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Informativo 600-STJ
Márcio André Lopes Cavalcante
ÍNDICE
DIREITO ADMINISTRATIVO
CONCURSO PÚBLICO
Ação questionando critérios do psicotécnico previstos no edital deve ser proposta contra a entidade que promoveu
o concurso (e não contra a instituição contratada).
SERVIDORES PÚBLICOS
Não se pode cassar a aposentadoria do servidor que ingressou no serviço público por força de provimento judicial
precário e se aposentou durante o processo, antes da decisão ser reformada.
O valor do abono de permanência deverá ser levado em consideração na conversão da licença-prêmio em pecúnia.
DIREITO CIVIL
DIREITOS DE AUTOR
Ideias e indicações de bibliografia não gozam de proteção dos direitos de autor.
DIREITO DO CONSUMIDOR
CONCEITO DE CONSUMIDOR
Não se aplica o CDC para contrato de transporte de insumos.
Indivíduo que contrata serviço de corretagem de valores e títulos mobiliários é considerado consumidor.
Se o consumidor beneficiário de contrato de participação financeira cede seus direitos, a cessionária não será
considerada consumidora.
ASTREINTES
É possível que as astreintes sejam alteradas de ofício no recurso, no entanto, para isso, é indispensável que o recurso
tenha sido conhecido.
AÇÃO RESCISÓRIA
Não é cabível a propositura de rescisória fundada no art. 485, V, do CPC/1973 com base em julgados que não sejam
de observância obrigatória.
DIREITO TRIBUTÁRIO
PIS E COFINS
Incide PIS e COFINS sobre o percentual repassado pela empresa de transporte à empresa rodoviária que vende as
passagens.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
RECEBIMENTO DOS VALORES PREVIDENCIÁRIOS
O valor não recebido em vida pelo segurado deverá ser pago aos seus dependentes previdenciários e, na falta deles,
aos seus sucessores na forma do Código Civil.
DIREITO ADMINISTRATIVO
CONCURSO PÚBLICO
Ação questionando critérios do psicotécnico previstos no edital deve ser proposta contra a
entidade que promoveu o concurso (e não contra a instituição contratada)
Importante!!!
Em ação ordinária na qual se discute a eliminação de candidato em concurso público – em
razão da subjetividade dos critérios de avaliação de exame psicotécnico previstos no edital –
a legitimidade passiva será da entidade responsável pela elaboração do certame.
Ex: o Estado do ES abriu concurso para agente penitenciário. O CESPE foi contratado para
realizar as provas. João inscreveu-se no certame e foi aprovado nas provas teóricas, tendo
sido, contudo, reprovado no exame psicotécnico. Diante disso, João quer ajuizar ação
ordinária questionando os critérios de avaliação do exame psicotécnico previstos no edital
sob o argumento de que eles eram subjetivos. Essa ação terá que ser proposta contra o Estado
do ES (e não contra o CESPE).
STJ. 1ª Turma. REsp 1.425.594-ES, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 7/3/2017 (Info 600).
Surgiu, no entanto, a seguinte dúvida: esta ação deverá ser proposta contra o Estado do Espírito Santo
(entidade responsável pela elaboração do certame) ou contra o CESPE (entidade contratada para
executar o concurso e que aplicou o teste psicotécnico)?
Contra o Estado do Espírito Santo (entidade responsável pela elaboração do certame).
Em ação ordinária na qual se discute a exclusão de candidato em concurso público, a legitimidade passiva
é da entidade responsável pela realização, regulamentação e organização do certame que, no caso, é o
Estado do Espírito Santo.
Além disso, a causa de pedir da ação proposta pelo candidato está relacionada a atuação do órgão
responsável pela elaboração do edital, alegando-se subjetividade nos critérios de avaliação do exame
psicotécnico, não se enquadrando nas hipóteses de atuação da banca examinadora.
SERVIDORES PÚBLICOS
Não se pode cassar a aposentadoria do servidor que ingressou no serviço público por força de
provimento judicial precário e se aposentou durante o processo, antes da decisão ser reformada
Importante!!!
Se o candidato tomou posse por força de decisão judicial precária e esta, posteriormente, é
revogada, ele perderá o cargo, mesmo que já o esteja ocupando há muitos anos. Não se aplica,
ao caso, a teoria do fato consumado. Nesse sentido: STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min.
Teori Zavascki, julgado em 7/8/2014 (repercussão geral) (Info 753).
A situação será diferente se ele se aposentou antes do processo chegar ao fim.
Imagine que o candidato tomou posse no cargo por força de decisão judicial precária.
Passaram-se vários anos e ele, após cumprir todos os requisitos, aposentou neste cargo por
tempo de contribuição. Após a aposentadoria, a decisão que o amparou foi reformada. Neste
caso, não haverá a cassação de sua aposentadoria.
Nas palavras do STJ: quando o exercício do cargo foi amparado por decisões judiciais precárias
e o servidor se aposentou, antes do julgamento final de mandado de segurança, por tempo de
contribuição durante esse exercício e após legítima contribuição ao sistema, a denegação
posterior da segurança que inicialmente permitira ao servidor prosseguir no certame não
pode ocasionar a cassação da aposentadoria.
STJ. 1ª Seção. MS 20.558-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600).
Neste caso, João poderá permanecer no cargo com base na teoria do fato consumado, considerando que
ele já exercia a função há muitos anos?
Se o impetrante ainda estivesse exercendo o cargo na ativa quando transitou em julgado o mandado de
segurança, então, neste caso, ele deveria ser afastado do serviço público, aplicando-se o entendimento
do STF que não admite, em tais casos, a teoria do fato consumado (RE 608482/RN).
Dessa forma, não há fundamento na lei para se cassar a aposentadoria nesta hipótese.
SERVIDORES PÚBLICOS
O valor do abono de permanência deverá ser levado em
consideração na conversão da licença-prêmio em pecúnia
Outras leis permitem que o próprio servidor público receba em pecúnia o valor dos 3 meses da licença-
prêmio caso ele não tenha conseguido gozar esse descanso em virtude da necessidade da Administração
Pública de que ele continuasse trabalhando. É o caso, por exemplo, do Estatuto dos Servidores Públicos
do Estado de Goiás:
Art. 248-A. Os períodos de licença-prêmio não usufruídos pelo servidor, quando em atividade, não
poderão ser convertidos em pecúnia, exceto na hipótese de indeferimento do pedido de gozo em
razão de necessidade do serviço público.
