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Livro Eletrônico

Aula 00

Direitos da Criança e do Adolescente p/ Magistratura Estadual 2018


(Curso Regular)
Ricardo Torques

71173739890 - Laura Alice Duarte


D I REI TOS DA CRI AN ÇA E D O A D OLESCEN TE P / M AGI STRATURA
ESTAD UAL 2 0 1 8
t e or ia e que st õe s
Aula 0 0

AULA 00
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE

Su m á r io
Direit os da Criança e do Adolescent e para Magist rat ura Est adual 2018 .................................. 3
Cronogram a de Aulas ..................................................................................................... 5
1 - Considerações I niciais ................................................................................................ 6
2 - Paradigm as legislat ivos: evolução hist órica do Direit o da Criança e do Adolescent e ............. 6
2.1 - Aspect os hist óricos rem ot os ................................................................................. 6
2.2 - Evolução int ernacional ......................................................................................... 7
2.3 - Evolução Hist órica no Ordenam ent o Brasileiro ......................................................... 8
3 - A dout rina da sit uação irregular e a dout rina da prot eção int egral .................................. 12
4 - Regras Const it ucionais ............................................................................................. 15
5 - Quest ões ............................................................................................................... 21
5.1 – List a de Quest ões sem com ent ários..................................................................... 21
5.2 – Gabarit o .......................................................................................................... 30
5.3 – List a de Quest ões com com ent ários..................................................................... 30
6 - Legislação Dest acada e Jurisprudência Correlat a .......................................................... 48
7 – Resum o ................................................................................................................ 49
8 - Considerações Finais ............................................................................................... 53

Pr of. Rica r do Tor que s 2


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A PRESENTAÇÃO DO CURSO
D ir e it os da Cr ia n ça e do Adole sce n t e pa r a
M a gist r a t u r a Est a du a l 2 0 1 8
Tenho a felicidade de apresent ar a você o nosso Cur so de D ir e it os da Cr ia nça
e do Adole sce nt e . Esse é um CURSO REGULAR que t em por obj et ivo abranger
o cont eúdo cobrado em t odos os concursos de M a gist r a t ur a Est a dua l, ve r sã o
2018.
O curso est á at ualizado com as recent es reform as do Est at ut o da Criança e do
Adolescent e. Além disso, aprofundam os o m at erial para at ender às exigências de
concursos de Carreiras Jurídicas.
O present e curso abrangerá t odos os assunt os que podem ser exigidos nas provas
obj et ivas. Num t ot al de 07 aulas, passarem os por t odos os assunt os t eóricos da
m at éria, sem deixar de alert ar para as recent es reform as prom ovidas na
legislação.
Os assunt os serão t rat ados para at ender t ant o àquele que est á iniciando os
est udos na área, bem com o àquele que est á est udando há m ais t em po. Os
conceit os serão expost os de form a didát ica, com explicação dos inst it ut os
j urídicos e resum os da j urisprudência, quando im port ant e para a prova.
Vej am os a m et odologia do nosso curso.

M e t odologia do Cu r so
Podem os afirm ar que as aulas levarão em consideração as seguint es “ font es” .

FON TES

Legislação e
Jurisprudência
Dout rina quando Assunt os Docum ent os
relevant e dos
essencial e relevant es no I nt ernacionais
Tribunais
m aj orit ária cenário j urídico pert inent es ao
Superiores
assunt o.

Para t ornar o nosso est udo m ais com plet o, é m uit o im port ant e resolver quest ões
ant eriores, para nos sit uarm os diant e das possibilidades de cobrança. Trarem os
quest ões variadas para dem onst rar com o o assunt o pode ser cobrado em provas.
Essas observações são im port ant es, pois perm it irão que, dent ro da nossa
lim it ação de t em po e com m áxim a obj et ividade, possam os organizar o curso de
m odo focado, volt ado para acert ar quest ões de prim eira fase.
Est a é a nossa propost a!

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Vist os alguns aspect os gerais da m at éria, t eçam os algum as considerações acerca
da m e t odologia de e st udo.
As aulas em .pdf t em por caract eríst ica essencial a didá t ica . Ao cont rário do que
encont rarem os na dout rina especializada, o curso t odo se desenvolverá com um a
leit ura de fácil com preensão e assim ilação.
I sso, cont udo, não significa superficialidade. Pelo cont rário, sem pre que
necessário e im port ant e os assunt os serão aprofundados. A didát ica, ent ret ant o,
será fundam ent al para que diant e do cont ingent e de disciplinas, do t rabalho, dos
problem as e quest ões pessoais de cada aluno, possam os ext rair o m áxim o de
inform ações para hora da prova.
Para t ant o, o m at erial será perm eado de e squ e m a s, gr á ficos in for m a t ivos,
r e sum os, figur a s, t udo com o fit o de “ cham ar at enção” para as inform ações
que realm ent e im port am .
Com essa est rut ura e propost a pret endem os conferir segurança e t ranquilidade
para um a pr e pa r a çã o com ple t a , se m ne ce ssida de de r e cur so a out r os
m a t e r ia is didá t icos.
Finalm ent e, dest aco que um dos inst rum ent os m ais relevant es para o est udo em
.pdf é o cont a t o dir e t o e pe ssoa l com o Pr ofe ssor . Além do nosso fór u m de
dúvida s, est am os disponíveis por e - m a il e, event ualm ent e, pelo Fa ce book .
Aluno nosso não vai para a prova com dúvida. Por vezes, ao ler o m at erial surgem
incom preensões, dúvidas, curiosidades, nesses casos bast a acessar o
com put ador e nos escrever. Assim que possível respondem os a t odas as dúvidas.
É not ável a evolução dos alunos que levam a sério a m et odologia.
Assim , cada aula será est rut urada do seguint e m odo:

Teoria de form a obj et iva


M ETOD OLOGI A Referência e análise da
e diret a com sínt ese do
ESTRATÉGI A legislação pert inent e ao
pensam ent o dout rinário
CARREI RA JURÍ D I CA assunt o.
relevant e e dom inant e.

Súm ulas, orient ações


Muit as quest ões
j urisprudenciais e Resum o dos principais
ant eriores de provas
j urisprudência pert inent e t ópicos da m at éria.
com ent adas.
com ent adas.

Apr e se n t a çã o Pe ssoa l
Por fim , rest a um a breve apresent ação pessoal. Meu nom e é Ricardo St rapasson
Torques! Sou graduado em Direit o pela Universidade Federal do Paraná ( UFPR) e
pós- graduado em Direit o Processual.

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Est ou envolvido com concurso público há 07 anos, aproxim adam ent e, quando
ainda na faculdade. Trabalhei no Minist ério da Fazenda, no cargo de ATA. Fui
aprovado para o cargo Fiscal de Tribut os na Prefeit ura de São José dos Pinhais/ PR
e para os cargos de Técnico Adm inist rat ivo e Analist a Judiciário nos TRT 4ª , 1º e
9º Regiões. At ualm ent e, t rabalho exclusivam ent e com o professor.
Quant o à at ividade de professor, leciono exclusivam ent e para concurso, com foco
na elaboração de m at eriais em pdf. Tem os, at ualm ent e, cursos em Direit os
Hum anos, Legislação, Direit o Eleit oral e Filosofia do Direit o.
Deixarei abaixo m eus cont at os para quaisquer dúvidas ou sugest ões. Terei o
prazer em orient á- los da m elhor form a possível nest a cam inhada que est am os
iniciando.
E- m a il: rst .est rat egia@gm ail.com

Cr on ogr a m a de Au la s
Vej am os a dist ribuição das aulas:
AULA CON TEÚD O D ATA

Au la 0 0 Apresent ação do curso 07.01

Evolução dos Direit os da Criança e do Adolescent e

Regras Const it ucionais


Au la 0 1 Prot eção int ernacional ( part e 01) 14.01

Au la 0 2 Prot eção int ernacional ( part e 02) 21.01

Au la 0 3 Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( part e 01) 28.01

Au la 0 4 Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( part e 02) 04.02

Au la 0 5 Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( part e 02)


11.02
Au la 0 6 Lei do Sinase
18.02

Essa é a dist ribuição dos assunt os ao longo do curso. Event uais aj ust es poderão
ocorrer, especialm ent e por quest ões didát icas. De t odo m odo, sem pre que houver
alt erações no cronogram a acim a, vocês serão previam ent e inform ados,
j ust ificando- se.

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EVOLUÇÃO H I STÓRI CA DO D I REI TO DA CRI ANÇA E DO ADOLESCENTE

1 - Con side r a çõe s I n icia is


Para a nossa aula dem onst rat iva t rat arem os dos pont os iniciais da m at éria,
porque nossa int enção é apresent ar a m et odologia que será ut ilizada no
desenvolvim ent o das aulas.
Esses t em as são im port ant es para que possam os com preender t oda a est rut ura
do Direit o da Criança e do Adolescent e. Eles denot am a m udança de paradigm a
que t ivem os do Código de Menores para o ECA, com binado com a redação da
Const it uição Federal e da Convenção sobre o Direit o das Crianças da ONU.
Bons est udos a t odos!

2 - Pa r a digm a s le gisla t ivos: e volu çã o h ist ór ica do


D ir e it o da Cr ia n ça e do Adole sce n t e
Nesse capít ulo farem os um a abordagem hist órica da prot eção às crianças e aos
adolescent es. Com int uit o didát ico, vam os dist inguir nossa análise em : aspect os
hist óricos rem ot os, evolução int ernacional e evolução hist órica no ordenam ent o
j urídico brasileiro. Desses t rês pont os, o m ais relevant e é o últ im o, porque é m ais
incident e em provas.

2 .1 - Aspe ct os h ist ór icos r e m ot os


Ant iguidade
Nas civilizações ant igas as form ações fam iliares giravam e m t or no da r e ligiã o,
não em razão de laços fam iliares ou por laços afet ivos. O pat er fam iliae ou chefe
da fam ília era o responsável pelo cum prim ent o dos deveres fam iliares de t odo o
grupo, não necessariam ent e com post o apenas por pessoas que t ivessem algum
laço de consanguinidade. Esse exercia, assim , aut oridade religiosa e fam iliar.
Em relação às crianças e adolescent es, nã o ha via qua lque r t r a t a m e nt o
dife r e ncia do, at é porque na ant iguidade não havia a dist inção que, hoj e, é
usual. Em face disso, crianças e adolescent e eram considerados obj e t os de
dir e it o ( e não suj eit os) , ou sej a, eram m era propriedade do pat er fam iliae.
Para que você t enha ideia:

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pa r a os som ent e eram m ant idas vivas crianças fort es e


gr e gos saudáveis

as crianças eram consideradas “ pat rim ônio do Est ado” ,


pa r a os
que ficavam sob responsabilidade de um t ribunal do
e spa r t a n os
Est ado para serem preparadas para a guerra

algum as crianças eram sacrificadas em razão da sua


n o Or ie n t e
pureza

Com um a ou out ra exceção, a s cr ia nça s e a dole sce nt e s e r a m vist os com o


obj e t o de dir e it o e com o pa t r im ônio a se r viço da r e ligiã o, de a ut or ida de s
fa m ilia r e s e do Est a do.

I dade Média
Esse período é m arcado pelo desenvolvim ent o da religião crist ã, que influenciou
diret am ent e os ordenam ent os j urídicos da Europa. Assim , t odos est avam a
serviço a I grej a, pois o hom em , de m odo geral, era considerado um ser pecador
e não racional, que deveria observar os preceit os religiosos para se salvar.
No que diz respeit o ao t rat am ent o dado às crianças e adolescent es t em os um
salt o im port ant e! Muit o em bora consideradas com o obj et o de direit o, há nít ido
r e conhe cim e nt o da dignida de da s cr ia nça s e a dole sce nt e s. I sso im pôs o
respeit o às crianças que não poderiam ser m alt rat adas, abusadas ou
abandonadas pelos seus pais.
Por out ro lado, as cr ia nça s conce bida s for a do ca sa m e nt o r e ligioso
encont ravam - se em sit uação de dupla vulne r a bilida de : pelo fat o de serem
crianças e, t am bém , pela discrim inação em razão de não serem reconhecidas
pela igrej a, pois represent avam violação do m odelo m oral da época.

2 .2 - Evolu çã o in t e r n a cion a l
Em relação à abordagem int ernacional vam os t rat ar sobre os diplom as que se
volt aram para a prot eção de crianças e adolescent es. Se você observar, o edit al
explicit ou alguns desses diplom as, que serão desenvolvidos em aula fut ura.
Aqui, port ant o, vam os apenas m inudenciar as principais norm as a fim de at ender
ao expresso em edit al, ou sej a: considerar os aspect os hist óricos evolut ivos da
disciplina.
O prim eiro diplom a int ernacional volt ado para a t ut ela de crianças e adolescent es
foi a Conve nçã o pa r a a Re pr e ssã o do Tr á fico de M ulhe r e s e Cr ia nça s
aprovada em 1921.
Em 1924 foi aprovada a D e cla r a çã o de Ge n e br a que, pela prim eira vez, fez
referência aos direit os das crianças.

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Já no ano de 1948 t em os a D e cla r a çã o Unive r sa l dos D ir e it os H um a nos
( DUDH) , que confere prot eção à m at ernidade e assist ência social às crianças,
nascidas dent ro ou fora do m at rim ônio.
Em 1946 houve um m arco relevant e que se relaciona com a criação da UNI CEF,
ent idade criada com o obj et ivo de prom over os direit os volt ados para a prot eção
e para o desenvolvim ent o de crianças e adolescent es.
Em 1959, a UNI CEF aprovou a denom inada D e cla r a çã o Unive r sa l dos D ir e it os
da Cr ia nça que fixou alguns princípios basilares à prot eção dos direit os das
crianças.
No âm bit o do sist em a regional de Direit os Hum anos, dest aca- se a Conve nçã o
Am e r ica na sobr e os D ir e it os H um a nos denom inada de “ Pact o de San José da
Cost a Rica” , aprovada em 1969, a qual fixa o dever de os Est ados- part es
prom overem m edidas de prot eção às crianças.
No âm bit o do Sist em a Global de Direit os Hum anos, sob a égide da ONU, foi
aprovada a Conve nçã o I n t e r na cion a l sobr e os D ir e it os da s Cr ia nça s, que
est abeleceu diversos direit os e garant ias volt ados para as crianças. Trat a- se de
um m arco na legislação int ernacional no que t ange à prot eção aos direit os
hum anos de crianças e de adolescent es. É o diplom a que guarda o m aior núm ero
de adesões no Sist em a Global.
Esses são os diplom as m ais relevant es no âm bit o int ernacional. Part e desses
docum ent os será est udada na próxim a aula.

2 .3 - Evolu çã o H ist ór ica n o Or de n a m e n t o Br a sile ir o


No direit o brasileiro podem os dest acar alguns períodos:

Ant es do Século XVI


Nesse período não t em os, na evolução dos Direit os da Criança e do Adolescent e,
regist ro de prot eção diferenciada. Especula- se, t am bém , que nas civilizações
indígenas não havia qualquer t rat am ent o diferenciado para crianças e
adolescent es.
A dout rina m arca essa fase inicial com o de “ a bsolut a indife r e n ça ” . Vale dizer
que, sem a exist ência de norm as j urídicas ou m esm o prát icas com unit árias
específicas para a prot eção das crianças e adolescent es, esses eram considerados
obj et o de direit o e não suj eit os.

Século XVI e XI X
Na origem da nossa colonização, o ordenam ent o j urídico vigent e era
represent ado pelas Ordenações do Reino. Nesse período, em sínt ese, dest aca- se
a pr e ocupa çã o com os infr a t or e s, com a plica çã o de pe na s se ve r a s e
cr ué is e a im put a bilida de a pa r t ir dos 7 a n os de ida de .
Em 1830 foi edit ado o Código Penal do I m pério, que elevou a m aioridade para os
14 anos de idade. As crianças e adolescent e ent re 7 e 14, quando da prát ica de
algum at o considerado crim e pela legislação penal, eram inseridas em casas de
correção.

