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Parques Tecnológicos: Ambientes de Inovação

João E. Steiner
Marisa Barbar Cassim
Antonio Carlos Robazzi

IEA/USP, Texto disponível em www.iea.usp.br/artigos

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é bom lembrar que cada parque deve ter suas próprias regras de ingresso, que podem variar de caso a
caso, mas que certamente devem obedecer a pelo menos dois critérios básicos:
• Ser ambientalmente sustentável
• Desenvolver atividades que geram alto valor agregado
Um parque tecnológico gera sinergias entre seus diversos atores. Parte dessas sinergias pode ser
apropriada em favor dos objetivos comuns e permanentes do parque. Essas sinergias podem ser de
natureza imobiliária, de serviços, infra-estrutura, recursos
humanos ou de legislação.

O sucesso de um parque tecnológico deve ser medido no longo prazo pelo impacto
que ele tem no desenvolvimento regional, na economia estadual e nacional, bem como na eficácia com
que o parque implantou a política industrial definida pelo poder público.

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Cada parque necessita desenvolver um projeto de Ciência e Tecnologia (C&T)
específico, que detalhe seu perfil e as áreas onde pretende se especializar. Este projeto deve detalhar ainda
a infra-estrutura e os serviços necessários que possam atrair empresas de base tecnológica para o parque.
O projeto de C&T deve ser amplamente discutido e amadurecido para que tenha credibilidade suficiente
para ser apresentado para órgãos de financiamento como o BNDES e a FINEP. Para tanto, se pressupõe
que cada empreendimento realize um trabalho técnico de grande profundidade sobre o perfil local das
competências científicas e suas perspectivas; sobre as áreas e linhas de pesquisa de maior potencial de
geração de negócios e/ou de atração de investimentos produtivos; sobre as atividades empresariais
intensivas em tecnologia da região e sua evolução esperada; e sobre as necessidades de infra-estrutura
tecnológica e de serviços de apoio, de forma a orientar o perfil do Parque Tecnológico, dentro das
seguintes linhas:
o Caracterização do perfil da pesquisa de excelência (publicações, pós-graduação,
formação de RH, projetos de pesquisa estruturantes - CEPID, Milênio, PADCT etc.);
o Lacunas, investimentos necessários, gargalos institucionais e competências
científicas complementares necessárias à consolidação da pesquisa no médio prazo;
o Caracterização das empresas locais de base tecnológica (indicadores de P&D e
inovação, patentes com origem na região, cooperação, etc.) e da infra-estrutura e serviços tecnológicos
existentes;
o Caracterização da interação universidade – institutos - empresas e das
incubadoras de empresas existentes e do potencial de geração de novos negócios;
o Lacunas, investimentos necessários, gargalos institucionais para a criação de capacitações empresariais
complementares e para a dotação de infra-estrutura e de serviços de apoio ao setor privado;
o Cenário da evolução da indústria da base tecnológica local: perspectivas futuras, possibilidades de
atração de investimentos, perspectivas de implantação de novos setores e segmentos industriais;
o Relevância para a política industrial e tecnológica do Estado de São Paulo e do Brasil e impacto na
renovação de suas estruturas produtivas.

Além dessas linhas de atuação, o projeto de C&T também deve detalhar as atribuições e a governança do
parque, que será gerido por uma entidade que irá zelar para que o projeto seja implantado conforme
especificado. Essa entidade é denominada

Entidade de C&T.

Metodologicamente, o Sistema Paulista de Parques definiu três fases de


implantação dos parques tecnológicos para orientar a estratégia de atração de empresas:
estruturação, expansão e consolidação. Essas fases foram definidas em função do grau de maturidade do
empreendimento. A fase de estruturação é determinante para a captação de investimentos e é a fase mais
intensa em divulgação. Durante essa fase, as premissas devem ser consolidadas, as demandas das
empresas mapeadas e as soluções para questões como infra-estrutura, serviços tecnológicos, incentivos e
necessidade de recursos humanos, entre outras, devem ser buscadas.

A fase de expansão é uma fase de intensa concretização de negócios, mas centrada


em informações qualificadas. Finalmente, a última fase representa o momento de consolidação do parque,
quando as ações de captação são seletivas e visam a aperfeiçoar a ocupação do espaço e melhorar a
qualidade das empresas instaladas.

