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Curso de EIA - RIMA - CEMAE PDF
Curso de EIA - RIMA - CEMAE PDF
CURSO DE EIA/RIMA
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL1
Dr. Joésio D. P. Siqueira
Dr. Francisco Ubiracy. C. de Araujo
MSc. Mara F. R. de Souza
Majoe de M. Siqueira
Dr. Sérgio Morato
2007
1
Esta apostila contém subsídios obtidos do material didático do Curso de Metodologia de AIA do Ministério do
Meio Ambiente (MMA), PNUD/BRA/00/020, bem como comentários pessoais dos ministrantes do referido curso
(Joesio D.P. Siqueira, Francisco Ubiracy de Araújo, Sérgio Morato e Iara V. D. Moreira) realizado no período de
abril a junho de 2006, em Brasília/DF.
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
ÍNDICE
Pág.
5.1.1 – Métodos e Técnicas Utilizados para a Realização dos Estudos Ambientais ............ 40
8.2.4 – Fase IV – Síntese dos Resultados Preliminares dos Estudos e Propostas para
Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos .................................................. 59
9.1 - Fundamentos................................................................................................................... 61
LISTA DE QUADROS
Pág.
LISTA DE ANEXOS
Na década de 30, o governo começa a controlar a utilização de alguns recursos naturais. Criam-
se: os Códigos das Águas e da Mineração e o primeiro Código Florestal em 1934; a Proteção ao
Patrimônio Histórico em 1937 e o Código da Pesca em 1938.
Contudo, nessa época, a gestão de cada recurso fazia-se por meio de ações isoladas e
descoordenadas, servindo à preservação de reservas para uso futuro.
Diversos diplomas legais foram gerados, a partir de então, para regular alguns aspectos
ambientais e atribuir a certos órgãos públicos a responsabilidade de proteger o meio ambiente.
A SEMA recebeu entre outras, a atribuição de coordenar as ações dos órgãos governamentais
relativas à proteção ambiental e ao uso dos recursos naturais. Os programas de controle
ambiental e a complementação da legislação federal, por meio de normas e padrões de qualidade
referentes a alguns componentes do meio ambiente, passam a ser executadas pela SEMA e pelas
entidades estaduais criadas a partir de 1974.
O passo decisivo para propiciar a integração dos órgãos e instituições de todas as esferas de
governo, de algum modo envolvidas com a questão ambiental, e levá-las à consideração de
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia 1
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
outros segmentos da sociedade, foi a promulgação da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que
institui a Política Nacional do Meio Ambiente e seus instrumentos, criando o Sistema Nacional
do Meio Ambiente - SISNAMA e o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.
Porém, a mais importante alteração provocada por essa lei foi reorientar a gestão ambiental no
sentido da melhoria da qualidade do meio ambiente, em benefício da saúde e do
desenvolvimento econômico em harmonia com a proteção ambiental.
Em 1989, foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA, reunindo as atribuições da SEMA, do Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal - IBDF e da Superintendência do Desenvolvimento da Borracha e da
Pesca.
Pouco depois, foi sancionada a Lei 7.804, de 18 de julho de 1989, que modificou a Lei 6.938/81,
conservando, entretanto os seus principais dispositivos, definindo que no caso de obras e
atividades com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional, e, em casos
especiais regulamentados por resoluções do CONAMA, o licenciamento ambiental é de
competência do IBAMA. O Decreto 99.274, de 6 de julho de 1990, por sua vez, reformulou a
regulamentação anterior no sentido de adaptá-la à reorganização administrativa promovida no
início do atual Governo da República.
De acordo com Marques (2001), há uma falta de recursos humanos, principalmente na Avaliação
dos Impactos Ambientais - AIA, que demanda um trabalho multi e interdisciplinar. No Brasil, a
partir de janeiro de 86 (Resolução CONAMA 001/86), e mais recentemente com a 237/97,
tornou-se premente a necessidade de capacitação dos órgãos ambientais.
Esses bancos de dados, por questões financeiras, dificilmente se estruturam. Por outro lado,
existe carência de quadro técnico qualificado nas diversas instituições do país.O estudo
ambiental da forma como é aplicada no Brasil é ainda muito detalhado nos itens descritivos, e
pouco nos itens de identificação e valoração dos impactos. Para fazer com que o estudo torne-se
mais analítico e menos descritivo, há que se melhorar a definição no conteúdo dos Termos de
Referência.
O processo de AIA pode também, ser simplificado, quando os projetos se tornam repetitivos.
Este fato poderia ocorrer desde que houvesse o estabelecimento de um banco de dados que
estaria disponível a qualquer usuário. Esse banco de dados deveria conter uma estrutura clara
sobre formas específicas de elaboração de termos de referência e instrumentos de licenciamento;
sobre parâmetros de controle ambiental; séries históricas relacionadas às atividades potencial ou
efetivamente causadora de impacto ambiental por atividades relacionadas a empreendimentos; e,
principalmente a estrutura estabelecida do zoneamento econômico e ecológico em nível estadual,
os quais balizam e permitem a efetivação das políticas públicas com vistas ao desenvolvimento
sustentado do Brasil.Como exemplo disso, tem-se, para Programas de Irrigação e Drenagem, a
necessidade de se realizar uma avaliação do programa como um todo e, na seqüência, realizar
um estudo simplificado para cada projeto. Outro exemplo são os projetos de assentamento rural
onde as exigências seriam adaptadas, via banco de dados, às características locais.
A AIA deve acontecer na fase de planejamento e não depois pontualmente para cada projeto,
como parecendo simplesmente uma exigência burocrática. Isso possibilitaria uma melhor
avaliação, principalmente no tocante as alternativas tecnológicas e locacionais e nos impactos
socioeconômicos.
Outro aspecto ainda negligenciado é a falta de consideração das interações entre os diferentes
impactos e dos eventuais efeitos cumulativos ou sinérgicos (várias ações diferentes que
acarretam num impacto), não atendendo, portanto um dos seus importantes propósitos, conforme
previsto no artigo 6º, II, da Resolução CONAMA 001/86.
A partir de 1988, outros países membros da Comunidade Européia foram obrigados a adotar
também esse instrumento, por grande influência, inclusive, de outros grupos sociais atingidos
pela degradação ambiental.
A Comunidade Econômica Européia, em 1985, adotou uma diretriz para que seus países
implementassem um procedimento formal, antes do licenciamento, para que se reconhecessem
os empreendimentos potencialmente portadores de grandes impactos e para uniformizar as
exigências.
1.2.1 - França
Em 1977, foi regulamentada a Lei de proteção ambiental que prevê a elaboração de estudos de
impacto ambiental antes da tomada de decisão de certas categorias de empreendimentos.
Até 1988 não houve nenhuma alteração da legislação, mas o Ministério de Meio Ambiente tem
feito estudos para alteração no procedimento adotado, tais como: para empreendimentos de
menor impacto é exigida “Nota de Impacto", nos quais são apresentadas as possíveis
conseqüências ambientais e condições necessárias para que o empreendimento respeite o meio
ambiente.
Há uma colaboração ao empreendedor (público ou privado) para considerar com maior peso a
variável ambiental desde a fase de planejamento. Este aspecto facilita a participação da
população e ainda informa sobre todas as implicações ambientais do empreendimento.
1.2.2 - Grã-Bretanha
Antes de 1988, apesar de não existir um sistema formal, vários estudos não obrigatórios vinham
sendo realizados.
Após 1988, as exigências têm sido implementadas através de regulamentos que complementam e
emendam as leis existentes.
O estudo é elaborado pelo empreendedor, com a participação da população, porém ainda muito
formal, inibindo a manifestação espontânea.
A análise é feita pela autoridade local, que após sua decisão, torna-a pública.
Principais objetivos:
A decisão de elaborar ou não um EIA é tomada pelas agências federais, em função dos
procedimentos específicos por ela adotados.
Essas agências poderão também obter comentários de outras agências que tenham jurisdição
sobre o elemento impactado, como também da comunidade local ou das organizações
interessadas.
A agência principal é responsável por todo o procedimento de AIA das atividades sob sua
responsabilidade, estando apta, inclusive, para elaborar o estudo. Interessados exercem controle
indireto, podendo certas ações serem interrompidas por procedimentos legais impetrados.
Como balanço do processo de AIA, observou-se que desde 1978, o número de estudos exigidos
vem diminuindo, em função da maior experiência das agências em perceber quais os
Observou-se também que houve uma considerável evolução na qualidade dos estudos,
detectando-se mais objetivamente, somente os pontos que devem ser abordados.
1.2.4 - Canadá
As audiências públicas são realizadas somente para empreendimentos muito importantes, por
demandar muito gasto e tempo.
A legislação ambiental brasileira começou a ser consolidada a partir da década de 1980, com a
aprovação da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que instituiu a Política Nacional do Meio
Ambiente e seus instrumentos, criando o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA e o
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. A mais importante alteração provocada por
essa Lei foi reorientar a gestão ambiental no sentido da melhoria da qualidade do meio ambiente,
em benefício da saúde e do desenvolvimento econômico em harmonia com a proteção ambiental.
1
Capítulo compilado a partir de textos disponibilizado por: SOUZA, M. F. R. de e SIQUEIRA, J. D. P. (acervo pessoal dos autores) e Dr.
Francisco Ubiracy. Craveiro de Araújo, Procurador Federal (Assessor Jurídico da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão - Meio Ambiente e
Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal).
simplesmente de existir no mundo jurídico. Sob este paradigma é que devem ser interpretadas as
normas ambientais vigentes antes de 1988.
− Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (inc. VI);
Todo empreendimento deve estar inserido dentro dos princípios estabelecidos no Título VII da
Constituição Federal, que trata da Ordem Econômica e Financeira. Assim estabelece o art. 170
da Constituição Federal:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
III e IV - omissis;
§ 2º - omissis.
No Título VIII - “Da ordem social”, está inserido o Capítulo VI, que trata, no art. 225, “Do meio
ambiente”, onde consta, de forma sucinta, todo o arcabouço de direitos, deveres e princípios a
que deve se fundar tanto o poder público, como os cidadãos, no que tange à causa ambiental.
Inicia o caput do referido artigo definindo o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado como um direito difuso, de todos, indistintamente, e por tal motivo, sendo obrigação,
também difusa, do poder público e da coletividade, a defesa e preservação dele para que as
presentes e futuras gerações também possam gozar desta harmonia. Eleva-se o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado à categoria de direito fundamental à vida.
“Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
- proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade (inc.
VII)
Cabe lembrar que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente
da obrigação de reparar os danos causados, por expressa determinação constitucional, prevista no
§ 3º do art. 225 da CF. Esta disposição constitucional foi regulamentada pela Lei 9.605/98, que
será descrita a seguir.
2.2.1 - Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, institui a Política Nacional do Meio Ambiente
• Conceitos
Aqui o legislador foi entrelaçando os temas a partir do principal - meio ambiente - a fim de que
os conceitos, embora autônomos, possam conviver de forma indissociada, para melhor facilitar
sua aplicação, notadamente nos enquadramentos das sanções administrativas e penais, previstas
no próprio diploma legal - artigos 14 e 15.
O artigo 2o. da Lei 6.938/81, elenca que a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo
a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:
− Equilíbrio ecológico;
− Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
− Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
− Proteção dos ecossistemas;
− Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
− Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
− Recuperação de áreas degradadas;
− Proteção de áreas ameaçadas de degradação; e,
− Educação ambiental em todos os níveis de ensino.
• Instrumentos da PNMA
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
II - o zoneamento ambiental;
O Sistema é constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional
do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela
proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio
Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
III - decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito
prévio, sobre as multas e outras penalidades impostas pela SEMA; (Vide Lei nº 7.804, de
1989)
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de
executar medidas de interesse para a proteção ambiental; (VETADO);
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente
do Conama. (Incluído pela Lei nº 8.028, de 1990)
• Das Penalidades
A Lei 6.938/81 fixa, no seu artigo 14, multas, suspensão de atividades, perda de participação em
linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de créditos, a infratores que não
cumprirem medidas necessárias à preservação e correção de inconvenientes e danos causados ao
meio ambiente.
Acrescenta no parágrafo 1º de tal artigo, que inobstante tais penalidades é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa a indenizar ou reparar os danos causados ao meio
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O que representa a mais perfeita aplicação da
responsabilidade objetiva do agente infrator.
Tais disposições também foram alçadas à esfera constitucional, nos termos do do art. 225 DA
Constituição Federral, que assim dispõe:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
...
Já o artigo 15 desta lei, prevê multa administrativa e pena de reclusão de 1 a 3 anos ao poluidor
que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave
a situação de perigo existente.
Convém apontar que o caput dos artigos 14 e 15 foi derrogado com a edição da Lei nº. 9.605/98,
que dispõe sobre as sanções penais e administrativas aos infratores da legislação ambiental.
