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Aula 00
AULA 00
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE
Su m á r io
Direit os da Criança e do Adolescent e para Magist rat ura Est adual 2018 .................................. 3
Cronogram a de Aulas ..................................................................................................... 5
1 - Considerações I niciais ................................................................................................ 6
2 - Paradigm as legislat ivos: evolução hist órica do Direit o da Criança e do Adolescent e ............. 6
2.1 - Aspect os hist óricos rem ot os ................................................................................. 6
2.2 - Evolução int ernacional ......................................................................................... 7
2.3 - Evolução Hist órica no Ordenam ent o Brasileiro ......................................................... 8
3 - A dout rina da sit uação irregular e a dout rina da prot eção int egral .................................. 12
4 - Regras Const it ucionais ............................................................................................. 15
5 - Quest ões ............................................................................................................... 21
5.1 – List a de Quest ões sem com ent ários..................................................................... 21
5.2 – Gabarit o .......................................................................................................... 30
5.3 – List a de Quest ões com com ent ários..................................................................... 30
6 - Legislação Dest acada e Jurisprudência Correlat a .......................................................... 48
7 – Resum o ................................................................................................................ 49
8 - Considerações Finais ............................................................................................... 53
A PRESENTAÇÃO DO CURSO
D ir e it os da Cr ia n ça e do Adole sce n t e pa r a
M a gist r a t u r a Est a du a l 2 0 1 8
Tenho a felicidade de apresent ar a você o nosso Cur so de D ir e it os da Cr ia nça
e do Adole sce nt e . Esse é um CURSO REGULAR que t em por obj et ivo abranger
o cont eúdo cobrado em t odos os concursos de M a gist r a t ur a Est a dua l, ve r sã o
2018.
O curso est á at ualizado com as recent es reform as do Est at ut o da Criança e do
Adolescent e. Além disso, aprofundam os o m at erial para at ender às exigências de
concursos de Carreiras Jurídicas.
O present e curso abrangerá t odos os assunt os que podem ser exigidos nas provas
obj et ivas. Num t ot al de 07 aulas, passarem os por t odos os assunt os t eóricos da
m at éria, sem deixar de alert ar para as recent es reform as prom ovidas na
legislação.
Os assunt os serão t rat ados para at ender t ant o àquele que est á iniciando os
est udos na área, bem com o àquele que est á est udando há m ais t em po. Os
conceit os serão expost os de form a didát ica, com explicação dos inst it ut os
j urídicos e resum os da j urisprudência, quando im port ant e para a prova.
Vej am os a m et odologia do nosso curso.
M e t odologia do Cu r so
Podem os afirm ar que as aulas levarão em consideração as seguint es “ font es” .
FON TES
Legislação e
Jurisprudência
Dout rina quando Assunt os Docum ent os
relevant e dos
essencial e relevant es no I nt ernacionais
Tribunais
m aj orit ária cenário j urídico pert inent es ao
Superiores
assunt o.
Para t ornar o nosso est udo m ais com plet o, é m uit o im port ant e resolver quest ões
ant eriores, para nos sit uarm os diant e das possibilidades de cobrança. Trarem os
quest ões variadas para dem onst rar com o o assunt o pode ser cobrado em provas.
Essas observações são im port ant es, pois perm it irão que, dent ro da nossa
lim it ação de t em po e com m áxim a obj et ividade, possam os organizar o curso de
m odo focado, volt ado para acert ar quest ões de prim eira fase.
Est a é a nossa propost a!
Apr e se n t a çã o Pe ssoa l
Por fim , rest a um a breve apresent ação pessoal. Meu nom e é Ricardo St rapasson
Torques! Sou graduado em Direit o pela Universidade Federal do Paraná ( UFPR) e
pós- graduado em Direit o Processual.
Cr on ogr a m a de Au la s
Vej am os a dist ribuição das aulas:
AULA CON TEÚD O D ATA
Essa é a dist ribuição dos assunt os ao longo do curso. Event uais aj ust es poderão
ocorrer, especialm ent e por quest ões didát icas. De t odo m odo, sem pre que houver
alt erações no cronogram a acim a, vocês serão previam ent e inform ados,
j ust ificando- se.
I dade Média
Esse período é m arcado pelo desenvolvim ent o da religião crist ã, que influenciou
diret am ent e os ordenam ent os j urídicos da Europa. Assim , t odos est avam a
serviço a I grej a, pois o hom em , de m odo geral, era considerado um ser pecador
e não racional, que deveria observar os preceit os religiosos para se salvar.
No que diz respeit o ao t rat am ent o dado às crianças e adolescent es t em os um
salt o im port ant e! Muit o em bora consideradas com o obj et o de direit o, há nít ido
r e conhe cim e nt o da dignida de da s cr ia nça s e a dole sce nt e s. I sso im pôs o
respeit o às crianças que não poderiam ser m alt rat adas, abusadas ou
abandonadas pelos seus pais.
Por out ro lado, as cr ia nça s conce bida s for a do ca sa m e nt o r e ligioso
encont ravam - se em sit uação de dupla vulne r a bilida de : pelo fat o de serem
crianças e, t am bém , pela discrim inação em razão de não serem reconhecidas
pela igrej a, pois represent avam violação do m odelo m oral da época.
2 .2 - Evolu çã o in t e r n a cion a l
Em relação à abordagem int ernacional vam os t rat ar sobre os diplom as que se
volt aram para a prot eção de crianças e adolescent es. Se você observar, o edit al
explicit ou alguns desses diplom as, que serão desenvolvidos em aula fut ura.
Aqui, port ant o, vam os apenas m inudenciar as principais norm as a fim de at ender
ao expresso em edit al, ou sej a: considerar os aspect os hist óricos evolut ivos da
disciplina.
O prim eiro diplom a int ernacional volt ado para a t ut ela de crianças e adolescent es
foi a Conve nçã o pa r a a Re pr e ssã o do Tr á fico de M ulhe r e s e Cr ia nça s
aprovada em 1921.
