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Cochonilhas

As cochonilhas são umas das mais temidas e sérias pragas que atacam as orquídeas. Propagam-se com grande
velocidade e em pouco tempo levam a planta a morte, seja por inanição, seja por abrir portas para um sem número de
fungos e bactérias.

Existem mais de 70 mil espécies de cochonilhas, mas cerca de 40 atacam orquídeas. Cochonilhas são na verdade
insetos da ordem dos homópteras (da qual também pertencem cigarras e pulgões), com aparelho bucal do tipo
picador/sugador, que se alimentam da seiva da planta e, quando estão se alimentando, são cobertos por uma capa
pouco permeável. Esse é um dos motivos que dificulta o sua eliminação. Se apenas pulverizarmos inseticidas de
contato, esta capa faz com que o veneno não entre em contato com o inseto para matá-lo.

Tem preferência por se acomodarem embaixo das brácteas dos bulbos, bainha das folhas, mas na medida que a
população aumenta tomam conta de toda a planta, até mesmo as raízes, sugando a seiva e introduzindo toxinas que
modificam o metabolismo na planta e secretando substâncias viscosas adocicadas que atraem as formigas, servindo
de meio de cultura para a proliferação de fungos. Assim, muitas vezes não são vistas na fase inicial do ataque.

Na fase de ninfa são muito pequenos e dificilmente podem ser vistos sem uma lupa.

Uma planta pode ser infestada pela compra de plantas contaminadas, passagem da cochonilha de uma planta para
a outra ou podem ser trazidas pelo vento.

Em ambiente natural as cochonilhas tem muitos inimigos e mesmo o tempo chuvoso e boa ventilação dificulta a
sua multiplicação. Já dentro de estufas o ambiente é muito propício para o seu desenvolvimento: muitos vasos, menor
ventilação e mesmo devido as cochonilhas se esconderem dentro de vasos e substratos.

O controle nem sempre é fácil. A catação manual somente é eficiente para as cochonilhas adultas, permanecendo
ovos e ninfas na planta.

Vale assinalar que as cochonilhas tem uma cooperação com várias espécies de formigas, em que ambas as
espécies são beneficiadas: para as formigas, as cochonilhas geram uma secreção açucarada, já as formigas fazem
caminhos nas plantas cobrindo as cochonilhas com restos orgânicos criando uma proteção contra joaninhas, vespas e
outros insetos, além de um microclima favorável à sua multiplicação. Então, o combate das cochonilhas significa
também o combate das formigas.

Identificar a infestação logo no início facilita o controle. Umas vez identificadas, se possível, isole a planta de outras
saudáveis. Analise também vasos e bancadas, pois as fêmeas deixam as folhas para se esconder. Considerando o ciclo
de vida das cochonilhas, qualquer tratamento deve ser aplicado a cada 10 dias para ser efetivo. Há poucos remédios
caseiros que podem ajudar, sendo que o uso de inseticidas sistêmicos pode ser necessário.

Para infestações pequenas, retirar as cochonilhas esfregando a planta toda com um algodão embebido em álcool
isopropílico (álcool 70) é uma boa solução. Uma escova de dentes macia também pode ajudar. Não use outros tipos de
álcool porque eles causam danos na orquídea.
Você terá que repetir esse procedimento após uma semana para eliminar as cochonilhas recém-nascidas. Pulverize
também com álcool a bancada na região onde estava a planta infestada. Poderá também usar solução de fumo de
corda preparada em álcool 70 (veja no tópico sobre defensivos caseiros).

O uso de óleo vegetal também traz bons resultados, mas em clima quente perde a efetividade muito rapidamente.
Prepare uma mistura de 500ml de álcool 70, 500ml de água, um colher de sopa de detergente e uma colher de sopa
de óleo vegetal. Nunca aplique qualquer solução que contenho óleo em dias quentes e sempre leve a planta para
sombra para evitar queimaduras.

