTA, Jailton de Jesus; FONTES, Aracy Losano; MELO e SOUZA, Rosemerie. O GTP
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sistema hidrográfico do rio Real. Bahia/Sergipe – Brasil 2010, Tese de doutorado (Doutorado
em Geografia) – NPGEO vol. 1 e 2, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão 2010. 539p.
RESUMO
Os agrotóxicos são utilizados na agropecuária visando à proteção de produtos agrícolas contra
pragas. Devido a sua toxicidade tem causado impactos ambientais inclusive intoxicações
alimentares nos animais, dentre eles o ser humano. Desta forma a busca por bioinseticidas constitui-
se num desafio visando a bioprospecção de moléculas biologicamente ativas, com baixa toxicidade
para mamíferos e cujos resíduos sejam biodegradáveis. A Hyptis suaveolens (L.) POIT. pertence à
família Lamiaceae, é conhecida popularmente como bamburral, a campo se apresentando resistente
às pragas, o que sugere possível atividade repelente ou inseticida de seus constituintes. O presente
trabalho consiste na avaliação da atividade inseticida do óleo essencial das folhas da H. suaveolens
contra o artrópodo-modelo Drosophila melanogaster. O óleo essencial foi extraído das folhas secas
da planta por arraste de vapor em aparelho Clevenger. Os testes foram realizados em triplicata, com
vinte moscas cada frasco, tratados com sacarose a 1%, nas concentrações de 1, 2,5, 5, 7,5 e 10
mg/330mL de óleo essencial. Os animais, durante o período de experimento, foram mantidos em
ambiente climatizado com temperatura de 25ºC ± 1ºC e umidade relativa do ar de 60%. O grupo
controle foi tratado apenas com sacarose. As leituras da mortalidade e da geotaxia negativa foram
realizadas a cada 3, 6, 12, 24 e 48 horas. Os resultados são expressos como a média da mortalidade
e a média do ensaio locomotor mais ou menos o desvio padrão da média. O óleo essencial provou
no modelo biológico testado ser uma alternativa como bioinseticida, pois apresentou uma elevada
mortalidade e uma baixa geotaxia negativa.
Palavras-chaves: Bamburral; Bioinseticida; Agrotóxico; Mosca-da-fruta.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODO
Ensaio de Toxicidade
Um dia antes do teste é feito a autoclavagem dos frascos e das tampas. A secagem é feita em
estufa a 50°C. No dia seguinte é feito a montagem do material do teste, o primeiro passo é cortar
lenços de papel de acordo com o fundo do frasco deixando bem ajustados sem espaços entre as
paredes com o intuito que as moscas não ultrapassem a barreira do papel e fiquem dispostas entre o
papel e o fundo do frasco. O segundo passo é a distribuição de 1 mL da solução de sacarose a 1%,
em água destilada, em todos os frascos, distribuída homogeneamente. Em seguida moscas adultas
(machos e fêmeas) foram colocadas em frascos com um volume de 330 mL, sendo o teste feito em
triplicata. A tampa dos frascos é adicionada uma contra tampa de polietileno teraftalato (PET).
Fixado com fita gomada, papel filtro, nele foram aplicadas as diferentes concentrações de óleo
essencial. Todos os frascos receberam o tratamento de sacarose a 1%, e os tratamentos para óleo
essencial foram os seguintes: 1; 2,5; 5; 7,5; e 10 mg/330mL, e o grupo controle foi tratado apenas
com a solução de sacarose, posteriormente as leituras foram feitas a cada 3, 6, 12, 24 e 48 h, em
uma câmara climatizada à temperatura de 25±1ºC, umidade relativa de 60% e fotoperíodo de 12
horas claro-escuro, no Laboratório de Zoologia de Invertebrados, da Universidade Regional do
Cariri – URCA, Crato - CE (SOBRAL-SOUZA, 2014). A leitura da mortalidade foi expressa em
percentuais e foram comparadas ao controle. A atividade locomotora foi determinada pelo ensaio de
geotaxia negativa, como descrito por Bland, et al., 2009. As moscas sobreviventes foram contadas
pelo seu acesso vertical ao vidro acima de 6 cm de altura. Para que as moscas fossem ao fundo do
vidro foi utilizado o método de batidas em manta seca na bancada, contava-se 6 segundos e fazia-se
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Mortalidade
No intervalo de 3 horas, compreendido entre o início do teste e a sua leitura, como mostrado
na figura 2, houve uma mortalidade de 96,67% de todas as moscas na concentração de 10
mg/330mL, sendo esta a maior concentração testada. A concentração de 5 mg/330mL apresentou
mortalidade superior a 50% a partir das 12 horas.
% 120
100
80 CONTROLE
1 mg/330mL
60 2,5 mg/330mL
5 mg/330mL
40 7,5 mg/330mL
10 mg/330mL
20
0
3 6 12 24 48 horas
Ensaio Locomotor
90
80
70 CONTROLE
60 1 mg/330mL
50 2,5 mg/330mL
5 mg/330mL
40
7,5 mg/330mL
30
10 mg/330mL
20
10
0
3h 6h 12h 24h 48horas
CONCLUSÃO
Este estudo fornece evidências que o óleo essencial de H. suaveolens, no modelo testado,
apresenta-se com um potencial bioinseticida, devido à sua elevada mortalidade e baixa geotaxia
negativa. Novos testes necessitam ser realizados visando a identificar se a sua ação se deve a um
constituinte isolado ou a uma ação sinérgica. Assim como identificar o mecanismo de ação deste
óleo e a sua citotoxidade e genotoxicidade para mamíferos.
REFERÊNCIAS
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RESUMO
A palma forrageira (Opuntia fícus – indica Mill) é uma planta de origem mexicana pertencente à
família Cactaceae. Esta espécie vem sendo disseminada por todo Nordeste brasileiro como uma
importante alternativa na alimentação de ruminantes na época da estiagem. Porém, nos últimos
anos, vem sendo ameaçada por um inseto que, em pouco tempo de instalado, reproduz-se
rapidamente, tornando-se praga. Este inseto é a cochonilha do carmim (Dactylopius opuntiae), que
se alimenta da seiva da palma, deixando esta debilitada e em níveis de infestação muito grande,
pode causar até a morte da planta em pouco tempo. Com o objetivo de encontrar uma solução para
este problema, foram testados vários produtos, em um palmal da variedade gigante localizado no
sítio Santa Cruz, município de Caririaçu – CE. Utilizando-se três tratamentos: I - Extrato Biológico:
o extrato se constitui de 10% de esterco fresco, 10% de folhas verdes principalmente de gramíneas e
plantas perenes diversas que estão disponíveis na área de estudo o ano inteiro e 80% de água; II -
tratamento com querobão, feito a partir de 600ml de detergente neutro, 50ml de querosene e 20
litros de água; III - tratamento químico, a base de cipermetrina 15,0 g, clopirifos 25,0 g e citronela
1,0 g forma misturados a 1000ml de água. Nos resultados do tratamento na forma pulverizada
utilizando o extrato biológico pode-se observar que este não é um bom agente para ser usado no
controle da cochonilha do carmim. Porém, usando o querobão e o tratamento químico, estes se
mostraram eficientes no controle desta praga. Enquanto que no combate a cochonilha utilizando o
tratamento I, II e III, todos com o auxilio do pincel, os resultados foram regular, bom e excelente
respectivamente. Desta forma conclui-se que o melhor tratamento para o controle da praga neste
caso foi utilizado o tratamento químico.
Palavras-chaves: Praga, palma forrageira, controle biológico, tratamento químico.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 363
ABSTRACT
The forage Palm (Opuntia ficus-indica Mill) is a Mexican plant belonging to the family Cactaceae.
This species has been disseminated throughout the Brazilian Northeast as an important alternative
in feeding of ruminant in time of drought. However, in recent years, has been threatened by an
insect that, within a short time of installed, it reproduces quickly, becoming Prague. This insect is
cochineal Carmine (Dactylopius opuntiae), which feeds on the sap of Palm, leaving this weakened
and in very large infestation levels, can lead to death of the plant in a short time. With the aim of
finding a solution to this problem, have been tested multiple products, in a giant variety palmal
located on the site Santa Cruz, municipality of Caririaçu – CE. Using three treatments: I -
Biological extract: extract constitutes 10% of fresh manure, 10% of green leaves mainly of grasses
and various perennials that are available in the study area throughout the year and 80% water; II-
treatment with querobão, made from 600 ml of neutral detergent, 50 ml of kerosene and 20 liters of
water; III-chemical treatment, the basis of Cypermethrin 15.0 g, clopirifos 25.0 g and 1.0 g mixed
shape citronella to 1000 ml of water. On the results of treatment in the form sprayed using
biological extract it can be observed that this is not a good agent to be used in the control of
cochineal Carmine. However, using the querobão and the chemical treatment, these proved efficient
in the control of this pest. While in combat the cochineal using the treatment I, II and III, all with
the aid of the brush, the results had been regular, good and excellent respectively. Thus we conclude
that the best treatment for pest control in this case we used the chemical treatment.
Keywords: Prague, forage Palm, biological control, chemical treatment.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Cada um destes tratamentos foram utilizados em duas aplicações com intervalo de 8 dias. E
para efeito de comparação, foram usados dois tipos de manejo para cada defensivo: uma
pulverizando, molhando bem as raquetes infestadas pela cochonilha. E outra aplicada com um
pincel como se estivesse caiando. Este último, além da ação do produto que foi aplicado, ainda há a
ação mecânica que o pincel exerce retirando a proteção serosa que impermeabiliza a praga,
deixando-a exposta ao inseticida e as ações do meio.
RESUTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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05/07/2010.
RESUMO
A alelopatia é definida como qualquer efeito direto ou indireto, benéfico ou prejudicial, de uma
planta sobre outra, mediante produção de compostos químicos que são liberados no ambiente.
Dentre as plantas com esse efeito, está a malva-do-reino (Plectranthus amboinicus(Lour.) Spreng:
Malvaceae), boldo-do-chile (Peumus boldus, Molina: Monimiaceae) e o eucalipto (Eucalyptus
globulus, Labill: Myrtaceae). Objetivou-se com esse trabalho analisar os efeitos alelopáticos de
hidrolato destas espécies na germinação de rúcula (Eruca sativa L.: Brassicaceae). O experimento
foi realizado no Laboratório de Tecnologia de Produtos (LTP) e de Tecnologia de Sementes da
Universidade Federal do Cariri (UFCA). O hidrolato foi obtido através da extração de óleo
essencial, pelo método de hidrodestilação em aparelho tipo Clevenger, das espécies supracitadas. A
concentração utilizada foi 100% para cada tratamento. O experimento foi conduzido em placas de
petri por um período de sete dias, sendo mantidas em BOD à 25º C. Nessas condições, foram
analisadas as variáveis: percentual de germinação (PG), índice de velocidade de germinação (IVG),
necrose de radícula (NR) e comprimento de radícula (CR). O delineamento experimental adotado
foi inteiramente casualizado (DIC), com quatro tratamentos e cinco repetições de 15 sementes cada.
As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância, usando o programa
operacional SISVAR-UFLA. As variáveis analisadas foram: percentual de germinação, Índice de
Velocidade de Germinação (IVG), comprimento e necrose de radícula. Verificou-se diferença
significativa para todos os parâmetros analisados quando foi utilizado o tratamento com hidrolato
de malva-do-reino. Os demais hidrolatos não diferiram estatisticamente da testemunha (água
destilada). Conclui-se, no entanto, que sob as condições analisadas, apenas o tratamento com
hidrolato de malva-do-reino teve efeitos alelopáticos sobre a germinação da rúcula.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 371
Palavras-chave: Alelopatia, hidrolato, Eruca sativa L.
ABSTRACT
Allelopathy is defined as any direct or indirect, beneficial or harmful effect of one plant on another
through production of chemical compounds that are released into the environment. Among the
plants that purpose is mauve-the-kingdom (Plectranthusamboinicus (Lour) Spreng:. Malvaceae),
Bilberry-of-chile (Peumusboldus Molina: Monimiaceae) and eucalyptus (Eucalyptus globulus
Labill: Myrtaceae). The objective of this work is to analyze the allelopathic effects on the
germination of these species hydrolate arugula (Eruca sativa L .: Brassicaceae). The experiment was
conducted at the Laboratory of Technology Products (LTP) and Seed Technology, Federal
University of Cariri (UFCA). The hydrolate was obtained by extraction of essential oil by method
of hydrodistillation in Clevenger type apparatus, the above species. The concentration used was
100% for each treatment. The experiment was conducted in petri dishes for a period of seven days,
being kept in BOD at 25 C. Under these conditions, the variables were analyzed: germination
percentage (PG), germination speed index (GSI), necrosis of radicle (NR) and radicle (CR). The
experimental design was completely randomized design (CRD) with four treatments and five
replicates of 15 seeds each. Means were compared by Tukey test at 5% significance level, using the
SISVAR-UFLA operational program.The variables analyzed were: germination percentage, speed
of germination index (GSI), and necrosis of radicle length. There was a significant difference for all
parameters analyzed when treatment was used with hydrolate mauve-the-kingdom. The other
hydrolats not differ statistically from the control (distilled water). However, that under the
conditions examined, only treatment with hydrolate mauve-the-kingdom had allelopathic effects on
the germination of rocket it is concluded.
Keywords: Allelopathy, hydrolate, Eruca sativa L.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
PG = (N/A)x100
N = número total de sementes germinadas;
A = número total de sementes colocadas para germinar.
RESULTADOS
Na variável percentual de germinação foi possível verificar que sementes tratadas com
hidrolato de malva-do-reino não germinaram, indicando efeito alelopático negativo sobre esta
variavel. Weir, Park e Vivanco (2004) sugerem que dois mecanismos principais podem estar
envolvidos, a paralisação da respiração mitocondrial e a perturbação de enzimas do ciclo de Krebs,
Aferindo a variável necrose de radícula, foi observado que apenas apresentaram diferenças
significativas para esta variável (p<0,05) àquelas tratadas com hidrolato de malva-do-reino,
indicando efeito fitóxico deste sobre a germinalidade da espécie. Os demais hidrolatos para essa
variável não diferiram estatisticamente com a testemunha.
Com relação ao Índice de Velocidade de Germinação (IVG) verificou-se que somente as
sementes tratadas com hidrolato de malva-do-reino expressaram diferenças significativas em
relação à velocidade de germinação (Figura 2).
Segundo Ferreira e Borghetti (2004), muitas vezes o efeito alelopático não se dá pela
germiniabilidade, mas sobre a velocidade de germinação ou sobre outro parâmetro do processo. O
efeito alelopático pode provocar alterações na curva de distribuição da germinação ou no padrão
polimodal de distribuição de germinação das sementes devido ao ruído informacional
(interferências ambientais que bloqueiam ou retardam o andamento de processos metabólicos).
Na agricultura, os estudos alelopáticos podem ser de grande importância, servindo para
desvendar muitas causas de insucessos dos cultivares que não obtiveram o desempenho esperado, se
tornando uma importante e vantajosa ferramenta para a agronomia (SILVA, 2012).
Plantas possuidoras de compostos com atividade alelopática inibitória podem ser utilizadas
como herbicidas naturais eficientes, controlando plantas daninhas, e também, servindo como
indicativos para possíveis fontes de novos compostos com ação biocida, contribuindo para o
aumento da produtividade e permanência sadia dos cultivares, tornando a área de cultivo mais
equilibrada (SILVA, 2012).
A comprovação da existência de substâncias alelopáticas em malva-do-reino indica a
necessidade de estudos complementares para a quantificação e a identificação dos compostos
presentes, com o objetivo de se realizar a bioprospecção de moléculas de interesse agronômico.
Desta forma, espécies vegetais com efeitos alelopáticos podem ser utilizadas como cobertura
vegetal com a finalidade de inibir a incidência de plantas invasoras, minimizando o uso de
compostos químicos (herbicidas), além de proteger e melhorar as condições físicas, químicas e
biológicas do solo (MELHORANÇA FILHO, 2012).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RESUMO
A Cupania impressinervia é uma árvore nativa comum no Brasil pertencente à família das
Sapindaceae. O objetivo do estudo foi realizar um levantamento populacional de C. impressinervia,
em um remanescente de brejo de altitude no município de Bananeiras- PB. A pesquisa foi realizada
noHorto Florestal da UFPB/CCHSA, Campus III, no município de Bananeiras no período de agosto
de 2011 a Dezembro de 2012. Foram plotadas 22 parcelas com 200 m² cada, em todos os ambientes
de ocorrência de C. impressinervia foram verificados o diâmetro a nível do solo (DNS) e altura total
das plantas. A estrutura da população foi avaliada através da área basal (AB), densidade absoluta
(DA), frequência absoluta (FA) e índice de agregação da espécie (IGA). As análises descritivas
foram feitas por meio do software Mata Nativa 2©.Foram amostrados 137 indivíduos regenerantes,
distribuídos em vinte (20) unidades com AB= 0,019m², DA=311,364ind. ha-1, FA= 90,91%,
IGA=2,6, apresentando padrões de populações agregadas. Em exemplares adultos, foram
amostrados 53 indivíduos, em dezesseis (16) unidades com AB=0,2961m², DA= 12,045ind. ha-1,
FA=72,73%, IGA=1,85, apresentando leve mudança no padrão básico de distribuição espacial de
agrupada (estrato regenerante) para tendência a agrupamento (estrato adulto). Quando comparado
aos resultados gerais de outros inventários, realizados a nível regional, o táxon estudado (C.
impressinervia) apresentou-se presente em diversos tipos de floresta atlântica, especialmente, em
florestas ombrófilas. A espécie estudada (C. impressinervia) possui alta capacidade de regeneração
no ecossistema estudado.
Palavras-chave: Cabatã, Brejo de Altitude, Regeneração Natural, Biodiversidade.
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
MATERIAL E MÉTODOS
Suficiência amostral
Levantamento populacional
Para o estrato regenerante foi levantado um total de 137 indivíduos (72,11% dos indivíduos
amostrados), distribuídos em vinte (20) unidades amostrais, de um conjunto amostral de vinte e
duas (22) parcelas. Este estrato populacional concentrou-se com 311,364 ind.ha-1, e uma Frequência
Absoluta de 90,91. Uma vez que a predominância deste gênero é bastante comum no cerrado
(Moura & Sampaio, 2001),e em toda a mata atlântica e suas disjunções: Estacional Semidecídua
Montana(CUNHA et al., 2012), Floresta Ombrófila Aberta, (ABREU et al., 2011), Floresta
Ombrófila Densa(SILVA et al., 2010). Ainda com base nos dados da tabela 1, correspondente aos
indivíduos do estrato arbóreo. Foram amostrados um total de 53 indivíduos em estádio de
crescimento de joven a adulto, distribuídos em dezeseis (16) unidades amostrais de um total de
vinte e dois (22) unidades. Em uma trabalho de florística e fitossociologia realizado por Silva
(2010) em quatro remanescentes de floresta Ombrófila Densa, no município de Catende – PE, foi
encontrado para a Cupania racemosa e a Cupania revoluta resultados semelhantes em relação a
regeneração natural, já que espécie apresentou-se entre as principais responsáveis pela regeneração
natural em três fragmentos estudados: Mata das Galinhas, Mata de Santa Luzia e Mata da conceição
no município de Catende- PE, bem como em diversas florestas da região Suldo país, principlamente
em florestas Ombrófilas Mistas, (SILVESTREet al., 2012), (GERALDI et al., 2005), (KLAUBERG
et al., 2010). As populações deste Gênero Cupania geralmente encontram densas em florestas
Ombrófilas, apresentando Frequência Absoluta (FA), geralmente maior que 50%, (NASCIMENTO
et al., 2001), (GERALDI et al., 2005). Característica notada no presente trabalho em ambos os
estratos avaliados: estrato regenerante FA = 90,91 e adulto, FA=72,73, como mostra a tabela 1.
Na literatura há poucos registros que denotem sobre a dispersão desta espécie no Brasil,
entretanto, sabe-se que este gênero, Cupania, e suas sinonímias botânicas tem sua dispersão
realizada potencialmente por aves que compõem a fauna local (Hasui, 1994), por tanto,a espécie em
estudo pode ser classificada como zoocórica. A distribuição espacial da população no fragmento
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 385
depende muito da forma que a polulação realiza a disperção de suas sementes. Neste caso
adistribuição das sementes depende de fatores bióticos, como a própria conservação do
remanescente, quando relacionamos os abrigos destes animais. Assim a presença destas aves é um
forte bioindicador para a mútua dispresão da população de planta e perpetuação das aves frugívoras
que dependem das sementes. De um modo geral, os indivíduos de uma população podem estar
localizados no espaço de três formas básicas: aleatória, quando distribuídos ao acaso, regular,
quando em intervalos similares, e agregada, no caso da formação de ―manchas‖ (Meirelles & Luiz,
1995). A espécie em estudo, de acordo com o Índice de Agregação de MacGuinnes (IGA),
apresentou-se de forma agregada para o estrato regenerante (IGA=2,6), entretanto, para o estrato
arbóreo sua posição sociológica expressou uma leve mudança de comportamento (IGA=1,85). Este
fato deve-se provavelmente ao fato da mortalidade de plântulas, considerada, bem maior, quanto o
estrato é regenerante, e principalmente quando se concentram sob a copa dos indivíduos adultos da
população, (Howe&Smallwood, 1982).
Em estudos realizados, Nascimento et al., (2001), quando avaliou a estrutura e padrões de
distribuição espacial de espécies arbóreas em uma amostra de floresta ombrófila mista em Nova
Prata – RS. Observou-se que a população adulta de Cupania vernalisconformou-se de forma
agregada.Klauberget al., (2010) trabalhou com Florística e estrutura de um fragmento de Floresta
Ombrófila Mista no Planalto Catarinense, também verificou o mesmo comportamento. Para este
trabalho foi verificado que a espécie possui tentência de agrupamento, quando o estrato é
regenerante e agregada quando se torna adulto.
Em geral, os trabalhos presentes na literatura tendem a abordar apenas um determinado
estádio de desenvolvimento da espécie de planta estudada, enquanto, na verdade, o padrão espacial
pode mudar ao longo do desenvolvimento, (Augspurger, 1983) como observado na tabela acima.
Sendo assim, é importante avaliar os padrões em todos os estádios de desenvolvimento, a fim de
chegar a uma compreensão mais ampla dos processos que influenciam uma determinada espécie de
planta. No presente estudo foi observado uma mudança do índice de agregação do estrato
regenerante para o adulto. Portanto, refletindo estes resultados diretamente na posição sociológica
da população em relação a distribuição espacial observada. Levando-se em conta que a dispersão de
sementes é o processo inicial, dentre todos os que geram a distribuição espacial de uma dada
espécie de planta, convém discorrer sobre a maneira como ele costuma ocorrer na área. A forma de
dispersão observada é zoocórica (quando o efeito é por animais), deste modo as sementes tendem a
serem depositadas, por animais em outras localidades dentro do ecossistema. Parte dos frutos,
também, tende a cair e permanecer, muitas vezes, embaixo da copa das árvores adultas e
incorporando-se ao banco de sementes da floresta, e vindo a germinar posteriormente. Isto explica
120 111
100
Nº de Indivídivius
80
60
36
40
20 14
7 7 8 3 2 2
0
70 64
60
46 48
50
Nº de Indivíduos
40
30
20 16
12
10 4
0
0
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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RESUMO
O bioma caatinga vem sofrendo um acelerado processo de degradação ambiental decorrente da
constante exploração de seus recursos naturais, principalmente através da extração vegetal. Nesse
sentido, faz-se necessário buscar alternativas que venham a mitigar tal problemática, de forma a
garantir a conservação desse bioma extremamente biodiverso e pouco conhecido. Nessa
perspectiva, este artigo tem como objetivo geral descrever o processo de reflorestamento de
espécies da caatinga realizado no assentamento rural Moacir Lucena localizado no município de
Apodi-RN, bem como caracterizar o bioma caatinga e identificar os principais benefícios
ecológicos e socioeconômicos do reflorestamento na área estudada. As ações de recuperação da
vegetação nativa são desenvolvidas por 19 famílias que vivem no assentamento, teve início no ano
de 2003, alcançando uma área equivalente a 10 hectares e é realizado por meio do plantio de cerca
de 13 espécies nativas do bioma caatinga. O reflorestamento é feito anualmente sempre no período
chuvoso. Essa iniciativa realizada no assentamento contribui de forma significativa para
conservação e recuperação do bioma na área estudada, além de propiciar uma maior sensibilização
ambiental por parte dos assentados e possibilitar a diversificação das atividades desenvolvidas,
como extração do mel de abelhas e possibilidade futura do manejo florestal sustentável.
Palavras-chave: Recuperação de áreas degradadas, reflorestamento, bioma caatinga, gestão
ambiental rural.
ABSTRACT
The caatinga biome has been suffering a fast environmental degradation process due to the constant
exploration of its natural resources, mainly through plant extractivism. In that sense, it is necessary
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas a caatinga vem sofrendo com o crescente desmatamento devido
principalmente a retirada da vegetação para produção de lenha, que na maioria das vezes são
extraídas de forma ilegal e insustentável (MMA, 2014).
A devastação da Caatinga para dar espaço às atividades agropastoris e à exploração de
produtos florestais para fins energéticos são ameaças crescentes à biodiversidade desse bioma
(BRASIL, 1991 apud PESSOA, 2008). Uma análise de dados de satélites mostrou que, entre os
anos de 2002 e 2008 a estimativa preliminar do desmatamento ocorrido na caatinga passou de
43,38% até 2002 para 45,39% até o ano de 2008, e que a vegetação remanescente em 2002
representava 55,67% e em 2008 esse valor foi de 53,62% (MMA, 2010).
Nessa perspectiva é que a presente pesquisa parte da justificativa de que é necessário buscar
formas sustentáveis de convivência com o meio ambiente, de forma a conservá-lo e buscar maneiras
de mitigar os danos causados aos ambientes naturais. Para isso, a pesquisa tem como objetivo geral
descrever o processo de reflorestamento do bioma caatinga realizado no assentamento rural Moacir
Lucena localizado no município de Apodi-RN, e como objetivos específicos caracterizar o bioma
caatinga e identificar os benefícios ecológicos e socioeconômicos do reflorestamento na área
estudada.
O bioma Caatinga
Reflorestamento
METODOLOGIA
Figura 1 – Vista aérea da localização das residências do assentamento Moacir Lucena Apodi-RN
Fonte: Google earth (2014).
RESULTADOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio desta pesquisa foi possível descrever como ocorre o reflorestamento de espécies da
caatinga no assentamento Moacir Lucena, Apodi-RN de forma a atentar para a importância dessa
prática para recuperação e conservação desse bioma. O bioma caatinga é o único exclusivamente
brasileiro, isso já implica dizer que em si o mesmo deveria conter enorme relevância, porém não é
isso que ocorre. Em detrimento de queimadas e desmatamento este bioma esta se extinguindo aos
poucos, e sua diversidade biológica sendo perdida a passos rápidos. Nessa perspectiva, ações como
a de reflorestar áreas degradadas como as que ocorrem no assentamento Moacir Lucena se refletem
como de suma importância, pois por meio destas se faz possível recuperar parte de sua vegetação, e
assim, tentar restabelecer o equilíbrio ecológico entre as espécies animais e vegetais.
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RESUMO
Os ecossistemas da Caatinga tem-se revelado detentores de uma grande riqueza biológica e nesse
sentido a compreensão dos processos sucessionais nestas áreas se mostram relevantes para gerar
informações que possam fortalecer ações voltadas para a biologia da conservação e recuperação de
áreas degradadas. Assim, objetivou-se neste trabalho avaliar o ingresso e a mortalidade de espécies
arbóreas e arbustivas em uma área definida pelo estágio inicial de sucessão no Cariri Ocidental da
Paraíba. O trabalho foi realizado na Área Experimental Reservada para Estudos de Ecologia e
Dinâmica da Caatinga do Laboratório de Ecologia e Botânica – LAEB/CDSA/UFCG (7°39‘38.8‘‘ S
e 36°53‘42.4‘‘ W; 538 m de altitude). Neste espaço foram implantadas, para o acompanhamento da
evolução da sucessão ecológica, 17 parcelas de 1x1 m. Os dados foram coletados no período de
12/12/2012 à 10/03/2014, considerando 03 monitoramentos semanais. No conjunto das 17 parcelas
amostradas para o estudo de sucessão ecológica foram registrados 25 indivíduos do componente
arbustivo-arbóreo. As espécies com os seus respectivos números de indivíduos ingressos e número
de mortalidade respectivamente estão a seguir elencadas: Jatropha molisima (Pohl) Baill. com três
indivíduos (mortalidade – três), Croton blanchetianus Baill. com 21 indivíduos (mortalidade – 20) e
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz com um indivíduo (mortalidade – um). Portanto, os
dados gerados nesse trabalho se mostram de grande importância para o entendimento dos elementos
que definem a dinâmica da vegetação em áreas caracterizadas pelo processo inicial de sucessão.
Palavras-chave: Dinâmica, Sucessão Ecológica, Semiárido
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Área de Estudo
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 3 – Imagens do pinhão na Área Experimental Reservada para Estudos de Ecologia e Dinâmica da
Caatinga do Laboratório de Ecologia e Botânica – LAEB/CDSA/UFCG, município de Sumé, Paraíba.
Figura 4 – Imagens do marmeleiro na parcela monitorada, na Área Experimental Reservada para Estudos de
Ecologia e Dinâmica da Caatinga do Laboratório de Ecologia e Botânica – LAEB/CDSA/UFCG, município
de Sumé, Paraíba.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ANUAL
43,8 77,4 132,9 130,2 58,6 42,4 23,4 9,2 5,0 6,4 11,9 18,1 584,9
Tabela 1. Dados de precipitação média mensal e anual (mm) de 30 anos – Publicação SUDENE – Dados
Pluviométricos do Nordeste – Série Pluviometria 5, Recife, 1990. Posto Sumé (Latitude (Graus) -7,67360;
Longitude (Graus) -36,89640), Cariri paraibano (AESA, 2013).
Fonte: AESA (2014)
Posto/Ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ANUAL
01/2012 10,9 10,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 21,0
02/2013 55,5 0,0 41,0 41,9 20,5 57,2 69,3 5,4 0,0 0,0 0,0 60,0 350,8
Tabela 2. Dados de precipitação mensal e anual (mm) para os ano de 2012 e 2013. 01 = Posto Sumé
(Latitude (Graus) -7,67360; Longitude (Graus) -36,89640), 02 = Posto Sumé/Fazenda Bananeiras (Latitude
(Graus) -7,50689; Longitude (Graus) -36,96311) no Cariri paraibano (AESA, 2014).
Fonte: AESA (2014)
Para o ano de 2014 choveu no município 104,8 mm - período de janeiro a março (Posto
Sumé/Fazenda Bananeiras - Latitude (Graus) -7,50689; Longitude (Graus) -36,96311). Assim, tem-
se que no período observado choveu abaixo da média histórica. Portanto, a associação da
mortalidade das espécies com os níveis de precipitação são indicativos fortes, uma vez que o
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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(Brasil.SUDENE.Pluviometria, 5).
RESUMO
A hipercolesterolemia corresponde ao aumento dos níveis de colesterol no sangue, condição cada
vez mais prevalente no Brasil e demais sociedades industrializadas e consequência principalmente
de mudanças de hábitos de vida da população. O colesterol plasmático elevado é um dos principais
fatores de risco para a ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV), que representam a principal
causa de óbito atualmente em todo o mundo. Além da influência de fatores genéticos para o
surgimento da hipercolesterolemia, a alimentação inadequada e o sedentarismo são determinantes
marcantes que favorecem a ocorrência do quadro. O consumo de frutas e vegetais tem sido indicado
como prevenção e como terapêutica pela medicina natural por conterem fibras e outras substâncias
capazes de modular o metabolismo lipídico, como flavonóides e fenóis antioxidantes, fitoquímicos
com propriedades anti-inflamatórias e componentes com efeitos sobre plaquetas e vasos sanguíneos.
Atualmente, há várias correntes de estudo que exploram o uso de fitoterápicos como opção
terapêutica para redução do colesterol, que consiste em uma modalidade de tratamento que já possui
grande quantidade de adeptos, principalmente por falta de acesso a medicamentos convencionais.
Alimentos como a erva-mate, o guaraná e a banana, entre outros, têm sido pesquisadas quanto aos
seus efeitos sobre o colesterol com obtenção de dados promissores, o que é importante para ampliar
o arsenal de opções terapêuticas das dislipidemias e prevenção das DCV. No entanto, é fundamental
basear a indicação de tais substâncias em evidências concretas e na comprovação de ausência de
risco ao organismo.
Palavras-chave: hipercolesterolemia; fitoterapia; doenças cardiovasculares; medicina alternativa.
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Doenças cardiovasculares
O uso de drogas modernas para o tratamento da dislipidemia muitas vezes é caro e fora do
acesso de boa parte da população mundial, além da desvantagem de diversos efeitos colaterais
associados (KLASSA et al., 2013). Estudos recentes têm mostrado que certos componentes da
dieta, como fibras, fitosteróis, polifenóis, peptídeos bioativos e probióticos podem modular o
metabolismo lipídico e assim, contribuir para a redução das doenças cardiovasculares (ANGELIS-
PEREIRA et al., 2013).
A redução de 1% no nível de colesterol plasmático corresponde a uma redução de 2% na
probabilidade que eventos cardiovasculares venham a ocorrer (PRAÇA et al., 2004). Uma dieta
com reduzida concentração de gordura saturada e colesterol ajuda a prevenir as DCV e o consumo
de leguminosas tem sido indicado como potencial redutor do LDL-c e do colesterol total. Outro
importante indicador são os altos níveis de HDL plasmáticos que implicam em uma proteção contra
as DCV (FROTA, 2011).
Muitos estudos epidemiológicos têm sido realizados para verificar a influência do consumo
de frutas e verduras na prevenção de DCV e demonstrado que o consumo de flavonóides apresenta-
se inversamente relacionado com a incidência de infarto do miocárdio e doença coronariana,
apresentando impacto na redução da mortalidade por DCV e também nos níveis plasmáticos do
LDL-c e do colesterol total (LIU, 2013). O The Women‘s Health Study (LIU et al., 2008), realizado
com 39.876 mulheres que foram avaliadas quanto à dieta e acompanhadas pelo período de cinco
anos, reportou que houve redução de 20-30% no risco de DCV associado a maior ingestão de frutas
e verduras.
A banana (Musa paradisíaca) é uma fruta bastante presente na dieta brasileira e é fonte de
energia, fibras e amido, além de conter flavonóides com efeitos sobre o metabolismo lipídico. A
farinha de banana contém 61-76% de amido, 6-15% de fibras totais, 2-3% de fibras solúveis e 12%
de fibras insolúveis (MOTA et al., 2000). O amido resistente, encontrado em abundância na farinha
de banana verde, é um tipo de amido que não sofre digestão no intestino, mas pode ser fermentado e
produzir efeitos benéficos, como a redução do colesterol (GARCIA et al., 2006, ANGELIS-
PEREIRA et al., 2013).
Angelis-Pereira et al. (2013), investigaram os efeitos das farinhas de polpa de banana e de
casca de banana em ratos com hipercolesterolemia e verificaram que não houve efeito considerável
das farinhas na redução do colesterol total, do HDL-c e do LDL-c. A taxa de triglicerídeos,
entretanto, foi reduzida em 22%, levando a níveis similares aos do grupo controle com colesterol
normal. Yin et al. (2008), estudando o efeito de uma única refeição com banana sobre as
lipoproteínas plasmáticas em vinte voluntários saudáveis, verificaram que houve redução
significativa de peróxidos de lipídios, de lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL), do LDL-c
e do HDL-c na dosagem 2 horas pós-refeição, indicando que o consumo de banana reduz o estresse
oxidativo e aumenta a resistência oxidativa do LDL-c.
O alho (Alliumsativum L.), planta nativa da Ásia Central, tem grande importância na
culinária brasileira e é bastante acessível economicamente. É rico em fitoquímicos terapeuticamente
úteis por ação antibacteriana, antioxidante, fibrinolítica e anticoagulante, anti-hipertensiva,
natriurética e diurética, hipoglicemiante e moduladora do metabolismo lipídico, com capacidade de
prevenir DCV (CUTLER, WILSON, 2004; MARCHIORI, 2005; DROBIOVA et al., 2009;
KLASSA et al., 2013).Klassaet al., (2013), utilizando extrato aquoso de alho a 5% durante 42 dias
em coelhos com hipercolesterolemia induzida, não obtiveram dados estatisticamente significativos
por que corroborassem a eficácia do uso do alho para a redução do colesterol plasmático, apesar de
ter sido observada uma tendência em aumento dos níveis de HDL-c e redução do LDL-c nos
animais suplementados com o extrato, o que sugere algum efeito terapêutico. Os autores acreditam
que com maior tempo de suplementação e outras formas de administração, além de uso de uma
maior amostra, a eficácia do alho no combate à hipercolesterolemia possa ser comprovada.
Originado na China e consumido há mais de 3.000 anos, o chá-verde tem sido alvo de
investigações sobre suas propriedades medicinais. Extraído de folhas frescas de Camellia sinensis, é
rico em polifenóis antioxidantes e flavonóides do tipo catequinas, principalmente epigalo catequina-
galato (EGCG), que podem ser responsáveis pelos efeitos terapêuticos do chá-verde (TOKUNAGA
et al., 2002; BATISTA et al., 2009). Batista et al. (2009) realizaram um estudo sobre o efeito do
consumo de chá-verde em pacientes com dislipidemia, utilizando amostra composta por 33
voluntários acima dos 20 anos de idade, com colesterol total > 200 mg/ml e LDL-c > 130mg/dl,
sem evidências de doença coronariana. O uso do chá-verde mostrou redução estatisticamente
significativa de 3,9% no colesterol total e de 4,5% no LDL-c, não apresentando efeito sobre o HDL-
c e triglicerídeos, o que confirma os achados do estudo de Tokunaga et al. (2002), onde foi
evidenciado que o consumo de chá-verde estava associado a níveis séricos mais baixos de colesterol
total e de LDL-c em amostra composta por 13.916 trabalhadores japoneses saudáveis com idade
entre 40-69 anos.
O guaraná (Paullinia cupana), que tem origem na floresta tropical da Amazônia, possui
frutos ricos em cafeína e é amplamente utilizada no Brasil como ingrediente de refrigerantes e
bebidas energéticas, sendo bastante popular entre adolescentes e adultos jovens. Além de cafeína, o
guaraná possui teobromina, teofilina e taninos, podendo tais substâncias apresentar algum efeito
benéfico na proteção contra DCV (DUCHAN et al., 2010; PORTELLA et al., 2013).Estudos
recentes têm mostrado que o guaraná apresenta efeitos sobre a perda de peso corporal, o gasto
energético basal e o metabolismo lipídico, além de efeito inibidor da agregação plaquetária,
reduzindo fatores de risco para DCV (LIMA et al., 2005; PORTELLA et al., 2013).
Portella et al. (2013), pesquisaram os efeitos do guaraná sobre a oxidação do LDL-c em
idosos in vivo através da análise da formação de íons conjugados em amostras plasmáticas de
indivíduos saudáveis que ingeriam guaraná habitualmente e de outros que nunca haviam ingerido
guaraná e verificaram menor oxidação do LDL-c no grupo que consumia, correspondendo a uma
redução de 27% em comparação com o outro grupo. Em outra etapa do mesmo estudo, as amostras
obtidas de 3 voluntários saudáveis que não consumiam guaraná foram testadas in vitro e
evidenciaram alta atividade antioxidante da fruta, principalmente em concentrações entre 1 e 5
μg/mL.
De uso bastante comum no Marrocos e cada vez mais popular na medicina alternativa, o
óleo de argan é obtido da planta Argania spinosa, abundante no sudoeste marroquino, e bastante
rico em ácidos graxos insaturados, incluindo os ácidos oléicos e linoléicos, além de componentes
antioxidantes, como os tocoferóis (KHALLOUKIet al., 2003; HAIMEUR et al., 2013). Diversos
estudos têm mostrado o potencial do óleo de argan de redução do colesterol plasmático total, do
LDL-c e dos triglicerídeos, além de aumento do HDL-c e de redução da oxidação de ácidos graxos,
havendo ainda evidências de propriedade antitrombótica do óleo de argan, devido principalmente
àatividade antiagreganteplaquetária (DRISSI et al., 2004; DEROUICHE et al., 2005; CHERKI et
al., 2005; HAIMEUR et al., 2013).
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de plantas medicinais parece ser uma alternativa em potencial como tratamento
coadjuvante da hipercolesterolemia. No entanto, pela escassez de dados sobre toxicidade e dose
terapêutica adequada, ainda não há evidências suficientes que assegurem o uso de fitoterápicos, o
que pode implicar em risco para a população os utilizar com a intenção de reduzir o colesterol
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RESUMO
As transformações demográficas iniciadas no último século permitem observar em sua composição
um número crescente de indivíduos idosos. A vulnerabilidade ambiental do local, pode ser
diagnosticada pelos aspectos e condições do meio ambiente, aliados à vulnerabilidade
sociodemográfica da população inserida neste ambiente. O presente estudo tem como objetivo
diagnosticar a vulnerabilidade socioambiental da população idosa do município de Sumé-PB. A
metodologia utilizada para a análise socioeconômica e ambiental foi adaptada à partir da
metodologia utilizada por Rocha através de questionário aplicado com códigos e critérios de
estratificação e tabulação dos dados. Os resultados relacionados à degradação do fator
socioeconômico para as condições do passado foi de 54,45% e do presente foi de 44,65%. Os
resultados relacionados a degradação ambiental no passado foi de 50% e no presente foi de 39,53%.
Os resultados referente a vulnerabilidade do fator condições e conhecimentos pessoais para a
condição do passado e do presente, observa-se 42,86% e 60%, respectivamente.
Palavras-chave: Condições de vida, sustentabilidade, meio ambiente.
ABSTRACT
Demographic changes initiated in the last century allow us to observe in its composition a growing
number of elderly individuals. The environmental vulnerability of the site, can be diagnosed by
aspects of the environment and conditions, together with socio-demographic vulnerability of the
population included in this environment. This study aims to diagnose the environmental
vulnerability of the elderly population of the municipality of Sumé-PB. The methodology used for
the socio-economic and environmental analysis was adapted from the methodology used by Rocha
INTRODUÇÃO
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
METODOLOGIA
Questionário:
Nesse caso, a cada variável foi atribuído um valor de 1 a 5, de acordo com a subdivisão da
variável e em atenção à sua importância. O valor maior do código representa a maior degradação e
o valor menor, a menor degradação.
(Eq. 2)
Onde: n - amostra calculada; N – população; Z - variável normal padronizada associada ao nível de
confiança; p - verdadeira probabilidade do evento; e - erro amostral.
Para o cálculo dos parâmetros foram utilizados os seguintes valores: erro amostral de 5%,
Nível de confiança 95%, Percentual máximo de 5%.
Para poder distinguir as diferenças no decorrer do espaço-tempo, as arguições foram
estruturadas para o presente e para as mesmas questões, quais eram suas condições há 30 anos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
80,00
60,00 54,45%
40,00
20,00
0,00
70 120 170 220 270
100,00
y = 0,6289x - 43,396
80,00
60,00
44,65%
40,00
20,00
0,00
50 100 150 200 250
Com base nas respostas dos questionários observa-se no levantamento socioeconômico que,
a maioria da população idosa em tempos pretéritos não tinham acesso ao crédito bancário, ao
transporte, não recebiam assistência técnica dos órgãos competentes, nem a tratamentos médicos
adequados. Esses e outros fatores que são de suma importância para essa população, não eram
disponibilizados no passado, fazendo com quem eles não tivessem uma qualidade de vida adequada,
e isso possivelmente provocando um aumento na taxa de mortalidade à época.
Ao analisar a Figura 2, referente às condições socioeconômicas do presente, observa-se uma
melhora com diferença de quase 10%,no entanto, essa condição ainda não é satisfatória, embora a
qualidade de vida dos idosos atualmente é bem melhor em comparação ao passado. Devido às
baixas condições socioeconômicas e culturais, as quais foram constatadas, significa uma ampla
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 430
ausência de políticas públicas destinadas à assistência social e médica daquelas populações mais
afastadas dos centros urbanos desenvolvidos, ainda, demonstrando a relação das características
específicas do meio ambiente e fatores associados à expectativa de vida, elementos estes que
constituíram atenuantes para a diminuição e retratação da qualidade de vida deste grupo social
averiguado.
A partir da facilidade de acesso e oferta dos serviços públicos, mesmo em proporção
mínima, mas acima de tudo, preliminarmente ofertada, bem como as questões ligadas a melhoria da
qualidade de vida no sentido de valorização financeira e salutar, vinculada a uma maior opção de
conquista em relação aos fatores socioeconômicos, são certamente determinantes para assegurar
uma condição de vida melhorada, fazendo com que houvesse um maior aumento da expectativa de
vida, em virtude das melhorias básicas de qualidade dos elementos sociais, desde o acréscimo na
renda por criação de ações sociais, permitindo acesso a uma alimentação adequada e assistência
médica capaz de subsidiar o tratamento de doenças de natureza geriatra.
Destacar-se, que havia uma maior dificuldade em torno de quesitos que hoje são mais
acessíveis. Podemos perceber na vulnerabilidade socioeconômica apresentada, o baixo nível de
renda por aspectos de fragilidade no cultivo da terra, gerando uma agricultura ineficiente, sendo
esta, também, normalmente, a única fonte advinda para a sustentabilidade, acarretando
indisponibilidade de aquisição de alimentos e transporte. Pois sem renda agregada ao
desenvolvimento familiar, as dificuldades de consumo foram bem consolidadas, visto que
anteriormente era precária a falta de renda, ausência de energia elétrica, ausência total de
infraestrutura logística, oferta de educação inexistente para valorizar o ensino básico de formação e
alfabetização, evidenciando que a ação governamental, da época, não ofertava o mínimo de serviços
possíveis de prestação, no âmbito educacional e médica. Constata-se também a falta de
conhecimento da população idosa dos direitos básico e constitucionais, sobretudo, da inexistência
substancial de assistência social e estrutural, e desse modo, das oportunidades necessárias entre
outros fatores, são uma junção e espelho da menção dos dados apresentados e coletados.
Observa-se que, em decorrência de atenuantes que levaram à melhores condições de vida e
níveis de renda, acesso a programas sociais chancelados pelos poderes públicos, crescente
disponibilidade de acesso à água e outras variáveis, uma vez que melhorando as infraestruturas de
logística na área elétrica e de abastecimento de água, somado ao conjunto de medidas no sentido de
aperfeiçoar os ensinos educacionais, diminuindo a pobreza e garantindo uma qualidade de vida e
dignidade, contribuíram para um resultado favorável desses aspectos.
Como se observa nas Figura 4 e 5, de degradação ambiental, no passado, as condições
ambientais prevalecentes na cidade era de péssima qualidade (50%), devido, possivelmente, a
100,00
y = 1,1905x - 30,952
80,00
60,00
50,00%
40,00
20,00
0,00
20 40 60 80 100
100,00
y = 1,1628x - 27,907
80,00
60,00
39,53%
40,00
20,00
0,00
20 40 60 80 100
Segundo Barbosa et al. (2005), os problemas ambientais causados pela sociedade, em seu
processo de construção e reconstrução de espaços geográficos, decorrem, sobretudo do modo como
as sociedades se apropriam da natureza, usam, destinam e transformam os recursos naturais.
Consiste numa questão de ordem política econômica e primordialmente de cunho cultural, pois a
sociedade age na natureza segundo os padrões ou costumes políticos, econômicos e culturais
criados por ela mesma. Além disso, esse processo pode levar a degradação das terras, proveniente
de atividades humanas. Essas práticas são responsáveis pelo aparecimento das erosões, que
80,00
60,00
42,86%
40,00
20,00
0,00
0 2 4 6 8 10 12
100,00 y = 20x - 40
80,00
60,00%
60,00
40,00
20,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8
CONCLUSÕES
Almeida, P. M. de; Mochel, E. G.; Oliveira, M. do S. S. (2011). O idoso pelo próprio idoso:
percepção de si e de sua qualidade de vida. RevistaKairósGerontologia, 13(2), 99-113.
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RESUMO
A preocupação com a qualidade dos alimentos que ingerimos vem crescendo a cada dia, visto que
muitos alimentos para terem boa produtividade no campo e aparência nas gôndolas dos mercados
precisam receber uma forte carga de agrotóxicos. Dentre estes, causam apreensão os herbicidas, que
são agroquímicos destinados ao combate de plantas invasoras que disputam espaço, água e
nutrientes com as culturas de interesse. Nos últimos dez anos a venda de herbicidas aumentou cerca
de 70%. Tal cenário desperta a necessidade de se buscar novas alternativas para o controle de
plantas daninhas. Destaca-se aqui a possibilidade do uso da alelopatia, que é a influência de uma
espécie vegetal sobre a outra a partir da liberação de substancias do metabolismo secundário e que
podem inibir o desenvolvimento de potenciais competidores. A literatura corrente aponta vários
estudos sobre a influência dos aleloquímicos em plantas daninhas. O presente trabalho consiste em
uma revisão literária sobre os estudos da alelopatia de vários autores com o objetivo de saber qual o
nível de conhecimento e utilização da mesma.
Palavras-chave: controle alternativo, substâncias aleloquímicas, bioherbicida.
ABSTRACT
The preoccupation with the quality of food we eat is increasing, seen that many foods to have good
productivity in the field and appearance in shelving of the supermarkets need receive a strong
charge of pesticide. Among these, induce apprehension the herbicides, are agrochemicals destined
to combat the invasive plants that dispute for space, water and nutrients with other cultures of
interest. In the last ten years the selling of herbicides increased in about 70%. Such scene waken the
necessity of research of news alternatives in the weed plants control. The possibility in use of the
allelopathy, which is the influence of the plant species on the others starting with release of
INTRODUÇÃO
A utilização de agrotóxicos na agricultura é datada desde 1200 a.C. com fins destrutivos,
pois era uma mistura de sal com cinzas aplicadas em terras utilizadas por exércitos bíblicos contra
seus inimigos, deixando a terra infértil, facilitando a sua conquista. Suas principais funções são o
controle ou morte total de um organismo vivo (animal ou vegetal). Em muitos pólos agrícolas, por
exemplo, 95% da agricultura familiar faz uso dos agrotóxicos, resultando em cerca de 20% de casos
de pessoas intoxicadas (VARGAS et. al , 2013). Há diversas classificações para os agrotóxicos
(orgânicos/inorgânicos), mas a que mais interessa em relação a produtividade, são os herbicidas que
atuam no controle direto ou indireto de plantas daninhas, os quais são produtos químicos capazes de
matar plantas em grandes escalas. O seu uso industrial é datado do ano de 1944, quando se
descobriu que a molécula 2,4-D (2,4-diclorofenoxiacético) apresentava propriedades tóxicas. Um
levantamento feito por Lorenzi (2006) aponta que existe cerca de 50 princípios ativos e inúmeras
Controle de plantas daninhas com propriedades alelopáticas de Canola (Brassica napus L.)
Uso das propriedades alelopáticas do Nim indiano (Azadiracha indica) no controle de plantas
daninhas
Melo Filho (2013) realizou estudos sobre o efeito alelopático de Nim indiano (Azadirachta
indica) e Algaroba (Prosopis juliflora) sobre Erva quente (Spermacoce latifolia), Anileira
(Indigofera hirsuta), Muçambê (Cleome spinosa), Jureminha (Desmanthus virgatus), Fedegoso
(Senna occidentalis L.) e Capim-carrapicho (Cenchrus echinatus L.), através da preparação do
extrato aquoso (100%) diluído em nas concentrações de 25 , 50 , 75 % , utilizando água como
testemunha (0%), observou-se que o Nim indiano e Algaroba tiveram efeito alelopático na
germinação das sementes e tamanho das radículasem todas as espécies de plantas daninhas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se concluir diante do levantamento de trabalhos realizados nos últimos anos que os
estudos sobre alelopatia apresentam uma grande diversidade, devido ao aumento na preocupação
dos consumidores com os alimentos ingeridos, a alelopatia tornou-se alvo de estudos para que
futuramente seja utilizada como alternativa no controle de plantas daninhas diminuindo o uso dos
herbicidas sintéticos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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pilosa. Planta daninha, v. 26, n. 4, p. 717-724, 2008. (b)
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo discutir sobre a Lei 11.445 de 2007, que trata do Plano Nacional
de Saneamento Básico, abordando três dos quatro componentes básicos contemplados por ela –
abastecimento e tratamento de água; coleta e tratamento de esgotos; e resíduos sólidos. Buscar-se-á
questionar de que maneira é possível seu cumprimento, quais estratégias e que ações por parte das
Administrações Públicas e também da Sociedade Civil deverão ser articuladas para obdecer as
diretrizes impostas pela Lei e alcançar metas estabelecidas. O assunto é motivo de preocupação no
mundo inteiro e se tornou um grande desafio para as Administrações Públicas de todas as esferas,
pois impacta diretamente no meio ambiente e na saúde pública, alterando as condições de vida da
população, e interferindo na qualidade de vida e no viver em harmonia com a natureza. Observa-se
que só teremos resultados satisfatórios se realmente houver investimentos em Políticas Públicas e
na mobilização da Sociedade Civil organizada em reivindicar seus direitos que lhe é assegurado
pela Constituição Brasileira e também em cumprir o papel que lhe cabe como cidadão.
Palavras-Chave: Saneamento Básico,Sociedade Civil, Administrações Públicas .
ABSTRACT
This article aims to discuss the Law 11.445/2007, which is about the National Sanitation Plan, and
debates on three of the four basic components contemplated by it – water supply and treatment;
sewage collection and treatment; and solid waste. The objective is to question how it is possible to
implement the Law, what Public Administration and Civil Society strategies and actions should be
articulated to fulfill the Act guidelines. The matter is of concern worldwide and has become a major
challenge for all levels in the Public Administrations since it directly impacts on the environment
and in public health by changing population living conditions, and interferes in life quality and in
the relation human and nature. It is observed that we only will have really satisfactory results if
investments in Public Policy and in Civil Society mobilizations organized in claiming their rights
that are guaranteed by the Brazilian Constitution.
Keywords: Sanitation, Civil Society, Public Administration.
[...] a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições
ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: [...] I - ação governamental na
manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio
público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; [...] II
- racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; [...] Ill - planejamento e
fiscalização do uso dos recursos ambientais; [...] IV - proteção dos ecossistemas, com a
preservação de áreas representativas; [...] V - controle e zoneamento das atividades
potencial ou efetivamente poluidoras; [...] VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de
tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; [...] VII -
acompanhamento do estado da qualidade ambiental; [...] VIII - recuperação de áreas
degradadas; [...] IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; [...] X - educação
ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente [...].
Nesse sentido, o Plano Nacional de Saneamento Básico traz objetivos, diretrizes e metas
visando a regrar as ações empreendidas para tal fim, sendo ele integrante da Política Nacional do
Meio Ambiente –PNMA, LEI nº 6.938/81 os quais são analisados nesse artigo. Também, pensar-se-
á a questão da Educação Ambiental, também prevista por lei, nesse processo, a qual contribui para
as mudanças de atitudes do ser humano em relação ao ambiente.
ELEMENTO ÁGUA
Conforme LEFF,
[...] a água é a origem da vida. Mais de 75% do planeta e do corpo humano são compostos
por água.Antes de nascer vivemos envoltos em água no útero materno. A água é
fundamental para a manutenção da vida.A água é, junto com o ar, a terra e o fogo, um dos
elementos constitutivos do mundo que habitamos.A água circulou livre e abundante,
alimentando a vida no planeta.E, no entanto, a supereconomicização do mundo transformou
a abundancia em escassez.Depois do ouro negro e do ouro verde, hoje a água surge na
superfície do mercado como ouro azul.Para isso foi necessário produzir sua escassez, para
inserilá na lógica da economia (Leff, 2010, p.109).
Diante do exposto acima, podemos refletir sobre a importância que a água tem para a
manutenção de todas as formas de vida no planeta e de como ela foi usada de forma irracional
devido a sua fartura, tornando-a escassa, e consequentemente trazendo sérios problemas atualmente
para o planeta.
Nesse sentido Leff, também afirma que,
[...] o consumo de água duplica a cada vinte anos em relação ao crescimento demográfico
(a população mundial cresceu três vezes mais desde os anos 1950 enquanto a demanda de
água aumentou seis vezes). Essas cifras indicam que quanto mais o mundo se economiciza,
mais água é consumida (Leff, 2010, p.109).
[...] mais de 130 milhões de pessoas carecem de abastecimento de água potável em suas
casas, e calcula-se que somente uma pessoa de cada seis conta com redes de saneamento
adequadas. A cidade de São Paulo, em que pese pertencer ao país com mais mananciais de
água doce do mundo, enfrenta uma grave ameaça de racionamento, pois seu abastecimento
de água depende de fontes que estão cada vez mais distantes da cidade, e o custo do
transporte supera a capacidade aquisitiva de muitos habitantes (Leff, 2010, p.113).
A análise feita pelo autor, que data de 2010, serve como um prognóstico que acabou se
confirmando, pois a cidade de São Paulo vive atualmente esse dilema. É preciso também entender
que esses acontecimentos negativos tem a conivência por parte dos gestores públicos, pois além de
não articularem medidas preventivas a longo prazo para que isso não ocorra, são inoperantes no ato
de regrar e fiscalizar o uso desse recurso.
Nesse sentido afirma Leff,
[...] no entanto, hoje em dia, o metabolismo da água e dos ecossistemas não apenas é
alterado pelas grandes represas, ou pelo simples crescimento demográfico e suas demandas
incrementadas de água, mas pelos efeitos da crescente intervenção do sistema econômico
sobre a natureza através dos fluxos e refluxos da água que alimenta os processos industriais
e comerciais (Leff, 2010, p.114).
Cabe a população de forma organizada reivindicar seus direitos, exigindo dos gestores
principalmente dos locais, um planejamento que lhe garantam acesso a água tratada e a canalização
e tratamento de esgoto, mas isso por si só não resolve pois é necessário . Isso implica na elaboração
dos Plano Municipal de Saneamento Básico que deve ser construído de forma democrática e
participativa.
[...] Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluída os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis.
Não é necessária muita pesquisa e teoria para chegarmos à conclusão de que o ser humano
ainda está muito longe de perceber que ele é parte da solução do problema. Isto se manifesta pelas
atitudes de gerar resíduos sólidos de maneira desenfreada e muitas vezes não dando o destino final
ambientalmente correto. Porém, a implantação da Legislação procura disciplinar de modo
integrado, ou seja, atribuindo responsabilidades aos geradores, sendo eles poder público, pessoas
físicas ou jurídicas, sejam elas direta ou indiretamente ligadas à geração dos Resíduos Sólidos.
Além disso, em relação à gestão local dos detritos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos –
PNRS – determina que por ser de competências dos municípios, eles devem elaborar seus próprios
planos de resíduos sólidos. O mesmo é denominado Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos – PMGIRS, e deve contemplar o conteúdo mínimo descrito na PNRS, devendo
ser compatíveis com realidade local.
Assim toda a sociedade brasileira é responsável pela gestão integrada e pelo gerenciamento
dos resíduos sólidos, o que na Lei apresenta-se, como três conceitos cruciais:gestão integrada de
resíduos sólidos, responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e logística
reversa.A gestão integrada dos resíduos sólidos tem como objetivo sob a responsabilidades dos
entes federados, de elaborar planos que atendam questões como coleta seletiva, reciclagem,
inclusão social e participação da sociedade civil durante a elaboração, implementação e
monitoramento, estabelecendo, inclusive, meios de controle e fiscalização da sua implementação e
operacionalização.Cabe destacar aqui, a importância na Lei é a inclusão social dos catadores de
materiais recicláveis.Segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos(2011), estimava que no Brasil
existam em torno de 600 mil, desempenhando assim um relevante serviço no processo de
reciclagem.
Nesse sentido, a sociedade civil desempenha um papel fundamental na gestão dos resíduos
sólidos na medida que é responsável, de acordo com a Lei, pela separação dos resíduos para a coleta
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 450
seletiva, e também na devolução após uso de embalegens facilitando a logistiva reversa. Na Carta
de Belgrado foi definido como um dos seis objetivos indicativos da educação ambiental, conforme
Marcos Reigota, a
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do que foi mencionado anteriormente, observa-se que o Plano Nacional é um plano
importante e necessário, com metas estabelecidas que precisam ser alcançadas de forma urgente,
devido a situação precária em que se encontra o saneamento básico no Brasil. Porém, que sejam
implantadas estas medidas, há a necessidade de se ter um engajamento da sociedade civil
organizada e dos getores públicos de todas as esferas para que seu efetivo objetivo se concretize.
A sociedade civil realizando o seu dever de cidadão, separando seus resíduos domésticos
para a coleta seletiva, se mobilizando, exigindo investimentos em políticas públicas de saneamento
básico, cabendo estratégias e programas e fiscalizando o cumprimento da legislação vigente.
Por parte dos gestores públicos, principalmente o local, cabe a implementação de políticas
públicas, como por exemplo a elaboração de um plano de saneamento básico para seu município,
levando em conta a realidade local, e convocando a participação da população para a construção do
mesmo, de forma democrática e participativa.
Desta maneira podemos chegar a universalização dos serviços de saneamento básico, tão
sonhado por todos, e assim, estabelecer um equilíbrio entre as questões ambientais, econômicas e
sociais de maneira que cada individuo tenha acesso aquilo que lhe deveria ser básico e que em
muitas vezes fica somente no nome.
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REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental. São Paulo: Editora Brasiliense, 1998.
RESUMO
O educando apresenta um perfil de sujeito proativo frente ao conhecimento novo e dinâmico se
envolve e quer participar de sua realidade. Assim, a escola passa a ser importante na formação
crítica desse indivíduo. A utilização de inovações metodológicas no processo de ensino e
aprendizagem tem sido muito bem explorada por trabalhos do gênero (ROMANOWSKI;
WACHOWICZ, 2003; CARVALHO et al., 2010; PACHECO, 2007). Este trabalho foi realizado
com seis turmas de ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio, Félix Araújo,
situada em Campina Grande- PB. Propôs-se a avaliar a compreensão da comunidade escolar sobre a
importância da reciclagem do óleo de cozinha e promoção da sensibilização destes alunos, para
atuarem como sujeitos pró-ativos no processo de reaproveitamento deste resíduo para a produção de
sabão. Na primeira etapa, os alunos pesquisaram sobre o tema. Realizou-se a aplicação de um
questionário fechado, a apresentação do projeto em slides, promoção de uma palestra por um
pesquisador da área de reciclagem de resíduos, coleta do óleo junto à comunidade escolar, uma
oficina de sabão com os alunos e por fim, a implantação de um PCV- Posto de Coleta Voluntário.
Foram produzidos 3 Kg de sabão, cortados em barras de 100g, distribuídas para 30 famílias. Os
resultados obtidos são indicativos de que houve uma apropriação gradativa dos conhecimentos
pelos alunos, que demonstraram boa participação durante todas as etapas do projeto, passando a
trazer porções médias de 20 ml de óleo usado para reciclagem. As famílias foram informadas sobre
o projeto em reunião pedagógica, passando também a colaborar no envio do resíduo. Registrou-se
ser viável e importante, nos aspectos ecológico e pedagógico a implantação de um Posto de Coleta
Voluntário (ECOPONTO) na escola, pois promove interação entre escola e famílias e maior
aprendizagem e interesse por parte dos alunos.
Palavras Chaves: Reciclagem de óleo, Produção de sabão ecológico, Educação ambiental.
ABSTRACT
The learner profile provides a proactive subject towards the new and dynamic knowledge is
involved and wants to participate in their reality. Thus, the school becomes important in the critical
training that individual. The use of methodological innovations in the teaching and learning process
21
Licenciada em Ciências Biológicas pela UEPB. Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental.
INTRODUÇÃO
A escassez de água potável é uma realidade nos dias atuais, pois a ação antrópica irrefletida,
seja por desperdício, por má utilização ou mesmo por inadequada disposição das águas residuárias
nos corpos hídricos, tem promovido o desgaste deste bem.
Segundo Silva (2011), os efeitos dessa degradação são percebidos na biocenose, pois os
diversos resíduos gerados são normalmente dispostos de forma incorreta e sem o devido tratamento.
Essa constatação é registrada no Brasil e no mundo, onde a urbanização desenfreada, bem como a
concentração da população e das atividades industriais sobre o mesmo espaço, tem contribuído para
a eutrofização dos corpos d‘água através do despejo de águas residuárias sem tratamento adequado.
A abordagem crítica dos conteúdos de ecologia e a sensibilização do aluno, para que perceba
a problemática ambiental, a exemplo da degradação da água, devem ser trabalhadas na escola,
visando à formação de um sujeito envolvido com a promoção do bem comum da comunidade onde
está inserido. Nesse contexto, o aluno pode se construir como sujeito responsável pela conservação
do meio ambiente, por perceber-se parte integrante desse.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONTEÚDOS Número %
1- A reutilização do óleo na fabricação de sabão 11 12,50%
2- O óleo obstrui tubulações, dificultando o tratamento dos esgotos. 3 3,41%
3- Os impactos ambientais negativos do lançamento do óleo de cozinha 39 44%
4- A importância das pessoas conhecerem a poluição causada pelo óleo 5 5,68%
5- As múltiplas utilidades do óleo de cozinha (reciclagem) 25 28,41%
6- Apenas 2,5% do óleo de cozinha produzido no Brasil são reutilizados 4 4,54%
7- O elevado percentual de esgoto que não é tratado no Brasil 1 1,14%
Quadro 1: Conteúdos mais relevantes e curiosos na concepção dos alunos
Os dados coletados indicaram que 44% dos alunos tiveram sua atenção voltada para os
impactos negativos do descarte indevido do óleo de cozinha. Foi questionado ao aluno se ele
considerava que a consulta realizada trazia informações importantes sobre parte da problemática
Ambiental, tão amplamente discutida na atualidade. A Figura 1 apresenta essa avaliação na
concepção do aluno.
Esses resultados sugerem que o grupo estava sensível para se envolver com a proposta de
reciclagem do óleo de cozinha. Conforme dados coletados, 60,23% dos alunos não reaproveitavam
o óleo de cozinha após o uso. A Figura 2 apresenta o percentual de reutilização do óleo de cozinha
por famílias pesquisadas.
No dia 18 de agosto de 2013, foi realizada na escola, uma palestra-debate desenvolvida por
mestranda em Recursos Naturais da UFCG, e uma representante da Cooperativa ARENSA-
Associação de Catadores Recicláveis da Comunidade Nossa Senhora Aparecida com presença de
duas professoras da escola, para 74 alunos integrantes da 2a e 3a séries do ensino médio. As
expositoras convidadas geraram com os adolescentes uma rica discussão sobre a ação antrópica no
ambiente nos dias atuais apontando também algumas atitudes no caminho da sustentabilidade.
Conforme apresentado na Figura 3, momentos da palestra, oficina e embalagem do sabão pelos
alunos.
O lixo é que causa as enchentes em minha rua, no Jardim Paulistano, a rua alagou e
quando a prefeitura veio, retirou muito lixo da boca de Lobo.
(Aluna 1, 2o médio- Turma D.)
Nós vamos pagar caro pelo tratamento do esgoto contaminado pelo óleo.
(Aluna 2, 2o médio- Turma D.)
Demonstrando já apresentar alguns fundamentos teóricos dentro do tema, uma aluna pontua.
Com óleo de cozinha na água, a luz não passará e as algas não serão capazes de realizar
fotossíntese.
(Aluna 3, 2o médio- Turma E.)
Então, o mesmo óleo que polui a água, entope o solo e provoca enchentes?
(Aluno 4, 3o médio- Turma D.)
Trazendo outras dúvidas para o universo da discussão, uma aluna questiona a pesquisadora:
Material Necessário:
Procedimento:
Coloca-se toda a água no balde e lentamente vai acrescentando a soda caustica. Em seguida,
adiciona-se aos poucos o óleo de cozinha, mexendo sem parar. Ao despejar todo o óleo, permanece
mexendo por 40 minutos. Despeja-se o conteúdo em embalagens de leite longa vida e de sucos.
Aguarda-se por 2 (dois) dias e em seguida realiza-se o corte em barras de 100 gramas.
A presidente da ARENSA também apresentou de forma musicada, algumas paródias que
enfocavam a importância da reciclagem na qualidade de vida dos catadores, assim como para a
mitigação da problemática ambiental vigente.
Aplicou-se um segundo questionário sobre o consumo de óleo de cozinha visando perfilar
uma per capita de consumo de óleo entre 35 famílias pesquisadas, compostas por 154 pessoas. Os
resultados apontaram um consumo per capita de 680 ml/mês, valor considerado muito elevado para
a saúde humana e também para o equilíbrio ambiental, considerando que parte desse óleo é
disposta, inadequadamente, nos mananciais e no solo.
Corroborando com essa proposta de sensibilização para a educação ambiental, Santos (2007)
pontua que, o letramento dos cidadãos vai desde o entendimento de princípios básicos de fe-
nômenos do cotidiano até a capacidade de tomada de decisão em questões relativas à ciência e
Figura 4: alunas realizando cálculo de per capita de descarte de óleo em cada família.
É importante pelo fato de que na escola nós aprendemos várias coisas, incluindo, como
cuidar e preservar o meio ambiente. A escola é o melhor lugar para se aprender sobre
consciência ecológica pelo fato dos professores saberem mais sobre o assunto e terem
muita influência sobre a educação geral. (Aluno 12- 10 E)
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RESUMO
Este artigo envolve uma análise realizada a partir do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, com
objetivo de introduzir o debate com alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) sob o aspecto
do consumo consciente. Nesse sentido, busca-se associar assuntos como gestão compartilhada,
logística reversa de forma interdisciplinar através da exploração desses assuntos em sala de aula,
atrelado ao conteúdo programático. Acreditamos que a educação ambiental representa uma
importante estratégia de ensino-aprendizagem favorecendo no processo ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Política Nacional de Resíduos Sólidos, Educação Ambiental.
ABSTRACT
This article involves an analysis from the National Solid Waste Plan, with the aim of introducing
students to debate the EJA (Youth and Adults) under the aspect of conscious consumption.
Accordingly, we seek to associate subjects as shared management, reverse logistics in an
interdisciplinary way through the exploration of these issues in the classroom, tied to the
curriculum. We believe that environmental education is an important strategy for promoting
teaching and learning in the teaching-learning process.
Keywords: National Policy on Solid Waste, Environmental Education.
INTRODUÇÃO
22
Mestre em Ensino da Saúde e do Ambiente (UNIPLI), cursando doutorado em Historia da Ciencia no IESLA, Prof.
da Rede Municipal de Itaboraí e São Gonçalo; herikabastos@yahoo.com.br .
23
Mestre em Ensino da Saúde e do Ambiente (UNIPLI), Prof. da Rede Municipal de São Gonçalo e Rede Estadual do
RJ; luisgabrielrs@ibest.com.br .
O atual padrão de consumo de nossa sociedade é colocado em pauta nas abordagens dos
temas ambientais e principalmente na discussão dos resíduos, como um modelo que deve
ser repensado para a garantia de sobrevivência das gerações futuras (SOBARZO e
MARINS, 2010, p:3).
O relatório da ONU (2010) argumenta que é possível deter a destruição dos ecossistemas se
medidas coordenadas forem tomadas para reduzir a pressão sobre o meio ambiente natural.
Para Layargues (2002), a questão do lixo vem sendo apontada pelos ambientalistas como um
dos mais graves problemas ambientais urbanos da atualidade, a ponto de ter se tornado objeto de
proposições técnicas para seu enfrentamento e alvo privilegiado de programas de educação
ambiental na escola brasileira.
A ONU alerta para o risco de degradação e colapso24 de ecossistemas importantes para o
homem. Segundo Leff (2010) o maior desafio da educação em nossos dias: o da responsabilidade e
da tarefa de contribuir para este processo de reconstrução, educar para que os novos homens e
mulheres do mundo sejam capazes de assumir esta crise civilizatória e converte-la no sentido de sua
existência.
Atento a essas questões, esta investigação tem como objetivo apresentar uma palestra sobre
o Plano Nacional de Resíduos Sólidos e, fundamentalmente, avaliar a sua adequação à sala de aula,
em assuntos como Gestão Compartilhada, Política Reversa, entre outros, visando a conscientização
do educando enquanto participante ativo na própria realidade dos fatos.
Sendo assim Busquets et all (1997) uma das propostas de se influir nesse processo de
transformação da sociedade, sem abrir mão dos conteúdos curriculares tradicionais, é por meio da
inserção transversal, na estrutura curricular da escola. Por isso, faz-se necessário ―tornar a educação
24
Colapso é, portanto, uma forma extrema de diversos tipos mais brandos de declínio, e torna-se arbitrário decidir quão
drástico deve ser o declínio de uma sociedade antes que se possa qualificá-la como colapso. (DIAMOND, 2010,p: 3)
DESENVOLVIMENTO
A preocupação com a destinação dos resíduos vem sendo discutidas em âmbito nacional e
internacional. Com a aprovação em 2010 no Congresso, da Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) passa a ser um marco envolvendo governo, sociedade civil e iniciativa privada. A
sociedade passa a ser responsável pela disposição correta dos resíduos, os governos são
responsáveis pela implantação e implementação dos planos de gestão que fazem parte da PNRS.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 23, inciso VI, estabelece que a proteção ao
meio ambiente e o combate à poluição em qualquer de suas formas – inclusive a contaminação do
solo por resíduos- é de competência comum da União, Estado, do Distrito Federal e dos Municípios.
A Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA no artigo 1º entendem-se por educação
ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente,
bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Em seu
artigo 2º afirma que a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do
processo educativo, em caráter formal e não-formal.
Neste intuito a escola possui uma grande responsabilidade preparando-os para o uso correto
de gestão de resíduos, sabendo que o lixo acaba muitas vezes em lixões sem o devido tratamento
prejudicando e contaminando o meio ambiente‖(Silva , p.2).
Segundo Leff (2010) ―a interdisciplinaridade no campo da economia ecológica não se limita
ao propósito de iniciar um diálogo entre disciplinas e de estabelecer suas homologias, conexões e
complementaridades possíveis‖.
25
Reduzir a Geração de Resíduos - em consonância com a percepção de que resíduos e,principalmente, resíduos em
excesso significam ineficiência de processo, caso típico da atual sociedade de consumo. Este conceito envolve não só
mudanças comportamentais, mas também novos posicionamentos do setor empresarial como o investimento em
projetos de ecodesign e ecoeficiencia, entre outros (PNRS, 2010, p.57).
26
Reutilizar – aumentando a vida útil dos materiais e produtos e o combate à obsolescência programada, entre outras
ações de médio e grande alcance. É importante ampliar a relevância do conceito, muitas vezes confundido e limitado à
implantação de pequenas ações de reutilização de materiais que resultam em objetos ou produtos de baixo valor
agregado, descartáveis e /ou sem real valor econômico ou ambiental. Estas práticas têm sido comumente disseminadas
como solução para o sério problema de excesso de geração e disposição inadequada de resíduos e compõem muitas
vezes, em escolas e comunidades, grande parte do que é considerado como educação ambiental (PNRS, 2010, p:57).
27
Reciclar – valorizando a segregação dos materiais e o encaminhamento adequado dos resíduos secos e úmidos,
apoiando desta forma, os projetos de coleta seletiva e a diminuição da quantidade de resíduos a serem dispostos em
consonância com as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos(PNRS, 2010, p:57).
que representa: ―ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto‖(PNRS, 2010, p.29).
Aluno A_ “ As empresas não disponibilizam pontos de coletas. Eu mesma já fui até ao local onde
comprei a pilha e perguntei onde poderia descartar aquele material, eles disseram que a empresa
responsável não disponibilizou naquele lugar ponto de coleta. Fui informada que teria que ver na
internet o local onde poderia levar esse resíduo”
Aluno C_ ―Não basta apenas eu fazer a minha parte porque a empresa não se responsabiliza pelo
destino final desse resíduo”.
Aluno E_ “Eu já tentei separar os resíduos seco do molhado, mas quando o caminhão do lixo
passa mistura todo o lixo novamente.”
No município de São Gonçalo, a empresa responsável pela coleta ainda não separa os
resíduos. O Plano Gestor do município ainda não atende essas necessidades.
A mudança de hábitos de consumo é de extrema importância para a redução da geração dos
resíduos. ―É imperativo que não só o governo, mas outros setores importantes da sociedade ativem
campanhas para convencer os consumidores de que a separação do lixo e o descarte responsável,
são fundamentais para que os objetivos da PNRS sejam alcançados‖ (Trigueiro, 2010, p:59).
Conforme Trigueiro (2010) é importante reforçar que a lei n 12.305, de 2010, com muita
propriedade buscou diferenciar o que são resíduos (aquilo que tem valor econômico, que pode ser
reciclado ou reaproveitado) do que são rejeitos (aquilo que não pode ser reaproveitado ou
reciclado).
Segundo Waldman (2010) a cultura do lixo28 deve desaparecer para ceder lugar à cultura dos
resíduos29 sólidos, matéria-prima digna de reaproveitamento. A resolução n. 283 do CONAMA, de
2001, determina que caberá ao responsável legal pelo estabelecimento gerador a responsabilidade
pelo gerenciamento de seus resíduos desde a geração até a disposição final.
Os resíduos sólidos são gerados após a sua produção e grande parte destes resíduos podem
retornar a cadeia de produção, gerando renda para os trabalhadores. No provido catálogo dos RSU
constam
28
Lixo seria todo o material descartado posto em lugar público, tudo aquilo que ―se joga fora‖, ― não presta‖, condição
à qual são evocados longas catilinárias devotadas à sua nocividade, periculosidade, intratabilidade, etc. (Waldman,
2010, p.18).
29
Resíduos sólidos são os que se separam ―no estado sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de
origem: industrial, doméstica, hospitalas, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição
os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle da
poluição, bem como determinados líquidos cujas partículas tornem inviáveis o lançamento na rede pública de esgoto ou
corpos d‘ água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível (Waldman, 2010, p.27).
como a característica oferecidas por estes que, em decorrência de suas propriedades físicas,
químicas ou infectocontagiosas, é passível de apresentar riscos de provocar mortandade,
incidência de doenças ou acentuando seus índices; e o segundo, quando o resíduo for
gerenciado de forma inadequada. (BARROS, 2012, p.26).
30
Para os efeitos da ABNT NBR 1004//2004, os resíduos sólidos são classificados conforme apresentado a seguir:-
Resíduos de Classe I- Perigosos (apresentam, periculosidade, traduzida em riscos potenciais à saúde pública e/ou meio
ambiente ou uma das caracteristicas com as respectivas codificações, a saber: inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxidade ou patogenicidade).; Resíduos Classe II- Não Perigosos ( São subdivididos em não inertes e
inertes), onde os resíduos não inertes- são passiveis de ter propriedades, tais como:a combustividade,
biodegradabilidade ou solubilidade em água.O resíduo inerte, ao serem amostrados e submetidos à temperatura
ambiente, não tiveram nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de
potabilidade de água, salvo aspecto, turbidez, cor, dureza, sabor. (BARROS, 2012, p:27).
Aluno F_ “Meu filho diariamente toma insulina injetável e o descarte desse material é feito junto
com o lixo comum que eu jogo fora. Eu nunca parei para pensar nisso!”
Parte dos resíduos domiciliares possui características que fazem com que se assemelhem aos
resíduos de serviços de saúde, como: pacientes diabéticos, que administram insulina injetável,
geram resíduos perfurocontantes, que geralmente são dispostos junto com resíduos domiciliares.
(Garcia e Ramos, 2004, p: 745).
Segundo MMA (2014) as cinco cadeias identificadas, inicialmente como prioritárias, são:
descarte de medicamentos; embalagens em geral; embalagens de óleos lubrificantes e seus resíduos;
lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, e eletroeletrônicos.
Segundo ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais, o País registra a presença de lixões em todos os Estados, cerca de 60% dos municípios
brasileiros ainda caminham seus resíduos para locais inadequados.
Em 2013, pouco mais de 62% dos municípios registraram alguma iniciativa de coleta
seletiva, conforme mostra a gráfico 3. Embora seja expressiva a quantidade de municípios
com iniciativas de coleta seletiva, convém salientar que muitas vezes estas atividades
resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária ou convênios com
cooperativas de catadores, que não abrangem a totalidade do território ou da população do
município (ABRELPE, p:.30).
Na Região Sudeste segundo dados da (ABRELPE e IBGE) dos 1.668 municípios dos quatro
Estados da região Sudeste geraram, em 2013, a quantidade de 102.088 toneladas/dia de RSU, das
quais 97,1% foram coletadas. Os dados indicam crescimento de 4,2% no total coletado e aumento
de 3,9% na geração de RSU em relação ao ano anterior.
CONCLUSÃO
Segundo Marcon, Andrade e Veneral (2014), ―para que as diretrizes da PNRS sejam
obedecidas, e as metas do Plano Nacional de Resíduos Sólidos alcançadas, são necessários ainda
instrumentos e metodologias de sensibilização e mobilização capazes de influenciar em vários
segmentos da sociedade‖.
A educação ambiental é de suma importância para que esse conhecimento necessário seja
repassado aos cidadãos, além de tornar uma alternativa viável para amenizar o problema do lixo,
concientizando-os da importância de serem agentes multiplicadores da política dos 3R‘s.
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TRIGUEIRO. André. Mundo Sustentável 2: Novos Rumos para um Planeta em crise. São Paulo.
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RESUMO
A acumulação dos resíduos sólidos orgânicos pode atingir níveis críticos em quase todo o mundo,
estes resíduos merecem uma gestão sustentável para evitar o esgotamento dos recursos naturais e o
aproveitamento dos mesmos, minimizar os riscos para a saúde humana, reduzir os encargos
ambientais e manter um equilíbrio global no ecossistema. Um número de métodos são atualmente
aplicados ao tratamento e gestão de resíduos sólidos orgânicos, esta avaliação incide sobre o
processo de digestão anaeróbia, que é considerado uma das opções mais viáveis para a reciclagem
da fração orgânica dos resíduos sólidos. O envolvimento de uma gama diversificada de
microrganismos e os fatores ambientais sobre a eficiência do processo de digestão anaeróbia. De
acordo com a literatura a digestão anaeróbia pode ser uma opção atraente para a conversão de
resíduos sólidos orgânicos brutos em produtos úteis, como o biogás e outros compostos ricos em
energia, que tem um papel fundamental no cumprimento das crescentes necessidades energéticas do
mundo.
Palavras-chaves: Digestão anaeróbia; resíduos sólidos orgânicos, fatores ambientais.
ABSTRACT
The accumulation of organic solid waste can reach critical levels in most of the world, they deserve
a sustainable waste management to prevent the depletion of natural resources and the exploitation of
which minimize the risks to human health, reduce environmental burdens and maintain a overall
balance in the ecosystem. A number of methods are currently applied to the treatment and
management of organic solid waste, this assessment focuses on the anaerobic digestion process,
which is considered one of the most viable options for recycling the organic fraction of solid waste.
The involvement of a diverse range of microorganisms and environmental factors on the efficiency
of the anaerobic digestion process. According to the literature anaerobic digestion can be an
attractive option for converting raw organic solid waste into useful products such as biogas and
INTRODUÇÃO
DIGESTÃO ANAERÓBIA
Muitos são os fatores que influenciam nos processos de tratamento anaeróbio dos resíduos
sólidos, sendo a temperatura, concentração de sólidos totais, alcalinidade e pH, umidade e
nutrientes, exemplos desses fatores.
Temperatura
A temperatura é um fator importante a ser observado na digestão anaeróbia, uma vez que
esta pode alterar a atividade metabólica dos microrganismos, influenciar nas taxas das reações
enzimáticas e desnaturar enzimas e proteínas em geral.
Segundo Raposo et al. (2011), a digestão anaeróbia pode proceder em condições psicrófilas
(< 20ºC), mesófilas (20 a 40ºC) e termófilas (45 a 60 °C), sendo o principal problema da operação
em baixas temperaturas o decréscimo na atividade do consórcio microbiano.
De acordo com Lopes et al. (2004), em temperaturas altas, as reações biológicas ocorrem
com maior velocidade, resultando possivelmente em maior eficiência do processo.
Concentração de sólidos
De acordo com Leite e Povinelli (1999), o resíduo total presente no substrato, seja oriundo
de fonte orgânica ou inorgânica, irá se referir à concentração de sólidos totais, podendo ser o
indicador da massa total a ser tratada. Os autores ainda citaram que no processo anaeróbio, a
bioconversão acontecerá na fração orgânica do substrato, aumentando a taxa de bioconversão do
resíduo à medida que a concentração de sólidos totais voláteis (STV) aumente.
Abbassi-Guendouz et al. (2012), descreveram que baseando-se nos sólidos totais contidos
nos resíduos sólidos, são desenvolvido três principais tipos de tecnologias para a digestão
Alcalinidade e pH
Metcalf e Eddy (2003), citaram que o pH é a forma utilizada para expressar a acidez ou
alcalinidade do meio, e é definido como sendo o logaritmo negativo da concentração de íons
hidrogênio. Segundo Lopes (2000), quando o pH apresenta valores baixos, há possibilidade da
concentração de Ácidos Graxos Voláteis (AGV) estar alta, o que inibirá a metanogênese, no
entanto, quando os valores se encontram acima de 8,0, é possível indicar a formação de NH₂.
As bactérias acidogênicas produzirão ácidos que, como consequência, tendem a baixar o pH
do substrato. Em condições normais, esta redução é tamponada por bicarbonatos produzidos durante
o processo de digestão anaeróbia, quando em condições adversas, esta capacidade tamponante tende
a ser rompida, afetando a produção de CH₄, a acidificação é mais inibitória para os microrganismos
metanogênicos que para os acidogênicas.
Deublin e Steinhauser (2008), relataram que o pH ótimo para os microrganismos
metanogênicos situa-se entre 6,7 e 7,5 e que para valores abaixo de 6,5, somente a Methanosarcina
é capaz de suportar, o que reduzirá a eficiência de produção de CH₄.
Segundo Manahan (2000), alcalinidade é a capacidade da água de aceitar íons H⁺. É um
parâmetro importante, pois serve como tampão, evitando variações elevadas do pH. Geralmente os
íons bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos são responsáveis pela alcalinidade na água.
Umidade
O teor de umidade, segundo Lima (2004), representa a quantidade de água contida na massa
do resíduo, e um fator importante, visto que exerce influencia na escolha do sistema de tratamento e
aquisição de equipamentos de coleta.
Nutrientes
CONCLUSÃO
O tratamento anaeróbio tem-se apresentado como uma alternativa viável e que vem sendo
aceita com relevante aplicabilidade e implantação nos sistemas de tratamento, visando à
estabilização e o aproveitamento energético desses resíduos. O biogás produzido é proveniente de
compostos orgânicos complexos, oriundo da mediação de diversificados grupos de microrganismos,
é constituído basicamente de metano, compostos inorgânicos e traços de outros gases e ácidos
orgânicos de baixo peso molecular. A aplicação desse tipo de tratamento, além de oferecer suporte a
matriz energética ao aproveitar os resíduos sólidos orgânicos, evita-se também a destinação
inadequada destes resíduos em aterros sanitários ou lixões.
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RESUMO
A proteção e manutenção da biodiversidade, dos recursos naturais e culturais são funções de uma
unidade de conservação. No entanto, ações antrópicas vêm afetando a integridade e o equilíbrio das
unidades comprometendo a eficiência da preservação. O presente estudo é focado na Estação
Ecológica de Caetés (ESEC-Caetés), localizada no município de Paulista (PE), entre 7°55‘15‘‘ e
7°56‘30‘‘ de latitude Sul e 34°55‘15‘‘ e 34°56‘30‘‘ de longitude Oeste, num resquício de mata
atlântica com 157 ha. Este trabalho visa estudar a disposição irregular de resíduos sólidos e suas
consequências na ESEC-Caetés, apresentando uma proposta de educação ambiental envolvendo a
comunidade local. Por meio de levantamento de dados primários, foram identificados os problemas
ambientais de fundo antrópico, sendo estes cruzados com dados secundários referentes a educação
ambiental em comunidades. O descarte inadequado de resíduos sólidos nas margens da unidade
pelos moradores do entorno da ESEC pode ocasionar a contaminação do solo e da água, dano à
fauna e flora, alteração do funcionamento dos ecossistemas, além de atrair vetores, disseminando
doenças na comunidade local. A estratégia para reverter este quadro consiste em ações de educação
ambiental na comunidade local por meio de visitas ecológicas, conscientizando sobre a importância
da preservação ambiental, consolidação de coleta seletiva de resíduos sólidos na unidade,
incentivando a prática dos 3R's (reduzir, reutilizar e reciclar) e inclusão dos moradores no processo
da destinação adequada dos resíduos sólidos como na reciclagem e compostagem, gerando renda
para essas pessoas. Dessa forma, essa conscientização vai além da prática conservacionista, ela
ABSTRACT
The biodiversity, natural and cultural resources protection and maintenance are functions of
conservation unit. However, human activities are affecting the unit‘s integrity and balance,
compromising the efficiency of preserving these natural resources. The present study is focused on
Caetés Ecological Station (ESEC-Caetés), located in Paulista city (PE), between 7 ° 55'15'' and
56'30'' 7 ° South latitude and 34 ° 55'15 '' 56'30'' and 34 ° West longitude, a rain forest remnant of
157 ha. This work aims to study the solid waste irregular disposal and its consequences on ESEC-
Caetés. presenting a proposal of environmental education involving the local community. Through
primary data collection, environmental problems were identified, these data was crossed with
secondary data of environmental education in communities. Improper disposal of solid waste in
unit´s limits for the residents surrounding the station may result in contamination of soil and water,
flora and fauna damage, alteration of ecosystem functioning, besides attracting vectors spreading
disease for local community. The strategy to revert this situation consists in actions of the
environmental education in local community, continuously, with eco-tours, raising awareness about
the importance of environmental preservation, consolidation of solid waste selective collection,
encouraging the practice of 3Rs (reduce, reuse and recycle) and inclusion of local residents in
appropriated process of garbage disposal like recycling and composting, generating income for
these people. Thus, this awareness goes beyond conservation practice. Try to develop a
environmental holistic view, which man is inserted, recovering the balance of environmental in a
conservation unit.
Keywords: ESEC Caetés; solid waste; conservation unit; integrated management.
INTRODUÇÃO
No Brasil, uma das fontes de poluição ambiental mais comum é os resíduos sólidos
dispostos irregularmente pelo gerador ou por intermediários. Segundo a Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE (2013), no Brasil, entre 2012 e
2013, o índice de geração total de resíduos sólidos urbanos (4,1%) foi maior que a taxa de
crescimento populacional (3,7%). Nesse período, apesar de ter identificado uma melhora no índice
de coleta dos resíduos gerados (4,4%), houve mais de 20.000 toneladas de resíduos sólidos urbanos
não coletados, apenas em 2013.
METODOLOGIA
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 492
Caracterização e Localização da Área de Estudo
Levantamento de Dados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em todas as visitas, sem exceção, encontrou-se lixo disposto nos limites da unidade,
inclusive na área interna em pequenas quantidades (figuras 1 e 2). A unidade de conservação em
questão é delimitada por cercas de arame farpado, onde possibilita a passagem de animais silvestres
de pequeno e médio porte, facilitando assim o acesso à maior quantidade de resíduos sólidos na área
externa do entorno. Isso pode comprometer a saúde dos animais silvestres da unidade, por meio de
ingestão ou ferimento em resíduos. O ICMBio confirma esse impacto causado pelo lixo sobre a
fauna silvestre em unidades federais de proteção integral, cuja fonte geradora são os visitantes das
unidades, diferentemente do que ocorre na ESEC Caetés onde os moradores do entorno são os
responsáveis pelo impacto. O lixo ao atrair os animais acaba deixando suscetíveis à caça, uma
prática muito comum no local, que também ameaça a biodiversidade da ESEC.
(1) (2)
Figuras 1 e 2. Resíduos sólidos dispostos no entorno da ESEC Caetés. Autora: Adriana A. M. Nishiwaki
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BATARCE, A. P. A. Evolução das unidades de conservação no contexto nacional. In: Anais XVI
Encontro Nacional dos Geógrafos – ENG, 2010, Associação dos Geógrafos Brasileiros, Porto
Alegre, RS.
BRASIL. Decreto nº 99.274 de junho de 1990. Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981,
e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de
Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, e dá outras providências.
BRASIL. Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.
BRASIL. Lei nº 9.985 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da
Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá
outras providências.
RESUMO
O lançamento de esgotos sem tratamento em corpos aquáticos causa sérios problemas à qualidade
de vida e coloca em risco o abastecimento de água da população, como consequência a eutrofização
das águas e disseminação de doenças. A necessidade de preservar os recursos hídricos impulsionou
o desenvolvimento de diversos processos de tratamento para minimizar os efeitos adversos
ocasionados com o lançamento de esgoto no meio ambiente. O objetivo desse trabalho foi avaliar a
remoção de nutrientes e de indicadores de contaminação fecal em reator de algas imobilizadas
realizando pós tratamento de efluente anaeróbio. Nesse contexto foi instalado um Reator Anaeróbio
Híbrido (RAH), constituído de um reator anaeróbio de manta de lodo de fluxo ascendente (UASB)
seguido de filtro anaeróbio (FA) alimentado por esgoto doméstico, onde efluente desse reator era
conduzido a um Reator de Algas Imobilizadas (RAI) para fins de pós-tratamento. Foram analisados
parâmetros físicos, químicos e microbiológicos, dando suporte a avaliar remoção de nutrientes e
indicadores de contaminação sanitária. A remoção de coliformes totais alcançou 99,98%, resultando
em valores de concentração aproximado do recomendado pela OMS (≤1000 UFC/100mL), para uso
irrestrito na irrigação ou lançamento em locais destinados a recreação. A remoção de nitrogênio,
para o NTK foi de 65% de eficiência, a amônia chegou a 84%, o mecanismo de remoção de
nitrogênio que predominou foi a volatilização da amônia. A remoção de fósforo na forma de
ortofosfato atingiu valores muito significativos em torno 87%, resultante da precipitação química
como o principal mecanismos de remoção. De acordo com os resultados obtidos, o reator com algas
imobilizadas mostrou-se uma alternativa eficiente no pós-tratamento de efluentes de reator
anaeróbio.
ABSTRACT
The release of untreated sewage in water bodies causes serious problems to the quality of life and
threatens the water supply of the population, result in eutrophication of water and spreading disease.
The need to preserve water resources spurred the development of several treatment processes to
minimize the adverse effects caused with the release of sewage into the environment. The aim of
this study was to evaluate the removal of nutrients and indicators of fecal contamination in
immobilized algae reactor performing anaerobic effluent after treatment. In this context it was
installed an Anaerobic Hybrid Reactor (AHR), consisting of an upflow anaerobic sludge blanket
upflow (UASB) followed by anaerobic filter (AF) powered by domestic sewage, where effluent
from this reactor was led to a reactor Algae immobilized (RAI) for purposes of post-treatment.
Physical, chemical and microbiological parameters were analyzed, supporting evaluate nutrient
removal and indicators for sanitary contamination. The removal of total coliforms reached 99.98%,
resulting in values approximate concentration recommended by WHO (≤1000 CFU / 100mL), for
unrestricted use for irrigation or release sites for recreation. Nitrogen removal for the NTK was 65%
efficiency, ammonia reached 84%, the removal mechanism of nitrogen that prevailed was the
ammonia volatilization. The removal of phosphorus in the form of orthophosphate very significant
values reached around 87%, resulting in precipitation as the main chemical removal mechanisms.
According to the results, the reactor with immobilized algae proved to be an effective alternative in
post-treatment of effluents from anaerobic reactor.
Keywords: Immobilized Algae reactor. Nutrient Removal. Indicators of Fecal Contamination.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi constituído por um Reator Anaeróbio Híbrido - RAH tratando esgoto
sanitário (Figura 1A), sendo formado por um reator UASB na parte inferior e na parte superior
estava acoplado um filtro anaeróbio com meio suporte em poliuretano. O Reator com Algas
Imobilizadas - RAI (Figura 1B) foi construído para fazer o polimento do efluente do RAH. O RAH
foi alimentado com esgoto sanitário originário do sistema de esgotamento sanitário da cidade de
Campina Grande – PB e o RAI era alimentado com o efluente gerado pelo RAH.
Biogás Efluente
Afluente
Figura 1: Esquema ilustrativo da configuração dos sistemas e da disposição dos seus elementos-suporte, A-
esquema e foto do Reator Anaeróbio Híbrido; B- foto do Reator de Algas Imobilizadas.
O RAI foi operado sob as seguintes condições: temperatura média de 30ºC, oxigênio
dissolvido médio de 11 mg.L-1 (valor medido no processo fotossintético) volume de
aproximadamente 6 litros, sendo 2 litros num compartimento externo (Becker) e 4 litros no reator
principal. Utilizou-se um dispositivo (bomba de aquário) no fundo do reator para fornecer o
bombeamento e recirculação do líquido. Durante o experimento foi recirculado 5 litros por minuto
de efluente e operado com características de moving bed biofilm reactor (Reator com biofilme de
leito móvel).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
pH e alcalinidade
Fósforo e Ortofosfato
O fósforo presente nos esgotos é composto de fósforo orgânico e fosfatos, sendo que os
fosfatos são encontrados em maiores concentrações. Os principais mecanismos de remoção de
fósforo em lagoas de estabilização ocorre quando o fósforo é incorporado nos organismos como as
algas e bactérias e reparados no efluente final outra forma é por precipitação química devido à
elevação de pH, caracterizando a formação de sais de cálcio e magnésio, como a estruvita e
hidroxiapatita (VAN HAANDEL E LETTINGA, 1994; PICOT et al., 1991).
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 503
A remoção de fósforo significativa pode ocorrer através da precipitação dos fosfatos em
condições de pH elevado, acima de 8. A eficiência do RAI na remoção de fósforo total e do
ortofosfato ficou em valores próximos a 31% e 87%, respectivamente. Na Tabela 2 estão
apresentados os resultados do para fósforo e ortofosfato.
Coliformes Termotolerantes
Do mesmo modo que as lagoas de estabilização, de forma geral, o RAI recebe as radiações
UVB (280-320 nm) e UVA (320-400nm), provenientes do sol, estão relacionadas ao decaimento de
organismos indicadores de contaminação, supostamente de organismos patogênicos (BOLTON et
al., 2011). Essas faixas de radiação agem diretamente nos microrganismos provocando danos no
DNA ou RNA do seu genoma.
A radiação solar não é unicamente a responsável pelo decaimento de microrganismo nesses
sistemas, o que torna necessário considerar a influência mútua entre a radiação e fatores como pH,
OD admitida nos estudos de Bolton et al. (2011). Altas intensidades de luz promovem elevada
atividade fotossintética, resultando em ambientes ricos em oxigênio dissolvido e a formação de
oxigênio singleto e superóxido, que são fórmulas muito reativas de oxigênio e provocam danos no
DNA, causando decaimento dos microrganismos (EL HAMOURI et al., 1994).
Na Tabela 2 encontra-se o comportamento do decaimento dos coliformes termotolerantes
representou um percentual de remoção em torno de 99,98%. Esse valor de eficiência é semelhante
ao encontrado em lagoas de polimento (MASCARENHAS et al., 2003).
CONCLUSÕES
Entende-se que o poliuretano mostrou ser um considerável meio suporte para imobilização
de algas, sendo possível remover de forma eficiente nutrientes e coliformes termotolerantes. Notou-
se o intenso processo de fotossíntese, a remoção da amônia se deu por volatilização e o processo de
nitrificação foi pouco expressivo pela pequena concentração de amônia e presença de pH elevado
caracterizando condições desfavoráveis as bactérias nitrificantes. Observou que a remoção de
fósforo foi considerado significativo, assim como a remoção de coliformes termotolerantes
atingindo remoções de 99,98%.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
APHA, AWWA, WEF. Standard methods for the examination of water and wastewater. 22th ed.
Washington, DC, 2012.
BUCHAUER, K. A comparison of two simple titration procedures to determine volatile fatty acids
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El HAMOURI, B.; KHALLAYOUNE, K.; BOUZOUBAA, N.; CHALABI, M. Highrate algal pond
performances in faecal coliforms and helminth egg removals. Water Science and Technology, v.
28, n. 1, p. 171-174, 1994.
FORESTI, E.; ZAIAT, M.; VALLERO, M. Anaerobic processes as the core technology for
sustainable domestic wastewater treatment: Consolidated applications, new trends, perspectives,
and challenges. Reviews in Environmental Science and Bio/Technology, 2006.
RODIER, J. L'analyse de l'eau: eaux naturelles, euax résiduales, eaux de mer. v.1, 5 ed. Dunod
(Ed.) Paris. p. 692, 1975.
TONETTI, A. L.; CORAUCCI FILHO, B.; NICOLAU, C. E.; BARBOSA, M.; TONON, D.
Tratamento de esgoto e produção de água de reuso com o emprego de filtros de areia. Revista de
Engenharia Sanitária e Ambiental. v. 17, n. 3, p. 287-294, jul./set. 2012.
RESUMO
A escassez de água potável e de qualidade torna-se cada vez mais intensa em diferentes lugares do
mundo. O crescimento populacional e econômico, com a consequente elevação do consumo de
recursos hídricos, coloca em pauta a discussão em torno das possibilidades de reutilização da água,
sobretudo para a produção agrícola. Neste contexto, o presente trabalho se trata de uma revisão
bibliográfica que tem como objetivo analisar a viabilidade do reúso de água para a produção
agrícola, com garantia dos índices de qualidade recomendados para não oferecer riscos á saúde
humana e ao ambiente. Com base nas pesquisas analisadas, conclui-se que desde que haja adequada
gestão da utilização de águas residuárias na agricultura, nota-se que é possível aumentar a
produtividade das culturas em razão da quantidade de nutrientes disponíveis para as plantas, assim
como evitar impactos sobre o solo com o uso indiscriminado de fertilizantes e até mesmo contribuir
para sua conservação e enriquecimento de sua composição.
Palavras-chave: reuso; recursos hídricos; agricultura.
ABSTRACT
The scarcity of freshwater and quality becomes ever more intense at different places in the world.
The population and economic growth, with the resulting increased consumption of water resources,
brings forth the discussion into the possibilities of reuse of water, especially for agricultural
production. In this connection, the present paper is a bibliographical review that aims to analyze the
viability of the water reuse for agricultural production, where you can guarantee the quality indices
31
Doutor em Agronomia pela UNESP
INTRODUÇÃO
Nas regiões áridas e semiáridas, a água se tornou um fator limitante para o desenvolvimento
urbano, industrial e agrícola. Mesmo áreas com recursos hídricos abundantes, mas insuficientes
para atender à demandas elevadas, experimentam conflitos de uso e sofrem restrições de consumo
que afetam o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida. Nessas condições, reuso e
conservação passou a serem as palavras chave em termos de gestão, em regiões com baixa
disponibilidade ou insuficiência de recursos hídricos (HESPANHOL, 2002).
A escassez de água potável e de qualidade torna-se cada vez mais intensa em diferentes
lugares do mundo. Dentre as principais razões que limitam o acesso a este recurso, destacam-se: a
poluição e degradação dos recursos hídricos pela ação antrópica, a falta de efetiva governabilidade
por parte dos gestores de políticas públicas, os conflitos entre diferentes grupos de interesses, as
variações climáticas, as formas tradicionais de gestão deste recurso natural e a ausência de
estratégias políticas viáveis para alcançar as comunidades remotas e dispersas que não têm acesso à
água potável.
No Brasil, não obstante, já dispormos de um aparato jurídico que promova os usos múltiplos
da água e a gestão democrática, participativa, integrada e descentralizada deste recurso natural (Lei
no 9.433/97), muitos ainda são os desafios inerentes à prática efetiva deste movo modelo decisório.
O reuso de água encontra, no Brasil, uma gama significativa de aplicações potenciais. O uso
de efluentes tratados na agricultura, nas áreas urbanas, particularmente, para fins não potáveis, no
atendimento da demanda industrial e na recarga artificial de aquíferos, se constitui em instrumento
poderoso para restaurar o equilíbrio entre oferta e demanda de água em diversas regiões brasileiras.
Cabe, entretanto, institucionalizar, regulamentar e promover o reuso de água no Brasil,
fazendo com que a prática se desenvolva de acordo com princípios técnicos adequados, seja
economicamente viável, socialmente aceita, e segura, em termos de preservação ambiental e de
proteção dos grupos de riscos envolvidos (HESPANHOL, op. cit., 2002).
Segundo Augusto et. al. (2007), existem diferentes alternativas para a recuperação ou
tratamento de águas residuárias de origens doméstica, industrial ou agrícola, muitas delas
complexas e onerosas e outras simples e de baixo custo. Estudos realizados em outros países têm
demonstrado a eficiência do uso das águas residuárias na fertirrigação de culturas agrícolas, com a
obtenção de excelentes resultados, uma vez que geralmente são ricas em nutrientes. Estes autores
estudaram a viabilidade do uso de águas residuárias provenientes de um sistema biológico de
tratamento de esgotos domésticos como alternativa à fertirrigação convencional de viveiros
florestais, visando à produção de mudas de Eucalyptus grandis via subirrigação contínua. Os
resultados indicaram que a água residuária pode ser utilizada na fertirrigação de viveiros para a
produção do Eucalyptus grandis, pois todas as plantas cresceram sem deficiência ou toxidez
aparente. Entretanto, constatou-se que essas mudas necessitavam de um maior tempo no viveiro, em
comparação com as produzidas com fertilizantes minerais.
A irrigação com águas residuárias, principalmente em hortaliças, induz a uma preocupação
latente que é a contaminação por organismos patogênicos. A qualidade bacteriológica das hortaliças
irrigadas com águas residuárias com qualidade recomendada pela OMS (Organização Mundial de
Saúde) não oferece riscos à saúde pública. Baumgartner et. al. (2007) observaram o
desenvolvimento e a contaminação da cultura da alface, as alterações químicas ocorridas no solo e o
comportamento do sistema de irrigação usado na aplicação de águas residuárias provenientes de
atividades de piscicultura e de suinocultura, e concluíram que em um sistema de alface irrigada com
águas residuárias de lagoa de estabilização, em clima quente e seco, a interrupção da irrigação
garante a descontaminação das plantas e do solo no período de uma semana.
A partir dos resultados obtidos no mencionado estudo, pode-se afirmar que a aplicação de
águas residuárias diluídas não prejudicou o crescimento da cultura da alface americana,
corroborando que não houve diferença significativa no crescimento da alface, comparando a
adubação convencional e orgânica com vermicompostagem de resíduos agroindustriais. Nota-se
também que não houve diferença nas concentrações médias de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
Face às grandes vazões envolvidas, (chegando a até 80% do uso consuntivo, em alguns
países), especial atenção deve ser atribuída ao reuso para fins agrícolas. No Brasil esta porcentagem
chega muito próxima a 70%, devendo merecer a atenção dos tomadores de decisão, quando forem
decididas as prioridades para reuso.
A agricultura depende, atualmente, de suprimento de água em um nível tal que a
sustentabilidade da produção de alimentos não poderá ser mantida, sem o desenvolvimento de
novas fontes de suprimento e a gestão adequada dos recursos hídricos convencionais. Esta condição
crítica é fundamentada no fato de que o aumento da produção, não pode mais ser efetuado através
da mera expansão de terra cultivada. Com poucas exceções, tais como áreas significativas do
Nordeste brasileiro (NEB), que vêm sendo recuperada para uso agrícola, a terra arável, em nível
mundial, se aproxima muito rapidamente de seus limites de expansão. A Índia já explorou
praticamente 100% de seus recursos de solo arável, enquanto que Bangladesh dispõe de apenas 3%
para expansão lateral. O Paquistão, as Filipinas e a Tailândia, ainda têm um potencial de expansão
de aproximadamente 20%. A taxa global de expansão de terra arável diminuiu de 0,4% durante a
década 1970-1979 para 0,2%, durante o período 1980-1987. Nos países em vias de
desenvolvimento e em estágio de industrialização acelerada, a taxa de crescimento também caiu de
0,7% para 0,4% (World Bank, 1990, FAO, 1987 e 1988). Durante as duas últimas décadas, o uso de
esgotos para irrigação de culturas aumentou, significativamente, devido aos seguintes fatores
(HESPANHOL, 1994).
Dificuldade crescente de identificar fontes alternativas de águas para irrigação;
Custo elevado de fertilizantes;
A segurança de que os riscos de saúde pública e impactos sobre o solo são mínimos, se as
precauções adequadas são efetivamente tomadas;
Os custos elevados dos sistemas de tratamento, necessários para descarga de efluentes em
corpos receptores;
A aceitação sociocultural da prática do reuso agrícola;
O reconhecimento, pelos órgãos gestores de recursos hídricos, do valor intrínseco da prática.
A aplicação de esgotos no solo é uma forma efetiva de controle da poluição e uma
alternativa viável para aumentar a disponibilidade hídrica em regiões áridas e semiáridas. Os
maiores benefícios dessa forma de reuso, são os associados aos aspectos econômicos, ambientais e
de saúde pública.
Tabela 1. Aumento da produtividade agrícola (ton/ha/ano) possibilitada pela irrigação com esgotos
domésticos (SHENDE, 1985).
Efluentes de sistemas convencionais de tratamento, tais como lodos ativados, têm uma
concentração típica de 15 mg/litro de N total e 3 mg/litro de P total, proporcionando, portanto, às
taxas usuais de irrigação em zonas semiáridas (aproximadamente dois metros por ano), uma
aplicação de N e P de 300 e 60 kg/ha/ano, respectivamente. Essa aplicação de nutrientes reduz,
substancialmente, ou mesmo elimina a necessidade do emprego de fertilizantes comerciais. Além
dos nutrientes (e dos micronutrientes, não disponíveis em fertilizantes sintéticos), a aplicação de
esgotos proporciona a adição de matéria orgânica, que age como um condicionador do solo,
aumentando a sua capacidade de reter água (WHO, 1989).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BATISTA, Rafael Oliveira, et. al. Efeito das Características do Esgoto Doméstico na
Uniformidade de Aplicação de Sistemas de Irrigação por Gotejamento. In: Revista Caatinga.
Mossoró-RN, v. 24, n. 4, out.-dez., 2011. p. 137-144
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Organization od the United Nations, Roma, Italy.
FAO, (1988). Production 1988, FAO Yearbook, vol.42, Food and Agricultural Organization of the
United Nations, Roma, Italy.
FREITAS, W.S; OLIVEIRA, R.A.; PINTO, F.A.; CECON, P.R.; GALVÃO, J.C.C. Efeito da
aplicação de águas residuárias de suinocultura sobre a produção do milho para silagem. In:
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. Campina Grande-PB, v.8, n.1, 2004. p.
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HESPANHOL, I. (1994). Health and Technical Aspects of the Use of Wastewater in Agriculture
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MEDEIROS, S.S. et. al. Utilização de água residuária de origem doméstica na agricultura: Estudo
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Grande-PB, v.9, n.4, 2005. p. 603-612
SHENDE, G. B. (1985). Status of Wastewater Treatment and Agricultural Reuse with Special
Reference to Indian Experience and Research and Development Needs, in: M. B. Pescod and A.
VALE, Hudson Salatiel Marques, et. al. Potencial de entupimento de um sistema de irrigação por
gotejamento operando com esgoto doméstico tratado. In: Water Resources and Irrigation
Management. UFRB; Insa. v.2, n.1, Jan-Apr, 2013. p. 63-70.
WHO, (1989). Health Guidelines for the Use of Wastewater in Agriculture and Aquaculture,
Technical Report Series No. 778, Report of a Scientific Group Meeting, World Health
Organization, Geneva.
RESUMO
O processo que ocorre em reatores anaeróbios denominado de sulfetogênese,é um processo
considerado indesejável devido aos vários problemas que ele acarreta com a produção de sulfetos,
causando: odores agressivos, corrosão, toxicidade, e diminuição da concentração de metano no
biogás. A presente pesquisa objetivou avaliar o desempenho de um reator Anaeróbio Híbrido –
RAH, quanto à concentração de sulfetos presente no efluente final. Foi utilizado um RAH, que é
composto por dois reatores sobrepostos: um reator UASB na parte inferior e um filtro anaeróbio na
parte superior, o mesmo foi operado em escala piloto (108 L) com adição extra de sulfato no esgoto
bruto. Ao se analisar os resultados obtidos é possível avaliar que na parte inferior (UASB) a
sulfetogênese ocorreu de forma efetiva, reduzindo o sulfato contido na água residuária a sulfeto e
posteriormente formando o sulfeto de hidrogênio (H2S). Na parte superior (Filtro) ocorreu a
formação de enxofre elementar e parte oxidada a sulfato, inibindo assim o mau cheiro de reatores
anaeróbio.
Palavras-chave: Reator Anaeróbio Híbrido, Sulfetogênese, Redução de Sulfato.
ABSTRACT
The process that occurs in anaerobic reactors known as sulfetogênese, is a process considered
undesirable due to various problems he carries with the production of sulfides, causing:harsh odors,
corrosion, toxicity, and decreased concentrations of methane in the biogas. The present research
aimed to evaluate the performance of a Hybrid anaerobic reactor-RAH, regarding the concentration
of sulfides present in the final effluent. We used a RAH, which is composed of two overlapping
reactors: a UASB reactor at the bottom and an anaerobic filter at the top, it was operated on a pilot
scale (108 L) with extra addition of sulfate in raw sewage. When analyzing the results obtained it is
INTRODUÇÃO
O enxofre é um dos vários compostos presentes na água residuária, sendo um dos mais
importantes nutrientes para o metabolismo de microrganismos. Encontra-se na natureza em quatro
principais formas: sulfato (SO42-), sulfeto (H2S, HS-, S2-), enxofre elementar (S0) e compostos
orgânicos sulfídricos (R-SH). Segundo Zhang (2013) o sulfato é largamente encontrado nas águas
residuárias descarregadas por indústrias, tais como indústrias farmacêuticas, unidades químicas e na
produção de papel. Contudo, também é encontrado em águas de abastecimento e águas residuárias
domésticas oriundos das fezes em concentração média de 30±20 mgSO42-.L-1 (METCALF &
EDDY, 2003).
O mesmo está sendo constantemente modificado e transportado no meio ambiente, e muitas
dessas transformações podem causar transtornos. As alterações podem envolver reações de oxi-
redução química, podem ser associadas a processos biológicos, tais como redução assimilatória e
dissimilatória, e dessulfuração, ou também podem ocorrer espontaneamente (SILVA, 2000).
