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btlp-T
‘D ê Testemunho Cabal’
sobre o Reino de Deus
Edição de Letras Grandes
˘ 2010
WATCH TOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF PENNSYLVANIA
ASSOCIAÇÃO TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS
Todos os direitos reservados
Editoras
Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc.
Brooklyn, New York, U.S.A.
Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados
Rodovia SP-141, km 43, Cesário Lange, SP, 18285-901, Brasil
Edição de maio de 2014
Esta publicação não é vendida. Ela faz parte de uma obra
educativa bíblica, mundial, mantida por donativos.
A menos que haja outra indicação, os textos bíblicos citados são da
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências.
“Bearing Thorough Witness” About God’s Kingdom—Large Print
Portuguese (Brazilian Edition) (btlp-T)
ISBN 978-85-7392-117-5
Made in Brazil
Impresso no Brasil
Prezado proclamador do Reino:
ˆ ´ ´ ˜
Imagine que voce e um dos ap ostolos que estao no
monte das Oliveiras. Jesus aparece na sua frente.
´
Pouco antes de subir ao ceu, ele diz: “Ao chegar so-
´ ´
bre vos o espırito santo, recebereis poder e sereis
´
testemunhas de mim tanto em Jerusalem como em
´ `
toda a Judeia e Samaria, e ate a parte mais distante
˜
da terra.” (Atos 1:8) Qual a sua reaçao?
ˆ
Pode ser que voce fique perplexo diante de tama-
´ ´
nha tarefa. Talvez se pergunte: ‘Como e que nos,
´
um pequeno grupo de discıpulos, vamos conseguir
´ `
dar testemunho “ate a parte mais distante da ter-
ra”?’ Pode ser que se lembre do aviso que Jesus
` ˜
deu na noite anterior a sua morte: “O escravo nao
´
e maior do que o seu amo. Se me perseguiram a
˜ ´ ´
mim, perseguirao tambem a vos; se observaram a
˜ ´
minha palavra, observarao tambem a vossa. Mas,
˜ ´
farao todas estas coisas contra vos por causa do
˜
meu nome, porque nao conhecem aquele que me
˜
enviou.” (Joao 15:20, 21) Ao refletir nessas palavras,
ˆ
voce talvez se pergunte: ‘Como vou conseguir dar
˜
testemunho cabal em face de tal oposiçao e perse-
˜
guiçao?’
´
Hoje, nos nos deparamos com perguntas simila-
´ ˜
res. Como Testemunhas de Jeova, nossa comissao
´ ´ `
tambem inclui dar testemunho cabal “ate a parte
mais distante da terra” a “pessoas de todas as na-
˜
çoes”. (Mat. 28:19, 20) Como essa obra pode ser
realizada, especialmente em vista da predita oposi-
˜
çao?
´
Atos dos Ap ostolos fornece-nos um relato emo-
´ ˜
cionante sobre como os ap ostolos e seus irmaos
˜ ´
cristaos no primeiro seculo EC conseguiram cum-
˜ ´
prir sua designaçao com a ajuda de Jeova. O livro
ˆ ´ ´
que voce esta lendo tem o objetivo de ajuda-lo a
˜
analisar esse relato e sentir a emo çao dos eventos
´ ˆ ´
dramaticos registrados no livro de Atos. Voce ficara
surpreso ao ver quantos paralelos existem entre os
´
servos de Deus do primeiro seculo e o Seu povo
´ ˆ ˜
hoje. Vera que esses paralelos tem a ver nao ape-
´
nas com a obra que realizamos, mas tambem com a
´
maneira como estamos organizados para realiza-la.
´ ´
Refletir nessas similaridades sem duvida fortalecera
˜ ´
sua convicçao de que Jeova Deus continua a dirigir
˜
a parte terrestre de sua organizaçao.
Oramos sinceramente para que o estudo do livro
´
de Atos fortale ça sua confiança na ajuda de Jeova e
´
no poder sustentador do espırito santo. Desejamos
ˆ
que dessa forma voce se sinta encorajado a conti-
nuar ‘dando testemunho cabal’ sobre o Reino de
Deus e ajudando outros a encontrar o caminho da
˜
salvaçao. — Atos 28:23; 1 Tim. 4:16.
˜
Seus irm aos,
Corpo Governante
das Testemunhas de Jeová
´
SUMARIO
´ ´
CAPITULO PAGINA
˜
INTRODUÇAO
´
1. “Ide . . . e fazei discıpulos” 7
˜ ´
SEÇAO 1 “Enchestes Jerusalem com o vosso ensino”
˜ ˜
SEÇAO 2 “Levantou-se grande perseguiçao contra
˜
a congregaçao”
ˆ ˜
6. Estevao — “cheio de graça e de poder” 84
7. Filipe declara “as boas novas a respeito de
Jesus” 98
˜ ´
8. A congregaçao “entrou . . . num perıodo de
paz” 113
´ ´
CAPITULO PAGINA
˜ ˜
SEÇAO 3 “Pessoas das naçoes . . . receberam a Palavra
de Deus”
˜ ´
9. “Deus nao e parcial” 132
´
10. “A palavra de Jeova crescia” 147
˜ ´
SEÇAO 4 “Enviados pelo espırito santo”
´
11. “Cheios de alegria e de espırito santo” 161
12. “Falando com denodo pela autoridade
´
de Jeova” 177
˜ ´ ˜
SEÇAO 5 “Os apostolos e os anciaos ajuntaram-se”
˜ ˜
13. “Havia ocorrido nao pouca dissensao” 193
ˆ
14. “Chegamos a um acordo unanime” 208
˜ ˜
SEÇAO 6 “Voltemos e visitemos os irmaos”
˜
15. “Fortalecendo as congregaçoes” 226
` ˆ
16. “Passa a Macedonia” 243
`
17. Paulo “raciocinou com eles a base das
Escrituras” 260
´ ´
CAPITULO PAGINA
18. Incentivo para ‘buscar a Deus e realmente
o achar 274
˜
19. “Persiste em falar e em nao ficar
calado” 292
˜
SEÇAO 7 Paulo ensina “publicamente e de casa
em casa”
20. “A palavra . . . crescia e prevalecia” apesar
˜
de oposiçao 310
21. “Estou limpo do sangue de todos
os homens” 325
´
22. “Realize-se a vontade de Jeova” 341
˜
SEÇAO 8 Paulo prega o Reino de Deus “sem
impedimento”
23. ‘Ouçam a minha defesa’ 356
24. “Tem coragem!” 373
´
25. “Apelo para Cesar!” 386
´ ´
26. “Nem uma unica alma se perdera” 401
27. ‘Dando testemunho cabal’ 418
˜
CONCLUSAO
´ `
28. “Ate a parte mais distante da terra” 435
´
CAPITULO 1
´
“Ide . . . e fazei discıpulos”
˜ ´
Vis ao geral de Atos dos Ap ostolos e
˜
sua rela ç ao com nossos dias
´
REBECCA, uma jovem Testemunha de Jeova de
´
Gana, considera a escola seu territorio particular de
˜ ˜ ´
pregaç ao. Ela sempre tem publicaç oes bıblicas em
sua mochila. Nos intervalos, ela procura oportunida-
´
des para dar testemunho aos colegas. Rebecca j a ini-
´ ´
ciou estudos bıblicos com varios deles.
Na ilha de Madagascar, perto da costa leste da
2
´
Africa, um casal de pioneiros caminha regularmente
ˆ
cerca de 25 quilometros debaixo do sol tropical. Eles
fazem isso para chegar a um povoado remoto e diri-
´
gir estudos bıblicos com pessoas interessadas.
Para alcançar pessoas que moram ao longo dos
3
´ ´
rios Paraguai e Parana, Testemunhas de Jeova no Pa-
´ ´
raguai e voluntarios de outros 15 paıses trabalha-
ram juntos para construir um barco de 130 metros
ˆ ´
1-6. D e um exemplo real mostrando que as Testemunhas de Jeova pre-
˜
gam em situa ç oes muito variadas.
´
“IDE . . . E FAZEI DISCIPULOS” 7
´ ´
cubicos, que pode acomodar ate 12 pessoas. Usando
essa casa flutuante, proclamadores zelosos do Reino
˜
divulgam as boas novas em regioes que de outra for-
˜
ma nao poderiam ser alcançadas.
4 No Extremo Norte, Testemunhas de Jeova no
´
˜ ´
tidao de proclamadores do Reino que esta ativa em
ˆ
mais de 235 terras? Em caso afirmativo, voce contri-
˜
bui para a emocionante expansao da obra de prega-
˜ ´ ´
ç ao do Reino. O que j a foi feito no campo mundial e
´
um verdadeiro milagre. Apesar de enormes obstacu-
´ ˜
los e desafios — ate mesmo proscriç oes e persegui-
˜ ´ ˜
ç ao direta — as Testemunhas de Jeova estao dando
testemunho cabal sobre o Reino de Deus a pessoas
˜
de todas as naç oes.
Isso levanta uma pergunta muito interessante: Por
9
´ ˜ ˆ
que nenhum obstaculo, nem mesmo a oposiç ao sata-
˜
nica, consegue parar o avanço da obra de pregaç ao
do Reino? Para responder a essa pergunta, precisa-
´
mos voltar ao primeiro seculo EC. Afinal, a obra que
´ ´ ´
nos fazemos como Testemunhas de Jeova e uma con-
˜ ´
tinuaç ao da obra que começou naquela epoca.
˜ ˜ ´
8, 9. (a) Por que a expans ao da obra de prega ç ao do Reino e um verda-
deiro milagre? (b) Que pergunta muito interessante surge, e o que
precisamos fazer para obter a resposta?
ˆ
10 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
Uma comiss ao de amplo alcance
10 O Fundador do cristianismo, Jesus Cristo, dedi-
` ˜
cou-se a pregaç ao das boas novas do Reino de Deus;
˜
sua vida girava em torno disso. Em certa ocasiao, ele
explicou: “Tenho de declarar as boas novas do reino
de Deus . . . , porque fui enviado para isso.” (Luc.
´
4:43) Jesus sabia que estava dando inıcio a uma obra
˜ ˜
que ele nao teria condiç oes de terminar sozinho. Pou-
co antes de morrer, ele predisse que a mensagem do
˜
Reino seria pregada “em todas as naç oes”. (Mar.
13:10) Mas como isso seria feito, e por quem?
˜
11 Depois de sua morte e ressurreiç ao, Jesus apare-
´ ˜
ceu a seus discıpulos e lhes deu esta comissao impor-
´
tante: “Ide, portanto, e fazei discıpulos de pessoas de
˜
todas as naç oes, batizando-as em o nome do Pai, e do
´
Filho, e do espırito santo, ensinando-as a observar to-
das as coisas que vos ordenei. E eis que estou convos-
´ ` ˜
co todos os dias, ate a terminaç ao do sistema de
coisas.” (Mat. 28:19, 20) As palavras “estou convos-
co” indicavam que os seguidores de Jesus teriam
10. A que obra Jesus se dedicou, e o que ele sabia a respeito dessa obra?
˜ ´
11. Que comiss ao importante Jesus deu a seus disc ıpulos, e que apoio
eles teriam para cumpri-la?
´
“IDE . . . E FAZEI DISCIPULOS” 11
seu apoio ao realizarem a obra de pregar e fazer dis-
´
cıpulos. Eles precisariam desse apoio, pois Jesus ha-
via predito que eles seriam “pessoas odiadas por to-
˜ ´ ´
das as naç oes”. (Mat. 24:9) Os discıpulos tamb em
podiam contar com outra ajuda. Pouco antes de as-
´
cender ao c eu, Jesus disse-lhes que eles seriam forta-
´
lecidos pelo espırito santo para serem suas testemu-
´ `
nhas “ate a parte mais distante da terra”. — Atos 1:8.
Surgem agora algumas perguntas importantes: Os
12
´ ´
ap ostolos de Jesus e os outros discıpulos do primei-
´ ´ ˜
ro seculo levaram a serio sua comissao? Esse grupo
relativamente pequeno de homens e mulheres cris-
˜
taos deu testemunho cabal sobre o Reino de Deus,
˜
mesmo em face de perseguiç ao feroz? Eles realmente
´
tiveram apoio celestial e ajuda do espırito santo de
´ ´
Jeova ao realizar a obra de fazer discıpulos? Essas e
˜
outras perguntas similares sao respondidas no livro
´ ´ ˆ
bıblico de Atos. E vital saber as respostas. Por que?
Conforme prometido por Jesus, a obra que ele comis-
´ ` ˜
sionou continuaria “ate a terminaç ao do sistema de
˜
coisas”. Assim, essa comissao se estende a todos os
´
12. Que perguntas importantes surgem, e por que e vital saber as res-
postas?
ˆ
12 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ ´
cristaos verdadeiros, incluindo a nos que vivemos nes-
te tempo do fim. Por isso, temos profundo interesse
´
no registro historico encontrado no livro de Atos.
˜
Vis ao geral do livro de Atos
˜
13 Quem escreveu o livro de Atos? O livro nao iden-
´
te e fortalece a fe. Meditar no exemplo de coragem e
´
zelo dos primeiros seguidores de Cristo tocara nosso
´
15. Como uma an alise do livro de Atos vai nos beneficiar?
ˆ
14 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ ´
coraç ao. Seremos motivados a imitar a fe dos nossos
˜ ´
irmaos do primeiro seculo. Estaremos mais bem equi-
˜
pados para cumprir nossa comissao de ‘ir e fazer dis-
´ ˆ ´
cıpulos’. O livro que voce esta lendo agora tem por
´
objetivo ajuda-lo a fazer um estudo cuidadoso do li-
vro de Atos.
´
Uma ajuda para o estudo da B ıblia
˜ ˜ ˜
16 Quais sao os objetivos desta publicaç ao? S ao tres:
ˆ
˜ ´
(1) fortalecer nossa convicç ao de que Jeova, por meio
´ ´
do seu espırito santo, esta apoiando a obra de pregar
´
o Reino e fazer discıpulos; (2) aumentar nosso zelo
´
no ministerio por analisar o exemplo dos seguidores
´
de Cristo do primeiro seculo e (3) aprofundar nosso
˜ ´
respeito pela organizaç ao de Jeova e pelos que lide-
˜ ˜ ˜
ram a pregaç ao e a supervisao das congregaç oes.
´
17 Qual e a estrutura deste livro? Notara que ele
´
´ ˜
esta dividido em oito se ç oes, cada uma abrangendo
˜ ´
um trecho do livro de Atos. O objetivo nao e fazer
´ ´ ´
uma analise versıculo por versıculo, mas ajudar-nos
˜
a extrair liç oes dos acontecimentos relatados e a
˜ ˆ ˜
16. Quais s ao os tr es objetivos desta publica ç ao?
´ ´ ˜
17, 18. Qual e a estrutura deste livro, e quais caracter ısticas o ajudar ao
´
no estudo pessoal da B ıblia?
´
“IDE . . . E FAZEI DISCIPULOS” 15
ˆ ´ ´
p or em pratica o que aprendermos. No inıcio dos ca-
´ ´ ´
pıtulos ha uma frase que destaca o tema do capıtulo,
´ ˜ ´
alem de uma indicaç ao do trecho de Atos que sera
analisado.
´ ´ ˜
18 Ha outras caracterısticas neste livro que serao de
´ ` ˆ
ajuda no estudo pessoal da Bıblia. A medida que voc e
´ ˜
refletir no relato bıblico, belas gravuras (na ediç ao
˜ ˜
normal desta publicaç ao) o ajudarao a visualizar
acontecimentos emocionantes registrados no livro de
´
Atos. Muitos capıtulos incluem quadros que acres-
˜ ´
centam informaç oes uteis. Certos quadros falam a
´ ´
respeito da vida de algum personagem bıblico cuja fe
´ ´
e digna de ser imitada. Ja alguns fornecem deta-
lhes adicionais sobre lugares, acontecimentos, costu-
mes ou outros personagens mencionados em Atos.
ˆ ˜
As margens largas permitem que voc e faça anotaç oes
enquanto estuda.
ˆ ´
Este livro pode ajudar voce a fazer uma autoana-
19
˜ ´ ˆ
lise honesta. Nao importa ha quanto tempo voc e ser-
´
ve como publicador do Reino, de vez em quando e
bom parar e analisar suas prioridades na vida e sua
˜ ` ˜
atitude com relaç ao a pregaç ao. (2 Cor. 13:5) Pergun-
´
19. Que autoan alise devemos fazer de vez em quando?
ˆ
16 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
te-se: ‘Continuo encarando o ministerio com senso de
ˆ
urgencia? (1 Cor. 7:29-31) Prego as boas novas com
˜ ´
zelo e convicç ao? (1 Tes. 1:5, 6) Faço o maximo que
´
posso na obra de pregar e fazer discıpulos?’ — Col.
3:23.
˜
20Nunca nos esque çamos da nossa comissao: reali-
´
zar a importante obra de pregar e fazer discıpulos.
ˆ ˜
A urgencia dessa comissao aumenta a cada dia que
passa. O fim deste sistema se aproxima rapidamente.
˜
Nunca houve tantas vidas em jogo. Nao sabemos
quantas pessoas corretamente dispostas ainda podem
aceitar nossa mensagem. (Atos 13:48) Mas temos a
´
responsabilidade de ajuda-las antes que seja tarde de-
mais. — 1 Tim. 4:16.
´ ˜
21 E vital, entao, que imitemos o exemplo dos pro-
33 c.´ 44
Jesus e´ ressuscitado Agabo profetiza fome
´
Jesus comissiona seus seguidores Martırio de Tiago (filho de
´ Zebedeu)
a fazer discıpulos
´
Derramamento do espırito santo Pedro e´ preso e depois solto
no Pentecostes milagrosamente
˜ ˜
A congregaçao crista e´ formada 44
Herodes Agripa I morre
c. 33 -341
´ ˜
ˆ ao
Martırio de Estev c. 46
´ ´
O eunuco etıope e´ batizado A predita fome atinge o paıs
´
Paulo leva ajuda a Jerusalem
c. 34
Saulo de Tarso e´ convertido c. 47-48
´
Primeira viagem missionaria
c. 34 -36 de Paulo
Saulo prega em Damasco
c. 49
˜ ˜
c. 36 A questao da circuncisao surge
Primeira visita de Paulo a Jerusa- em Antioquia
´ como seguidor de Cristo ˜ ´
lem Reuniao em Jerusalem
´ ´
Paulo visita Pedro em Jerusalem Paulo corrige Pedro (Gal. 2:11-14)
´
(Gal. 1:18)
c. 49 -52
´
36 Segunda viagem missionaria
´
Cornelio e´ convertido de Paulo
Gentios começam a tornar-se Barnabe´ e Marcos pregam em
˜ Chipre
cristaos
c. 49 -50
c. 41 ´
Claudio expulsa os judeus de
O Evangelho de Mateus e´ escrito Roma
˜
Paulo recebe a visao do “terceiro
´
ceu” (2 Cor. 12:2) c. 50
ˆ
˜ ´ Lucas junta-se a Paulo em Troade
1 Muitas datas sao aproximadas.´ O sım- ˜
bolo “c.” significa “cerca de”; o sımbolo Paulo tem a visao de um homem
ˆ
“a.”, “antes de”. da Macedonia
ˆ
18 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
Paulo visita Filipos 58
˜ ´ Herodes Agripa II ouve Paulo
A congregaçao filipense e formada
˜
A congregaçao tessalonicense
c. 59 -61
e´ formada
Paulo e´ preso em Roma pela
Paulo visita Atenas primeira vez
c. 50 -52 c. 60 -61
Paulo visita Corinto Paulo escreve Colossenses
Paulo escreve 1 Tessalonicenses ´
´ Paulo escreve Efesios
Paulo escreve Galatas ˆ
Paulo escreve Filemon
c. 51 Paulo escreve Filipenses
Paulo escreve 2 Tessalonicenses c. 60 -65
c. 52-56 O Evangelho de Marcos e´ escrito
´
Terceira viagem missionaria c. 61
de Paulo O livro de Atos e´ escrito
c. 52-55 Paulo escreve Hebreus
´
Paulo visita Efeso c. 61-64
´
c. 55 Paulo escreve 1 Timoteo
´
Paulo escreve 1 Corıntios Tito e´ deixado em Creta (Tito 1:5)
Tito e´ enviado a Corinto Paulo escreve Tito
´
Paulo escreve 2 Corıntios a. 62
A Carta de Tiago e´ escrita
c. 56
Paulo escreve Romanos c. 62-64
ˆ ˆ
Paulo ressuscita Eutico em Troade 1 Pedro e´ escrita
Paulo e Lucas hospedam-se na
casa de Filipe, em Cesareia c. 64
Paulo e´ preso em Jerusalem
´ 2 Pedro e´ escrita
c. 56 -58 c. 65
Paulo e´ mantido sob guarda em Paulo e´ preso em Roma pela
Cesareia segunda vez
´
O Evangelho de Lucas e´ escrito Paulo escreve 2 Timoteo
´
Tito vai para a Dalmacia
c. 58 (2 Tim. 4:10)
´
Festo sucede Felix Paulo e´ executado
´
“IDE . . . E FAZEI DISCIPULOS” 19
˜
S E Ç AO 1 ˙ ATO S 1:1–6:7
´
“ENCHESTES JERUSAL EM
COM O VO S S O ENSINO”
ATO S 5:28
´
A partir do derramamento do espırito santo
´
no Pentecostes de 33 EC, os discıpulos de Je-
sus empenharam-se na obra de dar testemunho
˜
a respeito do Reino de Deus. Nesta seçao, vamos
analisar o emocionante relato do nascimento do
cristianismo, do testemunho cada vez mais in-
´ ˜
tenso em Jerusalem e da posiçao corajosa dos
´ ˜
apostolos diante de crescente oposiçao.
´
CAPITULO 2
´ ´
1 Em seu Evangelho, Lucas trata ´ Te ofilo por “excelentıssimo”, le-
vando alguns a concluir ˜ que Te ofilo pode ter ˜ sido um homem
importante
´ que ainda n ao havia se tornado crist ao. No livro de ´ Atos,
´
porem, Lucas dirige-se a ele simplesmente ´ com as palavras ˜ “ o Te ofi-
lo”. Alguns estudiosos sugerem que Te ofilo se tornou˜ cristao depois
de ler o Evangelho de Lucas
´ e que, por isso, Lucas nao˜ mais se diri-
ge a ele como “excelentıssimo”, mas o trata como irmao espiritual.
4. Como Lucas come ça seu relato no livro de Atos?
´
5, 6. (a) O que ajudaria os seguidores de Jesus a manter forte a fe?
´ ˜ ´
(b) Por que podemos dizer que hoje a fe dos crist aos tamb em se baseia
em “muitas provas positivas”?
ˆ
22 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
Lemos em Atos 1:3: “[Jesus] mostrou-se . . . vivo, por
´
meio de muitas provas positivas.” Na Bıblia, apenas
´
Lucas, “o medico amado”, usou o termo traduzido
“provas positivas”. (Col. 4:14) Esse termo era usado em
ˆ
documentos de medicina e significa “evidencias de-
´ ´
monstraveis, conclusivas e confiaveis”. Jesus forneceu
provas desse tipo. Ele apareceu muitas vezes a seus se-
˜
guidores — em algumas ocasioes, a um ou dois deles;
´ ˜
em outras, a todos os ap ostolos; e em uma ocasiao, a
´
mais de 500 discıpulos. (1 Cor. 15:3-6) Provas realmen-
´
te incontestaveis!
6 Hoje, de forma similar, a fe´ dos cristaos˜
verdadeiros
´ ´
baseia-se em “muitas provas positivas”. Sera que ha
provas de que Jesus viveu na Terra, morreu por nossos
pecados e foi ressuscitado? Com certeza! Relatos con-
´
fiaveis de testemunhas oculares, registrados na Palavra
inspirada de Deus, fornecem todas as provas convin-
centes de que precisamos. Estudar esses relatos e orar
´
a respeito deles pode fortalecer muito a nossa fe. Lem-
bre-se: provas conclusivas podem fazer a diferença en-
´ ´ ´ ´ ´
tre a genuına fe e a mera credulidade. A genuına fe e
˜
essencial para ganhar a vida eterna. — Joao 3:16.
7 Jesus tamb em ´ ´
‘contou a seus discıpulos as coisas a
7. Que exemplo Jesus deixou aos seus seguidores quanto a ensinar e pre-
gar?
“SEREIS TESTEMUNHAS DE MIM” 23
respeito do reino de Deus’. Por exemplo, ele explicou
profecias que mostravam que o Messias teria de sofrer
e morrer. (Luc. 24:13-32, 46, 47) Por esclarecer assim
ˆ
seu papel como Messias, Jesus deu enfase ao Reino de
Deus, pois ele era o Rei-Designado. O Reino sempre
˜ ´ ´
foi o tema da pregaç ao de Jesus, e esse tamb em e o
˜
tema da pregaç ao dos seus seguidores hoje. — Mat.
24:14; Luc. 4:43.
´ `
“At e a parte mais distante da terra” (Atos 1:6-12)
´
8 No monte das Oliveiras, os ap ostolos reuniram-se
´
com Jesus pela ultima vez na Terra. Com grande ex-
´
pectativa, perguntaram-lhe: “Senhor, e neste tempo
que restabeleces o reino a Israel?” (Atos 1:6) Nessa per-
´
gunta, os ap ostolos demonstraram que tinham duas
ideias incorretas. Primeiro, eles achavam que o Reino
de Deus seria restaurado ao Israel carnal. Segundo, eles
esperavam que o prometido Reino come çasse seu do-
´
mınio imediatamente, ‘naquele tempo’. Como Jesus os
ajudou a corrigir o modo como pensavam?
´
9 Jesus sem duvida sabia que a primeira ideia seria
logo corrigida. Na realidade, seus seguidores testemu-
´
8, 9. (a) Que duas ideias incorretas os ap ostolos de Jesus demonstra-
ram ter? (b) O que Jesus disse para corrigir o modo de pensar dos
´ ˜
ap ostolos, e o que isso ensina aos crist aos de hoje?
ˆ
24 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
nhariam o nascimento de uma nova naç ao, o Israel es-
piritual, apenas dez dias mais tarde. Em breve, Deus
`
deixaria de ter tratos com o Israel carnal. Quanto a se-
˜
gunda ideia, Jesus bondosamente lhes lembrou: “Nao
´
vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das epo-
´
cas que o Pai tem colocado sob a sua propria jurisdi-
˜ ´ ´
ç ao.” (Atos 1:7) Jeova e o Grande Cronometrista. An-
´
tes de morrer, o proprio Jesus disse que, naquela
´
epoca, nem mesmo o Filho sabia ‘o dia e a hora’ em
que o fim viria, mas “unicamente o Pai”. (Mat. 24:36)
˜
Hoje, do mesmo modo, quando cristaos se preocupam
demais com a data do fim deste sistema de coisas, eles
˜ ˜
estao, na verdade, preocupando-se com algo que nao
lhes “cabe”.
˜
10 Mesmo assim, devemos tomar cuidado para nao ter
´
um conceito negativo dos ap ostolos de Jesus, que eram
´
homens de muita fe. Humildemente, eles aceitaram a
˜ ´
corre ç ao que receberam de Jesus. Alem disso, embora
a pergunta deles se originasse de ideias incorretas, ela
´
tamb em revelava uma boa atitude. Jesus havia aconse-
lhado seus seguidores repetidas vezes: “Mantende-vos
vigilantes.” (Mat. 24:42; 25:13; 26:41) Eles estavam
ˆ
espiritualmente alertas, bem atentos a evidencias de
´ ´ ˆ
10. Que atitude dos ap ostolos n os devemos cultivar, e por qu e?
“SEREIS TESTEMUNHAS DE MIM” 25
´
que Jeova agiria em breve. Precisamos cultivar essa
´
mesma atitude hoje. Na verdade, estes “ultimos dias”
decisivos tornam ainda mais urgente que façamos isso.
— 2 Tim. 3:1-5.
´
Jesus lembrou aos ap ostolos qual deveria ser a
11
˜
principal preocupaç ao deles. Ele disse: “Ao chegar so-
´ ´
bre vos o espırito santo, recebereis poder e sereis tes-
´
temunhas de mim tanto em Jerusalem como em toda
´ `
a Judeia e Samaria, e ate a parte mais distante da ter-
˜
ra.” (Atos 1:8) A ressurreiç ao de Jesus seria proclama-
´
da primeiro em Jerusalem, onde as pessoas o tinham
`
entregado a morte. Dali, a mensagem seria espalhada
˜ ´
por toda a Judeia, Samaria e entao mais alem.
12 Apropriadamente, foi so´ depois de repetir a pro-
´
messa de enviar o espırito santo para ajudar seus se-
˜
guidores que Jesus falou a respeito da comissao de pre-
´ ˜
gar. Essa e uma das mais de 40 vezes que a expressao
´ ´
“espırito santo” ocorre no livro de Atos. Vez ap os vez,
˜
esse livro emocionante deixa claro que nao podemos
´ ´
fazer a vontade de Jeova sem a ajuda do espırito san-
´ ˜
to. Como e importante, entao, orarmos regularmente,
˜
11, 12. (a) Que comiss ao Jesus deu a seus seguidores? (b) Por que era
´ ˜
apropriado que Jesus relacionasse o esp ırito santo com a comiss ao de
pregar?
ˆ
26 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
pedindo esse espırito! (Luc. 11:13) Hoje precisamos
dele mais do que nunca.
13 O significado do que constitui ‘a parte mais distan-
te da terra’ mudou desde aqueles dias. Mesmo assim,
´
conforme vimos no capıtulo anterior, as Testemunhas
´ ˜ ˜
de Jeova aceitaram de coraç ao a comissao de pregar,
pois sabem que Deus deseja que todo tipo de pessoa
ˆ
ouça as boas novas de Seu Reino. (1 Tim. 2:3, 4) Voc e
´ ˜ ´
esta empenhado nessa obra que salva vidas? Nao ha
´ ´
obra mais gratificante e satisfatoria do que essa. Jeova
´ ´ ´
lhe dara a força necessaria para realiza-la. O livro de
´ ´
Atos lhe mostrara que metodos usar e que atitude de-
senvolver para ser bem-sucedido.
14 Como mencionado no inıcio ´ ´
deste capıtulo, Jesus
´ ´
subiu ao c eu e desapareceu. Apesar disso, os 11 ap os-
tolos continuaram parados, olhando para cima. Por
fim, dois anjos apareceram e, com brandura, repreen-
´
deram os ap ostolos: “Homens da Galileia, por que es-
´ ´
tais parados aı olhando para o c eu? Este Jesus, que
´ ´ ´
dentre vos foi acolhido em cima, no c eu, vira assim da
´ ˜ ˜
13. Qual e a atual extens ao da comiss ao de pregar dada por Deus, e por
˜ ˜
que devemos aceitar de cora ç ao essa comiss ao?
14, 15. (a) O que os anjos disseram sobre a volta de Cristo, e o que eles
´
queriam dizer? (Veja tamb em a nota.) (b) Como a volta de Cristo ocor-
reu “da mesma maneira” que a sua partida?
“SEREIS TESTEMUNHAS DE MIM” 27
´
mesma maneira em que o observastes ir para o c eu.”
´
(Atos 1:11) Sera que os anjos queriam dizer que Jesus
retornaria no mesmo corpo, conforme alguns religio-
˜
sos ensinam? Nao. Como sabemos disso?
Os anjos disseram que Jesus voltaria “da mesma
15
˜
maneira”, nao na mesma forma.1 De que maneira Jesus
˜ ´
partiu? Quando os anjos falaram, nao era mais possı-
ˆ ´
vel ve-lo. Apenas os ap ostolos perceberam que Jesus
´
havia deixado a Terra e estava indo para o c eu. Jesus
voltaria de maneira similar. E assim aconteceu. Hoje,
ˆ
somente os que tem discernimento espiritual percebem
´ ´
que Jesus esta presente com poder regio. (Luc. 17:20)
ˆ
Precisamos discernir as evidencias da presença de Cris-
´
to e falar sobre elas a outras pessoas para que tamb em
ˆ
vejam a urgencia dos tempos em que vivemos.
“Indica qual destes . . . tens escolhido” (Atos 1:13-26)
16 Diante de tudo o que aconteceu, nao ˜ ´
e de admirar
´ ´
que os ap ostolos tenham ‘voltado para Jerusalem com
grande alegria’. (Luc. 24:52) Mas como eles reagiriam
` ˜ ˜ ´
as orientaç oes e instruç oes de Cristo? Em Atos capıtu-
´ ´
1 Aqui
˜ a Bıblia
´ usa a palavra grega tro·pos, que significa “maneira”,
e nao mor·fe, que significa “forma”.
16-18. (a) Ao lermos Atos 1:13, 14, o que aprendemos a respeito das
˜ ˜
reuni oes crist as? (b) O que aprendemos do exemplo deixado por Maria,
˜ ˜ ˜ ˜
m ae de Jesus? (c) Por que as reuni oes crist as s ao vitais hoje?
ˆ
28 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
lo 1, versıculos 13 e 14, lemos que os ap ostolos estavam
reunidos em um “quarto de andar superior” e aprende-
˜
mos alguns detalhes interessantes sobre as reunioes
´ ´
dos primeiros discıpulos. Naquela epoca, era comum
ˆ
as casas na Palestina terem um c omodo no andar de
´ ´
cima, acessıvel por uma escada externa. Sera que esse
“quarto de andar superior” ficava na casa mencionada
` ˜
em Atos 12:12, que pertencia a mae de Marcos? Seja
´ ´
como for, e provavel que fosse um lugar simples e ade-
quado para os seguidores de Cristo se reunirem. Mas
quem esteve reunido ali, e o que fizeram?
˜
17 Veja que naquela reuniao ˜ ´
nao havia apenas os ap os-
˜
tolos nem se tratava de uma reuniao exclusiva aos ho-
´
mens. “Algumas mulheres” estavam la, incluindo Ma-
˜ ´ ´ ´
ria, mae de Jesus. Essa e a ultima vez que a Bıblia
´ ´
menciona Maria de modo direto. E razoavel concluir
˜
que ela nao estava ali em busca de destaque, mas hu-
˜
mildemente se reunia para adoraç ao na companhia de
˜
seus irmaos espirituais. Deve ter sido consolador para
Maria ver seus outros quatro filhos homens, que antes
˜
nao eram seguidores de Jesus, reunidos ali. (Mat. 13:55;
˜
Joao 7:5) Esses homens haviam mudado desde a morte
˜ ˜
e ressurreiç ao de Jesus, seu meio-irmao. — 1 Cor. 15:7.
“SEREIS TESTEMUNHAS DE MIM” 29
´ ´
Observe, tamb em, por que esses discıpulos se reu-
18
´
rem feito alguns ajustes organizacionais, aqueles discı-
pulos estavam fortalecidos e plenamente preparados
´ ´
para o que aconteceria a seguir. O proximo capıtulo
vai considerar isso.
´ ˜
1 Mais tarde, Paulo foi designado “ap ostolo para as naç oes”, mas˜
nunca foi considerado um dos 12. (Rom. 11:13;
´ 1 Cor. 15:4-8) Ele nao
tinha
˜ seguido a Jesus durante Seu ´ ministerio terrestre e, portanto,
nao se habilitava para esse privilegio especial.
22, 23. Por que devemos ser submissos e obedientes aos que hoje exer-
˜
cem a lideran ça na congrega ç ao?
ˆ
32 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
CAPITULO 3
´
“Cheios de esp ırito santo”
O resultado do derramamento do
´
esp ırito santo no Pentecostes
Baseado em Atos 2:1-47
´ ˜
AS RUAS de Jerusalem estao cheias; e as pessoas, ani-
`
madas.1 A fumaça sobe do altar do templo a medida
que os levitas cantam o Halel (Salmos 113 a 118), pro-
ˆ
vavelmente em estilo antifonico, em que uma parte do
´
coro canta e a outra parte responde. Ha muitos visi-
˜
tantes nas ruas. Eles vieram de lugares tao distantes
˜ ˆ ´
como Elao, Mesopotamia, Capadocia, Ponto, Egito e
´
Roma.2 Qual e o motivo? A Festividade de Pentecos-
´
tes, chamada tamb em de o “dia dos primeiros frutos
´
maduros”. (Num. 28:26) Essa festividade anual marca
´
o fim da colheita da cevada e o inıcio da colheita do tri-
´
go. E um dia alegre.
2 Por volta das 9 horas dessa agradavel ´ ˜
manha de
´ ´ ´
1 Veja o quadro “Jerusalem — centro do judaısmo”,
´ na p agina
´ 34.
2 Veja os quadros “Roma
ˆ — capital de um´ imp erio”, na p agina 35;
“Judeus na Mesopotamia
´ e no Egito”, na p agina 36; e “O cristianis-
mo em Ponto”, na p agina 37.
1. Descreva o clima da Festividade de Pentecostes.
2. Que eventos impressionantes ocorreram no Pentecostes de 33 EC?
´
“CHEIOS DE ESPIRITO SANTO” 33
´
JERUSAL EM ´
— CENTRO D O JUDA ISMO
´
Muito do que acontece nos primeiros capıtulos
´
do livro de Atos se passa em Jerusalem. Essa
cidade se localiza entre as colinas da cordilheira
ˆ
central da Judeia, cerca de 55 quilometros a leste
ˆ
do mar Mediterraneo. Em 1070 AEC, o Rei Davi
conquistou a fortaleza que ficava no topo do monte
˜
Siao, localizado nessa cordilheira, e a cidade que
cresceu em volta dessa fortaleza se tornou a capital da
˜
antiga naçao de Israel.
´ ˜ ´ ´
Proximo ao monte Siao esta o monte Moria, onde,
˜ ˜
de acordo com a antiga tradiçao judaica, Abraao tentou
sacrificar Isaque, uns 1.900 anos antes dos eventos
´
descritos em Atos. O monte Moria passou a fazer parte
´ ˜
de Jerusalem quando Salomao construiu o primeiro
´ ˜
templo de Jeova no seu topo. Essa construçao se
˜ ´
tornou o centro da adoraçao e da vida publica dos
judeus.
Judeus devotos de todas as partes se reuniam no
´ ´
templo de Jeova para oferecer sacrifıcios, prestar
˜ ´
adoraçao e observar as festividades periodicas. Eles
ˆ
faziam isso em obediencia ao mandamento de Deus:
ˆ
“Tres vezes no ano, todo macho teu deve comparecer
´
perante Jeova, teu Deus, no lugar que ele escolher.”
´ ´
(Deut. 16:16) Jerusalem tambem era a sede do Grande
´
Sinedrio — supremo tribunal judaico e conselho
administrativo nacional.
ˆ
34 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
ROMA — CAPITAL DE UM IMP ERIO
´
No perıodo abrangido pelo livro de Atos, Roma era a
maior e, politicamente, a mais importante cidade do
´
mundo conhecido naquela epoca. Era a capital de um im-
´ ´
p erio que, no ´ seu auge, estendia-se desde a Bretanha at e o
ˆ ´
Norte da Africa, e desde o oceano Atlantico ate o golfo
´
Persico.
Em Roma havia uma grande mistura de culturas, raças,
´ ˜
lınguas e superstiçoes. Uma rede de estradas bem cuida-
`
das trazia a cidade viajantes e mercadorias de ´todos os
´ ´
cantos do imp erio. Proximo dali, no porto de Ostia, na-
vios de rotas comerciais movimentadas descarregavam
alimentos e artigos de luxo que seriam usados na cidade.
´ ˜
No primeiro seculo EC, bem mais de um milhao de pes-
˜
soas viviam em Roma. Talvez metade da populaçao fosse
composta de escravos — criminosos condenados, filhos
vendidos ou abandonados pelos pais e prisioneiros captu-
˜
rados durante campanhas das legioes romanas. Entre os
levados a Roma como escravos estavam judeus de Jerusa-
´ ´
lem. Isso aconteceu logo ap os a conquista dessa cidade
pelo general romano Pompeu em 63 AEC.
A maior parte das pessoas livres era muito pobre; de-
´
pendia de subsıdios do governo e morava em alojamentos
´ ´
superlotados, de varios andares. Os imperadores, porem,
adornavam sua capital com alguns dos mais majestosos
´ ´ ´
edifıcios publicos ja vistos. Entre esses havia teatros e
´
grandes estadios que apresentavam peças teatrais, lutas
de gladiadores e corridas de bigas (carros romanos)
— tudo para o entretenimento gratuito das massas.
´
“CHEIOS DE ESPIRITO SANTO” 35
ˆ
JUDEUS NA MES OP OTAMIA E NO EGITO
´
“CHEIOS DE ESPIRITO SANTO” 37
´
maio de 33 EC, acontece algo que deixara pessoas ad-
´ ´
miradas durante seculos. De repente, ‘ocorre do c eu
´
um ruıdo, bem semelhante ao duma forte brisa impe-
tuosa’, ou “parecido com o de uma ventania”. (Atos
´ ´ ´
2:2; Bıblia Facil de Ler) O forte ruıdo enche a casa onde
´ ˜
cerca de 120 discıpulos de Jesus estao reunidos. A se-
´
guir, acontece algo impressionante. Lınguas como que
´
de fogo tornam-se visıveis, uma sobre a cabe ça de cada
´ ˜ ´ ´
discıpulo.1 Entao os discıpulos ficam “cheios de espıri-
´
to santo” e come çam a falar em lınguas estrangeiras.