Tenha em mente que remover as cochonilhas da parte superior da planta não garantirá o sucesso, já que elas
também estarão escondidas no substrato entre as raízes. Assim, é recomendável também que a orquídea seja
replantada eliminando-se todo o substrato velho. Tratamento com óleo de Neem pode ser uma boa alternativa.

O uso de inseticidas de contato não costuma ser eficiente para as cochonilhas adultas (por causa da carapaça de cera),
mas o uso repetido a cada 10 dias irá ser eficiente pô-la constante eliminação das ninfas. Defensivos caseiros também
devem ser sistematicamente aplicados de 10 em 10 dias.

O ciclo de vida é dividido em três fases: ovo, ninfa e adulta. Os ovos são colocados dentro de um saco revestido
com cera e nascem depois de 10 dias, quando recebem o nome de ninfas. As ninfas são a fase mais móvel da
cochonilha, podendo passar livremente de uma planta para a outra. Algumas espécies permanecem móveis na vida
adulta, mas a maioria se movimenta até os pontos de alimentação e ali permanecerá fixa. Fêmeas e ninfas não voam,
os machos vivem apenas 24 horas.

Em regiões frias as cochonilhas tem apenas uma ou duas gerações por ano, mas em regiões quentes e estufas
podem chegar até a oito.

Apresentam-se como uma estrutura oval de menos de um milímetro com coloração deste branco, branco-
amarelado, rosada, cinza esbranquiçada, ou parda e azul pálido. Na fase adulta, são pouco móveis, permanecendo
fixados no mesmo lugar da planta para se alimentar.

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Lagartas

As lagartas são simplesmente uma dos estágios da vida de uma Borboleta, mas não é uma boa hora para
compaixão. Lagartas são famintas e devoram tudo que veem pela frente em poucos instantes. São capazes de acabar
com meses de cultivo, as vezes devorando a planta inteira sem deixar muitos vestígios. Elas começam a se alimentar
logo que nascem e somente param quando em tempo de formar o casulo.

Mas muita atenção, normalmente você primeiro irá localizar os estragos feitos por elas e terá que procurar bem
na tentativa de localiza-las.

Observe nesta foto à direita um sinal de que existem lagartas no ambiente. Trata-se das fezes, sinal de que ela se
alimentou por ali.
Muitas lagartas se escondem dentro do substrato durante o dia. Veja nesta foto a direita (região circulada) onde
uma delas se escondeu. Dificilmente seria percebida se não tivesse deixado vestígios que nos fizessem procurá-las com
toda atenção.

Também a sua direita a foto de uma planta que foi totalmente devorada, somente algumas pontas de raiz
denunciam que ali existia uma orquídea crescendo. Caso uma delas entre em um coletivo de aclimatação então
facilmente devorarão dezenas delas.

As lagartas não são muito resistentes, mas a melhor opção é a prevenção. Um orquidário totalmente fechado (tela
de sombreamento) dificilmente permitirá que uma borboleta adulta atinja as suas orquídeas para colocar os ovos.

Uma vez que os danos forem observados, tenha em mente que a lagarta tem grande chance de estar ainda ali no
vaso em que se alimentou. Ela somente terá motivo para procurar outro vaso se a comida naquele tenha acabado.
Existe uma grande chance dela estar escondida no substrato. Neste caso, uma estratégia muito eficiente é mergulhar o
vaso em água esperando que ela saia fugindo de ser afogada.

Lembre-se que vespas e aranhas são predadoras naturais das lagartas, então, apesar da natural resistência de
muitos, elas serão suas aliada em manter a coleção livre delas.

Muitas são as opções eficientes como repelentes que evitarão que as lagartas ali se alimentem, ou mesmo que as
borboletas coloquem os seus ovos. (Cebola, alho, cebolinha, pimenta, manjericão, coentro, hortelã-pimenta).

Somente em casos de infestações severas, que sobreponham a capacidade de defensivos caseiros deve se pensar
em usar inseticidas de contato.

Besouros

Diorymerellus lepagei, Diorymerellus minensis, Mordellistena cattleyana

Espécie de besouros muito comum no Brasil que tem por preferência atacar os botões florais, destruindo-os.
Medem cerca de 3mm.