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Algum as décadas m ais t arde, t em os a aprovação do Prim eiro Código Penal dos
Est ados Unidos do Brasil ( de 1890) , o qual cont inuou com a linha da legislação
penal ant erior, com poucas diferenças. Para que você t enha ideia, os m enores de
9 anos de idade eram considerados inim put áveis. Para a im put abilidade dos
m enores com preendidos ent re 9 e 14 anos seria necessário um procedim ent o
prévio de verificação para que fossem penalizados. Caso isso ocorresse, havia
um a regra obj et iva que previa a redução da pena para 2/ 3.

República ( 1900 a 1930)


Dest aca- se a publicação do prim eiro Código de Menores no ano de 1926, que
t rat ava sobre a sit uação j urídica das crianças e adolescent es expost os e
abandonados. No ano seguint e esse docum ent o foi subst it uído, com um a
norm at iva que fixava poderes ao Juiz para decidir a respeit o de crianças e
adolescent es quando abandonados ou quando envolvidos em ilegalidades.
Denom inou- se de “ Código de M e llo M a t t os” .
I m port ant e dest acar que a fam ília, nesse período, m ant inha o dever de suprir as
necessidades básicas das crianças e dos adolescent es de acordo com os padrões
definidos pelo Est ado. Ao Poder Público com pet ia at uar na adoção de m edidas
volt adas a m inim izar a infância de rua.
É nesse período que a dist inçã o e nt r e cr ia nça s e a dole sce nt e é
e fe t iva m e nt e cr ia da e m nosso or de na m e nt o j ur ídico. Tem os o conceit o de
criança abrangendo aqueles ent re 0 e 14 anos e os adolescent es ent re 14 e 18
anos de idade.
Em relação à at ividade do “ Juiz de Menores” , cum pre dest acar que lhe foi
conferido poder para, de form a cent ralizada, cont roladora e prot ecionist a,
acom panhar crianças e adolescent es m arginalizados e pot encialm ent e perigosos.
Esse con ce it o discr im ina t ór io e de visã o unila t e r a l se m a nt e ve a t é a
e diçã o do a t ua l Est a t ut o da Cr ia nça e do Adole sce nt e , em 1990.
Essa fase – m arcada pelo Código de Mello Mat os – é considerada com o fase da
“ m e r a im put a çã o pe na l” , pois a norm a visava apenas a punição de condut as
prat icadas pelas crianças e pelos adolescent es.

Est ado Novo e redem ocrat ização ( 1930 a 1964)


Dest aca- se a Const it uição de 1937 que am pliou a prot eção às crianças e
adolescent es com a criação de program as de a ssist ê ncia socia l, not adam ent e
em relação aos j ovens infrat ores e às crianças e adolescent es desfavorecidos
econom icam ent e.
Além disso, evidencia- se a t ent at iva de inserção de crianças e adolescent es em
diversos vínculos fam iliares com o obj et ivo de recuperá- los, ainda que afast ados
da fam ília de origem .

Regim e Milit ar ( 1964 a 1979)


O progresso obt ido foi int errom pido com o período de exceção. Em linhas gerais,
o período m ilit ar foi responsável pelo desvio de recursos públicos que seriam
aplicados na área e a ut ilização dos sist em as inst it ucionais da infância e

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j uvent ude ( especialm ent e os de carát er infracional) para rest ringir am eaças e
pressões dos j ovens cont ra o sist em a dit at orial.
Esse período é m arcado t am bém pela r e duçã o da m a ior ida de pa r a 1 6 a nos
de ida de e pela aprovação do Código de Menores, publicado em 1979, que
consolidou a denom inada dout r ina da sit ua çã o ir r e gula r .
Port ant o, o Código de Menores m arca um a fase relevant e de prot eção à criança
e ao adolescent e, denom inada de “ fa se t ut e la r ” , cuj as norm as visam
proporcionar program as de assist ência e segregação de crianças e adolescent es
m arginalizados, ou m elhor, em sit uação irregular.

Década de 80 e 90
Esse período, que vai at é a prom ulgação da Const it uição de 1988 e do Est at ut o
da Criança e do Adolescent e, em 1990, é m arcado pelo desenvolvim ent o de
m ovim ent os sociais e conquist as efet ivas, em especial:
 A Pa st or a l da Cr ia n ça , em 1983, pela CNBB ( Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) e m ovim ent os sociais da I grej a Cat ólica.
 O M ovim e n t o N a ciona l dos M e n inos e M e n ina s de Ru a ( MNMMR) , em 1985 na
cidade de São Bernardo do Cam po em São Paulo.

Paralelam ent e, com as discussões do proj et o de lei que deu origem ao ECA, houve
a form ação de dois polos, um em defesa do Código de Menores e out ro em defesa
do novo Est at ut o. De um lado est ava a defesa da dout rina da sit uação irregular,
do out ro a dout rina da prot eção int egral.

A CF e o ECA
A Const it uição de 1988 e o Est at ut o da Criança e do Adolescent e são m arcant es
por consolidar um a m udança de paradigm a na prot eção de crianças e
adolescent es. Essa é a base fundam ent al sobre a qual serão desenvolvidas nossas
aulas. Desse m odo, a t ít ulo de evolução, vam os t razer de form a sint et izada as
principais m udanças vivenciadas:
 Modelo j urídico que privilegia a dignidade da pessoa.
 Adoção da dout rina da prot eção int egral em subst it uição da dout rina da sit uação
irregular.
 Trat am ent o da sit uação j urídica das crianças e adolescent es com o polít ica pública.
 Criação de um sist em a de garant ia de direit os descent ralizado na figura dos Municípios,
responsáveis pelo est abelecim ent o da polít ica de at endim ent o com a int erm ediação do
CMDCA ( Conselho Municipal dos Direit os das Crianças e Adolescent es) .
 Part icipação de vários at ores na prot eção das crianças e adolescent es, a exem plo da
com unidade local, Conselhos Municipais, Conselho Tut elar, fam ília, Poder Judiciário,
Minist ério Público.

A CF m arca a fase at ual de desenvolvim ent o dos Direit os da Criança e do


Adolescent e pela denom inada “ fa se da pr ot e çã o int e gr a l” , que represent a a
superação da dout rina da sit uação irregular. Dada a im port ância desse t em a para
provas verem os o assunt o de form a det alhada, em separado.

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Ant es de iniciarm os, ent ret ant o, é im port ant e ressalt ar que m arcam os em
verm elho 4 fases que sint et izam – para a dout rina m aj orit ária – a evolução do
t rat am ent o dos Direit os da Criança e do Adolescent e.
Assim , a gr e ga ndo...

FASE I D EI A CEN TRAL PERÍ OD O

fase da
Sem norm as t ut elares dos direit os de
ABSOLUTA at é o início do séc. XVI
crianças ou adolescent es.
I N D I FEREN ÇA

do séc. XVI e,
especialm ent e com a
fase da M ERA
Obj et iva- se a punição de condut as prat icadas edição do Código Mello
I M PUTAÇÃO
por crianças e adolescent es. Mat os em 1927, at é o
PEN AL
Código de Menores de
1979.

Obj et iva- se prom over a prot eção de crianças da edição do Código de


fase TUTELAR e adolescent es em sit uação irregular, com Menores de 1979 at é a
assist encialism o e prát icas segregat órias. Const it uição de 1988

As crianças e adolescent es são considerados


suj eit os de direit os, os quais devem ser
fase da
assegurados em conj unt o pelo Est ado,
PROTEÇÃO a part ir da CF de 1988
sociedade e fam ílias, com absolut a
I N TEGRAL
prioridade e em consideração da sit uação
peculiar de pessoa em desenvolvim ent o.

Vej am os um a quest ão m uit o int eressant e sobre o assunt o:

( UFM T/ D PE- M T/ 2 0 1 6 ) Sobre a evolução hist órica do direit o da criança e do adolescent e,


assinale a afirm at iva corret a.
a) Ant es da dout rina da prot eção int egral, inexist ia preocupação em m ant er vínculos fam iliares,
at é porque a fam ília ou a falt a dela era considerada a causa da sit uação regular.
b) Na dout rina da prot eção int egral, descent ralizou- se a at uação, m at erializando- a na esfera
m unicipal pela part icipação diret a da com unidade por m eio do Conselho Municipal de Direit os e
do Conselho Tut elar.
c) A dout rina da sit uação irregular lim it ava- se basicam ent e ao t rat am ent o j urídico dispensado ao
m enor carent e, ao m enor abandonado e às polít icas públicas.
d) Na vigência do Código de Menores, havia a dist inção ent re criança e adolescent e, em bora
m aj orit ariam ent e adot ava- se apenas a denom inação “ m enor” .

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e) Além do j udiciário, com a dout rina da prot eção int egral, novos at ores ent ram em cena, com o
a com unidade local, a fam ília e a Defensoria Pública com o um grande agent e garant idor de t oda
a rede, fiscalizando seu funcionam ent o, exigindo result ados, assegurando o respeit o priorit ário
aos direit os fundam ent ais infant o- j uvenis.
Com e n t á r ios
Esse é o t ipo de quest ão que esperam os que a banca possa apresent ar relat ivam ent e a essa part e
int rodut ória da m at éria. Vam os analisar cada um a das alt ernat ivas.
A a lt e r na t iva A est á incorret a pelo uso da palavra “ regular” . Ant es da dout rina da prot eção
int egral inexist ia a preocupação com a m anut enção dos vínculos fam iliares.
A a lt e r na t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão. A dout rina da prot eção int egral se baseia
na descent ralização da at uação com dest aque para a esfera m unicipal.
A a lt e r n a t iva C est á incorret a. A dout rina da sit uação irregular t rat ava o m enor com o um
problem a que deveria ser resolvido e não considerava a criança e o adolescent e com o suj eit o de
direit os e deveres.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. No Código de Menores não havia qualquer dist inção ent re criança
e adolescent e.
A a lt e r n a t iva E est á incorret a, pois descreve a função do Minist ério Público e não da Defensoria.

3 - A dou t r ina da sit u a çã o ir r e gula r e a dout r in a da


pr ot e çã o in t e gr a l
Ant es de iniciar é im port ant e que você saiba que a expressão “ dout r ina ”
represent a, para fins do nosso est udo, um conj unt o de pr incípios- ba se do
sist e m a j ur ídico da infâ n cia e j uve nt ude . O que nós t ivem os foi, port ant o,
um a m udança na base principiológica da nossa m at éria. Tem os um a nova form a
de pensar os direit os das crianças e dos adolescent es.

da dout rina da sit uação irregular para a dout rina da prot eção int egral

A dout rina da prot eção int egral foi criada pela Const it uição de 1988 - no art . 227
da CF – e expandida com a edição do Est at ut o da Criança e do Adolescent e e com
a int ernalização da Convenção I nt ernacional sobre o Direit o das Crianças.
A dout rina da sit uação irregular foi oficializada pelo Código de Menores de 1979,
m as, im plicit am ent e, est eve present e desde o Código de Menores de 1927.
Pelo paradigm a da sit uação irregular t ínham os um a aplicação rest rit a do Código
de Menores, apenas às pessoas que se enquadrassem no art . 2º daquele diplom a.

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m enor privado de condições essenciais à sua


subsist ência, saúde e inst rução obrigat ória, em
razão da falt a, ação ou om issão dos pais ou
responsável;

vít im as de m aus- t rat os;

O CÓD I GO D E suj eit os a perigo m oral por se encont rarem em


M EN ORES am bient es ou at ividades cont rárias aos bons
APLI CAVA- SE A cost um es;

aut or de infração penal; e

m enores que apresent assem “ desvio de condut a, em


virt ude de grave inadapt ação fam iliar ou
com unit ária” .

A aplicação do Código de Menores rest ringe- se ao “ binôm io ca r ê ncia -


de linquê ncia ” , a gindo na conse quê ncia e nã o na s ca usa s que levam à
carência ou à delinquência.
Além disso, out ra caract eríst ica relevant e da dout rina da sit uação irregular é a
conce nt r a çã o da s a t ivida de s ce nt r a liza da s na figur a do “Juiz de
M e nor e s”.
O result ado dessa sist em át ica levou a um a pr á t ica se gr e ga t ór ia , com a
condução de crianças e adolescent es para int ernat os no caso de m enores
abandonados e para os inst it ut os de det enção sob o cont role da FEBEM –
Fundação Est adual do Bem - est ar do Menor.
N ã o ha via t a m bé m pr e ocupa çã o com a m a nut e nçã o de vín culos
fa m ilia r e s. O ent endim ent o predom inant e era no sent ido de que as crianças e
adolescent es que necessit avam de prot eção do Código de Menores chegaram a
t al pont o devido à falência da fam ília, de form a que não se perquiria a quest ão
dos vínculos consanguíneos para a colocação da criança em fam ília subst it ut a.
Com o consequência, conform e ensina a dout rina 1 , havia um a dificuldade m uit o
grande no desenvolvim ent o de polít icas públicas na dout rina da sit uação
irregular:
Não era um a dout rina garant ist a, at é porque n ã o e n u n cia va dir e it os, m as apenas
predefinia sit uações e de t e r m ina va um a a t u a çã o de r e su lt a dos. Agia- se apenas na
consequência e não na causa do problem a, “ apagando- se incêndios” . Era um Direit o do
Menor, ou sej a, que agia sobre ele, com o obj et o de prot eção e não com o suj eit o de direit os.
Daí a grande dificuldade de, por exem plo, exigir do Poder Público const rução de escolas,

1
MACI EL, Kát ia Regina Ferreira Lobo Andrade ( coord.) . Cu r so de D ir e it o da Cr ia n ça e do
Adole sce nt e : a spe ct os t e ór icos e pr á t icos. 6º edição, rev. e at ual., São Paulo: Edit ora
Saraiva: 2010, versão digit al.

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at endim ent o pré- nat al, t ransport e escolar, direit os fundam ent ais que, por não encont rarem
previsão no código m enorist a, não eram , em princípio, passíveis de t ut ela j urídica.

Na Const it uição de 1988 há um r om pim e nt o de pa r a digm a , pois as crianças e


os adolescent es passam a ser t it ulares de direit os fundam ent ais, t al com o
prenuncia a Convenção dos Direit os da Criança, da ONU.
Prevê o caput do art . 227, da CF:
Art . 227. É dever da fam ília, da sociedade e do Est ado a sse gu r a r à criança, ao adolescent e
e ao j ovem , com a bsolu t a pr ior ida de , o dir e it o à vida , à sa ú de , à a lim e nt a çã o, à
e du ca çã o, a o la ze r , à pr ofission a liza çã o, à cu lt u r a , à dign ida de , a o r e spe it o, à
libe r da de e à con vivê n cia fa m ilia r e com u n it á r ia , a lé m de colocá - los a sa lvo de
t oda for m a de ne gligê n cia , discr im ina çã o, e x plor a çã o, violê n cia , cr u e lda de e
opr e ssã o. ( Redação dada Pela Em enda Const it ucional nº 65, de 2010)

Not e que a CF t rat a de enunciar um rol de direit os e garant ias fundam ent ais,
post eriorm ent e explicit ados no ECA. Esses direit os, cont udo, não são
assegurados segundo a regrat iva geral que t em os no art . 5º , da CF.