Abono de permanência
Para o Governo, é desvantajoso quando o servidor público se aposenta. Isso porque, além de pagar a
aposentadoria, ele terá que contratar outro servidor para desempenhar o cargo do que se aposentou.
Desse modo, para o Poder Público é interessante incentivar que o servidor permaneça na ativa mesmo
que já tenha "tempo" para se aposentar.
Pensando nisso, a EC 41/2003 instituiu o chamado "abono de permanência".
O abono de permanência é um incentivo financeiro pago ao servidor que, mesmo já tendo preenchido os
requisitos para se aposentar com proventos integrais, decide adiar a jubilação e continuar trabalhando.
O instituto está previsto no § 19 do art. 40 da CF/88:
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas no § 1º, III, "a", e que opte por permanecer em atividade fará jus a um
abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído pela EC 41/2003)
Imagine que determinado servidor público está recebendo abono de permanência. Ele completa mais
um período de licença-prêmio, mas, em virtude de excesso de serviço, não goza do descanso. A
Informativo 600-STJ (26/04/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 6
Administração Pública autoriza, então, que a licença-prêmio seja convertida em pecúnia. A dúvida que
havia é a seguinte: o valor que o servidor está recebendo a título de abono de permanência será também
incluído no cálculo da remuneração para fins de pagamento da indenização?
SIM.
O abono de permanência insere-se no conceito de remuneração do cargo efetivo, de forma a compor a
base de cálculo da licença-prêmio não gozada.
STJ. 1ª Turma. REsp 1.514.673-RS, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 7/3/2017 (Info 600).
A licença-prêmio não gozada e, portanto, convertida em pecúnia, tem como base de cálculo a
remuneração do cargo efetivo.
O abono de permanência é uma vantagem pecuniária permanente, pois essa contraprestação se incorpora
ao patrimônio jurídico do servidor de forma irreversível ao ocorrer a reunião das condições para a
aposentadoria, associada à continuidade do labor. Não é, portanto, possível atribuir eventualidade ao
pagamento da citada vantagem, pois somente com o implemento da aposentadoria ela cessará.
Assim, o abono de permanência integra o conceito de remuneração do servidor e, portanto, deverá
também ser considerado no momento da conversão da licença-prêmio em pecúnia.
DIREITO CIVIL
DIREITOS DE AUTOR
Ideias e indicações de bibliografia não gozam de proteção dos direitos de autor
As ideias que servem de base e a bibliografia de que se vale autor de texto de dissertação de
mestrado não estão abarcadas pela proteção aos direitos de autor.
Ex: determinada pessoa fez uma dissertação de mestrado envolvendo literatura de vampiros;
algum tempo depois, a Faculdade criou uma disciplina na pós-graduação envolvendo esta
temática e utilizando parte da bibliografia mencionada na dissertação. Embora o texto de sua
dissertação e das suas conferências realizadas em eventos acadêmicos esteja protegido pela
Lei de Direitos Autorais, as ideias que lhe serviram de base, bem como a bibliografia de que se
valeu para a realização da pesquisa não estão abrangidas pela proteção aos direitos de autor.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.528.627-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 7/3/2017 (Info 600).
Direitos de autor
Plágio é uma forma leiga de se denominar a violação dos direitos de autor.
Os chamados “direitos de autor” estão garantidos pela Constituição Federal e a sua proteção se encontra
detalhada na Lei nº 9.610/98, mais conhecida como Lei de Direitos Autorais.
Portanto, não há dúvidas de que a dissertação da autora, bem como as apresentações realizadas em
eventos científicos, estão devidamente protegidas à luz do direito autoral.
Deve-se averiguar, porém, em que extensão se dá essa proteção.
Assim, se, por um lado, as obras são protegidas, por outro, as ideias nelas contidas não gozam da mesma
proteção.
Isso se justifica pela própria finalidade dos direitos autorais, que é a de servir de incentivo à produção
artística, científica e cultural, fomentando o desenvolvimento da cultura.
O ordenamento protege apenas e tão somente a forma de expressão utilizada na obra, e não a ideia nela
contida, que se encontra em domínio público e pode ser por todos utilizada.
Se ideias fossem apropriáveis por aquele que primeiro as tivesse, haveria, sem dúvida, um engessamento
das artes e das ciências, cujo desenvolvimento dependeria, sempre, da autorização de quem previamente
detivesse os direitos àquela ideia, o que não se coaduna com a finalidade própria da proteção da
propriedade intelectual e tampouco com os objetivos da República elencados na Constituição Federal.
Portanto, embora os textos da dissertação e da apresentação da autora gozem, de fato, da proteção dos
direitos autorais, a ideia que teve para sua pesquisa - a análise da construção da figura dos vampiros com
base em obras literárias ao longo do tempo - não pode ser por ela apropriada.
Referida norma tem por finalidade justamente impedir o que pretende a autora: a tentativa de
monopolizar um ramo científico ou enfoque técnico sob o pretexto de proteção a direitos de autor.
Conclui-se, assim, que os direitos autorais de que goza a autora não têm a extensão que ela pretende, de
modo que, não tendo havido a transcrição literal de seu trabalho, ou a cópia de trechos literários ou
artísticos nele eventualmente constantes, não há falar em ofensa a seus direitos.
E a bibliografia?
Quanto à bibliografia de sua pesquisa, pode-se aplicar, por analogia, o inciso XIII do art. 7º da Lei nº
9.610/98:
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou
fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais
como:
(...)
XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras
obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação
intelectual.
Essa proteção não abarca, contudo, os dados ou materiais em si mesmos. É o que diz o § 2º do art. 7º da Lei:
Art. 7º (...)
§ 2º A proteção concedida no inciso XIII não abarca os dados ou materiais em si mesmos e se
entende sem prejuízo de quaisquer direitos autorais que subsistam a respeito dos dados ou
materiais contidos nas obras.
Sendo assim, ainda que se entenda que a bibliografia de seu trabalho também goza da proteção como
direito autoral, ela não pode pretender impedir a utilização das obras ali constantes, que por ela também
foram consultadas, na disciplina criada no programa de pós-graduação da Faculdade de Letras da
Universidade de Santa Catarina, uma vez que aqueles livros não pertencem a ela.
No meio acadêmico e científico, as pesquisas se desenvolvem normalmente a partir da revisão
bibliográfica de pesquisas prévias, que indicam caminhos já percorridos dentro de um campo específico
do conhecimento, não sendo necessário reinventar diariamente a roda.
Pelo contrário, o compartilhamento de informações científicas no meio acadêmico mostra-se não apenas
útil, mas necessário, sendo benéfico para a instituição de ensino e pesquisa, para os pesquisadores e para
a sociedade como um todo.