Os modelos de estrutura jurídica podem ser agrupados em dois grandes tipos: privado com fins lucrativos
e privado sem fins lucrativos.

Estrutura empresarial privada


Trata-se de conceber a entidade de C&T como empresa, potencialmente geradora de lucros e contando
com participação majoritária, ou integral, de capital privado. Neste tipo de estrutura, busca-se maximizar
a vantagem de uma gestão privada mais eficiente. É igualmente um tipo de estrutura adequado para
atração de investimentos privados para a própria entidade de C&T (que não se confundem com
investimentos que serão feitos no parque), o que, todavia, pressupõe a existência de ambiente empresarial
sensível ao negócio.

Estrutura privada sem fins lucrativos


Cogita-se, neste tipo de estrutura, de conceber a entidade de C&T como pessoa
privada, revestida das figuras previstas na lei civil para entidades sem fins lucrativos:
fundações ou associações.
Desse modo, a entidade pode contar com aporte de recursos privados, porém sem a
característica de investimento visando ao lucro.
Nessa hipótese, não se considera que pessoas estatais associem-se à entidade de
C&T – o que, em tese, seria possível – buscando-se assim maior flexibilidade para repasses de recursos
estatais para as atividades da entidade.
Este tipo de estrutura parece ser de mais pronta possibilidade de implantação e mais
adequado para ambiente em que não esteja madura a cultura empresarial voltada à C&T.
De todo modo, sua adoção não afasta a possibilidade de substituição futura por
entidade com fins lucrativos, conforme se mostre adequado ante a evolução de cada parque tecnológico.

VEDOVELLO, C. Aspectos relevantes de parques tecnológicos e incubadoras de empresas. Revista do


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VEDOVELLO, C. Science parks and the university-industry links: a case study of the Surrey Research
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ZOUAIN, D.M.; PLONSKI, G.A.; ROGERO, J.R. Parque Tecnológico de São Paulo – modelo de
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Janeiro: COPPE/UFRJ/ANPROTEC/SEBRAE, 2001. CD-ROM.

ZOUAIN, D.M.; PLONSKI, G.A.; ROGERO, J.R.; VEDOVELLO, C. The technology park of São Paulo
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ZOUAIN, D.M.; ROGERO, J.R.; PLONSKI, G.A. Parque Tecnológico de São Paulo – construindo um
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TECNOLÓGICA. 6-8 nov. 2002. Salvador, Bahia. Anais...São Paulo: Núcleo de Política e Gestão
Tecnológica da Universidadede São Paulo, 2002. CD-ROM.

ZOUAIN, D.M.; SILVA, L.L.C.; PONTES, J.A.P.; ROGERO, J.R.; PLONSKI, G.A. Implantação de um
parque tecnológico na cidade de São Paulo – as primeiras iniciativas. In: X SEMINÁRIO NACIONAL
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ANPROTEC. 22-25, ago. 2000. Belém, Pará. Anais... Belém: ANPROTEC/ SEBRAE/ UFPA/ FADESP,
2000. CD-ROM.

___________

ESTRUTURAS TERRITORIAIS PARA A INOVAÇÃO: A CONSTITUIÇÃO DOS PARQUES


TECNOLÓGICOS NO ESTADO DE SÂO PAULO/BRASIL
Rita de Cássia Nonato Melo

Massey, Quintas e Wield (1992) destacam de três aspectos que compõem os parques
tecnológicos: os parques são baseados em um modelo específico de investigação científica e
inovação industrial; possuem forma espacial e conteúdo particular; e são
empreendimentos imobiliários realizados por agentes com interesses específicos. Os
autores acrescentam que em geral os parques são formulados para trazerem, através da
tecnologia, impactos na estrutura social e na organização espacial, baseando-se na
premissa de que “mudança espacial produz mudança social”.

Castells e Hall (1994) definem parque tecnológico como um espaço privilegiado, fruto de
iniciativas governamentais ou relacionadas às universidades que buscam induzir um novo
crescimento industrial através da atração de empresas de produção de alta tecnologia e com
vistas ao desenvolvimento econômico.

parque tecnológico como sendo uma estrutura territorial especialmente planejada para abrigar
e fomentar o desenvolvimento de empresas inovadoras através de uma maior interação
universidade-empresa capaz de estimular a germinação de novos produtos e processos.

