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Mensagemfernandopessoa 140506042256 Phpapp02
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Epígrafe latina de “Brasão”
• “Bellum sine bello”:
– “Guerra sem a guerra.”/ “Guerra sem combate.”/
“Guerra sem guerrear.”
– “Potência sem ato” (Agostinho da Silva)
– é o poder associado à recusa consciente da
violência, recusa essa que enobrece o poder.
– ideal de conquista espiritual e humana - pela
difusão da cultura portuguesa - a via para o
Quinto Império.
1ª parte – “Brasão”
• Referências à fundação da nação e às
figuras históricas que, pela sua ação,
mais se destacaram na História de Portugal,
até à época dos Descobrimentos
Só duas nações – a Grécia passada e Portugal
futuro – receberam dos deuses a concessão de
serem não só elas mas também todas as outras. (…)
Tristes de nós se faltarmos à missão que
Aquele que nos pôs ao Ocidente da Europa, e tais
nos fez quais somos, nos impôs quando nos deu
este nosso aceso e transcendido espírito
aventureiro. Depois da conquista dos mares deve
vir a conquista das almas.
Fernando Pessoa, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, pp. 134 e 240, Ática
(1980)
Estrutura Externa
Divisão em 3 partes (com subdivisões)
2ª parte – “Mar Português”(12 poemas)
I “O Infante”
II “Horizonte”
III “Padrão”
IV “O Mostrengo”
V “Epitaphio a Bartolomeu Dias”
VI “Os Colombos”
VII “Occidente”
VIII “Fernão de Magalhães”
IX “Ascensão de Vasco da Gama”
X “Mar Portuguez”
XI “A Última Nau”
XII “Prece”
Epígrafe latina de “Mar Português”
• “Possessio maris”:
– “Posse do mar.”
– o desvendar do mar ignoto pelo Portugal dos
séculos XV e XVI que representa a vitória do
querer e da ousadia sobre a ignorância.
– privilégio dos triunfos do espírito sobre os ganhos
materiais; poucas referências ao império físico e
nenhuma às riquezas materiais.
Navegadores antigos tinham esta frase gloriosa:
“Navegar é preciso; viver não é preciso.”
Quero para mim o espírito desta frase, transformada a
forma para a casar com o que eu sou: viver não é necessário;
o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o
meu corpo e a minha alma lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade, ainda que
para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na
essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de
engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da
humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa
Raça.
Fernando Pessoa, nota manuscrita pelo poeta, publicada pela primeira vez na 1ª edição de Obra
Poética, Edições Nova Aguilar
2ª parte – “Mar Português”
• Introduz a significação puramente simbólica
das realizações dos portugueses ao
desbravarem os mares, dando “novos
mundos ao mundo”
Estrutura Externa
Divisão em 3 partes (com subdivisões)
3ª parte – “O Encoberto” (13 poemas)
I – Os Símbolos
1º “D. Sebastião”
2º “O Quinto Império”
3º “O Desejado”
4º “As Ilhas Afortunadas”
5º “O Encoberto”
II – Os Avisos
1º “O Bandarra”
2º “António Vieira”
3º “Terceiro”
III – Os Tempos
1º “Noite”
2º “Tormenta”
3º “Calma”
4º “Antemanhã”
5º “Nevoeiro”
Há só uma espécie de propaganda com que se pode
levantar o moral de uma nação – a construção ou renovação e a
difusão consequente e multimoda de um grande mito nacional.
De instinto, a humanidade odeia a verdade, porque sabe, com o
mesmo instinto, que não há verdade, ou que a verdade é
inatingível. O mundo conduz-se por mentiras; quem quiser
despertá-lo ou conduzi-lo terá que mentir-lhe deliberadamente,
e fá-lo-á com tanto mais êxito quanto mais mentir a si mesmo e
se compenetrar da verdade da mentira que criou. (…)
Temos, felizmente, o mito sebastianista, com raízes
profundas no passado e na alma portuguesa. Nosso trabalho é
pois mais fácil; não temos que criar um mito, senão que renová-
lo. Comecemos por nos embebedar desse sonho, por o integrar
em nós, por o incarnar. Feito isso, cada um de nós
independentemente e a sós consigo, o sonho se derramará sem
esforço em tudo o que dissermos ou escrevermos, e a atmosfera
estará criada, em que todos os outros, como nós, o respirem.
Então se dará na alma da nação o fenómeno imprevisível de
onde nascerão as Novas Descobertas, a Criação do Mundo Novo,
o Quinto Império. Terá regressado El-Rei D. Sebastião.
Fernando Pessoa, Obra Poética e em Prosa, vol. III, pp. 652-654
Epígrafe latina de “O Encoberto”
• “Pax in Excelsis”
– “Paz nas Alturas.”/ “Suprema Paz.”
– mensagem de paz e fraternidade, “um apelo à
unidade e universalidade” (R. Bréchon).
– tema do Quinto Império e do Desejado: a paz
universal será apanágio do Quinto Império.
• Perfeição.
• Totalidade.
• Perfeição.
Bibliografia:
Hipólito, N. (2010). As mensagens da Mensagem – Mensagem de Fernando Pessoa, anotada e
comentada. Dissertação não publicada.
Jacinto, C. e Lança, G. (1998). A análise do texto – Mensagem, Fernando Pessoa. Porto: Porto
Editora.
Mimoso, J. M. (s.d.). Mensagem de Fernando Pessoa anotada. Disponível em
www.tabacaria.com.pt