Em 1924 foi aprovada a D e cla r a çã o de Ge n e br a que, pela prim eira vez, fez
referência aos direit os das crianças.
Século XVI e XI X
Na origem da nossa colonização, o ordenam ent o j urídico vigent e era
represent ado pelas Ordenações do Reino. Nesse período, em sínt ese, dest aca- se
a pr e ocupa çã o com os infr a t or e s, com a plica çã o de pe na s se ve r a s e
cr ué is e a im put a bilida de a pa r t ir dos 7 a n os de ida de .
Em 1830 foi edit ado o Código Penal do I m pério, que elevou a m aioridade para os
14 anos de idade. As crianças e adolescent e ent re 7 e 14, quando da prát ica de
algum at o considerado crim e pela legislação penal, eram inseridas em casas de
correção.
Década de 80 e 90
Esse período, que vai at é a prom ulgação da Const it uição de 1988 e do Est at ut o
da Criança e do Adolescent e, em 1990, é m arcado pelo desenvolvim ent o de
m ovim ent os sociais e conquist as efet ivas, em especial:
A Pa st or a l da Cr ia n ça , em 1983, pela CNBB ( Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) e m ovim ent os sociais da I grej a Cat ólica.
O M ovim e n t o N a ciona l dos M e n inos e M e n ina s de Ru a ( MNMMR) , em 1985 na
cidade de São Bernardo do Cam po em São Paulo.
Paralelam ent e, com as discussões do proj et o de lei que deu origem ao ECA, houve
a form ação de dois polos, um em defesa do Código de Menores e out ro em defesa
do novo Est at ut o. De um lado est ava a defesa da dout rina da sit uação irregular,
do out ro a dout rina da prot eção int egral.
A CF e o ECA
A Const it uição de 1988 e o Est at ut o da Criança e do Adolescent e são m arcant es
por consolidar um a m udança de paradigm a na prot eção de crianças e
adolescent es. Essa é a base fundam ent al sobre a qual serão desenvolvidas nossas
aulas. Desse m odo, a t ít ulo de evolução, vam os t razer de form a sint et izada as
principais m udanças vivenciadas:
Modelo j urídico que privilegia a dignidade da pessoa.
Adoção da dout rina da prot eção int egral em subst it uição da dout rina da sit uação
irregular.
Trat am ent o da sit uação j urídica das crianças e adolescent es com o polít ica pública.
Criação de um sist em a de garant ia de direit os descent ralizado na figura dos Municípios,
responsáveis pelo est abelecim ent o da polít ica de at endim ent o com a int erm ediação do
CMDCA ( Conselho Municipal dos Direit os das Crianças e Adolescent es) .
Part icipação de vários at ores na prot eção das crianças e adolescent es, a exem plo da
com unidade local, Conselhos Municipais, Conselho Tut elar, fam ília, Poder Judiciário,
Minist ério Público.
fase da
Sem norm as t ut elares dos direit os de
ABSOLUTA at é o início do séc. XVI
crianças ou adolescent es.
I N D I FEREN ÇA
do séc. XVI e,
especialm ent e com a
fase da M ERA
Obj et iva- se a punição de condut as prat icadas edição do Código Mello
I M PUTAÇÃO
por crianças e adolescent es. Mat os em 1927, at é o
PEN AL
Código de Menores de
1979.
da dout rina da sit uação irregular para a dout rina da prot eção int egral
A dout rina da prot eção int egral foi criada pela Const it uição de 1988 - no art . 227
da CF – e expandida com a edição do Est at ut o da Criança e do Adolescent e e com
a int ernalização da Convenção I nt ernacional sobre o Direit o das Crianças.
A dout rina da sit uação irregular foi oficializada pelo Código de Menores de 1979,
m as, im plicit am ent e, est eve present e desde o Código de Menores de 1927.
Pelo paradigm a da sit uação irregular t ínham os um a aplicação rest rit a do Código
de Menores, apenas às pessoas que se enquadrassem no art . 2º daquele diplom a.
1
MACI EL, Kát ia Regina Ferreira Lobo Andrade ( coord.) . Cu r so de D ir e it o da Cr ia n ça e do
Adole sce nt e : a spe ct os t e ór icos e pr á t icos. 6º edição, rev. e at ual., São Paulo: Edit ora
Saraiva: 2010, versão digit al.
Not e que a CF t rat a de enunciar um rol de direit os e garant ias fundam ent ais,
post eriorm ent e explicit ados no ECA. Esses direit os, cont udo, não são
assegurados segundo a regrat iva geral que t em os no art . 5º , da CF.
Esses direit os previst os no caput do art . 227 devem ser assegurados: a) com
a bsolut a pr ior ida de ; e b) em consideração do fat o de que as crianças são
pe ssoa s e m de se nvolvim e nt o. Just ifica- se, assim , a norm at iva específica na
part e final da CF.
Em sint onia, o ECA fixa um a série de polít ica s pública s a serem desenvolvidas
por t odos os ent es federat ivos, m as principalm ent e pelo m unicípio, que est á m ais
próxim o da realidade de cada com unidade, em respeit o ao pr incípio da
m unicipa liza çã o que im pera no ECA.
Ret ira- se o conj unt o ant erior de at ribuições do Juiz da I nfância e da Juvent ude,
que m ant ém , nat uralm ent e, a com pet ência j udicant e. Dest aca- se a at uação do
Minist ério Público.
Para fins de prova, devem os m em orizar esse quadro com parat ivo, de aut oria de
Leobert o Narciso Brancher 2 :
2
BRANCHER, Leobert o Narciso. Or ga n iza çã o e ge st ã o do sist e m a de ga r a n t ia s de dir e it os
da infâ n cia e da j uve nt u de . En con t r os pe la j u st iça na e du ca çã o. Brasília: Fundescola/ MEC,
2000, p. 126.
Para além do aspect o dout rinário, sobre o qual j á falam os exaust ivam ent e acim a.
I m port ant e t ecer algum as considerações finais.