Regramento
O Código Civil de 2002 trata de forma genérica sobre a propriedade fiduciária em seus arts. 1.361 a 1.368-
B. Existem, no entanto, leis específicas que também regem o tema:
• alienação fiduciária envolvendo bens imóveis: Lei nº 9.514/97;
• alienação fiduciária de bens móveis no âmbito do mercado financeiro e de capitais: Lei nº 4.728/65 e
Decreto-Lei nº 911/69. É o caso, por exemplo, de um automóvel comprado por meio de financiamento
bancário com garantia de alienação fiduciária.
Nas hipóteses em que houver legislação específica, as regras do CC-2002 aplicam-se apenas de forma
subsidiária:
Art. 1.368-A. As demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciária submetem-se à
disciplina específica das respectivas leis especiais, somente se aplicando as disposições deste Código
naquilo que não for incompatível com a legislação especial.
Resumindo:
Alienação fiduciária de Alienação fiduciária de
bens MÓVEIS fungíveis e bens MÓVEIS infungíveis
Alienação fiduciária de
infungíveis quando o credor quando o credor fiduciário for
bens IMÓVEIS
fiduciário for instituição pessoa natural ou jurídica (sem
financeira ser banco)
Lei nº 4.728/65 Código Civil de 2002
Lei nº 9.514/97
Decreto-Lei nº 911/69 (arts. 1.361 a 1.368-A)
Imaginemos que Antônio financiou o veículo em 48 prestações. Após pagar 35 parcelas, ele ficou
desempregado e não conseguiu arcar com as demais prestações. O que acontece em caso de
inadimplemento do mutuário (em nosso exemplo, Antônio)?
Havendo mora por parte do mutuário, deverá ser adotado o procedimento previsto no DL 911/69:
1) Notificação do devedor
O credor deverá fazer a notificação extrajudicial do devedor de que este se encontra em débito,
comprovando, assim, a mora. Essa notificação é indispensável para que o credor possa ajuizar ação de
busca e apreensão (Súmula 72-STJ).
3) Concessão da liminar
O juiz concederá a busca e apreensão de forma liminar (sem ouvir o devedor), desde que comprovada a
mora ou o inadimplemento do devedor (art. 3º do DL 911/69).
5) Apreensão do bem
O devedor, por ocasião do cumprimento do mandado de busca e apreensão, deverá entregar o bem e
seus respectivos documentos (§ 14 do art. 3º).
8) Venda do bem
Se houve o inadimplemento ou mora e o bem foi apreendido, o credor (proprietário fiduciário) poderá
vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra
medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato (art. 2º do DL
911/69).
O preço da venda, isto é, o valor apurado com a alienação, deverá ser utilizado para pagar os débitos do
devedor para com o credor e também para custear as despesas decorrentes da cobrança dessa dívida.
Se, após o pagamento da dívida, ainda sobrar dinheiro, esse saldo apurado deverá ser entregue ao
devedor.
9) Sentença
Após todo esse procedimento, o juiz profere a sentença.
Contra essa decisão cabe apelação, apenas no efeito devolutivo.
Desse modo, sendo a autora uma OSCIP, não se insere no conceito de instituição financeira nem pode ser
ela equiparada, devendo, portanto, ser reconhecida a sua ilegitimidade para ajuizar a busca e apreensão
regulada pelo DL 911/69.
Resumindo:
A organização da sociedade civil de interesse público - OSCIP -, mesmo ligada ao Programa Nacional de
Microcrédito Produtivo Orientado - PNMPO, não pode ser classificada ou equiparada à instituição
financeira, carecendo, portanto, de legitimidade ativa para requerer busca e apreensão de bens com
fulcro no Decreto-Lei nº 911/69.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.311.071-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/3/2017 (Info 600).
E qual instrumento processual poderia ser utilizado pela OSCIP neste caso?
Ação de reintegração de posse.
É de 4 anos o prazo de decadência para anular partilha de bens em dissolução de união estável,
por vício de consentimento (coação), nos termos do art. 178 do Código Civil.
Cuidado:
Prazo para anulação da partilha do direito sucessório (morte): 1 ano.
Prazo para anulação da partilha em caso de divórcio ou dissolução de união estável: 4 anos.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.621.610-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/2/2017 (Info 600).
Art. 657. A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a termo nos autos do inventário
ou constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada por dolo, coação, erro essencial
ou intervenção de incapaz, observado o disposto no § 4º do art. 966.
Parágrafo único. O direito à anulação de partilha amigável extingue-se em 1 (um) ano, contado esse prazo:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessou;
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
CONCEITO DE CONSUMIDOR
Não se aplica o CDC para contrato de transporte de insumos
No caso em tela, não se aplica a referida mitigação da teoria finalista, pois a empresa autora da demanda
sequer alegou a sua vulnerabilidade perante a empresa demandada.
Com efeito, sob a ótica da teoria finalista, seria o caso de analisar se a contratante do serviço de transporte
de carga é destinatária final fática e econômica desse serviço.
Contudo, uma vez que a carga transportada é insumo, o contrato celebrado para o transporte desse
insumo fica vinculado a essa destinação, não havendo necessidade de se perquirir acerca da destinação
econômica do serviço de transporte.
Deve ser reconhecida a relação de consumo existente entre a pessoa natural, que visa a
atender necessidades próprias, e as sociedades que prestam, de forma habitual e profissional,
o serviço de corretagem de valores e títulos mobiliários.
Ex: João contratou a empresa “Dinheiro S.A Corretora de Valores” para que esta intermediasse
operações financeiras no mercado de capitais. Em outras palavras, João contratou essa
corretora para investir seu dinheiro na Bolsa de Valores. A relação entre João e a corretora é
uma relação de consumo.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.599.535-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/3/2017 (Info 600).
Esta relação jurídica entre João e a corretora é uma relação de consumo? O magistrado, ao julgar a
causa, deverá aplicar o Código de Defesa do Consumidor?
SIM.
Deve ser reconhecida a relação de consumo existente entre a pessoa natural, que visa a atender
necessidades próprias, e as sociedades que prestam, de forma habitual e profissional, o serviço de
corretagem de valores e títulos mobiliários.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.599.535-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/3/2017 (Info 600).
