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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE

Roteiro metodológico para


elaboração de planos de manejo
das Unidades de Conservação
Estaduais do Pará
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE

Roteiro metodológico para


elaboração de planos de manejo
das Unidades de Conservação
Estaduais do Pará

Belém
SEMA
2009
Copyright © 2009 Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA)
Todos os direitos reservados

Ana Júlia Carepa


Governadora do Estado do Pará

Odair Santos Corrêa


Vice-Governador do Estado do Pará

Aníbal Pessoa Picanço


Secretário de Estado de Meio Ambiente

Rosemiro Canto
Secretário Adjunto de Meio Ambiente

Sônia Kinker
Diretora de Áreas Protegidas

Ivelise Franco Fiock dos Santos


Coordenadora de Gestão de Unidades de Conservação

DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO


(Núcleo de Documentação e Arquivo da Sema)

Para. Secretaria de Estado de Meio Ambiente


Roteiro metodológico para elaboração de plano de manejo das
Unidades de Conservação do Estado do Pará/ Secretaria de Estado de Meio
Ambiente.—Belém: SEMA, 2009.
1. Unidade de Conservação – Pará. 2. Plano de manejo – Pará. I.
Secretaria de Estado de Meio Ambiente. II. Título.
CDD 333.7

Trav. Lomas Valentinas, 2717. Marco, Belém - PA - Brasil


Fone/Fax: (91) 3184-3335 / 3184-3344
Home Page: www.sema.pa.gov.br
Foto: © Adriano Gambarini-CI/Brasil

Texto
Pedro Chaves Baía Júnior (SEMA)
Thais Pacheco Kasecker (CI)
Jakeline Ramos Pereira (IMAZON)
Amintas Brandão Júnior (IMAZON)

Revisão e Consolidações
Sônia Kinker (SEMA)
Ivelise Franco Fiock dos Santos (SEMA)
Pedro Chaves Baía Júnior (SEMA)
Auristela Ramos do Carmo (SEMA)
Joyce Angélica Silva Lameira (SEMA)
Soraia Marriba Knez (GTZ)

Colaboradores
Márcia Lederman (GTZ)
Maria Olatz Cases (GTZ)

Revisão Gramatical
Gláucia Barreto

Normalização Bibliográfica
Rosa Elena Leão Miranda (SEMA)

Projeto Gráfico e Editoração


Luciano Silva e Roger Almeida
RL|2 Propaganda e Publicidade
| Apresentação
Cinquenta e oito por cento do ter-
ritório paraense é composto por áreas
protegidas, somando-se as Unidades de
Conservação federais, estaduais e muni-
cipais, Terras Indígenas e Quilombolas.
Essas áreas compreendem um total de
72.288.206 hectares.
O Pará possui 83 Unidades de Con-
servação. Sendo dezenove estaduais, dis-
tribuídas no território de 32 municípios,
abrangendo 16,94% da área total do estado.
A criação, o planejamento e a gestão das UC
estaduais são responsabilidade da Secretaria
de Estado de Meio Ambiente (SEMA/PA),
por meio da sua Diretoria de Áreas Protegi-
das (DIAP).

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Foto: © Adriano Gambarini-CI/Brasil
Para que a gestão das UC estaduais
contribua efetivamente para os objetivos de
conservação de cada Unidade e do Siste-
ma Estadual de Unidades de Conservação
é fundamental que o seu planejamento seja
elaborado utilizando-se uma metodologia
que leve em conta o caráter processual, de Para a SEMA/PA, este documento é
melhora contínua e gradativa da gestão, com mais uma meta cumprida no compromisso
ênfase no planejamento participativo. Des- de consolidar as UC estaduais, proporcio-
te modo, este Roteiro metodológico vem nando os meios e as ferramentas para sua
apresentar as etapas e os passos necessários implementação, fortalecendo o envolvi-
para a elaboração dos Planos de Manejo das mento e a participação social, e buscando
UC paraenses. mudar o padrão de desenvolvimento do
Este Roteiro foi resultado de uma Estado, de modo que as UC sejam valori-
construção coletiva, que proporcionou um zadas como instrumentos de conservação,
importante espaço de discussão, reflexão e desenvolvimento sustentável e melhoria da
aprendizado para a equipe de técnicos da qualidade de vida das populações locais.
DIAP/SEMA, com o valioso apoio e partici- Além disso, reconhece-se a importân-
pação dos especialistas da Cooperação Téc- cia do trabalho conjunto e o aprendizado
nica Alemã (GTZ) e dos parceiros da Con- da gestão integrada entre os órgãos gover-
servação Internacional do Brasil (CI-Brasil) namentais e outras instituições que têm a
e do Instituto do Homem e Meio Ambiente conservação das UC do Pará como objetivo
da Amazônia (IMAZON). do seu trabalho.
Aníbal Pessoa Picanço
Secretário de Estado de Meio Ambiente

5
6
| Sumário

Lista de Figuras .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 9
Lista de Quadros . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 9
Lista de Boxes . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 9
Introdução . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 10
Características do Plano de Manejo . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 12
Estrutura Organizacional para a Elaboração dos Planos de Manejo . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 15
Estrutura do Plano de Manejo, Resumo Executivo e Cartilha .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 18
Etapas para a Elaboração do Plano de Manejo . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 20
ETAPA I - Organização do Planejamento. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 20
ETAPA II - Diagnóstico da UC e Entorno . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 22
ETAPA III - Avaliação Estratégica . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 28
ETAPA IV - Identificação de Estratégias .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 30
ETAPA V - Aprovação e Divulgação do Plano de Manejo . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 45
Bibliografia . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 46

Foto: © Adriano Gambarini-CI/Brasil

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Foto: © Adriano Gambarini-CI/Brasil
| Lista de Figuras
Figura 1 – Ciclo de gestão de Unidades de Conservação. . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . 13
Figura 2 – Visão helicoidal de planejamento de Unidades de Conservação.. .. . . 13
Figura 3 – Estrutura organizacional para a elaboração dos Planos de Manejo
das Unidades de Conservação estaduais do Pará.. .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . . 16
Figura 4 – Programas e subprogramas para a operacionalização dos Planos
de Manejo das Unidades de Conservação estaduais do Pará.. .. . . .. . . .. . . .. . . .. 39

| Lista de Quadros
Quadro 1 – Composição e competências dos cinco núcleos responsáveis
pela elaboração dos Planos de Manejo das Unidades de Conservação
estaduais do Pará. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Quadro 2 – Detalhamento das atividades e produtos esperados na etapa de
organização do planejamento. . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. 22
Quadro 3 – Detalhamento das atividades e produtos esperados na etapa
de diagnóstico.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Quadro 4 – Detalhamento das atividades e produtos esperados na etapa de
avaliação estratégica.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Quadro 5 – Detalhamento das atividades e produtos esperados na etapa de
identificação de estratégias.. .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . . 30
Quadro 6 – Critérios para a seleção das zonas. . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. 33
Quadro 7 – Critérios para a definição da zona de amortecimento
(Adaptado de IBAMA, 2002).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Quadro 8 – Tipos de zonas conforme o grau de intervenção humana e
suas principais atividades compatíveis. . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. 37
Quadro 9 – Elementos dos programas de manejo. . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. 38

| Lista de Boxes
Box 1 – Ferramentas de levantamento de dados para o diagnóstico. . . . . . . . . . . . . 26
Box 2 – Ferramentas de análise de dados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Box 3 – Orientação para definição da zona de amortecimento.. .. . . .. . . .. . . .. . . 34
Box 4 – Metodologias/ferramentas para o zoneamento. . .. . . .. . . .. . . .. . . .. . . .. 35

9
| Introdução

Com o objetivo de produzir um do- Deste modo, o “Roteiro metodoló-


cumento capaz de orientar a elaboração dos gico para elaboração de planos de manejo
Planos de Manejo das Unidades de Conser- das Unidades de Conservação Estaduais do
vação (UC) Estaduais do Pará, a Secretaria Pará” é o produto deste processo de reflexão
de Estado de Meio Ambiente (SEMA), por e debate, apresentando-se como um docu-
meio de sua Diretoria de Áreas Protegidas mento que objetiva proporcionar aos en-
(DIAP), promoveu um amplo debate sobre volvidos no planejamento das UC estaduais
esta temática, que envolveu técnicos e ges- do Pará um mesmo entendimento sobre os
tores das UC Estaduais do Pará, represen- conceitos, métodos e instrumentos ineren-
tantes de instituições parceiras e especialis- tes à elaboração de Planos de Manejo.
tas em planejamento de UC. Primeiramente são apresentadas as
Para compartilhar experiências, dis- principais características a serem conside-
cutir metodologias, sistematizar produtos e radas no processo de elaboração dos planos
definir a melhor estratégia para elaboração de manejo das UC estaduais do Pará, as
de um Planejamento focado nos objetivos e quais foram baseadas nos seguintes pres-
prioridades de conservação das UC estadu- supostos: 1) o planejamento para a gestão
ais, foram realizadas quatro oficinas de tra- de uma UC não pode se restringir aos seus
balho e reuniões presenciais e virtuais. limites legais e nem ser isolado da dinâmi-
Na primeira oficina, foi definida a ca que a rodeia, devendo, para tanto, con-
metodologia que seria adotada na condução siderar os diferentes elementos vinculados
das discussões e instituído o Grupo de Tra- aos contextos social, político e ambiental,
balho (GT) responsável pela mobilização sejam eles locais ou globais; e 2) o planeja-
e sistematização dos produtos, bem como mento deve ser fundamentado num nível
pela identificação das etapas e temas trans- ideal de participação dos diversos grupos
versais que integrariam o documento final. de interesse.
Nas demais oficinas, o aspecto teórico de Em seguida estabelece-se uma estru-
cada uma destas etapas e temas transversais tura organizacional para a elaboração dos
foi apresentado por diferentes especialistas, Planos de Manejo, que integra cinco núcle-
dando subsídios para o GT sistematizar um os de ação com composição e função espe-
documento preliminar que, em seguida, era cífica, a fim de possibilitar uma participação
disponibilizado aos envolvidos para análise ampla dos setores envolvidos com a UC
e debate nas reuniões. e com o seu planejamento. Também, são

10
apresentados a estrutura do Plano de Ma- Esta é a primeira versão do Roteiro que,
nejo, o Resumo Executivo e a Cartilha. como resultado de um processo dinâmico,
Na sequência são relacionadas as eta- pode e deve sofrer modificações e melhorias
pas identificadas como necessárias para a à medida que as experiências com a sua apli-
construção do Plano de Manejo das UC cação forem concluídas e avaliadas. Embora
Estaduais do Pará, indicando competên- o Roteiro sirva como base, sua função não é
cias, objetivos, atividades, metodologias e engessar os Planos de Manejo, pois as pecu-
os principais produtos desejados para cada liaridades de cada UC deverão ser observadas
uma delas. no momento da elaboração de seu plano.
Foto: © Adriano Gambarini-CI/Brasil

11
Foto: © Sema/Imazon/Imaflora
| Características do Plano de Manejo

O Plano de Manejo, como instru- O Enfoque Ecossistêmico, para este


mento de planejamento, vem sendo utili- documento, está na abrangência dos pla-
zado no Brasil desde os anos 1970, embo- nos das UC, em especial no que tange ao
ra tenha sido legalmente reconhecido em entendimento de que os limites da UC ou
2000 no contexto do Sistema Nacional de de sua zona de amortecimento não limitam
Unidades de Conservação (SNUC). A ex- os ecossistemas objeto de sua proteção, e
periência de implementação dos planos de que os processos ecológicos, assim como os
manejo demonstrou que, para que os ob- habitats e a maioria das populações das es-
jetivos de conservação sejam alcançados pécies apresentam forte interação biológica
com eficiência no longo prazo, os planos com grandes espaços naturais ou antropiza-
devem considerar o Enfoque Ecossistêmico, dos localizados no seu entorno1.
ser Contínuos e Adaptativos ligados ao Ciclo O planejamento como um processo
de Gestão da UC, e viabilizar a Participação contínuo e dinâmico deve permitir ajustes
Social. de acordo com as mudanças das condições

1
O Enfoque Ecossistêmico foi definido pela Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB)
e incorporado, no âmbito do Decreto Nº. 4.339, de 22 de agosto de 2002, na Política Nacional da Biodiversidade. É
composto por 12 Princípios complementares e mutuamente relacionados.