´
Quando os discıpulos saem da casa e come çam a falar
com os visitantes que encontram nas ruas de Jerusa-
´
lem, estes ficam boquiabertos, pois cada visitante os
´
ouve “falar no seu proprio idioma”. — Atos 2:1-6.
3 Esse relato empolgante descreve um marco na his-
´ ˜ ˜
toria da adoraç ao verdadeira: a formaç ao do Israel es-
˜ ˜ ´
piritual, a congregaç ao dos cristaos ungidos. (Gal.
´ ` ˜
6:16) Alem disso, quando Pedro se dirigiu a multidao
ˆ
naquele dia, ele usou a primeira das tres “chaves do rei-
no”. Cada uma dessas chaves abriria uma porta de pri-
´ ˜
1 As “lınguas” nao eram de fogo literal, mas ˜ “como que de fogo”,´
pelo visto indicando
ˆ que aquela manifesta ç ao vista sobre cada discı-
pulo tinha a aparencia e o brilho de fogo.
3. (a) Por que o Pentecostes de 33 EC pode ser considerado um marco
´ ˜ ´ ˜
na hist oria da adora ç ao verdadeira? (b) Qual e a rela ç ao entre o discur-
so de Pedro e o uso das “chaves do reino”?
ˆ
38 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
vilegios especiais para diferentes grupos. (Mat. 16:18,
´
19) Essa primeira chave permitiu que judeus e proseli-
tos aceitassem as boas novas e fossem ungidos com o
´
espırito santo de Deus.1 Assim, eles se tornariam par-
te do Israel espiritual e, dessa forma, teriam a esperan-
ça de governar como reis e sacerdotes durante o Reino
ˆ ´
messianico. (Rev. 5:9, 10) Com o tempo, esse privilegio
˜
se estenderia a samaritanos e entao a gentios. O que os
˜
cristaos hoje podem aprender dos eventos importantes
que ocorreram no Pentecostes de 33 EC?
“Todos eles estavam juntos no mesmo lugar”
(Atos 2:1-4)
˜
4 A congregaç ao ˜ ´
crista teve inıcio com cerca de
´
120 discıpulos que “estavam juntos no mesmo lugar”,
´
uma sala de sobrado, e que foram ungidos com espıri-
´
to santo. (Atos 2:1) No fim do dia, o numero de mem-
˜ ´ `
bros batizados daquela congregaç ao j a havia chegado a
´
casa dos milhares. Mas esse era so o come ço do cresci-
˜
mento de uma organizaç ao que continua a se expandir
hoje. De fato, um grupo de homens e mulheres temen-
˜ ˜ ´
tes a Deus, a atual congregaç ao crista, e o meio pelo
´ ´
1 Veja o quadro “Quem eram os proselitos?” na p agina 40.
˜ ˜ ´ ˜
4. De que modo a atual congrega ç ao crist a e uma extens ao da congre-
˜
ga ç ao formada em 33 EC?
´
“CHEIOS DE ESPIRITO SANTO” 39
´
QUEM ERAM O S PRO S ELITO S?
´ ˜
“Tanto judeus como proselitos” escutaram a pregaçao
de Pedro no Pentecostes de 33 EC. — Atos 2:10.
Um dos homens designados para cuidar da
ˆ ´
“incumb encia necessaria” de distribuir alimentos
´
diariamente foi Nicolau, identificado como “proselito
´
de Antioquia”. (Atos 6:3-5) Os proselitos eram gentios
˜ ´
(nao judeus) que se tinham convertido ao judaısmo.
Eles eram considerados judeus em todos os sentidos,
pois aceitavam o Deus e a Lei de Israel, rejeitavam
` ˜
todos os outros deuses, submetiam-se a circuncisao (no
˜
caso dos homens) e tornavam-se parte da naçao de
Israel.
´
Depois que os judeus foram libertados do exılio em
ˆ
Babilonia, em 537 AEC, muitos deles se estabeleceram
longe da terra de Israel, mas continuaram a praticar o
´
judaısmo. Por causa disso, pessoas por todo o antigo
´
Oriente Medio e outros lugares tiveram contato com
˜ ´
a religiao judaica. Antigos escritores, como Horacio
ˆ ´
e S eneca, confirmam que inumeras pessoas em
diferentes terras simpatizaram com os judeus e suas
crenças, e passaram a se associar com eles, tornando-se
´
proselitos.
˜
qual as “boas novas do reino” sao “pregadas em toda a
˜
terra habitada, em testemunho a todas as naç oes” an-
tes do fim deste sistema. — Mat. 24:14.
ˆ
40 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ ˜ ´
5 A congregaç ao crista tamb em seria fonte de encora-
jamento espiritual para seus membros ungidos e, mais
˜
tarde, para as “outras ovelhas”. (Joao 10:16) Paulo de-
monstrou seu apre ço pelo apoio que os membros da
˜ ˜
congregaç ao dao uns aos outros quando escreveu aos
˜
cristaos em Roma: “Anseio ver-vos, para vos conferir al-
gum dom espiritual, a fim de que sejais firmados; ou,
ˆ
antes, para que haja um intercambio de encorajamento
´ ´ ´
entre vos, cada um por intermedio da fe que o outro
tem, tanto a vossa como a minha.” — Rom. 1:11, 12.
6 Hoje, a congregaç ao ˜ ˜
crista tem os mesmos objeti-
´
vos que tinha no primeiro seculo. Jesus deu a seus dis-
´
cıpulos uma obra desafiadora e ao mesmo tempo emo-
´
cionante. Ele lhes disse: “Fazei discıpulos de pessoas
˜
de todas as naç oes, batizando-as em o nome do Pai, e
´
do Filho, e do espırito santo, ensinando-as a observar
todas as coisas que vos ordenei.” — Mat. 28:19, 20.
7 A congregaç ao ˜ ˜ ´ ´
crista das Testemunhas de Jeova e o
´ ´
meio pelo qual essa obra e realizada hoje. Sem duvi-
´
da e um desafio pregar a pessoas de diferentes idio-
´
mas. Apesar disso, as Testemunhas de Jeova produzem
ˆ ˜ ˜ ˜
5. Qual seria a b en ç ao de se associar com a congrega ç ao crist a, tanto
´
no primeiro s eculo como hoje?
˜ ˜ ´ ˜
6, 7. Como a congrega ç ao crist a hoje est a cumprindo a comiss ao dada
˜
por Jesus de pregar a todas as na ç oes?
´
“CHEIOS DE ESPIRITO SANTO” 41
˜ ´
publicaç oes bıblicas em mais de 400 idiomas. Caso
ˆ ` ˜ ˜
voc e esteja assistindo regularmente as reunioes cristas
´
e participando na obra de pregar o Reino e fazer discı-
ˆ ´
pulos, tem motivos para se alegrar. Voc e esta entre os
ˆ ´
relativamente poucos na Terra que tem o privilegio de
´
dar testemunho cabal a respeito do nome de Jeova!
8 Para ajudar voc eˆ a perseverar com alegria durante
´ ´
estes tempos crıticos, Jeova Deus providenciou uma
˜ ˜
associaç ao mundial de irmaos. Paulo escreveu aos cris-
˜
taos hebreus: “Consideremo-nos uns aos outros para
˜
nos estimularmos ao amor e a obras excelentes, nao
´
deixando de nos ajuntar, como e costume de alguns,
mas encorajando-nos uns aos outros, e tanto mais
quanto vedes chegar o dia.” (Heb. 10:24, 25) A congre-
˜ ˜ ´ ˜ ´ ˆ
gaç ao crista e uma provisao de Jeova para que voc e
´
possa encorajar outros e tamb em ser encorajado. Per-
˜
mane ça achegado a seus irmaos espirituais. Nunca dei-
` ˜ ˜
xe de estar presente as reunioes cristas!
´
“Cada um os ouvia falar no seu pr oprio idioma”
(Atos 2:5-13)
9 Imagine como aquele diversificado grupo de ju-
˜ ˜
8. De que maneira os membros da congrega ç ao s ao aben çoados indivi-
dualmente?
ˆ ` ˜
9, 10. Como alguns se t em colocado a disposi ç ao para pregar aos que
falam outro idioma?
ˆ
42 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
deus e proselitos deve ter ficado emocionado no Pente-
´ ´
costes de 33 EC. E provavel que a maioria dos presen-
tes tivesse um idioma em comum, talvez o grego ou o
hebraico. Mas agora “cada um os ouvia [ou seja, os dis-
´ ´
cıpulos] falar no seu proprio idioma”. (Atos 2:6) Ouvir
´
as boas novas em sua lıngua materna com certeza to-
˜
cou o coraç ao daqueles ouvintes. Naturalmente, os
˜ ˜
cristaos de hoje nao possuem o dom milagroso de falar
´ ˆ
em lınguas estrangeiras. No entanto, muitos se tem co-
` ˜
locado a disposiç ao para divulgar a mensagem do Rei-
no a pessoas de todas as nacionalidades. Como? Al-
guns aprendem um novo idioma para poder apoiar
˜ ´ ˜
uma congregaç ao de lıngua estrangeira em sua regiao
´ ´ ˆ
ou ate para se mudar para outro paıs. Com frequencia,
eles observam que os ouvintes ficam admirados pelos
seus esforços.
10Veja o caso de Christine, que fez um curso de gu-
´
zerate com outras sete Testemunhas de Jeova. Ao
´
encontrar com uma colega de trabalho cuja lıngua
´
materna e o guzerate, Christine a cumprimentou nes-
se idioma. A mulher ficou impressionada e quis sa-
ber por que ela estava se esforçando para apren-
ˆ ˜
der guzerate. Christine p ode entao dar um excelente
´
“CHEIOS DE ESPIRITO SANTO” 43
testemunho. A mulher disse-lhe: “Nenhuma outra re-
˜ ´
ligiao incentivaria seus membros a aprender uma lın-
˜ ´ ˆ
gua tao difıcil. Voc es devem ter algo muito importan-
te para dizer.”
´ ´
11 E claro que nem todos nos podemos aprender uma
´
nova lıngua, mas podemos estar preparados para pre-
gar a mensagem do Reino a pessoas que falam outros
´
idiomas. Como? Uma maneira e usar o folheto Boas No-
˜
vas para Pessoas de Todas as Naçoes. Esse folheto con-
´ ´
tem uma mensagem breve em varios idiomas. Obser-
˜
ve um caso em que essa publicaç ao foi bem usada.
´ ´ ˆ
Uma famılia de Testemunhas de Jeova visitou tres par-
ques nacionais pouco depois do lançamento do folhe-
to. Nesses locais, encontraram pessoas das Filipinas,
´ ˜
da Holanda, da India e do Paquistao. O marido disse:
ˆ
“Apesar de todas elas falarem um pouco de ingles, fi-
caram muito impressionadas quando lhes mostramos
´ ´
a mensagem em sua propria lıngua, mesmo estando a
ˆ
milhares de quilometros de casa. Elas puderam notar
claramente a natureza internacional de nossa obra e a
˜ ´ ´
uniao que ha entre nos.”
11. Como podemos fazer bom uso do folheto Boas Novas para Pessoas
˜
de Todas as Na ç oes?
ˆ
44 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
ˆ ´
“Pedro p os-se de p e” (Atos 2:14-37)
ˆ
12 “Pedro p os-se ´ ˜
de p e” para falar com a multidao de
´
varias nacionalidades. (Atos 2:14) A todos que estavam
dispostos a ouvir, ele explicou que o dom milagroso de
´
falar em lınguas tinha sido dado por Deus em cumpri-
´
mento da profecia de Joel: “Derramarei meu espırito
sobre toda sorte de carne.” (Joel 2:28) Antes de ascen-
´ ´
der ao c eu, Jesus disse a seus discıpulos: “Eu solicitarei
´
ao Pai e ele vos dara outro ajudador”, o qual Jesus
´ ˜
identificou como “o espırito”. — Joao 14:16, 17.
13 Ao concluir seu discurso, Pedro foi franco ao di-
´
Nas Escrituras, Pedro e identificado por cinco no-
´ ˜
mes. Ele e conhecido como Simeao em hebraico, e
˜
pelo seu equivalente grego, Simao; e como Pedro e
´ ´ ´ ´
seu equivalente semıtico, Cefas. O ap ostolo tamb em e
˜ ˜
identificado como Simao Pedro, uniao de dois de seus
˜
nomes. — Mat. 10:2; 16:16; Joao 1:42; Atos 15:14.
˜
Pedro era casado, e sua sogra e seu irmao moravam
com ele. (Mar. 1:29-31) Ele era pescador de Betsaida,
˜
cidade na margem norte do mar da Galileia. (Joao
1:44) Mais tarde, morou em Cafarnaum, perto de Bet-
saida. (Luc. 4:31, 38) Jesus estava no barco de Pedro
˜
quando se dirigiu a uma multidao que se reuniu na
margem do mar da Galileia. Logo depois disso, sob
˜
a orientaçao de Jesus, por meio de um milagre Pe-
dro apanhou uma grande quantidade de peixes. Pedro
ajoelhou-se, tomado de medo; mas Jesus disse-lhe:
´
“Para de estar com medo. Doravante apanharas vivos
˜
a homens.” (Luc. 5:1-11) Pedro pescava com seu irmao
´ ˜
Andre, bem como com Tiago e Joao. Os quatro aban-
´
donaram seu negocio pesqueiro quando aceitaram o
convite de Jesus para se tornarem seus seguidores.
(Mat. 4:18-22; Mar. 1:16-18) Mais ou menos um ano de-
pois, Pedro estava entre os 12 que Jesus escolheu
´
como “ap ostolos”, que significa “enviados”. — Mar.
3:13-16.
˜ ´
Jesus escolhia Pedro, Tiago e Joao para acompanha-
ˆ
52 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
lo em ocasioes especiais. Eles presenciaram a transfi-
˜ ˜
guraçao de Jesus, testemunharam a ressurreiçao da fi-
˜
lha de Jairo e viram a afliçao de Jesus no jardim de
ˆ
Getsemani. (Mat. 17:1, 2; 26:36-46; Mar. 5:22-24, 35-42;
ˆ ´
Luc. 22:39-46) Os tres, junto com Andre, perguntaram
a Jesus a respeito do sinal de sua presença. — Mar.
13:1-4.
`
Pedro era direto, ativo e as vezes agia por impulso.
´
Parece que ele costumava falar antes dos outros ap os-
tolos. Nos Evangelhos, encontramos mais palavras de
´
Pedro do que de todos os outros 11 ap ostolos juntos.
Em geral, era Pedro quem fazia as perguntas e os ou-
tros ficavam calados. (Mat. 15:15; 18:21; 19:27-29; Luc.
˜ ˜
12:41; Joao 13:36-38) Foi ele que nao quis que Jesus la-
´
vasse seus p es e, depois, ao ser repreendido, pediu que
´ ˜ ˜
Jesus lhe lavasse tamb em as maos e a cabeça! — Joao
13:5-10.
˜
Fortes emo çoes levaram Pedro a tentar convencer
˜
Jesus de que este nao teria de sofrer nem de ser mor-
´
to. Jesus o repreendeu por essa falta de criterio. (Mat.
´
16:21-23) Na ultima noite de Jesus na Terra, Pedro dis-
´
se que mesmo que todos os outros ap ostolos abando-
nassem a Jesus, ele nunca faria isso. Quando Jesus foi
preso por seus inimigos, a coragem levou Pedro a de-
fender Jesus com uma espada e mais tarde a segui-lo
´ ´
ate o p atio da casa do sumo sacerdote. Apesar disso,
˜ ˆ
nao muito tempo depois, Pedro negou seu Mestre tres
vezes e, ao se dar conta do que havia feito, chorou
amargamente. — Mat. 26:31-35, 51, 52, 69-75.
˜ ˜
tocar-lhes o coraç ao, dirigindo-se a eles como a irmaos
e concentrando-se nos aspectos positivos da mensagem
´
do Reino. Se eles se arrependessem e tivessem fe em Cris-
´ ´ ´
to, viriam “epocas de refrigerio” da parte de Jeova. (Atos
´
3:19) Da mesma forma, nos precisamos ser corajosos e
´
francos ao declarar o julgamento de Deus que esta por
vir. Ao mesmo tempo, nunca devemos ser rudes, duros
ˆ
54 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
ou crıticos. Em vez disso, encaramos aqueles a quem pre-
˜ ´
gamos como irmaos em potencial e, iguais a Pedro, nos
nos concentramos principalmente nos aspectos positi-
vos da mensagem do Reino.
´
6 Os ap ostolos ˜
eram homens modestos. Eles nao toma-
´
ram para si o credito daquele milagre que realizaram.
` ˜
Pedro disse a multidao: “Por que estais fitando os olhos
´ ´ ´
em nos como se nos o tivessemos feito andar por inter-
´ ˜
medio de poder pessoal ou de devo ç ao piedosa?” (Atos
´
3:12) Pedro e os outros ap ostolos sabiam que qualquer
´
bem que realizassem no ministerio se devia ao poder de
˜ ´
Deus, nao ao seu proprio. Por isso, eles modestamente
´
dirigiram a Jeova e a Jesus todo o louvor por suas reali-
˜
zaç oes.
7 Nos ´ ´
tamb em precisamos ser modestos ao participar
˜ ´ ´
na obra de pregaç ao do Reino. E verdade que o espırito
˜ ˜
de Deus nao habilita os cristaos atuais a realizar curas
milagrosas. Mesmo assim, podemos ajudar as pessoas a
´
desenvolver fe em Deus e em Cristo e a receber aquele
mesmo presente que Pedro ofereceu: a oportunidade de
´
ter seus pecados perdoados e ser revigorados por Jeova.
˜ ´
6. Como Pedro e Jo ao demonstraram humildade e mod estia?
`
7, 8. (a) Que presente podemos oferecer as pessoas? (b) Como a promes-
´
sa de haver um “restabelecimento de todas as coisas” est a se cumprindo
hoje?
“HOMENS INDOUTOS E COMUNS” 55
˜ ´
JO AO — O DIS C IPULO QUE JESUS AMAVA
´ ˜
O ap ostolo Joao era um dos filhos de Zebedeu e ir-
˜ ´ ˜
mao do ap ostolo Tiago. Parece que sua mae era Salo-
´ ˜ ˜
me, possivelmente irma de Maria, mae de Jesus. (Mat.
10:2; 27:55, 56; Mar. 15:40; Luc. 5:9, 10) Dessa forma,
˜ ´
Joao pode ter sido parente de Jesus. Pelo visto, a famı-
˜ ˜ ´
lia de Joao tinha uma boa condiçao financeira. O nego-
cio de pesca de Zebedeu era suficientemente grande a
´
ponto de ele ter empregados. (Mar. 1:20) Salome acom-
panhava Jesus, realizava tarefas para ele quando ele es-
tava na Galileia e, quando ele morreu, ela comprou
aromas a fim de untar o corpo dele, como parte do pro-
˜
cesso de sepultamento. (Mar. 16:1; Joao 19:40) Pelo vis-
˜ ´ ˜
to, Joao tinha sua propria casa. — Joao 19:26, 27.
˜ ´ ˜
Joao foi um dos discıpulos de Joao Batista. Provavel-
´ ˜
mente era ele que estava com Andre quando Joao Ba-
tista olhou para Jesus e disse: “Eis o Cordeiro de
˜ ˜ ˜
Deus!” (Joao 1:35, 36, 40) Depois dessa ocasiao, Joao,
´
filho de Zebedeu, pelo visto acompanhou Jesus ate
´ ˜
Cana, onde testemunhou o Seu primeiro milagre. (Joao
´
2:1-11) A forma vıvida e a riqueza em detalhes com que
˜
Joao descreve as atividades posteriores de Jesus em Je-
´ ´
rusalem, Samaria e na Galileia indicam que ele tambem
˜ ˜
testemunhou esses eventos. A prontidao com que Joao
´
— assim como Tiago, Pedro e Andre — abandonou
suas redes de pesca, seu barco e seu meio de vida quan-
do Jesus o convidou a ser Seu seguidor comprova sua
´
fe. — Mat. 4:18-22.
ˆ
56 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ ˜
Nos Evangelhos, Joao nao se destaca tanto quanto
˜ ´
Pedro. Mas Joao tamb em tinha uma personalidade for-
te, como indica o sobrenome que Jesus deu a ele e a
˜
seu irmao Tiago — Boanerges, que significa “Filhos do
˜ ˜
Trovao”. (Mar. 3:17) No começo, Joao queria muito ter
˜
destaque, tanto que ele e seu irmao fizeram com que
˜ ˜
sua mae pedisse a Jesus que lhes desse posiçoes privi-
´
legiadas em seu Reino. Embora esse desejo fosse egoıs-
´ ˆ ´
ta, tamb em era evidencia de sua fe em que o Reino era
˜ ˜
uma realidade. A ambiçao desses dois irmaos deu a Je-
´
sus a chance de aconselhar todos os seus ap ostolos so-
bre a necessidade de demonstrar humildade. — Mat.
20:20-28.
˜
Joao manifestou sua forte personalidade quando ten-
ˆ
tou impedir que certo homem expulsasse demonios em
˜
nome de Jesus, visto que esse homem nao era um dos
˜
Seus seguidores. Em outra ocasiao, Jesus enviou men-
sageiros a uma aldeia samaritana a fim de fazer alguns
preparativos para ele. Visto que as pessoas ali se recu-
˜
saram a receber Jesus, Joao estava pronto para pedir
´
fogo do ceu para destruir os habitantes daquela aldeia.
Por causa de atitudes como essas, Jesus repreendeu
˜ ˜
Joao. Tudo indica que, com o tempo, Joao passou a ser
mais equilibrado e misericordioso, qualidades que an-
tes aparentemente lhe faltavam. (Luc. 9:49-56) Apesar
´ ˜ ´
de suas falhas, porem, Joao era “o discıpulo a quem Je-
sus amava”. Por isso, quando estava para morrer, Jesus
˜ ˜ ˜
confiou sua mae, Maria, aos cuidados de Joao. — Joao
19:26, 27; 21:7, 20, 24.
˜
Os furiosos opositores jogaram Pedro e Joao na pri-
10
˜ ` ´
sao e os levaram a força ate o supremo tribunal judaico
no dia seguinte. Do ponto de vista daqueles governantes
˜
arrogantes, Pedro e Joao eram “homens indoutos e co-
˜
muns” e nao tinham o direito de ensinar no templo. Eles
ˆ
60 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
nao tinham estudado em nenhuma escola religiosa reco-
˜
nhecida. No entanto, seu destemor e sua convicç ao dei-
˜
xaram o tribunal admirado. Como Pedro e Joao conse-
˜ ˜
guiam falar tao bem? Uma das razoes era que eles
“costumavam estar com Jesus”. (Atos 4:13) Seu Mestre
˜
os havia ensinado com verdadeira autoridade, nao como
os escribas. — Mat. 7:28, 29.
´
11 O tribunal ordenou que os ap ostolos parassem de
pregar. Naquela sociedade, as ordens do tribunal tinham
muito peso. Apenas algumas semanas antes, esse mesmo
tribunal havia declarado que Jesus merecia a morte.
˜ ˜
(Mat. 26:59-66) Ainda assim, Pedro e Joao nao se senti-
ram intimidados. Diante daqueles homens ricos, bem-
´ ˜
instruıdos e influentes, Pedro e Joao destemidamente,
´ `
mas com respeito, disseram: “Se e justo, a vista de Deus,
´ ´
escutar antes a vos do que a Deus, julgai-o vos mesmos.
´ ˜
Mas, quanto a nos, nao podemos parar de falar das coi-
sas que vimos e ouvimos.” — Atos 4:19, 20.
12 Voc eˆ tamb em
´
tem esse tipo de coragem? Como se
sente quando tem a oportunidade de dar testemunho aos
´
ricos, aos bem-instruıdos e aos influentes na sua locali-
dade? E quando familiares, colegas de escola ou de traba-
lho o ridicularizam por causa de suas crenças? Sente-se
˜
12. O que pode ajudar-nos a desenvolver coragem e convic ç ao?
“HOMENS INDOUTOS E COMUNS” 61
ˆ
intimidado? Em caso afirmativo, voc e pode superar es-
ses sentimentos. Quando esteve na Terra, Jesus ensinou
´
os ap ostolos a defender suas crenças com confiança e res-
peito. (Mat. 10:11-18) Depois de ser ressuscitado, Jesus
´
prometeu a seus discıpulos que continuaria com eles “to-
´ ` ˜
dos os dias, ate a terminaç ao do sistema de coisas”. (Mat.
˜
28:20) Sob a orientaç ao de Jesus, “o escravo fiel e discre-
to” nos ensina a defender nossas crenças. (Mat. 24:45-47;
´ ˜
1 Ped. 3:15) Isso e feito por meio de instruç oes recebidas
˜
nas reunioes congregacionais, como a Escola do Minis-
´ ´ ˜ ´
terio Teocratico, e de publicaç oes baseadas na Bıblia,
´ ` ´
como o livro Raciocınios a Base das Escrituras. Sera que
˜
estamos fazendo bom uso dessas provisoes? Se fizermos
˜ ˜
isso, nossa coragem e convicç ao vao aumentar. E, como
´ ˜
os ap ostolos, nao permitiremos que nada nos impe ça de
falar das maravilhosas verdades espirituais ‘que vimos e
ouvimos’.
“Elevaram . . . as suas vozes a Deus” (Atos 4:23-31)
13 Imediatamente depois de serem soltos da prisao, ˜
Pe-
˜
dro e Joao reuniram-se com os outros membros da con-
˜
gregaç ao. Juntos, eles “elevaram . . . as suas vozes a Deus”
e oraram pedindo coragem para continuar a pregar.
(Atos 4:24) Pedro estava bem ciente da tolice de confiar
˜ ˆ
13, 14. O que devemos fazer quando enfrentamos oposi ç ao, e por qu e?
ˆ
62 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
nas proprias forças ao tentar fazer a vontade de Deus.
Apenas algumas semanas antes, com excesso de confian-
ça, ele havia dito a Jesus: “Ainda que todos os outros tro-
˜
pecem em conexao contigo, eu nunca trope çarei!” Mas,
como Jesus predisse, Pedro logo cedeu ao medo do ho-
mem e negou seu amigo e instrutor. No entanto, Pedro
aprendeu de seu erro. — Mat. 26:33, 34, 69-75.
14 Para cumprir sua comissao ˜
de ser testemunha de
ˆ
Cristo, voc e precisa ter mais do que apenas determina-
˜ ´
ç ao. Quando opositores tentarem destruir sua fe ou im-
˜
pedi-lo de pregar, siga o exemplo de Pedro e Joao. Ore a
´ ˜
Jeova pedindo forças. Busque o apoio da congregaç ao.
˜ ˜
Diga aos anciaos e a outros cristaos maduros as dificul-
ˆ ˜ ˜
dades que voc e enfrenta. As oraç oes de nossos irmaos
´
podem nos dar forças para perseverar. — Efe. 6:18; Tia.
5:16.
15 Se alguma vez voc eˆ cedeu a` pressao ˜
e parou de pre-
˜
gar por um tempo, nao fique desanimado. Lembre-se de
´ ´
que todos os ap ostolos pararam de pregar por um perıo-
do depois da morte de Jesus, mas logo ficaram ativos no-
vamente. (Mat. 26:56; 28:10, 16-20) Em vez de permitir
´
que erros passados o desanimem, sera que pode aprender
desses erros e usar o que aprendeu para fortalecer outros?
˜
15. Por que os que talvez tenham parado de pregar por um tempo n ao
devem ficar desanimados?
“HOMENS INDOUTOS E COMUNS” 63
16Pelo que devemos orar quando autoridades nos opri-
´ ˜
mem? Observe que os discıpulos nao pediram para ser
˜
poupados das provaç oes. Eles se lembravam muito bem
˜
da declaraç ao de Jesus: “Se me perseguiram a mim, per-
˜ ´ ´ ˜
seguirao tamb em a vos.” (Joao 15:20) Em vez disso, es-
´ ´ ˜ `
ses leais discıpulos pediram que Jeova ‘desse atenç ao’ as
ameaças dos opositores. (Atos 4:29) Fica evidente que os
´ ´ ˜
discıpulos enxergavam alem das provaç oes, reconhecen-
˜
do que a perseguiç ao que enfrentavam era, na verdade,
cumprimento de profecia. Eles sabiam que, conforme Je-
sus os havia ensinado a orar, a vontade de Deus seria ‘rea-
lizada na terra’ independentemente do que meros gover-
nantes humanos pudessem dizer. — Mat. 6:9, 10.
´
17 A fim de fazerem a vontade de Deus, os discıpulos
´ ´
Embora a Judeia fosse uma provıncia do Imp erio
Romano, Roma permitia que os judeus preservassem
´ ˜
suas proprias tradiçoes e tivessem certa autonomia.
Crimes menores e casos civis eram julgados por
˜
tribunais locais, mas as questoes que esses tribunais
˜ ´
nao podiam decidir eram encaminhadas ao Sinedrio,
´ ´ ´
tamb em chamado Grande Sinedrio, em Jerusalem.
´
O Sinedrio funcionava como supremo tribunal
judaico e como conselho administrativo nacional.
´ ` ˜
Tamb em dava a palavra final quanto a interpretaçao
da lei judaica, e sua autoridade era respeitada pelos
judeus em toda a parte.
´ ˆ ˜
O Sinedrio reunia-se na camara de decisao, que
´
provavelmente se localizava na area do templo ou
˜
nas suas imediaçoes. O conselho era formado por
71 membros: o sumo sacerdote, que era o presidente;
outros nobres sacerdotais, incluindo os saduceus;
˜
aristocratas leigos e escribas cultos. As decisoes desse
tribunal eram definitivas.
˜
“Nao podemos parar de falar das coisas que vimos e ou-
˜
vimos.” (Atos 4:20) Depois dessa situaç ao tensa com
´ ˜ ´
o Sinedrio, Pedro, Joao e os outros ap ostolos conti-
´
nuaram a pregar no templo. Os ap ostolos realizaram
“TEMOS DE OBEDECER A DEUS COMO GOVERNANTE” 69
ˆ
grandes sinais, como curar doentes e expulsar demo-
˜
nios. Eles fizeram isso “na colunata de Salomao”, uma
´
grande area coberta do lado leste do templo onde mui-
´
tos judeus costumavam reunir-se. Pelo visto, ate mesmo
a sombra de Pedro curava as pessoas! Muitos que foram
´
curados em sentido fısico aceitaram a mensagem de
cura espiritual. Em resultado disso, “os crentes no Se-
˜
nhor continuavam a ser acrescidos, multidoes deles,
tanto de homens como de mulheres”. — Atos 5:12-15.
´
5 Caifas `
e os saduceus, membros da seita religiosa a
´ ´
qual Caifas pertencia, ficaram “cheios de ciume” e or-
´ ˜
denaram que os ap ostolos fossem jogados na prisao.
(Atos 5:17, 18) Por que os saduceus estavam furiosos?
´
Os ap ostolos ensinavam que Jesus tinha sido ressusci-
˜ ˜
tado, mas os saduceus nao acreditavam na ressurreiç ao.
´ ´
Os ap ostolos diziam que apenas por exercer fe em Je-
´ ´
sus alguem poderia ser salvo; j a os saduceus temiam
´
uma represalia de Roma se as pessoas passassem a en-
´ ˜ ˜ ´
carar Jesus como lıder. (Joao 11:48) Nao e de admirar
que os saduceus estivessem decididos a silenciar os
´
ap ostolos.
6 Hoje tamb em ´
os principais fomentadores de perse-
˜ ˜
6. Quem s ao os principais fomentadores de persegui ç ao contra os ser-
´ ˜
vos de Jeova hoje, e por que n ao devemos ficar surpresos com isso?
ˆ
70 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ ´ ˜
guiç ao contra os servos de Jeova sao opositores religio-
ˆ
sos. Eles muitas vezes tentam usar sua influencia na po-
´ ´ ˜ ´
lıtica e na mıdia para silenciar nossa pregaç ao. Sera que
´ ˜
deverıamos ficar surpresos com isso? Nao. Nossa men-
˜ ˜
sagem exp oe a religiao falsa. Por aceitarem as verdades
´ ˜
da Bıblia, pessoas sinceras sao libertadas de crenças e
´ ´ ˜ ´ ˜
praticas antibıblicas. (Joao 8:32) E de estranhar entao
´
que nossa mensagem muitas vezes leve lıderes religio-
´ ´
sos a ficar cheios de odio e ciume?
7 Enquanto aguardavam na prisao ˜ ´
seu julgamento, e
´ ´
possıvel que os ap ostolos se perguntassem se estavam
´ ` ˜
para sofrer martırio as maos dos seus inimigos. (Mat.
24:9) Mas, durante a noite, aconteceu algo surpreenden-
´ ˜
te: “O anjo de Jeova abriu as portas da prisao.”1 (Atos
˜ ˜ ´
5:19) O anjo deu-lhes entao uma orientaç ao especıfica:
˜
‘Tomem posiç ao no templo e persistam em falar.’ (Atos
´ ´
5:20) Essa ordem sem duvida assegurou os ap ostolos de
que eles estavam fazendo o que era certo. As palavras
´ ˆ
do anjo tamb em devem te-los encorajado a permanecer
firmes independentemente do que acontecesse. Com
´ ˆ
1 Essa e a primeira das cerca de
ˆ 20 referencias
˜ diretas a anjos no
livro de Atos. Antes dessa ocorrencia, anjos sao indiretamente men-
cionados em Atos 1:10 como “homens em roupas brancas”.
´ ´
7, 8. Que efeito a ordem do anjo sem d uvida teve sobre os ap ostolos, e
´
o que far ıamos bem em nos perguntar?
“TEMOS DE OBEDECER A DEUS COMO GOVERNANTE” 71
´ ´
forte fe e coragem, os ap ostolos “entraram no templo
de madrugada e come çaram a ensinar”. — Atos 5:21.
8 Cada um de nos ´ ´
faria bem em se perguntar: ‘Sera
´ ´
que eu teria a fe e a coragem necessarias para continuar
ˆ
a pregar em circunstancias similares?’ Podemos nos sen-
tir encorajados por saber que a obra vital de ‘dar teste-
munho cabal a respeito do reino de Deus’ tem apoio e
˜ ´
orientaç ao angelica. — Atos 28:23; Rev. 14:6, 7.
“Temos de obedecer a Deus como governante
antes que aos homens”
(Atos 5:21b-33)
´
9 Caifas ´ ´
e os outros juızes do Sinedrio agora estavam
´
prontos para cuidar do caso dos ap ostolos. Sem saber
˜
do que tinha acontecido na prisao, o tribunal mandou
que guardas fossem buscar os prisioneiros. Imagine a
´
surpresa dos guardas quando viram que os ap ostolos
˜ ˜
nao estavam na prisao, embora ela estivesse “fechada
`
com toda a segurança e [com] os guardas postos as por-
˜
tas”. (Atos 5:23) Logo o capitao do templo ficou saben-
´
do que os ap ostolos estavam de novo no templo, dando
testemunho sobre Jesus Cristo — o mesmo motivo pelo
˜
qual haviam sido presos! O capitao e os guardas foram
´ ` ´
9-11. Como os ap ostolos reagiram a ordem do Sin edrio de parar de pre-
˜
gar, e como isso estabeleceu um modelo para os crist aos verdadeiros?
ˆ
72 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
imediatamente ao templo para capturar os prisioneiros
´ ´ ´
e escolta-los ate o Sinedrio.
´
10 Conforme descrito no inıcio ´
deste capıtulo, os fu-
´ ´
riosos lıderes religiosos deixaram claro que os ap osto-
´
los tinham de parar de pregar. Como os ap ostolos rea-
giram? Agindo como porta-voz, Pedro respondeu com
coragem: “Temos de obedecer a Deus como governan-
te antes que aos homens.” (Atos 5:29) Desse modo, os
´
ap ostolos estabeleceram um modelo para todos os cris-
˜
taos verdadeiros. Os governantes humanos perdem o di-
` ˆ ´
reito a obediencia quando proıbem o que Deus requer
´ ˜
ou exigem o que Deus proıbe. Entao, em nossos dias, o
´
que faremos caso as “autoridades superiores” proıbam
˜ ˜
a pregaç ao das boas novas? Nao poderemos deixar de
˜
cumprir nossa designaç ao dada por Deus. (Rom. 13:1)
Assim, encontraremos maneiras discretas de continuar
dando testemunho cabal sobre o Reino de Deus.
˜
11 Nao ´ ˜
e de surpreender que a reaç ao corajosa dos
´ ´
ap ostolos tenha levado aqueles juızes frustrados a ficar
´
ainda mais furiosos e querer ‘eliminar’ os ap ostolos.
´
(Atos 5:33) O martırio parecia certo para aquelas teste-
munhas destemidas e zelosas. Mas eles receberiam aju-
da de uma fonte totalmente inesperada.
“TEMOS DE OBEDECER A DEUS COMO GOVERNANTE” 73
˜ ´
“N ao podereis derrub a-los” (Atos 5:34-42)
12 Gamaliel, “instrutor da Lei, estimado por todo o
´
Hoje, assim como no passado, Jeova pode fazer com
13
´
Apesar de o Sinedrio ter proibido a atividade de
˜ ´
pregaçao dos discıpulos, eles continuaram a pregar e
ensinar “cada dia, no templo e de casa em casa”. (Atos
5:42) O que exatamente significa “de casa em casa”?
´
No grego original, a frase kat·oı·kon literalmente
significa “segundo [a] casa”. Muitos tradutores
´
dizem que a palavra ka·ta deve ser entendida
˜
no sentido “distributivo”, ou seja, a pregaçao dos
´ ´
discıpulos era “distribuıda” pelas casas. Um uso
´
parecido da palavra ka·ta ocorre em Lucas 8:1, onde
diz que Jesus pregou “de cidade em cidade e de aldeia
em aldeia”.
´ ´
O plural, kat·oı·kous, e usado em Atos 20:20.
´ ˜
O ap ostolo Paulo disse a superintendentes cristaos:
˜
“Nao me refreei de . . . vos ensinar publicamente e
˜
de casa em casa.” Que Paulo nao se referia
˜
simplesmente a ensinar na casa de anciaos, como
´ ´
alguns sugerem, e indicado no versıculo seguinte:
“Mas, eu dei cabalmente testemunho, tanto a
judeus como a gregos, do arrependimento para
´
com Deus e da fe em nosso Senhor Jesus.” (Atos
˜ ´
20:21) Companheiros de adoraç ao j a haviam se
´
arrependido e depositado fe em Jesus. Fica claro
˜ ˜
entao que a pregaçao e o ensino de casa em casa
˜
tinha a ver com dar testemunho aos que nao eram
˜
cristaos.
ˆ
78 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´ ´ ´
novas. Sera que Jeova esta abençoando nosso ministe-
˜ ´
rio de casa em casa? Com certeza! Milhoes j a aceitaram
a mensagem do Reino neste tempo do fim, e muitos ou-
viram as boas novas pela primeira vez quando uma Tes-
´
temunha de Jeova bateu na sua porta.
Homens qualificados para cuidar de uma
ˆ ´
“incumb encia necess aria” (Atos 6:1-6)
´
17 A rec em-formada ˜
congregaç ao enfrentava agora um
˜
perigo sutil que surgiu dentro da congregaç ao. Do que
´
se tratava? Muitos dos discıpulos que estavam sendo ba-
˜ ´
tizados nao eram de Jerusalem e queriam aprender mais
antes de voltar para casa. Essas pessoas precisavam de
´
comida e outros suprimentos, de modo que os discıpu-
los voluntariamente doaram dinheiro para atender a es-
sas necessidades. (Atos 2:44-46; 4:34-37) Com isso, sur-
˜ ˜ ´
giu uma situaç ao delicada. “Na distribuiç ao diaria” de
´
alimentos, as viuvas que falavam grego “estavam sendo
˜
passadas por alto”. (Atos 6:1) Mas isso nao acontecia
˜
com as que falavam hebraico. Parece, entao, que o pro-
˜ ˜ ˆ
blema envolvia discriminaç ao. Poucas questoes tem tan-
˜
to potencial para causar divisao.
´
18 Os ap ostolos, atuando como corpo governante da
˜ ˜ ´
17-19. Que quest ao surgiu que poderia causar divis ao, e o que os ap os-
tolos fizeram para resolver esse problema?
