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PROJETO RME-SEB : REDE DE MANUTENÇÃO ESPECIALIZADA PARA O

SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Dilmar Gonçalves da Cunha (1)


João Luiz de Oliveira Gomes (2)

RESUMO

O "Projeto RME-SEB" tem como primeiro objetivo disponibilizar um formato único


para a padronização dos métodos de manutenção - "O que fazer?" e o "Como
Fazer?" - em equipamentos do sistema elétrico brasileiro, bem como do setor
industrial. Esse formato único é conseguido através de um Sistema Especialista
em Manutenção, chamado Sistema RME-Win, o qual também promove a redução
de custos, ganhos na qualidade e garantia do domínio tecnológico, além de
permitir a difusão, o compartilhamento, o intercâmbio, e/ou até mesmo a
comercialização destes métodos de manutenção. O objetivo final é criar um
padrão único para execução desses serviços de manutenção, através de um "site"
na Internet que disponibiliza conteúdo especializado em manutenção de
equipamentos, e estabeleça um diferencial de qualidade na prestação dos
serviços de manutenção centralizada, descentralizada ou terceirizada.
O benefício maior deste projeto, é fornecer uma alternativa sistêmica e corporativa
para suprir, de forma eficaz, as necessidades técnicas básicas e carentes na
maioria das áreas de manutenção das empresas do setor elétrico brasileiro.

1 - INTRODUÇÃO: CENÁRIO ATUAL DO SETOR ELÉTRICO

O cenário atual do setor elétrico brasileiro tem sido tema de diversos artigos da
literatura especializada e as opiniões de diversos especialistas deste segmento,
colocadas sob os vários pontos de vistas e associadas aos fatos ocorridos
ultimamente nas instalações do sistema elétrico, retratam, com bastante clareza e
equilíbrio, a situação atual em que se encontra esse setor, como também as
ameaças iminentes.
Para muitos especialistas os recentes blecautes e colapsos no abastecimento de
energia elétrica, mais do que fatos isolados, revelam o caos em que se encontra o
setor elétrico brasileiro. Outros, mais ponderados, admitem que a situação requer
providências urgentes, mas não crêem no agravamento generalizado com
(1)
Engenheiro eletricista, analista de sistemas com especialização em gerência da tecnologia da informação e
sócio-diretor da empresa D&V Consultoria e Informática. Trabalhou 21 anos nas áreas de execução e de
engenharia de manutenção da Cemig.
(2)
Mestre em engenharia elétrica pela PUC/MG e trabalha há 18 anos nas áreas de manutenção da Cemig no
cargo de técnico industrial sênior.
2

dificuldades de abastecimento, racionamentos e blecautes contínuos. Todos, no


entanto, concordam que esta situação é conseqüência dos seguintes fatores:

• Demanda crescente e dificuldades econômicas: O mercado ávido pelo


consumo de energia elétrica, está provocando acelerado crescimento da
demanda. Mas, devido às sucessivas transformações políticas e econômicas
do mundo atual o governo brasileiro não mais dispõe dos recursos financeiros
necessários ao crescimento do setor elétrico, como acontecia nos anos 70.

• Escassez de novos projetos: Em conseqüência disso, o plano de novos


projetos e obras do setor foram consideravelmente reduzidos, limitando
substancialmente a capacidade máxima de energia elétrica disponível.
Atualmente o sistema elétrico está operando em níveis críticos de carga muito
próximos à capacidade máxima instalada.

• Capital privado e a competitividade de mercado: A criação de um novo modelo


para o setor elétrico e a abertura ao capital privado foi a alternativa encontrada
para tentar minimizar os problemas de investimento, mas isto trouxe também a
competitividade entre as concessionárias. No entanto, sob o ponto de vista da
manutenção, é necessário que haja um certo controle dessa competitividade,
pelo fato de que, diferentemente das empresas do setor industrial, o sistema
elétrico é interligado e, assim sendo, as concessionárias de energia elétrica
estão todas “no mesmo barco”. A continuidade no fornecimento de energia
elétrica e sua qualidade são prioritários à lucratividade desenfreiada. Diante do
exposto, a criação de órgãos normatizadores se fez necessária e tem o
objetivo de dar ao Estado o poder de controle neste processo. Assim, foram
criados órgãos como a ANEEL com o objetivo de normatizar o setor e o ONS
responsável pela operação nacional do sistema elétrico interligado.

• Envelhecimento de equipamentos: O envelhecimento dos equipamentos das


instalações já é outro fator negativo que têm que ser levado em consideração,
por exigir um maior esforço da manutenção para colocá-los em seus estados
satisfatórios de operação.

• Equipamentos de nova tecnologia: Outra ameaça em potencial é a


complexidade e o acelerado avanço das novas tecnologias utilizadas nos
equipamentos, porque muda radicalmente o perfil exigido dos profissionais da
área de manutenção e traz sérias dificuldades para o pessoal existente.
Atualmente, até um 'notebook' faz parte da caixa de ferramentas da
manutenção. Assim, o novo perfil exigido é de um especialista-generalista, o
que ainda é uma raridade no mercado. Além disso, os equipamentos de nova
tecnologia tem uma vida útil muito menor que a dos equipamentos
convencionais. Isso quer dizer que muito em breve teremos novamente que
enfrentar os atuais problemas de obsoletismo e fim de vida dos equipamentos
convencionais também nos de nova tecnologia.
3

• Aposentadorias de especialistas: O grande volume de aposentadorias


provocado pela alteração da lei da Previdência Social deixou as empresas
desprovidas de mão de obra especializada, principalmente na área de
manutenção, onde é maior a incidência de aposentadorias especiais.