O artigo 18, por sua vez, transformava em reservas ou estações ecológicas, sob a
responsabilidade do IBAMA, as florestas e demais formas de vegetação natural de preservação
permanente, relacionadas no artigo 2º da Lei 4.771/65 - Código Florestal, mandando aplicar às
pessoas físicas ou jurídicas que de qualquer modo, degradarem reservas ou estações ecológicas,
bem como outras áreas declaradas de relevante interesse ecológico, as penalidades previstas no
artigo 14. Tal artigo, no entanto, foi revogado expressamente pela Lei Nº. 9.985/2000, que
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, no qual, embora tenha permanecido a
categoria de Estação Ecológica, não se prevê mais a de Reserva Ecológica.
A Lei nº 7.804 / 89 alterou a Lei nº. 6.938/81, para, entre outras providências, dar uniformidade
no trato da questão ambiental, posto que no mesmo ano quatro Órgãos responsáveis, em nível
federal, pela execução da política ambiental, foram fundidos, dando origem ao IBAMA3.
De outra parte, possibilitou a criação das RESERVAS EXTRATIVISTAS, nos termos do inciso
VI do artigo 9º, o que representou uma conquista histórica para as populações que,
historicamente, retiravam seu sustento dos recursos naturais de forma sustentável e não geradora
de degradação ambiental, a exemplos dos seringueiros da Amazônia, dos catadores do côco de
babaçu do Maranhão, os pescadores de Santa Catarina e do Rio de Janeiro, entre outros.
2
As sanções administrativas previstas na Lei Nº 9.605/98, foram estabelecidas na forma do Decreto Nº 3.179/99.
3
Em 22 de fevereiro de 1989, foi editada a Lei 7.735, criando o IBAMA, resultante da fusão do IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal; SEMA - Secretaria Especial de Meio Ambiente; SUDEPE - Superintendência do Desenvolvimento da Pesca e da SUDHEVEA -
Superintendência da Borracha. Tal lei foi resultado da aprovação da Medida Provisória Nº34, de 24 de janeiro de 1.989, editada pelo Presidente
da República, JOSÉ SARNEY.
A Lei 9.605 dispôs sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente, enquadrando até mesmo a pessoa jurídica e seus diretores,
administradores, gerentes, prepostos ou mandatários que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixam de impedir a sua prática, quando podiam agir para evitá-la.
Esta lei encampou quase todos os delitos praticados contra o meio ambiente, que antes eram
tratados em diversas leis esparsas. O Capítulo V trata “Dos Crimes Contra o Meio Ambiente”,
em si. A Seção I dispõe sobre os “crimes contra a Fauna”; na Seção II estão disciplinados os
“crimes contra a Flora”, na Seção III é tratado “da Poluição e outros Crimes Ambientais”, na
Seção IV encontram-se os “Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural” e na
Seção V os “Crimes contra a Administração Ambiental”. O Capítulo VI trata “Da Infração
Administrativa”.
Quaisquer atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão seus autores às sanções
previstas nesta Lei, sem prejuízo da responsabilidade de reparação do dano ambiental.
O Art. 3º desta Lei dispõe expressamente sobre a responsabilidade administrativa, civil e penal
das pessoas jurídicas, nos casos de infração cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício de sua entidade. O parágrafo
único deste artigo alerta que a responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
§ 2º
II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2o e 3o desta Lei,
coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas
O art. 3º. refere-se às áreas de preservação permanente declaradas pelo Poder Púbico e o art. 2º.
do Código Florestal trata das áreas de preservação permanente assim consideradas pelo só efeito
da lei.
Art. 2º,
Considera-se de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais
formas de vegetação natural situadas”:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa
marginal cuja largura mínima será: (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200
(duzentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600
(seiscentos) metros de largura; (Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
5 - de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600
(seiscentos) metros; (Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que
seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura;
(Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na
linha de maior declive;
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.
(Redação dada pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989)
No que tange à questão florestal, deve-se ficar atento às normas de proteção especial a
determinadas espécies que ocorrem nos biomas do Brasil, como é o caso da castanheira
(Bertholletia excelsa) na Amazônia, do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) no sul do
Brasil, e de outras no cerrados como o pequi, etc. Esta Lei prevê a possibilidade de se impor
maiores restrições ao uso e corte de determinadas espécies cujo Poder Público entenda que
devam ser mais especificamente protegidas. É sobre isto que delibera o art. 14 do Código
Florestal, a seguir apresentado:
Art. 14. Além dos preceitos gerais a que está sujeita a utilização das florestas, o Poder Público
Federal ou Estadual poderá:
b) proibir ou limitar o corte das espécies vegetais raras, endêmicas, em perigo ou ameaçadas
de extinção, bem como as espécies necessárias à subsistência das populações extrativistas,
delimitando as áreas compreendidas no ato, fazendo depender de licença prévia, nessas áreas,
o corte de outras espécies. (Redação dada pela Medida Provisória n.º 2166-66, 26.07.01)
...
§ 2º A reserva legal, assim entendida a área de, no mínimo, 20% (vinte por cento) de cada
propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser averbada à margem da inscrição
de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada, a alteração de sua
destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área.
(Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) §§ 3º à 7º - omissis
Como visto acima, não basta que seja mantida na propriedade a área destinada a Reserva Legal.
A lei determina que esta seja averbada na margem da Matrícula do Imóvel, no registro de
Imóveis competente. No caso de posse, o Código Florestal exige, a partir da edição da Medida
Esta é a lei que protege a fauna nacional. De acordo com o art. 1º, os animais de quaisquer
espécies, em qualquer fase de seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro,
constituindo a fauna silvestre, bem como os seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, são
propriedade do Estado, sendo proibido sua utilização, perseguição, caça ou apanha.
Desta forma, evidente que nenhuma atividade de caça poderá ser realizada ou tolerada no interior
das propriedades onde se realizará o empreendimento. Tais atividades constituem crimes,
previsto na Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605/98, art. 29 e seguintes.
Como visto quando da análise dos aspectos constitucionais, a Constituição Federal de 1988
estabelece, no art. 20, inc. X, que as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e
pré-históricos são bens da União.
O art. 1º conceitua patrimônio histórico e artístico nacional como: “o conjunto dos bens móveis e
imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação
a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou
etnográfico, bibliográfico ou artístico”. Para integrar o patrimônio nacional devem estes bens,
serem inscritos em um dos 4 livros do Tombo previstos nesta mesma norma, art. 4 º. São eles: 1)
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico; 2) Livro do Tombo Histórico; 3)
Livro do Tombo das Belas Artes e 4) Livro do Tombo das Artes Aplicadas. Para o estudo em
questão interessa apenas os dois primeiros.
A Lei nº 9.605/98, no Capítulo V, dos Crimes Contra o Meio Ambiente, na Seção IV, trata dos
Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural, nos arts. 62 a 65. As penas para
tais crimes variam de 6 meses de detenção até 3 anos de reclusão. Destacamos alguns tipos
penais:
II - omissis:
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem
prejuízo da multa.
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei,
ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico,
artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem
autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida:
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em
razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em
desacordo com a concedida:
Dessa forma, toda e qualquer atividade a ser realizada deverá considerar a possibilidade de
existência de patrimônio histórico e cultural. Onde se encontrem vestígios de sua ocorrência,
deve a atividade desenvolvida ser suspensa, comunicando ao IPHAN a descoberta, ficando o
empreendedor responsável pela conservação provisória da coisa descoberta, até o seu
pronunciamento e deliberação. Caso ocorram danos pela má conservação, serão apuradas as
responsabilidades, e aplicadas sanções, tanto pecuniária, quanto penal.
Esta Lei, que regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e dá outras providências. No art. 36, trata
20 Centro de Excelência em Maio Ambiente e Energia
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
Quando da apresentação deste EIA RIMA, o órgão ambiental licenciador deverá avaliar, com
base nos resultados apresentados pelo presente estudo, se o impacto causado pelo
empreendimento proposto é significativo, e, em caso positivo, propor, dentre as alternativas
apresentadas no EIA RIMA, qual a unidade de conservação que deverá ser apoiada, ou ainda se
será criada uma nova Unidade de Conservação.
É importante ressaltar ainda, que caso exista na área diretamente afetada pelo empreendimento
algum local de interesse para criação de uma Unidade de Conservação, as atividades ali
desenvolvidas podem sofrer limitações administrativas de uso, tal como o impedimento de
exploração sob regime de corte raso, pelo período máximo de 7 meses, para fins de estudos. É o
que passou a estabelecer esta Lei, com a introdução do art. 22-A, acrescido pela Lei n. 9985, de 4
de julho de 2005, o qual prevê:
§ 1º. Sem prejuízo da restrição e observada a ressalva constante do caput, na área submetida a
limitações administrativas, não serão permitidas atividades que importem em exploração a
corte raso da floresta e demais formas de vegetação nativa.
§ 2º A destinação final da área submetida ao disposto neste artigo será definida no prazo de 7
(sete) meses, improrrogáveis, findo o qual fica extinta a limitação administrativa.
O Decreto n° 4340/02 regulamenta artigos da Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000, que dispõe
sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras
providências.
No art. 31 da Lei do SNUC é estabelecido o procedimento a ser adotado pelo órgão ambiental
licenciador, para fixação da compensação ambiental, a partir do estudo prévio de impacto
ambiental e respesctivo relatório:
Art. 31. Para os fins de fixação da compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei no
9.985, de 2000, o órgão ambiental licenciador estabelecerá o grau de impacto a partir de
estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA realizados quando do
processo de licenciamento ambiental, sendo considerados os impactos negativos e não
mitigáveis aos recursos ambientais." (NR)
Parágrafo único. Os percentuais serão fixados, gradualmente, a partir de meio por cento dos
custos totais previstos para a implantação do empreendimento, considerando-se a amplitude
dos impactos gerados, conforme estabelecido no caput.
Art. 32. Será instituída no âmbito dos órgãos licenciadores câmaras de compensação
ambiental, compostas por representantes do órgão, com a finalidade de analisar e propor a
aplicação da compensação ambiental, para a aprovação da autoridade competente, de acordo
com os estudos ambientais realizados e percentuais definidos.
O art. 33 do Decreto 4.340 de 22 de agosto de 2002, disciplina sobre a aplicação dos recursos da
compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei 9.985/2000, nas unidades de conservação
existentes ou a serem criadas. Deve-se obedecer à seguinte ordem de prioridade:
Art. 33. A aplicação dos recursos da compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei
no 9.985, de 2000, nas unidades de conservação, existentes ou a serem criadas, deve
obedecer à seguinte ordem de prioridade:
Esta Lei disciplina a Ação Civil Pública, de responsabilidade por danos causados ao meio
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico. A Ação Civil Publica (ACP) poderá ser proposta pelo Ministério Público, pela
União, pelos Estados e Municípios, bem como por autarquias, empresa pública, fundação,
sociedade de economia mista, ou por associação que esteja constituída há pelo menos 1 ano, nos
termos da lei civil, e que inclua, entre suas finalidades, a proteção ao meio ambiente e a outros
bens de interesse difuso ou coletivo.
Qualquer pessoa poderá solicitar e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério
Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de Ação Civil e
indicando-lhes os elementos de convicção.
A Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o
Sistema Nacional de Recursos Hídricos. O art. 1º. desta Lei define, entre os fundamentos desta
política, que a água é um bem de domínio público, sendo um recurso limitado, dotado de valor
econômico e cuja gestão deve sempre proporcionar o seu uso múltiplo.
Entre os objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos, previstos no art. 2º. desta Lei, é
importante destacar o inciso I que estabelece a necessidade de se assegurar à atual e às futuras
gerações à necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos
respectivos usos.
A gestão de recursos hídricos tem grande interface com a gestão ambiental, devendo ser
adotados os procedimentos para aproximação de seus respectivos intrumentos, que têm interface
com a Avaliação de Impacto Ambiental - AIA.
A AIA preconiza, no Brasil, de acordo com o inciso III do Art. 5 da Resolução Conama 001/86,
estabelece diretrizes para a elaboração dos estudos de impacto ambiental, e define que a bacia
hidrográfica deve ser considerada, bem como os planos e programas governamentais:
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia
hidrográfica na qual se localiza;
Essas diretrizes são referendadas na Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH,
demonstrando a perfeita consonância que devem ter os instrumentos de gestão ambiental e de
recursos hídricos, que tem entre seus fundamentos:
Art. 10:
Os objetivos acima demonstram o objetivo de sustentabilidade que deve perseguir a gestão dos
recursos naturais.
O princípio da sustentabilidade está ressaltado novamente nas diretrizes da PNMA, onde se
observa especial atenção aos aspectos de qualidade, que são definidos por padrões técnicos
ambientais, e são considerados na gestão dos recursos hídricos.Também merece atenção a
importância dada pela legislação de recursos hídricos, estabelecendo a necessária observância à
temas caros à gestão ambiental, como diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas,
sociais e culturais das diversas regiões do País, que são foco do diagnóstico ambiental, conforme
estabelecido no Artigo 6º da Resolução Conama 01/86.