(doc do PNI)
Parques Tecnológicos são complexos de desenvolvimento econômico e tecnológico que visam
fomentar e promover sinergias nas atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação
entre as empresas e instituições científicas e tecnológicas, públicas e privadas, com forte apoio
institucional e financeiro entre os governos federal, estadual e municipal, comunidade local e
setor privado. (BRASIL, 2009 p. 1)

Para Diniz (2001 p. 9). O processo de inovação é resultado da “combinação entre pesquisa,
desenvolvimento e sua interação com as condições econômicas e sociais presentes em cada
espaço, através da interação entre firmas e o meio nas quais estão envolvidas”.

(tipo de incentivo do governo local)


Em Campinas, além da presença das condições necessárias à constituição de parques
tecnológicos são também oferecidos incentivos fiscais para que empresas inovadoras optem
por ali se localizarem. A Lei nº 12.653 de 10 de outubro de 2006 concede redução do IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano), redução de alíquota do ISSQN (Imposto Sobre Serviços
de Qualquer Natureza), redução de 50% do ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Intervivos)
e isenção dos custos relativos aos procedimentos administrativos necessários para a
regularização do projeto respectivo de construção, reforma e ampliação do empreendimento.
Os critérios para que as empresas obtenham esses benefícios são: ser prestadora de serviços
na área de informática e congêneres, de biotecnologia, biologia, química, pesquisa e
desenvolvimento, eletrônica, mecânica, telecomunicações e áreas afins; e concentrar suas
atividades em produtos ou serviços tecnologicamente inovadores, de novas variedades ou em
gerações atualizadas.

ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos


Inovadores (2008). “Portfolio de Parques Tecnológicos no Brasil. Associação Nacional de
Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores”. Disponível em:
<http://www.anprotec.org.br/>. Acesso em: 19/07/2011.

______ (2012). “Incubadoras e Parques”. Disponível em: <http://www.anprotec.gov.br/>.


Acesso em: 17/01/2012.

BRASIL (2009). Portaria do Ministério de Ciência e Tecnologia, nº 139, 10/03/2009.


Ministério da Ciência e Tecnologia. Institui o Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de
Empresas e aos Parques Tecnológicos – PNI. Disponível em:
<http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/300177.html?ok>. Acesso em: 14/03/2010.

CASTELLS, Manuel, HALL, Peter (1994). Tecnópolis del mundo: la formación de los
complejos industrialies del siglo XXI. Alianza Editoria, S.A., Madrid.

________
ALTEC 2005

O Processo de Criação de um Parque Tecnológico: o caso do PTL Francisco Sciarra

Saulo Fabiano Amâncio Vieira


Universidade Estadual De Londrina - UEL
E-mail: saulofav@dilk.com.br

Elisa Yoshie Ichikawa


Universidade Estadual de Maringá
E-mail: elisa@wnet.com.br

Paulo Varela Sendin


Adetec - Associação Do Desenvolvimneto
Tecnológico De Londrina E Região
E-mail: sendin@adetec.org.br

____________________

Zouain , D .et al., Locus Científico vol. 1, n. 1 (2006) pp. 4-09

II. modelo Conceitual do parque tecnológico de São Paulo


Os Parques tecnológicos, tradicionalmente, foram organizados em grandes áreas contíguas,
próximas às universidades e aos centros de pesquisas, em cidades de médio porte,
promovendo investimentos em infra-estrutura para atração de profissionais altamente
qualificados, como sugere a literatura [Bol ton, 1997].
Contudo, apesar desse perfil característico, a expansão desses habitats nos 80 e 90 foi
acompanhada por uma diversificação em seus formatos, dada à necessidade de adequação
aos contextos
e às características dos projetos [Kang, 2004].
De um modo geral, considera-se que os projetos dos parques tecnológicos, quando inseridos
em meios urbanos, tenham a missão de revitalizar as suas áreas de influência. Nesse sentido,
o projeto, o planejamento e a organização desses empreendimentos devem estar
harmonizados com as diretrizes de políticas de ocupação, adensamento e infra-estrutura
presentes no espaço. Considerando o perfil da região metropolitana da cidade de São Paulo, o
desafio do projeto do Parque Tecnológico, enquanto
instrumento de política pública, foi adaptar-se às limitações de uma estrutura de ocupação,
com limitações impostas pela existência de duas dinâmicas urbanas simultâneas, a saber:

i) dinâmica de modernização, marcada pelo investimento privado e valorização imobiliária e


pelo crescente adensamento urbano, dado pelo volume de área construída e ocupação do
espaço; e

ii) dinâmica de precarização, marcada pela necessidade de investimentos em requalificação do


uso tradicional do espaço como forma de promover a revitalização da área, através de uma
nova dinâmica econômica e urbanística.