Segundo Chernicharo (2007) as tecnologias anaeróbias de tratamento de águas residuárias
têm ganhado cada vez mais popularidade devido as suas vantagens em relação ao tratamento
aeróbio, principalmente, pelo baixo custo de implantação e operação dessa tecnologia. Além disso,
o clima é um fator condicionante para esses sistemas, pois as bactérias anaeróbias trabalham melhor
em altas temperaturas. Dentre as diversas tecnologias anaeróbias, a que mais se sobressai é o Reator
Anaeróbio de Fluxo Ascendente com Manta de Lodo (Upflow Anaerobic Sludge Blanket - UASB),
por possuir baixo custo de implantação e operação, baixo consumo de energia e baixa produção de
biomassa, comparado aos sistemas aeróbios.
Entretanto, esse reator possui algumas limitações ainda não solucionadas. Uma dessas
limitações é o gerenciamento de emissões gasosas, como o sulfeto de hidrogênio (H2S). Com a
presença de sulfato na águas residuárias, ocorre uma etapa diferenciada na digestão anaeróbia,
chamada de sulfetogênese, realizada pelas Bactérias Redutoras de Sulfato (BRS) ou sulforedutoras,
que reduzem o sulfato à sulfeto, que juntamente com hidrogênio forma Sulfeto de Hidrogênio (H2S)
que causa uma série de problemas, como toxicidade, corrosão, emissão de compostos odorantes,
entre outros.
MATERIAL E MÉTODOS
Sistema Experimental
O sistema experimental foi constituído de um Reator Anaeróbio Híbrido - RAH (Figura 1), o
mesmo possui na sua parte inferior um reator UASB, e na parte superior um Filtro Anaeróbio munido
de meio suporte. O meio suporte utilizado foi esponjas de poliuretano, por já serem referências como
meio suporte, ao qual se agrega grande quantidade de biofilme. Os parâmetros referentes ao RAH
estão apresentados na Tabela 1.
Métodos Analíticos
Os cátions e ânions presentes nas amostras foram determinados por Cromatografia de Íons,
em um equipamento Dionex – Thermo Scientific, modelo ICS – 1100. As amostras foram filtradas
em membrana de acetato de celulose 0,45 µm e em seguida em 0,22 µm, após a filtragem as
amostras foram diluídas e posteriormente analisadas no ICS - 1100.
Remoção de Sulfetos
B C
600
550 EB
UASB
500 FAN
450 EB.Filt.
UASB.Filt.
400
FAN.Filt.
350
-1
mg O2.L
300
250
200
150
100
50 A
0
EB UASB FAN EB.Filt. UASB.Filt. FAN.Filt.
1400 EB.ST
UASB.ST
1200 FAN.ST
EB.STV
UASB.STV
1000
FAN.STV
800
-1
mg.L
600
400
200
B
0
EB.ST UASB.ST FAN.ST EB.STV UASB.STV FAN.STV
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
APHA., 2012. Standard methods for the examination of water and wastewater. 22a. ed.
Washington: American Public Health Association.
METCALF e EDDY., 2003. Inc. Wastewater Engineering treatment Disposal Reuse. 4. ed.
NewYork, McGraw - Hill Book, 1815p.
SUBTIL, E. L.; CASSINI, S. T. A.; GONÇALVES, R. F., 2012. Sulfate and dissolved sulfide
variation under low COD/Sulfate ratio in Up-flow Anaerobic Sludge Blanket (UASB) treating
domestic wastewater. Ambi-Agua, v. 7, n. 1, p. 130-139.
ZHANG, J., et al., 2013. Biological sulfate reduction in the acidogenic phase of anaerobic
digestion under dissimilatory Fe (III) e Reducing conditions. WATER RESEARCH, v. 47, p.
2033-2040.
Simone da SILVA
Licenciada em Geografia UEPB
simoneds86@gmail.com
RESUMO
A água é um recurso natural essencial para a manutenção da vida no planeta, sendo utilizada no
consumo humano, industrial, na agricultura e pecuária, e como fonte para gerar energia, deixando
evidente a sua importância e a necessidade de preservação e o uso consciente deste potencial
hídrico. O riacho Curimataú está localizado no estado da Paraíba, tendo sua nascente no município
de Mogeiro e corta o território paraibano no sentido oeste-leste, indo desaguar no rio Paraíba no
Município de São Miguel de Taipu. O avanço da aglutinação humana, normalmente acompanhado
da ausência de infraestrutura, o desperdício da água por vazamentos, despejo de esgoto doméstico e
industrial sem o devido tratamento nos rios e riachos, tem levado ao desaparecimento da água em
condições apropriadas para o consumo humano e animal, além da diminuição da fauna e da flora
aquática, prejudicando todo um ecossistema, que antes se via em total equilíbrio. Além do
assoreamento causado pelo grande excedente de sedimentos que acumula no leito, oriundos da
ocupação desordenada de suas margens, há também o despejo dos efluentes domésticos que chegam
até o riacho originado de diversas águas servidas, na ausência do saneamento básico e fossas
sépticas, que transportam cargas orgânicas (resíduos e coliformes fecais etc.) e inorgânicas
(produtos químicos) que são intensificadores da degradação ambiental. Sendo assim, esta pesquisa
analisa os fatores que levam ao processo de degradação do riacho Curimataú, bem como seus
reflexos sobre a qualidade de vida da população circunvizinha, levando em consideração os
32
O presente trabalho é parte resultante da pesquisa monográfica, em nível de Graduação, apresentada no Departamento
de Geografia vinculado ao Centro de Humanidades da Universidade Estadual da Paraíba, no ano de 2014.
ABSTRACT
Water is essential for sustaining life on the planet natural resource being used in human, industrial,
agriculture and livestock consumption, and as a source for generating energy, making clear its
importance and the need for conservation and the wise use of water resources. Curimataú The creek
is located in the state of Paraíba, having its source in the municipality of Mogeiro and cuts the
Paraiba territory west to east, going emptying into the river Paraíba in São Miguel de Taipú. The
advancement of human bonding, often accompanied by lack of infrastructure, water wastage
through leaks, inappropriate use, discharge of domestic and industrial wastewater without proper
treatment into rivers and streams, has led to the disappearance of water in proper condition for
consumption human and animal, in addition to decreasing the aquatic flora and fauna, damaging an
entire ecosystem, which previously was seen in the total balance. Besides silting caused the large
surplus of sediment that reaches the bed, arising from the disordered occupation of its banks, there
is also the disposal of domestic wastewater that reaches the stream originated from various
wastewater in the absence of sewerage and septic tanks, transporting organic loads (human waste
and fecal coliforms etc.) and inorganic (chemicals, detergents and soaps) that are enhancers of
environmental degradation. Thus, the research aims to analyze the factors that lead to degradation
of the creek Curimataú process as well as its impact on the quality of life of the surrounding
population, taking into account the environmental, historical, economic, social processes that
influence the natural dynamics of creek and its effects on communities that depend directly or
indirectly from its waters.
Key-words: water degradation, stream Curimataú, urban sprawl, pollution, sewage.
INTRODUÇÃO
A água é um recurso natural essencial para a manutenção da vida no planeta, sendo utilizada
no consumo humano, industrial, na agricultura e pecuária, e como fonte para gerar energia,
deixando evidente a sua importância e a necessidade de preservação e uso consciente.
O ser humano tem a necessidade de modificar o ambiente para melhorar suas condições de
vida, transformando de tal maneira o meio natural, que chega a causar interferências no fluxo de
energia e matéria levando a alterações no equilíbrio na dinâmica da natureza. Os malefícios
causados à natureza retornam negativamente sobre a sociedade, em forma de enchentes,
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 527
deslizamentos de massa, salinização dos reservatórios subterrâneos, poluição das águas superficiais
e do solo e escassez hídrica (ROSS, 2009; UNESCO, 2012).
O avanço da aglutinação humana, normalmente acompanhado da ausência de infraestrutura,
desperdício da água por vazamentos, despejo de esgoto doméstico e industrial sem o devido
tratamento nos rios e riachos, tem levado ao desaparecimento da água em condições apropriadas
para o consumo humano e animal, além da diminuição da fauna e da flora aquática, prejudicando
todo um ecossistema, que antes se via em total equilíbrio.
As grandes pressões exercidas sobre os rios, no Brasil, provêm do crescimento demográfico
nas cidades, que na sua maioria não foi acompanhado pelo fornecimento de serviços urbanos
básicos, além de não disporem da implantação da política de gerenciamento integrado de resíduos
sólidos e tratamento de efluentes domésticos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2012).
Outro fator preponderante é a ocupação irregular nas margens dos rios para ceder lugar para
habitações e áreas agricultáveis, que na maioria dos casos que se situam em áreas destinadas ao
escoamento das águas fluviais no período das cheias. Essa situação torna-se preocupante quando se
observa que boa parte dessas ocupações está nas imediações dos rios. O desmatamento das matas
ciliares tem contribuído com o transporte excessivo de sedimentos e resíduos sólidos que ao
chegarem aos canais, alteram a dinâmica fluvial dos mesmos.
A pesquisa se desenvolveu no riacho Curimataú, afluente da região do baixo curso da bacia
hidrográfica do Rio Paraíba.
O destino inadequado dos rejeitos provenientes das comunidades localizadas no curso do
riacho tem causado interferência na dinâmica natural desse canal hídrico, facilitando o
aparecimento de problemas como o assoreamento, provocados pela supressão da mata ciliar,
ocupação e uso das planícies fluviais, diminuição da qualidade da água, bem como a redução da
biodiversidade aquática, devido ao lançamento de resíduos sólidos e efluentes domésticos sobre seu
leito.
REFERENCIAL TEÓRICO
A maior parte do planeta é coberta por água, contudo, desse total 97,5% é salgada, e dos
2,5% de água doce encontram-se distribuídos nas calotas polares, nos reservatórios subterrâneos,
rios, lagos e reservatórios artificiais, contudo, apenas uma pequena parcela desse total encontra-se
dentro dos padrões de potabilidade para ser consumida pelo ser humano (KARMANN, 2009). No
entanto, o que se percebe é que, uma parcela significativa da população, tem a ilusória sensação que
a água disponível é inesgotável, principalmente em países que possuem grande potencial hídrico,
como é o caso do Brasil.
Segundo os autores fica claro que, para se evitar conviver com o uso limitado da água, só
restam duas alternativas: ou utilizam-se os recursos hídricos de forma consciente, evitando
desperdícios, bem como o lançamento de rejeitos domésticos e industriais sem tratamento
diretamente nos corpos hídricos, aprendendo a reaproveitar a água utilizada, ou então, deve-se
encarar a água, como um bem econômico, dotado de valor estipulado pelo mercado.
De acordo com Coelho Neto (2008), a água possui um fluxo superficial que tende a ter uma
rota preferencial e que contribui diretamente na definição dos mecanismos de erosão, transporte e
deposição de sedimentos dentro de uma bacia de drenagem. Esse processo de erosão e transporte de
sedimentos está intimamente relacionado com os fatores bióticos (fauna e flora), abióticos (clima,
solo, topografia etc.) e a ação humana. Qualquer alteração nesse sistema, por menor que seja, pode
ocasionar desequilíbrio em seu sistema hidrológico.
Os processos das ocupações humanas, em muitos casos, se desenvolveram próximos a
algum corpo hídrico, no intuito de aproveitar suas águas para atender as suas necessidades, tais
como: consumo humano, atividades domésticas e industriais, irrigação, lazer etc. Porém, o que se
observa é que a maior parte desses rios e outros corpos hídricos encontram-se contaminados ou em
processo contínuo de degradação.
De acordo com Guerra e Marçal (2010), o processo de urbanização tem ocasionado
inúmeros danos ao meio ambiente. Na implantação de ruas e avenidas, asfaltamento, estradas e
entre outras ações que visam o melhoramento das condições de vida da população, se faz necessária
METODOLOGIA
Área De Estudo
O riacho Curimataú está localizado no estado da Paraíba, tendo sua nascente no município
de Mogeiro e corta o território paraibano no sentido oeste-leste. O curso deste riacho atravessa
também os territórios de Itabaiana, Gurinhém, São José dos Ramos, Sobrado e Pilar (sendo o
responsável pela delimitação física do território administrativo desses municípios), indo desaguar
no Rio Paraíba, 5 km após ter saído dos limites do município de Sobrado, em São Miguel de Taipu
(Figura 1)
O município de São José dos Ramos está inserido na mesorregião da Zona da Mata
paraibana e na microrregião de Sapé (AESA, 2013), totalizando uma população de 5.508 habitantes
e ocupada uma área territorial de aproximadamente 98, 232 km² (IBGE, 2010).
Pesquisa De Campo
Santos (2004) defende a ideia de que para se conseguir fazer uma avaliação do nível das
transformações que ocorrem no ambiente, deve-se estar atento basicamente a 3 passos: identificar o
tipo dano e o agente causador, quantificar o dano, no intuído de mensurar qual foi o grau de
interferência gerado, e qualificar o impacto, e assim, elaborar indicadores que contribuam para uma
melhor gestão dos recursos naturais.
Com base nessas informações, o primeiro passo foi à visita ao campo, com o objetivo de
analisar a paisagem, as condições do riacho e verificar a existência de processos impactantes no
perímetro urbano do Município de São José dos Ramos. O segundo passo foi realizado com o
auxílio dos formulários de campo para a quantificação das informações colhidas durante a visita no
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tendo por base as informações adquiridas com a aplicação dos formulários, a visita ao
campo e com a literatura pré-existente, foi possível observar que o riacho Curimataú vem passando
por um processo degradativo oriundo da ocupação irregular de suas margens, bem como a retirada
da mata ciliar em muitos pontos do seu curso, além do despejo de esgoto domiciliar, sem o devido
tratamento, e de resíduos sólidos (Figura 2).
Além do assoreamento causado pelo grande excedente de sedimentos que chega ao leito,
oriundo da ocupação desordenada de suas margens,de acordo com os moradores há também o
despejo dos efluentes domésticos, que desaguam no riacho originados de diversas águas servidas,
decorrente da ausência de saneamento básico, como por exemplo, cargas orgânicas (resíduos e
coliformes fecais etc.) e inorgânicas (detergentes e sabões) que são intensificadores da degradação.
Segundo Tundisi e Tundisi (2008) quando os rios e riachos recebem despejo de esgoto
doméstico, tem-se como consequências o aumento do nitrogênio e fósforo. Com as condições
físicas e químicas alteradas e com a progressiva e lenta sedimentação ocorre o crescimento de
organismos fotoautotróficos nos ecossistemas aquáticos, ou seja, fitoplânctons e fotossintetizantes,
tais como perifíton, macrófitas aquáticas e bactérias. A interferência humana na vida aquática tem
produzindo imensas alterações na estrutura desses ecossistemas.
Na cidade de São José dos Ramos, mesmo com coleta de lixo acontecendo regularmente
todos os dias da semana, alguns moradores que vivem às margens do riacho lançam resíduos sólidos
e despejam as águas residuais sem o devido tratamento diretamente no riacho, degradando-o ainda
mais. Relatos afirmam que a situação começou a piorar nessa última década, proveniente,
principalmente com o avanço do crescimento urbano.
CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos, pode-se perceber que o riacho Curimataú está em um
crescente processo de degradação ambiental, gerado a partir das intervenções humanas que vem
ocorrendo em todo o seu curso, causado principalmente pela ocupação irregular de suas margens,
seja ela nas áreas rurais ou em áreas urbanas.
No caso das áreas urbanas, nas margens fluviais, locais onde deveria existir a vegetação
ciliar e onde é naturalmente o local destinado para o escoamento das águas nos períodos de cheia,
nota-se o aumento cada vez maior de residências, tendo como consequência, uma diminuição na
taxa de infiltração das águas pluviais, uma vez, que há uma impermeabilização do solo pela
construção civil e retirada das matas ciliares ao logo do riacho.
Com a aglutinação humana nessas áreas surge também o problema do lançamento de
resíduos sólidos das mais diversas origens, que vão desde sacolas plásticas e garrafas PET, até
restos de sofás e pneus usados, além do despejo do esgoto doméstico sem nenhum tipo de
tratamento diretamente nas águas do riacho. No caso do Distrito de Curimataú, a situação é
agravada pela falta de planejamento urbano, isso porque as casas foram construídas muito próximas
umas das outras, não sendo possível a construção de fossas sépticas adequadas, além da inexistência
REFERÊNCIAS
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pp. 71-106.
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de Textos, 2009, pp. 205
UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Relatório
mundial das nações unidas sobre o desenvolvimento dos recursos hídricos 4. Brasília: 2012, pp.
17.
RESUMO
Saneamento básico é o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos,
drenagem e manejo das águas pluviais. O objetivo desta pesquisa foi analisar a situação de
saneamento básico no estado da Paraíba, durante a série histórica de 2008 a 2012. Desenvolvemos
uma pesquisa exploratória, documental, com abordagem quantitativa. Os dados foram obtidos no
Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Com o intuito de abarcar todo o estado da
Paraíba, analisamos informações dos 12 Núcleos Regionais de Saúde (NRS) existentes. No que se
refere aos principais resultados: o NRS I é o que apresenta o melhor percentual de acesso à água
pela rede pública; os NRSs e VII apresentaram os percentuais mais altos de lixo queimado e
enterrado; o NRS VI é o que apresenta o maior percentual de destino dos dejetos em esgoto; Os
NRSs I e III são os que apresentaram os maiores números de internações por DIP, enquanto o NRS
X é o que apresenta o menor valor.
Palavras-chave: Água potável; Resíduos domiciliares; Esgoto.
ABSTRACT
Sanitation is the set of services, infrastructure and operational facilities of water supply, sanitation,
urban sanitation, solid waste management, drainage and rainwater management. The objective of
this research was analyze the situation of sanitation in the state of Paraíba, for the time series 2008-
2012. We develop an exploratory, documentary research with a quantitative approach. The
information was obtained from the Department of Computer the SUS (DATASUS). In order to
cover the entire state of Paraíba, we analyzed information from 12 Regional Center for Health
(NRS) existing. Main results: The NRS I is what presents the best percentage of water services for
INTRODUÇÃO
Este estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa exploratória, transversal, documental,
com abordagem quantitativa; de modo a abarcar todo o estado da Paraíba. No universo do estudo
foram utilizadas as informações de saúde disponíveis no banco de dados on line do DATASUS
referentes às famílias cadastradas no Programa Saúde da Família (PSF) do Estado da Paraíba,
durante os anos de 2008 a 2012.
Os dados obtidos foram processados e analisados através do programa de computador Excel
2007 e do aplicativo TabWin; e discutidos à luz da literatura pertinente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1: Mapa do Estado da Paraíba com distribuição dos Núcleos Regionais de Saúde
FONTE: DATASUS/2013
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 540
Em relação aos resultados desta pesquisa para a questão do acesso à água pelas famílias
paraibanas, apresentamos os gráficos 1, 2 e 3.
100,0%
90,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII
2008 2009 2010 2011 2012 Núcleos Regionais de Saúde
Gráfico 1: Distribuição percentual do acesso à água pela rede pública por série histórica (2008 - 2012) e por
NRS
FONTE: DATASUS/2013
O Gráfico 1 permite-nos visualizar a variação dos índices desta forma, de acesso à água,
considerada adequada. Nele observa-se que o NRS I é o que apresenta o melhor percentual em toda
a série histórica estudada, em contrapartida os NRSs IV e XII apresentaram os piores percentuais
dentre todos os outros, cabendo destacar que no NRS IV houve aumento discreto, porém de forma
progressiva ao longo dos anos. Já no NRS XII no ano de 2008 o percentual era de 52,6%,
aumentando para 55,9% em 2009, diminuindo para 52,8% em 2010, voltando a crescer em 2011 e
alcançando o índice de 58,1% em 2012.
Todos os meses, as cidades dos países em desenvolvimento recebem cinco milhões de novos
residentes, segundo dados das Nações Unidas. Não é, portanto, tarefa simples garantir o acesso à
água para todos, principalmente porque, além da necessidade de ampliação constante das
infraestruturas de abastecimento, lidamos com a pressão por novos mananciais, com conflitos já
existentes ou potenciais entre usuários de fontes comuns de água, com as fragilidades técnicas ou
operacionais das prestadoras de serviços de saneamento e com o comprometimento da qualidade
das águas, devido à poluição urbana. As incertezas climáticas e a sucessão de eventos críticos
extremos realçam ainda mais a gravidade do problema (ANDREU, [201-]).
35,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII
Gráfico 2: Distribuição percentual do acesso à água por rede poço/nascente por série histórica (2008 - 2012)
e por NRSs.
FONTE: DATASUS/2013
O Gráfico 2 apresenta a variação dos índices desta forma de acesso à água. No NRS IV é o
que apresenta o menor percentual em toda a série histórica estudada, em compensação os núcleos
IX, XI e XII apresentam percentuais que merecem atenção pelo alto valor. O NRS IX houve uma
aparente oscilação, resultando em declínio no ano de 2012, já no NRS XI no ano de 2008 o valor
era de 28,7%, aumentando para 29,0% em 2009, diminuindo para 25,4% em 2010, voltando a
crescer em 2011 e chegando a 28,0% em 2012.
No meio rural, as principais fontes de abastecimento de água são os poços rasos e nascentes,
fontes bastante susceptíveis à contaminação. A água de escoamento superficial, durante o período
de chuva, é o fator que mais contribui para a mudança da qualidade microbiológica da água.
(AMARAL, 2003).
40,0%
35,0%
Percentual do acesso a água por Outras formas por ano
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII
Núcleos Regionais de Saúde
2008 2009 2010 2011 2012
Gráfico 3: Distribuição percentual do acesso à água por outras formas, por série histórica (2008 - 2012) e por
NRSs.
O Gráfico 3 revela o percentual do acesso à água por outras formas, como abastecimento por
cisternas e carros-pipa. Chama atenção o alto percentual dos NRSs III e IV. O NRS IV manteve
durante toda a série histórica os maiores percentuais dentre todos os outros NRSs, teve em 2008
36,9% aumentou os percentuais para 37,5% e 37,8% nos anos de 2009 e 2010 respectivamente,
depois diminui um pouco para 36,6% em 2012.
Segundo estudos produzidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
do Semiárido, sessenta dias após o encerramento do período de chuvas, 550 mil estabelecimentos
rurais da região ficam sem qualquer tipo de água para consumo humano ou animal. Nos momentos
de escassez de água, as famílias, sobretudo mulheres e crianças, empreendem longas caminhadas
para buscar água, carregando-a, na maioria das vezes, em latas sobre suas cabeças. Essa água
disponível costuma apresentar-se imprópria para o consumo, salobra ou contaminada por
microorganismos patogênicos (BRASIL, 2006).
No tocante aos resultados desta pesquisa para a questão do destino do lixo praticado pelas
famílias paraibanas, apresentamos os Gráficos 4, 5 e 6.
Figura 4: Distribuição percentual do lixo queimado e enterrado por série histórica (2008 - 2012) e por NRS
FONTE: DATASUS/2013
O Gráfico 4 demonstra variação dos índices desta forma de destinação do lixo considerada
incorreta. Os NRSs IV e XII apresentaram os percentuais mais altos dentre todos os outros, cabendo
destacar que no NRS IV houve inclusive um aumento nos índices que em 2008 era de 24,6% e em
2012 foi de 25,8%. No NRS XII no ano 2008 o percentual era de 26,1%, subindo em 2009 para
26,9%, se manteve em 25,4% em 2010 e 2011 e caindo para 25,1% em 2012.
De acordo com Pereira (2008) a prática de queimar ou enterrar os resíduos reflete uma
problemática ainda maior, pois compromete o meio ambiente, quando emite através da queima
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 543
poluente como o dióxido de carbono no ar, provocando consequentemente agravos de ordem
ambiental e na saúde da população, a sobreposição de resíduos no solo contribuindo para a
formação do chorume, materiais lixiviados nos lençóis freáticos que contaminam o solo e a água,
além de contribuir para a poluição do ar com aumento da proliferação de enxofre e metano
contribuindo para chuva ácida, enfim ocasionando a destruição dos seres vivos do meio.
Gráfico 5: Distribuição percentual do lixo depositado a céu aberto por série histórica (2008 - 2012) e por
NRS
FONTE: DATASUS/2013
O Gráfico 5 apresenta a variação dos índices desta outra forma de destinação do lixo. Nele
percebe-se que os NRSs VII, IX e XI apresentaram os percentuais mais altos dentre todos os outros,
todos apresentaram, em 2008, índice superior a 34 %, ou seja, mais que um terço dos resíduos
estava sendo lançado a céu aberto, forma esta completamente inadequada de destinação do lixo.
No NRS VII, em 2008, apresentou um percentual de 37,8% decrescendo progressivamente e
alcançando o percentual de 34,0% em 2012. Situação semelhante acontece com o NRS IX, que em
2008 apresentou um percentual de 34,1% e caindo para 25,5% em 2012. Já no NRS XI, em 2008
tinha um percentual de 36,2%, diminuindo no ano seguinte para 34,2% e em 2010, apresenta um
aumento para 35,3%, então sofrendo um decréscimo ano a ano chegando em 2012 com um índice
de 30,4%.
Dados do Instituto brasileiro de meio ambiente (IBAMA) indicam que a maior parte do lixo
coletado pelos serviços de coleta urbana na Paraíba não seguem o que preconiza a lei com menção
ao destino do lixo em locais apropriados e livres do convívio humano. Segundo o órgão, mais da
metade das cidades paraibanas jogam seus resíduos de formas irregulares. Os dejetos de 98% deles
são encaminhados para lixões a céu aberto ao invés de aterros sanitários (IBAMA, 2010).
Gráfico 8: Distribuição percentual da destinação dos dejetos em fossas, por série histórica (2008 - 2012) e
por NRSs.
FONTE: DATASUS/2013
Gráfico 9: Distribuição percentual da destinação dos dejetos a céu aberto, por série histórica (2008 - 2012) e
por NRSs.
FONTE: DATASUS/2013
O Gráfico 9 revela o percentual de destinação dos dejetos a céu aberto nos doze NRSs.
Destaca-se o baixo percentual do NRSs I. Os NRSs VII, XII mantiveram durante toda a série
histórica os maiores percentuais dentre todos os outros. Ambos apresentaram uma diminuição dos
percentuais ao longo dos anos, mas mesmo com essa redução eles se mantiveram em índices altos.
O NRS VII em 2008 apresentou 37,5% chegando a 33,3% e em 2012 e o NRS XII apresentou
36,8% chegando a 31,7%.
A inexistência de coleta e tratamento de esgoto cria um ambiente insalubre que favorece o
surgimento de doenças fatais. O poder destruidor do esgoto é surpreendente, tendo em vista sua
capacidade de atuar em todo o território nacional e de se infiltrar em todos os níveis da sociedade.
Os esgotos disponibilizados a céu aberto sem qualquer tratamento contaminam solos, rios,
mananciais e praias do país com impactos diretos à saúde da população (WONG, 2012).
O acesso à água pela rede pública é o mais recomendado, porém ainda não se encontra
universalizado. No que se refere a área geográfica do Estado da Paraíba, merece especial atenção o
NRS III, o qual tem sua sede no município de Campina Grande, visto que 30% das famílias não
dispõem deste tipo de acesso.
Utilizar água oriunda de poços e nascentes é uma forma de acesso perigosa à saúde humana,
já que apresenta alto risco de contaminação, porém ainda é muito praticada em todo o território
paraibano.
A ineficiência no sistema de abastecimento de água pela rede pública obriga a população a
buscar outras fontes de acesso à água, a exemplo de barreiros utilizados também por animais, água
proveniente de carros pipa, dentre outros, colocando em risco sua saúde e a conservação do meio
ambiente.
A falta de saneamento básico está relacionada com o surgimento de várias doenças, as quais
interferem na qualidade de vida da população e até mesmo no desenvolvimento do país. Portanto, é
fundamental conhecer a realidade de saneamento de uma determinada região para elaborar políticas
de saúde pública e estratégias de prevenção/promoção de saúde com o objetivo de minimizar os
agravos à saúde.
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3002/artigo/>. Acesso em: 08 mai. 2012.
RESUMO
Uma preocupação ambiental que vem crescendo, principalmente em países em desenvolvimento,
acompanhando o crescimento populacional, é a geração de resíduos sólidos. Aliado ao fato do
crescimento das populações, é observado o crescimento da taxa de geração de resíduos sólidos per
capita, à medida que aumenta-se o poder aquisitivo, e, associado à visão de que qualidade de vida
esteja relacionada ao consumo exagerado. O objetivo do presente estudo foi avaliar a quantidade e a
composição gravimétrica dos resíduos sólidos gerados no CEFET Minas Gerais - Campus Curvelo,
após a implantação do mesmo, de forma a possibilitar o correto gerenciamento e consolidar a coleta
seletiva. Na primeira amostragem ocorreu predominância de rejeito (35%) e alumínio (25%). O
Total de lixo gerado no Campus foi de 17 kg/dia. Já a taxa per capita de geração de resíduos no
período foi de aproximadamente 0,1 Kg/pessoa.dia. Este fato pode ser relacionado com a ausência
de coleta seletiva no Campus. Com relação à segunda amostra, destacou-se a presença de matéria
orgânica putrescível (75%) e de rejeito (20%). O total de resíduos sólidos gerado passou para 85,5
Kg/dia, já que o Campus Curvelo encontra-se em expansão. A taxa per capita de geração de
resíduos sólidos no referido período passou para aproximadamente 0,3 Kg/pessoa.dia. Na terceira,
quarta e quinta amostragens também se perceberam a predominância de resíduos orgânicos. Estes
resultados demonstram que com a implantação de um restaurante interno, aliado à implementação
de uma coleta seletiva parcial, houve contribuição para mudança na distribuição qualitativa e
quantitativa dos resíduos do Campus.
Palavras-Chave: Resíduos Sólidos, Coleta Seletiva, Matéria Orgânica e Composição Gravimétrica.
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
METODOLOGIA
O total de lixo produzido durante um dia inteiro no CEFET-MG Campus Curvelo foi
agrupado, quantificado e realizado a sua composição gravimétrica. A segregação dos componentes
dos resíduos foi realizada em uma área isolada no Campus, utilizando-se EPI‘s (Equipamentos de
RESULTADOS
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 555
O total de lixo gerado durante um dia no Campus Curvelo foi analisado e realizado a
composição gravimétrica para duas amostragens. O Total de lixo gerado, para a amostra 1, foi de 17
kg/dia, aproximadamente. A taxa per capta de geração de resíduos no período foi de
aproximadamente 0,1 Kg/pessoa.dia.
O destaque observado neste levantamento foi a presença significativa de alumínio nesta
amostra, que foi de 25%, como pode ser observado na figura 1. Valor este elevado ao se comparar
com valores apresentados na literatura. Segundo (CEMPRE, 2010), a composição da coleta seletiva
em termos da presença de Alumínio no Brasil, e também em cidades como Florianópolis, Campinas
e Porto Alegre, é de 1%. Deve-se ressaltar que a pesquisa citada foi realizada para os resíduos
domiciliares, diferentemente da presente pesquisa.
A fração de rejeitos encontrados nesta amostra, também apresentaram valores elevados, da
ordem de 35%. Neste sentido percebe-se, ao se fazer uma análise preliminar dos resultados, que a
falta de segregação, no âmbito da coleta seletiva, pode estar sendo fator influente, ao se considerar
um determinado material como rejeito, pelo fato de ocorrer a mistura dos diversos constituintes,
principalmente da matéria orgânica com os demais materiais. Tornando evidente a redução do
potencial de aproveitamento destes resíduos.
A composição da fração de matéria orgânica para a amostra 1 foi de 17%, sendo um valor
relativamente baixo, já que é observado valores usuais de 50% a 60% para resíduos domiciliares em
países em desenvolvimento.
Composição Gravimétrica
7% do Lixo
17%
25% M.O. P 3,0 kg
Rejeito 6,0 kg
35%
7% Plástico 1,0 kg
9% Papel 1,5 kg
Alumínio 4,5 kg
Figura 1: Percentual das frações quantitativas dos resíduos (amostra 1) e o peso relativo para
cada fração.
1%
Composição Gravimétrica do
1% Lixo
3,50%
19,50% M.O. P. 64 Kg
Rejeito 16,5 Kg
75% Plástico 3 Kg
Papel 1 kg
Alumínio 1 kg
Figura 2: Percentual das frações quantitativas dos resíduos (amostra 2) e o peso relativo para
cada fração.
O total de lixo gerado durante o dia da amostragem 3 foi de 88 kg. A taxa per capta de
geração de lixo para este período foi de 0,25 Kd/pessoa.dia. Do final de 2012 para o início de 2013
o total de pessoas e a geração de resíduos permaneceram aproximadamente constante, desta forma a
Figura 3: Percentual das frações quantitativas dos resíduos (amostra 3) e o peso relativo para
cada fração.
Já para a amostragem 4 o total de lixo gerado no Campus foi de 15,8 Kg/dia. Este valor
baixo, encontrado para a amostra 4, similar ao valor de lixo gerado no Campus em 2011, foi
observado devido ao fato do Campus Curvelo estar em período de férias escolares. Nestas
condições não é possível estabelecer uma taxa de geração de lixo no Campus, pois não se sabe ao
certo quantas pessoas permaneceram utilizando o referido Campus. Pelo fato do restaurante
continuar a funcionar durante este dia de coleta, mesmo o sendo para poucas pessoas, a fração
matéria orgânica putrescível continua como a maior fração, da ordem de 45%. Destaca-se um
aumento das porcentagens relativas de rejeito (32%) e de plástico (15,2%), já que o contingente de
alunos, que teoricamente consomem grande quantidade de papel, não está presente.
Figura 4: Percentual das frações quantitativas dos resíduos (amostra 4) e o peso relativo para
cada fração.
Composição Gravimétrica do
Lixo
6% 1% 1% M.O.P 26,08 Kg
15%
Rejeito 8,46 Kg
Plástico 6,75 Kg
19% 58% Papel 2,68 Kg
Alumínio 0,24 Kg
Papelão 0,58 Kg
Figura 5: Percentual das frações quantitativas dos resíduos (amostra 5) e o peso relativo para
cada fração.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RESUMO
A legislação vigente no Brasil determina parâmetros balizadores para a qualidade dos resíduos
líquidos lançados em corpos hídricos. Para tanto, a aplicação de reatores do tipo UASB seguido de
lagoa de polimento caracteriza um sistema capaz de substituir as convencionais lagoas de
estabilização no tratamento de esgotos sanitários, com um melhor custo-benefício. Apesar da alta
eficácia de reator UASB na remoção de material carbonáceo, o efluente produzido exige ainda um
pós-tratamento para remover DQO remanescente, nutrientes e organismos patogênicos. Os
constituintes citados podem ser removidos no pós-tratamento por lagoas de polimento, produzindo
efluente final com a qualidade sanitária e físico-química recomendada pela legislação vigente.
Assim sendo, o respectivo trabalho consistiu na utilização de lagoas de alta taxa como pós-
tratamento de efluentes do reator UASB, objetivando remover nutrientes e coliformes
termotolerantes. O compacto sistema obteve uma eficiência de remoção carbonácea superior a 80%,
essa eficiência é um pouco menor após as lagoas de polimento devido à sua produção algal. Estas
lagoas operam com um baixo TDH (5,83dias). A respeito da qualidade sanitária, somente após as
lagoas de alta taxa há uma expressiva eficiência de remoção dos coliformes termotolerantes
(99,98%), o que atende às determinações da World Health Organization (WHO, 2006) que
determina valores inferiores a 1,00e2 UFC.100mL-1 para irrigação irrestrita. Após o pós-tratamento
por lagoas as remoções dos nutrientes nitrogênio e fósforo no sistema foram expressivas, obtendo
eficiência de 85,94% para nitrogênio, 48,51% para fósforo total e 55,36% para ortofosfato.
Palavras–chave: esgoto doméstico; lagoa de polimento; indicadores de contaminação fecal.
INTRODUÇÃO
O crescimento populacional, constatado pela Organização das Nações Unidas (ONU, 2013)
e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2013), é um indício do acréscimo da
densidade demográfica. O aumento do número de habitantes por área implica em um crescimento
vertical dos centros urbanos quando está associado desenvolvimento, indicado pelos avanços na
ciência e tecnologia, nos aspectos de saúde pública, qualidade de vida, redução de taxa de
mortalidade, aumento da expectativa de vida, crescimento de poder aquisitivo, industrialização,
dentre outros. A alta densidade demográfica está associada à uma maior geração de resíduos por
área.
A ineficiência no sistema de captação e no tratamento dos esgotos domésticos pode ser
responsável pela contaminação e/ou poluição dos mananciais. Para tanto, o CONAMA (Nº
430/2011) estabelece padrões de lançamento, exigindo a adequação de todo e qualquer efluente
antes de sua disposição final aos corpos d‘água receptores, consequentemente reduzindo o
lançamento indiscriminado. Quando os custos de implantação, operação e manutenção de uma
complexa Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) se torna inviável para atender a demanda, surge
MATERIAL E MÉTODOS
FIGURA 1 – Imagem real do sistema experimental. Duas lagoas de polimento como pós-tratamento do
reator compacto composto de UASB e filtro de areia.
O reator UASB era operado em regime de batelada, alimentado a cada duas horas com 50
litros por ciclo (12 ciclos/dia), o que corresponde a uma vazão de 600 L.d-1. Subsequente ao reator
UASB estava o decantador secundário, também operado em batelada, do qual era bombeado a cada
4 horas 100 litros por duas eletrobombas, 50 litros cada, de mesmas especificações. A alimentação
das lagoas era realizada por essas duas eletrobombas de 3600 rpm, sendo que cada era responsável
por uma lagoa, bombeando 50L.ciclo-1 (6 ciclos/dia). A Tabela 1 descreve a configuração física e
operacional do sistema.
Procedimento analítico
Na Tabela 3 são apresentados magnitudes médias dos dados advindos das análises
decorrentes de 22 semanas de operação. São apresentados os valores das análises de DQO, do
fósforo e do ortofosfato, do Nitrogênio total e amoniacal, nitrito e nitrato, sólidos e suas frações e
coliformes termotolerantes como indicadores de patógenos. Também está expresso na Tabela 3
algumas eficiências de remoção, a exemplo da DQO, que obteve com o pré-tratamento no sistema
compacto uma eficiência média de remoção superior a 66% para o sistema anaeróbio, e superior a
80% até o filtro de areia. Porém na LP1 a remoção da DQO foi baixa, enquanto que na LP2 não
existiu remoção, pode-se identificar a geração de algas como a razão dessa diferença.
A aplicação das lagoas de polimento, ao contrário do reator UASB que objetiva remover
matéria orgânica, tem como objetivo a qualidade sanitária com a remoção de possíveis patógenos e
nutrientes resultantes da ineficiente remoção desses indesejáveis constituintes pela digestão
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 567
anaeróbia. Os resultados, conforme apresentados na Tabela 3, demonstraram essa melhora na
qualidade sanitária com a eficiente remoção de coliformes termotolerantes com as lagoas. Apesar de
ambas as lagoas terem removido mais de 99,9% com um TDH inferior a 6 dias, somente a LP2, pós
filtragem, obteve valor inferior a 1,00e2.
Observa-se na Tabela 3 que as concentrações do nitrogênio Kjeldahl, e especificamente do
nitrogênio amoniacal, obtiveram um decaimento significativo, o que caracteriza a remoção de
91,37% e 76,22% do N-NH4+, respectivamente para as lagoas LP1 e LP2. A remoção do nitrogênio
amoniacal, uma das razões provavelmente deve ser a dessorção de amônia livre através da área
superficial das lagoas devido à um alto pH. No entanto, este mecanismo tem ainda que ser
confirmada, uma vez que é controverso na literatura (CAMARGO & MARA, 2007, VON
SPERLING et al., 2002).
Na Tabela 3, os valores médios do pH para EB e após o efluente do reator UASB
apresentaram pouca variação, caracterizando pH próximo do ideal para digestão anaeróbia, que tem
como referência ótima entre 7,0 e 7,2 para desenvolvimento de bactérias metanogênicas (BITTON,
2005). O pH do efluente da estação compacta se manteve na média de 6,58, o que pode ser
consequência da redução da alcalinidade já que para uma alta nitrificação expressa em nitrato
consome alcalinidade, resultado que se repete em estudos realizados por Andrade (2012). Em
ambas as lagoas o pH manteve-se com valores próximos de 9, segundo Metcalf e Eddy (2003), a
melhor faixa para o processo de nitrificação se encontra entre 7,2 e 9,0.
45,00
41,70
40,00
36,05
35,00
30,00
mgN/L
25,00
20,00
13,94
15,00
10,00 8,39
5,00 3,11
0,04
0,00
Eflunte UASB Efluente LP1
NTK Amonia Nitrito Nitrato
pH / Alcalinidade
14,0 450
13,0 400
12,0 350
300
11,0
250
10,0
200
9,0
150
8,0 100
7,0 50
6,0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Tempo (semana)
FIGURA 3 – Valores médios semanais da alcalinidade e do pH dos efluentes do reator UASB e da lagoa de
polimento 1 (LP1), durante o período de março a junho de 2014.
Parâmetros microbiológicos
1,00E+07 4,98E+06
1,91E+06
1,00E+06
7,13E+04
1,00E+05
1,00E+04 4,11E+03
7,60E+02
1,00E+03
1,00E+02
1,00E+01
1,00E+00
EB E. UASB FA LP1 LP2
FIGURA 4 – Concentrações de coliformes termotolerantes no esgoto bruto (EB), nos efluentes do UASB, do
filtro de areia (FA) e nos efluentes das lagoas de polimento, operadas com TDH de 5,8 dias.
CONCLUSÕES
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RESUMO
O tratamento biológico das águas residuárias com microalgas é uma alternativa no controle à
poluição e na geração de novos produtos. O esgoto sanitário sendo tratado por sistemas de
microalgas representa uma oportunidade de produção de bioenergia, uma vez que os nutrientes
necessários para o crescimento da biomassa algal estão presentes no esgoto. As microalgas
propiciam a remoção de nutrientes e microrganismos patogênicos presentes nas águas residuárias.
Entretanto, esse sistema apresenta limitação na colheita da biomassa de algas produzida no final do
processo. Neste cenário, a imobilização de microalgas é uma técnica de tratamento de efluentes que
facilita a colheita da biomassa algal, ele pode ser usado para a produção de bioprodutos e várias
formas de biocombustíveis, por exemplo, digestão anaeróbia para produção de biogás, a
transesterificação dos lipídeos para biodiesel, fermentação de carboidratos para bioetanol e
conversão de alta temperatura para o óleo combustível. Vários métodos para imobilização de algas
são apresentados no presente documento, o mais utilizado entre estes métodos é por meio de
materiais poliméricos sintéticos, tais como acrilamida, poliuretano, polivinilo e resinas ou derivados
de polímeros naturais como alginato,carragenina, agar, agarose.
Palavras-chaves: Águas Residuárias, Microalgas, Imobilização, Biocombustíveis, Bioprodutos.
ABSTRACT
The biological treatment of wastewater by microalgae is an alternative for pollution control and for
of new products generation. Since the required nutrients for algal biomass growth are present in the
sewer, the algae systems treatment for sewer represents an opportunity for bioenergy production.
The microalgae favor nutrients and pathogenic microorganisms removal from wastewater.
However, this system is limited in the harvest of algal biomass produced at the end of the process.
INTRODUÇÃO
MICROALGAS
IMOBILIZAÇÃO DE MICROALGAS
Uma célula imobilizada é definida como uma célula viva que, por meios naturais ou
artificiais, é impedido de se mover independentemente da sua localização inicial para todas as
partes de uma fase aquosa de um sistema (TAMPION e TAMPION, 1987). O conceito subjacente é
que microalgas imobilizadas em matrizes biológicas ou inertes podem ajudar os benefícios
biotecnológicos necessários a partir da cultura de massa de microalgas, seja um metabólito ou
remoção de poluentes específicos. Este conceito evoluiu a partir da natureza básica dos seus
componentes, as microalgas e da matriz de imobilização.
As técnicas clássicas de imobilização celular podem ser classificadas em naturais e
artificiais. As primeiras são as que incluem a formação de biofilmes e a adesão/adsorção microbiana
em suportes sintéticos ou naturais, o fenômeno ocorre espontaneamente por meio de interações
eletrostáticas. Já as artificiais são aquelas que incluem a encapsulação em matrizes como alginato
de cálcio ou uso de agentes ligantes, nesse caso as células são ligadas às matrizes por ligações
covalentes, utilizando-se agentes ligantes como glutaraldeído ou carbodimida. O mesmo autor cita
os seguintes tipos de imobilização celular: adsorção, ligação eletrostática e covalente,
engaiolamento em matriz porosa, floculação natural e artificial, microencapsulação interfacial e
contenção entre micromembranas. A encapsulação, ou mais apropriadamente, imobilização em
partículas, é um processo pelo qual células são retidas dentro de esferas poliméricas
semipermeáveis, sendo as células uniformemente distribuídas dentro delas. O método de
engaiolamento está baseado na inclusão artificial das células, que ficam inseridas em uma malha
rígida, ou semirrígida, que impede a difusão destas para o meio de cultivo (COVIZZI et al., 2007).
O método mais utilizado é a imobilização em polímeros, os microrganismos são
imobilizados (presa) viva no interior do polímero, porque os poros são mais pequenos do que os
microrganismos, ao passo que o fluido flui através dele e apoia o seu metabolismo e eventual
crescimento (COHEN, 2001). De acordo com de-Bashan (2010) os principais problemas usando
qualquer polímero são: eficiência do sistema de remoção de poluentes; o custo do polímero e custos
do processo de imobilização. Segundo o mesmo, o método de imobilização tem algumas vantagens
Espuma de poliuretano
de polivinilo e acetato Chlorella vulgaris; C. kessleri;
de polivinilo-sulfato. Scenedesmus quadricauda; Travieso et al. (1996) Sawayama et
As fibras de celulose Phormidium laminosum; Chlorella al. (1998) Shi et al. (2007)
micro e macro poroso vulgaris; Scenedesmus rubescens
tecido fibroso
Tabela 1- Remoção de nitrogênio e fósforo com algas imobilizadas. Fonte: Adaptado de Luz E. de-Bashan,
2010.
Gross et al. (2013) avaliou diferentes materiais para o crescimento de algas, um total de
dezesseis materiais foram testados quanto à sua capacidade de suportar o crescimento de algas,
incluindo gaze musselina, fibra de vidro, fibra de vidro revestido, tecido camurça, vermiculita,
microfibra, pano de camurça sintética, fibra de vidro, estopa, duto de algodão, veludo, tyvek, ácido
Microalgas foram identificadas como uma matéria-prima de biomassa promissora que pode
produzir variedade de combustíveis, alimento e produtos químicos. Embora, o biodiesel é o
combustível mais comum produzido a partir de microalgas, outros tipos de biocombustíveis
também podem ser produzido a partir destas, tais como álcool através da fermentação de hidratos de
carbono (WANG et al., 2011), através de digestão anaeróbica de biogás (GUNASEELAN, 1997) e
bio óleo de processamento termoquímico (YANG et al., 2004). Outros produtos de biomassa de
microalgas incluem fertilizantes (MULBRY et al., 2008) e alimentação de aquicultura
(HEMAISWARYA et al., 2010).
As algas podem fornecer mais biodiesel do que oleaginosas existentes, utilizando menos
água e terra. A biomassa de algas também pode ser transmitido para um digestor anaeróbico para
produção de metano (YEN e BRUNE, 2007) ou utilizado para produzir materiais bioplástico
(CHIELLINI et al., 2008). A biomassa residual destes processos pode, potencialmente, ser usado
como fertilizante, correção do solo, ou alimento para peixes e gado (ROESELERS et al., 2008).
Segundo Christenson e Sims (2011) a produção de biocombustíveis e bioprodutos utilizando
microalgas no tratamento de águas residuárias têm grandes vantagens para ambas as indústrias
Pittman et al. (2011) avaliou o potencial de produção de biocombustíveis de algas e
concluíram que, com base em tecnologias atuais, o cultivo para biocombustíveis, sem uso de água
residuária é improvável ser economicamente viável ou fornecer retorno de energia. Lundquist et al.
(2010) analisou vários cenários diferentes de tratamento de águas residuais à base de algas,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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RESUMO
Na sociedade contemporânea os transtornos causados pelos resíduos sólidos tem se ampliado cada
vez mais, tendo como elemento definidor o processo produtivo tanto industrial como tecnológico.
Diante desse enfoque, este estudo tem como objetivo apresentar os principais impactos na saúde
humana e no meio ambiente, resultante da acomodação inadequada dos resíduos sólidos urbanos.
De acordo com o estudo, esse problema constitui uma questão sanitária grave na maioria dos
municípios brasileiros, que ainda utilizam vazadouros a céu aberto, ameaçando a habilidade de
auto-regeneração do sistema água-solo-ar, corroborando num grau de poluição e degradação
ambiental, prejudicial à vida, à saúde e à economia em geral. A população reage e cobra pelas vias
disponíveis, as contrapartidas, responsabilidades e mais eficiência dos seus gestores públicos. Face
ao exposto, faz-se necessário o emprego de novas formas de avaliação dos impactos ambientais.
Apoiar-se em métodos e ferramentas adequadas para assegurar a resolução de problemas de gestão
pública com mensurações periódicas de estudos de determinantes ambientais, sobretudo das
cidades, certamente auxiliará na redação de leis, como contribuirá na busca de metas e estratégias
duradouras para o meio ambiente.
Palavras-Chave: Resíduos Sólidos Urbanos. Saúde Humana. Meio Ambiente
ABSTRACT
33
Professor do Curso de Medicina da Universidade Federal de Campina Grande
INTRODUÇÃO
Desde a metade do Século XX até os nossos dias, as sociedades modernas vêm enfrentando
várias questões ambientais, como o aquecimento global, esgotamento dos recursos não renováveis,
poluição dos recursos hídricos, dentre outros. No entanto, em meio a esses múltiplos problemas, um
deles se destaca por sua amplitude: os resíduos sólidos. Mais usualmente cognominado de lixo, os
resíduos sólidos tem se destacado cada vez mais, tendo em vista que seus impactos negativos
ultrapassam as questões ambientais e têm implicações econômicas, sociais, políticas e institucionais
nas mais diversas áreas, inclusive na saúde humana.
Adentrando-se nesse cenário, em nenhuma outra etapa do desenvolvimento humano, como a
atual, gerou-se tanto lixo (resíduo) e, racionalmente prejudicou-se tanto a saúde das populações
humanas e o próprio meio ambiente. Não obstante a geração de resíduos provenientes das
atividades humanas faça parte da própria história do homem, é a partir da segunda metade do
Século XX, com os novos padrões de consumo da sociedade industrial, que essa realidade vem
crescendo em ritmo superior à capacidade de carga e absorção pela natureza. Aliado a isso, o
avanço tecnológico das últimas décadas, se, por um lado possibilitou conquistas no campo das
ciências, por outro, contribuiu para o aumento da diversidade de produtos com componentes e
materiais de difícil degradação e maior toxicidade.
Mucelin e Bellini (2009) enfatizam que o consumo cotidiano de produtos industrializados
tem sido responsável pela contínua produção de lixo. Nas cidades, a produção é de tal intensidade
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ―termo resíduo sólido, quase sempre sinônimo de lixo, deriva do latim residuu‖ e quer
dizer sobra de substâncias, acrescido de sólido para se diferenciar de resíduos líquidos ou gasosos.
Habitualmente, o termo lixo, na linguagem corrente, é sinônimo de resíduo, contudo nas
discussões em nível técnico, recebe a denominação: Resíduo Sólido. Essa segunda designação
sugere um conceito mais técnico, e diz respeito a uma série de materiais e conceitos procedentes das
atividades humanas, que não poderiam tão somente ser referenciados por um termo comum e
depreciativo como lixo, que passa a ideia de algo inútil e inservível (GRIPI, 2006).
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 590
No entendimento de Oliveira (2002), o termo lixo ou resíduo varia de acordo com a época e
o lugar e depende de determinantes econômicos, jurídicos, ambientais, sociais e tecnológicos. Nos
procedimentos produtivos industriais se emprega, em geral, resíduo, como significado de rejeito ou
refugo.
O IPT/CEMPRE (2000) considera resíduo sólido a sobra de qualquer atividade humana, seja
de origem doméstica, comercial, industrial, de serviços de saúde e da construção civil, nestes
incluídos os resíduos agrícolas, que representam grande inquietação, tendo em vista o descarte de
embalagens contendo substâncias perigosas.
Tecnicamente, a NBR10004/2004 (ABNT, 2004), conceitua Resíduo Sólido como:
[...] resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos que resultam da atividade da comunidade
de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Considera-se também, resíduo sólido os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede
publica de esgotos ou corpos d‘água, ou exijam, para isso, soluções técnicas e
economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).
Os RSS quando não acomodados de maneira correta, são potencialmente perigosos, tendo
em vista que os microrganismos presentes e não tratados são potentes fontes de contaminação da
saúde humana e ambiental, uma vez que sobrevivem por tempo considerável no interior do lixo
hospitalar.
Estão susceptíveis à infecção e contaminação hospitalar as pessoas que com algum tipo de
enfermidade entrar em contato com os resíduos dos serviços de saúde dispostos a céu aberto. No
TEMPO DE
MICRORGANISMOS
SOBREVIVÊNCIA NO LIXO
PESQUISADOS
(EM DIAS)
Entamoeba histolytica 8 a 12
Leptospira interrogans 15 a 43
Larvas de verme 24 a 40
Salmonella typhi 29 a 70
Poliovírus 20 a 170
Mycobacterium tuberculosis 150 a 180
Ascaris lumbricoides (ovos) 2000 a 2500
Quadro 1. Micro-organismos e tempo de sobrevivência no lixo.
Fonte: Suberkeropp & Klub (1974).
Além dos micro-organismos listados, estudo realizado por Morel e Bertussi Filho, (1997)
identificaram diversos outros presentes na massa de resíduos de serviços de saúde, como
Coliformes, Salmonella typhi, Shigella sp., Pseudomonas sp., Streptococcus, Staphylococcus aureus
e Candida albicans. Além desses micro-organismos há a possibilidade também de sobrevivência de
vírus na massa de resíduos sólidos para pólio tipo I, hepatites A e B, influenza, vaccínia e vírus
entéricos. Por isso, quanto menor a quantidade de resíduos dos serviços de saúde jogados a céu
aberto, menor o impacto ambiental.
Na avaliação dos riscos potenciais dos resíduos de serviços de saúde (RSS), deve-se
considerar que os estabelecimentos de saúde vêm passando por uma considerável evolução no que
diz respeito ao desenvolvimento da ciência médica, com o incremento de novas tecnologias
incorporadas aos métodos de diagnósticos e tratamento. Resultado deste processo é a geração de
novos materiais, substâncias e equipamentos, com presença de componentes mais complexos e
muitas vezes mais perigosos para o homem que os manuseia, e ao meio ambiente que os recebe.
Para a comunidade científica e entre os órgãos federais responsáveis pela definição das
políticas públicas pelos resíduos de serviços saúde (ANVISA, CONAMA) esses resíduos
representam um potencial de risco em duas situações: para a saúde ocupacional de quem manipula
esse tipo de resíduo, seja o pessoal ligado à assistência médica ou médico-veterinária, seja o pessoal
ligado ao setor de limpeza e manutenção e; para o meio ambiente, como decorrência da destinação
inadequada de qualquer tipo de resíduo, alterando as características do meio.
No que se refere ao risco no manejo dos RSS está principalmente vinculado aos acidentes
que ocorrem devido às falhas no acondicionamento e segregação dos materiais pérfuro cortantes
sem utilização de proteção mecânica. Quanto aos riscos ao meio ambiente destaca-se o potencial de
contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas pelo lançamento de RSS em lixões ou
aterros controlados que também proporciona riscos aos catadores, principalmente por meio de
Mencionar as doenças relacionadas aos resíduos sólidos urbanos é tarefa complexa, isto
porque muitos são os que correm risco, porém, a primeira população que deve ser considerada é
aquela que não dispõe de coleta domiciliar regular e que, ao se desfazer dos resíduos produzidos,
jogando-os no entorno da área em que habitam, passam a viver num meio ambiente arruinado em
virtude da presença de diversos vetores como fumaça, mau cheiro, transmissores de doenças,
animais que se alimentam dos restos numa convivência promíscua e insalubre no que se refere à
saúde.
Outra população sujeita à exposição dessa problemática é a de moradores do entorno dos
chamados lixões. Em geral, compõem esta população os segmentos mais necessitados da sociedade.
Todavia, dependendo das condições e localização das suas moradias, os riscos se alargam para as
populações próximas, nem sempre de baixa renda, seja pela abrangência dos efeitos do mau cheiro
e da fumaça, pela mobilidade dos vetores, bem como pela incursão de áreas avaliadas como mais
nobres, pelos resíduos arrastados pelas fortes chuvas, o que corrobora em condições favoráveis a
epidemias de leptospirose e dengue, por exemplo.
Entendendo-se que quanto maior o índice de doenças, maior a probabilidade de impactos
dos resíduos ao ambiente, permite-se considerar que diante do descrito, a principal dificuldade na
definição das populações exposta as implicações diretas ou indiretas do gerenciamento impróprio
dos resíduos sólidos urbanos consubstancia-se no fato de que os sistemas de informação e
monitoramento sobre saúde e meio ambiente não considerarem, em geral, o enfoque coletivo das
populações, não dispondo de dados epidemiológicos satisfatórios e confiáveis a respeito.
Em virtude disso, as pessoas que habitam no entorno de lixões sofrem de diversas doenças
ocasionadas (quadro 2) pela contaminação dos diversos tipos de resíduos, assim como pela poluição
do meio ambiente.
FORMAS DE
VETORES ENFERMIDADES
TRANSMISSÃO
Além dos riscos elencados, outros que as populações que habitam no entorno dos lixões são
vulneráveis, refere-se aos resíduos advindos dos metais, como restos de tintas, solventes, aerossóis,
produtos de limpeza, lâmpadas fluorescentes, medicamentos vencidos, pilhas e outros que contêm
significativa quantidade de substâncias químicas nocivas a saúde dessas pessoas e ao meio
ambiente.
Diante desse enfoque, o Quadro 3 apresenta alguns exemplos de resíduos perigosos, que
devem ser dispostos apropriadamente visando evitar riscos ao homem e ao meio ambiente:
METAL
ONDE É ENCONTRADO EFEITOS
PESADO
Produtos farmacêuticos; Distúrbios renais; Lesões neurológicas; Efeitos mutagênicos;
Lâmpadas fluorescentes; Alterações do metabolismo Deficiência nos órgãos sensoriais
Mercúrio Interruptores; Pilhas e baterias; Irritabilidade; Insônia; Problemas renais; Cegueira, surdez e
Tintas; Fungicidas e Morte.
Termômetros.
Baterias e pilhas; Plásticos; Dores reumáticas; Distúrbios metabólicos; Osteoporose e
Cádmio
Pigmentos e Papéis. Disfunção renal.
Tintas; Impermeabilizantes; Perda de memória; Dor de cabeça; Anemia e Paralisia.
Chumbo Cerâmica; Vidro; Inseticidas e
Baterias.
Quadro 3. Principais Efeitos de Resíduos Perigosos na Saúde Humana.
Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT e Compromisso Empresarial para a Reciclagem – Cempre
(2000).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Problemática ambiental grave nos últimos anos, o destino do lixo tem sido foco de debate
em todos os setores das administrações públicas brasileiras, isto porque o amontoamento de
resíduos vem aumentando e provocando implicações cada vez mais catastróficas ao meio ambiente
e à saúde pública em todos os Estado brasileiros.
Pode-se afirmar que o lixo constitui questão sanitária grave na maioria dos municípios
brasileiros, que ainda utilizam vazadouros a céu aberto, visivelmente, sobrepujando ou ameaçando a
habilidade de auto-regeneração do sistema água-solo-ar, corroborando um grau de poluição e
degradação ambiental aglomerado, maléfico à vida, à saúde e à economia da população, que reage,
cobrando, pelas vias disponíveis, as contrapartidas devidas, além de mais responsabilidade e
eficiência dos gestores públicos.
Nesse sentido, tem-se como destaque a aprovação e consolidação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, que em sintonia com suas diretrizes, princípios, conceitos e abordagens
complementares por tecnologias ambientalmente saudáveis, prevenindo riscos e estabelecendo
indicadores de desempenho. É uma importante ferramenta de gestão para promover a conservação e
preservação ambiental, tendo em vista a possibilidade de estabelecer a integração de municípios na
gestão dos resíduos e responsabilizar toda a sociedade pela geração de lixo.
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Planejamento Energético, 2008) Tese – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE/UFRJ.
RESUMO
Neste trabalho avaliou o potencial adsortivo da casca da banana na remoção de chumbo em
efluentes. Inicialmente foi preparado o adsorvente e adsorvato, em seguida as amostras foram
caracterizadas pelas técnicas FTIR, MEVe TG/DSC. Foram observados os grupos funcionais
presentes na casca da banana como a lignina, celulose e hemicelulose. Os melhores resultados de
adsorção ocorreram à 50 °C com aproximadamente 99,6%. Dessa forma foi possível concluir que a
casca da banana além de ser um bom adsorvente natural tem viabilidade para ser utilizado como
material alternativo pelo seu baixo custo, facilidade de manuseio e seletividade.
Palavras-Chave: adsorção, íon metálico, biossorção.
ABSTRACT
In this research, the potential adsorption of banana peel was evaluated for removal of ion lead in
wastewater. Initially was prepared the adsorbent and adsorbate, subsequently all samples were
characterized by techniques FTIR, MEV and TG/DSC. Functional groups present on banana peel
as lignin, cellulose and hemicellulose were observed. Adsorption best results occurred at 50 ° C
with approximately 99.6%. Thus it was concluded that the banana peel besides being a natural
adsorbent has good feasibility to be used as an alternative material for its low cost, ease of handling
and selectivity.
Keywords: adsorption, metal ion, biosorption.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 601
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Adsorvato
A solução metálica de chumbo foi obtida através da dissolução do sal de nitrato de chumbo
em água deionizada. Fora preparado 1,0 dm3 da solução de nitrato de chumbo na concentração de
0,01 mol/dm3.
Adsorvente
CARACTERIZAÇÃO
A análise foi realizada após a secagem da farinha da casca da banana em estufa 65±2°C. A
Microscopia Eletrônica de varredura permite a análise de superfície possibilitando a análise de
falhas e o mapeamento químico de superfícies.
As imagens de microscopia de varredura foram obtidas em microscópio eletrônico de
varredura após a metalização das amostras em ouro e paládio usando o microscópio JEOL T-300. A
microscopia eletrônica de varredura (MEV) buscou investigar a morfologia superficial da farinha da
casca de banana.
Análise termogravimétrica
A análise foi realizada após secagem da farinha da casca de banana em estufa 65 ±2 °C. A
farinha da casca da banana pura foi caracterizada por análise termogravimétrica. As curvas
termogravimétricas (TG) foram obtidas em uma termobalançada marca Du Pont 951, interfaciada
ao computador Du Pont, modelo 9900, sob razão de aquecimento programada em 10 K min -1, numa
atmosfera de nitrogênio na faixa de temperatura de 300 - 1239 K.
As técnicas termoanalíticas são métodos que permitem estabelecer a função entre
propriedades físicas e químicas de uma substância ou mistura em relação à temperatura ou tempo,
quando submetida a temperaturas controladas.
A análise termogravimétrica (TG/DSC) avalia a perda de massa de uma amostra em atmosfera
controlada em função da temperatura ou do tempo. Essa análise permite determinar a pureza e a
quantidade de água, fornecendo ainda informações sobre a estabilidade térmica, velocidade de
reação e composição da amostra.
Isoterma de Tempo
(Ni N s )
Nf
m
Isoterma de concentração
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1- Frequência no infravermelho das bandas de alguns grupos funcionais presentes na casca de
banana. Fonte: Salvador, (2009).
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 605
A espectroscopia no infravermelho das amostras da farinha da casca da banana encontra-se
apresentada na Figura 1. A análise visual dos espectros de FTIR permitiu a detecção de um
conjunto de variável de bandas espectrais de FTIR (15 a 20 bandas, 3000-600 ondas.cm-1) nas
amostras de farinha da casca de banana. Esse grande número de bandas no espectro sugere uma
natureza complexa de absorvente.
A análise do espectro na região do infravermelho do material FBN mostra diversos grupos
funcionais que sugerem a presença de celulose, lignina, ácido peptico, ácidos orgânicos pequenos,
ésteres amilícos e proteínas (CRUZ, 2009).
Observa-se também que o espectro de infravermelho revelou presença de bandas na região
de 3486 e 3286 cm-1 atribuídas a estiramentos vibracionais axiais dos grupos O-H característicos da
celulose, na região de 2967 e 2843 cm-1que podem ser atribuídas aos grupos CH-OH, -CH e –CH2
de grupos alifáticos característicos da estrutura da celulose e em 1730 cm-1é atribuída a vibração de
deformação axial de C=O de ácidos carboxílicos presentes na casca de banana (ácido péptico ou
-1
ácido cítrico) ou de ésteres. A banda intensa em 1641 cm pode ser atribuída a vibração de
estiramento do ânion -COO ou do grupo -C-O- de ésteres. A banda em 1104 cm-1 pode ser atribuída
-
ao estiramento ligado a grupos -S-OH ou -P=O. A banda em 884 cm-1 pode ser atribuída a
deformação de aminas.
Tg com o Chumbo
Na figura acima foi ampliada 500 vezes, pode ser notada a estrutura fibrosa e irregular da
farinha da casca de banana natural (FBN) formando camadas sobrepostas de fibras, sendo possível
notar grãos menores agregados aos grupos maiores. A superfície irregular e a morfologia porosa
como podem ser vista na micrografia facilitam a adsorção de metais em solução aquosa, permitindo
uma boa remoção destes nas diferentes partes da FBN.
Para verificar a presença de íons de chumbo na farinha da casca de banana, após processo de
biossorção foram realizadas análises com o microscópio eletrônico de varredura (MEV), as
amostras apresentavam um tamanho de partícula de 250 mm. Pode-se observar uma ligeira redução
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 608
na quantidade de poros livres conforme observado figura 5, quando comparado a figura 4, isso se
deve a ocupação dos espaços porosos pela espécie metálica, o que induz que a farinha da casca de
banana, realmente tem bom potencial adsortivo para o metal pesquisado.
Influência do tempo
Figura 6- Influência do tempo de contato na adsorção do chumbo pela farinha da casca de banana.
Fonte: Arquivo pessoal, 2014.
T1
T2
T3
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SALVADOR, G. Estudo da adsorção de cobre (II) usando como adsorvente pó da casca de coco
verde ativada com hidróxido de sódio.Universidade Federal De Santa Catarina, 2009. 40f.
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http://www.uninove.br/PDFs/Publicacoes/exacta/exactav4n2/exactav4n2_3f04.pdf> acesso em
03/07/2013.
RESUMO
Frente ao cenário de escassez hídrica, torna-se clara a importância do desenvolvimento de ações
visando a conservação de água. Entre as ações de conservação da água está o reuso, o qual
possibilita reaproveitar, para outros fins, a água já utilizada. Neste contexto, o presente trabalho teve
como objetivo geral avaliar o potencial de aproveitamento da água de refrigeração de um destilador
de água em uso em um laboratório da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O trabalho foi
desenvolvido em duas etapas: (i) medição do volume de água de refrigeração do destilador e do
respectivo volume produzido de água destilada e monitoramento físico-químico dos três fluxos de
água em questão (água de entrada, água descartada e água destilada) e (ii) proposição de uma
instalação para reuso da água de refrigeração. Foi observado que: o valor médio do volume de água
descartada (126,6 L/h) foi superior ao consumo de água (80 L/h) especificado tanto no catálogo
quanto no manual do usuário do equipamento; o valor médio de produção de água destilada (2,9
L/h) foi inferior à capacidade deste destilador (5 L/h) especificado no catálogo do equipamento; em
média, para cada litro produzido de água destilada foram gastos 44 L de água. Com base nos
parâmetros físico-químicos monitorados (temperatura, pH, CE, SDT, turbidez e cor aparente),
entende-se que a água de saída do destilador de água, após perda de calor, pode ser reusada para
lavagem de vidraria, limpeza em geral da edificação e rega de plantas. Para possibilitar o reuso da
água descartada do destilador de água estudado, é indicada uma instalação composta basicamente
por dois reservatórios (um inferior e outro superior) e um conjunto moto-bomba. A capacidade de
reservação projetada foi de 710 litros.
Palavras-chave: Uso racional de água. Reuso de água. Destilador de água. Instalação de reuso de
água de destilador.
ABSTRACT
Under a water scarcity scenario, it becomes clear the importance of developing actions aimed at
conserving water. Among the actions for water conservation, it is reuse, which enables the use of
the wastewater for other purposes. In this context, the present work had as a main objective to
INTRODUÇÃO
Por outro lado, em algumas regiões do mundo vem se configurando cenários de escassez
hídrica, seja pela demanda crescente por água, seja pela deterioração da qualidade de mananciais de
água em função da poluição, o que, algumas vezes inviabiliza o aproveitamento de uma
determinada fonte de água. Para SABESP (2014), o alto crescimento das cidades, em decorrência
do êxodo rural, contribuiu para a água se tornar um recurso natural ainda mais escasso. Outras
contribuições para o quadro de escassez são a poluição dos recursos hídricos, ocasionando a
diminuição da qualidade da água para outros tipos de usos, e também o incremento na melhoria do
bem-estar da população que está diretamente relacionado com o aumento do consumo individual de
água, com o acréscimo de mais equipamentos domésticos (lava-louça, jatos d'água etc) que
necessitam de água para o funcionamento (SABESP, 2014).
A UN (2012, p.1) salientou que ―a retirada global de água de aquíferos e bacias
hidrográficas triplicou nos últimos 50 anos‖. Para este autor, o estresse hídrico está aumentando
rapidamente. Atualmente, 1,6 bilhão de pessoas vivem em região com escassez absoluta de água, e
possivelmente até 2025, dois terços da população mundial pode ser afetada por essa situação (UN,
2012).
MMA et al. (2007) ressaltaram a posição privilegiada do Brasil no mundo, em relação à
disponibilidade de recursos hídricos. A vazão média anual dos rios em território brasileiro é de
cerca de 180 mil m³/s. Este valor corresponde a aproximadamente 12% da disponibilidade mundial
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
Desenvolvimento da pesquisa
A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas principais: (i) medição do volume de água de
refrigeração do destilador e do respectivo volume produzido de água destilada e monitoramento
físico-químico dos três fluxos de água em questão (água de entrada, água descartada e água
destilada) e (ii) proposição de uma possível instalação padrão para reuso da água de refrigeração do
destilador.
Durante a primeira etapa foram realizados sete monitoramentos, perfazendo um total de 18
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Volumes produzidos
Volumes produzidos (L/h)
(mL/5 minutos)
Volume de água
descartada/
Tratamento estatístico
Água de saída Água de saída volume de destilada
Água destilada Água destilada
do destilador do destilador (L/L)
Quanto à temperatura dos fluxos de água monitorados (Tabela 2), foram observados valores
médios de 30,7, 45,6 e 39,4 °C para a água de entrada, água descartada e água destilada,
respectivamente. Os dados indicaram uma temperatura média da água destilada, superior à
temperatura da água de alimentação do equipamento. Além disso, considerando a possibilidade de
reuso da água descartada, cabe mencionar que a temperatura relativamente alta (33,7 a 58,8 °C)
dificultaria sua utilização imediatamente após sua geração. Tal fato sugere a necessídade
possibilitar a perda de calor desta água para posterior reuso, o que pode ser obtido, armazenando-a
por um determinado período de tempo.
Temperatura (°C) pH
Tratamento
Água de Água Água Água de Água Água
estatístico Ar
entrada descartada destilada entrada descartada destilada
Tratamento
Água de Água Água Água de Água Água
estatístico
entrada descartada destilada entrada descartada destilada
Tratamento
Água de Água Água Água de Água Água
estatístico
entrada descartada destilada entrada descartada destilada
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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RESUMO
O presente estudo visa a implementação de um filtro biológico caseiro conjuntamente com análises
de detecção dos níveis de ph e amônia em amostras de urina humana. A idéia central é a
viabilização do reuso de nossa urina para atividades rotineiras em situações de seca. Através do
filtro retiramos alguns componentes indesejáveis, de modo a propiciar um reaproveitamento da
água destes excretas.
ABSTRACT
The present study aims to implement a homemade bio filter in conjunction with analysis detection
of pH and ammonia levels in human urine samples .The central idea is the feasibility of reusing our
urine for routine activities in drought situations . Through the filter we remove some unwanted
components in order to promote a water reuse of this excreta.
INTRODUÇÃO
Atualmente vivemos a maior crise hídrica dos últimos 50 anos. Em março, de acordo com a
Organização Meteorológica Mundial (WMO ), o nordeste do Brasil vivenciou uma de suas maiores
secas. Em outubro de 2014 o sudeste sofreu uma grave crise, com esgotamento das águas que
abasteciam São Paulo e as regiões circunvizinhas.
Segundo a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira o estado vive uma seca ―fora da
curva‖, devido a padrões anômalos de falta d‘água na região.
No âmbito mundial a Austrália e Argentina vivenciaram um dos períodos mais quentes de
sua história e os oceanos estão aquecendo por ano a um ritmo maior do que em todo o período dos
anos 1900.
Em conflito com esse déficit o ser humano é constituído por cerca de 70% de água, logo sua
importância torna-se inegável.
Estes fatos corroboram para uma preocupação evidente com o gerenciamento e
reaproveitamento dos nossos recursos esgotáveis, em particular os hídricos.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
REVISÃO DE LITERATURA
Um adulto humano produz cerca de 1,4 litros de urina por dia e sua composição química
apresenta entre 2 a 5 % de ureia .Esta por sua vez entra no ciclo da ureia no nosso organismo e no
ciclo do nitrogênio , quando fora dele, conforme a reação abaixo(Almeida Vanessa, Bonafé Elton,
Stevanato Flávia, Souza Nilson, Visentainer Jeane, Matsushita Makoto, Visentainer Jesuí, 2006) .
Em estudos anteriores foi relatado o uso de areia de sílica natural na remoção partículas de
amônia em água potável (Valentukeviciene, Rimeika, 2004).
Esta areia é utilizada comumente em filtros biológicos e usualmente para a filtração de
impurezas em águas impuras havendo amplos experimentos de construção deste na literatura
científica.
Tratando com filtro de carvão ativado águas residuais observaram-se reduções de até 74%
para DQO, 47% para DBO, 93% para cor, 90% para amônia (Castilhos Armando; Dalsasso
Ramon; Rohers Fabio -2010)
O princípio básico de funcionamento de um filtro caseiro, segundo o sítio do departamento
de química ambiental da USP (Universidade de São Paulo) é:
―A parte superior do filtro seleciona as sujeiras maiores, que vão deixando espaço para a
passagem das menores que vão sendo capturadas pelas camadas inferiores até chegarem ao
algodão, que mostra-se como finalizador da purificação. Na parte superior , encontram-se
as areias grossa e fina, responsáveis pela limpeza inicial da água e ,em seguida, tem-se o
carvão, que vem para complementar o trabalho feito na camada anterior. E, por fim, tem-se
o algodão, que barra as impurezas menores e age de uma forma bastante efetiva‖.
METODOLOGIA
Métodos
Durante 7 dias colocou-se uma gota da solução de bactérias ,com o auxílio do conta-gotas ,
por dia dentro do recipiente, já contendo 600 ml da urina. Foi necessário repor a quantidade devido
às taxas de evaporação e perdas desta no processo. Acrescentou-se em dias alternados 200 ml de
urina durante este período.
No sétimo dia não mais se acrescentou urina e na última colocação dos 200 ml, pegou-se 30
ml para realizar os testes de nível de amônia e ph. Colocou-se 15 ml em um frasco dosador (que
veio junto aos testes) de ph e segui-se o procedimento indicado no rótulo colocando-se os reagentes
e esperando-se 2 min.
Em seguida a cor observada foi amarelo claro, que na tabela que acompanhou o produto
indicou um ph em torno de 6,2 – ácido.
Logo após, fez-se o mesmo no teste de amônia, entretanto esperou-se por 3 min e a
coloração indicada comparativamente á tabela que veio ficou em um verde musgo, em torno de 6,5
ppm, convertendo para o valor de 0,020 ml à 28 graus Celsius (temperatura do dia da coleta e
análise).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONCLUSÕES
De modo a ser possível seu consumo por humanos maiores análises físico-químicas
biológicas são necessárias, mas os resultados encontrados apontam para um possível uso da urina
em situações de seca para atividades rotineiras, sem considerar seu consumo.
A prática realizada apontou um caminho para o reuso de nossos dejetos e foi implantada á
baixo custo. Maiores empenhos são necessários de maneira a aumentar as possibilidades no uso
desta técnica tão simples e comum ás pessoas.
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RESUMO
Os medicamentos são um tipo de resíduo que apresenta um risco potencial à saúde pública e ao
meio ambiente, já que seus resíduos possuem alguns componentes químicos resistentes que podem
contaminar o solo e a água. Nesse sentido, esse estudo tem por objetivo geral analisar os impactos
ambientais decorrentes do descarte de remédios em locais inapropriados. A metodologia utilizada
no trabalho foi a pesquisa bibliográfica em textos e artigos científicos, principalmente em sítios da
internet. O trabalho justifica-se pela constatação de que apesar da possibilidade de reutilização dos
medicamentos, o descarte é praticado de forma inapropriada no Brasil. O presente estudo mostrou
que os medicamentos são considerados substâncias químicas que causam impactos ambientais
negativos. A população contribui nesse processo ao realizar o descarte de medicamentos de maneira
incorreta, afetando diretamente o ambiente, pois contribui para a poluição das águas fluviais e solos.
As áreas contaminadas urbanas são representadas pelos lixões e aterros controlados, causando
riscos à saúde humana e desvalorizando financeiramente os imóveis vizinhos. Assim, a articulação
entre governo e iniciativa privada, as implicações econômicas e a conscientização da população
aparecem como os principais pontos a serem trabalhados para viabilizar o novo modelo de gestão
de lixo produzido no país. Portanto, todos os segmentos da sociedade precisam fazer sua parte.
Palavras-chave: Impactos Ambientais. Resíduos Sólidos. Lixo Urbano.
ABSTRACT
The drugs are a type of waste that presents a potential public health and environmental risk, since
their residues have some tough chemicals that can contaminate soil and water. Thus, this study has
the objective to analyze the environmental impacts of disposal of medications in inappropriate
places. The methodology used this study was the literature research in texts and scientific papers,
mostly in websites. This research is justified by the fact that despite the possibility of reuse of
medicines, disposal practiced inappropriately in Brazil. The study showed that medications are
considered chemical substances that cause adverse environmental impacts. The population in this
process contributes to carry out the disposal of medicines improperly, directly affecting the
INTRODUÇÃO
É notório que a Lei nº 12.305/10, que institui a PNRS é bastante atual e contém instrumentos
importantes para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento dos principais problemas
ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos, pois a
mesma prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, a exemplo dos remédios, tendo como
proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar
o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente
adequada dos rejeitos.
Essa Lei também institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos
fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo
dos resíduos sólidos urbanos. Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos
lixões. Ela traz ganhos nas três esferas de poder, mas principalmente na instância municipal para
melhor gestão dos resíduos, ampliando a reciclagem e eliminando os lixões. (BRASIL, 2010a).
Porém, segundo Tolentino (2013, p.1), atualmente, cerca de 50% dos 5.565 municípios brasileiros
ainda encaminham os resíduos para lixões.
Discussões para implementação da logística reversa de resíduos de medicamentos por meio
do Grupo de Trabalho Temático de Medicamentos tem sido conduzidas pela Anvisa em todo
território brasileiro. Esse debate conta com a participação de representantes do setor farmacêutico,
órgãos de vigilância sanitária estaduais e municipais, órgãos do meio ambiente, entidades
profissionais e representantes da sociedade civil organizada, dentre outros. Nessas discussões
estabeleceu-se a necessidade de um acordo setorial, sendo que este é um instrumento inovador e
Grupo A: Resíduos que apresentam risco potencial à saúde e ao meio ambiente devido a
presença de agentes biológicos, como por exemplo, sangue e derivados, resíduos de
laboratórios, de assistência ao paciente, materiais perfuro- cortantes, dentre outros. Não é
permitida a reciclagem de resíduos desse grupo ou de outros contaminados por estes; Grupo
B: Resíduos que apresentam risco potencial à saúde e ao meio ambiente devido às suas
características químicas. Por exemplo, os resíduos farmacêuticos, quimioterápicos e
soluções reagentes; Grupo C: Rejeitos radioativos, que contenham radionuclídeos em
quantidades superiores àquelas especificadas pelo Conselho Nacional de Energia Nuclear
(CNEN); Grupo D: Resíduos Comuns, ou todos aqueles que não se enquadram nos tipos
anteriores e que não representam risco adicional à saúde pública (BRASIL, 1993 citado por
BRITO, 2000).
Vale lembrar que os medicamentos são caracterizados como Resíduos que apresentam risco
potencial à saúde e ao meio ambiente devido às suas características químicas. Os produtos químicos
podem reagir de forma violenta com outra substância química, inclusive com o oxigênio do ar ou
com a água, produzindo fenômenos físicos tais como calor, combustão ou explosão, ou então
produzindo uma substância tóxica. (FIO CRUZ, 2013).
Os medicamentos que apresentam risco químico e que devem ser descartados de maneira
especial são: Produtos hormonais e antimicrobianos; Citostáticos, antineoplásticos;
Imunossupressores; Digitálicos, Imunomoduladores e Anti-retrovirais; Medicamentos psicotrópicos
e entorpecentes, sujeitos ao controle da Portaria n. 344/98. Para estes medicamentos, a RDC 306/04
da ANVISA recomenda que devam ser levados à vigilância sanitária municipal. O ideal é que sejam
incinerados ou que sejam depositados em aterro sanitário de classe I (ANVISA, 2004).
Para os demais medicamentos que não pertencem aos grupos acima citados, recomenda-se
as seguintes formas de descarte: Para formas farmacêuticas líquidas: desprezar o líquido em esgoto
comum, de acordo com as normas ambientais de saneamento básico. O frasco pode ser desprezado
no lixo comum, preferencialmente para coleta seletiva. Para formas farmacêuticas sólidas: os
comprimidos e cápsulas devem ser retirados dos blísteres e devem ser desprezados em aterro
sanitário, ou incinerados. Idealmente, não devem ser jogados em lixo comum. As caixas e blísteres
vazios podem ser desprezados em lixo comum. Segundo a RDC 44/09,
Quanto aos impactos negativos dos RSS ao meio ambiente destaca-se o potencial de
contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas pelo lançamento de RSS em lixões ou
aterros controlados que também proporciona riscos aos catadores, principalmente por meio de
lesões provocadas por materiais cortantes e/ou perfurantes, e por ingestão de alimentos
contaminados, ou aspiração de material particulado contaminado em suspensão (CECOM, 2008).
Também se deve enfatizar que os RSS são fontes potenciais de propagação de doenças e
apresentam um risco adicional aos trabalhadores dos serviços de saúde e a comunidade em geral,
quando gerenciados de forma inadequada. E, finalmente, há o risco de contaminação do ar, dada
quando os RSS são tratados pelo processo de incineração descontrolado que emite poluentes para a
atmosfera contendo, por exemplo, dioxinas e furanos.
Nessa área, os poluentes ou contaminantes podem concentrar-se em sub-superfície nos
diferentes compartimentos do ambiente, como por exemplo, no solo, nos sedimentos, nas rochas,
nas águas subterrâneas. Os contaminantes podem ser transportados a partir desses meios,
propagando-se por diferentes vias, como o ar, o solo, as águas subterrâneas e superficiais, alterando
suas características naturais de qualidade e determinando impactos e/ou riscos sobre os bens a
proteger, localizados na própria área ou em seus arredores.
As vias de contaminação dos RSS, a exemplo dos remédios para os diferentes meios podem
ser a lixiviação do solo para a água subterrânea, absorção e adsorção dos contaminantes nas raízes
de plantas, verduras e legumes, escoamento superficial para a água superficial, inalação de vapores,
contato dermal com o solo e ingestão do mesmo por seres humanos e animais (BRASIL, 2012b).
Vale destacar que a ―prevenção da geração de resíduos deve ser considerada prioritária em
projetos e processos produtivos, baseada na análise do ciclo de vida dos produtos e na produção
limpa para buscar o desenvolvimento sustentável‖ (CECOM, 2008, p.4).
Dessa forma, o aumento dos resíduos reciclados e a diminuição dos resíduos comuns
resultam em aumento de vida útil dos aterros sanitários. Um impacto positivo ocorre ao gerar uma
maior quantidade de resíduos advindos da coleta seletiva, pois se criam oportunidades de emprego e
renda para comunidade através das cooperativas de materiais recicláveis.
CONCLUSÃO
O presente estudo mostrou que os medicamentos são considerados substâncias químicas que
causam impactos ambientais negativos. A população contribui nesse processo ao realizar o descarte
de medicamentos de maneira incorreta, afetando diretamente o ambiente, pois contribui para a
poluição das águas pluviais, fluviais e solos.
As áreas contaminadas urbanas são representadas pelos lixões e aterros sanitários causando
riscos à saúde humana e desvalorizando financeiramente os imóveis vizinhos. Assim, a articulação
entre governo e iniciativa privada, as implicações econômicas e a conscientização da população
aparecem como os principais pontos a serem trabalhados para viabilizar o novo modelo de gestão
de lixo produzido no país. Todos os segmentos da sociedade precisam fazer sua parte.
REFERÊNCIAS
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em: 28 abr. 2013.
RESUMO
Objetivou- se via condução deste estudo aborda sobre os impactos ao meio ambiente ocasionados
pelos lixões em áreas urbanas, neste caso, no município de São Fernando-RN. Como tema o caso
dos lixões nas áreas urbanas, e seus determinados impactos causados ao meio ambiente e seu
entorno. Abordamos impactos ambientais negativos ocasionados pelas maneiras de uso e costumes
e hábitos culturais da população, que são percebidas nas cidades do Brasil, como também a falta de
politicas publica voltada para a construção de aterros sanitários nos centro urbanos brasileiros.
Refletir sobre problemas ambientais em nossa sociedade, em especial os lixões, e seu destino,
pensar nas possíveis formas de reaproveitamento, abordamos ainda a pratica de educação ambiental
nas escolas públicas para uma compreensão da realidade e das responsabilidades da coletividade em
relação à vida pessoal de cada individuo enquanto ser social. E enfocar as questões ambientais
como foco principal e primordial nas discursões e trabalhos voltados para disciplinas especificas
que avaliem os problemas ocasionados pelo descoso de nossa sociedade, em geral. Foram
verificadas causas de impactos ambientais nas margens do riacho da serra, onde está localizado o
lixão da cidade de São Fernando-RN. Os manacias hídricos são de fundamental importância na
definição de cidades. Os rios são utilizados como corpos receptores de efluentes e ainda de lixos
que inadequadamente também é depositado nas margens e leitos. A poluição dos mananciais ocorre
de varias maneiras, nos centros urbanos, são utilizados como depósitos de lixos no local
inadequado. A realização desse trabalho se pauta em estudos bibliográficos e qualitativos nas
discursões de educação ambiental. Procuramos com esse estudo, buscar soluções simples com o
intuito de amenizar os graves problemas sociais ocasionados pelo lixão publico na cidade de São
Fernando-RN.
Palavras Chaves: Educação Ambiental, Meio Ambiente, Direitos e Deveres, Politicas Publicas,
Contaminação das águas.
INTRODUÇÃO
O lixo ao longo dos tempos vem sendo um problema do advento da sociedade moderna,
conhecida como a sociedade do desperdício, se tornando uma questão muito complexa desde as
dificuldades de coleta até o destino final. A pressão do homem é grande sobre a terra, é cada vez
maior para prejudicar a biodiversidade de espécies.
A falta de avaliação de impactos ambientais para a instalação de aterros sanitários contribui
e omite este grave problema ambiental. (FERREIRA, 2007). O combate às doenças causadas por
ele e destruição gradual do planeta.
JUSTIFICATIVA
Este tema foi selecionado com o proposito de mostrar a relevância no que se refere à
preservação do meio ambiente, tendo vista a crescente produção de lixo nos dias atuais da
modernidade capitalista de consumo, causando danos gravíssimos e sérios impactos nos
ecossistemas, como a poluição dos mananciais, dos solos, do ar, provocando transtornos na
qualidade de vida da humanidade.
MATERIAIS E MÉTODOS
OBJETIVO GERAL
Identificar as causas e efeitos do lixão, e suas consequências para população, analisar como
a falta de um sistema adequado de deposição de lixo na cidade de São Fernando.
Analisar como os lixões são expostos nas cidades, e a falta de instrumentos apropriados na
coleta seletiva do lixo.
Procurar meios adequados para uma sensibilização ambiental para a população, e avaliar os
métodos incapazes, e falta de compromisso dos governantes com os problemas públicos.
Denunciar o descaso dos poderosos com a transparência politica, e procurar esclarecer os
grandes desafios da sociedade para uma vida melhor.
RESULTADOS
A pesquisa realizada na área do lixão da cidade de São Fernando tem o intuito de identificar
os danos causados pelos resíduos sólidos expostos a céu aberto, no ambiente, fazendo no possível à
identificação dos mesmos. Para se chegar ao resultado com mais precisão, foi delimitado a área em
08 pequenos pontos, distintos para realizar levantamento de dados, amostras do tipo de lixo exposto
no local, até podermos chegar a uma identificação.
A partir desses pontos, foi possível identificar que os principais resíduos encontrados foram:
plásticos, vidros, papelão, animais mortos, entre outros. Outro ponto que devemos ressaltar, é que a
maioria das sacolas plásticas encontradas, é proveniente do comercio, supermercados, lojas etc. Isso
foi possível graças à logomarca de marketing. Do comércio.
Há varias maneiras de exposição final do lixo nas cidades brasileiras, elas refletem o
descompromisso dos gestores públicos quanto aos problemas ambientais causados pela
contaminação das aguas e mananciais. O despreparo técnico e a fata de recursos econômicos
disponíveis para esses fins, ocasionando as dificuldades para os municípios enfrentar o problema.
Nestes casos, os gestores promovem um destino final inadequado ao lixo.
Escondendo assim o problema dos olhos da população, enquanto faltam projetos políticos
para angariar recursos destinados para esse fim, como também a consolidação de uma politica seria
na maioria dos municípios, quando em muitos deles, há pratica dos mensalões nas prefeituras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONCLUSÃO
Embasado no que discutido e trabalhado no decorrer desta ação, chegamos à conclusão final
de que o lixo está causando vários impactos ambientais; tanto na área em que o mesmo é depositado
diretamente a céu aberto, quanto em uma parte significa da área em seu entorno.
Além disso, para que se possa reabilitar essa área é necessária à construção de um aterro
sanitário, como também fazer a recuperação da vegetação nativa, para que esse ecossistema esteja
equilibrado novamente. Os resíduos apresentados durante todo o trabalho mostra claramente que o
lixo hoje em dia é dos mais graves problemas que temos; para isso, devemos planejar e estudar
métodos que venham acarretar na diminuição dessa problemática do lixão.
Para finalizar essa explanação, fica claro que nos dias atuais, estatísticas afirmam que depois
do estilo de vida que as populações vivem, o meio ambiente é segundo fator em importância para
que um individuo ultrapasse os 65 anos de idade.
Ainda segundo Pavarini (1969), a qualidade de vida na velhice ganha um sentido amplo e
necessário, criando- se a necessidade de um olhar critico, que vai além de intervenções a respeito
das alterações do envelhecimento e de suas consequências, afim de proporcionar ao idoso bem estar
e maior capacidade funcional.
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RESUMO
Os Postos Revendedores de Combustíveis (PRC) são encontrados nos mais diversos locais, como
centros urbanos, meios rurais e rodovias. As atividades dos PRC geram aspectos ambientais que
causam impactos com efetivo potencial poluidor ao meio ambiente. Neste sentido, o vigente
trabalho tem como objetivo apontar os principais aspectos ambientais dos PRC, na atividade de
abastecimento de veículos. Para tanto, a pesquisa é do tipo exploratória, a qual se recorreu a
levantamentos em meio eletrônico, bibliográfico e documental. Os resultados obtidos constataram
que a atividade de abastecimento de veículos pode gerar vinte e três aspectos ambientais, os quais
podem ser classificados, conforme suas características, em seis tipos principais. Portanto, percebe-
se o quanto esta atividade oferece riscos à saúde e ao meio ambiente e à medida que eleva-se a
quantidade de veículos, aumenta-se a demanda por abastecimento, o que intesifica a geração de
aspectos ambientais nos PRC.
Palavras -Chave: Aspectos ambientais; impactos ambientais; Postos Revendedores de Combustíveis
(PRC); abastecimento de veículos.
ABSTRACT
Fuel Resellers jobs (FRJ) are found in many different locations, such as urban centres, rural areas
and highways. The activities of FRJ have environmental aspects that generate impacts with
effective potential polluter of the environment. In this sense, the present work aims to point out the
main environmental issues of the FRJ, in the activity of vehicles supply. To this end, the research is
exploratory type, which resorted to withdrawals in electronic media, bibliographic and
documentary. The results found that the activity of supply vehicles can generate twenty-two
environmental aspects, which can be classified, according to their characteristics, in five main
types.On this basis, drew up a framework where are pointed out the major environmental aspects
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, os PRC ou postos de gasolina, como são popularmente chamados,
deixaram de exercer apenas a função de abastecer veículos, e passaram a agregar os mais variados
serviços, como a troca de óleo, lojas de conveniência, lava-jatos, entre outras funções.
As atividades realizadas pelos PRC começaram a ser consideradas como altamente
poluidoras por meio da Resolução CONAMA n° 273 de 29 de novembro de 2000. Este fato se dá,
conforme afirma Santos (2005), pelas características dos aspectos ambientais dessas atividades, as
quais geram impactos com efetivo potencial poluidor, além disso, ressalta-se que é uma atividade
encontrada nos mais diversos locais, como centros urbanos, meios rurais e rodovias.
Nessa perspectiva, surge a necessidade de fazer um estudo relacionado aos PRC,
precisamente na atividade de abastecimento de veículos, de modo a compreender essa problemática,
inicialmente, por meio da identificação dos principais aspectos ambientais que são gerados nesta
atividade.
Assim sendo, o presente trabalho tem como objetivo apontar os principais aspectos
ambientais de PRC, na atividade de abastecimento de veículos. Para tanto os procedimentos
metodológicos pautaram-se na pesquisa exploratória, à medida que tem como objetivo proporcionar
visão geral e aproximativa sobre o tema em tela (GIL, 2008) e foi desenvolvida por meio de
pesquisas em meio eletrônico e bibliográfico, sendo consultados artigos, dissertações e teses de
diversos autores. Além disso, foram realizadas pesquisas documentais por intermédio de consultas à
norma da ABNT, regulação do CONAMA e decreto estadual, de modo a aperfeiçoar a discussão
teórica.
Dentre as obras levantadas, foram lidas e discutidas àquelas que apresentavam os diferentes
aspectos ambientais em PRC, no contexto da atividade de abastecimento de veículos, que foram as
dos autores Santos (2005), Barros (2006), Souza (2009), Lorenzett et al. (2011) e Soares et al.
(2012). Em seguida, com base na leitura dos aspectos ambientais das obras dos autores citados,
elaborou-se um quadro (quadro 1) apontando os vinte e três aspectos ambientais mais citados por
O ramo de PRC, conforme assinala Santos (2005), pode ser dividido em duas categorias, de
acordo com sua função e com as atividades neles desenvolvidas: a de postos cidade e a de postos
estrada. O primeiro é mais voltado para atender às necessidades da população urbana, enquanto o
segundo é mais voltado a atender às necessidades dos viajantes e dos caminhoneiros.
Embora a resolução do CONAMA defina os PRC como supramencionado, Santos (2005, p.
74), pontua que as atividades mais frequentes em um PRC são as seguintes:
a) recebimento de produto via carros-tanques de combustíveis;
b) armazenamento dos combustíveis em tanques enterrados;
c) abastecimento dos veículos;
d) operação do sistema de drenagem oleosa segregada da fluvial;
e) troca de óleo lubrificante dos motores dos veículos;
f) lavagens de veículos;
g) operação da loja de conveniência / escritórios / arquivo morto.
Com relação ao conceito de aspecto ambiental, este pode ser entendido como um ―elemento
das atividades, produtos e/ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio
ambiente‖ (ABNT NBR ISO 14001/2004). Sánchez (2006) destaca que a norma ISO 14.001 sobre
gestão ambiental, desenvolvida em meados da década de 90, foi a precursora deste termo que, ao
longo dos últimos anos, vem sendo incorporado ao vocabulário ambiental das organizações públicas
e privadas.
Cabe aqui distinguir aspecto de impacto ambiental, o qual o primeiro é causa e o segundo a
sua consequência, ou seja, o aspecto é um mecanismo por meio do qual uma ação humana, aqui
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CLASSIFICAÇÃO
ASPECTOS AMBIENTAIS DOS ASPECTOS
AMBIENTAIS
Rupturas nas conexões dos tanques enterrados, linhas ou tubulações de Vazamento de
alta pressão mediante a operação diária de distribuição de combustível
combustível
líquido e gasoso.
Vazamento de
Vazamento de combustível líquido mediante a desconexão da válvula da
mangueira na bomba. combustível
Vazamento de
Jorro ou gotejamento de combustível líquido na Bomba de
Abastecimento de Veículos. combustível
Vazamento de
Pequeno vazamento do combustível líquido no abastecimento do
veículo. combustível
Vazamento de
Grande vazamento do combustível líquido no abastecimento do veículo.
combustível
Vazamento de
Vazamento no "Filtro Prensa" de combustível líquido (óleo diesel).
combustível
Vazamento de
Vazamento de Gás Natural Veicular (GNV) na conexão bico-veículo,
durante o abastecimento. combustível
Emissões atmosféricas
Os PRC podem ser fontes de poluição atmosférica tanto direta como indireta. A forma direta
é dada através do descarregamento de combustíveis e no ato de abastecimento de veículos. Já a
indireta se dá por emissões atmosféricas (geração de ruído) geradas por clientes, carros e as próprias
bombas de abastecimento, as quais causam poluição sonora (BARROS, 2006).
Quanto à geração de ruídos, a resolução nº 01-90 do CONAMA cita que esse aspecto
ambiental gerado em consequência de qualquer atividade industrial, comercial, social ou recreativa,
obedecerá, no interesse da saúde e do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes instituídos
de acordo com a mencionada resolução e com as normas da ABNT NBR 10.151:2000, praticando a
avaliação do ruído em áreas habitadas, tendendo ao conforto da comunidade (BRASIL, 1990).
Na atividade de abastecimento de veículos são geradas, também, as emissões de compostos
orgânicos voláteis (COV), o qual pode ser entendido, como todos os compostos contendo carbono
que participam de reações fotoquímicas na atmosfera com exceção do carbono elementar, metano,
etano, carbonatos, carbono ligado a metal, monóxido e dióxido de carbono (JUNQUEIRA et al.,
2005).
É importante o controle das emissões deste composto, como aponta Assunção (2001), haja
vista que são os principais componentes das reações químicas e físicas na atmosfera que formam o
ozônio e outros oxidantes fotoquímicos, causando o chamado smog Fotoquímico, que é a formação
de uma espécie de neblina composta por poluição, vapor de água e outros compostos.
As emissões de COV são causadas pela evaporação e/ou exaustão através dos topos dos
tanques de carga, e, no caso da atividade de abastecimento de veículos podem ser geradas na
entrada do compartimento durante o carregamento. Quando liberados em ambientes fechados,
provocam intoxicações, problemas respiratórios, irritação nos olhos, nariz e garganta, além do
potencial efeito cancerígeno (SALASAR, 2006). Na camada mais baixa da atmosfera (troposfera),
os COV sofrem reações fotoquímicas com óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e formam o ozônio
troposférico, apresentando efeito tóxico para plantas e animais (SCHMIDT, 2011).
Assim como qualquer outro tipo de atividade, o abastecimento de veículos, realizado por um
PRC, também pode gerar uma grande quantidade de resíduos sólidos. Estes podem ser classificados
como resíduos comuns, não inertes e perigosos e é necessário tomar cuidados especiais quanto à sua
destinação final, pois um grande problema enfrentado pela gestão de resíduos sólidos, no contexto
de postos de combustíveis, é o descarte incorreto de embalagens de óleo lubrificante.
Consumo de combustível
O consumo de combustível nos PRC causa a diminuição de recursos naturais, haja vista que
a gasolina, o diesel, o álcool, e o GNV são derivados de recursos extraídos do meio ambiente. A
gasolina, o diesel e o GNV provêm do petróleo, um recurso não renovável. Por outro lado, o álcool
provém de biomassa como a cana-de-açúcar ou milho, recursos naturais renováveis.
Diante do cenário atual de escassez de recursos naturais no nosso planeta que vem se
intensificando ao longo dos últimos anos, tornar-se urgente adotar as recomendações preconizadas
Esta pesquisa ainda encontra-se em andamento. Por isso, apresenta uma breve abordagem
teórica para discussão dos aspectos ambientais nos PRC resultantes da atividade de abastecimento
de veículos. Neste contexto, percebe-se o quanto esta atividade oferece riscos à saúde e ao meio
ambiente e à medida que eleva-se a quantidade de veículos, aumenta-se a demanda por
abastecimento, o que intesifica a geração de aspectos ambientais nos PRC.
Em decorrência dos impactos ambientais provocados pelos PRC, promoveram-se leis,
decretos, resoluções e normas para proteção do meio ambiente, cuja análise da qualidade do solo,
do ar e dos recursos hídricos nas áreas de influência desse empreendimento são essencias para o
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 01,
de 8 de março de 1990. Dispõe sobre critérios de padrões de emissão de ruídos decorrentes de
quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda
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Acesso em: 26 set. 2014.
______. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Estabelece diretrizes
para o licenciamento ambiental de postos de combustíveis e serviços e dispõe sobre a prevenção
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. Disponível em:
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JUNQUEIRA et al. Estudo sobre compostos orgânicos voláteis em Campinas- SP. 2005. In: VI
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VALLE, C. E. Como se Preparar para as Normas ISO 14.000. São Paulo - SP. Editora Pioneira,
2000.
RESUMO
Na sociedade em que vivemos, a poluição dos recursos hídricos está desenfreada e as consequências
já podem ser sentidas pelos seres vivos. Este trabalho tem como objetivo encontrar um meio de
tentar despoluir estes ambientes e foi no processo de adsorção que se encontrou uma alternativa
para essa problemática. O processo que acontece nessa pesquisa é a quimissorção, ou seja, o
processo ocorre por meio de ligações químicas fortes, normalmente covalentes, entre a serragem e o
corante azul de metileno. Após isso, se obtém uma água mais límpida com menos poluentes.
Palavras-chave: Adsorção, Serragem, Azul de metileno.
ABSTRACT
In the society we live in, the water pollution is rampant and the consequences can already be
experienced by living beings. This work aims to find a way to try to clean up these environments
and the adsorption process was found that an alternative to this problem. The process goes on in this
study is the chemisorption, i.e., the process occurs through normally strong covalent chemical
bonds between the wood shavings and methylene blue dye. After that, you get a more clear water,
hence less polluting.
Keywords: Adsorption , sawdust , Methylene Blue
INTRODUÇÃO
A dependência existente entre os seres vivos e a água é extrema, pois ela está presente em
todas as formas de vida. Porém, esse recurso vem sendo continuamente degradado e essa situação
se agrava com o mau planejamento urbano e pode comprometer diretamente a vida dos seres
humanos.
PARTE EXPERIMENTAL
MATERIAIS UTILIZADOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No uso da serragem como material adsorvente do corante azul de metileno, observou-se que
a adsorção teve melhor desempenho em meios mais ácidos entre pH‘s 1 e 6, e os demais não
obtiveram bom desempenho com o uso do material. Veja o gráfico apresentado na Figura 4.
Os demais estudos apresentados a seguir foram realizados em pH 1, onde a quantidade
adsorvida foi bastante significativa.
O método de análise do percentual de adsorção foi baseado nível de transparência do líquido
obtido após a filtragem da mistura, sendo que essa classificação teve como base os registros
fotográficos antes e após os processos adsortivos do corante na serragem, para cada pH. As Figuras
5 e 6 dão uma exata ideia de como se deu esses processos e como se deram os registros fotográficos
antes e após cada processo adsortivo.
A variação da massa do adsorvente não apresentou nenhuma alteração na quantidade de
corante adsorvida ao mesmo, visto que a porcentagem de adsorção esteve constante em 100%,
como pode ser observado no gráfico da Figura 7. Isso pode estar associado ao fato da serragem
possuir uma alta capacidade adsortiva mesmo em pequenas quantidades desse material.
O mesmo se observa no gráfico apresentado na Figura 8. Nesses dados, a concentração do
corante foi alterada, mantendo-se constante a massa da serragem, mas os resultados das variações
80
60
% Adsorção
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
pH
pH 1
100
80
% Adsorção
60
40
20
0
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
80
% Adsorção
60
40
20
0
-4 -4 -4 -4 -4
1,0x10 2,0x10 3,0x10 4,0x10 5,0x10
-1
Concentração do corante (mol.L )
O último parâmetro analisado nos processos adsortivos foi o tempo de contato entre
adsorvente e adsorvato. Nesse caso, percebe-se que o tempo de equilibro foi superior a 100 minutos,
isso no pH estudado e com a massa da serragem igual a 0,200 g e a concentração do corante igual a
1x10–4 mol.L–1.
100
80
% Adsorção
60
40
tempo (min)
CONCLUSÕES
Este trabalho foi proposto com a intenção de buscar formas simples e batatas que pudessem
ser usadas no tratamento da água, em virtude da grande importância desse recurso. E a partir dos
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 674
estudos realizados foi possível constatar que a serragem é um grande material adsorvente que e que
poderia ser facilmente aplicado na descontaminação de ambientes aquáticos.
A serragem, que atualmente tem pouca funcionalidade, poderia ser utilizada para o
tratamento dos ambientes aquáticos que estivessem poluídos com o corante azul de metileno. Dessa
forma o volume do lixo seria diminuído e essa serragem teria uma finalidade útil sendo usada no
tratamento da água.
Além disso, diante das propostas iniciais que tratavam sobre os objetivos do edital no qual
se enquadram o atual projeto, é perfeitamente possível concluir que os resultados quanto à formação
científica foram bastante satisfatórios, haja vista que houve um grande incentivo à vocação
científica do aluno selecionado. Também foi proporcionado ao bolsista a aprendizagem de técnicas
e métodos científicos, bem como estímulo ao desenvolvimento de sua criatividade. Além disso, o
estímulo ao pesquisador e ao estudante do ensino médio no processo de investigação científica,
otimizaram a capacidade e o enraizamento da pesquisa científica nessa modalidade de ensino
(médio) e no Colégio Universitário, desenvolvendo com isso um programa de educação científica e
tecnológica nesta Instituição de Ensino, além estimular o aumento da produção científica, refletindo
diretamente nos resultados de pesquisa da própria Universidade. Além disso, as atividades de
pesquisa desenvolvidas nesse período em nenhum momento conflitaram com as atividades
discentes do jovem pesquisador.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRINI, G.; Non-conventional low-cost adsorbents for dye removal: a review. Biores. Technol. 97:
1061, 2006.
ATKINS, P.W.; Physical chemistry. 5th ed. Oxford: Oxford University Press, 1994. p. 985-1002.
ORTIZ, N.; Estudo da utilização de magnetita como material adsorvedor dos metais Cu2+, Pb2+,
Ni2+ e Cd2+ em solução. São Paulo, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, USP, 2000.
Tese de doutorado, 176 p.
RESUMO
A prestação ineficaz de saneamento básico compromete a qualidade ambiental e é extremamente
prejudicial à saúde, a segurança e ao bem-estar da população, de maneira que a garantia do acesso
de todos aos serviços que integram o saneamento, possibilitam à sociedade a redução da pobreza,
diminuição da mortalidade infantil, aumento da vida média do homem e redução do custo do
tratamento da água para abastecimento, uma vez que a prestação desses serviços reduz a poluição
ambiental. Portanto, o presente trabalho busca promover uma discussão sobre a implantação de
planejamentos municipais de saneamento, identificando os principais entraves na elaboração dos
Planos Municipais de Saneamento Básico para o Município de Quixeramobim localizado no Centro
da Macrorregião do Sertão Central do Ceará. Os pesquisadores utilizaram como metodologia a
coleta de dados e informações disponibilizados pelos gestores e entidades relacionados ao
saneamento básico do município, além desses dados e por meio de revisão de literatura, registros
fotográficos e visitas técnicas realizadas aos órgãos públicos municipais foram elaborados os
diagnósticos dos quatro componentes que integram os serviços de saneamento básico,
caracterizando assim as condições atuais de cada sistema, bem como do perfil socioeconômico da
população e as dificuldades de execução para cada um dos quatro setores de saneamento básico.
Propõe-se que, a fim de facilitar a implantação do Plano, todas as dificuldades elencadas no
trabalho sejam transpostas por meio da adoção de uma sequencia cronológica, prevista nas
metodologias avaliadas pelo trabalho, nas quais são apresentados os principais direcionamentos que
norteiam a elaboração do Plano.
Palavras - Chave: Saneamento Básico, Qualidade Ambiental, Plano Municipal de Saneamento
Básico.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
A presente pesquisa foi aplicada ao município de Quixeramobim, que possui uma população
de 75.565 habitantes (IBGE, 2013) e encontra-se situado na Macrorregião Sertão Central do Estado
do Ceará, há aproximadamente 180 km da capital Fortaleza. Possui uma área de 3.275,84 km 2
(IBGE e IPECE, 2013) e está a 191,7 m de altitude. Suas coordenadas geográficas são 5º 11‘ 57‖ de
latitude e 39º 17‘ 34‖ de longitude, limitando-se com os municípios seguintes municípios: Quixadá,
Choro e Madalena ao Norte; Senador Pompeu ao Sul; Solonópole e Banabuiú ao Leste; Boa
Viagem e Pedra Branca a Oeste.
Os pesquisadores utilizaram como metodologia a coleta de dados e informações
disponibilizados pelos gestores e entidades relacionados ao saneamento básico do Município:
Serviço Autônomo de Águas e Esgoto de Quixeramobim - SAAE, responsável pelo Sistema
de Abastecimento de Água e Esgoto do município;
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH, órgão do Governo de Estado do
Ceará incumbido pelo Gerenciamento Quantitativo e Qualitativo dos corpos hídricos da
região;
Secretaria de Infraestrutura de Quixeramobim, integrante da prefeitura e responsável pelo
gerenciamento de resíduos sólidos, limpeza urbana e pelo sistema de drenagem e manejo de
águas pluviais.
Dessa forma, a partir da obtenção desses dados, realizadas por meio de revisão de literatura,
registros fotográficos e visitas técnicas realizadas aos órgãos públicos municipais, a Estação de
Tratamento de Água do SAAE e ao Aterro Sanitário de Quixeramobim, foram elaborados os
diagnósticos dos quatro componentes que integram os serviços de saneamento básico,
caracterizando assim as condições atuais de cada sistema, bem como do perfil socioeconômico da
população, ou seja, índice demográfico, IDHM, índices de mortalidade, longevidade e fecundidade,
estrutura etária da população, número de domicílios, renda per capita média, PIB, receitas e
despesas e as características ambientais da área em estudo, que foram hidrografia, clima, geologia e
vegetação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
a b
Figura 2a e 02b – Aterro Controlado do município durante o recobrimento dos resíduos e pontos de
disposição inadequada.
Assim, esse obstáculo de falta de integração entre os setores deve ser vencido através do
diálogo entre a equipe técnica responsável e as instituições envolvidas na elaboração do Plano
Municipal de Saneamento. Além de ser necessária a conscientização por parte dos executores e da
sociedade, da importância dos quatro componentes de maneira conjunta, nos serviços de
saneamento básico.
Outro entrave comum é a limitação de profissionais experientes e qualificados tecnicamente
para elaboração dos planos municipais. Nota-se que há uma demanda pela contratação de pessoas
com capacidade para atuar em cargos de liderança e coordenação do plano, orientando quais
estudos e etapas dever ser seguidas, além de capacitar os setores e pessoas envolvidas. Ademais,
uma equipe técnica qualificada é importante para criação de uma metodologia própria para o
trabalho, facilitando a compilação das informações e a montagem do Plano.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FUNCEME. Chuvas na quadra chuvosa de 2014 ficaram 24% abaixo da média. 2014. Disponível
em: <http://www.funceme.br/index.php/listanoticias/361-chuvas-na-quadra-chuvosa-de-2014-
ficaram-24-abaixo-da-media>. Acesso em: 10 out. 2014
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Política Nacional de Saneamento Básico. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 6 jan. 2007. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 28
ago. 2014.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1 set. 1981. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 28 ago. 2014.
IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Rio de Janeiro: 2008. 218 p. Disponível em: <
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
populacao/condicaodevida/pnsb2008/PNSB_2008.pdf>. Acesso em: 08 out. 2014.
RESUMO
Este estudo tem por objetivo avaliar a solução coagulante de sementes de Moringa oleifera, de
acordo com o seu método de preparo, no tratamento da água proveniente do rio Apodi/Mossoró,
referente ao seu padrão de potabilidade. A Moringa oleifera pode apresentar grande contribuição
para o tratamento da água, já que suas sementes podem ser utilizadas no processo de clarificação e
redução dos compostos passíveis de malefícios da mesma. O sistema de tratamento monitorado foi
ensaio em equipamento Jar test, utilizando 1,5 l das amostras de água. Foram adicionadas às
amostras, 0; 45; e 75 ml das soluções coagulantes preparadas em intervalos de tempo de 15 e 20
minutos de agitação, cada. As amostras foram realizadas em triplicata. As análises foram feitas em
intervalo de sedimentação de 24 horas, e os parâmetros avaliados foram a presença de nitrito (NO2)
e amônia (NH3), além do monitoramento da dureza total e do pH das amostras. O tratamento se
mostrou eficiente em igual proporção com o uso das duas soluções coagulantes preparadas, não
conseguindo manter no entanto, o teor de NH3 dentro do padrão de potabilidade estabelecido,
devido ao tipo e período de armazenamento da torta utilizada para o preparo das soluções.
Palavras-Chave: Moringa oleifera; solução coagulante; tratamento da água; padrão de potabilidade;
rioApodi/Mossoró.
