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Aconselhamento

Psicológico
Aconselhamento genérico

Tópicos para reflexão


 Porque necessito de saber algo sobre o
aconselhamento?
 O que é o aconselhamento e o que é que os
psicólogos do aconselhamento fazem?
 Ambientes profissionais e posições profissionais
 Características de personalidade dos psicólogos
do aconselhamento
 Personalidade dos psicólogos do
aconselhamento e mudanças nos clientes

Tomás da Silva (2007-2011) 2


Porquê saber sobre o
aconselhamento?
Porque:

 A forma de vida actual nos países industrializados ocidentais é


stressante de modos inteiramente desconhecidos para os nossos
antepassados, donde ser necessária mais ajuda;
 Penso trabalhar num campo profissional que, em certas ocasiões
requer o reencaminhamento para serviços de aconselhamento;
 A familiaridade com o aconselhamento permite uma maior
sofisticação na consultoria com profissionais e agências de
aconselhamento para melhorar a nossa interacção profissional com
essas pessoas;
 Estamos a prepararmo-nos para sermos profissionais do
aconselhamento.
(Osipow, Walsh & Tosi, 1980, p. 6)

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Aconselhamento: Um termo
com múltiplos sentidos
 A profissão de aconselhamento tem muitas facetas; o termo
conselheiro é confuso na medida que se refere a actividades tão
diversas como serviços de advocacia, serviço social, psicologia,
financeiros (e.g., gestor de conta, corretor de bolsa) e à orientação
pessoal-vocacional-social.

 Nenhum grupo tem direitos de territorialidade sobre o conceito,


todavia, convém restringir, no nosso caso, o termo “a um
especialista comportamental treinado para aplicar princípios
psicológicos à análise e compreensão do comportamento humano e
aos meios para o modificar”

(Osipow, Walsh & Tosi, 1980, p. 6)

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Aconselhamento – Uma disciplina
aplicada
 Uma especialização dentro da ciência e da
profissão da Psicologia, o aconselhamento
psicológico tem lutado para se estabelecer
firmemente como uma profissão distinta que
exibe crescimento, força e vitalidade
 Diversidade é um aspecto chave deste campo
que abrange um extensivo leque de actividades
e de posições, assim como um acento tónico na
diversidade humana e cultural

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Ivey (1979), sobre a psicologia do


aconselhamento:
 A psicologia do aconselhamento necessita de
apresentar-se por aquilo que ela é – a especialidade de
psicologia aplicada mais amplamente baseada da
American Psychological Association. Estes profissionais
focam o conjunto mais vasto de actividades profissionais
do foro psicológico, comparativamente a qualquer outra
especialidade (da psicologia). Os psicólogos do
aconselhamento têm o mais amplo conjunto de
intervenções possíveis para assistir no desenvolvimento
do cliente e trabalham com populações desde crianças
até aos cidadãos seniores, num quase infinito conjunto
de ambientes (p. 3)

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Definição
 O aconselhamento é um processo que
ajuda as pessoas a aprender sobre si
mesmas, seu ambiente, e formas de lidar
com seus papéis e relacionamentos.

(Hansen, Rossberg, & Cramer, 1994, p. xi)

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Aconselhamento, objectivo
 “O objectivo do aconselhamento, concebido
amplamente, é capacitar o cliente a dominar as
situações de vida, a engajar-se em actividade
que produza crescimento e a tomar decisões
eficazes. Como resultado do processo, o
aconselhamento aumenta o controle do
indivíduo sobre as adversidades actuais e as
oportunidades presentes e futuras”
(Patterson & Eisenberg, 1988, p.1).

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O que fazem os conselheiros?
 Aconselhamento individual
 Aconselhamento de ajustamento pessoal
 Aconselhamento educacional
 Aconselhamento de carreira

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A psicologia do aconselhamento vs.


domínios dentro e fora da Psicologia
 Comparar a psicologia do aconselhamento com outras
especialidades dentro da psicologia, tais como
psicologia clínica, psicologia comunitária, psicologia
industrial/organizacional, e psicologia escolar, serve
para delinear as características únicas de cada uma
delas.
 Pontos comuns podem ser encontrados entre a
psicologia do aconselhamento e campos extra
psicologia, tais como o serviço social, psiquiatria, e a
profissão genérica de aconselhamento, embora existam
diferenças substanciais entre estes.