Nesse contexto, Zouain [2003] propôs um modelo de Parque Tecnológico Urbano a partir da
formação de clusters em áreas não contíguas, pressupondo a existência de espaços viáveis
para o processo de aglomeração, propiciado pela oferta de serviços e pela infra-estrutura de
apoio (Figura:1). No caso do Parque Tecnológico de São Paulo, os espaços para aglomeração
de empresas de base tecnológicas seriam dados pelas áreas com necessidade de
requalificação de uso, como é discutido adiante.

No modelo de Zouain, o desenvolvimento do Parque Tecnológico Urbano ocorre a partir de um


núcleo, que avança para o entorno da região de influência, através do desenvolvimento de
business centers, espaços que abrigam as empresas associadas ao projeto, o que promove a
requalificação econômica e urbanística da área (Figura 01). Dessa forma, são organizadas as
aglomerações (clusters) por atividades de base tecnológica, tomando por base dois vetores, a
saber:
a) Perfil das atividades prioritárias para o projeto

Considera-se que a definição das atividades econômicas


relacionadas às zonas de influência é um fator crítico de sucesso
[Fernandes et al, 2004]. O argumento é que a partir das definições
das atividades podem ser estruturados os mecanismos e
instrumentos de estímulo e fomento, que servirão de base para o
processo de animação das áreas prioritárias.

b) Espaços prioritários para o projeto do projeto


A literatura da área urbanística sugere que os movimentos
gerados pela evolução econômica e social, exercem impactos
nas dinâmicas do espaço [Meyer e Gros tein, 2004]. Nesse sentido,
a articulação das estratégias deve considerar, para constituição
de um habitat de inovação, as dinâmicas existentes, que
condicionam a forma e intensidade da atuação do agente público.
Especificamente, no caso do poder público, as dinâmicas de
degradação do espaço representam prioridades que justificam
um processo de intervenção no sentido de promover revitalização
do espaço.

III. Metodolo gia para a definição das ati vidad es e espaços priorit ários
A metodologia utilizada no trabalho (Figura 2) contempla a
proposição de sugestões para priorização das futuras atividades
econômicas do parque e definição da área de influência do parque.
O detalhamento da metodologia é apresentado a seguir:

A - Determinantes para a definição dos espaços prioritários


Os critérios propostos para especificação dos espaços prioritários
são a infra-estrutura de Ciência, Tecnologia e Inovação
(C&T&I) e a atratividade do espaço para o poder público.
Relacionado a presença da infra-estrutura de Ciência, Tecnologia
e Inovação (C&T&I) a literatura sugere que é condição
essencial. Nas empresas de base tecnológica a proximidade e a
interação com a infra-estrutura representam condições diferenciadas,
visto que aumentam as possibilidades de sucesso dessas
iniciativas e maximizam o efeito animador sob a região, ancorados
na premissa de que a presença de universidades e Institutos
de pesquisa desenvolve profissionais capacitados que atuam na
disseminação do conhecimento.
Do ponto de vista urbano, os espaços são sensíveis a diferentes

diferentes
processos dinâmicos, permitindo inferir que o poder público
atua de forma diferenciada de acordo com as características
dessas dinâmicas regionais. O plano diretor apresenta as diretrizes
para ocupação e ordenamento que são estabelecidos para a
requalificação do espaço, na medida em norteiam a política urbana.
Nesse sentido, destaca-se a necessidade do alinhamento dos
planos regionais e da lei de zoneamentos ao projeto do Parque
Tecnológico como uma condição necessária para coordenação e
articulação dos processos.
B - Determinantes para a definição das atividades econômicas
prioritárias
Entende-se que a definição das atividades econômicas prioritárias
é determinante para o sucesso do projeto. Todavia, esse
processo de definição é dificultado pela falta de informações em
escala intradistrital, fato que compromete a formulação de políticas
eficazes [Souza e To rres, 2003]. Para superar esse obstáculo
é necessária a aplicação de métodos que resultem na definição
das atividades prioritárias, a seguir são apresentados os critérios
considerados na presente metodologia, que envolve a consideração
de algumas condições básicas conjuntamente com critérios qualificadores:
• Condições básicas - Considerando a natureza do projeto, as empresas devem ser intensivas
em tecnologia e produzirem baixo impacto ambiental nos produtos e processos desenvolvidos.
Além disso, os processos e atividades intensivos em tecnologia em geral são caracterizados
pelo menor impacto ambiental em relação às atividades tradicionais.
• Critérios qualificadores - Referem-se aos critérios para especificação das atividades
econômicas que devem compor o escopo das ações projeto de parques. Nesse caso foram
considerar duas dimensões de análise: i) as atividades de empresas de base tecnológica
presente na região, tomando como proxy a existência de empresas concebidas em habitats de
inovação como incubadoras; ii) as atividades econômicas desenvolvidas por empresas
instaladas na áreas de influência do parque, e a caracterização das atividades.