12
da UC e seu entorno e das metas a alcan- adquiridos com a implementação do Plano
çar. Além disso, deve estar vinculado ao e com o monitoramento dos resultados
Ciclo de Gestão da UC (Figura 1), no qual conduzem a um estágio diferente daquele
o conjunto de ações propostas no Plano inicial, isto é, mais avançado e que agrega
de Manejo reflete o status atual do conhe- um conjunto maior de informações para o
cimento sobre a área e é passível de mo- manejo, possibilitando o aprimoramento
dificação cada vez que este ciclo for per- das ações e a própria adequação do plane-
corrido. Neste sentido, os conhecimentos jamento (Figura 2).

Figura 1 – Ciclo de gestão de Unidades de Conservação (Adaptado de MORA, 2007).

Figura 2 – Visão helicoidal de planejamento de Unidades de Conservação


(Adaptado de MORA, 2007).

13
O processo de elaboração dos Planos Mosaicos de Áreas Protegidas
de Manejo das UC ainda deve considerar
seu contexto político local, regional e na- O Estado do Pará tem 58% do seu
cional e permitir um nível de participação território coberto por áreas protegidas, na
que pressuponha integração dos diversos forma de UC federais, estaduais e muni-
grupos de interesse e flexibilização para as cipais, Terras Indígenas e Quilombolas,
mudanças no planejamento e gestão. que compõem, muitas vezes, os chamados
Neste Roteiro acredita-se que a parti- mosaicos2. Muitas dessas áreas são próxi-
cipação da sociedade na elaboração dos Pla- mas, limítrofes ou sobrepostas, o que leva
nos de Manejo deve ir além daquelas pos- à necessidade de se considerar, na elabo-
sibilidades previstas em Lei, como é o caso ração do Plano de Manejo de cada UC, as
das Consultas Públicas e dos Conselhos questões que podem afetar ou fragilizar a
Gestores de UC. Devem ser criados espa- área vizinha, ou, por outro lado, fortalecer
ços que permitam a participação em todas seu manejo e facilitar o alcance dos seus
as etapas de elaboração do Plano, que serão objetivos de criação.
descritas mais adiante no texto. O Plano de Manejo de cada UC
A participação social é fundamental deve trazer diretrizes, recomendações e
para a consolidação da UC, para sua proteção ações estratégicas que tenham o objetivo
e para o alcance dos seus objetivos de conser- de facilitar e estimular a gestão integrada
vação. Entretanto, este apoio só é efetivado na e participativa do conjunto, considerando
medida em que a UC seja um fator de melho- os seus diferentes objetivos de conserva-
ria da qualidade de vida da sociedade local. ção.

2
Conjunto de Unidades de Conservação que podem ter categorias diferentes, próximas, justapostas ou sobrepostas, e
outras áreas protegidas públicas ou privadas. A gestão do conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa,
considerando-se os seus distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a proteção da biodiversidade, a
valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional (BRASIL, 2000).

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Foto: © Sema/Imazon/Imaflora
| Estrutura Organizacional para a
Elaboração dos Planos de Manejo

O processo de elaboração dos Planos dos núcleos e pelo direcionamento das ati-
de Manejo das Unidades de Conservação vidades da Equipe Técnica.
estaduais do Pará será conduzido a partir A Equipe Técnica, por sua vez, exe-
da atuação integrada de cinco núcleos de cuta todas as etapas de elaboração do Plano
ação: Equipe de Planejamento, Equipe de Manejo e pode ser composta por pessoa
Técnica, Conselho Gestor, Mesa de Coo- jurídica ou física contratadas, por técnicos
peração e Especialistas Ad hoc (Figura 3). do Órgão Gestor ou de instituições parcei-
Cada um dos núcleos apresenta composi- ras. A Equipe Técnica deve ser multidis-
ção e função específica, de modo a possi- ciplinar e é importante que nela estejam
bilitar uma participação ampla dos setores presentes profissionais com experiência em
envolvidos com a UC no seu processo de trabalhos participativos e resolução de con-
planejamento. flitos.
Os núcleos atuam da seguinte manei- O Conselho Gestor tem a atribui-
ra (Figura 3): ção legal de “acompanhar a elaboração, im-
A Equipe de Planejamento é o nú- plementação ou revisão do Plano de Ma-
cleo central. Ela é responsável pela coor- nejo da UC, quando couber, garantindo o
denação e planejamento da elaboração do seu caráter participativo” (Inciso I, Art. 20,
Plano de Manejo, bem como pela interação Decreto Nº. 4.340/2002). Na ausência des-

15
Figura 3 - Estrutura organizacional para a elaboração dos
planos de manejo das Unidades de Conservação estaduais do Pará.

te, propõe-se a formação de uma Comissão de Manejo. Ela é composta por instituições
Provisória de Instituições (COPI) compos- parceiras.
ta por atores-chave locais e regionais da so- Os Especialistas Ad hoc assessoram
ciedade civil e do poder público. de modo consultivo as atividades do Plano
A Mesa de Cooperação tem o pa- de Manejo.
pel de oferecer apoio técnico/científico e/ O Quadro 1 detalha a composição e as
ou financeiro para a elaboração do Plano competências de cada um desses núcleos.

16
Quadro 1 – Composição e competências dos cinco núcleos responsáveis pela elaboração
dos planos de manejo das Unidades de Conservação estaduais do Pará.
NÚCLEO COMPOSIÇÃO COMPETÊNCIAS
Equipe de - Coordenador da Equipe de Planejamento; - Planejar e coordenar a elaboração do Plano de Manejo;
Planejamento - Gerente da UC; - Definir os especialistas Ad hoc e a Mesa de Cooperação;
- Técnicos do Órgão Gestor. - Garantir interação entre os núcleos de ação durante a
elaboração do Plano de Manejo;
- Elaborar Termos de Referência e/ou Termos de Coo-
peração Técnica para a contratação e/ou formalização de
parcerias para a elaboração do Plano de Manejo ou de
etapas específicas do Plano de Manejo;
- Monitorar, avaliar e divulgar todas as etapas de elabo-
ração do Plano de Manejo;
- Convocar o Conselho Gestor da UC para participar
de etapas específicas da elaboração do Plano de Manejo.
Na ausência deste, identificar organizações para compor
uma Comissão Provisória de Instituições (COPI);
- Proceder com os meios necessários para a aprovação
do Plano de Manejo;
- Difundir os documentos resultantes da elaboração do
Plano de Manejo.
Equipe - Coordenador especialista em planeja- - Executar as atividades do Plano de Manejo de acordo
Técnica mento de UC; com as orientações da Equipe de Planejamento;
- Especialistas de diferentes áreas do conhe- - Revisar e complementar informações secundárias re-
cimento (biodiversidade, socioeconomia, lacionadas à UC;
sistema de informações geográficas etc.); - Coletar dados primários para a elaboração do Plano
Obs.: O coordenador também integra a de Manejo;
Equipe de Planejamento, tendo a função - Elaborar documentos técnicos, compilando as infor-
de proporcionar o feedback. mações que serão utilizadas para a elaboração do Plano
de Manejo;
- Organizar e liderar oficinas e reuniões de trabalho com
representantes-chave ligados à UC;
- Gerar mapas sobre a UC e sua área de influência;
- Gerar o diagnóstico da UC;
- Propor o zoneamento e a descrição das zonas com base
nos dados levantados;
- Propor os programas de manejo e o cronograma de
execução;
- Sistematizar as versões preliminares e final do Plano
de Manejo, o Resumo Executivo e a Cartilha.
Mesa de - Instituições nacionais e internacionais - Oferecer apoio técnico e/ou financeiro para a elabora-
Cooperação com interesse em apoiar o processo de ela- ção do Plano de Manejo conforme acordo de coopera-
boração do Plano de Manejo. ção firmado com o Órgão Gestor da UC.
Especialistas - Especialistas de áreas afins com a temática - Assessorar de modo consultivo e Ad honorem a elabora-
Ad hoc de Plano de Manejo. São convidados pela ção do Plano de Manejo.
Equipe de Planejamento e podem ser tanto
do setor público como do privado.
- São definidos e demandados conforme a
necessidade.
Obs.: Especialistas do Órgão Gestor tam-
bém podem compor este núcleo.
Conselho - Organizações governamentais e da socie- - Acompanhar a elaboração, implementação ou revisão
Gestor dade civil que atuam na região da UC. do Plano de Manejo da UC. E, quando se tratar de Con-
Obs.: Na ausência do Conselho Ges- selho Gestor Deliberativo, aprovar o Plano de Manejo.
tor, a Comissão Provisória de Instituições
(COPI) assume suas atribuições. Para as
categorias de UC onde o Conselho Gestor
é deliberativo, a COPI não tem a função de
aprovar o Plano.

17
Foto: © Sema/Imazon/Imaflora

| Estrutura do Plano de Manejo,


Resumo Executivo e Cartilha

O Plano de Manejo, como o principal 1.2.2. Localização e Acesso da UC


instrumento de gestão da UC, deve ser apre- 1.2.3. Histórico de Criação, Planeja-
sentado em uma estrutura de fácil compre- mento e Gestão da UC
ensão. A Equipe Técnica é a responsável pela 1.3. Contextualização da UC nos Sistemas
sistematização das versões preliminares e fi- de Unidades de Conservação
nal do Plano, além da elaboração do Resumo 1.4. Aspectos Legais de Gestão e Manejo da
Executivo e de uma Cartilha, a qual objetiva UC
apresentar ao público em geral uma visão sin-
tetizada do Plano. Capítulo 2 – Diagnóstico da UC
2.1. Caracterização da Paisagem
Estrutura do Plano de Manejo 2.2. Características Físicas
Este Roteiro indica três capítulos para 2.3. Características Biológicas
o Plano de Manejo, conforme a estrutura 2.4. Características Socioeconômicas
abaixo: 2.5. Situação atual de Gestão da Unidade
Capítulo 1 – Aspectos Gerais da UC 2.6. Análise Integrada do Diagnóstico
1.1. Introdução
1.2. Informes Gerais Capítulo 3 – Planejamento da UC
1.2.1. Ficha Técnica 3.1. Missão da UC e Visão de Futuro

18
3.2. Zoneamento c. Programas Temáticos de Manejo da UC:
3.3. Objetivos do Plano de Manejo diagrama dos programas de manejo de-
3.4. Programas de Manejo finidos para a Unidade, breve descrição
3.4.1. Subprogramas dos seus objetivos, resultados que se es-
3.5. Cronograma de Execução do Plano de pera alcançar com sua implementação,
Manejo metas e responsáveis.

