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Projeto Final
Projeto Final
Barra Mansa
2017
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BARRA MANSA
Barra Mansa
2017
SUMÁRIO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONCEITOS BÁSICOS
2.1.1 ENERGIA
2.1.2 ENEGIA HIDRÁULICA
2.1.3 POTÊNCIA ELÉTRICA
2.1.4 BACIA HIDROGRÁFICA
2.1.5 VAZÃO
2.1.6 REGULAÇÃO DE VAZÃO
2.1.7 VAZÃO CATASTROFIAL
2.2 APROVEITAMENTO HÍDRICO
2.2.1 PANORAMA GERAL
2.2.2 PEQUENOS APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS NO BRASIL
2.2.3 LEGISLAÇÃO E ÓRGÃOS FISCALIZADORES
2.3 USINAS HIDRELÉTRICAS
2.3.1 COMPONENTES
3 DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................
SUMÁRIO DE FIGURAS
Após longo período de latência, somente no ano de 1600 d.C. quando o cientista
inglês William Gilbert publicou o “De Magnete”, um elaborado estudo sobre magnetismo e
eletricidade, é que a “nova” ciência tomou novo impulso. Foi Gilbert quem denominou
“eletricidade” a propriedade do âmbar e de outros corpos atraírem pequenos objetos depois de
friccionados. Em 1660 Otto Von Guericke inventa a máquina eletrostática que é capaz de gerar
cargas elétricas por fricção e que, séculos depois, se tornaram instrumentos fundamentais nos
estudos sobre a ciência da eletricidade. Por volta do ano 1729 o físico amador inglês Stephen Gray,
descobriu que era possível transferir para outros corpos a eletricidade criada pelo atrito do vidro, ou
seja, a eletrização por indução, sobretudo observada nos corpos metálicos; explicando também,
desta forma, as propriedades de corpos condutores e isolantes de eletricidade.
A partir de então, o crescente interesse e fascínio por esta ciência renderam frutos que
permitiram a notória evolução humana nos últimos tempos. Com os estudos que remontam ao
século XVIII e início do século XIX, os cientistas Benjamin Franklin, André Maria Ampère,
George Ohm, Michael Faraday, James Maxwell, dentre outros, exerceram papel essencial no
desenvolvimento da eletricidade. Mas foi na segunda metade do século XIX é que se deram os
maiores progressos na engenharia elétrica. Através dos estudos de Nikola Tesla, Thomas
Edison, George Westinghouse, Werner von Siemens, Alexander Graham Bell e demais estudiosos,
a energia elétrica transformou-se em uma ferramenta fundamental da Segunda Revolução Industrial
e, sobretudo, da vida moderna.
Com a ascensão da energia elétrica ao posto de uma das principais fontes de energia no
século XX, senão a principal, a geração de energia elétrica se tornou um dos principais alicerces ao
desenvolvimento dos países em geral, onde cada um adotou o modelo de geração adequado às suas
condições. No ano de 2015 destacou-se como as duas maiores matrizes geradoras de eletricidade, as
usinas termoelétricas movidas a combustíveis fósseis, como o petróleo e derivados, gás natural e
1
carvão mineral, e as hidrelétricas, que juntas foram responsáveis por mais de 80% da eletricidade
gerada no mundo (EPE, 2015).
É neste âmbito que o presente estudo se baseia. Através da análise da demanda de energia da
Fazenda Santa Cruz, no município de Santa Rita de Jacutinga-MG, dimensionando-se o potencial
hídrico de um ribeirão que corta a propriedade, com significativa vazão e queda d’água, e avaliando
técnica e economicamente, visa-se projetar uma micro central hidrelétrica, que seja capaz de suprir
a demanda apontada e justificar o investimento de sua implantação.
Buscou-se tratar o tema de maneira teórica, fundamentando-se cada passo do projeto. Desta
forma, o capítulo a seguir é dedicado a discorrer sobre os principais conceitos de geração de energia
elétrica. E na sequência a descrição da metodologia aplicada e os resultados obtidos no
dimensionamento dos componentes e equipamentos da micro central hidroelétrica.
2
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Diminuir um espaço
Diminuir um espaço
2.1.1 ENERGIA
Diminuir um espaço
Diminuir um espaço
A energia hidráulica resulta do ciclo hidrológico, que segundo REIS (2011, p. 71), é “o
processo de transferência da água para o continente e sua volta aos mares e mananciais de água
doce.” Sob o efeito do calor solar, a água de oceanos, solos, leitos de rios, lagos, florestas, evapora e
depois retorna a terra sob a forma de chuvas ou neve. Havendo retorno em regiões de elevada
altitude, a energia potencial acumulada, citada por Sears e Zemansky (2009, p. 213) como “a
energia associada com a posição da partícula”, se transforma, com o aumento de velocidade pelo
desnível do solo em energia cinética, através da força gravitacional, tornando-se capaz de realizar
trabalho conforme demonstrado na figura 1.
3
Figura 1 - Parâmetros para cálculo da energia hidráulica
Onde:
[...] o trabalho efetuado na unidade de tempo. Assim, como a potência hidráulica é dada
pelo produto do desnível energético pela vazão, a potência elétrica, para um circuito com
resistência é obtida pelo produto da tensão U pela intensidade da corrente I.
Diminuir um espaço
A potência elétrica de acordo com Ferrari et al. (2008, p. 24) é dada pela equação 2.
Pele=Q . g . h . ηca .ηco .ηtu .ηge .ηtr . ηdt (2)
Onde: explicar Pele. Melhorar a sigla
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Q – Vazão (m/s)
g – Aceleração da gravidade (m/s²)
h – Altura (m)
ηco – Rendimento das grades e canais
ηtu – Rendimento condutos e válvulas
ηge – Rendimento global do gerador
ηtr – Rendimento do transformador
ηdt – Rendimento da linha de distribuição
Diminuir um espaço
Bacia hidrográfica (BH) é uma área da superfície terrestre que armazena a água do ciclo
hidrológico demonstrado na figura 2.
É a responsável por captar a água das precipitações e levá-la ao curso da água. “O conceito
de BH envolve explicitamente o conjunto de terras drenadas por um corpo d’água principal e seus
afluentes e representa a unidade mais apropriada para o estudo qualitativo e quantitativo do recurso
água e dos fluxos de sedimentos e nutrientes”. (SCHIAVETTI; CAMARGO, 2002, p. 17).
O conjunto de vários fatores determina o possível aproveitamento econômico das bacias,
entre elas, Reis (2011, p. 72) cita:
Área da bacia hidrográfica; Topologia da bacia: declividades, depressões; Superfície do
solo e condições geológicas: vegetação, cultivos, geologia (rochas, camadas geológicas);
Obras de controle e uso d’agua a montante: irrigação, retificação do curso d’agua,
barragens.
5
Conforme mostrado na figura 2 o ciclo da água é:
1) O sol evapora a água dos lagos e oceanos;
2) O vapor d’água sob para a parte alta da atmosfera;
3) O vapor se condensa e se acumula nas nuvens;
4) A água se precipita na forma de chuva;
5) A água escoa formando os rios ou infiltra-se formando os lençóis freáticos.
