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Nº 65
Data (páginas internas): 9 de abril de 1997.
ÍNDICE DE ASSUNTOS
ADIn: Cabimento
Agravo de Instrumento: Art. 544, § 1º do CPC
Aposentadoria de Servidor: Anulação Parcial
Art. 104 do CPP
Conselheiro e Idade
Estabilidade: Requisito Temporal
Fixação do Número de Vereadores
Habeas Corpus: Competência
ICMS e Cooperativas
Inclusão do ICM na Base de Cálculo do PIS
Mesa Diretora: Reeleição
Princípio do Contraditório
Reclamação e Fixação da Pena
Taxa e Preço Público
Telecomunicações
Tempus regit actum
Verba de Gabinete
PLENÁRIO
Reclamação e Fixação da Pena
Considerando a reiterada incompreensão das
instâncias inferiores quanto ao decidido pelo STF no
julgamento pela 1a Turma do HC 69.419, o Tribunal,
apreciando a segunda ação de reclamação ajuizada contra
decisões da Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul (a
primeira já havia sido julgada procedente), acolheu o pedido
para cassar a sentença reclamada, no ponto em que fixara a
pena em desconformidade com o acórdão proferido no
mencionado habeas corpus, e estabelecer, desde logo, a
reprimenda. RCL 536-MS, rel. Min. Octavio Gallotti,
24.3.97
Telecomunicações - 1
Prosseguindo no julgamento da ação direta ajuizada
contra a lei que dispõe sobre serviços de telecomunicações
(Lei 9295/96), o Min. Marco Aurélio, divergindo do relator,
Min. Carlos Velloso (v. Informativo 64), quanto ao art. 4 o da
mencionada lei, votou pelo deferimento da liminar para
suspender a eficácia do dispositivo, ao argumento de que as
expressões “permissão” e “concessão” não são, após o
advento da CF/88, sinônimas. Pediu vista dos autos, para
apreciar o pedido cautelar de suspensão da eficácia do
referido artigo, o Min. Maurício Corrêa.
Telecomunicações - 2
Examinando, no mesmo julgamento, o pedido de
suspensão liminar do artigo 13 da Lei 9.295/96 [“Art. 13 -
(VETADO). Parágrafo Único - O Ministério das
Comunicações, até que seja instalada a Comissão Nacional
de Comunicações - CNC, exercerá as funções de órgão
regulador, mantidas as competências de regulamentação,
outorga e fiscalização dos serviços de telecomunicações a
ele atribuídos pela legislação em vigor.”], o Tribunal
afastou, à primeira vista, a argüição de ofensa ao art. 66, § 2 o
da CF (“O veto parcial somente abrangerá texto integral de
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.”), por
considerar que o par. único impugnado é independente do
caput vetado e auto-aplicável.
Telecomunicações - 3
Em relação ao mesmo dispositivo, o Tribunal deixou
de apreciar a tese de afronta ao art. 21, XI da CF (“Compete
à União ... XI - explorar, diretamente ou mediante
autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador...”), visto que suscitada na ADIn por omissão
1.484 (com vista à Procuradoria-Geral da República para
parecer). ADIn 1.491-UF, rel. Min. Carlos Velloso, 02.4.97
Conselheiro e Idade
No mesmo julgamento, acolheu-se a argüição de
inconstitucionalidade do art. 48, I, § 1o da Constituição de
RO, com a redação da EC 3/92, que fixou — quanto ao
requisito etário para nomeação de Conselheiro ao Tribunal
de Contas do Estado —, tão-só, a idade mínima de trinta e
cinco anos. O Tribunal entendeu que a regra do art. 73, § 1 o ,
I da CF ( “Os Ministros do Tribunal de Contas da União
serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os
seguintes requisitos: I - mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos de idade.”) constitui preceito de
observância compulsória pelos Estados à vista do que dispõe
o art. 75 da CF (“As normas estabelecidas nesta Seção
aplicam-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados ...”). ADIn
793-RO, rel. Min. Carlos Velloso, 03.4.97
PRIMEIRA TURMA
Verba de Gabinete
Conhecido e provido recurso extraordinário para
cassar decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Norte concessiva de mandado de segurança a ex-deputados
estaduais e pensionistas de parlamentares falecidos contra
ato do Governador do Estado que determinara a exclusão da
base de cálculo dos respectivos proventos e pensões da
“verba de gabinete” paga aos deputados no exercício do
mandato. A Turma entendeu que a verba em questão não
tem conteúdo remuneratório, mas indenizatório, já que se
destina a cobrir despesas do parlamentar em exercício com a
administração do seu próprio gabinete. Assim, deve-se
observar o disposto no art. 27, § 2 o da CF (“A remuneração
dos Deputados Estaduais será fixada em cada legislatura,
para a subseqüente, pela Assembléia Legislativa, observado
o que dispõem os arts. 150, II, 153, III e 153, § 2 o, I, na
razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquela
estabelecida, em espécie, para os Deputados Federais.”).