ABSTRACT
This study aims to evaluate the coagulant solution of Moringa oleifera seeds, according to their
method of preparation, in the treatment of water from the Apodi/Mossoró river, referring to its
INTRODUÇÃO
As águas superficiais contêm inúmeros compostos que precisam ser reduzidos durante o seu
processo de tratamento, que é normalmente feito com o uso de coagulantes químicos. Muitos desses
compostos estão associados às condições higiênico-sanitárias da água, e a diversos efeitos adversos
à saúde. Os coagulantes atuam promovendo a desestabilização de partículas no processo
denominado coagulação, e, após a coagulação ocorre a floculação, quando as partículas
desestabilizadas são submetidas a choques entre si, unindo-se umas às outras e formando flocos
passíveis de remoção por sedimentação e/ou filtração (DI BERNARDO & DANTAS, 2005;
LIBÂNIO, 2008). Nos dias atuais, o uso de coagulantes naturais têm sido objeto de estudo por
diversos pesquisadores, por serem mais acessíveis e de fácil manuseio, sendo seu uso indispensável
em regiões menos favorecidas e com carência de sistemas de tratamento de água. Dentre os
coagulantes naturais estudados, a Moringa oleifera é a espécie que atualmente apresenta maior
cultivo (ABALIWANO, GHEBREMICHAEL & AMY, 2008; ALO, ANYIM & ELOM, 2012).
A Moringa oleifera é uma planta pertencente à família Moringaceae, nativa do norte da
Índia e presente em vários países por sua fácil propagação e adaptação a solos pobres e longos
períodos de seca (SANTOS et al., 2011). Possui porte mediano, alcançando de 10 a 15 metros de
altura, suas folhas possuem um comprimento de 25 a 45 centímetros, as flores são de cor branca ou
bege com comprimento de 10 a 20 centímetros, e seu fruto é uma espécie de vagem com três faces e
um comprimento de 20 a 60 centímetros onde em seu interior se encontram as sementes (MOURA
et al., 2009). Ela é considerada uma das árvores cultivadas mais úteis para o ser humano, pois quase
todas as suas partes são ditas como sendo possuidoras de valor benéfico para o mesmo, desde
METODOLOGIA
Ensaios de Tratabilidade
Para os ensaios de tratabilidade foi utilizado equipamento Jar test, que simula os
procedimentos realizados em uma Estação de Tratamento de Água – ETA. Foram colocados 1,5 l
das amostras de água nas cubas do equipamento, e em cada uma, foram adicionadas diferentes
concentrações (0; 45 e 75 ml) das duas soluções coagulantes preparadas, uma de cada vez, sendo
que para cada concentração de solução adicionada foram feitas três repetições, totalizando 18
ensaios. Os parâmetros hidráulicos adotados no uso do Jar test estão descritos na Tabela 1.
As pás do equipamento foram posicionadas no interior das cubas, e o mesmo foi ligado,
respeitando os parâmetros hidráulicos mencionados, que segundo Valverde et al. (2013)
caracterizam-se como parâmetros de operação ótima na determinação das etapas de
coagulação/floculação no processo de tratamento das águas.
Para a determinação da eficiência das soluções coagulantes preparadas e das concentrações
utilizadas, os parâmetros verificados foram a presença de dois compostos de nitrogênio indicativos
de poluição, como nitrito (NO2) e amônia (NH3), que representam potencial de risco à saúde por
ocasionarem doenças graves no organismo, como a metemoglobinemia, e a formação de substâncias
cancerígenas (RAMOS, CAVALHEIRO & CAVALHEIRO, 2006) (ALABURDA & NISHIHARA,
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Gráfico 2 – Resultados obtidos do uso das soluções coagulantes com diferentes intervalos de agitação nas
amostras de água equivalentes ao percentual de nitrito.
A dureza total e o pH das amostras não sofreram alterações significativas, como descrito por
Ndabigengesere & Narasiah (1996), mantendo-se constantes nos valores de 148 mg L-1 CaCO3 e de
8,0 respectivamente, no tratamento com as duas soluções.
A portaria nº 518, de 25 de março de 2004 estabelece que os valores permitidos para o
padrão de potabilidade da água para os parâmetros de amônia e nitrito, não devem ultrapassar 1
mg/l e 1,5 mg/l respectivamente, e recomenda que, no sistema de distribuição, o pH da água seja
mantido na faixa de 6,0 a 9,5 (FUNASA, 2006). Como, para a análise dos teores de amônia e nitrito
foram utilizadas 5 ml das amostras de água, os valores obtidos na diminuição do teor de amônia não
se encontram dentro do padrão estabelecido, fato que pode ser justificado pela perda da eficiência
da torta de Moringa oleifera utilizada no preparo das soluções coagulantes devido ao
armazenamento da mesma, que como descrito por Cruz et al. (2010), pode ser realizado por mais ou
menos um mês em embalagens plásticas a temperatura ambiente, e para este trabalho, foi
armazenada por mais ou menos três meses em embalagem de vidro. De acordo com esse fato, e com
resultados obtidos em trabalhos anteriores, a solução coagulante a partir das sementes de Moringa
CONCLUSÃO
Após o término deste trabalho, pudemos concluir que ambas as soluções coagulantes (com
intervalo de agitação de 15 e 20 minutos) apresentaram resultados bastante semelhantes tanto na
diminuição do teor de amônia, 1,720% contra 2,023% respectivamente, bem como com relação à
diminuição do teor de nitrito, já que ambas obtiveram igual porcentagem de diminuição, de 0%.
Além disso, as duas soluções apresentaram resultados satisfatórios nos ensaios com o uso de 75 ml
das mesmas no tratamento da água, mostrando que maiores adições de solução coagulante para
tratamento da água obtém melhores resultados. Pretende-se em trabalhos futuros repetir esses
experimentos com coagulantes industrializados, e desta forma, comparar a eficiência de um
coagulante natural, sustentável, com outros já amplamente conhecidos, porém de elevado custo, o
que permitiria a substituição destes, pelo coagulante natural, de baixo custo, obtido com a semente
da moringa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALO, M. N.; ANYIM, C.; ELOM, M. Coagulation and antimicrobial activities of Moringa oleifera
seed storage at 3°C temperature in turbid water. Advances in Applied Science Research, v. 3, n.
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FUNASA. Manual prático de análise de água. 2. ed. Brasília, DF, 2006. 146 p.
RESUMO
A partir da Revolução Industrial a geração de resíduos sólidos aumentou significativamente, se
tornando um problema, seja nas cidades de pequeno porte ou nas metrópoles a problemática é a
mesma, a disposição final. Um dos principais fatores para a ocorrência do aumento da geração de
resíduos é o consumismo exacerbado que tem feito com que as pessoas produzam cada vez mais
lixo. Isso é fruto das novas tecnologias e produtos, que despertam o desejo das pessoas, a
consequência disso é a produção de mais resíduos que são destinados no meio ambiente. Porém não
existe uma solução mágica que irá fazer com que os resíduos desapareçam, tão pouco, uma forma
de tratamento e disposição. O objetivo deste trabalho foi analisar a degradação ambiental
proveniente da disposição final de resíduos sólidos urbanos no município de Princesa Isabel/PB. A
metodologia utilizada envolveu pesquisa em periódicos especializados e livros para construção do
embasamento teórico e empírico. Foram ainda realizadas visitas in loco para registro fotográfico da
área do lixão. Sendo realizada ainda uma entrevista cuja finalidade foi à coleta de informações
sobre os catadores de resíduos sólidos recicláveis. No lixão é comum à presença de catadores que
coletam os resíduos para serem reciclados, além destes, mulheres e crianças também realizam o
trabalho de catação de resíduos. Após serem coletados os resíduos são vendidos a uma Cooperativa
na cidade. A disposição dos resíduos sólidos a céu aberto no lixão provoca uma série de impactos
ambientais, seja visual, estético e ambiental. A implantação do aterro sanitário seria a melhor
solução para a problemática da destinação final dos resíduos no município, bem como a
implantação da coleta seletiva e da educação ambiental.
Palavras Chave: Resíduos Sólidos, Aterro Sanitário, Lixão, Catadores, Meio Ambiente.
INTRODUÇÃO
Atualmente os resíduos sólidos urbanos são um problema principalmente no que diz respeito
a sua destinação final. Os resíduos sólidos são dispostos a céu aberto em lixões configurando-se em
um problema de grande proporção, impactando o meio ambiente. Segundo Braga et al., (2004, p.7)
―atualmente, o mundo vive em plena era do desequilíbrio, uma vez que os resíduos são gerados em
ritmo muito maior que a capacidade de reciclagem do meio‖.
O consumismo desenfreado contribui significativamente com a geração de resíduos. Neste
sentido, o lançamento de novas tecnologias e produtos novos desperta nas pessoas o desejo de ter
objetos novos, contribuindo para a geração de resíduos dispostos no meio ambiente. Porém, ―uma
vez que os resíduos realmente existem, não há solução mágica de tratamento e disposição‖
(ANTONIS, 2011).
A única forma de se dar destino final adequado aos resíduos sólidos é através de aterros,
sejam eles sanitários, controlados, com lixo triturado ou com lixo compactado. Todos os
demais processos ditos como de destinação final (usinas de reciclagem, de compostagem e
de incineração) são, na realidade, processos de tratamento ou beneficiamento do lixo, e não
prescindem de um aterro para a disposição de seus rejeitos (MONTEIRO, 2001).
METODOLOGIA
RESULTADOS
Figura 2 – Lixão do município de Princesa Isabel. Fonte: Adaptado de Google Earth (2014).
Fadini e Fadini (2001, p. 2) define lixão como sendo ―uma mera disposição do lixo a céu
aberto, sem nenhum critério sanitário de proteção ao ambiente, que possibilita o pleno acesso de
vetores de doenças como moscas, mosquitos, baratas e ratos ao lixo‖. Os resíduos sólidos após
coletados são destinados ao lixão que fica próximo a residências, atraindo os animais domésticos da
área.
Esses animais podem transmitir inúmeras doenças aos seres humanos, sendo transmitidas
principalmente às pessoas que entrem em contato direto com o animal. Comumente verificam-se
animais como gatos e cachorros nestes ambientes (Figura 3).
Esses animais são atraídos pelos diversos resíduos orgânicos presentes no lixão, como:
carcaças de animais, alimentos em decomposição, dentre outros (Figura 4).
O lixo ainda pode servir de abrigo para animais peçonhentos como cobras, ratos, baratas
dentre outros animais que também transmitem doenças. Esse tipo de disposição faz com que haja a
proliferação de vetores transmissores de doenças, os animais domésticos por sua vez são
reservatórios de doenças que são transmitidas aos seres humanos principalmente aos seus donos ou
as pessoas que tem contato com estes.
Quadro 1- Enfermidades relacionadas aos resíduos sólidos, transmitidos por macro vetores.
Fonte: Adaptado da Funasa (2004) apud Reis e Ferreira (2008).
Dessa forma, os resíduos sólidos vêm sendo motivo de preocupação, principalmente no que
diz respeito à destinação final. O consumo desenfreado de produtos gerou e gera inúmeros resíduos
tais como: papel, sacolas plásticas, papelão, restos de comida, carcaça de animais etc., além desses
resíduos ainda tem-se os resíduos da construção e demolição (RCD), depositados também no lixão
(Figura 5).
Esses resíduos geralmente são compostos por: penas de galinha, fezes, restos de ração e
animais mortos. Neste sentido, é preciso que haja um monitoramento dos ―resíduos aterrados, dos
líquidos e gases gerados, [...] para que sejam adotadas soluções viáveis e sustentáveis tanto do
ponto de vista ambiental e sanitário como socioeconômico para evitar os possíveis impactos
ambientais provocados pela disposição de resíduos‖ (MELO, 2000).
Com a desativação dos lixões muitas famílias que retiram seu sustento desse ambiente
ficarão sem trabalho, sendo este um trabalho muito importante para o meio ambiente, pois é através
da coleta que as industriais reciclam os resíduos tais como: garrafas PET, latinhas de alumínio,
papelão, papel dentre outros.
Dessa forma, os lixões são o meio de trabalho de muitas pessoas que vivem da coleta de
resíduos neste ambiente. Os catadores não utilizam nenhum tipo de Equipamento de Proteção
Individual (EPI) para fazer a coleta dos resíduos no lixão, geralmente utilizam sandálias de dedos
(chinelas), não utilizam luvas, botas equipamentos básicos para se trabalhar nesse ambiente, se
expondo aos riscos, físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.
Além disso, uma das esposas de um catador trabalha na coleta dos resíduos para ajudar na
renda familiar (Figura 8).
As pessoas que trabalham coletando resíduos no lixão são ao todo cinco, estes realizam a
coleta de resíduos para ter uma renda ou para complementar à aposentadoria. A maioria dessas
pessoas trabalha na coleta de resíduos há anos.
Possuem uma faixa etária que varia entre 50 a 65 anos de idade. Dos cinco, três possuem
ensino fundamental incompleto e dois são analfabetos, sendo que dois dos catadores são ajudados
pelos filhos pequenos (Figura 9).
Na Usina de Reciclagem os resíduos são separados por cor e tipo, logo após são prensados e
transformados em fardos que serão enviados para empresas com sede no Recife que fazem a
reciclagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CPRM. Serviço Geológico do Brasil. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água
subterrânea. Diagnóstico do município de Princesa Isabel. Recife. 2005. Disponível em <http://
www.cprm.gov.br/rehi/atlas/paraiba/relatorios/PRIN149.pdf> Acessado em: 15 out. 2014.
18h37min.
RESUMO
Estudos de percepção ambiental são de suma importância no conhecimento das questões
ambientais, principalmente, em nível local, pois permitem compreender como as pessoas percebem
o ambiente em que vivem, os problemas ambientais e como se relacionam com eles, bem como
podem auxiliar em processos de planejamento e gestão ambiental locais. Neste trabalho, a questão
dos resíduos sólidos no meio rural é abordada tendo em vista os diversos problemas que causa ao
meio ambiente e à sociedade. Diferentemente do que se pensa, os resíduos sólidos são bastante
produzidos na zona rural, sendo um fator tão problemático, quanto nos centros urbanos, devido em
geral, à ausência de uma gestão eficiente dos resíduos no meio rural.. Nesse contexto, o presente
artigo tem como objetivo verificar a percepção ambiental dos moradores da comunidade rural Pé de
Serra de Barreiras, Icapuí-CE, sobre a questão dos resíduos sólidos domiciliares que eles produzem,
dos problemas associados ao lixo e sobre a responsabilidade acerca de tais problemas. De modo
geral, verificou-se que parte dos problemas gerados pelo lixo tem sua origem em práticas
inadequadas pela própria população que, muitas vezes, não se percebe como responsável por tais
práticas e que parte da solução está associada à necessidade de adoção de políticas públicas
específicas para os resíduos sólidos na zona rural.
Palavras-chaves: Resíduos sólidos; Gestão de resíduos sólidos; problemas ambientais.
ABSTRACT
Studies of environmental perception are highly important in the understanding of environmental
issues, especially at the local level, as it allows to understand how people perceive the environment
in which they live, environmental problems and how they relate with them, and can aid in the
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Percepção Ambiental
Percepção ambiental é a maneira como cada indivíduo sente o ambiente ao seu redor
valorizando-o em maior ou menor escala. Podendo ser definida como uma tomada de consciência
pelo homem sobre o ambiente em que está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo.
Cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente frente às ações sobre o meio. As
respostas ou manifestações são, portanto resultado das percepções, dos processos
cognitivos, julgamentos e expectativas de cada indivíduo. Embora nem todas as
manifestações psicológicas sejam evidentes, são constantes, e afetam nossa conduta, na
maioria das vezes, inconscientemente. (SCHROEDER e SANTOS, 2001 apud
FAGGIONATO, 2007, p.16).
Resíduos Sólidos
Os resíduos sólidos advêm de vários setores sendo também classificados como: industriais,
urbanos, hospitalar, de portos, aeroportos, agrícolas, radioativos, entulho entre outros; que
consequentemente são produzidos pelo ser humano devido ao descarte de materiais que julgam sem
utilidade. Resíduo sólido é, no entanto todo o lixo que possui de alguma forma a possibilidade de
ser reutilizado, reaproveitado e reciclado, estabelecendo os três parâmetros da sustentabilidade.
Alguns desses resíduos são altamente contaminantes para o meio ambiente sendo de suma
importância a retirada deles do ambiente buscando formas de reaproveitamento desses materiais,
pois muitos levam décadas para serem decompostos na natureza. Segundo a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT), resíduos sólidos são definidos como:
Os resíduos sólidos produzidos nas residências da zona rural são bastante diversificados
onde podemos encontrar diversos tipos como: vidros, latas, plásticos, alumínios, papelão etc.,
tornando-se uma ameaça à natureza por ocasionar sérios problemas de poluição dos solos e das
águas, devido à inexistência ou ineficácia de políticas públicas direcionadas a gestão de resíduos
sólidos nas comunidades rurais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Analfabeto
17% E.F.C
40% E.M.I
10%
E.M.C
3%
E.S.C.
Acredita-se que esse resultado esteja relacionado à necessidade de trabalhar cedo na roça
para ajudar a família, abandonando assim os estudos. Quanto ao tempo de residência na
comunidade, nota-se que 42% da população inquirida vive na comunidade entre um e dez anos.
Questionou-se aos entrevistados sobre suas profissões e registrou-se que 44% dos homens são
agricultores, justamente por morar na zona rural, fazendo da agricultura seu meio de vida. E em
segundo lugar vem as donas de casa, estas, mulheres dos agricultores, que cuidam apenas da casa e
dos filhos 39%. Os 17% restantes dos entrevistados se distribuem entre estudantes, marisqueiras,
serventes e auxiliar de produção. E quanto ao número de pessoas que moram nas residências, a
maioria abriga quatro pessoas.
Não soube
Lixo nas ruas responder
Estrada
6% 11% 11%
12%
Morar próximo Encostas
18% 47% de encostas 22%
28% Lixo nas ruas
Queimadas
23% 22% Melhorar a
vegetação
Não soube
Deixar de fazer
responder
queimadas
Figura 2 – Problemas evidenciados Figura 3 – O que poderia ser mudado no lugar
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013. Fonte: Pesquisa de Campo 2013.
Entre os problemas ambientais mencionados, percebe-se que muitos são provocados pela
própria população. Com o intuito de buscar compreender como os entrevistados percebem essa
situação, verificou-se que a grande maioria relata apenas o lixo como sendo um problema de sua
responsabilidade (figura 4). Isso se deve, talvez, ao baixo nível conscientização ambiental da
comunidade, que se atenta mais aos problemas que são fáceis de visualizar e que persistem no seu
cotidiano (por exemplo, no caso do lixo em comparação às queimadas, que são esporádicas).
Não soube
25%
responder
75% Porque
gera lixo
Com vistas a compreender qual o tipo de lixo mais gerado pela população, perguntou-se
sobre o tipo de lixo gerado. Todos os entrevistados responderam que geram papel, plástico e
Figura 5 – Produção de lixo dos moradores Figura 6 – Destino de todo o lixo produzido nas
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013. casas
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013.
Foi perguntado se os entrevistados achavam que o lixo produzido em suas casas poderia
trazer algum tipo de prejuízo para eles ou para o meio ambiente, segundo as suas concepções. A
metade achava que sim e a outra metade que não. De acordo com todos os entrevistados a coleta do
lixo ocorre regularmente uma vez por semana, realizada pela prefeitura através de um caminhão. A
esse respeito, 23% dos entrevistados relataram que a coleta realizada apenas uma vez por semana é
ineficiente e ineficaz, visto que o lixo tende a se acumular, gerando mau cheiro e atraindo animais
soltos que espalham o lixo nas ruas, agravando o problema. Contudo, a maioria (77%) acredita que
o sistema de coleta é adequado (figura 7).
23%
Sim
Não
77%
Lixão
21%
Aterro
53% Sanitário
26%
Reciclagem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABNT NBR 10004. RESIDUOS SOLIDOS CLASSIFICAÇAO; Segunda Edição; 31.05.2004; valido
a partir de 30.11.2004. Disponível em
<http://www.aslaa.com.br/legislacoes/NBR%20n%2010004-2004.pdf > Acesso em Fevereiro de
2014.
PHILIPPI JR., Arlindo; ROMERO, Marcelo de Andrade; BRUNA, Gilda Collet. Controle
Ambiental de Resíduos. In: PHILIPPI JR., Arlindo; ROMERO, Marcelo de Andrade; BRUNA,
Gilda Collet. Curso de Gestão Ambiental. Barueri, SP: Manole, 2004.
RESUMO
Um dos maiores problemas que assola as administrações municipais no Brasil e no mundo,
sobretudo aquelas dos países em desenvolvimento é a destinação dos resíduos sólidos, pois quando
eliminados inadequadamente, contaminam os recursos naturais, afetando diretamente a saúde da
população. Desta forma o objetivo deste trabalho foi identificar a visão dos gestores e catadores
quanto a problemática dos resíduos sólidos na cidade de Jaguaruana/CE. Este trabalho foi
desenvolvido no período de junho a dezembro de 2013 e para coleta dos dados foram aplicadas
entrevistas ao responsável pelo departamento da Secretaria do Meio Ambiente gestor dos resíduos
sólidos no município, a coordenadora da empresa terceirizada responsável pela coleta e destinação
final dos resíduos sólidos no município e a um catador residente no lixão do município. Constatou-
se a partir da coleta dos dados que o município de Jaguaruana realmente não tem controle sobre a
disposição final correta dos resíduos gerados, além de não possuir políticas públicas que alertem
sobre os problemas causados devido a essa má disposição dos resíduos, pondo em risco a saúde
pública e do meio ambiente. Observou-se ainda que o lixão de Jaguaruana não apresenta controle
sanitário nem medidas que reduzam a contaminação ambiental daquele espaço. Com isso conclui-
se que a gestão dos resíduos sólidos em Jaguaruana/CE, de acordo com a visão dos gestores e
catadores, não trabalha aspectos sanitários e ambientais no que diz respeito a disposição adequada
dos resíduos sólidos no lixão, nem tal pouco uma política de conscientização da população ou de
amparo aos catadores que poderiam auxiliar significativamente no tratamento adequado dos
resíduos nesse município.
Palavras-chave: Gestão; Meio ambiente; Conservação; Lixão.
INTRODUÇÃO
Os Resíduos Sólidos (RS) podem ser definidos como todo material, substância, objeto ou
bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede,
se propõem a proceder ou estar obrigado a proceder, nos estados sólido e semissólido, bem como
gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou em corpos d‘água, ou exijam para isso soluções técnica ou
economicamente inviável em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010).
O mau acondicionamento dos RS pode comprometer a qualidade do ambiente, por serem
fontes de compostos orgânicos voláteis, pesticidas, solventes e metais pesados, entre outros. Sabe-se
ainda que a decomposição da matéria orgânica presente no lixo resulta na formação do chorume,
podendo formar gases tóxicos, asfixiantes e explosivos, que se acumulam no subsolo ou são
lançados na atmosfera (GOUVEIA; PRADO, 2010, p. 860).
Conforme Calijuri et al. (2007, p. 336), a disposição final do lixo em áreas impróprias e
executadas sem estudo detalhado do local provoca sérios problemas ambientais e sociais, como:
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante dos dados obtidos por meio da entrevista com o diretor de departamento
socioambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Jaguaruana, pode-se coletar informações quanto
a situação do município em relação aos resíduos sólidos gerados e a destinação final destes. A
gestão dos resíduos sólidos em Jaguaruana é responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente, e
essa terceiriza o serviço de coleta de resíduos. A empresa terceirizada responsável é denominada
WF Ambiental e realiza o serviço de limpeza pública, que segundo a Política Nacional dos
Figura 2 - Caracterização dos resíduos sólidos do município de Jaguaruana, CE, 2011. Fonte: EMPRESERV,
2009.
Foi realizada uma visita ao lixão municipal na comunidade de Santa Luzia, município de
Jaguaruana/CE, para constatação das condições ambientais e sanitárias daquele local onde se
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 721
acumulam os resíduos sólidos municipais. Bem como as condições de vida que são submetidos os
catadores que trabalham naquela área. Observou-se que os RS são dispostos a céu aberto e
propiciam a atração dos catadores de lixo: homens/mulheres/crianças. Esses procuram no lixão, sua
subsistência, e por vezes, a alimentação dos seus animais domésticos, ou mesmo, sua própria
alimentação, resultando assim em sérios problemas de saúde pública. De acordo com as
observações realizadas no lixão de Jaguaruana pode-se perceber ainda que algumas famílias retiram
de lá o seu sustento, sendo que alguns chegam a residir no local em condições precárias, tendo
como habitação barracas de lona e pano.
Constatou-se que à medida que o lixo é destinado ao lixão, pela empresa responsável, essas
famílias vão a campo em busca de materiais como: papel, caixas, garrafas PET‘ s, sacolas plásticas,
latinhas de alumínio, enfim tudo o que pode ser reaproveitado (Figura 3A). Após os RS serem
despejados no lixão os catadores procedem com a separação (Figura 3B) do que foi coletado
conforme o tipo de material e em seguida levam esse material até os atravessadores onde é vendido.
Evidenciou-se que acidentes de trabalho nesse tipo de ambiente geralmente acontecem em
decorrência da precarização e falta de condições adequadas de trabalho, traduzidos em ferimentos e
perdas de membros por atropelamentos e prensagem em equipamentos de compactação e veículos
automotores, além de mordidas de animais (cães, ratos) e picadas de insetos.
A B
Figura 3 - A: Catador recolhendo os resíduos recicláveis no lixão; B: Separação dos RS no lixão por
categorias para posterior venda. Jaguaruana/CE, 2014. Fonte: Arquivo pessoal.
1. Em sua opinião, o fato do lixão estar estabelecido na localidade de Santa Luzia é bom ou ruim?
Explique.
2. A presença do lixão pode afetar a saúde da população – principalmente da comunidade e dos
catadores – de alguma forma?
3. A presença do lixão pode afetar o meio ambiente de alguma forma? Quais as consequências?
4. Em sua opinião, o lixão traz algum benefício para a sociedade?
5. Tudo o que está no lixão não tem mais serventia?
6. A comunidade foi consultada ou informada da possibilidade da ida do lixão para o distrito de
Santa Luzia?
7. Qual alternativa de tratamento de lixo seria mais correta e economicamente viável para o
município de Jaguaruana?
Tabela1 - Perguntas aplicadas para o catador, o diretor de departamento da Secretaria de Meio Ambiente de
Jaguaruana/CE e o gerente operacional da empresa WF Ambiental, Jaguaruana/CE, 2013.
Na Tabela 2 abaixo, observa-se as opiniões dos três entrevistados envolvidos na gestão dos
resíduos sólidos em Jaguaruana sobre a localização do lixão de Santa Luzia. Segundo Bueno
Quirino et al. (2013, p. 12) ao instalar um lixão há que se levar em conta o substrato geológico bem
como o adensamento das redes de drenagem fluviais e extensão das encostas do relevo, como itens
fundamentais em sua localização.
A segunda pergunta aos gestores e ao catador que opinaram sobre os problemas causados a
saúde da população que vive no entorna dos lixões e aos próprios catadores, está exposta na Tabela
3. Percebe-se que todos os entrevistados acreditam nos riscos causados pelo lixão a saúde da
A Tabela 5 contém a quarta pergunta aos entrevistados que expressam suas opiniões sobre
possíveis benefícios do lixão para a sociedade.
Como esperado, o catador colocou a frente de seus valores o lucro recebido em seu trabalho no
lixão, desconhecendo possíveis benefícios do lixão para a sociedade, particularizando sua resposta.
A quinta pergunta feita aos entrevistados foi sobre a existência de utilidades para o lixo
contido no lixão, e as respostas estão contidas na Tabela 6. Destaca-se a mesma opinião entre os
entrevistados, onde o lixo tem serventia e isso vale para quase tudo que está no lixão. Vale ressaltar
a explicação dada pelo diretor de departamento socioambiental, dizendo que a maior parte do lixo é
de origem orgânica, mas na verdade a maior parte do lixo corresponde ao material inerte
(principalmente areia).
Aspecto interessante a ser mencionado observado nos lixões é a não proliferação de vetores
de doença nas leiras, devido ao calor gerado no seu interior pelo processo de fermentação aeróbica,
que elimina as larvas depositadas e afugenta os roedores, além de evitar os odores da putrefação.
Outro ponto importante é o processo de separação realizado com os RS pelos catadores, pois
apresenta vantagens significativas em termos de produtividade em relação à catação selvagem no
lixão. Além disso, o uso de tecnologia adequada, com utilização de equipamentos simplificados e
mão de obra intensiva, vem apresentando, resultados alentadores em termos de economicidade e
qualidade do produto final. Quanto aos aspectos sociais, à vantagem da incorporação de catadores
ao mercado formal de trabalho não pode ser desprezada. Cada usina de 150t/dia cria cerca de 40
postos de trabalho direto. No que diz respeito à salubridade, a organização dos catadores em
cooperativas com aquisição de equipamentos favorece a esses o não contato direto com o lixo,
passando a trabalhar, protegidos, junto às esteiras.
Em Jaguaruana, percebe-se que os resíduos produzidos pela população são mal destinados,
indo para um local – o lixão – que não visa o bem estar social e do meio ambiente. Deste modo,
muito do que pode ser reaproveitado não o é. Assim, a solução para o problema da má destinação
dos resíduos sólidos, economicamente viável hoje ao município de Jaguaruana, será a criação de um
aterro sanitário em conjunto com os municípios circunvizinhos que são: Aracati, Itaiçaba, Palhano,
Russas e Icapuí. Com a criação do aterro reduziria muito o volume do lixo, pois tudo o que seria
destinado a ele é o que não poderia ser reciclado. Dessa forma, em conjunto com uma política de
reciclagem de materiais, o problema seria amenizado drasticamente não só para o município de
Jaguaruana, mas para as outras cidades do consórcio, sendo essa uma visão quase unânime dos
gestores, população e diretamente envolvidos com a questão dos RS.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 727
REFERÊNCIAS
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RESUMO
O setor de saneamento no Brasil passou por vários processos de mudanças durante as últimas
décadas. Muitos avanços foram alcançados inclusive no melhoramento da eficiência da distribuição
e do acesso sustentável a água de boa qualidade, porém o setor ainda pode ser avaliado como um
setor carente, principalmente em seu planejamento que é marcado por considerar uma área e
desconsiderar as demais. O presente artigo trata-se de um debate acerca de mudanças nas políticas
de saneamento no Brasil, enfatizando a área do esgotamento sanitário e as possíveis contribuições
da educação ambiental no planejamento e execução de políticas públicas de saneamento básico.
Palavras chave: Saneamento. Esgotamento Sanitário. Educação Ambiental.
ABSTRACT
The sector of sanitation in Brazil has been through several changes during the last decades. Many
advances were made including the improvement of distribution efficiency and the sustainable
access to good quality water, but the sector can still be assessed as a sector in need, mainly in its
planning which is known for considering an area and disregarding the others. The present paper it‘s
consisted of a debate on the changes in the policies of sanitation in Brazil, emphasizing the area of
sanitary sewer and the possible contributions of environmental education on the planning and
execution of basic sanitation public policies.
Keywords: Sanitation. Sanitary Sewer. Environmental Education.
METODOLOGIA
A metodologia que conduz este trabalho foi realizada por meio de pesquisas bibliográficas,
que segundo Medeiros (2000), compreende-se por levantamentos de livros e revistas, nestes
havendo um interesse para a pesquisa realizada, assim trazendo novas informações sobre o assunto
pesquisado. As principais bibliografias consultadas foram: Da fragmentação à articulação: a política
nacional de saneamento e seu legado histórico (BRITO et al, 2012); Educação ambiental crítica: do
socioambientalismo às sociedades sustentáveis (LIMA, 2009) e Identidades da educação ambiental
brasileira (LAYRARGUES, 2004). Além disso, foram consultadas algumas legislações nacionais
que trata a respeito do tema abordado e por fim traz ainda alguns dados do último censo do IBGE
realizado em 2011 a respeito do saneamento no país.
A análise do meio ambiente urbano não deve perder de vista a forma como a sociedade se
organiza em sua dimensão econômica, social, cultural, política e ideológica e as
contradições sociais do atual modelo de desenvolvimento da sociedade industrial, no
mundo contemporâneo. O processo de acumulação capitalista e as formas de produção e
consumo da e na cidade vêm acelerando as contradições entre o ambiental e o social nos
espaços urbanos. Ademais a dimensão ambiental deve estar inserida no debate sobre o
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O setor de saneamento no país passou por diversos processos de mudanças ao longo dos
anos, que não foram suficientes para alcançar o seu progresso total. Com isso pensou-se em trazer a
educação ambiental para o saneamento como elemento de transformação social e de mudanças de
valores. Esperando que esta atue não somente nos atores que executem o planejamento do
saneamento, mas também na sociedade como um todo. Espera-se que através da educação
ambiental o saneamento passe a ser operado de forma holística, integrada em suas diversas áreas,
trazendo assim um melhor resultado para seu planejamento e execução, por conseguinte causando
uma melhor qualidade de vida para sociedade, consequentemente beneficiando o meio ambiente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a
Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 10 jan. 2014.
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básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990,
8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 735
de maio de 1978; e dá outras providências. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 10 jan.
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saneamento e seu legado histórico. R. B. Estudos Urbanos e Regionais, v.14, n.1, maio, 2012. p.
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http://www.anpur.org.br/revista/rbeur/index.php/rbeur/article/view/1906>. Acesso em: 10 jan.
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MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos e resenhas. 4 ed.
São Paulo: Atlas, 2000.
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Arlindo. Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável.
Barueri-SP: Manole, 2005. p. 587-622.
RESUMO
A falta de um gerenciamento adequado dos resíduos sólidos está entre os principais problemas
ambientais do Brasil, principalmente pela ausência de tratamento e disposição final incorreta de
grande parte dos resíduos gerados nos municípios, seja de pequeno, médio ou grande porte. Diante
deste contexto, os objetivos deste artigo são elaborar um diagnóstico do gerenciamento dos resíduos
sólidos domiciliares da zona urbana do município de Grossos/RN, investigar a percepção ambiental
dos moradores de Grossos a respeito do gerenciamento dos resíduos sólidos e levantar informações
acerca da destinação final dos resíduos da construção civil, pilhas, baterias e podas de árvores
oriundos das residências. Para a realização dos objetivos propostos a pesquisa foi dividida em três
etapas: pesquisa bibliográfica; etapa de campo para aplicação dos formulários, registro fotográfico e
observações in loco; e tabulação dos dados em gabinete através do software SPSS, gerando tabelas
e gráficos para posterior análise. Foi adotada uma amostragem de 216 formulários, correspondendo
a 10,13% do total de domicílios urbanos permanentes. A geração média per capita de resíduos
domiciliares em Grossos é de 0,93 kg/habitante/dia. O gerenciamento dos resíduos sólidos
domiciliares é falho, pois não há tratamento e todo lixo tem como destinação final um lixão a céu
aberto localizado próximo ao manguezal. As pilhas, baterias e entulhos de obras também não
recebem destinação adequada. Percebe-se então a necessidade de ações no sentido de realizar o
tratamento dos resíduos sólidos e dar uma destinação final adequada.
34
Este artigo é fruto do projeto de pesquisa e extensão ―Contribuições para o saneamento ambiental do município de
Grossos, RN: diagnóstico, mapeamento e capacitação‖ e contou com auxílio financeiro do Ministério das Cidades por
meio do Edital PROEXT/MEC/SESU/2011.
ABSTRACT
The lack of proper management of solid waste is among the main environmental issues of Brazil,
mainly because of the absence of treatment and incorrect final disposal of most part of waste
originated in the municipalities, which can be small, medium or big in size. Facing this context, the
purposes of this paper are to make a diagnosis of the management of domestic solid waste from the
urban zone of the municipality of Grossos/RN, to investigate the environmental perception of the
people who live in Grossos in what concerns the management of solid waste and to assess
information on the final destination of civil construction waste, batteries and residency tree pruning.
For the performance of the proposed objectives, the research was divided into three phases:
bibliographical research; field phase, for the use of questionnaires, photo registration and
observations in loco; and the tabulation of data in computer case through the SPSS software,
generating tables and charts for further analysis. A sample of 216 questionnaires was adopted,
corresponding to 10.13% of the total of permanent urban residencies. The mean generation per
capita of domiciliary waste in Grossos is 0.93 kg/ inhabitant /day. The management of domiciliary
solid waste is flawed, because there is no treatment and all the trash has as its final destination an
open-air dump located near a mangrove. Batteries and rubbish from constructions also don‘t receive
proper destination. So it is clear the need for actions in what concerns the performance of solid
waste treatment and giving it a proper final destination.
Keywords: Urban solid waste, sanitation, environmental perception, urban environmental
management.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Como as formas de destinar os resíduos para coleta eram diversificadas e em vasilhames que
consideravam em geral a unidade de litros, para obter-se o quantitativo de resíduos gerados em
quilos, foi considerado que cada litro de resíduo doméstico correspondia a meio quilo (0,5 kg) de
resíduo. Como a coleta ocorria a cada 48 horas o quantitativo obtido no formulário referia-se ao
acúmulo de dois dias de resíduo por residência. Isso posto, o quantitativo obtido no formulário era
dividido por dois e multiplicado por 0,5, sendo então convertido em kg/dia de resíduo gerado por
residência. Para obtenção da produção média per capita de resíduos dividiu-se a produção dia da
residência por 04 (média estimada de membros residentes por domicílio).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
2,30%
16,20%
24,50% 57%
0,50%
Plástico Vidro Papel Organico Não Respondeu
Gráfico 2 - Percepção dos entrevistados sobre a frequência de coleta dos resíduos sólidos. Fonte: Pesquisa de
campo
2,30% 2,30%
2,80%
5,10%
28,70%
55,10%
8% Projeto de Coleta
Seletiva
Catadores
Reciclado
66,20% Reutilizado
Outros
Com o intuito de diagnosticar o nível da informação dos munícipes acerca do descarte dos
resíduos domiciliares foi também questionado se estes conheciam a destinação final dos resíduos
após coletado pela prefeitura e a maioria afirmou ser o lixão, denotando assim, ter conhecimento
sobre a realidade. Salienta-se que 10,6% dos entrevistados (que corresponde a 23 pessoas)
afirmaram não conhecer esse destino (gráfico 6). Apesar de alguns não saberem, os resíduos
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 745
domiciliares coletados em Grossos têm como destino um lixão a céu aberto que fica próximo ao
manguezal, aumentando ainda mais o potencial impactante da destinação inadequada dos resíduos
sólidos. No local alguns catadores sobrevivem da comercialização de materiais recicláveis que
separam do lixo. Constatou-se também que alguns entrevistados ainda preferem queimar os
resíduos sólidos gerados em seu domicílio mesmo havendo coleta pública, prática mais comum em
áreas rurais.
1,30%
4% Lixão
0,90% 10,60%
Aterro Sanitário
Queimado
Outros
Quando indagados acerca da destinação de pilhas e baterias usadas quase a totalidade dos
entrevistados (93,1%) afirmaram destinar para o lixo comum, enquanto 6,5% afirmaram dar outras
destinações sem especificar e 0,5% disse vender ou trocar por produtos novos. De acordo com a
Política Nacional de Resíduos Sólidos os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes
de pilhas e baterias são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa
(BRASIL, 2010). Já a Resolução 401/2008 do Conselho Nacional de Meio Ambiente determina que
os fabricantes nacionais e os importadores de pilhas e baterias devem apresentar ao órgão ambiental
competente um plano de gerenciamento que contemple a destinação ambientalmente adequada
desses produtos (BRASIL, 2008). Como essas determinações da legislação não são observadas, a
maioria da população acaba dando uma destinação final ambientalmente incorreta para pilhas e
baterias.
Quanto à destinação dos entulhos produzidos na residência 91,2% colocam na calçada para
ser coletado pela prefeitura. Em conversa informal com os funcionários da limpeza urbana do
município foi verificado que a prefeitura presta esse serviço bem como para a coleta de resíduos de
poda e corte de árvores. Ainda assim, 1,9% dos entrevistados afirmaram destinar o entulho para
terrenos baldios e 0,5% destina para os espaços públicos em geral. Vale ressaltar que 6,5% dos
entrevistados afirmaram não gerar esse tipo de resíduo. Dependendo do porte da obra esses resíduos
4,20%
5,10%
0,90%
9,70%
Gráfico 7 - Fonte da orientação já recebida pelos entrevistados sobre o manejo adequado de resíduos sólidos.
Fonte: Pesquisa de campo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da realidade observada, ficou evidente que o município realiza apenas uma parte das
etapas de gerenciamento de resíduos sólidos que a Política Nacional de Resíduos Sólidos
recomenda, que são elas: coleta e transporte. As etapas de tratamento e destinação final adequada
não são realizadas, uma vez que, os resíduos gerados no município são descartados de forma
inadequada em um lixão a céu aberto, causando sérios impactos ao meio ambiente.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, V. Quanto lixo os Brasileiros geram por dia em cada Estado. São Paulo: INFO Exame
online. 2013.Apresenta notícias na área de tecnologias verdes.Disponível em:
<http://info.abril.com.br/noticias/tecnologias-verdes/quanto-lixo-os-brasileiros-geram-por-dia-
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LIMA, Gildeciana Maria de; COSTA, Franklin Roberto da. Gerenciamento dos Resíduos Sólidos
Urbanos no Município de Rafael Fernandes-RN. GeoTemas, Pau dos Ferros, v. 1, n. 1, p. 91-
103, jan./jun., 2011.
PAIVA, Ivan Euler Pereira de. Aterro Sanitário em Município de Pequeno Porte: Estudo do
Potencial de Aplicação de Tecnologias Simplificadas na Região do Semiárido Baiano. 2004.
RIO GRANDE DO NORTE. Relatório Síntese – Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos do Rio Grande do Norte – PEGIRS/RN. Natal (RN): Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH, 2012.
RESUMO
Os processos industriais, a geração de energia, os veículos automotores, os desmatamentos e as
queimadas, dentre as atividades antrópicas, são consideradas por muitos estudiosos, sobre temática
controle ambiental do ar, como umas das maiores causadoras da disposição de substâncias
poluentes na atmosfera, tais como: dióxido de enxofre, monóxido de carbônico e dióxido de
nitrogênio. Na cidade do Natal, capital do Rio Grande do Norte (RN), para muitos o controle
ambiental do ar, tem sido considerado de parcas prática, uma vez que o poluição atmosférica vem
apresentando índices cada vez maiores e sendo notada, principalmente, nos centros comerciais da
cidade, tais como a Ribeira, Cidade Alta e Alecrim (ALVES; ALVES; SILVA, 2009). A partir
desta problemática, justifica-se esse estudo com a possível contribuição para uma investigação
quanto ao desenvolvimento de trabalhos em prol da boa qualidade do ar natalense e demais espaços.
Esse artigo teve como objetivo geral realizar algumas reflexões do controle ambiental do ar, Natal-
RN, no ano de 2014. A metodologia que direcionou esse estudo foi por meio de pesquisa
bibliográfica (GIL, 2008) e diálogos com representantes da Secretária Municipal de Meio Ambiente
e Urbanismo (SEMURB). Como conclusão tem-se que o controle ambiental do ar tem sido muito
restrito e exíguo o que necessita receber maiores atenções tanto do poder público quanto de
pesquisa voltadas e temática controle ambiental do ar na cidade do Natal-RN.
Palavras-Chave: Meio ambiente; Poluição do ar; Controle ambiental do ar.
ABSTRACT
The industrial processes and those of energy generation, the automotive vehicles, deforestation and
e wild fires are - among the anthropogenic activities - are considered by many scholars, theme on
environmental control of air, as a major cause of the disposition of polluting substances in the
atmosphere, such as: sulfur dioxide, carbon monoxide and nitrogen dioxide. In the capital of Rio
INTRODUÇÃO
É notável que o controle ambiental do ar, no mundo, deveria estar atrelado desde o período
da Revolução industrial. Porém, apesar do constante crescimento da tecnologia e desenvolvimento
de políticas ambientais, a produção de gases poluentes do ar ainda é considerada muito elevada na
atualidade, isso pode ser verificado por meio de pesquisa que apontam países como Irã, Mongólia,
Índia e sudeste/sul do Brasil (WHO, 2013), com áreas comprometidas pela poluição do ar o que tem
impactados diversos espaços geográficos, por meio de altos índices de monóxido de carbono e de
dióxido de enxofre.
Autores como Assunção e Philippi Jr (2004) apontam que a relação entre os problemas
ambientais de agravos à saúde humana, tal como a ausência de controle ambiental do ar, tem se
expandido mediante o modelo de desenvolvimento na contemporaneidade. Visto que, alguns
estudos revelam que o monóxido de carbono é altamente tóxico quando combinado com a
hemoglobina do sangue, podendo ocupar o lugar do oxigênio e propiciar à morte por asfixia quando
inalado em grande quantidade; quando inalado em pequena quantidade, o mesmo pode originar
enfermidades crônicas, deficiências respiratórios ou circulatórios, dentre outras. Enquanto o dióxido
de enxofre, em baixas concentrações, pode estimular espasmos nos pulmões e, em altas
quantidades, pode acarretar o aparecimento de asma, bronquite e doenças alérgicas (MATOS,
2010).
Nesse cenário comprometedor devido a acentuada ausência de controle ambiental do ar e
por não haver ações de gestão na definição de parâmetros, de limites de controle do uso dos
recursos naturais, o desenvolvimento da sociedade vem ocorrendo desordenadamente, com parcos
Recursos Naturais
Os recursos naturais são conceituados como sendo ―aqueles cuja reprodução não pode ser
feita pela atividade humana. Podem ser usados ou geridos, mas não produzidos‖. (RICARDO;
ABRAMOVAY, 2002, p. 57). Já o autor Braga et al. (2005, p. 4) expõem que recurso natural ―é
qualquer insumo que os organismos, as populações e os ecossistemas necessitam para a sua
manutenção‖.
Diante disso, pensa-se em recurso natural como algo útil para uso pessoal e comunitário.
Mas primeiramente deve-se saber quais os tipos de recursos e como utilizá-los de forma adequada,
para que o mesmo não torne-se ausente no planeta terra.
Existem dois tipos de recursos naturais: os renováveis e os não renováveis (Figura). Os não-
renováveis são aqueles que uma vez utilizados não se renovam, causando assim, escassez e
limitação. Um exemplo comum é o combustível fóssil que após sua utilização não pode mais ser
disponibilizado para uso. Já os renováveis, são aqueles que podem se renovar naturalmente no
decorrer do ciclo de vida do planeta. Como exemplos característicos tem-se a água, o ar, a biomassa
e a energia eólica. Dentro da classe dos não renováveis é possível identificar os minerais (fosforo,
cálcio, etc.) e os minerais energéticos (combustíveis fósseis e urânio). (BRAGA et al., 2005).
Os recursos naturais são indispensáveis para a vida dos seres humanos e para outros seres
vivos. E por descobrir que esta riqueza é esgotável foi depositada uma importância maior. Por tal
fato, deve-se preservar e fazer uso consciente desses recursos.
Para que o meio não fosse inteiramente destruído e com intuito de desacelerar sua destruição
foi-se pensando no uso sustentável, para preservar nossos recursos. Na ótica de Manzini e Vezzoli
(2005, p. 27) definem o conceito de sustentabilidade ambiental das condições sistêmicas tanto na escala
regional como planetário, que ―as atividades humanas não devem interferir nos ciclos naturais em que se
baseia tudo o que a resiliência do planeta permite e, ao mesmo tempo, não devem empobrecer seu capital
natural‖.
Para garantir um uso racional das riquezas naturais é necessária a conscientização da massa
populacional, para que todos tenham práticas sustentáveis. Para isso ocorrer é necessário um
sistema de educação ambiental. A supracitada deve ser considerada como um instrumento
pedagógico relevante, que alcance o âmbito internacional, e vise a conservação e melhoria do meio
ambiente (TAMAIO, 2002; IRINEU, 2002).
Com a conscientização da massa populacional sobre a importância dos recursos naturais,
aumentará o número de pessoas que conservará e racionalizará o uso destes. E, assim, será garantida
a conservação destes para as gerações futuras.
Controle Ambiental Do Ar
Esta proposta sinaliza algumas ações que poderá contribuir em mudanças de atitudes e de
gestão a melhoria no controle ambiental do ar, local.
No que diz respeito a ausência de equipamentos para o monitoramento da qualidade do ar,
sugerisse que seja feito um planejamento para a manutenção e aquisição de equipamentos
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 757
contextualizados com a novas tecnologias. Para isso, aponta-se a importância de atualização do
planejamento periodicamente. Quanto a problemas relacionados as fontes geradoras de poluição em
Natal-RN, é necessário o desenvolvimento de uma consciência ambientalmente correta por parte
dos munícipes, gerada a partir de ações do governo em conjunto a população local para que assim
esse índice diminua consideravelmente.
O órgão ainda que apresente um sistema embasado na lei para a proteção ambiental há a
necessidade de um monitoramento e fiscalização continua, nas ruas, de poluições atmosféricas.
Quanto a isso, deve-se haver um investimento específico na área objetivando a formação de
profissionais competentes e capazes de combater as deficiências identificadas além de intensificar a
política de denúncias tornando o meio ainda mais eficiente no confronto à poluição.
Visto a atual situação, há uma extrema necessidade de situar a cidade do Natal em um
ranking a fim de determinar sua colocação quanto a outras cidades tendo como parâmetro o nível de
poluição do ar. O desenvolvimento de estudos incentivados por programas do governo já daria
espaço a um breve estudo da atual situação e quais são as principais prioridades sugeridas.
Considerando as proposições citadas, foi possível gerar um quadro (Quadro 1) contemplando os
problemas enfrentados em Natal-RN, as metas a serem alcançadas e ações que podem auxiliar os
objetivos citados
CONSIDERAÇÃO FINAL
Este estudo deverá promover certa reflexão aos cidadãos natalenses para que os mesmos
possam perceber a importância de desenvolver práticas de controle ambiental do ar para melhorias
da qualidade do ar de Natal-RN. Na realização da pesquisa foram utilizados métodos para que fosse
possível chegar ao objetivo, visto isso, nos utilizamos de pesquisas bibliográficas, consultas em
livros e periódicos, e uma entrevista aplicada à SEMURB, responsável pela fiscalização e qualidade
do ar de Natal-RN.
Mediante os resultados obtidos com a realização da entrevista, foi possível obter dados de
alta relevância que oportunizou a identificação de um dos problemas mais preocupantes, o órgão
entrevistado, responsável pelo controle da qualidade do ar da cidade, não contava com nenhum
instrumento para medir os índices de poluentes suspensos no ar. Como recomendação de novos
estudos, é interessante pesquisar algo a respeito dos poluentes encontrados no ar da cidade, e algo
relativo a classificação quanto a qualidade do ar, em âmbito nacional e até internacional.
REFERÊNCIAS
ALVES, K.; ALVES, A.; SILVA, F. Poluição do ar e saúde nos principais centros comerciais da
cidade de Natal/RN. Holos, ano 25, v. 4, 2009.
ANVISA. Resolução nº 9/ 2003. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br>. Acesso em: 28 set.
2014.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MATOS, A.T. de. Poluição Ambiental: impactos no meio físico. MG:UFV, 2010.
RESUMO
O óleo lubrificante é um dos insumos mais importantes no setor industrial e principalmente
automotivo, haja vista que essa substância é utilizada para lubrificar os componentes móveis dos
motores. O resíduo gerado por este insumo, ou seja, o óleo lubrificante usado ou contaminado, é
considerado perigoso e se lançado de maneira inadequada ao meio ambiente, pode causar impactos
prejudiciais àqueles que nele habitam. Neste contexto, a logística reversa surge como uma
ferramenta que visa à coleta e o reaproveitamento ou uma destinação final ambientalmente correta a
esses resíduos. Com base nisso, este artigo tem como finalidade discutir, teoricamente, acerca da
logística reversa aplicada ao óleo lubrificante usado ou contaminado. Para isso, a metodologia foi
baseada em pesquisa bibliográfica e documental a fim de obter informações e aprofundar-se acerca
do tema. Este estudo abordou, inicialmente, algumas considerações históricas e conceituais sobre a
logística e a logística reversa. Em seguida, discutiu-se sobre os óleos lubrificantes usados ou
contaminados, os quais foram levantados seus aspectos físicos, sua classificação e utilização e, por
fim, como se dá a sua logística reversa, bem como a legislação que a envolve e o processo de
rerrefinamento. Em suma, conclui-se que o fluxo reverso dos óleos lubrificantes usados ou
contaminados é importante para o meio ambiente, a saúde humana, e as empresas, uma vez que
esses resíduos podem ser transformados em insumos, voltando ao processo produtivo, evitando que
ocorra o despejo inadequado no meio ambiente, favorecendo a racionalização no consumo de óleo,
o que, consequentemente, contribui na redução da exploração de recursos naturais não renováveis
como o petróleo.
Palavras chave: Logística reversa; óleos lubrificantes usados ou contaminados; rerrefinamento
INTRODUÇÃO
Posto que foram citados conceitos da logística convencional e do seu sistema reverso, é
possível diferenciá-las quanto a estratégia de funcionamento. Pois, enquanto a logística
convencional se preocupa com o fluxo do produto da fábrica ao consumidor, a logística reversa
Segundo a ABNT (2004), em sua norma técnica NBR-10004, que trata da classificação de
Resíduos Sólidos, esses são conceituados de acordo com os seus possíveis impactos prejudiciais ao
meio ambiente e à saúde pública, é sinalizado também os resíduos que devem ter mais controle
quanto ao seu manuseio e sua destinação. Ainda de acordo com a norma, o óleo lubrificante usado
ou contaminado é classificado como resíduo perigoso (classe I), por possuir alta toxicidade. ―Os
óleos usados contêm produtos resultantes da deterioração parcial dos óleos em uso, tais como
compostos oxigenados (ácidos orgânicos e cetonas), compostos aromáticos polinucleares de
viscosidade elevada, resinas e lacas‖ (GUSMÃO et al, 2013).
Ainda de acordo com Gusmão et al. (2013), os óleos lubrificantes são compostos de óleos
básicos (minerais e sintéticos), hidrocarbonetos saturados e aromáticos, que são produzidos a partir
de petróleos especiais e aditivados. Os óleos básicos minerais podem ser obtidos diretamente do
processamento do petróleo bruto ou a partir do rerrefino dos óleos usados, que o processo de
reciclagem no qual o óleo lubrificante usado passa para seu reaproveitamento como óleo básico.
Durante o seu uso na lubrificação dos equipamentos, se produz a degradação termoxidativa
do óleo e essas condições oxidantes são provenientes do acúmulo de contaminantes resultantes do
desgaste do motor, fazendo-se necessária sua troca. Além disso, parte do óleo é queimada no
próprio motor, devendo ser reposto (CEMPRE, 2005 apud MAGALHÃES et al, 2005).
Na Resolução ANP nº18, de 18.6.2009 – RETIFICADA DOU 19.6.2009, no artigo 23, está
escrito:
Como sendo obrigatório o envio desse resíduo para a regeneração e recuperação, a técnica
recomendada e o método mais seguro ambientalmente para evitar a contaminação química pelo óleo
usado ou contaminado é o processo industrial de rerrefino. Conforme a Resolução 362/2005 do
CONAMA é a categoria de processos industriais de remoção de contaminantes, produtos de
degradação e aditivos dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, conferindo aos mesmos,
características de óleos básicos, conforme legislação específica (BRASIL, 2005).
Ao promover o rerrefino desses óleos, uma empresa especializada reduz o uso de recursos
naturais não renováveis, ou seja, diminui a necessidade de extração de petróleo e reduz a
dependência de importação de derivados, evita a poluição que poderia ser gerada pelo descarte do
resíduo no meio ambiente, assegura a destinação adequada de um resíduo perigoso, fornece matéria
prima especificada para produção de óleo lubrificante acabado,
Os produtores e os importadores de óleo lubrificante acabado são responsáveis pela coleta
de todo óleo lubrificante usado ou contaminado, ou alternativamente, pelo correspondente custeio
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 767
da coleta efetivamente realizada, bem como sua destinação final adequada. Os Ministérios de Meio
Ambiente e de Minas e Energia, por sua vez, têm a atribuição de acompanhar, de acordo com as
suas competências legais, o cumprimento das metas mínimas de coleta de óleos lubrificantes
usados. Neste sentido, a portaria interministerial MME/MMA nº 59/2012, estabeleceu que os
agentes econômicos deverão atender aos percentuais mínimos de coleta de óleo lubrificante usado
ou contaminado, de acordo com as suas participações no mercado de óleo lubrificante acabado, por
região e país, conforme o quadro 1 abaixo:
Regiões
Ano Brasil
Nordeste Norte Centro-Oeste Sudeste Sul
2012 26% 26% 32% 42% 36% 36,9%
2013 28% 28% %%
33% 5555
42% 36% 37,4%
2014 30% 30% %%
34% 555
42% 37% 38,1%
2015 32% 31% %
35% %%
42% 37% 38,5%
Quadro 1: Atendimento dos percentuais mínimos de coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado
Fonte: Portaria interministerial MME/MMA nº59 de 17 de fevereiro de 2012.
Porém, o ponto delicado de todo esse processo de rerrefino encontra-se na coleta. Segundo a
Resolução ANP nº18, de 18.6.2009 – RETIFICADA DOU 31.8.2009, art. 3º, a atividade de
produção de óleo lubrificante acabado somente poderá ser exercida por pessoa jurídica, constituída
sob as leis brasileiras, que possuir autorização da ANP. Entretanto, nem todas as empresas
conseguiram autorização da ANP para coletarem óleo lubrificante usado ou contaminado em todo
país. Sendo que para cumprir a legislação ambiental é necessário que a atividade de coleta atinja
todos os municípios do Brasil até esse ano de 2014, como está descrito na Lei 12.305/2010 da
PNRS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
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Reinaldo F. CAVALCANTE
Professor Pesquisador Instituto Federal do Ceará (IFCE) - Campus Quixadá
RESUMO
Este trabalho estabeleceu como enfoque principal, identificar os maiores desafios enfrentado para
implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), quando analisando as
escolas públicas do município de Quixadá. Foi aplicado um questionário contendo 04 perguntas
durante o período de 14 de fevereiro a 19 de maio com cerca de 250 pessoas entre alunos e
funcionários das referidas escolas. Permitindo a partir de o método aplicado, gerar um banco de
informações, onde seja possível identificar os principais entraves encontrados para a implantação do
PGRS e definir ações complementares voltadas a contribuição do plano. Com o desenvolvimento do
estudo foi identificado a presença de algumas dificuldades para a implantação como: a ausência ou
desconhecimento de políticas e programas ambientais específicos para a reflexão das questões
ambientais e deficiências na educação ambiental como fatores chave para a efetiva implantação e
operacionalização do PGRS em escolas públicas no município do Sertão Central Cearense de
Quixadá.
Palavras-Chave: PGRS, Resíduos Sólidos, Entraves, Educação Ambiental, Quixadá
ABSTRACT
This work has established the main focus, identify the biggest challenges faced to implement the
Plan for Solid Waste Management (SWMP), when analyzing the public schools from Quixadá. A
questionnaire containing 04 questions during the period February 14 to May 19 with about 250
people including students and employees of such schools was applied. Allowing from the method
used to generate a database of information where it is possible to identify the main obstacles faced
for the implementation of SWMP and define complementary actions aimed at contribution plan.
With the development of the study the presence of some difficulties in implementation as identified:
the absence or lack of specific environmental policies and programs for the reflection of
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Tabela 01: Quadro das questões utilizadas para elaborar o trabalho científico.
RESULTADO E DISCUSSÕES
Segundo os dados a partir da aplicação dos questionários nas Escolas parceiras do programa
obtivemos os seguintes resultados:
Sua escola possui políticas, programas ou espaços que enfocam especificamente as questões
ambientais?
Treinamentos e Capacitações
4%
8% SIM,MUITAS VEZES
12%
SIM, ALGUMAS
VEZES
RARAMENTE
76%
NÃO NUNCA
Você se sente motivado pelo ambiente escolar a adotar hábitos sustentáveis como a
participação no PGRS e na coleta seletiva?
8% 8%
10% SIM
ÁS VEZES
RARAMENTE
NÃO
74%
No gráfico 04, demostrado abaixo, foi possível observar a opinião dos alunos e funcionários
sobre a que eles atribuem como os principais entraves para a efetiva implantação do PGRS nas
escolas públicas, trazendo como resultado o empenho dos gestores 27% e a conscientização de
alunos e funcionários com 52%, sendo esses alarmados como os principais desafios a serem
ultrapassados pela equipe para a implantação, acompanhados de treinamentos específicos e recursos
financeiros. Estes resultados contribuem para as medida que possibilitam o direcionamento das
ações para a resolução da problemática sobre a implantação do PGRS, se concentrando basicamente
em esforços de conscientização, tendo a disciplina e atividades de educação ambiental agregados a
um esforço da equipe gestora da escola na operacionalização das atividades ambientais.
Outros
Gráfico 04: Visão dos alunos e funcionários sobre os entraves para a implantação do PRGS
CONCLUSÃO
Através desta pesquisa foi possível obter dados qualitativos significativos sobre os principais
entraves na implantação do programa de gerenciamento de resíduos sólidos nas sete escolas
monitoradas no município de Quixadá, Ceará. Entraves esses resumidos como a falta de uma
postura cultural sobre as temáticas ambientais, como a discussão e a habituação desses assuntos nas
disciplinas básicas como também no planejamento escolar, destacamos também a falta de empenho
dos gestores seguido de despreparo técnico no que tange à temática abordada, mostrando a
necessidade da intervenção do poder público ou das universidades para tentar transformar essa
realidade por meio de incentivos ou consultorias.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO
Com a globalização do mercado, muitas empresas procuraram se modernizar objetivando tornarem-
se mais competitivas, com o crescimento industrial os recursos naturais apresentam-se mais
escassos levando ao desenvolvimento de leis ambientais cada vez mais rígidas. Os custos
envolvidos com o uso dos recursos naturais têm levado as indústrias a buscarem alternativas a curto
e médio prazo para minimizarem estes custos, procurando reduzir os seus impactos ambientais. A
indústria têxtil caracteriza-se pela diversidade de processos utilizados e geração de altos volumes de
efluentes com alta carga poluidora. Neste contexto, o principal objetivo deste trabalho é a
caracterização da água de alimentação e do efluente gerado das etapas de preparação e tingimento,
visando aumentar a eficiência no uso de insumos, água e energia, através da minimização ou
reciclagem de efluentes gerados no processo produtivo da indústria têxtil. Foram determinados os
parâmetros: temperatura, pH, cloretos, dureza total, alcalinidade total, sólidos totais e matéria
orgânica determinada pela demanda química e bioquímica de oxigênio. Com base nos resultados
destas análises podemos pontuar há necessidade de tratamento da água de alimentação e do efluente
gerado, de uma indústria têxtil de pequeno porte da Cidade de Itaporanga-PB.
Palavras-chave: Globalização, impactos ambientais, água de alimentação, efluente e parâmetros.
ABSTRACT
With the globalization of the market, many companies sought to modernize aiming to become more
competitive, with industrial growth natural resources have become more scarce leading to the
development of environmental laws increasingly strict. The costs involved with the use of natural
resources have led industries to seek alternatives in the short and medium term to minimize these
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 781
costs, seeking to reduce their environmental impacts. The textile industry is characterized by the
diversity of processes used and generation of high volumes of wastewater with high pollutant load.
The main objective of this work is the characterization of the water supply and effluent of the stages
of preparation and dyeing, to increase efficiency in the use of raw materials, water and energy, by
minimizing or recycling of wastewater generated in the production process of textile industry.
Parameters were: temperature, pH, chlorides, total hardness, total alkalinity, total solids and organic
matter determined by chemical demand and biochemical oxygen. Where it was possible to observe
the need for water treatment and supply of effluent from a textile industry of small-Itaporanga PB.
Keywords: Globalization, environmental impacts, water supply, wastewater and parameters.
INTRODUÇÃO
Embora no Brasil possua 8% das reservas de água doce do planeta, 70% desta reserva
hídrica se concentram na Amazônia (PERES & ABRAÃO, 1998). A região Nordeste,
especialmente, tem sofrido por muitos anos pela falta de água.
Para produzir 1 tonelada de produto têxtil se consome de 200 a 270 toneladas de água. O
efluente gerado traz consigo uma alta carga poluidora, uma vez que cerca de 90% dos produtos
químicos utilizados no beneficiamento têxtil são eliminados após cumprirem seus objetivos (SILVA
FILHO, 1994). O programa de racionalização do uso da água e a reutilização de efluentes implica
em menor necessidade de captação dos mananciais, constituído-se, portanto, em uma estratégia
eficaz para a conservação dos recursos hídricos em seus aspectos qualitativos e quantitativos. Dessa
forma, procura-se aumentar a disponibilidade hídrica das regiões onde a água é escassa,
contribuindo para equacionar a disputa pelo uso deste recurso (JUNIOR, 2006).
As águas, para o preparo de soluções de lavagens de tecidos e de fibras, e soluções de
branqueamentos, devem ser abrandadas, e a preferência deve recair sobre as que apresentem dureza
zero (SANTOS FILHO, 1976). A água na indústria têxtil já está sendo avaliada como um
componente a mais nas planilhas de custos das empresas e não somente como um veículo no
processo de tingimento de custo irrisório; observa-se que as indústrias vêm buscando e investindo
em métodos que busque reutilizar a água dos processos indústrias de forma diretamente ou
indiretamente, procurando utilizar o mínimo de tratamento possível, a fim de viabilizar o reuso sem
afetar a qualidade do produto final ou aumentar excessivamente o custo do processo
(TWARDOKUS, 2004). Na indústria têxtil utiliza grandes quantidades de água em seu
processamento, e nas etapas finais de operações de beneficiamento do tecido. O consumo de água
depende do tipo de equipamento, da fibra processada e do procedimento utilizado. No processo
têxtil são geradas grandes quantidades de despejos altamente poluidores, contendo uma diversidade
METODOLOGIA
Esta pesquisa fez análise de caracterização da água de alimentação analise indústria têxtil
localizada no municipio de Itapornga – PB. No desenvolvimento deste trabalho foi necessária a
realização de um grande número de ensaios experimentais para a caracterização dos
afluentes/efluentes das etapas do processo produtivo da Indústria Têxtil. Análises quantitativas
foram realizadas para caracterizar tanto os parâmetros de qualidade na emissão final, como a
verificação dos parâmetros de tolerância da qualidade da água que alimenta o processo produtivo.
As amostras provem da água de alimentação e do efluente gerado da indústria, composta de
malharia e tinturaria que processa algodão. Neste estudo foram realizadas 5 coletas da água de
alimentação e do efluente. Todas as determinações foram feitas em triplicatas.
O presente trabalho foi dividido em duas etapas conforme o fluxograma da Figura 1, que
representa a estrutura metodológica, onde são mostrados os passos e a sequência utilizada para o
desenvolvimento deste estudo.
A caracterização dos efluentes líquidos é composta por duas etapas. A primeira etapa
compreende o levantamento de dados, realizado através de coleta de dados em históricos de
produção, manuais de equipamentos e produtos químicos, entrevistas informais e observações no
processo. A segunda etapa corresponde aos resultados obtidos nas análises realizadas nas amostras
dos afluentes e dos efluentes.
Amostragem
O número de amostras coletadas antes e depois das operações de purga, pré alvejamento e
tingimento. Foi coletado o volume de 1,5 litros, em cada ponto de coleta. Todas as coletas foram
realizadas nas tubulações de descarga de efluentes e antes da água entra no processo.
Para armazenar as amostras, utilizaram-se recipientes de vidro limpos com solução
sulfocrômica, para eliminar quaisquer resíduos presentes no recipiente, que causariam alteração nos
resultados. O armazenamento das amostras foi feito de acordo com o Manual Prático de Análise de
Água da FUNASA, sob refrigeração a 4°C.
Procedimentos Experimentais
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo Freitas (2002) a qualidade da água utilizada no processo têxtil possui limites de
tolerância e restrições que variam conforme o autor. A exigência rigorosa de qualidade não precisa
ser a mesma para todos os processos. Na Tabela 1, são apresentados os limites de tolerância que
caracterizam sua qualidade para utilização no processo têxtil.
Tabela 1 - Limites de tolerância da qualidade da água para utilização nos processos têxteis
A caracterização da água de alimentação na indústria foi realizada antes que ela entrasse no
processo de beneficiamento. Com o objetivo de estabelecer padrões de qualidade da água, conforme
apresentado na Tabela 2.
Caracterizações do Efluente
É possível observar que quase todos os parâmetros estão fora dos limites estabelecidos na
legislação, exceto o pH e sólidos totais. Com destaque para os cloretos, temperatura, DQO e DBO
que se encontra com valores bastantes elevados.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente publicou a resolução n° 430, de 13 de maio de
2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes. Que determina que o pH
esteja entre 5 a 9 e temperatura inferior a 40 °C, sendo que a variação de temperatura do corpo
receptor não deverá exceder a 3°C no limite da zona de mistura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
SANTOS FILHO, D. F. Tecnologia de Tratamento de água : água para indústria. Rio de Janeiro:
Almeida Neves, 1976.
RESUMO
A deficiência na destinação final e gestão dos resíduos sólidos, além de todos os problemas
ambientais e de saúde, promovem problemas de cunho social, entre eles a inserção de trabalhadores
de forma inadequada nessas áreas, os catadores de lixo. Uma grande parcela desses catadores no
Brasil é formada por jovens menores de idade. Diante desta realidade, o presente artigo tem por
objetivo analisar a relação entre a quantidade de catadores e a destinação final dos resíduos, no
estado do Rio Grande do Norte. Para a realização da pesquisa foram utilizadas ferramentas de
geotecnologia com a elaboração de mapas, além da análise de correlação linear, os dados analisados
contemplam as variáveis agrupadas por município, sendo a destinação final, quantidade de
catadores e quantidade de catadores menores de 14 anos. Os principais resultados obtidos
demonstram que apenas cinco municípios do estado obedecem a lei quanto a destinação final dos
seus resíduos, além disto, é perceptível a relação direta existente entre a quantidade de habitantes e
a quantidade de catadores nos municípios mais desenvolvidos economicamente do estado.
Palavras - Chave: gerenciamento, geoprocessamento, controle ambiental
ABSTRACT
The wrong disposal and final management of solid waste, plus all the environmental and health
problems, also results in problems of a social nature, among them the inclusion of workers
inappropriately in these areas, the garbage pickers. A large portion of these pickers in Brazil is
formed by underage youths. Given this reality the present article aims to analyze the relationship
between the garbage pickers and the disposal of these wastes, in the state of Rio Grande do Norte,
For the research were used geotechnology with the preparation of maps beyond the linear
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 789
correlation analysis, the data analyzed include the variables grouped by municipalities, being the
final destination, number of pickers and number of underage collectors of 14 years . The main
results show that only five variables in the state obey the law in relation to the final destination of
their waste, beyond this, it is noticeable the correlation between the amount of the population and
the number of collectors on the most economically developed cities in the state.
Keywords: management, geoprocessing, enviromental control.
INTRODUÇÃO
A legislação brasileira define resíduos sólidos como: material, substância, objeto ou bem
descartado resultante de atividades humanas em sociedade, cuja destinação final se procede, se
propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases
contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou em corpos d‘água, ou exijam para isso, soluções técnicas ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010).
Existem diversas formas utilizadas para a destinação final de resíduos, entre elas, as mais
tradicionais no Brasil, são os lixões a céu aberto, os aterros controlados e os aterros sanitários.
Os lixões são depósitos de lixo a céu aberto, compreendendo uma área de disposição final de
resíduos sólidos de forma inadequada. Nesses locais, não existem nenhum controle quanto aos tipos
de resíduos depositados e quanto ao local de disposição. Resíduos de baixo potencial poluidor,
como os domiciliares e comerciais são depositados juntamente com os industriais e hospitalares,
resíduos com alto grau de poluição. Outro agravante é a presença constante de animais, nos lixões,
aumentando os índices de contaminações nesses locais.
Já os aterros controlados, são locais de disposição final de resíduos intermediários entre os
lixões e os aterros sanitários. Normalmente, eles são uma célula próxima ao lixão, que foi
remediada, ou seja, que recebeu cobertura de grama e argila. Esses sistemas diminuem os impactos
visuais e olfativos, além de evitar a proliferação de insetos e animais. Porém, não há
impermeabilização do solo nem sistema de tratamento do chorume, tornando também esses tipos de
aterros, em grandes potenciais poluidores (BROOKFIELD, 2012).
Enquanto, os aterros sanitários são equipamentos projetados para receber e tratar o lixo
produzido pelos habitantes de uma cidade, com base em estudos de engenharia, para reduzir ao
máximo os impactos causados ao meio ambiente. Atualmente é uma das técnicas mais seguras e de
mais baixo custo (CONDER, 2010).
Entre suas principais vantagens estão: implantações de drenagens eficazes, evitando
possíveis contaminações da água, do ar e do solo; vida útil superior a 10 anos; controle operacional,
MATERIAIS E MÉTODOS
O estado do Rio Grande do Norte (RN) é um dos 27 estados brasileiros, localizado na região
Nordeste, que faz fronteira com estados do Ceará, a oeste, Paraíba, a sul, e com o Oceano Atlântico
a norte e a leste (Figura 1).
Constituído por 167 municípios, que ao total possuem 52.811,047 km² de extensão, e se
dividem em quatro mesorregiões: Oeste Potiguar, Central Potiguar, Agreste Potiguar e Leste
Potiguar. Juntos possuem ao todo uma população de 3.168.027 habitantes (IBGE, 2010), o RN
possui, portanto, uma densidade demográfica de 59,99 hab/km².
Segundo a Secretaria do Estado de Planejamento e Finanças (SEPLAN), o Estado do RN
possui uma economia baseada em diferentes setores. Geralmente cada região tem seu eixo
econômico fundamentado a partir dos recursos naturais abundantes na mesma, tendo em vista que o
RN ainda depende da exploração desses recursos. O Produto Interno Bruto do Estado do ano de
2010 mostrou que 74,3% das atividades são de serviços, com a forte presença do comércio; 21,5%
são da indústria, em sua maioria presentes na Região Metropolitana, com destaque para as
atividades de construção civil e de transformação; e 4,2% do setor agropecuário, que se referem à
agricultura, pecuária, pesca e aquicultura.
Outras duas importantes atividades econômicas do Rio Grande do Norte são a exploração
dos recursos minerais, principalmente o petróleo, gás natural e sal marinho, e o turismo, devido aos
grandes atrativos naturais das cidades litorâneas, e outros segmentos também como turismo cultural,
de aventura, religioso e ecoturismo.
Todos os dados a serem analisados e discutidos neste trabalho foram retirados do banco de
dados do Sistema de Recuperação Automática do IBGE (SIDRA), atrelados a Pesquisa Nacional de
Saneamento Básico (PNSB), e do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS),
referentes aos anos de 2008 e 2011, respectivamente, pois relatam os dados públicos mais recentes
acessíveis. Vale ressaltar que foram utilizados apenas os dados comuns as duas plataformas de
banco de dados, totalizando 78 municípios.
Foram manuseados o banco de dados contemplando as variáveis agrupadas por município:
destinação final, quantidade de catadores de lixo na zona urbana, quantidade de catadores de lixo na
zona urbana-até 14 anos e população do município. Importante ressalvar que podem haver mais
catadores, pois foram constatados apenas os da zona urbana.
Construção de Mapas
Análise Estatística
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos aportes teóricos e da pesquisa de dados secundários, os resultados deste trabalho
apontam um cenário em que foi percebível que apenas cinco municípios do RN obedecem à
legislação brasileira, Lei 12.305/2010, no tocante a destinação final para os resíduos sólidos, que
deve ser para os aterros sanitários, os quais são: Natal, Ceará-Mirim, Messias Targino, Mossoró e
Baraúna. Sendo os municípios que possuem aterro em suas sedes Ceará-Mirim e Mossoró.
a)
A Tabela 1 apresenta os valores de correlação linear das variáveis em estudo para os dados
dos municípios do Estado do Rio Grande do Norte.
REFERÊNCIAS
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Acesso em: set 2014.
OLIVEIRA FILHO, P. C.; PASCOAL JUNIOR, A.;. Análise de rotas de coleta de resíduos sólidos
domiciliares com uso de geoprocessamento. 2010. Universidade Estadual do Centro-oeste, Irati,
2010.
RESUMO
O processo que ocorre em reatores anaeróbios denominado de sulfetogênese, é um processo
considerado indesejável devido aos vários problemas que ele acarreta com a produção de sulfetos,
causando: odores agressivos, corrosão, toxicidade, e diminuição da concentração de metano no
biogás. A presente pesquisa objetivou avaliar o desempenho de reatores anaeróbios quanto à
concentração de sulfetos presente no efluente, no tratando de águas residuárias. Foram utilizados
dois reatores UASB um com a presença de oxidante (baixa concentração de oxigênio na manta de
lodo) e outro sem modificações para ser comparado. Ao se analisar os resultados é possível
identificar que a adição de oxigênio resultou na oxidação do H2S produzido no reator UASB a SO42-
obtendo uma concentração final no efluente de 33,51±6,69 mgSO42-.L-1 e 1,95±1,34 mgS2-.L-1,
inibindo o mau cheiro e os diversos problemas relacionados com a formação de sulfeto em reatores
anaeróbios. O UASB – Controle, obteve uma concentração de 4,60±2,87 mgS2-.L-1 e 18,82±10,42
mgSO42-.L-1.
Palavras-chave: Sulfato; Sulfeto; UASB.
ABSTRACT
The process that occurs in anaerobic reactors known as sulfetogênese, is a process considered
undesirable due to various problems he carries with the production of sulfides, causing:harsh odors,
corrosion, toxicity, and decreased concentrations of methane in the biogas. The present research
aimed to evaluate the performance of anaerobic reaores as to the concentration of sulfides present in
the effluent, the treated wastewater. Two UASB reactors were used with the presence of oxidants
(low oxygen concentration in sludge blanket) and another without modifications to be compared.
When analyzing the results it is possible to identify that the addition of oxygen resulted in oxidation
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Sistema Experimental
Os cátions e ânions presentes nas amostras, foram determinados por Cromatografia de Íons,
em equipamento Dionex – Thermo Scientific, modelo ICS – 1100. As amostras foram filtradas em
membrana de acetato de celulose 0,45 µm e em seguida em 0,22 µm, após a filtragem as amostras
foram diluídas e posteriormente analisadas no ICS - 1100.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A concentração dos íons SO42- e S2-, foram monitoradas no esgoto bruto afluente e nos
efluentes dos reatores UASB. Os resultados obtidos podem ser observados nos gráficos da Figura
2a e 2b.
B
Figura 2: A. Sulfeto, B. Sulfato
Figura 3: pH e Alcalinidade
Os valores de pH (Figura 3) tanto para o esgoto bruto quanto para os efluentes dos reatores,
foram próximos de 8,0 com desvio padrão menor que 0,30, sendo um valor apreciável. Os valores
desejados eram de 7,0 a 7,5, pois com valores abaixo de 6,5 e acima de 8,5 são inibitórios às
arqueas metanogênicas (VAN HAANDEL & MARAIS, 1999).
O controle do pH é muito importante quando se objetiva a remoção de sulfetos, pois o pH
em torno de 7,0, tende a representar 50% da concentração de íons na fase dissociada (HS-) e 50% na
forma não dissociada (H2S), forma esta mais tóxica (Chernicharo, 2007).
B
Figura 4: A. DQObruta, B. DQOfiltrada.
A baixa aeração aplicada na manta de lodo do reator UASB produziu efeito positivo na
diminuição de sulfeto no efluente anaeróbio.
Os reatores obtiveram uma remoção de material carbonáceo em termos de DQO de 54%
para UASB – O2 e 52% para UASB – Controle.
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
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digestion under dissimilatory Fe (III) e Reducing conditions. WATER RESEARCH, v. 47, p.
2033-2040.
RESUMO
O saneamento básico é composto por um conjunto de fatores que proporcionam um meio saneado,
desdobrado em quatro eixos distintos interligados e sistemáticos, ou seja, os resultados obtidos em
determinado eixo refletirá nos resultados dos seguintes, sendo esses eixos: abastecimento de água,
esgotamento sanitário, drenagem e escoamento de águas pluviais e coleta, transporte e destinação
dos resíduos sólidos. Um dos desafios dos gestores públicos é prover o saneamento nos municípios
uma vez que um meio saneado promove saúde e qualidade de vida para os habitantes de uma
cidade. Embasado nessa problemática a presente pesquisa objetivou diagnosticar as condições do
sistema de esgotamento sanitário do perímetro urbano do município de Grossos-RN com o intuito
de avaliar o sistema principal adotado e suas implicações, bem como a percepção dos habitantes
acerca da importância do tema. Nos procedimentos metodológicos foram aplicados 216 formulários
em um número igual de residências e foi realizada uma entrevista com o gestor municipal
responsável pela temática. Foi verificado que o esgotamento sanitário do município está estruturado
em sistemas unitários sendo em sua grande maioria composto por uma fossa negra, bem como boa
parte dos efluentes das águas residuárias são lançadas a céu aberto. Foram identificados problemas
no planejamento, estruturação e organização da gestão municipal em relação ao saneamento básico.
Em virtude do cenário verificado é importante que a gestão pública municipal se detenha sobre a
temática com a efetiva elaboração e implantação de um Plano de Saneamento Básico para o
município em virtude do risco de contaminação dos recursos naturais.
Palavras-Chave: Saneamento Básico. Saúde Pública. Gestão Ambiental.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A apresentação dos resultados obtidos na pesquisa bem como a discussão está pautada nas
respostas obtidas nos formulários aplicados nos domicílios. Vale ressaltar que os entrevistados eram
esclarecidos sobre todas as opções de respostas bem como no que constituía cada uma para que
tivessem um embasamento ao responder. Para obter um diagnóstico do sistema de esgotamento
sanitário foram feitos os seguintes questionamento: destino das águas negras; tipo de fossas da
residência; destino das águas cinza oriundas do banheiro; destino das águas cinza de atividades de
higiene doméstica. Com o intuito de avaliar o risco de contaminação dos recursos naturais foi
indagado sobre: a freqüência de ocorrência de limpeza das fossas; distância mínima entre o poço de
captação de águas e a fossa. Para avaliar a percepção dos entrevistados acerca da problemática foi
indagado: se percebe o lançamento de efluentes, por parte da vizinhança, em vias públicas; o que
acha da instalação de um sistema de tratamento de esgoto no bairro em que reside.
O gráfico (01) retrata as opções de destinação das águas negras elencados pelos
entrevistados.
80%
Fossa
Sarjeta
40%
Quintal
20%
Pelos dados apresentados observa-se que o destino de quase a totalidade dos fluidos das
residências é para a fossa.
Foi questionado então sobre o tipo de fossa da residência sendo constatado que um grande
percentual tem uma fossa do tipo negra, conforme se observa no gráfico (02). A fossa séptica, que
seria a opção recomendável quando tem-se um sistema isolado, apresenta um baixo percentual de
ocorrência (16,2%). O dado ―não se aplica‖ refere-se às residências que não tinham banheiro.
100%
80%
Fossa Negra
64,4%
60%
Fossa Séptica (fossa e
sumidouro)
4,2%
0%
50%
45,4% Fossa
45%
40,7%
40% Canal Pluvial
35%
Sarjeta
30%
25%
Não sei/Não soube
20% responder
Gráfico 03 – Destino das águas cinza dos banheiros, no perímetro urbano de Grossos, 2013.
Fonte: Dados extraídos de Carvalho, 2013.
Pelos dados acima se verifica que os fluidos originados de higiene pessoal possuem destinos
variados mas em sua maioria são destinados para fossa ou lançados a céu aberto e infiltrados no
solo. Foram observados também casos em que os fluidos vão para a sarjeta, para canais pluviais e
fossas alternativas, que somados chegam a 11.5%. Segundo os entrevistados essa fossa alternativa
seria uma fossa sem revestimento com o fundo coberto por brita, uma iniciativa da Prefeitura do
Município. Essa fossa seria independente da fossa de dejetos e teria como finalidade receber
somente as águas residuárias da residência.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 816
Foi também questionado sobre a destinação dos fluidos da lavagem de louça e roupa, o
gráfico (04) ilustra os resultados obtidos.
70% 68,1%
Fossa
60%
Canal pluvial
50%
Sarjeta
40%
Gráfico 04 – Destino das águas cinzas derivadas da lavagem de louça e roupa do perímetro
urbano de Grossos, 2013.
Fonte: Dados extraídos de Carvalho, 2013.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978;
e dá outras providências. Publicado no DOU de 8.1.2007 e retificado no DOU de 11.1.2007.
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http://www.cnea.com.br/wp-content/uploads/2013/03/II-CNEA-Educa%C3%A7%C3%A3o-
Ambiental-responsabilidade-para-a conserva%C3%A7%C3%A3o-da-sociobiodiversidade-_-
Vol.2.pdf>Acessado em: 05 de abril de 2014.
RESUMO
A Lei Federal Brasileira nº 12.305, de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), marco histórico na gestão ambiental do País, enfrenta grandes desafios na sua
implementação que necessitam de comprometimento entre os entes da federação brasileira para que
suas metas venham a ser alcançadas. Neste contexto, o estudo objetivou realizar um diagnóstico da
coleta seletiva municipal das capitais Aracaju (SE) e João Pessoa (PB), localizadas no nordeste
brasileiro, para o alcance da Política Nacional de Resíduos Sólidos. O levantamento das
informações foi realizado de ordem primária e secundária, tendo como instrumentos de coleta, a
pesquisa de campo e formulário de entrevista aberta. Os resultados mostraram que os municípios
apresentam semelhanças quanto às perspectivas de elaboração de projetos para implementação da
referida Política, porém o alcance eficiente de projetos depende de estudos municipais verídicos
sobre a localidade e aprofundados sobre a temática. Os municípios necessitam também de melhorias
no processo de comunicação, esclarecimento e transparência quanto aos processos operacionais que
35
Tecnóloga em Saneamento Ambiental. Mestre em Engenharia Urbana e Ambiental (PPGCAM/UFPB). Doutoranda
em Engenharia Civil. Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
– Recife (PE) - Brasil. Bolsista da Capes.
36
Engenheira Civil. Doutora em Recursos Naturais. Professora Associada II. Programa de Pós Graduação em
Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) - João Pessoa (PB) – Brasil.
37
Graduanda em Engenharia Ambiental. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB) - João Pessoa (PB) – Brasil.
38
Graduanda em Engenharia Ambiental. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB) - João Pessoa (PB) – Brasil.
ABSTRACT
The Brazilian Federal Law No. 12.305, of August 2010, which created the National Solid Waste
Policy (PNRS), a milestone in the environmental management of the country faces major challenges
in its implementation that need of commitment among the entities of the Brazilian federation for
your goals will be achieved. In this context, the study aimed to perform a diagnosis of selective
collection of municipal capital Aracaju (SE) and João Pessoa (PB), capital of northeast Brazil, in
order to analyze the municipal planning as the management of municipal solid waste for the scope
of the National Solid Waste. The gathering of information was conducted primary and secondary
order, with the data collection instruments, field research and form an open interview. The results
showed that the municipalities are similarities about the prospects for development of projects for
implementation of that policy, but the effective range of projects depends on truthful municipal
studies on the location and depth on the subject. The municipalities also require improvements in
communication, clarification and transparency regarding the operational processes that involve the
chain of solid waste process because their absence implies low participation generator in waste
segregation.
Keywords: National Policy of Solid Waste. Planning of municipal management. Selective
Collection. Brazilian Northeast.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Para a realização deste trabalho desenvolveu-se uma pesquisa de campo com o objetivo de
obter dados qualitativos e quantitativos. Tais coletas foram feitas de forma primária e secundária
através de revisão bibliográfica, pesquisa documental, levantamento de dados, observação
participante e direta, tendo como instrumentos de coleta, pesquisa de campo e formulário de
entrevista aberta.
Os dados obtidos a partir de fontes primárias foram coletados durante visitas técnicas. Como
fontes secundárias, destaca-se a utilização de informações obtidas junto a instituições públicas,
privadas e do terceiro setor.
Os métodos de análise dos dados foram quantitativos e qualitativos, representados através de
estatística simples em gráficos, tabelas e quadros, como também, em forma de discurso indireto
inserido no texto dos resultados apresentados.
Os dados utilizados nas análises foram coletados no período de abril de 2012 a outubro de
2013.
Entrevistas
RESULTADOS E DISCUSSÕES
39
Considerada cotação do dólar R$ 2,40 (dois reais e quarenta centavos), levantamento feito em janeiro de 2014.
Quadro 2: Elementos de identificação dos serviços prestados dos municípios de Aracaju/SE e João
Pessoa/PB
Fonte: SILVA (2014).
No que se refere à cobrança de taxa para a execução dos serviços que englobam resíduos, o
município de João Pessoa/PB cobra uma taxa específica anual o serviço especificado. Já a capital de
Aracaju não executa tal cobrança, pois se embute, como na maioria dos municípios, no Imposto
Predial Territorial Urbano (IPTU). No entanto, o valor irrisório cobrado no município de João
Pessoa, conforme informações repassadas pelo gerente responsável, não cobre valor as despesas
municipais com o serviço.
O montante arrecadado com a cobrança da taxa de resíduos no município de João Pessoa
fica em torno de R$ 12 milhões/ano ($4.969.355,64) o que representa 1/7 dos custos municipais
com limpeza urbana, tendo em vista que os custos anuais do município com limpeza urbana são de
aproximadamente R$ 69 milhões ($28.573.794,93), segundo informações do gestor responsável.
Soma-se a esses fatores o alto índice de inadimplência da taxa de resíduos, mais de 50%.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 827
A Taxa de Coleta de Resíduos – TCR - é regulamentada pela Lei Complementar nº 16/98,
de 29 de dezembro de 1998. A TCR é cobrada tomando-se por base de cálculo a estimativa oficial
do custo total da coleta, transporte, destino final e administração de resíduos sólidos do exercício de
sua cobrança, e é dividida, para fixação de seu valor, por grupos de consumidores categorizados.
Evidencia-se que a ausência de tarifário para a geração de resíduos municipais, pode
representar um empecilho à sustentabilidade dos sistemas de resíduos sólidos, em face da limitação
orçamentária dos municípios para arcar com os custos de operação e manutenção desses sistemas.
A taxa de resíduos, constante na PNRS, pode ser vista como uma forma de estratégia na gestão
integrada de resíduos sólidos, atribuindo a esta gestão a possibilidade de tarifação individual como
pagamento pelo benefício do tratamento visando à proteção ambiental. Por outro lado, atrelar tarifas
ou taxas individuais para resíduos sólidos não será uma questão fácil de ser absorvida pela
população, principalmente por se tratar de resíduos sólidos e pela cultura de disposição irregular.
Quanto à geração per capita de resíduos em ambos os municípios têm-se aproximadamente
0,88 kg/hab.dia, levando-se em consideração os resíduos domiciliares coletados no ano de 2012.
Justifica-se a mesma per capita nos municípios porque mesmo apesar do município de João
Pessoa ter maior quantitativo de habitantes, Aracaju contempla maior renda per capta, sendo assim
proximidade nos valores obtidos.
Ressalta-se que o aumento no poder aquisitivo da população implica em crescente geração
de resíduos e este não apenas pelo crescimento populacional. A economia se tornou um indicador
dos resíduos sólidos urbanos.
Porcentagem/Ano
0,4
0,3
0,2
0,1
0
2004 2006 2008 2010 2012 2014
Coleta Seletiva
Observa-se no Gráfico 1, que entre os anos de 2005 e 2007, a coleta de recicláveis manteve-
se constante não havendo grandes variações. Já a partir de 2008 houve um aumento significativo
anual que pode ser justificado pela inserção dos agentes ambientais a partir de 2009 realizando
trabalho de conscientização quanto a segregação dos resíduos.
Quanto a característica desses resíduos coletados seletivamente, de acordo com o Plano de
Regionalização (2009) no estudo de gravimetria realizado no município de Aracaju, verifica-se que
há o predomínio de mais de 50% de matéria orgânica, em bairros residenciais e no centro,
alcançando 35,68%, seguido de papel (11,76%) e do plástico (10,42%).
Os dados de composição gravimétrica permitem a visualização da potencialidade do
município de Aracaju quanto ao aproveitamento de recicláveis e de material compostável, sendo
necessária vontade política, envolvimento da comunidade na reformulação da coleta seletiva, assim
como um plano que norteie como o projeto será executado e as metas a serem atingidas, além da
avaliação periódica dos serviços.
Em entrevista o coordenador responsável pela gestão de resíduos ressaltou que as
dificuldades da coleta seletiva giram em torno, além da participação popular, da falta de
organização dos cooperados, tendo em vista que muitos ainda relutam para não trabalharem
organizados. Para ele as cooperativas não são as soluções para o problema de resíduos no país.
Quanto aos programas de sensibilização ambiental, o município executa programas pontuais
para campanhas específicas, não havendo programas contínuos que venham a contribuir com a
redução dos resíduos a serem dispostos no aterro sanitário.
Porcentagem/Ano
1,5
0,5
0
2004 2006 2008 2010 2012 2014
Coleta Seletiva
Gráfico 2: Porcentagem anual dos resíduos sólidos urbanos encaminhados para reciclagem
Fonte: SILVA (2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contatou-se que na capital João Pessoa as ações com vistas à melhoria e ao aumento da
produção dos resíduos segregados são mais efetivas e de maior investimento. A divisão por núcleos
permite que haja maior conscientização e participação popular, como também maior possibilidade
de inclusão social dos catadores. Porém, o percentual de segregados para reciclagem, considerando-
se a massa de resíduos coletados no município, ainda é irrisória necessitando de maiores
investimentos para expansão dos serviços e sensibilização popular.
Na capital Aracaju, verificou-se que o funcionamento da coleta seletiva ainda é incipiente,
necessitando de maior planejamento e investimentos no setor, de modo que possam ser alcançadas
melhorias significativas desde a coleta até a comercialização dos resíduos segregados. Além do que
se necessita de maior abrangência e participação comunitária em todos os processos de tomada de
decisões e ações.
Salienta-se que poucos estudos relacionados a problemática da coleta seletiva no município
de Aracaju foram encontrados, diferentemente da capital João Pessoa que possui diversos estudos
realizados pela Universidade Federal da Paraíba, que contribuíram para sintetização e análise dos
dados.
A ausência de comunicação, esclarecimento e transparência quanto aos processos
operacionais que envolvem a cadeia de resíduos sólidos implica em baixa participação e
compreensão do gerador refletindo diretamente na continuidade do manejo incorreto dos resíduos e
possibilidades mínimas de reversão do cenário de degradação oriunda dos impactos ocasionados por
estes.
Ressalta-se também que o alcance eficiente de projetos que envolvam a área de resíduos
depende de estudos municipais verídicos sobre a localidade e aprofundados sobre a temática. Os
municípios necessitam de dados contundentes a respeito da composição dos resíduos gerados.
Encontra-se estudos relacionados a composição gravimétrica dos resíduos de ambos municípios no
BIBLIOGRAFIA
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176p. Tese (Doutorado Temático em Recursos Naturais) – Universidade Federal de Campina
Grande, Campina Grande.
RESUMO
Este estudo tem o intuito de avaliar, através de visitas aos bairros e aos órgãos municipais de
Quixadá, a problemática dos resíduos sólidos no município, por meio de técnicas de qualificação e
quantificação dos resíduos sólidos urbanos, bem como analisar a atuação do Poder Público e o
diagnostico atual de gerenciamento dos resíduos e, principalmente, os impactos socioambientais
causados a população, a fim de se implantar um modelo de gerenciamento diferenciado para os
resíduos sólidos urbanos do município. A metodologia utilizada consistiu em determinar o perfil da
geração dos resíduos, através de um levantamento quantitativo dos resíduos sólidos urbanos gerados
e pela determinação da composição gravimétrica dos resíduos feita através do método do
quarteamento em 60 residências distribuídas em três bairros do município de Quixadá. Durante o
monitoramento do sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos nos bairros analisados, que
também se aplica aos demais bairros do munícipio, percebeu-se que tanto a coleta quanto o
transporte dos resíduos é feita de maneira ineficiente e está em desacordo com os padrões
estabelecidos pela Lei N° 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos e
somando‐se aos problemas de infraestrutura, pode-se destacar ainda, a falta de conscientização da
população que não se preocupada em gerar uma grande quantidade de resíduos. A gestão e a
disposição inadequada dos resíduos sólidos no município tem causado uma serie de impactos
socioambientais, tais como degradação do solo, comprometimento dos corpos d'água e mananciais,
intensificação de enchentes, contribuição para a poluição do ar, catação em condições insalubres
nas ruas e nas áreas de disposição final.
ABSTRACT
This study aims to evaluate, through visits to the neighborhoods and municipal organs of Quixada,
the problem of solid waste in the county, through of techniques of qualification and quantification
of solid waste, as well to evaluate the performance of the government and the current diagnosis of
management of waste and especially the social and environmental impacts to population, in order
to, implanting a model differentiated of management for municipal solid waste (MSW) of the city.
The methodology consisted in determining the profile of the generation of waste, through a
quantitative survey of MSW generated and by gravimetric determination of the composition of the
waste, made by the quartering method in 60 households distributed in three neighborhoods in the
city of Quixadá. During monitoring of the solid waste management system in the neighborhoods
analyzed, it was noticed that both the collection and the transport of waste is done inefficiently and
is in disagreement with the standards established by Law No. 12,305 / 2010, which established the
National Policy of Solid Waste and adding to infrastructure problems, you can also highlight the
lack of awareness of the population that is not concerned about generating a lot of waste. The
management and the inadequate disposal of solid waste in the city has caused a series of social and
environmental impacts such as soil degradation, compromising of water bodies and fountains,
intensifying floods, contributing to air pollution, unsanitary conditions in scavenging the streets and
disposal areas end.
Keywords: Solid waste, Differentiated management, Social and environmental impacts.
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No caso do bairro Alto São Francisco a geração média per capita de resíduos por dia foi de
452,35 g de resíduos, já para o bairro Planalto Universitário foi de 855 g e para o bairro Campo
Velho foi de 641,2 g. Fazendo uma estimativa a partir dos dados obtidos nos três bairros analisados,
a média da geração per capita foi 649,5 g de resíduo por dia, o que totalizaria uma geração, em
média, de 54 toneladas de resíduos no município a cada mês.
Por meio do quarteamento fez-se o levantamento da composição gravimétrica dos resíduos
sólidos para bairros, obtendo os percentuais expressos nas Figuras 1, 2 e 3 a seguir:
Logo, de acordo com dados apresentados, a taxa de geração de material de origem orgânica
se apresentou como a mais elevada, seguida pela taxa de plástico, principalmente proveniente de
garrafas e recipientes de PET. Este fato se deve, sobretudo, ao perfil socioeconômico da população,
que, em sua maioria, recebem entre 1 a 2 salários mínimos e por se tratar de resíduos coletados de
fontes estritamente domiciliar.
Durante o monitoramento do sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos nos bairros
analisados, que também se aplica aos demais bairros do munícipio, percebeu-se que tanto a coleta
quanto o transporte dos resíduos é feita de maneira ineficiente e está em desacordo com os padrões
estabelecidos pela Lei N° 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. O
acondicionamento dos resíduos é feito em um aterro controlado localizado nas proximidades da
cidade, o qual se encontra em estado de abandono e está cada vez mais próximo de alcançar sua
capacidade máxima de suporte, pois os resíduos que chegam ao aterro, que atualmente tem sido
operado como um lixão a céu aberto, não passam por nenhum sistema de tratamento ou coleta
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JUNIOR, A.B.C.; Resíduos sólidos urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte.
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SANTOS, M.C.L.; DIAS, S.L.F.G.; Resíduos sólidos urbanos e seus impactos sócio/organizadoras.
São Paulo: IEE-USP, 2012.
RESUMO
O saneamento no Brasil passa por diversas dificuldades no que tange a uma integração das suas
dimensões: o abastecimento de água, a drenagem das águas, o esgotamento sanitário e os resíduos
sólidos. A herança das políticas tecnocêntricas e suas consequências para o gerenciamento
desarticulado dos resíduos sólidos incorrem no déficit dos serviços de saneamento básico no Brasil.
Os resíduos sólidos uma das dimensões do saneamento básico, entrou na agenda das políticas
públicas secundariamente, em relação ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário. Os
planos que nortearam as iniciativas do governo acerca do saneamento básico são questionáveis
quanto aos seus resultados concretos. É consenso entre estudiosos e técnicos da área a necessidade
de se buscar um gerenciamento integrado e intersetorial com outras políticas, articulado à
multidisciplinariedade nas tomadas de decisões. O presente artigo busca discutir e refletir a respeito
da relação dos resíduos sólidos e educação ambiental, na tentativa de buscar possíveis contribuições
de processos educativos para a implantação de políticas públicas de saneamento básico.
Palavras chave: Saneamento básico. Educação ambiental. Resíduos sólidos.
ABSTRACT
Sanitation in Brazil goes through several difficulties in what concerns an integration of its
dimensions: water supply, water drainage, sanitary sewer and solid waste. The heritage of
technocentric policies and its consequences for the disarticulated management of solid waste incur
into the deficit of basic sanitation services in Brazil. Solid waste, one of the basic sanitation
dimensions, entered the agenda of public policies secondarily comparing to water supply and
sanitary sewer. The plans that guided government initiatives concerning basic sanitation are
questionable in what concerns their concrete results. There is an agreement among researches and
INTRODUÇÃO
Ao se discutir sobre um breve histórico do saneamento básico no Brasil, percebe-se que tal
fato nos remete a herança de abordagens tecnocêntricas que têm dominado o palco do saneamento
no país. Apresenta-se diversas barreiras no que tange a uma política pública que integre o
abastecimento de água, a drenagem das águas, o esgotamento sanitário e os resíduos sólidos.
A questão dos resíduos sólidos, uma das dimensões do saneamento básico, tem se destacado
nos últimos anos devido ao aumento da quantidade significativa, podendo ser associado como
consequência do acelerado crescimento demográfico da população e do consumo. Dentro desse
contexto, entendemos que a educação ambiental pode ser uma estratégia pedagógica no sentido de
articular as questões sociais e ambientais que envolvem a problemática dos resíduos sólidos nas
cidades.
Portanto, o objetivo deste trabalho é apresentar as possíveis contribuições da educação
ambiental no sentido de buscar articulações entre as questões que envolvem o saneamento básico, a
economia, a técnica, o ambiental e o social.
METODOLOGIA
A Educação Ambiental (EA) no Brasil se constituiu a partir das décadas de 1970 e 1980,
como um campo de conhecimento e de atividade pedagógica e política, ―ela já nasceu como um
campo plural e diferenciado que reunia contribuições de diversas disciplinas científicas, matrizes
filosóficas, posições político-pedagógicas, atores e movimentos sociais‖ (LIMA, 2009, p. 147).
A educação ambiental surgiu como um desafio para a construção de sociedades sustentáveis.
Como uma forma de fazer os indivíduos e a coletividade tomar consciência do seu meio e de suas
atitudes, como também adquirir o conhecimento necessário para dar valor, fortalecer as habilidades
e o fazer agir para resolver os problemas sociais e ambientais. A educação ambiental tem papel de
contribuir para a formação de novos valores e atitudes com que se depara a sociedade
contemporânea diante da problemática socioambiental. A aliança entre a educação ambiental e o
saneamento é uma alternativa para a busca de uma sociedade sustentável.
Segundo Zaneti e Sá (2002) a busca excessiva pelos recursos naturais, bem como o
capitalismo exagerado é o fator responsável pela crise ambiental. É preciso reconhecer até onde a
natureza é capaz de suportar a demanda pelos seus recursos. O Estado deve exercer papel
importante na tomada de decisões e na efetivação das questões ambientais, definindo as bases das
políticas públicas adequadas à gestão ambiental. ―Neste sentido é preciso que, num sistema
democrático, o poder público se articule às forças organizadas da sociedade civil e promova espaços
de debate e negociação de interesses, visando à consolidação de princípios norteadores para
políticas públicas voltadas às questões socioambientais.‖(ZANETI; SÁ, 2002, p.3).
Ainda segundo Zaneti e Sá (2002) a participação das pessoas e das comunidades nas
políticas, quando existe de fato, é necessariamente educativa e propicia níveis cada vez mais
elevados de consciência e organicidade. As políticas públicas têm como papel articular, estabelecer
relações, entre as funções do estado junto à sociedade civil e promover a qualidade social das
pessoas e das comunidades através de programas e planos. A sua construção democrática é um
processo que envolve necessariamente a existência de espaços e redes de articulação entre o poder
público e a sociedade civil.
Por fim, a ação participativa serve como um instrumento para busca de soluções e para a
sustentabilidade dos processos produtivos e sociais, tendo em visto que só é possível a sua
concretização com a plena capacidade organizativa, mobilizatória e comunicativa dos grupos
sociais e instituições, como também na mudança dos estilos de vida e integração das políticas
públicas. Ou seja, é preciso acima de tudo fazer com que todas as ações sejam plenamente
cumpridas e direta e indiretamente articuladas junto a todos os atores envolvidos com a questão dos
resíduos sólidos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A questão do saneamento e dos resíduos sólidos no Brasil ainda é algo para ser solucionado.
É preciso a criação e, mais ainda, a efetivação de políticas e programas para que possam, junto com
a população, reverter à situação em que se encontram os resíduos e o esgotamento sanitário no país.
A crise ambiental impulsionada pelo acelerado crescimento da população trouxe a tona a
importância de ter uma sociedade sustentável.
Boa parte dos resíduos produzido no Brasil é disposta inadequadamente, ameaçando a
qualidade ambiental das regiões. É necessária a compreensão de todos e, principalmente, ações
realmente concretas por parte do governo, do mercado e demais setores da sociedade.
As ações participativas são uma solução para a crise em que se encontra o setor de resíduos
sólidos no país. Com ela as pessoas podem buscar a efetivação e a responsabilização dos atores
envolvidos.
Por fim a educação ambiental pode abrir as portas para interagir junto ao consciente das
ações das pessoas, ao entendimento das mesmas junto ao ambiente em que vive e na busca de
soluções dos problemas socioambientais.
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RESUMO
A partir do rápido desenvolvimento das indústrias modernas, o meio ambiente vem enfrentando
mais contaminação, e entre os principais poluentes estão os íons de metais pesados, por isso, novas
técnicas de tratamento de efluentes se fazem necessárias, afim de que seja possível aliar baixo custo
à eficiência e à preservação ambiental. Dentre vários processos, o de adsorção tem se tornado muito
pesquisado para uso em efluentes contaminados por metais pesados. Este trabalho teve como
objetivo avaliar o potencial adsortivo da casca da banana (musa ssp) in natura na remoção de cobre
em efluentes. Inicialmente foi preparado o adsorvente e o adsorvato, em seguida as amostras foram
caracterizadas pelas técnicas FTIR, MEV e TG/DSC. Posteriormente, foram testadas na adsorção
do íon cobre. Foram observados os grupos funcionais presentes na casca da banana como a lignina,
celulose e hemicelulose. Os melhores resultados de adsorção ocorreram a 27°C com
aproximadamente 70 %. Dessa forma foi possível concluir que a casca da banana além de ser um
bom adsorvente natural tem viabilidade para ser utilizado como material alternativo pelo seu baixo
custo, facilidade de manuseio e seletividade.
Palavras-chave: Adsorção, Íon metálico, Biossorção.
ABSTRACT
With the rapid development of modern industries, the environment has faced more contamination,
of the main pollutants are heavy metal ions, so new techniques for wastewater treatment are
necessary, so that it is possible to combine low costs with efficiency and environmental
preservation. Among various processes, adsorption has become heavily researched for use in
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
PARTE EXPERIMENTAL
Experimentos de adsorção
Adsorbato
A solução metálica de cobre foi obtida através da dissolução do sal de nitrato de cobre em
água deionizada. Fora preparado 1,0 dm3 da solução de nitrato de cobre na concentração de 0,01
mol/dm3.
Adsorvente
Caracterizações
Análise Termogravimétrica
A análise foi realizada após secagem em estufa 65 ±2 °C. A farinha da casca da banana pura
foi caracterizada por análise termogravimétrica. As curvas termogravimétricas (TG) foram obtidas
em uma termobalançada marca Du Pont 951, interfaciada ao computador Du Pont, modelo 9900,
sob razão de aquecimento programada em 10 K min-1, numa atmosfera de nitrogênio na faixa de
temperatura de 300- 1239 K.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 861
As técnicas termoanalíticas são métodos que permitem estabelecer a função entre
propriedades físicas e químicas de uma substância ou mistura em relação à temperatura ou tempo,
quando submetida a temperaturas controladas.
A análise termogravimétrica (TG/DSC) avalia a perda de massa de uma amostra em
atmosfera controlada em função da temperatura ou do tempo. Essa análise permite determinar a
pureza e a quantidade de água, fornecendo ainda informações sobre a estabilidade térmica,
velocidade de reação e composição da amostra.
Isoterma de Tempo
Isoterma de Concentração
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Frequência no infravermelho das bandas de alguns grupos funcionais presentes na casca banana.
Fonte: Adaptado de Salvador, 2009.
Transmitância/u.a
1501
3001 80
2943 70
1647 1049 60
3437
50
40
3.600 2.800 2.000 1.200 400
Número de ondas/ cm-1
Tg com o Cobre
Figura 3 - Curvas das análises TG/DSC da farinha da casca de banana quando em contato com o cobre
Fonte: Arquivo pessoal
As microscopias das amostras de farinha da casca da banana natural foram realizadas com o
microscópio eletrônico de varredura (MEV), as amostras analisadas apresentavam um tamanho de
partícula de 250 mm. Na Figura 4 as micrografias A e B, ambas ampliadas 500 vezes, na
micrografia A pode ser notada a estrutura fibrosa e irregular da farinha da casca de banana natural
A B
Figuras 4 – Micrografia da farinha da casca de banana.
Fonte: Arquivo pessoal.
Influência do Tempo
0,0002
0,00015
Nf
0,0001
5E-05
0
0 20 40 60
tempo(m)
Figura 5 – Influência do tempo de contato na adsorção de Cu2+ pela farinha da casca de banana.
Influência da Concentração
70
60
50
% remoção
40 temperatura 27°
30
temperatura 40°
20
temperatura 50°C
10
0
0 0,005 0,01
Concentação
Figura 06: Isoterma de concentração do íon Cu2+ com pH 5,0 e tempo de contato de 10 minutos.
Fonte: Arquivo pessoal.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Originalmente apresentada como Dissertação de mestrado, Faculdade de Engenharia
Química/Universidade de Campinas, 2003.
RESUMO
A mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) é uma espécie frutífera nativa do Nordeste e dos
tabuleiros costeiros, apresenta grande importância econômica, social e ambiental. O presente
trabalho teve como objetivo testar o efeito de diferentes substratos sobre a germinação de sementes
de mangabeira visando à produção de mudas como fonte de explantes para micropropagação in
vitro. Os estudos foram conduzidos em casa de vegetação do Laboratório de Biotecnologia de
Conservação de Espécies Nativas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os substratos
utilizados foram: T1- vermiculita; T2- vermiculita + composto orgânico (1:1); T3- areia lavada +
composto orgânico (1:1); T4- areia; T5- areia+ húmus (1:1); T6- vermiculita + areia (1:1); T7- areia+
areia barrada+ húmus (1:1:1). Para tanto, realizou-se um experimento com sete tratamentos e quatro
repetições com 100 sementes por tratamento. Foram analisadas as seguintes variáveis: porcentagem
de emergência, tempo médio de germinação e índice de velocidade de emergência. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
significância. Observaram-se diferenças significativas para a porcentagem de emergência e IVE,
sendo T1 estatisticamente superior. Por outro lado, os valores de TMG não apresentaram diferença
significativa. Diante dos resultados, pôde-se concluir que o substrato vermiculita pode ser utilizado
para otimizar a germinação e emergência de plântulas de mangabeira.
Palavras-chave: Apocynaceae; Frutífera nativa; Germinação; Substratos.
ABSTRACT
Mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) is a native fruit species in the Northeast and coastal
plains, with large economic, social and environmental importance. This study aimed to test the
effect of different substrates on the germination of mangabeira to aim at producing seedlings as
source of explants for in vitro micropropagation. The study was carried out in the greenhouse of the
40
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
41
Orientador: Dr. Professor Adjunto do Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia.
INTRODUÇÃO
B C
Figura 01: Hancornia speciosa Gomes: (A) Árvore; (B) Folhas e flor; (C) Fruto. Fonte: Autor, 2014.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A germinação das sementes iniciou-se aos 21 dias, e foi acompanhada até os 40 dias após a
semeadura. De acordo com os resultados, constataram-se diferenças significativas entre os
substratos, quando se avaliou a porcentagem de germinação e o índice de velocidade de emergência,
exceto para o tempo médio de germinação (Tabela 1).
Com relação à taxa de emergência (Tabela 1) o substrato vermiculita (28%) foi
estatisticamente superior, seguido de T2 (14%). No entanto, areia+ areia barrada + húmus (2%)
apresentou o menor resultado, seguido por vermiculita + areia (3%) e areia+ húmus (4%).
Os resultados de germinação diferem dos encontrados por Soares et al. (2007), que ao
estudarem os substratos areia, areia + vermiculita e vermiculita na germinação da mangabeira, não
obtiveram diferença significativa nos percentuais de germinação, sendo a areia a apresentar o maior
valor (67%). Por outro lado, Silva et al. (2011) ao estudarem a germinação da mesma espécie nos
substratos areia lavada + Plantmax + solo (1:1:3); casca de arroz carbonizada + Plantmax + solo
(1:1:3); casca de arroz carbonizada + húmus de minhoca + solo (1:1:3); esterco bovino + Plantmax
+ solo (1:1:3) e esterco bovino + solo (2:3) obtiveram valores acima de 80%.
O valor de germinação para o substrato areia foi inferior ao encontrado por Nogueira et al.
(2003) em estudos com a mangabeira. Os autores ao testarem a germinação em diferentes
substratos, concluíram que o substrato areia autoclavada é o que proporciona maior porcentagem de
germinação e IVG dentre os substratos utilizados.