Esses direit os previst os no caput do art . 227 devem ser assegurados: a) com
a bsolut a pr ior ida de ; e b) em consideração do fat o de que as crianças são
pe ssoa s e m de se nvolvim e nt o. Just ifica- se, assim , a norm at iva específica na
part e final da CF.
Em sint onia, o ECA fixa um a série de polít ica s pública s a serem desenvolvidas
por t odos os ent es federat ivos, m as principalm ent e pelo m unicípio, que est á m ais
próxim o da realidade de cada com unidade, em respeit o ao pr incípio da
m unicipa liza çã o que im pera no ECA.
Ret ira- se o conj unt o ant erior de at ribuições do Juiz da I nfância e da Juvent ude,
que m ant ém , nat uralm ent e, a com pet ência j udicant e. Dest aca- se a at uação do
Minist ério Público.
Para fins de prova, devem os m em orizar esse quadro com parat ivo, de aut oria de
Leobert o Narciso Brancher 2 :

ASPECTO CÓD I GO D E M EN ORES ECA

Dout rinário Sit uação I rregular Prot eção I nt egral

2
BRANCHER, Leobert o Narciso. Or ga n iza çã o e ge st ã o do sist e m a de ga r a n t ia s de dir e it os
da infâ n cia e da j uve nt u de . En con t r os pe la j u st iça na e du ca çã o. Brasília: Fundescola/ MEC,
2000, p. 126.

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Carát er Filant rópico Polít ica Pública
Fundam ent o Assist encialist a Direit o Subj et ivo
Cent ralidade Local Judiciário Município
Com pet ência Execut ória União/ Est ados Município
Decisório Cent ralizador Part icipat ivo
I nst it ucional Est at al Cogest ão Sociedade Civil
Organização Piram idal e Hierárquica Rede
Gest ão Monocrát ica Dem ocrát ica

Para além do aspect o dout rinário, sobre o qual j á falam os exaust ivam ent e acim a.
I m port ant e t ecer algum as considerações finais.
 Pelo carát er, t em - se que a prot eção à criança e ao adolescent e no Código de
Menores era encarado com o caridade, prest ada pelo Est ado e pela sociedade. No
ECA, a sse gur a m os os dir e it os da s cr ia nça s e dos a dole sce nt e s com o
polít ica pública , com o dever de o Est ado exercer at ividades prest acionais.
 Pelo fundam ent o, t em os um increm ent o em relação ao t rat am ent o conferido
às crianças e adolescent e. De um carát er t ão som ent e assist encial, no qual os
m enores se apresent am com o obj et o de t ut ela j urídica, t em os no ECA a
conside r a çã o de e le s sã o suj e it os de dir e it os. I sso não elide o t rat am ent o
assist encial que a própria Const it uição det erm ina em relação às crianças e aos
adolescent es. Cont udo, a prot eção se apresent a à luz do ECA de form a m ais
am pla, int egral.
 Pela quest ão da cent ralidade e da com pet ência, há um a m udança im port ant e,
paut ada pelo pr incípio da m unicipa liza çã o. Ret ira- se do Poder Judiciário e da
União e dos Est ados o papel de dest aque, que é t ransferido aos m unicípios. A
adm inist ração m unicipal, porque m ais próxim a da realidade da com unidade, t em
m e lhor e s condiçõe s pa r a a ssum ir de for m a e fe t iva e sse pa pe l de
ce nt r a lida de e , e m r a zã o disso, a gr e ga um volum e significa t ivo de
com pe t ê ncia .
 No que diz respeit o à t om ada de decisões em m at éria de infância e j uvent ude,
o ECA, em subst it uição a um a polít ica cent ralizadora, adot a um sist e m a
de m ocr á t ico e pa r t icipa t ivo, que t raz t oda a com unidade e organizações à
m esa de discussão para fixação de polít icas públicas e im plem ent o das ações. É
j ust am ent e em razão disso que, em t erm os inst it ucionais, ao invés de um m odelo
est at al, t em os um m ode lo de coge st ã o pe la socie da de civil. Decorrência da
m esm a linha de pensam ent o, caract eriza- se o ECA, em relação ao Código de
Menores, por est ar or ga niza do e m for m a de rede, ao cont rário da organização
piram idal e hierárquica do m odelo ant erior.

4 - Re gr a s Con st it u cion a is
No que diz respeit o às regras const it ucionais de prot eção aos direit os das crianças
e dos adolescent es, nós t em os disposit ivos esparsos ao longo do t ext o
const it ucional, que est ão inseridos em out ros t em as, e um capít ulo próprio na CF.

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Vam os t rat ar da prim eira part e, um a vez que as regras esparsas são est udas nos
respect ivos t em as dent ro da disciplina de Direit o Const it ucional.
Vam os lá!
O art . 226 const it ui norm a de prot eção que arrola, de form a m e r a m e nt e
e x e m plifica t iva , a exist ência de ent idades fam iliares t ípicas e ent idades
fam iliares at ípicas. Dent re as ent idades fam iliares at ípicas, cit am - se as fam ílias
com post as por pessoas do m esm o sexo.
Nesse cont ext o, o crit ério fundam ent al para definir a form ação da fam ília é a
socioafet ividade.
Vej am os, prim eiram ent e, o disposit ivo const it ucional:
Art . 226. A fa m ília , ba se da socie da de , t em especial prot eção do Est ado.
§ 1º O casam ent o é civil e grat uit a a celebração.
§ 2º O casam ent o religioso t em efeit o civil, nos t erm os da lei.
§ 3º Para efeit o da prot eção do Est ado, é r e con h e cida a u n iã o e st á ve l ent re o hom em e
a m ulher com o ent idade fam iliar, devendo a lei facilit ar sua conversão em casam ent o.
§ 4º Ent ende- se, t am bém , com o e n t ida de fa m ilia r a com un ida de for m a da por
qu a lque r dos pa is e se u s de sce n de n t e s.
§ 5º Os dir e it os e de ve r e s referent es à sociedade conj ugal sã o e x e r cidos igu a lm e n t e
pelo hom em e pela m ulher.
§ 6º O ca sa m e n t o civil pode se r dissolvido pe lo divór cio.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa hum ana e da pat ernidade responsável,
o pla n e j a m e n t o fa m ilia r é livr e de cisã o do ca sa l, com pet indo ao Est ado propiciar
recursos educacionais e cient íficos para o exercício desse direit o, vedada qualquer form a
coercit iva por part e de inst it uições oficiais ou privadas.
§ 8º O Est a do a sse gu r a r á a a ssist ê n cia à fa m ília na pessoa de cada um dos que a
int egram , criando m ecanism os para coibir a violência no âm bit o de suas relações.

Vist o o disposit ivo, faz- se necessário discut ir um aprofundam ent o à luz da


j urisprudência do STF:

No j ulgam ent o do RE 898.061/ SC, o STF fixou a seguint e t ese j urídica:


A pat ernidade socioafet iva, declarada ou não em regist ro público, não im pede o
reconhecim ent o do vínculo de filiação concom it ant e baseado na origem biológica, com os
efeit os j urídicos próprios.

Esse ent endim ent o, a ser aplicado a casos sem elhant es, envolve a conclusão de
que a pat ernidade socioafet iva não afast a a responsabilidade do pai biológico.
Assim , o pai biológico deverá arcar com as despesas do filho m esm o que ele
t enha sido criado e m ant enha laços de afet ividade com out ra pessoa que
reconhece com o pai.

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Para chegar a essa conclusão, o STF adot ou o ent endim ent o de que devem os
respeit ar sit uações de pluriparent alidade ( ou dupla pat ernidade) . Ent re os
argum ent os, dest aca- se:
 o fat o de que a CF não rest ringe m odelos fam iliares, apenas, em rol exem plificat ivo,
reconhece a fam ília m onoparent al e a união est ável. Logo, não excluiria t am bém a
possibilidade de fam ílias pluriparent ais;
 o reconhecim ent o das uniões est áveis hom oafet ivas est á no m esm o sent ido de quem
defende a pluriparent alidade;
 o conhecim ent o da origem biológica é direit o fundam ent al relacionado diret am ent e com
a personalidade da pessoa;
 a busca pela felicidade im põe o acolhim ent o de vínculos de filiação const ruídos pela
relação afet iva e t am bém biológica; e
 o direit o com parado adot a a t ese da pluriparent alidade ( por exem plo, a Alem anha e os
EUA) .

Sigam os!
O art . 227 t raz um rol de direit os fundam ent ais dos adolescent es e fixa o
pr incípio da pr ior ida de a bsolut a . Significa dizer que os direit os declinados no
art . 227 devem ser assegurados, com absolut a prioridade, pela fa m ília , pela
socie da de e pelo Est a do, t odos at uando de form a conj unt a.
Assim ...

O Est a do... devem pr opicia r o... direit o à vida


A Fa m ília ... direit o à saúde,
A Socie da de ... direit o à alim ent ação
direit o à educação
direit o ao lazer
direit o à profissionalização
direit o à cult ura
direit o à dignidade
direit o ao respeit o
direit o à liberdade
direit o à convivência fam iliar e com unit ária

devem r e sgu a r dá - los t oda form a de negligência


de...
t oda form a de discrim inação
t oda form a de exploração
t oda form a de violência, crueldade e opressão

O Text o Const it ucional prevê am pla assist ência às crianças e aos adolescent es,
m ediant e polít icas públicas, com a observância de dois pr e ce it os:
1º PRECEI TO : dest inação de um percent ual m ínim o de recursos.

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2 º PRECEI TO : criação de program as de at endim ent o e de prevenção para
crianças e adolescent es com deficiência.
Além disso, de acordo com a CF, as leis infraconst it ucionais que est abelecerem
regras específicas de prot eção às crianças e aos adolescent es deverão observar:
 idade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho na condição de aprendiz e
do t rabalho regular som ent e após com plet ar 16 anos ( 7º , XXXI I I ) .
 garant ia de direit os previdenciários, t rabalhist as e acesso à escola ao adolescent e que
t rabalhar.
 garant ia de am pla defesa, inclusive t écnica, quando prat icar at os infracionais.
 execução da m edida socioeducat iva com observância dos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em desenvolvim ent o.
 est ím ulo do Poder Público, por int erm édio de assist ência j urídica, incent ivos fiscais e
subsídios, ao acolhim ent o sob a form a de guarda de crianças ou adolescent es órfãos ou
abandonados.
 criação de program as de prevenção e at endim ent o especializado à criança e ao
adolescent e dependent e de ent orpecent es.

Agora, vej am os o art . 227, da CF:


Art . 227. É de ve r da fa m ília , da socie da de e do Est a do assegurar à criança, ao
adolescent e e ao j ovem , com a bsolu t a pr ior ida de , o direit o à vida, à saúde, à
alim ent ação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o,
à liberdade e à convivência fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a
de negligência, discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 1º O Est ado prom overá pr ogr a m a s de a ssist ê n cia in t e gr a l à sa ú de da cr ia n ça , do
a dole sce n t e e do j ovem , adm it ida a pa r t icipa çã o de e nt ida de s nã o gove r na m e n t a is,
m ediant e polít icas específicas e obedecendo aos seguint es preceit os:
I - aplicação de percent ual dos recursos públicos dest inados à saúde na assist ência m at erno-
infant il;
I I - criação de program as de prevenção e at endim ent o especializado para as pessoas
port adoras de deficiência física, sensorial ou m ent al, bem com o de int egração social do
adolescent e e do j ovem port ador de deficiência, m ediant e o t reinam ent o para o t rabalho e
a convivência, e a facilit ação do acesso aos bens e serviços colet ivos, com a elim inação de
obst áculos arquit et ônicos e de t odas as form as de discrim inação.
§ 2º A lei disporá sobre norm as de const rução dos logradouros e dos edifícios de uso público
e de fabricação de veículos de t ransport e colet ivo, a fim de garant ir acesso adequado às
pessoas port adoras de deficiência.
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
I - ida de m ín im a de qu a t or ze a nos para adm issão ao t rabalho, observado o dispost o no
art . 7º , XXXI I I ;
I I - garant ia de dir e it os pr e vide n ciá r ios e t r a ba lh ist a s;
I I I - garant ia de a ce sso do t r a ba lh a dor a dole sce n t e e j ove m à e scola ;
I V - garant ia de ple no e for m a l con h e cim e n t o da a t r ibu içã o de a t o infr a ciona l,
igu a lda de n a r e la çã o pr oce ssu a l e de fe sa t é cn ica por pr ofissiona l ha bilit a do,
segundo dispuser a legislação t ut elar específica;
V - obe diê n cia a os pr in cípios de br e vida de , e x ce pcion a lida de e r e spe it o à con diçã o
pe cu lia r de pe ssoa e m de se nvolvim e n t o, quando da aplicação de qualquer m edida
privat iva da liberdade;

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VI - e st ím u lo do Pode r Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos fiscais e
subsídios, nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda, de criança ou
adolescent e órfão ou abandonado;
VI I - pr ogr a m a s de pr e ve n çã o e a t e ndim e n t o e spe cia liza do à criança, ao adolescent e
e ao j ovem dependent e de ent orpecent es e drogas afins.
§ 4º A lei punirá severam ent e o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do
adolescent e.
§ 5º A adoção será assist ida pelo Poder Público, na form a da lei, que est abelecerá casos e
condições de sua efet ivação por part e de est rangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casam ent o, ou por adoção, t erão os m esm os
direit os e qualificações, proibidas quaisquer designações discrim inat órias relat ivas à filiação.
§ 7º No at endim ent o dos direit os da criança e do adolescent e levar- se- á em consideração
o dispost o no art . 204.
§ 8º A lei est abelecerá:
I - o est at ut o da j uvent ude, dest inado a regular os direit os dos j ovens;
I I - o plano nacional de j uvent ude, de duração decenal, visando à art iculação das várias
esferas do poder público para a execução de polít icas públicas.

Aqui é im port ant e que façam os um aprofundam ent o à luz da j urisprudência do


STF.

No RE 482.611 3 , o Min. Celso de Mello, dest acando a im port ância desse


disposit ivo para o Text o Const it ucional, assevera que os direit os das crianças e
dos adolescent es se enquadram na cat egoria dos dir e it os hum a n os de
se gunda dim e nsã o. Nesse cont ext o, im põem ao Est ado dever de prest ação
posit iva, consist ent e em um facere. Essa at uação posit iva do Est ado não pode
ser deixada de lado, sob pena de a Const it uição perder a eficácia. Não se adm it e,
port ant o, que o Est ado, sob alegação de conveniência e de oport unidade não
observam as regras descrit as no disposit ivo acim a cit ado.
Já o art . 228 refere- se à inim put abilidade penal, que é considerada, por part e da
dout rina, com o um direit o fundam ent al e, em razão disso, um a cláusula pét rea,
o que im pediria qualquer redução da m aioridade penal.
Art . 228. São penalm ent e inim put áveis os m enores de dezoit o anos, suj eit os às norm as da
legislação especial.

O art . 229 dest aca a responsabilidade dos pais em relação às crianças e aos
adolescent es, os quais devem assist ir, criar e educar os filhos m enores.
Art . 229. Os pais t êm o dever de assist ir, criar e educar os filhos m enores, e os filhos
m aiores t êm o dever de aj udar e am parar os pais na velhice, carência ou enferm idade.

Conform e a dout rina, esse disposit ivo enuncia o princípio da solidariedade ent re
ascendent es e descent es.

3
RE 482.611, rel. m in. Celso de Mello, decisão m onocrát ica, DJE de 7- 4- 2010.

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t e or ia e que st õe s
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Vej am os, ainda, o art . 230 da CF:
Art . 230. A fam ília, a sociedade e o Est ado t êm o dever de am parar as pessoas idosas,
assegurando sua part icipação na com unidade, defendendo sua dignidade e bem - est ar e
garant indo- lhes o direit o à vida.
§ 1º Os program as de am paro aos idosos serão execut ados preferencialm ent e em seus
lares.
§ 2º Aos m aiores de sessent a e cinco anos é garant ida a grat uidade dos t ransport es
colet ivos urbanos.