Bibliografia Cartilha
A Cartilha é direcionada ao público
Anexos (metodologias, relatórios de ofici- em geral e, dessa forma, deve apresentar
nas, listas de espécies, fotos etc.) uma linguagem acessível e contemplar, no
Dependendo da quantidade de material, os mínimo, os seguintes temas:
anexos podem constituir um volume sepa- a. UC estaduais do Pará (mapa) e a impor-
rado do corpo do Plano de Manejo. tância da UC que está sendo estudada
neste contexto;
Resumo Executivo b. Características gerais da UC: mapa de lo-
Sintetiza o Plano de Manejo e tem calização; conceito e objetivos da catego-
como objetivo informar o público técnico, ria da UC; legislações relacionadas; carac-
contendo, no mínimo: terização ambiental e socioeconômica da
a. Caracterização e Diagnóstico da UC e UC, destacando a sua importância para a
sua área de abrangência (aspectos mais conservação da sociobiodiversidade;
relevantes); c. Zoneamento da UC, diagrama dos Pro-
b. Zoneamento da UC: mapa com limites gramas de Manejo e as ações estratégi-
e breve resumo das zonas estabelecidas, cas que precisam ser desenvolvidas para
incluindo definição, objetivos e normas; atingir o objetivo dos subprogramas.

Foto: © Adriano Gambarini-CI/Brasil

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Foto: © Adriano Gambarini-CI/Brasil
| Etapas para a Elaboração do
Plano de Manejo

Este Roteiro estabelece cinco etapas Etapa I


para a construção do Plano de Manejo das Organização do Planejamento
UC estaduais do Pará, indicando compe-
tências, objetivos, atividades, metodologias Visão geral: Nesta etapa serão defi-
e os principais produtos desejados para cada nidas as estratégias de elaboração do Plano
uma delas: de Manejo.

Etapa I: Organização do Planejamento; A primeira atividade é de responsabi-


Etapa II: Diagnóstico da UC e Região; lidade do Órgão Gestor da UC, que defini-
Etapa III: Avaliação Estratégica; rá oficialmente a Equipe de Planejamento.
Etapa IV: Identificação de Estratégias; Esta equipe deve ter de 3 a 7 integrantes,
Etapa V: Aprovação. sendo imprescindível a participação de téc-
nicos do Órgão Gestor, entre eles, o gerente
Essas etapas são descritas a seguir e da UC. É importante que esses integrantes
devem ser executadas de forma participativa estejam disponíveis oficialmente para exe-
e adaptativa, proporcionando uma avaliação cutar as ações do planejamento e elaboração
constante dos resultados gerados. do Plano de Manejo.

20
A Equipe de Planejamento forma- ferentes instituições que compõem a Mesa
da avaliará então os recursos financeiros e de Cooperação, a disponibilidade de recur-
humanos disponíveis para a elaboração do sos humanos para integrá-la e a necessidade
Plano de Manejo. Neste momento, reco- de contratação de consultorias específicas.
menda-se buscar parcerias com outras ins- Recomenda-se a formalização da Equipe
tituições (ONGs, institutos de pesquisa, Técnica por meio de instrumentos legais,
empresas, governos locais etc.), que pode- sejam Termos de Cooperação, no caso do
rão compor a equipe técnica e/ou a mesa de estabelecimento de parcerias técnicas, ou
cooperação. Termos de Referência, quando da contra-
É também função da Equipe de Pla- tação de consultorias. Quando necessário,
nejamento informar o Conselho Gestor serão convocados especialistas Ad hoc.
da UC sobre o início das atividades de ela- Em seguida é feito o planejamento das
boração do Plano de Manejo e realizar um etapas seguintes do Plano de Manejo, que
levantamento de informações disponíveis devem conter de forma resumida o crono-
sobre a UC e entorno, a fim de identificar grama das atividades de organização e coleta
as lacunas que devem ser complementadas de informações, reuniões periódicas de ava-
para o diagnóstico. liação, oficinas de planejamento participati-
Na sequência, esta mesma equipe vo e a entrega dos produtos necessários para
deve definir a região de abrangência do Pla- a confecção do Plano de Manejo.
no de Manejo. Isto deve ser feito por meio Finalmente, a Equipe de Planejamen-
da análise do contexto regional e geopolíti- to informa à sociedade, e particularmente às
co da UC, da identificação das áreas frágeis comunidades da UC e entorno, ao Conse-
e particularidades, e da delimitação prelimi- lho Gestor, aos governos e às mídias locais
nar da zona de amortecimento da Unidade. sobre o início das atividades de elaboração
Com base nessas informações a Equipe de do Plano de Manejo, bem como a forma
Planejamento deve organizar oficinas de como estas serão conduzidas e o seu crono-
trabalho e/ou reuniões para identificar as grama de execução.
lacunas de conhecimento sobre a UC e os O Quadro 2 a seguir mostra as princi-
principais aspectos a serem trabalhados na pais atividades desta etapa com os respecti-
sua gestão. Este é um momento de integra- vos produtos esperados.
ção das informações disponíveis.
Foto: © Sema

Ainda nessas informações a equipe


deve definir a amplitude do Plano de Ma-
nejo. Isto inclui a identificação do nível de
detalhamento do diagnóstico a partir da
perspectiva de um prazo de revisão de no
máximo cinco anos, conforme avaliação do
Órgão Gestor.
A atividade seguinte é formar a Equipe
Técnica. Para tanto, deve-se avaliar, nas di-

21
Quadro 2 - Detalhamento das atividades e produtos esperados na etapa de organização do
planejamento.
PRODUTOS E/OU
DESCRIÇÃO DA
ATIVIDADES RESULTADOS
ATIVIDADE
ESPERADOS
Formação da Equipe de Planeja- O Órgão Gestor da UC e as instituições Objetivos, justificativas,
mento. parceiras indicam formalmente técnicos amplitude do Plano, estu-
para participar da Equipe de Planejamen- dos, cronograma e prazos
to. definidos;
Avaliação dos recursos financeiros A Equipe de Planejamento define os re- Fontes de financiamento
e humanos necessários e disponí- cursos humanos e financeiros disponíveis, identificadas;
veis. além de potenciais apoiadores. Equipes e estrutura orga-
nizativa formadas.
Busca de parcerias. A Equipe de Planejamento forma a Mesa
de Cooperação e identifica os potenciais
parceiros.
Levantamento de informações A Equipe de Planejamento reúne as in-
disponíveis sobre a UC e seu en- formações disponíveis sobre a UC e seu
torno. entorno.
Definição da região e abrangência A Equipe de Planejamento identifica as
do Plano de Manejo. áreas frágeis e impactadas, as particulari-
dades da UC e a zona de amortecimento
preliminar.
Identificação dos principais aspec- A Equipe de Planejamento define o nível
tos a serem trabalhados na gestão de detalhamento do diagnóstico, identifi-
da UC e dos estudos prioritários cando as pesquisas necessárias.
necessários.
Formação da Equipe Técnica. A Equipe de Planejamento avalia os re-
cursos humanos disponíveis e elabora os
Termos de Cooperação Técnica ou Ter-
mos de Referência.
Planejamento das etapas seguin- A Equipe de Planejamento e a Equipe
tes. Técnica elaboram plano de trabalho, de-
finindo cronograma, prazos, responsá-
veis, recursos humanos e financeiros e
logística.
Divulgação do início das ativi- Informar ao Conselho Gestor da UC e à
dades de elaboração do Plano de sociedade civil em geral sobre a elabora-
Manejo. ção do Plano de Manejo.

Etapa II Cabe à Equipe Técnica, responsável


Diagnóstico da UC e Entorno pela elaboração do diagnóstico, apresentar
ao final desta etapa um documento que, ao
Visão geral: Nesta etapa será feita a integrar o Plano de Manejo da UC, possi-
caracterização da UC e de sua área de abran- bilite uma visão do seu estado atual e sua
gência a partir da coleta de dados primários e área de abrangência, e a identificação das es-
secundários, análise e sistematização das in- tratégias sobre as quais serão construídas as
formações e elaboração de relatórios temá- etapas subsequentes desse processo.
ticos, com o objetivo de auxiliar as tomadas O produto desta etapa comporá o se-
de decisão sobre o manejo e gestão da UC. gundo capítulo do Plano de Manejo da UC

22
e deverá ser constituído basicamente de a. Estrutura populacional, dinâmica
cinco itens, que devem trazer, no mínimo, demográfica, emprego e nível de
os elementos relacionados abaixo: formação;
1) Caracterização da Paisagem. Descri- b. Infraestrutura local (saúde, redes de
ção e caracterização da cobertura vegetal serviço, segurança pública, educação,
considerando: comunicação, fornecimento de ener-
a. Extensão e distribuição das fitofisio- gia elétrica, transporte etc.);
nomias; e c. Modelo de ocupação do território e
b. Mapeamento da cobertura vegetal, sua evolução;
unindo essas informações aos fatores d. Usos e ocupação do solo;
físicos gerais como relevo e hidrografia. e. Processos e cadeias produtivas;
Deverão ser descritos os fatores ambien- f. Patrimônio histórico, arqueológico e
tais e suas interações, caracterizando a cultural;
situação ambiental da área. g. Efeitos negativos da ação humana
(fogo, contaminação, introdução de
2) Características Físicas. Descrição do espécies exóticas etc.);
clima, solos, relevo/geomorfologia, ge- h. Visão das comunidades sobre a UC; e
ologia, espeleologia e hidrografia/hidro- i. Mapeamento e aspectos das institui-
logia/oceanografia, identificando e loca- ções que têm relação com a área da
lizando elementos abióticos singulares UC e entorno.
que necessitem de proteção especial ou
tratamento específico. Deve priorizar in- 5) Situação Atual de Gestão da Unida-
formações secundárias. de. Descrição da infraestrutura existente
e equipamentos, corpo técnico, sinaliza-
3) Características Biológicas. Descrição ção, orçamento, contratos, concessões,
da fauna e flora da UC e de sua área de situação fundiária e outros.
abrangência com:
a. Identificação e localização de comu- As informações e imagens geradas
nidades ou populações singulares (es- nas atividades devem ser organizadas em
pécies ameaçadas, endêmicas, raras, um Banco de Dados Georreferenciados
cinegéticas, de distribuição restrita que será disponibilizado junto com o Pla-
etc.) que necessitam de estratégias es- no de Manejo. Os Termos de Referência,
peciais de conservação; e as memórias das reuniões de planejamen-
b. Identificação das principais pressões e to, os relatórios dos especialistas com reco-
ameaças à fauna e flora locais. mendações por pesquisador/área estudada e
das expedições de campo, fotografias com
4) Características Socioeconômicas. legendas e as cópias de outros documentos
Descrição e análise dos diferentes aspec- relacionados ao processo de elaboração do
tos relacionados à ação humana no am- Plano de Manejo devem compor a lista de
biente interno e/ou no entorno das UC, anexos deste documento, pois são informa-
contendo: ções importantes.