O dano é causado quando a fêmea do Diorymerellus perfura o botão para colocar os seus ovos. Após o
nascimento, as larvas se alimentam dos tecidos da flor. Raramente atacam folhas jovens.

Já os besouros da espécie Mordelistena cattleyana são um pouco menores, medindo cerca de 2mm. A fêmea deste
besouro coloca os ovos nas folhas e as larvas após eclodirem se alimentam das folhas formando galerias, sendo por
isso chamadas também de larvas mineiras.
Os ovos são quase sempre colocados na parte superior da folha. Depois que nascem as larvas perfuram a folha
para se alimentar do parênquima. A larva tem cerca de 1mm e faz as galerias geralmente na direção das nervuras da
folha. N medida que cresce pode chegar até 7mm, podendo uma folha ter dezenas delas em uma única folha.

Para o tratamento, é aconselhado o corte e queima da folha. Também pode ser indicados tratamentos por meio
de injeções de inseticidas nas galerias, por meio de seringa. Esta operação seria apenas aconselhável no caso de se
tratar de alguma orquídea rara e com poucas folhas. Nas plantas pouco atacadas, onde é possível cortar as folhas com
galerias sem prejuízo da planta, é sempre o processo mais recomendável.

Um ponto importante é que multas vezes as folhas apresentam numerosas galerias, porém os insetos adultos já
saíram e, portanto, nestes casos, não há necessidade de qualquer tratamento. Verifica-se facilmente se o inseto já
abandonou a planta pela presença, nas folhas, dos orifícios feitos pelos adultos ao saírem, ou examinando algumas
folhas com uma lupa.

Mariposa

Castnia (Orthia) therapon

As mariposas Castnia therapon voam rapidamente às horas mais quentes do dia e, quando pousam, ficam com as
asas estendidas sobre o corpo.
Para as orquídeas o problemas não são as mariposas em si, mas o fato delas colocarem os ovos e as larvas
perfurarem os pseudobulbos e se alimentarem os tecidos, formando grandes galerias podendo mesmo inviabilizar a
sobrevivência do bulbo atacado. Podem evoluir o ataque para o rizoma e raízes.

Quando completamente desenvolvidas, tecem um casulo, em grande parte constituído por tiras de tecido
vegetal unidas por fio de seda e se transformam em crisálidas.

Ácaros

Talvez o maior problema aqui é que estamos falando de um ser microscópico, então não há condições de vê-los a
olho nu. Da mesma forma que outras pragas, a sua identificação se dará pelos estragas que eles deixam na sua
orquídea.

Repare nesta foto á sua esquerda, na folha menor apontada pela seta. Ácaros atacam pincipalmente a parte de
baixo da folha. Ácaros raspam a folha matando as células da camada superficial, resultando em uma aparência
prateada/esbranquiçada por baixo. Por cima normalmente se apresenta um coloração amarelada (matizada) que com
o tempo vai ficando escurecida.

Ácaros são parentes das aranhas, assim, outra forma de identificar a sua presença é a possível formação de teias
na parte de baixo das folhas. Essas teias são mais visíveis contra a luz e, com atenção, poderá identificar pequenos
pontos, que são os ácaros se movendo na teia (veja abaixo). Nem todos os ácaros fazem teias.
Bater a folha sobre uma folha branca e visualizar com ajuda de uma lupa pode ser útil para identificá-los

Os danos podem afetar muito o desenvolvimento especialmente de plantas pequenas, mas além do dano direto,
os ácaros são importantes vetores de doenças, até mesmo vírus.

A partir do momento que a colônia se torna superlotada, formas com asas aparecem, voando para novas plantas
e iniciando uma nova colônia.