Vej am os, por fim , um a quest ão:

( I ESES/ TJ- RO/ 2 0 1 7 ) Sobre a Ordem Social na Const it uição Federal, é I NCORRETO afirm ar:
a) A fam ília, base da sociedade, t em especial prot eção do Est ado, sendo que os direit os e deveres
referent es à sociedade conj ugal são exercidos igualm ent e pelo hom em e pela m ulher.
b) O dever da fam ília, da sociedade e do Est ado em assegurar à criança, com absolut a prioridade,
o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à
dignidade, ao respeit o, à liberdade e à convivência fam iliar e com unit ária, não se est ende ao
adolescent e e ao j ovem .
c) A seguridade social com preende um conj unt o int egrado de ações de iniciat iva dos Poderes
Públicos e da sociedade, dest inadas a assegurar os direit os relat ivos à saúde, à previdência e à
assist ência social.
d) As condut as e at ividades consideradas lesivas ao m eio am bient e suj eit arão os infrat ores,
pessoas físicas ou j urídicas, a sanções penais e adm inist rat ivas, independent em ent e da obrigação
de reparar os danos causados.
Com e n t á r ios
A a lt e r na t iva A est á corret a, com base no art . 226, §5º , da CF:
“ Art . 226. A fam ília, base da sociedade, t em especial prot eção do Est ado.
§ 5º Os direit os e deveres referent es à sociedade conj ugal são exercidos igualm ent e pelo hom em
e pela m ulher” .
A a lt e r na t iva B est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. O descrit o na alt ernat iva se refere a
um dever da fam ília, da sociedade e do Est ado à criança, ao adolescent e e ao j ovem , e não
som ent e à criança. Vej am os o art . 227, caput , da Const it uição:
“ Art . 227. É dever da fam ília, da sociedade e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e e ao
j ovem , com absolut a prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à convivência fam iliar e
com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a de negligência, discrim inação, exploração,
violência, crueldade e opressão” .
A a lt e r na t iva C est á corret a, pois é o que dispõe o art . 194, caput , da CF/ 88:
“ Art . 194. A seguridade social com preende um conj unt o int egrado de ações de iniciat iva dos
Poderes Públicos e da sociedade, dest inadas a assegurar os direit os relat ivos à saúde, à
previdência e à assist ência social” .
A a lt e r na t iva D est á corret a, segundo o art . 225, §3º , da Const it uição Federal:

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“ § 3º As condut as e at ividades consideradas lesivas ao m eio am bient e suj eit arão os infrat ores,
pessoas físicas ou j urídicas, a sanções penais e adm inist rat ivas, independent em ent e da obrigação
de reparar os danos causados” .

Concluím os a part e t eórica da nossa aula. Agora irem os est udar por quest ões.
Não há m uit as quest ões sobre os assunt os t rat ados na aula de hoj e. São
convenções m uit o específicas que foram pouco cobradas em concursos públicos
at é o m om ent o. Cont udo, as quest ões que possuím os servem para dar ideia de
com o o assunt o pode ser cobrado na sua prova.
Encerram os, com isso, a part e t eórica pert inent e a essa aula inaugural.

5 - Qu e st õe s

5 .1 – List a de Qu e st õe s se m com e n t á r ios


Q1 . FCC/ TJ- AL/ 2 0 1 5
É caract eríst ica da dout rina da sit uação irregular, que inspirou as legislações
ant eriores do Est at ut o da Criança e do Adolescent e, a
a) possibilidade de derivar o j ulgam ent o, para o sist em a penal de adult os,
de crim es graves prat icados por m enores declarados incorrigíveis.
b) exclusão de casos de nat ureza social da j urisdição de m enores, dedicada
apenas a dirim ir conflit os de nat ureza j urídica envolvendo a infância
desvalida.
c) at ribuição, ao Curador de Menores, a part ir da dout rina do parens pat riae,
da função de subst it ut o inst it ucional e processual dos genit ores dest it uídos
do pát rio- poder.
d) separação rigorosa ent re carent es/ abandonados e infrat ores, com fluxos
t ot alm ent e dist int os para prot eção do prim eiro grupo e punição para o
segundo grupo.
e) possibilidade de aplicação da m edida de int ernação a m enores carent es,
abandonados, inadapt ados e infrat ores, ainda que seu cum prim ent o possa
se dar em unidades dist int as e com m aior ou m enor nível de cont enção.

Q2 . FCC/ D PE- SP/ 2 0 1 3


Analisando- se os paradigm as legislat ivos em m at éria de infância e
j uvent ude, pode- se afirm ar que ant es da edição do Código de Mello Mat t os,
em 1927, vigorava o m odelo.
a) higienist a
b) da sit uação irregular.
c) penal indiferenciado.
d) da prot eção int egral.
e) da inst it ucionalização para a prot eção.

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Q3 . FCC/ TRT - 2 4 ª REGI ÃO ( M S) / 2 0 1 4
A part ir da edição do Est at ut o da Criança e do Adolescent e, passou- se a
evit ar o vocábulo m enor. Porém , no âm bit o do Direit o do Trabalho, t al
palavra não carrega seu efeit o negat ivo, m ant endo- se sua ut ilização nesse
cam po. Tal discussão foi enfrent ada pelo Direit o do Trabalho porque o
Est at ut o da Criança e do Adolescent e t rouxe consigo a dout rina
a) assist encialist a.
b) da sit uação irregular.
c) da prot eção int egral
d) da indiferença legal.
e) higienist a

Q4 . CS- UFG/ D PE- GO/ 2 0 1 4


Um conj unt o art iculado de ações por part e do Est ado e da sociedade, desde
a concepção de polít icas públicas at é a realização de program as locais de
at endim ent o im plem ent ados por ent idades governam ent ais e não
governam ent ais, é corolário dos princípios est abelecidos no t ext o da
Const it uição Federal de 1988. Nesse cont ext o,
a) a criança e o adolescent e são obj et os do direit o e alvos da dout rina j urídica
de prot eção do m enor em sit uação irregular, nos casos de abandono, prát ica
de infração penal, desvio de condut a, falt a de assist ência, ent re out ros.
b) a dout rina da prot eção int egral originada at ravés da Convenção dos
Direit os da Criança aprovada pela ONU, rat ificada no Brasil pela Lei Federal
n. 728, de 14 de set em bro de 1990, reafirm a- se na dout rina do m enor em
sit uação irregular.
c) a Lei n. 8.069/ 1990 é inst rum ent o de cont role social da infância e do
adolescent e, vít im as de om issões da fam ília, da sociedade e do Est ado em
seus direit os básicos, dirigindo- se prim ariam ent e ao conflit o inst alado.
d) a lei abrange um a gam a variada de disciplinas volt adas à prot eção dos
direit os da criança e do adolescent e, com a responsabilidade solidariam ent e
dist ribuída ent re a fam ília, a sociedade e o Est ado.
e) a prot eção dos direit os da criança e do adolescent e é do Est ado, que
assum e prim ariam ent e a responsabilidade, t endo com o princípio a adoção
do m enor em sit uação irregular.

Q5 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com o obj et ivo de garant ir o desenvolvim ent o físico, m ent al, m oral,
espirit ual e social, em condições de liberdade e dignidade, o Est ado brasileiro
t em o dever de garant ir as necessidades das crianças e dos adolescent es,
velando pelo seu direit o à vida, à saúde, à educação, à convivência, ao lazer,
à liberdade, à profissionalização, ent re out ros. Nesse sent ido, é corret o
afirm ar que o ECA

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a) reconhece que as crianças e os adolescent es são suj eit os especiais,
t it ulares de direit os absolut os e m erecedores de at enção j urídica
preferencial, post o que a CF, ao consagrar o princípio da prot eção int egral,
im põe ao j uiz que desconsidere a finalidade social, o bem com um e os
direit os individuais e colet ivos.
b) baseou- se no princípio da indisponibilidade dos direit os fundam ent ais, por
m eio do qual foram est abelecidas as Diret rizes das Nações Unidas para a
Prevenção da Delinquência Juvenil e o crit ério cronológico da psicologia
evolut iva para diferenciar crianças, adolescent es e j ovens adult os.
c) aperfeiçoou a dout rina da sit uação irregular, esposada pelo Código de
Menores, est endendo a aplicação das m edidas socioeducat ivas dest inadas à
reabilit ação física, m oral e psíquica de crianças e adolescent es infrat ores.
d) ut ilizou- se da t ipologia de Enrico Ferri para definir os crit érios capazes de
est ipular o grau de periculosidade dos m enores infrat ores e o consequent e
risco social de sua perm anência no seio da sociedade.
e) afast ou- se da dout rina de sit uação irregular que caract erizou o ant igo
Código de Menores, haj a vist a est e ser volt ado apenas aos m enores em
sit uação irregular, ist o é, àqueles que se encont ram em conflit o com a lei ou
que se encont ram privados de assist ência, por qualquer m ot ivo. O ECA, ao
cont rário, segue a dout rina da prot eção int egral, que se baseia no princípio
do m elhor int eresse da criança.

Q6 . CESPE/ TRT - 1 ª REGI ÃO ( RJ) / 2 0 1 0


De acordo com a dout rina j urídica da prot eção int egral adot ada pelo ECA, as
crianças e os adolescent es
a) devem , em função de sua incapacidade, ser t ut elados pelo Est ado quando
se encont rarem em sit uação irregular.
b) devem ser prot egidos por m edidas suplem ent ares, caso se encont rem em
sit uação de risco, enquant o aos dem ais se aplicam os direit os fundam ent ais
da pessoa hum ana.
c) possuem direit os e prerrogat ivas diversas, devendo o Est ado conceder às
crianças, m as não aos adolescent es, a t ut ela ant ecipada de seus direit os
fundam ent ais, o que só pode ocorrer plenam ent e com a part icipação do
Est ado no planej am ent o fam iliar.
d) são t it ulares de direit os e não, obj et os passivos.
e) podem responder penalm ent e pela prát ica de crim es hediondos, quando
em concurso form al com m aiores de dezoit o anos de idade.

Q7 . FCC/ AL- PB/ 2 0 1 3


O Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( Lei no 8.069/ 90) , ao ser edit ado,
alt erou subst ancialm ent e o paradigm a legislat ivo na área da infância e
j uvent ude, im plem ent ando a dout rina

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a) m enorist a, pregando- se a prot eção do vulnerável que não se aj ust ava a
um padrão est abelecido, j ust ificando a int ervenção est at al sobre a sua
pessoa.
b) da sit uação irregular, criando vários inst it ut os de acolhim ent o para
crianças e adolescent es, fossem infrat ores ou vít im as de abandono por
om issão ou m aus- t rat os.
c) higienist a, afast ando das ruas as crianças e adolescent es expost os a
vulnerabilidades sociais, com o m edida de saúde pública.
d) ret ribut iva- repressiva, buscando- se m edidas na pers pect iva da
ret ribuição e cont role das expressões j uvenis.
e) da prot eção int egral, envolvendo Est ado, fam ília e sociedade na prot eção
dos direit os de crianças e adolescent es.

Q8 . PUC- PR/ TJ- M S/ 2 0 1 2


Sobre o direit o da criança e do adolescent e, assinale a alt ernat iva CORRETA:
a) O Direit o do Menor t em a FEBEM - Fundação Est adual de Bem Est ar do
Menor - com o a inst it uição m ais im port ant e para encam inham ent o priorit ário
do adolescent e em conflit o com a lei.
b) O encam inham ent o de crianças em sit uação de risco dar- se- á
preferencialm ent e a orfanat os e int ernat os visando ao apoio inst it ucional dos
m enores, at é com plet arem a m aioridade civil.
c) No Direit o Brasileiro, a adoção int uit o personae faz part e da regra de
colocação em fam ília subst it ut a.
d) O Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( Lei 8069/ 90) inst it uiu, ent re
out ros princípios, o da Prot eção I nt egral à infância e à j uvent ude.
e) A Dout rina da Sit uação I rregular é um a das principais linhas nort eadoras
do at ual direit o da infância e j uvent ude.

Q9 . CESPE/ M PE- RO/ 2 0 1 0


A respeit o do direit o da criança e do adolescent e, assinale a opção corret a.
a) Com o advent o da CF, o dever de cuidado e prot eção a t oda e qualquer
criança e adolescent e passou a ser um dever exclusivo do Est ado.
b) O princípio do m elhor int eresse da criança e do adolescent e pode ser
com preendido com o a form a adequada de perm it ir que a criança e o
adolescent e possam se desenvolver com dignidade, concret izando, port ant o,
os seus direit os fundam ent ais.
c) Os princípios est rut urant es do ECA não cont em plam a m unicipalização.
d) O prim eiro CP da República, de 1890, est endeu a responsabilização para
m aiores de quat orze anos de idade, deixando de ut ilizar o crit ério do
discernim ent o.

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e) Segundo a dout rina da sit uação irregular do m enor, o m enor em t al
sit uação era aquele que sem pre apresent ava problem as de condut a de
carát er ilícit o, devendo ser, port ant o, regulado por lei especial.

Q1 0 . VUN ESP/ TJ- M S/ 2 0 1 5


Com relação à ret rospect iva e evolução hist óricas do t rat am ent o j urídico
dest inado à criança e ao adolescent e no ordenam ent o pát rio, é corret o
afirm ar que
a) na fase da absolut a indiferença, não havia leis volt adas aos direit os e
deveres de crianças e adolescent es.
b) na fase da prot eção int egral, regida pelo Est at ut o da Criança e do
Adolescent e, as leis se lim it am ao reconhecim ent o de direit os e garant ias de
crianças e adolescent es, sem int ersecção com o direit o am plo à infância,
porque direit o social, am parado pelo art igo 6o da Const it uição Federal.
c) a fase da m era im put ação crim inal não se insere na evolução hist órica do
t rat am ent o j urídico concedido à criança e ao adolescent e no ordenam ent o
j urídico pát rio porque ext raída do direit o com parado.
d) na fase da m era im put ação crim inal, regida pelas Ordenações Afonsinas
e Filipinas, pelo Código Crim inal do I m pério, de 1830, e pelo Código Penal,
de 1890, as leis se lim it avam à responsabilização crim inal de m aiores de 16
( dezesseis) anos por prát ica de at o equiparado a crim e.
e) na fase t ut elar, regida pelo Código Mello Mat t os, de 1927, e Código de
Menores, de 1979, as leis se lim it avam à colocação de crianças e
adolescent es, em sit uação de risco, em fam ília subst it ut a, pelo inst it ut o da
t ut ela.

Q1 1 . FUN CAB/ SED S- TO/ 2 0 1 4


Hist oricam ent e o t rat am ent o conferido a crianças e adolescent es vem sendo
m odificado gradat ivam ent e. Na at ualidade a sociedade apresent a
significat ivos avanços no que se refere ao conj unt o de legislações que
versam sobre esse público- alvo. Mas ainda assim , em um a avaliação crít ica,
pode- se dizer que:
a) t odas as inst it uições que são dest inadas a esse público- alvo apresent am
um severo processo de sucat eam ent o, não assegurando nenhum direit o
est abelecido pelo Est at ut o da Criança e do Adolescent e.
b) as at ividades volt adas para esse público- alvo não acom panharam o
significat ivo avanço t ecnológico, t ornando as ações esvaziadas de at ual
idades, colocando- o à m argem da part icipação.
c) o conj unt o de legislações não oferece form as de cont role social por part e
da população que possibilit e a int erlocução at iva ent re a sociedade e o Poder
Público no at endim ent o das dem andas em ergenciais desse público- alvo.
d) nas prát icas sociais dest inadas a esse público- alvo, m arcado pelo
paradigm a da prot eção e do acolhim ent o, ident ifica- se que a sociedade ainda

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preserva m uit os espaços de confinam ent o para esses suj eit os de pouca
idade.