• Pouca formação de mão-de-obra: A preparação de nova mão-de-obra para


reposição nas áreas de manutenção há muito não vem acontecendo, devido ao
enxugamento de pessoal nas empresas. Além disto, tem sido pequena a
formação acadêmica com ênfase em Sistema Elétrico de Potência nas
universidades e escolas técnicas do país. E mais agravante ainda é que esse
processo de formação de mão-de-obra é de longo prazo e o de desatualização
do pessoal que estão fora das empresas é extremamente rápido.

Este é o cenário em que se encontra o setor elétrico brasileiro. Não é preciso


muito esforço para imaginar as sérias conseqüências que estão por vir se estas
ameaças não forem eliminadas em tempo hábil e de forma eficaz.

2 - OS DESAFIOS DA MANUTENÇÃO

Nesse contexto, as áreas de manutenção das concessionárias de energia elétrica


assumem um papel estratégico no sentido de minimizar os efeitos causados por
esse cenário. Assim, o grande desafio que se apresenta para as áreas de
manutenção das empresas é: "continuar garantindo a qualidade da energia
elétrica, através da confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos, a um
menor custo possível e dentro de um cenário tão adverso". Conseqüentemente, os
conceitos de controle da qualidade no processo manutenção passam a ter um
caráter crucial, refletindo-se diretamente na qualidade da energia elétrica como um
todo. Esta é uma abordagem de fundamental importância a ser considerada a fim
de se evitar o colapso iminente do sistema elétrico existente.

Porém, a realidade das áreas de manutenção das empresas não condizem com
as suas necessidades para enfrentar esse desafio. Em 1996 o grupo de trabalho
da CIGRÉ - CE34 - GT34-01 - 1a Fase: Banco de dados e índices de manutenção,
com representantes das maiores concessionárias do setor elétrico brasileiro -
Cemig, Cesp, Copel, CPFL, Eletronorte, Eletropaulo, Eletrosul, Furnas e Light,
elaborou e enviou um questionário às empresas e obteve o seguinte diagnóstico:

2.1 - Realidade das Empresas

“A grande maioria das áreas de manutenção das concessionárias de energia


elétrica não está preparada para enfrentar, com a eficácia exigida, este desafio
que se apresenta”, devido principalmente aos seguintes fatores:
• Nem todas as empresas têm padronização do "o que fazer?" e "como fazer?";
• O processo manutenção é, na maioria das empresas, manual e em algumas,
semi-automatizado;
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• Os resultados obtidos nas manutenções são predominantemente arquivados


em papel;
• Poucas empresas fazem análise sistêmica da manutenção, mas de forma
ainda incipiente;
• A maioria das empresas não possuem itens de controle estabelecidos e
consolidados.
• Decisões tomadas pelo sentimento e experiência, e não por fatos e dados
(histórico).
A causa principal desta realidade é o fato da manutenção ter estado envolvida
com a rotina da execução da manutenção e ter sempre relegado as atividades de
engenharia de manutenção, principalmente a de planejamento estratégico, a uma
prioridade secundária.

2.2 - Necessidades das empresas

Baseado principalmente na experiência Cemig, através do seu Sistema


Especialista em Manutenção - RME, o grupo de trabalho chegou às seguintes
conclusões sobre as necessidades exigidas pelas áreas de manutenção das
empresas a fim de vencer os desafios atuais.
• Padronizar os procedimentos de manutenção ("o que fazer?" e "como fazer?");
• Carregar os resultados das manutenções descentralizadas em banco de dados
informatizado;
• Estabelecer um fluxo de dados padronizado e confiável para a engenharia de
manutenção central;
• Montar uma base de dados sistêmica (central) da manutenção;
• Definir índices de manutenção sistêmicos, simples e objetivos.
Em última análise, é questão primordial possuir informações que permitam obter o
controle do processo manutenção, que se traduz fundamentalmente em melhoria
contínua da qualidade manutenção.

2.3 - Recomendações das empresas

A fim de atenuar os impactos causados pela atual realidade das áreas de


manutenção das empresas, frente aos desafios a serem enfrentados, foram feitas
as seguintes recomendações:
• Intercâmbio de experiências e informações através de entidades como Gcoi,
Cigré, Cier, etc...(Nota: atualmente o Gcoi está extinto, mas foram criados a
ANEEL e o ONS);
• Utilização de informações de outras empresas como referência nas tomadas
de decisão das empresas com carência dessas informações.
Essas recomendações foram feitas considerando que: - a implementação das
ações de um planejamento estratégico para suprir estas necessidades é de longo
prazo; - que cada empresa tem suas dificuldades próprias; - que a maioria dos
equipamentos são praticamente os mesmos em todas as empresas; - e como
mencionado anteriormente “as empresas estão num mesmo barco” no tocante à
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manutenção, sendo fundamental a cooperação à despeito da competitividade de


mercado.

3 - OS RECURSOS ATUALMENTE DISPONÍVEIS

Há muitos anos atrás as áreas de engenharia de manutenção das empresas


concessionárias de energia elétrica já vêem convivendo com as dificuldades
observadas no capítulo anterior. Muitas alternativas para solucionar os problemas
existentes já foram tentadas, porém sem sucesso. Já se gastou muito dinheiro
nesta empreitada, e até mesmo boas idéias acabaram morrendo principalmente
na fase inicial de levantamento de dados. Mas também, e em compensação, muito
se aprendeu com essas experiências negativas.
Diferentemente do passado, a manutenção conta hoje com experiências bem
sucedidas e modernas ferramentas computacionais trazidas pelo acelerado
avanço da tecnologia da informação. Aí está o diferencial que nos faz acreditar no
sucesso desta nova proposta para a solução dos antigos problemas.

