Você está na página 1de 22

LICITAÇÃO - INSTRUMENTO DE MORALIDADE ADMINISTRATIVA

HOMERO SANTOS
Ministro do TCU

Não basta que haja o processo de licitação. O importante é que as contra-


tações públicas de obras, serviços, compras, alienações, concessões, locações e
demais negócios jurídicos sejam efetuados com absoluto respeito às normas que
regem a coisa pública, como garantia que toda sociedade deseja no sentido de
que a lei, o interesse público e a probidade administrativa prevaleçam nessas
relações administrativas.

Atendendo ao amável convite da Empresa Brasileira de Correios e Telé-


grafos e por honrosa designação do insigne Presidente do TCU, Ministro Adhe-
mar Paladini Ghisi, é-me sumamente grato dirigir algumas palavras aos senho-
res dirigentes ora reunidos neste auspicioso e elogiável encontro.
E o faço com viva satisfação, não só para exaltar a Empresa comandada
e dirigida pelo Doutor José Carlos Rocha Lima, como também para contribuir,
ainda que modestamente, com o desenvolvimento dos trabalhos e das atividades
programadas para esta reunião, onde, com certeza, se busca a modernização e
se deseja o aperfeiçoamento.
Antes de tudo, devo ressaltar que não pretendo apresentar uma conferên-
cia ou uma tese, mas apenas expor algumas considerações e observações extraí-
das da recente experiência de Relator das Contas do primeiro ano do Governo
Collor, especialmente no tocante à licitação - antecedente necessário do con-
trato administrativo.
Estou convencido de que todo o processo de reorganização política do
Estado brasileiro, e quiçá do tão decantado entendimento nacional, pas-
sa, sem sombra de dúvida, pela transparência e pela seriedade nos negócios
jurídicos realizados pelo Poder Público, uma vez que não se pode dissociar u
emprego e a utilização do grande volume de recursos públicos, sem se levar em
conta que tudo que a Administração Pública arrecada, via Política Fiscal e Tri-

R. Dir. Adro., Rio de Janeiro, 186:372-93, out./dez. 1991


butária, é desembolsado mediante despesas públicas, via contratações, com ou
sem licitação.
Essa realidade mostra que o Poder Público tem o dever de licitar, por-
que está adstrito, como mais adiante procurarei explicitar, ao cumprimento dos
princípios da isonomia, da legalidade, da moralidade e da indisponibilidade do
interesse público relevante.
Com efeito, o Estado democrático, a sociedade moderna e o povo politica-
mente esclarecido exigem novos rumos na atuação dos Tribunais de Contas e
novos métodos de controle dos dinheiros, bens e valores públicos.
Em direção a esses objetivos, defendi, ao relatar as Contas do Governo,
relativas ao exercício de 1990 (in D.D.U. de 18.07.91, Seção I, p. 14.277/
14.350), a ampliação e o fortalecimento da ação fiscalizadora do TCU no exa-
me da Dívida Externa, no controle das Despesas com Pessoal e nos atos decor-
rentes das Privatizações de Estatais, Licitações e Contratos, bem como a inten-
sificação das inspeções e auditorias, com maior ênfase na chamada auditoria
operacional, através da qual se poderá avaliar os resultados da aplicação dos
recursos públicos sob o prisma de eficiência, eficácia e economicidade.
Procurei, ainda, alertar para a necessidade e a importância do acompanha-
mento físico-financeiro dos planos, projetos e orçamentos, a fim de que se tome
visível e conhecido o resultado concreto do programa, e não simplesmente a
fria soma de recursos nele aplicado.
De tal forma que possa mostrar que os atos da gestão pública, além do
aspecto financeiro, patrimonial, contábil e orçamentário, envolve atualmente
o operacional.
Quanto ao último aspecto, notadamente em relação às empresas estatais,
percebe-se claramente que a avaliação de desempenho não deve ser feita so-
mente pela conformidade contábil e jurídica, mas, principalmente, pelos resul-
tados de suas atividades empresariais. Com maior razão, na prática, em que
o componente mais difundido de mensuração é o financeiro, ou seja, "tanto
mais eficiente será a empresa quanto mais lucro puder gerar".
Na verdade, em determinadas áreas de atuação estatal (como, por exem-
plo, Correios e Telégrafos), existem outros indicadores que precisam ser sempre
cotejados, em face dos pr6prios objetivos estabelecidos, quando da criação da
entidade. Não se pode negar o fato de que o lucro constitui a razão do cres-
cimento de qualquer empresa, mas, também, não se pode perder de vista que
as empresas estatais não devem ter no lucro a motivação principal de sua exis-
tência, cabendo aos 6rgãos de controle analisar cada caso, de per se, deduzin-
do, por outros critérios que não apenas o financeiro, se prevalecem a eficiência,
a preocupação com a qualidade dos serviços e a busca incessante dos objetivos
da função social e do interesse coletivo.

,373
Nesta altura, passo, imediatamente, ao tema principal escolhido, salientan-
do, desde logo, que, em matéria de negócios públicos, o mandamento cardeal
é a licitação, como instrumento de moralidade administrativa e meio pelo
qual o Poder Público deve selecionar, sem favoritismo e corrupção, seus forne-
cedores e contratantes, para execução de obras, serviços, compras, alienações,
concessões, locações e demais negócios jurídicos, à luz do mandamento consti-
tucional e da norma consubstanciada no diploma de lei específico, para todos
os entes estatais e paraestatais.
Ninguém duvida que todos os casos denunciados, noticiados e apurados,
seja pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal, seja pelo próprio
TCU, de contratações sem a prévia licitação, reflitam a crise de moralidade
por que passa a Administração Pública, enfim, o Estado brasileiro.
Daí dizer-se que o combate à corrupção deve começar pela moralização dos
procedimentos licitatórios e contratuais no Setor Público.
Adverte Raul Armando Mendes (in Comentários ao Estatuto das Licitações
e Contratos Administrativos, Ed. Saraiva, 1991, p. 10/11):
"O governo honesto é exercido pelo administrador probo, ou seja, aquele
que o conduz dentro dos mais rígidos postulados do interesse público. A atual
Constituição fala em moralidade administrativa, que como probidade diz res-
peito ao desempenho do administrador com honestidade, honra e retidão. A
moralidade ou probidade administrativa devem estar em todos os escalões de
governo, desde o mais humilde dos servidores até o próprio Presidente da RI!-
pública, passando por seus ministros, etc.
(. .. )
A legislação brasileira é farta em normas punitivas contra quem descum-
pre o seu dever de moralidade à causa pública, mas, infelizmente, vê-se um
sem-número de ações atentatórias, sem que os responsáveis sejam punidos, em-
bora se alardeie a abertura de rigorosos inquéritos, sindicâncias, processos pe-
nais, etc.".
Aliás, nas palavras de Dom Eugênio Sales, "o mal se apresenta de formas
variadas e sutis. A corrupção é uma enfermidade que exige medidas drásticas
e de aplicação contínua, para modificar arraigados costumes em nossa socieda-
de. O malbaratamento das verbas é das falhas mais generalizadas entre nós"
(in O Globo, de 09.03.91, p. 12).
Na esfera da Administração Pública, o princípio da moralidade adminis-
trativa, expressamente consagrado no art. 37 da Constituição Federal, assume
foros de relevância auspiciosa, diante de inúmeros outros dispositivos constitu-
cionais, que consideram:
a) crime de responsabilidade do Presidente da República - atentar con-
tra a "probidade na administração" (art. 85, V);

374
b) os atos de improbidade administrativa dos servidores capazes de oca-
siúnar a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo-
nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal própria (art. 37, § 49 );
c) cabível a ação popular para anulação de ato lesivo à moralidade admi-
nistrativa (art. 59, LXXIII).

Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, «ao contrário dos particulares,


que dispõem de ampla liberdade quando pretendem adquirir, alienar, locar bens,
contratar a execução de obras ou serviços, o Poder Público, para fazê-lo, neces-
sita adotar um procedimento preliminar rigorosamente determinado e preesta-
belecido na conformidade da lei. Tal procedimento denomina-se licitação" (in
Elementos de Direito Administrativo, Ed. RT, 1991, p. 157).
De fato, a licitação, como procedimento administrativo destinado a sele-
cionar a proposta mais vantajosa para os órgãos e entidades dos Três Poderes
da União, está hoje expressamente prevista em disposições constitucionais (arts.
37 - XXI, 22 - XXVII) e legais (Decreto-lei n9 2.300, de 21.11.86, com
as alterações introduzidas pelos Decretos-leis n<?s 2.348/87 e 2.360/87).
Dessa forma, e a rigor, o Decreto-lei n9 2.300/86, porque editado antes
da nova Constituição, estaria em desconformidade com a vigente ordem jurí-
dico-constitucional (cf. Toshio Mukai, Estatuto Jurídico de Licitações e Con-
tratos Administrativos, Ed. Saraiva, 1990, p. 15). Tanto que inúmeras são
as propostas e projetos com vistas à sua atualização, adaptação e aprimora-
mento.
O próprio TCU, por iniciativa do ínclito Ministro Paulo Affonso Martins
de Oliveira, houve por bem instituir Comissão de Estudos com esse objetivo
(Sessão de 07.08.91, Anexo I da Ata n9 37/91 - D.O. de 22.08.91).
Entretanto, enquanto não modificado, o Decreto-lei em tela continua regu-
lando inteiramente a matéria no âmbito federal (cf. Toshio Mukai, ob. cit.,
p. 17).
Assim sendo, se é verdade que o Decreto-lei n9 2.300/86, ao instituir o
Estatuto Jurídico de Licitações e Contratos Administrativos, trouxe em seu bojo
inúmeras e importantes inovações, dirimindo muitas dúvidas e divergências
doutrinárias, não é menos verdade que já se estuda sua completa revisão, obje-
tivando, como assinalado nas Contas do Governo de 1990, coibir a ação de car-
téis de fornecedores e empreiteiros no serviço público, como também definir
em lei os delitos que afetam a regularidade das licitações e dos contratos da
Administração Pública.
Da mesma maneira, não se pode negar os enormes avanços já conseguidos
pelo referido diploma legal, que além de especificar os princípios básicos da
licitação (art. 39 ): igualdade, publicidade, probidade administrativa, vincula-

375
ção ao instrumento convocatório, julgamento objetivo e os que lhe sâo corre-
latos, e conceituar de forma clara a notória especialização (art. 12, parágrafo
únicc), conseguiu, dentre tantas outras inovações:
a) Fixar as modalidades de licitação (art. 29 ): Convite, Tomada de Pre-
ços, Concorrência, Concurso e Leilão, fora das quais não poderá criar, em nor-
ma inferior, novas espécies; e
b) Enumerar os diversos tipos de exceção à regra constitucional de licita-
ção como numerus clausus, Dispensada (arts. 15, I e 11, 15, § 19 e 21, §
39 ); Dispensável (art. 22); Inexigível (arts. 23 e 23, § 29 ) e Vedada (art.
23, § 19 ).

A licitação, conforme o vulto ou a natureza do objeto, assume uma das


cinco modalidades tradicionais, consagradas pelo art. 20 do Decreto-lei n9
2.300/86.
A legislação e a jurisprudência se orientam no sentido de que não se pode
realizar convite quando, pelo valor do objeto, couber concorrência ou tomada
de preço. O inverso, sim, é admissível (art. 21, § 29 do Decreto-lei n9
2.300/86) .
Outras questões vêm sendo enfrentadas pelo TCU, a exemplo de decisão
tomada, em caráter normativo, na Sessão de 19.06.91 (TC-024.572/90-0,
Anexo I, Ata n9 29/91) quando deliberou que "para a regularidade da licita-
ção na modalidade do convite é imprescindível que se apresentem, no mínimo,
3 (três) licitantes devidamente qualificados. Não se obtendo esse número legal
de propostas aptas à seleção, impõe-se a repetição do ato, com a convocação
de outros possíveis interessados, de modo a se garantir, nesse aspecto, a legi-
timidade do certame".
Houve ainda importante decisão, na Sessão de 14.08.91 (TC-013.772/91-0
- Decisão n9 096/91 - Ata n9 38/91 - D.O. de 30.08.91), quando o
TCU, ao responder à CPI criada com a finalidade de "investigar denúncias
de corrupção e irregularidades na contratação de obra pública", firmou o en-
tendimento de que "na licitação do tipo preço-base, de que trata o art. 37,
parágrafo único, inciso IV, do DL n9 2.300/86, é imprescindível que, no
respectivo edital, seja fixado esse valor inicial (preço-base) e, em função do
mesmo, sejam também ali especificados os limites mínimo e máximo de preços".
Uma outra questão que, atualmente, encontra-se pacificada no âmbito juris-
prudencial do TCU diz respeito à utilização da concorrência na alienação de
bens imóveis (TC-012.325/90-2, Anexo IX, Ata n 9 61/90), ressalvados os
casos previstos em lei.
Convém, ainda, mais uma vez, registrar que a licitação é um procedi-
mento que resguarda o interesse público, protege a economia pública, garante

376
a 1egalidade nas reiaç&s administrativas, tuteia a iguaidade nas postuiaçâes e
coloca atuante o princípio da moralidade (cf. Manoel de Oliveira Franco So-
brinho, Contratos Administrativos, Ed. 1981, p. 283).
Por outro lado, a Administração Pública, consoante o disposto no art. 37
da Constituição Federal, deve ser desempenhada com a observância de quatro
princípios básicos: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade e Igualdade.
Todos esses princípios estão interligados aos negócios da Administração e,
conseqüentemente, às celebrações de contratos de que o Poder Público venha
a fazer parte.
Portanto, como evidenciado no "Relatório e Parecer Prévio sobre as Con-
tas do Governo da República - 1990", a regra geral é a da licitação. As
dispensas e inexigências deveriam ser exceções.
O Decreto-lei nQ 2.300/86 expressamente discrimina os casos em que são
permitidas as contratações sem licitação:
I - Licitação Dispensada (art. 15, I e 11): a dispensa, no processo de
alienação, é motivada pela própria natureza do negócio;
11 - Licitação Dispensável (art. 22): não é uma imposição da lei, sendo
apenas facultada ao administrador;
111 - Licitação Inexigível (art. 23 e 23, § 2'?): quando a regra é não
licitar. ou seja, por inviabilidade de competição;
IV - Licitação Vedada ou Proibida (art. 23, § l Q): quando, a juízo
do Presidente da República, houver comprometimento da segurança nacional.

