Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
João E. Steiner
Marisa Barbar Cassim
Antonio Carlos Robazzi
pg 15
é bom lembrar que cada parque deve ter suas próprias regras de ingresso, que podem variar de caso a
caso, mas que certamente devem obedecer a pelo menos dois critérios básicos:
• Ser ambientalmente sustentável
• Desenvolver atividades que geram alto valor agregado
Um parque tecnológico gera sinergias entre seus diversos atores. Parte dessas sinergias pode ser
apropriada em favor dos objetivos comuns e permanentes do parque. Essas sinergias podem ser de
natureza imobiliária, de serviços, infra-estrutura, recursos
humanos ou de legislação.
O sucesso de um parque tecnológico deve ser medido no longo prazo pelo impacto
que ele tem no desenvolvimento regional, na economia estadual e nacional, bem como na eficácia com
que o parque implantou a política industrial definida pelo poder público.
pg16
Cada parque necessita desenvolver um projeto de Ciência e Tecnologia (C&T)
específico, que detalhe seu perfil e as áreas onde pretende se especializar. Este projeto deve detalhar ainda
a infra-estrutura e os serviços necessários que possam atrair empresas de base tecnológica para o parque.
O projeto de C&T deve ser amplamente discutido e amadurecido para que tenha credibilidade suficiente
para ser apresentado para órgãos de financiamento como o BNDES e a FINEP. Para tanto, se pressupõe
que cada empreendimento realize um trabalho técnico de grande profundidade sobre o perfil local das
competências científicas e suas perspectivas; sobre as áreas e linhas de pesquisa de maior potencial de
geração de negócios e/ou de atração de investimentos produtivos; sobre as atividades empresariais
intensivas em tecnologia da região e sua evolução esperada; e sobre as necessidades de infra-estrutura
tecnológica e de serviços de apoio, de forma a orientar o perfil do Parque Tecnológico, dentro das
seguintes linhas:
o Caracterização do perfil da pesquisa de excelência (publicações, pós-graduação,
formação de RH, projetos de pesquisa estruturantes - CEPID, Milênio, PADCT etc.);
o Lacunas, investimentos necessários, gargalos institucionais e competências
científicas complementares necessárias à consolidação da pesquisa no médio prazo;
o Caracterização das empresas locais de base tecnológica (indicadores de P&D e
inovação, patentes com origem na região, cooperação, etc.) e da infra-estrutura e serviços tecnológicos
existentes;
o Caracterização da interação universidade – institutos - empresas e das
incubadoras de empresas existentes e do potencial de geração de novos negócios;
o Lacunas, investimentos necessários, gargalos institucionais para a criação de capacitações empresariais
complementares e para a dotação de infra-estrutura e de serviços de apoio ao setor privado;
o Cenário da evolução da indústria da base tecnológica local: perspectivas futuras, possibilidades de
atração de investimentos, perspectivas de implantação de novos setores e segmentos industriais;
o Relevância para a política industrial e tecnológica do Estado de São Paulo e do Brasil e impacto na
renovação de suas estruturas produtivas.
Além dessas linhas de atuação, o projeto de C&T também deve detalhar as atribuições e a governança do
parque, que será gerido por uma entidade que irá zelar para que o projeto seja implantado conforme
especificado. Essa entidade é denominada
Entidade de C&T.
Os modelos de estrutura jurídica podem ser agrupados em dois grandes tipos: privado com fins lucrativos
e privado sem fins lucrativos.
__________. Science park and the university-industry interaction: the geographical proximity between
the agents as a driving force. Technovation,v. 17, n. 9, p. 491-502, 1997.
__________. Firms R&D activity and intensity and the university-enterprise partnerships. Technology
Forecasting and Social Change, v. 58, n. 3, p. 215-226, 1998.
__________. Science parks and the university-industry links: a comparative analysis between a British
and a Portuguese experiences. International Journal of Services Technology and Management, v. 1, n. 4,
p. 357-373, 2000.
ZOUAIN, D.M., PLONSKI, G.A. Technology Park of Sao Paulo – building up a model to metropolitan
regions of Sao Paulo State. In: 11th INTERNATIONAL ASSOCIATION OF MANAGEMENT OF
TECHNOLOGY (IAMOT) CONFERENCE. March 10-14, 2002. Miami Beach, Florida, USA.