3.1 - O Sistema RME-Cemig

O Sistema RME-Cemig
EQUIPAMENTOS CONTROLADOS:
Proteção : 13.003 ( 90,1%)
Manobra: 6.914 ( 92,6%) MINAS GERAIS
Transformação : 1.002 ( 26,7%)
MONTES CLAROS
MODELOS PADRONIZADOS: PARACATÚ
Proteção: 753 ( 74% ) ARAÇUAÍ

Manobra: 451 ( 90% )


Transformação : 90 ( 25% ) TRÊS MARIAS
GOV.VALADARES

IPATINGA
EMBORCAÇÃO
PATOS DE MINAS

SAO SIMÃO NOVA PONTE UBERLANDIA ESCOLA SALTO GRANDE


SETE LAGOAS
DIVINÓPOLIS
UBERABA SANTA LUZIA

ENGENHARIA BELO HORIZONTE


CENTRAL
PASSOS IGARAPÉ CONTAGEM
B.DESPACHO
JAGUARA OFICINA
VOLTA GRANDE ITABIRITO
CENTRAL
ITUTINGA
BARBACENA
VARGINHA
JUIZ DE FORA
CAXAMBÚ

POUSO ALEGRE

Figura 1

A ferramenta fundamental e sobre a qual está calcado todo o Projeto RME-SEB é


o “Sistema RME-Cemig”, um sistema especialista em manutenção desenvolvido
para o sistema operacional DOS, em linguagens Clipper e C, com início no ano de
1988. Atualmente o Sistema RME-Cemig está implantado, desde 1992, em todos
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os órgãos regionais executantes de manutenção no sistema elétrico Cemig, vide


figura1. É um sistema consagrado e imprescindível para a execução dos serviços
em um ambiente híbrido de manutenção centralizada, descentralizada e
terceirizada, sendo plena a aceitação do sistema pelos técnicos executantes de
manutenção e excelentes os resultados obtidos.

3.1.1 - Histórico

A fase inicial de levantamento de dados foi sempre o primeiro e grande obstáculo


que impedia aos órgãos centrais de engenharia de manutenção das
concessionárias do setor elétrico cumprirem sua missão e solucionarem os
problemas existentes. Se considerarmos os milhares de equipamentos existentes
nas instalações do sistema elétrico, as centenas de modelos diferentes de
equipamentos e as dezenas de métodos de ensaios utilizados nos serviços de
manutenção de cada um desses modelos de equipamentos, podemos concluir que
transpor estes obstáculos não era tarefa nada fácil apenas com os recursos
manuais existentes no passado. Afora a dificuldade de se fazer o levantamento e
a manipulação do grande volume de dados necessários a qualquer estudo de
engenharia de manutenção que se apresentasse, havia também o problema da
padronização dos métodos de manutenção. Sendo os serviços de manutenção
executados descentralizadamente por técnicos de qualificação heterogênia, como
se poderia garantir uma padronização nos métodos de manutenção, para que
esses estudos de engenharia de manutenção se realizassem sob uma referência
comum? Percebendo que a maneira mais eficaz de suprir esta necessidade de
padronização dos métodos de ensaios e o respectivo levantamento dos dados
obtidos nas manutenções era passar a utilizar-se de microcomputadores na
execução dos serviços, a Cemig desenvolveu o Sistema Especialista em
Manutenção, chamado neste trabalho de Sistema RME-Cemig.

3.1.2 - Objetivos

Os três grandes objetivos do Sistema RME-Cemig coincidem, justamente, com as


necessidades das empresas do setor elétrico apresentadas anteriormente, e são
os seguintes:
1. Padronizar os procedimentos de execução das manutenções em
equipamentos do sistema elétrico (“o que fazer?” e o “como fazer?”);
2. Permitir o cadastramento local dos resultados de ensaios e medições obtidos
nas manutenções;
3. Promover o fluxo de dados para o Banco de Dados Central e Sistêmico da
Manutenção.

3.1.3 - A Biblioteca Técnica Padrão

A padronização dos procedimentos de manutenção é obtida através de sua


Biblioteca Técnica Padrão que lhe confere as características de originalidade e de
sistema especialista. É uma coletânea de informações técnicas de manutenção
(dados e algoritmos contendo “o que fazer?” e “como fazer?”) de mais de 1300
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modelos de equipamentos de proteção, manobra e transformação (de diferentes


fabricantes e tecnologias), compiladas das instruções dos fabricantes e também
da experiência e “know-how” adquirido ao longo dos anos pelo corpo de
especialistas da Cemig. É uma memória técnica poderosa que preserva o
patrimônio intelectual (domínio tecnológico) mesmo quando do desligamento
desses especialistas da empresa.
Vários tipos de equipamentos já foram padronizados, tais como:
• Relés: IAC, JBC, GCX, BDD, MOD III, SLS, TLS, DGP,etc. da G.E.
L8a, LZ32, LZ92, RAZOA, RADSE, REL511, etc. da ABB
CO, CV, IRD, IRV, etc. da Westinghouse
• Disjuntores: PK e OR (Dele-Alsthom),
HPF (Sprech & Schuh),
SBKJ(Brown Boveri),
• Chaves Seccionadoras:MARK da Brown Boveri,
MSM da Magrini, etc.
! Religadores: R, W, etc.
! Para-raios: XRA50 da Asea,
BHF6E da Sprech & Schuh,
9L11LBA120 da General Electric, etc.
• Transformadores: TD3AF (Brown Boveri),
HTR-15 (Toshiba),
CTD-74 (Cemec)
• Autotransformadores: TPAF (G.E.), TMY66 (Asea)
• TP´s Indutivos: TPMC (Bron Boveri),
MPO (Serta),
PO (Hitachi Line)
• TP´s Capacitivos: TEM138 (Trench Electric),
CVE (Emile Haefely)
• TC´s: AOT (Brown Boveri),
IMDB (Asea)
• Reatores: XMZ41 (Asea);
RDION (Brown Boveri)
• Capacitores Acoplamento:TEM138 (Trench Electric)