Tais hipóteses devem ser entendidas como numerus clausus, não se admi-
tindo que o administrador, responsável pelo processo de licitação, possa am-
pliar ou modificar, a seu critério, os casos de dispensa e inexigibilidade de
licitação, previstos nos arts. 22 e 23 do Decreto-lei nQ 2.300/86 (cf. Decisões
do TCU: Anexo 11 - Ata 28/90; Anexo I - Ata 39/90; Anexo IV -
Ata 39/90; Anexo IV - Ata 42/90; Anexo XII - Ata 43/90; Anexo VIII
- Ata 44/90; Anexo VII - Ata 45/90).
Isso quer dizer que a licitação só será dispensada ou inexigível nos casos
expressamente previstos na legislação pertinente - até pelo princípio da boa
hermenêutica de que as regras de exceção interpretam-se restritivamente.
Vale, aqui, destacar os entendimentos já sufragados, segundo os quais as
exceções autorizadas por lei não devem ser consideradas obrigatórias, de modo
que ou são adotadas com as necessárias cautelas e comedimentos (TC-Ol1.590/
87-4, Anexo 111 da Ata nQ 78/87 - Sessão de 20.10.87; TC-Ol1.393/88-2,
Anexo da Ata nQ 53/88 - Sessão de 13. 10.88), ou tidas como procedi-
mentos excepcionais, pelos quais o administrador pode ou não autorizar o pro-
cesso licitatório, dependendo sempre do que for mais do interesse público

377
(cf. Raul Armando Mendes, Comentdrios ao Estatuto das Licitações e Contra-
tos Administrativos, Ed. Saraiva, 1991, p. 66).
A propósito, ainda sobre a não obrigatoriedade da dispensa e inexigêncla
de licitação, escreve o citado autor:
"Num governo comprometido com a moralidade e a modernidade admi-
nistrativas, seus responsáveis devem realizar a licitação, ainda que seja possível
afastá-la quando configurar qualquer caso de dispensa ou inexigibilidade, por-
que mesmo nessas situações a seleção torna-se praticável." ( ... )
Por outro lado, já advertia o eminente Ministro Ivan Luz (TC-011.590/
87-4, Anexo lU, da Ata nQ 78/87 - D.O. de 23-11-87), que:
"As exceções devem ser adotadas com muita cautela para que não pro-
lifere a corrupção estimulada pelas preferências imotivadas."
Em excelente artigo ("A licitação à luz do Decreto-1ei federal nQ 2.300/
86", Rev. TC-Pará, nQ 28/87) a Conselheira Eva Andersen Pinheiro escla-
rece que:
"O princípio da licitação representa exigência superior da própria mord-
lidade administrativa e, como tal, a sua dispensa deverá ocorrer excepcional-
mente em casos expressamente especificados em lei, respeitando sempre o inte-
resse público."
Como é sabido, uma das propostas inseridas no seu trabalho sobre as
Contas do Governo foi sobre a fiscalização e controle das licitações no âm-
bito da Administração Pública, com especial atenção para os casos de dispensa
e inexigibilidade (cf. Sessão de 18.06.1991 - D.O. nQ 137, de 18.07.91).
Naquela oportunidade, depois de constatar que o montante das despesas
realizadas pelo Governo sem licitação foi de Cr$ 1,2 trilhão, enquanto os
valores licitados foram da ordem de apenas Cr$ 87,5 bilhões, manifestei-me no
sentido de que os princípios consagrados na Nova Carta Magna, dentre os
quais o da moralidade e da publicidade, remetem e fundamentam uma nova
proposta de controle, pelas próprias implicações jurídicas, contábeis, financei-
ras e orçamentárias que encerram os atos e despesas decorrentes das licitações
e contratações públicas.
Com maior razão, depois de ter sido expedido o Decreto nQ 30, de 7 de
fevereiro de 1991, que, ao regulamentar disposições do Decreto-lei nQ 2.300/
86, assim estabeleceu:
"Art. 2Q OS casos de dispensa e inexigibilidade de licitação serão au-
tuados em processo administrativo próprio, do qual constarão os elementos
necessários à demonstração da hipótese incidente, bem assim a documentação
relativa aos atos praticados pelas autoridades administrativas competentes."
Ademais, a dispensa de licitação ou sua inexigibilidade deverá ser neces-
sariamente justificada, dentro de três (3) dias, em comunicação feita à auto-
ridade superior para efeito de ratificação, responsabilizando-se o funcionário

378
qUé a ordenou, caso a dispensa nâo esteja enquadrada nas exigências legaís
constantes no art. 24 do Decreto-lei 2.300/86 (Decisões do TCU: Anexo 11
- Ata 28/90; Anexo I - Ata 39/90; Anexo IV - Ata 48/90) .
Dentro dessa perspectiva, todos esses processos, à exceção daqueles ba-
seados no disposto nos incisos I e 11 do art. 22 do Decreto-lei 2.300/86, deve-
riam ser encaminhados, obrigatoriamente, aos órgãos jurídicos (Consultoria Jurí-
dica) e de controle interno (CISET), respectivamente, para exame e pronun-
ciamento, para que, logo em seguida, cópias de tais instrumentos, depois de
colhidas as manifestações dos citados órgãos, fossem remetidos ao TCU, salvo
situações excepcionais e devidamente justificadas pelo dirigente.
Na verdade, o fato de haver lei autorizando expressamente a dispensa ou
inexigência, dentre as várias possibilidades que se oferecem ao talante da Admi-
nistração, não significa que o ato ou contrato dela decorrente deixe de me-
recer o controle de sua legalidade.
Dispõe o art. 79 do Decreto-lei n9 2.300/86:
"O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos
regidos por este Decreto-lei será feito pelo Tribunal de Contas da União, na
forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administra-
ção responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade da despesa
e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle
interno nesta previsto.
§ 19 Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica - po-
derá representar ao Tribunal de Contas contra irregularidades na aplicação
deste Decreto-lei, para fins do disposto neste artigo.
§ 29 O Tribunal de Contas da União, no exercício de sua competência
de controle da administração financeira e orçamentária (prevista na Consti-
tuição), poderá expedir instruções complementares, reguladoras dos procedi-
mentos licitatórios e dos contratos administrativos."
Por sua vez, a nova ordem jurídico-constitucional, estabelecida pela Carta
Política de 05.10.1988, assim se fixou (art. 71, incisos IX, X e XI, e § 19 ):
"O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com
o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(... )
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando
a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos
apurados.