Lei n° 9.433, de 08 de janeiro de 1997
Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos:
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e
qualidade;
...
...
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas
costeiras.
Outra estreita interface entre a gestão de recursos hídricos é encontrada nos instrumentos da
PNRH, que, dentre outros, estabelece o enquadramento dos corpos de água. Por meio deste
instrumento serão definidas metas de qualidade dos corpos de água, conforme definido na
resolução Conama n0 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e
padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências, e do Conselho Nacional de
Recursos Hídricos. Deve destacar a outorga de direito de uso dos recursos hídricos, outro
instrumento com estreita interface com os objetivos da gestão ambiental, visando o uso racional
dos recursos hídricos, dentro de uma perspectiva de uso e desenvolvimento sustentável.
Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
...
...
Para a implementação desta Política, a Lei nº 9.433/97, no art. 3º, elege-se algumas diretrizes
gerais de ação, entre as quais a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental,
a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os
planejamentos regionais, estaduais e nacionais e também a integração da gestão de recursos
hídricos com a do uso do solo.
Segundo o art. 12, estão sujeitos à outorga pelo Poder Público, os direitos de uso dos seguintes
recursos hídricos:
Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos
hídricos:
Observa-se que esses usos são passívies de avaliação de impacto ambiental, que se efetiva no
âmbito do licenciamento ambiental, pois são atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas
técnicas aplicáveis ao caso.
Dispõe sobre as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental
como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.
O artigo 1º desta Resolução descreve, como impacto ambiental qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante de atividades humanas que, direta ou indiretamente afetem:
– a biota;
Importante destacar a preocupação que o legislador teve em buscar a proteção do meio ambiente,
com a obrigatoriedade de licenciamento de atividades impactantes, porém estabelecendo que este
processo deve seguir de maneira tal que respeite o planejamento das atividades modificadoras do
meio ambiente e suas peculiaridades. É o que estabelece o art. 4º, que se apresenta a seguir.
O art. 5º estabelece que o Estudo de Impacto Ambiental, além de atender à legislação ambiental,
deverá obedecer a algumas diretrizes gerais, sob pena de invalidação do documento:
Art. 5º...
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos,
denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na
qual se localiza;
Nesse mesmo artigo é definido que o órgão ambiental, seja em nível federal, estadual ou, quando
couber, o Município, fixará as diretrizes adicionais, quando necessário, considerando as
especificidades do projeto e as características ambientais da área, inclusive os prazos para
conclusão e análise dos estudos.
Art. 6º ...
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos
ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área,
antes da implantação do projeto, considerando:
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de
controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.
Art. 9º...
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto;
VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos
negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral)
Art. 8º. O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes
licenças:
O art. 10 fornece as etapas que o procedimento de licenciamento ambiental deverá obedecer. Diz
o art. 10.
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos documentos,
projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando
necessárias;
IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente,
integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e
estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma
solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente,
decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação
quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.
O licenciamento ambiental tem caráter provisório, podendo a qualquer hora ser suspensa ou
cancelada, ou serem modificadas as condicionantes e as medidas de controle, desde que a
medida seja tomada através de decisão motivada, ante a superveniência de graves riscos
ambientais e de saúde, entre outros. É o que dispõe o art. 19 e seus incisos. Verbis.
De acordo com esta concepção, a dinâmica de um sistema ambiental não depende apenas do
comportamento dos fatores que atuam dentro de seus limites, como o comportamento social, o uso
de seus recursos para o desenvolvimento de atividades econômicas e a subsistência da população.
Fatores externos, em geral de natureza política ou institucional, são determinantes dos processos
e interações de seus componentes. Por exemplo, decisões tomadas por uma autoridade
governamental distante, a respeito da execução de uma atividade ou do uso de certo recurso,
podem incidir diretamente sobre a qualidade de um sistema ambiental.
Para efeito de estudo, o sistema ambiental pode ser dividido sucessivamente em subsistemas,
setores e subsetores, considerando seus elementos e componentes e, algumas vezes, os processos
de interação. Não existe nenhuma configuração de sistema ambiental que se possa considerar a
mais acertada ou que seja de uso geral. Cada autor ou equipe de trabalho pode arbitrar a
configuração que melhor se adapte às necessidades e aos objetivos de sua tarefa.
Qualquer elemento ou fator ambiental que possa ser usado para satisfazer as necessidades
econômicas ou sociais é chamado recurso ambiental. Os recursos ambientais obtidos diretamente
da natureza são também conhecidos como recursos naturais, podendo classificar-se em renováveis e
exauríveis ou não renováveis. Um recurso natural é renovável quando, uma vez aproveitado em um
determinado lugar e num dado momento, é suscetível de ser aproveitado neste mesmo lugar, ao
cabo de um período de tempo relativamente curto. Aqueles sobre os quais toda exploração traz
consigo, inevitavelmente, sua irreversível diminuição é considerada exaurível ou não renovável.
Com base no conhecimento científico e nas informações sobre o comportamento dos fatores
ambientais e suas interações podem ser estabelecidos critérios de qualidade ambiental para um
sistema ambiental, ou para cada um de seus fatores, que servem de referência para as ações de
gestão ambiental, notadamente o controle da degradação e da poluição.
Alguns fatores não podem ser medidos objetivamente, o que significa um certo grau de dificuldade
e incerteza na definição de sua qualidade, sendo adotados critérios de qualidade a partir de juízos de
valor próprios das necessidades e da percepção da sociedade. A beleza de uma paisagem, o valor de
uma espécie animal, o estágio cultural de uma comunidade indígena são exemplos de valores
subjetivos associados à qualidade ambiental e que variam para cada época e de acordo com o grupo
social que lhes atribui.
Porém, outros componentes do meio ambiente podem ser medidos por meio de métodos científicos,
em função de parâmetros e dos respectivos padrões de qualidade ambiental estabelecidos por
normas legais ou por instituições de pesquisa.
Os padrões de qualidade da água, por sua vez, dizem respeito aos níveis de poluentes aceitáveis para
os usos a que se destina o corpo d'água (recreação, abastecimento, preservação da biota, irrigação
etc.). Dentre estes, destacam-se os padrões de balneabilidade, condições limitantes estabelecidas por
lei para a qualidade das águas doces, salobras e salinas destinadas à recreação de contato primário
(banho público), e de potabilidade, quantidades de poluentes limitantes toleradas nas águas de
abastecimento público.
Para caracterizar a qualidade ambiental de uma determinada área (bacia hidrográfica, país, Estado,
município) é necessário conhecer a situação dos componentes ambientais nessa área e os processos
de interação desses componentes. Esta atividade denomina-se diagnóstico ambiental que pode ser
realizado sobre vários enfoques, um deles é o de servir de base para a definição dos impactos
ambientais de um projeto.
– Indicador ecológico: certas espécies que têm exigências ecológicas bem definidas e
permitem conhecer os ecossistemas possuidores de características especiais. (Dajoz,
1973);
Os indicadores de qualidade, pressão ambiental e resposta social compõem o que se define como
indicadores de sustentabilidade (Azar et alii, 1996).
São exemplos de alguns indicadores ambientais: no meio físico, a concentração de metais pesados
no solo, o pH nos lagos, o índice de coliformes na água, o índice de material particulado no ar;
no meio biótico, o número de indivíduos de uma espécie de valor econômico ou ecológico; no
meio antrópico: os índices de mortalidade, de incidência de doenças, o nível de renda, a oferta de
emprego.
Uma ação quase sempre vem a causar um ou vários impactos, muitas vezes estreitamente
interligados, fazendo com que seja importante ter em mente suas diversas características.
Características de valor:
Características de ordem:
− Impacto direto - quando resulta de uma simples relação de causa e efeito; também
chamado impacto primário ou de primeira ordem;
Características espaciais:
− Impacto local - quando a ação afeta apenas o próprio sítio onde se realiza e suas
imediações;
− Impacto regional - quando um efeito se propaga por uma área além das imediações do
sítio onde se dá a ação;
A distribuição dos impactos é outra característica, relacionada à dimensão espacial dos impactos,
que diz respeito à identificação das espécies, ecossistemas ou grupos sociais que possam ser
atingidos, tanto pelos impactos positivos, quanto pelos negativos. Deve-se considerar,
principalmente, a distribuição social dos impactos, na medida em que parte da população pode
ser afetada apenas pelos impactos positivos, apenas pelos impactos negativos ou mesmo por uma
combinação de impactos positivos e negativos. Raramente, os impactos benéficos e adversos
atingem os mesmos grupos sociais.
Apesar de vigorar desde a década de 70 em alguns Estados brasileiros, como em São Paulo, Rio
de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, o licenciamento ambiental foi instituído, para todo o País, pela
Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, tendo sido regulamentado pelo Decreto nº 88.351, de 1º
de junho de 1983, quando se estabeleceram suas principais diretrizes, e por uma série de
Resoluções do CONAMA. De modo geral, as normas complementares e os procedimentos
administrativos para sua efetiva utilização são determinados pelos órgãos estaduais de meio
ambiente, nos casos de competência estadual, ou pelo IBAMA, nos casos de competência
federal.
O tempo de validade de cada licença pode variar, de acordo com as normas vigentes no âmbito
de cada ente da federação - Estados, União, Distrito Federal e Municípios - em que se localize a
atividade ou empreendimento. A Resolução nº237/97 do CONAMA estabeleceu prazos de
validade para os três tipos de licença, que devem ser compatibilizados com as características do
empreendimento e com a fase do licenciamento:
art. 14 O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados
para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou
empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que
observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até
seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou
audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.
§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração
dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo
empreendedor.
§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e com a
concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.
Os prazos de validade das licenças ambientais, de acordo com a norma nacional é variável em
função da natureza da atividade ou empreendimento e da fase do licencimento, conforme
estabelecido no art. 18 da Resolução Conama n0 237/97. Art. 18 - O órgão ambiental competente
estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo
documento, levando em consideração os seguintes aspectos:
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo
cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou
atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos.
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade
prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II
À expedição de qualquer uma das licenças segue-se o seu acompanhamento, para verificar o
cumprimento das suas exigências e condições. O acompanhamento da LP destina-se a garantir
que nenhuma intervenção no meio ambiente ou obra seja executada antes da necessária licença
de instalação, ou a seguir a execução de estudos porventura exigidos. No caso da LI, serve para
assegurar que a implantação do empreendimento, em especial as obras e a instalação de
equipamentos, se processe de acordo com as condições pré-estabelecidas e para monitorar as
alterações ambientais previstas como conseqüência dessas ações.
§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico
procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar a atividade
ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de
licenciamento.
Art. 5º - ...
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou
convênio.
Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e
do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades
de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento
legal ou convênio.
– Ao objeto de estudo?
• Foi feita a delimitação da área de influência do empreendimento para cada fator natural
(solos, águas superficiais, águas subterrâneas, atmosfera, vegetação/flora)?
• Foi definida a base cartográfica geográficamente referenciada para o registro dos resultados
do estudo?
• Foram indicados com clareza os métodos, técnicas e critérios adotados para a identificação ,
quantificação e interpretação dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação
das atividades do empreendimento?
• Foi feita a análise dos impactos ambientais significativos do projeto, plano ou programa e de
suas alternativas, com a discriminação dos efeitos ambientais potenciais?
– Temporários e permanentes?
• Foram analisados:
5.1.5 - Alternativas econômicas e tecnológicas para a mitigação dos danos potenciais sobre
o ambiente
• Foram identificados:
O aspecto legal da AIA, amplamente discutida nos capítulos anteriores, leva à suposição de que a
efetiva utilização do conhecimento acumulado na sociedade, permite atribuir que todo o
desenvolvimento deve ter como objetivo maior a vida e o bem estar do homem. Nesse caso, os
pressupostos básicos que devem ser utilizados são, a tecnologia, a economia e o ambiente, com o
apoio das normas legais existentes para viabilizar a efetivação desse conceito. A figura a seguir
mostra essa conceituação.
TRIPÉ DO DESENVOLVIMENTO
A Resolução do CONAMA n.º 237/97, ao traçar os critérios básicos para a exigência do estudo
ambiental no licenciamento de projetos de atividades poluidoras propostos por entidades
públicas ou pela iniciativa privada, orientou os casos de aplicação da avaliação de impacto
– Obras Civis
– Rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos
– Barragens e diques
– Canais para drenagem
– Retificação de curso de água
– Abertura de barras, embocaduras e canais
– Transposição de bacias hidrográficas
– Outras obras de arte
– Serviços de Utilidade
– Produção de energia termoelétrica
– Transmissão de energia elétrica
– Estações de tratamento de água
– Interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário
– Tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive os provenientes de fossas
– Dragagem e derrocamentos em corpos d’água
– Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas
– Transporte, Terminais e Depósitos
– Transporte de cargas perigosas
– Transporte por ductos
– Marinas, portos e aeroportos
– Terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos
– Depósitos de produtos químicos e produtos perigosos
– Turismo
– Complexos turísticos de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos
– Atividades Diversas
– Parcelamento do solo
– Distrito e pólo industrial
– Atividades Agropecuárias
– Projeto agrícola
– Criação de animais
– Projetos de assentamentos e colonizações
– Uso de Recursos Naturais
– Silvicultura
– Exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais
– Atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia 47
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
• Outros Agentes – deve-se buscar o envolvimento de outros agentes sociais que possam
contribuir na elaboração do Termo de Referência, tais como:
– Pessoas físicas e grupos sociais que podem vir a ser afetadas pelo
empreendimento proposto.