3.1.4 - Automação de Ensaios de Manutenção

A Figura 2 mostra o estado da arte do Sistema Especialista RME, o qual possui a


flexibilidade de absorver facilmente o rápido avanço tecnológico que tem ocorrido,
principalmente na área de proteção. A figura mostra as três fases da manutenção
na Cemig estabelecidas pelo Sistema RME. A realização de ensaios de
manutenção totalmente automatizados já é uma realidade. A figura 2 mostra um
relé de proteção como exemplo, mas esta tendência é válida também para outros
equipamentos. O primeiro instrumento de testes inteligente utilizado com o
Sistema RME foi a Fonte F2500, e mais tarde a F2253, ambos da Doble. Estas
fontes podem ser controladas remotamente utilizando o protocolo de comunicação
F2000, chamado "DobleCol". Através de uma conexão direta de um
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microcomputador, via interface RS232, a um conjunto de fontes da família F2000,


o Sistema RME, sendo executado no microcomputador, realiza automaticamente
os ensaios de manutenção padronizados tanto nos velhos equipamentos
eletromecânicos, como também nos novos equipamentos de tecnologia digital. A
partir dos ajustes cadastrados pelos usuários e dos algoritmos específicos para
cada modelo de relé incluído na Biblioteca Padrão, o Sistema RME implementa os
cálculos dos valores esperados, limites admissíveis e os valores das grandezas a
serem aplicadas nos equipamentos ensaiados.

PASSADO : ENSAIOS MANUAIS


?@#$% ??
&##%32
#@2#*^
INSTRUMENTO RELÉ
DE TESTE

DE 1992 ATÉ O PRESENTE MOMENTO : ENSAIOS SEMI-AUTOMATIZADOS

FOLHA
DE TESTE
INSTRUMENTO
RME DE TESTE
E RELÉ

INSTRUÇÃO

A PARTIR DE 1996: ALGUNS ENSAIOS TOTALMENTE AUTOMATIZADOS

RME

DRIVER DE INSTRUMENTO
DE TESTE
COMUNICAÇÃO INTELIGENTE
RELÉ

Cemig - Engenharia de Manutenção Sistêmica

Figura 2

Ao invés de imprimir as folhas de ensaios, como no método semi-automatizado, o


Sistema RME formata os comandos para os instrumentos de testes da família
F2000, com os valores calculados acima e com algumas funções desenvolvidas
em linguagem Clipper, as quais criam a seqüência de operações das fontes,
usando o protocolo DobleCol, tais como os requeridos para testes dinâmicos e
simulação de faltas. Uma rotina de comunicação baseada em interrupção do
Sistema RME, desenvolvida em linguagem C, controla a comunicação "full duplex"
entre o computador e as fontes, enviando os comandos formatados acima e
recebendo mensagens dos instrumentos via interface RS232. Após estas
mensagens terem sido traduzidas, elas são mostradas na tela e armazenadas no
banco de dados, sem a necessidade de digitação. Se os valores estiverem dentro
dos limites admissíveis eles são mostrados em cor verde, caso contrário em
vermelho.
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3.1.5 - Transmissão de Dados

A solução adotada pelo Sistema RME-Cemig para a transmissão de dados entre o


“Servidor de Informações” (órgão central coordenador do sistema) e os seus
“Clientes” (órgãos regionais) foi enviar os próprios disquetes do Sistema RME pelo
sistema interno de correspondência (via malote) da empresa dentro de uma caixa
própria para transporte. O sistema interno de malotes era o único recurso
disponível na época e limitava a abrangência do sistema apenas ao âmbito da
Cemig.

3.1.6 - Banco de Dados Sistêmico da Manutenção

O grande benefício oferecido pelo Banco de Dados Sistêmico é permitir o


levantamento de dados, por amostragens ou de todo o universo, necessário a
cada estudo de engenharia de manutenção em nível global da empresa (nível
sistêmico). Isto oferece uma flexibilidade enorme aos estudos de engenharia de
manutenção, os quais são elaborados, na maioria das vezes, experimentalmente
através de investigação científica. Dentro desta filosofia o limite para manipulação
dos dados depende apenas da imaginação e criatividade do pessoal da
engenharia de manutenção. Além disto, estas amostragens, sob uma referência
comum, garantem a confiabilidade aos vários estudos de engenharia de
manutenção tais como: periodicidade de manutenção, custos de manutenção,
obsoletismo, desempenho, fim de vida útil, interpretação estatística dos resultados
de ensaios, etc.