Acolheu-se, ainda, a tese da afronta ao art. 37, XI da CF, que
cuida do limite máximo, bem como da relação de valores
entre a maior e a menor remuneração dos servidores
públicos. RE 204.143-RN, rel. Min. Octavio Gallotti,
25.03.97.
ICMS e Cooperativas
Ao prever que a lei complementar estabelecerá
normas gerais sobre o “adequado tratamento tributário ao
ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas”, o
art. 146, III, c, da CF não concedeu imunidade tributária às
cooperativas. Com base nesse fundamento, e entendendo
que, enquanto não for promulgada a lei complementar ali
mencionada, o Estado-membro pode disciplinar o tratamento
tributário que entender adequado às cooperativas tendo em
vista a competência concorrente ditada pelo art. 24, I e § 3º
da CF , a Turma não conheceu de recurso extraordinário
fundado na alegação de afronta ao art. 146, III, c, da CF, em
que se questionava a incidência do ICMS sobre operações
praticadas por cooperativa. RE 141.800-SP, rel. Min.
Moreira Alves, 1º.4.97.
SEGUNDA TURMA
Representação Processual da União
Entendendo que a Lei 8.022/90, ao dispor sobre a
competência da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
para a apuração, inscrição e cobrança da dívida ativa, não
impediu que este órgão promovesse a delegação de que trata
o § 5º do art. 29 do ADCT (“Cabe à atual Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional, diretamente ou por delegação,
que pode ser ao Ministério Público estadual, representar
judicialmente a União nas causas de natureza fiscal, na área
da respectiva competência, até a promulgação das leis
complementares previstas neste artigo.”), a Turma conheceu
e deu provimento a recurso extraordinário interposto pela
União (Fazenda Nacional) contra acórdão do TRF da 4ª
Região que, proferido antes da entrada em vigor da LC
73/93, julgara ilegal a portaria por meio da qual a PGFN
delegara à Procuradoria-Geral do INCRA a representação
judicial da União nas execuções fiscais relativas ao ITR. RE
164.970-PR, rel. Min. Carlos Velloso, 25/03/97.
Princípio do Contraditório
Ofende o princípio do devido processo legal (CF, art.
5º, LV) o acórdão que, embora afastando a intempestividade
da apresentação do rol de testemunhas pela ré nos autos de
ação indenizatória de acidente de trânsito, entendera não
haver prejuízo pela falta de oitiva daquelas testemunhas
porquanto os seus depoimentos já teriam sido tomados no
dia do acidente perante a autoridade policial. Considerando
que na fase administrativa não se observa o princípio do
contraditório, a Turma conheceu do recurso extraordinário e
lhe deu provimento para, anulando a sentença e o acórdão
recorridos, determinar a audição das testemunhas arroladas
tempestivamente. Precedente citado: RE 158.215-RS (DJU
de 7.6.96). RE 198.016-RJ, rel. Min. Marco Aurélio, 1º.4.97.
ADIn: Cabimento
Admite-se o ajuizamento de ação direta de
inconstitucionalidade perante tribunal de justiça estadual
contra lei municipal frente a dispositivos da Constituição
local (CF, art. 125, § 2º) ainda que estes dispositivos sejam
reprodução de normas da Constituição Federal.
Reconhecendo a eficácia jurídica das normas constitucionais
estaduais, a Turma conheceu e deu provimento a recurso
extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo que julgara extinto o processo de ação
direta de inconstitucionalidade sem julgamento de mérito.