De acordo com os dados da Tabela 1, observa-se que a porcentagem de emergência foi
relativamente baixa para a espécie, isto é, atingiu o valor máximo de 28% no substrato vermiculita
(T1). Nesse sentido, embora os resultados deste estudo não tenham sido satisfatórios, já que
apresentou germinação abaixo de 50%, pode-se inferir que a vermiculita além de apresentar melhor
desempenho, é de fácil manuseio, inorgânica, neutra, leve e com boa capacidade de absorção e
retenção de água, razão pela qual vem sendo bastante utilizada para os testes com espécies florestais
(FIGLIOLIA et al., 1993).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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RESUMO
Estudos foram realizados para avaliar qualitativamente a influência da temperatura no crescimento
radial e na atividade das enzimas tanase e fenoloxidase em 15 espécies de Mucorales isoladas de
regiões de clima semiárido em Pernambuco. Para a verificação das atividades enzimáticas foi
utilizado meio de cultura ágar Czapec acrescido dos ácidos tânico e gálico para os testes de
atividade da tanase e fenoloxidase, respectivamente. Em ambos os casos as placas foram incubadas
por 15 dias a 28, 37 e 45ºC. A formação de halos ao redor das colônias foi interpretada como
resultado positivo para as atividades enzimáticas. A influência da temperatura no crescimento radial
dos Mucorales foi avaliada pelo crescimento desses fungos em meio batata dextrose ágar. As placas
foram incubadas a 28, 37 e 45ºC e o diâmetro das colônias foi medido em duas direções
perpendiculares, após 24, 48, 72 e 96 horas do inóculo. Dentre os 15 Mucorales testados, 33,3%
apresentaram capacidade para decompor ácido tânico, dentre estes, Rhizopus arrhizus var. arrhizus
e Mucor prayagensis, degradaram ácido tânico nas três temperaturas de incubação. Em relação à
atividade da fenoloxidase, R. arrhizus var. arrhizus e M. prayagensis foram positivos para a
degradação do ácido gálico a 28ºC. Todos os Mucorales capazes de degradar os ácidos tânico e
fenólico apresentaram atividade positiva a 28°C. Todos os Mucorales testados cresceram a 28 e
37ºC, e 40% destes foram capazes de crescer a 45ºC, embora a maioria das espécies tenha crescido
melhor a 37ºC. Alguns espécimes apresentaram crescimento a 45°C no meio contendo ácido tânico,
ocorrendo o mesmo para o meio contendo ácido gálico.
Palavras-chave: Ácido tânico, Ácido fenólico, Mucoromycotina, Biotecnologia, Caatinga
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Microrganismos utilizados
Para este estudo foram utilizados 15 espécimes de Mucorales isolados de solos provenientes
dos municípios de Cabrobó, Belém de São Francisco e Triunfo, em Pernambuco, estocados na
Coleção de Culturas URM da Universidade Federal de Pernambuco.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 884
Efeitos da variação da temperatura no crescimento radial dos Mucorales
Para a análise do crescimento radial das colônias dos Mucorales nas três temperaturas,
discos de 7mm de diâmetro retirados de culturas crescidas em BDA (batata 140g, glucose 20g, ágar
16g, água destilada esterilizada 1000 mL, pH 6.0) foram inoculados no centro de placas de Petri de
9cm de diâmetro contendo 20mL do mesmo meio de cultura. As placas foram incubadas a 28, 37 e
45°C. O diâmetro das colônias foi medido em duas direções perpendiculares, após 24, 48, 72 e 96
horas do inóculo. Todos os experimentos foram realizados em triplicata.
A verificação da atividade da enzima tanino acil hidrolase dos Mucorales foi realizada de
acordo com Bradoo et al.(1996), em que fragmentos de cada espécime foram inoculados no centro
das placas de Petri contendo o meio ágar Czapek (sacarose 30g, nitrato de sódio 3g, fosfato
dipotássio 1g, sulfato de magnésio 5g, cloreto de potássio 0,5g, sulfato ferroso 0,01g, ágar 15g,
água destilada esterilizada 1000mL, pH 6.0) adicionado de ácido tânico (0,5%). As placas foram
incubadas por 15 dias a 28, 37 e 45ºC. A presença de halos translúcidos ao redor das colônias foi
interpretada como atividade enzimática positiva. Todos os experimentos foram realizados em
triplicata.
Análise estatística
RESULTADOS
Tabela 1. Crescimento radial dos Mucorales em meio BDA após 24, 48, 72 e 96 horas de incubação a 28, 37
e 45ºC.
Legenda: (-) Ausência de crescimento
Dos 15 fungos testados, 13 apresentaram crescimento nos meios de cultura contendo ácido
tânico como fonte de carbono. Dentre estes, 5 espécies (33,3%) produziram halo. Mucor
prayagensis e R. arrhizus var. arrhizus degradaram o ácido tânico nas três temperaturas de
incubação. Cunninghamella echinulata apresentou atividade enzimática positiva a 28 e 37ºC.
Colônias de M. subtilissimus e R. microsporus var. microsporus formaram halos apenas a 28ºC. Em
relação à atividade da fenoloxidase, 12 Mucorales cresceram nos meios de cultura contendo ácido
gálico como fonte de carbono. Desses, apenas M. prayagensis e R. arrhizus var. arrhizus (13,3%)
apresentaram atividade enzimática positiva a 28ºC (Tabelas 2 e 3).
Atividade Enzimática
Mucorales Tanase Fenoloxidade
28ºC 37ºC 45ºC 28ºC 37ºC 45ºC
Absidia cylindrospora - - - - - -
Tabela 2. Atividade da
tanase e Apophysomyces elegans - - - - - - fenoloxidase
em Cunninghamella echinulata x x - - - - Mucorales
isolados do C. elegans - - - - - - semiárido
em Pernambuco.
Legenda: (-) C. phaeospora - - - - - - Ausência de
atividade Fennellomyces heterothallicus - - - - - -
Lichtheimia hyalospora - - - - - -
L. corymbifera - - - - - -
Mucor hiemalis f. luteus - - - - - -
M. prayagensis x x x x - -
M. subtilissimus x - - - - -
Rhizopus arrhizus var. arrhizus x x x x - -
R. microsporus var. chinensis - - - - - -
R. microsporus var. microsporus x - - - - -
R. stolonifer - - - - - -
DISCUSSÃO
CONCLUSÕES GERAIS
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RESUMO
O processo de secagem é considerado um dos mais importantes para a conservação dos alimentos,
garantindo a qualidade do produto, minimizando perdas ocasionadas pelo alto teor de água nas
sementes. Neste contexto, objetivou-se neste trabalho estudar a cinética de secagem de sementes de
jerimum caboclo nas temperaturas de 40, 50, 60 e 70 ºC, ajustando modelos matemáticos aos dados
experimentais. Os frutos foram adquiridos na feira central de Campina Grande-PB e transportados
ao laboratório, onde foram higienizados e em seguida abertos para remoção das sementes, que
passaram por uma etapa de limpeza, de modo a eliminar o excesso de polpa, sendo em seguida,
submetidas à secagem em camada fina, em um secador experimental de leito fixo. A cinética de
secagem foi realizada pesando-se as amostras em intervalos de 5, 10, 20, 30 e 60 minutos. O
experimento foi realizado em triplicata, sendo as pesagens das sementes realizadas em balança
semianalítica. Foram determinados os teores de água inicial e final das sementes, onde a
porcentagem de teor de água foi calculada na base do peso úmido, aplicando-se a fórmula proposta
pelas Regras para Análise de Sementes. Diante dos resultados apresentados, constatou-se que as
curvas de secagem foram influenciadas pela temperatura, mostrando uma redução gradativa dos
tempos de secagem em função da utilização de temperaturas mais elevadas do ar de secagem. Todos
os modelos matemáticos avaliados apresentaram bom ajuste às curvas de secagem das sementes
estudadas, com R² superior a 96%. Os modelos Logarítmico e de Midilli et al. (2002), ajustaram-se
melhor aos dados experimentais com R² bem próximos de 100%.
Palavras–chave: Cucurbita spp, curvas de secagem, modelagem matemática.
ABSTRACT
The drying process is considered one of the most important for the conservation of food, ensuring
product quality, minimizing losses caused by the high water content in the seeds. In this context,
this work aimed to study the kinetics of drying ―Caboclo‖ pumpkin seeds at temperatures of 40, 50,
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Foram determinados os teores de água inicial e final das sementes, onde a porcentagem de
teor de água foi calculada com base no peso úmido aplicando-se a fórmula proposta pelas Regras
para Análise de Sementes (BRASIL, 2009) e o resultado final expresso pela média aritmética em
porcentagens das sub amostras, de acordo com a equação 1:
( )
( )
Onde:
P - peso inicial, peso do recipiente e sua tampa mais o peso dos grãos úmidos;
p - peso final, peso do recipiente e sua tampa mais o peso da semente seca;
t - tara, peso do recipiente com sua tampa.
As curvas de secagem foram obtidas pela conversão dos dados referentes à perda de água no
parâmetro adimensional denominado razão de teor de água (RX). Para a determinação da razão de
teor de água das sementes avaliadas, para as diferentes temperaturas de secagem, foi empregada a
equação 2:
( )
Em que:
RX – razão de teor de água (adimensional)
Xe - teor de água de equilíbrio (base seca)
Xbs - teor de água (base seca)
Xbs (inicial) - teor de água inicial (base seca)
Para o ajuste dos modelos matemáticos aos dados experimentais, realizou-se análise de
regressão não linear, pelo método Quasi-Newton, empregando-se o programa computacional
STATISTICA 7.0. Os valores dos parâmetros foram estimados em função das variáveis
independentes, temperatura do ar de secagem e teor de água de equilíbrio da amostra.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas Tabelas 2 a 5 estão apresentadas as equações referentes aos modelos de regressão não
linear utilizados para predizer o fenômeno de secagem.
50 y=(0,884895)*exp(- 50 y=(0,886052)*exp(-(0,009811)*x)
(0,009859)*x)+(0,00173)
60 y=(0,911623)*exp(-(0,014366)*x)
60 y=(0,897824)*exp(-
(0,015547)*x)+(0,025307) 70 y=(0,917627)*exp(-(0,035289)*x)
60 y=exp(-(0,040552)*x**(0,776582)) 60 y=(0,98887)*exp(-
(0,037379)*x**(0,793881))+(0,946e-5)*x
70 y=exp(-(0,095897)*x**(0,729578))
70 y=(1,00159)*exp(-
Tabela 3. Equações do modelo de Page ajustadas (0,095484)*x**(0,731997))+(0,115e-4)*x
aos dados experimentais.
Tabela 5. Equações do modelo de Midilli et al.
(2002) ajustadas aos dados experimentais.
Tabela 6. Parâmetros dos diferentes modelos matemáticos, com seus respectivos coeficientes de
determinação (R2) referentes ao ajuste da cinética de secagem das sementes de jerimum ―caboclo‖ em
diferentes temperaturas.
Pode-se observar que todos os modelos apresentaram bom ajuste aos dados experimentais de
secagem, com R2 superior a 96%, constituindo uma representação satisfatória do fenômeno em
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 900
estudo, para todas as temperaturas avaliadas. Corrêa et al. (2007), Hacihafızoglu et al. (2008) e
Costa et al. (2011) verificaram coeficientes de determinação superiores a 99% ao estudarem a
secagem de grãos de feijão, arroz e sementes de crambe, respectivamente. Em relação ao parâmetro
k dos modelos pode-se observar que este aumenta, com o aumento da temperatura de secagem,
comportamento verificado também por Doymaz (2005), para a secagem em camada fina de feijão
verde a 50, 60 e 70 ºC, e por Corrêa et al. (2001) ao secarem milho-pipoca nas temperaturas de 40,
50 e 60 °C.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Tecnologia de Alimentos, v.21, n.3, p.288-292, 2001.
RESUMO
Os estabelecimentos de ensino, principalmente aqueles que funcionam em período integral,
contribuem para geração de uma quantidade significativa de resíduos sólidos orgânicos (RSO)
devidos a grande quantidade de refeições servidas durante o seu funcionamento, em que o potencial
tóxico desses resíduos pode estar associado à possibilidade de sua contaminação quando
descartados sem a devida segregação. Com base nesse contexto, o objetivo desse trabalho é
verificar a influência do pH na fitotoxicidade de RSO provenientes de uma escola pública da cidade
de Campina Grande - PB. Para a realização desse estudo, foi construído um biorreator de bancada
circular, em tubo de PVC, com volume de 0,028 m3 e dimensões de 0,90 m e 0,20 m de altura e de
diâmetro interno, respectivamente, preenchido com RSO provenientes do restaurante da Escola
Estadual de Ensino Médio Severino Cabral. As amostras foram coletadas a cada quinze dias para
realização das análises do pH e dos testes de fitotoxicidade, que foram realizados com sementes de
repolho (Brassica oleraceae). Os resultados obtidos indicaram que o pH do meio influenciou nos
índices de germinação e crescimento das sementes, sendo o crescimento mais sensível à
fitotoxicidade do meio. Concluiu-se que o pH apresentou características ácidas ao longo do tempo
de monitoramento, uma vez que os resíduos encontravam-se ainda na fase inicial de degradação, o
que poderia contribuir para fitotoxicidade dos RSO.
Palavras-chave: Bioindicadores; Toxicidade; Resíduos.
ABSTRACT
Education institutions, especially those who work full-time, contribute to generation of a significant
amount of organic solid waste (OSW) due to large amount of meals served during their operation,
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 903
in which the toxic potential of these wastes may be associated with possibility of contamination
when discarded without adequate segregation. In this context, this work aims to investigate the
influence of pH on the phytotoxicity of OSW from a public school in the city of Campina Grande -
PB. To conduct this study, it was constructed a countertop circular bioreactor in PVC pipe, with a
volume of 0.028 m3 and dimensions of 0.90 m and 0.20 m in height and internal diameter,
respectively, filled with OSW from the restaurant of State High School Severino Cabral. Samples
were collected every fifteen days for performing the analysis of pH and phytotoxicity tests, which
were conducted with seeds of cabbage (Brassica oleracea). The results indicated that the pH of the
waste influenced the rates of germination and growth of seeds, being the seeds growth more
sensitive to medium phytotoxicity. It was concluded that pH presented acidic characteristics
throughout the monitoring time, since the residues still were in the initial stage of degradation,
which could contribute to phytotoxicity of OSW.
Keywords: Bioindicators; Toxicity; Waste.
INTRODUÇÃO
Os Resíduos Sólidos Orgânicos (RSO) constituem uma das principais parcelas dos Resíduos
Sólidos Urbanos (RSU), sendo esses os maiores responsáveis pelos impactos causados pela
destinação inadequadas dos resíduos sólidos visto que, em seus processos de decomposição geram
líquidos e gases poluentes que podem contaminar águas, ar e solo.
Por serem materiais de origem animal ou vegetal e de fácil degradação, suas características
são bem diversificadas, a exemplo de: animais mortos, podas de árvores, plantas, entre outros.
Contudo, sua mais importante fonte, nos RSU são os restos de alimentos provenientes das cozinhas.
Em estabelecimentos de ensino, principalmente aqueles que funcionam em período integral,
a quantidade de RSO gerados é considerada significativa, uma vez que diferentes refeições são
servidas, nestes locais, tais como: lanche da manhã, almoço e o lanche da tarde, fato que pode ser
confirmado, por meio dos estudos de composição gravimétrica realizados por Duarte (2014), neste
estabelecimento de ensino, que verificou teores de material orgânico de 61% em relação à massa
total de resíduos sólidos, mostrando com isso o grande potencial para geração de RSO que a escola
possui, aliado à possibilidade de contaminação desses resíduos devido à ausência de segregação na
fonte.
O estudo da fitotoxicidade dos RSO em sementes de repolho apresenta-se como uma
atividade de suma importância, podendo ser feita por meio de testes de fitotoxicidade, que verificam
o comportamento de plantas e/ou sementes frente a um ambiente contaminado. Segundo Chang et
al., (1992) a fitotoxicidade é um termo que normalmente está associado a substâncias
METODOLOGIA
(a) (b)
Figura 3. (a) Disposição das sementes nas placas de Petri. (b) Germinação e Crescimento das sementes.
Fonte: Arquivo de pesquisa, 2013.
RESULTADOS
6
5
4
pH
3
2
1
0
0 14 28 50 64 78 92 106 120 134 148 168
Tempo (dias)
Dado inicial pH
Testes de fitotoxicidade
Os resultados dos testes de fitotoxicidade foram obtidos por meio da GRS e do CRR, feitos
com sementes de repolho, e estão apresentados nas Figuras 5 e 6. Para a obtenção dos resultados,
utilizou-se a percentagem dos índices de germinação e crescimento das sementes em relação ao
controle (prova em branco) conforme descritas nas Equações 1 e 2.
120
GRS (%)
80
40
0
0 14 28 64 78 92 134 168
Tempo (dias)
Dado inicial Repolho
40
CRR (%)
20
0
0 14 28 64 78 92 134 168
Tempo (dias)
Dado inicial Repolho
Analisando as Figuras, pode-se observar que os índices de GRS (Figura 5) foram maiores
que os índices de CRR (Figura 6), fato que pode estar associado à própria fisiologia das sementes
que permite que essas utilizem para sua nutrição suas próprias reservas internas e somente na sua
ausência busquem nutrientes externos para seu desenvolvimento e consequente germinação. De
acordo com Silva (2012), os índices de germinação são maiores porque nesta fase do processo as
sementes são menos sensíveis aos fitotóxicos presentes no meio.
Em relação ao CRR, observado na Figura 6, percebe-se que as sementes apresentaram maior
vulnerabilidade ao crescimento. Esse fato que já era esperado, visto que essas sementes apresentam
pequenas reservas internas, sendo, portanto muito dependentes do meio externo, necessitando mais
rapidamente de fontes externas para nutrir-se. Logo, se o ambiente extrínseco apresentar substâncias
desfavoráveis, o crescimento das sementes fica comprometido.
Os resultados obtidos nesta pesquisa foram similares aos encontrados por Melo (2003),
Monteiro (2003), Lins (2005), Garcez (2009) e Silva (2012) que cultivaram sementes de repolho em
resíduos sólidos urbanos, obtendo índices de germinação maiores do que os índices de crescimento.
A avaliação da influência do pH sobre a fitotoxicidade das sementes mostra que as
condições ácidas podem contribuir para inibição e crescimento das sementes de repolho. De acordo
com Keihl (1998), essas características ácidas existentes, no início do processo de degradação,
podem ocasionar à formação de toxinas danosas as plantas, proporcionando fitotoxicidade em
função dos vários ácidos minerais e acéticos gerados nesta fase.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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376. 1990.
RESUMO
A secagem de frutas tropicais para obtenção de produto em pó pode se constituir em mais uma
opção de renda para a agricultura familiar, uma vez que agrega valor ao fruto, além de
disponibilizá-lo em períodos em entressafra. Nesse sentido, objetivou-se obter sapoti em pó pelo
processo de secagem por liofilização utilizando-se maltodextrina como agente carreador e
caracterizar os produtos desidratados. Sapotis maduros foram despolpados manualmente para
obtenção da polpa, sendo esta adicionada de diferentes concentrações de maltodextrina (0, 10, 20 e
30%). As polpas formuladas foram congeladas em freezer doméstico a -18 °C por 24 horas e
desidratadas em liofilizador de bancada à temperatura de -40 °C e pressão de 0,12 mbar por 48
horas. As amostras desidratadas foram desintegradas para obtenção de pó e submetidas às análises
físico-químicas quanto aos parâmetros de umidade, atividade de água, cinzas, acidez titulável, pH,
ácido ascórbico, açúcares (totais, redutores e não redutores) e cor (luminosidade e intensidades de
vermelho e de amarelo). Verificou-se que o aumento da concentração de maltodextrina promoveu
redução na maioria dos parâmetros investigados, inclusive em termos nutricionais (ácido ascórbico
e açúcares totais e redutores). Entretanto os maiores conteúdos de maltodextrina favoreceram a
obtenção de produtos em pó com melhor qualidade em relação à facilidade de manipulação e
escoabilidade, além do potencial em reduzir gastos com transporte e estocagem, devido à redução
de água e de volume.
Palavras-chave: Achras sapota L., agricultura familiar, secagem, controle de qualidade.
INTRODUÇÃO
O sapoti (Achras sapota L.) é um fruto suculento e bastante doce, seu perfume pode ser
identificado com facilidade. Contém as vitaminas A, B1, B2, B5, e C, hidratos de carbono, cálcio,
fósforo, ferro e um valor calórico de cerca de 96 calorias em cada 100 g da fruta (COSTA et al.,
2000). No Brasil, não existem variedades bem definidas de sapoti, sendo os tipos diferenciados
entre si pela conformação da copa da planta e dos frutos, em ovalados, arredondados, oblongos,
entre outros. Entretanto, de forma geral, todos apresentam o mesmo sabor (ALVES et al., 2000). Os
frutos apresentaram uma ou mais sementes, com massa variando geralmente entre 75-200 g e
diamentro compreendido entre 5 a 9 cm (SIN et al., 2006). No Brasil, o maior consumo do sapoti é
in natura, mas, em outros países, como no México, este fruto é muito utilizado na indústria para a
fabricação de doces, refrescos, conservas, geléias e xaropes (MORAIS et al., 2006a).
A produção do sapotizeiro, geralmente, concentra-se em três meses do ano nos países
produtores (MORAIS et al., 2006a). Entretanto, no Nordeste brasileiro, as condições climáticas
adequadas para produção do sapotizeiro, associadas ao uso da fertirrigação, têm favorecido a
produção de frutos durante todo o ano e propiciado uma renda constante para os produtores
(MORAIS et al., 2006b). Os Estados de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte vêm
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados frutos maduros de sapoti, safra 2013, adquiridos de pequenos produtores
no mercado varejista da cidade de Campina Grande, PB, e maltodextrina 20 DE (dextrose
equivalente). Os sapotis foram transportados e recepcionados no Laboratório de Armazenamento e
Processamento de Produtos Agrícolas (LAPPA) da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), na cidade de Campina Grande, onde foram lavados em água corrente para remoção de
resíduos de terra e outras sujidades aderidas à casca, higienizados em solução de hipoclorito de
sódio (100 ppm) por 15 minutos e despolpados manualmente. Inicialmente separaram-se, da porção
carnosa (polpa), as cascas e as sementes com utilização de facas e colheres de aço inoxidável. A
polpa carnosa foi desintegrada e homogeneizada em liquidificador doméstico por aproximadamente
1 minuto, envasada em sacos plásticos de polietileno e estocada em freezer horizontal na
temperatura de -18 °C até o início dos experimentos.
Para liofilização, a polpa de sapoti foi previamente descongelada em temperatura de
refrigeração (4°C) e manipulada de quatro formas para composição dos tratamentos: T0 (sem
adição de maltodextrina); T1 (adicionado de 10% de maltodextrina); T2 (adicionado de 20%
maltodextrina) e T3 (adicionado de 30% maltodextrina). As formulações foram homogeneizadas até
completa dissolução da maltodextrina e congeladas em formato cúbico (arestas com cerca de 1 cm)
em freezer doméstico a -18 ºC por 24 horas.
As polpas formuladas foram desidratadas em liofilizador de bancada da marca Christ,
modelo ALPHA 1-2 LDplus, que consiste de painel digital, bomba a vácuo, câmara de condensação
com válvula de dreno integrada, câmara de secagem em acrílico constando, na parte superior, de
manifold com oito torneiras de silicone para o encaixe de balões de vidro com sistema de alivio de
vácuo e, no interior da câmara de secagem, de um suporte em aço inoxidável para três bandejas.
Cerca de 200 g de amostra foram acondicionadas em balões de vidro de fundo redondo com
capacidade para 500 mL e liofilizadas na temperatura de -40 °C (pressão de 0,12 mbar) por 48
horas. Na sequência, as polpas desidratadas foram desintegradas manualmente com uso de
almofariz e pistilo para obtenção dos pós. Estes foram acondicionados em recipientes de vidro
providos de tampa metálica e revestidos externamente com folha de alumínio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação aos açúcares redutores (AR) e aos não redutores (ANR), observou-se
comportamentos distintos com a adição da maltodextrina. Em relação aos AR, houve redução
significativa (p<0,05) desses açúcares a medida que se aumentava a concentração de agente
carreador, com valores compreendidos entre 28,96 a 38,37% (Tabela 2). Esse comportamento
aproxima-se ao relatado por Canuto et al. (2014) em polpa de mamão liofilizada, onde os conteúdos
de AR reduziram significativamente com a adição de maltodextrina (redução de 36,13 a 26,38%).
Quanto aos ANR, estes aumentaram significativamente (p<0,05) com a adição da maltodextrina, o
que pode estar relacionado ao fato desse agente carreador apresentar elevada concentração de
polissacarídeos, uma vez que o processo de hidrólise do amido é parcial (CHRONAKIS, 1998). Os
teores de ANR oscilaram entre 4,81 a 9,51% (Tabela 2), encontrando-se coerentes com a literatura
que reporta que os ANR no sapoti perfazem um montante de quase 13% dos açúcares totais
(OLIVEIRA, 2011). Considerando-se o sapoti em pó sem adição de maltodextrina, os ANR foram
cerca de 11% em relação aos açúcares totais, semelhante à faixa relatada. Essa proporção aumentou
na formulação com 30% de maltodextrina, com os ANR apresentando conteúdo de cerca de 24%
dos açúcares totais, devido a adição do agente carreador.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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RESUMO
O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais de frutas, contribuindo com uma grande parcela
nas exportações. O melão tem uma grande expressão econômica para a região semiárida do
Nordeste brasileiro. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de se estudar a secagem
em camada fina de polpa de melão nas temperaturas de 50, 60 e 70°C em estufa com circulação
forçada de ar e velocidade do ar de 1 m/s¹. O teor de água inicial do melão foi de 94%. Para a
desidratação das polpas foi utilizado bandejas de aço inoxidável. O monitoramento da massa foi
feito regularmente em intervalo regulares de 10 em 10 minutos, até que as polpas atingissem o teor
de água de equilíbrio. Para a representação da cinética de secagem em camada fina foram
empregados os modelos matemáticos de Lewis, Henderson e Pabis, Page, Peleg e Wang & Sing, e
como critério de avaliação destes utilizou-se o coeficiente de determinação (R2) e o desvio
percentual médio (P). Mediante os resultados obtidos observou-se que o aumento da temperatura
diminuiu o tempo de secagem da polpa de melão. Na cinética de secagem obtida dos resultados
experimentais, dois períodos distintos foram identificados: um período em que as polpas secaram
em taxas constantes e um período decrescente. Os resultados indicaram que o modelo matemático
de Page (1949) foi o que melhor se ajustou aos dados experimentais apresentando um melhor
desempenho.
Palavras – chave: secagem, melão pele de sapo, polpa de frutas.
ABSTRACT
Brazil is one of the three largest producers of fruit, contributing a large portion of exports. Melon
has a significant economic role for the semiarid region of northeastern Brazil. This work was
developed with the aim of studying the thin layer drying of melon pulp at temperatures of 50, 60
INTRODUÇÃO
O melão (Cucumis melo L.) da família Cucurbitaceae é uma das holericolas de maior
importância na economia, contribuindo significativamente para a geração de emprego e renda,
sobretudo na região Nordeste. Essa cultura tem grande expressão econômica para a região semiárida
do Nordeste brasileiro, onde é cultivada com alto nível tecnológico e a produção é destinada
principalmente para exportação (SENHOR et al., 2009).
Além do Nordeste, no Rio Grande do Sul, local de introdução da cultura no país também
existe variedades tradicionais resultantes de inúmeros ciclos de seleção realizados durante gerações
por agricultores familiares (DELWING et al., 2007). O Rio Grande do Norte, sobretudo a região do
agro pólo Assu-Mossoró-Baraúna, tem se destacado como principal região produtora de melões do
país devido às condições edafoclimáticas e disponibilidade de água superficial e subterrânea
(GURGEL et al., 2008).
O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais de frutas, contribuindo com uma grande
parcela nas exportações. A cultura do melão é considerada uma das culturas de maior importância
econômica e estratégica para a Região Nordeste do Brasil (BRAGA SOBRINHO et al., 2008).
Atualmente a indústria de alimentos desidratados constitui um setor muito importante dentro da
indústria alimentícia, em virtude, principalmente, da resistência dos consumidores ao uso de
conservantes químicos e pelo aumento da popularidade de produtos desidratados de rápido preparo
e de alta qualidade (RAMOS et al., 2008).
A desidratação de alimentos proporciona produtos compactos, fáceis de transportar e com
valor nutricional concentrado, já que neste processo a água é removida. A retirada da água, através
MATERIAL E MÉTODOS
onde,
RU – razão de umidade (adimensional),
U - teor de umidade ―absoluta‖ (base seca),
Ue - teor de umidade de equilíbrio (base seca),
Uo - teor de umidade inicial (base seca).
|( )|
∑ ( )
em que:
P - desvio percentual médio, %
Xexp - valores obtidos experimentalmente
Xpred - valores preditos pelo modelo
n - número de dados experimentais
RESULTADOS E DISCUSSÃO
0,8 50 ºC
0,6
0,4
0,2
0,0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
T empo (min.)
Tabela 2. Parâmetros estatísticos obtidos com o ajuste de diferentes modelos matemáticos da cinética de
secagem da polpa de melão.
50º C
0,8 60 ºC
70 ºC
0,6
- dX*/dt
0,4
0,2
0,0
Tabela 3: Expressão da taxa e tempo de secagem, obtida para o modelo de Page (1949).
CONCLUSÃO
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RESUMO
A Tectona grandis L.f. configura-se como uma das espécies arbóreas mais valorizadas no mercado
florestal mundial. O principal meio de produção de mudas desta espécie é via semente, o qual
apresenta algumas limitações, como número reduzido de sementes produzidas por árvore,
germinação lenta e irregular e baixa longevidade em condições naturais de armazenamento. Neste
contexto, a micropropagação surge como uma alternativa promissora de propagação,
proporcionando a produção de grandes quantidades de plantas, com características selecionadas, em
curto período de tempo e espaço físico reduzido. À vista do exposto, objetivou-se produzir uma
revisão bibliográfica sobre os principais meios nutritivos utilizados em protocolos e trabalhos
diversos de micropropagação de teca, para assim subsidiar a realização de trabalhos futuros. De
acordo com os trabalhos revisados e consultados, o meio de cultura MS (Murashige e Skoog) tem
sido o mais utilizado para micropropagação de teca.
Palavras-chaves: teca, propagação in vitro, meio de cultura.
ABSTRACT
The Tectona grandis L. F. configures itself as one of the most valuable forest tree species in the
world market. The principal means of production of seedlings of this species is by seed, which has
some limitations, such as reduced number of seeds produced per tree, slow and irregular
germination and reduced longevity in natural storage conditions. In this context, the
micropropagation emerged as a promising alternative propagation by providing the production of
large quantities of plants, selected in a short period of time and reduced physical space features. In
view of the above, the objective was to produce a literature review on the main nutrient media and
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 938
protocols used in many studies of micropropagation of teak, thereby subsidizing future work.
According to the studies reviewed and revised, the MS medium (Murashige and Skoog) has been
the most used for micropropagation of teak.
Keywords: Teak, micropropagation, nutrient media.
INTRODUÇÃO
A Tectona grandis L. f., popularmente conhecida como teca, é uma árvore de grande porte,
pertencente à família Laminaceae, nativa de florestas tropicais de monção do Sudeste da Ásia
(Índia, Mianmar, Tailândia e Laos). Segundo Macedo et al. (2005) é uma planta de tronco retilíneo,
fácil de cultivar, pouco sujeita à pragas e doenças, muito resistente ao fogo e com madeira de
excelente qualidade. É considerada insuperável na construção naval, sendo também adequada para
todo tipo de construções, bem como para interiores luxuosos e mobiliário de alto valor
(LAMPRECHT, 1990), e por isso apresenta um alto valor madeireiro, sendo considerada uma das
espécies madeireiras mais valiosas do mundo (OLIVEIRA; ANGELI; STAPE, 2007; FOFANA et
al., 2009).
O aumento do consumo, decorrente da elevação do padrão de vida nos países do Sudeste
Asiático; a escassez de outras madeiras tropicais de qualidade e o mercado mundial e brasileiro, que
oferecem um grande potencial de consumo futuro são alguns dos fatores que têm contribuído para o
aumento progressivo da procura por madeira de teca (ANDRADE, 2010).
No Brasil, além dos plantios das espécies exóticas eucalipto e pinus, a teca vem se
destacando como uma das espécies mais promissoras para plantios na região Centro-oeste e Norte
do país (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE FLORESTAS PLANTADAS-
ABRAF, 2013). Tem sido objeto de florestamentos comerciais desde 1970, especialmente plantada
em Mato Grosso, na região do município de Cáceres, onde as condições edafoclimáticas são
semelhantes às dos países de origem da espécie (CÁCERES FLORESTAL S.A., 1997). No
momento, o reflorestamento com teca no Brasil surge como uma ótima opção de investimento, uma
vez que sua demanda se configura de forma mais significativa que a oferta (TECA, 2014). Segundo
a ABRAF (2010), a área de florestas plantadas com teca no Brasil atingiu, em 2009, estimados
65.240ha, enquanto em 2008 o total foi de 58.810ha, o que representa um crescimento de 10,9% na
área plantada desta espécie no país, indicando o interesse crescente por tal gênero florestal,
principalmente em função das expectativas de retorno financeiro em projetos com a mesma.
Atualmente, sua área plantada está estimada em 67.329ha, o que representa 0,4% do total da
produção de madeira em tora do país (ABRAF, 2013).
Em termos conceituais são os meios nutritivos utilizados para a cultura de células, tecidos e
órgãos de plantas que irão fornecer as substâncias essenciais para o crescimento dos mesmos, além
de servirem como suporte físico e controlarem, em grande parte, o padrão de desenvolvimento do
material vegetal in vitro (CARVALHO; SILVA; MEDEIROS, 2006).
Os meios de cultura deverão suprir as demandas normais das plantas, já que as mesmas vias
bioquímicas e metabólicas básicas, que funcionam nas plantas, são conservadas nas células
cultivadas, embora alguns processos, como fotossíntese, possam ser inativados pelas condições de
cultivo e pelo estado de diferenciação das células (CALDAS; HARIDASAN; FERREIRA, 1998). O
sucesso de um sistema de micropropagação é amplamente dependente do meio de cultura, cuja
composição física e química é previamente definida por um balanço nutricional e hormonal
(CIRILLO; FERREIRA; LIMA, 2003).
Diferentes meios de cultura com diferentes composições têm sido utilizados, sendo
geralmente compostos por: água, macronutrientes e micronutrientes minerais, fontes de carbono
(carboidratos), vitaminas, mio-inositol, agentes solidificadores como ágar, reguladores de
crescimento, entre outros aditivos (GAMBORG; SHYLUK, 1981; AUGUSTO, 2001).
O pH é considerado um fator crítico do meio de cultura, o qual influencia a disponibilidade
de nutrientes, de fitoreguladores e o grau de solidificação do ágar (MURASHIGE, 1974;
GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1990). Sendo ajustado, usualmente, em uma faixa que varia de
5,0 a 6,5 (PIERIK, 1987), para o desenvolvimento adequado da maioria das espécies; em níveis
inferiores a 4,5 e superiores a 7,0, geralmente ocorre paralisação do crescimento e do
desenvolvimento in vitro (JANSEN; CRONIN, 1953; MURASHIGE, 1974).
Uma ampla quantidade de meios de cultura é citada para a regeneração de espécies de
diferentes gêneros (THORPE; HARRY; KUMAR, 1991). Alguns desses meios foram
desenvolvidos especificamente para as necessidades da espécie estudada, como por exemplo, o
meio MS que foi desenvolvido para Nicotiana tabacum e o WPM (LLOYD; MCCOWN, 1980)
para plantas lenhosas, contudo, cada espécie responde de forma diferente aos diversos meios de
cultura já propostos (TAMBARUSSI, 2009).
Dentre as várias formulações dos meios de cultura o mais largamente difundido é o meio
idealizado por Murashige e Skoog, conhecido mundialmente como meio MS (CARVALHO;
SILVA; MEDEIROS, 2006). Este meio é mais utilizado para a cultura de Angiospermae e sua
formulação salina possui concentrações relativamente altas de macronutrientes e micronutrientes
(GEORGE, 1993). De acordo com Mantell, Matthews e Mckee (1994), Murashige e Skoog
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A T. grandis apesar de se configurar como uma das espécies madeireiras mais valiosas no
mercado florestal mundial, com grandes expectativas de retorno financeiro, ainda apresenta uma
escassez de resultados de pesquisas referentes à Silvicultura Clonal, mais especificamente a
propagação vegetativa via cultura de tecidos. Há um déficit de estudos mais detalhados em relação
às variáveis que influenciam cada etapa do processo de micropropagação desta espécie, no entanto,
tratando-se de meios de cultivo, os resultados deste estudo apontam a existência de um consenso
quanto à eficácia e estabelecimento do meio MS (Murashige e Skoog) para micropropagação de
teca. Embora, estudos comparativos com outros meios de cultivo são sempre ansiados.
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RESUMO
A fruticultura é uma área em constante desenvolvimento, especialmente no que se refere às novas
opções de cultivo, contribuindo para a expansão de produção e mercado, notadamente das frutíferas
exóticas, dentre as quais, o rambutan (Nephelium lappaceum L.), apresenta alto potencial de
mercado. Com o presente trabalho objetivou-se descrever a cinética de secagem em camada fina da
polpa de rambutan nas temperaturas de 50, 60 e 70 °C. A secagem foi realizada em estufa de
circulação de ar, sendo aplicados os modelos empíricos e semi-empíricos: Dois Termos (1974),
Henderson & Pabis (1961), Henderson & Pabis modificado (1999), Logarítmico (1999), Newton
(1921) e Page (1949), para descrição do comportamento da cinética de secagem. O critério de
avaliação utilizado foi o coeficiente de determinação e o desvio percentual médio sendo o modelo
de Page (1949) o que melhor se ajustou aos dados experimentais, seguidos dos modelos de
Logarítmico (1999) e Dois Termos (1974) em que os valores dos parâmetros das equações foram
estimados em função da temperatura e da velocidade do ar de secagem. Para o modelo de Page
(1949), foram obtidas expressões matemáticas para determinação da taxa de secagem.
Palavras chave: Nephelium lappaceum L.; cinética; taxa de secagem.
ABSTRACT
The fruit industry is an area under constant development, especially with regard to new cultivation
options, contributing to the expansion of production and the market, notably the exotic fruit, among
which, the rambutan (Nephelium lappaceum L.) , has high potential Marketplace. The present work
aimed to describe the drying kinetics of thin layer of pulp rambutan at temperatures of 50, 60 and
70 °C. Drying was carried out in greenhouse air circulation, empirical models being applied and
semi-empirical: Two Terms (1974), Henderson & Pabis (1961), Henderson and modified Pabis
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
( )
Os critérios usados para determinação do melhor ajuste das equações aos dados
experimentais foi o coeficiente de determinação (R2) e o desvio quadrático médio (DQM),
calculado pela equação:
∑( )
√ ( )
Onde:
DQM - desvio quadrático médio
RXpre - razão de teor de água predito
RXexp - razão de teor de água experimental
N - número de dados experimentais
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 3 está apresentado o resumo do ajuste e os parâmetros dos modelos por meio de
regressão não linear aos dados experimentais da secagem de polpa de rambutan em camada fina,
considerando as diferentes temperaturas de secagem.
Verifica-se que dentre os modelos empregados, o de Page (1949) foi o que melhor
representou os dados experimentais para predizer a cinética de secagem da polpa de rambutan, com
valores para R2, acima de 0,9979, para todas as temperaturas, embora se possa observar na Tabela
2, que as seis equações matemáticas se ajustaram muito bem aos dados experimentais das secagens,
com coeficientes de determinação superior a 0,9936. Comportamento similar foi observado por
MENEZES et al. (2013), que avaliando a modelagem matemática para descrição da cinética de
secagem do bagaço do maracujá-amarelo (P. edulis Sims) pelo método de secagem convectiva em
leito fixo, obtiveram valores de R2 superiores a 0,99 ao empregarem as equações matemáticas de
Page, Henderson & Pabis e Logarítmico. Já a superioridade do modelo de Logarítmico em relação
ao de Newton, pode ser explicado pela maior quantidade de parâmetros da equação.
1,0
Razão de Teor de Água (adimensional)
0,8
0,6
50 °C
60 °C
0,2
70 °C
0,0
Figura 2. Modelo de Page ajustado aos dados experimentais da secagem da polpa de rambutan.
Tabela 4. Expressão da taxa e tempo de secagem obtida para predizer o modelo de Page (1949).
1,0
50 ºC
60 ºC
70 ºC
0,8
- dX*/dt x 10 3 (min -1 )
0,6
0,4
0,2
0,0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Tempo (minutos)
CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos, para as condições em que foi realizado o trabalho,
concluiu-se que a cinética de secagem da polpa de rambutan decresce com o aumento da
temperatura do ar de secagem e que, dentre os modelos aplicados, a equação de Page (1949), com
apenas dois parâmetros de ajuste, foi à equação que melhor representou o processo, seguido das
equações de Logarítmico (1999) e Dois Termos (1974).
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RESUMO
Sanidade e segurança alimentar são pontos que levantam interesses para a população, direito de
todos ao acesso regular e permanente a alimentação com qualidade e garantia quanto sua
toxicidade. Novos produtos surgem a cada ano e testes toxicológicos são necessários para que
posteriormente os produtos sejam lançados no mercado sem riscos para humanidade. Com este
estudo objetivou-se avaliar possíveis efeitos toxicológico do extrato aquoso (―leite‖) de amendoim,
frente à Artemia salina Leach e análise de toxidade aguda em ratos Wistar. Uma quantidade de 0,3
g de cistos de A. salina foram mantidos em água marinha sintética e incubados por 24-36 h, após a
eclosão, 10 náuplios foram coletados e tratados em tubos de ensaio contendo a solução do extrato
aquoso de amendoim 125 e 250 g L-1 em concentrações entre 50 e 1000 μg mL־¹ e um controle, a
leitura do número de sobreviventes e mortos foi realizada após 24 horas para a determinação da
dose letal média (DL50). Para analise de toxidade aguda foram utilizados 24 animais com doses de
2000 mg kg-1 via oral e observado por 14 dias, após esse período os animais foram eutanasiados e
coletado material para análise bioquímica. O extrato possuiu respectivamente 1845,94±206,20 ug
mL־¹ e 1913,56±146,10 ug mL־¹ indicando a não toxidade nas concentrações estudadas. Não foram
achados efeitos tóxicos para o teste agudo em ratos Wistar. Espera-se que este estudo possa servir
como fonte para outras pesquisas.
Palavras-chave: Amendoim; segurança alimentar; extrato aquoso; ratos.
42
Veterinária, Mestranda no Programa de Pós – Graduação de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de
Campina Grande – UFCG.
43
PhD, Professor Associado do Programa de Pós – Graduação de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de
Campina Grande – UFCG.
44
Enfermeira, Mestranda no Programa de Pós – Graduação da Universidade Federal da Paraíba – UFPB.
45
Graduando de Farmácia da Universidade Estadual de Campina Grande - UEPB
INTRODUÇÃO
O amendoim é uma das oleaginosas mais produzidas em todo o mundo, com produção anual
de 29 mil toneladas, a China participa com 46,5% dessa produção e se destaca como pais que mais
produz em todo o mundo (SUN, SHIONG, 2014).
Pesquisas buscam alternativas para o uso de amendoim, visando à produção de extrato
aquoso de amendoim (leite de amendoim) com base no leite de soja, sendo mais uma produto a ser
oferecido para famílias de baixa renda, o qual de uma maneira simples o subproduto e gerado após a
trituração do grão in natura em água (ALBUQUERQUE et al., 2013, ALMEIDA et al., 2014).
A fim de estabelecer segurança alimentar para esse produto, ensaios utilizando
microcrustáceo (Artemia salina) e toxidade aguda em ratos Wistas são bastante aplicados antes de
ser apresentado para à população (NOLDIN et al., 2003). Esses ensaios são válidos, pois os efeitos
produzidos por um composto nos animais de laboratório são aplicáveis ao homem. Com base na
dose por unidade de superfície corporal, os efeitos tóxicos no homem estão consideravelmente nos
mesmos limites que os observados nos animais de laboratório, sendo possível descobrir possíveis
riscos nos humanos (KLASSEN et al., 200; AMARAL et al., 2007).
As intoxicações ocorrem quase sempre em razão de quantidades ou de concentrações
excessivas de determinadas plantas e extratos vegetais, do preparo e do uso inadequado. A
MATERIAIS E MÉTODOS
Local da pesquisa
Matéria-prima
Animais utilizados
Para a determinação preliminar da toxicidade aguda foi utilizado o método por Artemia
salina (Meyer et al., 1982). Uma quantidade de 0,3 g de cistos de A. salina foram mantidos em água
marinha sintética e incubados por 24-36 h sob iluminação artificial e temperatura de 22°C. Após a
eclosão, 10 náuplios foram coletados e tratados em tubos de ensaio contendo a solução do extrato
aquoso de amendoim 125 e 250 g L-1 em concentrações entre 50 e 1000 μg mL־¹ e um controle. As
culturas de A. salina foram incubadas a 22ºC, sendo realizada a leitura do número de sobreviventes
e mortos após 24 horas para a determinação da dose letal média (DL50). Foram consideradas larvas
mortas todas que não apresentavam qualquer movimento ativo em cerca de vinte segundos de
observação. O ensaio foi realizado em triplicata.
Foram utilizados 24 ratos Wistar albinos (Rattus norvergicos), machos e fêmeas com idade
média de 90 dias e peso variando entre 250 e 300 g. As substâncias administradas nos ratos foram
realizadas pelo método de gavagem, onde o grupo experimental recebeu 2000 mg kg-1 do leite de
amendoim e o grupo controle recebeu o mesmo volume de água destilada. Esses grupos foram
aleatoriamente distribuídos em quatro grupos conforme a Tabela 1.
Antes de iniciar o experimento os animais ficaram em jejum alimentar por 12hs mantendo
apenas água in libitum onde a mesma foi retirada 1h antes de iniciar os procedimentos. Após as
gavagens foi observado parâmetros do Sistema Nervoso Central – SNC e sistema nervoso
autônomo, além de outros parâmetros ligados a ação depressora do corpo nos animais em 30‘, 1, 2,
3 e 4hs (Tabela 2). Os animais foram pesados no 1º e 14º dia e diariamente medidos o consumo de
água e ração. No final do experimento foram coletado sangue para análises hematológicas e
bioquímicas, após a eutanásia os principais órgãos (coração, pulmão, fígado, baço e rins) dos
animais foram pesados.
Análise estatística
A análise do ensaio da toxicidade com Artemia salina, a DL50 ± desvio padrão, foi
realizada pelo método Probitos, utilizando o software STATPLUS® 2009, com 95% de intervalo de
confiança. Para a análise do ensaio da toxicidade aguda com ratos Wistar utilizou-se o programa
ASSISTAT 7.7, com valores expressos em média ± desvio padrão. As diferenças entre os grupos
machos/machos e fêmeas/fêmeas foram determinadas através da Análise de Variância (ANOVA) e
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Meyer et al. (1982) estabeleceram uma relação entre o grau de toxicidade e a dose letal
média, DL50, apresentada por substâncias bioativas e extratos de plantas em meio salino com
náuplios de A. salina, desde então, considera-se que quando são verificados valores abaixo de 500
μg mL-1 indica que o composto é tóxico, quando os valores de DL50 que variam entre 500 e 1000
de μg mL-1 denota-se moderada toxicidade e quando são encontrados valores acima de 1000 μg mL-
1
, estes, são considerados atóxicos. Baseada nessa relação, pode-se inferir que o leite de amendoim
125 e 250 g L-1 apresentou-se como atóxico por oferecer valor de DL50, respectivamente, de
1845,94±206,20 ug mL־¹e 1913,56±146,10 ug mL־¹ após 24 horas nas condições experimentais.
Tais dados toxicológicos, segundo Parra et al. (2001), podem ser correlacionados com testes de
toxicidade aguda oral em animais.
A média final de peso do grupo macho que recebeu extrato foi de 375,16 ± 26,14 g e a do
grupo controle 379,166 ± 23,33 g, não tendo diferido estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade, possuindo *CV% = 9,74 (Tabela 2).
Para análise de peso final das fêmeas, foi aplicado o mesmo teste utilizado nos machos, não
havendo diferença estatística entre si, possuindo CV% = 9,49 (Tabela 3).
Tabela 3 – Evolução dos pesos ponderal inicial e final dos grupos fêmeas
Para o peso dos órgãos fígado, rim e baço não foi observado diferenças significativas entre a
média de peso desses órgãos, em que os animais do grupo controle e experimental receberam 2000
mg kg-1 de extrato aquoso do amendoim (Tabela 4).
Para que o estudo tivesse maior grau de segurança e pudesse auxiliar no diagnostico de
diversas enfermidades, realizou-se avaliação bioquímica dos parâmetros sanguíneos TGO/TGP,
uréia e creatinas com o fim de se observar possíveis lesões no fígado e rim (Tabela 5 e 6).
Os valores de colesterol no grupo das fêmeas foram bastante semelhante ao grupo dos
machos com diferença de 5,23 mg dL-1 entre controle e experimental. Messias et al., (2010) em seu
estudo com análise toxicológico em fêmeas gestante mostra valores de colesterol superior ao
encontrado nesse estudo, o que pode ser justificado pelo tipo de alimentação oferecida aos animais.
Os valores de ureia e creatina não apresentaram diferença estatística entre os grupos, apesar dos
valores serem maiores para o grupo que consumiu o extrato aquoso de amendoim. Messias et al.,
(2010) encontraram valores inferiores aos desse estudo. Como os valores não apresentam diferença
entre os grupos, não é possível afirmar que lesões renais sejam observadas.
O consumo médio de ração entre os grupos estudados (Figura 3) apresentam similaridade
entre os valores (machos/machos, fêmeas/fêmeas) e, não foi observado em nenhum animal redução
de apetite diante a dieta.
Figura 3 – Consumo de alimento (média ± e.p.m.) entre ratos Wistar machos e fêmeas, sem e com extrato
aquoso de amendoim
REFERÊNCIAS
DISTASI, L. C. Plantas Medicinais – arte e ciência: Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo:
Editora UNESP.1996.
PARRA, A.L; YHEBRA, R.S; SANDIÑAS, I.G; BUELA, L.I. Comparative study of the assay of
Artemiasalina L. and the estimate of the medium letal dose (LD50 value) in mice, to determine
oral acute toxicity of plant extracts. Phytomedicine, n. 8. p. 395-400, 2001.
RESUMO
Ormosia fastigiata pertence à família Fabaceae cujas espécies geralmente apresentam sementes
com dormência física. A superação dessa dormência é imprescindível para que o processo
germinativo possa ocorrer e, assim mudas possam ser produzidas e utilizadas em programas de
recuperação de áreas degradadas. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influencia da escarificação
mecânica na superação da dormência das sementes da referida espécie. Foram realizados 3
tratamentos com 4 repetições de 15 sementes cada, sendo eles: com ausência de escarificação,
escarificação unilateral e bilateral. Os resultados demonstraram que as sementes escarificadas
bilateralmente obtiveram maior valor de germinabilidade (50%), em comparação com as sementes
que sofreram escarificação unilateral (27,50%); as sementes não escarificadas não germinaram. Não
foram encontradas diferenças significativas para o tempo médio e para a sincronia de germinação.
Essa metodologia se mostrou eficiente para a quebra da dormência das sementes e para a
conseqüente produção de mudas da espécie.
Palavras-chaves: Cerrado, dormência física, germinação, Ormosia
ABSTRACT
Ormosia fastigiata belongs to the Fabaceae family whose species bear seeds that generally exhibit
seed coat dormancy. This type of dormancy needs to be overcome so that seeds are able to
germinate and plants can be produced and used in reforestation programs. This study aimed at
evaluating the effect of mechanical scarification on the dormancy-breaking of O. fastigiata seeds.
Seeds were subjected to three treatments: unilateral scarification, bilateral scarification and the
control treatment consisted of non-scarified seeds. The results revealed that bilateral scarification
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 973
provided a higher germination percentage (50%) when compared to the unilateral treatment
(27.5%). Non-scarified seeds did not germinate. Regarding the mean germination time and
synchrony no statistical differences were detected. The methodology described in this investigation
was effective for breaking seed coat dormancy and for the consequent production of plants of O.
fastigiata.
Keywords: Cerrado, germination, Ormosia, seed coat dormancy
INTRODUÇÃO
Apesar de sua grande diversidade o Cerrado vem sendo gradativamente ameaçado pelo
crescimento acelerado do Brasil nas últimas décadas. No Estado do Tocantins, com o avanço da
fronteira agropecuária, da expansão imobiliária e de empreendimentos hidroelétricos, grandes faixas
de vegetação remanescentes de Cerrado, até hoje pouco estudadas, vem sendo suprimidas para
atender a esse desenvolvimento (AZEVEDO, 2008). Assim torna-se necessário estudar e encontrar
formas para preservar e/ou recuperar essas áreas.
Dentre os vários métodos utilizados para recompor a vegetação em áreas antropizadas, o
plantio de mudas é um dos mais praticados. Para isso é necessário uma eficiente produção de
plantas, uma vez que a demanda por mudas de espécies florestais, especialmente as nativas, tem
sido crescente (SILVA; MORAIS, 2013). A lista de espécies com potencial para recomposição de
florestas e áreas degradadas é extensa e vem ganhando importância em programas de revegetação
(VIEIRA et al., 2001), entretanto, segundo Galvão e Profírio-da Silva (2005) muitas espécies
nativas não têm sido incluídas em plantios heterogêneos por causa das dificuldades para a produção
de mudas. Neste sentido a formação de mudas a partir sementes é a método mais adequado e
recomendado para a recomposição de áreas degradadas, pois garantem uma variabilidade genética
dos indivíduos a serem utilizados para essa finalidade. Por essa razão, é essencial entender os
fatores que regulam a germinação de sementes para que se possa realizar o manejo adequado de
áreas revegetadas ou de conservação (GARCIA; JACOBI; RIBEIRO, 2007). Esses autores
destacam também que a germinação das sementes é uma das etapas de extrema relevância no ciclo
de vida das plantas, a qual permite tanto a distribuição das espécies como sua abundância nas
comunidades vegetais ao longo do tempo.
A estrutura morfológica da semente é um dos fatores limitantes associados ao processo
germinativo. Dentre esses fatores, aqueles relacionados ao tegumento são de extrema importância
para a germinação. As sementes de Ormosia fastigiata, espécie objeto do presente estudo, apresenta
dormência física (tegumento rígido) o que dificulta a entrada de água e gases; essa característica é
bastante comum em espécies da família Fabaceae (PEREZ, 2004). A espécie O. fastigiata ,
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A emergência das radículas das sementes de O. fastigiata ocorreu entre o 10º e o 20º dia
após a semeadura. Os valores médios dos parâmetros utilizados para avaliar o efeito da
escarificação mecânica na germinação dessa espécie estão expostos na Tabela 1.
No que se refere à germinabilidade observou-se que apenas as sementes escarificadas foram
capazes de germinar. Esse resultado corrobora o que foi afirmado por Perez (2004) para muitas das
espécies da família Fabaceae, ou seja, a presença de um tegumento rígido que dificulta ou impede,
em alguns casos, a germinação das sementes mesmo quando colocadas em condições ambientais
adequadas. A escarificação bilateral mostrou-se mais eficaz para o processo germinativo (50%) do
que a unilateral (27,5%). Embora esses dois níveis de escarificação tenham promovido o
rompimento dos tegumentos rígidos das sementes de O. fastigiata, a escarificação dupla
possivelmente proporcionou um maior fluxo de água para o interior da semente, como também
trocas gasosas mais expressivas, o que facilitou o processo germinativo, visto que esse nível de
escarificação favoreceu uma maior área de contato dos tecidos internos da semente com o meio
externo.
Tabela 1. Germinabilidade (G), Tempo Médio de Germinação (TMG) e Índice de Sincronização (IS) de
sementes de Ormosia fastigiata submetidas a diferentes níveis de escarificação mecânica. Valores seguidos
por letras iguais, na mesma coluna, não diferem entre si pelo teste de Dunn no nível de 5% de probabilidade.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GURSKI, C.; DIAS, E. D.; MATTOS, E. A. Caracteres das sementes, plântulas e plantas jovens de
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Communications in Plant Sciences, v. 02, n. 3-4, p. 105-107, 2013.
RESUMO
As perdas provocadas por fitopatógenos apresentam significativo efeito na economia, sendo um dos
fatores responsáveis pelo afunilamento retardador do desenvolvimento das indústrias tanto de frutas
como de hortaliças. Com isso varias técnicas vem sendo desenvolvidas visando tanto à redução
dessas perdas e também garantir a segurança alimentar dos consumidores. Métodos físicos,
químicos e biológicos vêm sendo empregados, como também o controle alternativo por indução de
resistência que envolve a ativação de mecanismos de defesa existentes, esta ativação pode ser
obtida pelo tratamento com agentes bióticos ou abióticos. Sendo importante salientar que tentativas
de controle de doenças pós-colheita em frutas têm que ser feita desde o campo ate o consumidor
final, baseando-se em informações suficientes sobre os patógenos, senão podem levar a pouca ou
nenhuma redução do problema, bem como elevarem os custos sem um aumento substancial na
qualidade dos produtos.
Palavras – Chave: Biotecnologia, qualidade, fitopatologia, frutos e hortaliças
ABSTRACT
Losses caused by plant pathogens have significant effect on the economy, one of the factors
responsible for retarding the development of bottleneck of both fruits and vegetable industries. Thus
several techniques have been developed targeting both the reduction of these losses and also ensure
food safety for consumers. Physical, chemical and biological methods have been used, as well as an
alternative control for induction of resistance that involves the activation of existing defense
mechanisms, this activation can be achieved by treatment with biotic or abiotic agents. Is important
to note that attempts to control postharvest diseases in fruits have to be made from the field until the
INTRODUÇÃO
São produtos que podem ser chamado de indutores ou eliciadores que agem estimulando a
produção de compostos do metabolismo secundário e proteínas relacionadas à patogênese,
responsáveis pela defesa natural dos vegetais, não só com relação aos patógenos, como também aos
insetos. Podem ser relacionados como produtos de ação indutora a proteína harpina e o acibenzolar-
S-metil (DURRANT; DONG, 2004).
Os indutores de resistência em vegetais podem ser classificados em bióticos e abióticos, de
acordo com seu modo de ação indutora. Indutores bióticos são organismos vivos, ou partes dos
mesmos, que desencadeiam processos de defesa, com ação sistemica ou localizados nos vegetais.
Os indutores abióticos podem ser moléculas sintéticas que mimetizam o sinal do Patolino, ativando
genes relacionados à defesa, aumento na produção de metabolitos secundários como compostos
fenólicos, fitoalexinas e o acido salicílico, ou ainda ferimentos, estresses por temperatura, radiação
UV ou salinidade (ATHAYDE SOBRINHO; FERREIRA; CAVALCANTI, 2005).
Dentre os indutores bióticos, podem-se citar a proteína harpina (QUI; CLAYTON, 2002a;
DANNER et al., 2008), a quitosana (HAHN, 1996; MAZARO et al., 2008), os extratos vegetais
e/ou microbianos (SANTOS et al., 2007; SILVA; PASCHOALATI; BEDENDO, 2007; YESIL-
CELIKTAS et al., 2007); dentre os abióticos, o acibenzolar-S-metil (ASM) (SILVA;
PASCHOLATI; BEDENDO, 2007; DANNER et al., 2008; MAZARO et al., 2008), kaolin
(TUBAJIKA et al., 2007), o silicato de potássio (CARRE-MISSIO et al., 2006), e o oxicloreto
nítrico (DIAS; RANGEL, 2007). Alguns desses eliciadores mimetizam o ataque de fitopatógenos, e
dessa forma desencadeiam uma cascata de sinais para indução de defesa (ZHANG et al., 2004).
Os elicitores de origem biótica são microrganismos como leveduras, bactérias, isolados não
patogênicos e componentes microbianos capazes de induzir reações de defesas em frutas (EL-
GHAOUTH et. al., 2003; OLIVEIRA et al., 2004). Alguns produtos contendo elicitores bióticos
estão disponíveis comercialmente no Brasil para uso em pós-colheita, tais como Aspire® (à base de
Candida oleophila Montrocher), Agro-Mos® (mananoligossacarídeo da parede da levedura
Saccharomyces cerevisae Meyen ex Hansen 1026) e MessengerTM (proteína harpinahrpN de
Erwinia amylovora (Burril) Wislow et al.), e são considerados indutores de resistência (DANTAS
et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2004).
A utilização de indutores abióticos como o ácido ß-aminobutírico (BABA), ácido jasmônico,
metil jasmonato, quitosana e o Acibenzolar-S-metil (ASM) tem sido eficiente em potencializar ou
manter a resistência natural dos produtos colhidos (OLIVEIRA et al., 2004). Frutas de mamoeiro
tratadas em pré e pós-colheita com ASM apresentaram maior deposição de lignina e maior atividade
de PR-proteínas (DANTAS et al, 2004). O estimulo da biossíntese de flavonóides e fitoalexinas e
Em frutos maracujazeiro tratados com ASM, BABA e JM, pode-se observar que indutores
não conseguiram ativar as respostas fenotípicas de resistência, porem o ASM e JM mostraram uma
redução no crescimento inicial de Colletotrichum sp., mas não afetaram a germinação de conídios.
Muitos autores relatam que para o ASM se mostrar eficiente na indução de resistência a doenças
pós-colheita, o mesmo tem que ser aplicado antes da colheita (ALMEIDA; COELHO, 2006).
Camili at al., (2007), avaliando o controle de Botrytis cinerea em uva ‗Itália‘, utilizando a
submersão em quitosana, observaram que a solução de quitosana, nas concentrações de 1,5 e 2,0 %
(v/v), quando empregada após a inoculação com Botrytis cinerea, reduziu significativamente o
índice de doença, no entanto, quando os cachos foram tratados antes da inoculação, não houve
efeito significativo do tratamento sobre o desenvolvimento da doença. Nos ensaios in vitro, a
solução de quitosana, nas maiores concentrações, suprimiu o crescimento micelial do patógeno e
retardou a germinação dos conídios. Por outro lado Blum et al., (2007) ao trabalhar com frutos de
macieira dos cultivares ‗Fuji‘ e ‗Gala‘, observaram que os tratamentos das mesmas com diferentes
formulações de Fosfitos, foi eficiente na redução de incidência de mofo-azul nas maçãs, com as
formulações fosfito-K (0,75 a 1,5 mL.L-1) e fosfito-CaB (1,5 a 3,0 mL.L-1) sendo as mais eficientes,
mesmo quando comparado com o fungicida tradicional não mais comercializado benomil (150
mg.L-1).
O uso de tratamento hidrotérmico associado a indutores de resistências, mostrou-se eficiente
no manejo pós-colheita da antracnose em frutos de goiabeira, em que a menor severidade da doença
foi apresentado utilizando-se o Agro-Mos, e os tratamentos hidrotérmicos 47 e 50 °C independente
do uso de indutores propiciou menor incidência desta doença (PESSOA et al., 2007).
A irradiação UV-C é considerada uma alternativa importante no controle das podridões em
frutos, mas Bassetto et al., (2007), observaram que a exposição dos fungos a diferentes doses de
UV-C não foi eficaz no controle a podridão parda em pêssegos, apresentando apenas pequena
redução na podridão mole, quando aplicada em controle curativo.
A aplicação dos eliciadores à base de acibenzolar-S-metil e proteína harpina, em pós-
colheita de pêssegos, ativa mecanismos relacionados à resistência dos frutos a Monilinia fructicola,
podendo contribuir no manejo integrado da podridão parda em pêssegos, além de aumenta os teores
de proteínas totais, açúcares totais e redutores, fenóis totais e a atividade da fenilalanina amônia-
liase, que relaciona-se com a redução da área lesionada em pêssegos. Os eliciadores podem
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BASSETTO, E.; AMORIM, L.; BENATO, E. A.; GONÇALVES, F. P.; LOURENÇO, S. A.. Efeito
da Irradiação UV-C no Controle da Podridão Parda (Monilinia fructicola) e da Podridão Mole
(Rhizopus stolonifer) em Pós-Colheita de Pêssegos. Fitopatol. Bras. 32(5), set - out 2007
BLUM, L. E. B.; AMARANTE, C. V. T.; DEZANET, A.; LIMA, E. B.; HACK NETO, P.;
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RESUMO
A Talisia esculenta (A.St.-Hil.)Radlk., pertencente à família da Sapindaceae é originária do Brasil.
A árvore dessa espécie, popularmente conhecida como pitombeira, apresenta porte lenhoso, com
altura entre seis e doze metros e tronco entre 30 e 40 cm de diâmetro. A pitombeira tem preferência
por solos férteis, bem adubados e irrigados periodicamente. O estudo foi realizado na casa de
vegetação do Laboratório de Biotecnologia de Conservação de Espécies Nativas da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Os substratos utilizados foram: Húmus; areia barrada; areia e
vermiculita respectivamente T1, T2, T3 e T4. A análise estatística dos dados foi feita por
delineamento experimental inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições de
25 sementes, totalizando 100 sementes por cada tratamento. Os parâmetros analisados foram
porcentagem de emergência, índice de velocidade de emergência e tempo médio de germinação,
comparado pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Com relação à taxa de germinação, a
porcentagem de emergência, o tratamento T4 (62%) apresentou o melhor resultado seguido de T3
(50%). Em relação ao índice de velocidade de emergência o substrato areia e vermiculita,
apresentaram maior velocidade de germinação. E para tempo médio de germinação os tratamentos
foram estatisticamente iguais, entretanto a vermiculita registrou o menor valor (8 dias), diminuindo
o tempo médio de germinação das sementes. De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que
o substrato analisado influencia na germinação da pitomba. No entanto, para teste de germinação,
sugere-se utilizar a vermiculita para otimizar a emergência e produção de plântulas dessa espécie
como fonte de explantes para trabalhos de micropropagação.
Palavras-chave: Plântulas; Teste de germinação; Cultura de tecidos.
ABSTRACT
The Talisia esculenta (A.St.-Hil.) Radlk. belonging to the Sapindaceae family is originally from
Brazil. The tree of this species, popularly known as pitombeira presents woody size, with height
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 990
between six and twelve meters and trunk between 30 and 40 cm in diameter. The pitombeira prefers
fertile soil, well fertilized and watered regularly. The study was conducted in the greenhouse of the
Biotechnology Laboratory for Conservation of Native Species Federal Rio Grande do Norte
University(LABCEN). The substrates used were: Humus; Barred sand; sand and vermiculite
respectively T1, T2, T3 and T4. Statistical analysis of data was done by completely randomized
design with four treatments and four replications of 25 seeds, totaling 100 seeds per treatment. The
parameters analyzed were the percentage of emergence, speed of emergence and mean germination
time compared by Tukey test at 5% of probability. Respecting the rate of germination, emergence
percentage, the treatment T4 (62%) showed the best results followed by T3 (50%). Regarding the
speed of emergence index, sand and vermiculite substrate showed higher germination rate. For
average time of germination, treatments were statistically equal, however vermiculite recorded the
lowest value (8 days), decreasing the average time of germination. According to the results, we
found out that the substrate influences pitomba in germination. However, for the germination test,
we suggeste the using of vermiculite to optimize production and seedling emergence of this species
as a source of explants for micropropagation research.
Keywords: Seedlings; Germination test; Tissue culture.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Biotecnologia de
Conservação de Espécies Nativas (LABCEN), do Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia,
Centro de Biociências, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, situada a 5o 50‘ 31'‘
latitude sul e 35º 12‘ 7‘‘ longitude Oeste, e altitude média de 50 m, no período de julho a setembro
2014.
Os frutos maduros foram obtidos de árvore-matriz localizada no município de Macaíba do
Rio Grande do Norte, em junho de 2014. Os frutos foram despolpados manualmente logo após a
secagem das sementes foram selecionados aqueles visualmente sadios. As sementes não passaram
por tratamentos pré-germinativos.
A semeadura foi realizada no dia 09 de julho de 2014 em bandejas de isopor, com 100
células, e colocadas em casa vegetação, coberta com telado (50% de sombreamento). As sementes
permaneceram durante 30 dias em regime de rega diária. Os substratos utilizados foram: T1-
húmus; T2- areia barrada e T3- areia e T4 vermiculita (Figura 1). A temperatura média diária foi de
25ºC, média das máximas de 29o C e médias das mínimas de 23º C. A média diária de umidade
relativa do ar foi de 76 %.
A análise estatística dos dados foi feita por delineamento experimental inteiramente
casualizado, com quatro tratamentos e quatro repetições de 25 sementes, totalizando 100 sementes
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 992
por cada tratamento. Os parâmetros avaliados foram: porcentagem de emergência (%); Para a
avaliação da emergência total de plântulas em porcentagem, índice de velocidade de emergência
(IVE) e o tempo médio de germinação (TMG), foram feitas observações diárias durante trinta dias,
iniciando-se a partir do 25º dia após a semeadura, quando da emergência do hipocótilo sobre o
substrato.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, empregando-se o teste F a 5% e
para o contraste das médias utilizou-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade, pelo programa
ASSISTAT versão 7.6 beta.
RESULTADO E DISCUSSÃO
A germinação das sementes se iniciou aos 25 dias sendo acompanhados até os 55 dias após a
semeadura. Com relação à taxa de germinação, observa-se na tabela 1 que os substratos: húmus
(4%), areia barrada (39%), areia (50%) e vermiculita (62%), houve diferença significativa quando
compararam os substratos, constatado que na areia e na vermiculita proporcionaram as sementes
taxa elevadas de germinação (variando entre 50 e 62%). Também foi constatado que no substrato
húmus apresentou a menor porcentagem de germinação.
O substrato vermiculita, apresentou maior taxa de germinação, embora não tenha diferido
significativamente em relação à areia. A vermiculita é um substrato comumente utilizado para a
produção de mudas de espécies florestais e também poderia ser utilizada nos laboratórios de análise
de sementes para instalação do teste de germinação, por apresentar vantagens como: fácil obtenção,
viabilidade econômica, uniformidade na composição química e granulométrica, porosidade,
capacidade de retenção de água e baixa densidade (FIGLIOLIA; OLIVEIRA; PIÑA RODRIGUES,
1993; MARTINS; BOVI; SPIERING, 2009).
Em relação ao índice de velocidade de emergência (IVE) (tabela 1), as combinações ideais
testadas, os substratos vermiculita (3,9) e areia (2,3) proporcionaram às sementes índices maiores de
velocidade de germinação seguidos pelo areia barrada (1,1) e húmus (0,07).
Os tempos médios de germinação (TMG) (Tabela 1) observou-se que não houve diferença
significativa entre os substratos T1 (8,2 dias), T2 (16,7 dias) T3 (11dias) e T4 (8 dias). Os
resultados indicam que mesmo os substratos não tendo diferido entre si, a mistura da vermiculita
diminuiu o tempo de germinação das sementes, aumentando sua uniformidade. Quanto menor o
tempo médio mais vigorosa a amostra (RODRIGUES et al., 2007).
Figura 1: Germinação de sementes da pitomba nos substratos: Húmus; Areia Barrada; Areia; Vermiculita,
respectivamente.
Os resultados para este trabalho vão de acordo com Coelho et al. (2010) em estudos com
sementes de M. pubescens St. Hil., em que o substrato terra-preta + vermiculita proporcionou
97,5% de emergência, embora não tenha diferido significativamente dos substratos terra preta
(77,5%), vermiculita (85%) e terra preta + areia (87,5%), enquanto a areia foi o pior substrato com
70% de emergência.
Pudemos observar neste trabalho coincidência com os estudos de Ochroma pyramidale
(Cav. ex Lam.) Urb., o menor tempo médio foi verificado no substrato vermiculita, segundo Alvino;
Rayol (2007), apresentando diferenças significativas em relação aos demais tratamentos, revelando
existir uma distribuição extensa da germinação no tempo e no espaço.
Quanto ao índice de velocidade de emergência neste trabalho ocorreu algo similar ao
observado por Coelho et al., (2010) em estudos com sementes de M. pubescens St. Hil., em que os
substratos areia, terra-preta e terra-preta + areia se destacaram. Certamente houve diferença na
CONCLUSÃO
Diante das avaliações realizadas, constatou-se que os substratos analisados não influenciam
na germinação de Talisia esculenta (A.St.-Hil) Radlk. No entanto, para teste de germinação dessa
espécie, sugere-se utilizar a vermiculita para otimizar a emergência e produção de plântulas como
fonte de explantes para trabalhos de micropropagação.
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RESUMO
A produtividade das culturas varia consideravelmente e vários são os fatores que contribuem para
isso, com destaque para água, considerada o recurso mais limitante para a produtividade agrícola
mundial. A água, por desempenhar diversas funções com grande significância fisiológica na planta,
quando pouco disponível ou ausente, provoca danos drásticos no metabolismo do vegetal, incluindo
mudanças morfológicas (altura, diâmetro basal, biomassa total, área foliar, razão entre raiz e parte
aérea, razão entre área foliar e caule) e fisiológicas (eficiência no uso da água, potencial osmótico,
condutância estomática, taxa de crescimento, transpiração, fotossíntese, potencial hídrico foliar),
que variam em função da intensidade e duração do deficit, da espécie, do genótipo e do estádio de
desenvolvimento da planta. A compreensão de como o estresse hídrico influencia o comportamento
morfofisiológico dos vegetais é de grande relevância para garantir a expansão das diferentes
culturas agrícolas e florestais sob condições hídricas limitantes, favorecendo a seleção e o
desenvolvimento de materiais genéticos mais tolerantes a períodos prolongados de deficit hídrico.
Palavras-chaves: Falta d‘água, vegetais, morfofisiologia.
ABSTRACT
The crop yield varies considerably and there are several factors that contribute to it, especially
water, considered the most limiting resource for world agricultural productivity. Water, that
performing various important physiological significance functions in the plant, when little available
or absent, causes drastic damage in the plant metabolism, including morphological alterations
(height, basal diameter, total biomass, leaf area, roots and shoots ratio, leaf area and stem ratio) and
physiological adaptations (water use efficiency, osmotic potential, stomatal conductance, growth
rate, transpiration, photosynthesis, leaf water potential), which vary depending on the deficit
intensity and duration, plant species, genotype and developmental stage. Understanding how water
stress influences the morphophysiological behavior of vegetables is extremely important to ensure
INTRODUÇÃO
A produtividade das culturas varia consideravelmente e vários são os fatores que contribuem
para isso, entre eles, radiação solar, disponibilidade de água, temperatura e umidade do ar
(PEREIRA; ANGELOCCI; SENTELHAS, 2002). Dentre esses fatores, a disponibilidade de água
merece destaque, uma vez que todos os processos fisiológicos das células vegetais são direta ou
indiretamente afetados pelo fornecimento de água, sendo considerada o principal constituinte dos
vegetais e o recurso mais limitante para a produtividade agrícola (TAIZ; ZAIGER, 2009). Logo,
uma pequena diminuição na disponibilidade de água no solo pode causar danos drásticos no
metabolismo da planta (HSIAO; ACEVEDO, 1974; LARCHER, 2006; TAIZ; ZAIGER, 2009),
afetando negativamente o seu crescimento, desenvolvimento e produtividade (SINCLAIR;
LUDLOW, 1986; SANTOS; CARLESSO, 1998; CHAVES; FLEXAS; PINHEIRO, 2009).
A água desempenha diversas funções com grande significância fisiológica na planta, como
por exemplo, afeta a viscosidade e a permeabilidade do protoplasma e a atividade das enzimas
envolvidas; afeta a divisão e o crescimento (expansão) celular; é reagente e produto da atividade
fotossintética; é fonte de elétrons, após a ativação da clorofila pela luz para produzir energia
química; é reagente básico nas reações de hidrólise e de ionização; é produto final da atividade
respiratória; é meio de transporte de solutos e gases; influi na turgescência; participa nos processos
de abertura e fechamento dos estômatos; atua na termorregulação e afeta a translocação de
assimilados (KRAMER; BOYER, 1995; CASTRO; KLUGE; PERES, 2005; MARENCO; LOPES,
2005; KERBAUY, 2008; TAIZ; ZAIGER, 2009; VIEIRA et al., 2010).
Na maioria das culturas, as respostas ao deficit hídrico são altamente complexas, dependem
da intensidade e duração do deficit, da espécie, do genótipo e do estádio de desenvolvimento da
planta (SANTOS; CARLESSO, 1998; PIMENTEL, 2004; RODRIGO, 2007; TAIZ; ZEIGER,
2009) e abrangem vários aspectos, incluindo mudanças morfológicas (altura, diâmetro basal,
biomassa total, área foliar, razão entre raiz e parte aérea, razão entre área foliar e caule e densidade
da área foliar) e mudanças fisiológicas (eficiência no uso da água, potencial osmótico, condutância
estomática, taxa de crescimento, transpiração, fotossíntese, potencial hídrico foliar) (LI; WANG,
2003; MERCHANT et al., 2007; COOPMAN et al., 2008; PEREIRA et al., 2010).
Segundo Taiz e Zeiger (2009), o deficit hídrico pode ser definido como todo o conteúdo de
água de um tecido ou célula que está abaixo do conteúdo de água mais alto exibido no estado de
maior hidratação. O seu efeito sobre o vegetal é muito variado e depende do genótipo, da duração,
da intensidade e do estádio de desenvolvimento da planta (KRAMER; BOYER, 1995; BRAY,
1997; SANTOS; CARLESSO, 1998; PIMENTEL, 2004; RODRIGO, 2007; TAIZ; ZEIGER, 2009).
Três mecanismos podem auxiliar a planta a resistir à deficiência hídrica: 1) retardo da
desidratação (adiamento da diminuição dos valores de potencial hídrico do protoplasma), o que
pode ser conseguido através do aperfeiçoamento da absorção de água (sistemas radiculares
dispersos e profundos) e da capacidade de condução de água (alargamento da área do sistema
vascular e redução da distância de transporte), pela redução da perda de água (folhas cutinizadas,
adequado controle estomático da transpiração) e pelo armazenamento de água (suculência); 2)
tolerância à desidratação (capacidade de manter suas funções mesmo sob potenciais hídricos
baixos), nesse caso específico, a planta depende fortemente de sua capacidade de ajuste osmótico
(mecanismo que facilita um gradiente osmótico favorável para manutenção do turgor da célula por
meio do acúmulo de solutos) (KOPPENAAL et al., 1991), associada a alterações na elasticidade da
parede celular e 3) escape à seca, que engloba espécies que programam o crescimento e reprodução,
de maneira que ambos ocorram em períodos com suficiente disponibilidade de água (LARCHER,
2006; TAIZ; ZEIGER, 2009).
Quando o deficit hídrico apresenta evolução lenta, o seu primeiro efeito biofísico
significante consiste na redução da turgescência celular, caracterizada pela diminuição do volume
celular, contração das células, afrouxamento das suas paredes e o consequente murchamento foliar.
Esse primeiro efeito compromete o crescimento da planta, uma vez que a diminuição do turgor afeta
diretamente a expansão foliar e alongamento das raízes e controla a abertura estomática necessária
para o influxo de CO2, requerido no processo fotossintético e no crescimento (GHOLZ, 1990;
LARCHER, 2006; TAIZ; ZEIGER, 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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RESUMO
A cultura do maracujazeiro tem destaque medicinal, comercial e ornamental. A autoclavagem é
uma técnica bastante dispendiosa em termos de energia e, além disso, pode acarretar a perda de
componentes do meio de cultura, como a sacarose. Com isso, novas técnicas de esterilização estão
sendo estudadas para a redução de gastos e de danos ao meio nutritivo. O objetivo deste trabalho foi
comparar os tipos de esterilização química e física na cultura do maracujazeiro (Passiflora edulis
f.flavicarpa Degener) in vitro. Para tanto, foi montado um experimento com delineamento
inteiramente casualizado, constando de 7 tratamentos e 10 repetições. A esterilização do meio
nutritivo ½ MS foi realizada quimicamente (0,0 (controle positivo); 0,05; 0,15; 0,25; 0,35 e 0,45 %
de hipoclorito) e fisicamente por meio de autoclavagem (controle negativo). As sementes foram
desinfestadas e inoculadas sob assepsia total, em câmara de fluxo laminar. As variáveis analisadas
foram: contaminação, germinação e crescimento de plântula. Houve contaminação no controle
positivo e nos tratamentos 0,05 e 0,15% de hipoclorito. As concentrações de 0,25, 0,35 e 0,45% de
hipoclorito não diferiram do controle negativo, em relação à contaminação. As médias da
germinação não diferiram entre si. O crescimento de plântulas foi melhor observado no tratamento
que continha 0,45% de hipoclorito de sódio, sendo possível a substituição da autoclavagem do meio
por este tratamento.
Palavras-chaves: hipoclorito, autoclavagem, maracujazeiro
ABSTRACT
The passion fruit plant has highlighted as a medicinal, commercial and ornamental. The autoclaving
is a technique quite expensive in terms of energy and also can lead to loss of culture medium
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância nos mostra que houve significância apenas para as variáveis
contaminação e crescimento de plântulas em relação aos tratamentos (Tabela 1).
Crescimento de
Fonte de variação (FV) GL Contaminação Germinação
plântulas
Tratamentos 6 0,2009* 0,0395ns 3,7647*
Resíduo 63 0,3105 0,0263 1,3868
Total 69
Média Geral 0,818 1,1655 1,6904
Coeficiente de variação
(%) 21,5425 13,934 69,6667
De acordo com a Tabela 2 pode-se observar que existem diferenças estatísticas entre os
tratamentos para as variáveis contaminação e crescimento. Para a variável contaminação, nota-se
que as médias dos tratamentos 1, 4, 5, 6 e 7 não diferem estatisticamente a nível de 5% de
probabilidade. Contudo, observa-se que os tratamentos com hipoclorito de sódio a partir de 0,05%
aparentemente tem efeito positivo sobre o crescimento das plântulas in vitro (Figura 1).
Médias1
Tratamentos Contaminação Germinação Crescimento
1 - Autoclave 0,7071b 1,2247a 1,4588ab
2 - Sem esterilização 1,0177a 1,1212a 0,9649b
3 - 0,05% NaOCl 0,9659a 1,1212a 1,3139ab
4 - 0,15% NaOCl 0,9141ab 1,1729a 2,1482ab
5 - 0,25% NaOCl 0,7071b 1,0694a 1,3841ab
6 - 0,35% NaOCl 0,7071b 1,2247a 1,7644b
7 - 0,45% NaOCl 0,7071b 1,2247a 2,7987a
Figura 1. Germinação de sementes de maracujazeiro azedo in vitro sob diferentes tipos de esterilizações do
meio nutritivo. T1, controle (esterilização física); T2 a T7, diferentes concentrações de hipoclorito de sódio:
T2 - 0,0; T3 - 0,5; T4 - 0,15; T5 - 0,25; T6 - 0,35; e T7 - 0,45%.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos neste trabalho, conclui-se que a utilização de hipoclorito de
sódio a 0,45% no meio nutritivo, além de favorecer a não-contaminação das culturas, não prejudica
na germinação e auxilia no desenvolvimento de plântulas do maracujazeiro (Passiflora edulis f.
flavicarpa Degener).
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RESUMO
A espécie (Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. F. ex S. Moore) é da Família
Bignoniacea, ocorre em comunidades complexas na Região Amazônica, Nordeste, Centro-Oeste e
Sudeste, em diversas formações vegetacionais. A crescente demanda por mudas de espécies nativas,
para atender as necessidades da arborização urbana, restauração florestal, recuperação de áreas
degradadas e exploração madeireira requer esforços da pesquisa na busca na definição de métodos e
técnicas de produção de mudas com alto padrão e, com custos compatíveis com a realidade
brasileira. Os biofertilizantes tem se destacado na produção agrícola familiar, por serem de fácil
obtenção, com elevado potencial para favorecer a nutrição de plantas obtida basicamente a partir de
materiais orgânicos, através do processo de estabilização por meio aeróbios ou anaeróbios. O
experimento foi desenvolvido no período de dezembro a maio de 2014 em casa de vegetação no
Departamento de Ciências Ambientais, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA),
situado no município de Mossoró, RN. Utilizou-se DIC, em esquema fatorial 5x2, sendo o primeiro
fator equivalente a aplicação via foliar de biofertilizante (0, 7,5, 15,0, 22,5 e 30%) em dois
intervalos de aplicação (7 e 14 dias). Os devidos tratamentos foram dispostos em quatro repetições,
totalizando, assim quarenta unidades experimentais, contendo cada uma cinco plantas, das quais
três foram utilizadas na obtenção de dados. Aos 150 dias após a semeadura, as plantas foram
analisadas quanto aos seguintes parâmetros de crescimento: altura de planta (H), diâmetro do caule
(DC), número de folhas (NF), massa fresca radicular (MFR), massa fresca aérea (MFA), massa
fresca total (MFT), massa seca aérea (MSA), massa seca radicular (MSR) e massa seca total (MST).
ABSTRACT
The species (Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. F. ex S. Moore) is the Family
Bignoniacea occurs in complex communities in the Amazon, Northeast, Midwest and Southeast, in
different vegetation formations. The growing demand for seedlings of native species, to meet the
needs of urban forestry, forest restoration, reclamation and logging requires research efforts in
finding the definition of methods and techniques of production of seedlings with high standard and
with cost compatible with the Brazilian reality. Biofertilizers has excelled in produação family
farm, being easy to obtain, with high potential to foster plant nutrition obtained largely from organic
material through the process of stabilization by aerobic or anaerobic environment. The experiment
was conducted in the period from December to May 2014 in a greenhouse at the Department of
Environmental Sciences, Federal Rural University of Semi-Arid (UFERSA), located in the city of
Natal, RN. DIC was used in 5x2 factorial design, with the first factor equivalent to foliar application
of biofertilizers (0, 7.5, 15.0, 22.5 and 30%) in two ranges of application (7 and 14 days) . Proper
treatments were arranged in four replications, totaling just forty experimental units, each containing
five plants, three of which were used to obtain data. At 150 days after sowing, the plants were
analyzed for the following growth parameters: plant height (H), diameter (DC), number of leaves
(NL), root fresh weight (MFR), air fresh (MFA), total fresh matter (MFT), shoot dry mass (MSA),
root dry mass (RDM) and total dry mass (MST). The use of biofertilizers foliar application in the
averaged concentration of 30% did not improve the biometric characteristics evaluated in seedlings
of Tabebuia aura.
Keyword: Craibeira; Native plants, Environmental restoration, organic fertilization
INTRODUÇÃO
Recentemente, a preocupação mundial com relação à qualidade ambiental tem se mostrado
cada vez mais freqüente. Isso faz com que ocorra um aumento na demanda de serviços e produtos,
em especial a produção de mudas de espécies florestais para a recuperação de áreas degradadas por
meio da restauração florestal. Esta demanda crescente observada nos últimos anos, mostra a
necessidade do desenvolvimento de pesquisas que otimizem a produção de mudas, a baixo custo, e
com qualidade morfofisiológica capaz de atender aos objetivos dos plantios (LELES et al., 2006
citado por BOTELHO, 2011 ).
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido no período de dezembro a maio de 2014 em casa de
vegetação no Departamento de Ciências Ambientais, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido
(UFERSA), situado no município de Mossoró, RN (5°11‘S, 37°20‘W e 18 m). O clima da região,
na classificação de Köppen, é do tipo BSwh, (quente e seco), com precipitação pluviométrica
bastante irregular, média anual de 673,9 mm; temperatura média de 27°C e umidade relativa do ar
média de 68,9% (CARMO FILHO & OLIVEIRA, 1995).
Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5x2, sendo o
primeiro fator equivalente a aplicação via foliar de biofertilizante (0, 7,5, 15,0, 22,5 e 30%) em
diferentes intervalos de aplicação (7 e 14 dias). Os devidos tratamentos foram dispostos em quatro
repetições, totalizando, assim quarenta unidades experimentais, contendo cada uma cinco plantas,
das quais três foram utilizadas na obtenção de dados.
As sementes foram coletadas em matrizes previamente selecionadas nas proximidades do
campuns da UFERSA em Mossoró.
O biofertilizante utilizado foi proveniente de um biodigestor modelo indiano localizado na
Escola Família Agrícola Dom Fragoso em Independência, CE. Utilizando como fonte de matéria-
prima, esterco fresco de bovinos. A produção do biofertilizante ocorreu aos 35 dias. Logo após
foram coado e armazenado em garrafas plásticas (Pet) mantida em abrigo arejado.
As mudas de T. aurea resultaram da semeadura de duas sementes sem tratamentos pré-
germinativo em sacos de polietileno preto com volume de 120 cm³. Após a germinação realizou-se
desbaste deixando apenas uma planta por saco.
A pulverização com a solução de biofertilizante foi realizada sempre no final da tarde, com
pulverizador manual com capacidade para um litro, sendo que a primeira puverização foi realizada
30 dias após a emergência das plantas.
Aos 150 dias após a semeadura, as plantas foram analisadas quanto aos seguintes parâmetros
de crescimento: altura de planta (H), diâmetro do caule (DC), número de folhas (NF), massa fresca
radicular (MFR), massa fresca aérea (MFA), massa fresca total (MFT), massa seca aérea (MSA),
massa seca radicular (MSR) e massa seca total (MST).
Para a variável H foi medida com auxílio de uma régua graduada, tomando como referência
a distância do coleto até a gema apical e os valores expressos em centímetros (cm). A determinação
do DC foi realizada com auxilio de um paquímetro digital, efetuando a leitura sempre com
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referencia o coleto das mudas e os valores expressos em milímetros (mm). Para o NF definitivas foi
realizado a contagem, com resultados expressos em (unidade planta-1). As plantas foram colhidas e
subdivididas em raízes e parte aérea, lavadas em água, pesadas a parte a aérea e radicular em
balança analítica para determinação da MFA e MFR e pelo somatório determinou-se a MFT, em
seguida cada uma dessas partes foi acondicionada em saco de papel e colocada em estufa regulada a
65ºC por 48 horas. Depois de secas, foram pesadas em balança analítica com precisão de 0,01 g
para derteminação da MSA e MSR, pelo somatório das duas, calculou-se MST, e os dos expressos
em (g).
Os resultados foram submetidos à análise de variância, realizando-se a regressão polinomial
testando-se os modelos lineares, quadráticos e, sendo escolhidos os modelos significativos e que
apresentaram o maior valor de correlação com as medias, observando-se a significância do teste F.
As análises foram realizadas utilizando o programa estatístico Sistema para Análise de Variância -
SISVAR (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A analise estatística revelou que não houve diferença significativa para as variavel altura das
plantas (H), em função da concentração de biofertilizante aplicado via foliar em intervalos de 7 e 14
dias, tendo sido observado o valor médio de 30,30 e 30,01 cm de altura respectivamente para os
dois intervalos estudados (Figura1 A). Soares et al. (2014), pesquisando emergência e
desenvolvimento inicial de plântulas de cupuaçu em substrato enriquecido com biofertilizante
observaram que, para a altura da planta houve efeito significativo das doses de biofertilizante sendo
esta de ordem linear negativa, ou seja, conforme se aumentou a dose de biofertilizante houve
redução no crescimento em cm das plantas. Resultados semelhantes foram obtidos por Mesquita et
al. (2012), em trabalho desenvolvido com produção de mudas de nim sob irrigação suplementar
com águas salinas, biofertilizante e drenagem constaram que as mudas de nim tiveram altura
aumentada de 16,61 para até 38,28 cm, ambas as situações, em solo sem e com insumo orgânico.
Já para a variável diamentro de colo verificou-se que as concentrações estudadas não
proporcionou aumento dessa variável nos intervalos avaliados, a média geral encontrada foi de 7,44
e 7,06 mm senquencialmente para 7 e 14 dias (Figura B). Resultado diferentes foram obtidos por
Soares et al. (2014), que ao pesquisar a emergência e desenvolvimento inicial de plântulas de
cupuaçu em substrato enriquecido com biofertilizante, constataram que para DC, a regressão de
ordem quadrática foi significativa com a dose recomendada de 30 mL de biofertilizante. Diniz Neto
et al. (2014), em trabalho desenvolvido com mudas de oiticica (Licania rígida) irrigadas com águas
salinas no solo com biofertilizante bovino e potássio, verifiram que os DC nas plantas do solo com
biofertilizante bovino, mesmo não se ajustando a nenhum modelo de regressão em função da
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salinidade das águas com média de 5,23 mm, foram significativamente superiores aos das plantas
do solo sem o insumo orgânico.
Para o numero de folhas verificou que também não houve efeito significativo, em
decorrencia da aplicação de biofertilizante, foram encontrados valores médios de 19,35 e 17,98
unidade de planta-1 para intervalos de 7 e 14 dias respectivamente (Figura C). Resultados
semelhantes foram encotrados por Lira et al. (2010), ao avaliarem a fitomassa de mudas de pinhão
manso (Jatropha curcas L.) sob diferentes dosagens de biofertilizante, onde observaram que as
plantas adubadas com crescentes dosagens de biofertlizante não apresentaram efeitos significativos.
80 18
70 A 16
B
60 14
50 12
10
40
8
30
6
20 7ymédio = 30,30 7ymédio = 7,44
4
10 14ymédio = 30,01 2 14ymédio = 7,06
0 0
0 7,5 15 22,5 30 0 7,5 15 22,5 30
Doses de biofertilizante (%) Doses de biofertilizante (%)
45
40 C
Número de folha (unid.)
35
30
25
20
15
10 7ymédio = 19,35
5 14ymédio = 17,98
0
0 7,5 15 22,5 30
Doses de biofertilizante (%)
Figura 1: Altura de planta (A), diâmetro de caule (B) e número de folha (C) de mudas de Craibeira com
diferentes intervalos de aplicação em função de doses de urina de vaca via foliar. UFERSA, Mossoró, RN,
2014.
Para a variável (MFA) não foi verificado efeito em função da aplicaçã de biofertilizante via
foliar para intervalos de 7 e 14 dias, tendo sido observado o valor médio de 104,00 e 81,60 g (Figua
A). Benício et al. (2012) encontraram resultados diferentes ao pesquisar formação de mudas de
melancia (Citrullus lanatus) sob efeito dediferentes concentrações de biofertilizante, a MFA das
mudas de melancia apresentou comportamento linear positivo em função do aumento da
concentração de biofertilizante.
Já para a variavel MFR constatou-se que o intervalos de 7 dias proporcionou rendimento
superior ao intervalo de aplicação de 14 dias, observando que, o biofertilizante comportou-se como
fitotóxico para as plantas de T. aurea, a dose testemunha apresentou rendimento em MFR de 22,51
g enquanto que a maior concentração de biofertilizante aplicado proporcionou redimento apenas de
23,35 g, a concentração de 15% possibilitou rendimento em MFR de 38,28 g constatando um ganho
250 45
A Matéria fresca radicular (g) 40
B
Matéria fresca aérea (g)
200 35
30
150
25
20
100
15
7y = -0,0682x2 + 2,0741x + 22,5114, R² = 0,75**
7ymédio = 104,00 10
50 14y = -0,0194x2 + 0,4577x + 23,9590, R² = 0,70*
14ymédio = 81,60 5
0 0
0 7,5 15 22,5 30 0 7,5 15 22,5 30
Doses de biofertilizante (%) Doses de biofertilizante (%)
300
C
250
Matéria fresca total (g)
200
150
100
7ymédio = 130,00
50
14ymédio = 105,80
0
0 7,5 15 22,5 30
Doses de biofertilizante (%)
Figura 2: Matéria fresca aérea (A), radicular (B) e total (C) de mudas de Craibeira com diferentes intervalos
de aplicação em função de doses de urina de vaca via foliar. UFERSA, Mossoró, RN, 2014.
Para a variável matéria seca aérea (MSA) não foi verificado efeito em função da aplicação
de biofertilizante via foliar para intervalos de 7 dias, tendo sido encontrado o valor médio de 21,89
g. já para intervalos de 14 dias observou-se, que as plantas de T. aurea não responderam
significativamente com a aplicação de biofertilizante. A dose testemunha apresentou rendimento em
matéria seca aérea (MSA) de 24,37 g enquanto que a maior concentração de biofertilizante aplicado
proporcionou redimento apenas de 15,32 g, constatando perda de 9,05 g, ou seja, para cada unidade
de percentagem decresceu 0,30 g. Soares et al. (2014) encontrou resultados diferentes ao pesquisar
emergência e desenvolvimento inicial de plântulas de cupuaçu em substrato enriquecido com
biofertilizante, onde os autores observaram aumento na massa seca da parte aérea com a adição de
6
20 5
15 4
3
10
7ymédio = 21,89 2 7ymédio = 5,74
5 14y = -0,3017x + 24,3729, R² = 0,86** 1 14ymédio = 5,22
0 0
0 7,5 15 22,5 30 0 7,5 15 22,5 30
Doses de biofertilizante (%) Doses de biofertilizante (%)
35
C
30
Massa seca total (g)
25
20
15
10
7ymédio = 5,74
5 14y = -0,3160x + 29,81,64 R² = 0,70**
0
0 7,5 15 22,5 30
Doses de biofertilizante (%)
Figura 3: Matéria seca aérea (A), radicular (B) e total (C) de mudas de Craibeira com diferentes intervalos de
aplicação em função de doses de urina de vaca via foliar. UFERSA, Mossoró, RN, 2014.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, S. P.; PROENÇA, C. E. B.; SANO, S. M.; RIBEIRO, J. F. Cerrado: espécies vegetais
úteis. Planaltina: EMBRAPA – CPAC, 1998. 464p.
DINIZ NETO, M. A.; SILVA, I. F.; CAVALCANTE, L. F. DINIZ, B. L. M. T.; SILVA, J. C. A.;
SILVA, E. C. Mudas de oiticica irrigadas com águas salinas no solo com biofertilizante bovino e
potássio. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, PB. v.18,
n.1, p.10-18, 2014.
LORENZI, H.; ABREU MATOS, F. J. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas.
Nova Odessa: Plantarum, 2002. 512 p.
MEDEIROS, M. B.; WANDERLEY, P. A.; FRANKLIN, F.; FERNANDES, F. S.; ALVES, G. R.;
DANTAS, P.; CORDÃO, R. P.; XAVIER, W. M. R.; LEAL NETO, J. S. Uso de biofertilizantes
líquidos no manejo ecológico de pragas agrícolas. In: Encontro temático meio ambiente e
educação ambiental da UFPB, 2., 2003, João Pessoa. Anais... João Pessoa, 2003.
RAMALHO, J.T.; ABRANTES, D. S.; HAFLE, O. M.; SANTOS, V. M.; ALVARENGA, C. F. S.;
LIMA FILHO, P.; FERREIRA-NETO, J.; QUEIROGA, R. A. Crescimento de mudas de
cajueirosob diferentes doses de biofertilizante de origem animal. In: Congresso Cearense de
Agroecologia, II., 2010, Juazeiro do Norte, CE. Anais... Juazeiro do Norte-CE, 2010.
RESUMO
O presente trabalho objetivou avaliar o comportamento produtivo de genótipos de milho (Zea mays
L.) em alta densidade populacional, visando o aumento da produtividade da cultura no Estado.
Foram avaliados 8 genótipos, dos quais cinco foram desenvolvidos pelo Setor de Melhoramento
Genético de Plantas do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas
(SMGP/CECA/UFAL): Alagoano, Branca, Nordestino, São Luiz e Viçosense; além de duas
variedades comerciais: BR 106 (Pé de Boi), desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), e a AL Bandeirante, desenvolvida pela CATI-SP; e a variedade crioula
alagoana: Jabotão. Foi utilizado o delineamento experimental em blocos casualizados, com três
repetições. As variáveis avaliadas foram: Comprimento da Espiga Com Palha (CECP),
Comprimento da Espiga Sem Palha (CESP), Altura da Inserção da Primeira Espiga (AIPE),
Número de Fileiras de Grãos (NFG), Peso de Cem Grãos (PCG) e Produtividade (P). Os genótipos
AL Bandeirante, Branca, Jabotão, Viçosense, Nordestino e São Luís apresentaram ótimos
desempenhos para a maioria das variáveis estudadas, principalmente para a produtividade, com uma
média de 10.852,56 kg/ha.
Palavras-chave: Produtividade, genótipos, Zea mays L.
ABSTRACT
This study aimed to evaluate the productive behavior of maize genotypes (Zea mays L.) high
population density, aimed at increasing crop productivity in the State of Alagoas. 8 genotypes were
evaluated, five of which were developed by the Setor de Melhoramento Genético de Plantas the
Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas (SMGP/CECA/UFAL): Alagoano,
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é uma planta da família Poaceae, originária da América Central,
sendo cultivada em praticamente todas as regiões do mundo, nos hemisférios norte e sul, em climas
úmidos e regiões secas. Trata-se de um alimento rico em carboidratos, considerado como
energético; é também fonte de óleo, fibras, vitaminas E, B1, B2 e ácido pantotênico, além de alguns
minerais, como o fósforo e o potássio (MATOS et al. 2006).
Por apresentar elevado valor nutritivo, o milho é uma das principais culturas cultivadas no
mundo, sendo utilizado tanto para a alimentação humana como animal. Além do seu uso como
fonte de alimento, o milho está sendo empregado, recentemente, para a produção de
biocombustível, o etanol (Ferreira et al., 2014). Contudo, o maior destino do milho é na produção
de ração para a avicultura, bovinocultura e a suinocultura, as quais são de grande importância
econômica, tanto no âmbito mundial, como nacional. Estima-se que este cereal responde por 70%
do volume utilizado na alimentação animal de aves, bovinos e suínos (DEMARCHI et al., 2011).
O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo, ficando atrás dos Estados Unidos e
da China. Na safra 2013/2014, o Brasil apresentou uma área plantada de 15,6 milhões de hectares,
obtendo uma estimativa de produtividade de 5.057 kg/ha e produção de 79.905,5 milhões de
toneladas. A produtividade do Nordeste Brasileiro se mantém abaixo da produtividade média
nacional, com 2.612 kg/ha, assim como, a do Estado de Alagoas, apresentando uma produtividade
de 887 kg/ha (CONAB, 2014).
O cultivo do milho no Estado Alagoas e em grande parte da Região Nordeste é pouco
tecnificado, onde é utilizado, basicamente, para o sustento de pequenas propriedades rurais através
de mão-de-obra dos próprios agricultores familiares, tendo assim, grande importância para essas
comunidades. Além disso, a cultura do milho é cultivável nas mais diversas regiões do Estado, pelo
METODOLOGIA
O controle de plantas daninhas foi realizado através de capina manual (enxada), com um
total de duas operações durante o ciclo da cultura (aos 15 e 30 dias).
O controle de pragas foi realizado através de cinco aplicações aos 15, 30, 45, 60, 75 dias
após a semeadura com 0,4 L.ha-1 do inseticida Decis© EC 25.u. Na aplicação foi utilizado
pulverizador manual costal com capacidade de 20L, pressão de 1atm e vazão de 0,2 Galões.
A colheita dos grãos foi realizada aos 120 dias após o plantio.
Foram estudadas as seguintes variáveis: Comprimento de Espigas Com Palha (CECP),
Comprimento da Espiga Sem Palha (CESP), Altura de Inserção da Primeira Espiga (AIPE),
Número de Fileiras de Grãos, Peso de Cem Grãos (PCG) e Produtividade (PR).
As análises estatísticas foram realizadas seguindo a recomendação de FERREIRA (2000),
onde foi feita análise de variância e teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o aplicativo
computacional SISVAR (FERREIRA, 2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 3 – Valores e significância dos quadrados médios das análises de variância e coeficientes de variação
do comportamento produtivo de genótipos de milho em alta densidade populacional, Rio Largo – 2014.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1030
ns: Não Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F; **: Significativo a 1% de probabilidade pelo teste
F; *: Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F.
Não houve diferença significativa entre os genótipos avaliados apenas para as seguintes
variáveis: Comprimento da Espiga Com Palha (CECP) e Comprimento da Espiga Sem palha
(CESP), cujas médias gerais foram: 23,08cm e 14,49cm, respectivamente. O comprimento de
espigas tende a reduzir quando a densidade de plantas for maior, por conta, principalmente, de uma
maior competição por recursos essenciais à produção da cultura, influenciando dessa forma, no
número de grãos contidos na espiga e na visão do mercado consumidor, que dá preferência a
espigas de maior comprimento. Porém, valores inferiores de comprimento de espiga geralmente não
interferem negativamente na produtividade principalmente por conta de que nas maiores
densidades, o número de plantas é maior e consequentemente o número de espigas (MARCHÃO,
2005).
Com relação à altura de inserção da primeira espiga, a variedade crioula Jabotão apresentou
maior AIPE (1,71m), porém não diferiu estatisticamente dos genótipos: São Luís (1,48m),
Nordestino (1,46m), Alagoano (1,45m) e Branca (1,43m), enquanto a variedade comercial BR106
obteve a menor AIPE (1,10m), não diferindo estatisticamente dos genótipos Viçosense (1,29m) e
REFERÊNCIAS
MATOS, M.J.L.F.; TAVARES, S.A.; SANTOS, F.F.; MELO, M.F.; LANA, M.M. Milho verde.
2006. Disponível em:
<http://www.cnph.embrapa.br/paginas/dicas_ao_consumidor/milho_verde.htm>
YAMADA, T.; ABDALLA, S.V. Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato
(POTAFOS). n. 113. p.2. Piracicaba-SP, 2006.
CRUZ, J. C.; PEREIRA FILHO, I, A.; CORREIA, L. A.; FALCÃO PERREIRA, F. T.; VERSIANI,
R. P. Milho. Cultivares. Embrapa Milho e Sorgo. Sistema de Produção, l. 2004.
FANCELI, A.L. Estratégias de manejo para alta produtividade de milho. Associação Brasileira
para Pesquisa da Potassa e do Fosfato (POTAFOS). n. 113. p.2. Piracicaba-SP, 2006.
SANTOS, H.G.; JACOMINE, P.K.T.; ANJOS, L.H.C.; OLIVEIRA, V.A.; OLIVEIRA, J.B.;
COELHO, M.R.; LUMBREBAS, J.F.; CUNHA, T.J.F. (eds.). Sistema brasileiro de
classificação de solos. 2ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos. 306p. 2006.
FERREIRA, D.F. Programa SISVAR: sistema de análise de variância, Versão 4,6 (Build 6,0),
Lavras, DEX/UFLA, 2003.
SILVA, J.P. Desempenho de genótipos alagoanos de milho (Zea mays L.) em diferentes densidades
de semeadura. 2011. 52. F, Dissertação (Mestrado) – Agronomia: Produção Vegetal.
Universidade Federal de alagoas. Rio Largo, 2012.
RESUMO
As espécies do gênero Capsicum são cultivadas em todo mundo, sendo Capsicum annuum L. a
espécie mais cultivada demostrando a sua importância no mercado e como pimenteira ornamental.
Uma das formas mais acessíveis para avaliar a diversidade genética é com base na caracterização
botânica. Este trabalho teve como objetivo realizar a caracterização floral em população base de
pimenteira ornamental. O trabalho foi realizado no Laboratório de Biotecnologia Vegetal, do Centro
de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, utilizando-se 73 plantas da geração F2, onde
foram avaliadas cinco flores por planta caracterizadas utilizando 10 descritores qualitativos e 5
quantitativos. Os dados quantitativos foram submetidos à análise de variância e as médias foram
agrupadas pelo critério de Scott-Knott a 1% de probabilidade. As características tamanho da flor,
comprimento da corola, comprimento da antera e comprimento do filete apresentaram diferenças
significativas pelo teste F a 1% de significância, diferente do tamanho de pétalas que não houve
diferença significativa. Os coeficientes de variação variaram de 8.23% a 16.81. Foi observado grande
variabilidade para caracteres qualitativos em relação às cores e mancha da corola, como também da
cor da antera e ausência e presença de pigmentação do cálice, evidenciou que há variabilidade entre os
genótipos. A variabilidade dos caracteres florais entre os acessos estudados é importante para
subsidiar programa de melhoramento.
Palavras-chave: Estrutura floral, plantas ornamentais, melhoramento de plantas
ABSTRACT
Species of the genus Capsicum are cultivated worldwide, Capsicum annuum L. being the most
cultivated species demonstrating its importance in the market and as an ornamental pepper plant.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1035
One of the most affordable ways to assess genetic diversity is based on botanical characterization.
This work aimed to make a floral characterization based on ornamental pepper population. The
work was performed at the Laboratory of Plant Biotechnology, Center for Agricultural Sciences,
Federal University of Paraíba, using 73 plants of the F2 generation, where five flowers per plant
were characterized using 10 qualitative descriptors and 5 quantitative. Quantitative data were
subjected to analysis of variance and means were grouped by the Scott-Knott test at 1% probability.
The size characteristics of the flower, corolla length, anther length and length of the fillet
significantly different by F test at 1% significance, while the size of petals that there was no
significant difference. The coefficients of variation ranged from 8.23 to 16.81%. Large variability
for qualitative characters referring to the colors and stain the corolla, as well as the color of the
anther and the presence and absence of pigmentation of the cup was observed, showed that there is
variability among the genotypes. The variability of floral traits among accessions is important to
support the breeding program.
Keywords: Structure flower, ornamental plants, plant breeding
INTRODUÇÃO
O gênero Capsicum pertence à família Solanaceae, tribo Solaneae, subtribo Solanenae, são
constituído de cinco espécies domesticadas sendo a Bolívia o país de origem desse gênero (CASALI
& COUTO, 1984: ESHBAUGH, 1970).
As espécies consideradas domesticadas do gênero Capsicum são: Capsicum annuum L.,
Capsicum chinense Jacq., Capsicum frutescens L., Capsicum baccatum L. e Capsicum pubescens
Ruiz & Pav. Essas cinco espécies formam três complexos: o complexo C. annuum inclui três
espécies e suas formas botânicas C. annuum, C. chinense e C. frutescens, sendo este o complexo mais
amplamente distribuído nas Américas e no mundo; o complexo C. baccatum que consiste de pelo
menos três espécies, C. baccatum, C. praetermissum e C. tovarii e o complexo C. pubescens, formado
por C. pubescens Ruiz & Pav., C. cardenasii Heiser & Smith e C. eximium Hunz (ESHBAUGH,
1970; PICKERSGILL,1997; IBIZA et al., 2011).
As pimentas do gênero Capsicum são amplamente cultivadas no mundo, sendo utilizadas
como matéria-prima para a indústria alimentícia, farmacêutica e cosmética (YAMAMOTO &
NAWATA, 2005; BENTO et al., 2007).
As diferentes espécies e variedades de pimentas podem ser discriminadas por características
morfológicas dos frutos e, principalmente, das flores (MOREIRA et al., 2006). As plantas de
Capsicum apresentam frutos do tipo baga (REIFSCHNEIDER, 2000) e flores hermafroditas com
número de pétalas variável, prevalecendo às pentâmeras.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na casa de vegetação pertencente ao Laboratório de
Biotecnologia Vegetal do Centro de Ciências Agrárias na Universidade Federal da Paraíba (UFPB-
CCA), no município de Areia - PB.
Utilizou-se dois genitores de Capsicum annuum pertencentes ao Banco de Germoplasma de
Hortaliças do CCA-UFPB, os acessos UFPB 77.3 e UFPB 76 que foram cruzados para obtenção da
geração F1, sendo estas plantas, posteriormente, autofecundadas para obtenção da geração F2.
A semeadura foi realizada em bandejas de isopor (poliestireno) de 128 células preenchidas
com substrato comercial Plantmax® e, quando as plantas apresentaram cinco folhas definitivas foram
transplantadas para vaso de 900 ml contendo substrato comercial.
Para caracterização morfológica das flores foram utilizados descritores quantitativos e
qualitativos propostos pelo por International Plant Genetic Resources Institute - IPGRI (1995).
Os caracteres qualitativo avaliados foram: número de flores por axila (NFA); posição da flor
(PF); cor da corola (CC); cor da mancha da corola (CMC); forma da corola (FC); cor da antera (CA);
cor do filamento (CF); posição do estigma (PE); pigmento do cálice (PC); margem do cálice (MC) e
os dados quantitativos foram: número de pétalas (NP), comprimento da flor (CF), comprimento da
corola(CC), comprimento da antera (CA) e comprimento do filete (CF). Para a medição dos dados
quantitativos utilizou-se paquímetro digital.
Os dados qualitativos foram expressos em porcentagens e os quantitativos foram submetidos à
análise de variância e as médias agrupadas pelo critério de Scott-Knott a 1% de probabilidade. As
análises foram realizadas utilizando-se o programa computacional Genes (CRUZ, 2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1. Caracteres qualitativos de flores em geração segregante (F2) de pimenteiras ornamentais (C.
annuum L.). A) PIDC = Pigmentação do Cálice; B) CFA = Cor do Filamento da Antera, CA = Cor da antera
e C) CCRL = Cor da Corola e CMC = Cor da Mancha da Corola.
Figura 2. Anomalias em flores em geração segregante de pimenteiras ornamentais (C. annuum L.). A) Flor
violeta sem mancha, antera e filamento violeta; B) flor violeta com mancha branca, antera e filamento
violeta, 6 pétalas e 6 anteras; C) Flor branca sem mancha, filamento e antera branca; D) anteras de tamanhos
diferentes em uma mesma flor/planta. Fotos: Pontes, F.C.F.
F.V QM
Tamanho da flor Comp. da corola Comp. antera Comp. filete Nº de pétalas
Tratamento 0.1065** 0.0279** 0.1927** 0.2802** 0.1558 NS
CV (%) 8.3761 8.2348 8.8274 16.8100 6.9824
N° de grupos 5 5 4 5 1
1) 5 1) 5 1) 61, 64 1)2,5,6,7,8,11, 1)1,2,3,4,5,6,7,8,9,
2) 6, 8, 11, 12, 19, 2) 6, 8, 11,12, 19, 2) 14,20,28,33,34, 10,11,12,13,14,15,
21, 23, 25, 26, 27, 26, 27 9,14,17,19,20,42, 44,50,67,68,70 16,17,18,19,20,21,
33, 44, 57 3) 1, 2, 3, 4, 13, 43, 52 2)1,4,10,19,25,26, 22,23,24,25,26,27,
3) 2, 7, 13, 20, 33, 14, 15, 18, 3) 27,29,30,31,32,36, 28,29,30,31,32,33,
34, 37, 48, 49, 50, 20, 22, 23, 25, 33, 9,14,17,19,20,42, 41,43,45,46,48,49, 34,35,36,37,38,39,
53, 66, 68, 70 34, 44, 48, 49, 43,52 55,56,57,59,60,61, 40,41,42,43,44,45,
4) 1, 3, 4, 9,10, 14, 50, 53, 55, 57, 65, 4) 65,66,71,72 46,47,48,49,56,57,
15, 16, 17, 18, 22, 66, 67, 68,66, 1,2,3,4,5,6,7,8,12, 3)9,12,13,15,16,18 58,59,61,63,66,67,
28, 29, 30, 31, 35, 70, 72 13,15,18,21,22,24, ,21,22,23,35, 68,69,70,71,73,74,
36, 39, 41, 42, 43, 4) 7, 9, 10, 16, 17, 25, 37,38,40,42,51, 77,78,79,80,88,89,
Grupo de
Genótipos 45, 46, 52, 54, 56, 28, 29, 30, 27,29,32,30,34,35, 52,54,58,62,69 90,93,94,95,96,97,
58, 61, 64, 65, 67, 31, 32, 35, 36, 37, 37, 4)17,24,39,47 98
69, 72 39, 40, 41, 38,39,40,41,44,47, 5)53,63,64
5) 24, 32, 38, 40, 42, 43, 45, 46, 52, 48,
47, 51, 59, 60,62, 54, 58, 59, 50,51,54,55,56,57,
63, 71 60, 61, 64, 69 58,
5) 24, 38, 47, 51, 60,61,63,65,68,69,
62, 63, 71 70,
71,72
5) 10,16,23,26,28,
31,33,36,45,46,49,
53,62,67
Tabela 1. Resumo da análise de variância: quadrados médios (QM) e coeficiente de variação (CV%), para
cinco variáveis relacionadas à flor em geração segregante de pimenteiras ornamentais (Capsicum annuum
L.). CCA/UFPB, 2014.