379
(. .. )
§ 19 No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente
pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as
medidas cabíveis."
Se todas essas previsões legais e constitucionais não fossem bastantes,
poder·se-ia aduzir ainda que as licitações se enquadram na área de orçamento,
despesa e gestão patrimonial e financeira de natureza pública. Isto é, o Esta-
tuto Jurídico das Licitações e Contratos Administrativos (Decreto-Iei n9 2.300/
86, com as alterações dos Decretos-leis n9 s 2.348/87 e 2.360/87) contém
matéria relativa às finanças públicas.
Outrossim, como salienta o Prof. Rui Barbosa Nogueira, a licitação e os
contratos são "meios de realização da Receita e Despesa Pública, integrando-
se, necessariamente, na execução orçamentária" (RDA 85/186), ou, como pre-
leciona Hely Lopes Meirelles, "acarretam despesas para a Administração e alte-
ração patrimonial de seus bens e valores" (cf. Licitações e Contrato Adminis-
trativo, p. 18).
Ao meu pensar, a ação do TCU no campo das licitações e contratos se
ampara no próprio texto constitucional. Se assim não fosse, não haveria ra-
zão de ter sido especificada a competência de o TCU sustar, pelo exercício
de uma ação preventiva, a prática de ato que considere ilegal ou irregular,
consumado ou não, mesmo que se encontre em execução ou na iminência de
ser executado, bem como de realizar o controle simultâneo e concomitante,
mediante inspeções e auditorias, das várias fases dos atos de gestão finan-
ceira, orçamentária, contábil, patrimonial e operacional que envolvam recursos,
bens, valores e obrigações por parte da Administração Pública.
Diante dessa sistemática, evidenciada na Lei Maior do País, o TCU, quando
sustar algum ato considerado ilegal, comunicará a decisão à Câmara dos Depu-
tados e ao Senado Federal (art. 71, inciso X), sendo que, com relação aos
contratos (§ 19 do art. 71), a sustação caberá diretamente ao Congresso
Nacional. Na hipótese de inércia dos Poderes Legislativo e Executivo (§ 29
do citado dispositivo) é que a matéria será devolvida ao Tribunal decidir
a respeito, ou seja, decorridos os 90 dias, sem iniciativa daqueles Poderes,
cessa a competência deles, passando automaticamente tal atribuição ao TCU,
a partir do 91 9 dia. A regra, ora aventada, por si só constitui uma impor-
tante inovação, uma vez que no sistema constitucional anterior, se o Poder
Legislativo não deliberasse sobre a impugnação do Tribunal, no prazo de 30
dias, a decisão tornava-se insubsistente.
Nesse sentido, somente a experiência que advirá de cada apreciação, cada
processo, cada licitação, notadamente as dispensas e inexigibilidades, é que po-
derá instrumentalizar o TCU no desempenho desse controle, impedindo e apu-
rando irregularidades, abusos e escândalos, que têm acontecido por ocasião

380
dos contratos celebrados através de obscuros processos licitatórios, os quais vêm
sendo condenados pelo TCU, através das seguintes iniciativas:
a) diante de despesas indevidas de licitação que gerem prejuízos instaura-
se Tomada de Contas Especial (Decisão de 07.12.89 - TC-OI0.189/88-2,
Anexo IV, Ata n9 59/89 - D.O. de 10.01.90; Decisão de 26.03.91
TC-012.591/89-0, Anexo IX, Ata n9 11/91 - D.O. de 30.04.91);
b) diante de ilegalidade nos procedimentos licitatórios e contratuais de-
termina a Anulação, para o exato cumprimento da lei, na forma prevista na
Constituição e no art. 39 do Decreto-lei n9 2.300/86, com a redação dada
pelo Decreto-Iei n9 2.348, de 1987 (Decisão de 15.09.87, TC-005.424/87-9,
Anexo IV, Ata n9 67/87 - D.O. de 19.10.87).

Até o momento, a ação fiscalizadora do TCU, afora o exame regular e


constitucional das tomadas e prestações de contas e das auditorias e inspe-
ções, tem-se realizado principalmente através do acompanhamento das publi-
cações oficiais, das representações feitas pelas partes interessadas, do controle
dos regulamentos próprios das entidades paraestatais ou das denúncias e cons-
sul tas dirigidas ao Tribunal.
Aliás, como disse o eminente Ministro Luciano Brandão Alves de Souza
(cf. "Licitação no Serviço Público", em palestra proferida no X Encontro de
Dirigentes do TCU, 16.04.91), o acompanhamento via publicações oficiais foi
de todo oportuno e pertinente, significando o primeiro passo rumo ao con-
trole efetivo das licitações no serviço público.
Tais exames (decorrentes do decidido pelo Plenário na Sessão de
21.06.89, ao acolher Requerimento formulado por S. Exa. - Proc .....
006.332/89-7, Ata n9 29/89, in D.O.U. de 17 de julho seguinte) revelaram
que os procedimentos adotados por 170 empresas estatais, distribuídos por
17 Ministérios, destas, 114 já dispunham de Regulamentos do gênero, dos
quais 111 (97%) foram tidos por irregulares ou inadequados, cujas falhas
mais freqüentes, praticamente em todos que foram apreciados: ausência de
dispositivos disciplinadores dos procedimentos sobre publicações não só dos
editais de licitação como também dos contratos decorrentes. Grande parte
desses instrumentos deixou de observar as restrições impostas pelo art. 86,
com referência às vedações contidas no parágrafo único do art. 85 (vide
Apêndice - conforme trabalho elaborado pela Secretaria de Auditoria -
SAUDI-TCU) .
Da mesma forma, igual providência foi adotada quanto às fundações pú-
blicas (cf. TC-015.125/90-4, Anexo I da Ata n9 43/90 - Ordem de Ser-
viço n9 021, de 22.08.90), sendo constatado que das 42 entidades, apenas
2 (duas) haviam editado regulamentos próprios e as demais estavam sujeitas
integralmente ao Decreto-Iei n9 2.300/86.

381
Com efeito, tem-se verificado ao longo de toda essa expenencla fiscaliza-
dora que os contratos, quase sempre, já se acham, parcial ou integralmente,
executados e pagos, notadamente nas constatações feitas em processos de Ins-
peções e de Prestação de Contas Anuais.
Ora, quando isso ocorre, toma-se letra morta o disposto no art. 71, § 19
c/c o art. 70, IX, X e XI da Constituição, que autoriza a sustação do ato
impugnado, inclusive do respectivo contrato.
Em recente assentada, o Plenário do TCU, na Sessão de 08.10.91 (TC-
019.708/90-4 - Decisão n9 242/91 - Anexo I, Ata 46/91 - D.O. de
22. 10. 91), deliberou "nos termos do inciso IX do art. 71 da Constituição
Federal, fixar o prazo de 72 (setenta e duas) horas para que o responsável
pelo Instituto Nacional da Alimentação e Nutrição adotasse as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, em relação aos contratos n9s 13/91,
14/91 e 15/91, publicados no D.O.V. de 09.07.91, p. 13.440, providências
essas consistentes na imediata anulação dos referidos contratos, por terem sido
assinados com base em licitação já expirada, infringindo conseqüentemente os
arts. 29 e 47 do D.L. n9 2.300/86".
A propósito de tal deliberação, o eminente Relator, Ministro Carlos Átila
Álvares da Silva, esclareceu que não se configurava conflito de competência
com o Congresso Nacional, "pois não se está determinando a sustação do
contrato - esta sim, competência privativa do Congresso".