• Os Termos de Referência são elaborados pelo órgão de meio ambiente. São, em geral, um
modelo único que segue a legislação federal, de características genéricas, deixando de
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas
os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos,
avaliando a eficiência de cada uma delas.
...
Quadro 01 - Roteiro Básico de Termo de Referência para Estudos Ambientais Exigidos para
Licenciamento Ambiental (IBAMA, 1995)
Em um Estudo Ambiental, a equipe básica precisa contar com profissionais das áreas do meio
físico (geologia, solos, clima, geomorfologia, hidrografia), do meio biológico (fauna e flora) e
das ciências humanas (sociologia e economia).
8 - ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA4
Enquanto instrumento de licenciamento ambiental, a preparação do EIA/RIMA envolve o
momento de sua realização, a equipe dele encarregada e sua responsabilidade técnica, a definição
do escopo e os critérios de elaboração do RIMA.
O EIA deve ser realizado por uma equipe técnica multidisciplinar, por exemplo: uma equipe de
pesquisadores; uma empresa de consultoria; um grupo de trabalho formado por representantes do
proponente, acrescida de especialistas em ciências ambientais contratados para esse fim e, em
certos casos, de representantes credenciados da comunidade. De qualquer forma, é essencial que
os estudos se realizem com isenção e objetividade, por profissionais tecnicamente capacitados,
que assumam a responsabilidade pelos resultados. No sistema brasileiro, até o momento, essa
equipe deve ser institucionalmente independente do promotor do projeto, o que, por si só, não
basta para garantir a isenção dos resultados.
O escopo do estudo diz respeito aos fatores ambientais a serem considerados e ao grau de
controle ambiental que se quer alcançar. A política ambiental e a respectiva legislação
determinam as diretrizes gerais, como o faz a Resolução n.º 001/86. Os procedimentos, porém,
devem especificar essas diretrizes, detalhando os critérios e os padrões ambientais a serem
atendidos. Devem também prever os modos de se orientar detalhadamente a elaboração do EIA,
preparando-se, caso a caso, os chamados "termos de referência", "formatos" ou "instruções
técnicas", que devem incluir a forma e o conteúdo dos relatórios e os resultados esperados. A
atividade técnica de preparação dessas instruções chama-se "definição do escopo".
Para cumprirem sua finalidade, os resultados dos estudos de impacto ambiental devem ser
apresentados, para sua comunicação aos atores do processo, em forma de relatório, o RIMA.
Esse relatório deve esclarecer, em linguagem corrente, todos os elementos da proposta e do EIA.
Alguns sistemas de avaliação de impacto ambiental o denominam "resumo não técnico" (países
membros da Comissão Econômica da Europa, Banco Mundial etc.), ou "relatório síntese"
podendo às vezes incorporar também comentários e recomendações da equipe encarregada da
revisão do estudo.
Uma das razões da ampla divulgação da avaliação de impacto ambiental, e do apoio que recebeu
da sociedade, é o fato de promover a participação organizada. O envolvimento dos grupos
sociais afetados pela proposta, das associações civis e do público em geral depende do grau de
conscientização da sociedade quanto aos problemas e questões ambientais, do seu estágio de
4
Texto disponibilizado por: MOREIRA, I. V. D. Curso de Avaliação de Impacto Ambiental. Brasília, 2001.
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia 55
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
Os grupos sociais podem trazer informações bastante úteis ao órgão ambiental e aos demais
participantes do processo, tanto sobre a situação da área a ser afetada pelo projeto, quanto a
respeito de seus interesses ligados à proteção dos recursos naturais ou ao desenvolvimento da
região, especialmente quando há incertezas ou dificuldades de avaliação de natureza subjetiva. A
participação aumenta a confiança do cidadão nas decisões que serão tomadas, ao ver que as
questões que formulou foram devidamente consideradas. Além disso, o processo de avaliação de
impacto ambiental compromete os empresários e as autoridades governamentais que dele
participam com as medidas de proteção ambiental. Por outro lado, a participação do público, se
mal conduzida, pode introduzir questões alheias ao desenvolvimento do projeto, ocasionando
atrasos em sua aprovação, com o conseqüente aumento dos custos.
Ao organizar a participação do público, os procedimentos necessitam levar em conta alguns
fatores, de modo a promover o efetivo envolvimento dos grupos interessados, resguardando-se,
porém, de suas desvantagens. A primeira questão é a identificação dos que podem vir a se
interessar. Dependendo de suas características e das peculiaridades de sua área de influência,
tem-se:
• A opinião pública.
Outro aspecto refere-se às diferentes formas ou técnicas de participação, utilizadas nas diferentes
fases do processo de avaliação de impacto ambiental:
• Audiências públicas;
• Votação ou plebiscito.
Quanto às indicações das normas legais, o envolvimento dos grupos sociais afetados e do público
em geral, começou a ser introduzido nos sistemas de licenciamento por determinação da Lei n.º
6.938, de 31.08.81, que diz em seu artigo 10, parágrafo primeiro: "Os pedidos de licenciamento,
sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial do Estado, bem como
em um periódico regional ou local de grande circulação". Este dispositivo foi regulamentado
pela Resolução n.º 006, de 24.01.1986, do CONAMA, que aprovou os modelos de publicação
dos pedidos de licença ambiental.
Por sua vez, o Decreto n.º 88.351, de 01.06.83, no parágrafo 3.º do artigo 18, estabelece que
"Respeitada a matéria de sigilo industrial, assim expressamente caracterizada a pedido do
interessado, o RIMA, devidamente fundamentado, será acessível ao público". Já a Resolução n.º
001/86 orienta para que cópias do RIMA sejam remetidas aos órgãos governamentais que
manifestarem interesse ou tiverem relação direta com o projeto, para conhecimento e
comentários. Indica ainda que outras cópias estarão disponíveis aos interessados nos centros de
documentação e bibliotecas do IBAMA e do órgão ambiental do Estado e no município, durante
o período de análise técnica do EIA, e prevê que se determine prazo para o recebimento de
comentários dos órgãos públicos e dos demais interessados. Abriu também a possibilidade de
serem organizadas audiências públicas, sempre que se julgar necessário, para informações sobre
o projeto e seus impactos ambientais, discussão do RIMA e recolhimento de críticas e sugestões,
o que foi regulamentado pela Resolução n.º 09, de 3.12.87 (publicada somente em 05.07.90), do
mesmo conselho. A Constituição Federal de 1988 consagrou o princípio da divulgação do EIA,
reiterado pelas Constituições da maioria dos Estados.
• Atividade 1
• Atividade 2
Análise do uso e ocupação do solo, atual e planejado, visando identificar os fatores que
condicionam a implantação do empreendimento, tais como: legislação federal, estadual e
municipal vigentes; situação fundiária; políticas públicas; planos diretores; planos setoriais;
zoneamentos; unidades de conservação; disponibilidade de água e de infra-estrutura, etc.
• Atividade 3
Detalhamento do método escolhido para a condução do estudo, com definição inclusive dos
métodos e das técnicas a serem empregados pelas diferentes áreas de conhecimento científico, na
identificação, previsão da magnitude e interpretação dos prováveis impactos ecológicos,
econômicos e sociais do empreendimento.
• Atividade 4
• Atividade 5
• Atividade 6
• Atividade 7
Descrição e análise do meio sócio-econômico no que se refere aos efeitos ambientais resultantes
de cada uso existente e/ou planejado na área de influência do empreendimento.
• Atividade 8
Integração dos resultados das análises dos meios físico e biológico e do meio sócio-econômico,
resultando na análise integral da área de influência.
• Atividade 9
Identificação e análise dos efeitos ambientais potenciais (positivos e negativos) do projeto, plano
ou programa proposto e das possibilidades tecnológicas e econômicas de prevenção, controle,
mitigação e reparação dos seus efeitos negativos.
• Atividade 10
• Atividade 11
Comparação entre o projeto, plano ou programa proposto e cada uma de suas alternativas, tendo
por base os respectivos efeitos ambientais potenciais e a possibilidade de prevenção, controle,
mitigação e reparação dos seus efeitos negativos.
8.2.4 – Fase IV – Síntese dos Resultados Preliminares dos Estudos e Propostas para
Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos
• Atividade 12
• Atividade 13
Análise e seleção de medidas eficientes, eficazes e efetivas de mitigação dos impactos negativos
do empreendimento a ser implantado, definindo os prazos e periodicidade em que essas medidas
devem ser monitoradas e/ou auditadas.
• Atividade 14
• Atividade 15
• Atividade 16
• Atividade 17
• Cadastros Técnicos
9.1 - Fundamentos
De acordo com Nicolaidis (2002), a Avaliação de Impacto Ambiental - AIA (Environmental
Impact Assessment) teve origem a partir da fusão da idéia de controle da poluição com a
conservação da natureza, sob o tema abrangente da Proteção Ambiental (Gilpin,1995). Colby
(1991) também observa que as avaliações de impactos ambientais surgiram na década de 70 e
foram institucionalizadas em determinados países industrializados sob o paradigma de
desenvolvimento denominado de Proteção Ambiental. Nele, a proposta era prover um
mecanismo racional para a avaliação dos custos e benefícios das atividades de desenvolvimento,
antes da sua implantação efetiva. Nessa fase, a ênfase era dada ao controle da poluição no
tocante à reparação e ao estabelecimento de limites para as atividades danosas. Com isso, a
abordagem regulatória dos instrumentos de comando e controle e a prescrição de inovações
tecnológicas surgiram como solução confiável para os problemas de poluição5. Entretanto,
Colby (1991) destaca que nessa fase era visível uma crescente preocupação, mas ainda não
totalmente incorporada, com a aplicação do conceito de sustentabilidade que começava a
aparecer na agenda política internacional, particularmente no ambiente das conferências
mundiais, onde o tema corrente, segundo Perman et al. (1999), era a relação entre pobreza,
desenvolvimento econômico e meio ambiente6.
O conceito legal de impacto ambiental foi estabelecido por esta Resolução enfatizando, desde a
origem, o impacto ambiental em seu sentido mais amplo, ou seja, impactos ecológicos e
socioeconômicos decorrentes de uma atividade/empreendimento:
Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração
das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam:
“Por sua vez, a Avaliação de Impacto Ambiental é materializada, além de outros estudos
ambientais, por meio do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e seu correspondente Relatório
de Impacto Ambiental – RIMA”
Uma das razões da ampla divulgação da avaliação de impacto ambiental e do apoio que recebeu
da sociedade é o fato de promover a participação organizada. Entretanto, o envolvimento dos
grupos sociais afetados pela proposta, das associações civis e do público em geral depende do
grau de conscientização da sociedade quanto aos problemas e questões ambientais, do seu
estágio de organização e da existência de canais de comunicação entre a comunidade e a
administração pública.
Quanto às indicações das normas legais, o envolvimento dos grupos sociais afetados e do público
em geral, começou a ser introduzido nos sistemas de licenciamento por determinação da Lei
6.938, de 31.08.81, que diz em seu artigo 10, parágrafo primeiro: "Os pedidos de licenciamento,
sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial do Estado, bem como
em um periódico regional ou local de grande circulação". Este dispositivo foi regulamentado
pela Resolução nº 006, de 24.01.1986, do CONAMA, que aprovou os modelos de publicação dos
pedidos de licença ambiental.
Por sua vez, o Decreto nº 88.351, de 01.06.83, no parágrafo 3.º do artigo 18, estabelece que
"Respeitada a matéria de sigilo industrial, assim expressamente caracterizada a pedido do
interessado, o RIMA, devidamente fundamentado, será acessível ao público". Já a Resolução nº
001/86 orienta para que cópias do RIMA sejam remetidas aos órgãos governamentais que
manifestarem interesse ou tiverem relação direta com o projeto, para conhecimento e
comentários. Indica ainda que outras cópias estarão disponíveis aos interessados nos centros de
documentação e bibliotecas do IBAMA e do órgão ambiental do Estado e no município, durante
o período de análise técnica do EIA, e prevê que se determine prazo para o recebimento de
comentários dos órgãos públicos e dos demais interessados. Abriu também a possibilidade de
serem organizadas audiências públicas, sempre que se julgar necessário, para informações sobre
o projeto e seus impactos ambientais, discussão do RIMA e recolhimento de críticas e sugestões,
o que foi regulamentado pela Resolução nº 09, de 3.12.87 (publicada somente em 05.07.90), do
mesmo conselho. A Constituição Federal de 1988 consagrou o princípio da divulgação do EIA,
reiterado pelas Constituições da maioria dos Estados.