Conceito de consumidor
O CDC possui três dispositivos que trazem definições sobre quem seja consumidor:
Art. 2º Art. 17 Art. 29
Conceito geral Toda e qualquer vítima de fato Para fins de práticas comerciais
do produto e do serviço e de proteção contratual
Art. 2º Consumidor é toda Art. 17. Para os efeitos desta Art. 29. Para os fins deste
pessoa física ou jurídica que Seção, equiparam-se aos Capítulo e do seguinte,
adquire ou utiliza produto ou consumidores todas as vítimas equiparam-se aos consumidores
serviço como destinatário final. do evento. todas as pessoas determináveis
Parágrafo único. Equipara-se a ou não, expostas às práticas nele
consumidor a coletividade de Tem-se aqui a figura do previstas.
pessoas, ainda que bystander (espectador).
Informativo 600-STJ (26/04/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante | 16
indetermináveis, que haja O art. 29 refere-se a dois
intervindo nas relações de Exemplo: se um avião cai em um capítulos:
consumo. bairro residencial e causa danos Capítulo V - Das Práticas
aos seus moradores, estes serão Comerciais
considerados consumidores por Capítulo VI - Proteção contratual
equiparação (bystanders), mesmo
não sendo passageiros ou terem
qualquer tipo de contrato com a
companhia aérea.
Teoria finalista
Em regra, a jurisprudência do STJ afirma que o art. 2º do CDC deve ser interpretado de forma restritiva e
que deve ser considerado destinatário final tão somente o destinatário fático e econômico do bem ou
serviço, seja ele pessoa física ou jurídica.
Com isso, em regra, fica excluído da proteção do CDC o consumo intermediário, assim entendido como
aquele cujo produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e, portanto,
o preço final) de um novo bem ou serviço (Min. Nancy Andrighi).
Para ser considerada uma relação de consumo, o bem ou serviço não pode ter sido adquirido com
finalidade lucrativa ou para integrar a cadeia de produção (atividade negocial).
Essa é a aplicação da concepção finalista.
CONCEITO DE CONSUMIDOR
Se o consumidor beneficiário de contrato de participação financeira
cede seus direitos, a cessionária não será considerada consumidora
Sistema TELEBRÁS
Antes da privatização, quem explorava os serviços de telefonia no Brasil era a União, por meio de empresas
estatais integrantes do chamado sistema TELEBRÁS.
A TELEBRÁS (Telecomunicações Brasileiras S.A.) era uma empresa estatal pertencente à União, sendo
responsável por coordenar e controlar outras empresas estatais que atuavam nos Estados prestando os
serviços telefônicos.
Assim, a TELEBRÁS era uma espécie de holding que abrangia inúmeras outras empresas estatais, como a
TELEBRASÍLIA (que prestava os serviços de telecomunicações no Distrito Federal), a TELECEARÁ (Ceará), a
TELEMIG (Minas Gerais), a TELERJ (Rio de Janeiro), a TELESP (São Paulo), a TELAMAZON (Amazonas) etc.
Os serviços que atualmente são prestados pela TIM, VIVO, CLARO etc. eram desempenhados por essas
empresas estatais.
Em 1998, as empresas que compunham o sistema TELEBRÁS foram vendidas em leilão internacional para
empresas privadas, a chamada "privatização".
Aplicação do CDC
O STJ entende que demandas propostas com o objetivo de fazer cumprir os contratos de participação
financeira são regidas pelo CDC. Em outras palavras, quando o usuário ingressa com demanda por
complementação de ações de empresa de telefonia, ele poderá invocar as regras protetivas do CDC.
Isso se justifica porque tais demandas estão diretamente relacionadas com serviço de telefonia.
O interessado, para ter acesso ao serviço público de telefonia, tinha que obrigatoriamente se tornar
acionista da respectiva concessionária. Nesse sentido, justifica-se que a proteção ao consumidor se
estenda ao contrato como um todo, tanto no que concerne à prestação de serviços telefônicos quanto à
retribuição em ações, pois a condição de acionista era imposta ao consumidor. Confira precedente:
(...) 1. A jurisprudência do STJ é firme em reconhecer a existência de relação de consumo nos contratos
para aquisição de linha telefônica com cláusula de investimento em ações, haja vista que o contrato de
participação financeira está atrelado diretamente aos serviços de telefonia. (...)
STJ. 4ª Turma. REsp 1266388/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 17/12/2013.
Sucessoras da Telebrás
Vale ressaltar que, com a privatização ocorrida em 1998, a responsabilidade pela complementação das
ações de telefonia passou para as empresas privadas que ganharam o leilão e assumiram a prestação dos
serviços (exs: OI, Brasil Telecom, TIM etc.), considerando que elas são sucessoras da Telebrás.
Os contratos de participação financeira têm natureza híbrida, englobando dentro deles duas relações
jurídicas autônomas:
a) A prestação do serviço telefônico entre o usuário e a empresa de telefonia (o direito de o usuário
utilizar os serviços telefônicos); e
b) a emissão de ações da companhia em favor do usuário (que passa a ser acionista).
No caso analisado, a linha telefônica permaneceu com o promitente-assinante (João), sendo transferida
para a empresa cessionária apenas a segunda relação jurídica, ou seja, os valores mobiliários (ações).
É certo que a jurisprudência do STJ se firmou no sentido de que o CDC é aplicável às ações que têm como
objeto o cumprimento de contratos de participação financeira, pois diretamente atrelados ao serviço de
telefonia. No entanto, no presente caso, a autora é uma empresa especializa em comprar créditos, sendo
cessionária de milhares de contratos de participação financeira. Não há vulnerabilidade ou
hipossuficiência do cessionário. Ademais, o pedido da demanda é apenas relacionado com as ações, não
havendo qualquer discussão sobre o uso dos serviços de telefonia (isso sim é que configura a prestação
dos serviços).
Além disso, a cessão está resumida à integralidade dos direitos creditícios decorrentes do contrato de
participação financeira. Trata-se, portanto, de cessão de crédito e não de cessão de posição contratual,
pois não há cessão da inteira posição no ajuste.
Por fim, vale ressaltar que as condições personalíssimas do cedente não se transmitem ao cessionário.
Logo, a condição de consumidor do promitente-assinante não se transfere ao cessionário do contrato de
participação financeira.
ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA
Ônus da sucumbência em caso de sentença de extinção do processo sem resolução do mérito
Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda do
objeto da ação em razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber qual
dos litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse julgado, o pagamento das custas e
dos honorários advocatícios deve ser rateado entre as partes.