“TEMOS DE OBEDECER A DEUS COMO GOVERNANTE” 79
˜ ˜ ´
crescente congregaç ao, reconheceram que nao seria sa-
bio eles ‘deixarem a palavra de Deus para distribuir co-
mida’. (Atos 6:2) Para resolver esse assunto, eles orien-
´
taram os discıpulos a procurar sete homens “cheios de
´
espırito e de sabedoria” a quem eles pudessem designar
ˆ ´
para cuidar dessa “incumb encia necessaria”. (Atos 6:3)
Era preciso usar homens qualificados porque aquela ta-
˜
refa envolvia nao apenas distribuir alimentos, mas tam-
´
b em lidar com dinheiro, fazer compras e manter regis-
tros exatos. Todos os homens escolhidos tinham nome
´
grego, o que talvez tenha ajudado as viuvas prejudica-
das a ter mais confiança neles. Depois de considerarem
˜ ˜ ´
as recomendaç oes com oraç ao, os ap ostolos designa-
ˆ
ram os sete homens para cuidar dessa “incumb encia ne-
´
cessaria”.1
19 Sera´ que cuidar da distribuiç ao
˜
de alimentos signi-
ficava que aqueles sete homens designados estavam
agora isentos da responsabilidade de pregar as boas no-
˜
vas? Definitivamente nao! Um desses homens escolhi-
ˆ ˜
dos foi Estevao, que se mostraria uma testemunha co-
´
rajosa e determinada. (Atos 6:8-10) Filipe tamb em foi
˜ ´
1 Esses homens˜ provavelmente satisfaziam ˆ as qualificaç´ oes basicas
para um anci
´ ao, pois cuidar dessa “incumb
˜ encia necessaria” ˜ era um
assunto serio. Mas as Escrituras nao indicam˜ com exatid ao quando
homens come ˜ çaram
˜ a ser designados anci aos ou superintendentes da
congregaç ao crista.
ˆ
80 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
um dos sete e e chamado de “o evangelizador”. (Atos
˜
21:8) Fica evidente entao que os sete homens continua-
ram a ser zelosos pregadores do Reino.
20 O povo de Jeova´ hoje segue o procedimento adota-
´
do pelos ap ostolos. Homens recomendados para cuidar
ˆ
de responsabilidades congregacionais tem de manifes-
ˆ ´
tar sabedoria divina e dar evidencias de que o espırito
˜
santo age sobre eles. Sob a orientaç ao do Corpo Gover-
´ ˜
nante, homens que preenchem os requisitos bıblicos sao
˜
designados para servir como anciaos ou servos ministe-
˜
riais nas congregaç oes.1 (1 Tim. 3:1-9, 12, 13) Pode-se
˜
dizer que os que preenchem as qualificaç oes foram de-
´
signados pelo espırito santo. Esses homens diligentes
ˆ ´
cuidam de muitas ‘incumb encias necessarias’. Por exem-
˜ ´ ´
plo, anciaos podem providenciar ajuda pratica para fieis
˜
irmaos idosos com reais necessidades. (Tia. 1:27) Al-
˜ ˜
guns anciaos se empenham em construir Saloes do Rei-
´
no, organizar congressos ou visitar medicos e hospitais
` ˜
para tratar de assuntos relacionados a questao do san-
gue. Servos ministeriais cuidam de muitas tarefas que
˜
nao envolvem diretamente pastoreio ou ensino. Todos
˜
1 Embora a congrega˜ ç ao tenha recomendado´ os sete homens quali-
ficados, a designaçao em si foi feita pelos ap ostolos.
´
20. Como o povo de Deus hoje segue o procedimento apost olico?
“TEMOS DE OBEDECER A DEUS COMO GOVERNANTE” 81
esses homens qualificados precisam equilibrar suas res-
ponsabilidades congregacionais e organizacionais com
˜
a designaç ao dada por Deus de pregar as boas novas do
Reino. — 1 Cor. 9:16.
“A palavra de Deus crescia” (Atos 6:7)
21 Com o apoio de Jeova, ´ ´
a rec em-formada congrega-
˜ ` ˜
ç ao sobreviveu a perseguiç ao externa e evitou um pro-
˜ ˆ ˜
blema interno que poderia causar divisoes. A b enç ao de
´
Jeova era evidente, pois lemos: “A palavra de Deus cres-
´ ´
cia e o numero dos discıpulos multiplicava-se grande-
´ ˜
mente em Jerusalem; e uma grande multidao de sacer-
` ´ ´
dotes come çou a ser obediente a fe.” (Atos 6:7) Esse e
´ ´
apenas um de varios relatorios do progresso da obra en-
contrados no livro de Atos. (Atos 9:31; 12:24; 16:5; 19:20;
´
28:31) Nos nossos dias, ouvir relatorios sobre o progres-
˜
so da obra de pregaç ao do Reino em outras partes do
´
mundo nos da muito encorajamento.
22 La´ no primeiro s eculo
´ ´
EC, os enfurecidos lıderes re-
˜ ˜
ligiosos nao tinham a menor intenç ao de desistir da luta
´ ˜
contra os discıpulos. Uma onda de perseguiç ao estava
ˆ ˜
prestes a come çar. Logo, Estevao seria o alvo de violen-
˜ ´ ´
ta oposiç ao, conforme veremos no proximo capıtulo.
´ ´
21, 22. O que mostra que Jeova aben çoava a rec em-formada congrega-
˜
ç ao?
ˆ
82 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
S E Ç AO 2 ˙ ATO S 6:8–9:43
“LEVANTOU-SE ˜ GRANDE
PERSEGUI Ç AO CONTRA
˜
A CONGREGAÇ AO”
ATO S 8:1
´ ˜ ´
Sera que os cristaos do primeiro seculo permiti-
˜
ram que a crescente oposiçao os impedisse de dar
testemunho sobre o Reino de Deus? Muito pelo
´ ˜
contrario. Nesta seçao, veremos que a feroz perse-
˜ ˜
guiçao na verdade resultou na expansao da obra
˜
de pregaçao.
´
CAPITULO 6
ˆ ˜
Estevao
— “cheio de gra ça e de poder”
O que aprendemos do testemunho corajoso
ˆ ˜ ´
de Est ev ao perante o Sin edrio
Baseado em Atos 6:8–8:3
ˆ ˜ ´
ESTEVAO esta diante do tribunal. Numa sala impo-
´
nente, provavelmente perto do templo em Jerusalem,
˜
71 homens estao sentados em cadeiras dispostas em um
´ ´ ´
grande semicırculo. Esse tribunal, o Sinedrio, esta reu-
ˆ ˜ ´ ˜
nido para julgar Estevao. Os juızes sao homens pode-
˜
rosos e influentes, e a grande maioria deles nao tem ne-
´
nhum respeito por esse discıpulo de Jesus. De fato,
quem convocou o tribunal foi o Sumo Sacerdote Cai-
´ ´
fas, o mesmo que presidia o Sinedrio quando esse su-
`
premo tribunal judaico condenou Jesus Cristo a morte
´ ˆ ˜ ´
alguns meses antes. Sera que Estevao esta assustado?
2 Ha´ algo notavel ´ ˆ ˜
no semblante de Estevao nesse mo-
´
mento. Os juızes olham fixamente para ele e veem que
´
seu rosto e “como o rosto dum anjo”. (Atos 6:15) Os
´
anjos transmitem mensagens de Jeova Deus e por isso
ˆ ˜ ´ ˜ ´
1-3. (a) Est evao est a diante de que situa ç ao assustadora, mas qual e a
˜
sua rea ç ao? (b) Que perguntas vamos considerar?
ˆ
84 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
ˆ
tem motivos para serem destemidos, serenos e tranqui-
ˆ ˜ ´
los. O mesmo acontece com Estevao — ate mesmo
´ ´
aqueles juızes cheios de odio podem perceber isso.
˜
Como ele pode estar tao calmo?
˜
3
Como cristaos, podemos aprender muito da respos-
´
ta a essa pergunta. Tamb em precisamos saber o que
ˆ ˜
exatamente levou Estevao a esse momento decisivo.
´ ´
Como ele ja havia defendido sua fe? E de que maneiras
´
podemos imita-lo?
“Ati çaram o povo” (Atos 6:8-15)
´ ˆ ˜
4
Ja vimos que Estevao era muito valioso para a re-
´ ˜ ˜ ´
c em-formada congregaç ao crista. No capıtulo anterior
deste livro, vimos que ele foi um dos sete homens hu-
´
mildes que prontamente aceitaram dos ap ostolos a de-
˜
signaç ao de prestar ajuda. E sua humildade nos impres-
siona ainda mais quando lembramos dos dons que esse
´
homem recebeu de Jeova. Em Atos 6:8, lemos que ele
tinha recebido poder para realizar “grandes portentos
´
e sinais”, assim como alguns dos ap ostolos, e que era
“cheio de graça e de poder”. O que isso quer dizer?
5 Estev ˆ ˜
ao pelo visto lidava com as pessoas de modo
bondoso, gentil e cativante. Pelo seu modo de falar, ele
ˆ ˜ ˜
4, 5. (a) Por que Est evao era muito valioso para a congrega ç ao? (b) Em
ˆ ˜
que sentido Est evao era “cheio de gra ça e de poder”?
ˆ ˜
ESTEVAO — “CHEIO DE GRAÇA E DE PODER” 85
conquistava a confiança dos seus ouvintes. Muitos de-
les ficavam convencidos que ele era sincero e que as
ˆ ˜
verdades que ensinava lhes seriam proveitosas. Estevao
´ ´
era cheio de poder porque o espırito de Jeova atuava
sobre ele. Isso mostra que ele humildemente se deixa-
´
va guiar por esse espırito. Em vez de se vangloriar de
seus dons e habilidades, ele direcionava todo o louvor
´ ´
a Jeova e mostrava genuıno interesse pelas pessoas
˜ ´
com quem falava. Nao e de admirar que seus inimigos
o considerassem uma ameaça!
˜ ´
6
Em certa ocasiao, varios homens discutiram com
ˆ ˜ ˜ `
Estevao, mas ‘nao puderam fazer face a sabedoria e ao
´
espırito com que ele falava’.1 Frustrados, eles ‘secreta-
˜
mente induziram’ alguns homens a levantar acusaç oes
´
contra esse inocente seguidor de Cristo. Eles tamb em
˜
“atiçaram o povo”, bem como os anciaos e os escribas,
ˆ ˜ ` ´
de modo que Estevao foi levado a força ao Sinedrio.
(Atos 6:9-12) Os inimigos o acusaram de duas coisas:
`
1 Alguns desses inimigos pertenciam a “Sinagoga dos Libertos”.
Pode ser que eles tivessem sido capturados pelos romanos e liberta-
dos mais tarde,´ ou talvez fossem escravos
´ libertos que se tinham
tornado proselitos.˜ Alguns eram da Cilıcia, assim como era Saulo de
Tarso. ˜ O relato nao revela se Saulo ˆ estava
˜ entre aqueles cilicianos
que nao eram capazes de refutar Estevao.
˜ ˆ ˜
6-8. (a) Que duas acusa ç oes os inimigos de Est evao levantaram contra
ˆ ˆ ˜ ´
ele, e por qu e? (b) Por que o exemplo de Est evao e de ajuda para os cris-
˜
t aos de hoje?
ˆ
86 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
blasfemar a Deus e blasfemar a Moises. De que manei-
ra ele teria feito essas coisas?
ˆ ˜
7
Os falsos acusadores diziam que Estevao tinha blas-
femado a Deus por ter falado contra ‘esse santo lugar’
´ ´
— o templo em Jerusalem. (Atos 6:13) Diziam tamb em
´
que ele tinha blasfemado a Moises por ter falado con-
tra a Lei mosaica, mudando costumes transmitidos por
´ ˜ ´
Moises. Essa era uma acusaç ao muito seria, visto que
´ ˆ
os judeus da epoca davam grande importancia ao tem-
` ˜
plo, aos detalhes da Lei mosaica e as muitas tradiç oes
orais que eles haviam acrescentado a essa Lei. Sendo
˜ ˆ ˜
assim, a acusaç ao significava que Estevao era um ho-
mem perigoso que merecia a morte.
8 Infelizmente, e´ comum pessoas religiosas usarem
´
taticas similares para causar problemas aos servos de
`
Deus. Mesmo hoje, opositores religiosos as vezes insti-
´ ´
gam lıderes polıticos a perseguir as Testemunhas de
´
Jeova. Como devemos reagir quando somos confron-
˜
tados com acusaç oes falsas ou distorcidas? Podemos
ˆ ˜
aprender muito do exemplo de Estevao.
´
Um testemunho corajoso sobre “o Deus da gl oria”
(Atos 7:1-53)
9 Conforme mencionado no inıcio ´ ´
deste capıtulo, ao
˜ ´ ˆ ˜
9, 10. Que afirma ç ao alguns cr ıticos fazem sobre o discurso de Est evao
´
diante do Sin edrio, e o que precisamos ter em mente?
ˆ ˜
ESTEVAO — “CHEIO DE GRAÇA E DE PODER” 87
ˆ ˜
ser acusado, Estevao permaneceu com o semblante se-
´ ˜
reno, como o de um anjo. Caifas virou-se entao para
˜
ele e perguntou: “S ao assim estas coisas?” (Atos 7:1)
ˆ ˜
Era a vez de Estevao falar. E foi exatamente isso que
ele fez!
´ ˆ ˜
10
Alguns crıticos atacam o discurso de Estevao, afir-
˜ ˜
mando que, apesar de sua extensao, nao responde nem
` ˜
mesmo as acusaç oes levantadas contra ele. Na verdade,
´ ˆ ˜
porem, Estevao nos deu um excelente exemplo de como
“fazer uma defesa” das boas novas. (1 Ped. 3:15) Tenha
ˆ ˜
em mente que Estevao foi acusado de blasfemar a Deus
´
por difamar o templo, e de blasfemar a Moises por fa-
ˆ ˜ ´
lar contra a Lei. A defesa de Estevao e um resumo de
ˆ ´ ´
tres perıodos da historia de Israel e enfatiza cuidado-
´
samente certos pontos especıficos. Vamos considerar
´
cada um desses perıodos.
ˆ ˜
11
A era dos patriarcas. (Atos 7:1-16) Estevao come çou
˜
falando sobre Abraao, a quem os judeus respeitavam
´
por sua fe. Ao estabelecer esse ponto em comum, Es-
ˆ ˜ ´ ´
tevao enfatizou que Jeova, “o Deus da gloria”, apare-
˜ ˆ
ceu pela primeira vez a Abraao na Mesopotamia. (Atos
7:2) Na verdade, aquele homem era residente forastei-
˜ ˜
ro na Terra Prometida. Abraao nao tinha nem um tem-
ˆ ˜ ˜
11, 12. (a) Como Est evao fez bom uso do exemplo de Abra ao? (b) Por
´ ˆ ˜
que o exemplo de Jos e era relevante para o discurso de Est evao?
ˆ
88 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ ´
plo nem a Lei mosaica. Como entao poderia alguem in-
sistir que a fidelidade a Deus deve sempre depender de
coisas desse tipo?
´ ˜ ´
12
Jose, descendente de Abraao, tamb em era muito es-
ˆ ˜ ˆ ˜
timado pelos ouvintes de Estevao, mas Estevao os lem-
´ ˜ ´
brou de que os proprios irmaos de Jose, pais das tribos
de Israel, perseguiram aquele homem justo e o vende-
ram como escravo. Apesar disso, Deus o usou para sal-
´ ˆ ˜
var Israel da fome. Sem duvida, Estevao via as claras si-
´
milaridades entre Jose e Jesus Cristo, mas evitou fazer
˜
logo essa comparaç ao para que seus ouvintes conti-
´ ´ ´
nuassem a escuta-lo o maximo de tempo possıvel.
´ ˆ ˜
13 O tempo de Moises. (Atos 7:17-43) Estevao falou bas-
´ ´
tante sobre Moises, o que foi sabio visto que muitos
´
dos membros do Sinedrio eram saduceus, que rejeita-
´ ˜
vam todos os livros da Bıblia que nao tivessem sido es-
´ ´ ˆ ˜
critos por Moises. Lembre-se tamb em de que Estevao
´
havia sido acusado de blasfemar a Moises. As palavras
ˆ ˜ ˜
de Estevao foram uma resposta direta a essa acusaç ao,
pois mostraram que ele tinha grande respeito por Moi-
´ ˆ ˜ ´
ses e pela Lei. (Atos 7:38) Estevao destacou que Moises
´ ˜
tamb em teve de enfrentar rejeiç ao da parte daqueles
´ ´ ` ˜
13. Como a an alise do exemplo de Mois es respondeu as acusa ç oes fei-
ˆ ˜
tas contra Est evao, e que tema isso ajudou a desenvolver?
ˆ ˜
ESTEVAO — “CHEIO DE GRAÇA E DE PODER” 89
´
“M ARTIR” — EM QUE SENTID O?
´
A palavra portuguesa “martir” deriva do termo grego
´ ´
m ar·tys, que significa “testemunha”, ou seja, alguem que
observa um ato ou um evento. Mas a palavra grega
´
significa mais do que isso. Conforme um lexico grego,
´ ´ ´ ´
na Bıblia, a pessoa que e m ar·tys e “ativa” no sentido de
˜
que toma uma açao. Ela “tem o dever de contar o que
˜
viu e ouviu, declarar o que sabe”. Todos os cristaos
ˆ ˜
verdadeiros tem a obrigaçao de dar testemunho do que
´ ´
sabem sobre Jeova e seus prop ositos. (Luc. 24:48; Atos
ˆ ˜
1:8) As Escrituras chamam Estevao de “testemunha”
por ele ter falado sobre Jesus. — Atos 22:20.
˜
Para os cristaos, dar testemunho muitas vezes resulta
˜ ˜ ´
em oposiçao, prisao, espancamento e ate morte. Por
´ ´ ´
isso, desde o segundo seculo EC, “martir” tamb em
`
passou a referir-se a pessoa que sofre ´ essas
ˆ ` ´
consequencias em vez de renunciar a sua fe. E nesse
ˆ ˜
sentido que Estevao pode ser chamado de o primeiro
´ ˜
martir cristao. Mas, originalmente, a pessoa era
´ ˜
considerada “martir” nao porque houvesse morrido, mas
porque dava testemunho.
´
que tentou salvar. O povo rejeitou Moises quando ele
tinha 40 anos e, mais de 40 anos depois, desafiou sua
´ ˜ ˆ ˜
liderança em varias ocasioes.1 Estevao assim foi coe-
ˆ ˜ ´ ˜ ˜ ˜
1 O discurso de Estevao contem informa
´ ç oes que nao sao encontra- ˜
das´ em nenhum outro
´ lugar na B ıblia, como fatos sobre a educa ç ao
egıpcia que Moises recebeu, sua idade quando ˜ fugiu pela primeira
vez do Egito e quanto tempo ficou em Midia.
ˆ
90 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
rente ao desenvolver um tema importante: o povo de
´ ´
Deus vez ap os vez rejeitou aqueles a quem Jeova havia
´
designado para lidera-los.
ˆ ˜ ´
14
Estevao lembrou a seus ouvintes que Moises havia
´ ´
predito que um profeta semelhante ao proprio Moises
surgiria em Israel. Quem seria esse profeta, e como se-
ˆ ˜
ria recebido? Bem, Estevao deixou as respostas a essas
ˆ ˜
perguntas para o final de seu discurso. Antes, Estevao
´
destacou outro ponto importante: Moises havia apren-
dido que qualquer solo pode tornar-se santo, como no
´
caso do solo do arbusto ardente, onde Jeova havia fa-
˜ ´
lado com ele. Entao, sera que se pode limitar ou res-
˜ ´ ´
tringir a adoraç ao a Jeova a um unico local, como o
´
templo em Jerusalem? Vejamos.
´ ˆ ˜
15
O tabernaculo e o templo. (Atos 7:44-50) Estevao lem-
brou ao tribunal que, antes de haver qualquer templo
´ ´
em Jerusalem, Deus havia ordenado que Moises cons-
´ ´ ´
truısse um tabernaculo — uma estrutura movel para
˜
adoraç ao, parecida com uma tenda. Quem ousaria di-
´ ´
zer que o tabernaculo era inferior ao templo, ja que o
´
14. O uso do exemplo de Mois es apoiou que pontos do discurso de Es-
ˆ ˜
t evao?
´
15, 16. (a) Por que o tabern aculo era relevante para o argumento de Es-
ˆ ˜ ˆ ˜ ˜
t evao? (b) Por que Est evao mencionou o templo de Salom ao em seu
discurso?
ˆ ˜
ESTEVAO — “CHEIO DE GRAÇA E DE PODER” 91
´ ´ ˜ ´
proprio Moises havia prestado adoraç ao no taberna-
culo?
˜
Mais tarde, quando Salomao construiu o templo
16
´ ˜
em Jerusalem, ele foi inspirado a transmitir uma liç ao
˜ ˜ ˆ ˜
vital em sua oraç ao. Parafraseando Salomao, Estevao
´ ˜
explicou que “o Altıssimo nao mora em casas feitas por
˜ ˆ ´
maos”. (Atos 7:48; 2 Cro. 6:18) Jeova pode usar um tem-
´ ˜
plo para realizar seus prop ositos, mas ele nao depende
˜
disso. Por que, entao, deveriam seus adoradores achar
˜ ´
que a adoraç ao pura depende de um local construıdo
˜ ˆ ˜
por maos humanas? Estevao concluiu seu argumento
´ ´ ´
de forma poderosa, citando o livro de Isaıas: “O c eu e
´
o meu trono e a terra e o meu escabelo. Que sorte de
´ ´
casa construireis para mim? diz Jeova. Ou qual e o lu-
˜ ˜
gar para o meu descanso? Nao foi a minha mao que fez
todas essas coisas?” — Atos 7:49, 50; Isa. 66:1, 2.
17 Ao analisar o discurso de Estevˆ ˜ ´ ˜
ao ate aqui, nao
ˆ
concorda que ele exp os com habilidade a atitude erra-
´ ˜ ´ ´
da de seus acusadores? Ele mostrou que Jeova nao e rı-
˜ ´ ´
gido nem preso a tradiç oes, mas e flexıvel e com o
passar do tempo faz ajustes a fim de cumprir o seu pro-
ˆ ˜ ˆ
17. Como o discurso de Est evao (a) exp os a atitude errada de seus ou-
` ˜
vintes e (b) forneceu uma resposta as acusa ç oes contra ele?
ˆ
92 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ˆ `
p osito. Os que davam muita enfase aquele belo templo
´ ˜
em Jerusalem e aos costumes e tradiç oes que se desen-
volveram em torno da Lei mosaica desperceberam o
´
verdadeiro objetivo por tras da Lei e do templo. Indi-
ˆ ˜ `
retamente, o discurso de Estevao trouxe a tona a se-
´ ˜
guinte pergunta vital: Obedecer a Jeova nao seria a me-
lhor maneira de honrar a Lei e o templo? De fato, com
ˆ ˜
suas palavras, Estevao forneceu uma excelente defesa
˜ ´
de suas aç oes, pois ele havia obedecido a Jeova da me-
lhor maneira que podia.
ˆ ˜
18 O que aprendemos do discurso de Estevao? Ele es-
tava bem familiarizado com as Escrituras. Da mesma
forma, precisamos ser estudantes diligentes da Palavra
de Deus se quisermos manejar “corretamente a palavra
´
da verdade”. (2 Tim. 2:15) Tamb em podemos aprender
ˆ ˜
da maneira que Estevao lidava com as pessoas, sendo
gentil e usando de tato. Apesar de seus ouvintes se-
rem extremamente hostis, ele procurou manter pontos
´ ´
em comum com eles ate onde foi possıvel, falando
de assuntos que aqueles homens consideravam muito
ˆ ˜ ´
importantes. Estevao tamb em se dirigiu a eles com
˜
respeito, chamando de “pais” os homens em posiç ao
ˆ ˜
18. De que maneiras devemos procurar imitar a Est evao?
ˆ ˜
ESTEVAO — “CHEIO DE GRAÇA E DE PODER” 93
´ ´
de autoridade. (Atos 7:2) Nos tamb em precisamos apre-
sentar as verdades da Palavra de Deus com “tempera-
mento brando e profundo respeito”. — 1 Ped. 3:15.
˜
19
No entanto, nao deixamos de declarar as verda-
des da Palavra de Deus por medo de ofender as pes-
soas, nem amenizamos as mensagens de julgamento de
´ ˆ ˜ ´ ´
Jeova. Estevao e um bom exemplo disso. Sem duvida
ele percebia que todas aquelas provas que estava apre-
´
sentando ao Sinedrio causavam pouco efeito naqueles
´ ´ ˆ ´
juızes insensıveis. Assim, sob a influencia do espırito
santo, ele concluiu seu discurso mostrando com cora-
´
gem que aqueles juızes eram exatamente iguais a seus
´ ´
antepassados que haviam rejeitado Jose, Moises e to-
´
dos os profetas. (Atos 7:51-53) Na verdade, aqueles juı-
´
zes do Sinedrio tinham assassinado o Messias, cuja vin-
´
da havia sido predita por Moises e todos os profetas.
Realmente, eles haviam violado a Lei mosaica da pior
´
maneira possıvel.
´
“S enhor Jesus, recebe meu esp ırito” (Atos 7:54–8:3)
´
20 A verdade incontestavel ˆ ˜
das palavras de Estevao
ˆ ˜
19. Como Est evao corajosamente transmitiu a mensagem de julgamento
´ ´
de Jeova ao Sin edrio?
´ ` ˆ ˜ ´
20, 21. Como o Sin edrio reagiu as palavras de Est evao, e como Jeova o
fortaleceu?
ˆ
94 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
deixou aqueles juızes furiosos. Perdendo todo o de-
ˆ ˜
coro, eles ‘rangeram os dentes’ contra Estevao. Aque-
˜
le homem fiel deve ter percebido que nao seria tra-
´
tado com nenhuma miseric ordia, assim como seu
´ ˜
Mestre, Jesus, tamb em nao havia sido.
21 Estev ˆ ˜
ao precisava de coragem para enfrentar o
´
que estava para acontecer e, sem duvida, recebeu mui-
˜ ´
to encorajamento da visao que Jeova bondosamente
ˆ ˜ ´
lhe deu naquele momento. Estevao viu a gloria de
´ ´ `
Deus e tamb em Jesus em p e a direita de Seu Pai.
ˆ ˜ ˜ ´
Enquanto Estevao descrevia a visao, os juızes tapa-
ˆ
ram os ouvidos. Por que? Algum tempo antes, Jesus
`
havia dito aquele tribunal que ele era o Messias e
`
que em breve estaria a direita do Pai. (Mar. 14:62) A
˜ ˆ ˜
visao de Estevao provou que Jesus tinha falado a ver-
´ ´
dade. Aquele mesmo Sinedrio havia, na realidade, traı-
do e assassinado o Messias! Todos avançaram contra
ˆ ˜ ´ ´
Estevao ao mesmo tempo para apedrej a-lo ate a mor-
te.1
22 Em muitos sentidos, Estev ˆ ˜
ao morreu da mesma
´ ´ ´ ˜
1 E pouco provavel que´ o Sinedrio
˜ tivesse autorizaç ao da lei roma-
na para
ˆ ˜ executar alguem. (Joao 18:31) Seja como for, a morte de
Estevao parece ter sido um assassinato
˜ realizado
˜ por uma turba en-
furecida em vez de uma execuç ao por decisao judicial.
ˆ ˜ `
22, 23. Em que sentidos a morte de Est evao foi similar a de seu Mes-
˜ ˜ ˆ ˜
tre, e como os crist aos hoje podem ser t ao confiantes quanto Est evao?
ˆ ˜
ESTEVAO — “CHEIO DE GRAÇA E DE PODER” 95
maneira que seu Mestre: em paz, com total confian-
´
ça em Jeova e tendo perdoado seus assassinos. Ele
´
disse: “Senhor Jesus, recebe meu espırito”, talvez por-
˜
que ainda pudesse observar na visao o Filho do ho-
ˆ ˜
mem com Seu Pai. Com certeza, Estevao conhecia as
consoladoras palavras de Jesus: “Eu sou a ressurrei-
˜ ˜ ˆ ˜
ç ao e a vida.” (Joao 11:25) Por fim, Estevao orou di-
´ ˜
retamente a Deus em alta voz: “Jeova, nao lhes im-
´
putes este pecado.” Ap os dizer isso, ele adormeceu
na morte. — Atos 7:59, 60.
23 Assim, Estev ˆ ˜ ´
ao tornou-se o primeiro martir entre
os seguidores de Cristo de que se tem registro. (Veja
´ ´
o quadro “ ‘Martir’ — em que sentido?” na p agina 90.)
´ ˜ ´ ´
Infelizmente, porem, ele nao seria o ultimo. Ate os
´ ´ ˆ
nossos dias, alguns servos fieis de Jeova tem sido mor-
´ ´
tos por fanaticos religiosos, extremistas polıticos e
´
outros crueis opositores. Ainda assim, temos motivos
˜ ˆ ˜ ´ ´
para ser tao confiantes quanto Estevao. Jesus j a e Rei
´
e esta exercendo o grande poder que seu Pai lhe deu.
´ ´
Nada o impedira de ressuscitar seus fieis seguidores.
˜
— Joao 5:28, 29.
24 Presenciando tudo isso estava um jovem chama-
˜ ´ ˆ ˜
24. Qual foi a participa ç ao de Saulo no mart ırio de Est evao, e quais fo-
ram algumas das marcas deixadas pela morte deste homem fiel?
ˆ
96 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
ˆ ˜ ´
do Saulo. Ele aprovava o assassinato de Estevao e ate
mesmo ficou tomando conta da vestimenta daqueles
que participaram do apedrejamento. Pouco depois,
˜
ele liderou uma onda de perseguiç ao feroz. Mas a
ˆ ˜
morte de Estevao deixaria sua marca por muito tem-
˜
po. Seu exemplo fortaleceria outros cristaos a perma-
´ ´
necer fieis e a vencer assim como ele. Alem disso,
Saulo — anos depois mais conhecido como Pau-
lo — viria a se sentir profundamente arrependido
ˆ ˜
por ter participado no assassinato de Estevao. (Atos
ˆ ˜
22:20) Apesar de ele ter ajudado a matar Estevao,
` ˜
mais tarde chegaria a conclusao: ‘Eu era blasfemador,
perseguidor e homem insolente.’ (1 Tim. 1:13) Com
ˆ ˜
certeza, Paulo nunca se esqueceu de Estevao e do po-
deroso discurso que este deu naquele dia. Na verda-
de, alguns dos discursos e escritos de Paulo abor-
ˆ ˜
daram temas mencionados no discurso de Estevao.
(Atos 7:48; 17:24; Heb. 9:24) Com o tempo, Paulo
´
aprendeu plenamente a seguir o exemplo de fe e co-
ˆ ˜
ragem estabelecido por Estevao, um homem “cheio
´ ´
de graça e de poder”. A pergunta e: Nos faremos
o mesmo?
ˆ ˜
ESTEVAO — “CHEIO DE GRAÇA E DE PODER” 97
´
CAPITULO 7
´ ´
b em esta autoridade”, disse ele aos ap ostolos, “para
˜
que todo aquele a quem eu impuser as minhas maos
´ ˜ ´
receba espırito santo”. Simao ate mesmo lhes ofereceu
FILIPE DECLARA “AS BOAS NOVAS A RESPEITO DE JESUS” 105
´
dinheiro na esperança de comprar esse privilegio sa-
grado. — Atos 8:14-19.
˜
11 A resposta que Pedro deu a Simao foi firme. “Pe-
´
re ça contigo a tua prata”, disse o ap ostolo, “porque
´
pensaste obter posse da dadiva gratuita de Deus por
˜ ˜
meio de dinheiro. Nao tens nem parte nem quinhao
˜ ˜ ´ `
neste assunto, porque o teu coraç ao nao e reto a vista
˜ ˜
de Deus”. Pedro entao admoestou Simao a se arrepen-
˜ ´
der e a orar pedindo perdao. “Suplica a Jeova”, disse
´
Pedro, “para que, se possıvel, te seja perdoada esta as-
´ ˜
tucia do teu coraç ao [“esta sua trama”, New Jerusalem
˜ ˜ ´
Bible]”. Pelo visto, Simao nao era uma pessoa ma; ele
queria fazer o que era certo, mas momentaneamente se
deixou levar por seus desejos errados. De modo que
´ ´ ´
ele implorou aos ap ostolos: “Fazei suplica a Jeova por
mim, para que nenhuma destas coisas que dissestes ve-
nha sobre mim.” — Atos 8:20-24.
˜ ˜
12 A repreensao que Pedro deu a Simao serve de avi-
˜
so para os cristaos hoje. Na verdade, a palavra “simo-
˜
nia”, que se deriva do nome Simao, surgiu por cau-
sa desse incidente. “Simonia” refere-se a comprar ou
´
vender privilegios, em especial no contexto religioso.
˜ ˜
11. O que Pedro admoestou Sim ao a fazer, e como Sim ao reagiu?
´ ´
12. O que e “simonia”, e como esse la ço e evidente na cristandade?
ˆ
106 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´ ´
A historia da cristandade ap ostata esta repleta de
´ ˜
exemplos dessa pratica. De fato, a nona ediç ao da The
Encyclopædia Britannica (1878) observou: “Um estudo
´ ˜
da historia dos conclaves papais [eleiç oes dos papas]
´ ˜
da ao estudioso a convicç ao de que nunca houve uma
˜ ˜
eleiç ao que nao tivesse sido manchada pela simonia e
que, em muitos casos, a simonia praticada nos concla-
´
ves tem sido da esp ecie mais grave, descarada e aber-
ta.”
˜
13 Os cristaos precisam evitar o pecado da simonia.
˜
Por exemplo, eles nao devem tentar ganhar favores
`
por dar presentes generosos ou muitos elogios aqueles
˜ ´
que parecem estar em posiç ao de dar privilegios na
˜
congregaç ao. Por outro lado, os que parecem ter con-
˜ ´
diç oes de dar privilegios devem tomar cuidado para
˜ ˜
nao mostrar favoritismo aos que sao ricos. As duas si-
˜ ˜
tuaç oes sao exemplos de simonia. Realmente, todos os
servos de Deus devem comportar-se como ‘menores’,
´ ´ ˜
esperando que o espırito de Jeova faça designaç oes de
´ ˜ ´
privilegios de serviço. (Luc. 9:48) Nao ha lugar na or-
˜
ganizaç ao de Deus para aqueles que tentam ‘buscar
´ ´
sua propria gloria’. — Pro. 25:27.
˜
13. De que maneiras os crist aos devem proteger-se contra a simonia?
FILIPE DECLARA “AS BOAS NOVAS A RESPEITO DE JESUS” 107
´
“S abes realmente o que est as lendo?” (Atos 8:26-40)
´
14 O anjo de Jeova instruiu Filipe a viajar pela estra-
´
da que ia de Jerusalem a Gaza. Se Filipe estivesse se
´ ´
perguntando por que devia ir ate la, logo soube o mo-
´
tivo ao encontrar um eunuco etıope “lendo em voz
´
alta Isaıas, o profeta”. (Veja o quadro “ ‘Eunuco’ em
´ ´
que sentido?” na p agina 109.) O espırito santo de
´
Jeova moveu Filipe a se aproximar do carro daquele
´
homem. “Sabes realmente o que estas lendo?” pergun-
´ ´
tou ele ao etıope, correndo ao lado do carro. O etıope
´
respondeu: “Como e que eu posso, a menos que al-
´
guem me guie?” — Atos 8:26-31.
´
15 O etıope convidou Filipe a entrar no carro. Imagi-
´
O termo grego eu·nou·khos, traduzido “eunuco”,
pode se referir a um homem privado de sua
˜
capacidade de procriaçao ou simplesmente a um alto
´ ´
funcionario da corte. Pode ser que funcionarios da
´ ´
corte responsaveis pelo harem de um rei fossem de
˜ ˜
fato castrados, mas a castraçao nao era um requisito
´
para outros funcionarios, como o copeiro ou o
´
tesoureiro do rei. O eunuco etıope a quem Filipe
´
batizou pelo visto era um funcionario desse tipo,
pois era encarregado do tesouro real. Para efeito de
˜
comparaçao, ele era como um ministro da fazenda.
´ ´ ´
O etıope tamb em era um proselito, ou seja, um
˜ ´
nao judeu que se tornou adorador de Jeova. Na
´
verdade, ele estava voltando de Jerusalem, onde havia
´
ido adorar a Jeova. (Atos 8:27) Por causa disso,
´ ˜
pode-se concluir que o etıope nao era eunuco em
sentido literal, pois a Lei mosaica proibia homens
˜
castrados de se tornar parte da congregaçao de Israel.
— Deut. 23:1.
ˆ
numa obra como a realizada por Filipe. Com frequen-
ˆ
cia, eles tem a oportunidade de apresentar a mensa-
` ˜
gem do Reino aqueles que encontram em situaç oes in-
formais, como em viagens. Em muitos casos, fica
˜ ´
evidente que o contato com uma pessoa sincera nao e
ˆ ´ ´
mera coincidencia. Isso e de esperar, pois a Bıblia dei-
˜
xa claro que os anjos dirigem a obra de pregaç ao para
˜ ´
que a mensagem alcance “toda naç ao, e tribo, e lıngua,
˜ ´
e povo”. (Rev. 14:6) A orientaç ao angelica na obra de
˜
pregaç ao cumpre exatamente o que Jesus predisse. Na
˜
sua ilustraç ao sobre o joio e o trigo, Jesus disse que,
durante a colheita, ou seja, no final do sistema de coi-
´
sas, “os ceifeiros” seriam “os anjos”. Ele tamb em disse
que essas criaturas espirituais ‘reuniriam dentre o seu
reino todas as coisas que causassem tropeço e os que
´
fizessem o que e contra a lei’. (Mat. 13:37-41) Ao mes-
´
mo tempo, os anjos ajuntariam os que Jeova deseja
˜
16, 17. Como os anjos participam na obra de prega ç ao hoje?
ˆ
110 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
BATISMO EM “UM CORP O DE AGUA”
´ ˜
Como e realizado o batismo cristao? Alguns acreditam
´
que basta derramar ou aspergir agua na cabeça da pessoa.
´
Mas o eunuco etıope foi batizado em “um corpo de
´ ` ´
agua”. O relato diz: “Ambos desceram a agua, tanto Filipe
como o eunuco.” (Atos 8:36, 38) Se derramar ou aspergir
´ ˜ ´
agua fosse suficiente, nao teria sido necessario que o
´ ´
eunuco parasse seu carro e fosse ate um “corpo de agua”.
´
Mesmo pouca agua, como a que caberia em um odre,
´ ´
teria sido suficiente. Na verdade, e provavel que ele
tivesse um recipiente desse tipo, pois estava viajando
pela “estrada do deserto”. — Atos 8:26.
´
De acordo com A Greek-English Lexicon (Lexico
ˆ ´
Grego-Ingles), de Liddell e Scott, a palavra grega ba·ptı·zo
— da qual se deriva a palavra “batizar” — significa
ˆ ´
“imergir, mergulhar”. As referencias que a Bıblia faz a
˜ ˜
batismo se harmonizam com essa definiçao. Joao 3:23 diz
˜
que Joao “estava batizando em Enom, perto de Salim,
´
porque havia ali uma grande quantidade de agua”. Da
mesma forma, o relato sobre o batismo de Jesus diz:
´ ´
“Subindo da agua, [Jesus] viu . . . os ceus serem partidos.”
˜ ˜
(Mar. 1:9, 10) Dessa maneira, os cristaos verdadeiros sao
˜
apropriadamente batizados pela imersao completa em
´
agua.
` ˜
atrair a sua organizaç ao: os prospectivos herdeiros ce-
˜
lestiais do Reino e, mais tarde, “uma grande multidao”
˜
de “outras ovelhas”. — Rev. 7:9; Joao 6:44, 65; 10:16.
FILIPE DECLARA “AS BOAS NOVAS A RESPEITO DE JESUS” 111
´
17Como prova de que isso esta acontecendo, algu-
´
mas pessoas que encontramos no ministerio dizem
˜
que estavam orando por orientaç ao espiritual. Veja o
que aconteceu com dois publicadores que pregavam
junto com uma criança. Quando as duas Testemu-
´
nhas de Jeova estavam para encerrar a atividade de
˜ ˜
pregaç ao daquela manha, o menino quis muito falar
´
na proxima casa. Na verdade, ele foi sozinho bater na
porta! Ao verem que uma jovem senhora abriu a por-
ta, os dois publicadores aproximaram-se para falar
com ela. Para a surpresa deles, a mulher explicou que
´
havia acabado de orar pedindo a Deus que alguem a
´ ´
visitasse a fim de ajuda-la a entender a Bıblia. Ela
´
aceitou um estudo bıblico.
18 Como membro da congregaç ao ˜ ˜ ˆ
crista, voc e tem
´
o privilegio de trabalhar junto com os anjos na atual
˜
obra de pregaç ao, realizada em escala sem preceden-
´
tes. Nunca subestime esse privilegio. Por perseverar
ˆ ´ `
em seus esforços, voc e sentira muita alegria a medi-
da que continuar a declarar “as boas novas a respei-
to de Jesus”. — Atos 8:35.
