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Introdução
aos estudos
do cérebro

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EXPEDIENTE

Introdução aos estudos do

Uníntese | UnínteseVirtual cérebro - 2013

Direitos Autorais reservados à

Pedro Stieler UNÍNTESE
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Maria Bernardete Bechler

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Carmem Regina dos Santos Ferreira

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Roberto de Oliveira Este texto foi dividido em partes para fins pedagógicos:
Gestor Administrativo
1 | O cérebro ………………………………………………………..……. p. 03
Aline Madrid 2 | A composição do cérebro ……………………………………… p. 06
Gestora Acadêmica
3 | Formação e funcionamento do Sistema Nervoso ….. p. 21
Pedro Luiz Stieler
Texto
4 | Plasticidade cerebral ……………………………….…………… p. 32

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5 | Referências bibliográficas ………………………….………….. p. 37
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2- A composição do cérebro

Muitas vezes a expressão “cérebro” é utilizada de forma

abrangente para referência aos “órgãos” localizados na cabeça,
que formam o Sistema Nervoso. Na verdade, o cérebro é uma
das partes mais importantes desse complexo sistema.

O Sistema Nervoso (SN) controla e comanda o

funcionamento dos demais sistemas. É uma das primeiras
partes do corpo a ser formado. Com três semanas da
fecundação, em média, já há células desenvolvidas que
formarão o cérebro e a medula espinhal. É um processo genial
no qual pequenas células aparentemente simples se
transformam e constituem, de maneira muito complexa, o ser

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humano.
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Figura 1: Um resumo simplificado de como seu cérebro funciona2

2
Fonte: adaptado de DRYDEN & VOS, 1996, p. 14.
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O Sistema Nervoso (SN) é composto pelo encéfalo A ciência para melhor estudar o Sistema Nervoso (SN)
(protegido pelo crânio), pela medula espinhal (protegida pela dividiu-o em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema
coluna vertebral), bem como por diversos nervos, gânglios e Nervoso Periférico (SNP).
terminações nervosas que se espalham pelo corpo.

Encéfalo Nervos cranianos

Medula Nervos espinhais
espinhal

SNC SNP

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Figura 2: Composição do SN
Figura 3: Divisão e composição do SN

3
Fonte: PURVES & COLS. Neurociências. 4ed. Porto Alegre: Artmed.
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Sistema Nervoso Central (SNC)

O Sistema Nervoso Central (SNC) é composto pelo

encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula
espinhal com bilhões de neurônios, envolvidos pelo crâneo e
coluna vertebral. Os neurônios são células nervosas que
recebem informações, através de impulsos e as repassam à
outras células, formando redes que possibilitam tanto a
execuções de funções como o movimento, quanto a construção
do conhecimento.
No SNC se centralizam as mais importantes funções do
organismo. O encéfalo é responsável, dentre outras, pela visão,
audição, movimento, atenção, linguagem, pensamento,
raciocínio, memória, aprendizagem e as emoções. A medula
espinhal possui funções na coordenação da motricidade do Figura 4: Divisão do SNC
corpo, além de sentir, processar e transportar informações
sensoriais.

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1- O encéfalo
O encéfalo (comumente chamado de cérebro), por sua
vez, se divide em três partes: o cérebro, o tronco cerebral ou
tronco encefálico e o cerebelo.
Figura 5: Composição do encéfalo
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a) O cérebro
O cérebro, uma massa mucosa, é constituído por bilhões
de células microscópicas e se divide em dois lados, chamados
de hemisférios (esquerdo e direito) que se interligam através
do corpo caloso - uma espécie de “conector” situado abaixo de
uma fissura que separa, na superfície, os dois hemisférios
cerebrais. O corpo caloso possui a função de juntar, comparar
e analisar as mensagens recebidas pelos dois hemisférios.
O córtex cerebral, a camada cinzenta, é a camada de
células da superfície do cérebro. Nela se concentram bilhões de
neurônios. As fissuras ou fendas são chamadas de sulcos e as
saliências de giros.
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Os hemisférios cerebrais estão divididos em cinco

regiões denominadas de lobos: frontal, temporal, parietal,
occipital (que ficam visíveis no plano lateral, conforme a
ilustração abaixo) e o lobo da ínsula (que fica na parte interna
do encéfalo).

Os nomes dos lobos originam-se dos respectivos ossos

do crâneo que os protegem, com exceção do insular.