Precedente citado: RCL 383-SP (RTJ 147/404). RE 182.576-
SP, rel. Min. Carlos Velloso, 1º.4.97.
CLIPPING DO DJ
4 de abril de 1997
ADIn N. 362-3 *
RELATOR: MIN. FRANCISCO REZEK
EMENTA: (...)
O ingresso em cargo isolado ou cargo inicial de certa carreira deve
dar-se obrigatoriamente por concurso público à vista do que dispõe o
artigo 37 - II da Constituição Federal, com a ressalva dos cargos em
comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. O
Supremo já proclamou, em mais de um juízo plenário, a
inconstitucionalidade da ascensão funcional enquanto forma de
ingresso em carreira diversa daquela que o servidor público
começou por concurso. Ação direta julgada procedente com a
declaração de inconstitucionalidade do artigo.
* noticiado no Informativo 54
RECLAMAÇÃO N. 446-5
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Reclamação. 2. Mandado de segurança impetrado por
magistrados e funcionários do Judiciário aposentados e pensionistas
do mesmo Poder contra atos do Poder Executivo, referentes ao
pagamento de proventos e pensões. 3. Inaplicabilidade à espécie do
art. 102, I, letra "n", da Constituição Federal. Não resulta dos
pedidos configurada qualquer das hipóteses previstas na alínea "n"
do dispositivo citado, em ordem a determinar-se a competência do
STF. 4. "Despesas de Custeio" e "Transferências Correntes". Saber
se as despesas com inativos e pensionistas hão de correr à conta da
dotação orçamentária estadual "transferências correntes" ou sob a
rubrica "despesas de custeio", não implica, desde logo, interesse da
magistratura em atividade. 5. Não há, assim, usurpação da
competência do STF, por parte do Tribunal de Justiça do Estado, ao
tomar conhecimento dos mandados de segurança de inativos e
pensionistas, que, sequer, atacam ato da Corte estadual. 6.
Reclamação improcedente.
RECLAMAÇÃO N. 526-7 *
RELATOR: MIN. MOREIRA ALVES
EMENTA: - Reclamação.
- Inexistência de atentado à autoridade do julgado desta Corte na
ADIN 347, porquanto, no caso, a ação direta de
inconstitucionalidade foi proposta com a argüição de ofensa à
Constituição Estadual, e não à Federal, e julgada procedente por
ofensa ao artigo 180, VII, da Carta Magna do Estado de São Paulo.
- Não ocorrência de usurpação da competência desta Corte por ter o
Tribunal de Justiça rejeitado a alegação incidente de que o citado
artigo da Constituição do Estado de São Paulo seria inconstitucional
em face da Carta Magna Federal. Controle difuso de
constitucionalidade em ação direta de inconstitucionalidade.
Competência do Tribunal de Justiça.
Reclamação improcedente.
* noticiado no Informativo 53
AG N. 179709-6 (AgRg)
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Agravo regimental interposto por meio de cópia
reprográfica. Sua inviabilidade.
AG N. 189787-2 (AgRg)
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: ACÓRDÃO QUE ENTENDEU PELA LEGITIMIDADE
DA PRÁTICA DO DIFERIMENTO DO ICM. PRETENSA
AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA NÃO-CUMULATIVIDADE
E DA COISA JULGADA.
Acórdão que se encontra em consonância com a jurisprudência desta
Corte, segundo a qual o diferimento do ICM não gera direito ao
crédito do tributo, nem ofende o princípio da não-cumulatividade,
não havendo que se falar, ainda, em coisa julgada se a decisão
invocada se refere a exercícios anteriores (Súmula 239 do STF).
Agravo regimental improvido.
RE N. 112649-3 (EDiv) *
REL. P/ AC.: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: Prescrição de pretensão contra o Estado: parcela de
proventos de aposentadoria, não satisfeita pela Administração:
divergência entre o acórdão embargado, que entendeu prescrito o
fundo do direito pretendido, e o do RE 106.507, que, para tanto,
entendeu necessária a existência do indeferimento expresso a
requerimento do interessado; rejeição, contudo, dos embargos de
divergência, na linha do entendimento firmado no RE 110.419, dado
que, no caso, a controvérsia não gira em torno de quantificação da
vantagem pleiteada, mas sobre a própria subsistência do direito a
percebê-la.