3.1.7 - Específico, Inédito e Transcendente

O Sistema RME-Cemig é singular e bastante específico, o que o torna


fundamentalmente diferente e, na maioria das vezes, complementar aos demais
sistemas de manutenção existentes no mercado. Suas características de
singularidade e especificidade são:
• Conteúdo de sua Biblioteca Técnica Padrão: O Sistema não é entregue ‘vazio
de dados’ aos usuários finais, como todos os sistemas comerciais. Dados
padronizados são parte integrante do Sistema, os quais oferecem, além da
padronização, uma redução enorme na tarefa de cadastramento e
customização.
• Quem o utiliza: - técnicos especialistas em execução de manutenção, em
contraposição aos usuários dos sistemas de programação dos serviços de
manutenção, os quais não são especialistas em manutenção.
• Como é utilizado: - em forma de computação móvel, isto é, em computadores
portáteis (notebooks, laptops, palmtops, etc.)
• Onde é utilizado: - nas áreas de execução dos serviços propriamente ditas, ou
seja , nas instalações do sistema elétrico (usinas, subestações, etc.) e não nas
áreas de programação dos serviços (escritórios) como a maioria dos softwares
comerciais de manutenção. Aliás, o Sistema RME-Cemig é independente do
método de programação dos serviços adotado pelos diversos órgãos da
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empresa, os quais podem ser manuais ou realizados por outro sistema


gerencial de informação.
Por ter o seu foco nos equipamentos do sistema elétrico, os quais são comuns à
todas as empresas, o Sistema RME é transcendente à Cemig e pode ser adotado
por qualquer empresa do setor elétrico. Esta transcendência é corroborada ainda
pelo fato do Sistema RME-Cemig ter sido concebido de maneira a ser
independente da estrutura organizacional da empresa, sendo invulnerável a
qualquer tipo de reestruturação.
Vários trabalhos técnicos sobre o Sistema RME-Cemig já foram apresentados em
diversos eventos do setor elétrico mundial, de onde foi constatado o seu
ineditismo. Em diversas oportunidades foi manifestado o interesse no
compartilhamento dessas informações técnicas de manutenção entre as
empresas. Alguns desses eventos constam na bibliografia ao final desse trabalho.

3.1.8 - Necessidades da Versão Atual do Sistema RME-Cemig

! Desenvolvimento da versão Windows: a versão atual do Sistema RME-Cemig


ainda é executada no sistema operacional DOS e o crescimento do volume de
informações gerou problemas de memória e espaço em disco flexíveis.
! Migração dos dados existentes para a nova versão: toda o conteúdo técnico da
biblioteca técnica padrão e os dados histórico dos equipamentos, construídos ao
longo dos últimos anos, tem que ser migrados para o novo ambiente.
! Conclusão do desenvolvimento do módulo de automação de ensaios;
É extremamente importante a continuidade dos trabalhos de automação de
ensaios, face a redução de pessoal executante dos serviços de manutenção e ao
alto grau de complexidade dos equipamentos de proteção com nova tecnologia.
! Continuidade do processo de padronização de novos equipamentos;
Os trabalhos acima estavam em andamento até novembro/97 quando houve o
Plano de Desligamento Incentivado (PDI) na Cemig e ocorreu uma evasão enorme
de especialistas da empresa. Além disso, houve também uma reestruturação
interna e a equipe de suporte do sistema foi dividida. Em conseqüência disso,
todas as atividades acima foram interrompidas.

3.2 - Recursos tecnologicos atuais

Os recursos tecnológicos que estão hoje, diferentemente do passado, à


disposição da comunidade da manutenção, como a Internet, a World Wide Web,
Data Warehouse, Data Mining, são muito aderentes às necessidades de
comunicação e compartilhamento de informações entre as empresas;

3.2.1 - Internet

Atualmente a rede mundial de computadores - Internet - permite que uma empresa


se conecte diretamente com o mundo inteiro. Por meio dela é possível fornecer e
receber informações de forma direta e instantânea, usando uma infra-estrutura
universal e barata.
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3.2.2 - World Wide Web

Através da parte interativa da internet – a Web, por onde se navega de um


assunto para outro com um clique no mouse – é possível oferecer informações de
forma rápida, simples e mais acessível aos leigos em informática. A pessoa senta-
se diante do computador, aciona o programa de navegação na internet e abre-se
diante dela uma nova dimensão corporativa: uma tela colorida onde vários
assuntos estão disponíveis, em forma não apenas de dados e texto, mas imagens,
gráficos, vídeo e áudio, enfim multimídia.

3.2.3 - Data Warehouse

Um data warehouse (armazém de dados) é definido como um banco de dados


baseados em assuntos e variável em relação ao tempo. É um banco de dados
para análise e tomada de decisões por gerentes, na maioria da vezes leigos em
informática, baseadas em informações preparadas, consolidadas e sumarizadas
por especialistas no negócio e em informática. Esses bancos de dados
informacionais (data warehouses), simples e apropriados para a ‘análise dos
negócios’, são completamente diferentes dos bancos de dados operacionais,
complexos e próprios para a computação operacional, construídos para serem
compatíveis com aplicativos e orientados para os ‘processos dos negócios’.

3.2.4 - Data Mining

Data mining ou garimpagem de dados é a exploração e análise, por meios


automáticos ou semi-automáticos, de grandes quantidades de dados para
descobrir modelos e regras significativas. Entende-se que a meta do data mining é
permitir a uma empresa aumentar suas operações de marketing, vendas e apoio a
clientes através da melhor compreensão da clientela. No entanto, as técnicas e
ferramentas de data mining são igualmente aplicáveis em campos abrangendo de
obrigações legais a astronomia, medicina e controle de processos industriais. O
data mining usa técnicas emprestadas da estatística, da ciência da computação e
da pesquisa de inteligência artificial. A escolha de uma combinação específica de
técnicas a serem aplicadas em uma certa situação depende da natureza da tarefa
data mining a ser executada e da natureza dos dados disponíveis.