Q1 2 . CESPE/ TJ- RN / 2 0 1 3
No que se refere à prot eção dos direit os das crianças e adolescent es, assinale
a opção corret a.
a) Com a proclam ação da dout rina da prot eção int egral na CF, revogou- se
expressam ent e a Lei n.º 6.697/ 1979, o que result ou em um a lacuna legal
no ordenam ent o j urídico brasileiro, no que se refere à prot eção j urídica a
crianças e adolescent es.
b) A Convenção sobre o Direit o da Criança t em eficácia de norm a
const it ucional, segundo ent endim ent o do STF.
c) As Regras de Beij ing, as Diret rizes de RI AD e as Regras Mínim as das
Nações Unidas para a Prot eção dos Jovens Privados de Liberdade,
inst rum ent os int ernacionais de prot eção aos direit os das crianças e
adolescent es, não se aplicam ao Brasil, vist o que não foram aprovadas pelo
Congresso Nacional brasileiro e prom ulgados pelo president e da República.
d) Ao rom per definit ivam ent e com a dout rina da sit uação irregular — at é
ent ão adm it ida no Código de Menores — e est abelecer com o diret riz básica
e única no at endim ent o de crianças e adolescent es a dout rina da prot eção
int egral, o legislador pát rio conferiu eficácia lim it ada ao t ext o const it ucional,
cuj os disposit ivos careciam de regulam ent ação específica para a produção
de efeit os j urídicos.
e) No t ext o da CF, foi conferida, pela prim eira vez na hist ória brasileira,
prioridade absolut a à criança, t endo- se afirm ado sua prot eção com o dever
da fam ília, da sociedade e do Est ado.

Q1 3 . CESPE/ D PE- ES/ 2 0 1 2


Julgue os it ens subsequent es, relat ivos à evolução hist órica dos direit os da
criança e do adolescent e no Brasil.
Foi a part ir da Proclam ação da República que os m enores passaram a ser
det ent ores dos direit os fundam ent ais de liberdade.

Q1 4 . FCC/ TRT - 6 ª Re giã o ( PE) / 2 0 1 5


O art . 227 da Const it uição dispõe sobre os direit os que, com absolut a
prioridade, devem ser garant idos à criança, ao adolescent e e ao j ovem . Seu
§ 3o reserva disciplina específica ao direit o à prot eção especial. Ent re os
aspect os abrangidos por esse direit o, encont ram - se:
a) punição severa ao abuso, à violência e à exploração sexual da criança e
do adolescent e; educação infant il, em creche e pré- escola, às crianças at é 5
( cinco) anos de idade; e obediência aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em
desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade.

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b) garant ia de acesso do t rabalhador adolescent e e j ovem à escola; garant ia
de direit os previdenciários e t rabalhist as; e program as de prevenção e
at endim ent o especializado à criança, ao adolescent e e ao j ovem dependent e
de ent orpecent es e drogas afins
c) garant ia de direit os previdenciários e t rabalhist as; igualdade de condições
para o acesso e perm anência na escola; e obediência aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em
desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade.
d) adoção assist ida pelo Poder Público, especialm ent e no caso de efet ivação
por est rangeiros; punição severa ao abuso, à violência e à exploração sexual
da criança e do adolescent e; e program as de prevenção e at endim ent o
especializado à criança, ao adolescent e e ao j ovem dependent e de
ent orpecent es e drogas afins.
e) igualdade de condições para o acesso e perm anência na escola; garant ia
de acesso do t rabalhador adolescent e e j ovem à escola; e adoção assist ida
pelo Poder Público, especialm ent e no caso de efet ivação por est rangeiros.

Q1 5 . M PE- SP/ M PE- SP/ 2 0 1 5


Nos t erm os da Const it uição Federal, o direit o a prot eção especial à criança,
ao adolescent e e ao j ovem deve abranger, dent re out ros, os seguint es
aspect os:
I - Garant ia de inim put abilidade aos m enores de dezoit o anos, que ficarão
suj eit os às norm as da legislação especial.
I I - Program as de prevenção e at endim ent o especializado à criança, ao
adolescent e e ao j ovem dependent e de ent orpecent es e drogas afins.
I I I - Proibição de quaisquer designações discrim inat órias relat ivas à filiação
e igualdade de direit os e qualificações em relação aos filhos, havidos ou não
da relação do casam ent o, ou por adoção.
I V- Aplicação de percent ual dos recursos públicos dest inados à saúde na
assist ência m at erno- infant il.
V- Est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos
fiscais e subsídios, nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda,
de criança ou adolescent e órfão ou abandonado.
Est á corret o apenas o cont ido em :
a) I , I I I e V.
b) I I e I V.
c) I , I I e I I I .
d) I I e V.
e) I I , I I I , I V e V.

Q1 6 . FUN I VERSA/ PC- D F/ 2 0 1 5 / a da pt a da

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No que diz respeit o à ordem social, j ulgue:
A CF assegura expressam ent e às crianças, aos adolescent es e aos j ovens a
garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional, a
igualdade na relação processual e a defesa t écnica por profissional
habilit ado, segundo lei específica.

Q1 7 . FCC/ D PE- M A/ 2 0 1 5
Ant e o regim e est at uído pela Const it uição, a obediência aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em
desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade:
a) encont ra- se ent re os obj et ivos que inform am as polít icas públicas de
am paro aos idosos.
b) encont ra- se ent re os obj et ivos que inform am o plano nacional da
j uvent ude.
c) consist e em aspect o abrangido pelo direit o à prot eção especial.
d) const it ui cláusula norm at iva que t ransgride o preceit o const it ucional que
considera inim put áveis os m enores de dezoit o anos.
e) consubst ancia direit o individual de exercício colet ivo.

Q1 8 . CESPE/ D EPEN / 2 0 1 5
Por suas caract eríst icas m ais definidoras, a Const it uição Federal de 1988
( CF) foi cham ada de Const it uição Cidadã. Com relação aos direit os hum anos
e aos direit os fundam ent ais consagrados na Cart a Magna brasileira, j ulgue
o it em a seguir.
A única form a de censura perm it ida no Brasil é a que envolve espet áculos
t eat rais, especialm ent e os volt ados para o público infant o- j uvenil, e os livros
didát icos a serem ut ilizados no ensino fundam ent al.

Q1 9 . FAURGS/ TJ- RS/ 2 0 1 5


A quest ão refere- se à Const it uição da República Federat iva do Brasil de
1988.
Tendo em vist a a previsão do caput do art igo 227, assinale a alt ernat iva que
cont ém assert iva I NCORRETA.
a) É dever da fam ília e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e e ao
j ovem o direit o à vida, à m oradia, à saúde e à alim ent ação.
b) É dever do Est ado e da sociedade assegurar à criança, ao adolescent e e
ao j ovem o direit o à educação, ao lazer e à profissionalização.
c) É dever da fam ília e da sociedade colocar a salvo de t oda a form a de
violência, crueldade e opressão a criança, o adolescent e e o j ovem .
d) É dever da sociedade e do Est ado colocar a salvo de t oda a form a de
negligência, discrim inação e exploração a criança, o adolescent e e o j ovem .

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Q2 0 . VUN ESP/ PC- CE/ 2 0 1 5 / a da pt a da
De acordo com o dispost o na Const it uição Federal a respeit o da Fam ília, da
Criança, do Adolescent e, do Jovem e do I doso, j ulgue o it em que se segue
São civil e penalm ent e inim put áveis os m enores de vint e e um anos, suj eit os
às norm as da legislação especial.

Q2 1 . VUN ESP/ PC- CE/ 2 0 1 5 / a da pt a da


De acordo com o dispost o na Const it uição Federal a respeit o da Fam ília, da
Criança, do Adolescent e, do Jovem e do I doso, j ulgue o it em que se segue
Os pais t êm o dever de assist ir, criar e educar os filhos m enores, e os filhos
m aiores t êm o dever de aj udar e am parar os pais na velhice, carência ou
enferm idade.

Q2 2 . VUN ESP/ PC- CE/ 2 0 1 5 / a da pt a da


De acordo com o dispost o na Const it uição Federal a respeit o da Fam ília, da
Criança, do Adolescent e, do Jovem e do I doso, j ulgue o it em que se segue
A adoção será assist ida pelo Poder Público, na form a da lei, que est abelecerá
casos e condições de sua efet ivação por part e de brasileiros nat os e
nat uralizados, vedada a adoção por est rangeiros.

Q2 3 . I D ECAN / SEJUC- RN / 2 0 1 7
Nos t erm os da Const it uição Federal, é dever da fam ília, da sociedade e do
Est ado assegurar à criança, ao adolescent e e ao j ovem , com absolut a
prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à
convivência fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a
de negligência, discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.
São prot eções const it ucionais à criança e ao adolescent e, EXCETO:
a) I dade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho, perm it ida a
j ornada not urna, m as vedado o t rabalho perigoso ou insalubre aos m enores.
b) Obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à
condição peculiar de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de
qualquer m edida privat iva da liberdade.
c) Garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional,
igualdade na relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado,
segundo dispuser a legislação t ut elar específica.
d) Est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos
fiscais e subsídios, nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda,
de criança ou adolescent e órfão ou abandonado.

Q2 4 . FEPESE/ SJC- SC/ 2 0 1 6


De acordo com a Const it uição Federal, a aplicação de qualquer m edida
privat iva de liberdade a adolescent e deverá obedecer ao princípio:

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1. da brevidade.
2. da excepcionalidade.
3. do respeit o à condição peculiar de pessoa em desenvolvim ent o.
Assinale a alt ernat iva que indica t odas as afirm at ivas corret as.
a) É corret a apenas a afirm at iva 3.
b) São corret as apenas as afirm at ivas 1 e 2.
c) São corret as apenas as afirm at ivas 1 e 3.
d) São corret as apenas as afirm at ivas 2 e 3.
e) São corret as as afirm at ivas 1, 2 e 3.

Q2 5 . Qua dr ix / CFO- D F/ 2 0 1 7
Com relação à ordem social, j ulgue o it em .
A CF veda a adoção de crianças e adolescent es por est rangeiros.

5 .2 – Ga ba r it o
Q1. E Q10. A Q19. A
Q2. C Q11. D Q20. I NCORRETA
Q3. C Q12. E Q21. CORRETA
Q4. D Q13. I NCORRETA Q22. I NCORRETA
Q5. E Q14. B Q23. A
Q6. D Q15. D Q24. E
Q7. E Q16. CORRETA Q25. I NCORRETA
Q8. D Q17. C
Q9. B Q18. I NCORRETA
5 .3 – List a de Qu e st õe s com com e n t á r ios
Q1 . FCC/ TJ- AL/ 2 0 1 5
É caract eríst ica da dout rina da sit uação irregular, que inspirou as legislações
ant eriores do Est at ut o da Criança e do Adolescent e, a
a) possibilidade de derivar o j ulgam ent o, para o sist em a penal de adult os,
de crim es graves prat icados por m enores declarados incorrigíveis.
b) exclusão de casos de nat ureza social da j urisdição de m enores, dedicada
apenas a dirim ir conflit os de nat ureza j urídica envolvendo a infância
desvalida.
c) at ribuição, ao Curador de Menores, a part ir da dout rina do parens pat riae,
da função de subst it ut o inst it ucional e processual dos genit ores dest it uídos
do pát rio- poder.
d) separação rigorosa ent re carent es/ abandonados e infrat ores, com fluxos
t ot alm ent e dist int os para prot eção do prim eiro grupo e punição para o
segundo grupo.

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e) possibilidade de aplicação da m edida de int ernação a m enores carent es,
abandonados, inadapt ados e infrat ores, ainda que seu cum prim ent o possa
se dar em unidades dist int as e com m aior ou m enor nível de cont enção.

Com e nt á r ios
Vej am os cada um a das alt ernat ivas.
A a lt e r na t iva A est á incorret a. Não exist iu, na sist em át ica do Código de
Menores, a possibilidade de flexibilização da m aioridade penal para m enores de
18 anos nos crim es m ais graves.
A a lt e r na t iva B t am bém est á incorret a, pois as polít icas assist encialist as se
fizeram present es no Código de Menores, cont udo, a at uação se dava após a
violação de direit os, no t rat am ent o das consequências e não no desenvolvim ent o
de polít icas públicas de carát er prevent ivo, com vist as a assegurar direit os.
A a lt e r n a t iva C não pode ser o gabarit o da quest ão. Em bora não t enham os
explorado o assunt o no cont eúdo t eórico da aula, é pert inent e algum as
observações aqui, relat iva ao assunt o.
O curador de m enores funcionou no Código de Menores at uava na defesa do
adolescent e. Essa defesa era exercida por m em bro do Minist ério Público, cuj a
finalidade era assegurar, dent ro da vont ade est at al, est abelecer o cont role social
da sit uação irregular. Not e que t em os um a dist ância enorm e a realidade at ual,
com at uação firm e da Defensoria na t ut ela dos Direit os das Criança e dos
Adolescent es.
O erro da alt ernat iva est á em assem elhar a at uação do Curador de Menores com
a figura do curador at ualm ent e, que at ua na ausência dos fam iliares. No caso do
Curador de Menores, a at uação se dá em t odos os processos, na defesa t écnica
do adolescent e.
Tam bém est á errada a alt ernat iva D est á incorret a, pois m uit o em bora
t ivéssem os os int ernat os para os m enores abandonados e de casas de det enção
para os adolescent es infrat ores, a realidade m ost rou- se t ot alm ent e diferent e.
Muit as vezes, em bora m ant idos em aloj am ent os separados m ant inham cont at o
ao longo do dia na execução de at ividades.
Vej a, nesse cont ext o, os ensinam ent os de Joã o Ba t ist a Cost a Sa r a iva :
Nest e t em po, de vigência do Código de Menores, a grande m aioria da população infant o-
j uvenil recolhida às ent idades de int ernação do sist em a FEBEM no Brasil, na ordem de 80% ,
era form ada por crianças e adolescent e, “ m enores” , que não eram aut ores de fat os definidos
com o crim e na legislação penal brasileira. Est ava consagrado um sist em a de cont role da
pobreza, que Em ílio Garcia Mendez define com o sociopenal, na m edida em que se aplicavam
sanções de privação de liberdade a sit uações não t ipificadas com o delit o, subt raindo- se
garant ias processuais. Prendiam a vít im a. Est a t am bém era a ordem que im perava nos
Juizados de Menores.

Finalm ent e, a a lt e r na t iva E é a corret a que – de acordo com a cit ação acim a –
enuncia a int ernação com o m edida de segregação de crianças e adolescent es
pobres e m arginalizados, independent em ent e da prát ica de at o infracional.

Q2 . FCC/ D PE- SP/ 2 0 1 3

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Analisando- se os paradigm as legislat ivos em m at éria de infância e
j uvent ude, pode- se afirm ar que ant es da edição do Código de Mello Mat t os,
em 1927, vigorava o m odelo.
a) higienist a
b) da sit uação irregular.
c) penal indiferenciado.
d) da prot eção int egral.
e) da inst it ucionalização para a prot eção.

Com e nt á r ios
O Código Mello Mat os represent ou a definit iva superação da fase de absolut a
indiferença e ingresso na fase da m era im put ação penal ou penal indiferenciado,
de m odo que a a lt e r na t iva C é a corret a e gabarit o da quest ão.

Q3 . FCC/ TRT - 2 4 ª REGI ÃO ( M S) / 2 0 1 4


A part ir da edição do Est at ut o da Criança e do Adolescent e, passou- se a
evit ar o vocábulo m enor. Porém , no âm bit o do Direit o do Trabalho, t al
palavra não carrega seu efeit o negat ivo, m ant endo- se sua ut ilização nesse
cam po. Tal discussão foi enfrent ada pelo Direit o do Trabalho porque o
Est at ut o da Criança e do Adolescent e t rouxe consigo a dout rina
a) assist encialist a.
b) da sit uação irregular.
c) da prot eção int egral
d) da indiferença legal.
e) higienist a

Com e nt á r ios
Com o repet im os exaust ivam ent e em aula, o ECA adot ou, j á em seu art igo 1º , a
dout rina da prot eção int egral. Tal t eoria t em com o aspect o cent ral a criança e o
adolescent e com o suj eit os de direit os.
Ant es os m enores eram t rat ados com o obj et os de t ut ela, t endo em vist a a
dout rina da sit uação irregular.
Vej am os um quadro de aula que ret rat a a diferença ent re esses dois m odelos.