23
Foto: © Sema/Imazon/Imaflora

Nesta etapa é fundamental a coleta de Após a sistematização dos dados co-


dados e informações com o envolvimento letados, o próximo passo consiste na va-
de colaboradores locais, representantes da lidação desses dados pelos atores locais,
área e do entorno da UC. Pode-se envolver um mecanismo considerado importante
atores-chave locais desde o início das ativi- para consolidar a participação. A valida-
dades, o que aumentará as chances de êxito ção dos dados também é uma estratégia
dos trabalhos e ajudará na replicação de in- para que a sociedade local se aproprie dos
formações, logística, sensibilização e mobi- conhecimentos sistematizados sobre seu
lização, bem como contribuirá para maior território.
legitimidade participativa. É importante ressaltar que a etapa do
Podem ser utilizadas ferramentas diagnóstico pode subsidiar a identificação
como aplicação de questionários, entrevis- de atores sociais que poderão vir a participar
tas, registros fotográficos, demarcação de do Conselho Gestor da UC.
pontos por meio de GPS, além das metodo- A Equipe Técnica responsável pela ela-
logias participativas como oficinas, reuniões boração desta etapa deve conduzi-la a partir
e seminários utilizando-se, como exemplo, das atividades detalhadas no Quadro 3.
ferramentas do Diagnóstico Rápido Partici-
pativo (Ver Box 1).

24
Quadro 3 - Detalhamento das atividades e produtos esperados na etapa de diagnóstico.
DESCRIÇÃO DA PRODUTOS/RESULTADOS
ATIVIDADE
ATIVIDADE ESPERADOS
Elaboração de propostas metodo- A Equipe Técnica reúne-se para - Metodologia proposta incluindo
lógicas. elaborar propostas de metodo- escala de mapeamento e nível de
logia (levantamentos de campo, detalhamento de informações ne-
definição de unidades amostrais cessárias;
etc.). - Unidades amostrais definidas;
- Cronograma e recursos huma-
nos e financeiros para o trabalho.
Avaliação das propostas metodoló- A Equipe de Planejamento reúne- Metodologia revisada e aprovada.
gicas. se para revisar e aprovar a meto-
dologia proposta.
Solicitação de autorizações. A Equipe Técnica submete ao Autorizações emitidas.
Órgão Gestor os pedidos de au-
torização para pesquisa, coleta e
transporte de material biológico
da UC.
Levantamento de dados secundá- A Equipe Técnica levanta as in- Dados secundários levantados.
rios. formações disponíveis na literatu-
ra e com especialistas. São apro-
fundados os temas identificados
na etapa de Organização do Pla-
nejamento.
Levantamento de dados primá- Planejamento pela Equipe Técni- Dados primários levantados utili-
rios. ca da logística das expedições de zando inventários e metodologias
campo (contatos com as institui- participativas.
ções locais, transporte, pessoal de
apoio, alimentação, hospedagem,
material e equipamentos etc.).
Organização das informações e A Equipe Técnica organiza as in- - Banco de dados e imagem geor-
material coletado. formações e material coletados. referenciados;
- Banco de informações secundá-
rias organizado;
- Material coletado depositado em
coleções (aplicável para levanta-
mentos biológicos).
Análise das informações. - Elaboração de relatórios temáti- Relatórios temáticos elaborados.
cos pelos pesquisadores da Equipe
Técnica;
- Análise e avaliação dos relatórios
pela Equipe de Planejamento.
Oficina com a Equipe Técnica, Validação dos resultados do diag- Diagnóstico validado.
Equipe de Planejamento e repre- nóstico. Dependendo das carac-
sentantes locais. terísticas da UC, a oficina pode
acontecer exclusivamente para
validação do diagnóstico ou ser
integrada com as etapas de Avalia-
ção Estratégica e Identificação de
Estratégias.
Consolidação do diagnóstico. Elaboração, pela Equipe Técnica, Capítulo 2 do Plano de Manejo
do diagnóstico consolidado da elaborado.
UC.

25
Box 1
Ferramentas de levantamento de dados para o diagnóstico.

FERRAMENTA DESCRIÇÃO/OBJETIVO PRODUTO/TEMA

Mapa Falado É uma ferramenta para a coleta de informações Mapa com a localização de mora-
baseada na percepção e conhecimento que os dias, roçados, pontos de caça, pesca,
indivíduos e/ou grupos têm do espaço em que coleta de não-madeireiros e madei-
vivem. Na construção do mapa podem ser uti- reiros, além de pontos estratégicos
lizadas imagens de satélite e/ou desenhos feitos para turismo como cachoeiras, gru-
pelos próprios moradores. tas, cavernas etc.
Este tipo de mapeamento permite identificar e Durante a elaboração deste mapa
discutir diversos aspectos de forma ampla, bem várias informações podem ser ob-
como visualizar diferentes alternativas para a tidas, como: recursos naturais usa-
solução de um problema. dos, existência de problemas am-
Esta é uma ferramenta típica para a primeira bientais, situação fundiária, formas
fase do levantamento de informações. de ocupação da área, tipos de solo,
as potencialidades e limitações da
área, entre outras.
Mapeamento É o georreferenciamento (com GPS), através de Mapa com a localização de mora-
Participativo de visitas in locu, das áreas de uso atual e potencial dias; áreas de caça, pesca, extrativis-
Áreas de Uso para UC (cachoeiras, grutas, cavernas, serras, en- mo de madeireiros e não-madeirei-
tre outras). ros, lazer, invasão etc.
Esse georreferenciamento aloca as informações de Identificação das áreas de Pressão
forma espacial, permitindo a elaboração de mapas na Unidade.
de uso e potencialidades, que auxiliarão o zonea- Mapa de potencialidades.
mento da UC.
Pode ser realizado após o Mapa Falado.
É muito importante a participação de morado-
res locais na identificação das áreas.
Calendário Sazonal É uma ferramenta que permite organizar e Informações sobre variações climá-
analisar todas as atividades relacionadas com o ticas, etapas de cultivo, ocupação de
tempo. mão de obra, ocorrências relacio-
Pode-se fazer uma relação com as questões nadas a essas alterações climáticas
climáticas (período de enchentes, secas), cul- (doenças, incêndios e outras), fes-
turais (festividades, feiras agropecuárias etc.), tas, produção agrícola, período de
atividades de trabalho, meio ambiente, produ- extrativismo etc.
ção e comercialização dos diferentes sistemas
produtivos, entre outras.
Estas informações facilitam a implementação
de projetos e programas junto aos moradores,
de forma a não conflitar com as demais ativi-
dades, além de propiciar maior entendimento
quanto ao trabalho e cadeias produtivas da re-
gião.

26
Foto: © Sema

Linha do Tempo A linha do tempo é uma técnica utilizada para Histórico de ocupação, desmata-
escrever a história de um grupo e/ou comuni- mento, relações de trabalho, con-
dade. flitos, violências, qualidade de vida,
Permite identificar os principais fatos ocorridos quantidade de pessoas, entre ou-
em um determinado local considerando a tempo- tras.
ralidade.
Diagrama de Venn É utilizado para a identificação das instituições Panorama dos grupos e/ou organi-
atuantes nas áreas de estudo e verificação de zações que têm relação com a Uni-
sua importância e efetiva participação junto à dade. Localização desses grupos e/
comunidade. ou organizações de acordo com
Permite levantar as principais instituições e/ou suas características de atuação e re-
grupos sociais que direta e/ou indiretamente lações existentes. Informações para
têm relação com a Unidade e seu entorno e o diagnóstico institucional que irá
identificar como se dão essas relações (qualida- subsidiar a formação de conselhos
de, quantidade) e parcerias locais.
Entrevista É o levantamento de informações a partir de Informações pessoais, histórico de
perguntas e respostas. ocupação, origem, renda, produ-
As entrevistas podem ser: ção, área ocupada, pesca, caça etc.
• Estruturadas - quando o entrevistador se-
gue um questionário elaborado previamen-
te;
• Semi-estruturadas - conversas com infor-
mantes-chave baseadas em um roteiro deter-
minado anteriormente; e
• Não-estruturadas – conversas livres com o
informante sem seguir um questionário ou
roteiro determinado.
Praticamente todas as informações dos diag-
nósticos podem ser coletadas por meio de
questionários. Em diagnósticos de fauna e flora
podem-se usar figuras e fotos para a identifi-
cação.
Avaliação Ecológica É o levantamento de informações rápidas sobre Diagnóstico dos espécimes.
Rápida a fauna e a flora por meio de observação direta Potencial ecológico e econômico.
ou da identificação de pegadas, sons etc.
Permite identificar o potencial ecológico e eco-
nômico da área por meio do inventário dos es-
pécimes da fauna e flora.
É realizada por meio de unidades amostrais. A
amostra deve ter qualidade e representativida-
de que permitam análises estatísticas e extrapo-
lação espacial.

27
Etapa III zoneamento e programas de manejo; 2) ava-
Avaliação Estratégica liação da categoria de manejo e dos limites
da UC; 3) identificação das peculiaridades
Visão geral: Nesta etapa será realiza- da UC e de sua importância para o Sistema
da a avaliação estratégica da situação atual da de Unidades de Conservação; e 4) discussão
UC, com a finalidade de elaborar a análise in- das potencialidades de uso dos recursos na-
tegrada do diagnóstico, que subsidiará a etapa turais da UC (turismo, extrativismo, manejo
seguinte de Identificação de Estratégias. florestal, pesca, caracterização de produtos e
serviços ambientais etc.) (Quadro 4).
A atividade inicial é o planejamento A partir dessa oficina a Equipe Téc-
das estratégias e metodologias de trabalho nica deve consolidar o texto com a Análise
pela Equipe de Planejamento e Equipe Téc- Integrada do Diagnóstico com os elementos
nica. Em seguida, a Equipe Técnica deve acima especificados, sendo observados os
proceder com a Oficina de Avaliação Estra- seguintes critérios: representatividade, uni-
tégica do Diagnóstico, quando, por meio cidade, raridade, fragilidade, diversidade, es-
de metodologias participativas (Ver Box 2), pécies ameaçadas, endemismos e valores so-
serão realizadas: 1) análise das debilidades, ciais, culturais e econômicos. É importante
ameaças, forças e oportunidades de gestão que todas essas informações sejam também
da UC, a qual, por meio da avaliação inte- apresentadas em mapas, de modo a subsidiar
grada da situação, subsidiará as propostas de as decisões de manejo e gestão da UC.
Quadro 4 - Detalhamento das atividades e produtos esperados na etapa de avaliação es-
tratégica.
DESCRIÇÃO DAS PRODUTOS/RESULTADOS
ATIVIDADES
ATIVIDADES ESPERADOS
Reunião para planejamento da eta- Planejamento, pela Equipe de Estratégias e métodos planejados.
pa. Planejamento e Equipe Técnica,
das estratégias e metodologias a
serem utilizadas.
Oficinas de avaliação estratégica do - Análise das debilidades, ame- Subsídios para a Análise Integra-
diagnóstico3, a serem realizadas pela aças, forças e oportunidades de da.
Equipe Técnica, com a participação gestão da UC;
da Equipe de Planejamento e de - Análise da categoria de manejo
atores-chave e instituições de im- e dos limites da UC;
portância reconhecida para a UC, - Identificação das peculiarida-
além do Conselho Gestor. des da UC e a sua importância
para o Sistema de Unidade de
Conservação;
- Discussão das potencialidades
identificadas na etapa de diag-
nóstico.
Consolidação do produto da etapa. A Equipe Técnica reunirá as in- Análise Integrada do Diagnóstico,
formações levantadas na etapa que comporá o Capítulo 2 do Pla-
para elaborar o texto da Análise no de Manejo.
Integrada do Diagnóstico.
3
Dadas as dificuldades logísticas que envolvem as ações na maioria das UC, pode ser conveniente que essa atividade seja
realizada em conjunto com as oficinas de planejamento da etapa de Identificação de Estratégias.