4 - O PROJETO RME-SEB

A partir da análise das informações fornecidas nos capítulos anteriores, onde


observa-se uma carência geral de ações sistêmicas para solucionar os problemas
comuns à todas as empresas do setor elétrico, conclui-se sobre a importância de
um projeto corporativo para o Setor Elétrico Brasileiro.
Este trabalho apresenta o projeto de uma Rede de Manutenção Especializada
para o Setor Elétrico Brasileiro - chamado "Projeto RME-SEB" - proposto em uma
dissertação de mestrado do curso de pós-graduação em engenharia elétrica da
Universidade Católica de Minas Gerais. Com o tema sobre o controle da qualidade
de manutenção em equipamentos do sistema elétrico, essa dissertação é baseada
12

na experiência adquirida com o antigo Sistema RME da Cemig. A elaboração


dessa dissertação de mestrado concomitantemente ao desenvolvimento da nova
versão do Sistema RME agregou um valor imenso à filosofia de projeto do novo
sistema. Assim, o produto final Sistema RME-Win® é, em última análise, a
implementação prática da proposta de uma dissertação de mestrado, extrapolando
em muito o objetivo inicial de ser apenas uma versão Windows de um sistema
existente. Esse Sistema RME-Win® encontra-se em fase de aquisição pela Cemig
e a previsão o início da implantação é Agosto/2000.

4.1 - Missão

"Suprir todas as carências técnicas das áreas de manutenção do setor elétrico, em


conformidade com a realidade e as necessidades levantadas pelas empresas."

4.2 - Objetivos

1. "Disponibilizar um formato único para padronização dos métodos de


manutenção em equipamentos nas empresas do setor elétrico brasileiro - 'O que
fazer?' e o 'Como Fazer?', como também facilitar a difusão, o compartilhamento e
o intercâmbio desses métodos."
2. "Criar um padrão único de manutenção no sistema elétrico brasileiro, de
maneira a estabelecer um diferencial de qualidade na prestação dos serviços de
manutenção."

4.3 - O Sistema RME-Win no Contexto da Manutenção das Empresas

Como foi mencionado anteriormente a ferramenta fundamental do Projeto RME-


SEB é o Sistema RME na sua nova versão para ambiente Windows. A sua
filosofia de concepção manteve-se basicamente a mesma da versão anterior, para
ambiente DOS utilizada na Cemig, por estar orientada ao negócio da execução da
manutenção do sistema elétrico.
Como a filosofia não é informatizar todo o processo da manutenção, apenas a
parte relativa à execução da manutenção, de forma mais eficiente possível, é
imprescindível a sua convivência harmoniosa com processos manuais e
informatizados por outros sistemas. Dentro deste enfoque, faz-se então
necessário situar o Sistema RME-Win no contexto da manutenção.

4.3.1 - O Sistema RME-Win na Execução dos Serviços de Manutenção

A Figura 3 mostra a rotina diária do processo de execução da manutenção, na


qual é explicado "como" o Sistema RME é utilizado em um órgão genérico
responsável por manutenção de uma empresa. É neste nível operacional da
manutenção que o Sistema RME atua direta e efetivamente. O escopo do sistema
se limita à região sombreada da figura 3, que é a área técnica do nível
operacional. Pode-se observar que a área gerencial desse nível operacional,
representado pelo processo de programação dos serviços, está fora do escopo do
13

Sistema RME, e que esse processo pode ser manual ou informatizado por
qualquer outro sistema de informação adotado pelas empresas.
O Sistema RME pode ser utilizado em qualquer uma das políticas de manutenção
adotada, isto é, manutenções descentralizadas, centralizadas, e/ou terceirizadas.
Além disso, o Sistema RME também permite uma execução dos serviços de forma
semi-automatizada ou totalmente automatizada.

FLUXOGRAMA DA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS


- Centralizada, Descentralizada, Terceirizada, ou Automatizada -

programação
P

IMPRESSÃODE RME
FOLHAS DE TESTE
E INSTRUÇÕES
realimentação

D EXECUÇÃO
DOS SERVIÇOS PADRONIZAÇÃO DADOS
CONFIÁVEIS
DADOS
RME
CADASTRAMENTO

análise técnica
RELATÓRIOS
C
SUPORTE
TÉCNICO

A tomada de
decisão

Figura 3

4.3.2 -. O Sistema RME-Win na Macroestrutura da Manutenção das Empresas

4.3.2.1 - Sistema de Informação Distribuído: Um Sistema RME é implantado em


cada órgão responsável por manutenção das empresas e a sua utilização é
independente dos demais. Este conjunto de Sistemas RME’s instalados compõe o
sistema de informação distribuído em microcomputadores da empresa em questão
e está representado na figura 4 pelo bloco "Órgãos de Execução".

4.3.2.2 - Coordenação e Controle: A coordenação e o controle destes diversos


Sistema RME´s, utilizados isoladamente e de forma distribuída, é feito pelo órgão
de "Engenharia de Manutenção - Nível de Tecnologia" . Esta coordenação e
controle visam garantir a integridade da padronização dos ensaios e instruções de
manutenção que é conseguida através da existência de determinados arquivos de
dados padronizados e protegidos, não acessados pelos usuários, mas somente
pelo órgão coordenador. Esse órgão é o responsável pela atualização dos dados
padronizados nesses arquivos protegidos. A Figura 4 mostra como essa
coordenação é viabilizada e garante métodos padronizados para a execução de
manutenções descentralizadas, centralizadas, e/ou terceirizadas.
14

4.3.2.3 - Novas Padronizações de Equipamentos: A elaboração, propriamente dita,


da padronização técnica de novos equipamentos com sua respectiva instrução de
manutenção é um processo contínuo e dinâmico e também é feita por esse órgão
de engenharia de manutenção do nível de tecnologia e, às vezes, em parceria
com os órgãos de execução das empresas.