Considerações Finais

Vejo, finalmente, que a minha incumbência está quase terminada. Faltam


apenas algumas conclusões que me parecem dignas de registro nesta reunião.
para as quais peço um pouco mais de paciência dos senhores ouvintes.
Como anteriormente salientado, o TCU decidida e corajosamente adotou,
por unanimidade de votos, a deliberação inédita de fiscalizar todos os casos
de dispensa e inexigibilidade de Licitação (cf. Sessão de 18.06. 1991 - Contas
do Governo de 1990 - D.O.V. n'? 137, de 18.07.91).
Entendeu (cf. Decisão n'? 220/91, TC-023.805/91-9, Sessão Plenária de
02.10.91 - Ata n'? 45/91 - D.O. de 22 seg.), em que pesem os dissa-
bores e descontentamentos causados, que essas hipóteses, a partir das tomadas
e prestações de contas relativas ao exercício de 1990, necessitam de novos e
eficientes mecanismos de Controle e Fiscalização.
Na minha proposição original (p. 94 do Relatório das Contas do Go-
vemo), preconizava tão-somente que o controle desses casos necessitava, no
futuro, de sistematização e formalização, de modo a tomar a ação fiscaliza-
dora mais ágil e efetiva sobre tais atos de gestão. Coube ao eminente Mi-
nistro Luciano Brandão Alves de Souza (cf. Declaração de Voto apresentada

382
naquela assentada) sugerir as medidas concretas e imediatas em relação aos
atos e fatos ocorridos no exercício de 1990, conforme inclusive reafirmado na
Sessão de 21.08.91 (Decisão nl? 131/91 - TC-014.262/91-6 - Ata nl? 39/91).
A garantia que toda Sociedade deseja e exige no sentido de que a Lei,
o Interesse Público e a Probidade Administrativa prevalecem nas relações admi-
nistrativas decorrentes das licitações e contratações na Administração Pública
é o desafio que se apresenta.
E, nessa oportunidade, cabe aqui lembrar mais uma vez as palavras de
João Féder (ob. cit., p. 24):
"O Tribunal de Contas não é uma instituição perfeita, mas, ao contrário
do que muitos imaginam, também não é uma instituição ingênua. O Tribunal
de Contas não apenas domina a matéria como conhece os fatos; sabe até mesmo
quando na administração pública alguém age de boa-fé e, por isso, pode in-
clusive ser tolerante, mas não se deixa enganar; o Tribunal de Contas, sabe,
sim, que num procedimento condenável, porque tem origem na própria máfia,
os empreiteiros de obras e fornecedores de serviços ou mercadorias ao estado,
por vezes, fazem arregalo e se acumpliciam ao se apresentarem nas chamadas
de licitações para, desse modo, auferirem maior vantagem, prática essa que,
talvez, só neste momento esteja sendo denunciada publicamente, mas que, nem
por isso, está longe de ser exterminada; sabe inclusive que Thomaz Car1yle
declarou, há muito tempo, que 'com os números se consegue demonstrar tudo'
e que esse tudo tanto pode significar uma grande verdade ou uma grande
mentira e, assim o sabendo, cumpre com descortino a sua missão. Mas o faz
com discrição, consciente de que sua ação se deve desenvolver com prudên-
cia, muito embora não deixe, a não ser excepcionalmente, de ser uma ação
pública.-
Como se viu, o controle das licitações e contratos públicos precisa ser
efetivo. 1! claro que não se estaria pregando o retorno ou restabelecimento do
sistema de verificação prévia. Ao contrário, o que se espera é que esse con-
trole seja imediato e "concomitantemente ao seu desenvolvimento, e sobre ele
decidir tempestivamente, com pleno conhecimento de causa" (Decisão de
24.0.91-TC-001.867/91-1, Anexo XV, Ata nl? 17/91-D.O. de 20.05.91),
de molde a alcançar o ato no instante de sua formação, exercendo-o, pelo me-
nos, logo após a sua realização, de forma que os abusos e irregularidades pos-
sam ser apurados, tolhidos e obstados a tempo.
Todos sabem que o Controle Externo do TCU não se esgota, e nem poderia,
pura e simplesmente, no exame dos processos de contas e concessões, bem
assim dos relatórios de auditorias, inspeções e levantamentos, como também
nas denúncias, representações e consultas. Outros encargos vêm se institucio·
nalizando, de maneira regular, atos concernentes a Privatizações. Por isso mes-

383
mo, acredito, numa visão pessoal e particular, que, muito em breve, deverão
as Cortes de Contas de todo o País passar a contar com unidades técnicas,
no caso do TCU - Inspetorias Gerais de Controle Externo, especializadas em
examinar casos, processos, denúncias e escândalos relacionados com Licitações
e Contratos Administrativos.
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores.
Estou certo de que, após a leitura deste trabalho, os senhores ouvintes esta-
rão acordes em que muito mais precisa ser dito, estudado e realizado. Mas, no
momento, contribuo com essas considerações e observações, que, espero, pos-
sam balizar novas ilações a respeito do tema aqui abordado.
Muito obrigado.
Maceió-AL, em 6 de dezembro de 1991.
Homero Santos - Ministro do TCU.

Modalidades de Licitação

1) Convite: é a modalidade mais simples de licitação entre, no mínimo,


03 (três) interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,
escolhidos pela unidade administrativa, para atender obras e serviços de en-
genharia (até Cr$ 72.295.000,00) ou compras e outros serviços (até .,.
Cr$ 18.035.000,00).
2) Tomada de Preços: é a modalidade de licitação entre interessados pre-
viamente cadastrados, observada a necessária qualificação jurídica, técnica, fi-
nanceira e fiscal, para obras e serviços de engenharia (até Cr$ 772.950.000,00)
e compras e outros serviços (até Cr$ 515.300.000,00). O registro cadastral
substitui toda a documentação comprobatória exigida, refletindo a real situa-
ção do inscrito, indicando, ainda, o prazo de sua validade.
3) Concorrência: é a modalidade de licitação que prefere todas as de-
mais, entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preli-
minar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no
edital para execução de objeto, sendo a forma própria para compra ou alie-
nação de bens imóveis, concessão real de uso, contratação para obras e ser-
viços de engenharia (adma de Cr$ 772.950.000,00) ou para compra e outros
serviços (acima de Cr$ 515.300.000,00) e nas licitações internacionais, qualquer
que seja o valor do seu objeto.
4) Concurso: é a modalidade de licitação, entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico ou artístico, mediante a instituição de prêmios
aos vencedores, sendo precedida de regulamento próprio.