2.1.5 VAZÃO
A vazão ou descarga, numa determinada seção é definida por Netto (2000, p. 45) como: “o
volume de líquido que atravessa essa seção na unidade de tempo”. É uma das características mais
importantes para o aproveitamento adequado de um curso d’agua. Reis (2011, p. 72) cita ainda que:
“Esta variável, usualmente medida em m³/s em conjunto com a queda d’água disponível em uma
seção do rio, determinará a potência elétrica que pode ser obtida nesse ponto”.
Corrigir em todas as citações entre aspas. O ponto final é após as aspas
Diminuir um espaço
Para determinar a potência instalada é necessário o cálculo da vazão do curso d’agua, que
pode ser determinada, através das técnicas citadas a seguir:
6
FONTE: Braga.; Salecker (1999, p. 41)
A partir do 1° piquete solta-se o flutuador, que pode ser uma boia, garrafa vazia, pedaço de
madeira, ou qualquer outro objeto que flutue. Marca-se, através de um cronômetro o tempo que leva
para chegar ao 2° piquete. Repete-se esta operação por diversas vezes, pois a velocidade da água
varia conforme o percurso que o flutuador faz: próximo das margens ou do eixo central do
manancial. Após algumas medidas do tempo gasto pelo flutuador, determina-se, então, o tempo
médio e conhecendo a distância d, calcula-se a velocidade em m/s.
Conhecidas as áreas das seções transversais S1 e S2 exemplificadas na figura 4,
determinamos Sm (seção média). A vazão do manancial pode ser calculada através da equação 3.
Sm× d
Q= (3)
tm
Onde:
Q – Vazão (m³/s)
d – Comprimento da área de medição (m)
Sm – Seção média (m)
Tm – Tempo médio percorrido pelo flutuador (s)
7
FONTE: Braga; Salecker (1999, p. 21)
O processo consiste em avaliar a altura da lâmina d’agua, em diversas posições, duas nas
extremidades e duas no centro a fim de se encontrar uma média, posicionando-se uma régua a uma
distância indicada do vertedouro.
Diminuir um espaço
C) MÉTODO DO MOLINETE: Esse processo tem como base determinar a velocidade média da
água de um manancial numa determinada seção. A velocidade da água é medida em um dado ponto
da seção, através do molinete hidráulico demonstrado na figura 6 que é de simples operação e
funcionamento.
8
FONTE: Sá (2012, p. 23)
As velocidades lineares da água se converteu em velocidade angular, pelo giro das pás do
aparelho. A cada volta, fecha-se um contato e envia-se uma corrente elétrica que produz um som.
Com o auxílio de um cronômetro, marca-se o número de voltas em determinado período de tempo.
A medição deverá ser executada em uma seção reta de um curso d’agua, medindo-se a
velocidade em 2/10, 6/10 e 8/10 da profundidade. Essas linhas de medição devem estar distantes em
1 metro de uma para outra. Conhecidas as velocidades, em cada vertical, com a equação 4,
aplicando-se os valores, chega-se a uma aproximação, perfeitamente, adequada ao estudo da vazão
de um rio (DE SÁ, 2012, p.23):
D) MÉTODO VOLUMÉTRICO: Este método é de simples execução. Muito utilizado para medir a
vazão de pequenos cursos d’agua. São necessários: um reservatório de volume conhecido, tubo ou
calha para canalizar a água em direção ao recipiente. Com a ajuda de um cronômetro, mede-se o
tempo para seu preenchimento, o método é demonstrado na figura 7. Conforme orienta o manual do
CERPCH (2008, p. 8.45), a vazão se dá pela equação 5.
V
Q= (5)
t
Onde:
Q – Vazão média [m³/s]
V – Volume do recipiente [m³]
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T – Tempo [s]
Vazão catastrofal ocorre geralmente em épocas de muita chuva, onde a vazão de um curso
d’agua aumenta consideravelmente. Para pequenos rios, Sá (2012) nos indica que há um aumento
10
de 30 a 60 vezes a vazão mínima, que é a menor vazão obtida durante os dias de estiagem,
geralmente nos meses de junho e julho . A vazão catastrofal, (Qmáx), é indicada matematicamente
pela equação 6.
O Google Earth é um aplicativo de mapas em três dimensões mantido pelo Google. Ele permite
passear virtualmente por qualquer lugar do planeta, graças às imagens capturadas por
satélite (TECHTUDO, 2005). Segundo Pena (2017) o aplicativo “integra uma combinação de imagens
de satélite, aerofotogrametrias e até imagens registradas nas ruas a fim de nos auxiliar na
localização e no deslocamento pelos diferentes lugares.”
Apesar de ser um programa de distribuição gratuita, o Google Earth pode ser uma
ferramenta útil para conceitos de Geoprocessamento. Dentre esses recursos, destacam-se: Como
demarcar uma área, como determinar um perímetro, e a análise topográfica de trajetos (POTTIER,
2016)
Nosso planeta é constituído em grande parte por água, formando oceanos, mares, lagos, rios,
córregos, sendo um elemento fundamental para a sobrevivência, possui diversas formas de
utilização como agricultura, navegação, saneamento, lazer, consumo, indústrias e também produção
de energia.
Apesar das múltiplas necessidades que a água impõe, é também um dos grandes problemas,
no que se refere a atuação do homem em seu manejo, pela dificuldade da convivência harmoniosa
com os bens naturais. Havendo, portanto, consenso geral em estabelecer mundialmente parâmetros
para sua utilização racional.
A eletricidade tem sido substancialmente usada pelo homem, nos tempos modernos, como
uma das principais fontes de energia. Todavia, em status quo, sua aplicação é limitada. Através de
11
sua conversão em energia luminosa, térmica, mecânica, é que seu emprego foi amplamente
difundido, sobretudo no século passado, sendo essencial até os dias atuais. A energia elétrica tem
papel de grande importância no mundo, satisfazendo necessidades humanas, promovendo
desenvolvimento econômico e qualidade de vida à população; sua contribuição nas mais diferentes
demandas demonstra sua efetiva importância na evolução humana, desde o século XIX, mesmo
século da construção da primeira hidrelétrica do mundo junto às quedas d’água das cataratas do
Niágara, quando o carvão era o principal combustível, e as pesquisas com petróleo ainda
engatinhavam (ATLAS DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL, 2002).
14
FONTE: Balanço energético nacional (2016, p. 16)
15
FONTE: Atlas De Energia Elétrica Do Brasil (2002, p. 22)
Apesar do alto índice percentual na matriz energética brasileira, ainda há muito potencial a
ser explorado no país. Muito ainda sequer foi inventariado. De acordo com Plano Nacional de
Recursos Hídricos -caderno setorial de geração de energia elétrica Além dos grandes potenciais, para
usinas de grande porte, ainda existem os micro e pequenos aproveitamentos hídricos das bacias,
conforme demonstrou o mapa acima. (ATLAS DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL, 2002)
Diminuir um espaço
16
A tabela 3 detalha o cenário da geração elétrica no país por fonte geradora apontando sua
participação na matriz energética nacional.
No que diz respeito a legislação, o Brasil tem avançado no sentido de construir as bases para
o desenvolvimento sustentável, aliando as diversas formas de utilização da água, construindo uma
visão integrada entre os projetos de geração de energia elétrica e os demais usos da água. A criação
da ANA (Agência Nacional de águas), inserção dos projetos de geração nas normatizações
ambientais (EIA, Rima) e o estímulo para a instalação e funcionamento dos comitês das bacias
hidrográficas que tem o papel de fiscalizar e propor soluções, promovendo o uso sustentável da
água.