**Significativo, em nível de 1% de probabilidade pelo teste F; ns Não significativo pelo teste F.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1040
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RESUMO
A pesquisa foi desenvolvida na Área Experimental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal de Alagoas (CECA/UFAL), esse estudo teve por objetivo avaliar o desempenho de
genótipos de feijão azuki, em diferentes espaçamentos em Rio Largo Alagoas. Foram avaliados 6
tratamentos, constituídos pela combinação entre três espaçamento, 1: (0,3m X 0,2m), 2: (0,4m X
0,2m) e 3: (0,5m X 0,2m) e dois genótipos de feijão Azuki, genótipo 1: obtido comercialmente e
genótipo 2: obtido de agricultor familiar. A área foi dividida em quatro blocos com um total de 24
parcelas experimentais, cada parcela foi constituídas por 4 linhas de 5m de comprimento,
considerando-se como área útil para coleta dos dados as duas fileiras centrais, descartando-se as seis
primeiras e as seis últimas plantas de cada extremidade. O espaçamento entre linhas de 0,30 m
proporcionou uma maior produtividade quando comparado com os demais espaçamentos.
Palavras-chaves: Melhoramento Vegetal; Genótipos; Espaçamentos; Agricultura Familiar;
Produtividade.
ABSTRACT
The research was conducted at the Experimental Area of the Center for Agricultural Sciences,
Federal University of Alagoas (CECA / UFAL) This study aimed to evaluate the performance of
genotypes of beans at different spacings in Rio Largo Alagoas. (0.3m X 0.2m), 2: (0.4m X 0.2m)
and 3: (0.5m X 0.2m) and two genotypes 6 treatments resulting from the combination of three
spacing, 1 were evaluated Azuki bean, genotype 1: genotype obtained commercially and 2: obtained
from family farmers. The area was divided into four blocks with a total of 24 experimental plots,
each plot was formed by four lines of 5m long, considering how useful for data collection area the
INTRODUÇÃO
O feijão é cultivado em quase todos os países de clima tropical e subtropical, razão pela qual
assume enorme importância na alimentação humana devido, fundamentalmente, ao seu baixo custo
em relação aos produtos de origem animal (ALMEIDA et al., 2013). Portanto, o feijão representa a
principal fonte de proteínas das populações de baixa renda (MESQUITA et al., 2007). Devido a sua
riqueza em proteína, com aceitação nos mais diversos hábitos alimentares, o seu cultivo é
disseminado por todo o País (MESQUITA et al., 2007).
O gênero Vigna compreende cerca de 160 espécies, das quais somente sete são cultivadas,
dentre essas o feijão adzuki (Vigna angularis (Willd.) Ohwi & Ohashi) é de origem asiática sendo
muito cultivado e consumido na China, Japão e Coreia e foi trazido ao Brasil pelos japoneses
(ALMEIDA et al., 2013).
O feijão adzuki tem sido objeto de várias pesquisas devido às suas atividades biológicas tais
como: alimento adequado para pacientes diabéticos devido ao seu alto teor de fibras e teores de
proteína (LEE et al., 2004), por possuir elevado teor de fitoquímicos bioativos (YAO et al. 2012;
MARUYAMA et al. 2008) incluindo compostos fenólicos (LIN e LAI, 2006; ), efeito
hipoglicemiante (YAO et al., 2011; ).
De acordo com Vieira (2000), este tipo de feijão apresenta elevado potencial de cultivo por
agricultores familiares como opção de diversificação de culturas e geração de renda, pois alcança
preços de mercado superiores ao feijão-comum.
No Brasil são cultivadas várias espécies de feijão; entretanto, para efeito de regulamento
técnico, somente as espécies Phaseolus vulgaris (L.) e Vigna unguiculata (L.) Walp., feijão-comum
e feijão-caupi, respectivamente, são consideradas como feijão pelo MAPA (2008). Essas duas
espécies são as mais importantes social e economicamente no País, entretanto às condições
agroecológicas são propícias ao cultivo de outras espécies de feijão a exemplo do feijão azuki, que
exige condições agronômicas que o Brasil possui.
O nordeste vem suprindo a sua necessidade de consumo com oferta proveniente dos estados
do Ceara, Sergipe, Alagoas, Bahia e do agreste Pernambucano CONAB (2013), entretanto não se
tem registro da produção de feijão azuki nessa região, tendo em vista a falta de conhecimento por
parte dos agricultores dessa cultura, e também pela falta de politicas voltada para a diversificação
das culturas de subsistência.
METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida na Área Experimental do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal de Alagoas (CECA/UFAL), localizado no Campus Delza Gitai, Br 104 norte,
km 85, Rio Largo – Alagoas, no ano de 2013. O solo local foi classificado como latossolo amarelo
coeso (Lax) (EMBRAPA, 1999). O Município está situado a uma latitude de 9°27‘S, longitude de
35°27‘W e uma altitude média de 127 m acima do nível do mar, com temperaturas médias:
máximas de 29°C e mínima de 21°C, e pluviosidade média anual de 1.267,7 mm (CENTENO e
KISHI, 1994).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da análise de variância (Tabela 02) mostram que de acordo com o teste F a 1%
de probabilidade houve diferença significativa entre os genótipos para as variáveis: Comprimento
de Vagem, Peso de Cem Grãos e Número de Sementes por Vagem. Já as variáveis Peso de Vagem
Com Sementes e Produtividade os genótipos apresentaram diferença significativa a 5% de
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1046
probabilidade pelo teste F. Não houve diferença significativa para as demais variáveis. Com relação
ao efeito de espaçamentos observa-se diferença significativa a 1% de probabilidade para a variável
Peso de Vagem Com Sementes e a 5% para a variável Produtividade. A interação entre genótipos X
tipos de espaçamentos não apresentou diferença significativa pelo teste F a 5% de probabilidade
para as variáveis avaliadas.
As variáveis comprimento de vagem, peso de cem grãos e número de sementes por vagem
apresentaram ótima precisão experimental, com respectivos coeficientes de variação (CV) de
2,71%, 4,43%, e 3,02%. A variável número de vagem por planta apresentou boa precisão
experimental, com coeficiente de variação de 12,73%; a variável peso de vagem com sementes
apresentou uma regular precisão experimental de 19,49%. Resultados semelhantes ao encontrado
por Cardoso et al. (2006), que avaliando desempenho agronômico de feijão-caupi obteve coeficiente
de variação de 4,03% para comprimento de vagem, 2,65% para número de grãos por vagem e
6,38% para peso de cem grãos. Já para as variáveis peso das cascas e produção, os coeficientes de
variação foram de 34,98%, e 25,99%, respectivamente.
Tabela 2 - Resumo das análises de variância e coeficientes de variação para as variáveis avaliadas aos 92
dias após o plantio na influência de diferentes espaçamentos em dois genótipos de feijão azuki, Rio Largo-
AL, 2014.
ns: Não significativo a 5% de probabilidade pelo teste F. **: Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F. *:
Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F. CV: Comprimento de Vagens; NVP : Número de Vagens por Planta;
PVCS: Peso de Vagens com Sementes; PCG: Peso de Cem Grãos; NSV: Número de Sementes Por Vagens; PC: Peso da
Casca e PROD: Produtividade.
Tabela 03 – Média das variáveis avaliadas de feijão azuki em três tipos de espaçamentos, Rio Largo-AL,
2014: Comprimento da Vagem (CV) em cm; Número de Vagem por Planta (NVP) em unidades; Peso de
Vagem Com Sementes (PVCS) em Kg.ha-1; Peso de Cem Grãos (PCG) em g; Número de Sementes por
Vagem (NSV) em Unidades; Peso da Casca (PC) em Kg.ha-1 e Produtividade (PROD) em Kg.ha-1.
Figura 2:Valores da Produtividade de feijão azuki (Kg.ha-1) em diferentes espaçamentos, Rio Largo-AL,
2014.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1049
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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RESUMO
Este trabalho tem por objetivo avaliar qual a melhor forma de processamento das sementes de
Moringa oleifera para a preparação de solução coagulante, utilizando como parâmetro a diminuição
da turbidez, bem como, comparar com o coagulante químico Sulfato de Alumínio. A torta das
sementes de Moringa oleifera, após a extração, mostra ter bons resultados na clarificação da água
usada no experimento que foi proveniente da Lagoa Caiçara, localizada no município de Russas-
CE. Para obtenção dos resultados, utilizou-se o equipamento Jar test, onde foram realizados ensaios
de coagulação/floculação, com as seguintes concentrações de solução coagulante: 0 mL, 45 mL e 75
mL, para todos os coagulantes utilizados (trituração por mixer, trituração em liquidificador e o
coagulante químico, sulfato de alumínio). As análises de turbidez foram realizadas após 2 horas de
sedimentação. O tratamento mostrou-se mais eficiente na concentração de 45 mL, para todos os
coagulantes, porém, as sementes que foram trituradas com o mixer, apresentaram uma maior
diminuição da turbidez quando comparada com a trituração feita em liquidificador, bem como,
quando comparada com o sulfato de alumínio.
Palavras-chave: Processamento de sementes; Moringa oleifera; turbidez; solução coagulante
natural; Lagoa Caiçara.
ABSTRACT
This work aims to evaluate how best to process the Moringa oleifera seeds for the preparation of
coagulant solution, using as a parameter the decreased of turbidity, as well as comparing with the
chemical coagulant aluminum sulfate. The pie seeds of Moringa oleifera, after extraction, shows
INTRODUÇÃO
Quando coletada para uso doméstico, a água de mananciais superficiais pode conter
impurezas, particularmente na estação chuvosa, pois a água carrega sedimentos, partículas em
suspensão, dissolvidas e coloidais, além de micro-organismos e outros contaminantes passíveis de
causar danos à saúde humana. Desta forma, quando destinada ao consumo humano é conveniente
que se removam tais impurezas contidas na água, o que é feito normalmente em estações de
tratamento de água, utilizando-se coagulantes químicos.
O sulfato de alumínio destaca-se como o coagulante químico mais utilizado no Brasil, no
tratamento de água a ser distribuída à população, pela alta eficiência na remoção de sólidos em
suspensão e pelo relativo baixo custo. No entanto, esse sal torna-se caro para áreas mais afastadas
em função do custo do seu transporte, além de poder ocasionar problemas de saúde, em decorrência
do alumínio residual nas águas tratadas e dificultar a disposição final do lodo produzido nas
estações de tratamento. Além disso, a utilização de sais de alumínio apresenta outras desvantagens
tais como produção de grande volume de lodo, consumo da alcalinidade do meio, acarretando
custos adicionais com produtos químicos utilizados na correção do pH (SILVA et al., 2007).
O interesse por coagulantes naturais deve-se ao fato destes serem biodegradáveis e seguros
para a saúde humana (OKUDA et al., 2001). A utilização de coagulantes naturais, produzido no
local e com baixo custo financeiro, pode proporcionar atenuação nos problemas ligados ao consumo
de água não potável e despejos de águas residuárias, sem tratamento, em corpos hídricos receptores.
Uma planta que vem sendo pesquisada é a Moringa oleifera Lam pertencente à família
Moringaceae, que é composta apenas de um gênero (Moringa) e 14 espécies
(NDABIGENGESERE ET AL., 1995; JAHN, 1989; PISE E HALKUDE, 2012). Jahn (1989) e
Ndabigengesere et al. (1995) verificaram que o componente ativo desta semente é uma proteína
METODOLOGIA
As amostras de água foram coletadas na Lagoa da Caiçara que esta localizada no município
de Russas – Ceará (4°56'17.8"S 37°58'57.3"W), ponto localizado próximo da avenida paralela à
lagoa, perímetro urbano da cidade. Após a coleta, as amostras foram armazenadas em garrafas de
polipropileno e conservadas em temperatura ambiente, variando entre 33ºC e 37ºC.
Para o preparo das soluções coagulantes, utilizaram-se duas formas de processamento das
sementes. Primeiramente, as sementes de Moringa oleifera foram descascadas, trituradas em mixer
de 180 watts de potência, sendo este o primeiro processamento e o segundo, triturados em
liquidificador. O material obtido foi levado ao forno micro-ondas por 2 minutos em potência
máxima para retirada da umidade e acondicionado em um dessecador. Utilizou-se como parâmetro
para eficácia da solução coagulante da moringa, o coagulante sintético Sulfato de alumínio.
Para uma maior eficiência das soluções coagulantes, fez-se necessário a extração do
conteúdo oleico das sementes utilizando o método por extração continua soxhlet, onde se usou
hexano como solvente. A torta obtida após a extração do óleo foi utilizada como base para o preparo
das soluções. As soluções coagulantes foram preparadas minutos antes dos ensaios, utilizando-se 6
g da torta obtida anteriormente diluída em 300 ml de água destilada, agitando sempre, para a
extração do princípio ativo. O tempo de agitação foi em um intervalo entre 15 e 20 minutos de
agitação manual. Em seguida, as soluções foram filtradas em papel-filtro com porosidade de 7 μm
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante das analises realizadas de turbidez, pode-se obter resultados conforme mostra o
Gráfico 1. A água utilizada apresenta inicialmente um valor de turbidez 31,4 NTU no qual esse
valor relativamente alto é devido ao fato por se tratar de uma água sem fluxo continuo, ou seja, por
ser uma água parada, o que favorece o acumulo de resíduo domestico bem como o local servir de
escoamento das águas provenientes de chuvas escassas, no período da coleta das amostras.
Gráfico 1 - Valores de turbidez obtidos nas diferentes concentrações e formas de processamento da semente.
Percebe-se claramente pela análise dos dados do gráfico que, conforme descrito na
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1055
literatura, o extrato de sementes de Moringa oleifera realmente apresenta um efeito de coagulação
sobre o sistema particulado em suspensão, favorecendo uma redução significativa do parâmetro
turbidez. Onde a concentração de 45mL apresentou uma melhor remoção de turbidez, quando
comparada com a concentração de 75mL, visto que, para a remoção da turbidez na água em estudo,
não se faz necessário maiores concentrações. A queda da eficiência de remoção deste parâmetro,
quando aplicada uma maior concentração, pode ser explicada pelo aumento da carga orgânica, isto é
justificável, considerando que a moringa é uma oleaginosa muito rica em substâncias orgânicas, tais
como, óleo, proteína, gordura, vitaminas, etc. (RAMOS, 2005). A concentração de 45mL apresentou
resultados positivos para todas as soluções coagulantes, incluindo sobre o coagulante químico,
porém, se comparado individualmente a solução coagulante do processamento do mixer com a do
liquidificador, pode-se observar que o processamento em mixer apresentou uma melhor remoção,
da mesma forma, quando comparado com o sulfato de alumínio, um coagulante químico
amplamente usado para esta finalidade. A portaria nº 518, de 25 de março de 2004 estabelece que o
valor permitido para o padrão de portabilidade da água para turbidez deve ser 5 UT (FUNASA,
2006), o valor obtido na melhor concentração do mixer, sendo essa a concentração de 45 mL, não
está dentro do valor permitido, fato que pode ser justificável pela perda da eficiência da torta de
Moringa oleifera, onde segundo Cruz et al. (2010), a torta pode ser armazenada por
aproximadamente 30 dias em embalagens plásticas e, para esse trabalho, foi armazenada em
embalagens de vidro.
Levando em consideração apenas a concentração de 45 mL das três soluções coagulantes,
onde essa concentração, foi a que obteve uma melhor remoção da turbidez, podemos associar os
diferentes coagulantes ao pH, como pode-se observar os valores na tabela 1:
CONCLUSÃO
Desta forma, como o objetivo desse trabalho era avaliar a melhor forma de processamento
das sementes, bem como, a melhor concentração na remoção de turbidez da água da Lagoa da
Caiçara, Russas-CE, podemos concluir que o processamento utilizando o mixer na concentração de
45 mL apresentou um melhor desempenho, até mesmo, que o coagulante químico que atualmente é
bastante utilizado para esse tipo de procedimento. Um coagulante natural da Moringa oleifera traz
consigo diversas vantagens, entre elas, uma alternativa para tratamento de água e efluente de forma
sustentável, visto que, toda a matéria prima da semente será utilizada, sem desperdício.
Pretendemos repetir esse experimento, agora analisando se o uso do coagulante obtido da torta de
semente da moringa conseguirá resultar em algum melhoramento ou não das propriedades de
potabilidade da água da Lagoa Caiçara, sempre comparando os resultados com o coagulante sulfato
de alumínio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FUNASA. Manual prático de análise de água. 2. ed. Brasília, DF, 2006. 146 p.
RESUMO
A faveira (Parkia platycephala Benth,) é uma espécie pertencente à família Fabaceae, semidecídua,
heliófita, que ocorre em formações secundárias e áreas abertas de terreno elevado do agreste
nordestino e campinas amazônicas, cuja árvore é recomendada para arborização paisagística. O
trabalho foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes, do Departamento de Fitotecnia e
Ciências Ambientais do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, no
município de Areia - PB. O objetivo foi avaliar o efeito de diferentes temperaturas e substratos na
germinação de sementes de P. platycephala. Os tratamentos consistiram na combinação de três
substratos (areia, fibra de coco, papel e vermiculita) e seis temperaturas, as constantes de 25, 30 e
35 °C e alternadas de 20-30, 20-35 e 25-35°C, em delineamento foi inteiramente ao acaso. Para
avaliação do efeito dos tratamentos realizou-se testes de germinação e vigor (primeira contagem e
índice de velocidade de germinação - IVG). A temperatura constante de 35 °C proporcionou melhor
desempenho das sementes de Parkia platycephala quando se utilizou o substrato areia.
Palavras - chave: faveira, análise de sementes, espécie florestal, vigor.
ABSTRACT
The Faveira (Parkia platycephala Benth,) is a species belonging to the Fabaceae, semideciduous
heliophytic family that occurs in secondary formations and open areas of high ground in the
northeastern Amazon plains and rugged, the tree is recommended for landscape trees. The work was
performed at the Laboratory of Seed Analysis, Department of Plant and Environmental Sciences at
the Center for Agricultural Sciences, Federal University of Paraiba, Areia, PB. The objective was to
evaluate the effect of different temperature and substrate on seed germination of P. platycephala.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Teste de Germinação
Para cada tratamento foram utilizadas 100 sementes, divididas em quatro subamostras de 25,
sendo que para superação da dormência foi realizada escarificação mecânica oposta ao hilo, com
lixa d'água n°. 80, sendo as contagens do número de sementes germinadas realizadas dos três aos
oito dias após a semeadura, quando se verificou a estabilização da germinação. O critério utilizado
nas avaliações foi o de plântulas normais, ou seja, aquelas com as estruturas essenciais perfeitas
(BRASIL, 2009).
O teste foi conduzido em germinadores tipo Biochemical Oxigen Demand (B.O.D.)
regulados para as temperaturas constantes de 25, 30 e 35 °C e alternadas de 20-30, 20-35 e 25-
35°C. As sementes foram distribuídas entre os substratos areia, fibra de coco, papel e vermiculita
em caixas acrílicas transparentes (gerbox) com dimensões de 11 x 11 x 3,5 cm. Os substratos areia,
papel e vermiculita foram anteriormente esterilizados em autoclave por duas horas, à temperatura de
120 °C e adotou-se 60% da capacidade de retenção de umidade como padrão de umedecimento para
os substratos areia e vermiculita, enquanto o papel foi umedecido com quantidade de água
equivalente a 2,5 vezes a sua massa seca.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para todas as variáveis avaliadas houve efeito significativo da interação entre temperaturas e
substratos (Tabela 1), sendo observada as maiores porcentagens de germinação nas combinações
entre a temperatura de 30 °C e o substrato papel, temperatura constante de 35 °C em todos os
substratos utilizados, temperatura alternada de 20-30 °C nos substratos fibra de coco e vermiculita e
temperatura alternada de 20-35 °C nos substratos fibra de coco e papel.
A temperatura influencia a capacidade e a velocidade de germinação, por afetar
especialmente a velocidade de absorção de água e a reativação das atividades metabólicas,
fundamentais aos processos de mobilização de reservas e a retomada de crescimento da raiz
primária (BEWLEY e BLACK, 1994). As sementes têm a capacidade de germinar dentro de uma
determinada faixa de temperatura, característica para cada espécie, mas como em qualquer reação
química, existe uma temperatura ótima na qual o processo se realiza mais rápida e eficientemente,
variável entre as sementes das diferentes espécies (ARAÚJO NETO et al., 2003).
Em sementes de Dalbergia nigra Vell. Fr. All. foi constatado que as temperaturas constantes
de 20 e 30 °C, as alternadas de 20-30 e 20-35 °C e o substrato sobre vermiculita foram favoráveis
pelas melhores porcentagens de germinação (ANDRADE et al., 2006). Os resultados mais
satisfatórios com o substrato sobre papel (82,7%) indicaram que este proporcionou, de alguma
forma, vantagens germinativas às sementes de Cariniana estrellensis (Raddi) (KOPPER et al.,
2010). Em estudo realizado por Lima et al. (2011) com sementes de Caesalpinia pyramidalis Tul.
verificou-se que as temperaturas de 30, 20-30 e 20-35 °C no substrato areia proporcionaram
germinação superior àquelas obtidas nos substratos pó de coco e papel toalha.
Areia 73 aB 73 bB 88 aA 88 bA 57 bC 68 cB
Fibra de coco 46 bD 85 aB 92 aA 94 aA 60 bC 93 aA
Papel 0 cC 89 aA 92 aA 90 bA 48 cB 87 aA
Vermiculita 71 aD 88 aB 96 aA 97 aA 73 aD 80 bC
Areia 56 aC 75 bB 95 aA 43 bD 30 bE 20 cF
Fibra de coco 3 cC 85 aA 92 aA 86 aA 8 dC 41 bB
Papel 0 cE 75 bC 92 aA 83 aB 76 aC 20 cD
Vermiculita 18 bD 75 bB 92 aA 89 aA 19 cD 56 aC
C.V.(%) 13,18
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, A.C.S.; PEREIRA, T.S.; FERNANDES, M.J.; CRUZ, A.P.M.; CARVALHO, A.S.R.
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Viçosa, v.31, n.3, p.437-443, 2007.
RESUMO
A espécie Samanea tubulosa, pertencente à família Fabaceae é uma leguminosa encontrada
especialmente em solos arenosos e bem drenados e é bastante utilizada no sombreamento para o
gado e melhora do pasto, além do aproveitamento de madeira. O objetivo dessa pesquisa foi
determinar o melhor método para superação da dormência de sementes de S. tubulosa, utilizando-se
os tratamentos: testemunha - sementes intactas, escarificação com lixa, escarificação com lixa +
embebição por 12 e 24 horas, imersão em H2SO4 por 5, 10, 15 e 20 min, imersão em água quente a
70, 80 e 90°C por 20 min e imersão em H2SO4 por 5, 10, 15 e 20 min + embebição por 12 e 24
horas. As sementes foram distribuídas sobre duas folhas de papel toalha e acondicionadas em um
germinador do tipo Biochemical Demand Oxigen (B.O.D.) em forma de rolos a temperatura
constante de 30 °C. O delineamento foi inteiramente casualisado com quatro repetições de 25
sementes/tratamento e para verificar o efeito dos tratamentos avaliou-se os testes de germinação e
vigor. A escarificação com lixa e a imersão em H2SO4 por 5, 10 e 15 min e por 15 min +
embebição/12 horas foram os tratamentos que proporcionaram os melhores resultados de
germinação e vigor de sementes de Samanea tubulosa.
Palavras – chave: bordão-de-velho, escarificação, ácido sulfúrico.
ABSTRAT
The Samanea tubulosa species belonging to the Fabaceae family is a legume found especially in
sandy, well drained soils and is widely used in shade for livestock and improved pasture, beyond
the use of wood. The objective of this research was to determine the best method for overcoming
dormancy of S. tubulosa, using treatments: control - intact seeds, scarification with sandpaper,
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Teste de Germinação
Utilizou-se 100 sementes por tratamento, divididas em quatro repetições de 25, as quais
foram distribuídas sobre duas folhas de papel toalha e cobertas com terceira, sendo posteriormente
umedecidas com quantidade de água equivalente a 2,5 vezes a massa seca do papel e, em seguida
acondicionadas em um germinador do tipo Biochemical Demand Oxigen (B.O.D.) a temperatura
Foram realizadas contagens diárias das plântulas normais, durante dezoito dias e o índice
calculado conforme a fórmula proposta por Maguire (1962).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A ausência de germinação de sementes que não foram submetidas a nenhum tratamento pré-
germinativo (Testemunha) confirma a ocorrência de dormência tegumentar nas sementes da espécie
em estudo, dessa forma confirma-se a hipótese de que estas exigem algum tipo de tratamento para
superar a dormência.
A maior porcentagem de germinação (Tabela 1) ocorreu nas sementes que foram submetidas
ao tratamento de escarificação com lixa, portanto, de acordo com Lorenzi (2009) o qual afirma que
as sementes de S. tubulosa necessitam de escarificação para superação de dormência. Alexandre et
al. (2009) estudando a espécie orelha-de-macaco (Enterolobium contortisiliquum) constatou que os
s melhores resultados foram observados quando as mesmas sofreram escarificação mecânica com
lixa não diferindo estatisticamente dos tratamentos com H2SO4 durante 10 minutos, escarificação
mecânica com lixa seguida de embebição em água durante 12 horas. Para Oliveira et al. (2012) os
métodos de escarificação química através da imersão em ácido sulfúrico por 30 e 40 minutos,
proporcionaram as maiores porcentagens de germinação em sementes de faveira. No entanto, Piveta
et al. (2010), trabalhando com Senna multijuga (L.C. Rich.) e utilizando imersão em água quente a
100 ºC, verificaram que este tipo de tratamento não é eficaz para superar a dormência das sementes,
pois houve redução da viabilidade e aumentou a porcentagem de sementes mortas.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXANDRE, R.S.; GONÇALVES, F.G.; ROCHA, A.P.; ARRUDA, M.P.; LEMES E.Q.
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GUEDES, R.S.; ALVES, E.U.; GONÇALVES, E.P.; COLARES, P.N.Q.; MEDEIROS M.S.;
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vigor. Crop Science, v.2, p.176-177, 1962.
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Enterolobium contortisiliquum Mor. (Vell.) Morong. Revista Scientia Plena, v. 8, n. 4, p. 1-6,
2012.
RESUMO
As pimentas são utilizadas na alimentação, temperos, medicina e algumas são utilizadas como
ornamentais, com o aumento da demanda no comércio de plantas ornamentais há necessidade de
novas cultivares. A caracterização e conservação dos recursos genéticos são importantes para a
conservação da variabilidade e disponibilidade de acessos para uso em programas de
melhoramento. Este trabalho teve como objetivo caracterizar híbridos interespecíficos pertencentes
ao banco de germoplasma de Capsicum da Universidade Federal da Paraíba, baseados em caracteres
qualitativos de planta e fruto.O experimento foi desenvolvido em campo na área do Laboratório de
Biotecnologia Vegetal do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (CCA-
UFPB), Areia – PB. Foram utilizadas sementes de seis acessos de pimenta pertencentes ao banco de
germoplasma do CCA-UFPB: (UFPB 02, UFPB 10, UFPB 13, UFPB 15, UFPB72, UFPB74).
Foram avaliados 18 caracteres qualitativos. Que foram: Planta: ciclo de vida, cor do caule, cor da
antocianina nodal , forma do caule, pubescência do caule, hábito de crescimento, densidade de
ramificação , cor da folha, forma de folha. Fruto: manchas antocianinas, cor do fruto em estágio
intermediário, cor do fruto maduro, forma do fruto, união fruto pedicelo, forma do ápice do
fruto,apêndice do fruto, epiderme do fruto, persistência fruto-pedicelo, persistência pedicelo-talo.
Observou-se variabilidade para os caracteres qualitativos avaliados. O hábito de crescimento
apresentou três classes onde a maioria dos genótipos possuía hábito de crescimento ereto, onde para
fins ornamentais são preferidas, por serem mais vistosas e manterem o equilíbrio entre as folhas e
os frutos. Os frutos tiveram bastante variação em ambos os estádios de maturação, a cor da folha é
uma das características determinante para o consumidor ao escolher comprar uma pimenteira
46
Doutora em genética e melhoramento pela UFV, Viçosa- MG
ABSTRACT
Peppers are used in food, spices, medicine and some are used as ornamentals, with increasing
demand in the trade of ornamental plants no need for new cultivars. The characterization and
conservation of genetic resources are important for the conservation of the variability of access and
availability for use in breeding programs. This study aimed to characterize interspecific hybrids
belonging to the Capsicum germplasm bank of the Federal University of Paraíba, based on
qualitative plant traits and fruit .O field experiment was conducted in the Laboratory of Plant
Biotechnology Center Agricultural Sciences area Federal da Paraíba (CCA-UFPB), Sand - PB.
Seeds of six accessions of pepper belonging to the germplasm bank of CCA-UFPB were used:
(UFPB 02, UFPB 10, UFPB 13, UFPB 15, UFPB72, UFPB74). 18 qualitative traits were evaluated.
Were: plant: life cycle, stem color, anthocyanin color of nodal, stem form, stem pubescence, growth
habit, branching density, leaf color, leaf shape. Fruit: anthocyanin spots, fruit color at an
intermediate stage, the mature fruit color, fruit shape, fruit pedicel union, form the apex of the fruit,
the fruit appendix, the epidermis of the fruit, the fruit-pedicel persistence, persistence pedicel-stem.
Observed variability for quality traits evaluated. The growth habit presented three classes where
most genotypes had erect habit of growth, where for ornamental purposes are preferred because
they are more showy and maintain the balance between the leaves and fruit. The fruits have enough
variation in both stages of maturation, leaf color is a determinant of consumer characteristics when
choosing to buy an ornamental pepper, along with fruit color and growth habit. Can be used in
breeding programs Capsicum with ornamental purpose.
Keywords: genetic improvement, genetic diversity, qualitative characters
INTRODUÇÃO
As pimentas pertence ao gênero Capsicum sp., fazem parte da família Solanaceae e são
nativa da América, é comumente divididos em dois grupos, pungente e não-pungentes. Devido à
alta diversidade genética dentro desse gênero, o uso de germoplasma de pimenta tem sido utilizado
em programas de melhoramento (ZAYED et al., 2013; RÊGO et al., 2012).Qualquer espécie de
pimenteira, teoricamente, pode ser utilizada como planta ornamental, no entanto as espécies que
apresentam menor porte são as mais indicadas para o plantio em vasos, principalmente na
decoração de ambientes internos (Nascimento et al., 2009; Rêgo et al., 2009).
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERENCIAS
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RÊGO, ER; NASCIMENTO, NF; NASCIMENTO, MF; SANTOS, RM; LEITE, PS; FINGER, FL.
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genética entre acessos de pimenta e pimentão. Horticultura Brasileira, v. 24, p. 88-93, 2006.
WANG, D. and P.W. BOSLAND, 2006. The genes of Capsicum. HortSci., 41: 1169-1187.
(CV) ciclo de vida; (CDC) cor do caule ;(CAN) cor antocianina nodal;(FCL) forma do caule;(PCL) pubescência do caule;(HC) habito de crescimento;(DR)
densidade de ramificação ;( CDF );cor da folha ;(FFL)forma da folha ;(MA) mancha antocianina;(CFRI) cor fruto intermediário;(CFRM) cor do fruto maduro;(FFR)
forma do fruto;(UFP )união fruto pedicelo;(FAPF) forma do ápice do fruto;(AFRF) apêndice do fruto ;(EF)epiderme do fruto;(PFP) persistência fruto
pedicelo;(PPT)persistência pedicelo talo(CV) lifecycle; (CDC) color of the stalk (CAN) nodal anthocyanin color; (FCL) form of the stalk (PCL) stem pubescence;
(HC) habit of growth; (DR) branching density (CDF); leaf color; (FFL) leaf shape; (MA) stain anthocyanin; (CFRI) color intermediate result; (CFRM) color of the
ripe fruit; (FFR) fruit shape; (UFP) union pedicel fruit; (FAPF) form the apex of the fruit; (AFRF) Appendix fruit; (EF) of the fruit epidermis; (PFP) persistent fruit
pedicel; (PPT) persistent pedicel stalk.
Tabela 1 – Descrição das características qualitativas de planta e fruto em genótipos de pimenteiras (Capsicum spp.). CCA – UFPB, Areia, 2014.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1081
Figura1. Caracteres qualitativos de habito de crescimento em Planta de Pimenta
RESUMO
O Phaseolus lunatus L., conhecido popularmente como fava constitui uma das alternativas de renda
e alimentação para a população da região Nordeste do Brasil. O presente trabalho objetivou avaliar
a eficiência dos óleos essenciais de Caryophyllus aromaticus e Ocimum basilicum na redução da
incidência e controle de fungos associados as sementes P. lunatus e sua interferência na qualidade
fisiológica. O trabalho foi conduzido no Laboratório de Fitopatologia, do Departamento de
Fitotecnia e Ciências Ambientais, pertencente à Universidade Federal da Paraíba. Utilizou-se 200
sementes de fava da variedade ‗orelha de vó‘ por tratamento. As sementes foram submetidas à
desinfestação em C2H6O a 70% por 30 segundos, NaClO a 1% durante 3 minutos e dupla lavagem
em ADE, e posteriormente embebidas nos referidos tratamentos contendo óleos essenciais de C.
aromaticus e O. basilicum, nas doses (0; 1; 1,5 e 2 mL·L-1ADE). O método utilizado para a
detecção e incidência de patógenos nas sementes tratadas, foi o de incubação em placa de Petri
contendo dupla camada de papel de filtro, e a avaliação da qualidade fisiológica das sementes foi
realizada em papel germitest, mantidas durante sete dias em temperatura de 25 ±2 ºC, sob
fotoperíodo constante de 8 horas de luz em câmara de BOD. O delineamento experimental utilizado
foi inteiramente casualizado com oito tratamentos constituído por: Dois tipos de óleos essenciais
(cravo-da-índia e manjericão) e quatro doses (0, 1, 1,5 e 2 mL.L-1 de ADE, e as médias comparadas
pelos testes de Tukey (p<0,05), tendo o modelo de regressão ajustado. Os óleos essenciais de cravo-
da-índia e manjericão inibiram o crescimento de fitopatógenos presente nas sementes de Phaseolus
lunatus; A dose de óleo 1,5 mL·L-1 do cravo-da-índia foi a mais eficiente no controle dos
fitopatógenos e não afetou na qualidade fisiológica da semente; A dose de óleo 2,0 mL·L-1 de
ABSTRACT
The Phaseolus lunatus L., popularly known as fava is an alternative income and food for the people
of Northeastern Brazil. This study aimed to evaluate the effectiveness of essential oils of Ocimum
basilicum aromaticus Caryophyllus and in reducing the incidence and control of fungi associated
with seeds P. lunatus and its interference with the physiological quality. The work was conducted in
the Laboratory of Phytopathology, Department of Plant and Environmental Sciences, belonging to
the Federal University of Paraíba. We used 200 seeds bean variety 'ear grandmother' for treatment.
Seeds were subjected to disinfestation C2H6O to 70% for 30 seconds to 1% NaClO for 3 minutes
and double washing in ADE, and then soaked in those treatments containing essential oils of O.
basilicum and C. aromaticus at doses (0 , 1, 1.5 and 2 ml • L-1ADE). The method used for the
detection and incidence of pathogens in treated seeds was the incubation in Petri dishes containing
double layer of filter paper, and the evaluation of seed quality was held in germitest role, held for
seven days at room temperature 25 ± 2 ° C under constant photoperiod of 8 hours of light BOD
chamber. The experimental design was completely randomized design with eight treatments
consisting of: Two types of essential oils (clove clove and basil) and four doses (0, 1, 1.5 and 2
mL.L ADE-1, and means were compared by Tukey test (p <0.05), with the regression model
adjusted. The essential oils of clove and basil India inhibited the growth of pathogens present in the
seeds of Phaseolus lunatus; A dose of 1.5 ml oil • L-1 clove India was the most effective in
controlling pathogens and did not affect the seed quality; A dose of 2.0 ml oil • L-1 basil while
providing better control of plant pathogens, interfere with the physiological seed quality.
Key words: physiological Calidad, cordura, Caryophyllus aromaticus, Ocimum basilicum.
INTRODUÇÃO
A fava (Phaseolus lunatus L.) é cultivada em todos os estados do Brasil, devido a sua
rusticidade que confere elevado potencial de produção, adaptação às mais diferentes condições
ambientais e alta diversidade genética. Sua principal importância está no uso como fonte alternativa
de proteína à população, que o consome sob a forma de grãos maduros ou verdes, diminuindo a
dependência quase exclusiva do feijão-comum e fonte de renda na agricultura familiar.
Dados mostram que em 2011 foram produzidas, no Brasil, 16.680 toneladas de grãos secos
de fava, numa área plantada de 37.223 ha, sendo a região Nordeste a maior responsável por essa
MATERIAL E MÉTODOS
Para a detecção de fungos presentes nas sementes adotou-se o método de incubação em papel
de filtro, em placa de Petri de 15 cm diâmetro contendo dupla camada de papel filtro, em que antes
foi umedecido ao volume de 2,5 o peso do papel, utilizando-se água destilada e esterilizada (ADE)
(BRASIL, 2009). Foram utilizadas 200 sementes de feijão-fava por tratamento, submetidas à
desinfestação em C2H6O 70% por 30 segundos, NaClO a 1% durante 2 minutos e dupla lavagem em
ADE, permanecendo-as sob temperatura ambiente para secagem. As sementes foram imersas em
solução constituídas pelos tratamentos: óleos essenciais de cravo-da-índia (Caryophyllus
aromaticus) e manjericão (Ocimum basilicum), nas doses de (0, 1, 1,5 e 2 mL.L-1 de ADE) e
( )
( )
Qualidade fisiológica
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caryophyllus aromaticus 11
Ocimum basilicum
11 a a
% Incidência do Aspergillus spp.
% Incidência do Aspergillus spp.
9 9
1 1
4 4
1 1
ab ab b b b
0 0
0 0,5 1 1,5 2 0 0,5 1 1,5 2
-1 -1
concentração (mL·L-1) concentração (mL·L-1)
8 Caryophyllus aromaticus 8
Ocimum basilicum
a a
7 7
6 6
5 5
ŷ = 6,5429 - 3,3714x
4 ŷ = 6,8636 - 8,8636x + 2,8182x2 4
ab R² = 0,9295
R² = 0,9398 3
3
ab
2 2
ab
b 1
1 ab b
0 0
0 0,5 1 1,5 2 0 0,5 1 1,5 2
-1 -1
concentração (mL·L-1) concentração (mL·L-1)
Figura 2. Porcentagem de incidência de Aspergillus spp. Clasdosporium sp. e Fusarium sp., em sementes de
fava (Phaseulos lunatus L.), tratadas com óleos de Caryophyllus aromaticus e Ocimum basilicum em
diferentes concentrações.
Dados semelhantes ao presente trabalho foi verificado por Flávio et al., (2014) quando
avaliaram a qualidade sanitária de sementes de Sorghum bicolor tratadas com óleo essencial de
Ocimum gratissimum, observou-se redução na infestação de Fusarium (29,2%) e Aspergillus spp.
(14,3%).
Silva et al., (2009) avaliando o efeito de extratos vegetais, verificou-se que o extrato de
manjericão proporcionou o menor redução de incidência sobre o fungo Fusarium oxysporum em sementes
de Vigna unguiculata.
Óleos essenciais Concentração (mL) PC GE IVG
Testemunha 0,0 21,3 ab 22,0 ab 11,9 ab
Cravo-da-india 1,0 22,8 ab 23,0 ab 11,6 ab
Cravo-da-india 1,5 23,8 a 23,8 a 12,8 a
Cravo-da-india 2,0 22,0 ab 22,3 ab 11,4 ab
Manjericão 1,0 22,5 a 23,8 ab 11,3 ab
Manjericão 1,5 21,3 ab 22,5 ab 11,7 ab
Manjericão 2,0 19,5 b 19,8 b 10,0 b
C.V - 10,42 10,57 12,76
DMS - 3,35 3,49 2,16
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Tabela 1. Porcentagem média da primeira contagem (CP), germinação (GE) e índice de velocidade da
germinação (IVG) das sementes de feijão-fava (Phasealus lunatus L.) variedade ‗orelha de vó‘, submetidas
a diferentes tratamentos.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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RESUMO
O manejo de plantas daninhas tem grande influência no aumento do custo de produção das culturas
agrícolas, por muitas vezes ultrapassando o desembolso no controle de pragas e doenças. Trabalhos
realizados para identificar a alelopatia, muitas vezes não revelam os compostos químicos, mas
podem detectar a interferência no crescimento e desenvolvimento das espécies-alvo, servindo como
indicativo de possíveis fontes de novos compostos com potencial ação biocida ou indutoras de
processos. Objetivou-se com esse estudo mensurar as modificações causadas pela adição de
resíduos de algaroba (Prosopis juliflora (Sw) DC.) na germinação e no crescimento de plântulas de
algodão, picão-preto e sorgo. O experimento foi conduzido em câmara de BOD, utilizando-se como
substrato papel germitest. Os tratamentos constaram da adição ao substrato de diferentes
concentrações (0; 25; 50; 75; 100%) do extrato aquoso de Prosopis juliflora. O extrato foi
elaborado após a imersão de 100g de folhas secas trituradas em 1000 ml de água, por um período de
24 horas. O produto resultante dessa operação foi o extrato com concentração de 100%, a partir
desse foram diluídas as demais concentrações. Avaliou-se a porcentagem de germinação, o índice
de velocidade de germinação e o comprimento radicular das plântulas. Concentrações a partir de
75% do extrato da algaroba reduziram significativamente a germinação das plantas de picão-preto e
sorgo. Por outro lado, plantas de algodão mostraram ser a espécie mais tolerante aos efeitos
alelopáticos da algaroba.
Palavras-chave: Aleloquímicos, BOD, taxa de germinação, velocidade de germinação.
ABSTRACT
The weed management has great influence on the increased cost of production of agricultural crops,
many times exceeding the outlay to control pests and diseases. Work carried out to identify
allelopathy often do not reveal the chemicals, but can detect interference in the growth and
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Local do experimento
O método de preparo do extrato aquoso empregado foi o de extração fria, utilizando uma
proporção de 100g de folhas trituradas para 1L de água destilada. A mistura ficou em repouso por
Delineamento experimental
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Algaroba × Algodão
80
60
ŷ = -0,0018x2 + 0,015x + 73,875
IVG (%)
40 R² = 0,9996**
20
0
0 25 50 75 100
Concentração do extrato (%)
100
y = 90,5
80
Germinação (%)
R² = #N/A
ŷ= 99,32
60
40
20
0
0 25 50 75 100
Concentração do extrato (%)
Comprimento da radícula
7
6
5
(cm)
4 y = -0,0098x + 6,2463
R² = 0,1115**
3
2
1
0
0 25 50 75 100
Concentração do extrato (%)
Algaroba × Picão-preto
As aplicações dos extratos aquosos das folhas de algaroba tiveram efeito alelopático
negativo nas variáveis avaliadas. O IVG foi a variável mais sensível no término do experimento
onde observou que a partir da concentração 50% houve significância nos resultados analisados. O
comprimento radicular e a germinação, ambas foram significativas a partir da concentração 75%
(Figura 2). A redução da velocidade de germinação implica apresentarem tamanho reduzido e assim
ficando mais susceptíveis a estresses como o hídrico e também o fato de diminuir a competição com
a cultura, pois com o crescimento lento da planta daninha a cultura tem a possibilidade de
estabelecer mais rápido na área. Getachew et al. (2012) estudou os efeitos alelopático invasivo da
Prosopis juliflora sobre a germinação de sementes e crescimento de plântulas Acacia nilotica (L.)
Willd., tortilis Acácia (Forssk.) Hayne, Cenchrus ciliaris L. e Enteropogon rupestris (JA Schmidt)
em diferentes tipos de habitats. Para tal estudo, folhas, casca e extratos aquosos da raiz de Prosopis
Juliflora nas proporções 0; 0,5; 0,8; 1; 2 e 6% foram preparados em seu estudo. A germinação e o
crescimento das sementes de A. nilotica e A. tortilis não foram afetada por todos os extratos aquosos
de diferentes partes de órgãos de Prosopis Juliflora, porém folhas e extratos das raizes em
concentrações superiores inibiram a germinação de C. ciliaris e E. rupestris.
IVG (%)
8 R² = 0,93**
6
4
2
0
0% 25% 50% 75% 100%
Concentração do extrato (%)
70
60
Ŷ = 57,971 - 8,7714x - 47,429x2
Germinação (%)
50 R² = 0,89**
40
30
20
10
0
0% 25% 50% 75% 100%
Concentração do extrato (%)
3,5
Comprimento da radícula
3
Ŷ = 2,2544 + 1,2566x -3,3646x2
2,5 R² = 0,89**
2
(cm)
1,5
1
0,5
0
0% 25% 50% 75% 100%
Concentração do extrato (%)
Algaroba x Sorgo
0,6
0,4
0,2
0
0% 25% 50% 75% 100%
Concentração (%)
7
6
5
Germinação (%)
y = -4,8x + 4,4
4 R² = 0,9*
3
2
1
0
0% 25% 50% 75% 100%
Concentração (%)
2,5
Comprimento da radícula
2
Ŷ = 1,2069 - 2,2309x + 0,9829x2
R² = 0,98ns
1,5
(cm)
0,5
0
0% 25% 50% 75% 100%
Concentrações
FIGURA 3. Valores médios do Índice de velocidade de germinação, Germinação e do comprimento
radicular de plântulas de sorgo submetidas à ação de diferentes concentrações de extratos de algaroba. *
significativo ao nível de 5% de probabilidade (p < 05); ns não significativo (p > 05).
REFERÊNCIAS
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RESUMO
A Educação Ambiental (EA) tem uma história quase oficial, que a relaciona com conferências
mundiais e com os movimentos sociais em todo o mundo. No Brasil, está previsto em lei e deve ser
oferecida pelas escolas em todos os níveis de ensino. A inclusão do tema meio ambiente na rotina
escolar, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), possibilitou atividades
interdisciplinares, transversais e inserção da temática no conteúdo de cada disciplina numa
perspectiva educativa quando analisa temas que permitam enfocar as relações entre a humanidade, o
meio natural e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificações. O interesse deste
trabalho foi estudar a prática pedagógica dos docentes em relação à EA desenvolvida nas escolas
públicas da rede estadual de ensino em Fortaleza - Ceará, no sentido de verificar sua contribuição
para a formação de consciência ambiental dos jovens de ensino básico. Para o desenvolvimento do
tema, foi realizada uma pesquisa em seis escolas, considerando quatro segmentos envolvidos na
pesquisa: coordenadores pedagógicos, professores coordenadores de área, professores e alunos;
averiguar qual a compreensão e perspectiva percebida por cada um destes segmentos e como se dão
as ações decorrentes da temática EA nas escolas pesquisadas. Comparando os resultados dos atores
envolvidos, percebemos uma relevante diferença na compreensão e concepção do processo de
entendimento sobre a temática meio ambiente. Para os professores, os temas ambientais são mais
específicos, enquanto os alunos tem uma visão dos temas mais global. De modo geral, as escolas
estão longe de desenvolverem projetos interdisciplinares com a temática EA; que a formação
continuada em EA é algo inoperante pela Secretaria de Educação e, quando existe, é por interesse
próprio do professor; os alunos continuam evidenciando que a EA é uma atuação concentrada nos
professores de ciências, geografia e biologia.
Palavras Chave: Educação Ambiental, Ensino, Prática Docente.
RESUMEN
La Educación Ambiental (EA) tiene una historia casi oficial, que la relaciona con conferencias
mundiales y con los movimientos sociales en todo el mundo. En Brasil, está previsto en ley y debe
ser ofrecida por las escuelas en todos los niveles de enseñanza. La inclusión del tema medio
47
Mestre em Ciências da Educação - UNISAL - PY
INTRODUÇÃO
A Educação Ambiental é uma práxis educativa e social que tem por finalidade a construção
de valores, habilidades e atitudes que possibilitem o entendimento da realidade de vida e a atuação
lúdica e responsável de atores sociais individuais e coletivos no ambiente. Neste sentido, contribui
para a tentativa de implementação de um padrão civilizacional e societário distinto do vigente,
pautado numa nova ética da relação sociedade-natureza.
Conforme Reigota (2009, p. 15), a educação ambiental como educação política é, por
principio, questionadora das certezas absolutas e dogmáticas; é criativa, pois busca desenvolver
metodologias e temáticas que possibilitem descobertas e vivências; é inovadora, quando relaciona
os conteúdos e as temáticas ambientais com a vida cotidiana e estimula o diálogo de conhecimentos
científicos, ética e popular, e diferentes manifestações artísticas; e crítica muito crítica, em relação
aos discursos e as práticas que desconsideram a capacidade de discernimento e de intervenção das
pessoas e dos grupos independentes e distantes dos dogmas políticos, religiosos, culturais e sociais,
e da falta de ética.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1103
A Educação Ambiental ainda se encontra densamente relacionada com a Ecologia. Assim,
trabalha-se nas comunidades escolares com conteúdos programáticos complicados de serem
ministrados em sala de aula: demasiadamente ―cientificados‖ através de disciplinas. O advento e
integração da Educação Ambiental na escola só se tornarão possíveis fundamentados em ações
pontuais capazes de se adequarem, de forma sistêmica e racional, e atingirem os fins em relação às
demandas, por meio de contextos metodológicos de ensino.
Segundo Reigota (2009, p. 45), a educação Ambiental, como perspectiva educativa, pode
estar presente em todas as disciplinas quando analisa temas que permitam enfocar as relações entre
a humanidade e o meio natural e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades.
Portanto, a introdução da educação ambiental na escola supõe uma modificação fundamental na
própria concepção de educação, provoca mesmo uma revolução pedagógica.
Apesar de ter documentos oficiais, como a Política Nacional de Educação Ambiental;
Conteúdos Programáticos e os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN‘s, que falam sobre a
temática, que são documentos importantes de referencia para a prática pedagógica dos professores e
onde se dar a formação dos docentes. E, no entanto, esta temática nem aparecem em muitas das
discussões em sala de aula, sendo tema de segunda categoria.
O objetivo geral do trabalho foi estudar a prática pedagógica dos docentes em relação à
educação ambiental desenvolvida nas escolas públicas da rede estadual de ensino em Fortaleza -
Ceará, no sentido de verificar sua contribuição para a formação de consciência ambiental dos jovens
de ensino básico.
Tendo em vista a opção metodológica de trabalhar com dados qualitativos, ou seja, com as
posições e opiniões dos atores sociais envolvidos no processo da pesquisa e, em particular o
conjunto da comunidade escolar (coordenadores escolares, professores coordenadores de áreas,
professores e alunos), foi realizada, a principio, uma pesquisa bibliográfica com discussão dos
conceitos básicos, levantamento de dados preliminares, coleta de dados junto às escolas
pesquisadas, material bibliográfico que trabalham com a temática, documentos como os PCN´s,
Livros didáticos, experiências exitosas de outras pesquisas, visando a uma análise do tema de
estudo, para, em seguida, realizar pesquisa de campo ―in loco‖ junto às escolas, professores e
alunos, onde foram feitas observação participante e entrevistas semiestruturadas.
METODOLOGIA
O principal interesse da pesquisa foi buscar a compreensão do olhar do professor sobre a sua
prática, o desempenho dos mesmos no que diz respeito ao tema de Educação Ambiental, a forma de
como os professores motivam os alunos para os assuntos referentes às questões ambientais, os
recursos e formas utilizadas para a avaliação do aprendizado dos alunos sobre Educação Ambiental,
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1104
e também os recursos pedagógicos e metodológicos que estes professores utilizam para desenvolver
suas aulas.
O desenvolvimento da pesquisa envolveu as seguintes abordagens de análise quantitativa e
qualitativa. Segundo Minayo (1999), os dados quantitativos e qualitativos não se opõem, ao
contrário, se complementam, dentro de uma interação dinâmica que exclui qualquer dicotomia.
A princípio, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental a partir do registro
disponivel, decorrente de pesquisas anteriores. Utilizou-se de dados e categorias teóricas ja
trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. O material consultado na pesquisa
bibliográfica e documental abrangeu todo referencial já tornado público em relação ao tema em tela
como: registros em revistas e folhetos, livros, teses, documentos oficiais, sites da internet, bem
como outras fontes.
Além da pesquisa bibliográfica e documental foi utilizada a pesquisa de campo, onde foram
utilizados questionários semiestruturados com perguntas abertas e fechadas. Os atores inseridos na
pesquisa foram constituídos de quatro segmentos: Coordenadores Pedagógicos, Professores
Coordenadores de Área – PCA´s, Professores e Alunos do ensino fundamental e médio. Para a
coleta de dados, foi considerada uma amostra aleatória estratificada, considerando-se cada estrato
formado por professores de ambas as áreas de conhecimento e por alunos das séries de 8º ao 9º anos
e nas três séries do ensino médio, dispostas em seis escolas pesquisadas no município de Fortaleza.
Foram entrevistados 06 coordenadores escolares representando o núcleo gestor das Escolas,
06 Professores Coordenadores de Área (PCA´s), 24 professores, sendo 04 em cada escola (02 do
ensino fundamental e 02 do ensino médio) e 68 alunos de ambos os sexos.
As entrevistas foram elaboradas seguindo um roteiro que contemplava questões abertas e
fechadas, entre elas questões comuns para os quatro segmentos. Buscou-se a construção de um
olhar de totalidade, sustentado na interdisciplinaridade, pois foram contempladas as três áreas de
conhecimento: linguagens e códigos, ciências da natureza e matemática e ciências humanas. Desta
forma, comporta uma efetiva complexidade de atributos que é a interação de múltiplos
conhecimentos sobre o meio em que o homem vive e sobrevive.
Trabalhamos com um número amostral de professores que pudessem referendar a realidade
local. Os dados foram categorizados de acordo com análise temática de tal forma que pudessem
responder às questões formuladas na pesquisa.
A pesquisa utilizou o método comparativo descritivo, pois foram comparadas as escolas,
com vistas à contextualização das diferenças e similaridades entre as mesmas, através de uma
caracterização e descrição do lugar onde está inserida a mesma. Em cada escola foi feito contato
inicialmente por telefone com o núcleo gestor, explicando a proposta da pesquisa, solicitando a
realização do trabalho de investigação (aplicação de questionário e caracterização da escola).
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1105
Quanto aos alunos, estes foram selecionados de forma aleatória em sala de aula, levando em
consideração sua modalidade de ensino. Pois deveriam ser entrevistados 10 em cada escola (05 do
ensino fundamental e 05 do ensino médio). Em todas as escolas houve interesse de alguns alunos
em participar da pesquisa respondendo o questionário, daí, em vez de 60 questionários, haver 68
entre os alunos pesquisados.
ANÁLISE E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Especialização em Gestão de Recursos Hídricos. UFSC, 2005.
RESUMO
Os problemas ambientais presentes em âmbito global são uma patente manifestação da crise da
civilização ocidental capitalista. Diante disso, somente uma grande mudança cultural,
proporcionada por uma educação pautada em valores socioambientais voltados para preservação do
planeta será capaz de mitigar os efeitos desta catástrofe ambiental e superar esse dilema da espécie
humana. Nesse sentido, o projeto calendário ambiental teve como objetivo, trabalhar por meio de
atividades didático-pedagógicas datas comemorativas voltadas para a educação ambiental; levar
conhecimentos sobre o meio ambiente e seus problemas à comunidade escolar e inserir de forma
multidisciplinar e contínua a educação ambiental no âmbito de algumas escolas de ensino
fundamental I do município de Areia Branca-RN. Os objetivos propostos inicialmente foram
alcançados. Visto que, os subsídios e atividades realizadas pela equipe técnica possibilitaram aos
professores trabalharem de forma interdisciplinar as datas comemorativas, estabelecendo um
diálogo entre as várias disciplinas do contexto escolar. O projeto, diferentemente de outras
atividades escolares voltadas para questão ambiental não foi uma atividade isolada, estanque, de
modo que durante todo o ano letivo a questão ambiental esteve presente no cotidiano de cada
escola, por meio das várias atividades realizadas.
Palavras-chave: Calendário, Ecológico, Educação, ambiental.
ABSTRACT
Environmental problems nowadays in the global scope are a right manifestation of the crisis of the
capitalist western civilization. Therefore, only a big cultural change, provided by a methodical
education in socio-environmental values directed to preservation of the planet will be able to
mitigate the effects of this environmental disaster and overcome this dilemma of the human species.
In this sense, the Environmental calendar project had as purpose to work through the didactic-
pedagogic commemorative dates activities focused on environmental education; to bring knowledge
about the environment and its problems to the school community and put in a multidisciplinary and
continuous way the environmental education in scope of some elementary schools of Areia Branca-
RN. The original objectives were achieved. Since, subsidies and activities carried out by the
technical team enabled to the teachers to work in an interdisciplinary way the commemorative
dates, establishing a dialog among the various disciplines of the school context. The project, unlike
INTRODUÇÃO
A Europa passou por grandes mudanças socioeconômicas entre os séculos XVI e XVIII.
Neste momento histórico sucumbiu a sociedade feudal e surgiu a ciência e a indústria moderna
transformando costumes, hábitos, tradições, modos de vida, visões de mundo e edificando um novo
modelo de sociedade.
Pensadores como o matemático francês Renê Descartes, o físico inglês Isaac Newton e o
astrônomo italiano Galileu Galilei deram grandes contribuições para a edificação da base científica
moderna. Estes estudiosos, com suas teorias, romperam com o modelo orgânico de Aristóteles que
concebia a natureza como algo vivo e, passaram a pensar a natureza como uma grande máquina,
como um relógio composto de pequenas peças que se combinam formando uma grande engrenagem
mecânica.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1116
Assim, na ótica da ciência moderna o homem deveria decompor esta grande máquina que
são os sistemas naturais para poder conhecê-la. Somente por meio do conhecimento científico
experimental é possível conhecer, dominar e transformar completamente a natureza em função dos
interesses materiais humanos. Para dominar a natureza e controlá-la o ser humano precisa ficar fora
dela é a partir desse pressuposto que surgiu a dualidade natureza/cultura, sujeito/objeto. O homem
deixou de ser mais uma espécie na natureza para se julgar o senhor absoluto dos recursos naturais.
O mundo passou a ser concebido a partir desta ética antropocêntrica que estimulou o
desenvolvimento ilimitado dos sistemas econômicos em detrimento dos ecossistemas. De acordo
com Grün (2009):
Para os pioneiros da ciência moderna todo o conhecimento sobre a natureza deveria ser
fragmentado e traduzido em linguagem matemática e em relações mecânicas de causa e efeito. Essa
fragmentação do conhecimento produziu a especialização científica e um conjunto de saberes
reducionistas que passaram a captar apenas alguns aspectos da totalidade e complexidade que são os
ecossistemas naturais.
Essa visão da natureza foi reforçada pela revolução técnica e industrial do século XVIII, que
absolutizou a ideologia da produção em massa e do crescimento econômico a qualquer custo.
Assim, a produção industrial em série e a noção de progresso como aumento da produção material e
crescimento econômico sem limites se tornaram finalidades últimas da atividade econômica. A
natureza tornou-se desse modo um mero fator de produção, um recurso econômico a ser explorado
infinitamente para produção de bens e serviços que deveriam satisfazer as infinitas necessidades
materiais humana. Para Camargo (2003), o estabelecimento de uma economia industrial urbana,
com base numa tecnologia altamente consumidora de energia e matéria-prima, radicalizou o
impacto do homem sobre a natureza.
Também no século XVIII, o advento da ciência econômica, ignorou o valor e a finitude dos
bens naturais e contribuiu enormemente para edificação da ideologia produtivista e do crescimento
econômico. Para Adam Smith e os precursores da economia moderna a natureza é um bem sem
valor, somente após sofrer a ação do trabalho humano e ser transformada em bens ou serviços é que
esta adquire valor de troca e importância econômica.
Todavia, na segunda metade do século XX, esses paradigmas científicos e socioeconômicos
apresentaram sinais de esgotamento. A fragmentação do conhecimento científico, as dualidades
Até a década de 50, do século passado, a preocupação social com a preservação da natureza
era praticamente um assunto isolado apenas do interesse dos amantes da natureza e da comunidade
científica. Na década seguinte, a sociedade civil em geral começou a tomar consciência de que a o
planeta vivia uma crise ambiental e concomitantemente emergiu o discurso de que um dos
instrumentos para o enfrentamento da crise de degradação dos ecossistemas seria a educação
ambiental.
O grande marco introdutório da questão ambiental foi o livro primavera silenciosa publicado
em 1962 nos Estados Unidos, por Rachel Carson. Esta obra abordou os efeitos nefastos dos
agrotóxicos para agricultura e o meio ambiente em geral. Atingindo um grande público, Carson
alertou a sociedade para os problemas ambientais.
No final desta década, os movimentos de contra cultura também levantaram a bandeira da
questão ambiental. Questionando a cultura ocidental, criticavam os valores da sociedade moderna,
sobretudo o consumismo e defendiam o pacifismo e a preservação da natureza.
Nos anos 70, a questão ambiental chegou a esfera estatal e em 1972, ocorreu em Estocolmo
na Suécia, a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento humano. Nesta reunião que
discutiu os problemas ambientais em nível global, também se afirmou que a educação ambiental é
um elemento crítico capaz de educar os cidadãos para combater a crise ambiental (CAMARGO,
2003).
A crise do petróleo em 1973, que contribuiu para demonstrar a finitude dos recursos
naturais, também ampliou o consenso social sobre a necessidade de pensar alternativas para
superação dos dilemas ambientais.
Diante da importância que a educação ambiental passou a receber no contexto de discussão
da problemática ambiental. Em 1975, em Belgrado, na ex-Iugoslávia, a UNESCO organizou o I
encontro internacional de educação ambiental. Este evento contou com participação de 65 países e
foi responsável pela formulação de alguns princípios e orientações básicas que foram utilizados na
educação ambiental no mundo inteiro.
Em 1977, em Tbilisi (ex-URRS), ocorreu a conferência intergovernamental sobre educação
ambiental. Esta conferência foi um dos mais relevantes eventos em termos de discussão da
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1118
educação ambiental global. Em Tbilisi, estabeleceu-se o consenso de que a educação ambiental
deveria fundamentar novos valores e uma nova ética voltada para a sustentabilidade ecológica e
equidade social, além de contribuir para uma nova visão de mundo com base no diálogo entre os
saberes (TORRES et al., 2009)
Em 1979, aconteceu na Costa Rica, o seminário internacional de educação ambiental para
América Latina, que contribuiu para sistematização e divulgação de uma educação ambiental mais
focada na realidade socioeconômica local.
No final dos anos 70, a preocupação com questão ambiental chegou ao Brasil. Após a anistia
muitos exilados retornaram com ideias sobre preservação do meio ambiente com os quais os
brasileiros haviam tido contato na Europa. Grün (2009), afirma que,
―Inicialmente o ambientalismo não teve uma grande recepção no Brasil. Vítima de uma
concepção estreita e preconceituosa, as ideias sobre preservação ambiental foram
consideradas uma espécie de luxo. Um tipo de capricho ao qual poderiam se entregar os
países do primeiro mundo‖(GRÜN, 2009. p.18).
Nos anos 80, a opinião pública brasileira, se tornou mais sensível à problemática ambiental e
em 1981, foi criada a política nacional de meio ambiente e o sistema nacional de meio ambiente. A
educação ambiental foi considerada um instrumento de realização da política nacional.
Nesta década também surgiu à discussão sobre os espaços institucionais de educação
ambiental. Assim, em 1987 o conselho federal de educação decidiu sobre o caráter interdisciplinar
da questão ambiental e determinou a não inserção da educação ambiental como disciplina escolar
(Ruscheinsk, 2012).
A constituição federal de 1988, a primeira da história que trouxe um capítulo tratando do
meio ambiente, também destacou a função do poder público como promotor da educação ambiental
para preservação do meio ambiente em todos os níveis de ensino.
Na conferência sobre meio ambiente, realizada no Rio de Janeiro em 1992, a maior já
realizada no gênero, a educação ambiental foi bastante discutida e sugeriu-se substituir o termo
educação ambiental por educação para um mundo sustentável, mas não houve consenso. Apesar
disso, um importante documento denominado ―tratado de educação ambiental para as sociedades
sustentáveis‖ foi um dos resultados desta conferência que contribuiu para o desenvolvimento da
educação ambiental em âmbito global.
No Brasil, o grande marco da institucionalização da educação ambiental, foi à publicação
dos Parâmetros curriculares nacionais (PCNs) em 1996, pelo ministério da educação. Este
documento colocou o meio ambiente como um tema transversal que deveria desse modo ser
abordado pelas diferentes disciplinas no contexto escolar, além de incorporar os saberes culturais
nessa dinâmica compreensiva da problemática ambiental.
Dentre às atividades realizadas pela equipe da gerência de gestão ambiental dentro do calendário,
algumas mereceram destaque, tais como:
Dia do turismo ecológico, comemorado com uma visita de duas turmas de alunos da escola
municipal professora Geralda Cruz a área de proteção ambiental das dunas do Rosado, contando
com a presença de técnicos do IDEMA que ministraram uma palestra no Ecoposto da futura APA.
Dia mundial da água. Comemorado com um pedágio no centro da cidade e visita a todas as
escolas municipais com panfletagem nas salas de aula das escolas participantes do projeto.
Semana do meio ambiente (Figuras 1 e 2), realização de gincana, passeio ciclístico e dia de
convivência com alunos das escolas municipais.
Dia da proteção dos manguezais. Visita às quatro principais salinas do município com
realização de palestras e plantio de mudas de manguezais (Figuras 3 e 4)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar dos desafios que são inerentes a qualquer atividade de educação ambiental a
implantação do calendário ecológico foi bastante exitosa. Pois os objetivos propostos inicialmente
foram alcançados. Visto que, os subsídios produzidos pela equipe técnica possibilitaram aos
professores trabalharem de forma interdisciplinar as datas comemorativas, estabelecendo um
diálogo entre as várias disciplinas do contexto escolar. O projeto, diferentemente de outras
atividades escolares voltadas para questão ambiental não foi uma atividade isolada, estanque, de
modo que durante todo o ano letivo a questão ambiental esteve presente no cotidiano de cada
escola, por meio das várias atividades.
Ademais, a ênfase em temáticas locais possibilitou aos educandos o conhecimento sobre
problemas ambientais que geralmente são ignorados quando se trabalha a questão em sala de aula.
Todavia, no ano seguinte, embora algumas escolas tenham solicitado a gerência à
continuidade do projeto, problemas de ordem material e técnicos inerentes ao poder público
municipal inviabilizaram a realização do projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNA, V. S. D. Como fazer educação ambiental. São Paulo: Paulus, 2001. (Pedagogia e
educação).
BRASIL. Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a
Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, 1999.
GADOTTI, M. Educar para sustentabilidade. São Paulo: Editora e livraria instituto Paulo Freire,
2009. (Série unifreire: 2)
GRÜN, M. Ética e educação ambiental: A conexão necessária. 12. ed. Campinas-SP: Papirus,
1996. (Coleção magistério: Formação e trabalho pedagógico).
REIGOTA, M. O que é educação ambiental. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 2009. (coleção primeiros
passos: 292).
TORRES, M. B. R. et al. (org.). Teorias e práticas em educação ambiental. Mossoró: UERN, 2009.
RESUMO
O artigo apresenta a análise de um trabalho realizado junto a estudantes do ensino integrado do
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense - Câmpus Charqueadas. O
objetivo foi identificar se há diferença na percepção sobre a questão ambiental entre os estudantes
ingressantes no câmpus e os que estão frequentando o último ano. Através de um trabalho cuja
metodologia foi qualitativa, foram avaliadas a escrita e a participação oral dos grupos durante a
execução das propostas nas aulas de Geografia. Observou-se que não há diferenças entre os dois
grupos no que tange os saberes ambientais. A maioria dos estudantes nunca participou de atividades
relacionadas a temática ambiental, nem durante o ensino fundamental. Também não souberam
reconhecer os principais líderes do movimento ambientalista do Brasil. Entretanto, a maioria dos
participantes indicou que a escola é o espaço adequado para trabalhar com esta temática. Ao se
identificar esses direcionamentos durante o trabalho, foi iniciado um trabalho extensionista junto a
educadores da região carbonífera, como forma de, indiretamente, contribuirmos com a formação do
sujeito ecológico.
Palavras – chave: educação ambiental; ensino médio integrado; geografia
ABSTRACT
The article presents the analysis of work done with students of integrated education Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense - Câmpus Charqueadas. The aim was
to identify whether there are differences in the perception of environmental issues among freshmen
students on campus and those who are attending the last year . Through a work whose methodology
was qualitative , were evaluated writing and oral participation of groups during the implementation
of the proposals in geography lessons. We observed no differences between the two groups
regarding environmental knowledge. Most students never participated in related environmental
issues, nor during elementary school activities. Also not able to recognize the main leaders of the
environmental movement in Brazil. However, most participants indicated that the school is
adequate space to work with this theme. By identifying these directions during work, started an
extension educators work together in the coal region, as a way of indirectly contribute to the
formation of the ecological self .
Keywords: environmental education; integrated high school ; geography
Há algum tempo tenho refletido sobre os discursos educativos ambientais nos meios
acadêmicos, na mídia, e, sobretudo, na escola. Minha experiência e formação, que considero sólida
na Educação Ambiental, com origem lá na admiração pela professora e pesquisadora Dra. Judith
Cortesão nos anos noventa, leva-me a pensar que há alguma lacuna, algo que não está chegando
fortemente naqueles que passam pelas atividades denominadas de educativas ambientais.
As escolas, especialmente, as de ensino fundamental, amparados em orientações legais,
trabalham com práticas distintas ao longo do processo de formação cidadã, pelo menos, nos últimos
dez anos. Práticas essas que vagarosamente vem sendo modificadas pelos educadores que entendem
que esse processo é longo e necessário. Entretanto, perguntamo-nos por que efetivamente essas
mudanças ainda são vagarosas? Por que os processos educativos não atingem tão profundamente os
sujeitos em formação? A hipótese inicial é que estas atividades, muitas vezes desconexas, pontuais
e superficiais, não atingem seu principal propósito que é o de influenciar os sujeitos para reorientar
suas práticas não sustentáveis, as quais cotidianamente atravessam nossas mais distintas atividades.
Essa crítica atinge, sobretudo, o ensino médio, onde o foco é no conteúdo e nas práticas técnicas,
caso sua estrutura esteja alicerçada no ensino integrado.
Como educadora ambiental, desde 1998, quando efetivamente me identifiquei com a
temática, entendi que não era possível que continuássemos com as mesmas escolhas, com relação
aos diversos setores da vida: alimentação, transporte, educação, relações interpessoais, enfim, desde
aquela época debatíamos entre outros temas, também a necessidade de reorientar os fluxos de
desejo consumidor. Mas evidente, nada disso é novo, nos anos sessenta já fazia-se isso conforme
salientou Carson (2013).
Mas, o quê, enquanto estudantes, jovens e otimistas pensavam e porque buscávamos aqueles
que pensavam a natureza? Eu, particularmente, enquanto geógrafa pensava em ser multiplicadora da
ideia dos ambientes verdes, na preservação dos ambientes costeiros e dos animais da nossa região
(nasci e tenho minha formação acadêmica no sul do Brasil, mais especificamente em Rio Grande, o
que favoreceu minha convivência, não apenas com estudantes, mas com pesquisadores brasileiros e
estrangeiros que buscavam naquele meio, estratégias de salvar aquele ambiente frágil). Assim, fui
sendo construída e desconstruída academicamente.
Foi a partir deste cenário que enveredei inicialmente pelos trabalhos nas escolas de ensino
fundamental. Eu estava inserida em um grupo que acreditou naquele momento (e continua
acreditando) que o processo de sensibilização- conscientização precisa ser orientado desde a mais
tenra idade, de modo que cresçam compreendo a importância de cada ação empreendida no espaço.
Muito já se discutiu sobre a questão de usar o adjetivo ambiental para a Educação, que
talvez isso não fosse necessário por uma série de razões. E, como no meio disso ainda acrescentar
outro termo, o Profunda? Pois bem, a ideia de acrescentar o termo ―profunda‖ vem do entendimento
de que não é possível alcançarmos grandes êxitos nas atividades educativas ambientais se antes não
atingirmos o ser humano na sua essência. O êxito ao qual me refiro está no fato de que muitas
campanhas, muitos processos educativos não apresentam continuidade fora dos seus limites de
ação.
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A ideia de trabalhar educação ambiental profunda remete a necessidade de que toda ação
educativa ambiental precisa, antes, trabalhar, o ser humano, individualmente, mexer com ele,
promover mudanças internas. As mudanças internas passam por processos de sensibilização,
conscientização e, evidentemente, mudanças profundas no modo de olhar o mundo. Essa
perspectiva foi apresentada por Ribeiro (2011). A pesquisadora baseada nos preceitos do
pensamento complexo e dos sistemas auto organizados afirma que o ―investimento na alma
humana‖ (p.44) é fundamental para ―qualquer intervenção educacional‖.
No mesmo caminho, pensando sobre o olhar o mundo, sensibilizar para conceber todas as
relações possíveis neste espaço por nós ocupados, situando a contemporaneidade como este tempo
vivido. Entendendo que compreender, como muitos já divulgaram, que somos mais um neste
universo a compor o ambiente e não o elemento principal é preciso reorientar o paradigma de
pensamento.
Todas nossas ações, todos nossos empreendimentos precisam passar pelo raciocínio de que
uma ação ocorrida aqui interfere em outro processo ali. A questão aí envolvida é a visão míope que
temos sobre as relações que nos cercam que perpassam pela subjetividade, a economia, a política, a
cultura, a natureza, as relações territoriais e, por que não religiosas! As crenças contribuem para o
modo como olhamos os elementos que compõem o nosso espaço. Basta ver as relações indígenas
com seus espaços, os quais não separam o ambiente de si mesmos.
Precisamos repensar as atitudes para adequar os modos de ação, precisamos de fato, mudar,
não há outra relação possível de melhorar o mundo. E, é fundamental compreender o mundo atual,
como se apresenta, pela perspectiva da liquidez – conceito trabalhado pelo sociólogo Bauman
(2003), os modos de analisar o pensar e o agir, ou seja, compreender suas lógicas de operação,
permitindo colocarmos em evidência pontos relevantes no mundo contemporâneo, o qual é baseado
na superficialidade, no consumo e na artificialidade, permitirá planejar um novo mundo.
Apesar de acreditar que as mudanças profundas passam pela mobilização dos aspectos
internos do ser humanos, acredito que já tivemos grandes avanços na sociedade contemporânea. Há
ainda muitos casos de pessoas insensíveis, sem comprometimento, irresponsáveis, mas os bens
coletivos têm sido muito maiores. A quantidade de políticas públicas que visam a melhoria da
qualidade de vida humana são suficientemente adequadas para o que precisamos. No entanto,
esbarramos na incompetência ainda de muitas pessoas com pensamento individualista e lutando
apenas em causas próprias. Se tivessem suas energias voltadas para o sucesso de ações coletivas não
teríamos que discutir boa parte do que já foi realizado por outras mãos que trabalham pelo bem
comum.
Este trabalho continuará no próximo ano. Outras ações estão em andamento de modo que a
questão ambiental não fique restrita aos espaços destinados a disciplina de Geografia. Dentre essas
ações está a oferta de inúmeras atividades mensais através do Núcleo de Gestão Ambiental do
campus, como um concurso fotográfico. Também tem sido realizadas estudos do meio, com saídas
de campo para que o estudantes reconheçam as potencialidades, identifiquem os problemas e
reflitam sobre o espaço local. No mesmo sentido, temos proporcionado espaços para debate e
reflexão com colegas oriundos de outros espaços sejam estudantes ou pesquisadores, como os
realizados durante as mostras científicas ocorridas nos distintos campus do Instituto Federal Sul-
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1133
rio-grandense. Alguns estudantes tem participado de trabalhos de pesquisa e buscado participar de
eventos nos quais seus resultados são apresentados. Portanto, estão sendo oferecidos espaços de
diálogo, debate, descobertas e, principalmente, divulgação dos seus resultados.
Com relação ao trabalho extensionista junto aos docentes da região, devido a procura e,
especialmente, pela manifestação de continuidade, o projeto está iniciando sua terceira oferta. Além
disso, introduzimos uma disciplina denominada Educação Ambiental na Escola no Strito Senso em
Educação ofertado pelo Instituto a qual tem apresentado uma procura significativa.
Portanto, considero que as todas as oportunidades de formação tanto para estudantes quando
para docentes tem sido satisfatórias, de modo que a contribuição tem sido dada!
REFERENCIAS
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar,
2003.
CALIXTO, Patrícia Mendes. Estudo do meio: possibilidade de articulação entre a Geografia escolar
e a Educação Ambiental. 2012. 239. Tese ( Doutorado em Educação Ambiental). FURG, 2012.
CALIXTO, Patricia. Mendes ; PINTO, Carmem Lucia Lascano. A perspectiva educativa ambiental
na prática de educadores participantes de um curso de formação continuada. Revista Eletrônica
do Mestrado em Educação Ambiental, v. 22, p. 276-294, 2009
LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Trad. Lúcia
Mathilde Endlich Orth. 7 ed: Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
TRAJBER, Rachel e MENDONÇA, Patrícia Ramos (org). Educação na diversidade: o que fazem
as escolas que dizem que fazem educação ambiental – Brasília: Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2006.
RESUMO
Em decorrência do intenso crescimento econômico e populacional, o debate mundial em torno das
questões ambientais vem ocorrendo de maneira acentuada. A escassez dos recursos naturais e a
degradação do meio ambiente têm provocado na sociedade o pensar mais consciente diante da
emergência planetária. Nesse sentido, faz-se necessário repensar a importância de se trabalhar a
Educação Ambiental, uma vez que o seu potencial para transformar as concepções do ser humano,
enxergar a relação entre a sociedade e o ambiente, vem a ser fundamental para a construção de uma
sociedade mais comprometida com a qualidade ambiental, ou seja, uma sociedade sustentável.
Assim sendo, o presente artigo tem por objetivo discorrer sobre construções teóricas da educação
ambiental e os caminhos percorridos por esta no que se refere a sua inserção no ensino superior,
visando promover um debate sobre esta temática.
Palavras-chave: Educação Ambiental; Ensino Superior; Revisão de Literatura; Legislação.
ABSTRACT
Due to the intense economic and population growth, the global debate on environmental issues is
occurring sharply. The scarcity of natural resources and environmental degradation have caused in
the society the thinking more conscious on the planetary emergency. In this sense, it is necessary to
rethink the importance of working environmental education, since its potential to transform the
conceptions of the human being, seeing the relationship between society and the environment,
comes to be fundamental for the construction of a more committed society to environmental quality,
in other words, a sustainable society. Therefore, this article aims to discuss theoretical constructs of
environmental education and the paths taken by this regarding their inclusion in higher education to
promote a debate on this subject.
Keywords: Environmental Education; Higher Education; Literature Review; Legislation.
Segundo Filho e Melo (2011, p. 87): ―a temática ambiental tem sido objeto de eventos
nacionais e internacionais e referência obrigatória nas campanhas políticas, além de contribuir para
a expansão do mercado de atividades muito lucrativas‖. Nessa direção, é possível destacar que a
superação de problemas emergentes, como a questão ambiental, exige mudanças profundas na
concepção de mundo, de natureza, de poder e de bem-estar, tendo por base a formação de novos
valores e novas atitudes.
Em decorrência do intenso crescimento econômico e populacional, o debate mundial em
torno das questões ambientais vem ocorrendo de maneira acentuada. A escassez dos recursos
naturais e a degradação do meio ambiente têm provocado na sociedade o pensar mais consciente
diante da emergência planetária.
Dessa forma, é necessário resgatar a noção de educação como um direito humano, capaz de
formar cidadãos críticos que assumam uma posição transformadora a fim de alcançar uma maior
justiça social e ambiental. Assim, a Educação Ambiental auxilia no debate sobre a incorporação da
temática ambiental e se coloca como um dos elementos fundamentais contra a crise ambiental atual.
A definição de Educação Ambiental, conforme a Política Nacional de Educação Ambiental:
os processos por meio dos quais, o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade (BRASIL, 1999, p. 1).
Diante desse contexto, Giesta (2009, p. 10) salienta que: ―Educação Ambiental visaria,
então, promover uma mudança de concepção das questões ambientais, em que cada indivíduo,
trabalhador ou grupo promova também mudança social‖. Nesse sentido faz-se necessário, repensar
a importância de se trabalhar a Educação Ambiental, uma vez que o seu potencial para transformar
as concepções do ser humano, enxergar a relação entre a sociedade e o ambiente, vem a ser
fundamental para a construção de uma sociedade mais comprometida com a qualidade ambiental,
ou seja, uma sociedade sustentável.
Portanto, a Educação Ambiental apresenta-se como um dos meios fundamentais na
percepção dos problemas ambientais e capaz de estimular a tomada de consciência que possibilita a
mudança de atitudes, além de viabilizar formação e capacitação.
Assim sendo, o presente artigo tem por objetivo discorrer sobre construções teóricas da
educação ambiental e os caminhos percorridos por esta no que se refere a sua inserção no ensino
superior, visando promover um debate sobre esta temática amplamente discutida e presente nas
conferências de cunho ambiental e estudos em todo o mundo.
Para construção deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a qual, segundo
Marconi e Lakatos (2010), constitui um instrumento de pesquisa que abrange toda a bibliografia
pública em relação ao tema de estudo, com a finalidade de fundamentar o entendimento da temática
com a visão dos autores. Paralela à pesquisa bibliográfica, utilizou-se a pesquisa documental que,
de acordo com Severino (2007, p. 122) ―tem-se como fonte de documentos no sentido amplo, ou
seja, não só de documentos impressos, mas, sobretudo de outros tipos de documentos, tais como
jornais, fotos, filmes, gravações, documentos legais‖.
Sendo assim, utilizou-se a leitura das obras de autores como: Gonçalves (2004); Rodriguez e
Silva (2010); Reigota (2006); Tozzoni-Reis (2001); Barbieri e Silva (2011), entre outras
publicações que tratam da temática educação ambiental e a inserção desta no ensino superior, além
de aspectos referentes à legislação brasileira concernente ao assunto.
Para tanto, os resultados serão apresentados através de uma discussão teórica, sendo na
primeira seção um breve apanhado histórico das conferências sobre meio ambiente que tinham
como um dos seus objetivos a inclusão da dimensão ambiental na educação, e na segunda seção, a
educação ambiental nos sistemas educacionais, com enfoque em instituições de ensino superior.
DISCUSSÃO TEÓRICA
A supracitada autora ressalta que a educação é uma atividade prática que exige uma
sistematização em sua metodologia, devendo se apropriar de um processo crítico de conhecimento,
qualidades e capacidades necessárias a uma ação transformadora do ambiente que no qual vivemos
(TOZZONI-REIS, 2001).
Durante a década de 1980, houve uma importante discussão nos meios educacionais a
respeito da inserção ou não da Educação Ambiental como disciplina a mais no currículo escolar.
Sobre isso, Reigota (2006, p.25) ―O Conselho Federal de Educação optou pela negativa, assumindo
as posições dos principais educadores ambientalistas brasileiros da época, que consideram a
educação ambiental como uma perspectiva de educação que deve permear todas as disciplinas‖.
No Brasil, a inserção da temática ambiental nos sistemas educacionais tem como ponto de
referência a Lei nº 6.938, estabelecendo a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) que ―tem
por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana‖ (BRASIL, 1981, p. 1).
Em termos de legislação brasileira, o termo Educação Ambiental aparece pela primeira vez
em 1988, no artigo 225 da Constituição Federal e afirma que: ―todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações‖, evidenciando no parágrafo 1º, para assegurar a efetividade desse direito,
incumbe ao poder público: VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente (BRASIL, 1988).
A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), instituída pela Lei nº 9.795, de 27 de
abril de 1999, já mencionada anteriormente, expressa seu conceito e princípios norteadores, traça os
objetivos, a forma de implementação no ensino formal e não-formal, além da responsabilidade e
competência na sua execução e regulamentação (TAVARES, 2009).
Na tentativa de reforçar os princípios da EA, o Ministério da Educação estabelece as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental que, conforme exigência legal a
Educação Ambiental deve estar presente em todas as etapas e modalidades de ensino. Em seu
Artigo 10 compete, portanto as Instituições de Educação Superior ―promover sua gestão e suas
ações de ensino, pesquisa e extensão orientadas pelos princípios e objetivos da Educação
Ambiental‖ (BRASIL, 2012, p. 3).
Com base nos enfoques abordados, soma-se a ideia de que pensar na formação de
educadores ambientais dentro das universidades significa referência de interdisciplinaridade com as
questões relativas aos campos político, social, econômico, pedagógico, ambiental, cultural e
científico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi exposto, a Educação Ambiental apresenta-se como uma estratégia
fundamental na mudança de valores e comportamento, considerando o desenvolvimento sustentável
como agente integrador e processo emergente da manutenção dos sistemas ambientais,
socioeconômicos e culturais. Desse modo, a partir do que foi apresentado nesse estudo, novos temas
relacionados a esta linha de pesquisa poderão ser elaborados, contribuindo para a conscientização
ambiental.
Vale salientar que, o estudo conceitual aqui levantado traz apenas elementos iniciais da
discussão sobre a educação ambiental desenvolvida nas Instituições de Ensino Superior, sendo
possível concluir que futuros estudos devem ser realizados, a fim de que se contribuam na formação
de indivíduos e profissionais preparados e conscientes dos desafios do mercado e da sociedade em
geral, bem como no desenvolver de ações e projetos com vistas à sustentabilidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre Política Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial [da]
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 1988. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 18 set. 2014.
BRASIL. Lei Nº 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a
Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 27 abr. 1999. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 18 set. 2014.
FILHO, V. B.; MELO, F. R. Educação Ambiental para a periferia. In: SEABRA, Giovanni (Org).
Educação Ambiental no Mundo Globalizado: uma ecologia de riscos, desafios e resistência. João
Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2011. cap. 5, p. 79-92.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. São Paulo: Cortez,
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SILVA, P. S. Ações Efetivas da Educação Ambiental na Prática Escolar. In: SEABRA, Giovanni
(Org). Educação Ambiental no Mundo Globalizado: uma ecologia de riscos, desafios e
resistência. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2011. Cap. 8, p. 113-124.
2003. 125 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2003.
WCED. Report of the World Commission on Environment and Development: Our common future.
Oslo: Unated Nations, 1987.
RESUMO
As discussões a cerca da temática ambiental, ao menos nas últimas duas décadas, tem tipo espaço
constante nos variados segmentos da sociedade e, por conseguinte, nas mídias hoje disponíveis. Os
métodos e técnicas desenvolvidos e aplicados ao controle e/ou mitigação dos inúmeros problemas
socioambientais atuais são variados. Uma relevante forma de enfrentamento de tais problemas está
relacionada ao desenvolvimento e socialização da Educação Ambiental entre jovens escolares.
Diante do exposto, o presente artigo visa apresentar os resultados obtidos com o desenvolvimento
do ‗Projeto Viva o Verde‘, aplicado em escolas da rede pública estadual. O projeto foi desenvolvido
no município do Natal-RN, onde se deu ênfase a implementação de ações que colocam em prática
os conhecimentos teóricos sobre o tema desenvolvidos, preliminarmente, em sala de aula. Além
disso, o projeto almejou contribuir para a expansão da educação ambiental nas comunidades
escolares e intensificar a importância da coleta seletiva realizada pela própria comunidade. Para
tanto, utilizou-se como estratégia metodológica a exposição da temática nas diversas disciplinas,
seguindo os princípios da interdisciplinaridade, de modo a despertar a atenção dos alunos para a
compreensão da importância da preservação e conservação socioambiental. Ademais, dentre as
práticas realizadas, as áreas ociosas da escola foram transformadas em áreas verdes, a partir do uso
responsável de materiais reutilizáveis; gerando na comunidade escolar, o sentimento de
responsabilidade pela conservação dos recursos naturais. Deste modo, a abordagem em curso
buscou fomentar o desenvolvimento de agentes multiplicadores das práticas de Educação
Ambiental preconizadas. Finalmente, a idéia básica do projeto foi proporcionar aos alunos o contato
com a temática socioambiental de maneira mais participativa, crítica e consciente, demonstrando
que é possível usufruir dos recursos naturais e, paralelo a isto, conservá-los.
Palavras-Chave: Meio Ambiente; Sustentabilidade; Educação Ambiental; Coleta Seletiva;
Implementação de Áreas Verdes.
48
Graduada em Administração (UnP). Especialista em Gestão Pública e Desenvolvimento Regional (Faculdade
Estácio-RN).
49
Licenciado em Geografia (UFRN). Especialista em Educação Ambiental e Geografia do Semiárido (IFRN). Mestre
em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA-UFRN).
INTRODUÇÃO
Diante dos inúmeros problemas socioambientais atuais, atitudes e ações que busquem
minimizar os efeitos de tal crise mundial precisam ser realizadas de forma urgente em diversas
escalas: global, regional e local. Para tanto, as ações devem ocorrer nas três escalas citadas,
principalmente a local, para que se possam conseguir resultados que venham beneficiar toda a
humanidade. Como instrumento básico, acredita-se que a educação pode atuar no sentido de
despertar a motivação e a sensibilidade das pessoas, portanto deve ser usada como instrumento que
possibilite o desenvolvimento sustentável (AGENDA 21, 2001).
De acordo com a UNESCO (2005, p. 44), ―Educação ambiental é uma disciplina bem
estabelecida que enfatiza a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo,
preservá-lo e de administrar seus recursos adequadamente‖. Ou seja, a educação ambiental propicia
a participação das pessoas na busca pela defesa da qualidade de vida. Assim sendo, a educação
ambiental se torna imprescindível nas escolas uma vez que ela contribui para o processo de
formação das pessoas; como destaca Pontalti (2005, apud NARCIZO 2009, p. 88): “a escola é o
espaço social e o local onde o aluno dará sequência ao seu processo de socialização, iniciado em
casa, com seus familiares".
A Educação Ambiental, ao ser inserida no ambiente escolar por meio dos conteúdos e
oficinas de diversas disciplinas, poderá fazer com que as crianças, adolescentes e jovens
reconheçam o ambiente escolar como um lar, respeitando-o e preservando-o. Isso poderá contribuir
para que esses entendam que cuidar do meio ambiente deve fazer parte do cotidiano, sem distinção
entre rua, casa ou escola, pois o planeta é único e mantê-lo vivo depende da contribuição de todos.
Atualmente o Ministério da Educação exige que a Educação Ambiental seja trabalhada nas
escolas, mas independente disso, devemos ter a certeza que apenas por meio dela é que a sociedade
irá aprender e ensinar que nós não podemos, e nem temos o direito, de destruir o planeta e ainda,
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1150
nos ajudará a ter a consciência de que temos o dever mantê-la para as futuras gerações de forma que
esses possam usufruir dos mesmos recursos aos quais fizemos uso. A própria Constituição
Brasileira dispõe no caput do seu artigo 225, sobre esse tema:
Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).
Áreas Verdes
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de Estudo
Com base nesse programa, as escolas oferecem Oficinas aos alunos visando proporcionar
oportunidades de aperfeiçoamento dos conhecimentos adquiridos em sala de aula por meio de
experiências práticas. A referida escola oferece aos alunos uma ‗Oficina de Meio Ambiente e
Qualidade de Vida na Escola‘ que busca ampliar o conhecimento dos alunos sobre a preservação e
conservação do meio ambiente.
METODOLOGIA
O projeto foi estruturado pela idealizadora e contou com a ajuda da docente Ana Cynthia,
educadora da ‗Oficina de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola‘, para a aquisição de todo
o material necessário e divulgação. Antes de implementado, o projeto foi apresentado aos alunos da
‗Oficina de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola‘, do turno vespertino, por meio de
palestra de educação ambiental que abordou a importância da participação de todos na preservação
do meio ambiente para que haja continuidade da vida no planeta. Na semana da implementação,
todas as séries e turmas que compõe os turnos matutino, vespertino e noturno, tiveram palestra
sobre o projeto abrangendo sua finalidade e também obtiveram informações de como esse seria
realizado. Os alunos da oficina supracitada, além da palestra sobre o projeto tiveram instruções de
como iriam trabalhar com os instrutores antes, durante e depois de sua execução. Para que o projeto
fosse desenvolvido de forma eficiente e eficaz foi necessário valer-se de pesquisas bibliográficas e
análises de revistas e livros impressos e eletrônicos relacionados ao assunto. Todas as decisões que
foram tomadas durante a implementação do projeto estiveram de comum acordo entre todos os
envolvidos nela.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Educação Ambiental (EA) deve ser percebida como uma importante aliada do currículo
escolar já que busca a obtenção de um conhecimento integrado. Segundo Sato (2002, p. 24), a EA
―sustenta todas as atividades e impulsiona os aspectos físicos, biológicos, sociais e culturais dos
seres humanos‖. Sendo assim, as práticas da EA apresentam-se como uma peça fundamental na
vida escolar da sociedade como um todo.
O Projeto Viva o Verde foi criado com o intuito ressaltar a importância da gestão pública na
educação das crianças, dos adolescentes e jovens buscando evidenciar a necessidade de programas e
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1155
projetos educacionais nas escolas do município do Natal-RN. Com isso, espera-se expandir a
educação ambiental para que possamos ter uma sociedade mais consciente e um planeta com um
presente e um futuro mais sustentável. Portanto, esse projeto surge como uma alternativa de pôr em
prática a teoria aprendida com a EA já que tem como objetivo buscar garantir as futuras gerações o
acesso aos recursos naturais e seus benefícios que são usufruídos pela geração atual, por meio do
estímulo dos alunos das escolas públicas a preservação do meio ambiente, criando assim,
multiplicadores das práticas de educação ambiental.
Como o projeto tem como uma de suas finalidades a reutilização de materiais recicláveis e
criação de áreas verdes foram projetadas três espaços verdes em locais antes ociosos da escola.
Dentro das áreas projetadas foram reutilizados pneus pintados, garrafas pet e grama esmeralda para
deixar o ambiente colorido e alegre. Mudas de plantas nativas também foram plantadas e
revigoradas para que os ambientes se tornassem mais naturais, tornando o ar mais puro.
Os alunos ajudaram desde a limpeza geral do espaço físico da escola, como varrição, pintura
de muro e retirada do lixo e entulhos, até a implementação propriamente dita das áreas. Os alunos
que fazem parte da ‗Oficina de Meio Ambiente e Qualidade de Vida‘ trabalharam duro junto à
equipe autoral do projeto em diversas atividades: enchendo garrafas, trabalhando com o cavador
para enterrar as garrafas e ciscador do tipo leque para retirada dos resíduos antes existentes. Todos
que compõe a escola envolveram-se na execução do projeto, cada um com sua forma e jeito de
contribuir. Houve também a aquisição de lixeiras próprias para a implementação da coleta seletiva,
possibilitando além da separação dos resíduos provenientes da própria escola, que os alunos possam
trazer os materiais recicláveis que tiverem em casa.
Figura 1: Jardim Arco Íris - ANTES Figura 2: Jardim Arco Íris – DEPOIS
Figura 5: Jardim Verde de PET– ANTES Figura 6: Jardim Verde de PET– DEPOIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Educação Ambiental - Universidade Federal do Rio Grande – FURG.
OLIVEIRA, V. T. L. A importância das áreas verdes no ambiente escolar. 2012. Disponível em:
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PNUMA, Relatório do. Impactos das mudanças climáticas estão mais intensos e ocorrendo mais
rapidamente. 2009. Disponível em: <http://www.ecodebate.com.br>. Acesso em: 10 Jan. 2014.
UNESCO. Década das nações unidas da educação para um desenvolvimento sustentável, 2005-
2014: documento final do esquema internacional de implementação. – Brasília: UNESCO, 2005.
RESUMO
Este trabalho propôs apresentar uma metodologia de ensino interdisciplinar dos conteúdos da
disciplina de matemática de forma contextualizada com problemas ambientais observados no
cotidiano dos alunos do 3º ano do ensino médio num escola do campo. O projeto foi aplicado em
uma escola do interior de Santa Maria de Jetibá-ES denominada Escola Família Agrícola, que é
adepta à Pedagogia da Alternância e trabalha práticas agrícolas com os alunos. Pode se observar
durante a execução do projeto, que os alunos se mostraram interessados por atividades
interdisciplinares, pois, de certa forma, esse tipo de abordagem os motivou pelo fato de ser
diferenciada do cotidiano e levar a reflexão e mudança de atitude.
Palavras-chave: Matemática, Interdisciplinaridade, Educação Ambiental.
ABSTRACT
This paper proposed to introduce an interdisciplinary teaching methodology of the contents of the
discipline of mathematics in a contextualized with environmental problems observed in the daily
life of the students of the third year of high school in a field school. The project was implemented in
a school in the interior of Santa Maria de Jetibá-ES, Agricultural Family, which is adept at
pedagogy of Alternation and works with students agricultural practices. It can be observed during
the execution of the project, the students were interested in interdisciplinary activities, because, in a
way, this kind of approach the motivated by the fact be differentiated from daily life and lead to
reflection and change in attitude.
Keywords: Mathematics, Interdisciplinary, Environmental Education.
INTRODUÇÃO
As preocupações com o meio ambiente vêm aumentando gradualmente com o passar dos
anos, em função de desequilíbrios gerados pelo uso inadequado dos recursos naturais. A
humanidade se encontra em momento ímpar de sua história, com inúmeras transformações que
DESENVOLVIMENTO
Foi escolhido para aplicar o projeto uma escola situada no interior da cidade de Santa Maria
de Jetibá, no estado do Espírito Santo denominada Escola Família Agrícola – MEPES, uma escola
de zona rural que adota a Pedagogia da Alternância, em uma turma do terceiro ano do ensino
médio. A escolha de escola do campo, distante 37 km da sede do município, deve-se em razão de
que essa escola trabalha com práticas de agricultura, os alunos são filhos de agricultores, e em
função disso, são confrontados com assuntos ambientais desde cedo. Em seu ambiente familiar
campesino, os alunos criam um lanço maior pelo meio ambiente do que em alunos de outras
instituições onde não há atividades práticas que envolvem questões ambientais como foco. Outro
fato importante, é que a instituição trabalha com pedagogia da alternância, onde os alunos ficam
uma semana em casa, e uma semana na escola, permite que os conceitos aprendidos durante a
semana em que permaneceram na escola possam ser colocados em prática na semana em que
estiverem em casa, mesclando gnoses e praxis. Essa prática de alternativa contribui para a
construção de objetivos que visam à aplicação de saberes no desenvolvimento de práticas capazes
de ocasionar várias mudanças cotidianas, com base no que se aprendeu.
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GIL, A. C; Como elaborar projetos de pesquisa. 4ªed. São Paulo: Atlas, 2009.
REIGOTA, M. (org). Verde Cotidiano: O meio ambiente em discussão. Rio de Janeiro: DP&A,
1999.
RESUMO
Nas últimas décadas, o debate sobre a questão ambiental ganhou uma extraordinária dimensão,
sendo perceptível o número de pessoas engajadas, de alguma forma, no seu trato uma vez que,
quando se fala em meio ambiente, não é em referência somente à natureza, mas em especial
canaliza-se ao socioeconômico, balizado pela pedagogia da educação ambiental, enfatizando
prioridades como o político, o ético e o moral. A pesquisa emerge da necessidade de estudos sobre
os recursos hídricos em razão da problemática da provável escassez da água e a poluição dos rios. É
salutar destacar que, das paisagens terrestres, os ambientes ribeirinhos são os mais utilizados para
vários fins e propósitos, muitas vezes de forma inadequada, tornando-os degradados. Nesse sentido
a pesquisa terá como lócus o curso inferior do Rio Beberibe, no bairro de Peixinhos, município de
Olinda- PE. O trabalho tem como objetivo analisar os impactos ambientais através da matriz de
identificação de impactos, LEOPOLD ( 1994) e Gómes (1994), modificado por Oliveira ( 1998) de
modo a sensibilizar a população a tornar o bairro de Peixinhos sustentável. Como conclusão o
trabalho possibilitou a necessidade que emerge em se adotar ações concretas para mitigar as
problemáticas ambientais existentes na área de estudo, sobretudo, com a inserção de inovações
pedagógicas. Os resultados aparecem de forma parcial, pois a pesquisa encontra-se em
desenvolvimento.
Palavras- chave: Poluição, Educação Ambiental, Degradação, População de excluídos, Pedagogia
do ensino.
ABSTRACT
In the last decades, the debate about environmental question took an extraordinary dimension with a
perceived number of engaged people, in some ways in its tract when we talk about environment, it
is not only to nature reference but especially it is connected to social-economic also marked by the
environmental education pedagogy emphasizing priorities such as politic, ethical and moral. The
research emerges the studies necessity about hydric resources in the reason of the probable
problematic, water scarcity and the rivers pollution. It is healthful to detach the earthy landscape,
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1168
the riverain environment which is more used to varies intentions and purposes, and sometimes it
was inadequate, transforming them degraded. In this sense the study will have as locus the inferior
course of Beberibe River, in Peixinhos district, in Olinda‘s municipality-PE. This work has the
objective to analyze the environmental impacts through the matrix identification impacts,
LEOPOLD (1994) and Gómes(1994), modified by Oliveira (1998) to sensitize the population to
transform Peixinhos district sustainable. As a conclusion the work made possible the necessity to
emerge and adopt concrete actions to mitigate the environmental problems which are in the study
area mainly with the insertion of pedagogical innovations. The result appears in a partial way
because the research is still developing.
Key words: Pollution, Environmental Education, Degradation, Excluded Population, Teaching
Pedagogy.
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Pedagogia da práxis
Para Paulo Freire, o diálogo não é só um encontro de dois sujeitos que buscam o
significado das coisas o saber mas um encontro que realiza na práxis-ação+reflexão ,
no engajamento, no compromisso com a transformação social. Dialogar não é trocar ideias.
O diálogo que não leva ação transformadora é puro verbalismo. (GADOTTI, 1998, p. 15).
Nesse sentido é salutar informar quão importante é tornar a comunidade esclarecida sobre os
problemas ambientais que se localizam no entorno da população, mas parecem estar distantes pela
falta de conhecimento do real, do sentimento de degradação desses ambientais que venham operar a
viabilidade de um ambiente protegido. Desse modo, por intermédio da comunidade, podendo
tornar-se viáveis ações plurais de transformação que façam jus à materialização da reflexão.
Essa atitude não será sem consequências e os resultados se farão sentir nos anos que virão
no Brasil. Que na época vivia sobre a ditadura militar o exemplo clássico é Cubatão, onde
devido a grande concentração de poluição química. Crianças morreram acéfalas... ou
desmatamento da Amazônia atingiu índices alarmantes colocando o tema na pauta dos
encontros entre os governos brasileiros e de outros países. (REIGOTA, 2009, p. 23-24).
A bacia hidrográfica do rio Beberibe, localizada no Estado de Pernambuco, tem sua nascente
no município de Camaragibe com o encontro de dois formadores, o rio Pacas e Araçá. Segundo a
Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH, 2014), abrange quatro municípios, parte do Recife,
Camaragibe, Olinda e Paulista, totalizando uma área de drenagem de 79 km²; apresenta dois
principais afluentes em sua margem direita, o rio Morno e o canal Vasco da Gama, que recebem o
rio Macacos e o Córrego do Euclides; à margem esquerda, o riacho do Abacaxi (Lava-Tripa) e o
canal da Malária.
No trecho pertencente a Peixinhos, o reflexo da degradação ao meio ambiente revela-se
nitidamente em decorrência da problemática ambiental. Nessa visão, a pesquisa volta-se a atenuar
os impactos nas margens do rio Beberibe, no bairro de Peixinhos, localizado entre as coordenadas
geográficas de latitude 8º0‘47.74‖ ao sul e de longitude 34º52‘34,58‖ a oeste de Greenwich
(Figura 1).
Diante desse olhar, a pesquisa busca avaliar os impactos ambientais no bairro supracitado e
contribuir para a sensibilização da população local; partindo da visão pedagógica, pode-se afirmar
que hoje ela é a mais prejudicada pelo desconhecimento e, na falta de alerta, o prejuízo deverá ser
maximizado para todos os sistemas de vida circundantes desse trecho da bacia do rio Beberibe.
A área da pesquisa caracteriza-se por um clima quente e úmido. A temperatura média anual
é de 27ºC chegando a uma amplitude térmica baixa de 5ºC; uma vez que sofre o efeito da
maritimidade, a pluviometria média anual chega a 2.422,4 mm (OLINDA, 2014). Em época de
vazante de seus tributários e do aumento do índice pluviométrico local, passa a receber um alto
percentual de resíduos sólidos carreados pela ação da gravidade das zonas dos morros circundantes
que chegam até o canal de drenagem, e muitas vezes vêm provocando áreas de inundação
intensificando o canal a infectar a área de vetores patogênicos, gerando problemas de saúde para a
comunidade (informação verbal).50
Peixinhos, o segundo maior bairro do município de Olinda, tem uma população residente de
36.133 habitantes, sendo 16.758 do sexo masculino e 19.375 para o sexo feminino de acordo com o
censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011).
O bairro objeto de estudo teve o nome originário em virtude da grande quantidade de peixes
que predominava no rio Beberibe, sendo, portanto um rio de alta piscosidade em épocas cuja água
era límpida, sem poluição. A população do bairro e dos bairros circunvizinhos (Casa Amarela e
Santo Amaro) utilizava os trechos do rio para pesca e lavagem de roupas, bem como as lavadeiras
50
Informações prestadas pela professora Niédja Maria Galvão Araújo e Oliveira.
Havia um rio maravilhoso de água cristalina. Ninguém sabia onde nascia, mas esse rio
dividia Recife e Olinda. Hoje nem os urubus querem pousar nele. É um lugar em que são
jogados adolescentes assassinados. Um rio tão esquecido quanto aqueles que vivem ao seu
redor... Todos conheciam os dos outros, mas dos peixinhos, não. Vinha gente pescar de
bairros do Recife, como Santo Amaro e Casa Amarela. Quando os pescadores se
encontravam, já combinavam: ‗vamos pescar no rio dos peixinhos‘. (SILVA, 2009, p. 13).
METODOLOGIA
Para a elaboração do artigo, foi de importância detectar o problema por meio da observação
in loco em relação à degradação ambiental.
No concernente à metodologia, ter-se-á, como base de subsídio, a revista bibliográfica para
compor a fundamentação teórica necessária ao embasamento da pesquisa em pauta. Serão utilizadas
fotografias do local da representativa do real, ortofotocartas representando a evolução do
adensamento populacional e a forma de ocupação do solo, elementos complementados por imagem
do satélite Google Earth (2014). Será imprescindível o estudo de campo para perscrutar o
acompanhamento da degradação local por meio da observação direta, momento em que se fará o
contato com a população que agride e, ao mesmo tempo, é afetada, fato que constata a relação
sociedade-natureza.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n.º 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário
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CONAMA. Resolução n.º 001/86, de 23 de janeiro de 1986. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 17 fev. 1986, Seção 1, p. 2.548-2.549.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 13. ed. Rio de
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Paz e Terra, 2014.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da práxis. Prefácio de Paulo Freire. 2. ed. São Paulo: Instituto
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NAÇÕES UNIDAS. Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
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1992.
______. Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano, 1., 1972. Estocolmo, ONU,
1972.
REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental. 2. ed. Rev. e ampl.. São Paulo: Brasiliense, 2009.
(Coleção Primeiros Passos, v. 292).
SILVA, Zuleide de Paula. Peixinhos: um rio por onde navegam um povo e suas histórias. 2. ed.
Recife: Magis, 2009.
RESUMO
A celebração da cúpula da "Rio mais 20" no Rio de Janeiro no ano de 2012 marcou a retomada da
concepção original de desenvolvimento sustentável aceita em 1992 na mesma cidade.(Naciones
Unidas, 2012) Os novos impulsos para a conquista da sustentabilidade estão atrelados à complicada
situação que o mundo vive na atualidade: conflitos geopolíticos na virada do mundo unipolar ao
mundo multipolar; guerras, crise econômica generalizada, doenças globais. Porém, grande parte da
civilização tem conscientizado a necessidade de mudar de maneira radical o rumo da sua relação
com a natureza. A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável têm se enraizado nos projetos
governamentais e nas organizações internacionais, e mais de forma empírica que conceitualmente
teorizada, tem levado as populações a conquistar projetos e formas que se encaminham pela bussola
da sustentabilidade. Mas existem desafios que precisam ser identificados na tentativa de tomar
providencias para desenhar ações que levem ao seu enfrentamento. Tomando como exemplo o
contexto da América Latina, principalmente Cuba, Brasil, México e Venezuela, o presente artigo
visa identificar esses desafios e refletir sobre a maneira que a civilização pode agir para construir
um novo patamar civilizatório: a sustentabilidade.
CONSIDERACOES FINAIS
A luta pela conquista da sustentabilidade tem que levar em conta o contexto geopolítico
mundial. Uma nova ordem transnacional está se formando com duas claras tendências em forte
contraposição:
A globalização que é direcionada pelas empresas transnacionais e os poderes ricos
hegemônicos que estandardiza os hábitos e as culturas, empobrece os povos, destrói os
saberes antigos, marginaliza a maioria da população e consome os recursos de maneira
desenfreada. (Antequera, 2007). Nesse contexto os Estados Unidos lutam por conservar o
poder uni polar.
A nova configuração geopolítica mundial leva a uma transição, a um mundo multi polar, no
qual vão formando-se novos blocos de poder regional, mas que ainda não considera uma
dimensão ambiental da sustentabilidade, lutando por aumentar os ganhos econômicos.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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NIJKAMP, P.- Regional sustainable development and natural resource use; World Bank Annual
Conference on Development Economics; Document CEPAL, Rev.1, Washington, D.C., 1991,
89 pgs.
RESUMO
O estudo foi desenvolvido com agentes ambientais de quatro cidades da região serrana do Espírito
Santo. Os resultados mostraram que os agentes ambientais tem consciência de que seu trabalho faz
diferença na preservação ambiental, por outro lado, são pouco valorizados em suas atividades seja
financeiramente ou sob a forma de capacitação.
Palavras chave: Inclusão; Trabalho; Agentes ambientais; Exclusão.
ABSTRACT
The study was carried out with environmental agents from four cities in the mountainous region of
Espírito Santo. The results showed that environmental agents are aware that your work makes a
difference in environmental preservation, on the other hand, are underappreciated in their activities
is financially or in the form of training.
Keywords: Inclusion; Work; Environmental agents; Exclusion.
INTRODUÇÃO
SENTIMENTO/ATITUDE RELACIONADO À
OPORTUNIDADE DE ESTAR TRABALHANDO
De insatisfação
De dominação
De satisfação
De gratidão
Puramente
Dinheiro -
segurança
funcional
Receptor de lixo 1
Varrição 2 12 6 4
Esgoto 7
Coleta de lixo 4 3 1
Catador 2 2
Lixo hospitalar 1
Usina de reciclagem 6 1 1
Empresa de reciclagem 2
1
Entulho 1
Figura 01: Frequência de menções a sentimentos ou atitudes relativos ao fato de trabalhar com o meio
ambiente, conforme a atividade exercida.
No quadro ficou claro que a relação mais estreita estabelecida no trabalho está relacionada
ao dinheiro e/ou à segurança. Esses trabalhadores, em sua maioria, vieram da zona rural, tiveram
que deixar o local onde nasceram em busca de dinheiro para sustentar a família. Em razão disso, as
suas experiências com o trabalho foram de necessidade, angústia e de insegurança. Dessa forma,
não tiveram oportunidade de experimentar o trabalho como fonte de renovação, de pertença a um
grupo e de valorização. São sujeitos que viveram a experiência da exclusão, inclusive cultural, pois
se viram obrigados a deixar o ambiente em que cresceram por impossibilidade de ali
permanecerem. Atualmente estão empregados, o que é importante para a manutenção das
necessidades básicas, mas atuam em condições que não garantem sua dignidade como trabalhador,
em decorrência da forma como as atividades e as condições de trabalho oferecidas são tratadas
A sociedade exclui para incluir e esta transmutação é condição da ordem social desigual, o
que implica o caráter ilusório da inclusão. Todos estamos inseridos de algum modo, nem
sempre decente e digno, no circuito reprodutivo das atividades econômicas, sendo a grande
maioria da humanidade inserida através da insuficiência e das privações, que se desdobram
para fora do econômico.
O fato de estarem empregados não lhes garante o suficiente para a manutenção das
necessidades básicas, já que a remuneração é quase sempre próxima do salário mínimo, ainda que
alguns tenham possibilidade de elevar sua renda assumindo hora extra, como é o caso de quem
recolhe o lixo e trabalha aos sábados. É importante ressaltar que o salário é um dos pontos a serem
avaliados no processo de valorização das atividades e consequentemente, dos trabalhadores. A
valorização de qualquer profissão faz-se necessária, e no caso das atividades relacionadas ao meio
ambiente, tema deste estudo, isso se dá quando os órgãos responsáveis têm gestores esclarecidos e
que entendem a importância desses serviços para a sociedade. Portanto, a valorização desses
profissionais precisa ser tratada como política pública, envolvendo gestores, sindicatos e servidores.
Em um estudo realizado por Porto e colaboradores (2004) com trabalhadores do lixo em
Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, sobre lixo, trabalho e saúde identificou-se que os
trabalhadores do aterro estavam na atividade do lixo após terem passado por uma infinidade de
profissões.
De acordo com Porto e colaboradores:
O desemprego foi o motivo mais marcante para a busca de uma ocupação no lixo.
Entretanto a necessidade de ‗ajudar em casa‘, complementando a renda dos familiares, foi
um motivo que mereceu destaque entre aqueles que começaram a trabalhar ainda crianças
(Porto et al., 2004, p. 1506).