Pelo carát er, t em - se que a prot eção à criança e ao adolescent e no Código de
Menores era encarado com o caridade, prest ada pelo Est ado e pela sociedade. No
ECA, a sse gur a m os os dir e it os da s cr ia nça s e dos a dole sce nt e s com o
polít ica pública , com o dever de o Est ado exercer at ividades prest acionais.
Pelo fundam ent o, t em os um increm ent o em relação ao t rat am ent o conferido
às crianças e adolescent e. De um carát er t ão som ent e assist encial, no qual os
m enores se apresent am com o obj et o de t ut ela j urídica, t em os no ECA a
conside r a çã o de e le s sã o suj e it os de dir e it os. I sso não elide o t rat am ent o
assist encial que a própria Const it uição det erm ina em relação às crianças e aos
adolescent es. Cont udo, a prot eção se apresent a à luz do ECA de form a m ais
am pla, int egral.
Pela quest ão da cent ralidade e da com pet ência, há um a m udança im port ant e,
paut ada pelo pr incípio da m unicipa liza çã o. Ret ira- se do Poder Judiciário e da
União e dos Est ados o papel de dest aque, que é t ransferido aos m unicípios. A
adm inist ração m unicipal, porque m ais próxim a da realidade da com unidade, t em
m e lhor e s condiçõe s pa r a a ssum ir de for m a e fe t iva e sse pa pe l de
ce nt r a lida de e , e m r a zã o disso, a gr e ga um volum e significa t ivo de
com pe t ê ncia .
No que diz respeit o à t om ada de decisões em m at éria de infância e j uvent ude,
o ECA, em subst it uição a um a polít ica cent ralizadora, adot a um sist e m a
de m ocr á t ico e pa r t icipa t ivo, que t raz t oda a com unidade e organizações à
m esa de discussão para fixação de polít icas públicas e im plem ent o das ações. É
j ust am ent e em razão disso que, em t erm os inst it ucionais, ao invés de um m odelo
est at al, t em os um m ode lo de coge st ã o pe la socie da de civil. Decorrência da
m esm a linha de pensam ent o, caract eriza- se o ECA, em relação ao Código de
Menores, por est ar or ga niza do e m for m a de rede, ao cont rário da organização
piram idal e hierárquica do m odelo ant erior.
4 - Re gr a s Con st it u cion a is
No que diz respeit o às regras const it ucionais de prot eção aos direit os das crianças
e dos adolescent es, nós t em os disposit ivos esparsos ao longo do t ext o
const it ucional, que est ão inseridos em out ros t em as, e um capít ulo próprio na CF.
Esse ent endim ent o, a ser aplicado a casos sem elhant es, envolve a conclusão de
que a pat ernidade socioafet iva não afast a a responsabilidade do pai biológico.
Assim , o pai biológico deverá arcar com as despesas do filho m esm o que ele
t enha sido criado e m ant enha laços de afet ividade com out ra pessoa que
reconhece com o pai.
Sigam os!
O art . 227 t raz um rol de direit os fundam ent ais dos adolescent es e fixa o
pr incípio da pr ior ida de a bsolut a . Significa dizer que os direit os declinados no
art . 227 devem ser assegurados, com absolut a prioridade, pela fa m ília , pela
socie da de e pelo Est a do, t odos at uando de form a conj unt a.
Assim ...
O Text o Const it ucional prevê am pla assist ência às crianças e aos adolescent es,
m ediant e polít icas públicas, com a observância de dois pr e ce it os:
1º PRECEI TO : dest inação de um percent ual m ínim o de recursos.
O art . 229 dest aca a responsabilidade dos pais em relação às crianças e aos
adolescent es, os quais devem assist ir, criar e educar os filhos m enores.
Art . 229. Os pais t êm o dever de assist ir, criar e educar os filhos m enores, e os filhos
m aiores t êm o dever de aj udar e am parar os pais na velhice, carência ou enferm idade.
Conform e a dout rina, esse disposit ivo enuncia o princípio da solidariedade ent re
ascendent es e descent es.
3
RE 482.611, rel. m in. Celso de Mello, decisão m onocrát ica, DJE de 7- 4- 2010.
( I ESES/ TJ- RO/ 2 0 1 7 ) Sobre a Ordem Social na Const it uição Federal, é I NCORRETO afirm ar:
a) A fam ília, base da sociedade, t em especial prot eção do Est ado, sendo que os direit os e deveres
referent es à sociedade conj ugal são exercidos igualm ent e pelo hom em e pela m ulher.
b) O dever da fam ília, da sociedade e do Est ado em assegurar à criança, com absolut a prioridade,
o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à
dignidade, ao respeit o, à liberdade e à convivência fam iliar e com unit ária, não se est ende ao
adolescent e e ao j ovem .
c) A seguridade social com preende um conj unt o int egrado de ações de iniciat iva dos Poderes
Públicos e da sociedade, dest inadas a assegurar os direit os relat ivos à saúde, à previdência e à
assist ência social.
d) As condut as e at ividades consideradas lesivas ao m eio am bient e suj eit arão os infrat ores,
pessoas físicas ou j urídicas, a sanções penais e adm inist rat ivas, independent em ent e da obrigação
de reparar os danos causados.
Com e n t á r ios
A a lt e r na t iva A est á corret a, com base no art . 226, §5º , da CF:
“ Art . 226. A fam ília, base da sociedade, t em especial prot eção do Est ado.
§ 5º Os direit os e deveres referent es à sociedade conj ugal são exercidos igualm ent e pelo hom em
e pela m ulher” .
A a lt e r na t iva B est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. O descrit o na alt ernat iva se refere a
um dever da fam ília, da sociedade e do Est ado à criança, ao adolescent e e ao j ovem , e não
som ent e à criança. Vej am os o art . 227, caput , da Const it uição:
“ Art . 227. É dever da fam ília, da sociedade e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e e ao
j ovem , com absolut a prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à convivência fam iliar e
com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a de negligência, discrim inação, exploração,
violência, crueldade e opressão” .