28
Foto: © Sema
Box 2
Ferramentas de análise de dados.

FERRAMENTA OBJETIVO/ DESCRIÇÃO PRODUTOS/TEMAS


Matriz FOFA Analisar e discutir a situação atu- Análise estratégica do ambiente:
al da UC e as propostas de ações 1) Interno da UC (influenciáveis por ela):
estratégicas. A partir desta ferra- 1.1) forças: aspectos vantajosos.
menta, os cenários são cruzados a 1.2) fraquezas: aspectos que precisam ser
fim de identificar os objetivos es- melhorados.
tratégicos do planejamento. 2) Externo da UC (não influenciáveis por
ela):
2.1) oportunidades: aspectos favoráveis ao
alcance dos objetivos.
2.2) ameaças: aspectos que dificultarão o
alcance dos objetivos.
Árvore de Problemas Analisar a relação causa-efeito de Identificação das causas primárias de um
vários aspectos de um problema problema com a finalidade de estabelecer
previamente determinado. As raí- o que será o ponto de partida para a busca
zes da árvore simbolizam as causas de soluções.
do problema; o próprio problema
se encontra no tronco; e os galhos
e as folhas representam os efeitos.
Matriz de Priorização Estabelecer prioridades. Permite, de Estabelecimento de uma hierarquia dos
maneira fácil, priorizar os problemas problemas identificados que permita aos
identificados durante o diagnóstico atores locais, comunidade e parceiros con-
conforme sua importância e ou ur- centrarem naqueles que consideram mais
gência. importantes.
Anotar os problemas identificados
durante a primeira fase do diag-
nóstico em uma matriz e depois
relacioná-los perguntando ao gru-
po qual a relação de um sobre o
outro.
Matriz de Influência Estabelecer a influência que um Visão sistêmica referente a um projeto de
elemento exerce sobre outro e mudança. As intervenções são estruturadas
como é afetado por este. Possibi- a partir dos efeitos que poderão ter em di-
lita definir uma estratégia de atu- ferentes sistemas.
ação em função dos impactos que
poderão ser gerados.

29
Etapa IV a. Missão e Visão de Futuro da UC;
Identificação de Estratégias b. Objetivos do Plano de Manejo;
c. Zoneamento;
Visão Geral: Nesta etapa são elabo- d. Programas de Manejo; e
radas diretrizes e identificadas estratégias de e. Cronograma de Execução do Plano
gestão que possibilitem alcançar a missão e de Manejo.
a visão de futuro da UC e os objetivos do O Quadro 5 a seguir descreve as ativi-
Plano de Manejo. dades e os produtos desta etapa.

Para atingir os objetivos desta etapa, a. Missão e Visão de Futuro da UC


a Equipe de Planejamento e a Equipe Téc- A missão e a visão de futuro da UC
nica definirão as metodologias de trabalho norteiam a identificação dos objetivos do
e realizarão oficinas de planejamento parti- Plano de Manejo.
cipativo a partir das informações levantadas A missão expressa o motivo de criação
na etapa de Avaliação Estratégica. Essas ati- da UC, representando a sua unicidade den-
vidades devem envolver os diferentes atores tro do Sistema Estadual e Nacional de Uni-
que compõem a estrutura organizacional de dades de Conservação, sendo o mais alto
elaboração do Plano de Manejo. nível hierárquico no planejamento. Pode
Ao final, caberá à Equipe Técnica ser mais bem definida com base nas caracte-
consolidar os produtos desta etapa, elabo- rísticas sistematizadas na Análise Integrada
rar e apresentar para avaliação da Equipe do Diagnóstico, subsidiando os próximos
de Planejamento o Capítulo 3 do Plano de passos desta etapa de Identificação de Estra-
Manejo da UC, que deverá ser constituído tégias.
basicamente de cinco itens:

Quadro 5 - Detalhamento das atividades e produtos esperados na etapa de identificação


de estratégias.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDA- PRODUTOS/RESULTADOS
ATIVIDADES
DE ESPERADOS
Planejamento das atividades da A Equipe de Planejamento e a Estratégias e metodologias identi-
etapa. Equipe Técnica identificam es- ficadas.
tratégias e metodologias para a
execução das atividades da etapa.
Oficinas de planejamento da UC, - Construção da missão e da vi- Missão e visão, objetivos do plano,
a serem realizadas pela Equipe são de futuro da UC; zoneamento e programas de ma-
Técnica, com a participação da - Definição dos objetivos do Pla- nejo elaborados.
Equipe de Planejamento e de ato- no de Manejo;
res-chave locais e regionais e ins- - Elaboração do zoneamento
tituições de importância reconhe- preliminar da UC;
cida para a UC, além do Conselho - Identificação e construção dos
Gestor. programas de manejo.
Consolidação dos produtos da A Equipe Técnica consolidará Capítulo 3 do Plano de Manejo
etapa e elaboração do Capítulo 3 todas as informações, definições elaborado.
do Plano de Manejo e diretrizes resultantes da etapa.

30
A visão de futuro, por sua vez, repre-
senta o cenário desejado para a UC em lon-
go prazo (10-15 anos), considerando a sua
missão, e sintetiza os anseios e as expectati-
vas dos diferentes atores envolvidos em seu
planejamento. Ela deve indicar aonde se
quer chegar e deve ser de fácil compreen-
são, pois é o passo inicial na construção das
estratégias de ação do Plano de Manejo.

b. Objetivos do Plano de Manejo


Os objetivos do Plano de Manejo
apontam as prioridades de gestão para o
período de vigência do Plano, compondo
o alicerce de formulação dos programas de
manejo.
De maneira geral, os objetivos do Pla-
no de Manejo devem:
• Direcionar a UC para alcançar sua visão
de futuro no longo prazo;
• Vincular-se às situações específicas da
UC, buscando êxito para as ações mais
urgentes;
• Refletir a situação a ser alcançada duran- Foto: © Sema

te a vigência do Plano;
• Manter estreita relação com os objetivos a área em zonas, que possuem objetivos e
da categoria de manejo e sua missão; normas específicas, a fim de proporcionar
• Ser revisados a cada novo ciclo de gestão os meios e as condições para atingir os ob-
da UC; jetivos de conservação da UC (Lei Federal
• Considerar as limitações, fortalezas e a Nº. 9.985/2000). Neste sentido, o zonea-
capacidade de gestão da UC; mento é parte da estratégia para se alcançar
• Considerar a dinâmica socioambiental a missão e a visão de futuro.
da UC; e De um modo geral, o zoneamento
• Conduzir a resultados concretos de ges- pode ser definido como o ordenamento
tão. territorial da UC, e prevê a definição de
normas para as diferentes zonas em ter-
c. Zoneamento mos de proteção e uso dos recursos natu-
O zoneamento é uma das mais im- rais e culturais, benefícios e uso humano,
portantes ferramentas do Plano de Manejo. usos para visitação e pesquisa, acesso, fa-
Por meio dele, os diferentes atores envol- cilidades e desenvolvimento, manutenção
vidos na elaboração do Plano organizam e operações. Por meio do zoneamento, os

31
limites de uso e desenvolvimento aceitá- • Identificar áreas degradadas para a sua
veis são estabelecidos. recuperação; e
Este Roteiro adaptou o princípio do • Identificar áreas para manejo sustentável
zoneamento por condição, que reflete como dos recursos naturais.
se almeja manter a condição do ambiente É importante salientar que o zonea-
natural nas diferentes zonas da UC a partir mento é um instrumento que deve facilitar
da regulamentação das atividades humanas, a gestão da UC e que, portanto, deve pre-
porém, sem uma classificação dessas ativi- ver objetividade na seleção das zonas, bem
dades por zonas, mas pela caracterização do como na sua delimitação, a fim de evitar di-
nível de intervenção que se pode realizar ficuldades na gestão.
(Quadro 6). No Quadro 6 estão relacionados al-
Sendo assim, pode ser necessário fa- guns critérios a serem considerados na es-
zer um detalhamento das zonas no que se colha das zonas:
refere à identificação de áreas especiais ou Os critérios devem ser identificados
setores dentro de cada uma delas, definin- e ponderados, possibilitando o estabele-
do, por exemplo, as áreas de moradia e uso cimento de prioridades e considerando
comunitário, de visitação e de concessão sua compatibilidade com quatro níveis
florestal, com base nos tipos de atividades. de intensidade de intervenção: nenhuma,
Considerando as especificidades de cada ati- baixa, média e alta (Ver Quadro 8 com
vidade, as normas não são necessariamente identificação dos tipos de zona). Para cada
homogêneas para uma mesma zona. zona deve ser realizada a convergência
As zonas são definidas, basicamente, dos critérios (de acordo com as priorida-
com os seguintes objetivos: des e intensidade de intervenção) e opor-
• Proporcionar proteção para a biodiver- tunidades identificadas (acessibilidade,
sidade (habitats, ecossistemas, processos visitação, pesquisa, entre outros), bem
ecológicos, espécies da fauna e da flora); como identificadas suas particularidades
• Garantir as áreas de uso das populações e normas.
tradicionais; Para a definição da zona de amorte-
• Identificar áreas para a visitação; cimento deve-se observar os critérios deta-
• Proteger regiões de interesse histórico- lhados no Quadro 7, podendo ser utilizada
cultural e patrimônio arqueológico; a metodologia descrita no Box 3.
Foto: © Sema