* noticiado no Informativo 12
RE N. 195803-1 (EDcl)
RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL, TRIBUTÁRIO E
PROCESSUAL CIVIL.
ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS.
1. O acórdão embargado determinou que o Tribunal de origem,
levando em conta as premissas nele referidas, firmadas em Plenário,
bem como os elementos dos autos, julgue a apelação como de
direito.
2. Sendo assim, não há, até aqui, um desfecho final para a ação,
que justifique a condenação de qualquer das partes ao pagamento de
honorários advocatícios e custas processuais.
3. Não ocorrendo, pois, a alegada omissão, os Embargos são
rejeitados.
RE N. 116438-7
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Recurso extraordinário. Júri. 2. Acórdão do Tribunal de
Justiça que anulou o julgamento do Júri, porque entendeu haverem
os jurados reconhecido qualificadora em manifesta divergência com
a prova dos autos, considerando, de outra parte inviável mera
retificação da pena imposta. 3. Desdobramento do recurso
extraordinário inicialmente interposto pelo Ministério Público em
recurso especial, com base nas alegações de negativa de vigência de
normas infraconstitucionais e dissídio jurisprudencial, e em recurso
extraordinário, por ofensa ao art. 153, § 15, da Emenda
Constitucional nº 1/1969. 4. Recurso especial conhecido, por
divergência jurisprudencial, mas desprovido. 5. O recurso de
apelação, nas causas penais submetidas ao Júri, tem caráter restrito.
Deduzida a apelação criminal com fundamento no art. 593, III, letra
"d", do Código de Processo Penal, não é possível ao Tribunal de
Justiça reconhecer, em desfavor do réu, nulidades processuais que
não foram formalmente deduzidas no recurso do Ministério Público.
Também se a apelação da defesa invoca o art. 593, III, letra "d", do
CPP, buscando a anulação da decisão condenatória, para que se
realize novo julgamento, não cabe ao Tribunal ampliar os limites
estabelecidos pela própria defesa e corrigir eventual erro ou injustiça
na aplicação da pena. 6. No caso concreto, a Corte a quo, no
julgamento do recurso da defesa, teve efetivamente como contrária à
prova dos autos a inclusão da qualificadora, acolhida pelo Júri,
sendo o fundamento da apelação, tão-só, o art. 593, III, letra "d", do
CPP. Não podia, em conseqüência, o Tribunal de Justiça, desde logo,
modificar a decisão do Júri, desclassificando o crime para homicídio
simples, como pretende o Ministério Público, no recurso
extraordinário. Não há ver, na espécie, assim, ofensa ao parágrafo 15
do art. 153, da Emenda Constitucional nº 1/1969. 7. Recurso
extraordinário não conhecido.
RE N. 137262-1 *
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Deve ser entendida em conformidade com a legislação
bancária, vigente à época do contrato, a expressão "crédito rural"
utilizada no art. 47, II do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias de 1988.
* noticiado no Informativo 31
RE N. 140965-7
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - A Constituição Federal de 1988, no § 9º de seu art. 42,
remeteu a disciplina a estabilidade dos militares à lei ordinária, que
de modo algum a confere aos oficiais temporários.
RE N. 143741-3
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: CONCURSO PARA O CARGO DE TÉCNICO DO
TESOURO NACIONAL. ACÓRDÃO QUE CONCLUIU PELA
ILEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA DA IDADE MÁXIMA DE 35
ANOS. ALEGADA VIOLAÇÃO ÀS NORMAS DOS ARTS. 7º,
INC. XXX E 37, INC. I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
A Constituição Federal, em face do princípio da igualdade, aplicável
ao sistema de pessoal civil, veda diferença de critérios de admissão
em razão de idade, ressalvadas as hipóteses em que a referida
limitação constitua requisito necessário em face da natureza e das
atribuições do cargo a preencher.
Recurso extraordinário não conhecido.
RE N. 146318-0
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. PAGAMENTO
NA FORMA DO ART. 33, ADCT. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS E PERICIAIS: CARÁTER ALIMENTAR.
