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Os solos minerais são constituídos por uma mistura de partículas sólidas de natureza
mineral e orgânica, ar e água, formando um sistema trifásico, sólido, gasoso e líquido. As
partículas da fase sólida variam grandemente em tamanho, forma e composição química e a
sua combinação nas várias configurações possíveis forma a chamada matriz do solo.
Considerando o solo como um corpo natural organizado, portanto ocupando dado espaço, a
recíproca da matriz do solo forma a porosidade dos solos. Outro fator que interfere
diretamente na porosidade dos solos refere-se à maneira com que as partículas sólidas se
arranjam na formação dos solos.
Duas propriedades físicas, hierarquicamente mais importantes, referem-se a textura
do solo, que é definida pela distribuição de tamanho de partículas, e a estrutura do solo
definida pelo arranjamento das partículas em agregados. A porosidade do solo, por sua vez,
é responsável por um conjunto de fenômenos e desenvolve uma série de mecanismos de
importância na física de solos, tais como retenção e fluxo de água e ar, e, se analisada
conjuntamente com a matriz do solo, gera um grupo de outras propriedades físicas do solo
associadas às relações de massa e volume das fases do sistema solo. Não menos importante
são as propriedades associadas à reação mecânica do solo à aplicação de forças externas.
A física de solos estuda e define, qualitativa e quantitativamente, as propriedades
físicas, bem como sua medição, predição e controle, com o objetivo principal de entender
os mecanismos que governam a funcionalidade dos solos e seu papel na biosfera. A
importância prática de se entender o comportamento físico do solo está associada ao seu
uso e manejo apropriado, ou seja, orientar irrigação, drenagem, preparo e conservação de
solo e água.
A definição de um solo fisicamente ideal é difícil devido ao tipo e natureza das
variações físicas dos solos que ocorrem ao longo da profundidade do solo, na superfície da
paisagem e ao longo do tempo. Um exemplo clássico refere-se ao suprimento de água e ar
que variam continuamente junto com os ciclos de umedecimento e secagem, que ocorrem
com a alternância de chuva e estiagem. Um solo é considerado fisicamente ideal para o
crescimento de plantas quando apresenta boa retenção de água, bom arejamento, bom
suprimento de calor e pouca resistência ao crescimento radicular. Paralelamente, boa
estabilidade dos agregados e boa infiltração de água no solo são condições físicas
importantes para qualidade ambiental dos ecossistemas.
O conceito de um solo fisicamente ideal é complexo e carece de melhor definição
quantitativa. No entanto, já há indicação clara de uma série de valores quantitativos de
indicadores da qualidade física de um solo, seja valores ideais, críticos ou restritivos ao
crescimento de plantas ou na qualidade ambiental.
0
10
0
de argila, 32% de silte e 33% de areia? A
10
10
90
90
isolinha correspondente a 35% de argila
20
20
80
80
inicia no ponto correspondente a 35 na escala
Muito
30
30
da lateral esquerda do TT e se prolonga
70
70
Argiloso
paralela à base. A do silte inicia no ponto da
,%
40
40
Sil
60
60
te,
gila
50
50
%
50
Ar
Argila
Argila lateral esquerda do TT e a da areia inicia no
Siltosa
Arenosa
60
60 40
40
Franco
Franco
Argilo
ponto da escala da base do TT e prolonga-se
70 Franco Argiloso
70
30
30
Siltoso
Argilo paralela à lateral direita. A interseção das três
Arenoso
80
80
20
20
Franco Franco
linhas ocorrerá numa figura geométrica
Ar Franco Arenoso Siltoso
90 ei dentro do TT que corresponderá a classe
90
10
10
aF
ran Silte
ca
Areia
10
textural. No exemplo, a interseção das linhas
0
100 90
10 80
20 70
30 60
40 50
50 40
60 30
70 20
80 10
90 0 0
tracejadas indicam que a classe textural do
Areia, %
solo é Franco Argilosa
Figura 1 – Triângulo textural (TT) com as 13 classes texturais. Ao lado exemplo
explicativo de como obter a classe textural.
20
Triângulo – plantio direto com quatro
passadas de uma máquina de 10 000 kg.
25
Fonte: Streck et al. 2003
30
Microporos
40.7
Vol Sólidos
42.1 4 anos de
Microporos
40.2 Vol Sólidos 50 anos de
cultivo
47.0 cultivo
Macroporos
Macroporos
17.2
12.8
Coesão
Adesão
Forças
Um solo saturado apresenta toda sua porosidade cheia de água, que após drenado
em condições naturais, os macroporos são drenados e os microporos ficam preenchidos
com água. Neste estado o movimento descendente é pequeno e tradicionalmente considera-
se que o solo apresenta a sua máxima capacidade de armazenamento de água contra a
gravidade e considera-se a umidade deste estado como sendo a capacidade de campo (CC).
O potencial matricial da água no solo encontra-se na faixa de -10 a -33 kPa, dependendo da
textura e estruturação do solo. Ao contrário, a umidade onde as plantas murcham
permanentemente é chamada de ponto de murcha permanente (PMP) e apresenta potencial
matricial em torno de –1500 kPa. A diferença de umidade entre a CC e PMP nos indica a
faixa de água disponível de um solo, que pode ser dada em termos percentuais ou em
lâmina de água. Esta última é uma excelente indicadora da habilidade de um solo reter água
a ser utilizada pelas plantas. A textura, matéria orgânica e a agregação são os principais
fatores que afetam a disponibilidade de água para as plantas.