32
Quadro 6 - Critérios para a seleção das zonas (Adaptado de IBAMA, 2002).
EXEMPLOS DE MATERIAIS
CRITÉRIOS DE ZONEAMENTO
PARA ANÁLISE
• Fragilidades do meio físico. Mapa de relevo
Mapa de solos
Mapa de vegetação
Mapa de cachoeiras e corredeiras
Mapa de desmatamento
• Grau de conservação da vegetação. Mapa de vegetação
Mapa de desmatamento
• Representatividade de ecossistemas, habitats e/ou Mapa de vegetação
fitofisionomias.
• Habitats únicos (ou muito raros). Mapa de vegetação
• Riqueza e/ou diversidade de espécies. Mapa de riqueza de espécies
• Presença de espécies de interesse para a conservação Mapa de riqueza de espécies
(ameaçadas – IUCN, Brasil e Estado -, de distribui- Modelagem
ção restrita, raras, endêmicas para a Amazônia ou para Mapa de áreas prioritárias para a conservação
a região, espécies recém-descobertas – novas - ou que
ainda não haviam sido registradas para o Brasil, para a
região ou para o Estado).
• Presença de espécies de fauna de interesse econô- Modelo de ocorrência das espécies cinegéticas /
mico ou cinegéticas. pressão de caça
• Áreas degradadas ou com predomínio de espécies Mapa de desmatamento
exóticas.
• Áreas com programas de conservação / pesquisa. Base de dados do órgão gestor
• Sítios naturais de beleza cênica. Mapa de cachoeiras
Inventário turístico
Plano de uso público
• Potencial de visitação (recreação, lazer, ecoturismo Diagnóstico do potencial para visitação
e outros segmentos do turismo). Plano de uso público
• Presença de conectividade de florestas, indicando Mapa de vegetação
corredores de biodiversidade. Zoneamento das UC do entorno, no caso de mo-
saico
• Presença de sítios arqueológicos/paleontológicos. Diagnóstico socioeconômico
• Potencial para manejo de produtos florestais e não- Mapa de acessibilidade madeireira (potencial)
florestais, recursos pesqueiros, recursos faunísticos, Diagnóstico socioeconômico
exploração mineral. Mapa de uso do solo
• Presença de infraestrutura. Diagnóstico socioeconômico
Mapa de estradas
• Presença de população tradicional. Diagnóstico socioeconômico
• Área de uso dos recursos naturais pela população Diagnóstico socioeconômico
tradicional. Mapa de uso comunitário

33
Quadro 7 - Critérios para a definição da zona de amortecimento (Adaptado de IBAMA,
2002).
CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO
a. As microbacias dos rios que fluem para a UC e, quando possível, considerar os seus divisores de água
e cabeceiras.
b. Áreas de recarga de aquíferos.
c. Locais de nidificação ou de pouso de aves migratórias.
d. Locais de desenvolvimento de projetos e programas federais, estaduais e municipais que possam afetar
a UC (assentamentos, projetos agrícolas, polos industriais, grandes projetos privados e outros).
e. Áreas úmidas com importância ecológica para a UC.
f. Unidades de Conservação em áreas contíguas - consideradas área tampão por si só, não havendo neces-
sidade de definir limites nem estabelecer regras.
g. Áreas naturais preservadas, com potencial de conectividade com a UC (Área de Preservação Permanen-
te, Reserva Legal e outras).
h. Remanescentes de ambientes naturais próximos à UC que possam funcionar como corredores ecoló-
gicos.
i. Sítios de alimentação, descanso/pouso e reprodução de espécies que ocorrem na UC.
j. Áreas sujeitas a processos de erosão, de escorregamento de massa, que possam vir a afetar a integridade
da UC.
k. Áreas com risco de expansão urbana ou presença de construção que afetem aspectos paisagísticos notá-
veis junto aos limites da UC.
l. Ocorrência de acidentes geográficos e geológicos notáveis ou aspectos cênicos próximos à UC.
m. Sítios arqueológicos e paleontológicos.
CRITÉRIOS PARA NÃO INCLUSÃO
a. Áreas urbanas já estabelecidas.
b. Áreas estabelecidas como expansões urbanas pelos Planos Diretores Municipais ou equivalentes legal-
mente instituídos.

Box 3
Orientação para definição da zona de amortecimento

Para a definição da zona de amortecimento, deve-se:


• Iniciar a análise pelo entorno (perímetro de 10 quilômetros ao redor da UC definido
na Resolução do CONAMA Nº. 013/1990).
• Verificar limites com outras áreas protegidas (UC, Terras Indígenas e Quilombolas),
observando coerência com as zonas já estabelecidas nessas áreas e o nível de conser-
vação de áreas adjacentes, inclusive propiciando o estabelecimento de corredores.
Foto: © Sema

34
Para a delimitação das zonas devem Os tipos de zona para o planejamento das
ser priorizados os limites do meio físico de UC estaduais do Pará incluem (Quadro 8):
modo a facilitar a identificação em campo. • Zona de Intervenção Nula
Estes incluem rios, bacias, relevos e aciden- É uma zona de alta prioridade para
tes geográficos, fitofisionomias e também a conservação. Seu objetivo é preservar
informações da ocupação humana no am- integralmente os ecossistemas e recursos
biente. Essas informações são oriundas dos genéticos, garantindo a manutenção dos
dados coletados para o diagnóstico e devem serviços ambientais. Não é permitida a
ser disponibilizadas espacialmente. remoção da cobertura vegetal e nenhu-
O Box 4 apresenta exemplos de me- ma alteração do ambiente. Nessas áreas
todologias para delimitação de zonas. somente é permitida a pesquisa científi-
A seleção dos tipos de zona depende- ca, caso esta não possa ser realizada em
rá da categoria de manejo e das particula- outras áreas. Possui o mais alto grau de
ridades de cada UC. E, para as zonas onde preservação de uma UC.
existam diferentes atividades, pode ser ne- Deve-se evitar zonas de intervenção
cessário definir áreas especiais ou setores, nula nas áreas mais externas da UC, a
estabelecendo normas específicas para seu não ser em casos onde sejam limítrofes
uso. com outras UC.
Foto: © Sema/Imazon/Imaflora

Box 4
Metodologias/ferramentas para
o zoneamento.

FERRAMENTA DESCRIÇÃO PRODUTOS/TEMAS


Avaliação Multicritério É a técnica que utiliza múltiplas camadas de Modelos de viabilidade para cada
(AMC). informação para a solução de problemas de zona.
alocação/viabilidade de um objetivo. Mapa com os limites de cada
zona.
Marxan É uma ferramenta que pode ser utilizada em Mapa indicando diferentes níveis
diversas etapas do planejamento sistemático de importância para os alvos de
para a conservação. No caso do zoneamento, conservação
pode ser uma importante ferramenta para
indicar áreas importantes (insubstituíveis)
para os alvos de conservação selecionados
(biodiversidade, fitofisionomias, geologia,
hidrografia etc.). Trabalha com a minimiza-
ção dos custos para se chegar a uma solução
ótima de conservação.
Convergência/pondera- É uma ferramenta de análise na qual se pon- Tabela de apoio à análise de cri-
ção dos critérios versus dera os critérios levantados para identifica- térios para a determinação de zo-
zonas ção de particularidades de uma zona (ou sua nas.
vocação). Nesta ferramenta podem ser es-
tabelecidos três ou mais níveis de afinidade
(baixo, moderado, alto) e gerada uma tabela
de cruzamento das zonas propostas com os
critérios identificados nas áreas.

35
• Zona de Baixa Intervenção dade para a conservação e, sempre que
É uma zona de prioridade média a alta possível, na periferia da UC. Pode ser
para a conservação. Seu objetivo é a pre- constituída por áreas naturais conserva-
servação do ambiente natural, sem re- das e por áreas antropizadas.
moção da cobertura vegetal, permitindo
apenas atividades de baixo impacto que • Zona de Recuperação
não alterem o ambiente. Contém áreas O objetivo desta zona é deter a degra-
que tenham sofrido pouca ou nenhuma dação dos recursos e recuperar a área. É
intervenção humana. uma zona provisória composta por áre-
as consideravelmente antropizadas que,
• Zona de Intervenção Moderada uma vez recuperadas, serão incorporadas
É uma zona de prioridade média a alta novamente a uma das zonas permanen-
para a conservação. Seu objetivo é garantir tes. A recuperação poderá ser natural ou
a conservação da natureza, permitindo o induzida.
uso sustentável dos recursos naturais por
meio de atividades que não alterem as ca- • Zona Conflitante
racterísticas do ambiente e da paisagem. O objetivo desta zona é minimizar
Para a seleção das atividades compatíveis os impactos sobre a UC, resultantes das
deve-se avaliar o tipo de tecnologia em- atividades não-compatíveis com os obje-
pregada, a frequência e intensidade do uso tivos da sua categoria de manejo.
do recurso e as normas de gestão, que de- São áreas ocupadas por empreendi-
vem conduzir aos objetivos da zona. mentos de utilidade pública, como cap-
Considerando as diferentes ativida- tação de água, linhas de transmissão, an-
des que podem ser implementadas nesta tenas, barragens e outros.
zona, pode ser necessário definir áreas
especiais ou setores, estabelecendo nor- • Zona de Ocupação Temporária
mas específicas para seu uso. O objetivo desta zona é a manutenção
e o monitoramento do ambiente natural
• Zona de Alta Intervenção das áreas que concentram os locais de
O objetivo desta zona é harmonizar a moradia e uso de populações humanas.
infraestrutura de apoio à gestão da UC e Tem caráter provisório e, depois de rea-
uso dos recursos naturais compatíveis a sua locadas as populações, deverá ser incor-
categoria de manejo com a conservação da porada a outra zona.
área. Nela serão concentradas as atividades
que geram maior intervenção no ambien- • Zona de Amortecimento
te natural e que podem requerer remoção O objetivo desta zona é minimizar os
temporária ou permanente da vegetação, impactos negativos sobre a Unidade, re-
modificando, desta forma, as característi- sultantes das atividades humanas no seu
cas do ambiente e da paisagem. entorno. Esta zona está sujeita a normas
É desejável que esta zona esteja loca- e restrições específicas que deverão ser
lizada em áreas de baixa a média priori- estabelecidas no Plano de Manejo.

36
Quadro 8 - Tipos de zonas conforme o grau de intervenção humana e suas principais
atividades compatíveis.
VENÇÃO
INTER-

NOME
OBJETIVOS CARACTERÍSTICAS Exemplos de Atividades
PRINCIPAIS PRINCIPAIS Compatíveis

Proteger integralmente Zona de alta prioridade para a conser- • Pesquisa científica, de acordo
Intervenção
Nenhuma

Zona de

os ecossistemas e seus vação, onde se encontram áreas naturais com as normas da zona.
Nula

recursos genéticos. preservadas sem alterações humanas.