ADCT, ART. 33.
I. - Os honorários advocatícios e periciais têm natureza alimentar.
Por isso, excluem-se da forma de pagamento preconizada no art. 33,
ADCT.
II. - R.E. não conhecido.
RE N. 150165-1
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO. CONCURSO PÚBLICO. LIMITE DE
IDADE. TÉCNICO DO TESOURO NACIONAL. C.F., art. 7º,
XXX, art. 39, § 2º.
I. - Pode a lei, desde que o faça de modo razoável, estabelecer
limites mínimo e máximo de idade para ingresso em funções,
emprego e cargos públicos. Interpretação harmônica dos artigos 7º,
XXX, 39, § 2º, 37, I, da Constituição Federal.
II. - O limite de idade, no caso, para inscrição em concurso público e
ingresso na carreira de Auditor Fiscal do Tesouro Nacional, não se
assenta em exigência etária ditada pela natureza das funções do
cargo, dado que o edital excetua da discriminação os ocupantes de
cargo ou emprego da Administração Federal Direta e Autarquias. A
limitação, portanto, é ofensiva à Constituição, art. 7º, XXX, "ex vi"
do art. 39, § 2º.
III. - Precedentes do STF: RMS 21.033-DF, RTJ 135/958; RMS
21.046; RE 156.404-BA; RE 157.863-DF; RE 175.548-AC; RE
136.237-AC; RE 146.934-PR; RE 156.972-PA.
IV. - R.E. não conhecido.
RE N. 162874-0
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRABALHO. PROCESSO
TRABALHISTA. JUROS DE MORA: Decreto-lei nº 2322, de
26.02.87. PROCESSOS EM CURSO: INCIDÊNCIA.
I. - O Decreto-lei nº 2322, de 26.02.87, que contém norma
processual, aplica-se aos processos em curso, conforme, aliás,
determinado no § 2º do seu art. 3º. Ele não se aplicaria, conforme
decidiu o Supremo Tribunal Federal, no RE 135.193-RJ, se houvesse
coisa julgada em sentido diferente. No caso, o processo encontra-se,
ainda, na fase de conhecimento. Inocorrência de ofensa aos
princípios do direito adquirido e do ato jurídico perfeito (C.F., art.
5º, XXXVI).
II. - R.E. não conhecido.
RE N. 180196-4
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: Exclusão de praça da Polícia Militar, no regime da
Constituição de 1967 (Emenda nº 1/69).
Desigualdade da natureza do serviço e do regime jurídico a que
estão sujeitos servidores civis e militares, de modo a afastar a
postulação de tratamento isonômico, entre uma e outra categoria,
como preconizado pelo Recorrente.
Conseqüente inexigibilidade da instauração de inquérito.
RE N. 185862-1 *
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: (...)
I. - Isenção de tributos estaduais e municipais concedidas pela União
sob o pálio da Constituição pretérita, art. 19, § 2º. Isenção do ICM,
hoje ICMS, em razão do Programa de Exportação - BEFIEX, com
prazo certo de dez anos e mediante condições. A sua revogação, em
face da proibição de concessão, por parte da União, de isenção de
tributos estaduais e municipais — CF, art. 151, III — há de observar
a sistemática do art. 41, §§ 1º e 2º do ADCT. Em princípio, ela
somente ocorreria dois anos após a promulgação da CF/88, dado que
não confirmada pelo Estado-membro. Todavia, porque concedida
por prazo certo e mediante condições, corre em favor do contribuinte
o instituto do direito adquirido (CTN, art. 178; CF, art. 5º, XXXVI;
ADCT, art. 41, § 2º; Súmula 544-STF). Quer dizer, a revogação
ocorrerá após o transcurso do prazo da isenção.
II. - R.E. conhecido e provido.
* noticiado no Informativo 51
RE N. 192963-4
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA:- CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO. ISONOMIA. C.F., art. 39, § 1º.
I. - A Constituição Federal não concedeu isonomia direta às carreiras
jurídicas. Essa isonomia deve ser viabilizada mediante lei. C.F., art.
39, § 1º. ADin 171-MG, Pertence, RTJ 153/361.