ASPECTO CÓD I GO D E M EN ORES ECA

Dout rinário Sit uação I rregular Prot eção I nt egral


Carát er Filant rópico Polít ica Pública
Fundam ent o Assist encialist a Direit o Subj et ivo
Cent ralidade Local Judiciário Município
Com pet ência Execut ória União/ Est ados Município

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Decisório Cent ralizador Part icipat ivo
I nst it ucional Est at al Cogest ão Sociedade Civil
Organização Piram idal Hierárquica Rede
Gest ão Monocrát ica Dem ocrát ica

Port ant o, a a lt e r na t iva C est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q4 . CS- UFG/ D PE- GO/ 2 0 1 4


Um conj unt o art iculado de ações por part e do Est ado e da sociedade, desde
a concepção de polít icas públicas at é a realização de program as locais de
at endim ent o im plem ent ados por ent idades governam ent ais e não
governam ent ais, é corolário dos princípios est abelecidos no t ext o da
Const it uição Federal de 1988. Nesse cont ext o,
a) a criança e o adolescent e são obj et os do direit o e alvos da dout rina j urídica
de prot eção do m enor em sit uação irregular, nos casos de abandono, prát ica
de infração penal, desvio de condut a, falt a de assist ência, ent re out ros.
b) a dout rina da prot eção int egral originada at ravés da Convenção dos
Direit os da Criança aprovada pela ONU, rat ificada no Brasil pela Lei Federal
n. 728, de 14 de set em bro de 1990, reafirm a- se na dout rina do m enor em
sit uação irregular.
c) a Lei n. 8.069/ 1990 é inst rum ent o de cont role social da infância e do
adolescent e, vít im as de om issões da fam ília, da sociedade e do Est ado em
seus direit os básicos, dirigindo- se prim ariam ent e ao conflit o inst alado.
d) a lei abrange um a gam a variada de disciplinas volt adas à prot eção dos
direit os da criança e do adolescent e, com a responsabilidade solidariam ent e
dist ribuída ent re a fam ília, a sociedade e o Est ado.
e) a prot eção dos direit os da criança e do adolescent e é do Est ado, que
assum e prim ariam ent e a responsabilidade, t endo com o princípio a adoção
do m enor em sit uação irregular.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. As crianças e os adolescent es são considerados
suj eit os de direit o e não m ais obj et os de direit o.
A a lt e r na t iva B est á incorret a, pois a Convenção dos Direit os das crianças t em
por base a dout rina da prot eção int egral.
A a lt e r n a t iva C est á incorret a, um a vez que descreve a dout rina da sit uação
irregular e o ECA t em por base a dout rina da prot eção int egral.
A a lt e r n a t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Vej am os o art .4º do
ECA.
Art . 4º É dever da fam ília, da com unidade, da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absolut a prioridade, a efet ivação dos direit os referent es à vida, à saúde, à
alim ent ação, à educação, ao esport e, ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade,
ao respeit o, à liberdade e à convivência fam iliar e com unit ária.

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A a lt e r na t iva E est á incorret a, com o dit o na alt ernat iva ant erior, a prot eção da
criança e do adolescent e é com part ilhada ent re a fam ília, a sociedade e o Est ado.

Q5 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com o obj et ivo de garant ir o desenvolvim ent o físico, m ent al, m oral,
espirit ual e social, em condições de liberdade e dignidade, o Est ado brasileiro
t em o dever de garant ir as necessidades das crianças e dos adolescent es,
velando pelo seu direit o à vida, à saúde, à educação, à convivência, ao lazer,
à liberdade, à profissionalização, ent re out ros. Nesse sent ido, é corret o
afirm ar que o ECA
a) reconhece que as crianças e os adolescent es são suj eit os especiais,
t it ulares de direit os absolut os e m erecedores de at enção j urídica
preferencial, post o que a CF, ao consagrar o princípio da prot eção int egral,
im põe ao j uiz que desconsidere a finalidade social, o bem com um e os
direit os individuais e colet ivos.
b) baseou- se no princípio da indisponibilidade dos direit os fundam ent ais, por
m eio do qual foram est abelecidas as Diret rizes das Nações Unidas para a
Prevenção da Delinquência Juvenil e o crit ério cronológico da psicologia
evolut iva para diferenciar crianças, adolescent es e j ovens adult os.
c) aperfeiçoou a dout rina da sit uação irregular, esposada pelo Código de
Menores, est endendo a aplicação das m edidas socioeducat ivas dest inadas à
reabilit ação física, m oral e psíquica de crianças e adolescent es infrat ores.
d) ut ilizou- se da t ipologia de Enrico Ferri para definir os crit érios capazes de
est ipular o grau de periculosidade dos m enores infrat ores e o consequent e
risco social de sua perm anência no seio da sociedade.
e) afast ou- se da dout rina de sit uação irregular que caract erizou o ant igo
Código de Menores, haj a vist a est e ser volt ado apenas aos m enores em
sit uação irregular, ist o é, àqueles que se encont ram em conflit o com a lei ou
que se encont ram privados de assist ência, por qualquer m ot ivo. O ECA, ao
cont rário, segue a dout rina da prot eção int egral, que se baseia no princípio
do m elhor int eresse da criança.

Com e nt á r ios
Essa quest ão é para acert ar fácil. Já sabem os perfeit am ent e que o Eca foi
responsável por afast ar a dout rina da sit uação irregular e inst aurar um a nova
fase na prot eção dos direit os da criança e do adolescent e. Nesse sent ido, o ECA
represent a não só um novo diplom a legal, m as um a m udança com plet a de
paradigm a ao inst aurar a dout rina da prot eção int egral.
Assim , a a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q6 . CESPE/ TRT - 1 ª REGI ÃO ( RJ) / 2 0 1 0


De acordo com a dout rina j urídica da prot eção int egral adot ada pelo ECA, as
crianças e os adolescent es

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a) devem , em função de sua incapacidade, ser t ut elados pelo Est ado quando
se encont rarem em sit uação irregular.
b) devem ser prot egidos por m edidas suplem ent ares, caso se encont rem em
sit uação de risco, enquant o aos dem ais se aplicam os direit os fundam ent ais
da pessoa hum ana.
c) possuem direit os e prerrogat ivas diversas, devendo o Est ado conceder às
crianças, m as não aos adolescent es, a t ut ela ant ecipada de seus direit os
fundam ent ais, o que só pode ocorrer plenam ent e com a part icipação do
Est ado no planej am ent o fam iliar.
d) são t it ulares de direit os e não, obj et os passivos.
e) podem responder penalm ent e pela prát ica de crim es hediondos, quando
em concurso form al com m aiores de dezoit o anos de idade.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. O Eca afast ou a dout rina da sit uação irregular e
essa expressão não é m ais ut ilizada.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a. Aplica- se a dout rina da prot eção int egral, por
isso não se fala m ais em m edidas suplem ent ares de prot eção.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. A criança e o adolescent e são suj eit os de direit os
e deveres. O erro da quest ão est á em excluir o adolescent e da prot eção int egral.
A a lt e r n a t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Essa é exat am ent e a
ideia da prot eção int egral.
A a lt e r na t iva E est á incorret a, pois os m enores de 18 anos são inim put áveis.

Q7 . FCC/ AL- PB/ 2 0 1 3


O Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( Lei no 8.069/ 90) , ao ser edit ado,
alt erou subst ancialm ent e o paradigm a legislat ivo na área da infância e
j uvent ude, im plem ent ando a dout rina
a) m enorist a, pregando- se a prot eção do vulnerável que não se aj ust ava a
um padrão est abelecido, j ust ificando a int ervenção est at al sobre a sua
pessoa.
b) da sit uação irregular, criando vários inst it ut os de acolhim ent o para
crianças e adolescent es, fossem infrat ores ou vít im as de abandono por
om issão ou m aus- t rat os.
c) higienist a, afast ando das ruas as crianças e adolescent es expost os a
vulnerabilidades sociais, com o m edida de saúde pública.
d) ret ribut iva- repressiva, buscando- se m edidas na pers pect iva da
ret ribuição e cont role das expressões j uvenis.
e) da prot eção int egral, envolvendo Est ado, fam ília e sociedade na prot eção
dos direit os de crianças e adolescent es.

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Mais um a quest ão que aborda o t em a da m udança de paradigm a perpet rada pelo
Est at ut o da Criança e do Adolescent e.
O ECA est abeleceu no Brasil a dout rina da prot eção int egral. Dessa form a, a
a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q8 . PUC- PR/ TJ- M S/ 2 0 1 2


Sobre o direit o da criança e do adolescent e, assinale a alt ernat iva CORRETA:
a) O Direit o do Menor t em a FEBEM - Fundação Est adual de Bem Est ar do
Menor - com o a inst it uição m ais im port ant e para encam inham ent o priorit ário
do adolescent e em conflit o com a lei.
b) O encam inham ent o de crianças em sit uação de risco dar- se- á
preferencialm ent e a orfanat os e int ernat os visando ao apoio inst it ucional dos
m enores, at é com plet arem a m aioridade civil.
c) No Direit o Brasileiro, a adoção int uit o personae faz part e da regra de
colocação em fam ília subst it ut a.
d) O Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( Lei 8069/ 90) inst it uiu, ent re
out ros princípios, o da Prot eção I nt egral à infância e à j uvent ude.
e) A Dout rina da Sit uação I rregular é um a das principais linhas nort eadoras
do at ual direit o da infância e j uvent ude.

Com e nt á r ios
Pessoal, essa ideia de que o ECA inst it uiu a dout rina da prot eção int egral deve
est ar bem sedim ent ada na cabeça de vocês. Observem quant as quest ões de
concursos difíceis cobram esse t em a t ão sim ples.
Vam os relem brar um esquem a de aula.

FASE I D EI A CEN TRAL PERÍ OD O

fase da Sem norm as t ut elares dos direit os de crianças at é o início do séc. XVI
ABSOLUTA ou adolescent es.
I N D I FEREN ÇA

fase da M ERA Obj et iva- se a punição de condut a prat icadas do séc. XVI e,
I M PUTAÇÃO por crianças e adolescent es. especialm ent e com a
PEN AL edição do Código Mello
Mat os em 1927, at é o
Código de Menores de
1979.

fase TUTELAR Obj et iva- se prom over a prot eção de crianças da edição do Código de
e adolescent es em sit uação irregular, com Menores de 1979 at é a
assist encialism o e prát icas segregat ória. Const it uição de 1988

fase da As crianças e adolescent es são considerados a part ir da CF de 1988


PROTEÇÃO suj eit os de direit o, que devem ser
I N TEGRAL assegurados em conj unt o pelo Est ado,
sociedade e fam ílias, com absolut a prioridade

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e em consideração da sit uação peculiar de
pessoa em desenvolvim ent o.

Assim , a a lt e r na t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q9 . CESPE/ M PE- RO/ 2 0 1 0


A respeit o do direit o da criança e do adolescent e, assinale a opção corret a.
a) Com o advent o da CF, o dever de cuidado e prot eção a t oda e qualquer
criança e adolescent e passou a ser um dever exclusivo do Est ado.
b) O princípio do m elhor int eresse da criança e do adolescent e pode ser
com preendido com o a form a adequada de perm it ir que a criança e o
adolescent e possam se desenvolver com dignidade, concret izando, port ant o,
os seus direit os fundam ent ais.
c) Os princípios est rut urant es do ECA não cont em plam a m unicipalização.
d) O prim eiro CP da República, de 1890, est endeu a responsabilização para
m aiores de quat orze anos de idade, deixando de ut ilizar o crit ério do
discernim ent o.
e) Segundo a dout rina da sit uação irregular do m enor, o m enor em t al
sit uação era aquele que sem pre apresent ava problem as de condut a de
carát er ilícit o, devendo ser, port ant o, regulado por lei especial.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. Com o vim os em aula, a prot eção int egral da
criança e do adolescent e com pet e à fam ília, à sociedade e ao Est ado. Vej am os o
art . 227, da CF.
Art . 227. É dever da fam ília, da sociedade e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e
e ao j ovem , com absolut a prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à convivência
fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a de negligência,
discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.

A a lt e r n a t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Essa é exat am ent e a


ideia do princípio do m elhor int eresse da criança.
A a lt e r na t iva C est á incorret a, pois a m unicipalização é princípio cent ral do ECA.
O sist em a de prot eção é descent ralizado e focado no m unicípio.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. No Código Penal de 1890 os m enores de 9 anos
de idade eram considerados inim put áveis. Para a im put abilidade dos m enores
com preendidos ent re 9 e 14 anos seria necessário um procedim ent o prévio de
verificação para que fossem penalizados. Desse m odo, percebe- se que o CP
ut ilizava o crit ério do discernim ent o.
A a lt e r n a t iva E est á incorret a, pois o m enor em sit uação irregular não era
apenas aquele que prat icava ilícit o. Vej am os um esquem a de aula.

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m enor privado de condições essenciais à sua


subsist ência, saúde e inst rução obrigat ória, em
razão da falt a, ação ou om issão dos pais ou
responsável;

vít im as de m aus- t rat os;

O CÓD I GO D E suj eit os a perigo m oral por se encont rarem em


M EN ORES am bient es ou at ividades cont rárias aos bons
APLI CAVA- SE A cost um es;

aut or de infração penal; e

m enores que apresent assem “ desvio de condut a, em


virt ude de grave inadapt ação fam iliar ou
com unit ária” .

Q1 0 . VUN ESP/ TJ- M S/ 2 0 1 5


Com relação à ret rospect iva e evolução hist óricas do t rat am ent o j urídico
dest inado à criança e ao adolescent e no ordenam ent o pát rio, é corret o
afirm ar que
a) na fase da absolut a indiferença, não havia leis volt adas aos direit os e
deveres de crianças e adolescent es.
b) na fase da prot eção int egral, regida pelo Est at ut o da Criança e do
Adolescent e, as leis se lim it am ao reconhecim ent o de direit os e garant ias de
crianças e adolescent es, sem int ersecção com o direit o am plo à infância,
porque direit o social, am parado pelo art igo 6o da Const it uição Federal.
c) a fase da m era im put ação crim inal não se insere na evolução hist órica do
t rat am ent o j urídico concedido à criança e ao adolescent e no ordenam ent o
j urídico pát rio porque ext raída do direit o com parado.
d) na fase da m era im put ação crim inal, regida pelas Ordenações Afonsinas
e Filipinas, pelo Código Crim inal do I m pério, de 1830, e pelo Código Penal,
de 1890, as leis se lim it avam à responsabilização crim inal de m aiores de 16
( dezesseis) anos por prát ica de at o equiparado a crim e.
e) na fase t ut elar, regida pelo Código Mello Mat t os, de 1927, e Código de
Menores, de 1979, as leis se lim it avam à colocação de crianças e
adolescent es, em sit uação de risco, em fam ília subst it ut a, pelo inst it ut o da
t ut ela.

Com e nt á r ios
A evolução do t rat am ent o da criança e do adolescent e pode ser resum ida em
quat ro fases ou sist em as. Vej am os:

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1. Fase da absolut a indiferença: não exist iam norm as relacionadas à criança e ao
adolescent e.
2. Fase da m era im put ação crim inal: o propósit o das leis era de quest ão crim inal,
de coibir a prát ica de ilícit os pelas crianças e adolescent es.
3. Fase t ut elar: o m undo adult o t inha poderes para prom over a int egração
sociofam iliar da criança, com t ut ela reflexa de seus int eresses pessoais.
4. Fase da prot eção int egral: surgiu em 1988, por m eio da CF e do ECA.
Reconhecem direit os e garant ias às crianças, considerando- as com o pessoas em
desenvolvim ent o.
Port ant o, a a lt e r na t iva A est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q1 1 . FUN CAB/ SED S- TO/ 2 0 1 4


Hist oricam ent e o t rat am ent o conferido a crianças e adolescent es vem sendo
m odificado gradat ivam ent e. Na at ualidade a sociedade apresent a
significat ivos avanços no que se refere ao conj unt o de legislações que
versam sobre esse público- alvo. Mas ainda assim , em um a avaliação crít ica,
pode- se dizer que:
a) t odas as inst it uições que são dest inadas a esse público- alvo apresent am
um severo processo de sucat eam ent o, não assegurando nenhum direit o
est abelecido pelo Est at ut o da Criança e do Adolescent e.
b) as at ividades volt adas para esse público- alvo não acom panharam o
significat ivo avanço t ecnológico, t ornando as ações esvaziadas de at ual
idades, colocando- o à m argem da part icipação.
c) o conj unt o de legislações não oferece form as de cont role social por part e
da população que possibilit e a int erlocução at iva ent re a sociedade e o Poder
Público no at endim ent o das dem andas em ergenciais desse público- alvo.
d) nas prát icas sociais dest inadas a esse público- alvo, m arcado pelo
paradigm a da prot eção e do acolhim ent o, ident ifica- se que a sociedade ainda
preserva m uit os espaços de confinam ent o para esses suj eit os de pouca
idade.