Preservar o ambien- Zona de prioridade média a alta para a • Pesquisa científica;


Intervenção
Zona de

te natural, permitindo conservação, onde se encontram pouca • Visitação de baixo impacto,


Baixa
Baixa

atividades de baixo im- ou nenhuma intervenção humana. sem instalação de infraestrutura


pacto que não alterem o e equipamentos; e
ambiente. • Educação ambiental
Compatibilizar a con- Zona de prioridade média a alta para a • Pesquisa científica;
servação da natureza conservação. As atividades nesta zona • Visitação;
Intervenção
Moderada
Moderada

Zona de

com o manejo susten- não devem modificar as características Educação ambiental;


tável dos recursos na- do ambiente e da paisagem. É constitu- • Uso múltiplo dos recursos
turais. ída em sua maior parte por áreas con- florestais madeireiros e não-
servadas, podendo apresentar áreas com madeireiros; e
alterações antrópicas. • Pesquisa mineral.
Harmonizar as ativida- Constituída por áreas naturais conser- • Infraestrutura de administra-
des de gestão da UC e vadas e por áreas antropizadas, onde ção da UC (oficinas, alojamen-
uso dos recursos natu- serão admitidas as atividades de maior tos, postos e outros);
rais com a conservação impacto, que alteram as características • Instalação de infraestrutura
da área. do ambiente e da paisagem. É desejável e equipamentos para visitação
Intervenção

que esta zona esteja localizada em áreas intensiva ;


Zona de

de baixa a média prioridade para a con- • Educação ambiental;


Alta
Alta

servação e, sempre que possível, na peri- • Uso múltiplo dos recursos


feria da UC. florestais madeireiros e não-
madeireiros;
• Moradia das populações;
• Pesquisa Científica;
• Pesquisa mineral; e
• Exploração mineral.
Deter a degradação dos Área antropizada na UC que necessita • Pesquisa Científica;
Recuperação

recursos e recuperar a de recuperação ambiental. É uma zona • Interpretação; e


Zona de

qualidade ambiental da provisória que, uma vez recuperada, será • Recuperação de áreas altera-
área. incorporada novamente a uma das zonas das.
permanentes.

Minimizar os impactos Áreas ocupadas por empreendimentos • Manutenção e proteção das


Conflitante

sobre a UC resultan- de utilidade pública que são incompa- infraestruturas relativas aos
Zona

tes das atividades não- tíveis com os objetivos da UC, como empreendimentos de utilidade
compatíveis com os ob- barragens, linhas de transmissão, dentre pública;
jetivos da sua categoria outros. • Educação ambiental; e
de manejo. • Pesquisa científica.
Variada

Manutenção e monito- Áreas que concentram os locais de mo- • Educação Ambiental; e


Temporária

ramento do ambiente radia e uso das populações humanas Esta • Monitoramento ambiental.
Ocupação
Zona de

natural de áreas com tem caráter provisório e, depois de realo-


concentração de popu- cadas as populações, deverá ser incorpo-
lações humanas e suas rada a outra zona.
áreas de uso.
Minimizar os impactos Área externa aos limites de uma UC, na • Atividades sujeitas a nor-
Amortecimento

negativos sobre a Uni- qual as atividades humanas estão sujeitas mas e restrições estabelecidas
Zona de

dade, resultantes das a normas e restrições específicas. no plano de manejo da UC e


atividades humanas no atendendo às especificidades
seu entorno. de licenciamento do órgão am-
biental.

37
A descrição das zonas de uma UC deve como, principalmente, na visão funcional
ser sintetizada em um quadro ou texto e apre- de que integram um sistema de gestão para
sentar, no mínimo, os elementos abaixo: o alcance da missão e visão da UC.
Este Roteiro identifica sete programas
a. Nome da zona; de manejo para as UC estaduais do Pará
b. Descrição dos limites, percentual e quan- (Figura 4), que devem ser organizados em
titativo de área em relação à área total da forma de quadro e/ou texto, elencando seu
UC; objetivo e subprogramas correspondentes.
c. Caracterização geral da zona (meios físi- Para os subprogramas devem ser definidos,
co e biótico, atividades existentes); ainda, o objetivo, os indicadores, as metas,
d. Principais conflitos; e as ações estratégicas e as instituições parcei-
e. Normas de uso (usos permitidos, restri- ras (Quadro 9).
ções, regras, manejo). Os programas serão definidos tanto
para a UC como para sua zona de amorte-
No caso das UC de uso sustentável, é cimento, e devem ser aplicados de acordo
importante o envolvimento de atores-chave com a categoria de manejo da UC.
na elaboração das normas de uso de acordo Os indicadores e as metas estão di-
com o objetivo de cada zona. retamente ligados ao objetivo do subpro-
grama, sendo que o primeiro define como
d. Programas de Manejo medir (percentual, número de eventos etc.)
Os programas de manejo represen- e o segundo expressa o nível desejado para o
tam o mecanismo de organização e opera- alcance dos objetivos. As metas constituem
cionalização dos objetivos definidos para a base para o monitoramento e avaliação e
o Plano de Manejo, constituindo-se, deste são caracterizadas por serem mensuráveis
modo, o foco de atuação do órgão gestor da no espaço e no tempo. As ações estratégicas
Unidade. Eles têm identidade própria, mas serão detalhadas na forma de tarefas apenas
devem ser complementares entre si, tanto durante a formulação dos Planos Operati-
na disponibilidade e utilização de recursos vos Anuais (POA) da UC.

Quadro 9 - Elementos dos programas de manejo.


Nome do programa
Objetivo do Programa
Indica os benefícios que se pretende alcançar com a execução do programa
Nome do Subprograma
Objetivo: Indicadores:
Indica como o subprograma vai contribuir para o al- Define como medir o alcance do objetivo.
cance dos objetivos do programa Metas:
Definem o nível de desempenho ou a taxa de me-
lhoria esperada com a consecução do objetivo.
Ações Estratégicas: Instituições Parceiras:
Apresenta o conjunto de ações que precisam ser de- Elenca as instituições potencialmente parceiras para
senvolvidas para atingir o objetivo do subprograma. a execução das ações.

38
Figura 4 - Programas e subprogramas para a operacionalização dos planos de manejo das Unidades de Conservação Estaduais do Pará.

39
Descrição dos Programas e manejo. Neste componente poderão
Subprogramas de Manejo ser previstos ainda a construção e/ou
melhoria de infraestrutura, como sede
Programa 1: Gestão da Unidade administrativa, alojamentos, centros
O objetivo deste programa é garantir o fun- de pesquisa, centros de visitantes, si-
cionamento da UC, a organização e con- nalização indicativa e informativa etc.,
trole dos seus processos administrativos e além de estradas e trilhas de acesso e
financeiros, e traçar estratégias para a im- uso público.
plementação do Plano de Manejo, além do
estabelecimento e manutenção das infraes- Subprograma 1.3. Ordenamento
truturas, o ordenamento fundiário, a divul- Fundiário
gação da UC e a capacitação continuada dos Descrição: Este subprograma de-
técnicos. fine estratégias para o ordenamento
fundiário, em conjunto com outros
Subprograma 1.1. Administração órgãos competentes, quando neces-
Descrição: Neste subprograma é sário, e por meio de diversos instru-
executado o conjunto de medidas mentos como contratos de concessão
necessárias à organização e controle de direito real de uso, ações de rema-
administrativo da UC, incluindo a nejamento, termos de compromisso,
elaboração de orçamentos, adminis- desapropriação e indenização, entre
tração financeira da Unidade, o con- outras medidas. O subprograma tam-
trole de receitas e despesas, fluxo de bém abordará questões referentes a
caixa, monitoramento e fiscalização áreas de sobreposição com Terras In-
de contratos, controle de almoxari- dígenas e Quilombolas.
fado etc., que viabilizarão o funcio-
namento da Unidade. Além disso, Subprograma 1.4. Sustentabilida-
deve identificar as estratégias para a de Financeira
implementação do Plano de Manejo, Descrição: Este subprograma é res-
como o quadro funcional necessário, ponsável pela captação de recursos fi-
terceirização de serviços, convênios, nanceiros, seja por meio de parcerias
acordos de cooperação e, quando for ou projetos, e a identificação de opor-
o caso, administrar os recursos prove- tunidades de negócios, seja por meio
nientes de compensação ambiental. de concessões de uso público ou ex-
ploração madeireira, ou de projetos de
Subprograma 1.2. Infraestruturas pagamentos por serviços ambientais.
e Equipamentos
Descrição: Este subprograma trata da Subprograma 1.5: Comunicação
aquisição, instalação e manutenção da Descrição: Contempla ações voltadas
estrutura física e equipamentos ade- à divulgação da UC, tanto interna ao
quados ao atendimento das atividades Órgão Gestor como externa (socieda-
previstas pelos demais programas de de civil em geral e outras instituições

40
de interesse), por meio da elaboração às necessidades identificadas no diag-
de matérias para os meios de comuni- nóstico. Neste subprograma serão de-
cação, como rádio, televisão, internet finidas as pesquisas e os estudos para
e outros; página da UC na internet; e subsidiar a proteção e o manejo ade-
elaboração de materiais promocionais, quado da UC, além de subsídios para
como outdoor, folders, cartazes, carti- as revisões dos Planos de Manejo. É
lhas, jornais etc. Este subprograma é responsável também por implantar
ainda responsável pela organização de um sistema permanente de fomento a
eventos de divulgação e aproximação linhas de pesquisa científica prioritá-
da UC com as comunidades locais e rias para a UC, por meio de convênios
sociedade civil em geral, exposições e acordos de cooperação com univer-
sobre a UC, confecção de materiais sidades e instituições de pesquisa,
necessários para eventos como reuni- organismos nacionais/internacionais,
ões, palestras, congressos, fóruns etc., empresas privadas e fundações. Ou-
visitas a escolas, empresas, institui- tras atividades como o refinamento
ções, entre outras. do zoneamento para determinação de
áreas focais de pesquisa e o estabeleci-
Subprograma 1.6: Capacitação mento das normas para pesquisa den-
Descrição: Neste subprograma serão tro da UC podem ser previstas neste
definidas ações voltadas à capacitação subprograma.
da equipe técnica da UC e seu Con-
selho Gestor. Essas ações incluem a Subprograma 2.2: Monitoramen-
promoção de cursos, intercâmbios to Ambiental
entre UC, participação em seminários Descrição: Subprograma responsá-
e outros eventos, assim como divul- vel por monitorar a biodiversidade e
gação dessas ações por meio de ferra- o uso dos recursos naturais, propor-
mentas de gestão do conhecimento. cionando o planejamento de medidas
mitigadoras e preventivas para asse-
Programa 2: Geração de Conhecimento gurar a proteção e o uso sustentável
O objetivo deste programa é estimular a ge- desses recursos. Os resultados dessas
ração de conhecimento sobre a UC (biodi- atividades podem ser expressos por
versidade, uso sustentável dos seus recursos meio de variações ou alterações am-
naturais etc.) e seu entorno, que, de forma bientais que, por sua vez, auxiliam
progressiva, irá subsidiar o manejo e o al- na definição de ações reguladoras do
cance dos objetivos do Plano. manejo.

