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Disciplina Manejo e Conservação do solo

Professor(a) Rozane Franci de Moraes Tavares


Estudante
Série 2° ano Alternância 1/2
Bimestre 2° - 2023 Data:

FORMAÇÃO DO ECOSSISTEMA – SOLO

Para que haja um ecossistema, é necessário a presença de seres vivos e de fatores


físicos e químicos do meio atuando sobre eles. O solo é um ecossistema de fundamental
importância para plantas, tanto no ambiente natural quanto em ambientes cultivados
(agroecossistemas). Ele é o resultado da ação do clima sobre uma rocha matriz durante
milhões de anos.
Os fatores que influenciam na formação do solo são (1) Material de origem -
Influencia em diversos atributos e pode ser dividido em dois grandes grupos: as rochas e
os sedimentos. As principais características das rochas que influenciam nos atributos do
solo são: composição química e mineralogia, cor e textura; (2) Relevo - considerado um
importante fator na formação do solo, pois é responsável pelo controle de toda dinâmica
dos fluxos de água na paisagem, como lixiviação de solutos, atuação de processos
erosivos e condições de drenagem; (3) Clima - A atuação do clima está associada
principalmente aos atributos precipitação pluviométrica, as taxas de evaporação e a
temperatura, tendo em vista a influência dos mesmos no intemperismo e evolução dos
solos; (4) Organismos - possuem relação íntima com o fator clima, considerando a
adaptabilidade da fauna e da flora as condições de umidade e temperatura de um
determinado ambiente; (5) Tempo - apresenta uma relação não apenas de cronologia,
mas também de maturidade e evolução.
As características do solo dependem do tipo de rocha e das condições em que ele
se formou. O processo de formação do solo a partir da rocha matriz chama-se
intemperismo.
Os produtos do intemperismo são muito variáveis. De modo geral, as rochas e
os minerais são intemperizados da superfície para baixo, encontrando-se em um mesmo
local, materiais em níveis de alteração bem distintos, o que confere ao conjunto um
aspecto diferenciado: na superfície encontra-se um material em estado avançado de
desagregação e decomposição nas camadas mais profundas encontra-se uma mistura de
material alterado com material ainda não alterado. O conjunto de todo o material
alterado, independentemente do grau de alteração, recebe o nome de regolito ou manto
de decomposição. O material superficial, em estado avançado de alteração e lixiviação,
mais a matéria orgânica associada a ele, constituem o solo.

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Figura 1: Etapas da formação dos solos.

O regolito e o solo são os produtos da interação entre o clima e as rochas. Como


o intemperismo depende do clima e do relevo, uma mesma rocha, em condições
climáticas diferentes, produz diferentes tipos de solo. Portanto, a produtividade dos
ecossistemas naturais e as potencialidades e limitações dos agrocossistemas dependem
da história climática local, visto que o solo tem importância fundamental na
produtividade do ecossistema.
Conhecendo os horizontes do solo
O solo é um elemento natural que pode ser por diversas vezes utilizado pelo ser
humano em suas atividades produtivas, embora a má utilização e conservação dos solos
façam com que eles se tornem incultiváveis. Para melhor compreender a sua estrutura,
elaboraram-se os conhecimentos a respeito dos horizontes do solo, assim nomeados: O,
A, B, C e rocha mãe. Confira o esquema a seguir:

Os perfis ou horizontes do solo representam diferentes características de um mesmo elemento.

Detalhamento das características principais de cada perfil do solo:


Horizonte O – é o horizonte orgânico formado a partir da decomposição de
materiais orgânicos de origem animal e vegetal.
Horizonte A – é o horizonte mineralógico que, como o nome indica, é
constituído por compostos minerais oriundos da rocha mãe e de outras áreas.

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Geralmente, essa camada apresenta uma boa quantidade de material orgânico
decomposto, o que faz com que também se chame de solo humífero.
Horizonte B – é o horizonte de composição essencialmente mineral. Ele é
formado pela acumulação de argila e de oxi-hidróxicos de ferro e alumínio.
Horizonte C – é a zona de transição entre o solo e a sua rocha formadora, sendo
chamado também de saprolito. É formado por alguns sedimentos maiores e menos
decompostos, representando o processo de decomposição da rocha.
Os elementos e as características do solo costumam seguir uma combinação de
diferentes características, tais como: o tipo de rocha mãe, idade do solo, transporte de
sedimentos advindos de outras áreas, presença de matéria orgânica resultante da
decomposição de seres vivos, entre outras. Por esse motivo, diferentes classificações são
utilizadas com base em diferentes critérios preestabelecidos.
Por exemplo, se levarmos em conta a profundidade, os solos dividem-se em
rasos (menos de 50 cm), semiprofundos (50 a 100 cm), profundos (100 cm a 200 cm) e
muito profundos (mais de 200 cm). Já pela drenagem, eles podem ser classificados em
excessivamente drenados, bem drenados e mal drenados. Existem ainda muitos outros
critérios que originam nomes como latossolos, luvissolos, solos argilosos, solos
areníticos e muitos outros.

FORMAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS TROPICAIS – SOLOS TROPICAIS


Os solos das regiões tropicais ou dos trópicos possuem muitas peculiaridades
decorrentes das condições ambientais (clima, relevo, material originário e vegetação).
Nestas regiões, verifica-se um processo pedogenético ou de formação de solo mais
acelerado, estando associado ao clima tropical úmido com temperaturas mais elevadas e
ação mais intensa da água e pela presença exuberante de organismos atuando como
agentes formadores do solo.
Quanto maior a disponibilidade de água (chuvas mais intensas e frequentes),
mais completas são as reações químicas do intemperismo. Como consequência, os
minerais primários das rochas sofrem reações químicas e o resultado são solos com
maior proporção de minerais secundários refletindo as variações de material originário
(composição mineralógica).
Em condições tropicais predominam os solos cauliníticos, lateríticos e ricos em
óxidos de ferro, alumínio e titânio caracterizados em sua grande maioria, por serem
muito intemperizados e geralmente de fertilidade baixa a muito baixa. O alumínio é
altamente tóxico para muitas espécies de plantas agrícolas. Além disso, são muito
heterogêneos quanto à morfologia, à composição química e às propriedades físico-
hídricas.
O estudo do solo explica o porquê um solo difere do outro na cor, na espessura,
na textura, na sua composição química, nas propriedades físico-hídricas e na sua
capacidade de fornecer nutrientes às plantas, o que lhes confere as condições de
potenciais e limitações muito variáveis para uso e manejo agropecuário e florestal.

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As regiões tropicais apresentam ecossistemas naturais extremamente produtivos
(ecossistemas tropicais), isso é possível devido os nutrientes ficarem armazenados na
biomassa viva e não no solo, como acontece nos ecossistemas de regiões temperadas.

Períodos para a formação dos ecossistemas tropicais


Fase Abiótica
A fase abiótica é correspondente ao período em que não havia vida na Terra. Foi
nesse período que as rochas originais foram divididas, por causa do intemperismo físico,
das grandes oscilações de temperatura (frio intenso e calor elevado) e pela ação erosiva
dos ventos. Todos esses fatores somados a chuvas dão início a transformações químicas
do material, logo, processos de hidratação e hidrólise levam à destruição dos minerais
primários, acompanhada de informação dos minerais secundários, fortemente coloidais
tendo, uma composição variada com fome intensidade do processo.
Fase Microbiológica
Na fase microbiológica, os minerais passam a sofrer a ação dos microrganismos,
que aceleram os processos químicos, e acumulam matéria orgânica por meio de
compostos de carbono e nitrogênio. Nessa fase, a ação biológica é fundamental para
esses processos, lembrando que a ação biológica e a ação química estão intrinsecamente
ligadas. Graças ao acúmulo de matéria orgânica gerado pelos microrganismos, mesmo
em quantidades pequenas, é suficiente para promover a evolução para a próxima fase.
Atualmente, os ecossistemas dessa fase podem ser representados pelas tundras
geladas e pelas rochas expostas. É importante ressaltar que tanto na fase abiótica quanto
na fase microbiológica os processos foram valorosos e duraram aproximadamente três
bilhões de anos.
Fase das Plantas Espinhosas
Nessa fase, as plantas são capazes de produzir maior quantidade de biomassa do
que os micro-organismos, além de se adaptarem a ambiente inóspitos, com grandes
oscilações de temperatura e umidade. Por possuírem estruturas próprias para
reprodução, essas plantas podem resistir a longos períodos em condições desfavoráveis.
Quando o seu ciclo de vida termina, a maior parte do seu corpo se incorpora à matéria
orgânica do solo. Seu ciclo de vida é rápido devido à necessidade de aproveitamento
dos curtos períodos nas quais as condições se tornam favoráveis ao crescimento. A
energia é concentrada na reprodução. Atualmente, é possível observar essas condições
nos ecossistemas desérticos e litorâneos.
Fase dos Capins
Na fase dos capins ocorre uma sucessão de três tipos de capim por causa da
associação deles a solos mais profundos, mais desenvolvidos e com maior quantidade
de matéria orgânica. Nesse período de sucessão, a cada passo ocorre um aumento na
quantidade de biomassa produzida, tanto superficial quanto subsuperficial.
 Primeira etapa - a predominância de capim duro que são adaptados a
grande oscilação de informática e condições adversas do meio.
 Segunda etapa - prevalecem os campos naturais.
 Terceira etapa - predomínio dos capins moles.
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O ciclo de vida passa a ser anual, ainda se tem mais energia destinada a
reprodução do que a produção de biomassa, porém essa relação vai se igualando no
processo evolutivo sequencial. Há maior possibilidade de a biomassa ficar preservada
no ecossistema por causa da cobertura do solo pela vegetação que o protege de
insolação e de erosão em decorrência das chuvas. Atualmente, há diversos ecossistema
campestres que representam as três etapas da fase dos capins. Tanto na fase das plantas
espinhosas quanto na fase dos capins, os processos continuam lentos tendo uma duração
média de dois bilhões de anos.
Fase das Capoeiras
Nessa fase ocorre o acúmulo de matéria orgânica e o aprofundamento do solo, o
que possibilitou o surgimento de plantas perenes, com maior porte, formando
ecossistemas com dois ou mais estratos. Criou-se também um microclima próprio na
superfície do solo, o que levou ao aumento da quantidade de organismos edáficos. O
gasto de energia com a reprodução continua alto.
Os cerrados apresentam a transição da fase anterior para essa e os cerradões a
transição para a fase seguinte, por isso pode-se afirmar que essa fase tem uma maior
diversidade de ecossistema de naturais.
Fase das Florestas
Processo evolutivo dos sistemas seguiu continuamente muito de produzir
vegetação cada vez mais alta aumentando, consequentemente, o número de estratos e
diversificando suas espécies também ocorre um aumento nas estradas de matéria
orgânica no sistema em relação aos solos, estes se tornam cada vez mais profundos e
com horizontes mais diferenciados. As espécies passam a interagir mais e,
consequentemente, essas relações se tornam mais complexas e interdependentes. Ocorre
uma inversão no processo de gasto de energia e gasta se mais com a produção de
biomassa do que com a reprodução. Em relação ao tempo também há um diferencial.
Em relação as outras fases, pois esta é uma fase rápida e o tempo de formação de uma
floresta é de aproximadamente 500 a 1.000 anos.
ECOSSISTEMAS TEMPERADOS – SOLOS TEMPERADOS
Processo de formação do solo, ao longo do tempo geológico, ajuda a
compreender as diferenças fundamentais entre ecossistemas de regiões temperadas e os
ecossistemas de regiões tropicais. Nas regiões temperadas, as precipitações menos
intensas e as temperaturas mais amenas contribuíram para reduzir as perdas de Silício e
de bases, durante o processo de intemperismo. Formaram-se argilas com alta capacidade
de retenção de nutrientes, e os solos dessas regiões tornaram-se naturalmente férteis.
As diferenças entre ecossistemas temperado e tropical devem ser consideradas
quando os ecossistemas naturais são transformados em agroecossistema, o que não
acontece na agricultura convencional. Como a ciência agronômica se desenvolve
principalmente nas regiões temperadas do Hemisfério Norte, o modelo convencional de
agricultura direciona o manejo dos nutrientes exclusivamente para o solo, sob um ponto
de vista predominantemente químico isso causa sérios problemas ao agroecossistema
tropicais, principalmente quando eles são frágeis.