Ex: João teve um ataque cardíaco e foi internado em um hospital particular, onde colocaram
um stent no paciente. Inicialmente, o plano de saúde de João recusou-se a pagar ao hospital os
valores despendidos com o stent. Diante disso, o hospital ingressou com ação cobrando este
valor de João. Ocorre que João havia feito um pedido administrativo de reconsideração ao
plano de saúde, que foi acolhido e, assim, o convênio transferiu espontaneamente o dinheiro
do tratamento ao hospital. Neste caso, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução do
mérito por perda superveniente do interesse de agir e condenar as duas partes ao pagamento
das custas e dos honorários advocatícios divididos entre elas.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.641.160-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/3/2017 (Info 600).
Afinal de contas, quem deverá pagar as custas e honorários advocatícios: o autor ou o réu?
Os dois, divididos.
Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda do objeto da
ação em razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber qual dos litigantes seria
sucumbente se o mérito da ação fosse julgado, o pagamento das custas e dos honorários advocatícios
deve ser rateado entre as partes.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.641.160-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/3/2017 (Info 600).
ASTREINTES
É possível que as astreintes sejam alteradas de ofício no recurso, no entanto,
para isso, é indispensável que o recurso tenha sido conhecido
O valor das astreintes não pode ser reduzido de ofício em segunda instância quando a questão
é suscitada em recurso de apelação não conhecido.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.508.929-RN, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 7/3/2017 (Info 600).
Astreintes
A multa cominatória, também conhecida como astreinte, é prevista no art. 537 do CPC/2015:
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de
conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja
suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do
preceito.
Assim, a multa coercitiva pode ser aplicada pelo magistrado como uma forma de pressionar o devedor a
cumprir:
uma decisão interlocutória que concedeu tutela provisória; ou
uma sentença que julgou procedente o pedido do autor.
Ex: em uma ação envolvendo contrato empresarial, o juiz determinou que a empresa “XX” entregasse para
a empresa “YY” 8 mil sacas de soja em determinado prazo, sob pena de multa diária de R$ 16 mil reais.
Essa multa é chamada de astreinte.
Pode ser imposta multa ao agente público pelo descumprimento da obrigação de fazer?
Depende. Se ele foi parte na ação, sim. Caso não tenha sido parte, não é possível, por ofensa aos princípios
do contraditório e da ampla defesa. Confira:
(...) 1. O ora agravante, à época Secretário de Estado da Administração e dos Recursos Humanos do
Governo do Rio Grande do Norte, foi condenado, ante sua responsabilidade pessoal, pela Corte de origem
ao pagamento de astreintes devido ao não cumprimento imediato de determinação judicial no bojo de
mandado de segurança do qual ele foi, efetivamente, parte impetrada.
(...)
3. As astreintes podem ser direcionadas pessoalmente às autoridades ou aos agentes responsáveis pelo
cumprimento das determinações judiciais, em particular quando eles foram parte na ação. (...)
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1388716/RN, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 23/10/2014.
(...) o agente público não pode ser pessoalmente condenado ao pagamento de astreintes se não figurou
como parte na relação processual em que imposta a cominação, sob pena de afronta ao direito
constitucional de ampla defesa.
STJ. 1ª Turma. REsp 1433805/SE, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/06/2014.
É possível que o juiz, após o devedor já ter descumprido a multa fixada, reduza o seu valor?
SIM. É possível que o juiz, adotando os critérios da razoabilidade e da proporcionalidade, possa limitar o
valor da astreinte, a fim de evitar o enriquecimento sem causa do exequente. Essa possibilidade está
prevista no CPC:
Art. 537 (...)
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa
vincenda ou excluí-la, caso verifique que:
I - se tornou insuficiente ou excessiva;
II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para
o descumprimento.
Diante disso, pode-se dizer que a decisão que comina astreintes não preclui e não faz coisa julgada.
Assim, o juiz poderá, mesmo na fase de execução, alterar o valor da multa. Confira:
Vale ressaltar que, mesmo se a multa foi fixada em sentença transitada em julgado, será possível a
modificação de seu valor e/ou periodicidade, considerando que o que se tornou imutável foi a obrigação
reconhecida na sentença, mas não a multa. Em outras palavras, o que fez coisa julgada foi a obrigação,
sendo a multa apenas uma forma executiva de cumpri-la.
O autor pode exigir o pagamento das astreintes antes do final do processo (antes do trânsito em
julgado)? Em outras palavras, é possível a execução provisória das astreintes fixadas em tutela
provisória de urgência?
Sim, é possível. Neste caso, o devedor da multa será obrigado a depositar o valor em juízo. Caso não faça
voluntariamente, poderão ser tomadas medidas de expropriação (ex: penhora on line). No entanto, o
credor não poderá levantar imediatamente a quantia.
O valor da multa permanecerá depositado em juízo e o credor somente poderá “sacar” a quantia após o
trânsito em julgado da sentença favorável a ele.
Feita esta breve revisão sobre astreintes, imagine a seguinte situação hipotética:
João foi condenado a pagar R$ 300 mil a Pedro. Desse valor, R$ 100 mil é referente à obrigação principal
e R$ 200 mil corresponde ao valor das astreintes.
A sentença transitou em julgado.
O credor iniciou o cumprimento de sentença.
João (devedor), após ser intimado, decidiu não pagar a dívida, tendo apresentado impugnação ao
cumprimento de sentença.
Na impugnação, ele alegou que o valor da multa era excessivo e que deveria ser reduzido, nos termos do
art. 537, § 1º, I, do CPC/2015.
O juiz julgou improcedente a impugnação e determinou o prosseguimento da execução.
João interpôs apelação contra esta decisão do magistrado.
Agiu corretamente o devedor?
NÃO. O recurso cabível contra a decisão que julga a impugnação ao cumprimento de sentença é o seguinte:
Se na decisão que julgou a impugnação o juiz não extinguiu a execução: cabe agravo de instrumento.
Se na decisão que julgou a impugnação o juiz extinguiu a execução: cabe apelação.
No caso concreto, o magistrado julgou improcedente a impugnação e não extinguiu a fase executiva. Logo,
João deveria ter interposto agravo de instrumento.
O Tribunal poderia, com base no princípio da fungibilidade, receber a apelação interposta como se fosse
agravo de instrumento?
(...) A decisão que resolve a impugnação sem por fim à execução desafia o recurso de agravo de
instrumento, caracterizando erro grosseiro a interposição de apelação, (...)
STJ. 3ª Turma. EDcl no AgRg no AREsp 209.349/SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe 28/3/2016.
Como vimos acima, é certo que a decisão que fixa a multa cominatória não faz coisa julgada, podendo ser
modificada a qualquer tempo. Assim, é possível a modificação do valor da multa até mesmo de ofício, a
qualquer tempo, inclusive na fase de execução.