Já sofreu preconceito
Esse trabalho é uma
Receptor de lixo 1 1
Varrição 4 14 4 5 5
Esgoto 1 2 4 2
Coleta de lixo 2 3 3 4 2
Catador 4 4
Lixo hospitalar 1
Usina de reciclagem 8 4
Empresa de reciclagem 1 2
Entulho 1
Figura 02: Quadro de análise utilizado para estudar os sentimentos relativos à categoria exclusão
(preconceito) e inclusão (oportunidade).
importante preservar
O seu trabalho ajuda
está relacionado ao
O seu trabalho não
a preservar o meio
Visão negativa da
Visão positiva da
preservar o meio
o meio ambiente
Não acredita ser
relação ao meio
relação ao meio
meio ambiente
sociedade em
sociedade em
Importante
ambiente
ambiente
ambiente
ambiente
Receptor de lixo 2 1 1
Varrição 23 23 6 9
Esgoto 7 7 1 3
Coleta de lixo 8 8 1 3
Catador 4 4 4
Lixo hospitalar 1 1 1
Usina de reciclagem 8 8 1 6
Empresa de reciclagem 1 2 1 1 3
Entulho 1 1
Figura 03: Quadro de análise utilizado para indicar a relação entre modalidades de trabalho e percepção de
questões relativas ao meio ambiente.
Os dados acima indicam que grande parte dos entrevistados acreditam que o trabalho
realizado por eles contribui para a preservação ambiental e que os cuidados com o meio ambiente
são importantes. Durante as entrevistas eles foram questionados a respeito da fonte de informação
que tinham sobre meio ambiente, e dentro desse contexto foram perguntados a respeito da
contribuição dos cursos oferecidos pelas secretarias responsáveis pelas atividades exercidas por eles
ou se havia outra fonte de informação. Todos indicaram como fonte de informação a televisão. Em
relação aos cursos oferecidos nas secretarias, os participantes da pesquisa deixaram claro que as
secretarias não fornecem cursos, o que acontece em todos os municípios, nem como forma de
capacitação para a atividade exercida (fazendo o trabalhador aprender com outro trabalhador,
herdando os erros cometidos por ele), nem como informação adicional enfatizando a importância do
trabalho realizado por eles ao longo do ano, demonstrando a diferença e a importância, no
município, desse trabalho.
Os agentes ambientais têm a noção de que a atividade realizada por eles contribui para o
meio ambiente, apesar de alguns considerarem o que fazem pouco para a preservação ou
conservação ambiental. É importante ressaltar que as atitudes, sejam pequenas ou grandes, que
Figura 04: Ferramenta desenvolvida pelo agente ambiental para fabricar vassouras a partir de garrafas Pet.
REFERENCIAS
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representações sociais: influência de um discurso justificador da discriminação no preconceito
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psicossocial e ética da desigualdade social. Petrópolis: Vozes, 2004.
RESUMO
A escola exerce grande influência na formação de hábitos alimentares. No entanto, geralmente as
questões nutricionais abordadas na escola se resumem à sala de aula e aos textos e atividades do
livro didático que, na maioria das vezes, oferecem um conteúdo descontextualizado, sendo
fundamental que a escola busque condições através de metodologias que promovam o processo
ensino-aprendizagem e a interdisciplinaridade dos conteúdos. O objetivo geral do projeto foi
ampliar os conhecimentos sobre agricultura familiar e alimentação saudável promovendo debates e
ações na escola que visem não só a sensibilização dos alunos sobre as questões acima abordadas,
como também, a adoção de práticas dentro da escola, com relação à merenda escolar, que
modifiquem e incentivem hábitos alimentares mais saudáveis e promovam a qualidade de vida da
comunidade escolar. A pesquisa aconteceu na escola estadual Tenente Lucena localizada no
município de João Pessoa e teve como amostra um total de trinta e nove alunos do 3º ano do ensino
médio. Os instrumentos de coleta de dados foram: construção de uma horta vertical, questionário
semiestruturado, palestras, exibição de vídeos, debates, construção de uma pirâmide alimentar e
cálculo do IMC (índice de massa corpórea). Com relação ao questionário observamos uma boa
aceitação da merenda produzida com os alimentos oriundos da agricultura familiar, porém, a
necessidade de mudanças de hábitos no que se refere às preferências alimentares e à prática de
atividades físicas. Na metodologia para construção da horta e demais atividades práticas foram
observada a participação ativa dos alunos e um interesse maior sobre os conteúdos curriculares
integrados ao tema gerador agricultura familiar, especialmente nas áreas de biologia, geografia e
matemática. O trabalho interdisciplinar permitiu que os alunos compreendessem a problemática
exposta através de uma visão holística, o que permitiu que o conhecimento fosse construído
coletivamente e de forma prazerosa.
Palavras-chaves: educação alimentar, merenda escolar, hábitos alimentares
INTRODUÇÃO
A alimentação desempenha um papel primordial durante todo o ciclo de vida dos indivíduos,
principalmente durante a fase escolar, pois requer uma demanda metabólica intensa para suprir
funções biológicas como atenção, disposição e concentração. Um aluno com fome não pode
cumprir com suas atividades normais, principalmente no que se refere à capacidade de
aprendizagem e desenvolvimento cognitivo. Como afirmam Moyses & Collares 51 (1997 apud
SAWAYA, 2006), a fome é a necessidade básica de alimento que, quando não satisfeita, diminui a
disponibilidade de qualquer ser humano para as atividades cotidianas e também para as atividades
intelectuais.
51
Moyses, M. A.; Collares, C. Desnutrição, fracasso escolar e merenda. In. Patto, M. H. (Org.) Introdução à psicologia
escolar. 2.ed. São Paulo: Casa do Psicólogo,1997.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir da análise do questionário semiestruturado foi constatado que apenas 24,1% dos
alunos se alimentam regularmente, numa média de três em três horas, e que apenas 34,5% evita o
consumo de alimentos gordurosos e ricos em açúcar em suas casas. Destes, apenas 10,3% prefere o
uso de alimentos com indicação light ou diet e 55,3% consomem frutas, verduras e legumes com
frequência. Além disso, 85, 2% nunca observou a disponibilidade de produtos orgânicos para a
compra em supermercados. Esses resultados indicam que a adoção de uma alimentação saudável é
um desafio presente no cotidiano da sociedade atual e as respostas obtidas reforçam a não
priorização, por fatores diversos, dos hábitos alimentares saudáveis na vida dos alunos.
Nesse contexto ressaltamos a importância de uma orientação nutricional que proponha uma
elevação na qualidade de vida dos nossos alunos, principalmente no que se refere ao seu
Ainda segundo Danelon et al. (2006) as preferências alimentares dos mais jovens, que nem
sempre recaem sobre os alimentos considerados mais saudáveis, quer pelo paladar atrativo de outros
alimentos, quer por hábitos culturais, que aliado ao sedentarismo, têm provocado, segundo estudos
epidemiológicos, um crescimento da prevalência de obesidade entre esses indivíduos. Tal situação
pode gerar em médio prazo o aumento da probabilidade de riscos de doenças cardiovasculares,
hipertensão e outros transtornos de saúde.
O sedentarismo é outro ponto que merece destaque, tendo em vista que do total dos alunos
observados, 37,9% não praticam atividade física alguma e 55,2% não a praticam regularmente.
Além disso, 44,4% dos alunos questionados não costumam ir ao médico verificar suas taxas
metabólicas como glicemia, colesterol e triglicerídeos.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda o cálculo do IMC (índice de massa
corpórea) como parâmetro para a avaliação do estado nutricional de jovens e adultos. Neste âmbito,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DANELON, Maria Angélica Schievano; DANELON, Mariana Schievano & SILVA, Marina
Vieira. Serviços de alimentação destinados ao público escolar: análise da convivência do
Programa de Alimentação Escolar e das cantinas; Segurança Alimentar e Nutricional,
Campinas, 13(1): 85-94, 2006
EMBRAPA, Jornal interno Linha Aberta; Ano 20, Nº 849 de 16 /02 a 05/03/2014;
FLAVIO, Eliete Fernandes; BARCELOS, Maria de Fátima Píccolo; LIMA, Andrelisa Lina de.
Avaliação química e aceitação da merenda escolar de uma escola estadual de Lavras-MG.
Ciência Agrotecnologia, Lavras, v. 28, n. 4, Aug. 2004.
SAWAYA. Sandra Maria. Desnutrição e baixo rendimento escolar: contribuições críticas. Estudos
avançados; vol.20 no.58, São Paulo Sept./Dec. 2006. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142006000300015&script=sci_arttext > Acesso
em 24 ago.2014 ;
WEIS, B.; WHITAKER, W.; CHAIM, NA.; BELIK, W. .Manual de gestão eficiente da merenda
escolar . Disponível em: http: //www. fomezero.org.br < Acesso em 25 ago 2004.
RESUMO
Ao longo dos anos foi fornecida a discussão sobre a necessidade de implementar a educação
ambiental para construir uma série de valores sociais, conhecimentos, atitudes e competências
orientadas para a conservação do meio ambiente. O Projeto Mata Verde, desenvolvido pelo Colégio
Imperatriz Dona Leopoldina, é um modelo de projeto educacional-ambiental com uma boa
estrutura, que busca a integração entre estudantes, professores e comunidade sobre questões
voltadas ao cuidado com o meio ambiente.
Deste modo, estudou-se a matriz curricular do Colégio Imperatriz Dona Leopoldina, os relatórios
das atividades anuais do Projeto Mata Verde e vivenciou-se a metodologia de trabalho do Projeto,
com o objetivo de conhecer a estrutura-sistematização de Mata Verde, e conhecer seu alcance na
educação ambiental formal e não formal. Foram realizadas entrevistas nas cinco colônias
estabelecidas pelos imigrantes suábios (Vitória, Jordãozinho, Cachoeira, Socorro e Samambaia),
que formam o distrito de Entre Ríos do município de Guarapuava-Paraná, para analisar se a
comunidade percebe a integração das atividades do Projeto Mata Verde com a comunidade.
Evidenciou-se que as ações do Projeto Mata Verde têm influência na educação ambiental formal e
não formal, onde constata-se que a estrutura do Projeto é bem sistematizada e que 84,5% dos
entrevistados evidenciaram uma integração do Mata Verde com a comunidade dentro de um
parâmetro de mediano à alto nível de integração.
Palavras-chaves: Educação Ambiental, Projeto Mata Verde, Colégio Imperatriz Dona Leopoldina.
RESUMEN
A lo largo de los años fue fortalecida la discusión sobre la necesidad de implementar la educación
ambiental para construir una serie de valores sociales, conocimientos, actitudes y competencias
orientados para la conservación del medio ambiente. El Proyecto Mata Verde, desarrollado por el
Colegio Imperatriz Dona Leopoldina, es un modelo de proyecto educacional-ambiental con una
OBJETIVO GERAL:
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Pesquisar se o Projeto Mata Verde do Colégio Imperatriz Dona Leopoldina tem influência
na área de educação ambiental formal e informal.
Apresentar a estrutura do Projeto Mata Verde com as práticas ambientais desenvolvidas.
Conhecer a visão da comunidade para o colégio, percebendo integração das práticas
ambientais do Projeto Mata Verde, entre a instituição de ensino e o distrito Entre Rios.
INTRODUÇÃO
Diferente de séculos passados, atualmente a população mundial presta atenção aos eixos
temáticos ambientais, e isso é evidenciado mais fortemente depois dos anos 60/70 pelas diferentes
reuniões (conferências, fóruns, convenções, etc) que foram feitas conversando sobre assuntos
ambientais (BRASIL, 2000).
Para Jacobi (2005), o debate internacional sobre mudanças significativas para solucionar os
problemas ambientais é feito na década de 1990, destacando a Conferência das Nações Unidas
DIFICULDADES DETALHAMENTO
1.1. Rigidez da estrutura acadêmica
1.2 Resistências no meio acadêmico em reconhecer a EA
1. Rigidez no meio académico
como área do conhecimento
1.3. Falta de oportunidades para o diálogo
2.1. Falta de recursos financieros
2. Falta de recursos financeiros,
2.2. Falta de infra-estructura e de outras condições objetivas
infra-estrutura e pessoal
2.3. Falta de pessoal especializado
3. Falta de políticas públicas e 3.1. Falta de apoio e de políticas institucionais
institucionais 3.2. Falta de políticas públicas em EA para a universidade
4. Falta de preparo dos 4.1. Falta de clareza sobre a natureza da EA e de preparo para
profissionais para a prática da EA sua prática
5. Desconhecimento da legislação
sobre EA 5.1. Desconhecimento da legislação sobre EA
6. Falta de pesquisa,
sistematização e difusão das 6.1. Falta de pesquisa, sistematização e difusão das
experiências em EA experiências em EA
7. Falta de um arcabouço teórico e
metodológico 7.1. Falta de um arcabouço teórico e metodológico
8.1. Falta de motivação
8. Outras dificuldades 8.2. Desinteresse dos alunos
8.3. Descaso da sociedade civil
Quadro 1. Síntese das ―dificuldades‖ na implementação de programas de EA nas IES (RUPEA, 2005)
METODOLOGIA
ESTUDO DE CAMPO
O Projeto Mata Verde do Colégio Imperatriz Dona Leopoldina busca promover a educação
ambiental e um novo olhar dos educandos para a natureza, incentivando a preservação e o cuidado
do meio ambiente.
O projeto surgiu a partir da necessidade de uma conscientização mais arraigada dos alunos
sobre questões ambientais, tendo como alicerce a preservação e a valorização da natureza e,
consequentemente, da vida.
A educação ambiental e os meios de sustentabilidade são os principais focos educativos do
Mata Verde, que visa fortalecer constantemente os conceitos que tratam sobre as mudanças
culturais no uso dos recursos naturais, fornecendo subsídios para despertar nos jovens educandos
hábitos de cunho social e ambiental. Esse projeto teve início em 2006, e é constituído por três
segmentos, que são Compostagem, Boutique do Papel e Estufa. O projeto é coordenado pelos
professores Lía Mirian Morselli e Valério Tomaselli. Atualmente, as atividades do Mata Verde são
realizadas duas vezes por semana, no período da tarde, e o Projeto conta com o apoio da
Cooperativa Agrária Agroindustrial e Arysta Life Science.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O quadro dois mostra a grande influência que tem o Projeto Mata Verde na educação
ambiental, tanto dos estudantes do Colégio Imperatriz Dona Leopoldina, como também os esforços
Quadro 2. Influência do Projeto Mata Verde na Educação Ambiental Formal e Não~Formal do Colégio
Imperatriz Dona Leopoldina.
Quadro 3. Estrutura y práticas ambientais do Projeto Mata Verde, Colégio Imperatriz Dona Leopoldina
Os relatórios das atividades do Colégio Imperatriz Dona Leopoldina mostram que o Projeto
Mata Verde é composto por três unidades (Estufa, Compostagem e Boutique do Papel), que são
integradas e mostram uma boa sistematização e articulação entre seus componentes estruturais. Não
ter estas deficiências estruturais, faz diferença em relação à outros projetos de educação ambiental
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1218
realizados em instituições de Ensino Fundamental, mencionado por (COORDENAÇÃO-GERAL
DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 2001).
Se compararmos o Projeto Mata Verde com o estudo da (RUPEA, 2005), que faz um
mapeamento de programas de educação ambiental nas universidades, pode-se dizer que o Mata
Verde além de ser um programa com influência nos níveis de Ensino Fundamental, não possui as
dificuldades apresentadas no estudo, já que não possui rigidez no meio acadêmico, uma vez que o
Projeto ganhou um espaço importante no currículo, o qual foi mencionado na discussão do quadro
dois.
Desse modo, pode-se mencionar que não há falta de recursos financeiros, pelo apoio das
empresas patrocinadoras e do próprio colégio, no incentivo da realização das atividades e aquisição
de materiais para os trabalhos. Não há deficiência de pessoal, porque há dois professores
coordenadores de cada subunidade do Projeto, que estão sempre procurando fazer divulgação de
suas experiências, e apresentam um dos aspectos mais importantes que é a motivação dos alunos em
participar do Projeto, uma vez que, além dos estudantes que devem cumprir carga horária, sempre
há participação de educandos voluntários que trabalham nesta proposta de Educação Ambiental.
Depois de fazer entrevistas em diferentes famílias das cinco colônias (Cachoeira,
Jordãozinho, Samambaia, Socorro e Vitória) que residem no distrito de Entre Rios, o Gráfico um
mostra a percepção que os moradores têm sobre a integração do Projeto Mata Verde com a
comunidade.
Pode-se analisar que, de maneira geral, a comunidade percebe uma boa integração do
Projeto Mata Verde, com uma somatória de 84,5% das respostas dizendo de mediana para muita
integração com a comunidade, sendo a opção de ―mediana integração‖ a mais votada, com 34,5%, e
a opção menos votada, com 6,9%, foi ―sem integração‖ do Projeto Mata Verde com a comunidade
Entre Rios.
29,3%
20,7%
8,6%
6,9%
Grafico 1. Porcentagem de integração percebida nas práticas ambientais do Projeto Mata Verde com a
comunidade
CONCLUSÃO
As ações desenvolvidas pelo Projeto Mata Verde do Colégio Imperatriz Dona Leopoldina
viabilizam uma influência formal e não formal na educação ambiental. Mata Verde é um programa
que se diferencia de outros, porque tem uma estrutura bem definida, procurando a
interdisciplinaridade com professores de outras áreas temáticas, diferentes da ambiental, e o mais
importante: é um Projeto que funciona, graças à motivação dos estudantes, com participação por
cumprimento curricular e historicamente apoiado por estudantes voluntários de Ensino Fundamental
I, II e Ensino Médio, nos horários extra classe.
Isto garante uma mudança de pensamento nas novas gerações sobre conceitos ecológicos O
Projeto Mata Verde tem a disposição constante de ensinar, procurando levar consciência ambiental
a todas as pessoas da comunidade, procurando gerar uma mudança positiva de pensamentos e
atitudes para o meio ambiente.
AGRADECIMIENTOS
BRASIL. Ministério da Educação. Textos da série Educação Ambiental do programa Salto para o
Futuro. Brasília: MEC, 2000.
BRASIL. Presidência da República. Lei n.º 9.795, de 27 de abril de 1999. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm>. Acesso em: 22 ago. 2014.
IBAMA. Marco Referencial da Educação Ambiental: I - Bases Conceituais Legais. s/d. Disponível
em: http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas/marco-referencial.pdf>. Acesso em: 10 set. 2014
IZIDORO, H.F. Guarapuava: das Sesmarias a Itaipu. Entre Rios, 1976, 303 p.
PADUA, S.M.; SÁ, L.M. O. Papel da Educação Ambiental nas Mudanças Paradigmáticas da
Atualidade. Revista Paranaense de Desenvolvimento, v. 102, p. 71-83, 2002.
TULIO, I.R.; HAUPTMANN, J.W.; ESSERT, H. Guia Historico de Entre Rios. Appertk, 2012. 32
p.
RESUMO
O presente trabalho tem por finalidade apresentar uma proposta articulada entre secretários (as) de
educação, nutricionistas educacionais, educadores, gestores, coordenadores pedagógicos e
monitores do Programa Mais Educação da rede pública Municipal das áreas de nascentes do Rio
Mamanguape concernente a Educação Nutricional dos educandos em consonância com a Educação
Ambiental no processo ensino aprendizagem no ensino formal a construção de uma consciência
crítica a respeito das ações antrópicas e, assim, possa contemplar nas novas gerações cidadãos que
tenha como eixo principal a preservação e conservação do meio ambiente e da qualidade de vida.
Sabe-se que a Educação Ambiental se constitui numa forma abrangente de educação, na qual se
propõe atingir todos os indivíduos na formação de cidadãos, através de um processo pedagógico
participativo permanente que procura não somente incutir no educando uma consciência crítica
sobre a problemática ambiental e alimentar, mas que eles compreendam como crítica a capacidade
de captar a gênese e a evolução de problemas ambientais detectados no meio ambiente. O estudo
baseou-se numa abordagem teórica com enfoque descritivo-reflexivo, sobre o processo da
capacitação a partir da articulação realizada em cada Secretaria de Educação tendo como referencial
as leis a partir da Constituição Federal Brasileira sobre o cuidado com o meio ambiente. O foco da
capacitação estava inserido no tema transversal: Educação Ambiental, conforme preconiza o PCN,
proporcionando no processo de desenvolvimento cognitivo das crianças e adolescentes um senso
critico no que se refere à qualidade de vida e a convivência com o semiárido. Com a capacitação foi
possível dar uma contribuição não somente de apresentar novas técnicas pedagógicas no que
52
Bacharel em Antropologia, Administração Pública e Empresa, Licenciada em Ciências Sociais e Mestre em
Sociologia pela UFPB, técnica da Coopacne.
53
Pedagoga, Historiadora e Geógrafa, Especialista em Gestão e Análise Ambiental, Formação do Educador e Educação
Inclusiva, técnica da Coopacne.
54
Engenheira Agrônoma, Especialista em Sensoriamento Remoto - Instituto de Pesquisa Espaciais–INPE, professora
aposentada da UFPB.
ABSTRACT
This paper aims to present an articulated between secretaries (as) education, educational
nutritionists, educators, managers, coordinators and monitors More Education Municipal public
areas of the headwaters of Rio Mamanguape Nutrition Education Program concerning the students
proposed in line with the Environmental Education in the learning process in formal education to
build a critical awareness of the human actions and thus can contemplate the new generation
citizens whose principal axis the preservation and conservation of the environment and quality of
life. It is known that Environmental Education is a comprehensive form of education, which
proposes to reach all individuals in the formation of citizens, through a continuing participatory
learning process that not only seeks to instill in the student a critical awareness of environmental
issues and food, but they understand how critical the ability to capture the genesis and evolution of
environmental problems detected in the environment. The study was based on a theoretical
approach with descriptive and reflective focus on the process of training from the joint held in each
Department of Education as referential laws from the Brazilian Federal Constitution on the care of
the environment. The focus of the training was inserted into the transversal theme: Environmental
Education, as recommended by the NCP, providing the cognitive development of children and
adolescents process a critical sense with regard to quality of life and coexistence with the semiarid
region. With the training could make a contribution not only to introduce new pedagogical
techniques regarding the theme nutrition education, but also provide moments of practical actions
between participants and they can let us reason together that you can climb new times amid chaotic
situations encountered the heart of what has been done not only with Mother Nature, but mainly
with the quality of food in school meals inserted, generating social inclusion through PNAE and
PAA and that these new pedagogical actions involve not only educators (as) and students, but also
managers, academic community and the surrounding community schools.
INTRODUÇÃO
A construção deste estudo deu-se a partir da arguição entre Educação Ambiental e Educação
Nutricional, os sujeitos sociais só cuidam da qualidade dos alimentos quando se tem uma
consciência do que, realmente, é através do conhecimento que se tem da educação ambiental que se
busca a preservação e conservação do meio ambiente, pois se sabe que o planeta clama por socorro,
diante das ações antrópicas que tem deteriorado o mesmo, em todos os aspectos, principalmente, no
tocante a poluição da água, do solo e do ar no que se refere, por exemplo, ao uso de agrotóxico
quando se trata do processo produtivo na agricultura, independentemente deste ser de grande porte
ou ser de nível familiar.
Em se tratando da Educação Ambiental esta é uma temática que vem sendo arguida, a nível
mundial, desde 1945, época em que foram criadas as primeiras organizações internacionais
dedicadas à proteção da natureza. Entretanto, no Brasil, sua arguição data de meados da década de
1980. Como política nacional, só veio acontecer, em 1999, com a Lei nº. 9795/99, a qual foi
sancionada pelo Decreto nº. 4281/02, em junho de 2002.
Sabe-se que a própria legislação brasileira relacionada à Política Nacional de Educação
Ambiental mostra que a temática ambiental deve permear todo o processo de escolarização,
incluindo também o Ensino Superior desde a graduação até a pós-graduação.
Piazza, et al. (2006) apud Carvalho (2004) afirmaram que a Educação Ambiental se
constitui numa forma abrangente de educação, que se propõe a atingir todos os cidadãos, através de
um processo pedagógico participativo permanente que procura incutir no educando uma
consciência crítica sobre a problemática ambiental, compreendendo-se como crítica a capacidade de
captar a gênese e a evolução de problemas ambientais detectados no meio ambiente.
Pode-se observar que esta conceituação ajuda a compreender que a natureza pode contribuir
de diversas maneiras no processo ensino aprendizagem no que concerne a construção da educação
formal, principalmente das crianças e adolescentes, que se encontram no processo de construção de
valores. Para tanto é de fundamental importância que se entenda que toda a matéria prima utilizada
no dia-a-dia pelos sujeitos sociais pode servir de contra partida para vários trabalhos voltados ao
processo de recuperação, preservação e conservação do meio ambiente. No entanto isto irá
acontecer quando os indivíduos são conscientes dos atos que realizam no espaço onde residem. Tais
fatos poderão acontecer a contento quando esses indivíduos têm como nexo a Educação Ambiental.
Segundo Loureiro (2002, p. 69) a Educação Ambiental pode ser entendida como uma práxis
educativa e social que tem por finalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1224
que possibilitem o entendimento da realidade de vida e a atuação lúcida e responsável de atores
sociais individuais e coletivos no ambiente. Nesse sentido, a Educação Ambiental só tem a
contribuir quando vista como um dos meio que pode implementar o padrão civilizacional e
societário distinto do vigente, pautado numa nova ética da relação sociedade-natureza.
Nessa discussão é imprescindível citar Andrade (2008, p.17) apud Carvalho (2007) que
argumentaram que a Educação Ambiental ―fomenta sensibilidades afetivas e capacidades cognitivas
para uma leitura do mundo do ponto de vista ambiental‖.
Além da arguição sobre a Educação Ambiental nesse estudo é fundamental que se
argumente também sobre a Educação Nutricional haja vista que ela é vista como a base quando se
trata da alimentação saudável e qualidade de vida.
De conformidade com Rodrigues e Roncada (2008, p.315) eles afirmaram que ―a
alimentação é, atualmente, origem de grande parte dos problemas socioambientais e de saúde‖.
Boog (1997, p. 6) discutindo sobre o assunto afirmou:
No livro ―Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e de suas doenças‖,
publicado em 1995, que a Educação Nutricional é apontada como estratégia de ação a ser
adotada prioritariamente em saúde pública para conter o avanço da prevalência de doenças
crônico-degenerativas.
Ainda é importante frisar que, em Brasil (2012) tem-se uma arguição que enfoca que a
Educação Nutricional não apenas deve ser vista neste âmago, mas dizer que ela deve ser entendida
como Educação Alimentar e Nutricional (EAN) visto que tal percepção se configurou no processo
oscilatório entre as décadas de 40 a 70 e que foi retomado no inicio da década de 1990.
Dentro deste contexto foi afirmado por Brasil (2012, p. 6) que:
A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) alcançou um ponto importante de seu processo
de construção. Após ter percorrido um longo caminho, permeado por ―altos e baixos‖ e
depois de ter superado obstáculos no sentido de alcançar mudanças conceituais e práticas
significativas, atualmente a EAN se insere no âmbito das políticas públicas no contexto da
promoção da saúde e da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN).
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a construção dos novos valores sobre a Educação Nutricional na educação formal para
professores/as do ensino fundamental I e II contou-se com 406 participantes entre eles tinhas-se a
participação de professores/as, gestores, coordenadores pedagógicos, monitores do Programa Mais
Educação da rede municipal das escolas dos municípios que compreendem a área do Projeto Rio
Mamanguape Fase II.
A identificação dos municípios, o local da realização das capacitações, os dias de cada
capacitação, o número de participantes, formando assim os dados quantitativos do artigo. Será feita
a leitura interpretativa dos resultados, bem como a sua representatividade com relação ao total de
participantes (Tabela 1). Esses dados serão apresentados através de gráficos utilizando-se o
Programa Microsoft Excel 2007.
DIAS DA Nº DE
MUNICÍPIOS LOCAL
CAPACITAÇÃO PARTICIPANTES
TOTAL - - 406
Tabela 1 – Identificação dos municípios, local, data da capacitação, números de participantes da capacitação
em Educação Nutricional da rede pública municipal dos municípios da área de abrangência do Projeto Rio
Mamanguape Fase II.
Fonte: As autoras (2014).
Pode-se verificar que o município que enviou mais participante foi Areial (71), o segundo
foi Pocinhos (69), o terceiro foi Esperança (60), o quarto foi Lagoa Seca (55). Os municípios de
Alagoa Nova e Matinhas enviaram 36 participantes e o único que enviou um número abaixo do
esperado foi São Sebastião de Lagoa de Roça (28). Entretanto, o total de participantes no processo
de capacitação em Educação Nutricional superou as expectativas dos técnicos da Coopacne,
executora da ação (Tabela 1).
Da capacitação obteve-se como resultado 55 Planos de Ação, compreendendo: horta escolar;
horta medicinal; alimentação saudável; educação nutricional na construção de cidadãos conscientes
e educados para consumir uma alimentação saudável envolvendo a comunidade escolar e de
entorno das escolas, a serem executados não somente em 2014, mas que se torne uma ação
permanente nas escolas, e, assim, possa contemplar a população infanto-juvenil, livre do excesso de
guloseimas que podem ser identificada com um dos provocadores do sobrepeso e obesidade nessa
faixa étaria.
Montadas
13% Lagoa Seca
13%
Esperança
15%
Matinhas
9%
50 47
44
45
40
33 32
35 29
30 25 24 Péssimo
25 19 19
20 Fraco
15 12
8 9 Médio
10 6 6 4
5 2 1 2 2 1 Bom
0
Excelente
Não se aplica
Não respondeu
Gráfico 2 – Frequência absoluta dos participantes que avaliaram o tema da capacitação por
município na área de abrangência do Projeto Rio Mamanguape Fase II
Fonte: dados da pesquisa.
Bom
37%
Excelente Excelente
80% 57%
Excelente
Excelente
79%
89%
Não se
aplica Péssimo
Matinhas
Não Fraco Não se Montadas
Não Médio
0% 0% Médio
respondeu 0% aplica Fraco
respondeu Péssimo 4%
0% 0% 0% 0%
Bom
27%
Bom
Excelente Excelente 41%
73% 55%
Não se
aplica São Sebastião de Lagoa de Roça Médio
0% Não 0%
Péssimo Fraco
Não respondeu
Pocinhos 0% 0%
respondeu Péssimo 0%
2%Não se Médio
0% Fraco
aplica 0% Bom
0%
0% 14%
Bom
12%
Excelente Excelente
86% 86%
Nos gráficos de cada um dos municípios pode-se verificar que, a maioria, dos participantes
da capacitação consideraram excelente o tema abordado.
Pode-se observar no Gráfico 3 que a maioria dos participantes de seis municípios afirmaram
que a capacitação foi excelente para a sua atividade profissional. Os participantes do município de
Areial afirmara que foi bom e apenas 6 participantes do município de Montadas disseram que foi
ruim.
Após as capacitações passaram a execução dos Planos de Ação e os resultados tem sido
excelentes por envolver toda comunidade acadêmica e, principalmente, as crianças, as quais
venham aprendendo a degustar alimentações saudáveis e tem reduzido o consumo das guloseimas
que não fazem bem a saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANDRADE, José Waldson Costa de. Sala Verde Projeto Velho Chico: Uma lição de vida. In:
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Coleciona Volume III/2008. Brasília-DF: Ministério do
Meio Ambiente, 2008. p. 17 - 18
BOOG, Maria Cristina Faber. Educação Nutricional: Passado, Presente, Futuro. R. Nutr.
PUCCAMP, Campinas, v.10, n.1, p. 5-19, jan./jun., 1997. Disponível em:
<http://www.faculdadeguararapes.edu.br/site/hotsites/biblioteca/educacaonutricional_passado-
presente-futuro59500.pdf>. Acesso em: 10 set. 2014.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
RESUMO
A educação ambiental ganhou destaque após a obrigatoriedade em todos os níveis do ensino formal
da educação Brasileira, sendo possível, através dela, sensibilizar e capacitar a população em geral,
buscando desenvolver técnicas e métodos que facilitem o processo de tomada de consciência sobre
a gravidade do assunto em tela. Diante disso, realizou-se um trabalho que teve como objetivos:
sensibilizar os alunos do ensino fundamental II das práticas ambientais com o lixo no ambiente
escolar e compreender sobre o tempo que os materiais levam para se decompor na natureza. Foram
escolhidos alunos da escola Municipal 3 de Agosto, situada no município de Vitória de Santo
Antão-PE, do 6° e 7° ano do ensino fundamental II. O trabalho foi desenvolvido em várias etapas:
exposição audiovisual do tema, construção de materiais educativos, exibição de vídeos,
documentários e imagens ilustrando a problemática ambiental. Através das atividades realizadas foi
possível observar o desenvolvimento da criatividade e do senso crítico dos alunos. O interesse,
dedicação e o envolvimento pelo trabalho executado, mostrou a capacidade que eles têm de mudar
os paradigmas da sociedade. Diante dos resultados, foi possível dizer que a educação ambiental é
fundamental para uma conscientização dos alunos em relação ao mundo em que vivem para que
possam ter cada vez mais qualidade de vida sem desrespeitar o meio ambiente.
Palavras chaves: meio ambiente; educação; lixo
ABSTRACT
Environmental education grew in importance after becoming a mandatory subject at all levels of
formal education in Brazil, being possible, through it, to provide training for the general population,
seeking to develop skills and methods that facilitate the process of awareness about the importance
of this subject. Considerig that, a field work was performed, aiming: to aware Elementary School
students about environmental practices regarding garbage in the school and to understand how
much time the materials takes to decay in nature. Students from the the 6th and 7th years of August
3 school, located in Vitória de Santo Antão-PE, were chosen. The work was developed in several
INTRODUÇÃO
De acordo com a lei n° 9.795 de 27 de abril de 1999 Art.1°, entende-se por educação
ambiental o processo em que o indivíduo constrói valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, essencial à qualidade de
vida e a sustentabilidade. A educação ambiental ganhou destaque com a promulgação da lei
supracitada, que instituiu uma política nacional de educação ambiental e por meio dela, foi
estabelecida a obrigatoriedade da educação ambiental em todos os níveis do ensino formal da
educação brasileira.
Tomando-se como referência o fato de que a maior parte da população brasileira vive em
cidades, observa-se uma crescente degradação das condições de vida, refletindo-se na crise
ambiental. O ritmo acelerado de crescimento populacional constitui um fator preocupante, quando
se leva em consideração a quantidade de resíduos produzido por pessoa (MEDEIROS et al., 2011).
Propor soluções ao problema do lixo é fundamental, tendo em vista, os aspectos sanitários, saúde,
ambientais, sociais, econômicos, ecológicos, pedagógicos, estéticos, político, entre outros.
A educação ambiental é uma ferramenta utilizada para sensibilizar e capacitar a população
em geral sobre os problemas ambientais, com ela, busca-se desenvolver técnicas e métodos que
facilitem o processo de tomada de consciência sobre a gravidade dos problemas ambientais
(MARCATTO, 2002).
Diante disso, o trabalho de conscientização em relação aos componentes recicláveis
constitui uma medida importante para a preservação do meio ambiente e dos recursos não
renováveis; nesse sentido, a escola tem a responsabilidade de dar suporte para o desenvolvimento
de uma educação ambiental de qualidade.
Este trabalho foi desenvolvido através da análise, observação geral e necessidade de manejo
com o lixo produzido no ambiente escolar e da responsabilidade do produtor no seu destino,
contrapondo-se a falta de incentivo na escola, de políticas que levem a conscientização.
METODOLOGIA
Para concretização desse trabalho foram escolhidos alunos da escola Municipal 3 de agosto,
situada no município de Vitória de Santo Antão-PE, do 6° e 7° ano do ensino fundamental II. O
grupo foi caracterizado por 43 educandos com faixa etária de 11–16 anos. O trabalho foi realizado
em várias etapas: na primeira etapa, foi feito uma exposição audiovisual dos temas ―lixo, coleta
seletiva e educação ambiental no ambiente escolar‖ despertando o interesse do aluno sobre o tema.
Na segunda etapa, foi feito a construção de materiais educativos, jogos, brinquedos e lixeiras
de coleta seletiva; utilizando folhetos, painéis, tesouras, colas, folhas e materiais recicláveis. Na
terceira etapa, houve a exibição de vídeos, documentários e imagens, ilustrando as catástrofes e o
desrespeito do ser humano com o meio ambiente mediante as suas ações destacando a valorização e
importância dos 3R‘s (Reciclar, Reutilizar, Reduzir) que são ferramentas fundamentais para se
iniciar um trabalho e recuperar o que ainda não foi perdido. Quarta etapa, para finalizar, formou-se
um círculo na sala com todos os alunos e através de debates e dinâmicas discutiu-se sobre a
problemática do lixo, suas causas e consequências, ressaltando a importância da conscientização
ambiental e o que pode ser feito para minimizar esses danos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui
a Política Nacional de educacão ambiental e dá outras providências. 1999. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 26/09/14.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9ª ed. São Paulo. Gaia, 2004.
RESUMO
O projeto Semeando Saberes do Colégio Universitário-COLUN da Universidade Federal do
Maranhão tem desenvolvido ao longo desses quatro últimos anos (2011 a 2014) algumas ações
concretas relacionadas à difusão de boas práticas ambientais junto a toda comunidade acadêmica
tais como, exposição fotográfica de situações reais observadas no espaço da escola e que refletem a
falta de organização e de cuidados com a limpeza e o ambiente escolar; apresentação de palestras e
vídeos educativos, especialmente para o corpo discente, com foco na questão ambiental,
desenvolvimento de oficinas de fabricação de sabão a partir de óleo de fritura como forma de
reciclagem; sensibilização dos alunos através de encenações teatrais, apresentando personagens que
desenvolvem condutas ecologicamente corretas; aquisição de mudas para plantio e arborização do
entorno e dentro da escola, visando ornamentar o ambiente e eventos científicos, compostos de
palestras, minicursos, oficinas, e outras atividades enfocando a questão ambiental. Ressalta-se ainda
que a defesa do patrimônio escolar também está inserida nas propostas preteridas pelo projeto pois,
ao evitar a depredação do ambiente escolar, assim como o desperdício, também se deseja
desenvolver nos alunos o reconhecimento e a valorização dos bens patrimoniais. Portanto, é um
desejo de todos que fazem parte desse projeto que as ações já consolidadas até aqui sejam contínuas
e desenvolvidas a cada ano escolar, de tal forma que os resultados possam ser cada vez mais
expressivos e a preservação do ambiente seja de fato uma atitude concreta por parte daqueles que
constituem a comunidade do Colégio Universitário.
Palavras-chave: Meio ambiente; educação ambiental; preservação do patrimônio.
INTRODUÇÃO
A questão ambiental é um tema que vem ganhando espaço na agenda social de debate, dado
o atual desequilíbrio ocasionado pela relação do homem com a natureza, expressos em verdadeiros
retratos do desrespeito aos recursos naturais.
Conforme aponta Effting [1], o ser humano tem estabelecido uma ‗equação desbalanceada‘
com a natureza, representada pelas ações de retirar, consumir e descartar, demonstrando que ―a
espécie humana tem dificuldade de estabelecer o seu limite de crescimento, assim como para
relacionar-se com outras espécies e com o planeta‖.
Entende-se aqui por questão ambiental tudo o que está relacionado à problemática do meio
ambiente, intensificada pelo desenfreado modelo de produção capitalista, atingindo de forma
desigual os diferentes setores da sociedade, sendo na visão de Santos [2] as classes trabalhadoras as
mais atingidas no que se refere aos seus direitos, dada a alta concentração de renda, propriedade e
poder.
Essa relação desenfreada com a natureza é perceptível em todos os espaços e mostra seus
reflexos também na escola, a exemplo da alta produção de lixo e das expressões do comportamento
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1240
consumista entre os alunos. Nesse sentido, a esta cabe a responsabilidade de promover uma
educação pautada na promoção da consciência ecológica e no consequente respeito ao meio
ambiente.
Conforme a Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999, define-se educação ambiental como:
Processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente,
bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade [3].
Segundo a UNESCO, as finalidades desta educação para o ambiente foram determinadas
logo após a Conferência de Belgrado (1975) como sendo formar uma população mundial consciente
e preocupada com o ambiente e com os problemas com ele relacionados, uma população que tenha
conhecimento, competências, estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe
permitam trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais, e para
impedir que eles se repitam.
Enquanto espaço privilegiado para implementação de ações educativas que busquem
promover mudanças e adoção de práticas mais condizentes com a noção de cidadania, a escola deve
sensibilizar o aluno para a compreensão da realidade social e ambiental na qual se vive, despertando
para uma reflexão crítica acerca da problemática da questão ambiental. Esta perpassa pela questão
do consumo, previsto como tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais de 1998 a ser
abordado nas escolas.
A defesa do patrimônio escolar se insere nessa proposta, ao evitar o desperdício e a
depredação do ambiente escolar, visando desenvolver nos alunos o reconhecimento e a valorização
dos bens patrimoniais, suscitando posturas e atitudes condizentes à construção de uma sociedade
mais justa e um ambiente mais saudável.
Ressalta-se que o patrimônio escolar é constituído por instalações físicas, equipamentos,
mobiliário e demais materiais usados na escola. ―Compõe a identidade e a imagem da escola e, por
isso, ele precisa estar sempre em ordem, sob pena de colocar em risco a segurança das pessoas e o
projeto pedagógico‖ [4]. Para tanto, é importante que a comunidade escolar esteja empenhada e se
sinta pertencente e responsável pela escola, vendo-a como um patrimônio de todos.
Compreende-se, portanto, que as ações desencadeadas neste trabalho pretendem de forma
interdisciplinar, iniciar o processo de conscientização dos alunos acerca da construção de um
mundo ecologicamente equilibrado e voltado para a defesa da cidadania, ao possibilitar uma
compreensão dos problemas existentes, da sua responsabilidade e do seu papel crítico como
cidadãos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O projeto teve como marco inicial, além de deixar registrado documentalmente as suas
propostas, objetivos e metodologia, a ideia de projetar uma logomarca própria como forma de fazer
reconhecer o projeto Semeando Saberes como um trabalho de conscientização ambiental e difusão
de boas maneiras de conservação do patrimônio e preservação do meio ambiente. A Figura 01
apresenta a logomarca elaborada como forma de identificação desse projeto dentro e fora do
Colégio Universitário.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1242
Todo o projeto escrito foi apresentado ao Conselho Diretor da Escola, órgão máximo de
deliberação e aprovação da Instituição, sendo o mesmo aprovado na oportunidade, e, na
oportunidade, receber muitos elogios quanto aos seus objetivos e metodologias a serem
desenvolvidas, haja vista que seria o primeiro trabalho a ser desenvolvido na escola com propostas
voltadas para a questão ambiental e com tamanha envergadura.
Os itens II, III, V, VII e VIII apresentados como metas do Projeto que foram citados na
seção da Metodologia foram realizados de maneiras pontuais, ou seja, não foram sistematicamente
reproduzidos ao longo dos quatro anos de existência do Projeto, mas, não deixaram de serem
igualmente importantes como as demais ações já elencadas anteriormente. Essas ações das quais
referem-se os itens acima mencionados são exatamente aquelas que dizem respeito ao
desenvolvimento do estímulo à limpeza do espaço escolar, através da aquisição de cestos de coleta
seletiva de lixo; à arborização do entorno da escola pelo plantio de mudas visando a ornamentação
do ambiente e a redução dos impactos ambientais; também a campanha pela redução do consumo
de água e energia na escola, quando, naquela oportunidade, houve a fixação de placas e banners
educativos nas dependências (particularmente pátio, salas de aula e laboratório); a implantação e
manutenção de uma horta nas dependências da escola; e ainda apresentação e divulgação do projeto
na mídia e em congressos de divulgação científica a nível nacional. Em algumas dessas ações, o
Projeto Semeando Saberes contou com a participação importante dos alunos que assimilaram cada
momento desses como um processo de construção da importância da educação ambiental e os
princípios que regem a preservação e manutenção do ambiente. Além disso, sempre contou com o
efetivo apoio da gestão da escola (direção e coordenações), cedendo os espaços físicos, permitindo
a participação dos discentes e abrindo espaços para o Projeto em alguns fóruns de discussão
realizados durante esses anos letivos. Ressalta-se ainda que a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao
Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA foi sempre uma parceira,
especialmente no quesito financeiro, quanto ao desenvolvimento dessas ações.
As ações que de fato deram maior visibilidade ao Projeto durante esses anos de atuação, não
somente dentro da comunidade escolar, mas além dos muros da escola, foram as realizações dos
Eventos Científicos intitulados Semanas de Meio Ambiente. Neste ano de 2014, já estamos por
realizar ente os dias 22 e 26 de setembro a IV Semana de Meio Ambiente do Colégio Universitário,
como nas outras anteriores, sempre no segundo semestre do ano letivo.
Figura 03: Banners utilizados na divulgação das Semanas de Meio Ambiente do COLUN.
O projeto Semeando Saberes tem como grande proposta, desde a sua concepção até a sua
implementação, introduzir dentro da rotina acadêmica do Colégio Universitário da UFMA novas
formas de despertar a consciência ambiental e por em prática condutas saudáveis e corretas de
preservação do meio ambiente e manutenção do patrimônio da escola. A difusão dessas ideias gera
um intenso trabalho de educação e socialização em toda a comunidade acadêmica, estendendo-se
para além dos muros da escola. Algumas ações pretendidas, dentro daquelas consideradas
relevantes para o desenvolvimento do projeto, já foram realizadas e outras ainda deverão ser
planejadas e colocadas em prática. Os resultados obtidos já começaram a aparecer ao longo desses
quatro anos; alguns de forma modesta, pela própria natureza da atividade desenvolvida, e outros
atenderam de maneira satisfatória e plenamente o que fora planejado nas propostas iniciais. Porém,
o que mais se ressalta como conclusão final deste trabalho até o presente momento é o fato que,
trabalhar com as questões ambientais em um local bastante diversificado como é a escola, requer
uma intensa conscientização e um tempo bem maior do que aquele estipulado para acontecer. Ou
seja, os resultados só começarão a aparecer, como de fato deve ocorrer em se tratando de meio
ambiente e de maneira plenamente satisfatória, daqui a 2, 5 ou 10 anos (resultados a médio e longo
prazos). É possível perceber que, no fechamento dos anos letivos, algumas metas e objetivos
traçados não alcançarão os resultados pretendidos. Por isso, é consenso daqueles que idealizaram o
Projeto Semeando Saberes que este projeto seja mantido nos próximos anos, seus objetivos centrais
não deixem de ser divulgados e que venha a surgir novas propostas ambientais para se melhorar a
cada ano transcorrido. Desejamos que sejam incorporados novos membros ao grupo para dar vigor
ao projeto a cada ano, de tal forma que as ações nunca retroajam, mas que sejam sempre
melhoradas, intensificadas e compreendidas como atitudes importantíssimas e vitais à manutenção
da vida no planeta Terra.
AGRADECIMENTOS
EFFTING, Tânia Regina. Educação Ambiental nas Escolas Públicas: Realidades e Desafios. Pós-
Graduação ―Latu Sensu‖ em Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável. UNIOESTE.
Marechal Cândido Rondon. 2007.
http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/manutencao-patrimonio-escolar-476183.
Acessado em 28 de março de 2011.
http://www.youtube.com/watch?v=5HMIKDOpKA0
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo diagnosticar a percepção ambiental dos estudantes do ensino
fundamental II em escolas públicas de João Pessoa. Buscou-se verificar como os estudantes
percebem os problemas ambientais existentes no bairro em que residem. Fizeram parte da pesquisa
370 educandos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Presidente Médici, e da
Escola Municipal de Ensino Fundamental Aruanda, localizadas no Bairro dos Bancários e no bairro
do Castelo Branco. Para levantamento e coleta de dados, realizou-se consultas a fontes e
documentos inicialmente, recorrendo-se à pesquisa bibliográfica no âmbito da reflexão teórica e a
pesquisa online por meio de acesso a banco de dados científicos com registros de dissertações,
teses, e artigos qualificados pela CAPES etc. Os resultados obtidos indicam uma insignificante
percepção dos educandos sobre os problemas ambientais nos bairros onde residem e estudam.
Palavras-chaves: Problemas ambientais; educandos; escola; bairro.
ABSTRACT
This study aimed to diagnose the environmental perception of elementary school students in public
schools in II John Person. We sought to determine how students perceive environmental problems
in the neighborhood in which they reside. They did part of search 370 students at the school of
elementary secondary education President Medici, and school municipal Aruanda, located in the
neighborhood the Castelo Branco.
To survey and data collection, held consultations to sources and documents initially, making use if
the literature in the context of theoretical reflection and research through online access to scientific
INTRODUÇÃO
Nos dias atuais é perceptível quanto o planeta Terra está ameaçado, devido à poluição, ao
aumento da temperatura global, a destruição da camada de ozônio, o efeito estufa, a extinção de
espécies, escassez de água dentre outros. No entanto, vale ressaltar que muitas destas alterações nos
ecossistemas do planeta tiveram ampla aceleração a partir da Revolução Industrial que ocorreu no
final do século XVIII e início do século XIX. Isto é, com o desenvolvimento dos aparatos técnicos,
a sociedade humana pôde extrair da natureza uma maior quantidade de recursos.
Vessentini (2002), concorda que foi a partir dessa Revolução que a natureza vem pouco a
pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, produzido de forma
mais generalizada pela racionalidade da modernidade imposta pela sociedade.
Neste sentido, a temática ambiental entra em foco assumindo lugar de destaque nos estudos,
pesquisas, eventos científicos e discussões políticas em nível nacional e internacional visando expor
a situação do país e do planeta na sua complexidade ambiental.
É nesta perspectiva que o diálogo de saberes emerge desencadeando eventos nacionais e
internacionais sobre meio ambiente e sustentabilidade com diversas pautas como nos casos do
Clube de Roma, Conferência de Estocolmo (1972), a Comissão de Brundtland (1983), a Rio 92
(1992), a Conferência Internacional sobre população e desenvolvimento e a Hábitat II (1996),
Congresso Internacional da UNESCO – PNUMA sobre Educação Ambiental e Formações
Ambientais realizado em Moscou. Neste foram analisadas as conquistas e as dificuldades na área da
EA e também foram estabelecidos os elementos para uma estratégia internacional de ação em
matérias de educação e formação ambientais para a década de 90.
No Brasil, em 1988, é promulgada a Constituição da República Federativa, que por sua vez
traz em um dos seus capítulos, o seguinte:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se o Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988 ).
Até um certo tempo na história, o homem conseguia viver em ―harmonia‖ com o Meio
Ambiente, onde retirava dele apenas os recursos necessários para o seu sustento.
Visando esclarecer melhor essa relação do homem com o meio ambiente, Lima (1984, p. 32)
entende que:
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1252
O homem primitivo não provocava desequilíbrio apreciável sobre os processos metabólicos
e reprodutivos que regulavam o sistema de suporte da vida na Biosfera, uma vez que as
alterações provocadas eram numa escala que permitia a manutenção dos limites e
estabilidades da natureza.
A problemática do urbano vem sendo objeto de estudos, discussões e pesquisas por diversos
ramos do conhecimento. Na presente abordagem, o foco está voltado para os problemas ambientais
do bairro. Com tal perspectiva, o interesse recai sobre a importância do estudo do meio ambiente
urbano e seus problemas através da educação escolar e suas práticas se estão ocorrendo conforme o
que orienta Pontuschka (2001, p.112): ―há de se pensar o ensino que forme o aluno do ponto de
vista reflexivo, flexível, crítico e criativo [...] para enfrentar as transformações cada vez mais
céleres que certamente virão‖.
Nesta concepção espera-se desenvolva seu papel de criar condições de buscar contornos e
formas organizativas, curriculares e pedagógicas no ensino, na luta pela formação em serviço dos
professores, na relação com a universidade, enfim, situar a escolarização no âmbito de abrir novos
sistemas de possibilidade à educação no ensino básico especialmente no fundamental (REGO,
A PERCEPÇÃO AMBIENTAL
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com a tabela a seguir, observa-se que de um modo geral os educandos pontuaram
todas as respostas, levando-se a crer que estão tendo algum conhecimento sobre o tema no processo
educativo da escola, conforme demonstram os percentuais relativos ao 6º ano, 39,2% e no 9º ano,
Escola Aruanda
Ligado ao lixo 39,2 22,6 15,0 23,1 25,7 18,2 18,6 18,9 17,6 18,4
Ligado à poluição dos 21,6 15,1 27,5 15,4 19,7 9,1 6,8 28,3 13,7 14,8
rios / esgotos
Ligado à poluição do ar 7,8 9,4 22,5 5,1 10,9 12,1 5,1 24,5 17,6 14,8
Ligado ao barulho e - 1,9 5,0 - 1,6 - - - - -
violência
Ligado ao desmatamento, 1,9 3,8 12,5 5,1 5,5 6,1 8,5 5,7 7,8 7,1
queimadas e extinção de
animais
Ligado à falta de 5,9 5,7 - 2,6 3,8 - - 1,9 2,0 1,0
saneamento básico
Desabamento de barreiras 3,9 5,7 - 2,6 3,3 - 1,7 3,8 - 1,5
Respostas desconexas 3,9 1,9 - - 1,6 3,0 - - - 0,5
Não respondeu - - - 2,6 0,5 - - - - -
Fonte: Pesquisa de campo, 2010.
Tabela 1. Respostas dos estudantes quanto aos problemas ambientais no bairro em que residem.
Numa síntese comparativa entre os percentuais que atestaram as percepções dos estudantes
sobre os problemas ambientais e comparando os resultados entre as escolas, conclui-se que a Escola
Presidente Médice demonstrou refletir sobre a problemática ambiental em geral com enfoques e
possivelmente métodos interdisciplinares sobre o pensamento ambiental ao ponto de lograr nos
educandos as noções iniciais sobre os problemas urbanos ambientais. Apesar dos resultados não
serem robustos, pensa-se na possibilidade de uma renovação socioeducativa capaz de estabelecer
novas abordagens para o ensino na sua relação com a realidade do educando.
No que diz respeito à Escola Aruanda, os resultados não foram animadores. Isso significa
que possivelmente o processo ensino aprendizagem vem ocorrendo numa determinada direção,
produzindo resultados inesperados, frente a visão distorcida que o educando vem adquirindo na
escola. Pode-se supor que esta visão distorcida dos problemas ambientais, seja consequência da
atomização dos conteúdos ministrados de modo fragmentado, ou mesmo de sua ausência.
Portanto, com base nos resultados alcançados nas duas escolas e analisados com o apoio da
literatura, a percepção sobre os problemas ambientais do bairro pelos educandos que nele residem
comprovaram numa visão geral o baixo nível de referência e identificação dos educandos com os
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos dados analisados ao longo da pesquisa, verificou-se que os estudantes
destacaram uma quantidade insignificante de problemas ambientais relacionados ao bairro em que
moram. Diante desta realidade se faz necessário considerando o traçado da pesquisa, definir
algumas considerações conclusivas. Com relação ao objetivo geral considera-se que este foi
atendido pela análise da percepção dos educandos sobre os problemas ambientais do bairro em que
residem. Como a ideia conclusiva foi diagnosticada uma miopia com relação aos estudos ambientais
em geral nas escolas e principalmente sobre os problemas ambientais. Todavia esse é um processo
dialético em que as necessidades dos estudantes sejam configuradas, e a maturidade do macro
processo educativo busque uma formação da cultura de institucionalização do conhecimento.
Finalmente encerra-se esta discussão com o reconhecimento de que este estudo venha a
contribuir para que as escolas enfrentem os desafios impostos pelo sistema educacional diante da
sistemática de ser tratado ou conduzido considerando a possibilidade da produção de novos
conhecimentos e saberes que permitam melhorar a educação. Nesta lógica, inaugurando um diálogo
entre a racionalidade econômica dominante e a construção de novas visões da educação baseada em
uma racionalidade ambiental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. 6. ed. São Paulo: Gaia, 2000. p. 15-149.
_________. Pegada Ecológica e Sustentabilidade Humana. São Paulo: Gaia, 2002. p. 15.
GUERRA, R. A.T.; ABÍLIO, F. J. P. Educação Ambiental na Escola Pública. João Pessoa: Fox,
2006. 234p.
MACEDO, R. L. G.; MACEDO, S.B. ; ANDRETA.; N.V.V. Pesquisa de percepção ambiental para
o entendimento e direcionamento da conduta ecoturística em unidades de conservação.
Disponível em: http/: // www. physis.org. br / ecosic/ Artigos50. pdf. Acesso em: 15 de Junho de
2009.
PONTUSCHKA, Nídia Nacid. Geografia, pesquisa e ensino. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri
(org Novo Caminho da Geografia. São Paulo: Contexto, 2001.
REGO, Teresa Cristina et al. Currículo e política educacional. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes,
2011.
SATO, M. Curso de Educação Ambiental. PRODEMA/ UEPB/ UFPB/ João Pessoa, 1999.
TUAN, Y. F. Topofilia. Um estudo da percepção Atitudes e Valores do Meio Ambiente. Trad. Lívia
VESSENTINI, J. W. Sociedade & Espaço: Geografia Geral e do Brasil. 42ª ed. São Paulo, Editora
Ática, 2002. p. 297-299.
RESUMO
A Química Verde foi o tema responsável pelo desenvolvimento da pesquisa em questão. O estudo
teve como objetivo geral investigar o entendimento ambiental, de professores e estudantes do Lato
Sensu em Ciências Ambientais da Funeso, sobre a temática da Química Verde. Portanto a pesquisa
oferece aumento da divulgação e direcionamento das informações sobre o conceito da Química
Sustentável. Com a intenção proposta, o trabalho realizado é classificado como exploratório e
qualitativo caracterizado como estudo de caso. Realizado na Fundação de Ensino Superior de
Olinda (PE) com docentes e discentes da instituição, utilizou como técnica a aplicação de
questionário e para análise dos dados a execução de frequência relativa em percentual. Os
resultados da pesquisa revelam argumentos sobre períodos e eventos históricos, ideia sobre os
princípios da Química Verde. Assim é possível concluir que precisa dirigir o conhecimento dos
professores e estudantes para prioridade da sustentabilidade na Terra.
Palavras chaves: Química verde. Ciências Ambientais. Conhecimento. Ensino/Aprendizagem.
ABSTRACT
Green chemistry was the topic responsible for the development of the research in question. The
study had general objective investigate the environmental understanding of teachers and students
specialization in Environmental Sciences at Funeso, on the theme of Green Chemistry. Therefore
the research offers increased disclosure of information and guidance on the concept of Sustainable
Chemistry. With the proposal intention, the work is classified as exploratory and qualitative
characterized as a case study. Held at the Foundation of Higher Education of Olinda (PE) teachers
and students of the institution, the technique used was the questionnaire and for data analysis was
employed execution of relative frequency in percentage. The survey results reveal arguments about
INTRODUÇÃO
Com a ascensão dos impactos ambientais causados pelo homem, é considerado um desafio a
continuidade do progresso sem a redução dos malefícios produzido ao meio ambiente (PRADO,
2003). E a Química constantemente é associada a degradação e poluição ambiental. Principalmente
devido as atividades industriais que durante muitos anos contribuíram, com negligência, em relação
aos resíduos descartados sem tratamento adequado. E as políticas públicas que se impõe na
dialética, porém não aplicadas na prática.
Na década de 90, surge a preocupação em buscar alternativas que evite ou restrinja a
produção dos rejeitos e gases tóxicos produzidos pelas fábricas ainda no período de produção
(LENARDÃO; PRADO, 2003). Assim a linha de pesquisa desenvolvida começa a ser chamada de
Química Sustentável ou Química Verde, sendo o último termo adotado pela União Internacional de
Química Pura e Aplicada (IUPAC), afirma Nascimento (2005).
A Química Verde não se limita apenas à indústria, deve ser combinada à propagação do
conhecimento e às práticas científicas realizada nos laboratórios de estudo, que também produzem
resíduos descartados de forma inadequada. Além de tal pensamento demonstra influência
econômica graças à minimização de gastos com o armazenamento e tratamento de resíduos, a
descontaminação de ecossistemas e o pagamento de indenizações.
O Lato Sensu em Ciências Ambientais da Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso)
prioriza o ensino formal de qualidade e visa à formação completa como também a qualificação
profissional dos estudantes. O corpo docente da instituição é formado por Especialistas, Mestres e
Doutores na área ambiental de caráter multidisciplinar, ainda assim a Química não compõe a grade
curricular o que promove desconhecimento de aspectos da Ciência. Por ser uma temática recente e
diretamente aliada ao meio ambiente, qual será o nível de compreensão sobre Química Verde em
professores e estudantes da instituição citada?
Em suma, o trabalho sugere relatar o nível de compreensão da Química associada ao Meio
Ambiente dos discentes e docentes do Lato Sensu em Ciências Ambientais da Funeso.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Mas afinal o que é Química Verde? A explicação do tema é necessária para evitar analogias
distorcidas, como a Química que explora a flora.
A Química Verde é a tradução do termo americano ―Green Chemistry‖, que também é
denominada como Química Ambiental e/ou Química para a Sustentabilidade (CARIOCA;
ALMEIDA, 2011; LENARDÃO, 2003).
Algumas definições significativas foram divulgadas sobre o que é Química Verde.
Segundo Blount (2003) no livro Green Chemistry: Theory and Pratice (Química Verde: tória
e prática) foi decretado por Paul T. Anastas e seu co-autor John C. Warner da seguinte forma:
―Química Verde consiste na utilização de um conjunto de princípios que reduzem ou eliminam o
uso ou a geração de substâncias perigosas durante o planejamento, manufatura e aplicação de
produtos químicos‖.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1265
De acordo com Nascimento (2005) outra exibição defendida pela Agência de Proteção
Ambiental (EPA) tem propósito explicito: ―Química Verde é o uso da química para prevenir a
poluição. Mais especificamente, é o planejamento de produtos e processos químicos que sejam
saudáveis ao meio ambiente‖.
Conforme Bazito (2008) a IUPAC esclarece que: "A Química Verde é a invenção,
desenvolvimento e aplicação de produtos e processos químicos para reduzir ou eliminar o uso e a
geração de substâncias perigosas‖.
Embora as três determinações sejam diferentes existem o mesmo perfil que remete a
Química Verde ao grupo de pesquisa preocupado com o desenvolvimento de tecnologias e
processos causadores de poluição no meio ambiente.
Assim foi sugerido pela United States Environmental Protection Agency (USEPA) e
American Chemical Society (ACS) com finalidade indicar caminhos para as pesquisas em Química
Verde os 12 princípios, que são (BAZITO, 2008; LENARDÃO, 2003; PRADO, 2003):
á
ô
ó
METODOLOGIA
Classificação da Pesquisa
Embora o termo Química Verde fosse desconhecido por parte da população em estudo, o
questionário foi orientado a linha de pensamento que originou a denominação, com analogias e
termos simplificados facilitando assim o maior número de dados sobre o problema proposto.
A estatística descritiva foi utilizada para melhor compressão dos dados, na forma de
distribuição de frequência pontual e aplicação da frequência relativa em percentual, através da
fórmula:
discentes docentes
Outro conceito 0%
0%
Definição diferente
0%
0%
Dos dados obtidos 60% evidencia falta de clareza na opinião quando outras possibilidades
foram escolhidas, apesar de 40% dos docentes e discentes optarem pela definição correta sobre o
menor gasto de átomos. Esse princípio é importante, pois interfere diretamente nos ciclos biológicos
para manutenção e longevidade dos elementos químicos envolvidos, além da intenção de eficácia
tecnológica, buscando a preservação do meio ambiente e melhor qualidade de vida para as espécies.
Continuando as análises sobre os Princípios da Química Verde foi avaliado sobre a
denominação dos conceitos segurança de compostos, redução de produtos em excesso, produtos
degradáveis e sínteses de menor toxicidade no entendimento das pessoas.
discentes docentes
10%
Irreais, pois a Química não está preocupada com esses
procedimentos
0%
10%
Irreais, pois outras áreas é que desenvolve projetos
com essas características
0%
Provável que esteja em desenvolvimento no campo de 50%
estudo da Química, assim como na indústria e em
80%
projetos governamentais
30%
Autênticos, pois seriam novas extensões das Ciências
Biológicas e Biomedicina
20%
0%
0%
Nenhuma das proposições são satisfatórias
Gráfico 6 – Classificação das definições: segurança de compostos, redução de produtos em excesso, produtos
degradáveis e sínteses de menor toxicidade
Fonte: FREITAS, 2012.
O emprego do adjetivo ―provável‖ foi intencional uma vez que comprova a incerteza sobre o
desenvolvimento da Química Sustentável. No ponto de vista de 80% dos mestres e 50% dos
discentes docentes
Química 23,04%
27,27%
Geografia 23,04%
27,27%
Gráfico 7 – Ciência que reúne as características de prevenção de resíduos, eficiência energética, utilização de
matéria-prima renovável, prevenção de acidentes e de poluição
Fonte: FREITAS, 2012.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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ABNT. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO. Ciências Ambientais. São Paulo, SP: [s.n.], 2012.
RESUMO
Este trabalho apresenta dados da primeira fase análise sobre a implementação de práticas
sustentáveis. O objetivo deste trabalho foi realizar um diagnóstico da percepção da comunidade
acadêmica do IFAM Campus – Tabatinga, sobre a implantação de práticas sustentáveis, por meio da
aplicação de questionários. Esta ferramenta avaliou três práticas, com um mês de instalação, são
elas: coletores de copos descartáveis, coletor de resíduos orgânicos e adesivos sinalizando a
economia de energia elétrica e de água. Os resultados revelaram a disposição do público em
participar e sugerir. Porém, ainda é percebido que os problemas relacionados aos resíduos gerados
não são apenas físicos, químicos ou biológicos: são também comportamentais.
Palavras-Chave: Gestão Ambiental, IFAM, Resíduos Sólidos, Percepção.
ABSTRACT
This paper presents preliminary data analysis on the implementation of sustainable practices.
Aiming to make a diagnosis of the perception of the academic community of the IFAM Campus -
Tabatinga, we carried out the survey through questionnaires. This tool evaluated three practices,
with a month of installation, they are: collectors cups, collecting organic waste and adhesives
signaling saving electricity and water. The results showed the willingness of the public to
participate and suggest. However, it is still perceived that the problems related to wastes generated
are not just physical, chemical or biological: they are also behavioral.
Keywords: Environmental Management, IFAM, Solid Waste, Perception.
Desde a sua existência sobre a face da terra a espécie humana faz uso dos recursos naturais.
A revolução industrial acelerou o uso dos recursos naturais, com o agravamento dos problemas
ambientais, em virtude da produção em grande escala sem a preocupação com a sustentabilidade.
Epelbaum (2006) relata que os principais problemas ambientais surgiram na década de 1960 e
apresenta como exemplo a acidificação dos lagos suecos e a contaminação por pesticidas. Nas
décadas seguintes houve o agravamento de tais problemas, causados principalmente pela
industrialização e o aumento de agentes poluidores.
Segundo Philippi et al., (2012), a insustentabilidade não é só ecológica, mas também social.
Assim, a sociedade se organizou e, na década de 60, o tema Meio Ambiente foi abordado pela
primeira vez em um evento internacional – O Clube de Roma, cujo problema em destaque era a
poluição dos rios europeus. Posteriormente, outros debates disseminaram a preocupação e os
cuidados necessários para com o ambiente (MOREIRA, 2006). As discussões mostraram que era
preciso controlar e gerenciar as relações do homem com a natureza, resultando em uma série de
legislações específicas que visavam controlar a instalação de novas indústrias e estabelecer
exigências para as emissões poluentes das indústrias existentes. A importância para a sensibilização
quanto às questões ambientais foi fortalecida pela educação ambiental (KARATZOGLOU, 2012).
Leff (2006) acrescenta que gestão participativa, valorizando o estilo de vida e baseado nas
condições ecológicas são mais viáveis para gerir os recursos naturais. Houve ainda a divulgação de
conceitos como: impacto ambiental, controle de resíduos e gestão ambiental.
A gestão ambiental pode ser entendida como um conjunto de medidas e procedimentos que
permite identificar problemas ambientais gerados pelas atividades da instituição, e revendo sua
atuação, incorporando novas práticas capazes de reduzir ou eliminar danos ao meio ambiente.
(DIAS, 2006). No ambiente empresarial gestão ambiental é uma ferramenta bastante difundida.
Entretanto, no âmbito governamental ainda é pouco praticada. Para incentivar os órgãos públicos
federais a adotarem práticas sustentáveis, o governo estabeleceu por meio do decreto nº 5.940, de
25 de outubro de 2006, a obrigatoriedade de criar uma metodologia de gestão. Visando o
atendimento do decreto supracitado e também, para servir como instrumento de ensino durante
atividades práticas dos cursos oferecidos, fez-se necessário ao Instituto Federal de Educação do
Amazonas instalar um sistema de gestão para gerenciar os seus resíduos. Vale ressaltar que, as
práticas inadequadas de gestão de resíduos sólidos em escolas em países menos desenvolvidos,
constituem um dos principais fatores que levam ao declínio das condições de saúde ambiental
(ANA et al., 2011). O conhecimento e a compreensão sobre gestão ambiental para criação de uma
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do total de questionários respondidos (48), 88% do público foi de alunos do IFAM (Figura
1). Tal fato pode ser explicado, considerando que a maior parte dos alunos do Campus,
aproximadamente 500 Alunos, frente aos outros grupos (servidores e colaboradores). Além do que,
as palestras da Semana de Meio Ambiente, evento no qual foi realizado o presente levantamento
tinha como público alvo os alunos do Instituto. Contudo, o número de servidores participando deste
evento foi menor do que o número total de servidores e colaboradores, fato que evidencia a
necessidade de se realizar atividades voltadas para os grupos de apoio ao IFAM, dentre os quais,
encontram-se os professores.
A análise dos adesivos distribuídos nas salas de aula e nos banheiro, os quais ressaltavam a
necessidade de economia de água e energia, mostrou que 77% do público notou a presença destes
próximos aos interruptores das salas de aula e nas torneiras. Acompanhando este resultado, 81%
assinalaram que ter um lembrete, pode ajudar a tornar racional o uso de energia e de água. Para o
coletor de resíduos orgânicos, 36% afirmaram não tê-lo visto. Além do baixo índice de uso do
coletor, os participantes assumiram que nem sempre colocaram somente os resíduos orgânicos, isso
no coletor deste resíduo algumas vezes são depositados plásticos e papel. A localização e a
aquisição de coletor sem o pedal são apontadas como causas para o baixo uso dos coletores.
Em instituições públicas, onde o valor do recurso não é pago diretamente pelo usuário, ou
ainda este desconhece que é pagador de tais recurso, o consumo é maior que nas residências. Bonett
et al., (2002) em pesquisa realizada numa universidade localizada na região de Bordeaux– França,
verificou que o consumo de água per capita, foi mais elevado, quando comparado ao consumo
médio das grandes cidades. Estes aspectos deixam evidente que reconhecimento sobre a
importância dos recursos é fundamental para a redução de desperdício e que as instituições devem
fazer desta dificuldade oportunidade de sair do campo teórico para a prática (TAUCHEN;
BRANDLI, 2006).
A incorporando novas práticas capazes de reduzir ou eliminar danos ao meio ambiente,
prevista como objetivo da gestão ambiental (DIAS, 2006) depende fundamentalmente do
comprometimento de todos. É importante aprender, ouvir e participar dessa mudança de cultura em
relação a questões ambientais (RODRIGUES et al., 2008). Assim, a principal sugestão refere-se a
melhoria da distribuição dos coletores pelo campus do IFAM -Tabatinga, pois eles se encontram em
um único local. Quanto ao tamanho do receptor, também foi lembrado que as dimensões do coletor
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com estes resultados foi percebida a necessidade em se realizar atividades voltadas a todo o
corpo acadêmico do IFAM - Campus-Tabatinga. O público mostrou interesse em participar e fazer
sugestões para melhorar os três instrumentos implantados. Porém, ainda é percebido que os
problemas relacionados aos resíduos gerados não são apenas físicos, químicos ou biológicos: são
também comportamentais. A implantação das práticas sustentáveis trará benefícios econômicos,
ambientais e sociais, e a instituição deve fazer deste momento uma oportunidade de pesquisas e
treinamento para os alunos e servidores.
REFERÊNCIAS
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YIN, R.K. Estudo de caso – Planejamento e Métodos. Trad. Daniel Grassi. 3. Ed. – Porto Alegre:
Bookman, 2005. 212p.
RESUMO
A Educação Ambiental não formal surge como um processo intensificador de contato entre a
sociedade e a natureza. O conhecimento de suas inter-relações em busca de equilíbrio ocorre de
maneira que venha despertar a sensibilização da sociedade para a importância do estudo da vida. A
pesquisa refere-se a uma atividade de Educação Ambiental não formal, realizado com os alunos do
2º anodo ensino médio integrado ao técnico do IFAM – Campus Manaus Distrito Industrial –
CMDI e o Museu da Amazônia (MUSA), fruto de resultados parciais do trabalho de monografia
para conclusão de curso de graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Instituto
Federal de Educação Ciências e Tecnologia – Campus Manaus Centro - IFAM/CMC. Teve como
objetivo analisar a Educação Ambiental não formal como facilitadora na disciplina de biologia, com
ênfase no estudo dos Artrópodes, utilizando o projeto Insetário do MUSA como uma alternativa
para que os alunos não só compreendam melhor o assunto, mas que também seja possível um
despertar para uma nova consciência ambiental em relação a esses animais e aos espaços em que
eles vivem. A estratégia metodológica desenvolvida em quatro etapas: elaboração do questionário, a
aplicação do pré-questionário, a realização das atividades prática no MUSA e a reaplicação do
questionário. Os resultados encontrados mostraram-se significativos na aprendizagem dos alunos,
pois a atividade proporcionou uma nova abordagem que possibilitou criar uma relação mais
próxima entre os alunos e o ensino da Biologia, que intensificou o contato entre os alunos e a
natureza e despertou sensibilização e novas atitudes em relação ao ambiente e aos organismos
estudados, de forma a desenvolver uma conduta mais consciente e sustentável.
Palavras-chave: Educação Ambiental Não Formal, Museu da Amazônia (MUSA). Artrópodes.
Educação Ambiental.
ABSTRACT
The Environmental Education in a ludic way emerges as a process to intensify the contact between
society and environment. The knowledge of the interrelationships to find the equilibrium occurs in a
way that will show to the society the importance of the study of life. This research refers to a ludic
INTRODUÇÃO
Foram formuladas nove questões que envolviam perguntas básicas sobre artrópodes e se
esses animais possuem alguma importância, tanto ecológica quanto econômica, com o fim de
avaliar o quanto os alunos sabem sobre o assunto, visto que é um assunto trabalhado durante o
ensino fundamental. As questões dividem-se em sete abertas e duas fechadas. De acordo com
Mattar (1999) as questões abertas possuem várias vantagens, entre elas a possibilidade de cobrir
pontos além das questões fechadas e ter menor poder de influência nos respondentes.
A segunda etapa foi a aplicação do questionário em todas as quatro turmas, antes que os
mesmos tivessem estudado o conteúdo Filo Artrópodes. Para a aplicação foi estabelecido um tempo
máximo de quinze minutos e os alunos não tiveram acesso a nenhum tipo de material para consulta.
3ª Etapa: Atividade de Educação Ambiental em Espaço não Formal
Com um intervalo de 14 dias, foi realizada terceira etapa, a atividade de educação ambiental
em espaço não formal no MUSA, e consistiu em dois momentos: primeiro percorrer duas trilhas
interpretativas na floresta, em horários alternados por turma, para que tivesse no máximo 25 alunos
em cada momento, as turmas foram acompanhadas por um professor e um monitor do Museu. A
trilha possui vários pontos onde os monitores geralmente param para dar algumas explicações e
mostrar curiosidades da floresta, porém nessa trilha o monitor foi instruído a explicar apenas o que
os alunos perguntassem, pois também seria analisado o nível de interesse pela trilha.
O segundo momento foi a atividade dentro do laboratório experimental de insetos onde foi
realizada uma aula interativa. Foram separados artrópodes de 11 ordens diferentes dentro das
Classes Arachnida, Insecta e Myriapoda.
4ª Etapa: Pós-Questionário
Por fim, a quarta e última etapa, aplicação do mesmo questionário, com o objetivo de avaliar
quais as implicações e avanços que a atividade de Educação Ambiental em espaços não formais
trouxe e proporcionou aos alunos.
RESULTADOS
O ensino de biologia em parceria com o processo da Educação Ambiental não formal vai
além da transmissão de conteúdo, altera o caráter informativo do ensino superando a percepção
tradicional de educação. De acordo com Guimarães (2007) é desejável que se propicie um
ambiente educativo de construção de novos conhecimentos e saberes, de forma que sejam
explorados os aspectos cognitivos e afetivos incentivando práticas sustentáveis. Foi observado entre
os resultados analisados a construção desse ambiente propício e receptivo entre os alunos.
Durante o desenvolvimento da pesquisa percebeu-se uma mudança significativa no nível de
interesse dos alunos, eles se mostraram mais curiosos e ansiosos, não só em relação aos organismos
estudado, mas também pelo ambiente em que o MUSA está inserido e o tipo de atividade que foi
realizada no local. A seguir estão expostos os resultados parciais obtidos a partir da segunda etapa
desenvolvida durante os momentos da pesquisa.
A atividade teve como objetivo levar os alunos para o Museu da Amazônia, um ambiente
diferente da sala de aula onde para este conteúdo, Artrópodes, é possível mostrar organismos vivos
e suas diversas interações em seu habitat natural, dessa forma buscando uma melhor alternativa para
que os alunos não só compreendam e conheçam melhor o assunto, mas que também seja possível
um despertar para uma nova consciência ambiental em relação a esses animais e aos espaços em
que eles vivem. Para avaliar o resultado da atividade foram feitas entrevistas com os professores e
os monitores que acompanharam os alunos durante as atividades.
No primeiro momento foi realizada a trilha na Reserva, uma área primaria da Floresta
Amazônica em que pode-se averiguar questões ambientais locais, em um ambiente que não faz
parte da realidade cotidiana dos mesmos. Lima (2006) destaca a importância de trazer a realidade as
questões locais para posteriormente ampliar as discussões para o regional, nacional e global, de
modo que primeiramente se estabeleça uma inter-relação do meio ambiente local seguindo para o
restante do planeta, possibilitando a compreensão do funcionamento dos ecossistemas naturais e
sociais a partir de sua própria realidade.
Na maioria das falas evidenciou-se a falta de interesse sobre o local e o desconforto dos
alunos que mostrou o quanto eles não estão familiarizados com o ambiente em que foram inseridos.
“No geral eles quase não fizeram perguntas, mesmo quando eu parava em lugares
estratégicos que geralmente os turistas e outros alunos gostam, eles mais reclamaram de
mosquito, calor, lama, medo de cair ou de encontrar algum animal perigoso, o básico de
toda pessoa que não está acostumada a entrar na floresta.” (Depoimento do monitor do
Museu que acompanhou duas turmas durante as trilhas)
Fig. 01 – Classes utilizadas para a realização da atividade, (A) Classe Myriapoda, (B) Classe
Insecta e (C) Classe Arachnida.
“Professora que lindo isso é uma aranha mesmo? Nunca tinha visto! Posso pegar? Posso
levar pra casa?” (Fala de uma das estudantes do 2º ano)
4ª Etapa: Pós-Questionário
No pós-questionário poucas respostas ficaram em branco, 73% dos alunos deram respostas
coerentes e mais elaboradas em relação as questões mais especificas mostrando que foi obtido
conhecimento.
Em relação aos organismos 81% apontaram que possuem importância e nas explicações
responderam e deram exemplos utilizando o que aprenderam das atividades realizadas no
laboratório do espaço do Museu. Foi possível notar uma mudança significativa na opinião dos
estudantes em relação a esses animais pelo número de adjetivos positivos atribuídos a eles e quando
foram novamente questionados sobre o que fariam se encontrassem algum desses organismos em
suas casas cerca de 52% responderam que os levariam para um lugar mais apropriado como um
jardim ou uma área mais próxima com plantas.
A pesquisa conseguiu integrar o MUSA e o IFAM, construindo uma relação favorável entre
o conhecimento e o saber, quanto a importância dos Artrópodes para a floresta Amazônica e da
mesma para o ambiente, assim, a Educação Ambiental não formal poderá ser uma possibilidade de
reduzir o distanciamento de alunos de ensino técnico integrado em áreas tecnológicas com as
questões socioambientais que os cercam, Leff (2001) afirma que para isso um dos maiores desafios
é formular uma EA que seja inovadora tanto em nível formal como não formal, acima de tudo
voltado para a transformação social. Dessa forma, a alternativa utilizada contribuiu para a melhoria
da qualidade no processo de ensino-aprendizagem e permitiu uma nova visão sobre o ambiente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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RESUMO
Nos últimos anos percebe-se o progressivo desenvolvimento de discussões que tenham em vista a
promoção das chamadas políticas sustentáveis. Vale ressaltar que a mineração se configura como a
primeira atividade de degradação ao meio ambiente em termos numéricos. Nesse sentido,
percebemos a necessidade de se emergirem, no âmbito educacional, discussões que visem promover
não somente debates, como também uma prática profissional efetiva e consciente acerca de tais
questionamentos. Para isso, a presente pesquisa se configura como de cunho qualitativo, a medida
em que a metodologia adotada foi a pesquisa e a revisão bibliográfica. A partir disso, objetiva-se
com este trabalho discutir a importância da inserção de uma disciplina na grade curricular do curso
técnico em Geologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do
Norte, nas modalidades integrado e subsequente, que promovam o desenvolvimento de uma
perspectiva sustentável na pesquisa, gestão, exploração e beneficiamento dos recursos minerais.
Concluímos que, a educação representa o espaço privilegiado para a construção de um processo de
conscientização, que a médio e longo prazo, trará para a sociedade a partir da atuação dos
estudantes, enquanto profissionais da área de geociências, uma nova percepção de sustentabilidade
quanto ao manejo dos recursos naturais.
Palavras-Chaves: Geologia; Desenvolvimento Sustentável; Recursos Naturais; Educação.
RESUMÉN
En los últimos años podemos ver el desarrollo progresivo de las discusiones encaminadas a la
promoción de las llamadas políticas sostenibles. Es de destacar que la minería se configura como la
primera actividad de la degradación al medio ambiente en términos de números. En este sentido,
nos damos cuenta de la necesidad que surja en el contexto educativo, las discusiones destinadas a
promover no sólo los debates, así como una efectiva y consciente acerca de tales cuestionar la
práctica profesional. Para ello, la presente investigación se configura como un estudio cualitativo, el
INTRODUÇÃO
Tendo em vista influenciar nos diversos mecanismos que, juntos, formam a economia de um
país, a política econômica traduz as preocupações que um governo tem quanto a produção, a
circulação, a distribuição e o consumo, tanto de bens quanto de serviços. Ao passo que, além disso,
é possível traduzir, por meio da política econômica, os vários aspectos que orientam os discursos e
as atividades governamentais em suas formas de ver e entender outros problemas relacionados a
esfera econômica, como também ao próprio bem-estar da sociedade.
Dentre esses problemas, a política ambiental se apresenta como uma das questões que
carecem de mais atenção por parte do governo. Ao passo que, a urgência nessa discussão fomentará
um processo de conscientização social no tocante ao manejo dos recursos naturais.
Apesar de subordinadas a economia, as medidas econômicas também se engajam em um
âmbito social, no sentido de que determina quais dos segmentos da sociedade serão comtempladas
pela ação política do Estado. Não obstante, tais medidas serão concebidas como variáveis, de país
para país, bem como da natureza dessa riqueza econômica, a depender também da pressão exercida
por grupos sociais que estão nas malhas desse regime como, por exemplo, os sindicatos e as
instituições científicas que corroboram, ou não, com as ações econômicas frente a questão da
sustentabilidade e da preservação ambiental e cultural.
Nesse sentido, o desenvolvimento sustentável é um assunto bastante discutido atualmente,
porém pouco conhecido. Este tema é bastante associado as questões ambientais, principalmente no
que diz respeito a preservação dos recursos naturais como modo de manter um equilíbrio apropriado
no sentido ecológico. O conceito de sustentabilidade é bastante amplo, e a questão ambiental é
apenas um de seus alicerces.
A organização CATALISA (Rede de Cooperação para a Sustentabilidade), define
sustentabilidade nos seguintes termos:
Nesse sentido, o desenvolvimento econômico que prime pela sustentabilidade como item
fundamental da discussão, acaba por determinar uma preocupação exacerbada com o futuro ao
passo que, tendo em vista suprir as diversas demandas presentes, sugere a extrema necessidade de
consumo baseado no equilíbrio. Algo diverge sobremaneira nas sociedades atuais.
Desse modo, as sociedades mundiais, assim como a hodierna sociedade brasileira, tem se
caracterizado por um consumo desenfreado que gera uma grande quantidade de materiais que são
descartados, mas que, devido, ressaltamos novamente, a carência de políticas públicas efetivas para
com as questões ambientais, tende a ser desperdiçados e, grosso modo, jogados a mercê do homem
e em detrimento a própria natureza.
E nessa perspectiva, se faz extremamente necessárias discussões que promovam a
conscientização da população de um modo geral e como as empresas, muitas delas, ainda não são
responsabilizadas pela coleta do material que produzem, dando um fim mais adequado, inclusive o
materialde caráter radioativo, a educação transforma-se na principal via por onde tais mudanças
seriam canalizadas para o conhecimento da sociedade.
Em uma compreensão literalmente econômica, sustentabilidade é a busca pelo equilíbrio
entre a utilização dos recursos naturais e a formação de riqueza. Acerca disso, o economista Ademar
Ribeiro apresenta que:
―No esquema analítico convencional, o que seria uma economia da sustentabilidade é visto
como um problema, em última instância, de alocação intertemporal de recursos entre
consumo e investimento por agentes econômicos racionais, cujas motivações são
fundamentalmente maximizadoras de utilidade‖ (ROMEIRO, p. 2, 2001).
Tal concepção vai de frente com a ideia de sustentabilidade, no sentido de que coloca a
economia como a necessidade primeira do progresso material de uma sociedade, em detrimento da
própria dimensão humana que a reveste.
A dimensão humana discutida aquiperfaz outro espaço de embates, quer seja, o
distanciamento das ciências humanas em relação aos temas de debate ambiental, que durante
bastante tempo fora dominado pelas ciências biológicas e, em um segundo momento, pelas ciências
exatas. Isto traduz as disputas por espaços que as próprias ciências desencadeiam no tocante a
dimensionar ou ampliar as suas possibilidades quanto à delimitação de seus objetos de estudo.
Cabe-nos então destacar que o papel das ciências humanas frente à discussão da
sustentabilidade ambiental pode ser entendido ao ponto que somente a partir de uma compreensão
efetiva quanto às transformações nos hábitos de se relacionar consigo, com o outro e com a
natureza, ou seja, mudanças implementadas no desenvolvimento de suas atividadesprodutivas e
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afetivas, resultou em outras formas de lidar com a natureza, a base de seu trabalho e do fator de
sociabilidade que, com isso, gerou no agravamento dos problemas ambientais, os quais a Terra
enfrenta hoje.
Contudo, a definição de como enfrentar os vários problemas ambientais que se abatem nas
sociedades modernas, tanto a nível local ou regional, quanto nacional e internacional, são definidas
a partir da legislação, onde o Estado traduz a sua percepção sobre a temática, definindo prioridades
eafastando questões desnecessárias aos objetivos políticos e econômicos, passemos ao próximo
tópico de discussão ao caso específico brasileiro.
METODOLOGIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Aspectos e impactos ambientais de pedreira em área urbana. Rem: Rev. Esc. Minas. Ouro Preto,
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Acesso em: 15 Out. 2014.
RESUMO
A busca incessante pelo desenvolvimento econômico vem causando vários problemas para o
equilíbrio ambiental, afetando os ecossistemas e comprometendo a qualidade de vida da população
em geral, e trazendo o foco da questão ambiental para debate social. A partir dessa preocupação
ambiental, a Educação Ambiental (EA) surge como uma das alternativas que busca transformar a
educação tradicional nos eixos políticos, sociais, culturais e econômicos, no sentido de mostrar a
importância da conservação ambiental e de novas relações sociedade-ambiente. O objetivo deste
artigo é identificar a percepção de estudantes acerca das práticas de educação ambiental nas escolas
para mudanças de atitudes e comportamento na relação sociedade-ambiente. A pesquisa classifica-
se como quantitativa de natureza descritiva, de cunho exploratório e investigativo e como técnicas
de pesquisa foram utilizadas pesquisa bibliográfica, questionários semiestruturados e observações in
loco. Como resultados foi identificado o perfil do aluno, as percepções dos estudantes sobre a
escola em que estudam, quais as atividades de Educação Ambiental são desenvolvidas e as
mudanças de atitudes e comportamento decorrentes das práticas de Educação Ambiental.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Relação Sociedade-ambiente. Percepção Ambiental. Habitus
Socioambiental.
ABSTRACT
The relentless pursuit of economic development has caused many problems for the environmental
balance, affecting ecosystems and compromising the quality of life of the general population, and
bringing the focus of the environmental issue for social debate. From this environmental concern,
environmental education emerges as a means of education that seeks to transform traditional
education reaching political, social, cultural and economic hubs in order to show the importance of
environmental conservation and the relationship between society and environment. The purpose of
this article is to identify the perceptions of students about environmental education practices in
INTRODUÇÃO
Com a Revolução Industrial, a sociedade passou a ver os seus recursos naturais como
matéria-prima para o desenvolvimento econômico, ocorrendo desta forma uma intensa exploração,
ameaçando a biodiversidade e o equilíbrio do meio ambiente. A partir desse processo devastador,
surgiram preocupações com a busca pelo desenvolvimento sustentável e para a criação de práticas
de conservação e preservação ambiental, aliadas à qualidade de vida humana.
Para Leff (1999, apud TORRES, 2013), a questão ambiental confronta a racionalidade
moderna orientada para fins preestabelecidos, à hegemonia da razão econômica e tecnológica do
mundo para construir uma nova racionalidade que integre a razão e os valores, a natureza e a
cultura. Assim Leff trama a sua proposta de racionalidade ambiental, tecendo diversos elementos
que conformam a conduta humana, não apenas na sua objetividade, mas também na subjetividade,
sobretudo evidenciando aspectos que envolvem valores não utilitaristas da relação sociedade-
natureza (TORRES, 2013).
Uma das alternativas encontradas para promover o desenvolvimento sustentável é a
Educação Ambiental (EA), pois segundo a lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a
Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, trata-se de um processo
em que o individuo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes
e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Sendo um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e
modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
A EA, então segundo Sato (2004), deve buscar sua eterna recriação, avaliando seu próprio
caminho na direção da convivência coletiva e da relação da sociedade diante do mundo. Ou seja,
avaliando a si próprio na busca da identidade individual (ser humano), buscando uma área de
aprendizagem coletiva da alteridade (sociedade) e, desta justaposição, construindo uma relação com
o mundo.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1305
O presente trabalho faz parte do projeto de pesquisa ―Educação ambiental e habitus
socioambiental: um estudo das relações sociedade-ambiente em escolas públicas de Mossoró-RN‖
(PIBIC UERN/Iniciação Científica). E teve como objetivo identificar a percepção de estudantes
acerca das práticas de educação ambiental nas escolas para mudanças de atitudes e comportamentos
na relação sociedade-ambiente.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi quantitativa de natureza descritiva simples, o trabalho foi feito
em três fases: na primeira, foi feita a revisão de literatura, com enfoque na definição de habitus de
Pierre Bourdieu, a concepção de habitus socioambientais de Sérgio Luiz P. Silva e o sofrimento
ambiental e a espera tratada por Javier Auyero, com o intuito de explicar as relações
socioambientais, a criação de um novo habitus voltado para as questões socioambientais e a espera
e o sofrimento ambiental desses alunos de escolas públicas, decorrente das condições do ambiente
escolar e das práticas de ensino desenvolvidas nas escolas municipais de Mossoró. A segunda fase
foi a realização da pesquisa de campo, com a aplicação de 191 questionários com os alunos do 9º
ano de nove escolas da rede Municipal de ensino de Mossoró, durante o período de 03 de Dezembro
de 2013 á 27 de Fevereiro de 2014.
Após o levantamento dos dados acerca da percepção dos estudantes sobre as mudanças de
atitudes e comportamento em decorrência de práticas de Educação Ambiental, foi realizada a
terceira fase da pesquisa, o tratamento dos dados no SPSS 16 TRIAL, para a apresentação dos
resultados e discussões finais.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Escolas Pesquisadas
A pesquisa foi realizada em nove (9) escolas, oito (8) em área urbana e uma (1) na área
rural, todas pertencentes ao Núcleo de Educação Ambiental (NEA)55. A quantidade de questionários
aplicados reflete o número de alunos de uma sala de aula do 9º ano de cada escola pesquisada
(Tabela 1).
55
NEA – Programa de atuação social em constante construção, que privilegia o uso da Informação Educativa
em todas as suas formas e meios, baseado no conceito de Ecologia do biólogo Haeckel, em 1866, como o ―estudo
da casa maior que é o Planeta Terra‖, para trabalhar a integridade humana e retomar a noção de respeito a todas as
formas de vida. Ver: IBAMA- Supes/DF, Núcleo de Educação Ambiental – NEA. Disponível em:
<www.ibama.gov.br/setores-ibama-df/nucleo-de-educacao-ambiental-nea>. Acesso em: 28 jul. 2014.
Dos 191 entrevistados, com idade entre 12 e 19 anos, 59% são do sexo feminino e 41% do
sexo masculino (Gráfico 1).
41%
Masculino
59% Feminino
Bonifácio e Abílio (2010) tratam sobre a percepção como um termo que tradicionalmente é
entendido como sinônimo de conhecimento, porém refere-se a nossas interpretações de mundo. Para
Addison (2003) a percepção é um processo psicológico e o conhecimento é um processo
epistemológico, sendo desta forma, expressões distintas; para Souto (2003) percepção é o ato de
captar os diferentes tipos de estímulos do ambiente, com o auxílio dos órgãos dos sentidos. Com
base na noção de habitus de Bourdieu (2001), entendemos que a percepção envolve um conjunto de
fatores que compõem a trajetória individual e social dos indivíduos. O habitus é, portanto, um
sistema de disposições, modos de perceber, de sentir, de fazer e de pensar, que nos levam a agir de
determinada forma em uma circunstância dada (THIRY-CHERQUES, 2006).
Como veremos no Gráfico 2, 49,7% dos entrevistados responderam que gostam muito da
95
100 91
49,7
50 47,6 Entrevistados
Porcentagem
0 5 2,6
Gosto muito
Gosto mais ou menos
Não gosto
Gráfico 2- Percepções dos alunos sobre sua escola. Fonte: Pesquisa de campo, 2013-2014.
Deste modo ao questionarmos o que os alunos mais gostam, o que menos gostam e o que
mudariam para que suas escolas ficassem melhor, baseado em dados da pesquisa identificarmos que
37,2% gostam mais dos funcionários e amigos da escola, e percebemos a importância da relação
entre o ser individual e o mundo social para que o aluno possua uma boa relação cultural e
ambiental com o meio em que vive, tendo em vista que 21,5% dos alunos relatam como um
problema o pouco tempo existente na escola para essa interação com os amigos, para a troca de
informações e conhecimento
Para 20,9% e 36,6% dos entrevistados, o espaço escolar carece de melhorias e mudanças. O
que demonstra a falta de estrutura física apropriada e que possibilite aos alunos um ambiente
adequado para a aprendizagem. Tendo visto que a qualidade do ambiente em que se está inserido
pode alterar o nível de aprendizagem, de interesse e motivação do aluno com a escola. Para Auyero
(2011) isso se caracteriza como sofrimento ambiental, sendo este termo o relato do fato de que o
pobre não possui as mesmas oportunidades e não encontra um ambiente escolar de qualidade e
motivador para a sua trajetória escolar.
No Gráfico abaixo, 84,3% dos entrevistados afirmam que sua escola desenvolve atividades
de educação ambiental, porém, o que se pode notar é que no instante da aplicação do questionário
muitos dos alunos não sabiam do que se tratava a EA e qual o seu real intuito, desconhecendo que a
EA é o ensino que busca desenvolver novas práticas sociais com relação ao meio ambiente, no
sentido de mostrar ao aluno a importância da conservação ambiental e da relação sociedade-
ambiente, para a construção do desenvolvimento sustentável.
84% Não
Entretanto ao serem questionados sobre o que entende por educação ambiental e o que o
entende por meio ambiente, baseado em dados da pesquisa, 57,6% entende a Educação Ambiental
como sendo, restrito e somente, um ensino sobre a preservação do meio ambiente, e 22,0%, acredita
ser a aprendizagem sobre a natureza, e 35,6% entende meio ambiente como sendo a natureza,
abrangendo a fauna e a flora. O que nos faz notar que infelizmente o aluno não está familiarizado
com o assunto, desta forma impossibilitando o conhecimento da problemática ambiental, de como
surgiu esse problema e como este poderá lhe afetar, sendo de suma necessidade a familiarização
entre aluno e meio ambiente natural e artificial.
Para que seja possível essa sensibilização do aluno sobre o meio ambiente, é necessária a
construção da percepção ambiental, que surge do ato de perceber o ambiente que se está inserido,
aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo. Porém, cada indivíduo percebe, reage e responde
diferentemente às ações sobre o ambiente em que vive. As respostas ou manifestações daí
decorrentes são resultado das percepções (individuais e coletivas), dos processos cognitivos,
julgamentos e expectativas de cada pessoa. (FERNANDES, 2004)
Nas escolas essa construção pode acontecer através de atividades simples e divertidas, onde
o aluno possa interagir de modo a aprender e a colocar sua identidade no ambiente construindo sua
percepção ambiental, com brincadeiras, oficinas e aulas de campo, onde eles descubram coisas
novas e atraentes sobre o meio em que ele vive e o meio em que ele visita.
Na Tabela 2, apresentamos os temas mais desenvolvidos nas escolas, segundo os alunos.
PRINCIPAIS TEMAS %
Água 46,6%
Lixo, Reciclagem e Reutilização 28,8%
Saúde e Nutrição 16,6%
Tabela 2 - Os principais temas desenvolvidos nas práticas de EA das escolas, segundo os entrevistados*.
Fonte: Pesquisa de campo, 2013-2014.
*Esta tabela não totaliza 100%, apresenta os resultados referentes à frequência das respostas.
Para tanto, conforme observamos a água é o tema mais frequente nas práticas de Educação
Ambiental nas escolas pesquisadas. O fato do município de Mossoró está situado na região do
59 60
60
50 51
40 30,9 31,4
30 26,7
20
10 12 Entrevistados
0 6,3 9
4,7 Porcentagem
Não
Aprendeu a Não poluir e
respondeu Economia
cuidar e não jogar de água e Muitas
reciclar lixo no chão coisas
energia
Gráfico 4 - Mudanças ocorridas a partir das atividades de Educação Ambiental, segundo os entrevistados.
Fonte: Pesquisa de campo, 2013-2014.
E como podemos observar, o Gráfico 4, mostra que 31,4% mudaram seus comportamentos a
partir das atividades de Educação Ambiental desenvolvidas pela sua escola, buscando cuidar do
meio ambiente e aprendendo a importância de reciclar os resíduos sólidos. Observamos que muitos
afirmaram que as mudanças foram atingidas com as atividades postas em prática. Estas mudanças
supostamente surgiram das mudanças de percepção, de juízo, de apreciação e de ação, que segundo
Bourdieu (2001), acontece através de ações posteriores e que interferem nas práticas no modo de
vida social.
Na Tabela 3, os entrevistados responderam as melhorias que aconteceram nas escolas, a
Como vimos na tabela acima os alunos afirmaram que a Educação Ambiental promoveu
diversas melhorias no ambiente escolar, na produção de resíduos sólidos e na conservação da
estrutura escolar. Dentro desse contexto de mudanças, podemos notar a preocupação ambiental do
aluno como ser social. E estas práticas ou conhecimentos disponíveis em forma de cultura
concretizada, ligando a perspectiva natural e humana, e facilitando a construção de uma relação
com o desenvolvimento do mundo e a criação do seu ethos, estar contribuindo para a geração de um
habitus socioambiental (SILVA, 2006).
A educação ambiental contextualizada no cotidiano das escolas é um dos princípios da lei de
número 9.795 de 27 de abril de 1999. E de acordo com as respostas avaliadas, 68% dos
entrevistados afirmaram que suas escolas realizam aulas de campo. Essas aulas são realizadas com
maior frequência no próprio município (Rio Mossoró, no Aterro Sanitário e no assentamento rural a
Maísa. Aulas de campo fora da cidade, são raras, e os entrevistados citaram os municípios de
Martins e Portalegre (RN) acerca de 120 km de distância de Mossoró.
A prática de aulas de campo é uma etapa crucial para a EA, pois facilita na aprendizagem do
aluno, na sua relação com o meio ambiente e com o problema existente, ajudando para que ele
entenda de melhor forma as teorias e os processos que são lhes passado dentro de sala de aula,
reestabelecendo a ligação entre homem e natureza, há algum tempo quebrada. Neste sentido,
Moscovici (1977, apud REIS; BELLINI, 2011) defende a ideia de que natureza e sociedade não são
dois pares opostos, não devem ser pensados como uma oposição. Afirma que, sobretudo desde o
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século XVIII, todo o nosso entendimento da natureza e da sociedade tem sido estruturado como
polos opostos e irreconciliáveis. É justamente contra esta perspectiva dicotômica e separadora, que
Moscovici se insurge, conforme Reis e Bellini (2011).
―Numa época em que a questão é mais a de defender a natureza contra o homem do que o
homem contra a natureza‖ é preciso estar atento e repensar esta dicotomia. Tanto mais que
―tudo que nos incita a por fim à visão de uma natureza não humana e de um homem não
natural‖. (MOSCOVICI,1977, apud REIS; BELLINI, 2011, p. 07).
Gráfico 5- O tema rio Mossoró é desenvolvido Gráfico 6- Os estudos sobre o rio Mossoró mudou
nas escolas. a maneira do aluno vê-lo.
Fonte: Pesquisa de campo, 2013-2014. Fonte: Pesquisa de campo, 2013-2014.
E baseado nessas respostas adquiridas pela pesquisa de campo, 71,2% dos entrevistados
afirmam que antes de estudar e conhecer mais sobre o Rio Mossoró, a visão que tinha sobre o ele,
era que estava muito poluído e 2,6%, vê o rio igual ao que é visto atualmente (poluído). Já a maioria
dos alunos, responsável por 34,6%, não soube responder ou não respondeu como observa o Rio
120
100 105
80
60 37 37
40 19,4 19,4 55,0
20 4
0 2,1 8 4,2 Entrevistados
Era limpo e Que é Porcentagem
as pessoas Que Importante Não soube
poluído inundava a para a
usavam responder
cidade população ou não
conhece
CONCLUSÃO
Os resultados apresentados nesta pesquisa permite-nos afirmar que os ambientes das escolas
investigadas necessitam de investimentos tanto no aspecto físico, quanto no de ensino e
aprendizagem.
Segundo a pesquisa a metade dos entrevistados gostam da escola e a outra metade não gosta.
Quanto ao que mais gostam na escola, as respostas recaem nas relações sociais – gostam mais dos
funcionários e amigos; dos ensinamentos e das aulas de campo; e gostam menos do pouco tempo, do
intervalo, da merenda e da estrutura física da escola. Diante disso, o que mudariam na escola se assim
fosse; teve destaque a estrutura física das escolas.
No que diz respeito as atividade de Educação Ambiental realizadas na escola, uma grande
maioria dos entrevistados afirmam que sua escola desenvolve a EA, que segundo os mesmos, é o
ensinamento sobre a preservação do meio ambiente, sendo este à natureza, abrangendo a sua fauna e
flora. Afirmando ainda que estes ensinamentos são responsáveis por mudanças em seus
comportamentos.
Com relação aos assuntos mais desenvolvidos em sala de aula que decorrem da EA, foram
apontados como principais temas abordados, a preocupação das escolas com relação ao consumo
inadequado da água; a problemática com a poluição causada pela grande geração de resíduos sólidos
e seu descarte inadequado, ensinando-os a reciclar e a reutilizar; e a saúde e nutrição, como ponto
fundamental para uma boa qualidade de vida, inserindo a preocupação com o homem como parte das
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1313
questões ambientais. Os dois primeiros temas mais tratados em sala também são as principais
mudanças de comportamento apontadas pelos entrevistados.
Notamos também que foi apontado que a Educação Ambiental promoveu diversas melhorias
no ambiente escolar, nas relações sociais e na conservação da estrutura escolar, o que nos expõe que
a orientação comportamental está sendo inserida no aluno e trazendo bons resultados.
Quanto à contextualização da EA no cotidiano, mais da metade dos respondentes apontam
que as escolas desenvolvem aulas de campo, nas proximidades do Município de Mossoró, o que
facilita na aprendizagem do aluno, na sua relação com o meio ambiente e com o problema existente,
ajudando-o a entender melhor as teorias repassadas em sala.
Por fim, metade dos entrevistados asseguram que o tema rio Mossoró é desenvolvido na sua
escola, porém para a maioria, o estudo sobre o rio, não mudou sua maneira de vê e percebê-lo,
fazendo-os notar o rio com a mesma concepção que antes (muito poluído). E quando questionados
sobre que histórias conhecem a respeito do Rio Mossoró, mais da metade não souberam responder
ou afirmaram não conhecer, quanto aos que responderam, a maioria, sabiam que o rio era/é muito
poluído e que essa poluição aconteceu devido a ação antrópica.
REFERÊNCIAS
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não sabe) após 15 anos de trabalho de campo. Sociologias. Porto Alegre, 2011, p. 126-164.
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educandos de escola públicas - caso bacia hidrográfica do Rio Jaguaribe, Paraíba. REDE-
Revista Eletrônica do Prodema. Fortaleza. Vol. 5. n.2. p. 32-49. 2010. Disponível em: <
http://www.revistarede.ufc.br/revista/index.php/rede/article/viewFile/72/28>. Acesso em 21 jul.
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http://pt.scribd.com/doc/64857887/BOURDIEU-Pierre-Meditacoes-Pascalianas>. Acesso em: 14
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Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em:
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jul. 2014.
MORIN, E. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Tradução Eloá
Jacobina. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. Disponível em:
<http://www.uesb.br/labtece/artigos/A%20Cabe%C3%A7a%20Bem-feita.pdf>. Acesso em: 26
jul. 2014.
TORRES, Maria Betânia R. As cidades, os rios e as escolas: um estudo das práticas de educação
ambiental nas cidades de Natal e Mossoró-RN. 2013. 227 f. Tese (Doutorado em Ciências
RESUMO
O presente artigo teve como objetivo identificar atores e instituições que realizam trabalho de
conservação das tartarugas marinhas no estado de Pernambuco, com a finalidade de ajudar e/ou
contribuir com a instrumentalização pedagógica nas atividades de educação ambiental (EA).Com
base nos levantamentos secundários, foi possível registrar apenas uma ONG (Organização Não
Governamental) chamada de Ecoassociados que realiza ações de EA. Ao conhecer a instituição e a
realidade local, foi feito um intenso trabalho junto a Escola do município e crianças da comunidade
local, utilizando assim como espaço educacional a sede da própria ONG. Concomitantemente foram
planejadas e confeccionadas ferramentas para auxiliar nas atividades/ações de EA. Posteriormente,
durantes os dias 20 e 26 de maio/2014 foi realizado atividades diretamente ligadas a Educação
Ambiental com escolares. Um total de sete turmas do 4º ano e 123 alunos participou das atividades.
Essas foram divididas em quatro etapas que contou com apresentação das espécies, músicas,
brincadeiras, banners explicativos e exposição das peças anatômicas, tudo envolvendo tartarugas,
além da observação direta dos animais/filhotes vivos. Os alunos representaram o que aprenderam
através de desenhos o que foi importante também na avaliação dessas ações. De uma maneira geral,
eles ficaram encantados em participar, principalmente durante a visualização dos animais vivos.
Nas representações os conteúdos que chamaram mais a atenção deles foram a reprodução, as
diferenças entre as espécies e a conservação, essa última sendo evidenciadas com desenhos de
placas e frases de proteção do ambiente marinho e praias. Por fim cada aluno levou para casa um
livreto contendo, de forma interativa, as informações aprendidas.
Palavra chave: Testudines, Educação Ambiental, Crianças
INTRODUÇÃO
As tartarugas marinhas estão entre os animais mais antigos do planeta, com a sua origem há
mais de 150 milhões de anos, que nidificam em pontos estratégicos na nossa costa e contribuem
para manutenção da cadeia trófica marinha, sendo agentes bioindicadores e biocontroladores,
todavia correm risco extinção. São animais migratórios, passando a vida toda no mar e saindo
apenas da água para desovar (Epperly & Frazier, 2000). Atualmente, as principais ameaças para a
sobrevivência destes animais têm sido o aumento do uso das artes de pesca e as alterações do meio
(Wetheralletal,1993). A captura incidental por equipamentos de pesca prejudica a sobrevivência dos
mesmos, podendo provocar a morte por afogamento, mutilações ou ingestão de anzóis (Pupoetal,
2006), atingindo principalmente a população de juvenis (Sales et al., 2008).
As tartarugas marinhas são ―répteis‖ que estão distribuídos, principalmente, nas faixas
tropical e subtropical do planeta. Existem sete espécies no mundo, das quais cinco ocorrem no
litoral brasileiro e quatro dessas ocorrem no Estado de Pernambuco Caretta caretta (Linnaeus,
1758), Chelonia mydas (Linnaeus, 1758), Lepidochelys olivácea (Eschscholtz, 1829) e
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1318
Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766) (Reptile-Database, 2008), sejam registros reprodutivos,
ou não reprodutivos (Moura et al., 2011). Nos últimos anos, essas espécies vêm sofrendo sérias
ameaças, principalmente com o desenvolvimento das atividades econômicas e a consequente
exploração dos recursos naturais, levaram o homem a utilizar o ambiente de forma indiscriminada.
O crescimento desordenado e a ocupação irregular e destruição das áreas naturais de nidificação são
fatores que afetam direto e indiretamente a nidificação de tartarugas marinhas, havendo a
necessidade de uma intervenção e sensibilização para esse fato.
No decorrer dos anos, o conhecimento sobre o meio ambiente vem mudando e muita atenção
tem sido dada a conservação das tartarugas marinhas. Esse problema ambiental deixou de ser
discutido apenas em Universidades, mas passou a ser uma questão de toda a sociedade, sendo a
educação ambiental necessária principalmente nas áreas de nidificação (Seabra, 2013).
Uma das ações mais importante para conservação das tartarugas é a educação ambiental,
principalmente quando envolvendo escolas, crianças e adolescentes que residem próximo às áreas
de nidificação (Tamar, 2006). Entre os exemplos notórios de intervenção com (E.A) podemos citar
o Projeto Tamar, que de acordo com a portaria nº 186/90, no artigo 4º, vem desenvolvendo
programas de conscientização ambiental, adaptados às realidades regionais e manejos de tartarugas
marinhas (Suassuna, 2004).
Em decorrência da ausência de trabalhos que fortaleçam a área de meio ambiente, e
juntamente com a desordenação e degradação ambiental das praias, foi pensado em ações que
possibilitasse o conhecimento da situação das tartarugas no litoral de Pernambuco com a finalidade
de reconhecer e auxiliar atores ou instituições que desenvolvem ações conservacionistas e
educativas, com o objetivo de fortalecer e/ou auxiliar as atividades pedagógicas, valorizando os
saberes locais sobre as tartarugas marinhas.
METODOLOGIA
Área de estudo
A ONG Ecoassociados desde sua fundação exerce trabalhos com a conservação das
tartarugas marinhas que desovam na localidade. Realizam o trabalho de monitoramento noturno e
acompanha as desovas até o momento da eclosão dos neonatos. Localiza-se na Praia de Porto de
Galinhas, a qual é considerada uma das melhores do nordeste, pois apresenta recifes que servem de
substrato para o desenvolvimento de corais e algas que são usadas na alimentação das tartarugas
marinhas. A Ecoassociados conta com uma sede em Porto de Galinhas, onde possui um acervo de
peças morfológicas externas e internas das tartarugas marinhas que fazem parte do museu, conta
também com um salão para exposição das peças e local para realização de palestras, sua área
externa é bem ampla o que possibilita a realização de atividades.
Possuindo vários tipos de atividades econômicas, a qual algumas fazem uso dos recursos
naturais existentes na localidade. Sua população composta por jangadeiros, buggueiros, pescadores,
pessoas que atuam na rede hoteleira local, refinaria e estaleiro, tornam a educação ambiental cada
vez mais necessária nessa região.
Figura 02 – Etapas das Atividades aplicadas nos dias 20 e 26 de maio de 2014. A – Palestra, B – Observação
das peças anatômicas do museu, C – Produção de desenhos com base no conteúdo que foi abordado, D –
Observação dos animais vivos que estavam em reabilitação. Fonte: Ecoassociados 2014
Figura 03 - O presente vídeo trás imagens do ambiente marinho que a tartaruga vive e retrata o seu ciclo de
vida, desde seu nascimento, passando por todas as ameaças até chegar na sua fase adulta e retornar a praia
que nasceu para realizar sua desova. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=FIrXerL1z-c
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um total de sete turmas do 4º ano participou das atividades realizadas nos dias 20 e 26 de
maio/2014 totalizando assim 123 alunos, moradores da comunidade local e entornos da Escola
Municipal Drº Luiz Cavalcanti Manoel Uchoa. Os alunos tinham idade entre 9 e 14 anos. As
atividades tiveram inicio no horário da manhã às 8:00 h e se estenderam até às 10:30h e a tarde das
14:00 às 16:30 . No dia 20 de maio recebemos uma turmas no turno da manhã e 2 turmas no turno
Os alunos demonstraram bastante curiosidade ao chegar perto das peças anatômicas, sempre
questionando se as mesmas eram verdadeiras, como exemplo, sobre o tamanho real dos cascos,
onde foram coletadas, morfologia dos filhotes e coloração. Deu pra perceber que eles lembravam
sobre o que tinha sido falado durante a palestra, fazendo alguma relação com o dia a dia deles.Os
mesmos ficaram bem a vontade para desenhar e colorir, sempre buscando características próprias
para diferenciação das espécies, querendo reproduzir as imagens da apresentação e das peças do
museu, em cada desenho foi possível perceber o que mais ficou marcado em cada um deles, no
entanto foi o conteúdo Características e Reprodução que mais foi representado nos desenhos
(Tab.01).
Tabela 01. Representação de alguns desenhos feitos por crianças da Escola Municipal Drº Luiz Manoel
Cavalcanti Uchoa em Porto de Galinhas, Ipojuca/PE 20e 26 de maio de 2014.
