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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Aluno: Rafael Roque Ferreira de Jesus

Profª: Anielle Souza de Oliveira

Data: 12/01/2017

ÓDIO NA REDE

Suponho que não seja novidade para ninguém, mesmo entre aqueles que não
têm qualquer domínio de informática, que a internet tornou-se um meio de
propagação de todo tipo de preconceito e ódio. Constantemente vemos aqui e
acolá, reportagens em emissoras de TV ou mesmo em revistas e jornais, de
como as pessoas não tem nenhuma vergonha em expor as piores opiniões
sobre os mais variados assuntos que não concordam, mesclando a isso a
xingamentos e outras ofensas que já alcançam o terreno do racismo, da
homofobia, da misoginia, dentre outras tantas formas de preconceitos
existentes em nossa sociedade.

Nos últimos anos, temos presenciado o desenvolvimento tanto da


internet como também uma democratização maior no seu aceso, em nosso
país. Acompanhado a isso, as redes sociais ganharam uma grande
popularidade entre a grande parte dos brasileiros. As pessoa passaram então,
a ter uma plataforma onde puderam compartilhar acontecimentos de suas
vidas, assim como ter acesso a vida de demais pessoas, tanto de seu circulo
próximo de amigos e familiares, como numa escala maior, com relação às
pessoas famosas como atores, cantores e atletas.

As redes sociais se moldaram também, como um local no qual as pessoas


constroem uma outra imagem de si mesmo, em muitos casos distante de uma
realidade concreta. No entanto, mesmo que haja toda essa melhor
representação de si construída para o Outro, muitas atitudes em rede, revelam
quem e como é a pessoa que está por trás da tela de um computador ou de um
celular. E sendo a Internet um espaço onde você pode ser quem quiser, as
pessoas também acharam, que poderiam também dizer oque quisessem sem
daí decorrer qualquer consequência.

Esta situação toma seu quadro mais critico, na medida em que nos últimos
tempos, vivemos uma constante polarização politica no Brasil, em que
esquerda e direita se digladiam, sendo as redes sociais o principal palco.
Reparamos com isso, que a maioria das noticias divulgadas pela grande mídia
acaba sendo fonte de disputa ideológica. Mas até ai, não haveria qualquer
problema, pois o debate é saudável para a compreensão de toda a questão. O
problema surge, na medida em que, as pessoas nem ao menos se prestam a
respeitar o Outro que pensa diferente de si. A situação já chegou a um ponto
tão critico, que até mesmo uma palavra esta sendo usada para definir
propagadores de ódio pela internet: Haters.

Os haters tem se propagado com grande rapidez. A verdade é que eles sempre
existiram, só não tinham coragem para abertamente colocar suas caras ao sol.
Tornou-se até bonito, nas suas visões, se dizer que é mesmo machista,
homofobico ou xenófobo. A isso somam-se a imensa propagação de todo e
qualquer tipo de informações falsas sobre os mais variados assuntos, que
sempre são utilizados para reforçar seus argumentos absurdos. Negros que
escravizaram brancos na África, volta da Ditadura Militar, cura gay e afirmação
de que a Terra é plana, são algumas, da longa lista de sandices que são
propagadas.

Infelizmente, ainda não temos mecanismos judiciais eficazes para punir os


crimes de racismo, bullying, xenofobia e intolerância religiosa, dentre outros
que estão em rede. A legislação brasileira sobre essa matéria ainda não está
consolidada, sendo que alguns projetos de lei ainda tramitam no Congresso,
não constituindo como uma preocupação para os parlamentares. De fato,
muitos deles são também estimuladores de ódio, principalmente aqueles
pertencentes à bancada evangélica e ruralista.

Como vencer esse quadro? Concordaria que mais amor seria necessário, mas,
além disso, precisamos de leis que garantam uma punição eficaz para estes
casos que acontecem em rede, e assim evitemos situações de humilhação,
depressão e até mesmo suicídio a que as pessoas passam após sofrerem
ataques virtuais. Precisamos também de uma Educação de qualidade para
todos, no qual sejam estimulados os valores de respeito e tolerância para com
a diversidade de ideias e valores. Do mesmo modo, é necessário
extrapolarmos as visões de considerarmos que internet se resume a redes
sociais, e aproveitarmos todo o potencial que ela tem a nos dar.

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