Os ácaros conseguem se desenvolver melhor em ambientes secos, e o motivo é muito simples: ácaros precisam
sugar grandes quantidades de seiva para se desenvolver, e como a seiva é muito diluída, precisam jogar fora a água
sugada, e conseguem fazer isso de maneira mais eficiente em clima seco. Diante disso, uma das formas de diminuir o
ataque de ácaros é aumentar a umidade do ar no orquidário. Lavar as folhas com água e sabão também diminui a sua
população.

O combate com inseticidas é muito pouco eficiente. Se necessário, deverão ser usados acaricidas. Preste atenção
que existem acaricidas que não podem ser usados em orquídeas. Para o combate, devem ser feitas pulverizações
muito generosas a cada 3 ou 4 dias, com um mínimo de oito aplicações.

Leia mais: lista completa de plantas infectadas por vírus transmitidas por ácaros

Lesmas e Caracóis

Lesmas e caracóis são mais um grupo da classe dos famintos. De pequenos estragos podem inviabilizar o bom
crescimento das orquídea, já que uma das partes que mais as atraem são justamente as raízes novas. E sem um bom
grupo de raízes, impossível o pleno desenvolvimento de uma orquídea.

Identificar a sua presença na coleção exige um olhar atento.


Lesmas e caracóis tem hábitos noturnos, por isso, dificilmente você os flagrará enquanto estiver em seu
orquidário, mas fique atento a sinais de sua presença. Observe as raízes na foto acima: literalmente alguma coisa
abocanhou uma parte na ponta, em outras vezes a ponta inteira da raiz estará ausente, notando por vezes que a lesão
ainda está verde indicando que faz muito pouco tempo que o molusco passou ali. Independente de apenas uma parte
da raiz ter sido devorada, provavelmente essa raiz terá o seu crescimento interrompido, até mesmo porque esta lesão
abre portas para o ataque de fungos e bactérias que finalizarão o trabalho.

Outra pista deixada, são os rastros brilhantes deixados pelo muco que recobre os seus corpos e até mesmo as suas
fezes em finos filetes escuros (veja na foto à direita).

Nunca subestime a capacidade de locomoção desses moluscos, são excelentes escaladores.

Uma péssima notícia par aos orquidófilos é que eles são hermafroditas, quer dizer que tem tanto sistema
reprodutor feminino como masculino, assim, basta que apenas um exemplar entre em seu orquidário, normalmente
trazido junto a algum vaso em meio ao substrato, para ele começar a colocar seus ovos e infestar todo o ambiente.

Vivem em torno de dois anos, sendo um deles de vida adulta, Neste período colocam cerca de 300 ovos que
eclodem em até 10 dias no verão.

Quanto ao controle, considere espalhar iscas para fazer a catação manual. Essas iscas devem ser colocadas de
modo que permaneçam durante a noite e a catação seja feita na manhã seguinte. Essas iscas podem ser pedaços de
casca de melancia ou chuchu, dos quais as lesmas e caracóis se alimentam. Espalhe os entre os vasos. Outra
alternativa e embeber pedaços de pano com cerveja (os moluscos adoram) que os atrairão e farão que os mesmos se
escondam debaixo desse pano durante o dia, então é só coletar.

Lesmas e caracóis também são atraídos por ração para cães e gatos umedecidas. Se você umedecer um pouco de
ração e colocar embaixo de qualquer coisa onde os moluscos possam entrar, ali ficarão e você os poderá catar todas as
manhãs.

Existem ainda no mercado lesmicidas granulados que podem ser espalhados pelo orquidário. Lembre-se que são
tóxicos também para humanos, então cuidado no manuseio.

Por fim, nunca baixe a guarda, o controle de lesmas e caracóis e considerado difícil.

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Trips

Olhando a foto da flor ao lado você deve estar pensando se tratar de uma flor envelhecida que já começou a secar
as bordas e em breve irá murchar, grande engano. A flor tem apenas três dias de aberta e tudo que se vê é uma flor
"roída" por um ser minúsculo que provavelmente passará desapercebido pelos olhos de muitos: o trips.

São na verdade várias as espécies de trips que atacam as orquídeas, podendo medir entre 1 e 5mm. Para piorar a
percepção deles na flor, na medida que comem a flor, vão ficando com o pigmento cada vez mais próximo ao da flor,
uma providencial camuflagem.