Durante a observação dos animais vivos (Fig. 04), os alunos ficaram totalmente
deslumbrados, foi ressaltado que a espécie a Eretmochelys imbricata, conhecida como Tartaruga de
Pente é a que mais desova no litoral de Ipojuca e a que está mais ameaçada, classificada de acordo
com a IUCN (2012) como criticamente ameaçada de extinção.
Figura 04 - Observação de animais vivos, filhotes de Eretmochelys imbricata, que estavam em processo de
reabilitação para melhor e depois ser soltos no seu habitat natural, Ecoassociados, Porto de Galinhas, PE.
Fonte: Ecoassociados.
Quanto às representações através dos desenhos foram possíveis evidenciar que os assuntos
em destaque foram a reprodução e o cuidado em proteger as tartarugas. No final ao receber a
cartilha os alunos ficaram bem entusiasmados a fazer as atividades propostas pela cartilha, que
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sea Turtle Biology and Conservation Marine Turtle Newsletter88: 22-26.
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Disponível em: <http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/8005/0>. Acesso em:
25.09.2014.
SALES, G.; GIFFONI, B. B.; BARATA, P. C. R. (2008) – Incidental catch of sea turtles by the
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Kingdom, 88(4):853-864. doi: 10.1017/ S0025315408000441.
SEABRA, G. Educação Ambiental, conceitos e aplicações. 2013. Editora UFPB, João Pessoa-PB.
TAMAR, 2006. As tartarugas marinhas no Brasil: estado da arte. Projeto Tamar- Ibama, 155 p.
RESUMO
O presente trabalho faz um registro sobre o que é um geoparque, sua importância e apresenta o
Geopark Araripe, localizado no Cariri Cearense, conceituando e mostrando o trabalho de Educação
Ambiental (E.A) que está sendo desenvolvido nessa região. O que podemos chamar de geoparque é
um território com limites definidos que possui um patrimônio de grande valor científico, cultural,
religioso, ambiental, arqueológico, geológico e paleontológico. O Geopark Araripe está localizado
ao sul do Estado do Ceará a aproximadamente 530 km da capital Fortaleza, região plena de
curiosidades da natureza, habitada por um povo cordial e alegre, com uma cultura ímpar de cores e
sabores. Este possui ainda um notável patrimônio geológico ao qual está aliado a um trabalho de E.
A nas escolas e comunidades das cidades que o compõem. O objetivo das ações deste setor é
fortalecer a sustentabilidade regional baseada em atividades de geoconservação, geoeducação e
geoturismo. Esse artigo teve a finalidade de registrar, descrever e analisar os projetos desenvolvidos
na área supracitada do Geopark Araripe. A metodologia teve como base a pesquisa qualitativa e
participante. Os resultados parciais mostram que o setor da E.A do Geopark Araripe vem
desenvolvendo junto a professores, estudantes e comunidade em geral deste território ações
educativas que tem possibilitado uma aprendizagem significativa e prazerosa. O intenso trabalho
realizado por meio do projeto ―Geopark nas Escolas‖ se caracteriza por ações como palestras,
oficinas e apresentações de vídeos que proporcionam essa formação pedagógica e de cidadania de
modo conjunto. Há também a ―Colônia de Férias‖, nas proximidades dos geossítios, que são
constituídas por atividades das oficinas de réplicas de fósseis e de bonecos com reaproveitamento
de material. A comunidade é atendida pelo projeto ―Geopark na Comunidade‖.
Palavras-chave: Geopark Araripe, Educação Ambiental, Formação, Educação.
56
Estagiária do Geopark Araripe
57
Educador Ambiental do Geopark Araripe
58
Orientadora e Coordenadora de Educação Ambiental do Geopark Araripe
INTRODUÇÃO
Nos últimos quatro anos a equipe da E.A tem desenvolvido projetos e ações de educação
formal e informal, em parcerias com as instituições de educação do território do G.A,
proporcionando o conhecimento relacionado aos temas desse geoparque para a sociedade.
Os objetivos estratégicos do Geopark Araripe são:
Contribuir na disseminação dos conhecimentos em relação à E.A para a população em geral,
sobre seu território;
Contribuir para a formação da equipe da E.A do G.A, além dos professores, gestores e
alunos do território, incentivando-os a serem agentes multiplicadores;
Promover a interação da comunidade com o Geopark Araripe, acolhendo demandas e
estimulando novas iniciativas;
Integrar, reforçar e dinamizar o trabalho em redes socioeducativas;
Promover um espaço aberto para novas práticas pedagógicas, fortalecendo e criando centros
de interpretação e educação ambiental no território. Assim como elaborando programas e
ações de educação arqueológica, museológica, patrimonial e em geociências;
Colaborar na produção de material didático-pedagógico;
Dinamizar a relação dos projetos de extensão e pesquisa que envolve o G.A;
Incentivar projetos e pesquisas acadêmicas aplicadas e relacionadas às temáticas do G.A; e,
Promover capacitações internas com a equipe de trabalho dos demais setores do G.A.
A E.A realiza oficinas com temas voltados para a educação ambiental na busca de construir
junto aos educadores e educandos do território do G.A, ações educativas que possibilitem a
aprendizagem significativa e prazerosa. Dentre os principais objetivos destas ações, está a inserção
do educando no processo de ensino-aprendizagem de forma ativa e participativa, com uso de
materiais que despertem sua curiosidade e criatividade, proporcionando, dessa forma, a construção
efetiva de conhecimentos ambientais.
As oficinas, por exemplo, tem o intuito de despertar no educando, nos professores e na
comunidade em geral, a importância do G.A e a construção de uma educação ambiental que
possibilite a mudança de hábitos. Além de relacionar pequenas atitudes do dia-a-dia com a
sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida.
Na elaboração da proposta dessas oficinas, foi priorizada essa preocupação de desenvolver
um trabalho dentro de uma linha pedagógica que insere o estudante de forma reflexiva e
participativa no processo e contextualização do conteúdo sistematizado com a realidade vivenciada
no dia a dia.
Oficina de Biojóias
A Oficina de Biojóias se caracteriza por peças produzidas a partir de recursos naturais como:
pedras, cascas, resinas, madeiras, frutas, sementes, metais e outros. São peças atóxicas, antialérgicas
e encontradas na natureza, que dão formas a colares, pulseiras, brincos, cintos, anéis e customizam
sandálias..
A produção de biojóias tem contribuído com a causa ecológica, quanto extraídas com
consciência, além de contribuir com a causa social a partir da geração de renda.
O livro de pano é mais um recurso didático pedagógico que busca promover uma melhor
aprendizagem e inclusão das pessoas com necessidades especiais. Para a sua confecção é necessário
primeiro fazer a escolha do tema e desenhar o que deve ter no livro e o que se pretende abordar.
O esboço é feito num papel, onde são feitos rabiscos a lápis do que será colocado nas
páginas do livro. Toda sua produção é realizada à mão, de maneira artesanal, através de imagem de
alto relevo, usando como ferramenta que permite um melhor entendimento das pessoas através do
tato olfato e até mesmo paladar.
Os temas podem ser os mais diversos, histórias infantis, cores, ações ligadas ao meio
ambiente e que envolvam as temáticas abordadas no G.A.
Para evitar o descarte do óleo de cozinha de maneira indevida, que polui e prejudica a
natureza, a Oficina de Sabão Artesanal aposta na reciclagem, conscientizando a população a
diminuir a quantidade de óleo descartado no meio ambiente.
Com 500 ml de água, 01litro de óleo de cozinha (coado), 01 litro de álcool, 250g de soda
cáustica, detergente, sabão em pó, bacia plástica, colher longa de madeira, forma para se colocar o
sabão, máscara e luvas, começa-se a produção deste material de limpeza.
Levemente, adicionam-se todos os ingredientes na ordem cronológica descrita acima e deve-
se tomar cuidado com o vapor que sobe na hora de colocar a soda cáustica. Em seguida, mexe-se
a mistura por aproximadamente 20 minutos e se coloca a mesma na fôrma para secar,
aproximadamente de 12 à 24 horas. Após esse período, vira-se a forma em uma superfície lisa e
corta-se em pedaços o bloco resultante deste trabalho.
Tendo apresentadas as Oficinas promovidas pelo setor da E.A do G.A faz-se necessário
relatar sobre os projetos desenvolvidos que, respectivamente, são:
A E.A nas Escolas desenvolve processos e práticas educativas em ações integradas com as
escolas do entorno do G.A, incluindo o Geopark e seus recursos naturais como extensão das
próprias escolas. Nas visitas realizadas são apresentados os vídeos ―Lugar onde nasce o dia e
―Língua de Tamanduá‖. Também são feitas palestras sobre educação ambiental e sobre o Geopark
Araripe, além das oficinas pedagógicas ofertadas pela instituição.
Esse projeto envolve a população local em ações efetivas de suporte às atividades do G.A,
respeitando as vocações naturais de cada participante, oportunizando e proporcionando atividades
educativas permanentes, que integre cultura, ciência e esporte, consolidando esse geoparque como
opção múltipla de lazer aos vizinhos dos geossítios com vídeos e trilhas.
Os cursos de formação para os Gestores e Professores do território do G.A contemplam
capacitação na área ambiental, história, legislação, cultura, a divulgação do G.A e a socialização de
experiências com a comunidade.
As palestras da E.A oportunizam a abertura de um diálogo com a comunidade e a escola
acerca das temáticas ambientais.
Há que se relatar também sobre a produção da ―Cartilha de Educação Ambiental‖. Entregue
nos colégios desde o início deste projeto do Geopark com a comunidade. Este material incentiva o
hábito pela leitura e estimula estudos sobre a temática G.A com as questões ambientais.
Ao longo desses dois anos, a E.A tanto participou quanto organizou Feiras Culturais e
Exposições, sempre com o objetivo de divulgar o G.A em todas suas áreas, apresentar os diversos
trabalhos desenvolvidos nesse território e fazerem conhecidas as potencialidades da região.
1% 1% Oficinas
0%
5% Réplicas 104
Materias Recicláveis 44
21% Teatro de Bonecos 43
51% Biojóias 10
21%
Sabão 2
Livro de Pano 1
Com base no gráfico acima, o setor de E.A ofereceu 07 oficinas: réplica de fósseis, de
materiais recicláveis, teatro de bonecos, biojóias, sabão, livro de pano e grafite. Foram
desenvolvidas 204 durante o período de um ano, sendo a de réplicas de fósseis a mais realizada com
104, representando, portanto, 51% das oficinas realizadas.
Em seguida temos a de materiais recicláveis e teatro de bonecos, uma 44 e outra com 43
oficinas realizadas, deste modo percebemos que ambas totalizam 42%. Estas três oficinas
mencionadas anteriormente são mais desenvolvidas devido o custo financeiro ser mais baixo em
relação às demais como também por ser um excelente meio pedagógico para compreensão dos
assuntos abordados nas oficinas.
A oficina de biojóias aparece com 10, correspondendo 5%, um dos principais fatores para
que isto aconteça é o custo financeiro. As oficinas de sabão, do livro de pano e de grafite aparecem
respectivamente com 2, 1, 1 totalizando 3%. Estas foram introduzidas recentemente e está em
processo de organização. Outro fator é que o custo financeiro dificulta a realização das mesmas.
Deste modo sabendo que em média atendemos 25 participantes por oficina e realizamos
204, obtivemos um público de aproximadamente 5.100 pessoas atendidas no período de um ano.
Esse gráfico é um demonstrativo do quanto tem sido feito pela divulgação desse patrimônio
nacional que é o Geopark Araripe e é relevante destacar que ainda precisamos de mais apoio e de
novas parcerias para ampliarmos esse trabalho.
ATIVIDADES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi exposto visualizamos um trabalho de preservação e conservação, que vem
sendo desenvolvido através de ações pertinentes, capazes de envolver a comunidade e obter
resultados significativos. As temáticas abordadas nas ações e projetos instigam uma mudança de
opiniões por parte das pessoas envolvidas neste processo. As comunidades são muito importantes
na realização das ações, pois há um engajamento da população que nela reside contribuindo para o
bom desenvolvimento do trabalho. Avaliamos positivamente os resultados que vem sendo
adquiridos.
Durante este período foram atendidas aproximadamente 8.760 pessoas nas atividades e
projetos desenvolvidos, no entanto ressaltamos a preocupação e a necessidade de projetarmos mais
ações que envolvam um número maior de participantes, fortalecendo os projetos já existentes,
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1338
firmando novas parcerias e buscando fomentar um trabalho de educação ambiental que envolva as
comunidades e as instituições pertencentes ao território do Geopark Araripe.
REFERENCIAS
BRASIL, Lei Nº 9795/1999 - Lei de Educação Ambiental - "Dispõe sobre a educação ambiental,
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências" - Data da
legislação: 27/04/1999 - Publicação DOU, de 28/04/1999.
LÜDKE, Menga e ANDRÉ, M. E.D.A. Pesquisa em educação: Abordagem Qualitativa. São Paulo:
EPU, 1986.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo, discutir os problemas e questões enfrentados pelos
moradores indígenas Kanindé sobre educação e o desenvolvimento local da aldeia por meio da
mesma, além de discutir a história da comunidade indígena, a posse da terra e suas conquistas com
relação à educação. Assim, a pesquisa faz um resgate da luta pela terra e legitimação da identidade
Kanindé, sendo realizada pesquisa do tipo participante que de acordo com Fals Borda (1983, p. 43)
e a pesquisa que responde especialmente às necessidades de populações que compreendem
operários, camponeses, agricultores e índios - as classes mais carentes nas estruturas sociais
contemporâneas – levando em conta suas aspirações e potencialidades de conhecer e agir. É a
metodologia que procura incentivar o desenvolvimento autônomo (autoconfiante) a partir das bases
e uma relativa independência do exterior, por meio de observações de como essas questões são
trabalhadas na escola, bem como o papel do professor indígena como elemento dinamizador e
interlocutor de uma nova realidade, que busca relacionar a vida dos alunos com a cultura, as
tradições e crenças locais a qual estão inseridos, obtendo por meio de relatos a real relação das
conquistas por meio da educação, considerando o fato que a instalação de uma escola indígena,
promove um fortalecimento da legitimação da terra.
Palavras-chave: Terras Indígenas, educação escolar indígena, conquistas.
ABSTRACT
This paper aims to discuss the problems and issues faced by indigenous residents Kanindé on
education and local development of the village through the same, besides discussing the history of
indigenous community land tenure and achievements with regard to education . Thus, research
rescues the struggle for land and legitimizing identity Kanindé, research participant type being held
that according to Fals Borda (1983, p. 43) and especially the research that responds to the needs of
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1340
populations that comprise workers peasants, farmers and indigenous people - the poorest classes in
contemporary social structures - taking into account their aspirations and potential of knowing and
acting. It is a methodology that seeks to encourage autonomous development (self-reliant) from the
bases and relative independence from the outside, through observations of how these issues are
worked in the school as well as the role of indigenous teacher as a facilitator and listener element of
a new reality, which seeks to relate to students' lives and culture, local traditions and beliefs which
are entered, getting through reports the actual relationship of achievements through education,
considering the fact that the installation of an indigenous school, promotes strengthening the
legitimacy of the land.
Keywords: Indigenous lands, indigenous education, achievements.
INTRODUÇÃO
Ao se desconsiderar as formas próprias com que distintos grupos indígenas expressam sua
lógica territorial no espaço que ocupam, corre-se sério risco de se limitar a extensão das relações
territoriais a produção e às tarefas de subsistência. Se tais relações forem descritas somente a partir
da hipotética adaptação cultural a nichos ecológicos, todo o rico acervo das diferentes formas de
territorialização indígena estará restrito à simples demarcação de terras para fins de produção
(GALLOIS, 2005 apud PAREDES, 2008, p. 50).
Mas ao falar de terra e território temos a ideia de que a terra indígena se refere ao processo
jurídico junto ao estado e o conceito de território é justamente a construção da identidade e a
vivência em comunidade, a qual esta determina a necessidade de encontrar meios para a delimitação
da terra, pois é através dessa terra que se consegue sobreviver. É onde os povos indígenas plantam,
caçam e colhem o alimento para a sua sobrevivência. Além de através dessa terra ocorrerem as lutas
pela legitimidade desses povos configurando o seu território, o qual é o locus para a materialização
da história de muitos povos indígenas que passaram grande parte de suas vidas trabalhando para um
―dono‖ de uma terra, enfrentando dificuldades, por vezes servindo de escravos e pagando por um
preço que não era correto pagar, trabalhando dias e noites para obter a sobrevivência de suas
famílias.
[...] eu como mais novo, eu já vem duma luta, que eu nasci e me criei ali, mas eu briguei
por uma luta da nossa comunidade, que foi sobre a terra, chorei, briguei, lutei, pela terra, é
que não a, que não é aquela terra que nois mora, foi uma terra conquistada que a minha
briga não vem tanto por aquilo que os meus pais já fazia parte, a minha briga foi por uma
terra que a gente conquistou aqui, que foi 375 hectare de terra né, e é a Terra da Gia por que
quando nois viemos, dali p/ cá, eu vem duma famia que o meu Pai, de nove homi e duas
mulher sabe, e ai a briga começou por isso porque quando nois cheguemos aqui dentro dos
Fernandes, nois era tudo jovem sabe já e ai só foi seguido pela famia uma capoeira oito
quilo de milho, oito quilo de mie pra nove homi trabalhar, cê sabe que não é nada, ai vei a
conquista da terra né, ai a gente tinha essa terra lá, e tinha umas pessoa que dizia que era
dono da terra lá, e a gente começou a arrendar pra gente trabalhar lá, uns mais velho aqui já
arrendava terra, só que os mais velho eles não tinham sabedoria que aquela terra era uma
terra que não tinha dono, não tinha documento de terra, ai o que, que eles faziam diziam
que eram dono da terra, arredava a terra e a gente trabalhava lá e pagava aquele renda pra
eles de milho, de fava e de feijão quando dava a gente pagava, saiu várias carradas de
milho, várias carradas de feijão né, e era um terra muito boa, tudo dava lá e saia né e a
gente veio naquela confusão de lá pra cá pagando renda, pagando renda [...].(Sr. J. M.
Entrevista realizada em 08 de fevereiro de 2014).
É público que a maior parte dos grupos indígenas brasileiros, perderam grandes extensões de
seus territórios, fragmentados em porções que são reivindicadas e delimitadas num infindável
processo divisório, que provoca novas reivindicações, embasadas no princípio constitucional que
reafirma os ―direitos originários‖ dos índios sobre suas terras, havendo ou não sua demarcação
(GALLOIS, 2005 apud PAREDES, 2008, p. 49). Segundo o Cacique da Aldeia dos Índios
Kanindés o processo de demarcação da terra passa por muitas etapas as quais ele cita em sua fala:
59
Optou-se por manter a linguagem do entrevistado com vistas a preservar seu modo de se comunicar, pois de acordo
com ALMEIDA (2006, p. 23) apud LIMA (2008 p. 31) ―[...] de falar pela boca do outro, ‗dando voz aos esquecidos‘;
fundamentalmente porque eles têm voz, mas de fazer chegar a outros ‗círculos‘ essa voz, assumindo os equívocos que
essa ‗tradução‘ impõe‖ (ALMEIDA, 2006, p. 23).
A educação escolar indígena teve início no Brasil durante a colonização, porém como um
tipo de atividade escolar civilizatória, que através de discursos e ações diferenciadas perpetuou-se
até o final da década de 1970, muitas vezes atrelado a movimentos religiosos que procuravam
apagar as formas de representação cultural indígena no confronto com nossa cultura (CAMARGO;
ALBURQUERQUE, 2003).
Baseado no contexto acima a educação escolar para índios veio, inicialmente, como uma
maneira de catequização e de enquadrar os índios em uma cultura desconhecida para estes grupos
sociais; na verdade baseada em outros princípios e saberes o que resultou significativamente na
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1344
perda de muitas tradições, onde hoje as comunidades indígenas estão em uma busca contínua pelo
resgate de suas identidades, que se encontram ainda em processo de descobertas em diversas
aldeias.
E para que o resgate de tal identidade possa acontecer, as crenças e tradições devem ser
repassadas de gerações e gerações pelos chamados ―guardiões da memória‖, os detentores do saber,
por terem vivenciado o tempo passado em meio a uma cultura diferenciada. E também por meio de
pesquisas constantes realizadas nas matas onde se trabalhava os pais e avós dos jovens que hoje
estão em busca dessa identidade quase esquecida e acabada.
Ao falar da busca pela identidade e os meios de encontrar a mesma, o Cacique Sotero da
Aldeia Indígena Kanindé em entrevista 60 relata sobre as experiências e algumas atividades que
demonstram a proposta museológica indígena em consonância com a proposta pedagógica da escola
diferenciada Kanindé:
[...] aqui é a experiência de nossa comunidade. Tem gato maracajá, camaleão, peba, mão-
de-onça, Tejo, pé-de-veado, nosso artesanato em madeira de imburana. Aqui é um fuso da
minha tia, couro de jirita, coruja, inxuí de abelha que dá mel. A gente derruba na mata e
come o mel. Bolsa de palha de carnaúba, o casco de um tatu. Aqui as nossas vestes, que nós
usa nos ritual. Vamos fazer uma representação, que o povo gosta sempre de chamar a gente,
a sociedade... Também na escola com as crianças‖. Em 1995, nós fomos numa reunião lá
no Maracanaú, eu e meu irmão. Tá bem aí a história, foi a primeira história nossa, tá bem
aqui nesse retrato. Era uma reunião indígena, passamos três dias lá. Quando nós cheguemo
aqui aí nós trouxemos a história, quem era nós, nós ouvimos a história dos outros e se
lembramos da nossa, que quando nós era novo nossos pais contava. Nós ganhava os matos,
matando passarinho, comendo o figo dele, comendo ele cru, a gente chegava tarde em casa,
aí ele dizia ―o que vocês estavam fazendo, vocês são índios mesmo!‖(...) Eu me lembro que
meu avô tinha medo de falar na história indígena porque dizia que o branco matava o índio,
minha mãe e meu pai passaram isso pra mim. Até agora o meu pai, já com 80 anos, quando
eu saía pros encontros lá fora, ele dizia: ―Sotero tu tem cuidado com isso aí porque o povo
matava os índios e vocês tão se declarando os índios, aí eles vão matar. Vocês são índios
mas fiquem calados.‖ Mas ser uma coisa e ficar calado, né... Aí eu fui e pensei: o museu
são histórias, aí fui arrumando as primeiras pecinhas. Pra mim o museu, são histórias, é só
coisa feia, mas é uma coisa da cultura da gente. Eu comecei com estas peças, que era o que
a gente trabalhava, o machado, a foice. Aí fui vendo que a caça é uma cultura. O que a
gente faz de artesanato também [...]. (IN: GOMES & VIEIRA NETO, 2009, p. 91).(Relato
do Cacique Sotero).
De acordo com Colaço (2000), percebe-se que para se chegarem às leis de educação
indígena foram vivenciadas várias etapas para que houvesse um reconhecimento da cultura,
costumes e modos de vida dos povos indígenas, sendo que ao longo desse processo muitos desses
costumes foram se perdendo com a influência de outros povos que invadiram as terras as quais
habitavam apenas povos indígenas, com isso essas conquistas foram ocorrendo ao longo do tempo e
até hoje ainda existe resistência de pessoas que são índios e se consideram não índios, não
assumindo sua identidade cultural, baseado nisso, o Cacique Sotero da Aldeia Indígena Kanindé
ressalta:
60
(IN: GOMES & VIEIRA NETO, 2009, p. 91). (relato de cacique Sotero).
[...] a gente trabalha, faz o curso Com base no depoimento do Cacique percebe-se que ao não
assumir a própria identidade os chamados não índios deixam de obter vários direitos que são
concedidos ao grupo que assumiu suas origens, isso faz com que haja conflitos, e que a comunidade
fique um pouco enfraquecida por fatores internos de próprio reconhecimento étnico, o que torna
para a Aldeia um ponto a ser trabalhado principalmente dentro da escola, para que as crianças e
jovens cresçam e se assumam como índios e continuem lutando pelos direitos da comunidade como
um todo.
Ao se falar em formação de professores indígenas percebe-se um grande avanço no que diz
respeito aos cursos de ensino superior ofertados aos professores de Aldeias Indígenas. Para explanar
com mais clareza, a professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I da Escola Indígena
Kanindé de Aratuba, fala em entrevista com detalhes como acontece o processo de formação dos
professores da Aldeia:
específico em letras, em português, matemática, gestão e tem outra que me falha a memória
agora, mas é dentro da escola tá até sendo desenvolvido junto do fundamental menor essa
área, que é espiritualidade... desde o ano passado e este ano a gente tá trabalhando duas
partes né, em que a gente trabalha alguns professores trabalham o português, a matemática,
ciências né e a história e a geografia e outros professores dentro da mesma semana, dois
dias na semana ele trabalha a espiritualidade, as crenças né, ai os professores que trabalham
com português, matemática eles voltam muito pra questão convencional mas não deixa de
lado a questão étnica da comunidade né, porque você trabalha o convencional mas você
tem que puxar um pouco também pra área indígena principalmente com o convencional
menor e a educação infantil né, porque desdo berço a criança tem que lindar com essas
formas de tratamento porque ainda hoje a gente sofre muito preconceito ainda nessa
questão que muitos acham que a escola indígena não tem a capacidade de desenvolver boas
atividades né, e através de conhecimento novo e esse curso que a gente faz a gente mostra
que a gente tem conhecimento e tem disponibilidade para trabalhar dentro da comunidade
[...]. (Sra. E. P. L., Professora a 10 anos da Escola Diferenciada de Ensino Fundamental e
Médio Manoel Francisco dos Santos. Entrevista realizada em 23 de março de 2014).
61
A educação diferenciada é aquela destinada a populações que não compartilham dos códigos culturais dominantes,
são fatores de desvio e, portanto, requerem pedagogias ―especiais‖ para conduzi-las a condutas ―adequadas‖ (FILHO,
1988, apud PALADINO, 2001).
62
PPP da Escola Diferenciada Indígena Manoel Francisco dos Santos, Aratuba – Ceará, 2012.
―Descobrimento‖ (ou descoberta) é uma categoria usada em escala temporal que classifica o
momento em que a população do sítio Fernandes assumiu a identificação indígena, em 1995. De
sítio à aldeia Fernandes.
A categoria demarca uma ruptura com outras identificações sociais (trabalhadores
sindicalistas, agentes pastorais, comunidade rural etc.) para inaugurar uma identificação étnica
(povo Kanindé), utilizada sempre como discurso sobre a coletividade (―A gente começou a se
descobrir‖, ―Da gente ser indígena‖), o que denota que a ―descoberta‖ é significada como uma
escolha coletiva de parte do grupo familiar, que foi crescendo aos poucos. Esta categoria conecta-se
a dois episódios significados como importantes narrativas sobre o início do movimento indígena na
aldeia Fernandes: uma reunião, em 1995, e o conflito com os trabalhadores rurais da fazenda
Alegre, em 1996 (Gomes, 2012).
A história Kanindé tem como parte integrante um processo que adquiriu significados
imediatos – a conquista da terra da Gia – e simbólicos, a construção social da etnicidade Kanindé. A
participação do Cacique Sotero e do seu irmão Cícero que também é considerado um dos líderes da
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1348
aldeia, na 2ª Assembleia dos povos indígenas no Ceará, efetuou-se uma articulação fundamental
para o fortalecimento e reconhecimento do movimento indígena nascente. A associação entre o
―descobrimento‖ e estes dois fatos constitui importante ―ponto de amarração‖ (MONTENEGRO,
2003) para a compreensão da construção social da memória indígena.
A partir desse momento, passaram a vivenciar um criativo processo de reelaboração cultural,
alvo de intensas disputas simbólicas entre diferentes representações sobre o passado e o modo de se
organizar no presente, nas condutas individuais e coletivas, na relação com o Estado e nas práticas
religiosas e ritualísticas, só para citar alguns campos de tensão mais evidentes. Uma questão
decisiva seria, cada vez mais, afirmar ou negar o projeto de um movimento étnico, se posicionando
perante ele. A partir desse momento começam a ser realizadas reuniões para a organização e as
pesquisas que resultaram no colecionamento de importantes documentos sobre a trajetória dos
Kanindé históricos e da população da aldeia Fernandes (GOMES, 2012).
Para que essas descobertas se tornassem completas e compartilhadas com outros povos, foi
enviada ao Cacique Sotero uma carta, convidando para a II Assembleia dos povos indígenas no
Ceará que tratava [...].
63
Carta Convite da II Assembleia dos Povos Indígenas do Ceará. 1995.
64
Missionária indigenista Maria Amélia Leite, trabalhava com os Tremembé e conhecia os Kanindé de longa data. Sua
relação com o povo dos Fernandes remonta ao final da década de 1960. Ela morou em Aratuba entre 1967 e 1977, no
contexto da ditadura militar brasileira. Se envolveu no movimento indigenista no Ceará após 1986. Foi responsável pela
mediação entre a população do sítio Fernandes e o movimento indígena, sendo a responsável pelo envio da carta-
convite para Sotero, convidando-o para ir à 2ª assembleia indígena estadual. A Amit (Associação Missão Tremenbé)
assessorou os Kanindé nos seus primeiros anos de mobilização e tem importante papel na formação do acervo
documental e arquivístico do MK, principalmente o material hemerográfico e bibliográfico sobre os Canindé no século
XVIII (GOMES, 2012).
―Aquele dia a gente teve a coragem de se declarar como indígena. Lá mesmo contemos
quem era nosso povo, quem era nossos avós e quem somos nóis. Nóis somos indígenas, né‖
(Entrevista com Sr. José Maria Pereira realizada por Gomes, 2012).
Assim, a partir desse dia foram compartilhados sentimentos, histórias antigas, tanto com
outros povos indígenas de outras tribos, e na própria comunidade, pois após essas descobertas foram
realizadas reuniões locais com o povo indígena Kanindé para discutir e também tratar a questão
organizacional da Aldeia, pois todos a partir daquele momento sempre iriam agir e lutar de maneira
coletiva, com isso ao chegarem da assembleia convocaram uma reunião para contar o que tinha sido
discutido durante esta assembleia.
Portanto, com toda essa trajetória de redescoberta o povo Kanindé continua em busca dos
direitos da aldeia indígena, no que tange a posse da terra (que ainda se encontra em período de
espera para a demarcação), a questão da educação no qual os líderes da comunidade continuam
buscando por uma educação de qualidade, e mais recente por um sistema de saúde que atenda o
povo Kanindé, com isso além de lutar para manter a identidade viva, repassando para os mais
jovens sua cultura, as lideranças buscam a aquisição de um posto de saúde para a comunidade, que
nos dias atuais se dirige a sede de Aratuba para buscar atendimento médico ou depende
mensalmente da visita dos agentes de saúde e enfermeiros locais.
Contudo, percebe-se que os índios do Ceará ainda buscam por direitos mínimos, bem como
o povo de toda a nação brasileira e estes muitas vezes são tachados como mentirosos por serem
descentes de índios e hoje estarem contando suas histórias, seu passado e vivências na comunidade
que residem até os dias atuais.
[...] enxergar um mundo diferente, enxergar numa árvore uma grande força espiritual, em
tirar o sapato no chão e pisar na terra e sentir a energia que sai dali, sentir a força dos
encantados no momento dos rituais, no momento de oração [...] 65
[...] de acordo com o tempo começa também a necessidade de se ter professores aqui na
comunidade, e foi aí onde nasce também os primeiros professores indígenas Kanindé que
foram o professor Suzanilton e a professora Terezinha Barroso que nascem dentro de uma
luta do movimento indígena no Ceará, realmente pra adentrarem dentro da conquista da
educação escolar para conjuntamente com os órgãos estaduais daquele ano que trabalhavam
com a educação escolar indígena[...].(Professor, S. S. Entrevista realizada em 23 de março
de 2014).
O mesmo também relata a questão dos conflitos que ocorriam naquele tempo com relação ao
reconhecimento das populações indígenas, segundo Suzenalson (2014):
[...] era uma época onde tinha muitos conflitos não só dentro das comunidades, mas
também do próprio estado em não reconhecer as populações indígenas não só a nossa, mas
também outras do estado que naquele momento era onde os povos indígenas viam se
renascendo porque entre as décadas de 1970 e 1980 os povos indígenas permaneceram
calados e é na década de 1985 pra chegar na era dos 1990 ai os povos começaram a se
ressurgir e é dessa formação de 1990 pra 1995 que esse povo Kanindé também nasce nesse
movimento, no movimento indígena e principalmente na questão da educação e uma das
principais formações que tinha era a formação dos educadores que iam trabalhar dentro da
comunidade, essa é a primeira resistência que a gente encontra por parte do estado, dele
está formando os professores indígenas não só Kanindé naquela época, mas também outros
professores do estado que também é dai onde nasce o movimento da educação no estado ai
começa as organizações indígenas se articularem umas com as outras começa a serem
formadas as assembleias indígenas do estado também que era pra discutir qual o papel das
comunidades indígenas perante os órgãos que trabalhavam com a questão não só da
educação mas territorial, da saúde da auto sustentabilidade e outros focos que nascem ai
nessa formação, e a educação né [...].(Professor, S. S. Entrevista realizada em 23 de março
de 2014).
[...] a educação escolar indígena do povo Kanindé começa a abrangi toda a comunidade e
dai onde nasce a proposta de uma escola nova que é essa escola aqui, que ela nasce no ano
de 2005 pra 2006 a gente consegue esse espaço conjuntamente com o estado e o estado já
começa a se alertar pra reconhecer as comunidades indígenas no Ceará novamente nesse
processo de construção, e ele começa a construir as escolas das comunidades indígenas
dentro das comunidades e é ai onde a gente ganha esse espaço e a gente começa a trabalhar
de uma forma mais ampla e eficaz dentro da própria comunidade e a gente tem uma escola
dessa né com a formação de professores, formação dos alunos, a participação das lideranças
a participação da comunidade [...]. (Professor, S. S. Entrevista realizada em 23 de março de
2014).
Após a ampliação da escola tanto nas questões físicas e em número de alunos, começou-se a
pensar no papel da escola dentro da aldeia, e a partir daí a mesma começou a se reunir para discutir,
o papel da escola e o que ela representa além da definição de outros rumos para a comunidade,
segundo Suzenalson (2014):
[...] dentro desse processo e a gente começa a se alertar pra saber qual o papel da escola,
que a escola estava crescendo a visão dos índios também e estava envolvendo o povo
dentro da comunidade que nós precisávamos saber qual era o rumo que essa escola ia dar
não só pra comunidade, mas pros índios também que estudavam aqui dentro da comunidade
e é ai onde a gente senta pra criar o projeto pedagógico da escola e é nesse momento ai que
a gente reúne todo o corpo docente da escola, as lideranças, os pais dos alunos e ai a gente
começa a discutir qual é a educação escolar indígena que o povo Kanindé quer que essa
escola passe pras futuras gerações e é ai onde nasce essa relação entre o estado,
conversando sobre a formação da cultura que é muito importante que nos achamos dentro
da comunidade essa questão principalmente da formação da identidade, do resgate da
cultura e também na formação dos alunos a conhecimento gerais dos conhecimentos
científicos, começamos uma formação e ao longo do anos que a educação do povo Kanindé
vem crescendo com a formação dos meninos dentro da escola e já começa a envolver outros
setores dentro da escola como o museu Kanindé que tem a participação da formação dos
meninos na cultura, nos intercâmbios que se faz pra conhecer outras experiências de outras
comunidades [...]. (S. S., Professor a 10 anos da Escola Diferenciada de Ensino
Fundamental e Médio Manoel Francisco dos Santos, 2014).
[...] meu papel na comunidade hoje é fazer todo o gerenciamento pedagógico direcionado
de maneira bem focada no crescimento da comunidade, mas direcionada ao crescimento
intelectual da aldeia né, o meu papel dentro da escola é fazer com que, seja bem claro o que
diz respeito por em prática o pensamento do Pajé, do Cacique sobre é, a criação e a
sustentabilidade, sobretudo da soberania do povo, então o meu papel principal dentro da
Escola Manuel Francisco dos Santos, escola na qual eu sou diretor é manter a identidade do
povo né, focado, sobretudo no resgate sócio – histórico e cultural do povo indígena
Kanindé, pra que os pequenosnão percam né esse, essa vontade de ainda viverem e sentir o
encantado, diz buscar ainda na mata, buscar na terra a força, tirar de lá o alimento, mas
também de fazer com que essas pessoas elas se formem né dentro dos parâmetros normais
de uma escola normal, porque o intuito maior da escola indígena hoje, da escola indígena
Ao falar do ―encantado‖ ele quis, sobretudo enfatizar as questões ligadas à cultura local, a
qual não deve se perder independente do caminho que as crianças e os jovens possam seguir, onde o
intuito principal da escola é fazer com que esses jovens possam trabalhar na própria comunidade e
queiram continuar lutando por melhorias para a mesma, criando assim essa ―elite intelectual‖, que
venha a garantir o desenvolvimento da comunidade.
No decorrer da entrevista com o diretor ele ainda ressaltou a importância de interligar os
dois mundos, o dos indígenas e dos não indígenas, onde ele fala, que se faz necessário buscar outras
entidades de ensino, para que ocorra entre os povos uma troca de conhecimentos e os dois possam
através dessa parceria, alargar os horizontes da educação e do conhecimento. Segundo Elenilson
Kanindé:
[...] o meu papel dentro da escola hoje, é garantir que esses dois mundos, o mundo indígena
ainda esteja presente dentro da vida da comunidade e também que seja preservado esses
saberes que não são indígenas, que as lideranças acham fundamental hoje para o
crescimento e sustentabilidade de tudo isso que a gente tem hoje [...]. (Elenilson Kanindé,
Diretor da Escola Diferenciada de Ensino Fundamental e Médio Manoel Francisco dos
Santos, 2014).
Com isso percebe-se que a comunidade permite trocas de experiências, ao mesmo tempo em
que quer aprender novas técnicas de cultivo, e de utilização total de alimentos, permitindo assim
que outros povos de culturas diferentes, adquiram conhecimentos por meio de depoimentos, repasse
de crenças, ensinamentos, através de pessoas com mais vivência dentro da comunidade, histórias
vividas somente por idosos e que até hoje norteiam seu modo de vida permitindo que seja repassado
para outras gerações, a maneira de enxergar variadas situações que permeiam a vida.
Ao falar sobre o objetivo da Escola Indígena Kanindé a respeito da formação dos alunos e
professores o diretor Elenilson Kanindé, diz que:
[..] grande intuito da escola né, a escola hoje ela não ver mais, a escola só como um espaço
de fortalecimento da cultura né, os alunos hoje entende na pedagogia de formação da
escola, a gente já entende as lideranças já entende sobretudo que esses alunos tem que sair
da aldeia pra se formarem lá, pra vim pra dentro da comunidade pra dá continuidade ao
trabalho né das lideranças que estão indo embora, que os encantados estão levando, até
porque eles entendem que essa luta hoje não é mais uma luta braçal, é uma luta sobretudo
política, é uma luta formativa sobretudo capacitar ma elite intelectual dentro da comunidade
que venha garantir a sustentabilidade, o respeito né, pelas leis que regulamentam e
asseguram toda as comunidades indígenas, sobretudo que tratam do respeito aos modos de
vivência, as culturas desses povos, o modo de alimento desse povo que a sociedade normal
vem engolindo isso a cada momento a cada dia [...]. (Elenilson Kanindé, Diretor da Escola
Diferenciada de Ensino Fundamental e Médio Manoel Francisco dos Santos, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A questão indígena no país perpassa por grandes transformações no que diz respeito ao
direito e a conquistas que os índios tem diante da sociedade, visto que mesmo em passos lentos,
mas por meio de grandes lutas estes estão conseguindo seus direitos principalmente com relação a
educação e saúde.
Na presente pesquisa buscou-se ressaltar a educação diferenciada indígena Kanindé como
maneira de promover um fortalecimento da legitimação da terra, dando forças para o alto
reconhecimento da aldeia em pesquisa. De acordo com o Art. 231, parágrafo 1º da Constituição
Federal terra indígena são aquelas tradicionalmente ocupadas por índios e por eles habitada sem
caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação
dos recursos ambientais necessários ao seu bem estar, e às necessárias à sua reprodução física
cultural, segundo seus usos, costumes e tradições (BRASIL, 200)
Tal debate está diretamente vinculado ao desenvolvimento do povo indígena Kanindé,
considerando ainda o fato de que os jovens e crianças sejam atores de desenvolvimento e
crescimento do saber indígena em conjunto com o saber científico adquirido na escola, conseguindo
trazer para a aldeia espaços para o melhor desenvolvimento da comunidade e melhores condições
de vida, como é o caso da maneira como eles trabalham durante os meses dentro da aldeia em
conjunto com as famílias e os jovens estudantes da Escola Indígena, segundo o PPP da Escola
Diferenciada Manuel Francisco dos Santos66.
[...] é destinado como tarefa diária do aluno e da família, garantir que a carga horária de 20
horas semanais de aula seja preservada, garantindo desta forma a realização por completo
das atividades escolares. Os tutores ficaram na escola para receber os alunos nos casos de
dúvidas nas atividades e quando solicitado ir à casa do mesmo para esclarecer para o pai
66
PPP da Escola Diferenciada Indígena Manoel Francisco dos Santos, Aratuba – Ceará, 2012.
REFERÊNCIAS
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missões jesuíticas. Curitiba: Juruá, 2000.
FARIA, I. Ecoturismo indígena como princípio de autonomia e afirmação cultural. In: SEBRA. G.
(Org.) Turismo de base local: identidade cultural e desenvolvimento regional. João Pessoa: Ed.
Universitária/ UFPB, 2007. p.287-308.
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da ciência na participação popular: In: BRANDÃO, C. R. (Org.). Pesquisa participante. São
Paulo: Brasiliense, 1983. Retirei de Gil.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2012.
GALLOIS, Dominique. Terras ocupadas? Territórios? Territorialidades? In: FANY, Ricardo (Org.).
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Paulo: Instituto Socioambiental, 2008, p. 37-41.
GIANNINI, I. V. Os índios e suas relações com a natureza. In: GRUPIONI, Luis Donisete Benzi
(org.). Índios do Brasil. São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura, 1992.
GOMES, Alexandre Oliveira. Aquilo é uma coisa de índio: objetos, memória e etnicidade entre os
Kanindé do Ceará. Recife, 2012.
MONTENEGRO, Antônio Torres. História Oral e Memória. A cultura popular revisitada. São
Paulo: Contexto, 2003.
RESUMO
O estatuto da educação ambiental deve constituir-se para o ambiente escolar como fundamento para
a preservação da vida no planeta. É importante começá-la, no presente, pelas crianças e jovens, pois
são o futuro. A escola como uma organização social que produz conhecimento e forma o ser social,
deve cumprir o papel de conscientização sobre os problemas ambientais e materializar pressupostos
para amenizá-los e evitá-los. Diante de tal quadro, o presente texto foi concebido para contribuir
com a questão, principalmente, por se tratar do bioma amazônico. Para isso, foi elaborada uma feira
de ciências com o tema: boa utilização do lixo. Os alunos se dividiram em três turmas onde, cada
grupo ficou responsável pela produção e apresentação de trabalhos relacionados à temática
ambiental, juntamente com subtemas. Como resultado, a feira de ciências proporcionou aos alunos,
seu envolvimento direto e ativo no processo de planejamento e organização, os discentes se
envolveram em atividades no decorrer da feira, mostrando bom desempenho coletivo.
Palavras-chave: Feira de ciências, lixo, educação ambiental, ensino fundamental.
ABSTRACT
Environmental education nowadays is of fundamental importance in regard to the environmental
preservation of our planet. It is important to begin with the children and young people as the future
of the planet are they, the school as an organization that brings together information and imparts
knowledge to students , should fulfill the role of awareness on environmental issues and make clear
how to avoid or mitigate them them. The methodology used was the development of a science fair
with the theme: good utilization of waste. Students were divided into three groups where each group
was responsible for the production and presentation related to the theme of the Fair along with some
related subthemes work. As a result the science fair gave students direct and active involvement in
the planning and organization of the same process, students engaged in their activities during the
fair, through a good collective performance
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizado na Escola Estadual Senador Cunha Melo localizada na
cidade de Manaus, participaram da atividade três turmas do 6° ano, sendo um total de setenta e
cinco (75) discentes. A metodologia utilizada teve como fundamento uma ação educativa e
participativa, buscando envolver os estudantes em todas as etapas do processo – do planejamento à
execução. Dessa forma, houve planejamento juntamente com os professores de ciências acerca das
atividades a serem desenvolvidas, a partir do tema da Feira: ―Boa utilização do lixo‖. A etapa
seguinte correspondeu à apresentação do projeto da Feira para as turmas, destacando-se que todo o
processo de planejamento, organização e realização do evento estaria sob sua responsabilidade,
porém, com orientação dos professores de ciências.
Os alunos foram organizados em 15 grupos de 5 cada, onde cada um ficou responsável por
um tipo de atividade como: pesquisa do tema, ornamentação da sala, apresentação do tema,
confecção de matérias para exposição. Cada grupo ficou responsável pela produção e apresentação
de trabalhos relacionados à temática da Feira e seus respectivos subtemas.
Os subtemas definidos foram os seguintes: O que é lixo; Doenças transmitidas por meio do
lixo, tipos de lixo e seleção é a solução.
RESULTADOS E DISCUSÕES
A realização da Feira de Ciências pode ser descrita e analisada tomando-se por base três
momentos: Planejamento, organização e realização. E, é a partir dessa perspectiva que
apresentaremos os resultados da experiência vivenciada.
As etapas de planejamento e organização, dizem respeito à fase em que os alunos se
envolveram em suas respectivas atividades, por meio de um bom desempenho coletivo para a
realização da feira. A execução destas etapas foi de fundamental importância para que fossem
estabelecidas algumas metas, como por exemplo, levar informações sobre coleta seletiva e como
separar o lixo adequadamente evitando assim possíveis problemas de saúde. Outra meta
estabelecida foi como seriam feitos os materiais como lixeiras e produtos reciclados para a
exposição onde os próprios alunos confeccionaram. Também houve a elaboração de panfletos
contendo informações sobre coleta seletiva.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1361
Como resultado cada turma elaborou de que forma iria expor seu subtema para a escola. As
turmas optaram por desenvolver suas palestras no decorrer da feira da seguinte forma:
- Subtema ―o que é lixo?‖: Uma bancada contendo objetos em desuso e que não serviam
mais, como chiclete, jornal velho, papelão, vidro quebrado etc., além de cartazes feitos com fotos
do entorno da escola e do bairro. À medida que os visitantes entravam nas salas de exposição, os
previamente selecionados para discursar sobre a temática se apresentavam e abordavam questões
teóricas, sobre o conceito de lixo e como o mesmo era visto com frequência no nosso cotidiano, em
rua, rios e igarapés.
- Subtema ―doenças transmitidas pelo contato com lixo‖: Houve a produção de um jogo em
forma de tabuleiro pela turma contendo questões acerca da dengue, quem entrava na sala e quisesse
poderiam brincar, além disso, também houve confecção de cartazes e os alunos ornamentaram a
sala com garrafas pet, alguns pneus de bicicleta e recipientes que acumulam água parada como latas
enferrujadas.
- Subtema ―tipos de lixo‖: Bancada contendo pequenas amostras de tipos variados de lixos
recicláveis e não recicláveis.
- Subtema ―seleção é a solução‖: Os alunos confeccionaram cestas de papelão pra explicar
quais os tipos de lixos recicláveis, bem como identificar em que lixeira depositar cada resíduo de
acordo com sua composição. As lixeiras tinham as cores típicas de cada material como: azul para
papel; amarelo para vidro; vermelho para plástico etc. (Figura 1 A e B).
O envolvimento direto e ativo dos alunos no processo de planejamento e organização da
feira pretendeu despertar-lhes a consciência da necessidade de um esforço coletivo para organização
de um evento dessa natureza, mas principalmente fazê-los refletir e vivenciar a importância do
planejamento no processo educativo.
A partir dos trabalhos apresentados, pode-se considerar que o objetivo foi alcançado, uma
vez que em sua maioria, os mesmos faziam reflexões que apontavam para despertá-lo da
consciência para o enfrentamento do problema do lixo, não somente no ambiente escolar, mas em
suas próprias casas.
A diversidade de material produzido despertou a atenção do público para a programação,
possibilitando-lhes acesso a informações, metodologias e recursos diversificados. Entre os recursos
e materiais que mais se destacaram, podemos citar o jogo sobre a dengue e os materiais decorativos
confeccionados com sucata.
Os jogos são reconhecidamente importantes pelo seu caráter motivador e prazeroso para
alunos e professores, e pela sua capacidade de reforçar efetivamente aspectos importantes da
aprendizagem (WARD et.al., 2010). No caso específico dos jogos produzidos para a feira, soma-se
Figura 1: A) alunos confeccionando as cestas de lixo B) Cestas prontas e expostas pelos alunos na feira.
CONCLUSÃO
Com a realização da feira de ciências na Escola Estadual Senador Cunha Melo, os objetivos
inicialmente propostos foram alcançados. As informações referentes à coleta seletiva de lixo,
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VIEIRA, D.P.; COMIS, R; CHIVA, E.Q. & QUEROL, M.M. (2004). Atividades de Educação
Ambiental visando a melhoria da qualidade de vida da população do Centro de Educação
Ambiental Nova Esperança, (CEANE), Vila Nova Esperança, Uruguaiana, RS, mediante o
WARD, H. et. al. Ensino de Ciências. Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. 2 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
RESUMO
O presente trabalho é fruto de resultados parciais de uma pesquisa sobre a constituição da
identidade feminina nos geossítios do Geopark Araripe (G.A). A mesma ainda está em andamento e
para esta análise foi escolhido o geossítio ―Colina do Horto‖, localizado em Juazeiro do Norte,
estado do Ceará. Esse geossítio é um dos nove que compõe o território do G.A. Esse local peculiar é
caracterizado pelas crenças, tradições religiosas voltadas à devoção ao Padre Cícero, tido como
milagreiro e protetor dos nordestinos, e pelas inúmeras romarias que ocorrem com mais ênfase nos
―dias santos‖ e com número menor de devotos durante o ano. Através da metodologia de análise
baseada em dados quantitativos descritivos com observação direta constituída de observação em
equipe, observação sistêmica e entrevistas focalizadas, o instrumento coletor de dados foram
entrevistas com perguntas diretas, com estímulo temático em torno dos assuntos ―família‖,
―religião‖ e ―tradição‖.Investigou-se nos trechos transcritos de uma entrevista em particular que
constituiu o corpus para esta abordagem, a seleção de lexemas presentes nas falas da entrevistada,
que contribui para formação do ethos feminino neste local. A ferramenta utilizada para essa análise
foi a da semiótica discursiva, na abordagem que faz sobre a constituição identitária do sujeito,
através dos símbolos e valores abstraídos em seu discurso e que são concretizados por intermédio
da fala. Partiu-se, portanto, dos seguintes pressupostos: a) que o pensamento humano é basicamente
social e público e, b) que os símbolos religiosos e/ou culturais são partes indispensáveis desse
mecanismo.Procurou-se investigar, nessa perspectiva, os lexemas associados às VIRTUDES e às
67
Estagiaria do Geopark Araripe
68
Estagiaria do Geopark Araripe
69
Professora orientadora; Mestre em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo; Pesquisadora e
Colaboradora do Geopark Araripe.
ABSTRACT
This paper is the result of the partial results of a research about the constitution of the feminine
identity in the GeoparkAraripe'sgeosites (G.A.). This research is still in course and to this analysis,
it was chosen the geosite "Colina do Horto", located in Juazeiro do Norte, Ceará state. This geosite
is one of the nine geosites which form the G.A.'s territory. This peculiar place is characterized by
beliefs, religious traditions turned to the devotionto Padre Cicero, known as miracle-worker and
protector of the northeasterns and by the several pilgrimages that occur withmore emphasis in "holy
days" and with a smaller number of devouts during the year. Through the analysis methodology
based in quantitative and descriptive data with direct observation constituted of group observation,
systemic observation and focused interviews, the instruments used to colect data were interviews
with direct questions, with thematic stimulus turned to the issues "family", "religion" and
"tradition". It was investigated on the transcripted excerpts of one particular interview that
constituted the corpus to this approach, the selection of lexemes included in the respondent's
speech,which contributes to the formation of the feminine ethos in that place. The tool used to this
analysis was the discoursivesemiotics, in the approach about the subjects' identity constitution,
through the symbols and values abstracted in his/herdiscourse and are materialised through the
speech. The following assumptions were made: a) the human thought is basicallysocial and public
and b) the religious and/or cultural symbols are indispensable parts of this mechanism. It was
sought toinvestigate, in this perspective, the lexemes associated to the VIRTUES and NON-
VIRTUES manifested in the respondent'sspeech, in order to identify the values associated to this
feminine identity construction.
Keywords: Feminine Identity; GeoparkColina do Horto; Discoursive Semiotics
INTRODUÇÃO
(...) O indivíduo particular enquanto vive, ele se utiliza deles, ou de alguns deles, às vezes
deliberadamente e com cuidado, na maioria das vezes espontaneamente e com facilidade,
mas sempre com o propósito: para fazer uma construção dos acontecimentos através dos
quais ele vive, para auto-orientar-se no "curso corrente das coisas experimentadas".
(Geertz, 1978, p. 57.)
O fato de termos formas distintas para as chamadas primeira e segunda pessoas do plural
mostra que não há nelas uma simples pluralização, enquanto na terceira pessoa isso ocorre.
(...) Embora haja um vós pluralizado, nós e vós são antes pessoas simplificadas.
Os significados das pessoas são:
eu: quem fala, eu é quem diz eu;
tu: aquele com quem se fala, aquele a quem o eu diz tu, que por esse fato se torna o
interlocutor;
ele: substituto pronominal de um grupo nominal, de que tira a referência, actante do
enunciado, aquele de que eu e tu falam;
nós: não é a multiplicação de objetos dêiticos, mas a junção de um eu com um não-eu;
vós: há o vósplural de tu (dêitico) e o vós em que ao tu se juntam ele ou eles; (FIORIN,
2005, p. 60)
Essa imagem constrói-se, à maneira do ethos aristotélico (I, 135a). O ethosse explicita no
enunciado, mas na enunciação. Quando um jovem diz eu sou contra as normas de nossa
ordem social, está explicitando uma imagem sua no enunciado. Isso não serve de prova, não
leva à construção do ethos. O caráter de pessoa rebelde constrói-se na maneira como se
veste, como age, como fala, que lexemas escolhe etc. À medida que ela vai construindo o
texto de sua vida, vai dizendo estou contra a atual ordem social. A enunciação não é da
ordem do inefável. Por conseguinte, o ethosexplicita-se na enunciação enunciada, ou seja,
nas marcas da enunciação deixadas no enunciado. Portanto, a análise do ethosdo
enunciador nada tem do psicologismo que, muitas vezes, pretende in- filtrar-se nos estudos
discursivos. Trata-se de apreender um sujeito construído pelo discurso e não uma
subjetividade que seria a fonte de onde emanaria o enunciado, de um psiquismo
responsável pelo discurso. O ethos é uma imagem do autor, não é o autor real; é um autor
discursivo, um autor implícito. (FIORIN, 2007, p. 29 e 30)
A entrevistada que aqui será chamada de Entrevistada Y (EY) faz parte da Comunidade do
Geossítio Colina do Horto desde criança.
A EY contou que seus pais vieram a pé de Campina Grande, Estado da Paraíba, quando ela
era ainda muito ―miúda‖, que tiveram essa ideia, movidos pela fé na fama dos milagres atribuídos
ao Padre Cícero. E quando chegaram ao Juazeiro, o ―Padin‖ já havia falecido fazia dois anos.
No entanto, resolveram fixar moradia ali mesmo na Colina do Horto. E desse modo, a EY,
conhecida também como a mais velha beata do local, foi criada pela família e pelos padres e demais
beatas que viviam a trabalhar para receber os inúmeros romeiros que se multiplicaram após a morte
do Santo Padre.
Segundo a EY, seus pais faleceram quando ela era ainda muito jovem e, por isso, começou
logo a ajudar nos afazeres domésticos da casa paroquial, a recepcionar os romeiros, cortar seus
cabelos, auxiliá-los no asseio após as longas jornadas de peregrinação. Desde então, nunca mais foi
embora e tem orgulho de dizer que atualmente, aos 90 anos, é mãe de todos os romeiros e que já fez
fotos com vários artistas muito famosos.
A legenda para identificar entrevistada e entrevistadora nas transcrições a seguir é:
Entrevistadora: 1 e Entrevistada: 2. E foram preservadas as características naturais e prosódicas do
ato comunicativo tais como as pausas longas (...), retomadas e interrupções (/) e variantes
sociolinguísticas. Na frente de algumas transcrições optou-se por colocar explicações necessárias
entre colchetes {}.
Na abordagemdos temas ―família‖, ―religião‖ e ―tradição‖, sua fala foi a que segue na
transcrição a seguir:
Família
Religião
Tradição
1= Dona ...? {nome omitido para preservar a privacidade conforme termo acordado com a
entrevistada}
2=Diz!
1=Qual que é a importância das beatas aqui na colina do horto?
2=olha povo mi chama de beata,
1= hum...
2=Os artistas, tudo:―a beata, a beata, a beata‖ e eu digo pra todo mundo/O padre às vezes chega mi
chama de beata e eu digo ―eu não sou beata‖, apenas eu sou uma velha que vive aqui na casa
grande, recebo todo mundo, mais beata eu num sô não, que a beata, a religiosa tem que dá seus
voto.
1= Aaaahh!!A beata é aquela que faz seus votos?
2=É!As freras {freiras}
1=As freiras!!
2=Páde {padre}, tudo tem que dá seus voto e tê testemunha e eu num dei voto pra ninguém, o meu
voto é do nosso senhor, de ficávéia batendo aqui, de ficátrabaiando/trabaiei muito!Pronto!Eu num
tenho dom de beata de jeito nenhum! Já disse a você o que é que eu tenho, a fita do coração de
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1373
Jesus, sou irmã, sou da irmandade de Nossa Senhora Auxiliadora...agora tá pensando que eu
cumpro? Eu num cumpro não/,
1= [risos]
2= Eu num cumpro não, porque eu num posso mais ir lá! {lá= local aonde a irmandade se reúne}
1=Aaham...pra cumpri tem que ir lá?
2=É! Agora meu nome tá escrito lá espichado.
1=Na irmandade é?
2=Hãn?
1=Na irmandade é?
2=Lá!Quando dá o ―tempo‖{referindo-se às condições financeiras} do coração de Jesus eu pago, da
Maria Auxiliadora eu num pago, pago mais eu nunca mais fui lá, mas quando eu morrê tem um
buraco pra eu lá, um buraco.
1=Ahhh...entendi!
Na fala da EY, quando abordado o tema ―Família‖, as expressões sintáticas: ―moças que diz
que nunca namorou é mentirosa‖; ―todas elas têm que tê um paquera‖; e, ―eu tive logo dois
paquera‖, apontam para o tratamento da questão ―namoro‖, com naturalidade. E não apresenta
resquícios de opressão ou de relação desse comportamento humano com aDESVIRTUDE, como era
esperado a partir das reflexões e observações que motivaram a construção do pressuposto da
análise. Em seguida, como reforço dessa atitude que ela expõe tão ―natural‖, a entrevistada garante
ser mãe de todos os romeiros: ―agora eu sou mãe, pera ai‖; ―Eu sô mãe e vó e tia e madia de todos
os romeiros e turistas!!‖; ―Que gosta de chamar de ―vó‖, de ―minha mãe‖, ―eu tenho que ver minha
mãe‖...‖.
Em outras palavras, o sentimento de ―maternidade pública‖ reforça o aspecto positivo da
VIRTUDE. Sentimento este que é supervalorizado quando, já na abordagem sobre religião, ela
volta a dizer que ―(...) Tudo é meu filho. Beija a cabeça tem um maior carinho, eu tenhu os artistas
tudim que vem aqui (...) Padre, bispo, doutor, tudo tá comigo no retrato.‖ Os elementos valorais que
se associam às figuras públicas de relevância social, tais como os elementos valorais atrelados ao
Padre, ao Bispo, ao Doutor, revelam em sua fala essa supervalorização semântica da VIRTUDE,
que inclusive, é, para si, uma constatação comprovada externamente, pelo ―outro‖.
Na abordagem do tema ―Religião‖, as expressões: ―ser um católico é sempre fácil, né?‖;―eu
considero a creia {fé} em Jesus até morrer/ atéé morrer é num buraco enterrando e eu dizendo é
Jesus, Jesus, Jesus...‖; ―agora eu num ando dizendo, ei eiei.. eu tenho o ―teço‖ aqui, mais num rezo,
eu rezo o meu teço/‖; ―Eu rezo as novenas de São José toda noite e pra todo mundo que vem, todo
mundo que vem essa novena é uma graça eu dou o povo e o povo alcança graça, acreditam em
mim/‖; ―eu sou do coração de Jesus, sou associada, de nossa senhora auxiliadora sou associada o
que é que eu quero mais? Eu sou de dentro da igreja!‖, apontam para: representações discursivas
que se associam aos elementos semânticos da VIRTUDE. Ela se garante discursivamente como uma
mulher de VIRTUDE através dos lexemas: ―rezo as novenas‖, ―eu dou o povo e o povo alcança a
graça, acreditam em mim‖, ―sou associada do coração de Jesus (...) o que é que eu quero mais?‖.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1374
Mesmo enquanto diz que não se exibe como alguém que professa sua fé católica através da reza do
terço: ―eu num ando dizendo, ei eiei... eu tenho o ‗teço‘‖, os elementos do campo semântico da
VIRTUDE são reforçados pela negação de uma ação que reforça um aspecto positivo desse campo
semântico. Dizendo de outro modo, a generosidade explicitada pelo ato de rezar as novenas e o
povo alcançar as graças, chega a supervalorizar o citado aspecto positivo da VIRTUDE.
Sobre a abordagem temática da Tradição, neste caso em especial, o assunto se desdobra do
outro tema, o da Religião.
As expressões que devem ser destacadas em suas palavras são: ―olha o povo mi chama de
beata (...) O padre às vezes chega mi chama de beata e eu digo ‗eu não sou beata‘, apenas eu sou
uma velha que vive aqui na casa grande, recebo todo mundo, mais beata eu num sô não, que a
beata, a religiosa tem que dá seus voto‖; ―Páde {padre}, tudo tem que dá seus voto e tê testemunha
e eu num dei voto pra ninguém, o meu voto é do nosso senhor, de ficávéia batendo aqui, de
ficátrabaiando (...)Eu num tenho dom de beata de jeito nenhum! Já disse a você o que é que eu
tenho, a fita do coração de Jesus, sou irmã, sou da irmandade de Nossa Senhora Auxiliadora...‖. Ser
considerada ―beata‖ pelos outros não é uma VIRTUDE que EY reconhece para si. Nesse ponto, a
negação dessa associação feita aela (ser considerada beata) revela o reconhecimento de valores que
devem ser atrelados à VIRTUDE, sob seu ponto de vista, mas que não cabe a si, apenas a sujeitos
que cumprem o papel de ―fazer ser‖, que é o voto. Em termos semióticos de base estrutural da
análise, a NÃO VIRTUDE equivaleria a aceitar a condição de beata, sem fazer os votos para isso.
Em termos semióticos da base estrutural dessa análise, pode-se encontrar as oposições entre
os elementos da VIRTUDE x DESVIRTUDE x NÃO VIRTUDE70.
Outro trecho a ser analisado é aquele em que após ter afirmado categoricamente que é da
Igreja, a EY diz que não cumpre mais os rituais de uma católica praticante que é, inclusive
associada à irmandade. Em suas palavras: ―agora tá pensando que eu cumpro? Eu num cumpro não/
(...) Eu num cumpro não, porque eu num posso mais ir lá! {lá= local aonde a irmandade se reúne}‖;
―Lá!Quando dá o ―tempo‖{referindo-se às condições financeiras} do coração de Jesus eu pago, da
Maria Auxiliadora eu num pago, pago mais eu nunca mais fui lá, mas quando eu morrê tem um
buraco pra eu lá, um buraco‖.
Nesse caso, o ―não fazer‖ (não praticar a religião neste quesito) afirma novamente os
aspectos semânticos relacionados a NÃO VIRTUDE.
70
Conferir modelos de análise da Semiótica de Algirdas Julien Greimas.
Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo geral, identificar o(s) papel(éis)
da mulher do Geossítio Colina do Horto, através da oralidade. E, especificamente, analisar o gênero
feminino dentro dos aspectos culturais e religiosos, partindo da observação da fala quanto à
aproximação sintática das expressões que remetem, semanticamente, às VIRTUDES e às
DESVIRTUDES.
No entanto, no decorrer da análise semiótica discursiva da transcrição da entrevista feita
com a EY, descobriu-se outros valores semânticos discursivos que atrelavam a outro elemento de
base: o da NÃO VIRTUDE. Essa constatação faz refletir sobre a identificação dos valores da
VERDADE e da NÃO VERDADE que podem ser encontrados num aprofundamento analítico
maior. Nessa perspectiva, a VERDADE de ser beata seria fazer os votos. E a NÃO VERDADE que
a EY é beata está refletida nas afirmações externas, de outros indivíduos.
Além disso, o pressuposto apresentado no início sobre o pensamento do indivíduo ser
público e social ainda não foi constatado somente com esta análise. No corpus analisado o que se
esperava da fala da EY, no que diz respeito a valores que revelam um pensar coletivo, não foi
evidenciado. Prova disso são os elementos linguísticos apresentados em sua fala que atrelam a não
conjunção com os valores de SER beata, valores estes que são atribuídos pelos ―outros‖ a ela.
Quanto aos simbolismos que garantem efetivamente sua constatação social de Católica
praticante, ficaram evidentes quando a EY se referiu às novenas que faz, ao terço que reza e às
graças que os outros alcançam por intermédio de sua interseção. Num nível de análise discursivo
mais abstrato, a aceitação e carinho geral dos romeiros, artistas, doutores e padres expressados na
fala da EY representam sua super-aceitação. Nesse aspecto, o gênero feminino representado por
esta entrevistada parece ser ―merecedor‖ dessa supervalorização porque cumpre os ―pré-requisitos‖
dos valores associados às VIRTUDES.
Desse modo, pode-se afirmar, a priorique uma característica importante que contribui para a
formação do ethos feminino na Colina do Horto parece estar presente nesse estudo de caso: no
contexto da prática religiosa, em seu complexo social ―doutrinário‖, encontra-se uma considerada
beata, que afirma valores das VIRTUDES e reconhece aqueles que se associam às NÃO
VIRTUDES. Fato que contribui positivamente para a identificação de um sujeito inserido numa
representação discursiva maior e que contribui para a manutenção dessa. Tal representação
discursiva maior, nesse caso, é o discurso da Igreja Católica.
Concluindo, faz-se importante divulgar que o Geossítio Colina do Horto não é apenas o
detalhamento geomorfológico apresentado na introdução e que tem sido foco das pesquisas da
geomorfologia, paleontologia e disciplinas afins nessa região. A Colina do Horto também conta
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FIORIN, José Luiz. As Astúcias da Enunciação: as categorias de pessoa, espaço e tempo.2ª.ed. São
Paulo: Ática, 2005.
FIORIN, José Luiz. Dossiê:o sujeito na semiótica narrativa e discursiva. Revista Todas as Letras J,
volume 9, n. 1, 2007, p. 24-31.
RESUMO
Nos últimos anos tem-se vivenciado preocupantes agravamentos dos problemas socioambientais.
São realizados e elaborados freqüentemente muitos debates e programas para a melhoria da situação
do meio ambiente, porém há muito a ser feito e a escola pode ter uma contribuição significativa
para amenização desses problemas. Dessa forma, neste trabalho objetivou-se desenvolver a
percepção crítica de alunos de duas escolas públicas do estado do Ceará para os problemas
socioambientais, procurando deixar evidente o que os mesmos podem fazer para redução desses
problemas. Foram aplicados questionários abertos, onde os estudantes puderam expor seus
argumentos em relação aos problemas ambientais e a importância da reciclagem. Constatou-se que
havia falta de informações por parte dos alunos em relação à temática, uma vez que muitos
apresentaram respostas equivocadas. Com a realização das palestras e oficinas notou-se que houve
uma melhoria na forma de exposição dos argumentos e dúvidas em relação à problemática. Diante
disso, percebe-se que é de suma importância que a escola adote a prática de fazer palestras e
promover debates com os alunos em relação ao meio ambiente de forma geral, pois só com a
formação de cidadãos críticos é que teremos a sociedade que almejamos.
Palavras-chave: meio ambiente, escola, problemas socioambientais.
ABSTRACT
In the last years, we have faced several social and environmental problems. Meetings and programs
to discuss the situation of environment are frequent, but much more necessary, being the school one
of the most important source to contribute with the solution of these problems. By this way, the aim
of this work was develop the critic point-of-view of the students from two public schools at the
Ceará state about social and environmental problems, seeking demonstrate their role in the solution
71
Política Nacional de Educação Ambiental—Lei nº 9795/1999, Art 1º.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o meio ambiente tem recebido um tratamento diferenciado nos debates
sobre o futuro do planeta. Atualmente há uma preocupação da mídia em divulgar matérias
relacionadas aos problemas ambientais, uma vez que esses estão se agravando de forma alarmante.
Poucos duvidam da necessidade de preservação do ambiente natural ou da promoção do
desenvolvimento sustentável, e todos são unânimes na afirmação de que a Educação Ambiental é
uma estratégia eficaz para a emergência de uma nova consciência, pautada nas necessidades
ambientais (BAGNOLO, 2010)
O aumento do aquecimento global terrestre, em razão do aumento de consumo de
combustíveis fósseis na produção de aço, cimento, energia termoelétrica e queimadas de biomassas,
causou severos danos à camada de ozônio, com severos impactos na saúde das populações afetadas
por câncer da pele. A crescente escassez de água potável: com uma demanda crescente em
conseqüência do aumento da população mundial, do desenvolvimento industrial e da agricultura
irrigada, verifica-se uma oferta limitada de água potável distribuída de forma muito desigual
(RATTNER, 2009).
Fonseca e Oliveira (2011) afirmam que precisamos aderir mudanças para a melhoria do
meio ambiente, e essas só são conseguidas a partir de uma perspectiva crítica, pois só a partir daí
conseguiremos entender a dimensão das questões ambientais e tomar algum posicionamento em
relação as mesmas. Nesse contexto, a escola se torna uma mediadora dos problemas
socioambientais com a formação de cidadãos críticos e mais responsáveis com o ambiente em que
estão inseridos.
A escola tem função primordial quando se trata de preservação do meio ambiente, uma vez
que os nossos alunos serão os futuros responsáveis pelo nosso país. Sabendo disso, neste trabalho
objetivou-se analisar a percepção crítica de alunos do ensino público fundamental em relação ao
meio ambiente e deixá-los cientes dos problemas socioambientais, tendo a preocupação de mostrar
MATERIAL E MÉTODOS
Inicialmente foi desenvolvida uma pesquisa exploratória, onde ―Exploratória é uma pesquisa
cuja finalidade é descortinar o tema, reunir informações gerais a respeito do objeto‖ (RODRIGUES,
2007 apud SANTOS et al, 2011 ), se caracterizando também como pesquisa de campo.
Para obtenção de informações prévias, foram utilizadas fontes de referências como livros,
publicações na mídia impressa e na mídia digital e observações nos espaços próximos a Escola.
Por conseguinte, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com questionários
constituídos por perguntas subjetivas, aplicados aos estudantes antes mesmo de serem realizadas as
palestras e oficinas, a fim de constatar o conhecimento dos mesmos sobre variados temas
relacionados ao meio ambiente. As entrevistas aconteceram em janeiro/2013, nas escolas públicas
de ensino infantil e fundamental Rosa Tavares Leite e José Ferreira de Meneses, à primeira situada
na cidade de Abaiara - CE e a segunda em Juazeiro do Norte-CE, cuja amostra constituiu-se de 80
alunos do 6º ano.
As palestras foram ministradas com o auxílio dos professores da disciplina de ciências,
tendo como temáticas principais: Os problemas ambientais; Sustentabilidade; Reciclagem; O que o
lixo pode causar ao meio ambiente e Precisamos cuidar da água.
Nas oficinas visou-se a maior interação entre os estudantes, sendo muito produtivas, uma
vez que os aprendizes tinham a preocupação de transformar o lixo em objetos utilizáveis,
preocupando-se com o material gasto para a realização de tais finalidades.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos questionários permitiu constatar que: quando foram indagados em relação ao
destino do lixo em suas casas, 68% dos estudantes ressaltaram que era coletado pelo saneamento
básico, apenas 12% afirmaram da possibilidade de reciclagem. É evidente que a coleta do lixo pelo
saneamento básico é uma das formas mais eficazes de diminuir a quantidade de lixo nas ruas (ver
Tabela 1).
Os entrevistados mostraram que possuem certo conhecimento do conceito de
sustentabilidade, pois 74% relataram que a mesmas seria a reutilização de recursos para a
preservação da natureza, mas verificou-se que alguns ainda não detinham nenhum tipo de definição
para sustentabilidade, uma vez que 12% não responderam a essa pergunta (ver Tabela 1).
Torresi et al (2010) afirma que o termo sustentabilidade abriga um conjunto de paradigmas
para o uso dos recursos que visam atender as necessidades humanas. Sendo esta definição cunhada
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1380
em 1987 no Relatório Brundtland da Organização das Nações Unidas (ONU) que estabeleceu que
desenvolvimento sustentável é aquele que ―satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades‖. Dentro da questão
ambiental (água, ar, solo, florestas e oceanos), ou seja, tudo que nos cerca precisa de cuidados
especiais para que continue existindo.
Para os discentes as causas da poluição se devem devido à grande quantidade de lixo nos
rios e esgotos (32%), como também a grande quantidade de lixo nas ruas e queimadas (32%). O
desmatamento das árvores e poluição como sendo os problemas ambientais, representou 59%. De
fato, o lixo é um dos problemas mais comuns na atualidade, porém a poluição não se limita apenas
aos resíduos sólidos e queimadas, há outros fatores a serem considerados como a emissão de gases
estufa pelos automóveis e indústrias, contaminação das águas, dentre outras (ver Tabela 1).
Para Santos (2007) a ação do homem tem levado à poluição do ar; destruído a camada de
ozônio e tem reduzido a capacidade de captação de CO2 pela eliminação de áreas verdes e
degradação da flora dos oceanos, resultando assim em alterações climáticas como o aquecimento
global, alterações pluviométricas, secas, aumento da freqüência de catástrofes, além dos efeitos
diretos na saúde, sendo assim o desgaste ambiental só tende a aumentar (ver Tabela 1).
Na concepção dos educandos, os problemas ambientais que precisam de uma solução mais
rápida seriam os relacionados à poluição da água e desmatamento da natureza (45%). Relataram
também que todos os problemas relacionados ao meio ambiente precisam ser resolvidos com
urgência (25%). Nesse contexto, o desgaste do meio ambiente precisa de soluções breves, pois
implica na melhor qualidade da vida no nosso planeta (ver Tabela 1).
1. Na sua casa o que fazem Reciclado Jogado na rua Coletado para Outros
com o lixo? 12% 4% saneamento básico 16%
68%
2. O que você entende por Uso de Reutilização de Meio de sustentar a Não respondeu
sustentabilidade? energias não recursos para a economia mundial 12%
renováveis preservação da 10%
4% natureza
74%
3. Quais são as causas da Lixo nos rios e Queimadas Lixo nas ruas e Não respondeu
poluição? esgotos provocadas pelo ser queimadas 8%
32% humano 32%
28%
4. O que são problemas Desgaste da Destruição do planeta Desmatamento das Não respondeu
socioambientais? natureza 8% árvores e poluição 10%
23% 59%
Tabela. 1. Perguntas realizadas aos alunos relacionadas aos problemas socioambientais. P= Pergunta
R=Resposta.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1381
Com relação à reciclagem, os dados mais importantes relatados pelos aprendizes foram que
seu conceito é a transformação de materiais inutilizáveis em utilizáveis (52%) e que a prática da
reciclagem é importante para melhorar a qualidade de vida no nosso planeta (38%), além de evitar o
acúmulo de lixo nas ruas (31%). A grande parte já havia realizado reciclagem, por ser divertido
(46%) e como uma forma de ajudar o planeta (35%), mesmo os que responderam que não tinham
esse hábito, relataram que utilizavam a garrafa pet em suas casas, fosse como recipiente para água
(48%) ou para armazenar grãos (24%). Sendo assim, observa-se que muitos alunos acreditam na
importância e na eficácia da reciclagem como uma das alternativas para amenizar os problemas
ambientais (ver Tabela 2).
Segundo Gouveia (2012), p.1505 ―Iniciativas para a redução da quantidade de material
descartado em aterros, como a coleta seletiva para posterior reciclagem, ainda caminham
lentamente‖.
Quase a totalidade dos alunos (90%) mostrou que tinham o interesse de aprender mais sobre
os problemas socioeconômicos, mas uma minoria ainda ficou indecisa (6%). É de suma importância
o debate de tais temáticas no âmbito escolar a fim de desenvolver a conscientização dos alunos para
a contribuição da formação do cidadão crítico e participativo (ver Tabela 2).
Ribeiro (2010) afirma que a questão ambiental é fundamental à existência humana, sendo
preciso insistir nos cuidados com a mesma, já que ela possui uma dimensão territorial implícita e os
recursos estão dispersos pela superfície terrestre.
P R. 1 R. 2 R.3 R.4
1.Na sua Transformação de Usar objetos de Reaproveitar materiais Meio de economizar
concepção, o que é materiais plástico velhos para para gerar novos 20%
reciclagem? inutilizáveis em outras finalidades. produtos.
utilizáveis. 9% 19%
52%
3. Você já realizou Sim. É divertido. Sim. Ajuda o Não. Falta de Não. Não sei fazer
reciclagem? Se 46% planeta. oportunidade. 9%.
NÃO, por quê? 35% 10%
3. O que fazem É jogada no lixo. Usada como Usada como Usada para
com a garrafa pet 12% recipiente para recipiente para armazenamento de
na sua casa? água. plantas. grãos.
48% 16% 24%
4. Qual a Evitar o acúmulo Gerar empregos. Melhora a qualidade Diminuir os
importância da de lixo nas ruas. 8% de vida no nosso problemas
reciclagem? 31% planeta. ambientais.
38% 23%
5.Você pretende Pretende Acho que sim. Não Não sei responder.
aprender mais 90% 6% 0% 4%
sobre os problemas
socioeconômicos?
Tabela 2. Perguntas relacionadas à reciclagem.
É necessário captar e analisar os procedimentos que vem sendo tomados em sala de aula no
ensino de educação ambiental, e que vão caracterizando e influenciando no futuro de cada um.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1382
Sendo assim, a educação ambiental merece uma característica única que é a de informar e educar de
forma crítica, construtiva e significativa (VIRGENS, 2011)
Como se pode observar na análise dos questionários os estudantes estavam desinformados
sobre as questões socioambientais. Com o desenvolvimento das palestras notou-se que houve uma
melhoria na forma de expor seus argumentos e dúvidas. As oficinas tiveram um papel importante na
fixação das informações e práticas que os estudantes podem utilizar para a melhoria do ambiente
em que estão inseridos.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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VIRGENS, Rute de Almeida. A educação ambiental no ambiente escolar. 2011. xi, 17 f., il.
Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas)-Consórcio Setentrional de Educação a
Distância, Universidade de Brasília, Universidade Estadual de Goiás, Brasília, 2011.
RESUMO
Vários recursos didáticos são utilizados por educadores visando auxiliar no processo de ensino-
aprendizagem nas escolas, dentre eles podemos destacar o vídeo. Esse recurso é considerado uma
ferramenta pedagógica que auxilia o educando a refletir sobre determinados temas, bem como
facilitar o entendimento de conceitos. O objetivo desse trabalho foi apresentar uma analise critica
educacional voltada para áreas de educação ambiental, com ênfase na botânica, sobre o filme ―O
Lorax- em busca da trúfula perdida‖, representado através das respostas de educandos do ensino
superior do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Foi realizado no período de janeiro/2013 à abril/ 2014 em três etapas: (i)exibição do
filme; (ii)aplicação do questionário, contendo 20 questões e (iii) socialização dialogada.A análise de
dados ocorreu de forma qualitativa e quantitativa através dométodo de evocação de palavras.Foram
analisados 51 questionários. A fotossíntesefoio mais citado,23% afirmaram que poderiam ser
trabalhados em sala de aula, tendo o filme como auxilio didático. 25destacaram a germinação sobre
as experiências possíveis de serem replicadas em sala de aula; 49 entrevistados concordam que o
filme pode ser aplicado a qualquer turma. Se o conteúdo educativo e didático encontra-se integrado,
95%, responderam que sim, e se permite abordagens interdisciplinar, 98%concordaram;Quanto se o
vídeo pode ser utilizado no processo de sensibilização ambiental, 99% responderam que sim e 94%
evidenciaram a importância no processo ensino-aprendizagem, com base na ludicidade.Com isso,
percebe-se que o filme ―O Lorax – Em busca da trúfula perdida‖, se mostra uma ferramenta eficaz
no processo ensino-aprendizagem, bem como impulsiona o espectador a refletir sobre as questões
ambientais, sendo um excelente recurso didático, auxiliando na construção do conhecimento, a
cerca dos assuntos de botânica, como também um instrumento de sensibilização ambiental.
Palavras-chave: Educação ambiental, educação formal, ensino da botânica, filme.
INTRODUÇÃO
O vídeo é uma ferramenta pedagógica que pode auxiliar o educando a refletir sobre os
assuntos abordados em sala de aula pelo educador, Moran (1994) comenta que servetambém para
aproximar o ambiente educacional das relações cotidianas. Para Moraes & Torre (2004), as
estratégias de ensino devem favorecer uma aprendizagem que integre vários estudos: imaginação,
intuição, colaboração e impactos emocionais auxiliando assim no processoensino-aprendizagem.
Moran (2007) explica que as tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para o mundo.
Assim, os vídeos podem e devem ser utilizadoscomo ferramenta pedagógica,visando assim uma
educaçãotransformadora e que priorize a formação para a cidadania (GOMES, 2008). Desta forma
esta tecnologiaeducacional pode ser usadacom o objetivo de sensibilizar para uma determinada
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1386
problemática, dentre elas podemos destacar a degradação ambiental, a destruição das florestas e o
consumismo.
Diante da intensificação da utilização dos recursos naturais faz-se necessário sensibilizar a
população para a necessidade da preservação/conservação ambiental, com o objetivo de diminuir o
esgotamento dos recursos naturais e diminuição da qualidade de vida, alertando sobre os danos
causados pelo consumismo, que além de alimentar um sistema econômico que gera desigualdade
social, é responsável pela produção excessiva de lixo, poluição, perda de biodiversidade e
consequentementedegradação da vida (MARTELL,1994).
Uma das ações que podem ser intensificadas para a sensibilização e mudança de valores a
respeitos dos assuntos ambientais é a educação ambiental. Segundo Sato (2003) a educação
ambiental propõe valores e ações com o objetivo de contribuir com a mudança social humana e a
preservação ecológica, além de estimular aformação de sociedades mais justas e ecologicamente
equilibradas.
Diante disso os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) definiram que a educação
ambiental deve ser trabalhada em sala de aula de forma transversal e interdisciplinar, o PCN meio
ambiente retrata a educação como um elementoindispensável para a transformação da consciência
ambiental, retratando também, que é importante que o professor trabalhe com o objetivo de
desenvolver, nos alunos, uma posturacrítica diante da realidade, de informações e valores
veiculados pela mídia e daqueles trazidos decasa. Nota-se que esse tipo de direcionamento não é
trabalhado com o conteúdo quando envolve a botânica no ensino básico. De uma maneira geral
trabalhar o conteúdo vegetal e suas relações ainda necessita de mais interação e o gostar de
apreender sobre esses organismos, evidenciando a importância e os serviços que esses seres
oferecem ao meio ambiente (SILVA, 2008).
Diante da grande diversidade de vídeos e filmes que retrata a temática ambiental podemos
destacar o filme ―O Lorax - em busca da trúfula perdida de Chris Renaud (2012)‖, do qual aborda a
história de Ted, um garoto que vive em uma cidadeartificial. Com o objetivode trazer uma árvore
natural para a garota por quem é apaixonado, ele conhece Umave-zildo, uma estranha e mal-
humorada criatura determinada a proteger a natureza, detentor da ultima semente de árvore
existente, sendo este o culpado pela destruição da natureza,devido a sua ganância e consumismo
exagerado. Ted tenta convencer Umavez-ildo a doar a única semente para plantar em sua cidade
artificial, a partir daí inicia-se sua aventura e desafios para manter a natureza viva.
Com o objetivo de instrumentalizar o ensino e ao mesmo tempo sensibilizar e despertar uma
reflexão sobre a importância dos recursos vegetais na natureza, esse trabalho teve como
direcionamento apresentar uma analise critica a partir de uma avaliação feita por futuros docentes
METODOLOGIA
Coleta de Dados
Analise de Dados
Se o filme pode ser aplicado a qualquer turma, 49 alunos responderam que sim, tendo o
ensino fundamental I e II, o mais adequado para esse tipo de linguagem, os educandos, retratam que
por ser um filme de animação o ciclo fundamental é o mais indicado, porém 34 comentam que
também podem ser utilizado nos níveis médio e superior, cabendo ao educador, fazer a mediação do
conhecimento entre o filme e o conteúdo aplicado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
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Brasília, v. 89, n. 223, p. 477-492. 2008.
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Petrópolis/RJ: Vozes, 2004.
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Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2004.
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educacional: apoio à representação do professor de Ciência e Tecnologia e instrumento de
estudo para o aluno. RENOTE Nov. Tecnol.Educ., v.2, n.2, p.1-10, 2004.
VASCONCELLOS, C.S. Para Onde Vai o Professor? Regaste do Professor como Sujeito de
Transformação. São Paulo: Libertad, 2003.
RESUMO
O presente artigo teve como objetivo identificar o modo como é trabalhada a questão da Educação
Ambiental nas escolas públicas no município de Floriano, localizada no estado do Piauí, buscando
também verificar os problemas ambientais e conferir se há alguma relação à conservação do meio
ambiente. As pesquisas foram feitas em escolas de turmas do ensino fundamental maior com o
propósito de averiguar se há preocupação por parte das escolas com o meio ambiente, e assim
observar como são feitas as atividades para a conscientização de alunos, docentes e funcionários em
geral. Os resultados evidenciaram que apesar da importância do estudo da educação ambiental, essa
ainda continua sendo pouco explorada no âmbito escolar. Assim, salienta-se a introdução de
atividades educativas voltadas ao meio ambiente como palestras e atividades práticas inseridas
diretamente no projeto politico pedagógico da escola.
Palavras-chave: Floriano. Educação Ambiental. Meio Ambiente.
RESUMEN
Este artículo tiene como objetivo identificar el modo de cómo es trabajada la cuestión de la
educación ambiental en las escuelas públicas en la ciudad de Floriano, en el estado de Piauí,
buscando también comprobar los problemas ambientales y para comprobar si existe alguna relación
con la conservación del medio ambiente. La investigación se llevó a cabo en las escuelas primarias
con el fin de conocer si existe preocupación por las escuelas con el medio ambiente, y por lo tanto
observar cómo se hacen las actividades para el conocimiento de los estudiantes, profesores y
personal en general. Los resultados mostraron que a pesar de la importancia del estudio de la
educación ambiental, esto sigue siendo poco explorado en las escuelas. Por lo tanto, hacemos
hincapié en la introducción de actividades educativas orientadas al medio ambiente, tales como
72
Orientador e Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
INTRODUÇÃO
O planeta vem passando por várias transformações ao longo dos anos em decorrência de
atividades antrópicas que provocam grandes desastres ambientais. Sabe-se que o meio ambiente
oferece tanto aos seres vivos subsídios essenciais para a sobrevivência e o desenvolvimento, pois a
sociedade não se mantém se não houver ar puro, solo produtivo, clima agradável e principalmente
água potável, que permita uma melhor qualidade de vida nos mais variados aspectos.
Dessa forma, como instrumento para preservação ambiental, a sociedade tem leis que regem
a forma de agir com o meio ambiente. Nesse contexto, tem-se como base a Educação Ambiental
(EA) como um conjunto de valores que devemos adquirir através do processo de ensino-
aprendizagem. Diante desse fato surge a preocupação de como é trabalhada a questão ambiental
nas escolas públicas.
Entende-se por EA os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do
meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à qualidade de vida e sua sustentabilidade
(BRASIL, 1999).
A EA está provocando debates acerca do modo de como é realizada e traz consigo reflexões
envolvendo a importância de se trabalhar nas escolas públicas. Nesse aspecto, é indispensável que
haja uma harmonia entre as atividades humanas e a natureza, de maneira que não se pode prescindir
a análise dos determinantes do processo educacional, o papel dos diversos atores envolvidos e as
formas de associação social que ampliam a capacidade das práticas de um novo incremento, numa
perspectiva que priorize o destaque na educação ambiental escolar.
A Educação Ambiental, de acordo com Dias (1994), se caracteriza por incorporar as
dimensões sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e éticas, o que significa que ao tratar
de qualquer problema ambiental, devem-se considerar todas as dimensões. Com base no que foi dito
pelo autor, observa-se que é um problema onde abrange todos os setores no que diz respeito ao
meio ambiente. É dever do cidadão portar uma boa conduta e um comportamento onde possibilite a
construção de um mundo cada vez melhor para que haja conexões proporcionando boas práticas
socioambientais.
Nesse aspecto, as escolas devem incentivar as crianças a praticarem ações sustentáveis,
exercendo assim um papel fundamental para orientar o conhecimento ambiental desde a base, para
que o aluno, no decorrer de seu desenvolvimento, internalize desde cedo as atitudes que garantam a
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1396
conservação do meio, tornando-os futuros instrutores para a nova geração, para que haja
consciência e sensibilidade ao adotarem habilidades relativas no uso das novas tecnologias e nos
diferentes níveis de modalidade de ensino, havendo uma dimensão visando incorporações voltadas
às experiências, valores e determinação do ser humano.
Tendo como base que a escola, através de todos os seus elementos, é de fundamental
importância para a sociedade e pela sua mudança, nota-se que para ter uma visão mais profunda
sobre educação ambiental é necessário que haja uma tentativa de mudanças no convívio da
sociedade com a natureza.
Segundo Capra (2003) uma das alternativas para a inclusão da temática ambiental no meio
escolar é a aprendizagem em forma de projetos. Essa é uma oportunidade com a qual se visa obter
uma concessão ao estabelecer o contato com o novo entendimento do processo de aprendizagem.
Isso inspira a necessidade de novas estratégias de ensino mais adaptadas, e tornando evidentemente
a importância de um saber incorporado, valorizando o conhecimento contextual, no qual os
materiais didáticos sejam vistos como meios a serviço de um objeto no qual permeia as outras
disciplinas já estabelecidas, mostrando a realidade escolar e o estudo de problemas do meio
ambiente no cotidiano.
Em 1977 ocorreu um grande marco que foi a Conferência Intergovernamental de Tbilisi, na
Geórgia, a respeito da Educação Ambiental no mundo, contando como parceiros a UNESCO e o
plano do Meio Ambiente da ONU, o PNUMA através deste empate, a questão era para definir
estratégias de como seriam adotadas medidas de conservação ambiental, onde foi instituído que o
processo educativo deveria ser conduzido para a decisão dos problemas concretos do meio
ambiente, através da interdisciplinaridade e, de comunicação ativa e responsável de cada pessoa e
da sociedade.
É nessa perspectiva que se tem como objetivo averiguar os problemas ambientais e como
funcionam as práticas de educação ambiental nas escolas públicas do município de Floriano, Estado
do Piauí, propondo alertar aos educadores a relevância de qual a melhor forma de conscientizar os
alunos sobre a conservação do meio ambiente.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Por conseguinte, com base nesse levantamento, foi feita uma pesquisa qualitativa nas
escolas públicas; dessa maneira, foi lançado mecanismos criteriosos como questionários, relatos e
entrevistas com Secretários de Educação e Meio Ambiente, professores e coordenadores,
possibilitando também observações em três escolas estaduais e três municipais, procurando saber a
situação dos acervos pedagógicos, a formação dos docentes, quais os recursos didáticos usados para
a Educação Ambiental, sé há projetos em fase de iniciação ou em andamento e como o uso da
tecnologia beneficia para o aprendizado do aluno e quais fatores contribuem para a inserção da
Educação Ambiental nas escolas, dentre outras.
Para a compreensão dessa dinâmica da Educação Ambiental nas escolas do município de
Floriano-PI foi apresentado aos já citados participantes da comunidade escolar um pequeno
questionário que abordava, de forma sucinta, sobre as principais dúvidas de manejo ambiental
nestas instituições de ensino.
As questões visavam definir como anda a conscientização de estudantes, professores e
comunidade em geral sobre o seu nível de entendimento quanto a utilização correta do meio
ambiente e principalmente de seus recursos. Os principais questionamentos visavam ao tratamento
dado ao lixo nas escolas, o uso racional da água, o cultivo de plantas e árvores e a adequação de
todas essas ações no ambiente escolar. O proposito é integrar a escola com a natureza,
harmonizando-as em um só ambiente. Pois se entende que os estudantes são uma ferramenta
importantíssima no contexto de disseminar tais conhecimentos em casa e na sociedade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Educação Ambiental (EA) é um termo que acabou sendo divulgado ao longo do tempo, pois
presenciamos que apesar do destaque, os resultados obtidos ficaram muito abaixo do que
prometeram os relatos. Ou seja, atualmente há ainda muitos educadores que tem a teoria como base
da conscientização da EA. Entretanto, tem- se que trabalhar em conjunto tanto na teoria como na
prática para que haja resultados satisfatórios.
Em conformidade com Leff (2001), é preciso que haja uma maior preparação para os
profissionais da educação onde os mesmos devem transmitir o assunto de maneira esclarecedora e
objetiva para os discentes, colocando em pauta o seu conceito, importância e uma busca para a
melhor alternativa de reeducar.
No decorrer da pesquisa foram investigadas as varias nuances no ambiente escolar, tendo em
vista que foi obtido resultados preocupantes em relação ao uso da temática na sala de aula e também
verificou-se que os educadores tratam a implementação das atividades como um fator secundário e
não necessário.
Foi constatado que os professores e os coordenadores entrevistados, que declararam não
realizar trabalhos a respeito da EA, não tiveram Ensino Superior completo ou não tem nenhuma
habilidade em comum relacionada ao tema proposto, Alguns educadores dizem trabalhar a questão
da EA no âmbito escolar, mas fica evidente que esta questão está sendo esquecida por algumas
escolas da rede pública (tanto Estaduais quanto Municipais).
Segundo a Secretaria do Meio Ambiente (SEMAN), não há recursos financeiros para que
haja conscientização e preservação do meio ambiente nos locais de ensino, pois eles apenas
realizam palestras e debates acerca de se obter um bom resultado. Sendo assim, não há nenhuma
dificuldade em repassar o assunto para a comunidade escolar, tendo como melhor forma de
Como pode ser observado na Tabela 1, todas as seis escolas entrevistadas passam por
problemas ambientais, perfazendo uma amostragem no procedimento de avaliação não sendo de
grande diferença se faz parte da rede estadual ou municipal. O fato é que, por mais evidente que
sejam os problemas das escolas investigadas também há de se ressaltar que foram observados
aspectos positivos, como criação de projetos, feiras ambientais, dentre outros. A Figura 2 retrata
uma horta desenvolvida dentro de uma das escolas visitadas:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados deste estudo indicam que a EA apresenta certa dificuldade em ser relacionada
aos princípios da integralidade a um caráter permanente e continuo, pois se deve estar sempre
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades da educação sendo ela dentro ou
fora da escola. Esta dificuldade é tratada na forma como algumas escolas adotam o sistema de
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPRA, F. Alfabetização Ecológica: O Desafio para a Educação do Século 21. In: TRIGUEIRO,
A. (coord.) Meio Ambiente no Século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas
áreas de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
DIAS, G.F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1992.
______. 2001. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 3ª ed. Vozes,
Petrópolis: 343 p
RESUMO
A companhia dos animais domésticos produz efeitos psicológicos, fisiológicos e sociais que são
benéficos para os seres humanos, mas muitas pessoas não os tratam da forma correta, reduzindo a
qualidade e expectativa de vida dos mesmos. Há grande deficiência de trabalhos em educação
sanitária e ambiental, principalmente em comunidades carentes. Diante do exposto, foram
realizadas ações de educação sanitária e ambiental na comunidade da Vila Florestal em Lagoa
Seca/PB, com o intuito de promover melhoria do bem estar e saúde dos humanos e animais.
Inicialmente foram aplicados questionários sobre o tema durante visitas domiciliares, com o intuito
de traçar um perfil da população atendida e nortear as ações educativas. Em seguida, foi realizada
uma palestra na associação de moradores da comunidade e distribuídos panfletos educativos, que
abordavam o tema saúde humana e animal e prevenção de zoonoses. Além disso, dados de
acidentes com mordeduras de cães e gatos foram solicitados em órgãos públicos de saúde do
município. Na palestra realizada, foram abordados conceitos de bem estar animal, guarda
responsável, castração, higiene, zoonoses, entre outras; com o intuito de informar a população sobre
o estabelecimento de uma melhor relação com seus animais domésticos. A maioria dos moradores
da comunidade tem cães e/ou gatos em casa, mas não possuem conhecimento sobre zoonoses e suas
formas de prevenção; ressaltando assim a importância de divulgar tais informações. Os casos de
acidentes com mordeduras no munícipio de Lagoa Seca/PB vêm crescendo a cada ano e a tendência
é aumentar, assim como a transmissão de zoonoses, caso não haja programas educativos que
conscientizem a população. Tais ações educativas podem contribuir para uma melhoria significativa
da saúde humana e animal no município.
Palavras-chave: Zoonoses, mordeduras, cães e gatos, saúde pública, prevenção.
INTRODUÇÃO
A companhia dos animais domésticos produz diversos efeitos benéficos em seres humanos,
dentre eles os efeitos psicológicos (diminuição da depressão, estresse e ansiedade), fisiológicos
(redução da pressão arterial e frequência cardíaca, além do aumento da expectativa de vida e do
estímulo para realização de atividades saudáveis) e sociais (aumento da socialização de criminosos,
idosos, deficientes físicos e mentais e melhoria no aprendizado e socialização de crianças) têm
importância conhecida (SANTANA e OLIVEIRA, 2006).
Porém, grande parte da população não oferece os cuidados e tratamentos adequados aos seus
animais, seja por negligência, falta de informação ou até mesmo crueldade. Deste fato, resultam
inúmeros problemas que afetam tanto seres humanos como animais, tais como abandono dos
mesmos nas ruas (SOTO et al., 2006), causando aumento do número de acidentes de trânsito e
zoonoses (SCHOENDORFER, 2001); redução da qualidade e expectativa de vida dos animais;
além das crias indesejadas, que aumentam ainda mais a superpopulação e o abandono
(BORTOLOTI e D‘AGOSTINHO, 2007); tornando de extrema relevância os programas de
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1404
educação sanitária e ambiental com a finalidade de reduzir esses problemas.
Em vários países, a exemplo do Brasil, a questão do sofrimento de cães e gatos devido ao
desconhecimento ou à inobservância da guarda responsável torna-se relevante, devido ao número de
animais envolvidos. A estratégia de captura e extermínio como método de controle populacional de
cães significou décadas de sofrimento adicional para animais de rua e semi-domiciliados
(MOLENTO, 2007). Esta abordagem, reconhecidamente ineficaz, vem sendo substituída por
alternativas coerentes com as recomendações de diminuição da taxa de renovação da população de
cães e gatos, através de programas de esterilização cirúrgica (MATOS, 2012).
Limbert et al. (2009) ressaltam ainda que a deficiência dos programas públicos de educação
sanitária e ambiental dificulta a percepção e entendimento, especialmente em comunidades
carentes, dos riscos à saúde a que estas pessoas e animais estão expostos. Com o intuito de
minimizar estes problemas, Magalhães et al. (2008) apontam a necessidade de desenvolver a
compreensão de guarda responsável de animais de estimação como um pré-requisito para assegurar
que os animais de companhia recebam os cuidados indispensáveis ao seu bem estar e daqueles com
quem convivem; e ainda que a não assimilação deste conceito contribui para o aumento da
população de cães e gatos e do risco de transmissão de doenças.
Dessa forma, conhecer o perfil de proprietários de animais pode ser de grande valia para os
profissionais da área, incluindo médicos veterinários, especialistas em saúde pública, entre outros; a
fim de que se possam adotar estratégias para divulgar a guarda responsável, o bem estar animal e a
relação destes conceitos com a transmissão das zoonoses, minimizando o abandono e os maus tratos
de cães e gatos (SILVA et al., 2009) e consequentemente promovendo melhorias na saúde pública.
Para tal, tornam-se essenciais as campanhas de conscientização da população através de ações de
educação sanitária e ambiental, estabelecendo o ser humano como parte essencial no processo de
melhoria da qualidade de vida dos animais e da saúde da população.
Diante do exposto, objetivou-se promover a melhoria do bem estar e saúde de seres
humanos e animais de companhia através da educação sanitária e ambiental na comunidade da Vila
Florestal em Lagoa Seca/PB.
METODOLOGIA
Para traçar o perfil das famílias residentes na Vila Florestal de Lagoa Seca/PB em relação à
transmissão de zoonoses e aos cuidados destinados aos animais de companhia, foram realizadas
entrevistas semiestruturadas através da aplicação de questionários sócio comportamentais e
epidemiológicos durante visitas domiciliares, que abordaram questões relevantes para o
conhecimento da forma que os entrevistados tratam e se relacionam com os animais domésticos.
Nestas avaliações, foi dada ênfase às questões relativas às doenças dos animais e prevenção de
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1405
zoonoses.
Além do levantamento realizado com a população em relação aos casos de zoonoses
ocorridos na comunidade e da opinião dos entrevistados em relação ao tema, também foram
solicitados dados reais dos casos de mordeduras, em órgãos públicos de saúde municipal, ocorridos
e no município de Lagoa Seca/PB, onde a Vila Florestal está inserida.
A equipe não se limitou em simplesmente aplicar os questionários, pois durante as
entrevistas, trabalhou com informações básicas em educação sanitária e ambiental para o bem estar
homem-animal, na medida em que procurou esclarecer as dúvidas da população em relação à
guarda responsável e transmissão de zoonoses. Para auxiliar esse processo também foram realizadas
uma palestra na Associação de Moradores da Comunidade e, além disso, foram produzidos e
distribuídos guias de orientação (panfletos educativos) sobre prevenção de zoonoses, bem estar e
cuidados básicos de animais de companhia (Figura 1).
Figura 1. Panfletos educativos sobre prevenção de zoonoses, bem estar e cuidados básicos.
Nas ações educativas foi utilizada metodologia participativa com a integração da equipe
com a comunidade abordando questões relativas à guarda responsável, hábitos de higiene e
preservação da saúde dos animais. Nesse processo, também foi feita a conscientização sobre os
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As entrevistas com a população foram realizadas durante visitas domiciliares, com 100
famílias. Na oportunidade foram entrevistados 21 homens e 79 mulheres, sendo que destes 50% são
solteiros, 45% são casados e 5% são viúvos. No que se refere à escolaridade, 8% são analfabetos,
9% são analfabetos funcionais, 39% cursaram o Ensino Fundamental I, 24% cursaram o Ensino
Fundamental II, 19%, o ensino médio e apenas 1% cursou o ensino superior. A renda mensal da
maioria dos entrevistados não passa de um salário mínimo (89%) e levando em consideração o
índice de potencial de consumo 2013, a maiorias dos entrevistados então dentro das classes D e E.
Das 100 casas visitadas, 68 possuíam animais e 32 casas, não. Sendo que dos 68
entrevistados que possuem animais, 54,41% possuem cães, 10,29% possuem gatos, 30,88%
possuem as duas espécies e 4,41% possuem outros animais; perfazendo um total de 170 animais
(cães e gatos) na comunidade. A predominância de cães nas famílias da comunidade também já foi
observada por meio de várias outras pesquisas realizadas em outras cidades brasileiras, a exemplo
de Botucatu/SP (LANGONI, 2011), Garça/SP (PINHEIRO JÚNIOR, 2006), Dourados/MS
(LIMBERT et al., 2009), Ibiúna/SP (SOTO et al., 2006) e Teresina/PI (SILVA et al., 2009).
Ao serem indagados sobre o conhecimento em relação às zoonoses (Figura 2), 69%
afirmaram que sabiam que os animais podem transmitir doenças e 31% dos entrevistados falaram
que animais não transmitem doenças. Aos que sabiam que animais podem transmitir doença, foi
perguntado qual tipo de doença podiam transmitir, 1% respondeu cansaço, 4% coceira, 17% sarna,
7% não lembra, 6% verme, 28% raiva, 2% bactéria, 16% calazar, 1% tosse, 1% impinge, 2% asma,
3% carrapato, 1% pulga, 1% alergia, 1% toxoplasmose, 1% gripe, 1% leishmaniose.
Também foi perguntado se algum familiar já adquiriu zoonose (Figura 2), 10% falaram que
sim e 90% que não. Dos que responderam sim, 3% citaram impigem, 1% verme, 1% febre, 1% dor
de cabeça, 1% sarna, 1% coceira e 1% leishmaniose. Posteriormente os entrevistados foram
questionados sobre o que os mesmos acham que pode ser feito para evitar a transmissão de
zoonoses; destes, 15% responderam cuidar, 9% vacinar, 13% limpeza, 10% amarrar para não sair de
casa, 3% remédio, 1% matar, 2% banho, 4% não sabem, 4% evitar o contato, 1% lugar para eles
morar, 1% não andar sem sandálias, 1% visitas sanitárias do município, 1% reservar um canto da
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1407
casa para o animal, 1% vermifugação, 1% não criar animais, 1% recolher animais de rua.
Você acha que os animais Quais as doenças você acha que os animais
podem transmitir doenças? podem transmitir?
30
20
50 10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
1. Cansaço, 2. coceira, 3. sarna, 4. não lembro, 5. verme, 6. raiva, 7.
0 bactéria, 8.calazar, 9. tosse, 10. impinge, 11. asma, 12. carrapato, 13.
Sim Não pulga, 14. alergia, 15. texoplasmose, 16. gripe, 17. leishmaniose B
A
Você acha que alguém de sua Qual (is) doença (s) seu familiar adquiriu?
familia já adquiriu alguma doença 4
de animal? 2
100
0
50 1 2 3 4 5 6 7
0 1. impinge, 2. verme, 3. febre, 4. dor de cabeça, 5.
Sim Não C sarna, 6. coceira, 7. leishmaniose D
O que você acha que pode ser feito para evitar essas doenças?
16
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
1. cuidar, 2. vacinar, 3. limpeza, 4. amarrar para não entrar em casa, 5. remédio, 6. matar, 7. banho, 8. não sabe, 9.
evitar contato, 10. lugar para eles morar, 11. não andar sem sandálias, 12. visitas sanitárias do município, 13.
reservar um canto da ca E
Figura 2. Dados em relação às zoonoses de animais de companhia presentes na comunidade da Vila Florestal
em Lagoa Seca/PB. A. Você acha que os animais podem transmitir doenças? B. Quais as doenças você acha
que os animais podem transmitir? C. Você acha que alguém de sua família já adquiriu alguma doença de
animal? D. Qual (is) doença (s) seu familiar adquiriu? E. O que você acha que pode ser feito para evitar essas
doenças.
Em relação aos casos de mordedura ocorridos no município de lagoa seca, foi observado que
nos anos de 2012 um número considerável de 33 pessoas, foram mordidas por seus animais de
estimação. Já em 2013 o número de pessoas mordidas aumentou em relação a 2012, chegando a 66
pessoas mordidas durante todo o ano. E nos primeiros meses de 2014, 31 pessoas já haviam sido
mordidas por cães e gatos no município de Lagoa Seca/PB. As mordeduras causadas por cães são
objeto de grande preocupação devido possibilidade de Transmissão de zoonoses, como a raiva, de
desenvolvimento de infecções secundárias, de sequelas físicas e psicológicas, entre outras (PLAUT
et al., 1996). Estes acidentes constituem, portanto grave problema para a comunidade, para outros
animais e para a saúde pública (MUNDIM, 2005; SCHABBACH,2004). Além disso, os custos
econômicos e sociais direcionados ao tratamento médico dos acidentados são elevados, consumindo
recursos que poderiam ser investidos em programas de promoção à saúde que beneficiariam um
grande número de pessoas (CHANG et al., 1997; OVERALL e LOVE, 2001). Os acidentes
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1408
humanos causados por animais, principalmente os cães, ocorrem numa frequência bastante elevada
no Brasil (DEL CIAMPO et al., 2000).
Mordeduras
100
50
0
2012 2013 2014
Figura 3. Dados de mordeduras por cães e gatos ocorridos na cidade de Lagoa Seca/PB nos anos de 2012,
2013 e 2014.
Levando-se em consideração os 68% dos entrevistados, percebe-se que pouco mais de 17%
já levou seu animal ao veterinário, 11,76% já levou em algum momento e 70,58% nunca visitaram o
veterinário com seu animal. Quando questionados sobre o motivo da visita ao veterinário, os
entrevistados deram as seguintes respostas: doença, envenenamento, tosse, infecção urinária e
virose. Em estudo realizado em Teresina/PI, foi observado que a maioria (75,3%) das pessoas
também nunca levou o cão ao médico veterinário (Silva et al., 2009).
40 40
20 20
0 0
1 2 3 4 1 2 3 4 5
1. Apenas quando tem verme, 2. 1. Contra raiva(campanha do governo), 2. Já tomou 1 ou 2
Sim/periodicamente, 3. Nunca, 4. Tomou uma vez A vezes, 3. Nunca, 4. Contra raiva ( veterinário), 5. Antiviral
B
Figura 5. Dados em relação à vermifugação e vacinação dos animais de companhia presentes na comunidade
da Vila Florestal em Lagoa Seca/PB. A. Seu animal toma vermífugo? B. Seu animal já tomou vacina?
Sobre castração, foi perguntado a todos os tutores (68%) se o animal era castrado (Figura 6);
8,2% falaram que sim, 91,17% falaram que não. Sendo lançada a sugestão de castrar ou não castrar,
54% falaram que não castraria e 46% que castraria. Posteriormente foi perguntado o motivo de
terem respondido que castrariam ou não. Aos que responderam sim, foram obtidos os seguintes
dados: 18% castrariam para não ter filhotes, 2% para que os animais não saíssem tanto de casa, 6%
não tem opinião formada, 9% castrariam para evitar abandono de animais, 1% acha que seria
melhor, 1% castraria para evitar a fome e 1% para evitar sofrimento. Dos que responderam que não
castraria, 7% falaram que não tem coragem, 3% porque o animal toma injeção anticoncepcional,
3% porque quer a reprodução, 2% acham que é maltrato, 1% acha falta de caráter e 2% temem a
morte dos animais. Considerando todos os entrevistados, foi indagado se a castração seria boa ou
ruim no ponto de vista dos mesmos, 49% acham boa, 41% ruim e 10% não tem opinião formada.
No estudo Feito em Botucatu – SP por Langoni et al.(2011), 26% dos animais eram
castrados. Dentre estes, 73% eram cães e 27% gatos. É importante ressaltar que, do total de cães,
29% eram castrados e, do total de gatos, 58,3% eram castrados, demonstrando uma maior
preocupação dos proprietários de gatos com relação à castração. O que diferiu estatisticamente do
nosso estudo.
Um outro fator relevante no contexto de bem-estar animal e guarda responsável é o controle
populacional de cães e gatos. Ações efetivas como o registro e identificação, controle da
reprodução, educação e legislações pertinentes, recolhimento seletivo e ações específicas para
animais comunitários foram recomendadas pela primeira vez por um órgão estadual público no
Brasil em 2005, bem como o manejo etológico em todas as ações (BARROS et al., 2009).
0 0 0
sim Não A Sim Não B Boa Ruim Não Sabe C
Entre todos os entrevistados, 92% respondeu que nunca tinham abandonado um animal e 8%
afirmaram que em algum momento já tinha abandonado (Figura 7). Quanto aos motivos pelos quais
os entrevistados não abandonariam 6% entrevistados responderam por que gosta de animais, 3%
que não tem coragem, 1% respondeu que os animais são a alegria da casa, 1% respondeu que não
abandonaria para o animal não passar fome nas ruas e 1% porque é uma vida.
Quando perguntados se existia muito animais abandonados em sua rua, 74% responderam
que sim e 26% responderam que não. Levando-se em consideração os 74% que responderam sim,
quando foram questionados se esses animais abandonados já tiveram donos, 87,83 responderam que
sim e 12,16% responderam que não. E com relação a alguém ajudar esses animais, 74,32% dos
entrevistados responderem que alguém da rua ajuda e 25,67 responderam que não.
Segundo o Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: com Pena - detenção, de três meses a um ano, e
multa. Como consequência do abandono, a densidade populacional de animais errantes,
vulgarmente denominados ―vira-latas‖, alcança números incalculáveis nas ruas das grandes cidades.
Um dos principais problemas oriundos da superpopulação desses animais decorre de os mesmos
estarem expostos a todo tipo de doenças, intempéries e perigos, sendo vítimas de várias zoonoses,
doenças carenciais e mutilações, constituindo um sério problema de saúde pública. Essa
problemática é agravada em virtude do acelerado grau de reprodução e proliferação desses animais
(SANTANA et al., 2004).
50 0
1 2 3 4 5
0 1. gosta de animais, 2. não tem coragem, 3. são a alegria
Sim Não A da casa, 4. para não passar fome, 5. porque é uma vida B
60 60 60
30 30 30
0 0 0
Sim Não C sim Não D Sim Não E
Figura 7. Dados em relacionado ao abandono de animais de companhia presentes na comunidade da Vila
Florestal em Lagoa Seca/PB. A. Você já abandonou algum animal? B. Motivos de não abandonar. C. Na sua
rua existem animais abandonados? D. Esses animais já foram de alguém? E. Alguém da rua ajuda?
CONCLUSÕES
A maioria dos moradores da comunidade da Vila Florestal em Lagoa Seca/PB tem cães e/ou
gatos em casa, porém os mesmos não têm o conhecimento necessário sobre zoonoses e suas formas
de prevenção; ressaltando assim a importância de divulgar tais informações. Os casos de acidentes
com mordeduras no munícipio de Lagoa Seca/PB vêm crescendo a cada ano e a tendência é
aumentar, assim como a transmissão de zoonoses, caso não haja programas educativos que
REFERÊNCIAS
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Universidade Federal Rural de Pernambuco sobre guarda responsável de animais. In: Anais da 9ª
Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão e Anais da 6ª Semana Nacional de Ciência e
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DEL CIAMPO, L.A.et al. Acidentes de Mordeduras de cães na infância. Revista de Saúde Pública,
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100-106, 2006.