A a lt e r na t iva C est á corret a, pois é o que dispõe o art . 194, caput , da CF/ 88:
“ Art . 194. A seguridade social com preende um conj unt o int egrado de ações de iniciat iva dos
Poderes Públicos e da sociedade, dest inadas a assegurar os direit os relat ivos à saúde, à
previdência e à assist ência social” .
A a lt e r na t iva D est á corret a, segundo o art . 225, §3º , da Const it uição Federal:
Concluím os a part e t eórica da nossa aula. Agora irem os est udar por quest ões.
Não há m uit as quest ões sobre os assunt os t rat ados na aula de hoj e. São
convenções m uit o específicas que foram pouco cobradas em concursos públicos
at é o m om ent o. Cont udo, as quest ões que possuím os servem para dar ideia de
com o o assunt o pode ser cobrado na sua prova.
Encerram os, com isso, a part e t eórica pert inent e a essa aula inaugural.
5 - Qu e st õe s
Q5 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com o obj et ivo de garant ir o desenvolvim ent o físico, m ent al, m oral,
espirit ual e social, em condições de liberdade e dignidade, o Est ado brasileiro
t em o dever de garant ir as necessidades das crianças e dos adolescent es,
velando pelo seu direit o à vida, à saúde, à educação, à convivência, ao lazer,
à liberdade, à profissionalização, ent re out ros. Nesse sent ido, é corret o
afirm ar que o ECA
Q1 2 . CESPE/ TJ- RN / 2 0 1 3
No que se refere à prot eção dos direit os das crianças e adolescent es, assinale
a opção corret a.
a) Com a proclam ação da dout rina da prot eção int egral na CF, revogou- se
expressam ent e a Lei n.º 6.697/ 1979, o que result ou em um a lacuna legal
no ordenam ent o j urídico brasileiro, no que se refere à prot eção j urídica a
crianças e adolescent es.
b) A Convenção sobre o Direit o da Criança t em eficácia de norm a
const it ucional, segundo ent endim ent o do STF.
c) As Regras de Beij ing, as Diret rizes de RI AD e as Regras Mínim as das
Nações Unidas para a Prot eção dos Jovens Privados de Liberdade,
inst rum ent os int ernacionais de prot eção aos direit os das crianças e
adolescent es, não se aplicam ao Brasil, vist o que não foram aprovadas pelo
Congresso Nacional brasileiro e prom ulgados pelo president e da República.
d) Ao rom per definit ivam ent e com a dout rina da sit uação irregular — at é
ent ão adm it ida no Código de Menores — e est abelecer com o diret riz básica
e única no at endim ent o de crianças e adolescent es a dout rina da prot eção
int egral, o legislador pát rio conferiu eficácia lim it ada ao t ext o const it ucional,
cuj os disposit ivos careciam de regulam ent ação específica para a produção
de efeit os j urídicos.
e) No t ext o da CF, foi conferida, pela prim eira vez na hist ória brasileira,
prioridade absolut a à criança, t endo- se afirm ado sua prot eção com o dever
da fam ília, da sociedade e do Est ado.
Q1 7 . FCC/ D PE- M A/ 2 0 1 5
Ant e o regim e est at uído pela Const it uição, a obediência aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em
desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade:
a) encont ra- se ent re os obj et ivos que inform am as polít icas públicas de
am paro aos idosos.
b) encont ra- se ent re os obj et ivos que inform am o plano nacional da
j uvent ude.
c) consist e em aspect o abrangido pelo direit o à prot eção especial.
d) const it ui cláusula norm at iva que t ransgride o preceit o const it ucional que
considera inim put áveis os m enores de dezoit o anos.
e) consubst ancia direit o individual de exercício colet ivo.
Q1 8 . CESPE/ D EPEN / 2 0 1 5
Por suas caract eríst icas m ais definidoras, a Const it uição Federal de 1988
( CF) foi cham ada de Const it uição Cidadã. Com relação aos direit os hum anos
e aos direit os fundam ent ais consagrados na Cart a Magna brasileira, j ulgue
o it em a seguir.
A única form a de censura perm it ida no Brasil é a que envolve espet áculos
t eat rais, especialm ent e os volt ados para o público infant o- j uvenil, e os livros
didát icos a serem ut ilizados no ensino fundam ent al.
Q2 3 . I D ECAN / SEJUC- RN / 2 0 1 7
Nos t erm os da Const it uição Federal, é dever da fam ília, da sociedade e do
Est ado assegurar à criança, ao adolescent e e ao j ovem , com absolut a
prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à
convivência fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a
de negligência, discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.
São prot eções const it ucionais à criança e ao adolescent e, EXCETO:
a) I dade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho, perm it ida a
j ornada not urna, m as vedado o t rabalho perigoso ou insalubre aos m enores.
b) Obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à
condição peculiar de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de
qualquer m edida privat iva da liberdade.
c) Garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional,
igualdade na relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado,
segundo dispuser a legislação t ut elar específica.
d) Est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos
fiscais e subsídios, nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda,
de criança ou adolescent e órfão ou abandonado.
Q2 5 . Qua dr ix / CFO- D F/ 2 0 1 7
Com relação à ordem social, j ulgue o it em .
A CF veda a adoção de crianças e adolescent es por est rangeiros.
5 .2 – Ga ba r it o
Q1. E Q10. A Q19. A
Q2. C Q11. D Q20. I NCORRETA
Q3. C Q12. E Q21. CORRETA
Q4. D Q13. I NCORRETA Q22. I NCORRETA
Q5. E Q14. B Q23. A
Q6. D Q15. D Q24. E
Q7. E Q16. CORRETA Q25. I NCORRETA
Q8. D Q17. C
Q9. B Q18. I NCORRETA
5 .3 – List a de Qu e st õe s com com e n t á r ios
Q1 . FCC/ TJ- AL/ 2 0 1 5
É caract eríst ica da dout rina da sit uação irregular, que inspirou as legislações
ant eriores do Est at ut o da Criança e do Adolescent e, a
a) possibilidade de derivar o j ulgam ent o, para o sist em a penal de adult os,
de crim es graves prat icados por m enores declarados incorrigíveis.
b) exclusão de casos de nat ureza social da j urisdição de m enores, dedicada
apenas a dirim ir conflit os de nat ureza j urídica envolvendo a infância
desvalida.
c) at ribuição, ao Curador de Menores, a part ir da dout rina do parens pat riae,
da função de subst it ut o inst it ucional e processual dos genit ores dest it uídos
do pát rio- poder.
d) separação rigorosa ent re carent es/ abandonados e infrat ores, com fluxos
t ot alm ent e dist int os para prot eção do prim eiro grupo e punição para o
segundo grupo.