´
18. Por que nunca devemos subestimar o minist erio?
ˆ
112 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
CAPITULO 8
˜
A congrega çao “entrou . . . num
´
per ıodo de paz”
Saulo deixa de ser perseguidor cruel
e torna-se ministro zeloso
Baseado em Atos 9:1-43
´
o quadro “A autoridade de Saulo em Damasco”, na p a-
gina 114.
3 De repente, Saulo e´ envolvido por uma luz brilhan-
3, 4. (a) O que aconteceu com Saulo? (b) Que perguntas vamos consi-
derar?
ˆ
114 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
te. Seus companheiros de viagem veem a luz e ficam
˜
abalados e sem palavras. Saulo fica cego e cai no chao.
´
Sem poder enxergar, ele ouve uma voz do c eu dizer:
“Saulo, Saulo, por que me persegues?” Profundamente
´
perplexo, Saulo pergunta: “Quem es, Senhor?” A res-
posta que Saulo ouve com certeza o deixa muito abala-
do: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues.” — Atos 9:3-5;
22:9.
4O que aprendemos das palavras iniciais de Jesus a
Saulo? Como podemos beneficiar-nos de analisar os
˜
eventos relacionados com a conversao desse ex-perse-
˜
guidor? E que liç oes aprendemos da maneira como a
˜ ´ ´
congregaç ao usou o perıodo de paz que houve ap os
˜
a conversao dele?
“Por que me persegues?” (Atos 9:1-5)
5 Quando Jesus falou com Saulo na estrada para Da-
˜
masco, Ele nao perguntou: “Por que persegues meus
´ ´
discıpulos?” Como j a mencionado, ele disse: “Por que
me persegues?” (Atos 9:4) Isso mostra que Jesus sente
˜
pessoalmente as provaç oes que seus seguidores so-
frem. — Mat. 25:34-40, 45.
6 Caso voc eˆ esteja sendo afligido por ter fe´ em Cristo,
´
es, Senhor?”, Jesus disse-lhe: “Levanta-te e entra na ci-
´
dade, e ser-te-a dito o que tens de fazer.” (Atos 9:6) Sem
ˆ ˜
7. O que voc e deve fazer para perseverar em face de persegui ç ao?
` ˜
8, 9. Como Ananias talvez se tenha sentido quanto a sua designa ç ao?
ˆ
116 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
poder enxergar, Saulo foi levado ate sua hospedagem
ˆ
em Damasco, onde jejuou e orou por tres dias. Nesse
´
meio-tempo, Jesus falou sobre Saulo com um discıpu-
lo naquela cidade, um homem chamado Ananias, que
˜
tinha “boa reputaç ao entre todos os judeus” que mora-
vam em Damasco. — Atos 22:12.
9Imagine os sentimentos conflitantes que Ananias
´ ˜
deve ter tido! La estava o Cabe ça da congregaç ao, o res-
suscitado Jesus Cristo, falando com ele pessoalmente,
˜
escolhendo-o para uma designaç ao especial. Que privi-
´ ˜ ´
legio; mas que designaç ao difıcil! Quando soube que
deveria falar com Saulo, Ananias respondeu: “Senhor,
eu ouvi muitos falar deste homem, quantas coisas pre-
´
judiciais ele fez aos teus santos em Jerusalem. E ele
ˆ
tem aqui autoridade dos principais sacerdotes para p or
em laços a todos os que invocam o teu nome.” — Atos
9:13, 14.
˜
10Jesus nao repreendeu Ananias por expressar sua
˜ ˜
preocupaç ao. No entanto, deu-lhe orientaç oes claras.
˜
Ao mesmo tempo lhe mostrou consideraç ao, dizendo-
lhe por que queria que Ananias realizasse essa tarefa
10. O que aprendemos sobre Jesus ao analisar o modo como ele lidou
com Ananias?
˜ ´
A CONGREGAÇAO “ENTROU . . . NUM PERIODO DE PAZ” 117
SAULO — O FARISEU
´
Saulo. Sem duvida, essa atitude bondosa ajudou a pro-
mover a cordial amizade que se desenvolveu entre es-
´ ˆ ´
ses servos zelosos de Jeova. Voc e, assim como Barnab e,
˜ ˜
ajuda de coraç ao os novos na congregaç ao, trabalhan-
do com eles no serviço de campo e ajudando-os a fazer
ˆ ´
progresso espiritual? Voce sera ricamente recompensa-
ˆ ´
do se fizer isso. Se voc e e um novo publicador das boas
´
novas, aceita, assim como Saulo, a ajuda que lhe e ofe-
recida? Por trabalhar com publicadores mais experien-
ˆ ´
tes, voc e vai aprimorar sua habilidade no ministerio,
ser mais feliz e formar laços de amizade que podem du-
rar para sempre.
‘Muitos se tornaram crentes’ (Atos 9:31-43)
20Depois de Saulo ter se convertido e ter deixado Je-
´ ˜ ´
rusalem em segurança, “a congregaç ao atraves de toda
´
a Judeia, e Galileia, e Samaria, entrou . . . num perıodo
´
de paz”. (Atos 9:31) Como os discıpulos aproveitaram
´ ´
essa “epoca favoravel”? (2 Tim. 4:2) O relato diz que
ˆ
20, 21. Como os servos de Deus no passado e no presente t em aprovei-
´
tado bem os ‘per ıodos de paz’?
˜ ´
A CONGREGAÇAO “ENTROU . . . NUM PERIODO DE PAZ” 125
´
eles estavam ‘sendo edificados’. Os ap ostolos e outros
˜ ´ ´
irmaos da dianteira fortaleciam a fe dos discıpulos e li-
˜ `
deravam a congregaç ao a medida que ela “andava no te-
´ ´
mor de Jeova e no consolo do espırito santo”. Por
exemplo, Pedro aproveitou a oportunidade para forta-
´ ´
lecer os discıpulos na cidade de Lida, na planıcie de Sa-
rom. Seus esforços fizeram com que muitos que mora-
vam em Lida e nos arredores se voltassem “para o
´ ˜
Senhor”. (Atos 9:32-35) Os discıpulos nao deixaram
´
que outros objetivos os distraıssem, mas se empenha-
ram em cuidar uns dos outros e em pregar as boas no-
˜
vas. O resultado foi que a congregaç ao ‘se multiplica-
va’.
´ ´
21 No final do seculo 20, as Testemunhas de Jeova em
´ ´
muitos paıses entraram num “perıodo de paz” simi-
´
lar. Governos que por decadas oprimiram o povo de
˜
Deus de repente chegaram ao fim, e certas proscriç oes
` ˜
a obra de pregaç ao foram amenizadas ou anuladas.
´
Milhares de Testemunhas de Jeova aproveitaram a
oportunidade para pregar publicamente, com excelen-
tes resultados. Por exemplo, quando as Testemunhas
´ ´
de Jeova na Russia foram reconhecidas oficialmente
em 1991, havia menos de 16 mil proclamadores do Rei-
ˆ
126 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
no naquele paıs. Apenas 16 anos mais tarde, em 2007,
mais de 150 mil pessoas pregavam zelosamente as boas
novas.
22 Voc eˆ esta´ aproveitando a liberdade que tem? Se
ˆ ´ ´
voc e mora num paıs em que ha liberdade religiosa, Sa-
´
tanas gostaria muito de induzi-lo a se empenhar por ri-
˜
quezas materiais, nao pelos interesses do Reino. (Mat.
˜ ´
13:22) Nao se deixe desviar. Use bem quaisquer perıo-
ˆ
dos de relativa paz que voc e talvez tenha. Encare-os
como oportunidades para dar testemunho cabal e para
˜
edificar a congregaç ao. Lembre-se de que suas circuns-
ˆ
tancias podem mudar de uma hora para outra.
´
23 Veja o que aconteceu com uma discıpula chamada
Tabita, ou Dorcas.1 Ela morava em Jope, uma cidade
˜ ˜
nao muito distante de Lida. Essa fiel irma usava bem
seu tempo e suas habilidades — ela era rica “em boas
˜ ´ ´
aç oes e [em] dadivas de miseric ordia”. Mas, de repente,
ela ficou doente e morreu. Sua morte causou grande
´ ` ´
pesar aos discıpulos em Jope, especialmente as viu-
vas que tinham sido beneficiadas por sua bondade.
˜ ´
1 Veja o quadro “Dorcas — rica ‘em boas aç oes’ ”, na p agina 128.
ˆ
22. Como voc e pode aproveitar a liberdade que tem?
˜
23, 24. (a) Que li ç oes aprendemos do relato envolvendo Tabita? (b) Qual
˜
deve ser a nossa determina ç ao?
˜ ´
A CONGREGAÇAO “ENTROU . . . NUM PERIODO DE PAZ” 127
˜
D ORCAS — RICA “EM B OAS A Ç OES”
˜ ˜
Dorcas fazia parte da congregaç ao crista na cidade
´ ˜
portuaria de Jope. Seus companheiros cristaos a amavam
˜ ´
porque ela era rica “em boas açoes e [em] dadivas de
´
misericordia”. (Atos 9:36) Muitos judeus que moravam em
˜ ˜
regioes onde a populaçao era uma mistura de judeus e
gentios costumavam ter um nome hebraico ou aramaico,
´
e outro grego ou latino. Esse tambem era o caso de
Dorcas. Seu nome grego, Dorcas, era traduzido “Tabita”
em aramaico. Os dois nomes significam “Gazela”.
Parece que Dorcas adoeceu e morreu de repente.
˜
Conforme o costume, seu corpo foi lavado em preparaçao
para o enterro. Depois disso, o corpo foi deitado num
quarto de andar superior, possivelmente na casa da
´ ´
propria Dorcas. O clima quente do Oriente Medio exigia
que os enterros fossem realizados no dia da morte da
˜
pessoa ou no dia seguinte. Os cristaos em Jope tinham
´
ouvido falar que o ap ostolo Pedro estava na cidade
vizinha de Lida. Havia tempo suficiente para que Pedro
pudesse chegar a Jope antes de Dorcas ser enterrada, pois
ˆ
a distancia entre essas duas cidades era de apenas uns
ˆ
18 quilometros — uma caminhada de cerca de quatro
˜
horas. Assim a congregaçao enviou dois homens para pedir
a Pedro que fosse a Jope sem demora. (Atos 9:37, 38)
´
Certo estudioso diz: “Era uma pratica comum no antigo
´
judaısmo enviar mensageiros aos pares a fim de que, entre
outras coisas, um pudesse comprovar o testemunho do
outro.”
O que aconteceu quando Pedro chegou a Jope? O
relato diz: “Conduziram-no para cima ao quarto de andar
ˆ
128 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
superior; e todas as viuvas apresentaram-se a ele
chorando e mostrando muitas roupas interiores e roupas
exteriores que Dorcas costumava fazer enquanto estava
com elas.” (Atos 9:39) Dorcas era muito querida pelos
˜
membros da congregaçao porque, entre outros motivos,
´
tinha o costume de costurar para eles. Ela fazia tunicas
(roupas interiores) e mantas (roupas exteriores) que eram
´ ˜
usadas por cima da tunica. Nao se sabe se Dorcas pagava
todo o material ou se apenas costurava. De qualquer
´
forma, ela era amada por sua bondade e suas “dadivas de
´
misericordia”.
O que Pedro viu naquele quarto de andar superior
ˆ
deve te-lo deixado comovido. “Esse era um pranto muito
diferente daquele observado na casa de Jairo, onde havia
mulheres contratadas para chorar e tocadores de flauta
fazendo muito barulho”, diz o estudioso Richard Lenski.
˜
“Esse pranto [por Dorcas] nao era artificial como aquele.”
´ ˜ ˜
(Mat. 9:23) Era genuıno e de coraçao. O fato de nao se
mencionar um marido leva muitos a concluir que Dorcas
era solteira.
´
Quando Jesus comissionou seus ap ostolos, ele lhes
deu poder para ‘ressuscitar mortos’. (Mat. 10:8) Pedro
havia visto Jesus realizar milagres desse tipo, incluindo
˜ ˜
a ressurreiçao da filha de Jairo. Mas ainda nao havia
´ ´
registro de que um ap ostolo tivesse ressuscitado alguem.
´
(Mar. 5:21-24, 35-43) Agora, porem, Pedro pediu que os
´
observadores saıssem do quarto de andar superior e orou
fervorosamente. Com isso, Tabita abriu os olhos e se
˜
sentou. Imagine a alegria que os cristaos em Jope sentiram
` ´
quando Pedro mostrou aos santos e as viuvas que a querida
Dorcas tinha voltado a viver! — Atos 9:40-42.
˜ ´
A CONGREGAÇAO “ENTROU . . . NUM PERIODO DE PAZ” 129
`
Quando Pedro chegou a casa em que o corpo de Tabita
estava sendo preparado para o enterro, ele realizou um
˜ ´
milagre que ainda nao havia acontecido entre os ap os-
˜
tolos de Jesus Cristo. Pedro orou e entao ressuscitou
´
Tabita! Consegue imaginar a alegria que as viuvas e os
´
outros discıpulos sentiram quando Pedro pediu que
entrassem no quarto, e eles viram que Tabita havia vol-
ˆ
tado a viver? Como esses eventos devem te-los fortale-
˜
cido para as provaç oes que os aguardavam! Podemos
entender por que o milagre ‘se tornou conhecido em
toda a Jope, e muitos se tornaram crentes no Senhor’.
— Atos 9:36-42.
24 Aprendemos duas liç oes ˜
importantes do relato
´
consolador envolvendo Tabita. (1) A vida e passageira.
´
Portanto, como e importante fazer um bom nome pe-
rante Deus enquanto pudermos! (Ecl. 7:1) (2) A espe-
˜ ´ ´ ´
rança da ressurreiç ao e certa. Jeova viu os inumeros
atos de bondade que Tabita realizou, e a recompensou
´ ´
por isso. Ele se lembrara do nosso trabalho arduo e
´
nos ressuscitara caso morramos antes do Armagedom.
(Heb. 6:10) Portanto, quer estejamos enfrentando uma
´ ´
“epoca dificultosa”, quer usufruindo um “perıodo de
paz”, perseveremos em dar testemunho cabal sobre
Cristo. — 2 Tim. 4:2.
ˆ
130 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
S E Ç AO 3 ˙ ATO S 10:1–12:25
“PES
˜ S OAS DAS
NAÇ OES . . . RECEBERAM
A PALAVRA DE DEUS”
ATO S 11:1
´
Sera que os judeus que seguiam a Jesus esta-
riam dispostos a pregar as boas novas a gentios
˜ ´
incircuncisos? Nesta seçao, veremos como o espı-
´ ˜
rito de Jeova lhes abriu o coraçao e os ajudou a
`
superar o preconceito, dando grande impulso a
˜
obra de dar testemunho a todas as naçoes.
´
CAPITULO 9
˜ ´
“Deus nao e parcial”
˜
A obra de prega ç ao estende-se
a gentios incircuncisos
Baseado em Atos 10:1–11:30
´
E O ANO de 36 EC. O sol de outono aquece Pedro en-
`
quanto ele ora no terraço de uma casa a beira-mar na ci-
´ ´ ´
dade portuaria de Jope. Ja faz alguns dias que ele esta
hospedado nessa casa. O fato de ele estar ali revela um
´
certo grau de imparcialidade. O proprietario da casa,
˜ ´
um certo Simao, e curtidor, e nem todo judeu ficaria
´
hospedado na casa de alguem que tivesse essa profis-
˜ ´
sao.1 Mesmo assim, Pedro esta para aprender uma im-
˜ ´
portante liç ao a respeito da imparcialidade de Jeova.
˜
2 Enquanto ora, Pedro cai em transe. A visao que ele
ˆ
tem deixaria qualquer judeu escandalizado. Ele ve des-
˜
1 Alguns judeus menosprezavam os curtidores porque a profissao
deles ˆ exigia ter contato com a ´ pele e a carcaça de animais e com
substancias repugnantes necessarias para realizar o trabalho. Os cur-
tidores eram considerados
˜ indignos de comparecer ˆ ao templo, e seu
local de trabalho nao podia ficar a menos de 50 c ovados, ou um pou-
co mais de 22 metros, ˜de uma cidade.
` Isso talvez explique em parte
por que a casa de Simao ficava “a beira do mar”. — Atos 10:6.
˜
1-3. Que vis ao Pedro teve, e por que precisamos compreender seu signi-
ficado?
ˆ
132 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
cer do c eu algo semelhante a um grande lençol, por
´
cima do qual ha animais impuros de acordo com a Lei.
Ao ouvir uma voz ordenar-lhe abater e comer os ani-
mais, Pedro responde: “Nunca comi nada aviltado e im-
˜ ˆ ´
puro.” Nao uma nem duas, mas tres vezes e dito a ele:
“Para de chamar de aviltadas as coisas que Deus purifi-
˜
cou.” (Atos 10:14-16) A visao deixa Pedro confuso, mas
˜
nao por muito tempo.
˜ ´
3 O que significa a visao de Pedro? E importante com-
preender seu significado, pois ela nos ensina uma ver-
´
dade profunda a respeito do conceito de Jeova sobre as
˜ ˜
pessoas. Como cristaos verdadeiros, nao podemos dar
testemunho cabal sobre o Reino de Deus a menos que
˜
tenhamos o mesmo ponto de vista de Deus em relaç ao
` ˜
as pessoas. Para entendermos o significado da visao de
´
Pedro, examinemos os eventos dramaticos que aconte-
ceram em torno dela.
´
“Fazia continuamente s uplica a Deus” (Atos 10:1-8)
4 Pedro nem imaginava que no dia anterior em Cesa-
ˆ
reia, cerca de 50 quilometros ao norte, um homem cha-
´ ´ ˜ ´
mado Cornelio tamb em havia tido uma visao. Cornelio,
˜ ´
um centuriao do exercito romano, era um “homem
´
4, 5. Quem era Corn elio, e o que aconteceu enquanto ele orava?
˜ ´
“DEUS NAO E PARCIAL” 133
´
CORN ´ ELIO
E O EX ERCITO ROMANO
´
As sedes administrativa e militar da provıncia ro-
mana da Judeia localizavam-se em Cesareia. Sob o
comando do governador havia de 500 a 1.000 cavalei-
´
ros. Ele tambem comandava cinco coortes, ou gru-
pos de infantaria, cujo tamanho podia variar entre
500 e 1.000 soldados cada uma. Esses soldados geral-
˜ ˜
mente nao eram cidadaos romanos, mas eram recru-
´
tados das provıncias romanas. A maioria servia em
Cesareia, mas havia destacamentos por toda a Judeia.
Havia uma coorte com base permanente na Torre de
ˆ ´
Antonia, em Jerusalem, para vigiar o monte do Tem-
plo e a cidade. A presença de soldados romanos em
´
Jerusalem era reforçada durante as festividades ju-
´
daicas para conter possıveis tumultos.
´
Uma coorte era dividida em seis centurias. Cada
´
centuria tinha aproximadamente cem homens e era
˜
comandada por um centuriao. O texto grego de Atos
´ ˜
10:1 diz que Cornelio era um centuriao do chamado
destacamento italiano, provavelmente localizado em
Cesareia. Essa unidade talvez tenha sido a Segunda
˜ ´
Coorte Italiana de Cidadaos Romanos Voluntarios.1
˜
Os centurioes eram ricos e tinham grande status so-
´
cial e militar. Eles talvez tivessem um salario 16 ve-
zes maior do que o de um soldado comum.
´
1 Em
ˆ latim, Cohors II Italica voluntariorum
´ civium Romanorum. Ha
evidencias de sua presença na Sıria em 69 EC.
ˆ
134 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
devoto”.1 Ele tamb em era um chefe de famılia exemplar,
´
pois “temia a Deus, junto com toda a sua famılia”. Cor-
´ ˜ ´
nelio nao era proselito; era gentio incircunciso. No en-
˜
tanto, demonstrava compaixao a judeus necessitados,
dando-lhes ajuda material. Esse homem sincero “fazia
´
continuamente suplica a Deus”. — Atos 10:2.
´
5
Por volta das 15 horas, Cornelio estava orando quan-
˜
do teve uma visao em que um anjo lhe disse: “Tuas ora-
˜ ´ ´ ˆ
ç oes e dadivas de miseric ordia tem ascendido como me-
´
moria perante Deus.” (Atos 10:4) Orientado pelo anjo,
´ ´
Cornelio mandou que homens fossem chamar o ap osto-
´
lo Pedro. Como gentio incircunciso, Cornelio logo en-
´ ˜
traria por uma porta que ate entao estava fechada para
´ ˜
ele: Cornelio receberia a mensagem de salvaç ao.
6 Sera´ que hoje Deus responde as ` ˜
oraç oes de pessoas
sinceras que desejam saber a verdade sobre ele? Veja um
ˆ
exemplo. Uma mulher na Albania aceitou um exemplar
˜
da revista A Sentinela que falava sobre criaç ao de filhos.2
` ´
Ela disse a Testemunha de Jeova que bateu em sua
´ ´ ´
1 Veja o quadro “Cornelio e o exercito romano”, na p agina
´ 134.
2 A mulher se interessou pelo artigo “Conselhos confiaveis para
criar
´ filhos”, publicado em A Sentinela de 1.o de novembro de 2006,
p aginas 4 a 7.
` ˜
6, 7. (a) Relate um caso mostrando que Deus responde as ora ç oes de
pessoas sinceras que desejam saber a verdade sobre ele. (b) O que
podemos concluir de casos como esse?
˜ ´
“DEUS NAO E PARCIAL” 135
porta: “Acreditaria se eu dissesse que estava orando a
Deus pedindo ajuda para criar minhas filhas? Ele en-
ˆ ˆ ´
viou voc e! O que voc e disse e exatamente o que eu pre-
cisava ouvir!” A mulher e suas filhas come çaram a es-
´
tudar a Bıblia, e, mais tarde, seu marido passou a
participar do estudo.
7 Sera´ que esse e´ um caso isolado? De forma alguma!
´ `
Antioquia da Sıria ficava as margens do rio Orontes,
ˆ ˆ
cerca de 30 quilometros rio acima do porto mediterra-
ˆ ˆ
neo de Seleucia, e uns 550 quilometros ao norte de Je-
´ ´
rusalem. (Atos 13:4) Seleuco I Nicator, primeiro go-
´ ˆ
vernante do Imp erio Seleucida, fundou Antioquia em
´
300 AEC. Sendo a capital desse imp erio, Antioquia
logo se tornou uma cidade muito importante. Em
´
64 AEC, o general romano Pompeu fez da Sıria uma
´
provıncia romana, tendo Antioquia por capital. No
´ ´
primeiro seculo EC, essa metropole era a terceira
´
maior cidade do Imp erio Romano em tamanho e ri-
queza, perdendo apenas para Roma e Alexandria.
´
Antioquia era um centro comercial e polıtico. Mer-
´
cadorias de toda a Sıria passavam por ela antes de se-
ˆ
rem exportadas para o resto da bacia do Mediterra-
˜
neo. “Visto que ficava perto da fronteira entre a regiao
habitada por gregos e romanos e os estados orien-
tais”, diz um erudito, “ela era muito mais cosmopolita
´
do que a maioria das cidades helenısticas”. Havia uma
grande comunidade judaica em Antioquia e, de acor-
´
do com o historiador judeu Flavio Josefo, esses judeus
“levaram muitos gregos [que moravam ali] a tornar-se
´
proselitos”.
´
nosso ministerio? Ser modesto envolve reconhecer as
´ ˜ ´
proprias limitaç oes. Todos nos temos pontos fortes e
habilidades diferentes. Por exemplo, alguns talvez te-
ˆ
144 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
nham facilidade para distribuir publicaç oes, mas po-
´ ´
dem achar difıcil fazer revisitas e iniciar estudos bıbli-
ˆ
cos. Se voc e deseja melhorar em algum aspecto do
´ ´
ministerio, que tal pedir ajuda? Fazer isso podera aju-
´
da-lo a ser mais produtivo e a ter maior alegria no mi-
´
nisterio. — 1 Cor. 9:26.
˜
Proveram “uma subministra ç ao de socorros”
(Atos 11:26b-30)
22 Foi primeiro em Antioquia que “os discıpulos, ´
por
ˆ ˜
providencia divina, foram chamados cristaos”. (Atos
11:26b) Esse nome aprovado por Deus descreve bem
`
aqueles que imitam o modo de vida de Cristo. A medi-
˜ ˜ ´
da que pessoas das naç oes se tornavam cristas, sera que
˜
judeus e gentios na congregaç ao passaram a se conside-
˜
rar irmaos espirituais? Veja o que aconteceu quando
houve uma grande fome por volta de 46 EC.1 No passa-
do, as fomes afetavam profundamente os pobres, que
˜
nao tinham dinheiro guardado nem comida estocada.
˜
Pelo visto, muitos cristaos judeus que moravam na Ju-
deia eram pobres. Assim, durante essa fome, eles preci-
saram de suprimentos. Ao saberem dessa necessidade,
ˆ
1 Josefo, historiador judeu, faz referencia a ´ essa “grande fome” que
ocorreu durante o reinado do Imperador Claudio (41-54 EC).
˜
22, 23. Como os irm aos em Antioquia demonstraram amor fraternal, e
como o povo de Deus hoje age de maneira similar?
˜ ´
“DEUS NAO E PARCIAL” 145
˜ ˜
os irmaos em Antioquia, incluindo cristaos gentios, pro-
˜ ˜
veram “uma subministraç ao de socorros” aos irmaos na
˜
Judeia. (Atos 11:29) Essa foi uma verdadeira expressao
de amor fraternal.
˜ ´
23
Nao e diferente entre o povo de Deus hoje. Quando
˜ ´
ficamos sabendo que nossos irmaos em outro paıs ou
˜ ´
em nossa regiao precisam de ajuda, procuramos ajuda-
˜ ˜
los de coraç ao. Comissoes de Filial organizam rapida-
˜ ˜ ´
mente a formaç ao de comissoes de ajuda humanitaria
˜
para cuidar de nossos irmaos que talvez tenham sido
˜
afetados por desastres naturais como furac oes, terre-
motos e tsunamis. Todo esse esforço para ajudar nossos
˜ ´
irmaos demonstra que fazemos parte de uma genuına
˜ ˜
fraternidade. — Joao 13:34, 35; 1 Joao 3:17.
24 Como cristaos ˜ ´
verdadeiros, levamos a serio o signi-
˜
ficado da visao que Pedro recebeu no terraço em Jope
´ ´
ha mais de 1.900 anos. Nos adoramos um Deus impar-
cial. Ele deseja que demos testemunho cabal sobre Seu
`
Reino, o que envolve pregar as pessoas independente-
˜
mente de raça, nacionalidade ou posiç ao social. Assim,
estejamos determinados a dar a todos os que quiserem
ouvir a oportunidade de aceitar as boas novas. — Rom.
10:11-13.
´ ˜
24. Como podemos mostrar que levamos a s erio o significado da vis ao
que Pedro recebeu?
ˆ
146 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
CAPITULO 10
´
“A palavra de Jeova crescia”
´ ˜ ˜
Pedro e libertado, e a persegui ç ao n ao consegue
˜
impedir a prega ç ao das boas novas
Baseado em Atos 12:1-25
˜ ´
O ENORME portao de ferro bate forte atras de Pedro.
´
Acorrentado entre dois guardas romanos, ele e escol-
´ ˜
tado ate sua cela. Entao enfrenta longas horas, talvez
dias, esperando saber o que lhe vai acontecer. Ali na
˜ ´ ´
sua cela nao ha nada para ele ver alem de guardas, cor-
rentes, paredes e grades.
´ ˜ ´
2 Quando a notıcia finalmente chega, ela nao e nada
´
boa. O Rei Herodes Agripa I esta decidido a ver Pedro
´
morto.1 O plano do rei e apresentar Pedro ao povo de-
´ ˜ ´ ´
pois da Pascoa; a execuç ao do ap ostolo sera um pre-
` ˜ ˜ ´
sente para agradar as multidoes. Isso nao e apenas
˜ ´
uma ameaça, pois nao faz muito tempo que o ap osto-
lo Tiago foi executado por esse mesmo rei.
´ ˜
3 E a noite anterior ao dia marcado para a execuç ao.
´ ´
O que sera que esta passando pela mente de Pedro ali
´
1 Veja o quadro “Rei Herodes Agripa I”, na p agina 148.
˜ ´ ˆ
1-4. Com que situa ç ao dif ıcil Pedro se confrontou, e como voc e se sen-
tiria caso estivesse no lugar dele?
´
“A PALAVRA DE JEOVA CRESCIA” 147
REI HERODES AGRIPA I
´ ˜
Herodes Agripa I, responsavel pela execuçao de Tiago
˜
e pela prisao de Pedro, era neto de Herodes, o Grande.
´
Os Herodes eram uma dinastia polıtica que governava
´
os judeus. A famılia era idumeia, ou seja, edomita. Os
˜
idumeus eram judeus formais, visto que a circuncisao
lhes havia sido imposta por volta de 125 AEC.
Herodes Agripa I nasceu em 10 AEC e foi educado
´
em Roma. Ele fez amizade com varios membros da
´
famılia imperial. Um desses amigos foi Caio, mais
´
conhecido como Calıgula, que se tornou imperador em
´
37 EC. Logo depois, Calıgula proclamou Agripa rei da
´ ´
Itureia, de Traconıtis e de Abilene. Mais tarde, Calıgula
´
expandiu o domınio de Agripa, que passou a incluir a
Galileia e a Pereia.
´
Agripa estava em Roma quando Calıgula foi
assassinado, em 41 EC. Relata-se que Agripa
desempenhou um papel importante em resolver a
crise que surgiu em resultado disso. Ele participou de
˜ ´
negociaçoes tensas entre o Senado romano e Claudio,
outro de seus amigos poderosos. Em resultado,
´
Claudio foi proclamado imperador e uma guerra civil
foi evitada. Para recompensar Agripa por intermediar
˜ ´ ´
essas negociaç oes, Claudio o designou rei tamb em
sobre a Judeia e Samaria, que desde 6 EC haviam
sido administradas por procuradores romanos. Assim,
ˆ
148 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
Agripa tornou-se governante de quase o mesmo
´
domınio de Herodes, o Grande.
´
A capital de Agripa era Jerusalem, onde ele ganhou o
´
favor dos lıderes religiosos. Relata-se que ele observava
˜
rigorosamente a lei e as tradiçoes judaicas por, entre
´
outras coisas, oferecer sacrifıcios no templo todos os
´
dias, ler a Lei em publico e desempenhar “o papel
´
de fiel protetor da fe judaica”. Mas ele mostrou que
˜
sua afirmaçao de ser adorador de Deus era falsa por
´
organizar combates entre gladiadores e espetaculos
˜
pagaos no teatro. Agripa foi descrito como “traiçoeiro,
superficial, extravagante”.
˜ ´ ˜
na escuridao de sua cela? Sera que sao as palavras
de Jesus ditas anos antes, revelando que Pedro seria
amarrado e levado contra a sua vontade — para ser
˜
executado? (Joao 21:18, 19) Talvez Pedro se esteja per-
´
guntando se j a chegou o momento de isso acontecer.
ˆ
4 Se voc e estivesse no lugar de Pedro, como se senti-
˜
ria? Muitos entrariam em desespero, achando que nao
havia esperança. Mas, para um verdadeiro seguidor de
´ ˜
Jesus Cristo, sera que existe alguma situaç ao realmen-
te sem esperança? O que podemos aprender do modo
˜ ˜ `
como Pedro e seus irmaos cristaos reagiram a perse-
˜
guiç ao que sofreram? Vejamos.
´
“A PALAVRA DE JEOVA CRESCIA” 149
˜ ˜
“A congrega ç ao fazia intensamente ora ç ao”
(Atos 12:1-5)
´ ˜
5
Conforme vimos no capıtulo anterior, a conversao
´ ´
dos primeiros gentios — Cornelio e sua famılia — foi
˜
um acontecimento emocionante para a congregaç ao
˜
crista. Mas imagine o choque que deve ter sido para os
˜ ˜
judeus que nao eram cristaos ver muitos judeus e gen-
˜ ˜
tios adorando juntos livremente na congregaç ao crista.
´
6
Herodes, um polıtico astuto, viu nisso uma oportu-
nidade de ganhar o favor dos judeus. Assim, ele come-
˜ ´
çou a maltratar os cristaos. Sem duvida, ele ficou sa-
´ ´
bendo que o ap ostolo Tiago havia sido alguem bem
achegado a Jesus Cristo. Por isso, Herodes “eliminou
˜ ˜
Tiago, irmao de Joao, pela espada”. (Atos 12:2) Que
˜
prova isso foi para a congregaç ao! Tiago estava entre
ˆ ˜
os tres que haviam testemunhado a transfiguraç ao de
˜
Jesus e outros milagres que nao foram presenciados pe-
´
los demais ap ostolos. (Mat. 17:1, 2; Mar. 5:37-42) Por
˜ ˜
causa do zelo impetuoso de Tiago e de seu irmao Joao,
˜
Jesus os havia chamado de “Filhos do Trovao”. (Mar.
˜ ´
3:17) Dessa forma, a congregaç ao perdeu alguem que
´
era uma corajosa e fiel testemunha e um amado ap os-
tolo.
˜
5, 6. (a) Por que e como o Rei Herodes Agripa I atacou a congregaç ao
˜ ˜
crist a? (b) Por que a morte de Tiago foi uma prova para a congrega ç ao?
ˆ
150 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
7
A execuç ao de Tiago agradou aos judeus, exatamen-
˜
te como Agripa esperava. Animado com essa reaç ao,
´ ´
ele resolveu fazer de Pedro sua proxima vıtima. Confor-
´ ´
me descrito no inıcio deste capıtulo, ele mandou pren-
´ ´
der Pedro. Sabendo que no passado os ap ostolos ja ha-
˜ ´
viam escapado da prisao, como vimos no Capıtulo 5
˜
deste livro, Agripa nao quis arriscar-se. Para certificar-
´
se de que nada saısse errado, ele ordenou que Pedro fos-
se acorrentado a 2 guardas e que 16 guardas trabalhas-
sem em turnos, dia e noite, a fim de garantir que esse
´ ˜ ´
ap ostolo nao escapasse — caso contrario, a sentença de
´
Pedro recairia sobre os proprios guardas. Diante dessa
˜ ´ ˜ ˜
situaç ao terrıvel, o que os irmaos cristaos de Pedro po-
deriam fazer?
8 A congregaç ao ˜
sabia exatamente o que fazer. Atos
12:5 diz: “Consequentemente, Pedro estava sendo guar-
˜ ˜
dado na prisao; mas a congregaç ao fazia intensamente
˜ ˜
oraç ao a Deus por ele.” De fato, as oraç oes da congre-
˜ ˜ ´
gaç ao a favor de seu amado irmao eram suplicas inten-
˜ ˜
sas e de coraç ao. A morte de Tiago nao deixou esses
˜
cristaos desanimados nem fez com que achassem que
˜ ´ ´ ˆ `
nao valia a pena orar. Jeova da grande importancia as
˜
oraç oes. Se elas estiverem em harmonia com Sua vonta-
´ ´
de, ele as respondera. (Heb. 13:18, 19; Tia. 5:16) Essa e
˜ ` ˜
7, 8. Como a congrega ç ao reagiu a pris ao de Pedro?
´
“A PALAVRA DE JEOVA CRESCIA” 151
˜ ´ ˜ ´
uma liç ao de fe que os cristaos atuais devem levar a se-
rio.
ˆ ˜ ˜ ˜
9
Voc e sabe de irmaos cristaos que estao passando
˜
por provaç oes? Eles talvez estejam enfrentando perse-
˜ ˜ ˜
guiç ao, proscriç ao ou desastres naturais. Por que nao
˜ ˜
inclui esses irmaos em suas sinceras oraç oes? Pode ser
ˆ ´ ˜ ˜
que voc e tamb em saiba de irmaos que estao passando
por dificuldades menos evidentes, como problemas fa-
ˆ ´
miliares, desanimo ou alguma prova de fe. Se meditar
ˆ ´
antes de orar, voc e talvez consiga pensar em varias pes-
´
soas que podera mencionar por nome quando falar
´ ˜
com Jeova, o “Ouvinte de oraç ao”. (Sal. 65:2) Afinal,
˜
precisamos que nossos irmaos espirituais façam o mes-
´
mo por nos caso venhamos a enfrentar dificuldades.
“Vem seguir-me” (Atos 12:6-11)
´
10 Sera que Pedro estava preocupado com o que o
˜ ´
aguardava? Nao podemos afirmar, mas durante sua ul-
˜
tima noite na prisao, ele dormia profundamente en-
´
quanto os dois guardas o vigiavam. Esse homem de fe
sabia que independentemente do que acontecesse no
´
dia seguinte, Jeova cuidaria dele. (Rom. 14:7, 8) Mas
˜
com certeza Pedro nao esperava pelos eventos sur-
` ˜
9. No que se refere as ora ç oes, o que aprendemos do exemplo deixado
˜
pelos crist aos que oraram por Pedro?
´ ˜
10, 11. Descreva o modo como o anjo de Jeova libertou Pedro da pris ao.
ˆ
152 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
preendentes que estavam para ocorrer. De repente,
´
uma luz brilhou na cela. Um anjo, pelo visto invisıvel
ˆ
aos guardas, apareceu e, com tom de urgencia, mandou
˜
que Pedro acordasse. E aquelas correntes nas maos do
´ ˜
ap ostolo — correntes que pareciam tao fortes — sim-
´ ˜
plesmente caıram no chao!
11 O anjo deu a Pedro uma serie ´
de ordens diretas:
“Levanta-te depressa! . . . Cinge-te e amarra as tuas san-
´ ˜
dalias. . . . Poe a tua roupa exterior.” Pedro obedeceu
prontamente. Por fim, o anjo disse: “Vem seguir-me”, e
´
foi isso o que Pedro fez. Eles saıram da cela, passaram
bem na frente dos guardas parados do lado de fora e se-
ˆ ´ ˜
guiram em silencio ate o enorme portao de ferro. Como
˜
conseguiriam passar pelo portao? Mesmo que essa per-
gunta tivesse passado pela mente de Pedro, logo foi res-
˜
pondida. Quando eles se aproximaram do portao, este
˜
abriu “por si mesmo”. Em questao de segundos, eles
˜ `
passaram pelo portao, chegaram a rua e o anjo desapa-
receu. Pedro foi deixado ali. De repente ele se deu con-
˜
ta de que tudo aquilo realmente tinha acontecido. Nao
˜
era uma visao. Ele estava livre! — Atos 12:7-11.
˜ ´
12
Nao e consolador meditar no ilimitado poder que
´
Jeova tem para salvar seus servos? Pedro tinha sido
´
12. Por que pode ser consolador meditar em como Jeova libertou Pedro?
´
“A PALAVRA DE JEOVA CRESCIA” 153
preso por um rei que contava com o apoio da maior po-
ˆ ´ ´
tencia polıtica que o mundo ja havia visto. Mesmo as-
˜
sim, Pedro saiu da prisao sem a menor dificuldade.
´ ´ ˜
E verdade que Jeova nao realiza esse tipo de milagre
˜
para todos os seus servos. Ele nao fez isso no caso de
´
Tiago; nem mais tarde no caso do proprio Pedro, quan-
do as palavras de Jesus a respeito dele por fim se cum-
˜ ˜
priram. Atualmente, os cristaos nao esperam ser liber-
´ ˜
tados de forma milagrosa. Mas sabemos que Jeova nao
´
mudou. (Mal. 3:6) E em breve ele usara seu Filho para
´ ˜ ˜
libertar incontaveis milhoes de pessoas da prisao mais
´ ˜
difıcil de escapar — a morte. (Joao 5:28, 29) Saber dis-
so pode nos dar muita coragem para enfrentar prova-
˜
ç oes.
“Viram-no e ficaram assombrados” (Atos 12:12-17)
13 Pedro ficou parado naquela rua escura, pensando
˜ ˜
para onde iria. Entao, lembrou-se de que uma crista
chamada Maria morava ali perto. Parece que ela era
´ ˜
viuva e tinha uma boa condiç ao financeira. Sua casa
era grande o suficiente para ser usada por uma congre-
˜ ˜ ˜
gaç ao. Ela era mae de Joao Marcos, mencionado aqui
˜
13-15. (a) Como os membros da congrega ç ao que estavam reunidos na
`
casa de Maria reagiram a chegada de Pedro? (b) Em que o livro de Atos
passa a concentrar-se, mas que efeito Pedro continuou a causar em seus
˜
irm aos espirituais?
ˆ
154 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
pela primeira vez no relato de Atos. Marcos por fim se
tornou como um filho para Pedro. (1 Ped. 5:13) Naque-
˜
la noite, muitos da congregaç ao estavam reunidos na
´
casa de Maria, orando fervorosamente, apesar de ja ser
bem tarde da noite. Com certeza eles oravam para que
˜
Pedro fosse libertado, mas nao esperavam a resposta
´
que Jeova lhes daria!