Figura 6: Os dois lados do cérebro4

Figura 7: Lobos do encéfalo – visão lateral5

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4
Fonte: adaptado de DRYDEN & VOS, 1996, p.82 5
Fonte: PURVES & COLS. Neurociências. 4ed. Porto Alegre: Artmed.
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Cada lobo possui funções bem específicas, como Em termos gerais, o lado esquerdo do cérebro (para os
veremos mais adiante. destros e direito para os canhotos) exerce um papel principal no
processo de aprendizagem acadêmica, envolvendo a
linguagem, a lógica, a matemática, a sequência. O lado direito
(para os destros e esquerdo para os canhotos) atua
principalmente nas atividades criativas como ritmo, música,
pintura, imaginação, modelos (DRYDEN & VOS, 1996, p. 82-83).

O hemisfério cerebral esquerdo recebe, processa

informações sensoriais e controla os movimentos do lado direito
do corpo, enquanto que o hemisfério cerebral direito faz o
mesmo com o lado esquerdo.

b) O tronco encefálico

O tronco encefálico ou tronco cerebral é responsável,

principalmente, pelos instintos e pela condução de estímulos
nervosos do cérebro à medula espinhal e igualmente da medula
Figura 8: Lobos do encéfalo – visão medial6
ao cérebro. Produz estímulos nervosos que controlam

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automaticamente as funções vitais do organismo, como a
temperatura do corpo, a oxigenação, a pressão sanguínea, a
6
PURVES & COLS. Neurociências. 4ed. Porto Alegre: Artmed.
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digestão, a excreção, entre outras, mesmo quando dormimos. O

mesencéfalo, a ponte e o bulbo são as principais partes que o
integram. c) O cerebelo

O cerebelo, denominado de “pequeno cérebro” possui

conexões com os demais componentes do encéfalo, sendo
responsável, dentre outros, pelo equilíbrio e movimentos. Está
localizado abaixo do cérebro, atrás do bulbo. Capta as
mensagens do cérebro, dosando-as para que sejam
executadas pelos músculos com precisão. Desta forma, atua
como uma espécie de filtro, ajustando a intensidade dos
impulsos nervosos condizentes com a necessidade de cada
movimento/ação, possibilitando suavidade ou força,
coordenação, postura corporal, entre outros.

Figura 9: Tronco Encefálico7

Cerebelo

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Figura 10: Cerebelo – visão medial8

7 8
Fonte: adaptado de www.sistemanervoso.com acesso em 20/02/2012. PURVES & COLS. Neurociências. 4ed. Porto Alegre: Artmed.
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2- A Medula Espinhal

A medula espinhal configura-se como uma extensão do

cérebro. É constituída de feixes de nervos que ligam o cérebro
às demais partes do corpo. São protegidos pelas vértebras
(coluna vertebral) e por membranas chamadas de meninges.
Em sentido metafórico, podemos dizer que a medula espinhal
se assemelha a uma grande e movimentada avenida por onde
trafegam todos os estímulos e mensagens dos órgãos dos
sentidos ao cérebro e dele aos músculos, glândulas, órgãos e
demais membros do corpo.

Figura 11: Medula espinhal9

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Idem figura 9.
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Figura 12: Medula espinhal10