Com e nt á r ios
A alt ernat iva A est á incorret a, pois não se pode falar que t odas as inst it uições
est ão sucat eadas, t am pouco que nenhum direit o é assegurado. É verdade que o
sist em a possui seus defeit os, cont udo, há várias inst it uições que funcionam m uit o
bem . A alt ernat iva peca pelo exagero.
A alt ernat iva B est á igualm ent e incorret a, t endo em vist a as iniciat ivas inovadoras
na área prom ovidas nos últ im os t em pos, t al com o o program a fam ília acolhedora.
A alt ernat iva C est á incorret a. Com o sabem os, há vários órgãos que int erligam a
sociedade e o Poder Público, t al com o o Conselho Tut elar.

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A a lt e r na t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Tal com o vim os em aula,
a at ual fase da prot eção dos diret os da criança e do adolescent e t em com o
paradigm a a prot eção e o acolhim ent o.

Q1 2 . CESPE/ TJ- RN / 2 0 1 3
No que se refere à prot eção dos direit os das crianças e adolescent es, assinale
a opção corret a.
a) Com a proclam ação da dout rina da prot eção int egral na CF, revogou- se
expressam ent e a Lei n.º 6.697/ 1979, o que result ou em um a lacuna legal
no ordenam ent o j urídico brasileiro, no que se refere à prot eção j urídica a
crianças e adolescent es.
b) A Convenção sobre o Direit o da Criança t em eficácia de norm a
const it ucional, segundo ent endim ent o do STF.
c) As Regras de Beij ing, as Diret rizes de RI AD e as Regras Mínim as das
Nações Unidas para a Prot eção dos Jovens Privados de Liberdade,
inst rum ent os int ernacionais de prot eção aos direit os das crianças e
adolescent es, não se aplicam ao Brasil, vist o que não foram aprovadas pelo
Congresso Nacional brasileiro e prom ulgados pelo president e da República.
d) Ao rom per definit ivam ent e com a dout rina da sit uação irregular — at é
ent ão adm it ida no Código de Menores — e est abelecer com o diret riz básica
e única no at endim ent o de crianças e adolescent es a dout rina da prot eção
int egral, o legislador pát rio conferiu eficácia lim it ada ao t ext o const it ucional,
cuj os disposit ivos careciam de regulam ent ação específica para a produção
de efeit os j urídicos.
e) No t ext o da CF, foi conferida, pela prim eira vez na hist ória brasileira,
prioridade absolut a à criança, t endo- se afirm ado sua prot eção com o dever
da fam ília, da sociedade e do Est ado.

Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva A est á incorret a. Não há que se falar em lacuna legal no
ordenam ent o j urídico brasileiro no que se refere à prot eção j urídica a crianças e
adolescent es. Pois, a Lei nº 6.697/ 79, foi revogada pela Lei nº 8.069/ 90.
A a lt e r na t iva B est á incorret a. Segundo ent endim ent o do STF, a Convenção
sobre o Direit o da Criança t em eficácia de norm a supralegal, e não const it ucional.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. Serviram de base para elaboração da Lei nº
8.069/ 90, as Regras de Beij ing, as Diret rizes de RI AD e as Regras Mínim as das
Nações Unidas para a Prot eção dos Jovens Privados de Liberdade, inst rum ent os
int ernacionais de prot eção aos direit os das crianças e adolescent es.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a. As norm as const it ucionais que cuidam dos
direit os das crianças e dos adolescent es t êm eficácia plena.
A a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão. O art . 227, da CF/ 88, é
considerado a sínt ese da Convenção das Nações Unidas Sobre os Direit os da
Criança. Vej am os:

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Art . 227. É dever da fam ília, da sociedade e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e
e ao j ovem , com absolut a prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à convivência
fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a de negligência,
discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Q1 3 . CESPE/ D PE- ES/ 2 0 1 2


Julgue os it ens subsequent es, relat ivos à evolução hist órica dos direit os da
criança e do adolescent e no Brasil.
Foi a part ir da Proclam ação da República que os m enores passaram a ser
det ent ores dos direit os fundam ent ais de liberdade.

Com e nt á r ios
A assert iva est á incor r e t a . A lei que reconhece os direit os e garant ias às
crianças, considerando- a com o um a pessoa em desenvolvim ent o, foi inserida em
1990, com o Est at ut o da Criança e do Adolescent e. Port ant o, não foi a part ir da
Proclam ação da República ( 1988) que os m enores passaram a ser det ent ores dos
direit os fundam ent ais de liberdade.

Q1 4 . FCC/ TRT - 6 ª Re giã o ( PE) / 2 0 1 5


O art . 227 da Const it uição dispõe sobre os direit os que, com absolut a
prioridade, devem ser garant idos à criança, ao adolescent e e ao j ovem . Seu
§ 3o reserva disciplina específica ao direit o à prot eção especial. Ent re os
aspect os abrangidos por esse direit o, encont ram - se:
a) punição severa ao abuso, à violência e à exploração sexual da criança e
do adolescent e; educação infant il, em creche e pré- escola, às crianças at é 5
( cinco) anos de idade; e obediência aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em
desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade.
b) garant ia de acesso do t rabalhador adolescent e e j ovem à escola; garant ia
de direit os previdenciários e t rabalhist as; e program as de prevenção e
at endim ent o especializado à criança, ao adolescent e e ao j ovem dependent e
de ent orpecent es e drogas afins
c) garant ia de direit os previdenciários e t rabalhist as; igualdade de condições
para o acesso e perm anência na escola; e obediência aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em
desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade.
d) adoção assist ida pelo Poder Público, especialm ent e no caso de efet ivação
por est rangeiros; punição severa ao abuso, à violência e à exploração sexual
da criança e do adolescent e; e program as de prevenção e at endim ent o
especializado à criança, ao adolescent e e ao j ovem dependent e de
ent orpecent es e drogas afins.

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e) igualdade de condições para o acesso e perm anência na escola; garant ia
de acesso do t rabalhador adolescent e e j ovem à escola; e adoção assist ida
pelo Poder Público, especialm ent e no caso de efet ivação por est rangeiros.

Com e nt á r ios
Dada a referência explícit a da quest ão, vej am os o art . 227, §3º , da CF:
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
I - idade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho, observado o dispost o no art .
7º , XXXI I I ;
I I - garant ia de direit os previdenciários e t rabalhist as;
I I I - garant ia de acesso do t rabalhador adolescent e e j ovem à escola;
I V - garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional, igualdade na
relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado, segundo dispuser a legislação
t ut elar específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar
de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade;
VI - est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos fiscais e subsídios,
nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda, de criança ou adolescent e órfão
ou abandonado;
VI I - program as de prevenção e at endim ent o especializado à criança, ao adolescent e e ao
j ovem dependent e de ent orpecent es e drogas afins.

Da leit ura do disposit ivo acim a podem os concluir que o referido disposit ivo t raz
regras relat ivas aos direit os dos t rabalhadores, garant ia de direit os
previdenciários, acesso do adolescent e t rabalhador à escola, responsabilização
pela prát ica de at os infracionais que devem ser breves, excepcionais e respeit ar
a condição do adolescent e de pessoa em desenvolvim ent o. Além disso, t em os
disposições que im põe ao Poder Público cuidar dos m ecanism os de acolhim ent o
de adolescent es em sit uação de vulnerabilidade e, t am bém , a adoção de
program as de prevenção e at endim ent o especializado.
Port ant o, a a lt e r na t iva B é a que m elhor se encaixa em t al diret iva. As dem ais
alt ernat ivas ret rat am regras que não const am do referido parágrafo.

Q1 5 . M PE- SP/ M PE- SP/ 2 0 1 5


Nos t erm os da Const it uição Federal, o direit o a prot eção especial à criança,
ao adolescent e e ao j ovem deve abranger, dent re out ros, os seguint es
aspect os:
I - Garant ia de inim put abilidade aos m enores de dezoit o anos, que ficarão
suj eit os às norm as da legislação especial.
I I - Program as de prevenção e at endim ent o especializado à criança, ao
adolescent e e ao j ovem dependent e de ent orpecent es e drogas afins.
I I I - Proibição de quaisquer designações discrim inat órias relat ivas à filiação
e igualdade de direit os e qualificações em relação aos filhos, havidos ou não
da relação do casam ent o, ou por adoção.

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I V- Aplicação de percent ual dos recursos públicos dest inados à saúde na
assist ência m at erno- infant il.
V- Est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos
fiscais e subsídios, nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda,
de criança ou adolescent e órfão ou abandonado.
Est á corret o apenas o cont ido em :
a) I , I I I e V.
b) I I e I V.
c) I , I I e I I I .
d) I I e V.
e) I I , I I I , I V e V.

Com e nt á r ios
Tem os aqui um a quest ão pouco int eligent e que, na realidade, é um a grande
pegadinha. Nesse cont ext o, ao se referir à “ prot eção especial à criança” , o
exam inador est á cobrando o art . 227, §3º , da CF. Desse m odo, por m ais que as
regras colocadas nos it ens est ej am de acordo com a CF, se não est iverem de
acordo com o disposit ivo, est ão incorret as.
Devido a isso, sugere- se dar o m áxim o de at enção ao disposit ivo.
Vej a:
I t em I – incorret o, pois previst o o art . 228 da CF.
I t em I I – corret o, pois previst o, no inc. VI I do §3º do art . 227 da CF.
I t em I I I – incorret o, pois previst o no §6 do art . 227.
I t em I V incorret o, pois previst o no §1º do art . 227.
I t em V corret o, porque explicit a o inc. VI do §3º do art . 227 da CF.
Port ant o, a a lt e r na t iva D é a corret a e gabarit o da quest ão.

Q1 6 . FUN I VERSA/ PC- D F/ 2 0 1 5 / a da pt a da


No que diz respeit o à ordem social, j ulgue:
A CF assegura expressam ent e às crianças, aos adolescent es e aos j ovens a
garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional, a
igualdade na relação processual e a defesa t écnica por profissional
habilit ado, segundo lei específica.

Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a em vist a do que disciplina o art . 227, §3º , I V, da CF:
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
I V - garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional, igualdade na
relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado, segundo dispuser a legislação
t ut elar específica.

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Q1 7 . FCC/ D PE- M A/ 2 0 1 5
Ant e o regim e est at uído pela Const it uição, a obediência aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em
desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade:
a) encont ra- se ent re os obj et ivos que inform am as polít icas públicas de
am paro aos idosos.
b) encont ra- se ent re os obj et ivos que inform am o plano nacional da
j uvent ude.
c) consist e em aspect o abrangido pelo direit o à prot eção especial.
d) const it ui cláusula norm at iva que t ransgride o preceit o const it ucional que
considera inim put áveis os m enores de dezoit o anos.
e) consubst ancia direit o individual de exercício colet ivo.

Com e nt á r ios
O §3º do art . 227 prevê expressam ent e, dent re as regas de prot eção especial,
t rês princípios que devem ser considerados na aplicação de m edidas
socioeducat ivas
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição
peculiar de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida
privat iva da liberdade;
Desse m odo, est á corret a a a lt e r na t iva C.

Q1 8 . CESPE/ D EPEN / 2 0 1 5
Por suas caract eríst icas m ais definidoras, a Const it uição Federal de 1988
( CF) foi cham ada de Const it uição Cidadã. Com relação aos direit os hum anos
e aos direit os fundam ent ais consagrados na Cart a Magna brasileira, j ulgue
o it em a seguir.
A única form a de censura perm it ida no Brasil é a que envolve espet áculos
t eat rais, especialm ent e os volt ados para o público infant o- j uvenil, e os livros
didát icos a serem ut ilizados no ensino fundam ent al.

Com e nt á r ios
De acordo com o art . 5º , I X, da CF: “ é livre a expressão da at ividade int elect ual,
art íst ica, cient ífica e de com unicação, independent em ent e de censura ou licença” .
Não bast asse, a CF explicit a que é vedada t oda e qualquer censura de nat ureza
polít ica, ideológica e art íst ica.
Desse m odo, est á incor r e t a a assert iva, pois argum ent a que é possível a censura
espet áculos t eat rais, especialm ent e os volt ados para o público infant o- j uvenil, e
os livros didát icos a serem ut ilizados no ensino fundam ent al.

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Q1 9 . FAURGS/ TJ- RS/ 2 0 1 5
A quest ão refere- se à Const it uição da República Federat iva do Brasil de
1988.
Tendo em vist a a previsão do caput do art igo 227, assinale a alt ernat iva que
cont ém assert iva I NCORRETA.
a) É dever da fam ília e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e e ao
j ovem o direit o à vida, à m oradia, à saúde e à alim ent ação.
b) É dever do Est ado e da sociedade assegurar à criança, ao adolescent e e
ao j ovem o direit o à educação, ao lazer e à profissionalização.
c) É dever da fam ília e da sociedade colocar a salvo de t oda a form a de
violência, crueldade e opressão a criança, o adolescent e e o j ovem .
d) É dever da sociedade e do Est ado colocar a salvo de t oda a form a de
negligência, discrim inação e exploração a criança, o adolescent e e o j ovem .

Com e nt á r ios
Para respondê- la devem os lem brar do caput do art . 227:
Art . 227. É dever da fam ília, da sociedade e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e
e ao j ovem , com absolut a prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à convivência
fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a de negligência,
discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Logo, a a lt e r na t iva A est á errada, pois t raz expressado o direit o à m oradia.

Q2 0 . VUN ESP/ PC- CE/ 2 0 1 5 / a da pt a da


De acordo com o dispost o na Const it uição Federal a respeit o da Fam ília, da
Criança, do Adolescent e, do Jovem e do I doso, j ulgue o it em que se segue
São civil e penalm ent e inim put áveis os m enores de vint e e um anos, suj eit os
às norm as da legislação especial.

Com e nt á r ios
A assert iva est á in cor r e t a , pois são penalm ent e inim put áveis os m enos de 18
anos.
Art . 228. São penalm ent e inim put áveis os m enores de dezoit o anos, suj eit os às norm as da
legislação especial.

Q2 1 . VUN ESP/ PC- CE/ 2 0 1 5 / a da pt a da


De acordo com o dispost o na Const it uição Federal a respeit o da Fam ília, da
Criança, do Adolescent e, do Jovem e do I doso, j ulgue o it em que se segue
Os pais t êm o dever de assist ir, criar e educar os filhos m enores, e os filhos
m aiores t êm o dever de aj udar e am parar os pais na velhice, carência ou
enferm idade.

Com e nt á r ios

Pr of. Rica r do Tor que s 45


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A assert iva est á cor r e t a ! Vej am os o art . 229, da CF.
Art . 229. Os pais t êm o dever de assist ir, criar e educar os filhos m enores, e os filhos
m aiores t êm o dever de aj udar e am parar os pais na velhice, carência ou enferm idade.

Q2 2 . VUN ESP/ PC- CE/ 2 0 1 5 / a da pt a da


De acordo com o dispost o na Const it uição Federal a respeit o da Fam ília, da
Criança, do Adolescent e, do Jovem e do I doso, j ulgue o it em que se segue
A adoção será assist ida pelo Poder Público, na form a da lei, que est abelecerá
casos e condições de sua efet ivação por part e de brasileiros nat os e
nat uralizados, vedada a adoção por est rangeiros.