Desta forma, via de regra, a presença deles será detectada pelos estragos que eles fizerem naquela flor que você
esperou por um ano inteiro para ver. As flores ficam prematuramente marrons, pétalas manchadas com listras
prateadas ou descoloridos. Nas flores de coloridos fortes ficam muito evidentes os áreas descoloridas decorrentes da
alimentação do trips. Mas o que muita gente não sabe é que o trips ataca também outras partes da planta. Nas folhas
aparecem manchas cloróticas, murcham e até mesmo caem. O desenvolvimento das plantas pode ser atrofiado e em
casos mais graves até mesmo matar a sua orquídea. Os trips também estão relacionados a espalhar contaminação de
vírus entre as plantas. Então não faltam motivos para darmos atenção ao seu controle.

As fêmeas depositam os ovos na superfície da plantas, mas muitas vezes a única evidencia visível desta fase é um
calo de tecido formado pela orquídea em resposta a ferida. Durante a fase de ninfa é que se alimentam das parte
jovens da planta e quando adultos adquirem a capacidade de voar de uma planta para outra.

Cada fêmea poderá desovar até cinco vezes por ano, e em cada postura, colocar até 50 ovos.

O controle desses insetos é dos mais difíceis, mas medidas preventivas podem ser tomadas. Tire todo tipo de ervas
daninhas e detritos de dentro de seu orquidário. Medidas sanitárias são importantes para o controle de muitas das
pragas. Fitas adesivas azuis ou amarelas são eficientes para capturá-los.
Normalmente o trips coloca os seus ovos e as pupas se desenvolvem em áreas da planta longe do alcance de
aplicações de inseticidas. Por isso, pulverizações devem ser repetidas a cada semana para eliminação efetiva. Produtos
como malation e orthene são seguros de serem aplicados em orquídeas e são eficazes.

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Diabrótica speciosa

Popularmente conhecidas por vaquinha, vaquinha verde, brasileirinho ou patriota.

São besouros que causam grande problemas em várias culturas. Os ovos são colocados próximo a base da planta
e durante a fase larval vivem no solo e dura de 25 a 35 dias. São larvas esbranquiçadas que se alimentam das raízes,
podendo mesmo matar uma planta. Durante o seu curto ciclo de vida, uma Diabrótica coloca em trono de 2000 ovos,
podendo rapidamente se alastrar por grandes áreas.

Na fase adulta adquirem a habilidade de voar com muita agilidade, com capacidade de perceber a nossa
presença, se esconder e mesmo se deixar cair para posteriormente fugirem em voo.

Alimentam-se das partes jovens da planta, principalmente flores e pólen, mas podem também atacar as folhas
jovens. As partes destruídas da flor são normalmente o ponte de identificação da praga antes de vê-la.

Além do dano direto, as Diabróticas são vetores de vírus, bactérias e fungos que atacam as orquídeas.

O combate pode ser feito com armadilhas de garrafa PET com água, detergente e um ferormônio que ataca os
machos.

O uso de inseticidas também pode ser feito, mas como são muito móveis, serão necessárias aplicações a cada 15
dias.

No entanto, se você tiver um pequeno número de vasos, a solução mais simples e recolher as plantas ainda em
botão para um espaço fechado como dentro de sua casa.

Algumas Diabróticas se alimentam de partes de plantas cucurbitáceas, não sendo parasitadas, mas para ingerirem uma
substância chamada curcubitacina, que é tóxica a alguns predadores naturais. Aranhas e algumas espécies de
formigas são inimigos naturais.
Thentecoris orchidearum

Um dos mais rápidos e espertos insetos que atacam as orquídeas: ao mínimo sinal de sua presença, rapidamente se
escondem por baixo das folhas, mas não conseguem esconder os estragos que fazem nas plantas.