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Fonte: KREBS, WEINBERG & AKESSON. Neurociências ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2013.
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Sistema Nervoso Periférico (SNP)
O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é formado,
principalmente por nervos cranianos e nervos medulares (da
medula espinhal) que se ramificam pelo corpo com
terminações nervosas e gânglios.
Figura 13: Composição do SNP
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Os nervos são formados por fibras denominadas
sensoriais ou aferentes, quando conduzem estímulos-
impulsos do organismo ao SNC e denominadas motoras ou
eferentes quando conduzem impulsos-comandos do SNC aos
respectivos nervos, músculos e órgãos que efetivam uma ação-
resposta.
As terminações nervosas são estruturas existentes nas
extremidades de fibras sensitivas e motoras, especializadas no
recebimento de estímulos físicos ou químicos tanto na
superfície como no interior do corpo, onde cada estrutura
recebe um tipo de estímulo, captando desde luminosidade,
sons, sensações de doce e azedo, frio e calor, entre outros. Já
os gânglios são denominações que recebem os agrupamentos
de neurônios que se encontram fora do sistema nervoso central.
(RUBINSTEIN & CARDOSO, 2012).
O Sistema Nervoso Periférico (SNP) também se divide
em Sistema Nervoso Somático (SNS) e Sistema Nervoso
Autônomo (SNA), que por sua vez se subdivide em Sistema
Nervoso Autônomo Simpático, Sistema Nervoso Autônomo
Parassimpático e Sistema Nervoso Autônomo Entérico.
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Figura 14: Divisão esquemática e principais funções do SNP.
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O Sistema Nervoso Somático (SNS), também chamado
de Sistema Nervoso Voluntário é formado principalmente por
parte de nervos motores, sendo responsável pelas
ações/movimentos conscientes, voluntários do corpo, através do
controle da musculatura.
Já o Sistema Nervoso Autônomo (SNA), também
chamado de Sistema Visceral é responsável pelas funções
subconscientes com ações reflexas e movimentos involuntários,
realizados de forma automática pelo organismo.
Desta forma, o Sistema Nervoso Somático (SNS) “tem
por função a interação do organismo com o meio externo”, ou
seja, envolve a percepção do ambiente externo ao organismo,
permitindo, por exemplo, o deslocamento. O Sistema Nervoso
Autônomo (SNA) “é o conjunto de estruturas nervosas que se
ocupam do controle do meio interno” e desta forma permitem,
por exemplo, o controle da pressão arterial dilatando ou
comprimindo os vasos sanguíneos, entre outros (RUBINSTEIN &
CARDOSO, 2012).
De acordo com os mesmos autores, o Sistema Nervoso
Autônomo Simpático “estimula as atividades que ocorrem de
forma automática em situações de emergência, perigo ou
tensão” e o Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático “é
mais ativo nas condições comuns da vida, estimulando
atividades que restauram e conservam a energia corporal”.
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Também há uma complementaridade entre estes dois
sistemas, pois na maioria dos órgãos há intervenções de ambos
com funções contrárias, onde a ação de um equilibra a ação do
outro, como podemos observar na representação da figura 15.
A terceira subdivisão do Sistema Nervoso Autônomo é
mais recente na literatura e chama-se Entérico. É formado por
um complexo conjunto de inúmeros neurônios responsáveis
pelas atividades gastroentéricas ou gastrointestinais do
organismo. Funciona de forma independente, porém controlado
pelo Sistema Nervoso Central (SNC). Também pode sofrer
ativação ou inibição de suas funções pelos sistemas simpático e
parassimpático.
Até aqui o texto se propôs a trazer, de forma, sucinta,
conhecimentos introdutórios básicos sobre a neuroanatomia e
neurofisiologia do sistema nervoso. No entanto, o
funcionamento cerebral não é tão simples assim, pois funciona
no “todo” de sua complexidade, utilizando-se dos diferentes
sistemas e funções ao mesmo tempo. Vejamos um exemplo em
relação à motricidade:
Ao mesmo tempo em que o cérebro (SN) comanda um
movimento de determinado músculo, outras ordens paralelas
são emitidas para inibir músculos que fariam o movimento ao
contrário e, para a ativação de músculos complementares que
farão com que o movimento final seja executado com eficiência.
Tudo isso, interligado às informações táteis, visuais, auditivas,
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de calor, pressão, localização para permitir que o movimento
seja o mais preciso possível. Além disso, há outros circuitos
cerebrais (subcorticais) envolvidos na ação, de forma
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inconsciente, planejando e fazendo cálculos necessários para

que os movimentos aconteçam com a velocidade adequada,
direção correta e precisão necessárias (CONSENZA & GUERRA,
2011, p. 22).

A partir daí é necessário compreendermos que, quando

falamos em conexões neurais e “formação de redes de
informações”, estamos nos referindo ao complexo processo
que os neurônios realizam (sinapses) para possibilitar que
nosso organismo desempenhe as suas diversas funções,
sejam de ordem orgânica, afetiva, psicológica, intelectual.
Assim, a constituição dessas “redes” possibilita o ato de
aprender, porém se refere ao conjunto de habilidades
desenvolvidas a partir das estruturas neurais que não se
limitam à aprendizagem escolar e sim ao desenvolvimento
como um todo, desde uma ação motora a um ato afetivo.

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Figura 15: Funções antagônicas dos sistemas simpático e parassimpático11

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Fonte desconhecida. Disponível em http://www.portalsaofrancisco.com.br acesso em 21/02/2012.
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