384
5) Leilão: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para
a venda de bens inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente
apreendidos, a quem oferecer maior lance, igualou superior ao da avaliação,
podendo ser cometido a leiloeiro oficial (leilão comum) ou a servidor desig-
nado pela Administração (leilão administrativo).
Valores Limites estabelecidos pela Portaria n9 1.658, de 7 de ou-
tubro de 1991, da Secretaria de Administração Federal - D.O. de 8
seguinte.

AP~NDICE

Conforme Trabalho Elaborado pela SAUDI


PA-005 - Anexo IV
Secretaria de Auditoria - SAUDI PA-005 Anexo IV

I - Casos em que os regulamentos próprios foram aprovados pela auto-


ridade de nível ministerial e publicados no DOU.
1- Do Regulamento Próprio

1.1 - Devem constar do regulamento, consoante decisões do Tribunal,


para garantia de que não se comprometerá ou frustará o caráter competitivo
da licitação, entre outras, as disposições abaixo explicitadas, sob pena de en-
sejar violação aos princípios básicos da licitação ou às vedações a que se
refere o art. 86 do DL 2.300/86.

1.1.1 - Relativas ao princípio da publicidade:

a) identificação das modalidades de licitação a serem utilizadas com a


mesma terminologia do art. 20 do Decreto-Lei 2.300/86 - o uso de terminolo-
gia diferente, além de confundir potenciais fornecedores, pode implicar prejuízo
à publicidade pela falta de parâmetros com a legislação (v. Parecer n9 SR-60,
da CGR, e Decisões do TCU: Anexo 11 da Ata 28/90, Anexo I da Ata 39/90,
Anexo IV da Ata 42/90, Anexo XII da Ata 43/90, Anexo IV da Ata 48/90);
b) elementos mínimos e essenciais que devem constar dos editais de lici-
tação (art. 32 do DL 2.300/86 e Decisão do TCU: Anexo IV da Ata 48/90);
c) obrigatoriedade de publicação no DOU, dos avisos de editais de toma-
da de preços - no mínimo uma vez - e de concorrência - pelo menos duran-
te três dias consecutivos (v. arts. 39 , 19,32, § 29 , e 86 do Decreto-Lei 2.300/86,
e Decisões do TCU: Anexo XII da Ata 43/90, Anexo I da Ata 39/90, Anexo

385
IH da Ata 35/90, Anexo V da Ata 37/90, Anexo I da Ata 39/90, Anexo VIII
da Ata 44/90, Anexo VIII da Ata 45/90);
d) previsão da obrigatoriedade e prazos mínimos de antecedência da pu-
blicidade da licitação (art. 32, § 59, do Decreto-Lei 2.300/86, e Decisões do
Teu: Anexo II da Ata 28/90, Anexo IV da Ata 48/90);
d.1) 30 dias para concorrência e concurso, contados da primeira publi-
cação do edital;
d.2) 15 dias para tomada de preços e leilão, a contar da primeira pu-
blicação do edital; e
d.3) 3 dias úteis para convite;
e) obrigatoriedade de publicação resumida, no DOU, dos contratos fir-
mados, seja qual for o seu valor ou a modalidade de licitação adotada, com a
indicação do prazo para esse fim (v. art. 39, c/c o art. 51, § 19, do Decreto-Lei
2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo IV da Ata 64/88, Anexo II da Ata
28/90, Anexo I da Ata 39/90, Anexo IX da Ata 41/90, Anexo VIII da
Ata 33/90, Anexo 111 da Ata 35/90, Anexo V da Ata 37/90, Anexo XII
da Ata 43/90, Anexo VIII da Ata 44/90, Anexo VIII da Ata 45/90, Anexo
IV da Ata 48/90).

1.1.2 - Relativas aos princípios da igualdade e da probidade administrativa:

a) procedimentos para alienação de bens (Anexo 111 da Ata 35/90);


b) hip6tese de utilização das modalidades de licitação, inclusive leilão e
concurso (Anexo 111 da Ata 35/90);
c) referência às exigências para habilitação, bem como para o registro
cadastral (Anexo 111 da Ata 35/90, Anexo IV da Ata 48/90);
d) obrigatoriedade de apresentação de justificativa, com posterior comu-
nicação a autoridade superior, para ratificação, nos casos de dispensa e de
inexigibilidade de licitação consoante o art. 24 do Decreto-Lei 2.300 (Decisões
do Teu: Anexo II da Ata 28/90, Anexo I da Ata 39/90, Anexo IV da Ata
48/90);
e) previsão de que todas as propostas, exceto quanto a convite, serão jul-
gadas por comissão previamente designada para esse fim (v. arts. 39 , 41 e 86
do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo VIII da Ata 45/90);
f) obrigatoriedade de justificação da comissão julgadora ou do respon-
sável pelo convite, quando, no julgamento, não for escolhida a proposta de
menor preço (v. arts. 39 e 36, § 19, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do
TeU: Anexo VIII da Ata 45/90);

3.86
g) indicação, nos casos em que estiver prevista a revogação ou anu-
lação do certame, das hipóteses em que esses atos podem ser praticados -
a revogação só é cabível por interesse público, enquanto a anulação só tem
lugar por ilegalidade (v. arts. 39 , 41 e 86 do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões
do Teu: Anexo I da Ata 39/90, Anexo IX da Ata 41/90, Anexo VIII da Ata
44/90) ;
h) permissão para interposição de recurso contra atos de habilitação ou
inabilitação, julgamento das propostas, anulação, revogação de licitação, inde-
ferimento de pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou can-
celamento, e rescisão de contrato (v. arts. 75, inciso I, do Decreto-Lei 2.300/86
e Decisões do Teu: Anexo I da Ata 39/90, Anexo V da Ata 37/90, Anexo
IV da Ata 48/90);
i) referência às penalidades aplicáveis nas hipóteses de descumprimento
de obrigações assumidas por contratados, importando a não inclusão de tal
dispositivo na possibilidade de tratamento diferenciado para com os licitantes
(v. arts. 39 , 73 e 86 do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo XII
da Ata 43/90, Anexo V da Ata 37/90, Anexo IV da Ata 48/90);
j) indicação dos casos em que é cabível a rescisão unilateral do con-
trato (v. art. 69, inciso I, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo
VIII da Ata 33/90).

1.1.3 - Relativas às vedações (art. 86 c/c art. 85 do Decreto-Lei


2.300/86) :

a) casos de dispensa, inexigibilidade e de vedação de licitação somente


dentre os previstos nos arts. 22 e 23 do Decreto-Lei 2.300/86 (art. 86, c/c
art. 85 do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TeU: Anexo 11 da Ata 28/90,
Anexo I da ata 39/90, Anexo IV da Ata 42/90, Anexo XII da Ata 43/90,
Anexo VII da Ata 44/90, Anexo VIII da Ata 45/90);
b) fixação de prazos para interposição e decisão de recursos, implicando
a não fixação na inobservância do preceituado no art. 86 do Decreto-Lei ....
2.300/86 (v. art. 75 do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo 111
da Ata 35/90, Anexo I da Ata 39/90, Anexo IV da Ata 42/90, Anexo VIII
da Ata 45/90);
b.I) mínimo de 5 (cinco) dias para interposição;
b.2) máximo de 5 (cinco) dias para decisão;
c) fixação dos limites de valores, para as diversas modalidades de lici-
tação, não superiores àqueles fixados, em cada caso, pelo Poder Executivo

387
(v. arts. 39 , 21, 22, 85, parágrafo único, e 87 do Decreto-Lei 2.300/86 e De-
cisões do TCU: Anexo IV da Ata 48/90);
d) limites distintos para os casos de obras e serviços de engenharia, e
de compras e outros serviços (v. arts. 39 , 21, 22 e seus incisos I e 11 do De-
creto-Lei 2.300/86 e Decisões do TCU: Anexo I da Ata 48/90).