Com e nt á r ios
Vej am os cada um a das alt ernat ivas.
A a lt e r na t iva A est á incorret a. Não exist iu, na sist em át ica do Código de
Menores, a possibilidade de flexibilização da m aioridade penal para m enores de
18 anos nos crim es m ais graves.
A a lt e r na t iva B t am bém est á incorret a, pois as polít icas assist encialist as se
fizeram present es no Código de Menores, cont udo, a at uação se dava após a
violação de direit os, no t rat am ent o das consequências e não no desenvolvim ent o
de polít icas públicas de carát er prevent ivo, com vist as a assegurar direit os.
A a lt e r n a t iva C não pode ser o gabarit o da quest ão. Em bora não t enham os
explorado o assunt o no cont eúdo t eórico da aula, é pert inent e algum as
observações aqui, relat iva ao assunt o.
O curador de m enores funcionou no Código de Menores at uava na defesa do
adolescent e. Essa defesa era exercida por m em bro do Minist ério Público, cuj a
finalidade era assegurar, dent ro da vont ade est at al, est abelecer o cont role social
da sit uação irregular. Not e que t em os um a dist ância enorm e a realidade at ual,
com at uação firm e da Defensoria na t ut ela dos Direit os das Criança e dos
Adolescent es.
O erro da alt ernat iva est á em assem elhar a at uação do Curador de Menores com
a figura do curador at ualm ent e, que at ua na ausência dos fam iliares. No caso do
Curador de Menores, a at uação se dá em t odos os processos, na defesa t écnica
do adolescent e.
Tam bém est á errada a alt ernat iva D est á incorret a, pois m uit o em bora
t ivéssem os os int ernat os para os m enores abandonados e de casas de det enção
para os adolescent es infrat ores, a realidade m ost rou- se t ot alm ent e diferent e.
Muit as vezes, em bora m ant idos em aloj am ent os separados m ant inham cont at o
ao longo do dia na execução de at ividades.
Vej a, nesse cont ext o, os ensinam ent os de Joã o Ba t ist a Cost a Sa r a iva :
Nest e t em po, de vigência do Código de Menores, a grande m aioria da população infant o-
j uvenil recolhida às ent idades de int ernação do sist em a FEBEM no Brasil, na ordem de 80% ,
era form ada por crianças e adolescent e, “ m enores” , que não eram aut ores de fat os definidos
com o crim e na legislação penal brasileira. Est ava consagrado um sist em a de cont role da
pobreza, que Em ílio Garcia Mendez define com o sociopenal, na m edida em que se aplicavam
sanções de privação de liberdade a sit uações não t ipificadas com o delit o, subt raindo- se
garant ias processuais. Prendiam a vít im a. Est a t am bém era a ordem que im perava nos
Juizados de Menores.
Finalm ent e, a a lt e r na t iva E é a corret a que – de acordo com a cit ação acim a –
enuncia a int ernação com o m edida de segregação de crianças e adolescent es
pobres e m arginalizados, independent em ent e da prát ica de at o infracional.
Com e nt á r ios
O Código Mello Mat os represent ou a definit iva superação da fase de absolut a
indiferença e ingresso na fase da m era im put ação penal ou penal indiferenciado,
de m odo que a a lt e r na t iva C é a corret a e gabarit o da quest ão.
Com e nt á r ios
Com o repet im os exaust ivam ent e em aula, o ECA adot ou, j á em seu art igo 1º , a
dout rina da prot eção int egral. Tal t eoria t em com o aspect o cent ral a criança e o
adolescent e com o suj eit os de direit os.
Ant es os m enores eram t rat ados com o obj et os de t ut ela, t endo em vist a a
dout rina da sit uação irregular.
Vej am os um quadro de aula que ret rat a a diferença ent re esses dois m odelos.
Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. As crianças e os adolescent es são considerados
suj eit os de direit o e não m ais obj et os de direit o.
A a lt e r na t iva B est á incorret a, pois a Convenção dos Direit os das crianças t em
por base a dout rina da prot eção int egral.
A a lt e r n a t iva C est á incorret a, um a vez que descreve a dout rina da sit uação
irregular e o ECA t em por base a dout rina da prot eção int egral.
A a lt e r n a t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Vej am os o art .4º do
ECA.
Art . 4º É dever da fam ília, da com unidade, da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absolut a prioridade, a efet ivação dos direit os referent es à vida, à saúde, à
alim ent ação, à educação, ao esport e, ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade,
ao respeit o, à liberdade e à convivência fam iliar e com unit ária.