Conforme cita Reis (2011, p. 63), “O código das Águas (1934), que é a lei do Direito da
Água, estabelece a harmonização dos aproveitamentos hidráulicos para a geração de energia com os
outros usos.” O art. 143 prevê: ‘Em todos os aproveitamentos de energia hidráulica serão satisfeitas
as exigências acauteladoras dos interesses gerais’:
Reis (2011, p.64) considera ainda que, na constituição de 1988, foi criado o SNGHR
(Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos), que regulamenta a política nacional de
recursos hídricos que é guiada pelas premissas:
“A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.”
“A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da politica nacional de
recursos Hídricos.”
“A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes.”
- Elaborar estudos técnicos para subsidiar a definição, pelo Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, com
18
base nos mecanismos e quantitativos sugeridos pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, na forma do
inciso VI do art. 38 da Lei nº 9.433, de 1997;
- Arrecadar, distribuir e aplicar receitas auferidas por intermédio da cobrança pelo uso de
recursos hídricos de domínio da União, na forma do disposto no art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997;
Ainda pela ANEEL a Resolução Normativa 673/2015 determina em seu capítulo IV, Art.
21, que:
20
As usinas ou centrais hidrelétricas são sistemas construídos para aproveitamento do
potencial energético de um dado curso d’agua. Transformam a energia hidráulica em energia
elétrica, através da movimentação das pás da turbina e acionamento do gerador, pelo movimento da
água. Conforme o Atlas da energia elétrica descreve abaixo:
A energia hidrelétrica é gerada pelo aproveitamento do fluxo das águas em uma usina na
qual as obras civis – que envolvem tanto a construção quanto o desvio do rio e a formação
do reservatório – são tão ou mais importantes que os equipamentos instalados. Por isso, ao
contrário do que ocorre com as usinas termelétricas (cujas instalações são mais simples),
para a construção de uma hidrelétrica é imprescindível a contratação da chamada indústria
da construção pesada. (ATLAS DA ENERGIA ELÉTRICA, 2008, p. 53 )
As centrais hidrelétricas podem ser a fio d’agua, que segundo SCHREIBER “[...]são as que
não dispõem de uma bacia de acumulação d’água de dimensões significativas, e cuja produção
consequentemente é inconstante, dependendo da oscilação da vazão do rio.” Sua grande
desvantagem é não ser capaz de manter uma vazão regularizada, o que faz com que o sistema
nacional tenha que recorrer a usinas térmicas, com alto custo de geração para complementar a perda
durante períodos de estiagem.
As usinas com reservatório de acumulação, por conta da barragem, são capazes de
armazenar a vazão que não fora utilizada durante certo período e assim, produzir energia elétrica de
forma constante. O planejamento da regularização da vazão, é realizado em períodos a trimestral,
semestral ou anual, dependendo das características do curso d’agua. No caso das micro e pequenas
hidrelétricas, este planejamento não é um problema, visto que é feito diariamente.
2.3.1 COMPONENTES
2.3.1.1 BARRAGENS
21
O Manual de Micro Centrais Hidrelétricas da Eletrobrás (1985) enfoca também a função de
criar um desnível entre a lâmina d’agua do reservatório e a casa de máquinas, aumentando assim a
potência gerada pela usina.
A barragem é a estrutura componente do aproveitamento destinada a criar um desnível
hidráulico localizado. Assim sendo, a barragem deve elevar o nível das águas do rio,
permitindo o afogamento da tomada d’agua. No caso de microcentrais, a altura da barragem
prevista é da ordem de 3 metros (Manual De Microcentrais Hidrelétricas, ELETROBRÁS,
1985, p. 99).
A) Barragem de terra
Esse tipo de barragem é relativamente simples de ser construída, apropriada para solos
argilosos ou arenosos /argilosos. Na sua construção é possível aproveitar a terra retirada para
construir o vertedouro e o canal de adução. Porém, apesar de simples, devem ser seguidas as
técnicas de construção de barragens. "Essa barragem exige que o vertedouro fique em uma das
margens, uma vez que se a água passar pelo corpo da mesma haveria sua completa destruição. Para
tanto o local deve permitir a construção dessa estrutura lateral” (BRAGA.; SALECKER 1999,
p.10).
A barragem deve ter pelo menos 2 metros de crista, e para evitar a erosão, deve-se no talude
e a jusante plantar grama e a montante, cobrir com tapete de pedras. No corpo da barragem, pode-se
instalar uma tomada d’agua ou uma comporta de fundo com a finalidade de fazer a limpeza do
reservatório.
Figura 9 - Vista de uma barragem de terra
B) Barragem de madeira
22
Conforme cita Braga e Salecker (1999, p. 13): “A barragem de madeira pode ser construída para
cursos d’agua inferiores a 7 metros, onde se observa a presença do vertedouro no corpo da barragem e dois
troncos para permitir a fixação das tábuas (pranchas).”
A montante do corpo da barragem, é indicada a colocação de um impermeabilizador na base,
e a jusante um tapete de pedras, para que a queda d’agua do vertedouro não cause erosão na base da
mesma.
C) Barragem Ambursen
24
Figura 14 - Vista da Barragem de madeira e pedras
25
2.3.1.2 VERTEDOURO
As tomadas d’agua tem por finalidade captar a água para leva-la ao conduto que por sua vez,
levará as turbinas. Conforme diz Reis (2011, p.86) “Tomada d’agua tem por principal função
permitir a retirada de água do reservatório e proteger a entrada do conduto de danos e obstruções
provenientes de congelamento, tranqueira, ondas e correntes.”
26
Schreiber (1978, p.109) diz: “A tomada d’água tem a finalidade de captar e conduzir a água
aos órgãos adutores e daí as turbinas, impedir a entrada de corpos flutuantes, que possam danificar
as turbinas, e fechar a entrada d’agua quando for necessário. ”
A tomada d’agua pode ser ligada diretamente à tubulação forçada que leva a água à máquina
ou, dependendo da topografia do local, pode descarregar a água captada em um canal aberto de
adução ou, em uma tubulação de baixa pressão que transportará a água até o local mais adequado
para a implantação da tubulação forçada.
Segundo Braga e Salecker (1999, p. 24): “deve ser localizada em uma parte do reservatório
que seja reta ou côncava, uma vez que nas partes convexas ocorre maior deposição de sedimentos.”
A tomada d’água possui alguns equipamentos importantes para o pleno funcionamento da
usina esses são descritos a seguir:
A) Grades
As grades são estruturas de aço, construídas para impedir a passagem de objetos que
possam danificar as turbinas. Podem ser achatadas ou hidrodinâmicas, instaladas na posição vertical
ou em alguns casos inclinadas, apoiadas a uma estrutura de concreto. Conforme cita Schreiber
(1978, p. 109):
As grades são geralmente construídas de barras chatas de aço. As perdas de carga podem
ser diminuídas dando-se as barras uma forma mais hidrodinâmica, porém a fabricação com
essa forma é relativamente cara e em geral o maior custo não é compensado pelo ganho de
queda nas turbinas. As barras são inclinadas e se apoiam em sua parte inferior, numa
ranhura na soleira da tomada; no centro se apoiam em vigas horizontais e na parte superior
numa construção de concreto, seja uma ponte de serviço que passe por cima da tomada,
seja uma laje curvada que reduza suavemente a área molhada na altura das grades para a
seção das comportas.