Os primeiros sinais são manchas brancas nas folhas, chamados de stigmonose (veja as fotos). As manchas são
resultado da atividade de sugar a seiva, lesionando a região permanentemente. Na medida que continuam sugando,
levam a planta a morte rapidamente (veja foto ao lado).

Infelizmente, o estrago não termina com a simples sucção da seiva. Enquanto estão sugando, injetam saliva toxica que
dissolve o tecido, causando necrose do tecido, abrindo portas para fungos e bactérias.

Medem cerca de meio centímetro, e tem a cor alaranjado com asas azul escuro quando adultos (parece preto),
tanto que recebem o apelido de flamenguinhos. Quando jovem tem coloração preta.

A forma mais simples de eliminá-los é como simples sprays de inseticidas domésticos (tipo SBP). Outra forma
eficiente é a pulverização de calda de alho (veja receita no tópico "defensivos caseiros). Normalmente não são
necessários o uso de defensivos mais pesados.
Oniscidea (tatuzinho)

São isopodes que vivem no solo mais conhecidos pelos seus nomes populares: bichos-de-conta, porquinhos-de-
santo-antão, tatuzinhos, tatus-bolas, tatuzinhos-de-jardim ou porca-saras. Existem mais de 120 espécies deles no
Brasil.

Podem infestar os vasos, principalmente quando o substrato está muito velho. Costumam ter hábitos noturnos. A
combinação de hábitos noturnos com o fato de viverem dentro do substrato faz com que semente seja descobertos
caso de replantio.

O problema que causam as orquídeas vem do fato de roerem as raízes para se alimentarem. Um forma simples de
verificar a sua presença é mergulhar o vaso dentro de uma bacia com água, o que fará com que subam para evitar o
afogamento.

O combate pode ser feito com o uso de iscas como casca de abóbora ou mamão, as quais atrairão os crustáceos, e
permitindo a catação manual pela manhã.

Inseticidas são eficientes, mas precisam ser usados em grande quantidade para que atinjam o substrato todo.

Mas a melhor forma é a prevenção. Primeiro no cuidado com a aquisição de substrato de boa qualidade sem
contaminação e, segundo, não deixar os vasos em contato com o solo evitando que os tatuzinhos entrem no vaso.

Pulgões

Insetos de movimento lento, corpo translúcido de tão cheio de seiva que sugam praticamente sem parar.
Praticamente impossível que alguma coleção de orquídeas nunca tenha tido a presença desta praga. A fragilidade que
se supõem ao ver seus movimentos e seu corpo não são condizentes com a capacidade de fazer estragos.

Imagine que uma fêmea de pulgão coloca até 100 ovos por dia! durante os seus 30 dias de vida e em sete dias já
estão adultos. Isso deixa clara a capacidade incrível que tem de se multiplicar e infestar o seu orquidário. Quando uma
planta está muito infestada, podem estabelecer asas para voar para as próximas plantas. Mas o mais interessante é a
cumplicidade que eles tem com a formigas. Como os pulgões sugam muito mais que conseguem digerir
e continuamente excretam um liquido açucarado do qual as formigas se alimentam.
Como contrapartida, as formigas transportam os pulgões para as partes mais viçosas e mais cheias de seiva da planta,
onde poderão sugar um maior volume e excretar mais liquido açucarado para as formigas. Analisando friamente, os
pulgões são "funcionários" das formigas, mas parecem não se importar muito com isso. O liquido açucarado também é
substrato para o desenvolvimento de fungos que também causarão danos para sua orquídea.

Naturalmente, eles são normalmente encontrados nas partes das plantas que estão em maior crescimento e que
estão recebendo a maior parte dos nutrientes como brotos e botões florais. Nestas partes, facilmente causam a atrofia
de brotos e abortamento dos botões por roubarem todos nutrientes. Além disso, a saliva dos pulgões costuma ser
toxica para as plantas.

A boa notícia é que os pulgões são fáceis de serem controlados. Uma simples pulverização de solução de sabão é
suficiente para mata-los (veja no tópico de defensivos caseiros). Esta solução deve ser reaplicada uma semana após a
primeira aplicação.