Os grupos sociais podem trazer informações bastante úteis ao órgão ambiental e aos demais
participantes do processo, tanto sobre a situação da área a ser afetada pelo projeto, quanto a
respeito de seus interesses ligados à proteção dos recursos naturais ou ao desenvolvimento da
região, especialmente quando há incertezas ou dificuldades de avaliação de natureza subjetiva. A
participação aumenta a confiança do cidadão nas decisões que serão tomadas, ao ver que as
questões que formulou foram devidamente consideradas. Além disso, o processo de avaliação de
impacto ambiental compromete os empresários e as autoridades governamentais que dele
participam com as medidas de proteção ambiental.
O EIA deve ser realizado por uma equipe técnica multidisciplinar, por exemplo: uma equipe de
pesquisadores; uma empresa de consultoria; um grupo de trabalho formado por especialistas em
ciências ambientais contratados para esse fim e, em certos casos, de representantes credenciados
da comunidade. De qualquer forma, é essencial que os estudos se realizem com isenção e
objetividade, por profissionais tecnicamente capacitados, que assumam a responsabilidade pelos
resultados. No sistema brasileiro, até o momento, essa equipe deve ser institucionalmente
independente do promotor do projeto, o que, por si só, não basta para garantir a isenção dos
resultados.
O escopo do estudo diz respeito aos fatores ambientais a serem considerados e ao grau de
controle ambiental que se quer alcançar. A política ambiental e a respectiva legislação
determinam as diretrizes gerais, como o faz a Resolução n.º 001/86. Os procedimentos, porém,
devem especificar essas diretrizes, detalhando os critérios e os padrões ambientais a serem
atendidos. Devem também prever os modos de se orientar detalhadamente a elaboração do EIA,
preparando-se, caso a caso, os chamados "termos de referência", "formatos" ou "instruções
técnicas", que devem incluir a forma e o conteúdo dos relatórios e os resultados esperados. A
atividade técnica de preparação dessas instruções chama-se "definição do escopo".
Para cumprirem sua finalidade, os resultados dos estudos de impacto ambiental devem ser
apresentados, para sua comunicação aos atores do processo, em forma de relatório, o RIMA.
Esse relatório deve esclarecer, em linguagem corrente, todos os elementos da proposta e do EIA.
Alguns sistemas de avaliação de impacto ambiental o denominam "resumo não técnico" (países
Art. 5º...
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos,
denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia
hidrográfica na qual se localiza;
Nesse mesmo artigo é definido que o órgão ambiental, seja em nível federal, estadual, distrital
ou, quando couber, o Município, fixará as diretrizes adicionais, quando necessário, considerando
as especificidades do projeto e as características ambientais da área, inclusive os prazos para
conclusão e análise dos estudos.
Art. 6º ...
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de
controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.
Art. 9º...
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do
projeto;
Nenhum método de AIA pode ser considerado o melhor. Também não existe método que sirva
para o tratamento de todas as etapas e tarefas de um Estudo de Impacto Ambiental ou que seja
apropriado à avaliação de qualquer tipo de empreendimento. A escolha, ou, melhor dizendo, a
concepção do método a ser empregado em um determinado estudo, deve levar em conta os
recursos técnicos e financeiros disponíveis, o tempo de sua duração, os dados e informações
existentes ou possíveis de se obter, os requisitos legais e os termos de referência a serem
atendidos. O conhecimento dos métodos de AIA, divulgado em livros, relatórios e artigos
técnicos pode ser útil apenas na medida em que os seus princípios básicos auxiliem a visão
global e interdisciplinar dos sistemas ambientais e possam ser adaptados às condições
particulares de cada estudo.
Este item apresenta a descrição dos principais tipos de método de AIA e a apreciação crítica das
vantagens e desvantagens da aplicação de cada um deles. Adota-se a tipologia comumente
encontrada na literatura técnica que utiliza como critério de classificação os aspectos formais de
cada método, isto é, a maneira de se disporem os dados sobre o projeto e os seus impactos
ambientais, levando em conta, algumas vezes, o contexto em que se processa a análise dos
impactos.
– Alto grau de subjetividade dos resultados, que dependem das qualidades da coordenação,
dos critérios de escolha dos componentes do grupo de trabalho, do nível de informação e,
até mesmo, das diferenças de temperamento e das tendências de cada um.
No Brasil, os regulamentos limitam de antemão o uso dos métodos "ad hoc", embora as reuniões
de especialistas possam servir, em alguns casos, para uma ou outra tarefa do Estudo de Impacto
Ambiental, desde que as opiniões se fundamentem em argumentos técnicos e razões científicas
criteriosas.
As listagens de controle, mais que um método de AIA, consistem numa relação de fatores e
parâmetros ambientais que servem de lembrete do que se deve considerar, não deixando
esquecer nenhum elemento de importância para a tomada de decisão, ou seja, consiste na
identificação e enumeração dos impactos, a partir da diagnose ambiental realizada por
especialistas dos meios físico, biótico e sócio-econômico
Na fase inicial do Estudo de Impacto Ambiental, a listagem representa um dos métodos mais
utilizados em AIA., particularmente no diagnóstico ambiental da área de influência do projeto e
na comparação das alternativas.
O método pode ser apresentado sob forma de checklist a ser preenchido, para direcionar a
avaliação a ser realizada. Os termos de referência para a preparação do EIA são uma forma de
listagem de controle das informações, pesquisas e previsões a serem necessariamente
apresentadas, evitando a omissão de aspectos relevantes para a análise das condições de
aprovação do projeto. As listagens de controle são ainda freqüentemente utilizadas como método
auxiliar nos estudos de impacto ambiental.
Vantagens:
Desvantagens:
– Não podem dar conta da maioria das tarefas, principalmente porque não estabelecem as
relações de causa e efeito entre as ações do projeto e seus impactos;
– A "matriz de Leopold", criada pelo "United States Geological Survey" (Leopold et alii,
1971) tem sido uma das mais utilizadas nos Estudos de Impacto Ambiental – Relatório de
Impacto Ambiental (EIA/RIMA) realizados no Brasil, sendo freqüentemente tomada
como o método padrão para a elaboração desses estudos (IBAMA, 1995).
– A “matriz de Leopold” consiste da união de duas listas de verificação. Uma lista de ações
ou atividades é mostrada horizontalmente, enquanto uma lista de componentes
ambientais é mostrada verticalmente. A inclusão dessas duas listas de verificação em uma
matriz ajuda a identificar os impactos, uma vez que os itens de uma lista podem ser
sistematicamente relacionados a todos os outros itens da outra lista, com o objetivo de
identificar os possíveis impactos. Isto é feito por meio da incorporação de roteiros para
caracterizar os impactos em termos de magnitude e importância em uma escala de 1-10,
onde 1 representa a menor magnitude ou importância e 10, a maior. A magnitude de um
impacto é tomada como sua significância, por exemplo, se um impacto visual ocorre em
uma área com baixa qualidade de paisagem, então um valor de 2 ou 3 pode ser dado ao
Vantagem:
– Permite fácil compreensão dos resultados; aborda fatores biofísicos e sociais; acomoda
dados qualitativos e quantitativos, além de fornecer boa orientação para o
prosseguimento dos estudos e introduzir multidisciplinaridade.
Desvantagens:
– O estabelecimento dos pesos constitui um dos pontos mais críticos, por não explicitar
claramente as bases de cálculo das escalas de pontuação de importância e da magnitude;
As matrizes deste tipo identificam apenas os impactos diretos, não considerando os aspectos
temporais e espaciais dos impactos. Por isto, desenvolveram-se outros tipos de matriz de
interação que cruzam os fatores ambientais entre si, introduzem símbolos ou utilizam técnicas de
operação para ampliar a abrangência dos resultados. Vale lembrar mais uma vez que as matrizes
de interação aplicam-se com eficiência para a identificação dos impactos diretos, sendo, porém,
bastante limitadas para utilização como método de AIA isoladamente, não atendendo às outras
tarefas de um EIA.
Foram criadas para possibilitar a identificação de impactos indiretos (secundários, terciários etc.)
e suas interações, por meio de gráficos ou diagramas. Uma ação qualquer dificilmente ocasiona
apenas um impacto. Na grande maioria dos casos, cada ação de um projeto gera mais de um
impacto que, por sua vez, provocam uma cadeia de impactos. As redes de interação ajudam a
promover uma abordagem integrada à análise dos impactos ambientais. Enquanto as matrizes e
listagens de controle limitam o pensamento dos técnicos à apreciação de cada fator ambiental
isoladamente, as redes os induzem a trabalhar em conjunto, organizando as discussões e a troca
de informação sobre os impactos e as interações dos fatores ambientais.
A primeira rede de interação foi elaborada por Sorensen, em 1971, como tese de mestrado, e
partiu do desdobramento de uma matriz. Formulada para a avaliação de um programa de
ordenamento territorial numa área costeira da Califórnia, a rede de interação de Sorensen trata
das conseqüências ambientais das diferentes categorias de uso do solo, seus conflitos e
interferências. Considera seis componentes ambientais (água, clima, condições geofísicas,
condições de acesso e estética) e o conjunto de atividades que os modificam.
As redes de interação podem ser concebidas segundo dois enfoques. O primeiro diz respeito às
redes próprias a situações ambientais específicas, a partir do conhecimento prévio dos efeitos
ambientais de certas ações sobre determinados sistemas ambientais. Por exemplo, pode-se
construir uma rede de interação para projetos florestais a se implantarem numa região, que sirva
de referência para a análise dos projetos que ali venham a se implantar. O segundo consiste na
elaboração especulativa da rede de interação por tipo de projeto, para auxiliar o raciocínio no
decorrer dos estudos de impacto ambiental, quando a rede de interação pode ser ajustada para as
especificidades do meio ambiente na área a ser afetada.Visam também a orientar as medidas a
serem propostas para o gerenciamento dos impactos identificados, isto é, recomendar medidas
mitigadoras que possam ser aplicadas já no momento de efetivação das ações causadas pelo
empreendimento e propor programas de manejo, monitoramento e controle ambientais.
Vantagens:
Desvantagens:
− Devem ser empregadas apenas para a identificação dos impactos indiretos e suas
interações, uma vez que não destacam a importância relativa dos impactos identificados
nem dispensam o uso de técnicas de previsão e outros métodos para completar as tarefas
do estudo.
• Diagramas de Sistemas
− A aplicação mais conhecida deste método foi desenvolvida por Gilliland e Risser, em
1977, para a avaliação dos impactos ecológicos da instalação militar de teste de
lançamento de mísseis White Sand, no Novo México. A avaliação, realizada em dois
níveis de detalhamento, empregou um diagrama de sistemas para o estudo em
macro-escala e um modelo matemático hidrológico para o detalhamento dos efeitos da
captação de água subterrânea. O diagrama de sistemas foi construído usando-se a notação
criada por Odum (1971), destacando-se os compartimentos relevantes para a análise dos
− Este tipo de método foi tomado de empréstimo dos trabalhos de ordenamento dos usos do
solo realizados por Tricart (1966) e McHarg (1969), e adaptados para a avaliação de
impacto ambiental de projetos lineares (vias de transporte, dutos, linhas de transmissão).
O trabalho de Tricart adota como fundamento para a determinação do zoneamento
territorial as restrições impostas pela dinâmica dos sistemas ambientais, de modo a evitar
a degradação dos recursos naturais. McHarg parte da análise e das interações dos fatores
ambientais para avaliar a aptidão das unidades territoriais em relação aos diversos usos,
utilizando um quadro matricial para discutir a compatibilidade entre eles.
Vantagens:
− Útil para a localização, conflitos de uso e outras questões de dimensão espacial, como a
comparação entre alternativas a serem analisados em um Estudo de Impacto Ambiental
de um determinado empreendimentos.
Desvantagens:
Existem outros tipos de modelos matemáticos comumente usados nos estudos ambientais,
principalmente aqueles que procuram representar um processo natural, físico ou biológico, como
a dispersão de poluentes no ar ou na água. Este tipo de modelo é usado nos estudos de impacto
ambiental para estimar a magnitude do impacto do lançamento de efluentes ou de emissões
gasosas, sendo, portanto, uma das chamadas técnicas de previsão de impacto.
1ª) definição dos resultados que se pretende obter e escolha dos fatores e elementos do
meio ambiente relevantes para a caracterização do sistema ambiental a ser afetado;
2ª) limites da área de influência do projeto, que devem coincidir com os limites geográficos
do sistema ambiental, de tamanho apenas o suficiente para cobrir a abrangência dos
resultados;
3ª) horizonte de tempo da simulação, que deve incorporar as etapas de realização do projeto
e o tempo natural de ocorrência dos impactos, numa escala compatível com a natureza
das previsões;
9ª) interpretação e discussão dos resultados do modelo; novos processamentos até que os
resultados sejam considerados válidos.