Isso, contudo, não quer dizer que o órgão julgador está autorizado a conhecer de ofício do tema em
recurso que não tenha nem sequer ultrapassado a instância de conhecimento, isto é, que não tenha sido
nem mesmo admitido.
No caso concreto, a apelação era incabível, o que significa que ele não poderia ter sido conhecido. Se o
recurso não foi conhecido, conclui-se que não foi aberta a jurisdição recursal, razão pela qual era
impossível que o Tribunal tivesse emitido qualquer pronunciamento sobre o mérito da questão, ainda que
de ofício.
Dizer que determinada questão pode ser conhecida de ofício significa reconhecer que o juiz pode decidi-
la independentemente de pedido, mas há de haver um momento processual adequado para tanto.
Nesse sentido, confira outro precedente do STJ:
(...) 4. Pode o órgão julgador conhecer, de ofício, das questões de ordem pública, sem que isso implique
julgamento extra petita ou reformatio in pejus. Precedentes do STJ.
5. No âmbito do STJ, tal orientação também encontra guarida, consoante prescreve o art. 257 do RI/STJ.
É necessário, porém, que a instância recursal seja aberta, o que ocorre quando o apelo preenche todos os
requisitos de admissibilidade. (...)
STJ. 2ª Turma. AgRg no AgRg no REsp 1.218.791/PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/9/2011.
Assim, o valor da multa não poderia ter sido reduzido já que a apelação não foi conhecida.
AÇÃO RESCISÓRIA
Não é cabível a propositura de rescisória fundada no art. 485, V, do CPC/1973
com base em julgados que não sejam de observância obrigatória
Nos casos em que se admite a relativização da Súmula 343 do STF, não é cabível propositura
da ação rescisória com base em julgados que não sejam de observância obrigatória.
Não há como autorizar a propositura de ação rescisória - medida judicial excepcionalíssima -
com base em julgados que não sejam de observância obrigatória, sob pena de se atribuir
eficácia vinculante a acórdão que, por lei, não o possui.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.655.722-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/3/2017 (Info 600).
Obs: prevalece que a Súmula 343 do STF não está mais válida tendo em vista a previsão contida no
art. 966, V, § 5º e no art. 525, § 15 do CPC/2015.
Observação
O presente julgado foi decidido com base no CPC/1973. Irei explicá-lo segundo o Código passado e, ao
final, informarei como o tema ficará com o CPC/2015.
O raciocínio que inspirou essa súmula é o seguinte: se há nos tribunais divergência sobre um mesmo
preceito normativo, é porque ele comporta mais de uma interpretação, significando que não se pode
qualificar qualquer dessas interpretações, mesmo a que não seja a melhor, como ofensiva ao teor literal
da norma interpretada. Trata-se da chamada “doutrina da tolerância da razoável interpretação da norma”
(Voto do Ministro Teori Zavascki no RE 590809/RS).
Assim, levando em conta este raciocínio, somente caberia ação rescisória contra o acórdão proferido pelo
TJMT se a decisão do STJ de 2003 tivesse sido prolatada em recurso especial repetitivo.
CPC/2015
A maioria da doutrina afirma que a Súmula 343 do STF não está mais válida, tendo em vista a previsão
contida no art. 966, V, § 5º e no art. 525, § 15 do CPC 2015:
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
V - violar manifestamente norma jurídica;
(...)
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão
baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que
não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão
decisório que lhe deu fundamento.
Fredie Didier defende que a Súmula 343-STF continua válida em uma hipótese (letra “a” abaixo):
"a) Divergência na interpretação do Direito entre Tribunais, sem que existisse, ao tempo da prolação da
decisão rescindenda, precedente vinculante do STF ou STJ (art. 927, CPC) sobre o tema: não há direito à
rescisão, pois não se configura a manifesta violação de norma jurídica. Aplica-se o n. 343 da súmula do
STF.
b) Divergência na interpretação do Direito entre tribunais, sem que existisse, ao tempo da prolação da
decisão rescindenda, precedente vinculante do STF ou STJ (art. 927, CPC) sobre o tema; após o trânsito
em julgado, sobrevém precedente obrigatório do tribunal superior: observado o prazo da ação rescisória,
há direito à rescisão, com base nesse novo precedente, para concretizar o princípio da unidade do Direito
e a igualdade. Note que o § 15 do art. 525, examinado mais à frente, reforça a tese de que cabe ação
rescisória para fazer prevalecer posicionamento de tribunal superior formado após a coisa julgada.
c) Divergência na interpretação do Direito entre tribunais, havendo, ao tempo da prolação da decisão
rescindenda, precedente vinculante do STF ou do STJ sobre o tema: se a decisão rescindenda contrariar o
precedente vinculante, há direito à rescisão, pois se configura a manifesta violação de norma jurídica.
Violam-se, a um só tempo, a norma do precedente e a norma que decorre do art. 927, CPC.
d) Divergência na interpretação do Direito entre tribunais, havendo, ao mesmo tempo da prolação da
decisão rescindenda, precedente vinculante do STF ou STJ; após o trânsito em julgado, sobrevém novo
precedente de tribunal superior, alterando o seu entendimento: não há direito à rescisão, fundado nesse
novo precedente, tendo em vista a segurança jurídica, tal como decidido pelo STF, no RE n. 590.809, rel.
Min. Marco Aurélio, j. em 22.10.2014." (DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de Direito
Processual Civil. Vol. 3., 13ª ed., Salvador: Juspodivm, 2016, p. 495-496).
EXECUÇÃO
O fato de ter sido decretada a indisponibilidade do bem não impede
que ele seja objeto de adjudicação decretada em outro processo
Obs: esses incisos estão organizados segundo uma preferência legal. Em outras palavras, se houver
interessados em adjudicar (inciso I), não será necessário fazer a alienação. Se não ocorrer a adjudicação,
deve-se tentar a alienação (inciso II) antes da apropriação de frutos (inciso III).
Adjudicação (inciso I)
A adjudicação ocorre quando a propriedade do bem penhorado (móvel ou imóvel) é transferida para o
exequente (ou para um terceiro legitimado a adjudicar), como forma de pagamento da dívida que está
sendo cobrada em juízo.
O instituto encontra-se previsto no art. 876 do CPC/2015, cujo caput estabelece:
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe
sejam adjudicados os bens penhorados.
O caput do art. 876 fala apenas no exequente, mas o § 5º prevê outros legitimados que também podem
adjudicar. Veja:
§ 5º Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII, pelos
credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro,
pelos descendentes ou pelos ascendentes do executado.