˜
14 Pedro bateu no portao, ´
que dava para um p atio em
`
frente a casa. Uma serva chamada Rode — um nome
grego muito comum que significa “Rosa” — foi aten-
˜
der. Ela nao conseguia acreditar no que estava ouvin-
˜
do. Era a voz de Pedro! Ela ficou tao agitada que, em
˜
vez de abrir o portao, deixou Pedro parado na rua, cor-
reu para dentro da casa e tentou convencer a congrega-
˜ ´
ç ao de que Pedro estava la fora. Eles a chamaram de
˜
louca, mas ela nao era do tipo que desistia facilmente.
Ela continuou insistindo, pois sabia que estava falando
a verdade. Admitindo que ela poderia ter mesmo ouvi-
do algo, alguns disseram que talvez se tratasse de um
anjo representando Pedro. (Atos 12:12-15) Enquanto
˜ ´
isso, Pedro continuou batendo no portao ate que, por
fim, eles o abriram.
˜
15 No portao,
“viram-no e ficaram assombrados”!
˜
(Atos 12:16) Eles ficaram tao felizes e fizeram tanto ba-
´
rulho que Pedro teve de acalma-los para que pudesse
´
“A PALAVRA DE JEOVA CRESCIA” 155
contar o que lhe havia acontecido, pedir que transmi-
˜ ´
tissem essa informaç ao ao discıpulo Tiago e aos outros
˜ ˜
irmaos e, entao, ir embora antes que os soldados de He-
rodes o encontrassem. Pedro foi para um lugar mais se-
guro, onde pudesse continuar seu serviço fiel. A partir
desse ponto, o livro de Atos passa a concentrar-se na
´
obra e nas viagens do ap ostolo Paulo. Pedro sai de
˜ ´
cena, com exce ç ao de Atos capıtulo 15, onde ele ajuda
˜ ˜
a resolver a questao da circuncisao. Mas podemos estar
´ ˜
certos de que ele fortaleceu a fe dos seus irmaos espiri-
tuais aonde quer que tenha ido. Quando Pedro saiu da
˜
casa de Maria naquela noite, com certeza os irmaos
reunidos ali estavam muito felizes.
` ´ ´
16
As vezes Jeova da aos seus servos muito mais do
˜
que eles esperam, deixando-os tao felizes que mal con-
˜
seguem acreditar. Foi assim que os irmaos espirituais
´ ´
de Pedro se sentiram naquela noite. E e assim que nos
ˆ
talvez nos sintamos quando recebemos as ricas b en-
˜ ´
ç aos de Jeova hoje. (Pro. 10:22) No futuro, veremos to-
´
das as promessas de Jeova se cumprirem em escala
´ ˜
global. O que vai ocorrer sera tao maravilhoso que ul-
˜
trapassa os limites da nossa imaginaç ao. Portanto, des-
´
de que permane çamos fieis, podemos ter a certeza de
´ ˜
que havera muitas ocasioes felizes no futuro.
˜
16. Por que o futuro certamente nos reserva muitas ocasi oes felizes?
ˆ
156 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
“O anjo de Jeov a o golpeou” (Atos 12:18-25)
´
17
A fuga de Pedro tamb em surpreendeu Herodes,
˜
mas ele nao ficou nem um pouco feliz. Herodes logo or-
denou que Pedro fosse procurado em toda a parte e en-
˜
tao mandou interrogar os guardas. Eles foram “levados
` ˜
a puniç ao”, provavelmente executados. (Atos 12:19) He-
´
rodes Agripa nunca sera lembrado por ter tido compai-
˜ ´ ´
xao ou miseric ordia. Sera que esse homem cruel foi pu-
nido?
´ ´
18
E provavel que Agripa se tenha sentido humilhado
˜
por nao conseguir matar Pedro, mas logo encontrou
uma maneira de recuperar seu orgulho ferido. Surgiu
˜ ´
uma questao diplomatica em que alguns dos inimigos
de Herodes Agripa se viram obrigados a pedir-lhe um
´
acordo de paz, e ele sem duvida estava ansioso para
ˆ
fazer um discurso diante de uma grande assistencia.
Lucas relata que, ao se preparar para isso, “Herodes
vestiu-se da roupa real”. Josefo, historiador judeu, es-
creveu que a vestimenta de Herodes era feita de prata,
de modo que, quando a luz incidia sobre o rei, ele pare-
´ ˜ ´
cia reluzir com gloria. Entao, esse polıtico pretensioso
˜
fez um discurso. Querendo bajular Herodes, a multidao
˜
clamou: “A voz de um deus e nao de homem!” — Atos
12:20-22.
` ˜
17, 18. Que eventos levaram a bajula ç ao de Herodes?
´
“A PALAVRA DE JEOVA CRESCIA” 157
´
19
Essa gloria pertencia a Deus, e Ele estava vendo
tudo aquilo! Herodes teve chance de evitar o pior. Ele
˜ ˜
poderia ter repreendido a multidao, ou pelo menos nao
ter concordado com ela. Em vez disso, ele se tornou um
´
exemplo vivo do seguinte proverbio: “O orgulho vem
´
antes da derrocada.” (Pro. 16:18) “O anjo de Jeova o
golpeou instantaneamente”, fazendo com que aquele
rei arrogante e egotista morresse de forma repugnante.
Herodes, “comido de vermes, expirou”. (Atos 12:23) Jo-
´
sefo tamb em escreveu que Herodes Agripa foi golpea-
do de repente, e acrescentou que o rei concluiu que
˜
estava morrendo por ter aceitado a bajulaç ao da multi-
˜
dao. Josefo escreveu que Agripa agonizou por cinco
dias antes de morrer.1
` ´
20
As vezes pode parecer que pessoas mas praticam
ˆ
todo tipo de maldade sem sofrer as consequencias. Isso
˜
nao nos deve surpreender, pois “o mundo inteiro jaz no
´ ˜
poder do inıquo”. (1 Joao 5:19) Mesmo assim, servos
´
1 Certo medico escreveu que os sintomas descritos por Josefo e
Lucas
´ podem ˜ter sido causados por vermes que ` formaram˜ uma mor-
tıfera obstruç ao intestinal. Vermes desse tipo as vezes sao vomitados
ou ˆ saem do corpo do˜ paciente na hora da morte. Uma´ obra de refe-
rencia diz: “A exatidao profissional de Lucas como medico descreve
o horror da morte [de Herodes].”
´
19, 20. (a) Por que Jeova puniu Herodes? (b) Que consolo podemos ob-
ter do relato da repentina morte de Herodes Agripa?
ˆ
158 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
fieis de Deus vez por outra se sentem aflitos quando
˜ ˜
parece que pessoas desse tipo nao sao punidas. Por
´
isso, relatos como esse nos consolam; vemos Jeova
agindo, como que lembrando a todos os seus servos que
ele ama a justiça. (Sal. 33:5) Mais cedo ou mais tarde,
´
sua justiça prevalecera.
21 Esse relato conclui com uma liç ao ˜
ainda mais ani-
´
madora: “A palavra de Jeova crescia e se espalhava.”
´
(Atos 12:24) Esse relatorio a respeito do progresso da
˜
obra de pregaç ao talvez nos lembre da maneira em que
´
Jeova abençoa essa mesma obra em nossos dias. Fica
´ ˜
claro que esse registro no capıtulo 12 de Atos nao trata
´
principalmente da morte de um ap ostolo e da fuga de
´
outro. Fala a respeito de Jeova e das medidas que ele
´
tomou para frustrar as tentativas de Satanas de des-
˜ ˜ ˜
truir a congregaç ao crista e de acabar com a pregaç ao.
´
Esses ataques de Satanas falharam. Todas as suas tra-
´ ´ ˜
mas futuras contra o povo de Jeova tamb em falharao.
(Isa. 54:17) No entanto, aqueles que ficam do lado de
´
Jeova e de Jesus Cristo participam de uma obra que
˜ ´
nunca vai falhar. Isso nao e encorajador? Que grande
´ ´ ´
privilegio e ajudarmos a espalhar “a palavra de Jeova”
hoje!
´ ˜ ´
21. Qual e a principal li ç ao do cap ıtulo 12 de Atos, e por que isso nos
consola hoje?
´
“A PALAVRA DE JEOVA CRESCIA” 159
˜
S E Ç AO 4 ˙ ATO S 13:1–14:28
“ENVIADOS
´ PELO
ESP IRITO SANTO”
ATO S 13:4
˜ ´
Nesta seçao, acompanharemos o apostolo Pau-
´
lo em sua primeira viagem missionaria. Em
´ ´
uma cidade apos outra, o apostolo foi persegui-
´
do. Mesmo assim, guiado pelo espırito santo, ele
continuou a dar testemunho, formando novas
˜
congregaçoes. Esse relato emocionante certa-
´
mente nos incentivara a ter ainda mais zelo em
´
nosso ministerio.
´
CAPITULO 11
“Cheios de alegria e
´
de esp ırito santo”
O exemplo de Paulo em lidar com pessoas
hostis que rejeitaram a mensagem
Baseado em Atos 13:1-52
´ ˜
E UM dia emocionante para a congregaç ao em Antio-
´
quia. De todos os profetas e instrutores ali, Barnab e
´
e Saulo acabam de ser escolhidos pelo espırito santo
para levar as boas novas a lugares distantes.1 (Atos
´ ´
13:1, 2) E verdade que homens qualificados j a foram
´ ´
enviados como missionarios antes, so que foram desig-
˜ ´
nados a regioes onde o cristianismo j a estava estabe-
´
lecido. (Atos 8:14; 11:22) Dessa vez, Barnab e e Saulo
˜ ´
— junto com Joao Marcos, que servira como assisten-
˜
te — serao enviados a lugares onde as pessoas prati-
camente nunca ouviram as boas novas.
Uns 14 anos antes, Jesus disse a seus seguidores: “Se-
2
´
reis testemunhas de mim tanto em Jerusalem como em
´ ´
1 Veja o quadro “Barnab e — ‘Filho de Consolo’ ”, na p agina 162.
´
1, 2. O que havia de especial na viagem que Barnab e e Saulo estavam
para fazer, e como seu trabalho ajudaria no cumprimento de Atos 1:8?
´
“CHEIOS DE ALEGRIA E DE ESPIRITO SANTO” 161
´
BARNAB E — “FILHO DE CONS OLO”
˜
Um membro destacado da primeira congregaç ao
´ ´
de Jerusalem era Jose, um levita natural de Chipre.
´
Os ap ostolos deram-lhe outro nome que descrevia
´
bem sua personalidade: Barnab e, que significa “Fi-
´
lho de Consolo”. (Atos 4:36) Quando Barnab e via
uma necessidade entre seus companheiros de adora-
˜
ç ao, ele logo procurava supri-la.
No Pentecostes de ´ 33 EC, foram batizados 3 mil
´ ´
novos discıpulos. E provavel que muitos desses te-
´
nham ido a Jerusalem apenas para a festividade e
˜
nao planejassem ficar ali por muito tempo. A con-
˜
gregaç ao precisava de recursos para cuidar dessa
˜ ´
multidao. Portanto, Barnab e vendeu um pedaço de
´
terra e generosamente entregou o dinheiro aos ap os-
˜
tolos como contribuiç ao. — Atos 4:32-37.
´ ˜
Barnab e era um superintendente cristao maduro e
gostava muito de ajudar outros. Foi ele que ajudou
´
o rec em-convertido Saulo de Tarso quando todos os
´
outros discıpulos temiam este ex-perseguidor por
˜
causa de sua reputaç ao anterior. (Atos 9:26, 27) Bar-
´
nab e demonstrou humildade quando Paulo repreen-
˜
deu a ele e a Pedro na questao do relacionamento
˜ ´
apropriado entre cristaos judeus e gentios. (Gal. 2:9,
11-14) Esses poucos exemplos mostram que Barna-
´
b e realmente fazia jus ao seu nome — “Filho de Con-
solo”.
ˆ
162 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ `
toda a Judeia e Samaria, e ate a parte mais distante da
˜ ´
terra.” (Atos 1:8) A designaçao de Barnabe e Saulo para
´ ´
servir como missionarios dara um grande impulso ao
´
cumprimento dessas palavras profeticas de Jesus.1
S eparados “para a obra” (Atos 13:1-12)
˜
3 Hoje, graças a invenç oes ´
como o automovel e o
˜ ˆ
aviao, as pessoas podem viajar grandes distancias em
˜
apenas uma ou duas horas. Mas nao era assim no pri-
´ ´
meiro seculo EC. Naquela epoca, a principal forma de
viajar por terra era caminhar, muitas vezes por terre-
nos acidentados. Um dia de viagem, em que normal-
ˆ
mente a pessoa percorria apenas uns 30 quilometros,
´
era muito cansativo.2 Assim, apesar de Barnab e e Sau-
lo certamente estarem ansiosos para come çar sua de-
˜ ´
signaç ao, eles sabiam que seria necessario muito es-
˜
forço e abnegaç ao para cumpri-la. — Mat. 16:24.
´
4 Mas por que o esp ırito santo orientou especifica-
´
mente que Barnab e e Saulo fossem separados “para a
´ ˜ ˜
1 A essa altura j a existem
´ congregaç oes ˆem lugares tao distantes
quanto
´ Antioquia da Sıria — uns 550 quilometros ao norte de Jeru-
salem. ´
2 Veja o quadro “Nas estradas”, na p agina 164.
´ ´
3. O que tornava dif ıceis as longas viagens no primeiro s eculo?
´
4. (a) O que orientou a escolha de Barnab e e Saulo, e como seus com-
˜ ˜
panheiros crist aos reagiram a essa designa ç ao? (b) Como podemos
˜ ´
apoiar aqueles que recebem designa ç oes teocr aticas?
´
“CHEIOS DE ALEGRIA E DE ESPIRITO SANTO” 163
NAS ESTRADAS
˜ ˜ ˜
oposiç ao nos ensina uma valiosa liç ao. Nao paramos
de pregar mesmo quando pessoas de destaque neste
mundo tentam nos fazer desistir de proclamar a nos-
´
sa mensagem. Observe tamb em que, quando as pes-
soas em Antioquia rejeitaram a mensagem, Paulo e
´ ´ ´ ˜
Barnab e ‘sacudiram o p o dos seus p es’. Esse gesto nao
17-19. De que maneiras podemos imitar o excelente exemplo de Paulo
´ ´
e Barnab e, e como fazer isso contribuir a para a nossa alegria?
´
“CHEIOS DE ALEGRIA E DE ESPIRITO SANTO” 175
indicava que eles estavam com raiva. Em vez disso,
˜
significava que eles nao se responsabilizavam pelo que
´
aconteceria com as pessoas. Esses missionarios perce-
˜ ˜
beram que nao podiam controlar a reaç ao de outros.
Mas podiam controlar se continuariam a pregar. Eles
˜
com certeza nao deixaram de pregar quando foram
ˆ
para Ic onio!
´
18 E que dizer dos discıpulos que permaneceram em
´ ´
Antioquia? E verdade que o territorio deles era hostil.
˜
Mas sua alegria nao dependia da receptividade das
˜
pessoas. Jesus disse: “Felizes sao os que ouvem a pa-
lavra de Deus e a guardam!” (Luc. 11:28) E era exata-
´ ´
mente isso que os discıpulos em Antioquia da Pisıdia
estavam decididos a fazer.
´
Assim como Paulo e Barnab e, sempre nos lembre-
19
´
mos de que nossa responsabilidade e pregar as boas
˜
novas. A decisao de aceitar ou rejeitar a mensagem de-
pende exclusivamente de nossos ouvintes. Se aqueles
˜
a quem pregamos nao parecem receptivos, podemos
˜ ´ ´
aprender uma liç ao dos discıpulos do primeiro seculo.
´
Por prezarmos a verdade e permitirmos que o espıri-
´ ´
to santo nos guie, nos tamb em podemos ter alegria,
˜ ´
mesmo diante de oposiç ao. — Gal. 5:18, 22.
ˆ
176 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
CAPITULO 12
ˆ
Ic onio estava localizada num planalto bem ir-
´
rigado e fertil e ficava num cruzamento de uma
´
importante rota comercial que ligava a´ Sıria com
´ ´
Roma, Grecia e a provıncia romana da Asia.
˜ ˜
A religiao local baseava-se na adoraç ao de Cibele,
´ ´
a deusa frıgia da fertilidade, e, durante o perıodo he-
´ ˜
lenıstico, incorporou traços da adoraç ao praticada
´
pelos gregos. A cidade veio a ficar sob domınio ro-
´
mano em 65 AEC e, no primeiro seculo EC, era um
´ ´
grande e prospero centro comercial e agrıcola. Em-
ˆ ˜
bora Ic onio fosse o lar de uma influente populaç ao
´
judaica, a cidade parece ter preservado as caracterıs-
´
ticas da cultura grega adquiridas durante o perıodo
´
helenıstico. O relato de Atos, na verdade, fala de ha-
bitantes judeus e “gregos”. — Atos 14:1.
ˆ ˜
Ic onio ficava na fronteira entre as regioes da Li-
ˆ ´ ´
caonia e da Frıgia, na Galacia. Certos escritores
´ ˜ ˆ
antigos, como Cıcero e Estrabao, chamaram Ic onio
ˆ ´
de cidade da Licaonia, e, do ponto de vista geogra-
˜
fico, a cidade realmente pertencia a essa regiao. No
˜ ˆ
entanto, o relato de Atos nao inclui Ic onio como
ˆ ´ ˆ
parte da Licaonia, onde a “lıngua licaonica” era
˜ ´
falada. (Atos 14:1-6, 11) Por essa razao, crıticos ar-
˜
gumentavam que o relato de Atos nao era exato.
´ ˜
Mas, em 1910, arque ologos descobriram inscriç oes
´
na cidade indicando que o frıgio foi o idioma fala-
ˆ
180 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
ˆ ´ ´
do em Ic onio por dois seculos ap os a visita de Paulo
´
e Barnab e. Assim, o escritor do livro de Atos estava
ˆ ˆ
correto em distinguir Ic onio das cidades da Licao-
nia.
´
Messias. (Atos 13:15-31; 26:22, 23) Quanto a Barnab e,
era bem evidente seu interesse pelas pessoas. (Atos
4:36, 37; 9:27; 11:23, 24) Nenhum dos dois confiava em
´
seu proprio entendimento, mas eles falavam “pela au-
´ ˆ
toridade de Jeova”. Como voc e pode imitar esses mis-
´ ˜
sionarios em sua pregaç ao? Conheça bem a Palavra de
´
Deus. Selecione textos bıblicos que sejam de maior in-
´
teresse para seus ouvintes. Procure maneiras praticas
ˆ
de consolar aqueles a quem voc e prega. E sempre ba-
´ ˜
seie seu ensino na autoridade da Palavra de Jeova, nao
´
na sua propria sabedoria.
7 Mas nem todos em Ic onio ˆ
ficaram felizes ao ouvir
´
o que Paulo e Barnab e tinham a dizer. “Judeus que
˜
nao criam”, continuou Lucas, “atiçavam e influencia-
˜
vam injustamente as almas das pessoas das naç oes
˜ ´
contra os irmaos”. Percebendo que era necessario
´
7. (a) Que resultados as boas novas produzem? (b) Caso sua fam ılia es-
ˆ ` ˆ
teja dividida por causa de sua obedi encia as boas novas, de que voc e deve
lembrar-se?
´
“FALANDO COM DENODO PELA AUTORIDADE DE JEOVA” 181
´
ficar ali e defender as boas novas, Paulo e Barnab e
´
‘passaram um tempo consideravel falando com deno-
˜
do’. Em resultado disso, “a multidao da cidade estava
dividida, e alguns eram a favor dos judeus, mas outros
´
a favor dos ap ostolos”. (Atos 14:2-4) Hoje, as boas no-
vas produzem resultados parecidos. Para alguns, elas
˜
sao uma força unificadora; para outros, um motivo de
˜ ´
divisao. (Mat. 10:34-36) Caso sua famılia esteja dividi-
ˆ `
da por causa de sua obediencia as boas novas, lembre-
˜ ´ ˜
se de que a oposiç ao muitas vezes e uma reaç ao a boa-
´
tos infundados ou a calunias venenosas. Sua conduta
´
excelente pode ser um antıdoto para esse veneno e,
˜
com o tempo, pode abrandar o coraç ao dos que se
˜ ˆ
op oem a voc e. — 1 Ped. 2:12; 3:1, 2.
8 Depois de algum tempo, os opositores em Ic onioˆ
´
tramaram apedrejar Paulo e Barnab e. Ao saberem dis-
´
so, esses dois missionarios decidiram ir pregar em ou-
´
tro territorio. (Atos 14:5-7) Hoje, os proclamadores do
´ ˆ
Reino tamb em agem com prudencia. Quando somos
confrontados com ataques verbais, falamos com cora-
´
gem. (Fil. 1:7; 1 Ped. 3:13-15) Mas, quando ha ameaça
ˆ
de violencia, evitamos fazer algo insensato que colo-
´ ˆ ˜
8. Por que Paulo e Barnab e deixaram Ic onio, e que li ç ao podemos apren-
der de seu exemplo?
ˆ
182 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
que desnecessariamente em perigo a nossa vida e a de
˜
nossos irmaos espirituais. — Pro. 22:3.
Voltem-se “para o Deus vivente”
(Atos 14:8-19)
´
9 Paulo e Barnab e seguiram para Listra, uma colo- ˆ
ˆ ˆ
nia romana cerca de 30 quilometros a sudoeste de Ico-
˜
nio. Listra mantinha fortes relaç oes com Antioquia da
´ ˜
Pisıdia, mas, diferentemente desta cidade, nao tinha
uma importante comunidade judaica. Embora seja
´
provavel que seus habitantes soubessem falar grego,
´ ˆ
a lıngua materna deles era o licaonico. Paulo e Barna-
´ ´ ´
b e come çaram a pregar numa area publica, talvez por-
˜
que nao houvesse uma sinagoga na cidade. Assim
´
como Pedro havia feito em Jerusalem, Paulo curou em
Listra um homem manco de nascença. (Atos 14:8-10)
Por causa do milagre que Pedro realizou, uma grande
˜
multidao aceitou a mensagem. (Atos 3:1-10) Mas, no
caso do milagre realizado por Paulo, o resultado foi
bem diferente.
´ ´
10 Conforme descrito no inıcio deste capıtulo, quan-
do o homem manco pulou e começou a andar, a mul-
˜ ˜
tidao em Listra, por ser paga, imediatamente tirou
9, 10. Onde ficava Listra, e o que sabemos sobre seus habitantes?
´
“FALANDO COM DENODO PELA AUTORIDADE DE JEOVA” 183
˜ ´
uma conclusao errada. Eles se referiram a Barnab e
como Zeus, principal deus grego, e a Paulo como Her-
mes, filho de Zeus e porta-voz dos deuses. (Veja o qua-
˜
dro “Listra e a adoraç ao a Zeus e a Hermes”, na
´ ´ ´
p agina 186.) Barnab e e Paulo, porem, estavam deter-
˜
minados a fazer a multidao entender que eles falavam
˜ ˜
e agiam nao pela autoridade de deuses pagaos, mas
´ ´
pela autoridade de Jeova, o unico Deus verdadeiro.
— Atos 14:11-14.
ˆ ´
11 Apesar daquelas circunstancias dramaticas, Paulo
´ ˜
e Barnab e ainda procuraram tocar o coraç ao da assis-
ˆ ´
tencia da melhor maneira possıvel. Com esse inciden-
te, Lucas registrou uma forma eficaz de pregar as boas
˜ ´
novas a pagaos. Observe como Paulo e Barnab e racio-
cinaram com seus ouvintes: “Homens, por que estais
´ ´
fazendo estas coisas? Nos tamb em somos humanos,
´
tendo os mesmos padecimentos que vos, e vos estamos
declarando as boas novas, para que vos desvieis destas
˜ ´
coisas vas para o Deus vivente, que fez o c eu e a ter-
ra, e o mar, e todas as coisas neles. Ele permitiu, nas
˜ ˜
geraç oes passadas, que todas as naç oes andassem nos
´ ˜
seus proprios caminhos, embora, deveras, nao se dei-
´
11-13. (a) O que Paulo e Barnab e disseram aos habitantes de Listra?
˜ ´
(b) Que li ç ao podemos aprender das palavras de Paulo e Barnab e?
ˆ
184 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
xou sem testemunho, por fazer o bem, dando-vos chu-
´ ˜ ´
vas do c eu e estaç oes frutıferas, enchendo os vossos
˜ ˆ
coraç oes plenamente de alimento e de bom animo.”
— Atos 14:15-17.
˜
12 Que liç oes podemos aprender dessas palavras que
` ˜ ´ ˜
nos levam a reflexao? Primeiro, Paulo e Barnab e nao
se consideravam superiores aos que lhes escutavam.
˜ ˜
Eles nao fingiram ser algo que nao eram. Em vez dis-
so, admitiram humildemente ter as mesmas fraquezas
˜ ´
que seus ouvintes pagaos. E verdade que Paulo e Bar-
´ ´
nab e tinham recebido o espırito santo e sido liberta-
´
dos de ensinos falsos. Tamb em haviam sido abençoa-
dos com a esperança de reinar com Cristo. Mas eles
sabiam que os habitantes de Listra poderiam receber
ˆ ˜
essas mesmas b enç aos se obedecessem a Cristo.
13 Como encaramos as pessoas a quem pregamos?
´ ´
Sera que as consideramos como pessoas iguais a nos?
`
A medida que ajudamos outros a aprender as verda-
´ ´
des da Palavra de Deus, sera que nos, como Paulo e
´
Barnab e, evitamos querer ser bajulados por outros?
Charles Taze Russell, um destacado instrutor que to-
˜ ´
mou a frente na obra de pregaç ao no final do seculo 19
´ ´
e inıcio do seculo 20, deu exemplo nesse respeito. Ele
´
“FALANDO COM DENODO PELA AUTORIDADE DE JEOVA” 185
˜
LISTRA E A AD ORA Ç AO
A ZEUS E A HERMES
˜ ˆ
escreveu: “Nao queremos homenagem, nem reveren-
´ ˜
cia, para nos mesmos ou para nossos escritos; nao de-
sejamos ser chamados de Reverendo ou Rabino.” O ir-
˜
mao Russell tinha a mesma atitude humilde de Paulo
´
e Barnab e. De forma similar, nosso objetivo ao pregar
˜ ´ ´
nao e glorificar a nos mesmos, mas ajudar as pessoas
a se voltarem para “o Deus vivente”.
˜
14 Considere uma segunda liç ao que podemos apren-
´ ´
der desse discurso. Paulo e Barnab e eram flexıveis. Di-
´ ˆ
ferentemente dos judeus e proselitos em Iconio, os
˜
14-16. Que outras duas li ç oes podemos aprender das palavras de Paulo
´
e Barnab e aos habitantes de Listra?
´
“FALANDO COM DENODO PELA AUTORIDADE DE JEOVA” 187
habitantes de Listra tinham pouco ou nenhum conhe-
cimento das Escrituras ou dos tratos de Deus com a
˜
naç ao de Israel. Mas faziam parte de uma comunida-
´
de agrıcola. Listra era abençoada com um clima ame-
´
no e um solo fertil. Aquelas pessoas podiam ver am-
ˆ
plas evidencias das qualidades do Criador, conforme
˜ ´
reveladas em coisas como as estaç oes frutıferas, e os
´
missionarios usaram esse ponto em comum ao racio-
cinar com elas. — Rom. 1:19, 20.
´ ´ ´
15 Sera que tamb em podemos ser flexıveis? Embora
ˆ
188 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
volvendo Paulo, Barnab e e os habitantes de Listra.
`
Apesar de nossos melhores esforços, as vezes a semen-
´
te que plantamos e ‘arrebatada’ ou cai em solo rocho-
˜
so. (Mat. 13:18-21) Se isso acontecer, nao desanime.
´
Como Paulo mais tarde lembrou aos discıpulos em
´
Roma, “cada um de nos [incluindo cada pessoa com
´
quem falamos sobre a Palavra de Deus] prestara con-
tas de si mesmo a Deus”. — Rom. 14:12.
´
“Encomendaram-nos a Jeov a”
(Atos 14:20-28)
17 Depois que Paulo foi arrastado para fora de Lis-
´
tra e dado como morto, os discıpulos o cercaram e ele
se levantou e encontrou um lugar na cidade para pas-
´
sar a noite. No dia seguinte, Paulo e Barnab e inicia-
ˆ ´
ram uma viagem de 100 quilometros ate Derbe. Mal
podemos imaginar as dores que Paulo sentiu durante
´
essa difıcil viagem, tendo sido apedrejado poucas ho-
´
ras antes. Mesmo assim, ele e Barnab e perseveraram
˜
e quando chegaram a Derbe fizeram “nao poucos dis-
´ ´
cıpulos”. Daı, em vez de pegarem o caminho mais cur-
´
to para Antioquia da Sıria, que servia como uma es-
´
p ecie de base para as suas atividades, eles “voltaram
´ ˆ
17. Depois de deixar Derbe, aonde Paulo e Barnab e foram, e por qu e?
´
“FALANDO COM DENODO PELA AUTORIDADE DE JEOVA” 189
ˆ ´
a Listra, e a Ic onio, e a Antioquia” da Pisıdia. Com que
´
objetivo? Para fortalecer “as almas dos discıpulos, en-
´
corajando-os a permanecerem na fe”. (Atos 14:20-22)
Que grande exemplo esses dois homens estabelece-
˜
ram! Eles colocaram as necessidades da congregaç ao
`
a frente de seus interesses pessoais. Atualmente, supe-
´
rintendentes viajantes e missionarios seguem o exem-
plo deles.
´ ´
18 Alem de fortalecer os discıpulos com suas pala-
´ ˜
vras e exemplo, Paulo e Barnab e designaram “anciaos
˜
em cada congregaç ao”. Apesar de terem sido “envia-
´ ´
dos pelo espırito santo” nessa viagem missionaria,
´
Paulo e Barnab e oraram e jejuaram quando ‘encomen-
˜ ´
daram os anciaos a Jeova’. (Atos 13:1-4; 14:23) Hoje,
segue-se um procedimento similar. Antes de fazer uma
˜ ˜ ˜
recomendaç ao de designaç ao, o corpo de anciaos lo-
˜ ˜ ˜
cal analisa com oraç ao se o irmao em consideraç ao sa-
´
tisfaz os requisitos bıblicos. (1 Tim. 3:1-10, 12, 13; Tito
´ ´ ˜
1:5-9) O tempo em que a pessoa j a esta na verdade nao
´
e o principal requisito. Em vez disso, a maneira de fa-
˜ ˜ ˆ
lar, a conduta e a reputaç ao da pessoa dao evidencia
´ ´
de ate que ponto o espırito santo opera em sua vida.
´ ˜ ˜
18. O que est a envolvido na designa ç ao de anci aos?
ˆ
190 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
Satisfazer os requisitos bıblicos para os superinten-
´
dentes e o que determina se ele se qualifica para ser-
´
vir como pastor do rebanho. — Gal. 5:22, 23.
˜ ˜
19 Os anciaos designados sabem que prestarao con-
˜
tas a Deus pelo modo como cuidam da congregaç ao.
´
(Heb. 13:17; 1 Ped. 5:1-3) Como Paulo e Barnab e, os
˜ ˜
anciaos tomam a frente na obra de pregaç ao. Por meio
de palavras, eles fortalecem seus companheiros de
˜ ˜
adoraç ao. E estao dispostos a colocar as necessidades
˜ `
da congregaç ao a frente de seus interesses pessoais.
— Fil. 2:3, 4.
´
20 Quando finalmente Paulo e Barnab e retornaram a
´
Antioquia da Sıria, lugar que usavam como base para
´
suas viagens missionarias, eles relataram “as muitas
coisas que Deus tinha feito por meio deles, e que ele
` ˜ ´
abrira as naç oes a porta da fe”. (Atos 14:27) Ler sobre
˜ ˜
o trabalho fiel de nossos irmaos cristaos e ver como
´
Jeova abençoou seus esforços vai nos encorajar a
continuar “falando com denodo pela autoridade de
´
Jeova”.
˜ ˜
19. Pelo que os anci aos prestar ao contas, e como imitam a Paulo e Bar-
´
nab e?
´
20. Como nos beneficiamos de ler relat orios sobre o trabalho fiel de nos-
˜
sos irm aos?
´
“FALANDO COM DENODO PELA AUTORIDADE DE JEOVA” 191
˜
S E Ç AO 5 ˙ ATO S 15:1-35
´
“OS AP OSTOLOS
˜ E
O S ANCI AO S
AJUNTAR AM-SE”
ATO S 15:6
´
Uma intensa controversia passou a ameaçar a
˜ ˜
paz e a uniao das congregaçoes. A quem as con-
˜ ˜
gregaçoes recorreram em busca de instruçoes e
˜ ˜ ˜
orientaçoes para resolver a questao? Nesta seçao,
entenderemos melhor o modo como a congrega-
˜ ´
çao do primeiro seculo estava organizada, o que
serve de modelo para o povo de Deus hoje.
´
CAPITULO 13
˜
“Havia ocorrido nao
˜
pouca dissens ao”
˜ ˜
A quest ao da circuncis ao
´
e levada ao corpo governante
Baseado em Atos 15:1-12
´
CHEIOS de alegria, Paulo e Barnab e acabam de voltar
´
para Antioquia da Sıria depois de sua primeira via-
´ ˜ ´
gem missionaria. Eles estao entusiasmados, pois Jeova
` ˜ ´
‘abriu as naç oes a porta da fe’. (Atos 14:26, 27) De fato,
˜
as pessoas em Antioquia nao falam em outra coisa a
˜ ´
nao ser nas boas novas, e “um grande numero” de gen-
´ ` ˜
tios esta se achegando a congregaç ao nessa cidade.
— Atos 11:20-26.
´
A empolgante notıcia sobre os muitos gentios que
2
˜ `
estao aceitando o cristianismo logo chega a Judeia.
˜
Mas, em vez de trazer alegria a todos, essa situaç ao faz
´ ´
com que a j a existente controversia sobre a circunci-
˜
sao fique ainda mais evidente. Qual deveria ser a
ˆ
1-3. (a) Que acontecimentos levaram a diverg encias que amea çavam di-
˜ ˜
vidir a antiga congrega ç ao crist a? (b) Como podemos beneficiar-nos de
estudar esse relato no livro de Atos?
˜ ˜
“HAVIA OCORRIDO NAO POUCA DISSENSAO” 193
˜ ˜ ˜
relaç ao entre cristaos judeus e nao judeus, e como es-
´
tes ultimos deveriam encarar a Lei mosaica? Essa ques-
˜ ˆ
tao causa tanta divergencia que ameaça dividir a con-
˜ ˜ ˜ ´
gregaç ao crista em facç oes. Como esse assunto sera
resolvido?
`
3 A medida que considerarmos esse relato no livro de
˜
Atos, aprenderemos muitas liç oes valiosas. Isso pode-
´
ra ajudar-nos a agir com sabedoria caso surjam assun-
˜
tos com o potencial de causar divisao em nossos dias.
“A menos que sejais circuncidados” (Atos 15:1)
´
4 O discıpulo Lucas escreveu: “Certos homens desce-
ˆ ´
Talvez precisemos ter paciencia ao estudar a Bıblia
13
´
com pessoas que acham difıcil abandonar crenças fal-
´ ´
sas ou costumes antibıblicos que prezam ha muito
´
tempo. Nesses casos, pode ser necessario dar tempo
´ ˜
para que o espırito de Deus atue no coraç ao do estu-
´ ´
dante. (1 Cor. 3:6, 7) Tamb em sera bom fazer disso
ˆ ´ ´
13. Como podemos refletir a paci encia de Jeova em nosso minist erio?
˜ ˜
“HAVIA OCORRIDO NAO POUCA DISSENSAO” 201
˜
assunto de oraç ao. De uma maneira ou de outra e no
´
momento certo, Deus nos ajudara a saber qual o me-
˜
lhor caminho a seguir. — 1 Joao 5:14.
´
Relataram “em pormenores” not ıcias animadoras
(Atos 15:3-5)
14 A narrativa de Lucas continua: “Depois de serem
˜
acompanhados parte do caminho pela congregaçao, es-
´ ´
tes homens continuaram viagem, tanto atraves da Fenı-
´
cia como atraves de Samaria, relatando em pormenores
˜ ˜
a conversao de pessoas das naçoes, e eles estavam cau-
˜
sando grande alegria a todos os irmaos.” (Atos 15:3) O
˜
fato de a congregaçao ter acompanhado Paulo, Barna-
´
b e e os outros viajantes parte do caminho foi um ato de
˜ ˜
amor cristao que honrou esses irmaos, mostrando que
˜ ˆ ˜
a congregaçao lhes desejava as b ençaos de Deus. Mais
˜
uma vez os irmaos em Antioquia estabeleceram um ex-
´ ˆ ˜
celente exemplo para nos. Voce honra seus irmaos espi-
˜
rituais, “especialmente os [anciaos] que trabalham ar-
duamente no falar e no ensinar”? — 1 Tim. 5:17.
15 No caminho, os viajantes mostraram ser uma b en- ˆ
˜ ˜ ´
ç ao para seus irmaos espirituais na Fen ıcia e em
˜ ´
14, 15. Como a congrega ç ao em Antioquia honrou Paulo, Barnab e e os
˜
irm aos que viajaram com eles, e como esses homens mostraram ser uma
ˆ ˜ ˜
b en ç ao para seus irm aos espirituais?
ˆ
202 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
Samaria por contar “em pormenores” o que estava
acontecendo no campo gentio. Entre os ouvintes possi-
˜
velmente havia cristaos judeus que tinham fugido para
˜ ´ ˆ ˜
aquelas regioes depois do martırio de Estevao. Da mes-
´ ´ ´
ma forma hoje, relatorios de como Jeova esta abençoan-
´ ˜
do a obra de fazer discıpulos sao uma fonte de encoraja-
˜
mento para nossos irmaos, especialmente para aqueles
˜ ˆ
que sofrem provaçoes. Voce tira pleno proveito desses
´ ` ˜ ˜ `
relatorios por assistir as reunioes cristas, as assembleias
e aos congressos, bem como por ler casos da vida real e
˜
biografias em nossas publicaçoes?
ˆ
16 Depois de viajar uns 550 quilometros para o sul,
aquele grupo de Antioquia finalmente chegou a seu des-
´
tino. Lucas escreveu: “Chegando a Jerusalem, foram re-
˜ ´
cebidos benevolamente pela congregaçao e pelos ap os-
˜
tolos e anciaos, e eles narraram as muitas coisas que
Deus tinha feito por meio deles.” (Atos 15:4) “Alguns
´
dos da seita dos fariseus, que haviam crido”, porem, “le-
´ ´
vantaram-se dos seus assentos e disseram: ‘E necessario
´
circuncida-los e adverti-los que observem a lei de Moi-
´ ˜ ˜
ses.’ ” (Atos 15:5) Obviamente, a questao da circuncisao
˜
16. O que mostra que a circuncis ao havia se tornado um assunto muito
´
s erio?
˜ ˜
“HAVIA OCORRIDO NAO POUCA DISSENSAO” 203
˜ ˜
de cristaos nao judeus havia se tornado um assunto mui-
´
to serio e precisava ser resolvida.
´ ˜
“Os ap ostolos e os anci aos” reuniram-se (Atos 15:6-12)
17 “Ha´ sabedoria com os que se consultam mutuamen-
´
te”, diz Proverbios 13:10. Em harmonia com esse prin-
´ ´ ˜
cıpio sensato, “os ap ostolos e os anciaos ajuntaram-se
˜ ˜
para considerar [a questao da circuncisao]”. (Atos 15:6)
´ ˜
“Os ap ostolos e os anciaos” representavam a inteira
˜ ˜
congregaçao crista, assim como o Corpo Governante
˜
faz em nossos dias. Por que “os anciaos” estavam ser-
´ ´
vindo junto com os ap ostolos? Lembre-se de que o ap os-
tolo Tiago havia sido executado e que, pelo menos por
´
um tempo, o ap ostolo Pedro ficou preso. E se algo pa-
´
recido acontecesse com outros ap ostolos? A presença
de outros homens ungidos qualificados garantiria que
˜ ˜
a congregaçao continuasse a ter supervisao adequada.
18 Lucas continuou: “Ora, tendo havido muita dispu-
˜
ta, levantou-se Pedro e [disse]: ‘Irmaos, bem sabeis que
´
desde os primeiros dias Deus fez entre vos a escolha de
´
que por intermedio da minha boca as pessoas das na-
˜
çoes ouvissem a palavra das boas novas e cressem; e
´
17. Quem fazia parte do corpo governante em Jerusal em, e qual pode
˜ ´
ter sido o motivo de “os anci aos” terem sido inclu ıdos?
˜
18, 19. Que palavras poderosas Pedro disse, e a que conclus ao seus ou-
vintes devem ter chegado?