__________

TESE DA DESIREE A PARTIR DA PG 167 (180) - FOCO NA PG 175 (188), 182 (195), ATÉ
190 (203)

PG 201
A "Hélice Tríplice" d e Leydesdorff e Etzkowitz (Etzkowitz, 2 0 0 2 ; Santos
& Ichikawa, 2002) trata-se de um m o d e l o conceituai para representar as relações
e n t r e o m e i o acadêmico (incluindo aqui t o d o s o s t i p o s d e instituições
geradoras de conhecimento), a empresa (desde start-ups de alta t e c n o l o g i a até
grandes corporações multinacionais) e o governo ( em s e u s vários níveis), q u e d i f
e r e d os demais, principalmente, por inserir o desenvolvimento econômico (e em
decorrência o social) também c o m o uma missão d o m e i o acadêmico. O u s e j a ,
o meio acadêmico passa a ter um papel importante nesse processo, juntamente
c o m os demais atores, promovendo a criação de organizações e ações
(programas e políticas) híbridas, das quais os parques tecnológicos e as
incuba d o r a s d e e m p r e s a s são exemplos.

Na discussão do conceito da Hélice Tríplice, considera-se que o


modelo t em por objeto representar a interação entre governo, universidade e
indústria, baseando-se em ações governamentais nacionais ou regionais que
p r o m o v am (ou incentivem) a colaboração entre a pesquisa acadêmica e a
indústria, q u e l e v am à inovação tecnológica. O s p r i n c i p a i s instrumentos
propostos pelos órgãos governamentais para alcançar essa interação c o s t u m a
basear-se em ações coordenadas, acordos, e instituições de interface, com apoio
econômico público. Discute-se, porém, s e e s t e modelo é realmente promotor de
colaboração e n t r e a indústria e o m e i o acadêmico.

V i a l e e GampodaH'Orto (2002), em seus estudos baseados na


observação feita sobre as realidades sócio-econômicas e dos sistemas de
p e s q u i s a e desenvolvimento dos Estados Unidos e d a Europa, propõem u ma
evolução do modelo da Hélice Tríplice, c om o objetivo de demonstrar que
relações f o r t e s e b em e s t r u t u r a d a s entre o meio acadêmico e o e m p r e s a
r i a l , que geram bons resultados científicos e tecnológicos são possíveis por m e i o
do estabelecimento de estruturas legais bem definidas e reconhecimento das
necessidades do mercado, e não pela intervenção direta de órgãos
governamentais públicos.

Participam da organização representantes dos três pilares dos


modelos ternarios: academia, empresa e g o v e r n o (representado por
órgãos g o v e r n a m e n t a i s regionais e agências d e f o m e n t o ) ;

________________

Audy & Spolidoro


CAP 2, pg 49 a 52,quadro conceitual dos PTs
CAP 4, pg 107, último parágrafo, sobre univ empreendedora (define pré-requisitos)

_____________
CHIOCHETTA, J.C. Proposta de um Modelo de Governança para Parques
Tecnológicos. 2010. Porto Alegre. Tese (doutorado em Engenharia de
Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, UFRGS.

A partir da pesquisa de modelos de governança existentes, esta tese tem


como objetivo principal desenvolver um modelo de governança para parques
tecnológicos, envolvendo a gestão operacional (infra-estrutura e gestão
interna), gestão estratégica (filosofia, objetivos e valores estratégicos),
estrutura de governança (identidade organizacional) e recursos (humanos,
capital e de conhecimento).

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