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B) Comportas
É o sistema que conduzirá a água desviada do curso d’agua até as turbinas da unidade
geradora. Possui componentes descritos abaixo:
A) Canal Adutor
“O canal de adução é um canal construído para se levar a água em direção à turbina,
podendo ser construído simplesmente por um canal utilizando o próprio terreno” (BRAGA;
SALECKER, 1999, p. 25).
Dependendo das características do terreno onde se pretende instalar a usina, o canal de
adução pode ser construído em solo natural ou rocha, revestido de pedra e argamassa, concreto,
sacos contendo areia ou terra e cimento, sendo a escolha da solução mais adequada baseada na
comparação dos custos de cada opção. Para canais a céu aberto, em terra, observa-se a seção
trapezoidal. Para canais em alvenaria, adota-se o canal retangular.
“O canal adutor deve ter uma declividade muito pequena, indispensável para manter a água
numa determinada velocidade (v), objetivando não reduzir a queda útil do manancial.” E segue
indicando que dependendo do material das paredes e fundo do canal, a velocidade (v) pode chegar,
em casos desfavoráveis: em terra argilosa, 0,25 m/s, em areia 0,65 m/s e leitos pedregosos 1,25 m/s
(SÁ, 2012, p. 80).
A declividade do canal de adução deve ser mínima e constante, sendo fixada de forma
prática em 0,4/1000, como afirma SÁ, ou seja, o fundo do canal deve descer em torno de 0,4 mm
em cada 10 m de extensão. “Em canais de alvenaria, com paredes muito lisas, pode-se fazer (v) tão
grande quanto necessário, mas para se evitar a perda de queda útil, é conveniente que essa
velocidade não ultrapasse 1,25 m/s” (ELETROBRÁS, 1985, p. 92).
87
v= . √R . I
γ (7)
1+
√R
29
Fazendo:
87
C=
γ (8)
1+
√R
Ficamos com:
v=C . √ R . I (9)
v²
I= (10)
C ². R
S
R= (11)
P
Onde:
v – Velocidade (m/s)
I – Declividade (%)
C – Coeficiente de velocidade
R – Raio hidráulico (m)
S – Superfície líquida (m²)
P – Perímetro molhado (m)
γ – Coeficiente de rugosidade (valor tabelado).
Q
S= [m²] (12)
v
Para uma seção retangular, adotamos a equação 13, da área, conforme demonstrado abaixo:
2
S=b . h[m ] (13)
b – Base (m)
h – Altura (m)
então:
S=2.h ² (14)
S
onde: h=
√ 2
S
e: b=
h
Q
e: S=
v
p=2.h+ b (15)
Onde:
s- Seção (m²)
h – Altura (m)
b – Base (m)
31
Q – Vazão (m³/s)
v – Velocidade (m/s)
p – Perímetro molhado (m)
“Deve-se locar o eixo do canal, evitando cortes exagerados no terreno e aterros, utilizando-
se um menor número de curvas” (SÁ, 2012, p. 84).
A Eletrobrás (1985, p. 169) nos indica que o canal de adução deverá ser dotado de um
extravasor lateral que permita o desvio, com segurança, do excesso de descarga de pequeno volume
devido a ocorrência de oscilações de nível d’água. Neste caso, calcula-se o comprimento do
vertedouro com a equação 16:
Q
L=
2 (16)
. μ . h . √ 2. g . h
3
Onde:
L – Comprimento do vertedouro [m]
Q – Vazão do canal [m³/s]
2/3μ – 0,63 (em casos gerais)
h – Altura da lâmina d’água [m]
g – Aceleração de gravidade [m/s²]
2.3.1.5 TUBULAÇÕES
Nas centrais hidrelétricas, pode-se utilizar tubulações em alta pressão e em baixa pressão.
Um canal de adução a céu aberto é mais viável economicamente, porém, em casos onde a
topografia e geologia do local forem desfavoráveis, a construção de um canal pode se tornar
inviável, e a opção é levar a água por uma tubulação até a câmara de carga.
A tubulação forçada leva a água sob pressão, da câmara de carga até a turbina. A velocidade
da água na tubulação de aço não deve ser elevada por aumentar a perda da carga, aumentar o golpe
de aríete, obrigando com isso o aumento da espessura da chapa da tubulação e prejudicar as
32
condições de regulagem da turbina. O primeiro cálculo necessário para dimensionar essa tubulação
é o diâmetro interno. Conforme o Manual da Eletrobrás (1985, p. 184), determina-se os diâmetros
internos das tubulações pela equação 17.
0,388 L0,204
D=k .Q . (17)
H 0,204
Onde:
D – Diâmetro interno da tubulação [cm]
Q 0,388 – Vazão do projeto [m³/s] (Tabelado)
L0,204 – Comprimento da tubulação [m] (Tabelado)
H 0,204 – Altura da queda d’agua bruta [m] (Tabelado)
K – Coeficiente de tubulação definido pelo material constituído.
Os valores tabelados relacionados acima podem ser encontrados nas tabelas que seguem abaixo.
k
Material
Baixa Pressão Alta Pressão
Aço 66,07 52,81
Ferro fundido 66,91 ---
Concreto armado 68,45 54,67
Fibra de vidro c/ resina 63,38 50,62
FONTE: Ferrari et al. (2008, p. 7.5)
33
Tabela 6 - Tabela apresentando o valor de Q 0,388, para determinar Diâmetro interno da tubulação
34
Tabela 7 - Apresentação do valor de Q 0,204 , para determinar Diâmetro interno da tubulação
35
Tabela 8 - Apresentação do valor de L0,204 , para determinar Diâmetro interno da tubulação
36
Tabela 9 – Velocidade máxima admissível por material
Material Velocidade máxima admissível[m/s]
Aço – centrais de baixas quedas 3
Aço – centrais de médias e altas quedas 5
Ferro fundido 5
Concreto armado 3
Q 4Q
V= = (18)
A 3,1416. D ²
Onde:
V – Velocidade [m/s]
Q – Vazão [m³/s]
D – Diâmetro [m]
Uma das preocupações pertinentes é o golpe de aríete, definido por Sá (2012, p. 89), como
“uma sobrepressão exercida na parede interna da tubulação, quando o fluxo da água é interrompido,
bruscamente.”
A altura devido ao golpe de aríete é dada pela equação 19.
3 L.v
h0 = . (19)
2 g .t
Onde:
h0 – Altura devido ao golpe de aríete [m]
L – Comprimento da tubulação [m]
v – velocidade da água na tubulação [m/s]
g – Aceleração da gravidade [m/s²]
t – Tempo de fechamento total do registro da turbina (geralmente t=4s)
Por essa forma, percebe-se que quanto maior for o comprimento da tubulação e a velocidade
da água, maior será o valor da altura (h0 ). Quanto maior for o tempo t de fechamento do registro,
menor será h0 . O valor do tempo de fechamento é limitado a 4s, tempo necessário para que o
regulador de velocidade atue nas pás móveis, impedindo com isso a entrada de água no rotor da
turbina.
0,10. H . D
e= +C
2. σ
Onde:
H – Queda bruta + altura correspondente ao “golpe de aríete”. [m]
D – Diâmetro interno da tubulação [mm]
σ – Carga de segurança à tração do material na tubulação (1000 a 1200 kg/cm²)
c – Coeficiente de segurança 2 a 3 [mm] ou 0,002 a 0,003 [m] para aço.