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Nas regiões temperadas, o manejo do solo é completamente diferente do manejo
recomendado para as regiões tropicais. Os agricultores das regiões temperadas precisam
manter o solo limpo, para que ele possa captar calor, já que as temperaturas são baixas
e, nessas condições, as plantas não absorvem os nutrientes do solo. Nas regiões
tropicais, o solo deve permanecer coberto, evitando-se o superaquecimento, pois as
temperaturas altas impedem a absorção da água e dos nutrientes do solo.
Nas regiões temperadas, o solo é vivo até os 30 cm de profundidade, ocorrendo
ainda agregação por congelamento, assim, não há problema em se fazer a aração
profunda. No entanto, nas regiões tropicais, o solo é vivo apenas nos primeiros 15 cm e
a aração profunda transporta a camada morta do solo para a superfície. Esse material é
desmanchado pela água da chuva e penetra outra vez no solo, entupindo os poros e
provocando a compactação. Nas regiões tropicais a matéria orgânica deve permanecer
na superfície para se decompor aerobiamente, o que melhora consideravelmente a
qualidade do solo.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
1. Cite e explique quais são os fatores que influenciam na formação do solo?

2. Descreva as características dos horizontes O, A, B e C do solo.

3. Explique qual(is) as influencias das fases para a formação dos solos


tropicais.

4. Descreva quais são a diferenças entres os solos de ecossistema tropical dos


solos de ecossistema temperados?

REFERÊNCIAS
AMARAL, A. A. dos. Fundamentos de Agroecologia. Curitiba: Livro Técnico, 2011, 160p.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Solo"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-solo.htm. Acesso em 01 de maio de 2021.
SCHROEDER, D. Solos – Fatos e Conceitos. In_ REETZ, H. F. Fertilizantes e o seu uso
eficiente. Tradução: Alfredo Scheid Lopes – São Paulo: ANDA, 2017. 178p.
ZARONI, M. J., SANTOS, H. G. dos. Formação do solo Tropical. EMBRAPA - Parque
Estação Biológica – PqEB, Brasília, DF. Disponível em:<
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/
CONT000gn362j9v02wx5ok0liq1mqy0jc9b7.html#:~:text=Ag%C3%AAncia%20Embrapa%20de
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%20o%20material%20de%20origem. Acesso em: 02 de maio de 21.

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