Em 1979, Holling publicou os resultados de suas experiências com modelos de simulação, como
parte do método "Adaptative environmental assessment and management", avaliação ambiental
adaptativa, que combina procedimentos de computação com uma série de seminários técnicos
para acompanhamento e interação dos especialistas, empresários, tomadores de decisão e demais
interessados, desde os estágios iniciais da avaliação.
Em linhas gerais, este método se inicia com a criação de um grupo de trabalho composto de
profissionais treinados nas áreas de análise de sistemas, programação, análise política e dinâmica
Vantagens:
– Bastante úteis em projetos de usos múltiplos e podem ser utilizados mesmo após o início
de operação de um projeto;
Desvantagens:
Não há, dentre os métodos de AIA conhecidos, aquele que se aplique a todo e qualquer estudo de
impacto ambiental. Nem poderia haver, por conta da variedade de sistemas ambientais e das
diversas naturezas dos empreendimentos e seus impactos potenciais. Da apreciação dos métodos
Centro de Excelência em Meio Ambiente e Energia 77
Curso de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
descritos nos itens anteriores, pode-se inferir que seus princípios auxiliam a uma ou outra tarefa
do estudo. Alguns são úteis, por exemplo, para a comparação de alternativas de projeto. Outros
favorecem a integração das pesquisas setoriais, problema freqüente a ser enfrentado pelos
coordenadores técnicos dos estudos, principalmente no caso da avaliação de projetos de grande
porte. Resta lembrar que nenhum deles atende a todas as etapas do estudo de impacto ambiental,
notadamente a proposição de medidas mitigadoras e o programa de monitoração dos impactos.
Os Métodos de AIA são baseados em critérios e indicadores desenvolvidos para diferentes tipos
de impactos ambientais incidentes no meio socioeconômico quanto nos meios biótico e abiótico,
ora sendo generalizadas para alguns casos, ora sendo específicas para determinado caso.
Num estudo de impacto ambiental, usam-se inúmeras técnicas para coleta e tratamento de dados
e informações sobre o meio ambiente e o projeto em análise, para mapeamento, análises
laboratoriais, trabalhos de campo, preparação de material audiovisual e comunicação dos
resultados, mas, principalmente, para a previsão dos impactos ambientais. Estas, conhecidas
como técnicas de previsão de impacto destina-se a estimar a magnitude dos impactos que serão
causados pelas ações a serem desenvolvidas quando da realização do projeto, sendo utilizadas
para medir as condições futuras de fatores ambientais específicos.
A previsão da magnitude dos prováveis impactos decorrentes das ações de um projeto constitui,
com certeza, o mais difícil problema de um estudo de impacto ambiental, envolvendo amplo
conhecimento das ciências naturais e humanas. O nível de detalhamento das pesquisas e,
principalmente, a definição das técnicas mais adequadas são questões a serem resolvidos pelos
coordenadores do EIA, com o auxílio dos especialistas, à luz da disponibilidade de tempo, dados,
recursos técnicos, humanos e financeiros. As técnicas de previsão de impacto já desenvolvidas e
aperfeiçoadas, se bem conhecidas, auxiliam a escolha ou a criação daquela mais apropriadas ao
caso em questão.
É importante lembrar que, quer pela natureza do fator ambiental afetado quer pela ausência de
dados básicos, a magnitude de alguns impactos não pode ser estimada por meios científicos,
puramente objetivos. A previsão pode ser feita apenas em termos qualitativos, acrescentando às
incertezas sempre presentes nas previsões, opiniões técnicas de natureza subjetiva.
No EIA, a identificação dos impactos baseia-se na constatação das relações de causa e efeito
entre as ações desenvolvidas na execução de uma atividade e o sistema ambiental afetado. Uma
ação (emissão, descarga de efluentes, remoção da cobertura vegetal, etc.) costuma gerar um ou
mais impactos diretos, ou de primeira ordem, que por sua vez, geram uma série de impactos
indiretos, produzindo assim cadeias de impactos. Os impactos diretos, de modo geral,
traduzem-se em alterações das propriedades físicas ou químicas dos componentes físicos do
meio ambiente, os impactos secundários atingem os chamados receptores, isto é, a biota, o
homem, a paisagem, as obras de engenharia.
afetados; embora não possam ser considerados como previsões acuradas, tem o mérito de
permitir a comparação das situações atual e futura desses componentes, descrevendo as
prováveis alterações a serem produzidas (mapas, levantamentos aerofotogramétricos
etc.);
− Modelos ilustrativos, previsões visuais das condições futuras em escala apropriada; como
exemplo citam-se as técnicas de avaliação da paisagem que consiste na alteração, por
desenho ou computador, de um conjunto de fotografias da área de influência de um
projeto, segundo os dados do projeto a ser executado;
− Modelos físicos em escala reduzida, nos quais podem ser reproduzidos os processos,
apreciando-se as alterações introduzidas pelas ações do projeto; são muito utilizados para
a previsão de impactos de obras hidráulicas;
− Experiências de campo, nos quais podem ser testados os efeitos da ação no próprio local
de implantação do projeto;
Todos estes tipos de técnica são de caráter experimental. Um quinto tipo, os modelos
matemáticos, pode estabelecer relações de causa e efeito mais ou menos explícitas:
• Impactos na Qualidade do Ar
A previsão dos impactos na qualidade do ar compreende a determinação dos níveis existentes de
poluição e a caracterização do potencial de dispersão de poluentes na área de influência, além da
identificação das fontes poluidoras do ar, nas fases de construção e operação do projeto. Os
padrões de emissão e qualidade do ar orientam a previsão no que diz respeito aos limites de
poluentes aceitáveis para a proteção da saúde e dos recursos naturais e econômicos.
A técnica de previsão mais empregada é a modelagem matemática, manual ou por computador,
que simula a dispersão na atmosfera dos poluentes gerados pelo projeto. O objetivo é relacionar
os efeitos das emissões no nível do solo, quer dizer, à altura em que se encontram as pessoas, os
animais as plantas e as edificações, verificando se os padrões serão ou não ultrapassados. Foram
concebidos modelos desse tipo para vários tipos de poluente (partículas, gases inorgânicos e
orgânicos, poluentes secundários), em escalas temporais e espaciais diferentes. Os modelos que
consideram tempo de dispersão reduzido são usados para prever situações críticas de poluição.
Os modelos de longo tempo de dispersão aplicam-se à previsão de variações estacionais ou
anuais das concentrações de poluentes, sendo úteis para o estudo dos efeitos sobre a saúde, a
vegetação e os materiais. Podem ser simples ou avançados, dependendo das suposições de base e
do grau de complexidade com que são tratadas as variáveis mais importantes.
São exemplos dos modelos simples: os "box models" (modelos de caixa) que supõem uma taxa
constante de emissão de poluente (kg/dia) em um determinado volume de ar que se move em
uma só direção com velocidade constante; os modelos estatísticos que empregam o resultado de
registros e análises da qualidade do ar; os modelos de dispersão que prevêem o movimento das
partículas na pluma de fumaça despejada no ar ambiente. Os modelos mais complexos incluem
os de fontes múltiplas para substâncias estáveis e os modelos para substâncias químicas reativas.
O livro de Canter (1977) apresenta cinco modelos básicos manuais para a previsão de impactos
de tempo curto para partículas e gases.
• Ruído
A previsão dos impactos sonoros parte sempre da medição do ruído ambiente e do conhecimento
do ruído a ser introduzido pelas ações do projeto, este definido pelas especificações dos
equipamentos de construção, processos industriais e transporte, ou por medições em
equipamentos e situações semelhantes.
Os especialistas desenvolveram modelos teóricos e empíricos de previsão de ruídos baseados nos
princípios físicos da acústica e nas leis de conservação da energia. Os mais simples supõem a
propagação linear de um ruído constante. Os modelos mais detalhados usam técnicas de
computação e calculam todos os elementos que afetam a irradiação do ruído e das vibrações,
desde as fontes até as comunidades receptoras, considerando: o ruído ambiente sem o projeto; o
nível de ruído produzido pelas fontes introduzidas pelo projeto; a distância dessas fontes aos
grupos de habitantes; as barreiras de reflexão de som; a direção do ruído, a topografia e a soma
dos fatores que interferem na propagação (vento, gradiente de temperatura, densidade de
absorção de som do ar, do solo e dos materiais).
Para esta última atividade é muito comum o emprego da opinião de especialistas, seja o
julgamento de um ou de um grupo de profissionais de experiência reconhecida no assunto e na
área de influência. Outras técnicas de uso geral são as analogias e comparações com
ecossistemas semelhantes, as experiências de campo e de laboratório. a superposição de cartas
pode ser útil para o cálculo de porcentagem de perda de habitats e cobertura vegetal. De
desenvolvimento mais recente, porém menos utilizados por causa de seus custos e por
requererem dados abrangentes, são os modelos matemáticos de simulação, muito apropriados
para a caracterização da dinâmica dos ecossistemas, principalmente dos aquáticos (lagunas, lagos
naturais, reservatórios); a Organização Pan-Americana da Saúde desenvolveu um modelo
limnológico deste tipo para o estudo de lagos e reservatórios tropicais.
Por exemplo, o relatório "Methods for EIA for use in project appraisal and physical planning",
publicado pela citada universidade, dedica os anexos 6, 7, 8 e 9 a uma revisão do assunto. O
livro "Environmental impact assessment" de Larry Canter, editado pela McGraw-Hill Book
Company em 1977, contém seis capítulos sobre técnicas de previsão. O "Assessment of major
industrial applications: a manual” do Department of Environment de Londres, em 1976, inclui
artigos sobre a previsão de impactos no ar, na água, na estrutura de empregos e no fluxo de
imigrantes, nos ecossistemas e na paisagem.
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ODUM, E. P. 1971. Ecologia. 3ª ed. Trad. Carlos Ottenwalder. México D.F., Interamerica.
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VALLE, C. E. 1995. Como se Preparar para as Normas ISO - 14000 - Qualidade Ambiental.
São Paulo: Livraria Pioneira Editora.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - IBAMA, no uso das atribuições que lhe
confere o artigo 48 do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, para efetivo exercício das responsabilidades
que lhe são atribuídas pelo artigo 18 do mesmo decreto, e Considerando a necessidade de se estabelecerem as
definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da
Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente,
RESOLVE:
Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
III - a biota;
II - Ferrovias;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66;
VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins
hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e
irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques;
Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de
10MW;
XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores,
quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental;
XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos,
denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se
localiza;
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise dos recursos
ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da
implantação do projeto, considerando:
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de
controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas.
Artigo 7º - O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe multidisciplinar habilitada, não
dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que será responsável tecnicamente pelos
resultados apresentados.
Artigo 8º - Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes á
realização do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisição dos dados e informações, trabalhos e
inspeções de campo, análises de laboratório, estudos técnicos e científicos e acompanhamento e monitoramento
dos impactos, elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cópias,
III - A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto;
VI - A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos
negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado;
VIII - Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral).
Parágrafo único - O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. As
informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e
demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens do
projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua implementação.
Artigo 10 - O órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o Município terá um prazo
para se manifestar de forma conclusiva sobre o RIMA apresentado.
Parágrafo único - O prazo a que se refere o caput deste artigo terá o seu termo inicial na data do
recebimento pelo estadual competente ou pela SEMA do estudo do impacto ambiental e seu respectivo RIMA.
Artigo 11 - Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA
será acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros de documentação
ou bibliotecas da SEMA e do estadual de controle ambiental correspondente, inclusive o período de análise
técnica,
§ 1º - Os órgãos públicos que manifestarem interesse, ou tiverem relação direta com o projeto,
receberão cópia do RIMA, para conhecimento e manifestação,
Art. 1º - Quando considerado conveniente pelos Estados, o transporte de produtos perigosos, em seus
territórios, deverá ser efetuado mediante medidas essenciais complementares às estabelecidas pelo Decreto nº
88.821, de 6 de outubro de1983.
Art. 2º - Os órgãos estaduais de meio ambiente deverão ser comunicados pelo transportador de
produtos perigosos, com a antecedência mínima de setenta e duas horas de sua efetivação, a fim de que sejam
adotadas as providências cabíveis.
Art. 3º - Na hipótese de que trata o artigo 1º, o CONAMA recomendo aos órgãos estaduais de meio
ambiente que definam em conjunto com os órgãos de trânsito, os cuidados especiais a serem adotados.
Art. 4º - A presente Resolução, entra em vigor na data de sua publicação.
ANEXO II
ANEXO II
RESOLUÇÃO CONAMA 006/87
Considerando a necessidade de que sejam editadas regras gerais para o licenciamento ambiental de
obras de grande porte, especialmente aquelas nas quais a União tenha interesse relevante como a geração de
energia elétrica, no intuito de harmonizar conceitos e linguagem entre os diversos intervenientes no processo,
RESOLVE:
Art. 2º - Caso o empreendimento necessite ser licenciado por mais de um Estado, pela abrangência de
sua área de influência, os órgãos estaduais deverão manter entendimento prévio no sentido de, na medida do
possível, uniformizar as exigências.