Nematóides

Esta é mais uma das pragas que não são visíveis a olho nu. Existem mais de 5mil espécies e são popularmente
conhecidas como "vermes" e não passam de um milímetro de comprimento.

Podem atacar qualquer parte da orquídea, mas costumam iniciar o ataque pelas raízes, fazendo-as
apodrecer. Independentemente do local de ataque, deixam sempre lesões abertas por onde iniciam ataques de
fungos e bactérias.

Leia mais: Nematoides foliares em orquideas


Nematoides entrem na orquídea através de feridas ou aberturas naturais como estômatos. A movimentação de
nematoides dentro da planta causa destruição de tecido que se torna visível como linhas na superfície de talos e
folhas, podridão de raízes ou atrofia de brotos. Nas figuras ao lado podem ser vistos os sintomas de ataque de
nematoides em um Oncidium sp. Na primeira figura, a letra H indica o desenvolvimento de uma haste floral normal e
as outras três, como o ataque de nematoides. Em D1 e D2, as bainhas estão secas e não houve o desenvolvimento de
botões florais. Em D3, as bainhas são amareladas e ligeiramente separadas da haste. Já na figura 2, já aponta uma
linha preta, que é simplesmente o caminho que o nematoide fez por dentro da orquídea.

Flores podem ser deformadas ou atrofiadas e até mesmo apodrecerem. É verdade que a magnitude dos sintomas
pode varias de acordo com as condições da planta. Se estiver fraca, poderá morrer com facilidade, ao contrário ficará
raquítica e pode não dar flores.

A figura ao lado mostra a lesão por nematoide em uma folha de dendróbium.

Não existem controles químicos para nematoides para orquídeas. A prevenção é a chave do sucesso no controle.
Os nematoides não estão presentes em seedlings e devem ser infectados para que ali apareçam. O primeiro cuidado é
com a aquisição de plantas, as quais devem sempre ser mantidas em quarentena para observar o aparecimento de
qualquer sintoma. Alguns cultivadores usam cinzas em suas plantas, e é muito comum que cinzas estejam
contaminadas com nematoides. Muitas vezes a fonte de contaminação é o substrato. Não use vasos substratos que
tenham ficado em contato com o solo.

Se optar por reutilizar materiais ou potes, deixe os de molhos por 10 min em uma solução com 10% de hipoclorito
de sódio. Adicione algumas gotas de detergente para aumentar a efetividade. Pequenos animais como sapos, ratos,
lesmas, caracóis e baratas podem carregar nematoides para seus vasos.

Nematoides se multiplicam em condições úmidas e as infestações praticamente desaparecem em tempo seco.


Mosquito do fungo

Bradysia sp; Sclara sp; Orfélia sp.

É um frágil mosquito preto, de 4 a 6mm que voa em ziguezague sobre o substrato. Já a sua larva é
semitransparente com cerca de 4 a 7mm de comprimento que vive no substrato úmido e se alimenta da parte em
decomposição da orquídea. No entanto, com o aumento de sua população, alimentam-se também de partes
viva. Plantas fracas ou pré-afetadas são as preferidas para receberem os ovos do mosquito.

Cada fêmea coloca em torno de 150 ovos que eclodem em 3 ou 4 dias. O tempo desde a eclosão dos ovos até o
mosquito se tornar adulto é de 4 semanas.

São mais facilmente encontradas em substratos a base de cascas ou musgo No substrato úmido, as larvas comem
as raízes novas, abrindo lesões que permitirão a entrada de fungos de raiz. Em infestações severas o substrato é
rapidamente decomposto, sendo este também um real problema para o cultivo.
Por vezes, a larva pode atingir até o rizoma da orquídea. Infestam preferencialmente Phalaenopsis e Miltonia, mas
podem ser encontrado também em Dendróbium e Oncidium. Para o seu controle, a primeira providência é eliminar do
orquidário todo tipo de sujeira e limos. Cartões adesivos amarelos podem ser usados para avaliar o nível de
infestação. O controle químico da infestação de larvas no substrato é praticamente impossível mesmo com inseticidas
muito tóxicos.