ˆ
204 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
Deus, que conhece o coraçao, deu testemunho por dar-
´ ´ ´
lhes o espırito santo, assim como dera tambem a nos. E
˜ ˜ ´
ele nao fez nenhuma distinçao entre nos e eles, mas puri-
˜ ´
ficou os coraçoes deles pela fe.’ ” (Atos 15:7-9) De acor-
ˆ
do com uma obra de referencia, a palavra grega tradu-
´ ´
zida “disputa” no versıculo 7 tambem denota “busca”,
˜
“questionamento”. Pelo visto, os irmaos foram sinceros,
˜
expressando abertamente suas diferenças de opiniao.
19 As palavras poderosas de Pedro lembraram a todos
que ele mesmo esteve presente quando os primeiros
´ ´
gentios incircuncisos, Cornelio e sua famılia, foram un-
´
gidos pelo espırito santo em 36 EC. Sendo assim, se
´ ˜ ˜
Jeova havia deixado de fazer distinçao entre judeu e nao
´
judeu, quem seriam os humanos para fazer o contrario?
´ ´ ´ ˜ ˆ `
Alem disso, e a fe em Cristo, nao a obediencia a Lei mo-
˜ ´
saica, que purifica o coraçao dos que creem. — Gal.
2:16.
` ´
20 A base do incontestavel testemunho da palavra de
´
Deus e do espırito santo, Pedro concluiu: “Ora, portan-
`
to, por que estais pondo Deus a prova por impor no pes-
´
co ço dos discıpulos um jugo que nem os nossos antepas-
´ ´
sados nem nos somos capazes de levar? Ao contrario,
˜ `
20. Como os que promoviam a circuncis ao estavam “pondo Deus a pro-
va”?
˜ ˜
“HAVIA OCORRIDO NAO POUCA DISSENSAO” 205
´
confiamos em ser salvos por intermedio da benignida-
de imerecida do Senhor Jesus, do mesmo modo como
´
tamb em essas pessoas.” (Atos 15:10, 11) Os que promo-
˜ `
viam a circuncisao estavam na verdade “pondo Deus a
ˆ
prova”, ou ‘testando sua paciencia’, conforme diz outra
˜
traduçao. Eles estavam tentando impor aos gentios um
´ ´ ˜
codigo de leis que os proprios judeus nao conseguiam
`
cumprir plenamente e que, portanto, os condenava a
´ ˜
morte. (Gal. 3:10) Em vez de promoverem a circuncisao,
os judeus que estavam ouvindo a Pedro deveriam se sen-
tir gratos a Deus pela bondade imerecida Dele expres-
sa por meio de Jesus.
21Pelo visto, as palavras de Pedro tiveram um forte
˜
impacto nas pessoas, pois “a multidao inteira ficou ca-
´
lada”. A seguir, Barnab e e Paulo relataram “os muitos
´
sinais e portentos que Deus fizera por intermedio deles
˜ ´
entre as naçoes”. (Atos 15:12) Finalmente os ap ostolos
˜ ˜
e os anciaos tinham condiçoes de avaliar todas as evi-
ˆ ˜
dencias e tomar uma decisao que refletisse de modo cla-
˜ ˜
ro a vontade de Deus na questao da circuncisao.
22 Da mesma forma hoje, quando os membros do
˜ ´ ˜
21. Qual foi a participa ç ao de Barnab e e Paulo naquela reuni ao?
22-24. (a) Como o Corpo Governante hoje segue o exemplo do corpo go-
´ ˜
vernante do primeiro s eculo? (b) Como todos os anci aos podem
´
demonstrar respeito pela autoridade teocr atica?
ˆ
206 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ˜
Corpo Governante se reunem, eles buscam orientaç ao
na Palavra de Deus e oram sinceramente pedindo es-
´
pırito santo. (Sal. 119:105; Mat. 7:7-11) Para esse fim,
cada membro do Corpo Governante recebe com ante-
ˆ ˜
cedencia uma pauta dos assuntos que serao considera-
˜
dos na reuniao a fim de que possa meditar com ora-
˜ ˜
ç ao sobre eles. (Pro. 15:28) Nessas reunioes, esses
˜
irmaos ungidos se expressam livremente e de modo
´ ´ ˆ
respeitoso. A Bıblia e usada com frequencia nessas
˜
ocasioes.
˜
23 Os anciaos congregacionais devem seguir esse
˜ ˜
exemplo. E, se depois de uma reuniao de anciaos um
´ ˜
assunto serio continuar sem soluç ao, o corpo de an-
˜
ciaos pode consultar a sede local ou seus representan-
tes designados, como os superintendentes viajantes.
A sede local, por sua vez, pode escrever ao Corpo Go-
´
vernante se necessario.
´
24 De fato, Jeova abençoa aqueles que respeitam os
´
procedimentos teocraticos e que demonstram humil-
ˆ ´
dade, lealdade e paciencia. Como veremos no proximo
´ ´
capıtulo, entre as recompensas que Deus da por fazer-
˜ ´
mos isso estao paz genuına, prosperidade espiritual e
˜ ˜
uniao crista.
˜ ˜
“HAVIA OCORRIDO NAO POUCA DISSENSAO” 207
´
CAPITULO 14
“Chegamos a um
ˆ
acordo unanime”
Como o corpo governante
˜
chegou a uma decis ao e como isso
˜
serviu para unir as congrega ç oes
Baseado em Atos 15:13-35
´ ˜
O SUSPENSE paira no ar. Os ap ostolos e os anciaos
´
reunidos em uma sala em Jerusalem olham uns para os
outros, sentindo que chegaram a um momento decisi-
˜ ˜
vo. A questao da circuncisao levantou perguntas impor-
˜ ˜
tantes. Os cristaos estao sob a Lei mosaica? Deve haver
˜ ˜
alguma distinç ao entre cristaos judeus e gentios?
2 Os homens da liderança avaliaram muitas eviden- ˆ
ˆ ´
cias. Eles tem em mente a Palavra profetica de Deus e
relatos convincentes de testemunhas oculares que reve-
ˆ ˜ ´
laram a b enç ao de Jeova. Eles expressaram plenamen-
˜
te suas opinioes. As provas referentes ao assunto em
˜ ˜ ´ ´ ´ ´
questao sao irrefutaveis. O espırito de Jeova esta indi-
1, 2. (a) Com que perguntas importantes se deparou o corpo governante
˜ ˜ ´ ˜
da congrega ç ao crist a do primeiro s eculo? (b) Que ajuda esses irm aos
` ˜
receberam para chegarem a conclus ao correta?
ˆ
208 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
cando claramente o caminho a seguir. Sera que esses
˜ ˜
homens vao seguir essas orientaç oes?
´ ´ ˜
3
Exigira verdadeira fe e coragem aceitar a orientaç ao
´
do espırito nesse caso. Eles correm o risco de aumentar
´ ´ ´
ainda mais o odio dos lıderes religiosos judaicos. Alem
ˆ ˜
disso, enfrentam resistencia de homens da congregaç ao
˜
que estao determinados a levar o povo de Deus a depen-
der novamente da Lei mosaica. O que o corpo gover-
nante vai fazer? Vejamos a resposta a essa pergunta e
´
como esses homens estabeleceram um modelo que e se-
guido pelo Corpo Governante das Testemunhas de
´ ´ ´ ´
Jeova hoje. E um modelo que nos tamb em devemos se-
˜
guir ao tomar decisoes e ao enfrentar desafios em nos-
˜
sa vida como cristaos.
˜
“As palavras dos Profetas” ajudam na decis ao
(Atos 15:13-21)
´
4 O discıpulo Tiago, meio-irmao˜
de Jesus, pronunciou-
˜
se.1 Pelo visto, ele atuou como presidente da reuniao
˜
nessa ocasiao. Suas palavras parecem ter expressado o
˜ ´
1 Veja o quadro “Tiago — ‘o irmao do Senhor’ ”, na p agina 210.
´
3. Como podemos nos beneficiar por examinar o relato de Atos cap ıtu-
lo 15?
´
4, 5. Que esclarecimento Tiago apresentou baseado na Palavra profeti-
ca de Deus?
ˆ
“CHEGAMOS A UM ACORDO UNANIME” 209
˜
TIAG O — “O IRM AO D O SENHOR”
´ ´
Tiago, um dos filhos de Jose e Maria, e alistado pri-
˜
meiro entre os meios-irmaos mais novos de Jesus.
(Mat. 13:54, 55) Assim, ele deve ter sido o segundo fi-
lho de Maria. Tiago cresceu com Jesus e estava a par
´ ˜
de seu ministerio. Se nao presenciou as “obras pode-
rosas” de Jesus, pelo menos sabia delas. Durante o
´ ´ ˜
ministerio de Jesus, porem, Tiago e seus irmaos “de
˜ ´ ˜
fato, nao estavam exercendo fe [em Jesus]”, o irmao
˜ ´
mais velho deles. (Joao 7:5) Tiago talvez ate tenha
pensado como os outros parentes de Jesus que disse-
´
ram: “Ele perdeu o juızo.” — Mar. 3:21.
˜
Tudo isso mudou com a morte e ressurreiçao de Je-
sus. Embora as Escrituras Gregas mencionem qua-
tro personagens chamados Tiago, ao que tudo indica
˜
foi ao seu meio-irmao Tiago que Jesus apareceu pes-
˜
soalmente em certa ocasiao durante os 40 dias depois
˜
de Sua ressurreiçao. (1 Cor. 15:7) Isso pode ter levado
` ˜ `
Tiago a conclusao certa quanto a verdadeira identida-
˜
de de seu irmao mais velho. Seja como for, menos de
´
dez dias depois de Jesus ter ido para o ceu, Tiago, sua
˜ ˜ ´
mae e seus irmaos estavam reunidos com os ap osto-
los num quarto de andar superior para orar. — Atos
1:13, 14.
Com o tempo, Tiago tornou-se um membro mui-
˜ ´
to respeitado da congregaçao em Jerusalem, pelo vis-
´
to sendo considerado como ap ostolo, ou “enviado”,
ˆ
210 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ ´
daquela congregaçao. (Gal. 1:18, 19) O papel desta-
cado que Tiago desempenhava fica evidente no que o
´ ´
ap ostolo Pedro disse aos discıpulos depois de este ter
˜
sido libertado milagrosamente da prisao: “Relatai es-
˜
tas coisas a Tiago e aos irmaos.” (Atos 12:12, 17)
˜ ˜ ´
Quando a questao da circuncisao foi levada ‘aos ap os-
˜ ´
tolos e anciaos’ em Jerusalem, parece que foi Tiago
˜ ´
quem presidiu a reuniao. (Atos 15:6-21) E o ap osto-
´
lo Paulo disse que Tiago, Cefas (Pedro) e o ap ostolo
˜ ˜
Joao “pareciam ser colunas” da congregaçao de Jeru-
´ ´
salem. (Gal. 2:9) Mesmo anos depois, quando Paulo
´ ´
voltou a Jerusalem ap os sua terceira viagem missio-
´ ´ ˜
naria, ele fez um relatorio a ‘Tiago, e todos os anciaos
estavam presentes’. — Atos 21:17-19.
Pelo visto, foi esse mesmo Tiago, a quem Paulo
˜
chamou de “o irmao do Senhor”, que escreveu a car-
´ ´
ta, ou livro bıblico, de Tiago. (Gal. 1:19) Nessa car-
˜ ´
ta, ele humildemente se identifica nao como ap ostolo
˜
nem como irmao de Jesus, mas como “escravo de
Deus e do Senhor Jesus Cristo”. (Tia. 1:1) Nela ve-
mos que Tiago, assim como Jesus, era um bom obser-
˜
vador da natureza humana e da criaçao. Para ilustrar
ˆ
verdades espirituais, Tiago fez referencia a aspectos
bem conhecidos da natureza, como mares agitados,
´ ˆ
ceus estrelados, sol abrasador, flores delicadas, incen-
dios florestais e animais domesticados. (Tia. 1:6, 11,
˜
17; 3:5, 7) Suas observaçoes divinamente inspiradas
ˆ
“CHEGAMOS A UM ACORDO UNANIME” 211
` ` ˜ ˜
quanto as atitudes e as açoes das pessoas dao exce-
lentes conselhos sobre como manter relacionamentos
´
saudaveis. — Tia. 1:19, 20; 3:2, 8-18.
´
As palavras de Paulo registradas em 1 Corıntios 9:5
´ ˜
sugerem que Tiago era casado. A Bıblia nao diz quan-
ˆ
do nem em que circunstancias Tiago morreu. No en-
tanto, o historiador judeu Josefo escreveu que pouco
´
depois da morte do governador romano Porcio Festo,
por volta de 62 EC, e antes de seu sucessor, Albino,
assumir o cargo, Anano (Ananias), o sumo sacerdote,
´ ´
“convocou os juızes do Sinedrio e levou perante eles
˜
um homem chamado Tiago, irmao de Jesus que era
chamado o Cristo, e alguns outros”. De acordo com
Josefo, Anano “os acusou de terem transgredido a lei
e os entregou para serem apedrejados”.
˜ ´
Assim como os cristaos do primeiro seculo, as Tes-
´ ˜
temunhas de Jeova hoje sao dirigidas por um Corpo
´
Governante de homens dedicados, ungidos por espıri-
´
to santo. Os membros do Corpo Governante reunem-
´ ˜
se semanalmente como grupo. Alem disso, eles estao
˜
organizados em seis comissoes, cada uma com suas
responsabilidades.
˜
˘ A Comissao dos Coordenadores e formada pelos coorde-
´
˜ ´
nadores das outras comissoes e por um secretario que
´ ´
tamb em e membro do Corpo Governante. Ela ajuda
˜
todas as comissoes a operar de modo suave e eficien-
˜ ´
te. Essa comissao supervisiona assuntos jurıdicos e o
´ ´ ´
uso da mıdia quando isso e necessario para esclarecer
ˆ ´
nossas crenças. Toma providencias quando catastrofes,
˜ ˆ
perseguiçoes e outras emergencias afetam as Testemu-
´
nhas de Jeova em qualquer parte do mundo.
˜
˘ A Comissao Editora supervisiona a impressao e a expe-
˜
˜ ˜ ´ ´
diçao de publicaçoes bıblicas. Tamb em supervisiona
´
as graficas e as propriedades administradas pelas as-
˜ ´ ´
sociaçoes jurıdicas usadas pelas Testemunhas de Jeova
˜ ˆ
e a construçao de filiais e congeneres, bem como de
˜ ˜ ´
Saloes do Reino e Saloes de Assembleias em paıses
˜ ´
com recursos limitados. Essa comissao tamb em admi-
nistra os donativos recebidos para a obra mundial do
Reino.
ˆ
“CHEGAMOS A UM ACORDO UNANIME” 217
˘
˜ ˜
A Comissao de Ensino supervisiona a instruçao dada
˜
em reunioes congregacionais, assembleias e congres-
´ ´ ´ ˜
sos. Tambem e responsavel pela produçao de progra-
´ ´ ´
mas de audio e vıdeo. Prepara a materia usada na Es-
cola de Gileade, na Escola do Serviço de Pioneiro e
em outras escolas, e providencia programas espiri-
´
tuais para os voluntarios que servem nas filiais e con-
ˆ
generes.
˘
˜ ´
A Comissao do Pessoal cuida do bem-estar fısico e es-
´
piritual dos voluntarios que servem nas filiais e con-
ˆ ´
generes das Testemunhas de Jeova em toda a Terra.
˜ ´ ˜
Essa comissao tambem supervisiona a designaçao de
´
novos voluntarios para servir nesses locais.
˘
˜ ˜ ˜
A Comissao de Redaçao supervisiona a produçao de
´ `
alimento espiritual escrito, distribuıdo as congrega-
˜ ´ ´
çoes e ao publico em geral. Tambem responde a per-
´ ˜
guntas bıblicas, supervisiona o trabalho de traduçao
feito em todo o mundo e aprova textos como roteiros
de dramas e esboços de discursos.
˘
˜
A Comissao de Serviço supervisiona a obra de prega-
˜ ˜ ´
çao, a preparaçao do Nosso Ministerio do Reino e assun-
˜ ˜
tos que dizem respeito a anciaos de congregaçao, su-
perintendentes viajantes e evangelizadores de tempo
´
integral. Tambem convida alunos para a Escola de Gi-
´
leade, que treina missionarios, e para a Escola de Trei-
´ ˜
namento Ministerial, cujo objetivo e instruir anciaos
e servos ministeriais solteiros, dando aos alunos de
˜ ´
ambas as escolas designaçoes ap os a formatura.
ˆ
218 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ ´
O Corpo Governante segue a orientaçao do espıri-
˜
to santo de Deus. Seus membros nao se consideram
´ ´
os lıderes do povo de Jeova. Em vez disso, como todos
˜
os cristaos ungidos na Terra, eles ‘seguem o Cordeiro,
´
Jesus Cristo, para onde quer que ele va’. — Rev. 14:4.
˜
correu e conduziu a questao para que fosse resolvida da
´
melhor forma possıvel. Qual foi a chave para que tudo
´ ˜
acabasse bem? Sem duvida foram as instruç oes claras e
oportunas do corpo governante, baseadas na Palavra de
˜ ´ ´
Deus e na orientaç ao do espırito santo. Alem disso, foi
o modo amoroso como o corpo governante transmitiu
˜ ` ˜
suas decisoes as congregaç oes.
˜
17 Seguindo esse padrao, o Corpo Governante das Tes-
´ ˜ `
temunhas de Jeova hoje fornece orientaçoes oportunas a
˜ ˜
fraternidade mundial. As decisoes tomadas sao transmi-
` ˜
tidas as congregaçoes de forma clara e direta. Uma ma-
˜
17. Como foi estabelecido o padr ao de alguns aspectos das visitas dos
superintendentes viajantes em nossos dias?
ˆ
222 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
neira de fazer isso e por meio das visitas dos superinten-
˜
dentes viajantes. Esses irmaos abnegados viajam de uma
˜ ` ˜
congregaçao a outra, dando orientaçoes claras e amoro-
´
so encorajamento. Como Paulo e Barnabe, eles dedicam
´
muito tempo ao ministerio, “ensinando e declarando,
´
tamb em com muitos outros, as boas novas da palavra de
´
Jeova”. (Atos 15:35) Como Judas e Silas, eles ‘encorajam
˜ ˜
os irmaos com muitas dissertaçoes e os fortalecem’.
˜ ´
18
E que dizer das congregaç oes? O que permitira que
˜
as congregaç oes em toda a Terra continuem a ter paz e
harmonia no atual mundo dividido? Lembre-se de que
´ ´
foi o proprio discıpulo Tiago que escreveu mais tarde:
´
“A sabedoria de cima e primeiramente casta, depois pa-
´ ´ ´
cıfica, razoavel, pronta para obedecer . . . Alem disso, o
fruto da justiça tem a sua semente semeada sob condi-
˜ ´
ç oes pacıficas para os que fazem paz.” (Tia. 3:17, 18)
˜ ˜ ´
Nao sabemos se Tiago tinha a reuniao em Jerusalem em
´
mente quando escreveu essas palavras. Mas a analise
´
que fizemos dos eventos registrados em Atos, capıtu-
´ ˜
lo 15, deixa claro que apenas quando ha uniao e coope-
˜ ˆ ˜ ´
raç ao pode haver a b enç ao de Jeova.
ˆ
18. O que o povo de Deus precisa fazer para continuar a ter Suas b en-
˜
ç aos?
ˆ
“CHEGAMOS A UM ACORDO UNANIME” 223
˜
Era bem evidente que agora havia paz e uniao na
19
˜
congregaç ao em Antioquia. Em vez de discutirem com
˜
Judas e Silas, os irmaos em Antioquia alegraram-se com
a visita deles, pois foi apenas depois de Judas e Silas
˜
“passarem ali algum tempo [que] os irmaos os deixaram
ir em paz para os que os tinham enviado”, ou seja, de vol-
´
ta a Jerusalem.1 (Atos 15:33) Podemos estar certos de
˜ ´ ´
que os irmaos em Jerusalem tamb em se alegraram quan-
do ouviram o que esses dois homens tinham a dizer so-
` ´
bre sua viagem. Graças a bondade imerecida de Jeova,
˜
eles foram bem-sucedidos em cumprir sua missao.
´
20 Paulo e Barnab e, que permaneceram em Antioquia,
podiam agora concentrar seus esforços em tomar a fren-
˜
te na obra de pregaç ao, assim como os superintendentes
˜
viajantes hoje fazem quando visitam as congregaç oes.
ˆ ˜ ´
(Atos 13:2, 3) Que b enç ao para o povo de Jeova! Mas que
´ ˆ ˜ ´
privilegios e b enç aos adicionais Jeova deu a esses dois
´ ´
evangelizadores zelosos? Veremos isso no proximo capı-
tulo.
´ ˜ ´
1 No versıculo 34, algumas traduç oes da Bıblia inserem palavras, di-
zendo que Silas decidiu permanecer em Antioquia. (Almeida,
˜ revista
e corrigida) Mas tudo indica que essas palavras nao apareciam no
texto original; elas foram acrescentadas mais tarde.
˜ ˜
19, 20. (a) Como ficou evidente que havia paz e uni ao na congrega ç ao
´
em Antioquia? (b) O que Paulo e Barnab e podiam fazer agora?
ˆ
224 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
S E Ç AO 6 ˙ ATO S 15:36–18:22
“VOLTEMO S E ˜
VISITEMOS OS IRM AOS”
ATO S 15:36
“Fortalecendo
˜
as congregaçoes”
Ministros viajantes ajudam
˜ ´
as congrega ç oes a serem firmadas na f e
Baseado em Atos 15:36–16:5
` ´
A MEDIDA que os viajantes seguem caminho atraves
de estradas acidentadas entre uma cidade e outra, o
´ ´
ap ostolo Paulo esta pensativo ao olhar para o jovem
´ ´
ao seu lado. O nome do rapaz e Timoteo. Cheio de
´
energia, Timoteo talvez tenha uns 20 anos. Cada pas-
so nessa nova viagem o leva para mais longe de casa.
˜
Conforme o dia vai chegando ao fim, a regiao de Lis-
ˆ ´
tra e Ic onio fica cada vez mais para tras. O que os
˜ ´
aguarda? Paulo tem uma boa no ç ao, pois essa e a sua
´ ´
segunda viagem missionaria. Ele sabe que havera mui-
tos perigos e dificuldades. Mas como esse jovem ao
seu lado vai se sair?
´
2 Paulo confia em Timoteo, talvez mais do que este
1-3. (a) Quem era o novo companheiro de viagem de Paulo, e como ele
´
era? (b) O que aprenderemos neste cap ıtulo?
ˆ
226 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
humilde jovem confie em si mesmo. Acontecimentos
recentes deixaram Paulo mais convencido do que nun-
ca de que ele precisa do companheiro certo de viagem.
`
Paulo sabe que o trabalho a frente — visitar as con-
˜ ˆ ´
gregaç oes e fortalec e-las — exigira que os ministros
viajantes sejam unidos e bem determinados. Por que
Paulo talvez se sinta assim? Um dos fatores pode ser
´
um desacordo que levou Paulo e Barnab e a se separa-
rem.
´
3Neste capıtulo, aprenderemos muito sobre a me-
´
lhor maneira de resolver desacordos. Tamb em vamos
´
aprender por que Paulo escolheu Timoteo como com-
panheiro de viagem e entender melhor o papel vital
dos que servem como superintendentes viajantes hoje.
˜
“Voltemos e visitemos os irm aos” (Atos 15:36)
´
4 No cap ıtulo anterior, vimos como um grupo de
˜ ´
quatro irmaos — Paulo, Barnab e, Judas e Silas — en-
˜ ˜
corajou a congregaç ao em Antioquia com a decisao do
˜
corpo governante a respeito da circuncisao. O que
´
Paulo fez a seguir? Ele apresentou a Barnab e um novo
plano de viagem, dizendo: “Acima de tudo, voltemos e
´
4. Quais eram os objetivos da segunda viagem mission aria de Paulo?
˜
“FORTALECENDO AS CONGREGAÇOES” 227
˜
visitemos os irmaos em cada uma das cidades em que
´ ˜
publicamos a palavra de Jeova, para ver como estao.”
˜
(Atos 15:36) Paulo nao estava sugerindo uma mera vi-
˜ ´
sita social a esses cristaos rec em-convertidos. O livro
de Atos revela os verdadeiros objetivos da segunda via-
´
gem missionaria de Paulo. Primeiro, ele continuaria a
˜
transmitir as decisoes tomadas pelo corpo governan-
te. (Atos 16:4) Segundo, como superintendente viajan-
˜
te, Paulo estava decidido a encorajar as congregaç oes
em sentido espiritual, ajudando-as a serem firmadas
´ ˜
na fe. (Rom. 1:11, 12) Como a organizaç ao das Teste-
´
munhas de Jeova hoje segue esse modelo estabelecido
´
pelos ap ostolos?
5Hoje, Cristo usa o Corpo Governante das Testemu-
´ ˜
nhas de Jeova para orientar sua congregaç ao. Por meio
˜ ˜
de cartas, publicaç oes, reunioes e outros meios de co-
˜ ´ ˜ ˜
municaç ao, esses fieis homens ungidos dao orientaç ao
` ˜
e encorajamento as congregaç oes no mundo inteiro.
´
O Corpo Governante tamb em procura manter conta-
˜
to mais direto com as congregaç oes por meio dos su-
´
perintendentes viajantes. O proprio Corpo Governan-
´ ˜ `
5. Como o Corpo Governante hoje d a orienta ç ao e encorajamento as con-
˜
grega ç oes?
ˆ
228 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
te designa milhares de anciaos qualificados em todo o
mundo para servirem como ministros viajantes.
6Os superintendentes viajantes atuais concentram-
˜
se em dar atenç ao individual e encorajamento espiri-
˜ ˜
tual a todos os irmaos nas congregaç oes que visitam.
Como? Por seguirem o modelo estabelecido por cris-
˜ ´
taos do primeiro seculo como Paulo. Ele deu o seguin-
te incentivo a outro superintendente como ele: “Pre-
´
ga a palavra, ocupa-te nisso urgentemente, em epoca
´ ´
favoravel, em epoca dificultosa, repreende, adverte,
exorta, com toda a longanimidade e arte de ensino. . . .
Faze a obra dum evangelizador.” — 2 Tim. 4:2, 5.
7 Em harmonia com essas palavras, o superintenden-
te viajante — e sua esposa, se for casado — participa
com os publicadores locais em diversos aspectos do
´ ˜ ˜ ˜
ministerio. Esses irmaos e irmas viajantes sao zelosos
˜ ´
na pregaç ao e habilidosos instrutores, caracterısticas
ˆ
que tem um efeito positivo sobre o rebanho. (Rom.
12:11; 2 Tim. 2:15) Os que participam nessa modalida-
de de serviço se destacam por seu amor abnegado. De
˜ ˜
bom grado, dao de si mesmos, enfrentando condiç oes
˜
6, 7. Quais s ao algumas responsabilidades dos superintendentes viajan-
tes?
˜
“FORTALECENDO AS CONGREGAÇOES” 229
´ ´ ´
climaticas desfavoraveis e ate mesmo viajando por re-
˜
gioes perigosas. (Fil. 2:3, 4) Os superintendentes via-
´
jantes tamb em encorajam, ensinam e aconselham as
˜ ´
congregaç oes por meio de discursos baseados na Bı-
˜ ˜ ˜
blia. Todos os irmaos na congregaç ao sao beneficiados
por observar a conduta desses ministros viajantes e
´
imitar sua fe. — Heb. 13:7.
“Um forte acesso de ira” (Atos 15:37-41)
´ ˜
8 Barnab e gostou da sugestao de Paulo de ‘visitar os
˜
irmaos’. Os dois haviam feito um bom trabalho como
´ ˜
companheiros de viagem e j a conheciam as regioes e
os povos que visitariam. (Atos 13:2–14:28) Portanto,
˜
parecia uma boa ideia servir juntos nessa designaç ao.
´
Mas surgiu um problema. Atos 15:37 relata: “Barnab e,
´
da sua parte, estava resolvido a levar consigo tamb em
˜ ´ ˜
Joao, que se chamava Marcos.” Barnab e nao estava
˜
apenas dando uma sugestao. Ele “estava resolvido” a
´
levar seu primo Marcos nessa viagem missionaria.
˜ ˆ
9 Paulo nao concordou. Por que? O relato diz: “Pau-
˜
lo nao achava correto que levassem [Marcos], visto
´
8. Como Barnab e reagiu ao convite de Paulo?
´
9. Por que Paulo discordou de Barnab e?
ˆ
230 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ˜
que se tinha afastado deles desde Panfılia e nao tinha
`
ido com eles a obra.” (Atos 15:38) Marcos havia acom-
´
panhado Paulo e Barnab e na primeira viagem missio-
´ ˜ ´
naria, mas nao ficou com eles ate o fim. (Atos 12:25;
´
13:13) No come ço da viagem, ainda na Panfılia, Mar-
˜ ´
cos deixou a designaç ao e foi para casa, em Jerusalem.
´ ˜
A Bıblia nao diz por que ele foi embora, mas, pelo
´
visto, o ap ostolo Paulo encarou a atitude de Mar-
´ ´
cos como irresponsavel. Paulo talvez tivesse duvidas
quanto a se Marcos era um homem de confiança.
´
10 Mesmo assim, Barnab e insistia em levar Marcos.
˜ ˜
Mas Paulo era tao insistente quanto ele em nao que-
rer fazer isso. “Em vista disso, houve um forte acesso
de ira, de modo que se separaram um do outro”, diz
´
Atos 15:39. Barnab e navegou para Chipre, a ilha onde
havia nascido, levando Marcos junto com ele. Paulo
deu continuidade a seus planos. Lemos: “Paulo selecio-
nou Silas e partiu, depois de ter sido confiado pelos ir-
˜ ` ´
maos a benignidade imerecida de Jeova.” (Atos 15:40)
´ ´
Juntos, eles viajaram “pela Sıria e pela Cilıcia, forta-
˜
lecendo as congregaç oes”. — Atos 15:41.
´
10. A que levou o desacordo entre Paulo e Barnab e, e com que resultado?
˜
“FORTALECENDO AS CONGREGAÇOES” 231
Esse relato talvez nos lembre de nossa natureza
11
´
imperfeita. Paulo e Barnab e haviam sido designados
como representantes especiais do corpo governante, e
´ ´ ´
e provavel que o proprio Paulo se tenha tornado mem-
bro desse grupo. Mas, no caso envolvendo Marcos, as
˜ ´
imperfeiç oes humanas de Paulo e Barnab e falaram
´
mais alto. Sera que eles permitiram que essa situa-
˜
ç ao abalasse permanentemente o relacionamento en-
tre eles? Embora fossem imperfeitos, Paulo e Barna-
´
b e eram humildes, tendo a mente de Cristo. Com o
´
tempo, eles sem duvida perdoaram um ao outro, de-
´ ˜
monstrando um espırito cristao de amor fraternal.
´
(Efe. 4:1-3) Mais tarde, Paulo e Marcos trabalharam
˜ ´
juntos em outras designaç oes teocraticas.1 — Col.
4:10.
˜
12Esse acesso de ira foi um incidente isolado; nao
´
era da natureza de Paulo e Barnab e agir assim. Bar-
´
nab e era conhecido por ser um homem bondoso e
´ ´
1 Veja o quadro “Marcos recebe muitos privilegios”, na p agina 233.
˜
11. Que qualidades s ao essenciais para evitarmos que um desacordo aba-
˜ ´ ´
le permanentemente a rela ç ao entre n os e algu em que nos ofendeu?
˜
12. Que qualidades os atuais superintendentes crist aos devem ter em imi-
˜ ´
ta ç ao a Paulo e Barnab e?
ˆ
232 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
MARCO S RECEBE MUITO S PRIVIL EGIO S
´ ´
generoso, tanto que, em vez de chama-lo de Jose, seu
´ ´
nome proprio, os ap ostolos deram-lhe o nome Barna-
´ ´
b e, que significa “Filho de Consolo”. Paulo tamb em
era conhecido por ser amoroso e gentil. (1 Tes. 2:7, 8)
˜ ´
Em imitaç ao a Paulo e Barnab e, todos os superinten-
˜
dentes cristaos hoje, incluindo os ministros viajantes,
sempre devem esforçar-se para demonstrar humildade
˜
“FORTALECENDO AS CONGREGAÇOES” 235
˜
e para tratar com amor outros anciaos e todo o reba-
nho. — 1 Ped. 5:2, 3.
“Davam dele bom relato” (Atos 16:1-3)
´
13 Em sua segunda viagem missionaria, Paulo passou
´ ´
pela provıncia romana da Galacia, onde algumas con-
˜ ´
gregaç oes j a haviam sido formadas. Por fim, ele “che-
´
gou . . . a Derbe e tamb em a Listra”. O relato conti-
´ ´
nua: “Havia ali um certo discıpulo de nome Timoteo,
filho duma mulher judia crente, mas de pai grego.”
— Atos 16:1.1
´
14 Pelo visto, Paulo havia conhecido a famılia de Ti-
´ ` ˜
moteo durante sua primeira viagem aquela regiao, por
ˆ
volta de 47 EC. Passados dois ou tres anos desde aque-
˜
la ocasiao, na sua segunda visita, Paulo percebeu que
´ ˜
o jovem Timoteo tinha bom potencial, pois os irmaos
˜
“davam dele bom relato”. Nao era apenas em Listra,
˜
sua cidade natal, que os irmaos tinham um bom con-
´ ´ ˆ
ceito de Timoteo. O relato explica que tamb em em Ic o-
ˆ ˜
nio, a uns 30 quilometros, os irmaos diziam boas
´ ˜
1 Veja o quadro
´ “Timoteo empenha-se ‘na promo ç ao das boas no-
vas’ ”, na p agina 237.
´
13, 14. (a) Quem era Tim oteo, e como Paulo talvez o tenha conhecido?
´
(b) O que levou Paulo a ver que Tim oteo tinha bom potencial? (c) Que
˜ ´
designa ç ao Tim oteo recebeu?
ˆ
236 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ˜
TIM OTEO EMPENHA-SE “NA PROMO Ç AO
DAS B OAS NOVAS”
´
Timoteo era um assistente muito estimado pelo
´
ap ostolo Paulo. Depois de terem trabalhado juntos
por uns 11 anos, Paulo podia escrever a respeito de
´ ˜ ˜
Timoteo: “Nao tenho a nenhum outro de disposiç ao
` ´
igual a dele, que cuidara genuinamente das coisas re-
´ ´
ferentes a vos. Vos . . . conheceis a prova que ele deu
de si mesmo, que ele trabalhou como escravo comi-
˜
go na promo ç ao das boas novas, como um filho junto
´
ao pai.” (Fil. 2:20, 22) Timoteo sempre estava dispos-
to a dar de si mesmo a fim de promover a obra de pre-
˜ ´
gaç ao, tornando-se assim alguem muito amado pelo
´
ap ostolo Paulo e deixando um excelente exemplo
´
para nos.
˜ ´
Filho de pai grego e de mae judia, Timoteo parece
˜
ter sido criado na cidade de Listra. Sua mae, Eunice,
´
e sua avo Loide ensinaram-lhe as Escrituras desde a
ˆ
infancia. (Atos 16:1, 3; 2 Tim. 1:5; 3:14, 15) Tanto elas
´
como Timoteo provavelmente aceitaram o cristianis-
mo durante a primeira visita de Paulo a Listra.
Quando Paulo voltou a Listra alguns anos mais tar-
´ ´ ´
de, Timoteo talvez tivesse uns 20 anos. Ja nessa epo-
˜ ˆ
ca, “os irmaos em Listra e Ic onio davam dele bom
´
relato”. (Atos 16:2) O espırito de Deus havia inspira-
˜
do “prediç oes” a respeito desse jovem e, em harmo-
˜
nia com elas, Paulo e os anciaos locais convidaram
˜
“FORTALECENDO AS CONGREGAÇOES” 237
´ ´
Timoteo para um privilegio especial de serviço: ser
´
missionario junto com Paulo. (1 Tim. 1:18; 4:14;
´ ´
2 Tim. 1:6) Timoteo teve de deixar sua famılia e, a fim
´
de evitar uma possıvel causa para trope ço entre os
´
judeus a quem Timoteo visitaria, ele teve de se sub-
` ˜
meter a circuncisao. — Atos 16:3.
´
Timoteo viajou muito. Ele pregou com Paulo e Si-
las em Filipos, com Silas na Bereia, e depois sozinho
ˆ
em Tessalonica. Quando se encontrou novamente
´ ´
com Paulo em Corinto, Timoteo tinha boas notıcias
´
sobre o amor e a fe dos tessalonicenses, apesar das
˜
tribulaç oes que eles sofriam. (Atos 16:6–17:14; 1 Tes.
´
3:2-6) Ao receber notıcias perturbadoras sobre ´ os ir-
˜
maos em Corinto, Paulo, que estava em Efeso, pen-
´
sou em enviar ´ Timoteo de volta a Corinto. (1 Cor.
´
4:17) De Efeso, Paulo mais tarde enviou Timoteo e
` ˆ
Erasto a Macedonia. Mas, quando Paulo escreveu
´
aos romanos, Timoteo estava mais uma vez com ele
˜
em Corinto. (Atos 19:22; Rom. 16:21) Essas sao ape-
´
nas algumas das viagens que Timoteo fez pela “pro-
˜
mo ç ao das boas novas”.
´
Timoteo talvez hesitasse um pouco em exercer au-
´
toridade, o que e indicado pelo encorajamento que
Paulo lhe deu: “Nenhum homem jamais menospreze
a tua mocidade.” (1 Tim. 4:12) Mas Paulo confiava
´
em Timoteo a ponto de lhe dar as seguintes instru-
˜ ´ ˜ ´
ç oes ao envia-lo a uma congregaç ao problematica:
˜
‘Manda a certos que nao ensinem doutrina diferente.’
ˆ
238 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
(1 Tim. 1:3) Paulo tamb em deu a Timoteo autorida-
de para designar superintendentes e servos ministe-
˜
riais nas congregaç oes. — 1 Tim. 5:22.
´
As excelentes qualidades de Timoteo fizeram dele
´
alguem muito amado por Paulo. As Escrituras reve-
lam que esse homem mais jovem era um amigo ache-
gado, fiel e afetuoso, como um filho. Paulo podia
´ ´
escrever que se lembrava das lagrimas de Timoteo,
ˆ
ansiava ve-lo e orava por ele. Como um pai preocu-
´ ´
pado, Paulo tamb em deu a Timoteo conselhos sobre
seus “frequentes casos de doença”, pelo visto proble-
ˆ
mas de estomago. — 1 Tim. 5:23; 2 Tim. 1:3, 4.
Quando Paulo foi preso pela primeira vez em
´
Roma, Timoteo ficou ao seu lado. Pelo menos em
˜ ´ ´ ˆ
uma ocasiao, Timoteo tamb em ficou preso. (Filem.
1; Heb. 13:23) Pode-se notar a profunda amizade que
havia entre esses dois homens no pedido que Paulo
fez quando percebeu que estava para morrer. Ele es-
´ ´
creveu a Timoteo: “Faze o maximo para vir ter co-
˜
migo em breve.” (2 Tim. 4:6-9) As Escrituras nao
´
mencionam se Timoteo chegou a tempo de ver seu
querido instrutor.
´
coisas a respeito dele. (Atos 16:2) Guiados pelo espı-
˜ ´ ´
rito santo, os anciaos deram a Timoteo uma seria res-
ponsabilidade: servir como ministro viajante, ajudan-
do Paulo e Silas. — Atos 16:3.
˜
“FORTALECENDO AS CONGREGAÇOES” 239
´ ˜
15 Como Timoteo conseguiu fazer um nome tao
´
bom para si apesar de ser bem jovem? Sera que
ˆ ˆ
foi por causa de sua inteligencia, sua aparencia ou
˜
suas habilidades naturais? Em geral, sao essas coisas
´
que impressionam as pessoas. Ate mesmo o profeta
ˆ
Samuel se deixou influenciar demais pelas aparen-
˜ ´ ˜
cias em certa ocasiao. Mas Jeova lembrou-lhe: “Nao
ˆ ´
como o homem ve e o modo de Deus ver, pois o mero
ˆ
homem ve o que aparece aos olhos, mas quanto a
´ ˆ ˜ ´ ˜
Jeova, ele ve o que o coraç ao e.” (1 Sam. 16:7) Nao
´ ´
foram as caracterısticas fısicas ou intelectuais de Ti-
´
moteo que fizeram com que ele tivesse um bom
˜
nome entre seus irmaos, mas sim o que ele era no co-
˜
raç ao.
´
16 Anos mais tarde, o ap ostolo Paulo mencionou al-
´
gumas qualidades espirituais de Timoteo. Paulo des-
˜ ´
creveu a boa disposiç ao de Timoteo, seu amor abnega-
˜ ´
do e seu zelo ao cuidar de designaç oes teocraticas.