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Temas unificadores da Psicologia
do Aconselhamento
 Focagem em personalidades intactas em
oposição aquelas severamente perturbadas
 Atenção aos dotes e forças das pessoas
independentemente do grau de distúrbio
 Ênfase em intervenções relativamente breves
 Atenção às interacções pessoa-ambiente em
lugar de um foco exclusivo, quer na pessoa,
quer no ambiente
 Ênfase na educação e no desenvolvimento da
carreira e nos ambientes
[Gelso & Fretz, 2001]
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Temas unificadores da Psicologia do


Aconselhamento (Mallen et. al., 2006)

Tarefas e desafios desenvolvimentais e/ou normativas


(intervenções breves)
Promoção das “forças” do cliente e da resiliência
comportamental (“empowerment”)
Educação e desenvolvimento da carreira
(intervenções fundadoras da área do aconselhamento)
Prevenção, consultoria, psicoeducação e bem-estar
(intervenções em larga expansão na área do
aconselhamento)
Multiculturalidade
Papéis centrais da psicologia do
aconselhamento
 Ao longo da história da Psicologia do
Aconselhamento três papéis têm-se revelado
centrais:
 Remediativo
 Preventivo
 Desenvolvimentista
Executados em múltiplos ambientes, os três
papéis são combinados na maioria das
actividades realizados pelos psicólogos do
aconselhamento

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Papel Remediativo
 O papel remediativo envolve trabalhar
com indivíduos ou grupos, assisti-los a
remediar (corrigir) problemas de um ou de
outro tipo. As intervenções remediativas
podem incluir o aconselhamento pessoal-
social ou a psicoterapia ao nível individual,
casal (e.g., aconselhamento marital), ou
grupal.

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Papel Preventivo
 É aquele em que os psicólogos do
aconselhamento procuram “antecipar, evitar, e,
se possível, excluir dificuldades que poderão
surgir no futuro” (Jordaan et al., 1968, p. 1). As
intervenções preventivas podem focar-se nos
designados “programas psico-educativos”
visando prevenir o desenvolvimento dos
problemas ou acontecimentos.

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Papel Desenvolvimentista
 Também referido como papel educativo-
desenvolvimental, o seu objectivo é “ajudar os
indivíduos a planear, obter e a derivar os
máximos benefícios dos tipos de experiências
que os capacitarão a descobrir e a desenvolver
as suas potencialidades” (Jordaan et al., 1968,
p. 1). Exemplos serão as intervenções de treino
de competências, grupos de casais formados
para melhorar o relacionamento, grupos de
desenvolvimento pessoal, vários workshops e
seminários, etc.

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Uma situação especial envolvendo uma
combinação complexa de todos os papéis
O aconselhamento em situações de crise (crisis
counseling), para indivíduos e/ou grupos que sofrem as
sequelas de situações traumáticas ou de desastre
O aconselhamento em situações de crise (situações
“anormais”) pode envolver o encaminhamento para outros
profissionais, nomeadamente quando existem outras
necessidades para além das que foram criadas pela situação
crítica

Formação dos Psicólogos do


Aconselhamento – (e.g., EUA)
 Os psicólogos do aconselhamento têm
formação ao nível do doutoramento, geralmente
obtendo um Ph.D. num programa de formação
de psicologia do aconselhamento acreditado
pela American Psychological Association.
 A formação, geralmente, adere ao modelo
cientista-profissional, onde o psicólogo de
aconselhamento é treinado para ser um
cientista e um investigador assim como um
profissional do aconselhamento

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"Traditional" Mental Health
Practice Crisis Counseling
 Is often office based.  Is primarily home and community
based.
 Focuses on diagnosis and
treatment of a mental illness.  Focuses on assessment of strengths,
adaptation of existing coping skills and
 Attempts to impact the baseline of development of new ones.
personality and functioning.  Seeks to restore people to pre-disaster
 Examines content. levels of functioning.
 Encourages insight into past life  Accepts content at face value.
experiences and their influence on  Validates the appropriateness of
current problems. reactions to the event and its
aftermath and normalizes the
 Has a psycho-therapeutic focus. experience.
 Has a psycho-educational focus.

http://mentalhealth.samhsa.gov/cmhs/EmergencyServices/ccp_pg02.asp

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Ambientes Profissionais
 Os psicólogos de aconselhamento
trabalham num amplo leque de ambientes
profissionais, os mais frequentes sendo,
actualmente, o Ensino Superior
(departamentos académicos e centros de
aconselhamento) e o exercício da prática
independente.