RESUMO
O uso de animais no tratamento de diferentes tipos de deficiência é cada vez mais recorrente e esse
fato ocorre porque os animais são dotados de senciência. Sendo assim, os mesmos precisam de
cuidados adequados de vacinação, vermifugação, alimentação, castração, higiene, segurança,
conforto. Dessa forma, objetivou-se traçar um perfil das famílias da Vila Florestal de Lagoa
Seca/PB em relação ao bem estar animal, a fim de se obter informações de como as pessoas tratam
e relaciona-se com os animais de companhia. Para tal, foram realizadas entrevistas com 100
famílias da Vila Florestal de Lagoa Seca/PB, ocasião na qual foram passadas para população
informações básicas em educação socioambiental para o bem estar animal. Na oportunidade
também foram distribuídos panfletos de orientação para os moradores da comunidade, afim de que
algumas dúvidas fossem esclarecidas em relação à guarda responsável. Tendo em vista que o Centro
de Ciências Agrárias e Ambientais da UEPB (Campus II) localiza-se ao lado da Vila Florestal e
existem alguns cães que vivem no local, foi feita uma palestra sobre bem estar de animais de
companhia e guarda-responsável para a comunidade acadêmica deste campus, onde foi lançada uma
campanha para arrecadação de fundos para realizar a esterilização de alguns animais com risco
potencial de reprodução. Os moradores da comunidade da Vila Florestal em Lagoa Seca/PB
desconhecem aspectos importantes relativos à guarda responsável e de manejo dos animais de
companhia. A pesquisa fornece dados importantes que podem servir de subsídio para futuras ações
pelo bem estar e saúde animal e, além disso, torna evidente a necessidade de ações educativas sobre
guarda responsável, prevenção de doenças e também a necessidade de um serviço público
veterinário para toda a população, contribuindo assim para a saúde pública local.
Palavras-chave: guarda responsável; animais de companhia; comunidades carentes|
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Para a realização das atividades referentes ao projeto, foram realizadas entrevistas com 100
famílias da Vila Florestal de Lagoa Seca/PB em relação ao bem estar dos seus animais de
companhia, através da aplicação de questionários semiestruturados durante visitas domiciliares.
A equipe não se limitou em simplesmente aplicar os questionários, pois durante as
entrevistas, foram passadas informações básicas em educação socioambiental para o bem estar
animal, na medida em que se procurou esclarecer as dúvidas da população em relação à guarda
responsável. Para tal, foram produzidos panfletos de orientação para serem trabalhados e
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1417
discutidos com a comunidade.
Nas ações educativas também foram abordadas questões relativas aos hábitos de higiene,
respeito aos animais e preservação da dignidade, saúde e vida dos mesmos.
Como a Vila Florestal está localizada no entorno do Centro de Ciências Agrárias e
Ambientais (CCAA) da UEPB (Campus II), muitos animais da comunidade entram na instituição
e, como também ocorre em várias universidades brasileiras, alguns desses animais passaram a
permanecer apenas nas dependências do CCAA. Desse modo, vendo-se a necessidade de um
trabalho educativo, também foi feita uma palestra sobre bem estar de animais de companhia e
guarda responsável para alunos, funcionários e professores do curso de Bacharelado em
Agroecologia e Técnico em Agropecuária deste campus.
Na ocasião foi lançada uma campanha para arrecadação de fundos para realizar a
esterilização das cadelas que vivem no campus, sendo que foram esterilizadas cinco cadelas
adultas. No dia da esterilização de cada cadela, foi dado banho e feita à higienização das mesmas
pelos alunos participantes do projeto. Ressalta-se que no segundo semestre de 2012 duas dessas
cadelas adultas tiveram crias, resultando em 15 filhotes, fato que motivou ainda mais o trabalho
educativo e a esterilização das mesmas. Todos os 15 filhotes foram adotados, sendo que quatro
fêmeas também foram esterilizadas através da campanha realizada no campus.
RESULTADOS E DISCURSÃO
50 50 50
0 0 0
Cachorro Gato As duas Outros Fêmea Macho Fêmea Macho
espécies A B C
Figura 1. Animais de companhia presentes na comunidade da Vila Florestal em Lagoa Seca/PB.
A. Espécies. B. Sexo dos cães. C. Sexo dos gatos.
Em relação à forma de aquisição dos animais (Figura 2), dos 68% dos entrevistados que
afirmaram possuir animais, 54,41% declararam que ganharam de algum parente ou vizinho;
19,11%, que adotaram da rua, 10,29%, que adotaram de pessoas ou de ONGs; 2,94%, que
compraram o animal; e 13,23% responderam mais de uma opção. Na grande maioria das vezes, no
momento em que foram adquiridos, estes eram filhotes (60,29%) ou adultos (20,58%). Dentre os
motivos que levaram as pessoas a adquirirem os animais de companhia, gostar de animais
(48,52%), segurança (10,29%) e para as crianças da família brincarem (1,47%) estão entre os mais
mencionados.
De acordo estudo realizado com 242 famílias em Garça/SP por Pinheiro Júnior e
colaboradores (2006), dentre os gatos observados, 36% foram obtidos para companhia e 64% para
outra finalidade; segundo informações destes proprietários, 96% dos gatos recebem atenção de seus
proprietários e apenas 4%, não. Já com relação aos cães, a maioria foi obtida para companhia
(63,89%), para guarda (21,67%) e para outros motivos (14,44%).
Quando questionados a respeito dos cuidados tomados com seus animais sobre a
alimentação, 41,17% falou que alimenta seu animal com comida caseira; 22,05%, apenas com
ração; e 36,76%, com ração e comida caseira. E em relação ao banho dos animais, 39,70%
respondeu que dá banho semanalmente, 27,94% quinzenalmente, 7,35% mensalmente e 10,29%
raramente. Os dados observados relativos à alimentação não diferiram significativamente de estudo
feito por Langoni et al. (2011) em Botucatu/SP, no qual identificou que dentre os entrevistados,
28,3% relataram fornecer tanto comida caseira quanto ração; já 41,4% afirmaram alimentar seus
animais com um tipo de alimento, sendo que 17% destes forneciam comida caseira e 83%, apenas
ração. Em relação à higiene, os mesmos autores observaram que 43,3% das pessoas entrevistadas
recorrem à prática de banhos semanais e 28,3%, com frequência mensal; os demais não higienizam
seus animais. Esses dados diferem do que foi observado nesta pesquisa, em que de forma geral,
grande parte dos proprietários não tem o hábito de dar banho nos seus animais.
É importante considerar que uma alimentação saudável e hábitos de higiene são
extremamente importantes para manter a saúde do animal, reduzindo assim o risco de transmissão
das doenças conhecidas como zoonoses, tanto para outros animais como para os seres humanos
(SAÚDE, 2003; BROOM e MOLENTO, 2004; SANTANA e OLIVEIRA, 2006).
Quando o assunto foi adoção (Figura 6), entre os entrevistados que tem animais, 44,11%
responderam que adotariam um animal, 54,41% não adotariam e 1,47% talvez. Considerando os
Dos 68% dos entrevistados, quando questionados se em algum momento seus animais
tinham dado cria, 29,41% respondeu que sim e 70, 58% respondeu que não (Figura 7). E no intuito
de avaliar qual destino das crias destes animais, os mesmos foram indagados sobre o que fizeram
com os filhotes, destes 4 entrevistados responderam que deixaram na própria casa, 3 responderam
que os filhotes tinham morrido, 6 afirmaram que tinham encaminhado os filhotes para adoção e 1
entrevistado respondeu que tinha abandonado os filhotes no lixão. Essas crias poderiam ser evitadas
através da esterilização cirúrgica e dessa forma ser reduzido a superpopulação e o consequente
abandono dos animais (BORTOLOTI e D‘AGOSTINHO, 2007), como preconizado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) (SAÚDE, 2003). A OMS considera ineficientes as
atividades isoladas de recolhimento preconiza as ações para conter a falta de responsabilidade do
ser humano quanto à guarda dos animais (WHO, 1990).e eliminação de cães e gatos como
finalidade de controle populacional e, além disso,
50
0
1 2 3 4
0
Sim Não 1. ficou na minha casa, 2. morreram, 3. doação, 4. abandonou no lixão
A B
Figura 7. Dados em relacionado às crias de animais de companhia presentes na comunidade da Vila Florestal
em Lagoa Seca/PB. A. Seu animal já deu cria? B. O que você fez com os filhotes?
Entre todos os entrevistados, 92% respondeu que nunca tinham abandonado um animal e 8%
afirmaram que já havia abandonado (Figura 8). Quanto aos motivos pelos quais os entrevistados
não abandonariam 6% entrevistados responderam por que gosta de animais, 3% que não tem
coragem, 1% respondeu que os animais são a alegria da casa, 1% respondeu que não abandonaria
para o animal não passar fome nas ruas e 1% porque é uma vida. Quando perguntados se existia
muito animais abandonados em sua rua, 74% responderam que sim e 26% responderam que não.
Levando-se em consideração os 74% que responderam sim, quando foram questionados se esses
animais abandonados já tiveram donos, 87,83 responderam que sim e 12,16% responderam que não.
Segundo o Art. 32. da Lei Federal de Crimes Ambientais abandonar, praticar ato de abuso,
maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é
crime, passível de pena (detenção de três meses a um ano e multa). Como consequência do
abandono, a densidade populacional de animais errantes, alcança números incalculáveis nas ruas
das grandes cidades. Um dos principais problemas oriundos da superpopulação desses animais
decorre de os mesmos estarem expostos a todo tipo de doenças, intempéries e perigos, sendo
vítimas de várias zoonoses, doenças carenciais e mutilações, constituindo um sério problema de
saúde pública. Essa problemática é agravada em virtude do acelerado grau de reprodução e
proliferação desses animais (SANTANA et al., 2004), que poderia ser evitada com programas de
esterilização em massa, por parte do poder público (GARCIA et al., 2008).
Quando questionados sobre a prática da eutanásia (Figura 9), 29% afirmaram que
60 10
40
0
20 1 2 3 4 5 6 7 8 9
1. deixava morrer naturalmente, 2. não tem coragem, 3. soltava, 4. para não
0 sofrer, 5. ficar doente é pior, 6. depende da doença, 7. não tem opinião, 8. só
Sim Não se não tiver mais jeito, 9. só se for rápido B
Figura 9. Dados em relacionado ao abandono de animais de companhia presentes na comunidade da Vila
Florestal em Lagoa Seca/PB. A. Você eutanasiaria seu animal? B. Motivo.
Confirmando o que foi observado nesta pesquisa, na qual a grande maioria dos entrevistados
demonstrou-se contra a eutanásia, Rowan (1994) afirma que a eutanásia de cães com saúde é
inaceitável numa sociedade que busca animais de companhia; como segundo aspecto, considera a
eutanásia um foco central de uma sociedade consumista que vê o animal como objeto descartável.
Beaver et al. (2001) explica que o termo eutanásia, oriundo do grego, significa morte boa e quando
necessária, deve ocorrer com um mínimo de sofrimento possível, tanto para o animal, quanto para a
pessoa que a executa.
No trabalho educativo realizado no Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da UEPB
observou-se claramente um grande envolvimento, principalmente por parte dos alunos; não apenas
dos participantes do projeto, mas de grande parte do corpo discente deste Centro. No total foram
esterilizadas cinco cadelas adultas que vivem no Campus e quatro cadelas adolescentes que foram
adotadas (Figura 10), resultando em enorme benefício para as mesmas, para o CCAA e para os
adotantes, devido ao controle populacional.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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GRANDIN, T.; JOHNSON, C. O bem-estar dos animais: proposta de uma vida melhor para todos
os bichos. São Paulo: Rocco, p. 334, 2010.
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presença de crianças nas residências no município de Pinhais-PR. In: Anais do 17º Evento de
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WHO. (1990). World Health Organization. Guidelinesor dog population management. Geneva:
WHO/ WSPA.
RESUMO
A Educação Ambiental (EA) é uma ferramenta básica da gestão ambiental e como tal deve propor
estratégias pedagógicas de resgate dos elos afetivos da comunidade com seu espaço de vida, no
intuito de criar uma cultura enraizada em valores éticos capazes de mediar e transformar as relações
entre a sociedade e a natureza. Nesse contexto, o Projeto de Extensão ora apresentado objetiva
contribuir com a ampliação e o aprofundamento de debates na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Quinze de Novembro do quilombo da Serra do Evaristo – Baturité/Ceará, onde estão
sendo atendidas 48 crianças de 12 a 15 anos em oficinas entorno da temática socioambiental,
através da formação e fortalecimento de uma Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida
(COM-VIDA), construindo assim um ambiente comunitário favorável às iniciativas que valorizem
o protagonismo juvenil e o processo de democracia participativa junto ao Poder Público. Para tanto,
utilizamos a EA como forma de sensibilizar e esclarecer aos jovens participantes sobre as questões
que perpassam a relação do homem com meio ambiente em aspectos como economia, sociedade,
cultura, natureza e política, na tentativa de refletir sobre quem somos e como cuidamos do lugar
onde vivemos.
Palavras-chaves: Gestão Ambiental, Tecendo Redes, COM-VIDA.
ABSTRACT
The Ambient Education (AE) is a tool basic of management ambient and certain must suggest
strategies educative of ransom of the community‘s links affective with your space of life, in the
pretension to create a culture rooted in valors ethic able to mediate and transform the relations
73
Doutoranda UFC e Bolsista PROAPP
INTRODUÇÃO
Em uma comunidade sustentável, as pessoas cuidam das relações que estabelecem com os
outros, com a natureza e com lugares onde vivem. Essa comunidade aprende, pensa e age
para construir o seu presente e o seu futuro com criatividade, liberdade e repeito às
diferenças. (MMA/MEC, 2007)
74
As COM-VIDAs surgiram a partir de uma reivindicação dos jovens delegados participantes da 1ª conferência
Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, realizada em Brasília no ano de 2003.
[...] a EA não pode ser reduzida a uma simples visão ecologista, naturalista ou conservadora
sem perder legitimidade social, por uma simples questão ética, e sem perder sua coerência,
porque a resolução dos problemas socioambientais anteriormente apresentados se localiza
no campo político e social, na superação da pobreza, na desaparição do analfabetismo, na
geração de oportunidades, na participação ativa dos cidadãos. (p.398).
Tentar travar o avanço das cidades apenas com o apelo ecológico seria um processo
complexo pelo sistema o qual estamos inseridos. A EA precisa despertar uma reflexão sobre o
modelo de desenvolvimento econômico vigente, este cravado em valores não sustentáveis, nada
éticos, sem justiça social e solidariedade e onde a cooperação não é estimulada. Nesse caso, a EA
deverá ajudar a estabelecer uma relação entre os seres vivos e um ecossistema equilibrado e suas
consequências quando eles não estabelecem uma harmonia.
A escolha por Baturité, e em específico pela Comunidade Quilombola da Serra do
Evaristo75, não foi em vão e tampouco apenas com vistas a usá-la para exemplificar conceitos já
difundidos na nossa sociedade. A escolha se deu mediante a observação de alguns problemas
ambientais identificados a partir de um questionário socioeconômico aplicado junto a 5% das
famílias remanescentes de escravos, onde problemas como o lixo, a escassez de água, a degradação
do solo pelo plantio de bananeiras e o difícil acesso foram elementos que nos estimularam nesta
escolha.
Vale ressaltar que de acordo com Souza (2011)
A serra de Baturité constitui um dos mais importantes enclaves de mata úmida do Ceará.
Representa um ambiente de exceção do bioma da caatinga e (...) têm implicações positivas
que motivam o adensamento demográfico e potencializam a pressão sobre a base dos
recursos naturais. (p.19).
O autor ainda destaca alguns dos problemas que vem ocorrendo na serra de Baturité:
Dentre os muitos problemas ambientais ali configurados, cabe destaque aos seguintes:
desmatamentos irregulares e sem obediência à legislação pertinente; degradação da
biodiversidade; turismo predatório; erosão dos solos; degradação de nascentes fluviais com
ressecamento de fontes e olhos d‘água; represamentos irregulares e desvios dos corpos
hídricos superficiais; poluição dos solos e dos recursos hídricos; degradação do patrimônio
natural; desequilíbrio ecológico e proliferação de doenças; queimadas; caça predatória.
Dentre outros. (SOUZA, 2011, p.19).
75
A Comunidade Quilombola da Serra do Evaristo é uma das comunidades tradicionais existentes do Ceará,
reconhecida pela Fundação Cultural Palmares e com processo de reconhecimento junto ao Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
Essas mudanças podem ser refletidas diretamente em sua qualidade de vida, e aqui
ressaltamos que dentre as abordagens classificatórias dos estudos sobre qualidade de vida (DAY;
JANKEY, 1996), que seriam a econômica, a psicológica, biomédica e geral ou holística. Dentre
estas, optamos por trabalhar com a última, onde essas abordagens gerais ou holísticas baseiam-se na
premissa segundo a qual o conceito de qualidade de vida é multidimensional, apresenta uma
organização complexa e dinâmica dos seus componentes, difere de pessoa para pessoa de acordo
com seu ambiente/contexto e mesmo entre duas pessoas inseridas em um contexto similar.
Características como valores, inteligência, interesses são importantes de serem considerados. Além
disso, qualidade de vida é um aspecto fundamental para se ter uma boa saúde e não o contrário
(RENWICK; BROWN, 1996).
FORMAÇÃO DA COM-VIDA
76
A Agenda 21 é um plano de ação aprovado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, a Rio-92, realizada no Rio de Janeiro. Na Agenda 21 estão definidos os compromissos que 179
países assinaram e assumiram de construir um novo modelo de desenvolvimento que resulte em melhor qualidade de
vida para a humanidade e que seja econômica social e ambientalmente sustentável.
Acredito que o projeto tem contribuído bastante na integração das crianças a reflexão sobre
a própria realidade local da comunidade tem favorecido com que os meninos inclusive
possam falar mais, desenvolver a oralidade, mas também essa reflexão sobre a realidade,
tem sido bastante positiva na nossa avaliação enquanto comunidade enquanto escola...Eu
acho um pontapé inicial esse trabalho que está sendo feito. Não tenho dúvida que todo o
trabalho, a proposta e metodologia adotada, não tenho dúvida de que isso ficará alguma
coisa na memória dela, na consciência e que isso vai implicar numa mudança, numa visão
de comunidade, de escola de mundo diferente, fazendo com que ela possa, inclusive, ser um
adulto diferente. (Evandro Clementino Ferreira, liderança do quilombo da Serra do
Evaristo, Entrevista realizada em set de 2014).
É um processo de interação permanente que ocorre não apenas no momento das oficinas
ministradas para as crianças quilombolas, mas quando dialogamos com os pais, participamos de
reuniões com as lideranças, propomos novas ações, a exemplo do desenvolvimento da cartografia
social da comunidade, ou ainda da catalogação dos alimentos tradicionais produzidos no quilombo e
mesmo no levantamento dos alimentos enquanto cura, os quais possuem um modo próprio de serem
elaborados. Ou seja, a pesquisa-ação intervém em situações reais e não em situações de laboratório.
Após a fase de apresentação, informação e sensibilização junto à escola, foram iniciadas
reuniões de planejamento e as atividades de formações dos bolsistas envolvidos que culminaram na
elaboração da proposta de Agenda de Atividades no Quilombo (Quadro2):
Na nossa primeira aula aplicamos as oficinas Muro das Lamentações, Árvore dos sonhos e
Pedras no Caminho. A primeira oficina consistia em colocarmos no papel os principais problemas
ecológicos da comunidade. Após a construção do muro, montamos nossa Árvore dos sonhos, onde a
proposta era ―dar vida‖ a nossa árvore com os anseios de como seria a comunidade ideal. Por último
pedimos para que as crianças descrevessem os possíveis empecilhos, os possíveis problemas que
impediriam a concretização dos sonhos descritos na árvore. Intitulamos essa última oficina de
Pedras no Caminho.
Após esse primeiro contato, estivemos presentes na comunidade por mais quatro semanas, e
as atividades subsequentes foram efetivamente voltadas para a Educação Ambiental e para a
abordagem dos problemas locais identificados nas primeiras oficinas. Um dos problemas
mencionados foi o do excessivo número de queimadas. No nosso segundo encontro, explicamos a
importância do ar, como as queimadas prejudicam sua qualidade, os prejuízos que causam no solo e
os possíveis transtornos a biodiversidade da fauna local.
Nossa terceira aula foi sobre o resgate da memória e da cultura da comunidade. Mostramos
que toda a história só é possível se a preservarmos. Sugerimos na aula anterior que cada aluno
trouxesse um artigo que descrevesse um pouco sobre a história da comunidade e tais artigos foram
apresentados nesse encontro. No mesmo dia aplicamos a oficina Mapas Locais, baseada na
formação de um mapa da comunidade pela visão das crianças,
Destinamos o quarto e o quinto encontro para debater sobre o problema do lixo. Temas
como desperdício, consumo consciente, reaproveitamento, reciclagem, tipos de materiais, coleta
seletiva, lixo eletrônico, resíduos sólidos e compostagem foram abordados nessas duas aulas.
Simulação de coleta seletiva, confecção de cartazes com a temática dos 3Rs (reciclar, reutilizar e
reduzir) e a confecção de brinquedos utilizando o que seria descartado no lixo foram as oficinas
escolhidas e aplicadas nesses dois encontros.
Vale ressaltar que antes de iniciar qualquer atividade do dia, antes da aplicação dos
conteúdos programáticos, procuramos realizar atividades que buscam quebrar o gelo inicial e assim
promover uma melhor interatividade da equipe com a turma. A escolha dessas atividades é sempre
pautada na formação pessoal e social das crianças como, por exemplo, liderança, diversidade,
convivência, tomada de decisão, interação, trabalho em grupo entre outras.
Como já mencionamos, o maior desafio do projeto é desenvolver novos valores no que se
refere a Educação Ambiental. As aulas e as oficinas são pensadas nesse novo modelo de educação,
uma educação transformadora.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>.Acesso em 12 de setembro de 2014.
DAY, H.; JANKEY, S.G. Lessons from the literature: toward a holistic model of quality of life. In:
RENWICK, R.; BROWN, I.; NAGLER, M. (Eds.). Quality of life in health promotion and
rehabilitation: conceptual approaches, issues and applications. Thousand Oaks: Sage, 1996.
LIMA, Anna Erika Ferreira, et all. Tecendo Redes – O caminho de um projeto de Educação
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Sustentabilidade. Fortaleza: Edições UFC, 2009.
RENWICK, R.; BROWN, I. The center for health promotion’s conceptual approach to quality of fi
fe. In: RENWICK, R.; BROWN, I.; NAGLER, M. (Eds.). Quality of life in health promotion and
rehabilitation: conceptual approaches, issues and applications. Thousand Oaks: Sage, 1996.
p.75-86.
SANTOS, M. A natureza do espaço – Técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Ed. Hucitec,
SP. 1996.
SOUZA, Marcos José Nogueira de, et all. Serra de Baturité: Uma Visão Integrada das Questões
Ambientais. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2011
RESUMO
As espécies nativas trazem benefícios aos centros urbanos, como adaptação, atração da avifauna e
propagação de espécies. Seu conhecimento é importante para desenvolver estratégias de
conservação e aproveitamento racional dos recursos naturais. Este trabalho tem como finalidade a
coleta de sementes de várias espécies nativas presentes no fragmento florestal ―Brejo de Altitude‖
existente no Campus III da UFPB/Bananeiras, PB, produção de mudas e a sua posterior distribuição
no Campus e nas comunidades escolares dos municípios de Bananeiras e Solânea. O trabalho foi
conduzido no Viveiro de Produção de Mudas do CCHSA/Bananeiras, a partir de maio de 2013. As
sementes de várias espécies (coaçú, madeira nova, oiti e saboneteira) foram coletadas no fragmento
florestal e, após coleta as mesmas foram beneficiadas. Foram utilizados sacos plásticos de
polietileno preto, contendo substrato com terra + esterco bovino na proporção 3:1. Para algumas
espécies, foi feita a repicagem e para outras, a semeadura foi diretamente nos saquinhos. As mudas
produzidas foram de Triplaris surinamensis, Licania tomentosa, Pterogyne nitens e Sapindus
saponaria. Houve durante alguns eventos a distribuição dessas mudas, visando à conscientização da
comunidade acadêmica e técnica da Instituição em relação à preservação do meio ambiente.
Conclui-se que a coleta de sementes de várias espécies nativas foi efetuada com a consequente
produção de mudas em viveiro e distribuição na comunidade. Mudas de oiti, coaçú, madeira nova e
saboneteira foram produzidas e distribuídas no Campus bem como plantadas no próprio Campus,
visando a recuperação de áreas degradadas.
Palavras-chave: Ecologia; Plantio; Conscientização.
INTRODUÇÃO
Figura 1. Peneiramento de substrato, enchimento dos recipientes para a produção de mudas de espécies
nativas no Viveiro de Produção de Mudas do CCHSA, Bananeiras.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1443
Após transplantio ou semeadura direta nos recipientes plásticos, foi feita semanalmente a
limpeza (retirada de plantas daninhas) ao redor da área onde encontravam-se os recipientes e no
próprio recipiente, evitando, dessa forma, a competição com as plantas daninhas.
É importante salientar que, dependendo da espécie florestal, as sementes por apresentarem
dificuldade em germinar (dormência), passaram por processos de quebra de dormência; outras
foram submetidas ao armazenamento sob condições ambientais, visando verificar o período em que
as sementes podem permanecer viáveis ou não, porque dependendo da condição em que elas são
guardadas, isto pode comprometer a sua qualidade.
As sementes de oiti, por exemplo, foram coletadas em diferentes estádios de maturação e
armazenadas em sacos de plástico de cor transparente, por diferentes períodos: zero, 30, 60 e 90
dias, sob condições ambientais. Após cada período de armazenamento, as mesmas foram retiradas
dos sacos, e levadas ao Laboratório de Solos da UFPB, para determinação do teor de água; como
também para serem semeadas em bandejas, contendo areia lavada. A emergência das plântulas era
acompanhada diariamente, bem como a rega e a limpeza das plantas daninhas. Posteriormente, foi a
repicagem das plântulas para sacos de polietileno preto de maior dimensão, por ter rápido
desenvolvimento.
Todas as mudas produzidas permaneceram no viveiro por um período de aproximadamente
seis meses até a sua distribuição posteriori nas escolas ou na comunidade universitária. No caso da
saboneteira (Sapindus saponaria L.), foi verificada a dureza da sua casca. Neste caso, foram feitos
vários tratamentos pré-germinativos, visando superar a dormência das sementes.
Com relação às sementes de madeira nova, estas foram plantadas diretamente em bandejas
contendo areia lavada, porém sem efetuar nenhum tratamento pré-germinativo. Como poucas
sementes germinaram devido a dormência tegumentar que elas apresentaram (se desconhecia tal
fato), foi conduzido novamente um ensaio, e dessa vez, efetuando como tratamento, a escarificação
física, utilizando a lixa, visando acelerar e uniformizar a germinação das sementes.
É importante ressaltar que, logo após a semeadura, seja em bandejas ou em recipientes
plásticos, as leituras e a irrigação dos recipientes foram feitas diariamente no viveiro, fazendo-se o
acompanhamento diário de todo o processo de germinação e o desenvolvimento da muda.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As mudas produzidas foram das espécies: coaçu (Triplaris surinamensis), oiti (Licania
tomentosa), madeira nova (Pterogyne nitens) e saboneteira (Sapindus saponaria).
No dia do Meio Ambiente (05/06/2013), por exemplo, houve a distribuição de mudas das
mais variadas espécies, visando a conscientização da comunidade acadêmica e técnica da
Instituição em relação à preservação do meio ambiente. Durante o período da manhã, membros da
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1444
equipe da Coordenação do Meio Ambiente e discentes do campus se dividiram em dois grupos:
parte ficou na entrada do Campus, via Solânea e parte, via Bananeiras. A intenção era atingir o
máximo número de pessoas que entravam em seu interior. Para cada condutor que entrava, lhe era
dado uma muda de alguma espécie nativa, conscientizando-o e ressaltando a importância de se
plantar uma árvore. Na segunda etapa deste trabalho, vão ser ministradas palestras nas escolas do
município de Bananeiras com posterior distribuição de mudas. O que se deseja atingir com essa
conscientização ambiental e distribuição de mudas pode ser resumido em dois pontos básicos:
valorizar as espécies deste Bioma tão carente de estudos e/ou pesquisas científicas e, sobretudo,
despertar na comunidade o interesse pela preservação ambiental e cultivo de árvores, fazendo com
que a mesma enxergue que, sem elas, o ambiente, a nossa sobrevivência e o futuro nosso e das
próximas gerações, estarão comprometidos.
Foram produzidas no Viveiro de Produção de Mudas, aproximadamente, 700 mudas das
espécies citadas. No caso das espécies coaçú e oiti, em torno de 100, por conta da limitação de
sementes.
Além dessas atividades já descritas, é importante ressaltar a realização de um evento
marcante que ocorreu no Campus III da UFPB que foi a EXPOTEC/2013 (Figura 2) onde na
ocasião foi ministrado um mini curso ―Produção de mudas florestais nativas‖ no dia 24 de Outubro
2013, abordando-se os seguinte temas: coleta de sementes de espécies nativas, beneficiamento,
semeadura direta em recipientes, transplantio, acompanhamento do desenvolvimento das mudas,
irrigação, tratos culturais, etc.
Além desse minicurso, foi também efetuado o plantio destas mudas no Bosque do Futuro,
localizado na chã do Campus (Figura 3). A finalidade é recuperar tais áreas, uma vez que a espécie
nativa tem esse potencial de recuperação do solo.
No CCA em Areia, no evento de Iniciação Científica e Extensão da UFPB, foi realizada uma
oficina intitulada ―Produção de Mudas Nativas no Bioma Mata Atlântica‖ (Figuras 4 e 5), onde na
ocasião, ao término da oficina, foram distribuídas mudas para todos os participantes.
Figura 5. Mini-Curso ―Produção de mudas de espécies nativas‖ no CCA, AREIA no evento de Iniciação
Científica/ 2013.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
DIAS, J.; COSTA, D. Sugestões de Espécies Arbóreas Nativas Ocorrentes no Sul do Estado do
Paraná para Fins Ornamentais. In: ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E MOSTRA
DE PÓS – GRADUAÇÃO, 8, 2008. Paraná. Anais... FAFUV, 2008.
MACIEL, J. L.; COGNATO, B. B.; BOFILL, C. M. et al. Educação Ambiental como ferramenta
para a manutenção da arborização urbana de Porto Alegre - RS. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA, Manaus. Anais...: SBAU, 2008.
ROSA, L. dos S.; SOUSA, R. J.; COSTA, A. P. Germinação de sementes de Triplaris surinamensis
Chan (Tachi Preto da Varzea) provenientes de frutos com diferentes graus de maturação. In:
CONGRESSO E EXPOSIÇAO INTERNACIONAL SOBRE FLORESTA, 6., 2000, Porto
Seguro. Anais... Rio de Janeiro: Institute Ambiental Biosfera, 2000. p. 134-135.
RESUMO
Constantemente o ser humano evolui em sua forma de se adaptar ao meio em que vive, constrói
estradas, casas, muda o curso das águas e transforma a queda das mesmas em energia, para sua
melhor comodidade. Acontece que o planeta Terra já exibe as marcas de tantas alterações, e cobra
de nós ações para reverter os impactos que causamos, pois é comum observar desequilíbrios nos
biomas por exploração indevida. É bem verdade quando muitos filósofos e pensadores dizem que a
melhor formar de mudarmos situações é o caminho da educação, e que ela transforma as pessoas e
ensina novas formas de viver e crescer no mundo que nos rodeia. A Educação Ambiental (EA) tem
como uma de suas principais metas modificarem os hábitos e pensamentos humanos para que
possamos contribuir para a preservação da natureza para a garantia de uma boa qualidade de vida
para todos, até mesmo das gerações futuras. O presente estudo busca discutir e analisar as
contribuições e avanços da EA, além de identificar propostas educacionais em defesa do meio
ambiente. Através da leitura de diversos trabalhos relacionados ao tema, podemos observar a
evolução da disseminação da EA e de como ela tem ajudado a colaborar com a formação de
cidadãos conscientes, e dispostos a contribuir para um futuro melhor. Percebemos que muito ainda
deve ser feito, mas é gratificante notar significativas mudanças e medidas criativas e eficazes que
vem acontecendo com o passar dos anos, e que a cada vez mais a sociedade vem adotando uma vida
sustentável e ecologicamente correta.
Palavras-chaves: Educação; Meio Ambiente; Preservação.
ABSTRACT
Humans constantly evolves in its form to adapt to the environment they live in, build roads, houses,
changes the course of the water and turns the fall of the same energy, for better convenience. It
INTRODUÇÃO
Diante dos desafios impostos a sociedade moderna advindas da globalização e fácil notar no
âmbito desse processo as principais consequências, do consumo exagerado ocasionando por uma
grande produção de resíduos, que caracteriza um dos principais problemas ambientais, além da
derrubada de arvores, caça proibida, tráficos de animais, poluição do ar e da água entre muitos
outros. Portilho (2005) resalta bem, quando diz que o planeta está chegando num ponto cada vez
mais crítico, observando-se que não pode ser mantida a lógica prevalecente de aumento constante
do consumo, sendo possível facilmente verificar os seus impactos no plano ecológico global.
Para reverter esse quadro de agressão ambiental, varias discussões foram feitas, e o ser
humano percebeu a necessidade de repensar seu modelo estratégico de crescimento econômico e
desenvolvimento social, e decidiu criar meios de diminuir e controlar a exploração não planejada de
seus recursos ambientais. Pedrine (2001) afirma que, leis foram criadas, punições para aqueles que
não seguiram as regras foram adotadas, mas estas medidas não foram suficientes, então foi
resolvido que essas mudanças deveriam ser associadas a processos educativos para produzir pessoas
conscientes de seus deveres e direitos coletivos.
Compreende-se que a Educação Ambiental prepara o cidadão para que este questione o
modelo de desenvolvimento implantado em seu Município, avalie sua qualidade de vida,
reflita sobre seu papel na sua comunidade e sobre seus hábitos e atitudes. A EA procura
instrumentalizá-lo para que construa uma relação mais harmônica entre o meio natural e o
meio sócio-cultural. O cidadão educando vai educar seus filhos e netos e o processo não
Mais especificamente, o presente estudo tem por objeto verificar e discutir avanços obtidos
pela Educação Ambiental com relação as suas contribuições e realizações acerca das mudanças de
hábitos, pensamentos, ações, contribuições e realizações, além de resultados alcançados por meio da
educação, buscando possíveis propostas educacionais dirigidas ao meio ambiente,que contribuíram
de forma positiva na preservação de todas as riquezas naturais.
METODOLOGIA
O trabalho constitui-se de um estudo qualitativo por meio de uma revisão literária de artigos
de anos anteriores sobre a Educação Ambiental, visando observar o desenvolvimento da mesma e o
crescimento de suas contribuições educacionais quanto ambientais, além de identificar novas e
ideias ou conceitos sobre o tema citado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Brasil reconhece que: ―Todos tem
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder e coletividade o poder de
defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações. Para assegurar a efetividade
desse direito, incumbe ao Poder Público: Promover a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do Meio
Ambiente.‖(CUNHA et al, 1995).
No que diz respeito a problemática ambiental, Lemos e Higuchi (2011) cita que ,em
particular a ocupação desordenada de espaços naturais, a falta de cuidado com recursos hídricos, os
desmatamentos e queimadas de florestas nativas que culminam com a perda da biodiversidade, as
dificuldades na aplicação de políticas públicas para o saneamento, a vulnerabilidade de fontes de
energia nuclear e outros tantos descalabros da sociedade contemporânea expressam acima de tudo
uma crise social. ―Além disso, a exploração crescente dos recursos naturais de maneira excessiva
coloca em risco as condições físicas de vida na Terra na medida em que a economia capitalista
exige um nível e um tipo de produção e consumo que são ambientalmente insustentáveis.‖
(Portilho, 2005). ―É fato que um quarto da população mundial que vive nos países desenvolvidos
demanda nada menos do que três quartos dos recursos naturais do planeta, restringindo assim a
capacidade dos países em desenvolvimento para aumentar de forma sustentável seus níveis de bem
estar.‖ (Portilho, 2005). Comprovando a questão do consumo exagerado por alguns e a fala de uma
distribuição de recursos de forma igualitária e correta ecologicamente.
Tendo tudo isso como fato verídico, possivelmente por anos as questões ambientais serão
debatidas a fio, pensamentos iguais e diferentes se entrelaçam para a busca de medidas efetivas de
Tendo como ponto de partida de que a Educação busca formar cidadãos conscientes,
capazes de reivindicar e lutar por uma melhor qualidade de vida, inclusive fazendo valer
seu direito de acesso aos bens e serviços públicos, acredita-se que, a parti da elaboração e
implementação de um projeto político-pedagógico que além dos conteúdos exigidos da
educação básica, contemple também, de forma interdisciplinar, as questões referentes à
Educação Ambiental, a escola venha, com está ação, a se construir em mecanismo eficiente
para que se tenha, mesmo a médio e longo prazos, um meio ambiente equilibrado (CUNHA
et al, 1995).
Através de meios educativos podemos encontrar soluções efetivas e novas ideais que
ajudaram a reverter boa parte dos problemas ambientais, é claro que sabemos que as escolas travam
diariamente dezenas de batalhas em busca de melhorias e formas de possibilitar melhor aprendizado
a seus alunos, mas estamos certos que a educação é a forma mais correta de efetivar mudanças de
hábitos, levantar novas questões e formar pessoas integras e capazes de contribuir com o
compromisso ambiental.
Nos últimos anos, houve alguns avanços na forma de pensar e agir. ―O grande desafio é de
influenciar e modificar o pensamento das pessoas em relação ao consumo.‖ (PORTILHO, 2005). É
um fato de que boa parte de tudo que precisamos para manter nossa sobrevivência vem da natureza,
como recursos alimentícios, médicos e tantos outros. Mas o que acontece é o problema do mau uso
e da extração obsessiva, que movimenta a economia de poucos e que por varias vez falta para
benefício de muitos. Portilho (2005) também aborda que um quarto da população mundial que vive
nos países desenvolvidos demanda nada menos do que três quartos dos recursos naturais do planeta,
restringindo assim a capacidade dos países em desenvolvimento para aumentar de forma sustentável
seus níveis de bem estar. A educação ambiental pode ajudar a mudar esses casos, empregando nas
escolas tanto públicas como privadas a ideia de vida e consumo sustentável priorizando o bem estar
de toda a sociedade e natureza. Tomando como apoio as palavras de Cunha et al (1995), a EA tem
como principais finalidades proporcionar, a todas as pessoas, a possibilidade de adquirir os
conhecimentos, o sentido dos valores, as atitudes, o interesse ativo e as ações necessárias para
proteger e melhorar o meio ambiente, além de induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos
grupos sociais e na sociedade em seu conjunto, a respeito do meio ambiente.
―Ao confinar a educação ambiental quase exclusivamente ao ensino de biologia, acaba por
reduzir a abordagem necessariamente complexa, multifacetada, ética e política das questões
ambientais aos seus aspectos biológicos (GRÜN, 1996)‖. Deve-se retirar a ideia de que as questões
ambientais devem ser somente referidas as ciências biológicas, por observar que todas as disciplinas
escolares podem dar sua contribuição para a preservação ambiental, garantindo a formação de um
novo cidadão cada vez mais familiarizado como os problemas que o cercam e disposto a resolve-
los. Estimulando a interdisciplinaridade, podemos disseminar com muito mais êxito as mudanças de
hábitos e opiniões a cerca do tema, tornando ainda possível reverter o prejuízo que criamos.
O caminho para mudança ainda é longo e cheio de complicações, a educação é de longe o
meio mais efetivo para induzir a tomada de decisões e transformações. Percebe-se que muito foi
mudado e que vários passos foram efetivados contribuindo positivamente nessa luta de preservação
ambiental, mas há muito a ser feito. Portilho (2005) diz que o termo sociedade sustentável começa a
assumir uma visibilidade, e amplia o espectro de atores que consideram que suas ações passam a
fazer parte de um repertório compartilhado por aqueles que veem na mudança de comportamentos e
escolhas a possibilidade de interferir na qualidade do meio ambiente. Já Lima (1999) Parte da
premissa básica de que a educação e a problemática ambiental são, antes de tudo, questões políticas
que envolvem valores, interesses e concepções de mundo divergentes, e que podem assumir
direções mais conservadoras ou libertadoras.
CONCLUSÃO
Entre tantas opiniões enriquecedoras de fato, é extremamente claro perceber que inserir
questões eticamente ecológicas e transformadoras nesta sociedade em que vivemos é uma tarefa
difícil, mas não impossível. Os professores tem o poder de indicar rumos e de tocar seus alunos por
meio da educação, e através de ensinamentos que inspiram mudança de concepções e opiniões.
Vários passos foram dados para preservação ambiental desde a criação da EA até agora, mas há
REFERÊNCIAS
BOFF, L. Saber Cuidar: ética do humano - compaixão pela terra. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
CUNHA, F.A; BRITO, W; ARAÚJO,A; LEAL,G.B. Baturité, vida que te quero verde. Fortaleza:
Secretaria de Educação do Estado do Ceará, 1995.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 25 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
LEFF, H. (Coord.). A complexidade ambiental. Tradução de Eliete Wolff. São Paulo: Cortez, 2003.
LIMA, G. C. Questão ambiental e educação: contribuições para o debate. Campinas: Ambiente &
Sociedade, 1999.
PORTILHO, F. Sustentabilidade ambiental, consumo e cidadania. São Paulo: Cortez Editora, 2005.
RESUMO
Este trabalho versa sobre o ensino multisseriado nas escolas Fausto Andrade de Sousa e Sebastião
de Sousa Santiago nas Comunidades Volta e Assobio, município de Riacho dos Cavalos -PB.
Objetivou-se nesta pesquisa analisar e interpretar as classes multisseriadas nessas escolas Fausto
Andrade de Sousa e Sebastião de Sousa Santiago e os entraves de ensino e aprendizagem da
linguagem escrita e leitura nas séries iniciais. A pesquisa foi realizada com 4 professores e 16
alunos nas duas escolas, sendo entrevistados dois alunos de cada série, em ambas escolas. O
instrumento de trabalho consistiu em dois questionários com 23 e17 questões abertas e fechadas,
baseadas no objeto do trabalho, realizadas com professores e alunos, respectivamente. O
procedimento de análise de dados se baseou na abordagem da análise do conteúdo. A partir dos
resultados, pode-se concluir que os professores apresentam formação superior completa na área de
licenciatura, mas falta qualificação profissional para atuarem em classes multisseriadas, na maioria,
trabalham um período, são funcionários temporários com atuação de 1 a 5 anos em classes
multisseriadas. Constatou-se também um elevado índice de insucesso escolar, tais como os exames,
as reprovações, os abandonos da escolaridade e os atrasos. Em relação aos desafios relatados ao
alfabetizar crianças, foram encontrados dois aspectos importantes: o calendário escolar e projeto
político pedagógico que seguem os mesmos parâmetros das escolas urbanas, desconsiderando as
peculiaridades de cada comunidade. No entanto, observou-se a busca de utilização de diversos
recursos didáticos e uma grande motivação, por parte de professores e alunos para melhoria da
aprendizagem nessas escolas, apesar de todos os impasses a serem superados.
Palavras-chave: Qualidade de ensino, classe multisseriada, escola rural.
INTRODUÇÃO
Classes multisseriadas são aquelas turmas nas quais um mesmo professor atende a diferentes
séries do Ensino Fundamental (OZELAME, 2010, p. 55). Nesse sentido, podemos ter, em uma
mesma sala de aula, turmas de 1º ao 5º anos, tendo aulas em um mesmo espaço e tempo. Ao
falarmos de escolas multisseriadas, devemos lembrar que este tipo de ensino é comum em escolas
rurais nordestinas.
A história da educação do campo, principalmente a história da zona rural de Riacho dos
Cavalos-PB representa um campo empírico rico e ainda pouco explorado. Os estudos sobre a
história da educação rural no Brasil, inclusive em Riacho dos Cavalos, constituem uma área de
investigação que ainda se situa-se ―marginalidade‖, priorizando determinados grupos e ignorando
outros, deixando à sombra grandes zonas das práticas pedagógicas e dos atores sociais (produtores
rurais), referindo-se a ênfase nos estudos sobre o espaço rural. Nessas escolas o calendário escolar e
o projeto político pedagógico seguem as mesmas orientações das escolas rurais.
O projeto político pedagógico (PPP) das escolas multisseriadas e o papel da educação do
campo na mesorregião de Catolé do Rocha-PB precisam ser vinculados à diversidade de sujeitos
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que vivem no meio rural da região, aos seus diferentes saberes, culturas, tradições, suas histórias;
condições de trabalho, de saúde e de educação que vivenciam; aliado ao conhecimento de
ecossistemas tão diferentes em termos de paisagem, clima, vegetação, animais, que conferem à
região semiárida. Todas essas situações têm nos colocado os seguintes desafios:
Como pensar a educação multisseriada e a escola do campo de nosso próprio lugar?
Que currículo e propostas educativas apresentar que tenham a nossa cara, o nosso jeito de
ser, de sentir, de agir e de viver no clima semiárido?
A situação precária das escolas rurais da mesorregião de Catolé do Rocha, incluindo o
município de Riacho dos Cavalos-PB, torna‐se injustificável frente à manutenção de uma escola
pública no campo sem as mínimas condições adequadas de infraestrutura, materiais e livros
didáticos, formação de professores e conhecimentos curriculares reorientados pouco sintonizados
com a lógica ambiental, cultural e produtiva da região semiárida do Nordeste brasileiro, fato
confirmado por Hage e Barros (2010, p. 353), quando afirmam que o esforço no sentido de
concretizar nossas intencionalidades nos remete à necessidade de refletir sobre o clima semiárido, e
também, discutir sobre a seriação e como essa política se materializa na escola do campo. Estas
constatações assemelham-se a Cavalcante (2010), ao referir-se que a educação do campo ainda
carece de mais estudos que possam desvendar os rumos das suas escolas frente ao universo das
políticas públicas educacionais ―do campo‖.
Lopes e Bezerra Neto (2013, p. 78) afirmam que:
No mesmo sentido, Hage e Barros (2010, p. 353) afirmam que os sujeitos em geral
consideram as escolas multisseriadas como ―um mal necessário‖, identificando pontos positivos e
negativos em relação a sua existência, e isso interfere diretamente na ação educativa por eles
vivenciada. Os aspectos positivos referem-se ao fato dos estudantes terem acesso à escolarização no
próprio local em que vivem e serem estimulados a apoiarem‐se mutuamente na aprendizagem, a
partir da convivência mais próxima estabelecida entre estudantes de várias séries. As posições que
expressam uma concepção de insatisfação com relação à multissérie, por sua vez, consideram a
existência dessas escolas um ―problema‖ que prejudica o processo de aprendizagem.
Diante do exposto, para justificar nosso trabalho, apresentamos vários aspectos negativos do
modelo multisseriado no processo de ensino-aprendizagem, nas escolas municipais Fausto Andrade
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre 2004 a 2013, foi observado uma redução no número de alunos por série,
independentemente da escola, segundo informações da direção das escolas, isto ocorreu por causa
do grande êxodo ocorrido no município de Riacho dos Cavalos, na última década (Figura 1). Como
fator de agravamento deste contexto, as Escolas Sebastião de Sousa Santiago e Fausto de Sousa
adotam o sistema multisseriado com cinco séries em uma mesma sala de aula com um total de até
22 alunos, nos últimos cinco anos. As referidas escolas contam com a presença de um único
professor (unidocência), que tem a incumbência de ensinar a todos os alunos, cada um em seu nível
escolar pelo turno da manhã.
Figura 1. Alunos matriculados por série em sistema multisseriado nas escolas Sebastião de Sousa Santiago
(A) e Fausto Andrade de Sousa (B), município de Riacho dos Cavalos.
A B
Figura 2. Abandono dos alunos por turma em sistema multisseriado nas escolas Sebastião de Sousa Santiago
(A) e Fausto Andrade de Sousa (B), município de Riacho dos Cavalos.
A B
Figura 3. Aprovação dos alunos por série em sistema multisseriado nas escolas Sebastião de Sousa Santiago
(A) e Fausto Andrade de Sousa (B), município de Riacho dos Cavalos.
Figura 4. Distorção idade série da 1º ao 5o nas escolas Fausto de Andrade (__) e Sebastião ( _ _
_) nos anos de 2007 a 2012.
Calendário Escolar
Formação Docente
Atualmente são quatro professores lecionando nas referidas escolas, sendo dois professores
para cada escola. Todos apresentam formação superior completa e optaram por cursos de
Licenciatura em Pedagogia, Ciências Agrárias e/ou Letras. A formação do professor é fundamental
para que se concretize uma prática educacional fundamentada no compromisso socioeducativo. Os
dados revelam boa formação docente dos professores, mas devido ao baixo rendimento escolar
talvez seja necessário capacitações para os mesmos a fim de que possam melhor trabalharem classe
multisseriada.
No entanto, cabe questionar até que ponto esses cursos têm oferecido formação que
contribua com as práticas desses profissionais, sobretudo em classe multisseriada.
A análise quantitativa dos dados revelou que 75% dos pesquisados são professores
temporários e 25%, efetivos. Esta situação contribui para uma fragilidade do processo de ensino-
aprendizagem, pois os professores assinam contratos temporários que não asseguram sua carreira de
professor nas escolas, havendo com freqüência rotatividade de professores. No mesmo pensamento,
Marinho (2008, p, 111) diz que a contratação de professores efetivos contribui efetivamente para
consolidação da carreira profissional, proporcionando melhor rendimento escolar e o poder público
pode investir na formação continuada dos professores.
Outro dado interessante diz respeito ao tempo de serviço dos professores nas duas escolas.
Constatou-se que 50% dos professores possuem de 5 a 10 anos de ensino; 25% possuem de 1 a 5
anos e 25% mais de 10 anos de carreira profissional em classe multisseriada. São, assim,
professores que se encontram em diversas fases de desenvolvimento de suas carreiras e certamente
estão adquirindo experiências, provenientes da prática de ensino multisseriado. Trabalhos
conduzidos por Marinho (2008) detectaram que o maior tempo de serviço dos professores da escola
rural de Viçosa foi de11 a 15 anos de atuação profissional.
No que se refere ao período de trabalho docente, constata-se que 75% dos professores
trabalham um período e 25% os dois períodos. A atenção à carga horária é fundamental, pois,
quanto mais o professor vivenciar as relações dentro da escola, melhor compreenderá o seu
contexto e se relacionará mais afetivamente com os seus alunos e a comunidade. Tal fato pode vir a
comprometer a qualidade do ensino ofertado nas classes multisseriadas nas referidas escolas, haja
vista que apenas 25% residem na comunidade e 75% moram na cidade de Riacho dos Cavalos,
exercendo outras funções para complementar suas rendas familiares. Estes resultados divergem das
Ao longo da pesquisa, evidenciou-se não haver, nas escolas Fausto Andrade de Sousa e
Sebastião de Sousa Santiago, qualquer política pública, programa ou projeto político pedagógico
que atendessem às especificidades da modalidade de ensino multisseriado.
As condições de trabalho nessas escolas não se afastam muito da realidade das escolas rurais
brasileiras sobre a educação do meio rural, poiso calendário escolar e o projeto político pedagógico
ainda são baseados nas escolas urbanas, desconsiderando as peculiaridades do meio rural, ou seja,
ainda não se pensa nas particularidades da escola rural.
Se realmente pretende-se que as referidas escolas contribuam com a valorização do meio
rural com espaço de vida digna, deveriam ser implementadas políticas de assistência técnico-
pedagógica, formação e valorização profissional, mas essas devem ser acopladas a políticas
públicas voltadas à realidade local, calendário escolar e projeto político pedagógico que atendam às
especificidades do meio rural, além de qualificação profissional em classes multisseriadas.
A concepção do espaço rural da dificuldade e isolamento é perceptível entre os professores e
alunos, quando esses analisaram o trabalho nessas escolas, o que sinaliza a necessidade de
mudanças no calendário, no projeto político pedagógico e adoção de medidas públicas com vistas
ao incentivo à docência no meio rural, particularmente em sistema multisseriado.
Os professores possuem formação superior completa, mas necessitam de formação
continuada que permita melhor entendimento do sistema multisseriado, bem como da origem social
das famílias.
Conclui-se que não é possível falar de um tipo de escola rural que adota o sistema
multisseriado traçando um perfil único dessas escolas no meio rural, uma vez que cada município
apresenta suas especificidades rurais.
REFERÊNCAS BIBLIOGRÁFICAS
HAGE, S. A. M.; BARROS, O.F. Currículo e educação do campo na Amazônia: referências para o
debate sobre a multisseriação na escola do campo. Revista Espaço do Currículo, João Pessoa,
v.3, n.1, p.348-362, 2010.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível em:
<http://www.censo2010.ibge.gov.br>.
OLIVEIRA, N. A.; SANTOS, R.A. As Classes Multisseriadas e o Programa Escola Ativa: índices
educacionais no município de Chapadinha – MA. Revista Ciências Humanas, V. 6, N. 1, p. 144-
161, jan.jun./2013
RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Irmão Damião
localizado no município de Lagoa Seca-PB, e tem por objetivo avaliar o nível de conhecimento
ambiental dos alunos do 9º ano do ensino fundamental em contrapartida as práticas pedagógicas. A
educação ambiental é um instrumento de extrema importância para gerar mudanças nos conceitos e
ações, tanto individuais quanto coletivas. Entretanto, para que isso ocorra, é necessário que a escola
se disponha a desenvolver trabalhos voltados à formação de princípios que assegurem a
sustentabilidade. A metodologia utilizada foi a pesquisa exploratória e a explicativa uma vez que
analisou-se o fenômeno estudado. Foram feitos levantamentos através de perguntas a respeito do
assunto abordado, utilizando-se de um questionário aplicado a 35 discentes, com perguntas
objetivas e subjetivas. Depois da aplicação do questionário, deu-se sequência a fase da análise dos
dados obtidos durante a pesquisa. Foi observado que uma grande maioria, entende o Meio
Ambiente como algo importante, porém fora do seu contexto existencial, grande parte destes, vêem
o meio ambiente apenas como meio em que vivemos. Este fato nada mais é do que uma resposta
dos alunos, perante as práticas pedagógicas utilizadas e o descompasso dos professores perante o
assunto. Este fator é bastante preocupante, tendo em vista que a Educação Ambiental é uma das
ferramentas de orientação para a tomada de consciência dos indivíduos frente a essa problemática.
Foi observado que mesmo com o incentivo da escola pelo tema, falta de um projeto político
pedagógico que contemple a temática de forma eficiente e eficaz envolvendo todas as disciplinas.
Evidenciado o material colhido, recomenda-se que seja revisto o plano de educação ambiental da
escola junto aos professores, ressaltando, a importância da transversalidade da educação ambiental.
Palavras-chave: Educação ambiental, interação socioambiental, intervenção antrópica.
INTRODUÇÃO
Nosso planeta vem sendo deteriorado dia após dia, pelas ações antrópicas, tendo passado por
drásticas transformações. Para MININI (2000), a Educação Ambiental se faz necessária para que
tenhamos uma compreensão ampla em relação ao nosso ambiente. Um dos grandes desafios é
alertar a sociedade quanto aos riscos causados por ela mesma. Tendo como perspectiva, a tentativa
de compreender e se relacionar com o ambiente (TREVISOL, 2004), uma vez que uma boa parte da
população não consegue compreender essa correlação (DONELLA,1997).
De acordo com Aresi e Manica (2010) a educação ambiental é um instrumento de extrema
importância para gerar mudanças nos conceitos e ações, tanto individuais quanto coletivas. Assim,
quando Lipai et. Al.(2007), cita a Lei nº 6.938, de 31.8.1981, que institui a Política Nacional de
Meio Ambiente, exprime, em seu artigo 2º, inciso X, a necessidade de promover a "educação
ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la
para participação ativa na defesa do meio ambiente‖, tenta promover a importância dos
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estabelecimentos de ensino como agentes repassadores do conhecimento crítico e interventor para
mudanças no agir responsável para com o meio ambiente.
Além disso, de acordo com Constituição Federal de 1988 atribuiu-se ao Estado o dever de
―promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente‖ (art. 225, §1º, inciso VI), determinando que todos os cidadãos
brasileiros, tenham o direito ao acesso à educação ambiental (LIPAI et al, 2007).
Entretanto, para que isso ocorra também é necessário que as escolas se disponham a
desenvolver trabalhos voltados à formação desses princípios (ARESI e MANICA, 2010)
assegurando assim a sustentabilidade (TREVISOL, 2004).
Dentro de toda problemática apontada, e da importância da preservação ambiental referidas no
artigo 225 da constituição brasileira, este trabalho teve como principal objetivo avaliar o nível de
consciência ambiental dos alunos em contrapartida as praticas pedagógicas utilizadas pelos
professores do ensino fundamental II no município de Lagoa Seca, PB.
METODOLOGIA
A pesquisa a campo foi feita, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Irmão Damião
localizado no município de Lagoa Seca-PB, o qual esta situado na Região Metropolitana de
Campina Grande, estado da Paraíba. Sua população em 2011 foi estimada pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) em 26.034 habitantes, distribuídos em 109 km² de área. Uma
parte significativa da população reside na zona rural. A densidade média da população é de 236,97
hab./km² a quinta maior do estado. Seu clima é o tropical úmido, com temperatura média anual em
torno de 22°C, sendo a mínima de 14°C e a máxima de 33°C. A cidade é limitada pelos municípios
de Campina Grande, Massaranduba, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, Montadas,
Puxinanã e Esperança.
Aplicou-se no trabalho a pesquisa do tipo exploratória, pois se levantou informações sobre o
objeto de estudo (Educação Ambiental nas escolas públicas do centro de Lagoa Seca, PB.).
Também utilizou a pesquisa do tipo explicativa uma vez que analisou o fenômeno estudado, os seus
―porquês‖ e seus determinantes. Empregou-se o questionário com os docentes, onde constavam 10
perguntas: sendo 5 objetivas e 5 subjetivas. Este tipo de estudo visa à obtenção de informações
sobre as características, ações, percepções de determinado grupo de pessoas, indicado como
representante de uma população alvo, por meio de instrumentos de pesquisa, normalmente um
questionário.
Com relação aos alunos, a população de amostragem foi composta por 35 alunos do 9º ano da
turma do ensino fundamental II. O questionário de avaliação dos alunos constou primeiramente de
questões relativas à identificação do entrevistado (sexo, idade e série.). Em seguida foram inseridas
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1471
quatro perguntas abertas (SILVA & COUTINHO, s/d) (1- O que é Meio Ambiente para você? 2-
Como estão os rios de nosso município? 3- Você faz parte do Meio Ambiente? 4-Qual sua
contribuição para melhorar o meio ambiente?) seguindo a metodologia baseada na interação
socioambiental proposta por Lopes (1997), onde o mesmo prevê a possibilidade de avaliar os níveis
de consciência de uma sociedade através de práticas contemplativas e comunicativas, que devem
expressar os mais profundos pensamentos humanos na interação com seu meio.
A avaliação destas perguntas abertas do questionário foi realizada da seguinte maneira:
Valor 0: questionário que em momento algum expressou qualquer relação com a idéia
principal do tema, ou aquele que deixou claro que o aluno não demonstrou o mínimo interesse pelas
questões propostas, deixando-as sem reposta, por exemplo.
Valor 1: resposta que demonstraram que o aluno possui um entendi;mento vago dos assuntos
tratados, ou seja, ele usa palavras chaves mas não consegue expressar claramente a sua idéia de
meio ambiente, não se inserido neste contexto.
Valor 2: resposta que demonstraram ter uma visão já melhor formada sobre o conceito de
Meio Ambiente, mas ainda não percebem a importância do mesmo para a continuidade da vida e
não se inserem na composição deste meio.
Valor 3: resposta que alem de apresentar uma opinião formada sobre o que e meio ambiente,
na grande maioria correta e adequada para a capacidade de sua faixa etária, compreende que faz
parte do meio ambiente e que uma agressão ao Meio será uma agressão a ele próprio.
Valor 4: questionário que supera as idéias básicas sobre meio ambiente entre outros jovens
com a sua faixa etária, ele mostra-se muito interessado com os problemas ambientais do mundo,
alem disso propõe maneiras de melhorar a qualidade no meio onde vive através de praticas simples
mas importantes na coletividade, dando a idéia de sustentabilidade.
A escolha do questionário se deu pela objetividade das perguntas, o que ajudou a obter os
dados estatísticos com maior precisão. Além disso, vale ressaltar que o anonimato dos informantes,
no caso os alunos e professores, foram preservados. Antes de iniciar a aplicação do questionário,
salientou-se o quanto era importante à colaboração deles, e que era primordial a sinceridade no
preenchimento do mesmo. O questionário de avaliação dos alunos constou primeiramente de
questões relativas a identificação do entrevistado (sexo, idade e série). Em seguida foram inseridas
cinco questões abertas (1- O que é meio Ambiente para você? 2-Como estão os rios do nosso
município? 3- Você faz parte do meio ambiente? 4- Qual a sua contribuição para melhorar o meio
ambiente? 5- Qual a importância da reciclagem de produtos oriundos do lixo doméstico?).
Após o recolhimento dos questionários, os dados foram tabulados na planilha do Excel e
elaborados os gráfico para analise das abordagens quantitativas e qualitativas.
Depois da aplicação do questionário, deu-se sequência a fase da análise dos dados obtidos
durante a pesquisa. Atribuindo-se graficamente em termos quantitativos os resultados das respostas
do questionário.
Portanto, foram analisados os seguintes indicadores de desempenho: a escola analisada não
aborda a Educação Ambiental de forma significativa; também não desenvolve um programa
satisfatório sobre o meio ambiente.
Analisou-se a escola conjuntamente para termos uma visão mais clara da temática ambiental
em questão e para obter uma melhor comparação dos dados:
11%
89%
A Figura 1 mostra que o resultado obtido com uma turma do 9º ano, na qual 89% afirmam
fazer parte do meio ambiente e 11% não confirmam fazerem parte do meio ambiente. Isto indica
que a conscientização sobre a responsabilidade com o meio ambiente é evidente para estes alunos; o
material de apoio didático aliado à mídia tem possibilitado a formação cidadã.
39% 32%
24%
5%
Figura 2- Qual meio ambiente de comunicação os alunos utilizam para obterem informações sobre o meio
ambiente?
A Figura 2 observa-se que 39% dos alunos utilizam a escola para meio de comunicação,
32% prefere a internet, 24% a televisão e apenas 5% citam o jornal como meio de comunicação.
Este resultado ressalta que a escola é a maior responsável pela informação sobre a temática
ambiental, embora que, a internet e a televisão sejam exemplos de outras fontes bastante utilizadas
às mesmas não conseguiram superar a sala de aula, um dos motivos apontados pelos discentes são a
utilização da internet para acesso as redes sociais e a televisão para fins de entretenimento. Apesar
do jornal impresso também seja uma excelente fonte de informação, ainda não existe uma cultura
estabelecida do uso desse meio de comunicação.
81%
A Figura 3 mostra que 81% dos entrevistados sentem-se incomodados pelos problemas do
meio ambiente, 11% não se incomodam e 8% são indiferentes ao assunto. Esses dados evidenciam
que a importância da temática ambiental ao serem abordados nas escolas, proporcionando a
formação de uma consciência para o uso racional dos recursos naturais; onde a escassez ou
fornecimento incompleto destes recursos quando utilizados de forma inadequada não só prejudicam
a pessoa mais ao toda coletividade.
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1474
Qual seu interesse pela temática
ambiental?
34%
66%
Grande Pouco
94%
sim não
Na Figura 5 observa-se que 94% dos entrevistados afirmam existir problemas ambientais em
seu município, enquanto que apenas 6% disseram não terem conhecimento do tema questionado.
Embora essa temática seja constantemente discutida em todas as esferas da sociedade, ainda há um
grande percentual de problemas no município, ressaltando-se o problema com os resíduos sólidos
urbanos e a contaminação dos mananciais d‘águas.
71%
sim não
Figura 6- Em seu cotidiano você considera que pratica alguma ação que cause
algum dano ao meio ambiente?
74%
sim não
A Figura 7 demonstra que 74% dos alunos declaram buscar informações e apenas 26% não
buscam nenhum tipo de informações referente ao meio ambiente. A preocupação por questões
ambientais tem levado a procura de informações de como está o estado atual do meio em que
vivemos e quais as conseqüências que poderão afetar o nosso modo de vida. Com a socialização do
conhecimento através das redes sociais, as questões ambientais têm permanecido em constante
interesse por parte da sociedade.
15%
85%
Poluidos Secos
De acordo com os dados obtidos, a Figura 8 mostra que 85% dos entrevistados relatam que
os rios do seu município encontram-se totalmente poluídos e 15% acreditam que os rios estão secos.
No entanto, sabe-se que a maioria dos participantes não tem um amplo conhecimento dos recursos
hídricos da sua região, apenas as informações são passadas de uma para outra pessoa e no final tem-
se uma conclusão do que se comenta e não do que se vive em loco.
CONCLUSÃO
Nota-se com esta pesquisa que a participação dos alunos no que diz respeito à temática
ambiental não é uniforme, ainda que esta seja incentivada pela escola e muito debatida e discutida
em âmbito nacional. Também foi observado que mesmo com o incentivo da escola pelo tema, falta
de um projeto político pedagógico que contemple a temática de forma eficiente e eficaz envolvendo
todas as disciplinas.
Foi observado que uma grande maioria, entende o Meio Ambiente como algo importante,
porém fora do seu contexto existencial, grande parte destes, vêem o meio ambiente apenas como
meio em que vivemos. Este fato nada mais é do que uma resposta dos alunos, perante as práticas
pedagógicas utilizadas e o descompasso dos professores perante o assunto.
Este fator é bastante preocupante, tendo em vista que a Educação Ambiental é uma das
ferramentas de orientação para a tomada de consciência dos indivíduos frente a essa problemática.
Parte do alunado entrevistado já estará saindo do nível fundamental para o nível médio, ou seja,
estão sendo formados jovens inconscientes e indiferentes a este tema que como sabemos é de
grande importância para o futuro da humanidade.
Evidenciado o material colhido, recomenda-se que seja revisto o plano de educação
ambiental da escola junto aos professores, ressaltando, a importância da transversalidade da
educação ambiental.
BIBLIOGRAFIA
ARESI, D.; MANICA, K. Educação ambiental nas escolas públicas: realidade e desafios. Pesquisa
de Iniciação Científica. Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Chapecó - SC, 2010.
LIPAI, E. M.; LAYRARGUES, P. P.; PEDRO, V. V. Educação ambiental na escola: tá na lei. Cap.
1. In: Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola. Ministério
da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio Ambiente,
Departamento de Educação Ambiental: UNESCO. Brasília, 2007.
MININI, apud DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental – Princípios e práticas. São Paulo,
Gaia, 1992.
TREVISOL, J. V. A educação ambiental numa sociedade de risco global. In: TAGLIEBER, J. E.;
GUERRA, A. F. S. Pesquisa em educação ambiental: pensamentos e reflexões de pesquisadores
em educação ambiental. I Colóquio de Pesquisadores em Educação Ambiental. Pelotas:
Ed.Universitária/UFPel, 2004.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar as concepções de professores do ensino público do município
de São Bento, mesorregião do sertão da Paraíba, sobre o que é a Educação Ambiental e a relação
desse conceito com o tempo de serviço público desses professores. A pesquisa foi realizada em três
escolas da rede pública, sendo uma estadual e duas municipais. Uma amostra de 22 professores
participou voluntariamente da pesquisa. Os dados foram obtidos através da aplicação da pergunta
discursiva ―o que é Educação Ambiental?‖ Além das variáveis de classificação: sexo, idade, tempo
de ensino público. As respostas para a pergunta sobre o conceito de Educação Ambiental foram
analisadas segundo a frequência de termos-chaves mais recorrentes. As variáveis de classificação
foram analisadas por meio da estatística descritiva. Dos professores entrevistados, 10 (45,5%)
foram do gênero masculino e 12 (54,5%) foram do gênero feminino. A idade variou entre 20 e 51
anos e o tempo de ensino no serviço público variou entre 08 meses e 30 anos. O tempo de ensino
público influenciou nos tipos de resposta apresentadas. Aproximadamente a metade dos professores
entrevistados 45,5%, n= 10 não responderam ou possuem uma visão limitada do que é Educação
Ambiental. 54,5% (12) demonstrou possuir algum conhecimento sobre a questão abordada. Esses
resultados revelam a necessidade de buscar medidas urgentes no que tange uma melhor qualificação
dos professores da rede pública de ensino, a se tratar de Educação Ambiental.
Palavras-chave: Docentes; Ensino Público; Educação Ambiental.
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the conceptions of public school teachers in the municipality
of São Bento, mesoregion interior of Paraíba, on what is the environmental education and the
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Termos-chaves fa fr
Conscientizar preservar o ambiente 5 22,7
Conscientizar uso consciente dos recursos naturais 2 9,1
Educar Promover harmonia homem-natureza 3 13,6
Educar uso consciente dos recursos nautarais 2 9,1
Não respondido ou com respostas equivocadas 4 18,2
Visão limitada de Educação Ambiental 6 27,3
Tabela 1- Frequências absoluta (fa) e relativa (fr, em% ) dos termos-chaves que refletem o conceito sobre
Educação Ambiental segundo os professores entrevistados
TERMOS RESPOSTA
1. É conscientizar as pessoas sobre a preservação e conservação do ambiente
2. Uma forma de conscientizar para que cada um possa participar das melhorias
do meio ambiente
CP
3. Conscientizar as pessoas na defesa do meio ambiente
4. É a conscientização que o indivíduo deve ter a respeito de como preservar o
planeta em que vivemos
1. É o meio onde se desenvolve a concientização para os recursos que
melhorem o meio ambiente. Método esse que contribui para o bem do planeta
CR
2. É a consciência que se tem sobre os problemas que atingem o meio
ambiente e as formas de preservação dos mesmos
1. É o ensino de práticas educativas de como agir nos ambientes nos quais são
ER vivenciados
2. Maneira de passar para as pessoas a forma certa de tratar o meio ambiente
1. Educar o indivíduo para uma ação consciente com o meio ambiente através
de práticas sustentáveis
EC 2. É o ensino voltado para a abordagem de como utilizar os recursos naturais
com consciência
1. É o comportamento social ou relação da sociedade com o meio ambiente, ou
seja, suas ações para com o mesmo
2. É uma educação feita com base na sustentabilidade
NR 3. É o cuidaddo que devemos ter com o meio ambiente, sendo consciente e
pensando nas gerações futuras
4. Consiste na mediação de conhecimentos que envolve o meio ambiente, o
espaço social e a atuação do homem nesse meio
1. Cuidar do meio ambiente e suas implicações
VL
2. É conscientaizar a população sobre o meio em que vive
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1483
3. É conscientizar os alunos para não disperdiçar água e colocar o lixo no lixo
4. Transmissão de informações sobre o meio ambiente
5. É você ser consciente e não degradar o meio ambiente
6. Não agredir o ambiente
Tabela 2 – Respostas de alguns dos professores entrevistados agrupadas segundo seus termos-chaves.
C P: Conscientizar para preservar o ambiente; C R Conscientizar para uso consciente dos
recursos naturais; E R: Educar para promover harmonia homem-natureza; E C: Educar para o
uso consciente dos recursos naturais; NR: Não respondido ou com respostas equivocadas; VL: Visão
limitada de Educação Ambiental.
Essa forma de conceituar revela uma visão egocêntrica dos professores, limitando a
Educação Ambiental à percepção que a natureza deve ser algo que não deve ser respeitada,
preservada, mas não inclui o homem como um ser participante do meio ambiente.
Foi observado que 18,2% dos professores entrevistados não responderam ou responderam
equivocadamente e 27,3% tem uma visão limitada do que é Educação Ambiental. Então
provavelmente se, esses professores que apresentam limitações ou não sabem bem o que é
Educação Ambiental vierem a trabalhar com seus alunos essa temática, não saberão medir esse
conhecimento adequadamente, podendo passar essa visão limitada e/ou equivocada sobre Educação
Ambiental.
A falta de domínio de alguns conteúdos associado à insegurança do professor é um ponto
importante e aparentemente muito relacionado com a resistência e o provável desinteresse por
novos temas, especialmente aqueles ligados a questões ambientais. Muitos ainda pensam que o
professor tem que dominar todos os assuntos, perante seus alunos e, também, perante os colegas de
profissão, porém, isso não é verdade, e quando os assuntos fogem ao conteúdo formal da disciplina,
muitos professores geralmente preferem não se manifestar a admitir que desconhecem ou conhecem
pouco sobre o tema (BIZERRIL; FARIA, 2001).
De acordo com o Plano Nacional de Educação Ambiental (PNEA), o conceito de Educação
Ambiental é definido como:
Processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade (BRASIL, 1999, p. 1).
Somente 13,6% (03) dos professores entrevistados (Educar Promover harmonia homem-
natureza, responderam de forma mais satisfatória e generalista que o conceito exige. Outros 40,9%
(09) responderam de forma parcialmente satisfatória por não incluir todos os aspectos que a
Educação Ambiental abrange.
20
15
10
0
C -> P C -> R E -> R E -> C NR VL
Classificação da resposta
A Figura 1 evidencia que o tempo de ensino público influenciou nos tipos de resposta
apresentadas. Aquelas não satisfatórias vieram daqueles com menos de 5 e mais de 20 anos de
ensino, o que deixa claro que, a pouca experiência e a possível desatualização dos professores que
lecionam a mais tempo são fatores que influenciam diretamente na carência e equívocos
conceituais. Foram observadas respostas mais completas e com pouca variação contextual por parte
daqueles que estão entre 7 e 15 anos no ensino público, o que demonstra uma maior preocupação
por parte desses em serem capazes de passar pro alunado o que é Educação Ambiental.
CONCLUSÕES
BRASIL, Congresso Nacional, Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação
ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.
Brasília: Congresso Nacional 1999.
. Revista Eletrônica de Educação Ambiental em Ação, Rio Claro-SP, v. 8, n. 49, 2014. Disponível
em < http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1869&class=25>. Acessado em 14/09/2014
UNESCO. Década da Educação das Nações Unidas para um Desenvolvimento Sustentável, 2005-
2014: documento final do esquema internacional de implementação. Brasília : UNESCO, 2005.
120p.
RESUMO
As dificuldades em se ensinar e, consequentemente, em se aprender botânica, tornam a ―Cegueira
Botânica‖ mais evidente, tanto entre os estudantes quanto professores. A aquisição do
conhecimento em Botânica é prejudicada não somente pela falta de estímulo em observar e interagir
com as plantas, como também pela precariedade de equipamentos, métodos e tecnologias que
possam ajudar no aprendizado. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência vivenciada em duas
escolas municipais de Bananeiras sobre a importância do ensino da Botânica e do que ela representa
para as nossas vidas. Este trabalho fez parte do Projeto Prolicen/UFPB/2013 e foi desenvolvido na
Escola Municipal de Ensino Fundamental ―Emília de Oliveira Neves‖ e na Escola Municipal de
Ensino Fundamental ―Coutinho de Medeiros‖. O projeto foi desenvolvido com duas turmas (6°
ano), com 20 alunos em cada, na primeira escola; e na segunda, uma só turma compreendendo
alunos do 4° e 5° anos, totalizando em torno de 15 alunos. Foram trabalhados de forma teórico-
prática os seguintes módulos: importância dos vegetais; raiz; caule; folha, flor, frutos e sementes.
Conclui-se que as aulas práticas de botânica introduzidas nas escolas municipais de Bananeiras são
cruciais para o entendimento de diversos conceitos na área de Biologia Vegetal, permitindo um
maior envolvimento e interesse do corpo discente pela área em questão.
Palavras-chave: Biologia Vegetal, Ensino-aprendizagem, Ensino fundamental.
ABSTRACT
The difficulties of teaching and, consequently, in learning Botany, make "Blindness Botany" more
evident among both students and teachers. The acquisition of knowledge in Botany is hampered not
only by the lack of stimulus to observe and interact with the plants, but also by poor equipment,
methods and technologies that can assist the learning process. The aim of this study is to report the
INTRODUÇÃO
O ensino de Botânica, atualmente, é marcado por diversos problemas e tem sido alvo de
preocupação de vários pesquisadores. Entre os problemas mais evidentes, está a falta de interesse
por parte dos estudantes por esse conteúdo. Apesar de muitos motivos serem apontados para tal
desinteresse o ponto fundamental parece ser a relação que nós seres humanos temos com as plantas,
ou melhor, com a falta de relação que temos com elas. O fato desses seres não interagirem
diretamente com o homem e serem estáticos, ao contrário dos animais, pode justificar o
distanciamento dos estudantes (MENEZES et al., 2009).
A falta de interesse dos alunos pelas aulas de Ciências, aonde a Botânica está inserida, é
algo muito comum. Isso pode ser atribuído ao fato dos professores primarem por uma prática
tradicional, sem relacionar o conteúdo abordado com o cotidiano dos alunos. As aulas práticas
podem ser uma alternativa para superar esse desafio, pois permitem ao aluno significar o que está
sendo ensinado, assim como relacioná-lo com o cotidiano (LIMA et al., 2013).
Sabe-se que muitos professores fogem das aulas de botânica, relegando-as ao final da
programação do ano letivo, por medo e insegurança em falar do assunto. Uma das maiores
reclamações é a dificuldade em desenvolver atividades práticas que despertem a curiosidade do
aluno e mostrem a utilidade daquele conhecimento no seu dia-a-dia (SANTOS et al., 2008).
Uma das críticas que se coloca ao ensino de biologia voltada para a botânica é que ele tem
sido realizado de forma memorística e fragmentada. A aprendizagem, considerando esta
abordagem, é transformada em uma coleção de nomes difíceis a serem memorizados, segundo
Selles e Ferreira (2005). A abordagem dos conteúdos biológicos sem a devida contextualização
proporciona certa dificuldade na aprendizagem de conceitos centrais da biologia
(MEGLHIORATTI et al, 2009).
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1489
Muitos estudantes vêem a botânica como uma lista de nomes científicos e de palavras fora
da sua realidade, tornando as aulas pouco motivadoras. Diante disso, faz-se necessário desenvolver
trabalhos que visem incentivar os alunos das escolas fundamentais do município de Bananeiras de
forma que eles despertem o interesse pela área vegetal e que vejam na Botânica algo prazeroso de
ser estudado e vivenciado no seu dia-a-dia.
As dificuldades em se ensinar e, consequentemente, em se aprender botânica, tornam a
―Cegueira Botânica‖ mais evidente, tanto entre os estudantes quanto professores. A aquisição do
conhecimento em Botânica é prejudicada não somente pela falta de estímulo em observar e interagir
com as plantas, como também pela precariedade de equipamentos, métodos e tecnologias que
possam ajudar no aprendizado (ARRUDA e LABURÚ, 1996; CECCANTINI, 2006).
Um aspecto importante, mencionado por Figueiredo et al. (2012) diz o seguinte: para o
aprimoramento do ensino da botânica é necessário desenvolver estratégias educativas a partir dos
conhecimentos trazidos pelos alunos e por suas comunidades de origem, para torná-lo mais
significativo e eficaz do que o saber científico desvinculado da realidade do indivíduo. Além disso,
o saber puramente científico normalmente é privilégio de poucos e não tem tanta relevância ou
significado para a sociedade como um todo.
Esses autores, na busca de soluções para os problemas levantados pelos professores de
Botânica, de que esta área possui muitas terminologias e com isso se distancia da realidade do
aluno, desenvolveram uma estratégia para o estudo das flores no curso de Ciências Biológicas, por
meio de uma abordagem Ciência, Tecnologia e Sociedade. A estratégia utilizada constou de
pesquisa bibliográfica, elaboração e apresentação em grupos dos diversos trabalhos propostos sobre
o tema: ―O estudo de flores numa abordagem ecológica, evolutiva, sócio-cultural e econômica.‖
Constataram que os problemas do ensino de Botânica nos níveis fundamental e médio são os
mesmos relatados anteriormente pelos professores. A partir dessas constatações, utilizou-se como
estratégia uma abordagem morfofuncional, com aulas teóricas e práticas, sobre flores em ambiente
antrópico e natural, favorecendo uma melhor relação e integração dos alunos com o estudo de
Botânica. Ao final desses trabalhos, os alunos relataram que as estratégias utilizadas possibilitaram
o aprendizado de uma maneira mais eficaz e prazerosa, contribuindo para o desenvolvimento de um
novo perfil na formação dos futuros professores de biologia.
Pinto e Silva (2009), por sua vez, desenvolveram um trabalho, no sentido de avaliar a
importância das práticas no processo de ensino-aprendizagem com enfoque nos conteúdos de
briófitas, pteridófitas, angiospermas e gimnospermas, observaram que as aulas práticas ajudaram no
processo de aprendizagem, despertando o interesse dos alunos e aguçando a curiosidade, tornando-
os mais participativos nas aulas, e proporcionando para a grande maioria a primeira visita a o
laboratório de biologia. Mesmo sendo importante para o aprendizado a aula teórica, esta soa de
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1490
forma desanimadora, principalmente na disciplina de botânica, onde, por serem fixos no ambiente,
os vegetais parecem não ter vida, passando despercebidos. Com as aulas práticas tudo parece mais
real deixando os alunos que participam da prática mais investigativos, curiosos, e com sentimento
de satisfação ao adquirirem o conhecimento.
A partir de materiais simples, sem o uso de equipamentos sofisticados, este trabalho teve por
objetivo levar às escolas do município de Bananeiras, uma forma de ensinar a botânica adotando
aulas teórico-práticas em sala de aula, de forma que os alunos, além de visualizarem partes de
plantas, apalpassem e conhecessem mais de perto os órgãos que constituem o vegetal.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
a) Aula Introdutória
Na primeira aula, considerada introdutória, foi feita uma apresentação dos bolsistas bem
como dos alunos e, em seguida, uma explanação sobre o projeto a ser desenvolvido durante o ano
de 2013 nas Unidades Escolares. Em seguida, foi aplicado um questionário a fim de coletar
informações sobre os conhecimentos trazidos pelos alunos sobre o valor das plantas para a vida
deles e do que é importante para a vida das plantas. Em seguida, foi feito um debate, discutindo-se
as respostas de cada aluno (sem fazer identificação do aluno) com intervenções por parte dos
bolsistas e voluntários presentes.
Esta aula foi iniciada com algumas indagações para os educandos, como por exemplo:
Vocês já ouviram falar sobre a raiz das plantas? Ela serve para que? Nesse momento, a maioria
relatou que já ouviu falar sobre a raiz, e que esta serve para sustentar as plantas. Foi explicada
detalhadamente cada parte da raiz, sua função e utilidades para as plantas. Desenhou-se uma raiz no
quadro preto e os alunos foram convidados a irem ao quadro para identificar cada parte da raiz.
As impressões que ficaram após o desenvolvimento da aula, segundo o bolsista prolicen,
foram ótimas, observando-se a participação dos alunos nas discussões realizadas, tendo-se, enfim,
um bom rendimento (Figura 1).
―Resposta obtida por um dos alunos quando se perguntou sobre a raiz:‖ ela serve para
segurar a planta na terra”(Aluno 6ºano).
c) Aula Caule
A cada início de aula, indagações eram feitas aos educandos, como por exemplo: O que
vocês entendem por caule? E ele serve para que? Por que o caule é importante? Nesse momento, a
minoria relatou o que seria. Foram apresentadas figuras (imagens) de diversos tipos de caules
existentes na natureza. A partir da apresentação das imagens, foi iniciado um diálogo com os
discentes sobre o que acharam dos diferentes tipos de caule apresentados, debatendo-se, com os
―Resposta dos alunos em relação às indagações feitas sobre o caule‖: muitos disseram que
―não sabiam para que servia e alguns citaram que servia apenas para madeira (alunos do 6º Ano).
d) Aula Folha
A aula foi iniciada também com indagações para os discentes, como: o que significa a folha
para vocês? Que funções elas possuem? O que é fotossíntese? A fotossíntese está associada com as
folhas? Foi apresentado um slide sobre as folhas, suas partes e suas funções. Foram coletadas
folhas simples e folhas compostas, as quais foram coletadas pelo bolsista e levadas aos alunos, onde
na ocasião foi sugerida a ideia de se produzir uma colagem em cartolina com essas folhas (tipo um
―herbário‖). Os alunos participaram da aula com entusiasmo e ao término da colagem, a cartolina
(painel) ficou afixado em sala de aula (Figura 3).
―Resposta obtida por alunos quando indagados sobre o órgão vegetal ―folha‖: Serve para
fazer sombra e para fazer chá. Não souberam responder o que era fotossíntese. (Alunos do 6º
Ano).
Foi perceptível a interação dos alunos na execução da atividade proposta durante a
condução da aula sobre as folhas. Durante a colagem de diversos tipos de folha na cartolina, os
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1493
alunos interagiam e discutiam as diversas partes da folha, o que pode-se afirmar o alcance dos
objetivos propostos, pois os discentes conseguiram representar através do ―herbário‖ os
conhecimentos que foram repassados durante a aula ministrada.
As aulas de ciências na escola representam uma grande oportunidade para os alunos de
trabalharem em grupo, com oportunidades para com partilharem ideias, refinarem seu vocabulário e
cooperarem entre si nas atividades práticas colaborativas, sendo que pesquisas mostram que alunos
que trabalham juntos aprendem mais do que quando atuam sós. Isso pode ser aproveitado pelos
professores de botânica para despertarem o interesse dos seus alunos o quanto antes (SILVA e
LOPES, 2014).
e) Aula Flor
Dialogou-se com os discentes sobre a percepção destes em relação a flor. Foram levados aos
alunos das Unidades Escolares diversas flores do maracujá (Figura 2); a mesma foi dissecada,
identificando-se as suas devidas partes, comentando-se também sobre as suas principais funções e
utilidades. Foi solicitado aos educandos que fizessem um pequeno resumo no caderno sobre o
órgão floral do maracujá e suas partes, destacando a parte que mais lhe chamou a atenção durante a
dissecação.
A impressão que se teve nesta aula foi a de um maior interesse dos alunos ao dissecarem a
flor, bem como quando foi mencionado pelo bolsista e voluntário sobre o papel da flor no processo
de polinização, fecundação e perpetuação das espécies vegetais.
f) Frutos e Sementes
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CORDEIRO, J.; KUPAS, F.; PESSATTO, J.; STEFANELLO, S. Práticas de morfologia vegetal
para o ensino fundamental. Seminário de Extensão Universitária da Região Sul, 31,
Florianópolis, SC, 2013.
SANTOS, D. Y. A.; CHOW, F.; FURLAN, C. M. Educação Básica: A Botânica no cotidiano. São
Paulo: Universidade de São Paulo, Fundo de Cultura e Extensão: Instituto de Biociências da
Universidade de São Paulo, Departamento de Botânica, 2008.124p. il. – (Projeto de Cultura e
Extensão).
RESUMO
O presente trabalho objetivou a adoção de práticas educativas para crianças de 4° ano do ensino
fundamental da Escola Estadual Tertuliano Ayres, localizada no município de Mossoró/RN. As
práticas desenvolvidas foram gincanas e oficinas voltadas para reciclagem e reutilização de
materiais, a princípio os alunos assistiram a uma palestra para tomarem conhecimento de questões
ambientais como o lixo, as consequências de sua destinação incorreta e por fim uma abordagem
sobre coleta seletiva, como reciclar, reduzir e reutilizar. Para obtenção dos resultados a respeito da
aprendizagem dos alunos, questionários foram aplicados e repetidos em períodos de realização das
práticas, assim a correção desses, demonstrou um aumento no nível de compreensão relacionado à
interação das crianças nas gincanas e oficinas.
Palavras-chave: Educação ambiental; reciclagem; reutilizar; materiais; sensibilização.
ABSTRACT
The present work aimed the adoption of educational practices for children 4th grade of elementary
school Tertuliano Ayres State School, located in the municipality of Mossoró/RN. The practices
were developed competitions and workshops geared towards recycling and reusing materials, at
first, the students attended a lecture to become aware of environmental issues such as waste, the
consequences of their incorrect disposal and ultimately an approach on selective waste collection,
how recycle, reduce and reuse. To obtain results about the students' learning, questionnaires were
administered and repeated in periods in which the practices are made, so the correction of these
showed an increase in the level of understanding related to the interaction of the children in the
competitions and workshops.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Local de estudo
O trabalho de educação ambiental foi realizado para alunos de 4° ano de duas salas
identificadas como A e B, da Escola Estadual Tertuliano Ayres, localizada no município de
Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte.
Palestra
Inicialmente, foi realizada uma palestra (Figura 1A), no dia 08 de outubro de 2013 em cada
uma das salas citadas, com um total de 51 crianças, onde foram abordados temas como o lixo, as
consequências de sua destinação incorreta e por fim sobre coleta seletiva, como reciclar, reduzir e
reutilizar.
Questionários
No final da palestra foi distribuído um questionário para cada aluno, com 10 perguntas
abordando assuntos citados na palestra, como por exemplo: O que você entende por meio ambiente?
Quais problemas o lixo pode causar quando jogado na rua? O que significa reciclar?. Após seu
preenchimento foram devolvidos aos palestrantes, esses formulários foram corrigidos e repetidos ao
A 1ª gincana foi proposta para os alunos como forma de competição entre as duas salas (A e
B), no qual eles tiveram um prazo de um mês para coletar o papel reciclável. Então foi realizada no
dia 07 de novembro de 2013 a pesagem de material realmente em desuso por parte dos participantes
e a partir do resultado foi determinada a sala vencedora, pela maior arrecadação (Figura 1B).
A oficina de reutilização do papel foi realizada no dia 09 de novembro do mesmo ano, que
contou com a participação de aproximadamente 22 crianças, ressaltando que foi utilizado o próprio
material coletado por eles. Nesta fase, as crianças foram convidadas a participar do
desenvolvimento de brinquedos e conhecer de forma descontraída e lúdica, as utilidades dos
materiais recicláveis do cotidiano (Figura 1C). Antes desta atividade, foram expostas várias formas
de reutilização do papel, e foi combinado que para a turma vencedora, seriam entregues um objeto
obtido a partir da reciclagem do papel, escolhido pelos próprios alunos (Figura 1D). Buscou-se
desta forma, destacar para o público presente a importância da redução, reutilização e reciclagem
dos materiais que geralmente são destinados ao lixo, colaborando para a formação de cidadãos com
uma maior sensibilidade do ponto de vista ecológico e social, com o intuito de demonstrar os
benefícios do reaproveitamento de materiais e incentivar a criatividade e a responsabilidade
socioambiental.
Para a 3° gincana os alunos também tiveram um mês para coletar as garrafas e no dia 27 de
junho de 2014 foi realizada a contagem das mesmas. As garrafas pet após coleta foram utilizadas na
construção de uma horta didática em pallet (Figura 2D), esta foi construída na casa de vegetação da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte e plantadas sementes de legumes, com a finalidade
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1502
de mostrar para as crianças por meio de uma visita uma forma de reutilização simples das garrafas
que podem ser feita em suas casas, bem como os vegetais seriam usados no preparo dos alimentos
para as crianças na cozinha da própria escola.
Figura 01 – Momentos diversos durante a execução da palestra até a entrega do brinde, sendo: A) Momento
da palestra, B) coleta do papel, C) oficina para confecção do brinde e D) entrega do brinde.
Figura 02-A) Coleta do óleo de cozinha, B) Oficina para produção de sabão caseiro, C) Brindes (sabão)
feitos a partir do óleo coletado pelos os alunos, D) Horta didática.
1° APLICAÇÃO 2° APLICAÇÃO
QUESTIONÁRIO
(APÓS PALESTRA) (APÓS 3a GINCANA)
PERGUNTAS ACERTOS ERROS ACERTOS ERROS
1-Destinação correta do lixo. 61% 39% 71% 29%
2-Quais problemas em jogar 78% 22% 93%
o lixo na rua/solo. 7%
3-Destinação correta do lixo 43% 57% 61%
orgânico. 39%
4-O que significa reciclar? 45% 55% 71% 29%
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CNUMA - Comissão das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Nosso Futuro Comum. São Paulo:
Fundação Getúlio Vargas, 1991.
MCCAY, B. J.; ACHESON, J. A. (ed.). The Question of the Commons. Tucson: University of
Arizona Press, 1987.
SILVA, G. D., PAZ, Y. M., ROCHA, C. M. C. , JACOB, A. L.; EL-DEIR, S.G. Desenvolvimento
de Ações de Responsabilidade Socioambiental Universitária no Semiárido Nordestino. 3rd.
International Worksop advance in Clean Production. São Paulo, 2011. 8p.
SILVA, J. I. S.; GOMES, A. D.; CATÃO, M. J. D.; DINIZ, L. L. et al. Reduzir, Reutilizar e
Reciclar – Proposta de Educação Ambiental para o Brejo Paraibano. II Congresso Brasileiro de
Extensão Universitária. Anais do II Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. 2004.
Disponível em: < https://www.ufmg.br/congrext/>. Acesso em: 09 ago. 2012.
RESUMO
A educação ambiental pode ser aplicada de diversas formas, mas com as finalidades de construir
valores sociais, conhecimentos, habilidades e atitudes para a conservação dos recursos ambientais.
Portanto, o objetivo do trabalho foi socializar a preservação dos recursos ambientais através de
aulas discursivas sobre o meio ambiente, desenvolvendo o senso crítico dos estudantes sobre a
conservação dos recursos ambientais. O trabalho foi desenvolvido através do Projeto do Prolicen:
Caravana do Sistema Ar-Água-Solo-Planta pelas Escolas Públicas do Polo da Borborema com
Auxílio da Experimentoteca. Os discentes cursavam o 6º ano ―A‖ e ―B‖ do ensino fundamental na
Escola Municipal Emília de Oliveira Neves, localizada na cidade de Bananeiras-PB. Os
questionários foram aplicados aos alunos após as aulas, abordando questões relacionadas a
economia de água potável e o seu uso doméstico e pessoal; quem seria o principal responsável pela
contaminação dos recursos ambientais a exemplo do solo; a importância das plantas para o meio
ambiente e como a poluição da água, ar e solo prejudicam o planeta. No final de cada aula foi
aplicado um questionário individual com a finalidade de verificar a assimilação dos conteúdos pelos
estudantes. Constatou-se que houve um aumento do conhecimento através da participação nas aulas
discursivas, contribuindo com o desenvolvimento do censo crítico, bem como, foi constatado a
preocupação dos mesmos com a conservação do meio ambiente. Este fato contribui muito, visto que
estas crianças serão as gerações futuras do planeta.
Palavras-chave: Educação ambiental, Espaço escolarizado, Recursos naturais
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
De acordo com Wojciechowski (2006), a educação ambiental surge como uma necessidade
das sociedades contemporâneas, uma vez que as questões socioambientais têm sido cada vez mais
discutidas e abordadas, em decorrência da gravidade da degradação do meio natural e social. De
acordo com a autora a sistematização destas discussões nas instituições de ensino é uma maneira de
oportunizar, aos professores e educandos, uma reflexão crítica da realidade a qual pertencem, desde
o nível local ao global.
Desde muito tempo o homem reconheceu o solo como um elemento fundamental para sua
sobrevivência. Os solos e o estudo dos mesmo tiveram sua importância reconhecida a muito tempo,
quando o homem parou de buscar seu alimento na natureza através da coleta, da caça e da pesca e
passou a utilizado com fins produtivo, deixando assim de ser nômade (MEURER, 2010).
Com o passar do tempo foram desenvolvidas duas formas fundamentais para o estudo de
solo, sendo elas a pedologia e a edafologia. Segundo Castro (2002), a parte da Ciência do Solo que
trata da origem, morfologia, distribuição, mapeamento e classificação dos solos é chamada de
Pedologia. Logo a Edafologia (do grego ―edaphos‖ que significa solo ou terra) é o estudo do solo,
do ponto de vista dos vegetais superiores. O Edafologista é um profissional mais prático pois
considera as diversas propriedades do solo, sempre as relacionando com a produção vegetal e
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1507
animal, visa a produção de alimentos e de fibras, mas ao mesmo tempo precisa ser um cientista para
estabelecer as razões da variação da produtividade dos solos, e descobrir os meios para manter e
melhorar essa produtividade.
O solo é um componente complexo, vivo, dinâmico e em transformação do agroecossistema.
Já em um sentido mais amplo refere-se àquela porção da crosta da terra onde as plantas estão
fixadas (GLIESSMAN, 2009). Mais especificamente o solo é aquela camada superficial da terra,
misturada com organismos vivos e os produtos de suas atividades metabólicas e de decomposição
(ODUM, 1969).
A Educação Ambiental voltada para a escassez dos recursos hídricos é de extrema
importância, visto que conforme dados da UNESCO, o Brasil é o país mais rico do mundo em
recursos hídricos com 6,2 bilhões de metros cúbicos de água doce, 17% do total disponível no
planeta (ROCHA, 2009). Ela é o elemento necessário para todas as atividades produtivas, e parte
fundamental do desenvolvimento das civilizações. É denominado ―recurso hídrico‖ quando referida
como bem de viabilidade econômica.
A água é de fundamental importância para a vida de todas as espécies. Aproximadamente
80% de nosso organismo é composto por água. Boa parte dos pesquisadores concorda que a
ingestão de água tratada é um dos mais importantes fatores para a conservação da saúde, sendo
considerada o solvente universal, auxiliando na prevenção das doenças (cálculo renal, infecção de
urina) e proteção do organismo contra o envelhecimento.
A partir de meados do século XVIII, com a Revolução Industrial, aumentou muito a
poluição do ar. A queima do carvão mineral despejava na atmosfera das cidades industriais
europeias, toneladas de poluentes. A partir deste momento, o ser humano teve que conviver com o
ar poluído e com todos os prejuízos advindos deste "progresso". Atualmente, quase todas as grandes
cidades do mundo sofrem os efeitos daninhos da poluição do ar. Cidades como São Paulo, Tóquio,
Nova Iorque e Cidade do México estão na lista das mais poluídas do mundo.
As plantas, também chamadas de vegetais, são seres vivos, já que nascem, crescem e
morrem. Além disso, possuem capacidade de reprodução, ou seja: de dar origem a novas plantas.
Vegetais podem ser encontrados no solo (terrestres), na água (aquáticos), ou presos nos galhos de
outras plantas ou em cercas (aéreos). Quanto ao tipo de clima, podem ser encontrados desde em
desertos até em regiões do planeta ricas em gelo.
Partes de plantas são utilizadas pelo homem com fins como construção de objetos com a
madeira (retirada do tronco das árvores) e a fabricação de papel e de remédios. Além disso, plantas
inteiras ou suas flores são usadas para embelezar jardins, canteiros e praças. Assim, faz-se
necessário à busca de uma nova reflexão no processo educativo, onde o agente escolar passe a
vivenciar essas transformações de forma a beneficiar suas ações podendo buscar novas formas
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1508
didáticas e metodológicas de promoção do processo ensino-aprendizagem com seu aluno, sem com
isso ser colocado como mero expectador dos avanços estruturais de nossa sociedade, mas um
instrumento de enfoque motivador desse processo.
A escola deve despertar a conscientização ambiental das crianças, para que elas venham a
ser os multiplicadores da preservação e conservação dos recursos ambientais, promovendo hábitos
de reflexão conscientes. Atualmente a quantidade de água é suficiente para atender toda a
população, porém o que se torna um problema é o uso exagerado e inconsciente desse recurso, pois
no futuro pode acabar e não ter como ser desfrutado pelas futuras gerações (CAVALCANTE et al.,
2013).
A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para formação de
cidadãos conscientes, prontos para atuarem de modo comprometido em suas realidades
socioambientais. Para isso, é necessário que a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com
formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos que levem à
conscientização sobre a importância do Meio Ambiente (BRASIL, 1996). Ademais, Roeder (2003)
diz que a qualidade de vida está influenciada pelo ambiente, e este engloba relações sociais,
culturais, biológicas e ecológicas, formando, assim, um contexto com o ser humano, o qual há a
possibilidade de tanto o homem quanto o ambiente serem modificados ou transformados.
Uma soberania menos egoísta dos Estados e mais solidária no aspecto ambiental, com a
incorporação de sistemas mais efetivos de cooperação entre Estados, em face das exigências de
preservação ambiental‖ é fato evidentemente necessário (LEITE, 2002, p. 169).
Como nos ensina Diegues (2004), a sociedade através de atos conscientes de preservação
deve saber que a terra não pertence ao homem, mas sim, este pertence à terra.
Portanto o objetivo do trabalho foi socializar a preservação dos recursos ambientais através
de aulas discursivas sobre o meio ambiente, desenvolvendo o senso crítico dos estudantes sobre o
sistema ar-água-solo-planta.
MATÉRIAL E METADOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sobre a preocupação dos educandos sobre a economia da água (Figura 1) 44% dos discentes,
mostraram-se estar preocupados, e agindo sobre este tema. Porém esse indício, é menor do que
aqueles que responderam que se preocupavam ―um pouco‖ com 56%, podendo verificar neste caso
a falta de incentivo através da educação ambiental.
44%
56%
0%
Em trabalho realizado Tussi & Nishijima (2011) na Escola Municipal Bom Pastor no
município de Panambi-RS, os estudantes também apresentaram questionamentos que ajudam na
economia da água no cotidiano da sociedade na busca pela preservação da vida e dos recursos
ambientais existentes no meio ambiente.
Na Figura 2, os estudantes quando perguntados sobre a contaminação do solo pelo homem,
foram praticamente unânimes, onde 96% responderam que o homem contamina o solo, e 4% que
não. O crescimento da população humana e sua concentração em núcleos urbanos aumentam a
TERRA Saúde Ambiental e Soberania Alimentar ISBN: 978-85-68066-10-2 1510
demanda de alimentos e outros produtos derivados da agricultura, com maior geração de resíduos,
contaminação dos recursos solo e água e redução da biodiversidade, além da falta de planejamento e
controle na ocupação do solo no processo de expansão das áreas agrícolas e das cidades.
Considerando o aumento da população e consequentemente uma maior poluição dos
recursos ambientais, através da produção e acúmulo de lixo desordenado e exposto diretamente ao
meio ambiente, esgotos sanitários lançados diretamente na natureza e o uso indiscriminado de
agrotóxicos na agricultura (SILVA et al., 2013). Por isso busca-se nos dias atuais produzir com
sustentabilidade através da agricultura sustentável que é um estilo de agricultura de base ecológica
que atendam a requisitos de solidariedade entre as gerações atuais e destas para com as futuras
gerações, o que alguns autores chamam de uma ―ética da solidariedade‖ (BARROS et al., 2012).
0%
4%
96%
4%
20%
76%
Onde as plantas retiram os nutrientes dissolvidos e outros poluentes da água, usando-os para
produzir biomassa vegetal adicional. Os nutrientes e poluentes movem-se pelo corpo da planta
sendo conduzidos a órgãos de armazenamento subterrâneos. Quando as plantas senescem, esses
compostos são depositados nos sedimentos do fundo e no próprio meio filtrante (DORNELAS,
2008).
Essa concentração industrial engendra problemas de poluição do ar e da água, gerando
situações de graves riscos à saúde da população, sobretudo para as famílias mais pobres que passam
a residir exatamente nos lugares mais poluídos. Desse modo, os efeitos da degradação ambiental
não são distribuídos igualmente pelo conjunto da população (GONÇALVES, 1995). Conforme
constata-se na Figura 4, os estudantes responderam com 88%, que a poluição prejudica a terra,
sabendo eles que os recursos naturais são de tamanho importância para a população mundial. Porém
ainda existe alunos que responderam que a poluição não prejudica a terra com 12% dos alunos.
0%
12%
88%
12%
20%
68%
Em trabalho realizado Cavalcante et al. (2013) quando indagados se a água potável pode
acabar, os educandos afirmam que sim, por isso deve-se preservar independente da atividade que
esteja realizando com a mesma. Confirmando assim que educação ambiental é muito importante
para a sociedade, principalmente para as novas gerações, por serem o futuro do planeta.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
CASTRO, B. A. C., Caracterização Geotécnica de Solos da Região Central de Minas Gerais para
Aplicação em Obras Rodoviárias, Dissertação de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro,
Brasil 2002.
LEITE, J. R. M.; AYALA, P. A. Direito ambiental na sociedade de riscos. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2002.
LEPSECH, I. F., Solos - formação e conservação, 2 ed. São Paulo, 1977, p. 7/8.
ROCHA, Julio Cesar. ROSA, Andre Henrique. CARDOSO, Arnaldo Alves. - Introdução à química
ambiental. - 2. ed, Porto Alegre; Bookmam, 2009.
ROEDER, Maika Arno. Atividade física, saúde mental e qualidade de vida. Rio de Janeiro: Shape,
2003.
SILVA, F. L. R. A educação ambiental nos cursos de licenciatura do estado de São Paulo. Revista
Universidade Guarulhos. Vol. VI, fev, p. 19-28, 2001.
SILVA, A. G. da.; SILVA, M. J. R. da.; CAVALCANTE, A. C. P.; DINIZ, B. L. M. T. de.
Educação ambiental e a agroecologia: uma prática inovadora no processo educativo no
educandário aprendendo a aprender, Bananeiras – PB. Revista Monografias Ambientais, v. 13,
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STOTTMEISTER, U.; WIEßNER, A.; KUSCHK, P.; KAPPELMEYER, U.; KÄSTNER, M.;
BEDERSKI, O.; MÜLLER, R.A.; MOORMANN, H. Effects of plants and microorganisms in
constructed wetlands for wastewater treatment. Biotechnology Advances, v.22, n.1–2, p. 93-117,
2003.
RESUMO
A semana do meio ambiente no Colégio Estadual Wilson Gonçalves, realizada pelos bolsistas do
PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) do curso de Ciência Biológicas
da Universidade Regional do Cariri – URCA, teve o intuito de incentivar a conscientização
ambiental dos discentes na busca pela formação crítico-social dos mesmos e despertar a percepção
ambiental dos alunos promovendo mudanças na prática de atitudes e valores no meio ambiente em
que vivem. Através de questões sobre o meio ambiente, em especial, a reciclagem e a reutilização,
adquirido maior conhecimento sobre a área, desenvolvendo cada vez mais a aprendizagem e a
formação de alunos críticos, conhecedores da atualidade em que vivem e formuladores de soluções
para os problemas sobre o meio ambiente. O método utilizado, neste trabalho, foi à pesquisa-ação,
de forma qualitativa elaborando um estudo através de livros, pesquisas publicadas em sites e artigos
científicos e quantitativa na análise dos questionários respondidos pelos alunos do ensino médio
aplicados antes e após a semana do meio ambiente na escola. Este trabalho envolveu alunos das três
séries do ensino médio da referida escola dos turnos da manhã e tarde. Foram realizadas atividades
práticas e teóricas sobre o tema meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Os resultados foram
esclarecedores demostrando que cada vez mais a escola deve envolver os alunos nas questões
ambientais, enfatizando a problematização na busca por formação de alunos com uma consciência
reflexiva.
Palavras-chave: Educação ambiental. Conscientização. Escola. Percepção ambiental.
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
Diante dos impactos ambientais tão discutidos atualmente vê-se a necessidade de alertamos
acerca desse fato mobilizando-nos sobre o problema e buscando medidas que possam amenizá-lo,
logo para divulgar tal problema nada mais importante que através da educação ambiental.
A Lei nº 9 795/ 1999 que entrou em vigor em 27 de abril de 1999 entende que a educação
ambiental é essencial e precisa estar no processo educativo e também no engajamento da
sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente. Por meio de relações
cotidianas práticas, questionadoras, crítica e inovadora, visando o bem comum, pensando
nas resoluções de problemas globais e agindo localmente em busca de alternativas para
toda a humanidade. (MOURA; PACIFICO, 2010).
O surgimento desse novo saber permite a construção de uma nova racionalidade ambiental
fundada na produtividade ecológica (e não no produtivismo economicista) e na hibridização
cultural, reconstruindo conhecimentos, saberes e práticas a partir da crítica da racionalidade
formal e instrumental da civilização moderna. (FIGUEIRÓ, 2011).
[...] a escola é o espaço social e local onde o aluno dará sequência ao seu processo de
socialização. O que nele se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo que a
sociedade deseja e aprova comportamentos ambientalmente ―corretos‖ devem ser
aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de
cidadãos responsáveis. (RODRIGUES; FEIXO, 2009).
Apesar da importância em divulgar a educação ambiental no meio escolar, esse tema ainda é
muito pouco discutido sendo evidenciado pela escola como disciplina extra curricular e divulgado
apenas em semana de meio ambiente, quando é realizada nas escolas, através de palestras, por
exemplo, quanto mais o assunto abordado fazer parte da realidade do aluno melhor será seu
desenvolvimento na aprendizagem.
Apesar dos quase vinte e quatro anos percorridos, desde a promulgação da Carta
Constitucional de 1988, percebemos que os movimentos transformadores, no sentido de
incorporar a EA e CTS nas práticas escolares, dão-se a passos lentos na Educação Básica. O
que ainda se observa são propostas pontuais, desarticuladas, reforçando a memorização, a
transmissão de conhecimentos prontos e acabados, de forma fragmentada. (Machado, P. F.
L; et al; 2012).
Dessa forma, pode se dizer que apesar dos desafios e dificuldades enfrentados na educação,
desenvolver a educação ambiental na escola, significa ampliar o entendimento acerca do
que é o meio ambiente, no entanto para que isso ocorra, é necessário o engajamento de
todos que se envolvem no processo educacional para que de fato se obtenha resultados
positivos. [...] (ZAMPEZE; STROHSCHOEN, 2013).
A escola deve ser o espaço de análise e de descoberta de novas possibilidades de vida, onde
através de atividades específicas o professor leva os estudantes a perceber o mundo
complexo em que vive e identifique as ideologias circundantes no discurso presente em
distintos espaços sociais no qual circula. (SILVA; CALIXTO, 2013).
[...] o ensino sobre o meio ambiente deve contribuir principalmente para o exercício da
cidadania, estimulando a ação transformadora, além de buscar aprofundar os
conhecimentos sobre as questões ambientais de melhores tecnologias, estimular as
mudanças de comportamentos e a construção de novos valores éticos menos
antropocêntricos [...] (BERNA, 2007).
Sendo assim, o presente artigo tem como finalidade avaliar a importância da inserção da
educação ambiental na prática pedagógica, investigando dentro do âmbito escolar a influência da
educação ambiental como um dos mecanismos de formação de cidadãos ecologicamente
conscientes diante da sociedade de consumo em que vivemos.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação a consciência ambiental dos alunos nas atividades do dia a dia foi representado
por 86% das respostas mostrando que a escola possui alunos conscientes sobre os problemas
ambientais e preocupados em conservar o meio ambiente.
Para Huss e Anjos, 2013, O aluno, como qualquer outro cidadão, tem a necessidade de
adotar práticas que preservem o ambiente para as presentes e futuras gerações.
1º Você já ouviu falar em E. A.? Responderam sim Responderam não Sem resposta
90% 10% 0%
2º Consideras importante falar de
preservação ambiental? 100% 0% 0%
3º Você tem consciência ambiental?
86% 14% 0%
4º Você sabe o que é reciclagem? 98% 2% 0%
5º Você já fez reciclagem? 45% 55% 0%
6º Já ouviu falar em reutilização de
matérias? 93% 7% 0%
7º Você reutiliza algum material? 54% 46% 0%
8º A escola aborda o tema sobre meio
ambiente? 79% 19% 2%
9º A escola pratica E. A.? 50% 49% 1%
10º A escola desenvolve práticas de E.
A.? 100% 0% 0%
Tabela 1: Resultados do questionário aplicado antes da semana do meio ambiente realizada no
Colégio Estadual Wilson Gonçalves.
As formas sustentáveis aplicadas ao dia a dia são vistas satisfatoriamente pela maioria dos
alunos, que apesar de alguns nunca terem praticado atividades ligadas a esse tema, como a
reciclagem e reutilização. No entanto, alguns alunos informaram que utilizam algum tipo de
material reciclado e/ou reutilizado em casa.
De acordo com as respostas dos alunos a escola retrata muito bem o tema sobre educação
ambiental, realizando práticas e incentivando a formação de cidadãos conscientes de suas práticas e
de seu convívio no meio ambiente.
A escola que educa através de todos os seus espaços é uma escola que mobiliza toda a sua
estrutura para a condução de fazeres pedagógicos que se ampliam dos espaços de sala de
aula e adentram a alma da escola, desde a forma como os alunos são recebidos no portão de
entrada até a forma como cuida dos resíduos produzidos em seu interior. (SILVA, 2007).
De acordo com os alunos participantes a semana do meio ambiente teve resultados positivos,
todos que participaram demostraram que o evento contribuiu quanto a melhoria da percepção
ambiental, ampliando os conhecimentos sobre sustentabilidade, assim como outros temas
ambientais (Tabela 2).
É necessário que se forme uma consciência transformadora e crítica sobre os que nos é
imposto para que possa motivar e construir a mesma nos alunos, onde é necessário
quebraram uma grande barreira que é construída, a todo momento, pelo sistema econômico
em qual estamos inseridos. [...] (SEABRA, et al, 2013).
Todos os participantes afirmaram que a realização das oficinas foi de grande importância
para o conhecimento cientifico dos temas abordados como a reciclagem e a reutilização despertando
o interesse pelo meio ambiente assim como pela sua conservação mudando o comportamento e o
pensamento crítico dos alunos.
Quando o aluno participa diretamente do seu trabalho ambiental ele acaba se envolvendo de
tal maneira que o seu comportamento e a sua visão mudam cada vez mais com o meio
ambiente. (SANTOS; SANTOS, 2014).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BERNA, V. S. D. Como fazer Educação Ambiental. 3 ed. São Paulo: Paulus, 2007.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 9 795. Política Nacional de Educação Ambiental. Diário
Oficial. 27 de abril de 1999.
SEABRA, L. A. F.; et al. A utilização do filme “dersu uzala” na formação de professores para a
construção de uma visão crítica da educação ambiental. IX Fórum Ambiental da Alta Paulista.
No. 6, v. 9. 2013.
SILVA, M. L. da. A Escola Bosque e suas estruturas educadoras – uma casa de educação
ambiental. Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em Educação Ambiental na escola.
Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio
Ambiente, Departamento de Educação Ambiental: UNESCO, 2007.