Art 7º - Os documentos necessários para o licenciamento a que se refere os Artigos 4º, 5º e 6º são
aqueles discriminados no anexo.
Parágrafo Único - Aos órgãos estaduais de meio ambiente licenciadores, caberá solicitar informações
complementares, julgadas imprescindíveis ao licenciamento.
Art 10 - O RIMA deverá ser acessível ao público, na forma do Artigo 11 da Resolução CONAMA nº
001/86.
Art. 11 - Os demais dados técnicos do estudo de impacto ambiental deverão ser transmitidos ao(s)
órgão(s) estadual(ais) competente(s) com a forma e o cronograma estabelecido de acordo com o Artigo 8º desta
Resolução.
§ 1º - Caso a etapa prevista para a obtenção da LP ou LI já esteja vencida, a mesma não será expedida.
§ 2º - A não expedição da LP ou LI, de acordo com o parágrafo anterior, não dispensa a transmissão
aos órgãos estaduais competentes dos estudos ambientais executados por força de necessidade do planejamento e
execução do empreendimento.
§ 3º - Mesmo vencida a etapa da obtenção da LI, o RIMA deverá ser elaborado segundo as
informações disponíveis, além das adicionais que forem requisitadas pelo(s) órgão(s) ambiental(ais)
competente(s) para o licenciamento, de maneira a poder tornar públicas as características do empreendimento e
suas prováveis conseqüências ambientais e sócio-econômicas.
2
ANEXO DA RESOLUÇÃO CONAMA N.º 006
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS AO LICENCIAMENTO
TIPOS DE USINAS LINHAS DE
USINAS HIDRELÉTRICAS
LICENÇA TERMELÉTRICAS TRANSMISSÃO
• Requerimento de
Licença Prévia
• Requerimento de • Cópia de Publicação
Licença Prévia do pedido de LP
• Portaria MME • Portaria MME • Requerimento de
autorizando o Estudo autorizando o Estudo Licença Prévia
da Viabilidade da Viabilidade
Licença Prévia (LP) • Cópia de publicação de
• Relatório de Impacto • Alvará de pesquisa ou pedido de LP
Ambiental (RIMA) lavra do DNPN,
sintético e integral, quando couber • RIMA (sintético e
quando necessário. integral)
• Manifestação da
• Cópia da publicação Prefeitura
de pedido na LP • RIMA (sintético e
integral)
• Relatório do Estudo de
Viabilidade.
• Requerimento de
• Requerimento de Licença de Instalação
licença de Instalação. • Requerimento de
• Cópia da publicação Licença de Instalação
• Cópia da publicação da concessão da LP
da concessão da LP • Cópia da publicação da
Licença de Instalação • Cópia da publicação concessão de LP
• Cópia da Publicação do pedido de LI
(LI) de pedido de LI • Cópia da publicação do
• Relatório de pedido de LI
• Cópia do Decreto de Viabilidade aprovado
outorga de concessão pelo DNAEE • Projeto Básico
do aprovei-tamento Ambiental
hidrelétrico • Projeto Básico
Ambiental
• Projeto Básico
Ambiental
• Requerimento de
Licença de Operação • Requerimento de
• Cópia da publicação Licença de Operação
de concessão da LI • Cópia da publicação de
• Requerimento de
• Cópia da publicação concessão da LI
Licença de Operação
Licença de Operação do pedido de LO • Cópia da publicação do
• Cópia da Publicação
(LO) • Portaria do DNAEE de pedido de LO
da Concessão da LI
aprovação do Projeto • Cópia da Portaria
• Cópia da Publicação
Básico DNAEE aprovando o
de pedido de LO.
• Portaria do MME Projeto
autorizando a • Cópia da Portaria MME
implantação do (Servidão Administrativa
empreendimento
ANEXO III
ANEXO III
RESOLUÇÃO CONAMA 009/87
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições que lhe
conferem o Inciso II, do Artigo 7º, do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, e tendo em vista o disposto na
RESOLUÇÃO/conama/N.º 001, de 23 de janeiro de 1986, RESOLVE:
Art. 1º - A Audiência Pública referida na RESOLUÇÃO/conama/N.º 001/86, tem por finalidade expor
aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e recolhendo dos
presentes as críticas e sugestões a respeito.
Art. 2º - Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério
Público, ou por 50 (cinqüenta) ou mais cidadãos, o Órgão de Meio Ambiente promoverá a realização de
audiência pública.
§ 2º - No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão Estadual não realizá-
la, a licença concedida não terá validade.
§ 3º - Após este prazo, a convocação será feita pelo Órgão Licenciador, através de correspondência
registrada aos solicitantes e da divulgação em órgãos da imprensa local.
Art. 3º - A audiência pública será dirigida pelo representante do Órgão licenciador que, após a
exposição objetiva do projeto e do seu respectivo RIMA, abrirá as discussões com os interessados presentes.
Art 4º - Ao final de cada audiência pública será lavrara uma ata suscinta
Parágrafo Único -Serão anexadas à ata, todos os documentos escritos e assinados que forem entregues
ao presidente dos trabalhos durante a seção.
Art. 5º - A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus anexos, servirão de base, juntamente com o RIMA,
para a análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou não do projeto.
* Resolução aprovada na 15ª Reunião Ordinária do CONAMA, porém, só foi referendada pelo
presidente do Conselho por ocasião da 24ª Reunião realizada em 28 de junho de 1990.
ANEXO IV
ANEXO IV
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, 19 de Dezembro de 1997
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições e
competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentadas pelo Decreto nº
99.274, de 06 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, e
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa
física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma,
possam causar degradação ambiental.
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados
à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como
subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle
ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área
degradada e análise preliminar de risco.
IV – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de
influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Estados.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não
é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais
pertinentes ao respectivo processo de licenciamento.
Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA, órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a que se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938,
de 31 de agosto de 1981, de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito
nacional ou regional, a saber:
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais
Estados;
§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico
procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar a atividade ou
empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento.
§ 2º - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos Estados o licenciamento
de atividade com significativo impacto ambiental de âmbito regional, uniformizando, quando possível, as
exigências.
Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o licenciamento ambiental dos
empreendimentos e atividades:
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios;
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio.
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o licenciamento de que trata
este artigo após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Municípios em que se
localizar a atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento.
Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos
Estados e do Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de
impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo
com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , dos documentos, projetos e
estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias;
Art. 11 - Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por profissionais
legalmente habilitados, às expensas do empreendedor.
Art. 13 - O custo de análise para a obtenção da licença ambiental deverá ser estabelecido por
dispositivo legal, visando o ressarcimento, pelo empreendedor, das despesas realizadas pelo órgão ambiental
competente.
Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor acesso à planilha de custos realizados pelo órgão
ambiental para a análise da licença.
Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada
modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como
para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a
contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que
houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.
§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração dos
estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor.
§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e com a
concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.
Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado, desde que justificado e com a
concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.
Art. 16 - O não cumprimento dos prazos estipulados nos artigos 14 e 15, respectivamente, sujeitará o
licenciamento à ação do órgão que detenha competência para atuar supletivamente e o empreendedor ao
arquivamento de seu pedido de licença.
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença,
especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes aspectos:
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma
de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser
superior a 5 (cinco) anos.
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo
cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de controle
ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos.
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade
prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II
§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a Licença
de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a
encerramento ou modificação em prazos inferiores.
Art. 20 - Os entes federados, para exercerem suas competências licenciatórias, deverão ter
implementados os Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e participação social e, ainda, possuir
em seus quadros ou a sua disposição profissionais legalmente habilitados.
Art. 21 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando seus efeitos aos
processos de licenciamento em tramitação nos órgãos ambientais competentes, revogadas as disposições em
contrário, em especial os artigos 3o e 7º da Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986.
Presidente Secretário-Executivo
ANEXO 1
- lavra garimpeira
- fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: produção de material cerâmico,
cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros.
Indústria metalúrgica
- produção de fundidos de ferro e aço / forjados / arames / relaminados com ou sem tratamento de superfície,
inclusive galvanoplastia
- produção de laminados / ligas / artefatos de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive
galvanoplastia
- fabricação de artefatos de ferro / aço e de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive
galvanoplastia
Indústria mecânica
- fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento térmico e/ou de
superfície
Indústria de madeira
- preservação de madeira
Indústria de borracha
Indústria química
- fabricação de conservas
- fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e gaseificação de águas minerais
Indústria de fumo
Indústrias diversas
- usinas de asfalto
- serviços de galvanoplastia
Obras civis
- barragens e diques
Serviços de utilidade
- tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: de agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço
de saúde, entre outros
Turismo
Atividades diversas
- parcelamento do solo
Atividades agropecuárias
- projeto agrícola
- criação de animais
- silvicultura
• Ação Antrópica
Ato modificativo da natureza de autoria do ser humano.
• Análise Ambiental
Exame detalhado de um sistema ambiental, por meio do estudo da qualidade de seus fatores, componentes ou
elementos, assim como dos processos e interações que nele possam ocorrer, com a finalidade de entender sua
natureza e determinar suas características essenciais.
• Avaliação Ambiental
Expressão utilizada com o mesmo significado da avaliação de impacto ambiental, em decorrência de
terminologia adotada por algumas agências internacionais de cooperação técnica e econômica,
correspondendo às vezes a um conceito amplo que inclui outras formas de avaliação, como a análise de risco,
aauditoria ambiental e outros procedimentos de gestão ambiental.
• Avaliação Ambiental Estratégica
Procedimento sistemático e contínuo de avaliação da qualidade do meio ambiente e das conseqüências
ambientais decorrentes de visões e intenções alternativas de desenvolvimento, incorporadas em iniciativas,
tais como: a formulação de políticas, planos e programas (PPP), de modo a assegurar a integração efetiva dos
aspectos biofísicos, econômicos, sociais e políticos de planejamento e tomada de decisão.
• Avifauna
Conjunto de espécies de aves que vivem em uma determinada área.
• Ambiente
Conjunto de condições que envolvem e sustentam os seres no interior da biosfera, incluindo clima, solo,
recursos hídricos e outros organismos.
• Ar/Atmosfera
Mistura gasosa que envolve a Terra, constituindo a atmosfera.
• Bioma
Amplo conjunto de ecossistemas terrestres, caracterizados por tipos fisionômicos semelhantes de vegetação
com diferentes tipos climáxicos.
• Biomassa
Qualquer fonte de origem vegetal, utilizada como fonte de energia.
• Biosfera
Sistema integrado de organismos vivos e seus suportes, compreendendo o envelope periférico do planeta
Terra com a atmosfera circundante estendendo-se para cima e para baixo até onde exista naturalmente
qualquer forma de vida.
• Biota
Conjunto de plantas e animais de uma determinada região, província ou área biogeográfica. Ex. Biota
amazônica, biota dos lhanos, biota patagônica.
• Bota-fora
Área que recebe e acumula resíduos gerados nos processos de mineração.
• Crime Ambiental
Condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, conforme caracterizadas na legislação ambiental na Lei de
Crimes Ambientais ( Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998).
• Clímax
Última comunidade biológica em que termina uma sucessão ecológica, isto é, a comunidade estável que não
sofre mais mudanças direcionais. No estágio clímax há um equilíbrio dinâmico, enquanto as condições
ambientais permanecem relativamente estáveis. Termo usado principalmente na ecologia vegetal.
• Composição Florística
Conjunto de espécies vegetais.
• Conservação
Manejo dos recursos do ambiente, ar, água, solo, minerais e espécies viventes, incluindo o homem de modo a
conseguir a mais alta qualidade de vida humana sustentada.
• Conservação da Natureza
O manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável,
a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases
sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das
gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral.
• Conservação in situ
Conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de
espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham
desenvolvido suas propriedades características.
• Contaminação
Introdução de um agente indesejável em um meio previamente não contaminado. Ex. Contaminação do ar, do
solo ou da água por metais pesados.
• Corredores Ecológicos
Porção de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre
elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam, para sua sobrevivência, áreas com
extensão maior do que aquelas das unidades individuais.
• Degradação
1. Alteração adversa das características do meio ambiente.
2. Processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas
de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais.
• Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as futuras
gerações atenderem às suas próprias necessidades. Processo de transformação no qual a exploração dos
recursos, as diretrizes de investimento, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças
institucionais sejam consistentes com as necessidades atuais e futuras.
• Diagnóstico Ambiental
Interpretação da situação de qualidade de um sistema ambiental ou de uma área, a partir do estudo das
interações e da dinâmica de seus componentes, quer relacionados aos elementos físicos e biológicos, quer aos
fatores sócio-cultures.
• Diversidade Biológica
A variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.