4.3.2.4 - Treinamento
A equipe de engenharia de manutenção do nível de tecnologia tem as atribuições
de fornecer treinamento aos usuários do sistema, uma vez que seus especialistas
são os primeiros a terem contato com os equipamentos quando da elaboração da
padronização técnica.

4.3.2.5 - Suporte Técnico aos Usuários


O suporte técnico tem que estar sempre disponível aos usuários, via telefone,
durante a execução da manutenção. O acionamento é centralizado na equipe de
coordenação e em se tratando de problemas na padronização, esta tarefa é
repassada ao próprio especialista responsável pela elaboração das instruções
técnicas.

MACROESTRUTURA DA FUNÇÃO MANUTENÇÃO

diretrizes / metas
GESTÃO SISTÊMICA
A
problemas e
ESTRATÉGICO alternativas
*Ítens de Controle
*Ítens de verificação
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO *Estatísticas
C = NÍVEL SISTÊMICO = *Banco de Dados
*Auditorias
TÁTICO
dados

A P ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO A P PROJETO


A P COMPRA
CONSTRUÇÃO
C D C D OPERAÇÃO
D A P A P
C D
C D C D
*Padronização
métodos/suporte *Treinamento
ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO *Análises
= NÍVEL DE TECNOLOGIA =
*Estudos
P proteção-manobra-transformação-geração-medição *Auditorias
OPERACIONAL telecomunicação-supervisão-automação

insumos realimentação

Figura 4

4.3.2.6 - Transmissão de Dados


A transmissão de dados entre o órgão coordenador e os órgãos de execução pode
ser feita por qualquer meio de transmissão de dados disponível: Internet, Intranet,
transferência de arquivos através de "modem", CD's ou até mesmo através de
disquetes. O órgão coordenador envia sistematicamente novas versões do
sistema aos órgãos de execução, e os órgãos de execução, por sua vez, enviam
15

os arquivos de dados das manutenções ao órgão coordenador em uma freqüência


pré-determinada pela política de manutenção.

4.3.2.7 Gerência da Base de Dados


Esses dados são armazenados então no Banco de Dados Sistêmico com todas as
informações geradas pelos órgãos de execução. Esta base de dados é mais um
back-up dos dados de manutenção dos órgãos de execução e, principalmente, a
matéria prima necessária aos estudos de engenharia de manutenção. Este é o
nível sistêmico da manutenção dentro de cada empresa, e tem a missão de definir
a política de manutenção baseada nos estudos e índices gerados a partir desse
Banco de Dados Sistêmico da Manutenção criado pelos diversos Sistemas RME's
distribuídos nessas empresas.

4.4 - O Sistema RME-Win no Contexto do Setor Elétrico Brasileiro

É também um dos objetivos do Projeto RME-SEB facilitar para difusão e


compartilhamento dos benefícios obtidos pelo Sistema RME-Win entre as
empresas do setor elétrico, utilizando-se os atuais recursos tecnológicos da Web /
Internet.

Projeto RME-SEB
Rede de Manutenção Especializada do Setor
Elétrico Brasileiro
Formato Padrão para Padronização:
Sistemas distribuídos com
informações técnicas padronizadas
no âmbito das empresas

RME

RME

RME
RME

RME RME

RME

RME

Figura 5

4.4.1 - Formato Padrão para a Padronização

A utilização generalizada do Sistema RME-Win nas empresas do Setor Elétrico


estabelece um formato padrão de armazenamento de informações técnicas de
16

manutenção. A existência desse padrão permite que as empresas negociem a


troca de informações, geradas por elas próprias e de sua propriedade, em um
formato padrão que possam ser reutilizadas pelas demais empresas através do
Sistema RME-Win. Esta negociação vai depender muito dos rumos que tomar a
concorrência entre as áreas de manutenção do setor elétrico, e do posicionamento
do órgão normatizador a esse respeito. De qualquer forma, atualmente já está
disponível o comércio eletrônico via internet que facilita até mesmo uma
negociação comercial. Indubitavelmente, este intercâmbio/comercialização traz o
enorme benefício de se evitar a redundância dos serviços de padronização dos
métodos de manutenção em equipamentos idênticos existentes nas empresas.

4.4.2 - Um Padrão Único de Manutenção

Mas, a proposta do Projeto RME-SEB é mais abrangente. Além de estabelecer um


"Formato Padrão", é um segundo objetivo desta proposta estabelecer também um
"Padrão Único de Manutenção". Ou seja, estabelecer um método padrão de
manutenção, de forma a garantir que toda a execução de serviços de manutenção
em equipamentos idênticos, seja feita da mesma forma. A criação desse padrão
único de manutenção no sistema elétrico brasileiro passa a exigir mais um
diferencial de qualidade na prestação dos serviços de manutenção.