Q5 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com o obj et ivo de garant ir o desenvolvim ent o físico, m ent al, m oral,
espirit ual e social, em condições de liberdade e dignidade, o Est ado brasileiro
t em o dever de garant ir as necessidades das crianças e dos adolescent es,
velando pelo seu direit o à vida, à saúde, à educação, à convivência, ao lazer,
à liberdade, à profissionalização, ent re out ros. Nesse sent ido, é corret o
afirm ar que o ECA
a) reconhece que as crianças e os adolescent es são suj eit os especiais,
t it ulares de direit os absolut os e m erecedores de at enção j urídica
preferencial, post o que a CF, ao consagrar o princípio da prot eção int egral,
im põe ao j uiz que desconsidere a finalidade social, o bem com um e os
direit os individuais e colet ivos.
b) baseou- se no princípio da indisponibilidade dos direit os fundam ent ais, por
m eio do qual foram est abelecidas as Diret rizes das Nações Unidas para a
Prevenção da Delinquência Juvenil e o crit ério cronológico da psicologia
evolut iva para diferenciar crianças, adolescent es e j ovens adult os.
c) aperfeiçoou a dout rina da sit uação irregular, esposada pelo Código de
Menores, est endendo a aplicação das m edidas socioeducat ivas dest inadas à
reabilit ação física, m oral e psíquica de crianças e adolescent es infrat ores.
d) ut ilizou- se da t ipologia de Enrico Ferri para definir os crit érios capazes de
est ipular o grau de periculosidade dos m enores infrat ores e o consequent e
risco social de sua perm anência no seio da sociedade.
e) afast ou- se da dout rina de sit uação irregular que caract erizou o ant igo
Código de Menores, haj a vist a est e ser volt ado apenas aos m enores em
sit uação irregular, ist o é, àqueles que se encont ram em conflit o com a lei ou
que se encont ram privados de assist ência, por qualquer m ot ivo. O ECA, ao
cont rário, segue a dout rina da prot eção int egral, que se baseia no princípio
do m elhor int eresse da criança.
Com e nt á r ios
Essa quest ão é para acert ar fácil. Já sabem os perfeit am ent e que o Eca foi
responsável por afast ar a dout rina da sit uação irregular e inst aurar um a nova
fase na prot eção dos direit os da criança e do adolescent e. Nesse sent ido, o ECA
represent a não só um novo diplom a legal, m as um a m udança com plet a de
paradigm a ao inst aurar a dout rina da prot eção int egral.
Assim , a a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão.
Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. O Eca afast ou a dout rina da sit uação irregular e
essa expressão não é m ais ut ilizada.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a. Aplica- se a dout rina da prot eção int egral, por
isso não se fala m ais em m edidas suplem ent ares de prot eção.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. A criança e o adolescent e são suj eit os de direit os
e deveres. O erro da quest ão est á em excluir o adolescent e da prot eção int egral.
A a lt e r n a t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Essa é exat am ent e a
ideia da prot eção int egral.
A a lt e r na t iva E est á incorret a, pois os m enores de 18 anos são inim put áveis.
Com e nt á r ios
Com e nt á r ios
Pessoal, essa ideia de que o ECA inst it uiu a dout rina da prot eção int egral deve
est ar bem sedim ent ada na cabeça de vocês. Observem quant as quest ões de
concursos difíceis cobram esse t em a t ão sim ples.
Vam os relem brar um esquem a de aula.
fase da Sem norm as t ut elares dos direit os de crianças at é o início do séc. XVI
ABSOLUTA ou adolescent es.
I N D I FEREN ÇA
fase da M ERA Obj et iva- se a punição de condut a prat icadas do séc. XVI e,
I M PUTAÇÃO por crianças e adolescent es. especialm ent e com a
PEN AL edição do Código Mello
Mat os em 1927, at é o
Código de Menores de
1979.
fase TUTELAR Obj et iva- se prom over a prot eção de crianças da edição do Código de
e adolescent es em sit uação irregular, com Menores de 1979 at é a
assist encialism o e prát icas segregat ória. Const it uição de 1988
Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. Com o vim os em aula, a prot eção int egral da
criança e do adolescent e com pet e à fam ília, à sociedade e ao Est ado. Vej am os o
art . 227, da CF.
Art . 227. É dever da fam ília, da sociedade e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e
e ao j ovem , com absolut a prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à convivência
fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a de negligência,
discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Com e nt á r ios
A evolução do t rat am ent o da criança e do adolescent e pode ser resum ida em
quat ro fases ou sist em as. Vej am os:
Com e nt á r ios
A alt ernat iva A est á incorret a, pois não se pode falar que t odas as inst it uições
est ão sucat eadas, t am pouco que nenhum direit o é assegurado. É verdade que o
sist em a possui seus defeit os, cont udo, há várias inst it uições que funcionam m uit o
bem . A alt ernat iva peca pelo exagero.
A alt ernat iva B est á igualm ent e incorret a, t endo em vist a as iniciat ivas inovadoras
na área prom ovidas nos últ im os t em pos, t al com o o program a fam ília acolhedora.
A alt ernat iva C est á incorret a. Com o sabem os, há vários órgãos que int erligam a
sociedade e o Poder Público, t al com o o Conselho Tut elar.
Q1 2 . CESPE/ TJ- RN / 2 0 1 3
No que se refere à prot eção dos direit os das crianças e adolescent es, assinale
a opção corret a.
a) Com a proclam ação da dout rina da prot eção int egral na CF, revogou- se
expressam ent e a Lei n.º 6.697/ 1979, o que result ou em um a lacuna legal
no ordenam ent o j urídico brasileiro, no que se refere à prot eção j urídica a
crianças e adolescent es.
b) A Convenção sobre o Direit o da Criança t em eficácia de norm a
const it ucional, segundo ent endim ent o do STF.
c) As Regras de Beij ing, as Diret rizes de RI AD e as Regras Mínim as das
Nações Unidas para a Prot eção dos Jovens Privados de Liberdade,
inst rum ent os int ernacionais de prot eção aos direit os das crianças e
adolescent es, não se aplicam ao Brasil, vist o que não foram aprovadas pelo
Congresso Nacional brasileiro e prom ulgados pelo president e da República.
d) Ao rom per definit ivam ent e com a dout rina da sit uação irregular — at é
ent ão adm it ida no Código de Menores — e est abelecer com o diret riz básica
e única no at endim ent o de crianças e adolescent es a dout rina da prot eção
int egral, o legislador pát rio conferiu eficácia lim it ada ao t ext o const it ucional,
cuj os disposit ivos careciam de regulam ent ação específica para a produção
de efeit os j urídicos.
e) No t ext o da CF, foi conferida, pela prim eira vez na hist ória brasileira,
prioridade absolut a à criança, t endo- se afirm ado sua prot eção com o dever
da fam ília, da sociedade e do Est ado.
Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva A est á incorret a. Não há que se falar em lacuna legal no
ordenam ent o j urídico brasileiro no que se refere à prot eção j urídica a crianças e
adolescent es. Pois, a Lei nº 6.697/ 79, foi revogada pela Lei nº 8.069/ 90.
A a lt e r na t iva B est á incorret a. Segundo ent endim ent o do STF, a Convenção
sobre o Direit o da Criança t em eficácia de norm a supralegal, e não const it ucional.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. Serviram de base para elaboração da Lei nº
8.069/ 90, as Regras de Beij ing, as Diret rizes de RI AD e as Regras Mínim as das
Nações Unidas para a Prot eção dos Jovens Privados de Liberdade, inst rum ent os
int ernacionais de prot eção aos direit os das crianças e adolescent es.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a. As norm as const it ucionais que cuidam dos
direit os das crianças e dos adolescent es t êm eficácia plena.
A a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão. O art . 227, da CF/ 88, é
considerado a sínt ese da Convenção das Nações Unidas Sobre os Direit os da
Criança. Vej am os:
Com e nt á r ios
A assert iva est á incor r e t a . A lei que reconhece os direit os e garant ias às
crianças, considerando- a com o um a pessoa em desenvolvim ent o, foi inserida em
1990, com o Est at ut o da Criança e do Adolescent e. Port ant o, não foi a part ir da
Proclam ação da República ( 1988) que os m enores passaram a ser det ent ores dos
direit os fundam ent ais de liberdade.
Com e nt á r ios
Dada a referência explícit a da quest ão, vej am os o art . 227, §3º , da CF:
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
I - idade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho, observado o dispost o no art .
7º , XXXI I I ;
I I - garant ia de direit os previdenciários e t rabalhist as;
I I I - garant ia de acesso do t rabalhador adolescent e e j ovem à escola;
I V - garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional, igualdade na
relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado, segundo dispuser a legislação
t ut elar específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar
de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade;
VI - est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos fiscais e subsídios,
nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda, de criança ou adolescent e órfão
ou abandonado;
VI I - program as de prevenção e at endim ent o especializado à criança, ao adolescent e e ao
j ovem dependent e de ent orpecent es e drogas afins.
Da leit ura do disposit ivo acim a podem os concluir que o referido disposit ivo t raz
regras relat ivas aos direit os dos t rabalhadores, garant ia de direit os
previdenciários, acesso do adolescent e t rabalhador à escola, responsabilização
pela prát ica de at os infracionais que devem ser breves, excepcionais e respeit ar
a condição do adolescent e de pessoa em desenvolvim ent o. Além disso, t em os
disposições que im põe ao Poder Público cuidar dos m ecanism os de acolhim ent o
de adolescent es em sit uação de vulnerabilidade e, t am bém , a adoção de
program as de prevenção e at endim ent o especializado.
Port ant o, a a lt e r na t iva B é a que m elhor se encaixa em t al diret iva. As dem ais
alt ernat ivas ret rat am regras que não const am do referido parágrafo.
Com e nt á r ios
Tem os aqui um a quest ão pouco int eligent e que, na realidade, é um a grande
pegadinha. Nesse cont ext o, ao se referir à “ prot eção especial à criança” , o
exam inador est á cobrando o art . 227, §3º , da CF. Desse m odo, por m ais que as
regras colocadas nos it ens est ej am de acordo com a CF, se não est iverem de
acordo com o disposit ivo, est ão incorret as.
Devido a isso, sugere- se dar o m áxim o de at enção ao disposit ivo.
Vej a:
I t em I – incorret o, pois previst o o art . 228 da CF.
I t em I I – corret o, pois previst o, no inc. VI I do §3º do art . 227 da CF.
I t em I I I – incorret o, pois previst o no §6 do art . 227.
I t em I V incorret o, pois previst o no §1º do art . 227.
I t em V corret o, porque explicit a o inc. VI do §3º do art . 227 da CF.
Port ant o, a a lt e r na t iva D é a corret a e gabarit o da quest ão.
Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a em vist a do que disciplina o art . 227, §3º , I V, da CF:
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
I V - garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional, igualdade na
relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado, segundo dispuser a legislação
t ut elar específica.
Com e nt á r ios
O §3º do art . 227 prevê expressam ent e, dent re as regas de prot eção especial,
t rês princípios que devem ser considerados na aplicação de m edidas
socioeducat ivas
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição
peculiar de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida
privat iva da liberdade;
Desse m odo, est á corret a a a lt e r na t iva C.
Q1 8 . CESPE/ D EPEN / 2 0 1 5
Por suas caract eríst icas m ais definidoras, a Const it uição Federal de 1988
( CF) foi cham ada de Const it uição Cidadã. Com relação aos direit os hum anos
e aos direit os fundam ent ais consagrados na Cart a Magna brasileira, j ulgue
o it em a seguir.
A única form a de censura perm it ida no Brasil é a que envolve espet áculos
t eat rais, especialm ent e os volt ados para o público infant o- j uvenil, e os livros
didát icos a serem ut ilizados no ensino fundam ent al.
Com e nt á r ios
De acordo com o art . 5º , I X, da CF: “ é livre a expressão da at ividade int elect ual,
art íst ica, cient ífica e de com unicação, independent em ent e de censura ou licença” .
Não bast asse, a CF explicit a que é vedada t oda e qualquer censura de nat ureza
polít ica, ideológica e art íst ica.
Desse m odo, est á incor r e t a a assert iva, pois argum ent a que é possível a censura
espet áculos t eat rais, especialm ent e os volt ados para o público infant o- j uvenil, e
os livros didát icos a serem ut ilizados no ensino fundam ent al.
Com e nt á r ios
Para respondê- la devem os lem brar do caput do art . 227:
Art . 227. É dever da fam ília, da sociedade e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e
e ao j ovem , com absolut a prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à convivência
fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a de negligência,
discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Com e nt á r ios
A assert iva est á in cor r e t a , pois são penalm ent e inim put áveis os m enos de 18
anos.