´ ´
(Fil. 2:20-22) Timoteo tamb em era conhecido por ter
´
fe “sem qualquer hipocrisia”. — 2 Tim. 1:5.
17 Hoje, muitos jovens imitam a Timoteo ´
por culti-
´ ˜
15, 16. Como Tim oteo conseguiu fazer um nome t ao bom para si mesmo?
´
17. Como os jovens podem imitar a Tim oteo?
ˆ
240 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
var qualidades que agradam a Deus. Assim, fazem um
´
bom nome perante Jeova e seu povo apesar de sua
pouca idade. (Pro. 22:1; 1 Tim. 4:15) Eles demonstram
´
fe sem hipocrisia, recusando-se a levar uma vida du-
pla. (Sal. 26:4) Em resultado disso, podem ser bem
´ ˜ ´
uteis na congregaç ao, assim como Timoteo. Quando
eles se qualificam como publicadores das boas novas
´ ˜
e, com o tempo, dedicam-se a Jeova e sao batizados,
´
todos os seus amigos e parentes que amam a Jeova se
sentem muito encorajados!
´
“Firmadas na fe” (Atos 16:4, 5)
´
18 Paulo e Timoteo trabalharam juntos por anos.
Como ministros viajantes, eles cumpriram muitas
˜
designaç oes representando o corpo governante. A
´ ´
Bıblia diz: “Enquanto viajavam atraves das cidades,
ˆ
entregavam aos que estavam ali, para a sua observan-
´ ˜
cia, os decretos decididos pelos ap ostolos e anciaos,
´
que estavam em Jerusalem.” (Atos 16:4) Pelo visto, as
˜ ˜
congregaç oes realmente seguiam as orientaç oes dos
´ ˜ ´
ap ostolos e anciaos de Jerusalem. Por serem obedien-
˜
tes, ‘as congregaç oes continuavam a ser firmadas
´ ´
18. (a) Que privil egios Paulo e Tim oteo tiveram como ministros viajan-
˜
tes? (b) Como as congrega ç oes foram aben çoadas?
˜
“FORTALECENDO AS CONGREGAÇOES” 241
´ ´
na fe e a aumentar em numero, dia a dia’. — Atos
16:5.
´
19De modo similar, hoje as Testemunhas de Jeova
˜ `
sao abençoadas por serem submissas e obedientes as
˜
orientaç oes que recebem dos que “tomam a dianteira”
entre elas. (Heb. 13:17) Visto que a cena do mundo
´ ´ ˜
esta sempre mudando, e vital que os cristaos se man-
tenham em dia com o alimento espiritual fornecido
pelo “escravo fiel e discreto”. (Mat. 24:45; 1 Cor. 7:29-
´
31) Fazermos isso pode evitar a ruına espiritual e nos
ajudar a permanecer sem mancha do mundo. — Tia.
1:27.
´ ˜
20E verdade que os superintendentes cristaos atuais,
˜
incluindo os membros do Corpo Governante, sao im-
´
perfeitos, assim como eram Paulo, Barnabe, Marcos e
˜ ´
outros anciaos ungidos do primeiro seculo. (Rom. 5:12;
˜
Tia. 3:2) Mas, visto que os irmaos do Corpo Governan-
te seguem de perto a Palavra de Deus e se apegam ao
˜ ´ ˜
padrao estabelecido pelos ap ostolos, eles sao dignos de
confiança. (2 Tim. 1:13, 14) Em resultado disso, as con-
˜ ˜ ´
gregaçoes sao fortalecidas e firmadas na fe.
˜
19, 20. Por que os crist aos devem ser obedientes aos que “tomam a dian-
teira”?
ˆ
242 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
CAPITULO 16
` ˆ
“Passa a Maced onia”
´ ˜
Os mission arios s ao aben çoados por aceitar uma
˜ ˜
designa ç ao e enfrentar a persegui ç ao com alegria
Baseado em Atos 16:6-40
´ ´ ´ ´
Ate o capıtulo 16, versıculo 9, o livro de Atos e nar-
rado apenas em terceira pessoa, ou seja, o escritor li-
˜
mita-se a descrever as palavras e açoes de outras pes-
˜
soas, nao se incluindo na narrativa. Em Atos 16:10, 11,
´ ´
porem, esse estilo de escrita muda. No versıculo 11,
ˆ ´
por exemplo, o escritor diz: “De Troade [nos] fizemo- ´
` ´
nos ao mar e fomos diretamente a Samotracia.” E nes-
se ponto da narrativa que o escritor, Lucas, passa a
participar dos acontecimentos. Mas, visto que o nome
˜
Lucas nao aparece em nenhum lugar em Atos dos
´
Ap ostolos, como sabemos que ele foi realmente o es-
critor?
Podemos saber a resposta por considerar a introdu-
˜
çao do livro de Atos e a do Evangelho de Lucas. As
˜ ˜ ´
duas introduçoes sao dirigidas a um certo “Teofilo”.
(Luc. 1:1, 3; Atos 1:1) O livro de Atos começa com as
´ ´
seguintes palavras: “O primeiro relato, o Teofilo, eu
compus a respeito de todas as coisas que Jesus prin-
cipiou tanto a fazer como a ensinar.” Visto que mui-
tas autoridades dos tempos antigos concordam que “o
primeiro relato”, o Evangelho, foi escrito por Lucas,
´
ele tamb em deve ter sido o escritor do livro de Atos.
˜ ´
Nao sabemos muito sobre Lucas. Seu nome so apa-
ˆ ´ ´
rece tres vezes na Bıblia. O ap ostolo Paulo chama Lu-
´
cas de “o medico amado” e de um de seus “colabora-
ˆ
dores”. (Col. 4:14; Filem. 24) As partes do livro de
ˆ
246 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
Atos em que Lucas se inclui na narrativa indicam que
´ ˆ
ele primeiro acompanhou o ap ostolo Paulo de Troade
´
ate Filipos, por volta de 50 EC, mas que quando Pau-
˜
lo deixou Filipos, Lucas nao estava mais com ele. Os
dois encontraram-se novamente em Filipos por volta
˜
de 56 EC e viajaram com mais sete irmaos desde Fili-
´ ´
pos ate Jerusalem, onde Paulo foi preso. Dois anos
mais tarde, Lucas acompanhou Paulo, que ainda esta-
´
va preso, desde Cesareia ate Roma. (Atos 16:10-17, 40;
20:5–21:17; 24:27; 27:1–28:16) Quando Paulo, que ha-
via sido preso pela segunda vez em Roma, percebeu
˜ ´
que sua execuçao estava proxima, “apenas Lucas” es-
tava com ele. (2 Tim. 4:6, 11) Fica claro que Lucas via-
ˆ
java longas distancias e estava disposto a enfrentar di-
ficuldades por causa das boas novas.
˜
Lucas nao afirmou ter presenciado o que escreveu
sobre Jesus. Em vez disso, ele disse ter procurado
˜
“compilar uma declaraçao dos fatos” baseada em re-
´
latos de “testemunhas oculares”. Alem do mais, ele
˜ ´
‘pesquisou todas as coisas com exatidao, desde o inı-
ˆ ´
cio’, para ‘escreve-las em ordem logica’. (Luc. 1:1-3) O
resultado dos esforços de Lucas mostram que ele era
um pesquisador cuidadoso. A fim de reunir informa-
˜
çoes, ele talvez tenha entrevistado Elisabete, Maria
˜
(mae de Jesus) e outras pessoas. Muito do que ele
˜ ´
escreveu nao e encontrado nos outros Evangelhos.
— Luc. 1:5-80.
` ˆ
“PASSA A MACEDONIA” 247
´
Paulo disse que Lucas era medico, e podemos ver
´
em seus escritos o interesse que um medico tem na-
queles que sofrem. Para citar apenas alguns exemplos:
Lucas disse que, quando Jesus curou um homem en-
ˆ
demoninhado, o demonio saiu do homem “sem lhe fa-
´
zer dano”; que a sogra do ap ostolo Pedro estava com
“febre alta”; e que uma mulher que Jesus ajudou ti-
´ ´
nha “um espırito de fraqueza, ja por dezoito anos, e
˜
ela estava encurvada e nao podia absolutamente endi-
reitar-se”. — Luc. 4:35, 38; 13:11.
´
E evidente que Lucas sempre colocou a “obra do Se-
nhor” em primeiro lugar na vida. (1 Cor. 15:58) Seu
˜
objetivo nao era buscar destaque ou uma carreira se-
´
cular, mas ajudar outros a conhecer e a servir a Jeova.
´ ´
Asia que o espırito santo indicou a vontade de Deus; foi
´
somente depois de Paulo ter se aproximado da Bitınia que
Jesus interveio; e foi somente depois de Paulo ter chega-
ˆ ` ˆ
do a Troade que Jesus o orientou a ir a Macedonia. Je-
˜
sus, como Cabe ça da congregaç ao, pode nos orientar de
modo similar hoje. (Col. 1:18) Por exemplo, talvez este-
´
jamos pensando j a por algum tempo em servir como pio-
˜ ´
neiros ou em nos mudar para uma regiao onde ha maior
necessidade de publicadores do Reino. Mas pode ser so-
´
mente depois de darmos passos especıficos para alcançar
´
nosso alvo que Jesus, por meio do espırito de Deus, nos
ˆ
248 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ˆ
guiara. Por que? Pense no seguinte exemplo: um moto-
rista pode virar seu carro para a direita ou para a esquer-
da somente se o carro estiver em movimento. Da mesma
´
forma, no que diz respeito a expandir nosso ministerio,
Jesus nos orienta, mas apenas se estivermos em “movi-
mento”, ou seja, se estivermos realmente nos esforçando
a fazer isso.
˜
7 Mas e se nossos esforços nao produzem logo resulta-
´
do? Devemos desistir, achando que o espırito de Deus
˜ ´ ˜
nao nos esta orientando? Nao. Lembre-se de que Paulo
´
tamb em enfrentou contratempos. Mesmo assim, ele con-
´
tinuou procurando ate achar uma porta que se abrisse.
Podemos ter certeza de que nossa perseverança em pro-
´ ´
curar “uma porta larga para atividade” tamb em sera re-
compensada. — 1 Cor. 16:9.
ˆ
8 Depois de chegarem ao distrito da Macedonia, o gru-
po de Paulo viajou para Filipos, uma cidade cujos habi-
˜
tantes tinham orgulho de ser cidadaos romanos. Para os
ˆ
soldados romanos reformados que moravam ali, a colo-
´
nia de Filipos era como uma pequena Italia — uma
ˆ
Roma em miniatura bem no meio da Macedonia. Fora
˜
do portao da cidade, ao lado de um rio estreito, os
´
missionarios encontraram um local que acharam ser
8. (a) Descreva a cidade de Filipos. (b) Qual foi o resultado alegre da
˜ ˜
prega ç ao de Paulo no “lugar de ora ç ao”?
` ˆ
“PASSA A MACEDONIA” 249
˜ ´ `
“um lugar de oraç ao”.1 No sabado, eles foram aquele lo-
´
cal e encontraram varias mulheres reunidas ali para ado-
´
rar a Deus. Os discıpulos sentaram-se e falaram com elas.
´ ´
Uma mulher chamada Lıdia “estava escutando, e Jeova
˜ ´ ˜
abriu-lhe amplamente o coraç ao”. Lıdia ficou tao como-
´
vida com o que aprendeu dos missionarios que ela e os
˜
de sua casa foram batizados. Entao ela insistiu para
que Paulo e seus companheiros ficassem na sua casa.2
— Atos 16:13-15.
9 Imagine a alegria que o batismo de Lıdia ´
causou. Pau-
lo deve ter ficado muito feliz por ter aceitado o convite
` ˆ ´
para ‘passar a Macedonia’ e por Jeova ter usado a ele e
` ˜
seus companheiros para responder as oraç oes daquelas
˜
mulheres que temiam a Deus. Hoje, muitos irmaos — jo-
´
vens e idosos, solteiros e casados — tamb em se mudam
˜
para regioes onde a necessidade de publicadores do Rei-
´ ´
no e maior. E verdade que eles enfrentam dificuldades,
˜ ´ ` ˜
mas isso nao e nada comparado a satisfaç ao que sentem
´
quando encontram pessoas como Lıdia, que aceitam as
´ ´ ˆ
verdades da Bıblia. Sera que voc e pode fazer ajustes que
1 Os judeus talvez fossem
´ proibidos de ter uma sinagoga em Filipos
por
˜ causa da caracter ıstica militar da ´ cidade. Ou pode
´ ser que ali
nao houvesse dez homens judeus, o mınimo necessario para estabe-
lecer uma sinagoga.
´ ´ ´
2 Veja o quadro “Lıdia — vendedora de purpura”, na p agina 252.
ˆ ˜
9. Como muitos hoje imitam o exemplo de Paulo, e que b en ç aos rece-
bem?
ˆ
250 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
lhe permitiriam ‘passar’ a um territorio onde a necessi-
´ ˆ ´ ˆ ˜
dade e maior? Voc e recebera muitas b enç aos se fizer isso.
˜
Por exemplo, veja o caso de Aaron, um irmao de 20 e
´ ´
poucos anos que se mudou para um paıs da America
Central. Suas palavras refletem os sentimentos de mui-
˜ ´
tos outros irmaos: “Servir em outro paıs tem me ajuda-
´
do a crescer espiritualmente e a me achegar mais a Jeova.
´
E o serviço de campo e muito bom — dirijo oito estu-
´
dos bıblicos!”
˜
“A multid ao levantou-se . . . contra eles”
(Atos 16:16-24)
10 Satanas ´
com certeza ficou furioso pelas boas novas
terem se estabelecido numa parte do mundo onde ele e
ˆ ˆ ˜ ´
seus demonios dominavam sem interferencia. Nao e de
ˆ
admirar que os demonios estivessem envolvidos na revi-
ravolta que estava para acontecer com Paulo e seus com-
˜
panheiros. Enquanto estes visitavam o lugar de oraç ao,
´ ˆ
uma serva possuıda por um demonio, e que ganhava mui-
˜
to dinheiro para seus donos fazendo prediç oes, come çou
a seguir o grupo de Paulo. Ela gritava: “Estes homens
˜ ´ ˜
sao escravos do Deus Altıssimo, que vos estao publican-
˜ ˆ
do o caminho da salvaç ao.” Pode ser que o demonio te-
nha feito a serva gritar essas palavras para dar a entender
ˆ
10. Como os dem onios estavam envolvidos na reviravolta que aconteceu
com Paulo e seus companheiros?
` ˆ
“PASSA A MACEDONIA” 251
´ ´
L IDIA — VENDED ORA DE P URPURA
´
Lıdia morava em Filipos, uma cidade importante na
ˆ
Macedonia. Ela era natural de Tiatira, ´ uma cidade na
˜ ´
regiao chamada Lıdia, no oeste da Asia Menor. O tra-
´ ´
balho de Lıdia como vendedora de purpura a levou
a cruzar o mar Egeu e ir morar em Filipos. Pelo visto,
´
ela comercializava artigos variados de purpura — ta-
petes, tapeçarias, tecidos e mesmo corantes. Uma ins-
˜
criçao encontrada em Filipos comprova que havia uma
˜ ´
associaçao de vendedores de purpura nessa cidade.
´ ´
Lıdia e descrita como “adoradora de Deus”, o que
´
pode indicar que ela era proselita. (Atos 16:14) Ela tal-
´
vez se tenha tornado adoradora de Jeova em Tiatira.
Ali, diferentemente de Filipos, havia um local onde os
´
judeus se reuniam. Alguns acham que Lıdia era um
´
apelido que significa “mulher de Lıdia” e que esse
nome lhe foi dado em Filipos. Mas existem provas do-
´ ´
cumentais que mostram que a palavra Lıdia tamb em
´
era usada como nome proprio.
´
Desde os dias de Homero, no nono ou oitavo secu-
´ ˜
lo AEC, os lıdios e os habitantes da regiao eram famo-
´
sos por sua habilidade em usar purpura para tingir te-
´
cidos. Realmente, as aguas de Tiatira eram conhecidas
´
por produzir “as tonalidades mais brilhantes e dura-
veis”.
´
Os artigos de purpura eram considerados de luxo;
˜
apenas os ricos tinham condiçoes de adquiri-los. Em-
´ ´
bora o corante purpura pudesse ser extraıdo de dife-
ˆ
252 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
rentes fontes, o melhor e mais caro, usado no tratamen-
ˆ
to de linho fino, vinha de moluscos do Mediterraneo.
´
Os tecidos dessa cor eram muito caros, pois so era pos-
´
sıvel extrair uma quantidade extremamente pequena
´
de corante de cada molusco, sendo necessarios uns
8 mil moluscos para obter apenas um grama desse pre-
´
cioso lıquido.
´ ´ ´
E bem provavel que Lıdia fosse uma comerciante rica
´
e bem-sucedida, pois trabalhar com purpura exigia in-
´ ´
vestir muito dinheiro. Alem disso, Lıdia tinha uma
casa grande o suficiente para hospedar quatro pessoas
´ ˆ ´
— Paulo, Silas, Timoteo e Lucas. A referencia que a Bı-
` ´
blia faz a sua “famılia” pode significar que ela mora-
´
va com parentes. Mas a palavra grega traduzida “famı-
lia” pode indicar que ela tinha escravos e servos. (Atos
16:15) E o fato de Paulo e Silas terem se encontrado
˜
com alguns irmaos na casa dessa mulher hospitaleira
antes de deixarem a cidade sugere que essa casa se tor-
˜ ˜
nou um local de reunioes para os primeiros cristaos
em Filipos. — Atos 16:40.
` ˜
Quando Paulo escreveu a congregaçao em Filipos
˜ ´
uns dez anos mais tarde, ele nao mencionou Lıdia. As-
sim, tudo que sabemos sobre ela se encontra em Atos
´
capıtulo 16.
˜
que as prediç oes feitas por ela e os ensinos de Paulo
vinham da mesma fonte. Dessa forma, as pessoas ali
˜ `
prestariam atenç ao a serva em vez de aos verdadeiros
` ˆ
“PASSA A MACEDONIA” 253
seguidores de Cristo. Mas Paulo silenciou a serva por ex-
ˆ
pulsar o demonio. — Atos 16:16-18.
11 Quando os donos da serva viram que haviam perdi-
´
do seu meio facil de ganhar dinheiro, ficaram furiosos.
´
Eles arrastaram Paulo e Silas ate a feira, onde os magis-
trados — autoridades que representavam Roma — rea-
ˆ
lizavam audiencias. Os donos aproveitaram-se do pre-
´
conceito e do patriotismo dos juızes, como que dizendo:
˜ ˜
‘Esses judeus estao causando muita confusao por ensi-
´ ˜
narem costumes que nos romanos nao podemos aceitar.’
˜
Suas palavras logo surtiram efeito. “A multidao [na fei-
ra] levantou-se toda contra [Paulo e Silas]”, e os magis-
trados deram ordens para que eles fossem “espancados
`
com varas”. Depois disso, Paulo e Silas foram levados a
˜
força para a prisao. O carcereiro jogou os homens feri-
˜ ´
dos na prisao interior e prendeu-lhes os p es no tronco.
(Atos 16:19-24) Quando o carcereiro fechou a porta, a es-
˜ ˜
curidao naquela masmorra devia ter sido tao grande que
Paulo e Silas mal conseguiam enxergar um ao outro. No
´
entanto, Jeova os estava vendo. — Sal. 139:12.
12 Anos antes, Jesus havia alertado seus seguidores que
11. O que aconteceu com Paulo e Silas depois que Paulo expulsou da
ˆ
serva o dem onio?
´ ˜
12. (a) Como os disc ıpulos de Cristo encararam a persegui ç ao, e por
ˆ ˜ ˜ ´
qu e? (b) Que tipos de oposi ç ao ainda s ao usados por Satan as e seus
agentes?
ˆ
254 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
eles seriam perseguidos. (Joao 15:20) Por isso, quando o
` ˆ
grupo de Paulo passou a Macedonia, eles sabiam que po-
˜ ˜
diam enfrentar oposiç ao. Assim, quando a perseguiç ao
veio, em vez de acharem que tinham perdido o favor de
´ ˜
Jeova, eles a encararam como demonstraç ao da ira de
´ ´
Satanas. Hoje, os agentes de Satanas ainda usam os mes-
´
mos metodos usados em Filipos. Na escola e no local de
trabalho, opositores falam mentiras a nosso respeito,
˜ ´
provocando oposiç ao. Em alguns paıses, opositores re-
˜ ´
ligiosos levantam acusaç oes contra nos em tribunais,
´
como que dizendo: ‘Essas Testemunhas de Jeova causam
˜ ´
muita confusao por ensinarem costumes que nos “tradi-
˜
cionalistas” nao podemos aceitar.’ Em alguns lugares,
˜ ˜ ˜
nossos irmaos sao espancados e jogados na prisao. No
´ ´
entanto, Jeova os esta vendo. — 1 Ped. 3:12.
“Batizados sem demora”
(Atos 16:25-34)
13 Paulo e Silas devem ter precisado de algum tempo
˜
lo nao duvidou da sinceridade do homem. O carcereiro
˜
era gentio; nao tinha conhecimento das Escrituras. An-
˜
tes de poder se tornar cristao, ele precisava aprender e
´ ´
aceitar verdades bıblicas basicas. De modo que Paulo e
´
Silas tiraram tempo para falar “a palavra de Jeova a ele”.
˜
Os homens ficaram tao envolvidos em ensinar as Escri-
turas que talvez se tenham esquecido da dor dos golpes
que haviam recebido. Mas o carcereiro viu as feridas pro-
˜
fundas nas costas deles e as limpou. Entao ele e os de sua
ˆ ˜
casa “foram batizados sem demora”. Que b enç ao Paulo
˜
e Silas receberam por enfrentar a perseguiç ao com ale-
gria! — Atos 16:32-34.
ˆ ˜
14. (a) Que ajuda Paulo e Silas deram ao carcereiro? (b) Que b en ç ao
˜
Paulo e Silas receberam por enfrentar a persegui ç ao com alegria?
ˆ
256 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
15 Assim como Paulo e Silas, muitas Testemunhas de
´ ˜
Jeova hoje pregam as boas novas enquanto estao presas
´ ´
por causa de sua fe, com otimos resultados. Por exem-
´
plo, em certo paıs onde nossas atividades eram proibi-
´
das, houve uma epoca em que 40% de todas as Testemu-
´
nhas de Jeova haviam aprendido a verdade enquanto
˜ ´
estavam na prisao! (Isa. 54:17) Observe, tamb em, que o
´
carcereiro so pediu ajuda depois que o terremoto abalou
˜
a prisao. Da mesma forma hoje, algumas pessoas que
˜ `
nunca deram atenç ao a mensagem do Reino talvez a acei-
´
tem quando sua vida pessoal e abalada por alguma tra-
´ ˜
gedia. Nao deixarmos de fielmente visitar e revisitar os
´ ´
moradores em nosso territorio garantira que estejamos
˜
ali para ajudar quando uma situaç ao dessas surgir.
“Agora nos lan çam fora secretamente?” (Atos 16:35-40)
16 Na manha˜ ap os
´
o espancamento, os magistrados or-
denaram que Paulo e Silas fossem libertados. Mas Paulo
˜
disse: “Chibatearam-nos publicamente sem condenaç ao,
˜ ˜
a homens que sao romanos, e lançaram-nos na prisao; e
˜
agora nos lançam fora secretamente? Nao, deveras, mas
que venham eles mesmos e nos levem para fora.” Ao
´
15. (a) Como muitas Testemunhas de Jeova hoje imitam o exemplo de
Paulo e Silas? (b) Por que devemos continuar a revisitar os moradores
´
em nosso territ orio?
˜ ´
16. Como a situa ç ao mudou de figura no dia ap os o espancamento de
Paulo e Silas?
` ˆ
“PASSA A MACEDONIA” 257
˜
saberem que os dois homens eram cidadaos romanos, os
magistrados “ficaram temerosos”, pois tinham violado
´ ˜
os direitos daqueles discıpulos.1 Agora a situaç ao havia
´
mudado de figura. Os discıpulos tinham sido espancados
˜
publicamente; entao os magistrados tinham de pedir des-
culpas publicamente. Eles imploraram a Paulo e Silas
que deixassem Filipos. Os dois concordaram, mas primei-
ro tiraram tempo para encorajar o crescente grupo de no-
´ ´
vos discıpulos. S o partiram depois disso.
˜
17 Caso seus direitos como cidadaos romanos tivessem
˜
sido respeitados antes, pode ser que Paulo e Silas nao ti-
vessem sido espancados. (Atos 22:25, 26) Mas, se isso
´
acontecesse, os discıpulos em Filipos poderiam ficar
˜
com a impressao de que aqueles homens tinham usado
esses direitos para evitar sofrer em nome de Cristo. Como
´ ´ ˜
isso afetaria a fe dos discıpulos que nao tinham cidada-
˜
nia romana? Afinal, para eles a lei nao serviria de prote-
˜
ç ao contra espancamentos. Por isso, ao suportarem a pu-
˜ ´
niç ao, Paulo e Silas deram exemplo aos novos discıpulos,
mostrando que os seguidores de Cristo podem manter-se
˜ ´
firmes diante de perseguiç ao. Alem disso, por exigirem o
˜
1 A lei romana estabelecia que um cidadao sempre tinha o direito
de´ ser julgado perante um tribunal e nunca deveria ser punido em
publico sem antes ter sido condenado.
˜ ´
17. Que importante li ç ao os novos disc ıpulos aprenderiam por observar
a perseveran ça de Paulo e Silas?
ˆ
258 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
reconhecimento de sua cidadania, Paulo e Silas obriga-
ram os magistrados a admitir publicamente que tinham
violado a lei. Isso, por sua vez, talvez fizesse os magistra-
dos pensar duas vezes antes de maltratar os companhei-
˜
ros de adoraç ao de Paulo e poderia fornecer certa medi-
˜
da de prote ç ao legal contra ataques similares no futuro.
18 Hoje, os superintendentes tamb em´
orientam a con-
˜ ˜
gregaç ao crista por meio de seu exemplo. O que quer
˜
que esperem que seus companheiros de adoraç ao façam,
˜ ˜
os pastores cristaos estao dispostos a fazer. Da mesma
´
forma, assim como Paulo, nos avaliamos bem quando e
˜
como usar nossos direitos legais para obter prote ç ao. Se
´ ´
necessario, nos recorremos a tribunais locais, nacionais
´ ˜
e ate mesmo internacionais a fim de obter prote ç ao legal
˜
para realizar livremente nossa adoraç ao. Nosso objetivo
˜ ´
nao e promover alguma reforma social, mas “defender e
estabelecer legalmente as boas novas”, conforme Paulo
` ˜
escreveu a congregaç ao em Filipos uns dez anos depois
de ter ficado preso ali. (Fil. 1:7) Ainda assim, indepen-
´
dentemente do resultado desses processos legais, nos,
como Paulo e seus companheiros, estamos decididos a
continuar ‘declarando as boas novas’ onde quer que o es-
´
pırito de Deus nos oriente a fazer isso. — Atos 16:10.
˜
18. (a) Como os superintendentes crist aos hoje imitam o exemplo de
´
Paulo? (b) Como n os ‘defendemos e estabelecemos legalmente as boas
novas’ em nossos dias?
` ˆ
“PASSA A MACEDONIA” 259
´
CAPITULO 17
´
para o acusado’.” Sera que esse odioso ataque alcança-
ria seu objetivo?
˜
13 A turba falhou em parar a obra de pregaç ao em Tes-
ˆ ˆ
salonica. Por que? Um dos motivos foi que Paulo e Si-
˜ ´
las nao puderam ser encontrados. Alem disso, parece
˜
que os governantes da cidade nao ficaram convencidos
˜ ´
de que as acusaç oes eram validas. Depois de exigirem
˜ ˜
uma “fiança”, eles libertaram Jasao e os outros irmaos.
(Atos 17:8, 9) Seguindo o conselho de Jesus para os cris-
˜
taos serem “cautelosos como as serpentes, contudo,
inocentes como as pombas”, Paulo prudentemente fu-
˜
giu do perigo para que pudesse continuar sua pregaç ao
em outro lugar. (Mat. 10:16) Fica claro que o fato de
˜
Paulo criar coragem nao o levou a ser imprudente.
˜
Como os cristaos hoje podem imitar seu exemplo?
˜
13, 14. (a) Por que a turba falhou em parar a obra de prega ç ao em Tes-
ˆ
sal onica? (b) De que forma Paulo seguiu o conselho de Cristo sobre ser
cauteloso, e como podemos imitar o seu exemplo?
`
PAULO “RACIOCINOU COM ELES A BASE DAS ESCRITURAS” 269
´
14
Atualmente, os clerigos da cristandade muitas vezes
´
instigam turbas contra as Testemunhas de Jeova. Acu-
˜ ˜
sando-as de sediç ao e traiç ao, eles manipulam os gover-
nantes para que se oponham a elas. Assim como aque-
´
les perseguidores do primeiro seculo, os opositores
˜ ´
atuais sao motivados pelo ciume. Seja como for, os cris-
˜ ˜
taos verdadeiros procuram nao se envolver sem necessi-
´
dade em problemas. Sempre que possıvel, evitamos
confrontos com pessoas iradas e desarrazoadas, procu-
rando continuar nossa obra em paz, talvez voltando
mais tarde quando as coisas tiverem acalmado.
Eles eram “de mentalidade mais nobre” (Atos 17:10-15)
15
Pelo bem da segurança, Paulo e Silas foram envia-
ˆ
dos a Bereia, a aproximadamente 65 quilometros de Tes-
ˆ ´ `
salonica. Quando eles chegaram la, Paulo foi a sinago-
ga e falou com as pessoas reunidas ali. Como era bom
ˆ
encontrar uma assistencia receptiva! Lucas escreveu
que os judeus de Bereia eram “de mentalidade mais no-
ˆ
bre do que os de Tessalonica, pois recebiam a palavra
com o maior anelo mental, examinando cuidadosamen-
te as Escrituras, cada dia, quanto a se estas coisas eram
´
assim”. (Atos 17:10, 11) Sera que essas palavras desme-
`
15. Como os bereanos reagiram as boas novas?
ˆ
270 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
ˆ
reciam as pessoas em Tessalonica que aceitaram a ver-
dade? De forma alguma. Mais tarde, Paulo escreveu-
lhes: “Agradecemos a Deus incessantemente, porque,
quando recebestes a palavra de Deus, que ouvistes de
´ ´ ˜
nos, vos a aceitastes, nao como a palavra de homens,
´
mas, pelo que verazmente e, como a palavra de Deus,
´ ´ ´
que tamb em esta operando em vos, crentes.” (1 Tes.
2:13) Mas o que fazia com que esses judeus em Bereia
˜
fossem de mentalidade tao nobre?
16
Os bereanos ouviram algo totalmente novo, mas
˜ ´
nao ficaram desconfiados nem foram crıticos. Ao mes-
˜ ˆ
mo tempo, nao se mostraram ingenuos. Primeiro, eles
˜ ´
ouviram com atenç ao o que Paulo tinha a dizer. Daı, ve-
rificaram nas Escrituras o que Paulo lhes havia explica-
do. Eles estudaram diligentemente a Palavra de Deus
˜ ´
nao apenas aos sabados, mas todos os dias. E fizeram
isso com muito “anelo mental”, dedicando-se a enten-
`
der as Escrituras a luz daquele novo ensino. Por fim,
eles mostraram que eram humildes o suficiente para fa-
zer mudanças, pois “muitos deles tornaram-se crentes”.
˜ ´
(Atos 17:12) Nao e de admirar que Lucas os descreva
como pessoas de ‘mentalidade nobre’.
16. Por que os bereanos foram apropriadamente descritos como pessoas
de ‘mentalidade nobre’?
`
PAULO “RACIOCINOU COM ELES A BASE DAS ESCRITURAS” 271
17
Mal sabiam os bereanos que o registro de sua rea-
˜ `
ç ao as boas novas seria preservado na Palavra de Deus
como um excelente exemplo de ‘mentalidade nobre’ e
espiritual. Eles fizeram exatamente o que Paulo espera-
´ ´
va e o que Jeova Deus queria que fizessem. Nos tam-
´
b em incentivamos as pessoas a agir assim: examinar a
´ ˜ ´
Bıblia com atenç ao para que adquiram uma fe baseada
firmemente na Palavra de Deus. Mas, depois de nos tor-
˜ ´ ˜ ´
narmos cristaos, sera que nao ha mais necessidade de
´
ter mentalidade nobre? Ao contrario, torna-se ainda
´
mais importante ter o forte desejo de aprender de Jeova
e aplicar prontamente seus ensinos. Desse modo, per-
´
mitimos que Jeova nos molde e nos treine de acordo
com a sua vontade. (Isa. 64:8) Assim, continuaremos
agradando ao nosso Pai celestial, sendo produtivos no
seu serviço.
˜
18 Paulo nao ficou muito tempo em Bereia. Lemos:
ˆ
“Quando os judeus de Tessalonica souberam que a pa-
lavra de Deus estava sendo publicada por Paulo tam-
´ ˜ ´
17. Por que o exemplo dos bereanos e t ao elogi avel, e como podemos
´
continuar a imitar esse exemplo mesmo depois de servir a Jeova por mui-
to tempo?
18, 19. (a) Por que Paulo deixou B ereia, mas como demonstrou perse-
veran ça digna de ser imitada? (b) A quem Paulo pregaria a seguir, e
onde?
ˆ
272 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´ ´
b em em Bereia, foram tamb em para la incitar e agitar
˜ ˜
as massas. Entao, os irmaos mandaram Paulo imedia-
´
tamente embora, para ir ate o mar; mas tanto Silas
´
como Timoteo permaneceram ali. No entanto, os que
´
acompanhavam Paulo levaram-no ate Atenas, e, depois
´
de receberem mandado para que Silas e Timoteo vies-
´
sem ter com ele o mais depressa possıvel, partiram.”
(Atos 17:13-15) Aqueles inimigos das boas novas eram
˜
muito persistentes. Como se nao bastasse terem expul-
ˆ ´
sado Paulo de Tessalonica, eles viajaram ate Bereia e
tentaram causar ali o mesmo tipo de problema, mas
˜ ´
tudo em vao. Paulo sabia que seu territorio era exten-
so, de modo que simplesmente foi pregar em outro
´ ´
lugar. Que nos tamb em estejamos decididos a frustrar
os esforços daqueles que querem parar a obra de pre-
˜
gaç ao!
19 Por ter dado testemunho cabal aos judeus em Tes-
ˆ
salonica e em Bereia, Paulo certamente aprendeu mui-
ˆ
to sobre a importancia de dar testemunho com cora-
` ´ ´
gem e de raciocinar a base das Escrituras. Nos tamb em
ˆ
aprendemos. Mas agora Paulo pregaria a uma assisten-
cia diferente: os gentios de Atenas. Como ele se sairia
´ ´
nessa cidade? Veremos isso no proximo capıtulo.
`
PAULO “RACIOCINOU COM ELES A BASE DAS ESCRITURAS” 273
´
CAPITULO 18
´
segunda viagem missionaria.1 Enquanto esperava Silas
´
e Timoteo chegarem de Bereia, Paulo “come çou a racio-
cinar na sinagoga com os judeus”, como era seu costu-
´ ´
me. Ele tamb em encontrou um territorio onde pudesse
˜ ´
falar com os nao judeus de Atenas — “na feira”, ou ago-
´
ra. (Atos 17:17) Localizada a noroeste da Acropole, a
´
agora de Atenas tinha aproximadamente 250 metros de
1´ Veja o quadro “Atenas — capital cultural do mundo antigo”, na
p agina 276.
˜ ´
4, 5. Onde Paulo pregou em Atenas, e por que n ao seria nada facil con-
vencer as pessoas ali?
INCENTIVO PARA ‘BUSCAR A DEUS E REALMENTE O ACHAR’ 275
ATENAS — CAPITAL CULTURAL D O MUND O
ANTIG O
´
Antes mesmo de a historia de Atenas come çar a
´ ´ ´
ser registrada no setimo seculo AEC, a Acropole de
´
Atenas ja era uma cidadela bem fortificada. Atenas ´
tornou-se a principal cidade do distrito da Atica e
´ ˆ
dominava uma area de mais ou menos 2.500 quilome-
tros quadrados cercada por montanhas e pelo mar.
O nome da cidade parece estar relacionado com o
nome Atena, a deusa padroeira da cidade.
´ ´
No sexto seculo AEC, S olon, um legislador atenien-
´ ´
se, reformou os sistemas social, polıtico, jurıdico e
ˆ
economico da cidade. Ele melhorou a qualidade de
vida dos pobres e estabeleceu a base para um gover-
´
no democratico. Mas tratava-se de uma democracia
apenas para as pessoas livres, e grande parte da po-
˜
pulaç ao da cidade era composta de escravos.
´ ´
Ap os as vitorias gregas sobre os persas no quinto
´
seculo AEC, Atenas tornou-se a capital de um peque-
´ ´ ´ ´
no imp erio cujo comercio marıtimo ia desde a Italia
´ ´ ´
e a Sicılia a oeste ate Chipre e a Sıria a leste. No auge
de seu esplendor, Atenas era o centro cultural do
´
mundo antigo, destacando-se nas artes plasticas, no
´ ˆ
teatro, na filosofia, na retorica e nas ciencias. Muitos
´ ´
predios publicos e templos adornavam a cidade. Sua
´
paisagem era dominada pela Acropole, um monte im-
ponente onde se localizava o Partenon, templo onde
ˆ
276 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
ficava uma estatua de 12 metros de altura, feita de
ouro e de marfim, da deusa Atena.
´
Atenas foi conquistada varias vezes: primeiro pelos
ˆ
espartanos, depois pelos macedonios e por fim pelos
romanos, que saquearam as riquezas da cidade. Mes-
´ ´
mo assim, na epoca do ap ostolo Paulo, Atenas ainda
´
tinha prestıgio por causa de seu passado glorioso. Na
verdade, a cidade nunca foi incorporada a nenhuma
´ ´
provıncia romana. Ela tinha autonomia jurıdica so-
˜ ˜
bre seus cidadaos e isenç ao de impostos romanos.
´
Apesar de suas maiores glorias terem ficado no pas-
´
sado, Atenas continuou sendo uma cidade universita-
ria para onde os ricos enviavam seus filhos para es-
tudar.
´
comprimento por 200 metros de largura. A agora era
muito mais do que uma feira; era a praça principal da
ˆ
cidade. Uma obra de referencia diz que esse lugar era
ˆ ´
“o centro economico, polıtico e cultural da cidade”. Os
atenienses gostavam muito de se reunir ali para parti-
´
cipar em debates filosoficos.
˜
5 Nao ´ ´
seria nada facil convencer as pessoas na agora.
Entre elas estavam os epicureus e os estoicos, membros
de escolas rivais de filosofia.1 Os epicureus acreditavam
que a vida surgiu por acaso. Seu conceito a respeito da
´
1 Veja o quadro “Os epicureus e os estoicos”, na p agina 278.
INCENTIVO PARA ‘BUSCAR A DEUS E REALMENTE O ACHAR’ 277
O S EPICUREUS E O S ESTOICO S
˜ ´
vida resumia-se no seguinte: “Nao ha por que temer a
˜ ´ ´ ´ ´
Deus; nao ha dor na morte; o bem e alcanç avel; o mal e
´ ˆ ` ˜ ` ´
suportavel”. Os estoicos davam enfase a razao e a logi-
ˆ
278 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
ca e nao acreditavam que Deus fosse uma Pessoa. Nem
os epicureus nem os estoicos acreditavam na ressurrei-
˜ ´
ç ao conforme era ensinada pelos discıpulos de Cristo.
´
Evidentemente, os conceitos filosoficos desses dois gru-
´
pos eram incompatıveis com as elevadas verdades do
verdadeiro cristianismo, sobre o qual Paulo pregava.
´
6 Como os filosofos gregos reagiram ao ensino de
Paulo? Alguns usaram uma palavra que significa “pa-
roleiro” ou “apanhador de sementes” para se referir a
ele. (Atos 17:18, nota) Sobre essa palavra grega, certo
erudito disse: “A palavra originalmente se referia a um
´
pequeno p assaro que ficava apanhando sementes. Mais
tarde, passou a ser aplicada a pessoas que apanhavam
sobras de alimentos e outras coisas sem valor na feira.
Depois disso, passou a se referir, em sentido figurado,
˜
a pessoas que colhiam informaç oes a esmo apenas para
ˆ
repeti-las, sem realmente entende-las.” Em outras pala-
vras, aqueles homens cultos estavam dizendo que Pau-
lo era um plagiador ignorante. Mas, conforme veremos,
˜ ´
Paulo nao se deixou intimidar por esses rotulos depre-
ciativos.
˜ ´
7 Hoje nao ´
e diferente. Como Testemunhas de Jeova,
´
6, 7. Como alguns fil osofos gregos reagiram ao ensino de Paulo, e que
˜ ´ `
rea ç ao similar n os as vezes encontramos hoje?