Projeto RME-SEB
Rede de Manutenção Especializada do
Setor Elétrico Brasileiro
Padrão Único de Manutenção: RME-PROVIDER:
Sistemas distribuídos com "Gerente do Site RME-SEB

"Provedor de Informações
informações técnicas padronizadas
"Suporte aos Usuários
em todas empresas

INTERNET:
! HOME PAGE RME-SEB RME

Enviar arquivos (Upload ): RME RME

! Dados da Manutenção

! Proposta de Padronização
RME
Buscar arquivos (Download): RME

PROVIDER
RME

! Programa / Biblioteca Padrão

! Índices / Estudos Sistêmicos


RME RME

RME

Figura 6

Este poder de padronização é alcançado pelo Sistema RME-Win e pela


Web/Internet, através da qual pode-se buscar e enviar informações com extrema
facilidade.
17

Obviamente, que para se atingir esse objetivo é necessário a criação e


manutenção de um "site" (endereço) em um provedor internet, aqui chamado de
"RME-Provider", para centralização e armazenamento dos dados em nível do
setor elétrico. Este "site" pode ser patrocinado e se situar em alguma empresa do
setor elétrico, que tenha esse recurso disponível e interesse no negócio, ou
mesmo um "site" da iniciativa privada.

5 - BENEFÍCIOS OFERECIDOS

! Redução dos custos de manutenção como conseqüência da redução do tempo


gasto na execução dos serviços rotineiros obtidos com a padronização do “ o que
fazer” , do “como fazer” e com a automação desses serviços nas empresas do
setor elétrico brasileiro;
! Maior confiabilidade das manutenções com a conseqüente melhoria no
desempenho e na disponibilidade operativa dos equipamentos;
! Garantia do domínio tecnológico face a possíveis terceirizações da execução
dos serviços de manutenção ou mesmo quando do desligamento dos especialistas
das empresas;
! Eliminação do trabalho redundante de engenharia de manutenção na
padronização técnica da manutenção intra e inter-empresas, uma vez que há o
compartilhamento das informações armazenadas no sistema;
! Utilização da mão-de-obra especializada apenas em atividades mais
complexas, devido aos serviços rotineiros ‘padronizados’ permitirem a utilização
de pessoal menos qualificado;
• Banco de dados sistêmico da manutenção viabilizará os tão sonhados estudos
de engenharia sobre as manutenções nos equipamentos, tais como:
periodicidade, tempo médio, custos, desempenho, obsoletismo, vida útil, etc. .
! Controle total da qualidade da manutenção conseguido através da
padronização dos processos e dos itens de controle obtidos do Banco de Dados
Sistêmico da Manutenção.

6 - VIABILIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO

A viabilidade de implementação desse projeto está fundamentada nos seguintes


pontos:

6.1 - Necessidade do Mercado

Através de diversas palestras em seminários técnicos nacionais e internacionais


sobre o Sistema RME pudemos divulgar o produto Cemig, constatar o seu
ineditismo e perceber a sua aceitação no mercado elétrico (concessionárias e
setor industrial).
Com a participação no Sub-Comitê de Manutenção (SCM) do Grupo Coordenador
da Operação Interligada (GCOI) e em Grupos de Trabalhos da Cigré, pudemos
conhecer a realidade das empresas do Setor Elétrico Nacional, suas necessidades
e suas recomendações.
18

6.2 - Filosofia de Projeto com Sucesso Comprovado

O Sistema RME é uma ferramenta computacional consagrada na área de


manutenção, extremamente vital para a execução dos serviços de manutenção na
Cemig, e muito conhecido pela maioria das empresas do setor elétrico brasileiro.
A filosofia de projeto adotada ,e que deu certo na Cemig, no âmbito do estado de
Minas Gerais, tem tudo para também dar certo no ambiente do Setor Elétrico, no
âmbito Brasil. A proposta é permitir que as demais empresas do setor elétrico
brasileiro compartilhem dos grandes benefícios trazidos pelo Sistema RME-Win,
umas vez que esse Sistema transcende às empresas em sua própria filosofia de
concepção.

6.3 - Disponibilidade de Mão de Obra Especializada

Disponibilidade de mão-de-obra especializada formada por ex-empregados das


áreas de manutenção da Cemig e que estão atualmente associados em
cooperativas. Cada colaborador possue larga experiência em áreas específicas da
manutenção, adquirida nos últimos 20 anos. Nos últimos 5 anos de serviço na
Cemig, compuseram a equipe de desenvolvimento, suporte e manutenção do
Sistema RME, sob o qual está calcada toda a base filosófica deste Projeto RME-
SEB. Os serviços de suporte técnico necessários à implantação do Sistema RME-
Win podem ser prestados através de consultoria ou mesmo de forma terceirizada
por essa mão-de-obra especializada existente no mercado.

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. GOMES, João L. O. Controle dinâmico da qualidade da manutenção em


equipamentos do sistema elétrico a partir de uma base de dados de
manutenção. DISSERTAÇÃO UCMG, Belo Horizonte, MG, jun. 1999.

2. CUNHA, Dilmar G., COSTA, André L. M., GOMES, João L. O. Cemig achieves
automated maintenance. T&D WORLD, Kansas, EUA, V. 50, n. 6, p. 58 - 68,
mai. 1998.

3. CUNHA, Dilmar G., COSTA, André L. M., GOMES, João L. O. Total automation
of tests with the rme-maintenance expert system. DOBLE CLIENT
CONFERENCE. Boston, EUA, Anais, abr. 1997.

4. CUNHA, Dilmar G. Sistema Especialista em Manutenção: Metodologia


informatizada e banco de dados central de nível sistêmico para os
equipamentos de proteção, manobra, transformação, medição, geração e
telecomunicações. I SEMASE / ELETROBRÁS, Foz do Iguaçú, PR, Anais, ago.
1995. Prêmio de melhor trabalho do seminário.

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