Com e nt á r ios
A assert iva est á incor r e t a . Com o bem sabem os, a adoção int ernacional é
perm it ida dent ro de cert as circunst âncias. Vej am os o art . 227, § 5º , da CF, no
qual foi baseada a assert iva.
§ 5º A adoção será assist ida pelo Poder Público, na form a da lei, que est abelecerá casos e
condições de sua efet ivação por part e de est rangeiros.

Q2 3 . I D ECAN / SEJUC- RN / 2 0 1 7
Nos t erm os da Const it uição Federal, é dever da fam ília, da sociedade e do
Est ado assegurar à criança, ao adolescent e e ao j ovem , com absolut a
prioridade, o direit o à vida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à
convivência fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a
de negligência, discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.
São prot eções const it ucionais à criança e ao adolescent e, EXCETO:
a) I dade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho, perm it ida a
j ornada not urna, m as vedado o t rabalho perigoso ou insalubre aos m enores.
b) Obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à
condição peculiar de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de
qualquer m edida privat iva da liberdade.
c) Garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional,
igualdade na relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado,
segundo dispuser a legislação t ut elar específica.
d) Est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos
fiscais e subsídios, nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda,
de criança ou adolescent e órfão ou abandonado.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. De acordo com o art .
227, §3º , I , da Const it uição Federal, é considerada prot eção const it ucional à
criança e ao adolescent e a idade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao
t rabalho.
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:

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I - idade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho, observado o dispost o no art .
7º , XXXI I I ;

Porém , com base no art . 7º , XXXI I I , da Const it uição, é proibido o t rabalho


not urno, perigoso ou insalubre a m enores de dezoit o e de qualquer t rabalho a
m enores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a part ir de quat orze
anos.
A a lt e r na t iva B est á corret a, conform e prevê o art . 227, §3º , V, da CF/ 88:
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar
de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade;

A a lt e r na t iva C est á corret a, conform e prevê o art . 227, §3º , I V, da CF/ 88:
I V - garant ia de pleno e form al conhecim ent o da at ribuição de at o infracional, igualdade na
relação processual e defesa t écnica por profissional habilit ado, segundo dispuser a legislação
t ut elar específica;

A a lt e r na t iva D est á corret a, conform e prevê o art . 227, §3º , VI , da CF/ 88:
VI - est ím ulo do Poder Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos fiscais e subsídios,
nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda, de criança ou adolescent e órfão
ou abandonado;

Q2 4 . FEPESE/ SJC- SC/ 2 0 1 6


De acordo com a Const it uição Federal, a aplicação de qualquer m edida
privat iva de liberdade a adolescent e deverá obedecer ao princípio:
1. da brevidade.
2. da excepcionalidade.
3. do respeit o à condição peculiar de pessoa em desenvolvim ent o.
Assinale a alt ernat iva que indica t odas as afirm at ivas corret as.
a) É corret a apenas a afirm at iva 3.
b) São corret as apenas as afirm at ivas 1 e 2.
c) São corret as apenas as afirm at ivas 1 e 3.
d) São corret as apenas as afirm at ivas 2 e 3.
e) São corret as as afirm at ivas 1, 2 e 3.

Com e nt á r ios
A a lt e r n a t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Vej am os o §3º , V, do
art . 227, da CF/ 88:
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeit o à condição peculiar
de pessoa em desenvolvim ent o, quando da aplicação de qualquer m edida privat iva da
liberdade;

Q2 5 . Qua dr ix / CFO- D F/ 2 0 1 7
Com relação à ordem social, j ulgue o it em .

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A CF veda a adoção de crianças e adolescent es por est rangeiros.

Com e nt á r ios
A assert iva est á incor r e t a . A Const it uição Federal não proíbe a adoção de
crianças e adolescent es por est rangeiros. Vej am os o §5º , do art . 227:
§ 5º A adoção será assist ida pelo Poder Público, na form a da lei, que est abelecerá casos e
condições de sua efet ivação por part e de est rangeiros.

6 - Le gisla çã o D e st a ca da e Ju r ispr u dê n cia Cor r e la t a


 RE 898.061/ SC: t ese da pluriparent alidade
A pat ernidade socioafet iva, declarada ou não em regist ro público, não im pede o
reconhecim ent o do vínculo de filiação concom it ant e baseado na origem biológica, com os
efeit os j urídicos próprios.

 art . 227, da CF: prot eção const it ucional à criança e ao adolescent e


Art . 227. É de ve r da fa m ília , da socie da de e do Est a do assegurar à criança, ao
adolescent e e ao j ovem , com a bsolu t a pr ior ida de , o direit o à vida, à saúde, à
alim ent ação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o,
à liberdade e à convivência fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salvo de t oda form a
de negligência, discrim inação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 1º O Est ado prom overá pr ogr a m a s de a ssist ê n cia in t e gr a l à sa ú de da cr ia n ça , do
a dole sce n t e e do j ovem , adm it ida a pa r t icipa çã o de e nt ida de s nã o gove r na m e n t a is,
m ediant e polít icas específicas e obedecendo aos seguint es preceit os:
I - aplicação de percent ual dos recursos públicos dest inados à saúde na assist ência m at erno-
infant il;
I I - criação de program as de prevenção e at endim ent o especializado para as pessoas
port adoras de deficiência física, sensorial ou m ent al, bem com o de int egração social do
adolescent e e do j ovem port ador de deficiência, m ediant e o t reinam ent o para o t rabalho e
a convivência, e a facilit ação do acesso aos bens e serviços colet ivos, com a elim inação de
obst áculos arquit et ônicos e de t odas as form as de discrim inação.
§ 2º A lei disporá sobre norm as de const rução dos logradouros e dos edifícios de uso público
e de fabricação de veículos de t ransport e colet ivo, a fim de garant ir acesso adequado às
pessoas port adoras de deficiência.
§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:
I - ida de m ín im a de qu a t or ze a nos para adm issão ao t rabalho, observado o dispost o no
art . 7º , XXXI I I ;
I I - garant ia de dir e it os pr e vide n ciá r ios e t r a ba lh ist a s;
I I I - garant ia de a ce sso do t r a ba lh a dor a dole sce n t e e j ove m à e scola ;
I V - garant ia de ple no e for m a l con h e cim e n t o da a t r ibu içã o de a t o infr a ciona l,
igu a lda de n a r e la çã o pr oce ssu a l e de fe sa t é cn ica por pr ofissiona l ha bilit a do,
segundo dispuser a legislação t ut elar específica;
V - obe diê n cia a os pr in cípios de br e vida de , e x ce pcion a lida de e r e spe it o à con diçã o
pe cu lia r de pe ssoa e m de se nvolvim e n t o, quando da aplicação de qualquer m edida
privat iva da liberdade;
VI - e st ím u lo do Pode r Público, at ravés de assist ência j urídica, incent ivos fiscais e
subsídios, nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda, de criança ou
adolescent e órfão ou abandonado;

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VI I - pr ogr a m a s de pr e ve n çã o e a t e ndim e n t o e spe cia liza do à criança, ao adolescent e
e ao j ovem dependent e de ent orpecent es e drogas afins.
§ 4º A lei punirá severam ent e o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do
adolescent e.
§ 5º A adoção será assist ida pelo Poder Público, na form a da lei, que est abelecerá casos e
condições de sua efet ivação por part e de est rangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casam ent o, ou por adoção, t erão os m esm os
direit os e qualificações, proibidas quaisquer designações discrim inat órias relat ivas à filiação.
§ 7º No at endim ent o dos direit os da criança e do adolescent e levar- se- á em consideração
o dispost o no art . 204.
§ 8º A lei est abelecerá:
I - o est at ut o da j uvent ude, dest inado a regular os direit os dos j ovens;
I I - o plano nacional de j uvent ude, de duração decenal, visando à art iculação das várias
esferas do poder público para a execução de polít icas públicas.

7 – Re su m o
Para finalizar o est udo da m at éria, t razem os um
resum o dos principais aspect os est udados ao longo
da aula. Sugerim os que esse resum o sej a est udado
sem pre previam ent e ao início da aula seguint e,
com o form a de “ refrescar” a m em ória. Além disso, segundo a organização de
est udos de vocês, a cada ciclo de est udos é fundam ent al ret om ar esses resum os.
Caso encont rem dificuldade em com preender algum a inform ação, não deixem de
ret ornar à aula.
Pa r a digm a s le gisla t ivos: e volu çã o h ist ór ica do D ir e it o da Cr ia nça e do Adole sce n t e

 ASPECTOS HI STÓRI COS REMOTOS

 Ant iguidade: as form ações fam iliares foram est rut uradas em t orno da religião.

• Sem t rat am ent o diferenciado conferido às crianças e aos adolescent es.


• Crianças e adolescent es vist os com o obj et o de direit o e com o pat rim ônio, a serviço
de da religião e de aut oridades fam iliares e do Est ado.

 I dade Média: nít ido r e con he cim e n t o da dign ida de da s cr ia n ça s e a dole sce n t e s.

• Cr ia n ça s ha vida s for a do ca sa m e n t o r e ligioso, encont ravam - se em sit uação


de dupla vu ln e r a bilida de : discrim inação por serem crianças e por não serem
reconhecidas pela I grej a.

 EVOLUÇÃO I N TERN ACI ON AL

 Convenção para a Repressão do Tráfico de Mulheres e Crianças aprovada em 1921.

 Declaração de Genebra, de 1924.

 Declaração Universal dos Direit os Hum anos ( DUDH) , aprovada em 1948.

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 Criação da UNI CEF, em 1946.

 Declaração Universal dos Direit os da Criança em 1959.

 Convenção Am ericana sobre os Direit os Hum anos denom inada de 1969.

 Convenção I nt ernacional sobre os Direit os das Crianças.

 EVOLUÇÃO H I STÓRI CA N O ORD EN AM EN TO BRASI LEI RO

 fase da ABSOLUTA I NDI FERENÇA

• Sem norm as t ut elares dos direit os de crianças ou adolescent es.


• at é o início do séc. XVI

 fase da MERA I MPUTAÇÃO PENAL

• Obj et iva- se a punição de condut a prat icadas por crianças e adolescent es.
• do séc. XVI e, especialm ent e com a edição do Código Mello Mat os em 1927, at é o
Código de Menores de 1979.

 fase TUTELAR

• Obj et iva- se prom over a prot eção de crianças e adolescent es em sit uação irregular ,
com assist encialism o e prát icas segregat ória.
• da edição do Código de Menores de 1979 at é a Const it uição de 1988

 fase da PROTEÇÃO I NTEGRAL

• As crianças e adolescent es são considerados suj eit os de direit o, que devem ser
assegurados em conj unt o pelo Est ado, sociedade e fam ílias, com absolut a
prioridade e em consideração da sit uação peculiar de pessoa em desenvolvim ent o.
• a part ir da CF de 1988

A dou t r in a da sit u a çã o ir r e gu la r e a dout r in a da pr ot e çã o in t e gr a l

 M UD AN ÇA N A BASE PRI N CI PI OLÓGI CA: da dout rina da sit uação irregular para a dout rina
da prot eção int egral.

 CÓD I GO D E M EN ORES

 lim it ação de aplicação, dest inando- se:

• ao m enor privado de condições essenciais à sua subsist ência, saúde e inst rução
obrigat ória, em razão da falt a, ação ou om issão dos pais ou responsável;
• às vít im as de m aus- t rat os;
• aos suj eit os a perigo m oral por se encont rarem em am bient es ou at ividades
cont rárias aos bons cost um es;
• ao aut or de infração penal; e

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• aos m enores que apresent assem “ desvio de condut a, em virt ude de grave
inadapt ação fam iliar ou com unit ária” .

 “ bin ôm io ca r ê n cia - de linqu ê ncia ” , a gin do na con se qu ê n cia e n ã o na s ca u sa s que


levam à carência ou à delinquência.

 con ce n t r a çã o da s a t ivida de s ce n t r a liza da s na figu r a do “Ju iz de M e nor e s”.

 pr á t ica se gr e ga t ór ia .

 n ã o ha via t a m bé m pr e ocu pa çã o com a m a n u t e n çã o de vín cu los fa m ilia r e s.

 CF + ECA

 r om pim e n t o de pa r a digm a .

 a CF t rat a de enunciar um rol de direit os e garant ias fundam ent ais, post eriorm ent e
explicit ados no ECA.

Esses direit os devem ser assegurados: a) com a bsolu t a pr ior ida de ; e b) em


consideração do fat o de que as crianças são pe ssoa s e m de se n volvim e n t o.

 o ECA fixa um a série de polít ica s pública s a serem desenvolvidas por t odos os ent es
federat ivos, m as principalm ent e pelo m unicípio, que est á m ais próxim o da realidade de
cada com unidade, em respeit o ao pr in cípio da m u n icipa liza çã o que im pera no ECA.

 COM PARAÇÃO EN TRE CÓD I GO D E M EN ORES E O ECA

ASPECTO CÓD I GO D E M EN ORES ECA

Dout rinário Sit uação I rregular Prot eção I nt egral

Carát er Filant rópico Polít ica Pública

Fundam ent o Assist encialist a Direit o Subj et ivo

Cent ralidade Local Judiciário Município

Com pet ência Execut ória União/ Est ados Município

Decisório Cent ralizador Part icipat ivo

I nst it ucional Est at al Cogest ão Sociedade Civil

Organização Piram idal Hierárquica Rede

Gest ão Monocrát ica Dem ocrát ica

N or m a s Con st it u ciona is

O Est a do... devem pr opicia r o... direit o à vida

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A Fa m ília ... direit o à saúde,

A Socie da de ... direit o à alim ent ação

direit o à educação

direit o ao lazer

direit o à profissionalização

direit o à cult ura

direit o à dignidade

direit o ao respeit o

direit o à liberdade
==110463==

direit o à convivência fam iliar e com unit ária

devem r e sgu a r dá - los t oda form a de negligência


de...
t oda form a de discrim inação

t oda form a de exploração

t oda form a de violência, crueldade e opressão

฀PRECEI TOS:

1º PRECEI TO : dest inação de um percent ual m ínim o de recursos.

2º PRECEI TO : criação de program as de at endim ent o e de prevenção para crianças e


adolescent es com deficiência.

฀REGRAS ESPECÍ FI CAS D E PROTEÇÃO ÀS CRI AN ÇAS E AD OLESCEN TES:

 idade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho na condição de aprendiz e
do t rabalho regular som ent e após com plet ar 16 anos ( 7º , XXXI I I ) .

 garant ia de direit os previdenciários, t rabalhist as e acesso à escola ao adolescent e que


t rabalhar.

 garant ia de am pla defesa, inclusive t écnica, quando prat icar at os infracionais.

 execução da m edida socioeducat iva com observância dos princípios de brevidade,


excepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em desenvolvim ent o.

 est ím ulo do Poder Público, por int erm édio de assist ência j urídica, incent ivos fiscais e
subsídios, ao acolhim ent o sob a form a de guarda de crianças ou adolescent es órfãos ou
abandonados.

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adolescent e dependent e de ent orpecent es.

8 - Con side r a çõe s Fin a is


Chegam os ao final da aula inaugural! Vim os um a pequena part e da m at éria,
ent ret ant o, um assunt o m uit o relevant e para a com preensão da disciplina.
A pret ensão dest a aula é a de sit uar vocês no m undo dos Direit os da Criança e
do Adolescent e, a fim de que não t enham dificuldades em assim ilar os cont eúdos
relevant es que virão na sequência.
Além disso, procuram os dem onst rar com o será desenvolvido nosso t rabalho ao
longo do Curso.
Quaisquer dúvidas, sugest ões ou crít icas ent rem em cont at o conosco. Est ou
disponível no fórum no Curso e por e- m ail.
Aguardo vocês na próxim a aula. At é lá!
Ricardo Torques

rst .est rat egia@gm ail.com

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