Vespinhas (Calorileya nigra e Eurytoma orchidearum)

Quando falamos de vespinhas, não podemos confundir com as vespas que normalmente conhecemos e que são
muito úteis para as orquídeas. Falamos aqui da Calorileya nigra e da Eurytoma orchidearum.

A Calorileya nigra é conhecida como vespinha negra e seu tamanho adulto não passam de 2,5mm, mas o grande
problema são suas larvas. A vespinha negra coloca seus ovos nas pontas das raízes das orquídeas. Os ovos eclodirão
em pequenas larvas esbranquiçadas de se alimentarão do tecido da raiz e aparecerá uma dilatação na medida que a
larva for crescendo. Naturalmente esta raiz parará de crescer. Após ficar adulta, a vespa sairá das ponta da raiz por um
pequeno furo e recomeçará o seu ciclo outra vez.

Vídeo: Calorileya nigra

Já o Eurytoma orchidearum, o adulto é uma vespinha com cerca de 4 mm de comprimento. Possuem o corpo de
coloração preta, asas claras e transparentes e a fêmea coloca os ovos nos bulbos florais novos, próximos a base. Após
a eclosão, as larvas iniciam a alimentação, praticando cavidades que lhes servem de abrigo. Após alguns dias,
transforma-se em pupas, atingem a fase adulta após 50 a 60 dias.

As larvas corroem o interior dos rebentos ou dos bulbos florais, tornando-os intumescidos e frágeis; a coloração
passa inicialmente de pardo avermelhada a negra, resultam do na destruição da flor ainda na fase embrionária,
podendo também causar o secamento do rebento atacado. Não é incomum que o orquidófilo confunda um broto
atacado, pensando se tratar de um broto muito forte, já que de fato nos estágios antes de sua morte, fica intumescido,
aparentando muito força.

Os ataques de Calorileya nigra não costumam causar maiores danos as orquídeas, mas os de Eurytoma podem
levar a planta á morte.

O combate deve ser realizado a partir de inseticidas sistêmicos.


Baratas

Existem mais de 3500 espécies de baratas no mundo. São insetos muito resistentes, reproduzem-se com rapidez e
tem poucos inimigos naturais. São capazes de sobreviver trinta dias sem água e até três meses em comida.
Nas orquídeas causam danos por se alimentarem de raízes, caules novos e flores. Como tem hábitos noturnos,
normalmente devem ser detectados pela presença de brotos, raízes e flores mordiscadas.

Normalmente entram pela drenagem dos vasos e ficam escondidas no substrato.

Mosquito Contarinia maculipennis

São conhecidos como os mosquitos da flor da orquídeas. A Contarinia maculipennis foi provavelmente trazida do
Camboja, Japão e Tailândia para as Américas junto a carregamentos de orquídeas. Esses mosquito podem se alimentar
de muitas plantas e, nas orquídeas atacam os botões florais e flores. O ataque pode causar a queda dos botões, mas
normalmente causam deformações florais.

Para o seu desenvolvimento, esses mosquitos precisam de alta umidade e um meio úmido para o
desenvolvimento das pupas.

O mosquito coloca os seus ovos nos botões florais. Tanto os ovos como as larvas em desenvolvimento não podem
ser percebidas com o botão fechado, só sendo percebido quando grande estrago já tiver sido feito. Em um único botão
podem ser encontradas algo como 30 larvas. Quando maduras, as larvas se deslocam para o substrato, onde passam
para a fase de pupa. Três semanas mais tarde transforma-se em mosquitos. (2,5-3 mm)

Para o controle, a primeira medida é eliminar e destruir todas as partes afetadas para evitar o desenvolvimento
das larvas. Remova também todas as ervas daninhas. de um correto espaçamento entre as planas para diminuir o
contagio. Inseticidas sistêmicos pode ser uteis, mas devem ser aplicadas semanalmente durante três a quatro
semanas.

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