Proceedings... Miami, Florida: IAMOT, 2002. CD-ROM.
ZOUAIN, D.M.; PLONSKI, G.A.; RODRIGUES, C.; ROGERO, J.R. Núcleo do Parque Tecnológico de
São Paulo – um “habitat” para promoção da inovação tecnológica na empresa. In: CONGRESSO ABIPTI
2002. 22-24 maio 2002. Curitiba, Paraná. Anais… Brasília: ABIPTI, 2002. CD-ROM.
ZOUAIN, D.M.; PLONSKI, G.A.; ROGERO, J.R. Parque Tecnológico de São Paulo – modelo de
políticas públicas para aproximação de atores do sistema local de inovação. In: WORLD CONFERENCE
ON BUSINESS INCUBATION – RIO 2001. October 23-26, 2001. Rio de Janeiro. Proceedings… Rio de
Janeiro: COPPE/UFRJ/ANPROTEC/SEBRAE, 2001. CD-ROM.
ZOUAIN, D.M.; PLONSKI, G.A.; ROGERO, J.R.; VEDOVELLO, C. The technology park of São Paulo
– a Project to stimulate the local knowledge-based innovation system. In: 4th TRIPLE HELIX
CONFERENCE November 6-9, 2002. Copenhagen, Dinamarca. Proceedings… Copenhagen: The Triple
Helix Conference Series, 2002.
ZOUAIN, D.M.; ROGERO, J.R.; PLONSKI, G.A. Parque Tecnológico de São Paulo – construindo um
modelo para regiões metropolitanas. In: XXII SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA. 6-8 nov. 2002. Salvador, Bahia. Anais...São Paulo: Núcleo de Política e Gestão
Tecnológica da Universidadede São Paulo, 2002. CD-ROM.
ZOUAIN, D.M.; SILVA, L.L.C.; PONTES, J.A.P.; ROGERO, J.R.; PLONSKI, G.A. Implantação de um
parque tecnológico na cidade de São Paulo – as primeiras iniciativas. In: X SEMINÁRIO NACIONAL
DE PARQUES TECNOLÓGICOS E INCUBADORAS DE EMPRESAS E VIII WORKSHOP
ANPROTEC. 22-25, ago. 2000. Belém, Pará. Anais... Belém: ANPROTEC/ SEBRAE/ UFPA/ FADESP,
2000. CD-ROM.
___________
Massey, Quintas e Wield (1992) destacam de três aspectos que compõem os parques
tecnológicos: os parques são baseados em um modelo específico de investigação científica e
inovação industrial; possuem forma espacial e conteúdo particular; e são
empreendimentos imobiliários realizados por agentes com interesses específicos. Os
autores acrescentam que em geral os parques são formulados para trazerem, através da
tecnologia, impactos na estrutura social e na organização espacial, baseando-se na
premissa de que “mudança espacial produz mudança social”.
Castells e Hall (1994) definem parque tecnológico como um espaço privilegiado, fruto de
iniciativas governamentais ou relacionadas às universidades que buscam induzir um novo
crescimento industrial através da atração de empresas de produção de alta tecnologia e com
vistas ao desenvolvimento econômico.
parque tecnológico como sendo uma estrutura territorial especialmente planejada para abrigar
e fomentar o desenvolvimento de empresas inovadoras através de uma maior interação
universidade-empresa capaz de estimular a germinação de novos produtos e processos.
(doc do PNI)
Parques Tecnológicos são complexos de desenvolvimento econômico e tecnológico que visam
fomentar e promover sinergias nas atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação
entre as empresas e instituições científicas e tecnológicas, públicas e privadas, com forte apoio
institucional e financeiro entre os governos federal, estadual e municipal, comunidade local e
setor privado. (BRASIL, 2009 p. 1)
Para Diniz (2001 p. 9). O processo de inovação é resultado da “combinação entre pesquisa,
desenvolvimento e sua interação com as condições econômicas e sociais presentes em cada
espaço, através da interação entre firmas e o meio nas quais estão envolvidas”.