1.2 - Não devem constar do regulamento (vide fundamentos constantes


do subitem 1.1):

1.2.1 - Relativas aos princípios da igualdade e da probidade administrativa:


a) possibilidade de alienação de bens imóveis por outras modalidades que
não o Leilão ou a Concorrência - a inclusão deste dispositivo enseja desres-
peito, além dos princípios em epígrafe, ao da publicidade (v. art. 39 do Decreto-
Lei 2.300/86 e Decisões do TCU: Anexo V da Ata 61/89, Anexo I da Ata
11/90, Anexo IV da Ata 42/90);

b) exigência de comprovação de capital mlntmO ou patrimônio líquido


para fins de habilitação, salvo nas compras para entrega futura, obras e servi-
ços de grande vulto ou complexidade, fazendo-se necessário, em tais casos, a fixa-
ção de limites (v. arts. 39 e 32, § 39 , e 69 , do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões
do TCU: Anexo IX da Ata 41/90, Anexo 111 da Ata 35/90, Anexo IV da
Ata 48/90);
c) exigência de prestação de garantia na fase de habilitação ao processo
licitatório, restringindo o caráter competitivo da licitação (v. arts. 39 , § 19 ,
e 25, § 12, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TCU: Anexo IX da Ata
41/90, Anexo 111 da Ata 35/90, Anexo IV da Ata 48/90);
d) possibilidade de dispensa/inexigibilidade da licitação nos casos de aqui-
sição junto a fornecedor, produtor, empresa ou representante exclusivo, se não
constar, também, referência à vedação de "preferência por marca" (v. arts. 39 ,
23, inciso I, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TCU: Anexo IV da Ata
48/90) ;
e) possibilidade de participação, na execução de obra ou serviço, do
autor do projeto, contratado por adjudicação direta, ou da empresa da qual
seja ele dirigente, gerente, sócio, acionista ou controlador (v. arts. 89 e 42,
§ 29, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TCU: Anexo I da Ata 39/90);

f) possibilidade de, se todas as propostas forem desclassificadas por dis-


cordância com o edital e/ou com o regulamento, a entidade negociar com o
licitante que apresentar proposta mais vantajosa, a fim de viabilizar a con-

388
trataçâo - a entidade deve, nesses casos, fixar prazo para que os licitantes
apresentem novas propostas livres das causas que motivaram a desclassifi-
cação (v. art. 38, parágrafo único, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TeU:
Anexo IX da Ata 41/90);
g) possibilidade de desclassificação por motivo relacionado com a capa-
cidade jurídica, condição técnica, idoneidade financeira e regularidade fiscal,
após ultrapassada a fase de habilitação, salvo em razão de fatores superve-
nientes ou só conhecidos após o julgamento (v. art. 35, § 5Ç , do Decreto-Lei
2.300/86 e Decisões do TeU: Anexo I da Ata 39/90);
h) permissão para a adoção da modalidade de Convite nos casos em que
o número de fornecedores for maior que um e menor ou igual a três, inde-
pendentemente do valor estimado da contratação (v. Anexo I da Ata 39/90);
i) restrição ao direito de recurso a que alude o art. 75 do Decreto-Lei
2.300/86, discrepando do estabelecido no art. 86 da mesma norma (Decisões
do Teu: Anexo 11 da Ata 28/90, Anexo VIII da Ata 45/90, Anexo IV da Ata
48/90) ;
j) possibilidade de alteração de contrato no caso de "inviabilidade de exe-
cução nos termos originalmente contratados" (art. 55 do Decreto-Lei 2.300/86
e Decisões do Teu: Anexo IV da Ata 48/90);
1) permissão para cessão total ou parcial de contrato a terceiros, sem res-
salvar que essa hipótese só terá lugar se admitida no edital e no instrumento
contratual (art. 68, inciso VI, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisão do Teu:
Anexo IV da Ata 48/90).

1.2.2 - Relativas ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório:


a) possibilidade de aceitação de propostas fora das condições estabele-
cidas no edital (v. art. 3Ç do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Ane-
xo VIII da Ata 44/90) .

1.2.3. - Relativas às vedações (art. 86, c/c art. 85 do Decreto-Lei 2.300/86):


a) permissão para utilizar norma adicional ao Regulamento, disciplinando
os procedimentos necessários à realização, dentre outros, de registros cadas-
trais, habilitação de fornecedores, alienação de bens, etc. em desacordo com
o art. 86 do Decreto-Lei 2.300/86, porquanto dita norma não teria tido apro-
vação ministerial e nem sido publicada no DOU (v. Anexo I da Ata 39/90);
b) ampliação dos limites máximos dos valores fixados para as diversas
modalidades de licitação (v. art. 86 c/c art. 21 do Decreto-Lei 2.300/86 e De-
cisões do Teu: Anexo VIII da Ata 44/90);

389
c) amptiação das hip6teses de dispensa e/ou de inexigibiiidade de licita-
ção previstas nos arts. 22 e 23 do Decreto-Lei 2.300/86, em desacordo com o
disposto no art. 86 do citado Decreto-Lei (Decisões do Teu: Anexo 11 da Ata
28/90, Anexo I da Ata 39/90, Anexo IV da Ata 42/90, Anexo XII da Ata 43/90,
Anexo VIII da Ata 44/90, Anexo VIII da Ata 45/90, Anexo IV da Ata 48/90);
d) permissão de dispensa de licitação com base em necessidade e con-
veniência administrativa na contratação direta, para complementação de obra,
serviço ou fornecimento anterior, sem a devida fixação do limite referido no
inciso V do art. 22 do Decreto-Lei 2.300/86 (v. arts. 22, inciso V, e 86 do
Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo XII da Ata 43, Anexo VIII
da Ata 44/90, Anexo IV da Ata 48/90);
e) permissão para celebração de contrato com cláusula de prorrogação
sucessiva de sua vigência, sem definição do tempo máximo dessa extensão, pro-
piciando fuga ao processo licita tório (v. art. 'l!? do Decreto-Lei 2.300/86 e De-
cisões do Teu: Anexo VIII da Ata 11/85, Anexo XII da Ata 43/90).