Faz-se importante também no projeto, o estudo das perdas hidráulicas, pois interferirá
diretamente na potência da central geradora. Alguns autores desconsideram tais perdas em micro
centrais hidrelétricas. Existem diversos métodos para a observância desse fenômeno em tubulações,
todos indicando valores aproximados, para efeito de estudo, utiliza-se neste trabalho o método
Scoobey, que consta no capítulo 6 do manual do CERPCH, dada pela equação 21.
L v2
h p =410. K a . . (21)
H 2. g
Onde:
h p – Perda de carga [m]
K a – Coeficiente que leva em conta a natureza do material da confecção da tubulação.
L – Comprimento do conduto [m]
H – diferença da cota entre o início e o fim do conduto [m]
V – Velocidade média do escoamento [m/s]
g – aceleração da gravidade 9,81 [m/s²]
38
Tipos de Conduto Valores (K)
Plástico e cimento amianto 0,32
Alumínio com engates rápidos a cada 6 m 0,43
Aço galvanizado com eng. rápidos a cada 6 m 0,45
FONTE: disponível em: < http://sinop.unemat.br/site_antigo/prof/foto_p_downloads/fot_7057tabelas_hidbaulica_1_
pdf.pdf >. Acesso em 19 de set. 2016
B) Câmara de Carga
39
A área da câmara de carga deve ser maior do que a do canal, pois, como dito anteriormente,
a velocidade da água precisa ser menor, em 1/2 ou até 1/3 como afirma Sá (2012). Portanto,
utilizamos as equações 22, 23, 24 e 25 para dimensionar as medidas da câmara:
hm=hv + ( hv .0 .1 )+ h (22)
Q
Sm= (23)
Vcx
Sm=b . hm (24)
Sm
b= (25)
hm
Onde:
Vcx – Velocidade da água na caixa. (1/2 ou 1/3 velocidade da água no canal). [m/s]
Sm – Seção média da caixa. [m]
b – Largura da caixa. [m]
hm -Altura da caixa. [m]
O fundo deve possuir duas inclinações para acúmulo da areia e lama. Deve-se instalar uma
comporta para descarga desse detrito acumulado ao longo do tempo, na parte mais baixa do piso,
para facilitar a descarga.
Deve-se também prever uma comporta para descarga dos dejetos acumulados e um
vertedouro para extravasar o excesso de vazão caso seja necessário fechar a entrada da água que vai
para a turbina, em casos de manutenção ou desligamento do sistema.
Na entrada da tubulação forçada, prevê-se uma grade, mais fina do que a grade da tomada
d’agua, que tem a finalidade de impedir a passagem de pequenos objetos conduzidos pela água,
pelo canal. Essa grade, geralmente é constituída de ferros chatos, com espaçamento de 15 mm e
espessura das barras 1.1/4 x 1/4'’, e em número suficiente para o total cobrimento da caixa de
sedimentação.
40
necessários ao funcionamento da central hidrelétrica.” Segundo Scheiber (1978, p. 177) “[...] têm a
finalidade de alojar as máquinas e os equipamentos, possibilitar sua montagem e eventual
desmontagem e sua manutenção e operação”.
O local para a instalação da casa de força deverá ser convenientemente escolhido, baseado
em fatores de ordem econômica, de segurança e que permita o perfeito funcionamento da tubulação
com a turbina e que permita manter todo o equipamento elétrico fora do alcance de enchentes.
As dimensões devem ser pensadas para abrigar todos os equipamentos hidráulicos e
elétricos, da unidade geradora, listados a seguir:
A) Turbinas Hidráulicas
γ . Q . Hliq
w= . η [CV] (26)
75
Onde:
W – Potência da turbina [CV]
γ – Peso específico da água (1000 Kg/m³) [kg/m³]
Q – Vazão [m³/s]
41
Hliq – Altura líquida (Hliq = Hb - ∑ perdas) [m]
∑ perdas = perda hidráulica na tomada d’água (m) + perda hidráulica no conduto forçado (m)
Hb – Altura bruta [m]
η – Rendimento da turbina [%]
Cada tipo de turbina existente possui características que as tornam adequadas a determinado
aproveitamento hídrico do projeto a ser implantado, como altura, vazão e rotação. Além dessas
características do local a ser implantada, as turbinas também carecem de, no caso das micro centrais
hidrelétricas, de ter características como facilidade de operação e manutenção e robustez. A seguir
serão citadas os tipos de turbinas e suas características.
Turbina Pelton é apropriada para grandes quedas H e pequenas vazões Q. Para se atingir
números específicos de rotação de 12 a 30 rpm, utiliza-se um jato d’agua, e de 30 a 50 rpm com
dois ou mais jatos, conforme afirma Sá (2012). A entrada da água pode ser feita através de um ou
vários bocais que lançam a água em direção tangencial a roda.
Ainda conforme Sá (2012), turbinas com hélice e Kaplan surgiu com a tendência de se
construir turbinas mais rápidas, chegou-se ao modelo hélice e Kaplan que são diferenciadas pela
capacidade de reposicionamento das pás afim de maior aproveitamento da energia hidráulica. Pode
chegar a um número de rotações específicas acima de 1000 rpm. São indicadas para pequenas
quedas H e grandes vazões Q.
42
FONTE: De Sá (2012, p. 64)
Turbinas Francis pode ser construída para os tipos lento, normal, rápido e extra rápido. A
água atravessa as duas coroas do rotor, sendo desviada da direção radial, com que sai das pás
diretrizes, para a direção axial com que entra no tubo de secção. Indicada para quedas médias
(acima de 10 metros) H e médias vazões Q.
Turbina Banki ou fluxo cruzado é altamente indicada para uso em áreas rurais,
particularmente em micro e mini centrais geradoras. De tecnologia bastante simples requer poucos
equipamentos para a fabricação e manutenção, permitindo a construção em oficinas pouco
sofisticadas. Indicada para quedas de 3 a 100 metros e vazões de 0,02 a 2,0 m³/s. Pode apresentar
rotações específicas entre 40 e 200 rpm (FURCHI, 2000).
43
FONTE: disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Cross-flow_turbine#/media/File:Ossberger_turbine
.jpg>. Acesso em 16 de set. 2016
Figura 28 - Esquema de uma turbina uma turbina Michel Banki e passagem de água pelo rotor
A regulação das turbinas é importante, como evidencia Sá (2012), por duas razões
principais: Estabilizar a turbina quando funcionar em condições variáveis, principalmente quanto ao
fluxo de água que passa pelo rotor; e estabilizar a turbina em diversas cargas, conservando a
velocidade, pois com as variações da cargas, a velocidade tende a se alterar, caso o fluxo de água
não seja alterado. Nas centrais hidrelétricas, as turbinas devem ter rotação constante para que a
velocidade do alternador permaneça também constante e também a frequência da energia elétrica. A
frequência é dada pela equação 27.
P. n
f= (27)
60
Onde:
44
f – frequência [Hz]
P – número de pares de pólos do alternador
N – rotação [rpm]
f .60
n= [rpm] (28)
P
O gráfico 3 nos indica a opção mais adequada, relacionando a altura H e a vazão Q. Nele
vemos os espaços correspondentes às turbinas, com as siglas: P – Pelton, F - Francis, M - Fluxo
cruzado (Michell Banki), A – Axial (MELLO Jr., 1999).
45
Uma característica importante é a rotação específica de uma turbina, número adimensional
que define o formato do rotor que melhor se encaixa nas características de vazão e queda de uma
turbina.
Essa relação entre vazão, altura e rotação independe do tamanho do rotor. Assim, como
evidencia o manual do CERPCH – Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais
Hidrelétricas, dois rotores que tenham a mesma rotação específica terão o mesmo formato e o
mesmo comportamento hidráulico. Ainda, comentado no manual, para se obter bons rendimentos, é
necessário operar dentro de um limite de rotação específica. Isso faz com que este dado seja de
suma importância para a decisão da turbina mais adequada conforme mostra a tabela 12.
Outro fator importante na escolha da turbina, diz respeito ao funcionamento com vazões
mais baixas, a vazão mínima operativa. Quando o equipamento é acionado e funciona com vazões
baixas, há a perda de rendimento, causa instabilidade e causa cavitação, diminuindo com isso a vida
útil do sistema. Abaixo, apresentam-se as expressões descritas no manual do CERPCH, as equações
30 e 31 são para o cálculo da vazão mínima operativa das turbinas Banki e Pelton.
46
Qmin=0,45. Qnom (29)
Vazão mínima operativa da turbina Banki
B) Acoplamento
A energia mecânica disponibilizada pela turbina deve ser conduzida de forma eficaz até o
gerador, que se faz pelo sistema de transmissão de energia mecânica, que também tem a função de
ajustar as rotações da turbina e do gerador, no ultimo caso, tem-se o multiplicador de velocidade,
pois quase sempre se faz necessário aumentar a rotação do eixo da turbina. O multiplicador de
velocidade é muito útil em micro centrais hidrelétricas pelo baixo custo relativo e facilidade na
reposição de peças e manutenção.
Fisicamente o gerador é composto de uma parte fixa, estator e de uma parte rotativa, rotor. O
estator tem sua carcaça soldada, e apoia em seu interior o ferro ativo, composto por lâminas que
levam as ranhuras para as bobinas. O rotor é composto por um cubo com o eixo, que está
diretamente acoplado ao eixo da turbina e sustentado verticalmente pelo mancal de escora. Os pólos
do rotor, magnetizados pela corrente continua, passam pelas bobinas, induzindo uma corrente
alternada.
Conforme o manual do CERPCH (2008, p. 8.39), a máquina síncrona possui uma estreita relação
entre sua velocidade de operação e a frequência da tensão gerada, relação essa que é dada pela
equação 32.
48
f .60
P= (31)
n
Onde:
P – Número de pares de polos
f – frequência [Hz]
n – Rotações por minuto da turbina
Sá evidencia que com a mesma fórmula, conhecendo-se o numero de pares de pólos, pode-se
encontrar o número de rotações por minuto conforme demonstrado na equação 33.
f .60
n= (32)
P
Conforme comenta Martignoni (1972, p.4), “[...] para uma determinada frequência o
alternador será tanto mais lento quanto maior for o número de pares de polos do seu sistema
indutor”.
O número de pares de pólos do gerador é uma característica construtiva, e é definido no
momento do projeto e construção da máquina, só podendo ser alterado mediante
modificações nos enrolamentos da máquina. Isso posto, percebe-se pela equação anterior
que a freqüência da tensão gerada será proporcional à velocidade de rotação do gerador.
Dessa forma o gerador síncrono permite que a freqüência da tensão gerada seja ajustada em
qualquer valor desejado, dentro de sua faixa permissível, bastando para isso ajustar sua
velocidade de operação. Por outro lado, para que a freqüência da tensão gerada seja
mantida em um valor constante, que é o que se deseja, é preciso manter constante a
velocidade de acionamento, o que torna necessário o uso de reguladores de velocidade
(CERPCH, 2008, P. 8.41).
Onde:
49
Nos geradores, o número de pares de pólos é característica construtiva da máquina e é
definido na etapa de projeto. A equação 34 evidencia que a frequência da tensão gerada dependerá
proporcionalmente da velocidade de rotação do gerador. Assim, pode-se controlar a frequência da
tensão gerada, dentro de um determinado limite, controlando sua velocidade de rotação. A energia
gerada, vem de um campo magnético produzido no rotor, com os enrolamentos do estator. O
sistema de excitação é o responsável pela energia de produção do campo magnético. Em máquinas
de baixa potência, a excitação é provocada por transformadores.
Para a especificação do gerador a ser instalado, deve-se analisar alguns parâmetros, entre
eles estão: potência nominal, número de fases, forma de conexão, tensão nominal, aterramento,
rotação nominal e sistema de excitação.
A potência nominal do gerador será definida, como visto anteriormente, pela potência no
eixo da turbina, em kVA, levando-se em conta o rendimento, por conta das perdas, e seu fator de
potência. O rendimento e o fator de potência são dados pelas equações 36 e 37.
Pele
ηG= (35)
Pmec
Onde:
ηG – Rendimento
Pele - potência elétrica ativa do gerador [kW]
Pmec - potência mecânica da turbina [kVA]
Pele
Cosφ= (36)
S
Onde:
Cosφ – Fator de potência
Pele - potência elétrica ativa do gerador [kW]
S - potência elétrica aparente do gerador [kVA]
Conforme explica o manual do CERPCH (2008, p. 8.44), As máquinas síncronas possuem
rendimentos elevados, superiores a 90%. É comum especificar o fator de potência para máquinas de
micro centrais em 0,8.
Quanto ao número de fases, todos os geradores com potência acima de 5 kVA deverão ser
trifásicos. Os de menor potência podem ser monofásicos, pois barateiam os custos nas linhas de
distribuição e transformadores, porém, se houver na carga, motores de indução, deverá ser trifásico,
afim de permitir melhor desempenho.
50
Geradores trifásicos podem ser ligados em delta ou estrela. A conexão estrela permite um
ponto de neutro e duas tensões, entre fases e fase e neutro. Em micro e mini centrais hidrelétricas,
as conexões deverão ser em estrela, como afirma o manual do CERPCH (2008, p. 8.45).
A tensão nominal do gerador deve ser compatível com a tensão das cargas a serem
alimentadas. Caso não haja um transformador disponível, os geradores deverão ser especificados
com tensão nominal de 220 volts, conectados em estrela, fazendo com que seja disponível no
sistema as tensões de 127v fase - neutro e 220v fase – fase.
O aterramento do gerador, em conexão estrela, deverá ser feito de modo que o neutro esteja
diretamente ligado a haste de aterramento, aterramento sólido.
A rotação nominal do gerador será determinada pela rotação da turbina. Quando esta rotação
for menor que 1800 rpm, o gerador deverá ter acoplamento indireto, através de polias e correias que
adequarão sua velocidade. Em caso de rejeição de carga, conforme cita o manual do CERPCH
(2008, p. 8.45), o gerador trabalhando com potência nominal, a tendência é um aumento da
velocidade de rotação do conjunto, o que é a velocidade de disparo. No caso de turbinas para
quedas abaixo de 20 metros, o gerador deverá suportar uma velocidade de disparo de 230%.
Os geradores com potência nominal de até 30 kW, poderão contar com auto regulação,
opção de excitação que, apesar de ser mais rudimentar, apresenta desempenho satisfatório e baixo
custo.
D) Circuito e componentes
Os pequenos aproveitamentos, por conta da baixa potência, devem ser operados com o
menor custo possível para viabilizar o projeto. Os equipamentos devem se caracterizar pela
operação simples e pela robustez. Os instrumentos de medição e os dispositivos de controle são
necessários para o perfeito funcionamento e para orientar a operação da central.
51
Figura 31 - Diagrama trifilar típico da instalação dos componentes elétricos
Os amperímetros analógicos mais comuns são os que utilizam galvanômetro do tipo bobina
móvel, onde uma bobina com fio fino é montada em um eixo móvel e colocada entre os pólos de
um ímã permanente fixo. Ao circular uma corrente na bobina o campo magnético formado interage
com o campo do ímã fixo, e faz com que a agulha do galvanômetro se mova. Quando este for
montado sobre uma escala graduada, seu movimento indicará a corrente que circula pelo circuito
principal a ser medido, proporcionalmente.
Os frequencímetros eletrônicos digitais fazem uso de uma base de tempo precisa (um cristal
de quartzo) e circuitos contadores digitais para realizar a medição da frequência. São muito
utilizados em laboratórios de eletrônica e medição em campo.
Além dos frequencímetros digitais, existem os eletromecânicos, usados para medir a baixa
frequência da rede elétrica. (AGOSTINHO, 2016).
Os frequencímetro analógico contém uma bobina que aplica o campo alternado da tensão
da rede num conjunto de lâminas de metal, cada qual com um comprimento levemente
diferente da outra. Em consequência desta diferença de comprimento, cada lâmina estará
53
ressonante numa frequência, formando assim uma escala que é centralizada justamente em
60 Hz (ou outra frequência central determinada). Desta forma, se o campo criado pela
bobina estiver em 60 Hz a lâmina correspondente vibrará com muito maior amplitude o que
será visível facilmente na escala.(BRAGA, 2014)
Chave de comutação, nada mais é do que uma chave seletora, cujos contatos são ligados
entre o circuito principal e o circuito a ser alimentado, no caso do voltímetro. Desta forma, através
da seleção escolhida, será medido o nível de tensão da fase correspondente.
Os fusíveis, segundo Mamede (2014, p. 309), “São dispositivos destinados à proteção dos
circuitos elétricos e que se fundem quando percorridos por uma corrente de valor superior aquela
para a qual foram projetados”. Tem como principal função é limitar correntes de curto circuito.
Transformadores de medida são equipamentos que trabalham com uma taxa dos valores
reais, afim de se obter as medições de forma economicamente mais viável. Segundo Mamede
(2011, p. 54), “Transformadores de medida são equipamentos que permitem aos instrumentos de
medição e proteção funcionar adequadamente sem que seja necessário possuírem correntes e
tensões nominais de acordo com a corrente de carga e a tensão do circuito principal.”
54
do fenômeno de conversão eletromagnética, atinge baixos valores, geralmente igual a 5A”
(MAMEDE 2011, p. 54).
O comutador ou chave de comutação, nada mais é do que uma chave seletora, cujos contatos
são ligados entre o circuito principal e o circuito a ser alimentado, no caso do voltímetro. Desta
forma, através da seleção escolhida, será medido o nível de tensão da fase correspondente.
[...]tentam manter a tensão terminal do gerador igual ao valor de referência definido pelos
operadores do sistema ou por controladores de nível mais elevado. Um RAT atua na
excitatriz de uma máquina síncrona, a qual fornece tensão e conseqüentemente corrente aos
enrolamentos de campo da máquina, podendo assim controlar a tensão terminal da mesma.
Os geradores síncronos atuais têm seus campos excitados por retificadores ou anéis coletores
acoplados ao seu próprio eixo que efetuam o controle de tensão. Este sistema utiliza pontes de
tiristores controlados (SCRs ou IGBTs) conectadas ao estator por um trafo abaixador. Este sistema
de controle compara a tensão do estator com sua referência e atua no ângulo de disparo dos
tiristores, alterando a tensão do campo do gerador.
55
3 DESENVOLVIMENTO
Diminuir um espaço
Diminuir um espaço
Diminuir um espaço
A fazenda fica localizada a 5,3 km do centro da cidade, conta com 2 residências, principal
de colono. Produz atualmente leite e madeira. Com recurso hídrico abundante, o que fez levantar-se
a hipótese de produzir energia para o consumo.
56
3.2 PROJETO
Diminuir um espaço
O local escolhido para a implantação da usina fica a 95,7 metros de distância do local de
captação da água na barragem e se justifica pela altura da queda produzida, interferindo diretamente
na potência gerada pela usina, bem como o custo x benefício do projeto, como indicado na imagem
extraída do Google Earth Pro.
O projeto em questão visa atendimento da demanda, da casa principal que conta com 4
quartos, sala, cozinha, banheiro e varanda. Há ainda a parte de iluminação externa e do canil. Pode-
se ver abaixo a lista de equipamentos com consumo elétrico na residência.
57
Tabela 13: Demanda de consumo Fazenda Sta. Cruz
Equipamento Quantidade Potência Consumo mensal kWh/mês
Aspirador de Pó 1 600w 2,4
Carregador de Celular 4 15w 0,96
Ferro de Passar 1 1000w 4
Freezer 1 170w 16,32
Geladeira 1 190w 136.8
Lâmpadas de Led 16 60w 230,4
Liquidificador 1 300w 0,025
Aparelho de Som 1 15w 0,24
Tanquinho 1 270w 4,32
Televisão 1 160w 4,8
Ventilador 5 80w 25,6
Batedeira 1 180w 0,18
TOTAL - - 426 kwh / mês
Fonte: Autoria Própria
No córrego que corta a propriedade há uma barragem de concreto com as dimensões de 0,5
metros de largura, 8 metros de comprimento e 3,5 metros de altura que servirá para manter estável a
vazão. A tomada d’água possui 4 metros de comprimento e 1 metro de largura. Possui uma divisão,
a primeira, com uma comporta para o fechamento da água que vem da represa com 3 metros de
comprimento para acumulo de detritos que passam pela primeira grade e a segunda caixa com 1
metro de comprimento que fornece a água aos canos que por sua vez, transfere água ao sistema de
adução, onde há uma segunda grade.
58
Fonte: Autoria Própria
3.2.1 Cálculos
O método escolhido para medir a vazão foi o método volumétrico pois a saída da captação
da água da barragem para a hidrelétrica é construída com três canos de 250mm de diâmetro,
portanto o método mais adequado. Foi utilizado um recipiente de 100 litros, que corresponde a 0,1
m³, e o cronômetro do celular. Executou-se 6 medidas de tempo, descartando-se a de maior e de
menor tempo, fazendo a média, obteve-se o tempo. Depois, aplicando a fórmula, chegamos a vazão
em litros por segundo. Dividindo-se o resultado por 1000, chega-se ao valor da vazão em m³/s.
59
t 1+t 2+t 4+t 5 1,03+ 0,98+1,02+ 0,97
T= = =1 segundo (37)
4 4
V 0,1 m³
Q= = =0,1 m³ /s (38)
T 1s
Encontra-se o valor da altura da queda. Neste trabalho, optou-se por utilizar a ferramenta
Google Earth Pro, que nos forneceu uma queda de 9 metros. O comprimento do canal de adução
será de 90m, da saída da tomada d’agua até a câmara de carga.
Com os valores da vazão e da altura, podemos calcular o valor da potência hidráulica, dada
abaixo.
O sistema adutor empregado no projeto será o de concreto com perfil retangular, por ser a
opção viável ao projeto. Iniciam-se os cálculos do canal, encontrando a área da seção molhada no
canal onde, pela fórmula abaixo, utilizando a velocidade aconselhada para canais com
revestimentos 1,2 m/s, obtemos:
60
Q 0,1m 3 / s 2
S= = =0,0833m ≅ 0,09 m ² (40)
V 1,20 m/ s
S 0,09
h=
√ √
2
=
2
=0,21 m≅ 0,25m (41)
Para a área da seção total do canal, adota-se uma altura maior do que a da passagem da água.
No projeto, adotaremos uma altura de 0,35 m. Encontrados os valores da base e da altura do canal,
podemos definir a velocidade real da água no canal e o máximo perímetro molhado no canal.
Q 0,1
V= = =0,8 m/s (43)
S 0,5 .0,25
61
A declividade do canal se dá através da expressão de Bazin. O valor do coeficiente de
rugosidade, segundo tabela é de 0,017 para alvenaria ordinária.
S 0,09
R= = =0,09 (45)
P 1
87 87
C= = =82,33
Y 0,017 (46)
1+ 1+
√R √ 0,09
V² 0 , 8²
I= = =0,001 m/m ou 1 m/km (47)
C . R 82,332 . 0,09
2
O canal de adução deve possuir um extravasor lateral, para aliviar possível aumento da
vazão. Como dito anteriormente, deve próximo a câmara de carga, que será calculada a seguir. O
comprimento do extravasor do canal será calculado com a equação abaixo.
Q 0,1
L= = =1,13 m≅ 1,15 m
2 0,63 .0,15 . √ 2. 9,81 . 0,15 (49)
. μ . h . √ 2. g . h
3
Vcanal 0,8
Vcx= = =0,27 m/ s ≅ 0,3 m/s (50)
3 3
Q 0,1
Sm= = =0,33 m 2 ≅ 0,3 m ² (51)
Vcx 0,3
sm 0,3
b= = =0,83m ≅ 0,9 m (53)
hm 0,36
63
Figura 40: Câmara de carga
O cálculo do diâmetro interno da tubulação é dado pela fórmula abaixo, com comprimento
de 25m. Consideramos k como material liso (c/ resina ou pvc).
Neste projeto, optamos por utilizar a tubulação de 350mm pois é o diâmetro comercial
acima do valor encontrado. Calcula-se a velocidade da água dentro da tubulação.
4.Q 4 . 0,1
V= = =1,04 m/ s (55)
3,1416 . D ² 3,14 .0 , 35²
L v² 25 1 , 04²
hp=410 . ka . . =410 .0,32 . . =20,09mm ≅ 0,02m
H 2.g 9 2 . 9,81
64
3 L .V 3 25 .1,04
h 0= . = . =0,99 m
2 g . t 2 9,81. 4
Conhecido o valor da perda na tubulação, calcula-se o valor da queda líquida pela equação
abaixo:
Hliq=H −Perdas=9−0,02m=8,98 m
Para a escolha do gerador que melhor se adequa ao caso exposto, aplicamos primeiramente a
fórmula para encontrar a potência nominal em kVA e kW.
65
Com a potência nominal de 8,42 kVA, define-se que o gerador será trifásico, com ligação
em estrela, tensão nominal de 220v, possibilitando obter-se tensão fase – fase 220v e fase – neutro
com 127v. O aterramento será sólido, com ligação do neutro diretamente à haste de aterramento.
Em pesquisa de mercado, encontraram-se dois geradores, e posteriormente escolhido, por motivo de
custo, o Toyama, TA10CT2 com 1800 rpm auto excitado e autorregulado.
Diminuir um espaço
Consideramos para o projeto uma turbina Banki de 200 rpm, portanto o gerador será
acoplado a turbina indiretamente, por sistema de polias afim de se atingir a rotação nominal de
funcionamento do gerador que é de 1800 rpm. Serão ligadas por correias em V com alma de aço,
tendo 96 % de rendimento. As polias da turbina e do gerador terão o diâmetros de com 1,5 m e
0,160 m ou 16 cm, encontrados aplicando-se a fórmula abaixo.
N 1 D 2 200 x
= = = =160
N 2 D 1 1875 1500
66
3.2.2 REGULAÇÃO DE FREQUÊNCIA
67
Figura 44: Diagrama elétrico
-1 relé supervisor de rede trifásica, 220V, com operação por falta de fase, falta de
sincronismo, desequilíbrio de fase e sub ou sobretensão e saída auxiliar;
-2 relés de supervisão de frequência, com ajuste de limite superior e inferior e saída auxiliar;
Para o devido dimensionamento dos componentes o primeiro passo deve ser o cálculo da
corrente nominal de operação I a, que irá nortear as pesquisas para se encontrar os componentes
ideais, levando-se em conta a segurança, a durabilidade, confiabilidade e robustez, e o custo
benefício do equipamentos a serem instalados.
Sa 10 κ
I a= = =36,5 A (aprox .)
V a × cos φ × η ×√ 3 220 × 0,8× 0,9 ×√ 3
Todavia, adicionou-se 10% como margem de segurança para possível sobrecargas e margem
de atuação dos sistemas de proteção. O que nos fornece uma corrente máxima de trabalho de 40,15
A.
69
Com base na Tabela 16 com o uso de eletroduto, ou eletrocalha, aparente, será necessário o
uso de cabos condutores isolados de 10mm² de seção transversal, 750V de capacidade de isolação e
revestimento antichamas. Com base na confiabilidade da marca e bom custo-benefício, optamos
pelo Cabo Superastic da fabricante Prysmian. Para o sistema de controle utilizar-se-á cabos de
2,5mm² de mesma marca e modelo.
70
3.3.3 TRANSFORMADOR DE CORRENTE
Fonte: http://www.eletricajmt.com.br/product.php?id_product=240
3.3.4 AMPERÍMETRO
Optou-se por utilizar amperímetros digitais (um por fase) com saída à relé que, ligado à
saída do TC, além de exibir a corrente que circula pelo condutor, têm uma saída digital chaveada
que servirá como proteção para os casos de sobrecorrente. O modelo escolhido foi o GLMA da
DigiMec, que conta com memória de programação e faixas de valores ajustáveis, além de 2 saídas
para alarme e a possibilidade de retransmissão de sinal com saída analógia de 4 a 20mA.
Fonte: http://www.digimec.com.br/produtos/381/amperimetros-microprocessados-com-alarme
Falta de fase.
Desequilíbrio entre fases.
Sequência de fase.
Sub ou sobretensão
Com saída chaveada que deverá ser ligada no circuito de acionamento do contator K1,
desenergizando-o em caso de falha, desligando assim o circuito de potência do gerador. Conta ainda
com regulagem de sub e sobretensão, e retardo no ligamento e desligamento.
Fonte: http://www.digimec.com.br/produtos/952/supervisores-de-redes-trifasicas
Fonte: http://www.digimec.com.br/produtos/832/supervisor-de-frequencia-de-rede
3.3.8 CONTATOR
Selecionou-se o contator trifásico 220V 50A SIEMENS modelo 3RT10 36-1AN10, por sua
confiabilidade e robustez. Será o principal responsável por manobras de ligamento e desligamento
do sistema gerador de potência, tanto em situações de manutenções, como em caso de falha.
73
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