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Actividades profissionais
 Os psicólogos do aconselhamento
realizam um vasto espectro de actividades
profissionais;
 O aconselhamento individual pessoal e
vocacional e a terapia são as mais
comummente efectuadas, mas uma
percentagem considerável destes também
realizam frequentemente muitas
actividades e intervenções adicionais
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Características dos conselheiros

A investigação sugere que os conselheiros que


exibem níveis elevados de:
 Empatia
 Aceitação positiva incondicional

 Congruência

tendem a ser mais eficazes e a ajudarem mais os outros.


Estes resultados tendem a ser obtidos por uma grande
variedade de conselheiros e de terapeutas
independentemente do seu background teórico e formação
especializada.

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Personalidade dos conselheiros
 Os conselheiros tendem a ser indivíduos
que valorizam as relações interpessoais,
as actividades estéticas, e são confiáveis,
calmos, e sensíveis às diferenças
interpessoais.

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Personalidade dos conselheiros


 Os conselheiros tendem a ser indivíduos que valorizam
as relações interpessoais, as actividades estéticas, e
são confiáveis, calmos, e sensíveis às diferenças
interpessoais.
 (Qual é o meu tipo de personalidade?)
 Osipow et al. (1980, p. 80 e ss.) referem uma série de
estudos sobre as características de personalidade dos
conselheiros (que são, em geral, francamente variáveis.
 Vide, também, Patterson & Eisenberg (1988). O
processo de aconselhamento (pp. 11-16). Sumário no
próximo slide.

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Personalidade dos conselheiros:
Patterson & Eisenberg (1988)
Os conselheiros eficazes:
 São hábeis em “activar” a extroversão;
 Inspiram sentimentos de segurança, credibilidade e confiança nas pessoas a quem
ajudam;
 São capazes de introversão e extroversão;
 Transmitem interesse e respeito pelas pessoas que estão procurando ajuda;
 Gostam de si mesmos, respeitam-se, e não usam as pessoas, a quem estão tentando
ajudar, para satisfazer as suas próprias necessidades;
 Têm conhecimentos específicos em alguma área que será de especial valor para a pessoa
que está sendo ajudada;
 Procuram compreender o comportamento das pessoas a quem tentam ajudar, sem impor
julgamentos de valor;
 São capazes de pensar em termos de sistemas;
 Estão actualizados e têm uma visão global dos acontecimentos humanos;
 São capazes de identificar padrões de comportamento contraproducentes e procuram
ajudar as pessoas a substituí-los por padrões mais gratificantes;
 Conseguem ajudar o outro a olhar para si mesmo e responder não-defensivamente à
pergunta: “Quem sou eu?”

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Próximos passos…
 Estudar pelo menos uma teoria de
aconselhamento/psicoterapia (e.g., Centrada na pessoa,
psicodinâmica, existencial, racional/cognitiva,
comportamental, etc.)
 O processo de aconselhamento (modelo de fases de
aconselhamento – e.g., Descoberta inicial, Exploração
em profundidade, Preparação para a acção, de
Patterson & Eisenberg) e/ou a relação de
aconselhamento (Note que, praticamente, todas as
teorias e modelos de terapias sublinham a importância
da “working alliance/relationship”).

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Próximas leituras… (p. ex.☺)
 Brammer (1988). The helping relationship: process and skills. Boston: Allyn
and Bacon.
 Woolfe & Dryden (1996). Handbook of counselling psychology. London:
SAGE.
 Egan (1986). The skilled helper: a systematic approach to effective helping.
Monterey, California: Brooks/Cole Publishing Company.
 Ivey, Bradford, & Simek-Downing (1987). Counseling and psychotherapy :
integration skills theory and practice. London: Prentice-Hall International.
 Hansen, Rossberg, & Cramer (1994). Counseling: theory and process.
Boston: Allyn and Bacon.
 Patterson & Eisenberg (1988). O processo de aconselhamento. São Paulo:
Martins Fontes
 Osipow, Walsh, & Tosi (1980). A survey of counseling methods.
Homewood, Ill: The Dorsey Press.

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