Você está na página 1de 2

Função Normativa

Por meio da ação normativa, a CVM regula a atuação dos diversos agentes do mercado, por meio da regulamentação de leis e de
sua eventual fiscalização. A autarquia institui que as companhias abertas e todos os participantes do mercado de capital sejam
obrigados a prestar esclarecimentos e informações atualizadas sobre suas atividades, tendo em vista uma maior transparência junto
aos investidores, para que esse público, por sua vez, possa escolher em quais empresas investir. Além disso, a CVM preza pela
disseminação de informações sobre as opções e riscos dos investimentos oferecidos ao público. As principais ações normativas
desenvolvidas pela CVM são as seguintes:

ü    Instruções: atos através dos quais a CVM regulamenta as matérias expressamente previstas nas Leis 6.404/76 e 6.385/76.
ü    Deliberações: representam os atos de competência do Colegiado da CVM, nos termos do Regimento Interno.
ü    Pareceres: respostas às consultas específicas que venham a ser formuladas por agentes de mercado e investidores ou, ainda,
por integrantes da própria CVM, a respeito de matéria por ela regulada.
ü    Pareceres de Orientação: representa o entendimento da CVM sobre matéria que lhe caiba regular, orientando sobre
determinado assunto.
ü    Nota Explicativa: torna públicos os motivos que levaram a CVM a baixar norma ou apresentar proposição ao Conselho
Monetário Nacional, além de fornecer explicações sobre a utilização da norma.
ü    Portaria: compreende os atos que envolvam aspectos da administração interna da CVM.
ü    Ato Declaratório: documento pelo qual a CVM credencia ou autoriza o exercício de atividades no mercado de valores
mobiliários.

A CVM estimula e fiscaliza as práticas de auto-regulação em determinadas atividades do mercado de valores mobiliários, com o
objetivo de aumentar sua eficácia. A autarquia também se preocupa em manter sempre um diálogo produtivo e concreto com os
participantes do mercado de capitais, promovendo audiências públicas das novas regulações em fase de elaboração. Essa é uma
forma de a CVM, ao mesmo tempo em que mantém o público informado de todo o processo normativo da autarquia, avaliar os
comentários recebidos pelo público que será atingido por alguma nova regulamentação, de forma a chegar a um consenso que não
prejudique nenhuma das partes envolvidas. As audiências também contribuem para que, os atingidos pela norma instituída
possam, aos poucos, absorver os novos conceitos e novas regras impingidas pelo órgão.

Função de Registro

A CVM é responsável por autorizar, previamente, o exercício de determinadas atividades no mercado de valores mobiliários, que
incluem:

ü    prestação dos serviços de distribuição, intermediação ou corretagem,


ü    serviços de custódia e de compensação ou liquidação de operações,
ü    mercado de balcão organizado,
ü    serviços de administrador de carteira.

O órgão também concede o registro prévio das emissões de valores mobiliários, tanto de ofertas primárias ou secundárias, como
das companhias e demais emissores. Também faz o registro dos auditores independentes. A autarquia disponibiliza ao público, por
meio deste site, a atualização dos registros das sociedades e companhias que fazem parte do mercado de capitais, a fim de deixar o
público sempre informado de quaisquer alterações, por mínimas que sejam, na estrutura e documentação das mesmas.

Função Fiscalizadora

A CVM tem o poder de aplicar as normas regulamentares que instituir e as demais regras cujo cumprimento lhe
caiba fiscalizar. Dentre os poderes do órgão em sua função fiscalizadora estão os de:

ü    examinar os registros contábeis, livros e documentos de companhias, auditores, fundos, etc; intimar pessoas para
prestação de informações;
ü    requisitar informações a órgãos públicos;
ü    determinar às companhias a republicação de demonstrações financeiras, relatórios e outras informações;
ü    suspender a negociação de valores mobiliários;
ü    suspender ou cancelar registros;
ü    proibir aos participantes do mercado a prática de atos que especificar, prejudiciais ao seu funcionamento regular;
e apurar atos ilegais e práticas não eqüitativas.

As penalidades passíveis de serem aplicadas pelo Colegiado da CVM, depois de constatada a irregularidade em
inquérito administrativo, são:

ü    Advertência;
ü    Multa - O valor máximo que a multa pode atingir são R$ 500 mil. A punição também pode assumir as seguintes
sanções: 50% do valor da emissão ou da operação irregular, e três vezes o montante da vantagem econômica obtida
ou da perda evitada em decorrência do ilícito;
ü    Suspensão;
ü    Descredenciamento para o exercício do cargo;
ü    Cassação do registro do acusado;
ü    Proibição temporária, por prazo determinado, de praticar atividades para os responsáveis pelo sistema de
distribuição;
ü    Proibição temporária, por prazo determinado, de atuar como investidor, direta ou indiretamente, no mercado de
valores.

O público pode acompanhar as sessões de julgamento de processos administrativos. A CVM deve dar prioridade à
apuração das infrações de natureza grave que lhe caiba fiscalizar, cuja apenação proporcione maior efeito educativo
e preventivo aos participantes do mercado. Todas as decisões tomadas pela CVM são passíveis de recursos judiciais.

A CVM também se resguarda o direito de suspender o processo administrativo caso constate que o acusado tenha
parado de praticar o ato irregular e indenizado a todos os prejudicados pela ação.

Função Consultiva

A autarquia tem sido cada vez mais consultada no sentido de manifestar seu entendimento sobre operações e atos
societários. Essas manifestações de entendimento são emitidas de ofício ou a pedido de interessados, e tendem a
assumir uma relevância cada vez maior, em virtude de uma percepção, no mercado, de que a via judicial não está
aparelhada para a solução de disputas societárias. As manifestações de entendimento também contribuem para as
iniciativas de fiscalização, especialmente quando prévias à realização de atos societários, quando então se revestem
de caráter preventivo contra disputas e danos ao mercado.

Em relação à consulta por parte de investidores, a CVM conta, em sua estrutura, com a Superintendência de Proteção
e Orientação aos Investidores (SOI), canal de relacionamento entre a CVM e os investidores, cujo objetivo é orientar
e informar o público, além de receber queixas e denúncias de atividades ilícitas ou ocorridas no mercado..

Função de Desenvolvimento

A CVM possui atribuições relativas ao desenvolvimento de mercado, que são manifestadas principalmente sob a
forma de iniciativas regulatórias. Com isso, a autarquia ajuda a promover o desenvolvimento do ambiente
regulatório do País, por meio de campanhas de capacitação e especialização em mercado de capitais voltadas para
integrantes do Poder Judiciário, das iniciativas de educação ao investidor e do projeto de estudo de Direito
Comparado em questões fundamentais ao mercado de capitais brasileiro.

Você também pode gostar