Agiu corretamente o juiz da execução? O fato de ter sido decretada a indisponibilidade do bem impede
que ele seja objeto de adjudicação decretada em outro processo?
NÃO.
A indisponibilidade de bens do executado deferida em ação civil pública não impede a adjudicação de
um determinado bem ao credor que executa o devedor comum com substrato em título executivo
judicial.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.493.067-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 21/3/2017 (Info 600).
DIREITO TRIBUTÁRIO
PIS E COFINS
Incide PIS e COFINS sobre o percentual repassado pela
empresa de transporte à empresa rodoviária que vende as passagens
Incide a contribuição ao PIS e COFINS sobre o valor do percentual repassado pelas empresas
de transporte de passageiros às empresas rodoviárias.
Ex: a “Viação Segura Ltda.” é uma empresa que realiza transporte intermunicipal de
passageiros. Ela vende suas passagens por meio da uma empresa rodoviária. Em troca, a
empresa rodoviária retém 10% do valor das passagens para si. Esse valor que a empresa
rodoviária retém continua sendo considerado como faturamento da empresa de transporte e,
por isso, deve ser incluído na base de cálculo do PIS e COFINS.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.441.457-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 16/3/2017 (Info 600).
PIS/PASEP
O sentido histórico dessas duas siglas é o seguinte:
PIS: Programa de Integração Social.
PASEP: Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público.
O PIS e o PASEP foram criados separadamente, mas desde 1976 foram unificados e passaram a ser
denominados de PIS/PASEP.
Segundo a Lei nº 10.637/2002, a contribuição para o PIS/Pasep incide sobre o total das receitas auferidas
no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.
COFINS
Significa Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
A COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) é uma espécie de tributo instituída pela
Lei Complementar 70/91, nos termos do art. 195, I, “b”, da CF/88.
A COFINS incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de
sua denominação ou classificação contábil (art. 1º da Lei nº 10.833/2003).
Faturamento
No julgamento do RE 585.235/MG, o STF definiu que faturamento é a receita bruta das vendas de
mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, a soma das receitas oriundas do
exercício das atividades empresariais.
A “Viação Segura Ltda” terá que pagar PIS e COFINS sobre o seu faturamento. A dúvida que surge é a
seguinte: essa contribuição incidirá sobre o valor total da passagem (R$ 5,00) ou apenas sobre o valor
que efetivamente é repassado para a empresa de transporte (R$ 4,50)? O valor que fica com a empresa
rodoviária também irá compor a base de cálculo do PIS e COFINS?
SIM. A contribuição para o PIS e COFINS incidirá sobre o valor total das passagens vendidas, incluindo a
quantia que fica com a empresa rodoviária. Assim decidiu o STJ:
Incide a contribuição ao PIS e COFINS sobre o valor do percentual repassado pelas empresas de
transporte de passageiros às empresas rodoviárias.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.441.457-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 16/3/2017 (Info 600).
O faturamento da empresa de transporte é composto pelo valor integral da venda das passagens, nele
incluído a quantia que é retida pela empresa rodoviária. Esse valor que é descontado pela empresa
rodoviária é fruto da receita proveniente da prestação de serviços de transporte.
O fundamento determinante para esta conclusão está no fato de que o contrato firmado pela pessoa
jurídica contribuinte não pode ter a força de retirar da base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e
COFINS parcela de seu faturamento ou receita a pretexto de haver retenção desses valores pela outra
parte contratante antes do seu ingresso no caixa da empresa contribuinte.
Assim, não é legítimo suprimir uma etapa econômica, mediante contrato, como forma de descaracterizar
a obtenção de faturamento, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS.
Mas não haverá bis in idem, então? Isso porque a empresa de transporte pagará PIS e COFINS sobre R$
5,00 e a empresa rodoviária pagará sobre os R$ 0,50...
NÃO. Não há bis in idem porque as contribuições incidem sobre etapas econômicas diferentes e sobre
contribuintes diversos.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
RECEBIMENTO DOS VALORES PREVIDENCIÁRIOS
O valor não recebido em vida pelo segurado deverá ser pago aos seus dependentes
previdenciários e, na falta deles, aos seus sucessores na forma do Código Civil
Os valores previdenciários não recebidos pelo segurado em vida, mesmo que reconhecidos
apenas judicialmente, devem ser pagos, prioritariamente, aos dependentes habilitados à pensão
por morte, para só então, na falta destes, serem pagos aos demais sucessores na forma da lei civil.
Ex: João era aposentado do INSS. Ele ajuizou ação alegando que sua aposentadoria foi
concedida em valor menor do que seria devido e, portanto, pediu a revisão de seu benefício e
o recebimento dos valores retroativos que deixaram de ser pagos a ele ao longo dos anos. O
pedido foi julgado procedente em 1ª instância, condenando o INSS a revisar a aposentadoria
do autor desde a data de sua concessão e a pagar-lhe R$ 40 mil de parcelas atrasadas. O INSS
recorreu contra a sentença. Antes que o recurso fosse julgado, João faleceu. Os dependentes
previdenciários de João terão direito de receber os valores. Somente se não houver
dependentes é que esse valor será pago aos herdeiros do falecido.
Isso se deve à regra do art. 112 da Lei nº 8.213/91, que deve ser aplicada tanto no âmbito
administrativo como no judicial.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.596.774-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 21/3/2017 (Info 600).
O que deverá ser feito neste caso? Quem terá direito de se habilitar no processo e receber o valor da
condenação? Todos os três, por serem herdeiros de João, poderão ser habilitados?
NÃO.
Os valores previdenciários não recebidos pelo segurado em vida, mesmo que reconhecidos apenas
judicialmente, devem ser pagos, prioritariamente, aos dependentes habilitados à pensão por morte,
para só então, na falta destes, serem pagos aos demais sucessores na forma da lei civil.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.596.774-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 21/3/2017 (Info 600).
A regra do art. 112 aplica-se tanto para recebimentos na via administrativa como também na esfera judicial?
SIM. Essa regra aplica-se tanto no âmbito administrativo como no judicial.
Essa norma tem por objetivo proporcionar maior celeridade aos pagamentos dos valores de prestações
previdenciárias não recebidas em vida pelo segurado, diante do seu caráter alimentar, atenuando os
rigores da lei civil para dispensar a abertura de inventário pelos pensionistas e, na falta deles, pelos demais
sucessores do falecido.
Desse modo, em razão dos princípios que regem o Direito Previdenciário e levando-se em conta que o art.
112 não restringe, não se pode aplicar esse dispositivo apenas para a esfera administrativa.