Subprograma 2.1: Pesquisa Programa 3: Proteção dos Recursos


Descrição: Deve proporcionar a am- Naturais, Histórico-Culturais e Patri-
pliação progressiva do nível de co- mônio Arqueológico
nhecimento dos recursos ambientais O objetivo deste Programa é garantir a pro-
e culturais da Unidade, dando ênfase teção dos recursos naturais e culturais da

41
UC, além do seu patrimônio arqueológi- Os moradores da UC e/ou região de
co, das infraestruturas instaladas e os equi- abrangência podem contribuir como
pamentos de apoio à visitação, por meio agentes colaboradores.
de ações de sensibilização e de comando e
controle. Programa 4: Manejo dos Recursos Na-
turais
Subprograma 3.1: Educação Am- O objetivo deste programa é definir ações
biental de manejo para a conservação dos recursos
Descrição: Promove atividades de naturais da UC e para a recuperação de áre-
sensibilização para mudanças de ati- as degradadas, bem como ações de gestão
tudes e compromissos frente às ne- voltadas ao manejo sustentável dos recursos
cessidades prioritárias de conservação florestais, faunísticos e pesqueiros, ao uso
e preservação da UC, promovendo a dos recursos naturais pela mineração, apon-
participação efetiva dos diversos ato- tando ainda as estratégias para converter os
res da sociedade. Devem-se desenvol- serviços ecossistêmicos em fluxos monetá-
ver atividades educativas adequadas às rios.
singularidades e interesses específicos
dos diferentes atores, seja população Subprograma 4.1. Manejo dos Re-
local, do entorno, visitantes, órgãos cursos Florestais
públicos e privados. Este subprogra- Descrição: Especifica as ações de ma-
ma abrangerá atividades que estarão nejo para a conservação do ambiente
vinculadas a todos os programas de natural e agrega atividades associadas
manejo da UC. à exploração sustentável dos recursos
florestais madeireiros e não-madeirei-
Subprograma 3.2: Fiscalização e ros, incluindo produção e beneficia-
Controle mento. O subprograma deve fornecer
Descrição: Este subprograma deve as diretrizes básicas para a exploração
garantir a proteção do patrimônio na- sustentável dos recursos, assim como
tural, histórico-cultural e arqueológi- mecanismos de monitoramento. Cada
co por meio do desenvolvimento de recurso a ser explorado deve constar
ações que minimizem ou previnam os no Plano de Manejo da Unidade, com
impactos ambientais no interior e en- a indicação para exploração tradicional
torno da UC. Visa também o estabe- comunitária ou não. Nos casos de ma-
lecimento de normas para fiscalização nejo florestal madeireiro, a Unidade
e monitoramento, além do controle deverá estar incluída no Plano Anual
e prevenção a incêndios florestais. de Outorga Florestal (PAOF)4 do esta-

4
O Plano Anual de Outorga Florestal é uma informação técnica sobre áreas destinadas à oferta para exploração florestal
sustentável. Mas, principalmente, é uma ferramenta valiosa da nova política de gestão pública para o acesso democráti-
co às florestas que compõem o patrimônio da sociedade. O PAOF desencadeia o processo concorrencial, que culmina
com os contratos de concessão, passando por um amplo debate sobre as regras expressas em edital, por meio das quais a
sociedade pode assegurar condições que favoreçam as economias locais, que repartam benefícios sociais nos municípios
nos quais as florestas estão sediadas.

42
do e observar todas as exigências da Lei de forma menos impactante possível,
Nº. 11.284, de 02 de março de 2006, compatibilizando as atividades mine-
que dispõe sobre a gestão de florestas rais com as demais atividades planeja-
públicas para a produção sustentável. das para a UC. Para tanto, devem ser
Em se tratando do manejo comuni- estabelecidos procedimentos e regras
tário, poderão ser previstas atividades para o ordenamento da exploração
voltadas à construção de capacidades mineral dentro da UC e uso da área
técnicas para manejo, melhoria de tec- de servidão.
nologia, entre outros aspectos.
Subprograma 4.5. Recuperação
Subprograma 4.2. Manejo dos Re- de Áreas Degradadas
cursos Pesqueiros Descrição: Especifica as ações de ma-
Descrição: Este subprograma pro- nejo para a recuperação dos ambientes
põe ações para o ordenamento e a uti- naturais que tiveram suas característi-
lização sustentável dos recursos pes- cas originais alteradas. A recuperação
queiros, incluindo o estabelecimento do ambiente pode ser natural ou in-
de regras e acordos de pesca, a capa- duzida e deve ser uma medida de me-
citação da comunidade local, além da lhoria do meio biótico, mantendo-se
implantação de infraestrutura e aqui- as especificidades da fauna e flora lo-
sição de equipamentos. cais e estabelecendo conexões entre os
habitats. Além disso, define os planos
Subprograma 4.3. Manejo dos Re- de ação para a proteção das espécies da
cursos Faunísticos flora silvestre ameaçadas de extinção.
Descrição: Este subprograma especi-
fica as ações de manejo de fauna neces- Subprograma 4.6. Serviços Am-
sárias para garantir: a) o controle de es- bientais
pécies da fauna invasoras; b) a proteção Descrição: Definição de estratégias
de espécies da fauna silvestre ameaça- para converter serviços ecossistêmi-
das de extinção; e, c) o uso sustentável cos, como a manutenção da biodiver-
da fauna por populações tradicionais sidade, o armazenamento de carbono
da UC, incluindo o desenvolvimento e a ciclagem de água, entre outros, em
de técnicas de manejo para a criação de fluxos monetários. Este subprograma
espécies silvestres de interesse comer- deve apoiar tecnicamente o subpro-
cial em cativeiro, sendo imprescindível grama de Sustentabilidade Financeira
o estabelecimento de regras e acordos da UC, no qual serão identificadas as
de utilização em conformidade com a regras e formas de pagamento pelos
legislação vigente. serviços identificados.

Subprograma 4.4. Exploração Mi- Programa 5: Uso Público


neral O objetivo deste programa é definir as ações
Descrição: Assegurar que a explo- de planejamento, implementação, promo-
ração dos recursos minerais seja feita ção e ordenamento das atividades de uso

43
público da UC, segundo sua categoria de com as potencialidades de ecoturismo
manejo, de modo a proporcionar ao visitan- de seu entorno, de modo a tornar a
te uma experiência de qualidade no meio Unidade o catalisador de atividades
ambiente natural. turísticas sustentáveis e de inserção da
comunidade local.
Subprograma 5.1: Recreação, La-
zer e Interpretação Ambiental Programa 6: Valorização das Comuni-
Descrição: As atividades previstas dades
neste subprograma deverão propor- O objetivo deste Programa é definir as ações
cionar ao visitante o desenvolvimen- que possibilitem o estímulo e o fortaleci-
to de sua sensibilidade e percepção mento das organizações sociais da Unidade
sobre a importância da conservação e seu entorno e a implementação de cadeias
ambiental. Cada UC, de acordo com produtivas locais.
sua categoria, deve planejar como irá
atender o público, para que o mesmo Subprograma 6.1: Fortalecimento
tenha um conhecimento geral sobre Comunitário
a história e a relevância ambiental da Descrição: Visa estimular e fortale-
UC, objetivos da categoria de manejo cer as organizações sociais locais (do
e de criação da UC, elementos do Pla- interior da UC e/ou seu entorno) e
no de Manejo e dos programas, pon- incentivar sua participação na gestão
tos de interesse para visitação etc., de da UC, a partir de atividades do Con-
modo que desenvolva uma consciên- selho Gestor, de formação de agentes
cia critica sobre a questão ambiental e e monitores ambientais e na imple-
a importância das UC nesse contexto. mentação dos programas de manejo.
Devem ser elaborados regulamentos e Dentre as atividades previstas estão a
normas de segurança para a visitação realização de reuniões, oficinas e cur-
em geral e para atividades específicas sos de capacitação.
a serem desenvolvidas nas áreas de-
limitadas para tal finalidade, além do Subprograma 6.2: Apoio à Gera-
estabelecimento de um sistema para o ção de Renda
monitoramento dos impactos da visi- Descrição: Este subprograma deve
tação. Adicionalmente, será necessário prever ações voltadas à articulação,
o planejamento e a implementação das implementação, capacitação e acom-
infraestruturas de apoio à visitação, panhamento técnico às cadeias pro-
equipamentos necessários, abertura e dutivas locais, incluindo a elaboração
aparelhamento de trilhas etc. de planos de negócios e as etapas de
negociação e comercialização. Pode-
Subprograma 5.2: Ecoturismo rão ser elaborados, em conjunto com
Descrição: As atividades previstas as comunidades, projetos para a busca
neste subprograma deverão estimu- de apoio e financiamento das cadeias
lar a integração da visitação na UC produtivas.

44
Programa 7: Efetividade de Gestão Etapa V
Este programa tem como objetivo definir Aprovação e Divulgação do
estratégias, procedimentos e ferramentas Plano de Manejo
para monitorar e avaliar a efetividade de
gestão da UC, que diz respeito ao processo Visão Geral: Nesta etapa, a Equipe
de planejamento e à implementação do Pla- de Planejamento analisa e aprova tecnica-
no, no qual serão verificados os resultados mente a versão final do Plano de Manejo e
alcançados em relação aos objetivos traça- a SEMA reconhece o documento como ins-
dos. trumento oficial de planejamento da UC,
Em seu escopo, deve ser proposto o con- por meio de Portaria do Secretário de Meio
junto de ações voltadas a documentar sis- Ambiente, e faz sua divulgação. O planeja-
tematicamente todo o processo de imple- mento está pronto para ser implementado.
mentação do Plano de Manejo e avaliar
periodicamente, por meio dos indicadores Após a análise e aprovação da versão
definidos para cada subprograma, o quanto final do Plano de Manejo pela Equipe de
se avançou em relação ao que foi planejado. Planejamento, o documento deve ser apre-
Os resultados dessa avaliação irão possibi- sentado em reunião do Conselho Gestor
litar a adequação do planejamento e a cor- da UC e para todos os grupos de interesse
reção dos desvios de gestão identificados, (comunidades locais, empresários, órgãos
permitindo uma gestão adaptativa. públicos municipais, escolas locais etc.) que
É importante indicar na construção deste o solicitarem, com o objetivo de dar pu-
programa que os resultados sejam apre- blicidade e um maior entendimento sobre
sentados de forma quantitativa e visível à o resultado do trabalho que foi feito com
equipe gestora da UC, para facilitar a visu- o envolvimento da sociedade. O conheci-
alização do planejado e do executado e das mento do Plano pela sociedade aumenta as
situações críticas ou de êxito. possibilidades de sua efetiva participação na
Além disso, este programa deve oferecer uma implementação das ações.
idéia do impacto do Plano, ou seja, do grau A necessária divulgação do documen-
de transformação que se está alcançando em to também pode ser feita através da página
relação à Visão de Futuro pretendida. da SEMA na internet e por meio da distri-
buição de exemplares do Resumo Execu-
e. Cronograma de Execução do Plano tivo e/ou Cartilha elaborados pela Equipe
de Manejo Técnica.
A Equipe de Planejamento e a Equipe No caso das categorias de UC que
Técnica elaboram o cronograma de imple- possuem Conselho Deliberativo5, o Plano
mentação do Plano de Manejo, distribuído de Manejo deve ser aprovado em resolução
no tempo de vigência do Plano, que deve do Conselho da Unidade, após prévia apro-
ser organizado em forma de quadro e trazer vação do Órgão Gestor (Decreto Federal
a priorização das ações. Nº. 4.340/2002).

5
Reservas Extrativistas, Reservas de Desenvolvimento Sustentável e, no caso do Pará, as Áreas de Proteção Ambiental.

45
| Bibliografia

AMAZONAS. Secretaria de Estado de Meio MORA, Stanley Arguedas. Aspectos Con-


Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. ceptuales para el Diseño de Procesos de
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Foto: © Adriano Gambarini-CI/Brasil
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