2 - Dos Editais (quando houver regulamento próprio)

2.1 - Devem constar nos editais (vide fundamentos constantes do subitem


1.1):

2.1.1 - Relativas aos princípios da igualdade e da probidade administrativa:


a) menção de que a licitação será regida pelo regulamento (v. art. 32
do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo VIII da Ata 44/90);
b) fixação da modalidade de licitação adotada, propiciando o controle,
inclusive da publicidade (v. art. 39 c/c art. 20 do Decreto-Lei 2.300/86 e De-
cisões do Teu: Anexo 111 da Ata 35/90);
c) indicação do horário e local onde poderão ser fornecidos elementos
ou esclarecimentos sobre a licitação (Anexo VIII da Ata 33/90);
d) fixação das garantias e dos respectivos limites que poderão ser exi-
gidos nas contratações de obras, serviços ou compras (v. arts. 39 e 46, §§ 29
e 49 , do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo XII da Ata 43/90,
Anexo VIII da Ata 45/90);
e) prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada do instru-
mento, sua execução e entrega do objeto, sanções para o caso de inadimple-
mento, bem como as condições de pagamento e, quando for o caso, de reajuste
de preços (v. art. 32, incisos 11 a IV, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do
TeU: Anexo VIII da Ata 33/90).

390
2.1.2 - Relativas ao princípio do julgamento objetivo:
a) estabelecimento de critérios objetivos para julgamento das propostas (v.
arts. 39 e 32, inciso VII, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo
VIII da Ata 33/90);
b) critérios de desempate ou de outro desfecho objetivo que deva me-
recer a licitação, no caso de apresentação de propostas de igual valor para o
mesmo lote ou item e coincidentes com a oferta vencedora (art. 32, inciso
VII, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo VIII da Ata 44/90).

2.2 - Não devem constar dos editais (vide fundamentos constantes do


subitem 1.1):

2.2.1 - Relativas aos princípios da igualdade e da probidade administrativa:


a) possibilidade de exigência, para habilitação, de apresentação de outros
documentos, além daqueles que menciona, para comprovação de requisitos jul-
gados relevantes pela entidade (Decisões do TeU: Anexo VIII da Ata 33/90,
Anexo VIII da Ata 44/90);
b) exigência, para comprovação de capacidade técnica, de apresentação
de declarações incompatíveis, em quantidades e prazos, com o objeto da lici-
tação, ou fornecidas exclusivamente por entidades integrantes da administra-
ção pública (v. art. 39 do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TeU: Anexo
VII da Ata 55/88, Anexo I da Ata 39/90);
c) exigência de capital mínimo ou patrimônio líquido acima do limite fixa-
do no regulamento (v. art. 32, §§ 39 e 69 , do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões
do Teu: Anexo VIII da Ata 33/90);
d) preferência em função da nacionalidade, da sede ou do domicílio dos
licitantes, comprometendo o caráter competitivo da licitação (v. art. 39 , § 19 ,
11, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TeU: Anexo 111 da Ata 35/90);
e) possibilidade de anulação ou revogação da licitação por conveniência
administrativa, técnica ou financeira, inclusive não admitindo aos licitantes
possibilidades de reclamação (v. arts. 39 e 75, I, letra c e Decisões do Teu:
Anexo V da Ata 37/90);
f) possibilidade de redução ou acréscimo das quantidades a serem con-
tratadas sem a fixação de limites ou a admissão de reclamações (v. arts. 39 ,
55, § 19 , e 75, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TeU: Anexo I da Ata
39/90) ;

391
g) restrição ao direito de interposição de recurso pót pãrte dos Heítart-
tes (Anexo VIII da Ata 33/90).

11 - Casos em que a entidade não dispõe de regulamento próprio apro-


vado pela autoridade ministerial e publicado no DOU

1. Dos Editais

1.1 - Devem constar dos editais, entre outras indicações fixadas no art. 32
do Decreto-Lei 2.300/86, elementos tais como:
a) prazos e condições para a assinatura do contrato ou retirada do ins-
trumento, sua execução e entrega do objeto, sanções para os casos de inadim·
plemento, bem como as condições de pagamento e, quando for o caso, de
reajuste de preços (v. art. 32 do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TCU:
Anexo V da Ata 36/90);
b) fixação dos critérios de julgamento das propostas (v. art. 32, inciso
VII, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TCU: Anexo IH da Ata 35/90) .

1.2 - Não devem constar dos editais:


a) exigência, para habilitação, como prova de idoneidade financeira, da
apresentação de demonstrações contábeis dos três exercícios anteriores ou de
outros documentos não incluídos dentre os previstos no art. 25 (v. arts. 39
e 25, § 39 , do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TCU: Anexo I da Ata 39/90);
b) exigência de atestados de idoneidade financeira firmados por vários
estabelecimentos bancários (v. arts. 39 e 25, § 39 , do Decreto-Lei 2.300/86 e
Decisões do TCU: Anexo V da Ata 36/90);
c) exigência de apresentação de atestados de desempenho firmados por
várias entidades da Administração Federal e/ou empresas privadas, havendo
restrição ao caráter competitivo do certame em vista da quantidade de ates-
tados exigidos (v. art. 39 , § 19 , inciso I, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisão do
TCU: Anexo V da Ata 36/90);
d) exigência de Certificado de Registro Cadastral em Concorrência, por
ser requisito de Tomada de Preços, restringindo a competição (v. art. 39 , § 19 ,
I, e art. 20, § 19 , do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do TCU: Anexo V da
Ata 36/90);
e) exigência, em qualquer prazo, de documentação complementar, ense-
jando restrição ao caráter competitivo da licitação (v. art. 25 do Decreto-Lei
2.300/86 e Decisões do TCU: Anexo 111 da Ata 35/90);

392
t) dispositivo possibilitando a alteração das quantidades a serem contrà-
tadas além do permitido ou sem fixar os limites para tal (v. art. 55, § 1°,
do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisão do Teu: Anexo V da Ata 36/90);
g) disposição possibilitando a revogação ou anulação do processo lici-
tatório, salvo por motivo de interesse público ou por ilegalidade, respecti-
vamente (v. art. 39 do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisão do Teu: Anexo V
da Ata 36/90);
h) atribuição à Comissão de licitação de poderes para rejeitar qualquer
proposta, permitindo a ampliação das hipóteses de desclassüicação previstas no
Decreto-Lei 2.300/86 (v. art. 38, incisos I e 11, do mesmo Decreto-Lei e De-
cisões do Teu: Anexo V da Ata 36/90);
i) possibilidade de adjudicação a qualquer outra firma interessada, no
caso de haver recusa de fornecimento pelo único licitante que acudir ao cer-
tame (v. arts. 39 e 75, I, letra c, do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu:
Anexo V da Ata 36/90);
j) dispositivos restringindo o direito de recurso contra os atos da Admi-
nistração, como por exemplo nos casos de alteração das quantidades a serem
contratadas e de anulação ou revogação do processo licitatório (v. art. 75
do Decreto-Lei 2.300/86 e Decisões do Teu: Anexo V da Ata 36/90);
1) obrigação de apresentação de garantia pela contratada sem a fixação
do limite de tal exigência (v. art. 46, § 'lQ, do Decreto-Lei 2.300/86 e Deci-
sões do Teu: Anexo IH da Ata 35/90).

393

Você também pode gostar