• Dossel
1. Parte formada pela copa das árvores que formam o estrato superior da floresta.
2. Parte mais alta do maciço florestal, onde se encontram as copas das árvores.
• Ecologia
Ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o ambiente.
• Ecossistema
Conjunto integrado de fatores físicos, ecológicos e bióticos que caracterizam um determinado lugar,
estendendo-se por um determinado espaço de dimensões variáveis.
• Ecossistemas (áreas) frágeis
Aquele que, por suas carcterísticas, são particularmente sensíveis aos impactos ambientais adversos, de baixa
resiliência e pouca capacidade de recuperação, como por exemplo: lagos, lagunas, encostas de forte
declividade, restingas, manguezais.
• Efeito Ambiental
Alteração nas características e na qualidade do meio ambiente produzida por ação humana.
• Efeito de borda
Aquele exercido por comunidades adjacentes sobre a estrutura de populações do entorno, resultando em
aumento na variedade de espécies e na densidade populacional.
• Efluente
Descarga de despejo industrial ou urbano no ambiente.
• Endemismo
Ocorrência de uma espécie em uma área restrita.
• Epífita
Planta que cresce sobre outra planta sem retirar alimento ou tecido vivo do hospedeiro. Vegetal que vive
sobre um outro, apenas apoiando-se, sem dele retirar nutrientes.
• Erosão
Desgaste e/ou arrastamento da superfície da terra pela água corrente, vento, gelo ou outros agentes
geológicos, incluindo processos como arraste gravitacional.
• Especiação
Mecanismo evolutivo que leva a formação das espécies.
• Espécie ameaçada de extinção
Aquela cuja densidade populacional é baixa e que sofre ação negativa por parte das atividades do homem.
• Espécie Emergente
Aquela que sobressai devido a sua copa ultrapassar o dossel da floresta, em busca de luminosidade.
• Espécie endêmica
Aquela cuja área de distribuição é restrita a uma região geográfica limitada e usualmente bem definida.
• Espécie Indicadora
Aquela cuja presença indica existência de determinadas condições no ambiente em que ocorre.
• Espécie Nativa
Espécie de origem e ocorrência natural.
• Estrato
Determinada camada de vegetação em uma comunidade vegetal.
• Extrativismo
Sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis.
• Fácies
Fisionomia de uma comunidade ou população.
• Fauna
Toda vida animal de uma área, um habitat ou um estrato geológico num determinado tempo, com limites
espacial e temporal arbitrários.
• Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção
Espécies constantes das listas oficiais do IBAMA.
• Fitofisionomia
Variedades de comunidades vegetais ocorrentes em uma região.
• Flora
Conjunto de plantas de uma região ou período, listadas por espécies e consideradas como um todo.
• Floresta
Associação arbórea de grande extensão e continuidade.
• Florística
Estudo que trata das famílias, gêneros e espécies vegetais que ocorrem numa determinada população.
• Garimpo
Local em que se ocorre à extração de minerais garimpáveis.
• Geossistemas
É uma classe peculiar de sistemas dinâmicos abertos e hierarquicamente organizados.
• Germoplasma
Material hereditário transmitido à prole através dos gametas.
• Gestão Ambiental
Administração, pelo governo, da proteção e do uso os recursos ambientais, pó meio de ações ou medidas
econômicas, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de mnter ou recuperar a
qualidade do meio ambiente, assegurar a produtividade dos recursos e o desenvolvimento social. Este
conceito tem se ampliado, nos últimos anos, para incluir, além da gestão pública do meio ambiente, os
programas de ação desenvolvidos por empresas para administrar com responsabilidade suas atividades de
modo a proteger o meio ambiente.
• Habitat
Ambiente que oferece um conjunto de condições favoráveis para o desenvolvimento, a sobrevivência e a
reprodução de determinados organismos.
• Herbário
Coleção de vegetais mortos ou parte deles que, após serem prensados, secos, montados e identificados, são
mantidos ordenadamente em instalações apropriadas para a conservação.
• Herpetofauna
Conjunto de espécies de répteis e anfíbios que vivem em uma determinada área.
• Holismo
Conceito segundo o qual todas as entidades físicas e biológicas formam um único sistema interagente
unificado e que qualquer sistema completo é maior do que a soma das partes componentes.
• Ictiofauna
Conjunto de espécies de peixes de uma determinada região.
• Inventário Florestal
Atividade que compreende a descrição de uma população florestal previamente definida. O caráter de posse,
estimativas que demostram qualitativa e quantitativamente o povoamento.
• Impacto ambiental
Toda ação ou atividade, natural ou antrópica, que produz alterações bruscas em todo o meio ambiente ou
apenas em alguns de seus componentes.
• Impacto Ambiental Cumulativos
Impacto ambiental derivado da soma de outros impactos ou de cadeias de impacto que se somam, gerados
por um mais de um empreendimentos isolados, porém contíguos, num mesmo sistema ambiental.
• Indicador biológico
Organismo que é usado como indicador de atividade química ou de composição química de um sistema
natural
• Instrumento de Política Ambiental
Mecanismos de que se vale a Administração Pública para implementar e perseguir os objetivos da política
ambiental, podendo incluir os aparatos administrativos, os sistemas de informação, as licenças e autorizações,
pesquisas e métodos científicos, técnicas educativas, incentivos fiscais e outras medidas econômicas,
relatórios informativos etc.
• Jazida
Toda massa individualizada de substância mineral, aflorando à superfície ou existente no interior da terra, e
que tenha valor econômico.
• Jusante
Sentido para onde corre as águas de um curso d'água.
• Lavra
Conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, a começar da extração
das substâncias minerais úteis que contiver até o seu beneficiamento.
• Lençol freático
Lençol de água subterrâneo que se encontra em profundidade relativamente pequena.
• Licenciamento Ambiental
Instrumento de política e gestão ambiental de cráter preventivo. Conjunto de leis, normas técnicas e
procedimentos administrativos que substanciam, na forma de licenças, as obrigações e responsabilidades
do Poder Público e dos empresários, com vistas à autorização para implantar, ampliar ou iniciar a operação
de qualquer empreendimento potencial ou efetivamente capaz de causar alterações no meio ambiente,
promovendo sua implantação de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável.
• Manejo
Todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos
ecossistemas.
• Meio Ambiente
Conjunto de todas as condições e influências externas circundantes, que interagem com um orgnismo, uma
população, ou uma comunidade.
• Mastofauna
Conjunto das espécies de mamíferos de uma determinada região.
• Mesofauna
Animais que habitam o solo.
• Mina
Jazida em lavra, ainda que suspensa.
• Minério
Substância mineral sólida natural, com valor econômico, que é extraído da terra ou do fundo do mar.
• Microclima
Variação local de parâmetros climáticos, considerando-se pequenas áreas.
• Monitoramento
Coleta, para um propósito predeterminado, de medições ou observações sistemáticas e intercomparáveis, em
uma série espaço-temporal, de qualquer variável ou atributo ambientla, que forneça uma visão sinóptica ou
uma amostra representativa do meio ambiente.
• Nicho
Gama total de condições sobre as quais o indivíduo ou a população vive e se reproduz.
• Nidificar
Ato das aves que consiste em fazer ninho; o mesmo que aninhar ou ninhar.
• Normatização
Desenvolvimento de uma norma.
• Normativo
Que tem a qualidade ou força de norma.
• Organismo
Entidade biológica capaz de reproduzir e/ou de transferir material genético, incluindo vírus, e outras classes
que venham a ser conhecidas.
• Padrões de Qualidade do Ar
Limites de concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassados, poderão afetar a saúde, a segurança e
o bem estar da população, bem como ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em
geral.
• Paisagem cultural
Porção do espaço em que a estrutura e a dinâmica dos elementos bióticos e abióticos foram organizados e
controlados pela ação do homem.
• Paisagem natural
Conjunto de animais, vegetais e elementos abióticos de determinada porção do espaço que não sofreu a ação
do homem.
• Passivo Ambiental
Custos e resposabilidades civis geradoras de dispêndios referentes às atividades de adequação de um
empreendimento aos requisitos da legislação ambientla e à compensação de danos ambientais.
• Pedogênese
Designação geral para os fenômenos das transformações decorrentes da decomposição in situ da rocha matriz
ou de depósitos de materiais erodidos e redepositados.
• Plano
Estratégia composta de objetivos, alternativas e medidas, incluindo a definição de prioridades, elaborada para
viabilizar a implementação de uma política.
• Política Ambiental
Parte da política governamental (de um estado ou país) que se refre à proteção e à gestão do meio ambiente;
mesmo tendo seus próprios objetivos, estes estão subordinados aos objetivos da política maior, devendo se
compatibilizar e integrar às demais políticas setoriais e institucionais desse governo.
• Poluente Atmosférico
Qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou
característica em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar impróprio,
nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos materiais, à fauna e a flora;
prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade.
• Poluição
Efeito que um poluente produz no ecossistema.
• Preservação Ambiental
Ações que garantem a manutenção das características próprias de uma ambiente e as interações entre os seus
componentes
• Programa
Agenda organizada dos compromissos, propostas, instrumentos e atividades necessários para implementar
uma política, podendo estar ou não integrada a um plano.
• Projeto
Intervenção que diz respeito ao planejamento, à concepção, à construção e à operação de um
empreendimento ligado a um setor produtivo ou uma obra ou infra-estrutura.
• Qualidade de Vida
Nível de bem-estar psicológico, social e médico de um indivíduo ou de uma população em função das
pressões externas.
• Qualidade Ambiental
Resultado dos processos dinâmicos e interativos dos elementos do sistema ambiental, define-se como o
estado do meio ambiente, numa determinada área ou região, conforme é percebido objetivamente, em função
da medição da qualidade de alguns de seus componentes, ou mesmo subjetivamente, em relação a
determinados atributos, como a beleza, oconforto, o bem-estar.
• Quiropterofauna
Conjunto de espécies de morcegos de uma dada região.
• Reciclagem
Reutilização de recursos, especialmente os não renováveis, através de recuperação de detritos,
reconcentração e refinação (reprocessamento) para uso.
• Recuperação
Restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que
pode ser diferente de sua condição original.
• Recurso
Qualquer componente do ambiente que pode ser utilizado por um organismo. Ex. Alimento, solo, mata,
minerais.
• Recurso não renovável
Recurso que não é regenerado após o uso. Ex. recursos minerais, que se esgotam.
• Recurso natural
Qualquer recurso ambiental que pode ser utilizado pelo homem. O recurso será renovável ou não na
dependência da exploração e/ou de sua capacidade de reposição.
• Recurso renovável
Recurso que pode ser regenerado após o uso. Tipicamente recurso que se renova por reprodução. Ex. Recurso
biológico, vegetação, proteína animal.
• Recuperação de Área Degradada
Atividade que tem por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um
plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando a obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.
• Recurso Ambiental
A atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo,
os elementos da biosfera, a fauna e a flora.
• Rejeito
Substância não econômica, separada do minério por beneficiamento. Pode estar na forma de fragmentos ou
partículas secas, ou em via aquosa. Necessita ser depositada na área da lavra, em pilhas a seco, ou em
reservatórios com água, confinados. Não pode ser lançada diretamente nos cursos naturais de água.
• Restauração ambiental
Processos utilizados para recompor ecossistemas, tendo em vista as condições iniciais naturais, as alterações
registradas e os prognósticos resultantes do monitoramento.
• Serrapilheira
Camada solta na superfície de solos sob florestas, constituída de folhas caídas, ramos, caules, cascas, frutos,
sementes, insetos e microorganismos. Equivalente ao Horizonte O do solo.
• Sinecologia
Estudo das relações de uma comunidade com o ambiente e das relações das populações entre si.
• Sinergismo
Associação simultânea de dois ou mais fatores que contribuem para uma ação resultante superior àquela
obtida por cada fator individualmente.
• Sinantrópica
Capacidade dos animais utilizarem condições ecológicas favoráveis criadas pelo Homem.
• Sinótica
Permite uma vista de conjunto, dada a semelhança de suas versões.
• Sistema Ambiental
Conjunto dos processos e interações dos elementos que compõem o meio ambiente, incluindo, além dos
fatores físicos e bióticos, os de natureza antrópica (socioeconômica, política, institucional e ética).
• Solo
Material mineral e/ou orgânico inconsolidado na superfície superior da terra que serve como um meio natural
para o crescimento e desenvolvimento de plantas terrestres.
• Talude
Superfície inclinada, escavada ou natural. Expresso em porcentagem, graus ou relação entre as distâncias
vertical e horizontal de um ponto a um plano.
• Táxon
Grupo de organismos em qualquer nível, com alguma identidade formal.
• Vulnerabilidade Ambiental
Conjunto de fatores ambientais de mesma natureza que, diante de atividades ocorrentes ou que venham a se
manifestar, poderá sofrer adversidades e afetar, de forma vital ou total ou parcial, a estabilidade ecológica de
região em que ocorre.
• Zoneamento
Definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas
específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da
unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz.