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OLAVO BILAC

Olavo Braz dos Guimarães Bilac, poeta, jornalista e membro-fundador da Academia Brasileira
de Letras, nasceu em 16 de dezembro de 1865 no Rio de Janeiro, e faleceu na mesma cidade
em 28 de dezembro de 1918. Viria a tornar-se, ainda em vida, um dos poetas mais estimados e
conhecidos do Brasil, além de autor do Hino da Bandeira. Seu pai era cirurgião do exército e
serviu na Guerra do Paraguai, pelo que só veio a conhecer o filho em 1870.

Entrou em 1880, aos 15 anos – com autorização especial, portanto -, para a Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro, mas desistiu do curso no 4º ano. Lá, conheceu Alberto de Oliveira,
seu colega de curso, com quem tinha afinidade pessoal e literária. Apaixonou-se por Amélia,
irmã do amigo, mas um dos irmãos da moça não aprovava a vida boêmia levada por Olavo.
Tentou, em seguida, o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo,
mas desistiu no 1º ano. Preferiu dedicar-se ao jornalismo político, à literatura e à boemia, e em
1883 publicou seus primeiros poemas na “Gazeta Acadêmica”. Sua atividade jornalística
colocou-o em contato com nomes como Machado de Assis, Coelho Neto, Raimundo Correia e
Aluísio Azevedo, além de figuras proeminentes da política fluminense – o que lhe garantiu o
cargo de inspetor escolar na prestigiada Escola Pedro II.

Em 1888, publicou Poesias, seu primeiro livro, um sucesso instantâneo que tornou-o figura de
destaque do parnasianismo brasileiro. A temática ligada a eventos históricos e mitológicos da
antiguidade clássica, aliada ao rigor formal e rítmico e à predileção pelos sonetos, pode
resumir o ideário parnasiano. Fundindo a influência francesa com a tradição da lírica
portuguesa, Bilac atingiu uma síntese considerada das mais altas do nosso parnasianismo.
Continuou a publicar poemas em periódicos, além de produzir crônicas, reportagens, textos
publicitários e livros escolares.

Em 1891, com a dissolução do parlamento e a ascenção de Floriano Peixoto, Bilac encontrou-


se na oposição ao governo e atuou no períodico O Combate, crítico do estado de sítio então
instaurado. Foi preso e passou quatro meses na Fortaleza da Laje, localizada em uma ilha
próxima à Urca.

Em 1906, a pedido do prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, Bilac escreveu a
letra para o Hino à Bandeira, musicado por Francisco Braga. O hino foi inicialmente usado no
Distrito Federal, mas posteriormente passou a ser usado pelos militares de todo o país. A
intenção era familiarizar a população brasileira com a nova bandeira republicana e reforçar a
unidade do país.

Em 1907, já conhecido como figura de proa de diversas causas cívicas, Bilac lidera a luta pelo
estabelecimento do serviço militar obrigatório no Brasil. O poeta faz campanhas em que tenta
convencer os jovens a se alistarem no exército. No mesmo ano, é eleito pela revista Fon Fon
como “príncipe dos poetas brasileiros”.

Recebe, em 1917, o título de professor honorário pela Universidade de São Paulo. Em 1918,
falece por causa de uma miocardite. Suas últimas palavras, noticiadas por jornais da época,
foram: “Deem-me café, vou escrever!”. Foi enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio de
Janeiro.

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