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18/09/2017 Tecnólogo ganha espaço nos canteiros de obras

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CAMPINAS, 18 DE SETEMBRO DE 2017

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Tecnólogo ganha espaço nos canteiros


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de obras
Correio Popular Setor aquecido e escassez de engenheiros valorizam profissional

Conheça o RAC 07/03/2014 - 14h19 - Atualizado em 07/03/2014 - 14h20


Grupo RAC
| Cecília Polycarpo
cecília.cebalho@rac.com.br

Foto: Elcio Alves/ AAN

A professora do curso de tecnologia em edificações Régia Petitto no laboratório de materiais e


estrutura da PUC-Campinas

A escassez de engenheiros civis para a quantidade de empreendimentos e obras de


infraestrutura que tomou conta da região Sudeste forçou construtoras e empreiteiras a se
voltarem para um profissional que existe oficialmente desde 1986, mas que nunca foi tão
valorizado como agora: o tecnólogo em construção civil e edificações.

Apesar de não poder assinar projetos, ele tem qualificação para orientar e gerenciar atividades
das equipes nos canteiros de obras, além de fazer o controle técnico dos materiais e processos
empregados na construção.

Assim, as empresas podem preservar os engenheiros para cálculos de dimensionamento,


enquanto o tecnólogo vai a campo.

Na teoria, a mão de obra do tecnólogo em construção civil é mais barata do que a do


engenheiro, mas, na prática, o conhecimento específico desse profissional vale ouro para
muitas empresas.

A procura por pessoas com essa graduação é tanta que a atividade foi indicada pela Federação
Nacional das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) em 2013 como uma das profissões do futuro.
Os salários iniciais podem chegar a R$ 4 mil.

“A popularização do profissional veio a calhar porque é um perfil que o mercado estava carente.

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Você não precisa do engenheiro 24 horas por dia na obra. Mas, sim, de um profissional muito
bem capacitado e direcionando para a área”, disse a professora do curso de tecnologia em
edificações da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) Régia Petitto.

Em parceria com engenheiros civis, eletricistas e agrimensores, o tecnólogo em edificações


desenvolve atividades de levantamento topográfico, elaboração de planilhas de orçamento e
controle da obra.

É ele também que providencia e quantifica os suprimentos necessários para o andamento dos
trabalhos.

Pode ainda se dedicar às instalações hidráulicas em obras de saneamento, determinando as


escavações, a colocação das tubulações de água e esgoto e o aterro das valas.

O profissional é capacitado ainda para pesquisar e implementar novas tecnologias e pode se


especializar em algum tipo de material.

O curso da PUC forma profissionais generalistas, aptos a trabalharem em qualquer setor da


construção civil.

Grande parte dos alunos já está na área, e usa o curso de tecnologia, que é mais rápido e mais
barato do que o de engenharia civil, como um trampolim para galgar cargos melhores em
construtoras.

Pelo menos metade dos estudantes também segue para a engenharia depois de se formarem
tecnólogos.

“Eles conseguem se inserir no mercado de trabalho, o que permite fazer o investimento na


faculdade de engenharia posteriormente. E fica mais simples, pois eles conseguem eliminar
várias matérias”, disse Régia. A professora afirmou que, dos 30 alunos em cada turma, apenas
dois ou três não estão inseridos no mercado.

As mulheres também se interessam cada vez mais pela área. Uma das turmas da PUC-
Campinas tem 50% de meninas.

“Isso porque o mercado enxerga a mulher como apta a exercer funções de liderança em
canteiro de obras. As melhores são mais atentas e dedicadas. E sabem trabalhar em equipe”,
acrescentou a professora.

O salário inicial para uma jornada diária de oito horas, segundo o Sindicato dos Tecnólogos do
Estado de São Paulo, é de R$ 3.250,00, mas o profissional recém-formado pode ganhar R$ 4
mil, dependendo da empresa.

Entre as atribuições mais valorizadas, está a elaboração de orçamentos.

Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro concentram as maiores demandas.

O Curso

A formação inicia-se com disciplinas básicas de física, matemática e desenho técnico.

Na parte específica, o aluno conhece os materiais de construção civil, mecânica de solo e


gestão de construção civil, entre outros. Não faltam aulas práticas e atividades de laboratório. O
estágio não é obrigatório, mas abre portas para o mercado.

Alguns cursos têm enfoque específico em estruturas metálicas, estradas e pavimentação. A


duração média do curso é de três anos.

Mudança de carreira

O campineiro Carlos Roberto Juliani, de 45 anos, mudou da área de informática para a


construção civil depois de ficar desempregado, há dez anos.

Juliani (foto) uniu o gosto por edificações e


obras à tendência do mercado, que começava
a apontar para o superaquecimento dos
empreendimentos imobiliários. Sem pensar
duas vezes, ele voltou às salas de aula e se
formou tecnólogo em construção civil pela
PUC-Campinas.

“Optei pelo curso de tecnologia porque é


rápido, tem três anos, e é mais barato que o de
engenharia”, contou Juliani, que logo começou
a trabalhar em projetos e execuções de obras
na cidade.

Durante anos, o profissional comandou equipes de pedreiros, coordenou trabalhos estruturais


de grandes obras e se especializou na parte final de acabamento. Hoje, trabalha como
autônomo, prestando serviço para grandes construtoras. É o que as empresas chamam de
personalização da obra.

“Faço o orçamento do acabamento fino das obras. Na parte final de um empreendimento, a


construtora me chama para eu oferecer aos compradores as opções de revestimentos, metais,
pedras e pintura”, explicou.

De casa

Juliani trabalha em casa e encontra os clientes em reuniões nas incorporadoras.


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“É uma área lucrativa, pois tem muita demanda. Basta ver a quantidade de pessoas que
passam pelos home centers (lojas voltadas ao setor de construção e reformas). Ganha bastante
dinheiro quem tem vontade de trabalhar.”

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