CASTELLS, Manuel, HALL, Peter (1994). Tecnópolis del mundo: la formación de los
complejos industrialies del siglo XXI. Alianza Editoria, S.A., Madrid.
________
ALTEC 2005
____________________
Nesse contexto, Zouain [2003] propôs um modelo de Parque Tecnológico Urbano a partir da
formação de clusters em áreas não contíguas, pressupondo a existência de espaços viáveis
para o processo de aglomeração, propiciado pela oferta de serviços e pela infra-estrutura de
apoio (Figura:1). No caso do Parque Tecnológico de São Paulo, os espaços para aglomeração
de empresas de base tecnológicas seriam dados pelas áreas com necessidade de
requalificação de uso, como é discutido adiante.
III. Metodolo gia para a definição das ati vidad es e espaços priorit ários
A metodologia utilizada no trabalho (Figura 2) contempla a
proposição de sugestões para priorização das futuras atividades
econômicas do parque e definição da área de influência do parque.
O detalhamento da metodologia é apresentado a seguir:
diferentes
processos dinâmicos, permitindo inferir que o poder público
atua de forma diferenciada de acordo com as características
dessas dinâmicas regionais. O plano diretor apresenta as diretrizes
para ocupação e ordenamento que são estabelecidos para a
requalificação do espaço, na medida em norteiam a política urbana.
Nesse sentido, destaca-se a necessidade do alinhamento dos
planos regionais e da lei de zoneamentos ao projeto do Parque
Tecnológico como uma condição necessária para coordenação e
articulação dos processos.
B - Determinantes para a definição das atividades econômicas
prioritárias
Entende-se que a definição das atividades econômicas prioritárias
é determinante para o sucesso do projeto. Todavia, esse
processo de definição é dificultado pela falta de informações em
escala intradistrital, fato que compromete a formulação de políticas
eficazes [Souza e To rres, 2003]. Para superar esse obstáculo
é necessária a aplicação de métodos que resultem na definição
das atividades prioritárias, a seguir são apresentados os critérios
considerados na presente metodologia, que envolve a consideração
de algumas condições básicas conjuntamente com critérios qualificadores:
• Condições básicas - Considerando a natureza do projeto, as empresas devem ser intensivas
em tecnologia e produzirem baixo impacto ambiental nos produtos e processos desenvolvidos.
Além disso, os processos e atividades intensivos em tecnologia em geral são caracterizados
pelo menor impacto ambiental em relação às atividades tradicionais.
• Critérios qualificadores - Referem-se aos critérios para especificação das atividades
econômicas que devem compor o escopo das ações projeto de parques. Nesse caso foram
considerar duas dimensões de análise: i) as atividades de empresas de base tecnológica
presente na região, tomando como proxy a existência de empresas concebidas em habitats de
inovação como incubadoras; ii) as atividades econômicas desenvolvidas por empresas
instaladas na áreas de influência do parque, e a caracterização das atividades.
__________
TESE DA DESIREE A PARTIR DA PG 167 (180) - FOCO NA PG 175 (188), 182 (195), ATÉ
190 (203)
PG 201
A "Hélice Tríplice" d e Leydesdorff e Etzkowitz (Etzkowitz, 2 0 0 2 ; Santos
& Ichikawa, 2002) trata-se de um m o d e l o conceituai para representar as relações
e n t r e o m e i o acadêmico (incluindo aqui t o d o s o s t i p o s d e instituições
geradoras de conhecimento), a empresa (desde start-ups de alta t e c n o l o g i a até
grandes corporações multinacionais) e o governo ( em s e u s vários níveis), q u e d i f
e r e d os demais, principalmente, por inserir o desenvolvimento econômico (e em
decorrência o social) também c o m o uma missão d o m e i o acadêmico. O u s e j a ,
o meio acadêmico passa a ter um papel importante nesse processo, juntamente
c o m os demais atores, promovendo a criação de organizações e ações
(programas e políticas) híbridas, das quais os parques tecnológicos e as
incuba d o r a s d e e m p r e s a s são exemplos.
________________
_____________
CHIOCHETTA, J.C. Proposta de um Modelo de Governança para Parques
Tecnológicos. 2010. Porto Alegre. Tese (doutorado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, UFRGS.