Assim, os valores previdenciários não entram no espólio e ficam excluídos da competência do Juízo das
Sucessões. Nesse sentido:
(...) o artigo consagra verdadeira exclusão do ingresso dos valores no espólio e introduz regra
procedimental e processual específica que afasta a competência do Juízo de Sucessões, conferindo
legitimação ativa ao herdeiro ou dependente para, em nome próprio e em ação própria, postular o
pagamento das parcelas. De lado outro, a tese de que o mencionado artigo somente teria aplicação em
sede administrativa não parece, salvo melhor juízo, procedente. (...)
STJ. 5ª Turma. REsp 603.246/AL, Min. Rel. José Arnaldo da Fonseca, julgado em 12/04/2005.
Assim, em razão de o art. 112 da Lei nº 8.213/91 ser aplicável também ao âmbito judicial, os valores
previdenciários não recebidos pelo segurado em vida, devem ser pagos, prioritariamente, aos
dependentes habilitados à pensão por morte, para só então, na falta desses, serem pagos aos demais
sucessores na forma da lei civil.
EXERCÍCIOS
Julgue os itens a seguir:
1) Em ação ordinária na qual se discute a eliminação de candidato em concurso público – em razão da
subjetividade dos critérios de avaliação de exame psicotécnico previstos no edital – a legitimidade
passiva será da entidade responsável pela elaboração do certame. ( )
2) (Promotor MPDFT 2015) A teoria do fato consumado é amplamente adotada no Direito Administrativo,
sobretudo em matéria de concursos públicos, a par de proteger a confiança legítima e a segurança
jurídica, ambas garantias fundamentais dos candidatos. ( )
3) Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo,
sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência
de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária,
supervenientemente revogado ou modificado. Igualmente incabível, em casos tais, invocar o princípio
da segurança jurídica ou o da proteção da confiança legítima. ( )
9) (Juiz TJ/SE 2015 FCC) Considere as proposições abaixo, a respeito da busca e apreensão por alienação
fiduciária, considerando contrato firmado na vigência da Lei no 10.931/2004, que alterou o Decreto-lei
no 911/1969.
I. A busca e apreensão por alienação fiduciária constitui procedimento incidental ou preparatório de ação
para cobrança da dívida, que, se não intentada no prazo de 30 dias da efetivação da liminar, implica
extinção do processo sem resolução do mérito.
II. A notificação extrajudicial realizada e entregue no endereço do devedor, por via postal e com aviso de
recebimento, é válida quando realizada por Cartório de Títulos e Documentos de outra Comarca, mesmo
que não seja aquele do domicílio do devedor.
III. Compete ao devedor, no prazo de 5 dias após a execução da liminar na ação de busca e apreensão,
pagar a integralidade da dívida − entendida esta como os valores apresentados e comprovados pelo
credor na inicial −, sob pena de consolidação da propriedade do bem móvel objeto de alienação
fiduciária.
IV. A parte poderá apresentar resposta escrita, no prazo de 15 dias da execução da liminar, ainda que
tenha pago a integralidade da dívida.
10) A organização da sociedade civil de interesse público - OSCIP -, mesmo ligada ao Programa Nacional de
Microcrédito Produtivo Orientado - PNMPO, não pode ser classificada ou equiparada à instituição
financeira, carecendo, portanto, de legitimidade ativa para requerer busca e apreensão de bens com
fulcro no Decreto-Lei nº 911/69. ( )
11) É de 4 anos o prazo de decadência para anular partilha de bens em dissolução de união estável, por vício
de consentimento (coação), nos termos do art. 178 do Código Civil. ( )
12) Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor - CDC ao contrato de transporte de mercadorias vinculado
a contrato de compra e venda de insumos. ( )
13) (Defensor DPE-MA 2015 FCC) Duas vizinhas que trabalhavam como costureiras resolveram juntar
esforços e constituir uma microempresa para atuar no ramo. Finalizadas as formalidades legais e
juridicamente constituída a sociedade empresária, adquiriram duas máquinas de costura de uma grande
multinacional, que não funcionam adequadamente. Com base nessas circunstâncias e na atual
jurisprudência do STJ, é correto afirmar que se aplica o CDC ao caso, adotando-se a teoria finalista
mitigada, que, em situações excepcionais, em que a parte, pessoa física ou jurídica, embora não seja
propriamente a destinatária final do produto ou do serviço, apresenta-se em situação de vulnerabilidade.
( )
14) Deve ser reconhecida a relação de consumo existente entre a pessoa natural, que visa a atender
necessidades próprias, e as sociedades que prestam de forma habitual e profissional o serviço de
corretagem de valores e títulos mobiliários. ( )
15) (Juiz TJ/RN 2013 CESPE) O ordenamento jurídico brasileiro não contempla proteção à figura do
bystander, cujo conceito foi desenvolvido pelo direito norte-americano. ( )
16) (Promotor MP/AC 2014 CESPE) Considere que a queda de um avião de empresa aérea nacional, em via
pública, cause a morte de centenas de pessoas, entre passageiros da aeronave e moradores do local do
acidente. Nessa situação hipotética, de acordo com as normas do CDC e o entendimento do STJ, as
vítimas moradoras das casas atingidas pela queda do avião são consideradas consumidores por
equiparação, ou bystanders. ( )
17) (DPE/ES 2009 CESPE) Considerando que um avião comercial tenha caído em área residencial brasileira,
os passageiros (consumidores do serviço) que foram atingidos pelo evento danoso — acidente de
consumo — são denominados bystanders. ( )
18) A condição de consumidor do promitente-assinante transfere-se aos cessionários do contrato de
participação financeira. ( )
19) Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda do objeto da ação
em razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber qual dos litigantes seria
sucumbente se o mérito da ação fosse julgado, o pagamento das custas e dos honorários advocatícios
deve ser rateado entre as partes. ( )
20) O valor das astreintes não pode ser reduzido de ofício em segunda instância quando a questão é suscitada
em recurso de apelação não conhecido. ( )
21) (Juiz TJDFT 2015 CESPE) O princípio dispositivo aplica-se às tutelas específicas de adimplemento das
obrigações de fazer e não fazer, o que, segundo o STJ, impede o juiz de arbitrar astreintes de ofício nesses
casos. ( )
Gabarito
1. C 2. E 3. C 4. C 5. E 6. E 7. E 8. Letra E 9. Letra D 10. C
11. C 12. E 13. C 14. C 15. E 16. C 17. E 18. E 19. C 20. C
21. E 22. E 23. E 24. C 25. C 26. C 27. C 28. C 29. C 30. C