II. R.E. conhecido e provido.
RE N. 195788-3 *
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Taxa de Fiscalização, Localização e Funcionamento, da
Municipalidade de São Paulo.
Ilegitimidade da cobrança, pela ausência de materialização do
poder de polícia da Prefeitura, cuja existência foi negada, em face da
prova dos autos, pelas instâncias ordinárias.
* noticiado no Informativo 34
RE N. 197800-7
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: PROCURADOR DE AUTARQUIA FEDERAL.
ACÓRDÃO RECORRIDO QUE NÃO CONHECEU DE AGRAVO
REGIMENTAL POR FALTA DE PROVA, MEDIANTE JUNTADA
DE MANDATO, DE PODERES DE REPRESENTAÇÃO DO
ÓRGÃO. EXIGÊNCIA DESCABIDA.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal preceitua que os
procuradores autárquicos que atuam em juízo pela autarquia
federativa não cumprem mandato, mas exercem atribuição de seu
cargo, dispensando-se, assim, a apresentação de procuração ou de
ato de designação para atuar em nome do órgão.
Recurso extraordinário conhecido em parte e nela provido para que
o Tribunal a quo, afastada essa exigência, prossiga no exame do
agravo regimental.
RE N. 206082-8
RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
SERVIDOR PÚBLICO. MAGISTÉRIO: GRATIFICAÇÃO. Lei
Complementar nº 645, de 1989, do Estado de São Paulo.
I. - Gratificação pelo exercício do magistério: não se estende aos que
já se encontravam inativados, dado que o benefício se sujeita a
requisitos que já não podem ser atendidos pelo servidor aposentado.
II. R.E. não conhecido.
RMS N. 22489-8 *
RELATOR: MIN. OCTAVIO GALLOTTI
EMENTA: - Despacho de Ministro do Tribunal Superior do
Trabalho, que implicou a reabertura do prazo para preparo de
embargos.
Sendo ele recorrível por meio de Agravo de Instrumento (art.
893, § 1º, da C.L.T., art. 338, h, do Regimento Interno do TST, e
enunciado nº 214 da Súmula da mais alta Corte trabalhista), não
cabe, contra o mesmo, mandado de segurança (art. 5º, II, da Lei nº
1.533-51 e Súmula nº 267 do Supremo Tribunal).
* noticiado no Informativo 42
RHC N. 73209-7
RELATOR: MIN. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Habeas Corpus. 2. Trancamento da ação penal. Crime
de imprensa. Calúnia. Deputado estadual. 3. Licença prévia da
Assembléia Legislativa do Estado: art. 27, § 1º, da Constituição
Federal. 4. Discurso considerado ofensivo à honra de outro
parlamentar proferido da tribuna da Casa Legislativa e declarações à
imprensa, segundo a denúncia, reiterando as acusações. 5. Pedido de
licença à Assembléia Legislativa, pelo Relator da ação penal movida
pelo Ministério Público. 6. Imunidade material e imunidade formal.
7. Quando se cuida de manifesta ilegitimidade de parte, cabe
precedência ao exame da admissibilidade da ação penal, não se
justificando o prévio pedido de licença à Casa Legislativa. 8. No
caso concreto, entretanto, o Procurador-Geral da Justiça, em virtude
de representação do Secretário da Justiça do Estado, ofereceu
denúncia contra o parlamentar estadual, em face não do discurso
proferido da tribuna, mas, sim, de acusações tidas como ofensivas à
honra, publicadas em órgão da imprensa, relativamente a fatos
vinculados ao exercício do cargo. 9. Não se tratando, pois, de
ilegitimidade ativa do Ministério Público, prima facie verificável, e
não cabendo, desde logo, em habeas corpus, solver a discussão
resultante do confronto das acusações feitas da tribuna e das
publicadas na imprensa, para concluir, de imediato, se a hipótese é
de imunidade material, ou não, - diante do conteúdo referido da
denúncia, não há ver, aqui, constrangimento ilegal no prévio pedido
de licença dirigido à Assembléia Legislativa, para o processo.
Somente ao ensejo do recebimento da denúncia, se houver
concessão da licença, será, então, de merecer apreciação a quaestio
juris referente à imunidade material alegada no presente recurso. 10.
Recurso de habeas corpus desprovido.