Art . 228. São penalm ent e inim put áveis os m enores de dezoit o anos, suj eit os às norm as da
legislação especial.
Com e nt á r ios
Com e nt á r ios
A assert iva est á incor r e t a . Com o bem sabem os, a adoção int ernacional é
perm it ida dent ro de cert as circunst âncias. Vej am os o art . 227, § 5º , da CF, no
qual foi baseada a assert iva.
§ 5º A adoção será assist ida pelo Poder Público, na form a da lei, que est abelecerá casos e
condições de sua efet ivação por part e de est rangeiros.
Q2 3 . I D ECAN / SEJUC- RN / 2 0 1 7
Nos t erm os da Const it uição Federal, é dever da fam ília, da sociedade e do
Est ado assegurar à criança, ao adolescent e e ao j ovem , com absolut a
prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à
convivência fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a
de negligência, discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.
São prot eções const it ucionais à criança e ao adolescent e, EXCETO:
a) I dade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho, perm it ida a
j ornada not urna, m as vedado o t rabalho perigoso ou insalubre aos m enores.
b) Obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à
condição peculiar de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de
qualquer m edida privat iva da liberdade.
c) Garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional,
igualdade na relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado,
segundo dispuser a legislação t ut elar específica.
d) Est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos
fiscais e subsídios, nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda,
de criança ou adolescent e órfão ou abandonado.
Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. De acordo com o art .
227, §3º , I , da Const it uição Federal, é considerada prot eção const it ucional à
criança e ao adolescent e a idade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao
t rabalho.
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
A a lt e r na t iva C est á corret a, conform e prevê o art . 227, §3º , I V, da CF/ 88:
I V - garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional, igualdade na
relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado, segundo dispuser a legislação
t ut elar específica;
A a lt e r na t iva D est á corret a, conform e prevê o art . 227, §3º , VI , da CF/ 88:
VI - est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos fiscais e subsídios,
nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda, de criança ou adolescent e órfão
ou abandonado;
Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Vej am os o §3º , V, do
art . 227, da CF/ 88:
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar
de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade;
Q2 5 . Qua dr ix / CFO- D F/ 2 0 1 7
Com relação à ordem social, j ulgue o it em .
Com e nt á r ios
A assert iva est á incor r e t a . A Const it uição Federal não proíbe a adoção de
crianças e adolescent es por est rangeiros. Vej am os o §5º , do art . 227:
§ 5º A adoção será assist ida pelo Poder Público, na form a da lei, que est abelecerá casos e
condições de sua efet ivação por part e de est rangeiros.
7 – Re su m o
Para finalizar o est udo da m at éria, t razem os um
resum o dos principais aspect os est udados ao longo
da aula. Sugerim os que esse resum o sej a est udado
sem pre previam ent e ao início da aula seguint e,
com o form a de “ refrescar” a m em ória. Além disso, segundo a organização de
est udos de vocês, a cada ciclo de est udos é fundam ent al ret om ar esses resum os.
Caso encont rem dificuldade em com preender algum a inform ação, não deixem de
ret ornar à aula.
Pa r a digm a s le gisla t ivos: e volu çã o h ist ór ica do D ir e it o da Cr ia nça e do Adole sce n t e
Ant iguidade: as form ações fam iliares foram est rut uradas em t orno da religião.
I dade Média: nít ido r e con he cim e n t o da dign ida de da s cr ia n ça s e a dole sce n t e s.
• Obj et iva- se a punição de condut a prat icadas por crianças e adolescent es.
• do séc. XVI e, especialm ent e com a edição do Código Mello Mat os em 1927, at é o
Código de Menores de 1979.
fase TUTELAR
• Obj et iva- se prom over a prot eção de crianças e adolescent es em sit uação irregular ,
com assist encialism o e prát icas segregat ória.
• da edição do Código de Menores de 1979 at é a Const it uição de 1988
• As crianças e adolescent es são considerados suj eit os de direit o, que devem ser
assegurados em conj unt o pelo Est ado, sociedade e fam ílias, com absolut a
prioridade e em consideração da sit uação peculiar de pessoa em desenvolvim ent o.
• a part ir da CF de 1988
M UD AN ÇA N A BASE PRI N CI PI OLÓGI CA: da dout rina da sit uação irregular para a dout rina
da prot eção int egral.
CÓD I GO D E M EN ORES
• ao m enor privado de condições essenciais à sua subsist ência, saúde e inst rução
obrigat ória, em razão da falt a, ação ou om issão dos pais ou responsável;
• às vít im as de m aus- t rat os;
• aos suj eit os a perigo m oral por se encont rarem em am bient es ou at ividades
cont rárias aos bons cost um es;
• ao aut or de infração penal; e
pr á t ica se gr e ga t ór ia .
CF + ECA
r om pim e n t o de pa r a digm a .
a CF t rat a de enunciar um rol de direit os e garant ias fundam ent ais, post eriorm ent e
explicit ados no ECA.
o ECA fixa um a série de polít ica s pública s a serem desenvolvidas por t odos os ent es
federat ivos, m as principalm ent e pelo m unicípio, que est á m ais próxim o da realidade de
cada com unidade, em respeit o ao pr in cípio da m u n icipa liza çã o que im pera no ECA.
N or m a s Con st it u ciona is
direit o à educação
direit o ao lazer
direit o à profissionalização
direit o à dignidade
direit o ao respeit o
direit o à liberdade
==110463==
PRECEI TOS:
idade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho na condição de aprendiz e
do t rabalho regular som ent e após com plet ar 16 anos ( 7º , XXXI I I ) .
est ím ulo do Poder Público, por int erm édio de assist ência j urídica, incent ivos fiscais e
subsídios, ao acolhim ent o sob a form a de guarda de crianças ou adolescent es órfãos ou
abandonados.