INCENTIVO PARA ‘BUSCAR A DEUS E REALMENTE O ACHAR’ 279
´
nos temos sido frequentemente rotulados de modo de-
´
preciativo por causa de nossas crenças baseadas na Bı-
blia. Por exemplo, alguns educadores ensinam que a
˜ ´ ´
evoluç ao e um fato e insistem que quem e inteligente
aceita esse ensino. Em outras palavras, eles rotulam de
ignorantes os que se recusam a acreditar nessa teoria.
´
Esses homens instruıdos querem fazer as pessoas acre-
´
ditar que nos somos ‘apanhadores de sementes’ pelo
´
fato de apresentarmos o que a Bıblia diz e mostrarmos
ˆ ´ ˜
evidencias de projeto na natureza. Mas nos nao nos dei-
xamos intimidar por essa atitude. Em vez disso, falamos
˜
com convicç ao quando defendemos nossa crença de que
´
a vida na Terra e resultado do trabalho de um Projetis-
´
ta inteligente, Jeova Deus. — Rev. 4:11.
8
Outros que ouviram Paulo na feira tiveram uma rea-
˜
ç ao diferente. Diziam: “Ele parece ser publicador de
´
deidades estrangeiras.” (Atos 17:18) Sera que Paulo es-
tava mesmo apresentando novos deuses aos atenienses?
´
Esse era um assunto serio, pois lembrava uma das acu-
˜ ´
saç oes pelas quais S ocrates havia sido julgado e conde-
` ´ ˜ ´
nado a morte seculos antes. Nao e de admirar que Pau-
` ˜ ´
8. (a) Como alguns reagiram a prega ç ao de Paulo? (b) Quando a B ıblia
´
diz que Paulo foi levado ao Are opago, o que isso talvez signifique? (Veja
´
a nota na p agina 281.)
ˆ
280 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
lo tenha sido levado ate o Are opago a fim de explicar
os ensinos que para os atenienses pareciam estranhos.1
Como Paulo defenderia sua mensagem perante pessoas
˜
que nao tinham nenhum conhecimento das Escrituras?
“Homens de Atenas, eu observei” (Atos 17:22, 23)
9 Lembre-se de que Paulo estava muito incomodado
“Persiste em falar e
˜
em nao ficar calado”
Paulo trabalha para se sustentar,
´ ´
mas d a prioridade ao minist erio
Baseado em Atos 18:1-22
´ ´
O ANO de 50 EC esta para terminar. O ap ostolo Paulo
´ ´
esta em Corinto, um rico centro comercial onde ha uma
˜
grande populaç ao de gregos, romanos e judeus.1 Paulo
˜ ´
nao esta ali para comprar ou vender mercadorias nem
´
para procurar trabalho. Ele esta em Corinto por um
motivo muito mais nobre: dar testemunho sobre o Rei-
no de Deus. Ao mesmo tempo, Paulo precisa de um lu-
´ ˜
gar para ficar e esta decidido a nao ser uma carga em
˜
sentido financeiro para outros. Ele nao quer dar a nin-
´ ˜ ´ `
guem a impressao de que esta vivendo a custa da pala-
vra de Deus. O que ele vai fazer?
´
2 Paulo sabe um ofıcio ˜
— fabricaç ao de tendas. Por
´ ˜ ´ ´
ser um trabalho braçal, esse ofıcio nao e facil, mas Pau-
´
1 Veja o quadro “Corinto — senhora de dois mares”, na p agina 294.
´
1-3. Por que o ap ostolo Paulo foi a Corinto, e que desafios ele enfren-
tou ali?
ˆ
292 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
lo esta disposto a trabalhar nisso para se sustentar. Sera
que ele vai encontrar trabalho nessa cidade movimenta-
´
da? Encontrara um lugar adequado para ficar? Apesar
˜
desses desafios, Paulo nao perde de vista seu principal
´
trabalho, o ministerio.
3Paulo acabou ficando em Corinto por um bom tem-
´
po, e seu ministerio ali deu muito fruto. O que pode-
mos aprender das atividades de Paulo em Corinto que
´
nos ajudara a dar testemunho cabal sobre o Reino de
´
Deus em nosso territorio?
˜
“Eram fabricantes de tendas por profiss ao”
(Atos 18:1-4)
Pouco depois de chegar a Corinto, Paulo conheceu
4
´
um casal hospitaleiro — um judeu chamado Aquila, e
sua esposa, Priscila, ou Prisca. O casal mudou-se para
´
Corinto por causa de um decreto do Imperador Clau-
dio ordenando que “todos os judeus se afastassem de
´ ˜ ´
Roma”. (Atos 18:1, 2) Aquila e Priscila nao so recebe-
ram Paulo em sua casa como o convidaram a trabalhar
˜
com eles. Lemos: “Em razao de serem da mesma profis-
˜
sao, [Paulo] ficou no lar deles, e trabalhavam, pois eram
4, 5. (a) Onde Paulo ficou enquanto esteve em Corinto, e que trabalho
fez para se sustentar? (b) Como Paulo talvez tenha aprendido a fabricar
tendas?
˜
“PERSISTE EM FALAR E EM NAO FICAR CALADO” 293
CORINTO — SENHORA DE D OIS MARES
˜
fabricantes de tendas por profissao.” (Atos 18:3) Paulo
´
ficou na casa desse bondoso casal durante seu ministe-
´
rio em Corinto. No perıodo em que morou com eles,
Paulo talvez tenha escrito algumas das cartas que mais
ˆ ´
tarde se tornaram parte do c anon da Bıblia.1
5 Como e´ que Paulo, um homem instruıdo ´ ´
“aos p es de
´
Gamaliel”, tamb em sabia fabricar tendas? (Atos 22:3)
´ ˜
Pelo visto, os judeus do primeiro seculo nao achavam
´
que ensinar um ofıcio a seus filhos fosse algo que esti-
vesse abaixo de sua dignidade, mesmo que esses jovens
˜
ainda fossem receber educaç ao adicional. Paulo era de
1 Veja
´ o quadro “Cartas inspiradas que forneceram encorajamento”,
na p agina 296.
˜
“PERSISTE EM FALAR E EM NAO FICAR CALADO” 295
CARTAS INSPIRADAS QUE FORNECERAM
ENCORAJAMENTO
˜ ´
nuar ou nao seu ministerio em Corinto, ele logo obte-
ve a resposta na noite em que o Senhor Jesus apareceu
˜ ˜
a ele em uma visao e disse: ‘Nao temas, mas persiste em
˜
falar e em nao ficar calado, porque eu estou contigo e
´
nenhum homem te assaltara para fazer-te dano; porque
tenho muitas pessoas nesta cidade.’ (Atos 18:9, 10) Que
˜ ´
visao encorajadora! O proprio Senhor garantiu a Paulo
que o protegeria de qualquer dano e que havia muitos
˜ `
merecedores na cidade. Qual foi a reaç ao de Paulo aque-
˜
la visao? Lemos: “Demorou ali um ano e seis meses, en-
sinando entre eles a palavra de Deus.” — Atos 18:11.
13Depois de passar cerca de um ano em Corinto, Pau-
lo obteve uma prova adicional do apoio do Senhor. “Os
judeus levantaram-se de comum acordo contra Paulo e
´
levaram-no perante a cadeira de juiz”, chamada be·ma.
˜
12. Que garantia Paulo recebeu em uma vis ao?
13. Do que Paulo talvez se tenha lembrado ao se aproximar da cadeira
de juiz, mas por que podia esperar um resultado diferente?
ˆ
302 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
(Atos 18:12) Considerada por alguns como uma plata-
´
forma elevada, feita de marmore azul e branco e reple-
´
ta de figuras entalhadas, a be·ma talvez ficasse perto do
´
centro da praça principal de Corinto. A area em frente
` ´
a be·ma talvez fosse grande o suficiente para reunir um
´ ´
numero consideravel de pessoas. Descobertas arqueo-
´
logicas sugerem que a cadeira de juiz ficava a apenas al-
guns passos da sinagoga e, portanto, perto da casa de
´ ´
Tıcio Justo. Ao se aproximar da be·ma, Paulo talvez se
ˆ ˜ `
tenha lembrado do apedrejamento de Estevao, que as
´ ´ ˜
vezes e chamado de primeiro martir cristao. Paulo, na
´
epoca conhecido como Saulo, havia aprovado “o assas-
´ ´
sınio dele”. (Atos 8:1) Sera que algo parecido acontece-
˜
ria agora com Paulo? Nao, pois Jesus havia prometido:
´ ´ ´ ´
“Ninguem lhe . . . fara mal.” — Atos 18:10; Bıblia Facil
de Ler.
`
14 O que aconteceu quando Paulo chegou a cadeira de
´ ˆ
juiz? O magistrado que a ocupava era Galio, proc onsul
˜ ´ ˆ
da Acaia e irmao mais velho do filosofo romano S ene-
˜
ca. Os judeus lançaram a seguinte acusaç ao contra Pau-
´ `
lo: “Esta pessoa, contrario a lei, conduz os homens a
˜
14, 15. (a) Que acusa ç ao os judeus lan çaram contra Paulo, e por que
´ ´
G alio deu o caso por encerrado? (b) O que aconteceu com S ostenes, e
qual pode ter sido o resultado disso?
˜
“PERSISTE EM FALAR E EM NAO FICAR CALADO” 303
˜ ˜
outra persuasao na adoraç ao de Deus.” (Atos 18:13) Os
judeus deram a entender que Paulo estava convertendo
´ ˜
pessoas ilegalmente. Mas Galio viu que Paulo nao ha-
˜
via cometido nenhuma “injustiça” e que nao era culpa-
´ ´
do de nenhum “ato inıquo de vilania”. (Atos 18:14) Ga-
˜ ˜
lio nao tinha a menor intenç ao de se envolver nas
´ ´
controversias dos judeus. Tanto e que, antes mesmo que
´
Paulo pudesse dizer qualquer coisa em sua defesa, Ga-
lio deu o caso por encerrado. Os acusadores ficaram
´
com raiva e a descarregaram em S ostenes, que talvez ti-
´
vesse substituıdo Crispo como presidente da sinagoga.
´
Eles agarraram S ostenes “e espancaram-no na frente da
cadeira de juiz”. — Atos 18:17.
´
15 Por que Galio ˜ ˜
nao impediu que a multidao espan-
´ ´ ´
casse S ostenes? Galio talvez achasse que S ostenes fos-
´
se o lıder da turba que se virou contra Paulo e que, por-
tanto, estava tendo o que merecia. Qualquer que tenha
´ ´
sido o caso, e possıvel que esse incidente tenha tido um
`
resultado positivo. Em sua primeira carta a congrega-
˜ ´
ç ao de Corinto, escrita varios anos mais tarde, Paulo re-
´ ˜
feriu-se a certo S ostenes como irmao. (1 Cor. 1:1, 2)
´ ´
Sera que esse era o mesmo S ostenes que havia sido es-
pancado em Corinto? Em caso afirmativo, aquela expe-
ˆ
304 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
ˆ ´
riencia dolorosa talvez tenha ajudado S ostenes a acei-
tar o cristianismo.
16 Lembre-se de que foi depois de os judeus terem re-
˜
jeitado a pregaç ao de Paulo que o Senhor Jesus lhe ga-
˜ ˜
rantiu: “Nao temas, mas persiste em falar e em nao fi-
car calado, porque eu estou contigo.” (Atos 18:9, 10)
Fazemos bem em ter essas palavras em mente, especial-
˜ ´
mente quando nossa mensagem nao e aceita. Nunca se
´ ˆ ˜
esque ça de que Jeova ve o coraç ao e atrai os sinceros.
˜ ´
(1 Sam. 16:7; Joao 6:44) Isso e um grande incentivo para
´
nos mantermos ocupados no ministerio. Todos os anos,
˜
centenas de milhares de pessoas sao batizadas — cen-
tenas a cada dia. Aos que obedecem ao mandamento de
´ ˜
‘fazer discıpulos de pessoas de todas as naç oes’, Jesus
´ `
garante: “Estou convosco todos os dias, ate a termina-
˜
ç ao do sistema de coisas.” — Mat. 28:19, 20.
´
“S e Jeov a quiser” (Atos 18:18-22)
˜
17 Nao ´
se pode afirmar se a atitude de Galio em rela-
˜ ´
ç ao aos acusadores de Paulo resultou num perıodo de
´ ˜ ˜
paz para a rec em-formada congregaç ao crista de Corin-
to. Mas Paulo ficou ali “mais alguns dias” antes de se
ˆ ´
16. Que influ encia devem ter sobre nosso minist erio as seguintes pala-
˜
vras do Senhor: “Persiste em falar e em n ao ficar calado, porque eu
estou contigo”? ´
17, 18. Em que Paulo talvez tenha refletido ao viajar para Efeso?
˜
“PERSISTE EM FALAR E EM NAO FICAR CALADO” 305
˜
despedir dos irmaos. Em meados do primeiro semestre
` ´
de 52 EC, ele fez planos de ir a Sıria de navio, partindo
ˆ
do porto de Cencreia, que ficava uns 11 quilometros a
´
leste de Corinto. Antes de sair de Cencreia, porem, Pau-
lo ‘cortou rente o cabelo, pois tinha um voto’.1 (Atos
´
18:18) Depois disso, ele levou Aquila e Priscila com ele
´ ´
e atravessou o mar Egeu rumo a Efeso, na Asia Menor.
18 Enquanto o navio partia de Cencreia, Paulo prova-
´
velmente refletia no perıodo que passou em Corin-
to. Ele tinha muitas boas lembranças e motivos para
˜ ´
ter um grande senso de realizaç ao. Seu ministerio de
˜
18 meses ali deu muitos frutos. A primeira congregaç ao
´
em Corinto havia sido formada, e a casa de Tıcio Justo
˜
era seu local de reuniao. Entre os que se haviam torna-
˜ ´ ´
do cristaos estavam Tıcio Justo, Crispo e sua famılia, e
˜
muitos outros. Paulo amava esses novos irmaos, pois os
˜
havia ajudado a se tornarem cristaos. Mais tarde, Pau-
lo escreveria a eles, descrevendo-os como uma carta de
˜ ˜ ´ ´
recomendaç ao inscrita em seu coraç ao. Nos tamb em
`
nos sentimos achegados aqueles a quem tivemos o pri-
´ ˜
vilegio de ajudar a aceitar a adoraç ao verdadeira. Como
´
e recompensador ver essas “cartas [vivas] de recomen-
˜
daç ao”! — 2 Cor. 3:1-3.
´
1 Veja o quadro “O voto de Paulo”, na p agina 307.
ˆ
306 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
O VOTO DE PAULO
PAULO ENSINA
“PUBLICAMENTE E
DE CASA EM CASA”
ATO S 20:20
´ ´
tava indo para la durante sua terceira viagem missiona-
ria. Apolo era judeu e natural da famosa cidade de Ale-
´ ´
xandria, no Egito. Ele tinha varias qualidades notaveis.
´
Expressava-se muito bem. Alem de ser eloquente, “ele era
´
bem versado nas Escrituras”. Tamb em era “fervoroso no
´
espırito”. Cheio de zelo, Apolo falava destemidamente
diante dos judeus na sinagoga. — Atos 18:24, 25.
´
3, 4. O que Aquila e Priscila perceberam com respeito ao conhecimen-
to de Apolo, e como lidaram com isso?
˜
“A PALAVRA . . . CRESCIA E PREVALECIA” APESAR DE OPOSIÇAO 311
´
4 Aquila e Priscila ouviram um discurso de Apolo. Com
certeza eles ficaram muito animados ao ouvi-lo ensinar
˜
“com precisao as coisas a respeito de Jesus”. O que ele
˜
disse sobre Jesus era correto. Mas nao demorou muito
˜
para esse casal cristao perceber que o conhecimento de
Apolo era incompleto, pois ele estava “familiarizado ape-
˜
nas com o batismo de Joao”. Esse humilde casal, cuja pro-
˜ ˜
fissao era fabricar tendas, nao ficou inibido diante da elo-
ˆ ˜
quencia e grande instruç ao de Apolo. Em vez disso,
eles “acolheram-no na sua companhia e expuseram-lhe
mais corretamente o caminho de Deus”. (Atos 18:25, 26)
´
Como esse homem eloquente e bem instruıdo reagiu?
Pelo visto, ele demonstrou uma das qualidades mais im-
˜
portantes que um cristao pode desenvolver — a humil-
dade.
´
5 Por aceitar a ajuda de Aquila e Priscila, Apolo tornou-
´ ´
se mais util como servo de Jeova. Ele viajou para a Acaia,
˜ ˜
onde “ajudou grandemente” os irmaos. Sua pregaç ao tam-
´ ˜
b em foi eficiente contra os judeus daquela regiao que in-
˜
sistiam que Jesus nao era o prometido Messias. Lucas re-
lata: “[Apolo] provava cabalmente, com intensidade e em
´
publico, que os judeus estavam errados, demonstrando
´ ´
5, 6. O que fez de Apolo uma pessoa mais util para Jeova, e o que po-
demos aprender de seu exemplo?
ˆ
312 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
pelas Escrituras que Jesus era o Cristo.” (Atos 18:27, 28)
ˆ ˜
Apolo tornou-se uma grande b enç ao! De fato, ele era ou-
˜ ´
tra razao pela qual “a palavra de Jeova” continuava a pre-
valecer. O que podemos aprender do exemplo de Apolo?
6 Cultivar humildade e´ essencial para os cristaos.
˜
Cada
´ ´ ´
um de nos e abençoado com varios dons — quer sejam
ˆ
habilidades naturais, experiencia de vida, quer conheci-
mento adquirido. Mas a humildade deve prevalecer sobre
´
os dons que temos. Caso contrario, nossos pontos fortes
´
podem se tornar nossas fraquezas. Poderıamos nos tor-
´
nar solo fertil para a erva daninha do orgulho. (1 Cor. 4:7;
´
Tia. 4:6) Se formos realmente humildes, nos nos esforça-
´
remos para considerar os outros como superiores a nos.
˜
(Fil. 2:3) Nao ficaremos ofendidos quando formos corri-
ˆ
gidos nem criaremos resistencia ao sermos ensinados por
˜
outros. Nao nos apegaremos obstinadamente a nossas
´ ˜ ˜
proprias ideias quando descobrirmos que essas nao estao
˜ ´
de acordo com as orientaç oes mais atualizadas do espıri-
to santo. Enquanto demonstrarmos humildade, seremos
´ ´
uteis a Jeova e a seu Filho. — Luc. 1:51, 52.
´
7 A humildade tamb em ´
e capaz de eliminar qualquer es-
´ ´
pırito de rivalidade. Consegue imaginar o quanto Satanas
˜ ˜
queria causar divisoes entre os primeiros cristaos? Ele
7. Como Paulo e Apolo deram um excelente exemplo de humildade?
˜
“A PALAVRA . . . CRESCIA E PREVALECIA” APESAR DE OPOSIÇAO 313
teria ficado muito feliz se tivesse conseguido fazer com
˜ ˜
que dois irmaos tao ativos na verdade como Apolo e Pau-
´
lo se tornassem rivais que, motivados por ciumes, compe-
ˆ ˜
tissem por influencia entre as congregaç oes. Isso poderia
facilmente ter acontecido. Afinal, em Corinto, alguns
˜
cristaos come çaram a dizer: “Eu pertenço a Paulo”, en-
´
quanto outros diziam: “Mas eu a Apolo.” Sera que Paulo
e Apolo incentivavam essas atitudes que poderiam cau-
˜ ˜ ˜ ´
sar divisao dentro da congregaç ao? Nao! Ao contrario,
˜
Paulo reconhecia a contribuiç ao de Apolo para a obra de
˜ ´
pregaç ao, tanto que lhe dava privilegios de serviço. Apo-
˜
lo, por sua vez, seguia as orientaç oes de Paulo. (1 Cor.
´
1:10-12; 3:6, 9; Tito 3:12, 13) Esse e um excelente exemplo
de como agir com humildade ao trabalharmos junto com
˜
nossos irmaos.
˜
“Usando de persuas ao a respeito do reino”
(Atos 18:23; 19:1-10)
´
8 Paulo havia prometido retornar a Efeso, e ele cumpriu
sua palavra.1 (Atos 18:20, 21) Mas observe qual foi o ca-
´
minho que Paulo fez para retornar a Efeso. Ele estava em
´ ´
Antioquia da Sıria. O caminho mais facil seria fazer uma
´ ˆ
pequena viagem ate Seleucia, embarcar num navio e ir di-
´ ´ ´
1 Veja o quadro “Efeso — capital da Asia”, na p agina 316.
´ ˆ
8. Que caminho Paulo fez para retornar a Efeso, e por qu e?
ˆ
314 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
reto para Efeso. Mas, em vez disso, ele viajou “pelas re-
˜
gioes interiores”. Segundo certa estimativa, a viagem de
Paulo, conforme registrada em Atos 18:23 e 19:1, foi de
ˆ
cerca de 1.600 quilometros! Por que Paulo escolheu o tra-
´
jeto mais difıcil? Porque ele queria ‘fortalecer todos os
´ ´
discıpulos’. (Atos 18:23) Sua terceira viagem missionaria,
assim como as duas anteriores, exigiria muito dele, mas
Paulo tinha certeza de que todo o esforço valeria a pena.
Hoje, os ministros viajantes e suas esposas demonstram
˜ ˜
disposiç ao similar. Nao somos gratos por seu amor abne-
gado?
´
9 Ao chegar a Efeso, Paulo encontrou um grupo de cer-
´ ˜
ca de 12 discıpulos de Joao Batista. Eles haviam sido ba-
˜ ˜
tizados no batismo de Joao quando esse batismo nao era
´ ´
mais valido. Alem disso, eles pareciam saber pouco ou
´
nada sobre o espırito santo. Paulo explicou-lhes o enten-
dimento mais atualizado, e, como Apolo, eles se mostra-
ram humildes e ansiosos para aprender. Depois de serem
´
batizados no nome de Jesus, eles receberam espırito san-
to e alguns dons milagrosos. Isso deixa claro que estar em
˜ ´ ´
dia com os avanços da organizaç ao teocratica de Jeova
ˆ ˜
resulta em b enç aos. — Atos 19:1-7.
´
9. Por que um grupo de disc ıpulos precisava ser batizado novamente, e
˜
que li ç ao aprendemos deles?
˜
“A PALAVRA . . . CRESCIA E PREVALECIA” APESAR DE OPOSIÇAO 315
´ ´
EFES O — CAPITAL DA ASIA
´ ´
Efeso era a maior cidade no oeste da Asia Menor.
´ ˜
Nos dias do ap ostolo Paulo, sua populaç ao provavel-
mente ultrapassava os 250 mil ´ habitantes. ´ Como capi-
´
tal da provıncia romana da Asia, Efeso orgulhosamen-
´
te ostentava o t´ ıtulo de “Primeira e Mais Importante
´
Metropole da Asia”.
´ ˜ ´
Por causa do comercio e da religiao, Efeso era uma
cidade muito rica. Seu porto, localizado perto da foz
´
de um rio naveg ´ avel, ficava no cruzamento de rotas
˜
comerciais. ´ Efeso nao era lar apenas do famoso tem-
´ ´
plo de Artemis, mas tamb em de santuarios e templos
´ ´
de inumeras outras deidades greco-romanas, egıpcias
e anatolianas.
´
O templo de Artemis, aclamado como uma das sete
maravilhas do mundo antigo, media por volta de
105 metros por 50 metros. Ele tinha umas cem colu-
´
nas de marmore, cada uma com cerca de 1,8 metro de
ˆ
diametro na base e aproximadamente 17 metros de al-
tura. O templo era considerado santo e sagrado em
˜ ˆ
toda a regiao do Mediterraneo antigo, e grandes´ so-
` ˜
mas de dinheiro eram confiadas a prote ç ao de Arte-
´
mis, de modo que o templo tamb´ em se tornou o mais
´
importante centro banc ario da Asia.
˜ ´
Outras construç oes importantes em Efeso eram um
´ ˜ ´
estadio para competiç oes atleticas, e possivelmente
ˆ
316 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
ate para lutas de gladiadores, um teatro, praças publi-
cas e comerciais, e colunatas que abrigavam lojas.
´ ˜ ´
O geografo grego Estrabao relata que o porto de Efe-
so tinha problemas com assoreamento. Por causa disso,
com o tempo a cidade deixou de funcionar como porto
e foi abandonada. Visto que nenhuma cidade moderna ´
´
fica no mesmo local, quem hoje visita as ruınas de Efeso
pode, por assim dizer, voltar ao mundo antigo.
ˆ
10 Logo aconteceu outro exemplo de progresso. Por tres
meses, Paulo pregou com coragem na sinagoga. Apesar
˜
de ele ter ‘usado de persuasao a respeito do reino de
Deus’, alguns ficaram obstinados e se tornaram verdadei-
ros opositores. Em vez de perder tempo com aqueles
que estavam “falando injuriosamente sobre O Caminho”,
ˆ ´
Paulo tomou providencias para falar no auditorio de uma
escola. (Atos 19:8, 9) Os que desejavam fazer progresso
´ ´
espiritual precisavam sair da sinagoga e ir ate o audito-
´
rio. Assim como Paulo, nos talvez decidamos encerrar
˜
uma conversa quando percebemos que o morador nao
´ ´
quer ouvir ou so quer discutir. Ainda ha muitas pessoas
semelhantes a ovelhas que precisam ouvir nossa mensa-
gem animadora.
´
10. Por que Paulo saiu da sinagoga e foi para um audit orio, e que exem-
´
plo isso estabeleceu para nosso minist erio?
˜
“A PALAVRA . . . CRESCIA E PREVALECIA” APESAR DE OPOSIÇAO 317
´
11 Paulo talvez falasse naquele auditorio todos os dias,
´
desde cerca das 11 horas ate por volta das 16 horas. (Atos
´
19:9, nota) Esse talvez fosse o perıodo mais calmo do dia,
mas ao mesmo tempo o mais quente, quando muitos pa-
ravam de trabalhar para comer e descansar. Se Paulo ti-
˜
ver seguido essa programaç ao por dois anos completos,
ele passou bem mais de 3 mil horas ensinando a palavra
´ ˜
de Deus.1 Essa e uma outra razao pela qual a palavra de
´
Jeova continuava a crescer e a prevalecer. Paulo era dili-
´ ˜
gente e flexıvel. Ele adaptou a programaç ao de seu minis-
´ `
terio as necessidades das pessoas naquela localidade.
Qual foi o resultado? “Todos os que habitavam no distri-
´
to da Asia, tanto judeus como gregos, ouviram a palavra
´
do Senhor.” (Atos 19:10) Sem duvida, ele deu um testemu-
nho cabal!
12 Hoje, as Testemunhas de Jeova´ tamb em ´ ˜
sao diligen-
´ ´
tes e flexıveis. Nos nos esforçamos para falar com as pes-
soas quando e onde elas podem ser encontradas. Damos
´
testemunho nas ruas, no comercio e em estacionamentos.
Podemos entrar em contato com as pessoas por telefone
ou por carta. E, no serviço de casa em casa, fazemos es-
´ ´ ´
1 Paulo tamb em escreveu 1 Corıntios enquanto estava em Efeso.
´
11, 12. (a) Como Paulo deixou um exemplo em ser diligente e flex ıvel?
´ ˆ
(b) Como as Testemunhas de Jeova t em se esfor çado a ser diligentes e
´ ´
flex ıveis em seu minist erio?
ˆ
318 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
forços para encontrar os moradores no horario em que e
´
mais provavel que estejam em casa.
“A palavra . . . crescia e prevalecia” apesar
´ ´
dos esp ıritos in ıquos (Atos 19:11-22)
13 Lucas nos informa que um notavel ´ ´
perıodo se seguiu.
´ ´
Jeova habilitou Paulo a realizar “obras extraordinarias
´ `
de poder”. S o de levar as pessoas os panos e aventais que
´ ´
Paulo usava, elas eram curadas; e os espıritos inıquos, ex-
´
pulsos.1 (Atos 19:11, 12) Essas impressionantes vitorias
´ ˜
sobre as forças de Satanas chamavam muita atenç ao, o
que nem sempre era algo bom.
14 Certos “judeus itinerantes, que praticavam a expul-
˜ ˆ
sao dos demonios”, tentaram imitar os milagres de Pau-
ˆ
lo. Alguns desses judeus tentaram expulsar demonios por
invocar o nome de Jesus e de Paulo. Lucas cita o exemplo
´
dos sete filhos de Ceva — membros de uma famılia sacer-
ˆ
dotal — que procuraram fazer isso. O demonio disse a
eles: “Eu sei de Jesus e estou familiarizado com Paulo;
´ ˜ ˆ
mas quem sois vos?” Entao, o homem com o demonio
1 Pode ser que os panos fossem lenços que Paulo usava na testa
para evitar que ´ o suor escorresse pelos olhos. O fato´ de Paulo usar
aventais nessa epoca sugere que ele trabalhava
˜ no ofıcio de fabricar
tendas no seu tempo livre, talvez de manha cedo. — Atos 20:34, 35.
´
13, 14. (a) O que Jeova habilitou Paulo a realizar? (b) Que erro come-
teram os filhos de Ceva, e como muitos da cristandade hoje fazem o
mesmo?
˜
“A PALAVRA . . . CRESCIA E PREVALECIA” APESAR DE OPOSIÇAO 319
atacou aqueles impostores, pulando em cima deles como
´
uma fera e fazendo com que saıssem correndo, feridos e
´
nus. (Atos 19:13-16) Isso foi uma vitoria para “a palavra
´
de Jeova”, pois o contraste entre o poder dado a Paulo e
˜
a incapacidade daqueles falsos religiosos nao poderia ter
˜
sido mais claro. Milhoes hoje cometem o erro de achar
´
que apenas clamar o nome de Jesus ou dizer que e “cris-
˜ ´ ´
tao” e suficiente. Mas Jesus indicou que so os que real-
ˆ
mente fazem a vontade de seu pai tem verdadeira espe-
rança para o futuro. — Mat. 7:21-23.
15 A humilhaç ao˜
dos filhos de Ceva fez com que muitos
´
passassem a temer a Deus, levando varias pessoas a se tor-
˜ ´ ´
nar cristas e a abandonar praticas espıritas. A cultura dos
´ ˆ ´
efesios sofria forte influencia das artes magicas. Feitiça-
rias e amuletos eram comuns, bem como encantamentos,
´
muitas vezes na forma escrita. Muitos efesios se sentiram
´ ´
motivados a juntar seus livros de artes magicas e queima-
´
los em publico, embora pelo visto valessem o equivalen-
´
te a dezenas de milhares de dolares.1 Lucas relata: “A
´
palavra de Jeova crescia e prevalecia assim de modo po-
1 Lucas diz que o valor era de ´ 50 mil moedas de prata. Caso Lu-
cas estivesse se referindo ao denario, um trabalhador comum levaria
50 mil dias, ou seja, por volta de 137 anos, trabalhando sete dias por
semana, para ganhar essa quantia.
´
15. No que se refere ao espiritismo e a objetos ligados a essa pr atica,
´
como podemos imitar os efesios?
ˆ
320 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
deroso.” (Atos 19:17-20) Essa foi uma grande vitoria da
verdade sobre a falsidade e o demonismo. Aquelas pes-
´ ´
soas nos deixaram um excelente exemplo. Nos tamb em
vivemos num mundo mergulhado no espiritismo. Se per-
cebermos que temos algum objeto ligado ao espiritismo,
´
devemos fazer assim como os efesios — livrar-nos dele
´
imediatamente. Mantenhamo-nos longe dessas praticas
repugnantes, custe o que custar.
˜
“Surgiu uma perturba ç ao nada pequena”
(Atos 19:23-41)
16 Vamos agora analisar a tatica´ ´
de Satanas descrita
´ ´
no inıcio deste capıtulo. Lucas escreveu que “surgiu
˜
uma perturbaç ao nada pequena a respeito do Caminho”.
˜
Ele nao estava exagerando.1 (Atos 19:23) Um prateiro
´ ´
chamado Demetrio deu inıcio ao problema. Ele conse-
˜
guiu a atenç ao de outros prateiros por primeiro lembrar-
´
lhes que a renda deles dependia da venda de ıdolos. Ele
1 Alguns
´ dizem que
´ Paulo se referiu a esse´ incidente quando` disse
aos corıntios: “Estavamos muito incertos ate mesmo quanto as nos-
sas vidas.”
˜ (2 Cor. 1:8) Mas pode ser que ele tivesse em mente uma
ocasi´ ao mais perigosa. Quando Paulo escreveu que ‘lutou ˜com feras
em Efeso’, ele talvez estivesse se referindo a alguma ocasiao ` em que
teve
˜ de enfrentar animais ferozes em uma arena ou talvez a oposi- ˜
ç ao feroz por parte de humanos.
˜ ´ (1 Cor. 15:32) Tanto a interpretaç ao
literal como a figurada sao possıveis.
´ ´ ` ˜ ´
16, 17. (a) Descreva como Dem etrio deu in ıcio a confus ao em Efeso.
´
(b) Como os efesios demonstraram seu fanatismo?
˜
“A PALAVRA . . . CRESCIA E PREVALECIA” APESAR DE OPOSIÇAO 321
prosseguiu dizendo que a mensagem que Paulo pregava
´ ˜ ˜
era ruim para os negocios, pois os cristaos nao adoravam
´ ´
ıdolos. Daı ele apelou para o orgulho que seus ouvintes
˜
tinham de sua cidade e de sua naç ao, alertando-os que sua
´
deusa Artemis e o templo mundialmente conhecido que
´
os efesios haviam dedicado a ela estavam correndo peri-
go de serem ‘reduzidos a nada’. — Atos 19:24-27.
17 O discurso de Demetrio ´
teve o resultado esperado.
´
Os prateiros come çaram a repetir vez ap os vez: “Grande
´ ´ ´
e a Artemis dos efesios!” e a cidade foi tomada pela con-
˜ ´ ` ´
fusao, dando inıcio a turba fanatica descrita no come ço
´ ´
deste capıtulo.1 Por ter um espırito abnegado, Paulo quis
˜
entrar no anfiteatro a fim de falar com a multidao, mas
´
os discıpulos insistiram que ele ficasse longe do perigo.
´ ˜
Um certo Alexandre ficou em p e diante da multidao e
tentou falar. Como era judeu, talvez estivesse ansioso
para explicar a diferença entre os judeus e aqueles cris-
˜ ˜ ˜
taos. Essas explicaç oes nao significariam nada para aque-
˜
la multidao. Quando perceberam que ele era judeu, co-
´ ´ ´
me çaram a gritar: “Grande e a Artemis dos efesios!”
abafando as palavras de Alexandre. Isso continuou por
´
cerca de duas horas. Desde aquela epoca, o fanatismo re-
˜
1 Associaç oes de profissionais,
´ chamadas guildas, podiam ser mui-
to influentes. Cerca de um seculo mais
˜ tarde, por ´ exemplo, a guilda
dos padeiros provocou uma confusao similar em Efeso.
ˆ
322 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ ´
ligioso nao mudou. Ate hoje faz as pessoas agirem de
modo completamente irracional. — Atos 19:28-34.
˜
18 Finalmente, o escrivao da cidade acalmou a multi-
˜ `
dao. Essa autoridade competente e sensata assegurou a
˜ ˜
turba que aqueles cristaos nao representavam nenhum
`
perigo ao templo e a sua deusa; que Paulo e seus compa-
˜
nheiros nao haviam cometido nenhum crime contra o
´
templo de Artemis; e que havia procedimentos legais
˜
para apresentar tais questoes. Talvez o argumento mais
convincente tenha sido lembrar-lhes de que eles corriam
o risco de cair no desfavor de Roma por causa daquele
˜
ajuntamento ilegal e desordenado. Entao, ele dissolveu a
˜
multidao. Com a mesma rapidez com que havia ficado
˜
irada, a multidao acalmou-se por causa dessas palavras
´
sensatas e razoaveis. — Atos 19:35-41.
˜
19 Essa nao foi a primeira vez que um homem de bom
˜
senso que ocupava uma posiç ao de autoridade agiu em fa-
´
vor dos seguidores de Jesus, nem seria a ultima. De fato,
´ ˜ ˜ ´
o ap ostolo Joao previu numa visao que durante estes ul-
´
timos dias os elementos estaveis deste mundo, retrata-
dos pela terra, iriam ‘tragar’ uma grande enxurrada de
˜ ´
18, 19. (a) Como o escrivao da cidade acalmou a turba em Efeso?
´ ` ´
(b) Como o povo de Jeova as vezes e protegido pelas autoridades, e como
˜
nossa conduta pode contribuir para essa prote ç ao?
˜
“A PALAVRA . . . CRESCIA E PREVALECIA” APESAR DE OPOSIÇAO 323
˜ ˆ
perseguiç ao satanica contra os seguidores de Jesus. (Rev.
12:15, 16) Isso realmente tem acontecido. Em muitos ca-
´
sos, juızes imparciais decidem a favor dos direitos das
´ ˜
Testemunhas de Jeova de se reunir para adoraç ao e de di-
´
vulgar as boas novas a outros. E claro que a nossa condu-
´
ta pode contribuir muito para tais vitorias. A conduta de
Paulo pelo visto fez com que algumas autoridades em
´
Efeso tivessem certa simpatia e respeito por ele, de modo
ˆ
que queriam ve-lo em segurança. (Atos 19:31) Que a nos-
´
sa conduta respeitosa e honesta tamb em possa causar
˜
uma boa impressao naqueles com quem temos contato.
Nunca sabemos quais podem ser os efeitos a longo prazo.
˜
20 Nao ´ ´
e emocionante ver como “a palavra de Jeova
´ ´ ´
crescia e prevalecia” no primeiro seculo? Tamb em e emo-
´ ´ ´ ´
cionante ver como Jeova esta por tras de vitorias simila-
´
res em nossos dias. Gostaria de ter o privilegio de dar
˜ ´
uma contribuiç ao, mesmo que pequena, a essas vitorias?
˜
Entao aprenda dos exemplos que consideramos. Seja hu-
˜ ´
milde, mantenha-se em dia com a organizaç ao de Jeova,
continue a trabalhar arduamente, rejeite o espiritismo, e
´
faça o maximo para dar um bom testemunho por meio de
sua conduta honesta e respeitosa.
ˆ ´
20. (a) Como voc e se sente a respeito do fato de a palavra de Jeova ter
´
prevalecido no primeiro s eculo e continuar a prevalecer hoje? (b) Qual
˜ ` ´ ´
a sua determina ç ao no que se refere as vit orias de Jeova em nossos dias?
ˆ
324 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
CAPITULO 21
´ `
Em 2 Corıntios, Paulo disse que, quando chegou a
ˆ ˜
Macedonia, ele estava preocupado com seus irmaos
´
em Corinto. Mas Tito trouxe-lhe boas notıcias de Co-
˜
rinto, e isso deixou Paulo mais tranquilo. Foi entao
´
que Paulo, por volta de 55 EC, escreveu 2 Corıntios.
ˆ
Nessa carta, ele indica que ainda estava na Macedo-
nia. (2 Cor. 7:5-7; 9:2-4) Uma das coisas que tinha em
´
mente durante esse perıodo era terminar a coleta
de dinheiro para os santos na Judeia. (2 Cor. 8:18-
´
21) Ele tamb em estava preocupado com a presença
´
de “falsos ap ostolos, trabalhadores fraudulentos” em
Corinto. — 2 Cor. 11:5, 13, 14.
´ ´
E possıvel que a carta de Paulo a Tito tenha sido es-
ˆ
crita na Macedonia. Em algum momento entre os
anos 61 EC e 64 EC, depois de ter sido libertado de
seu primeiro aprisionamento em Roma, Paulo visitou
a ilha de Creta. Ele deixou Tito ali para corrigir al-
˜
guns problemas e fazer designaç oes. (Tito 1:5) Paulo
´
pediu que Tito o encontrasse em Nic opolis. Havia
˜
mais de uma cidade com esse nome na regiao do Me-
ˆ ´ ´
diterraneo naquela epoca, mas parece mais provavel
` ´
que Paulo estivesse se referindo a Nic opolis que fi-
´ ´
cava no noroeste da Grecia. O ap ostolo provavelmen-
˜
te estava servindo naquela regiao quando escreveu a
Tito. — Tito 3:12.
ˆ
328 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
Paulo tamb em escreveu 1 Timoteo entre seus dois
aprisionamentos em Roma, entre 61 EC e 64 EC. Na
˜
introduç ao dessa carta, vemos´ que Paulo pediu a Ti-
´
moteo para permanecer em Efeso ao passo que ele
´ ` ˆ
proprio iria a Macedonia. (1 Tim. 1:3) Parece que foi
´ ´
de la que Paulo escreveu essa carta a Timoteo. Nela,
´
Paulo falou a Timoteo como um pai, dando-lhe con-
˜
selhos, encorajamento e orientaç oes sobre determi-
nados procedimentos a serem seguidos nas congrega-
˜
ç oes.
˜
11 Assim como Paulo, os cristaos hoje tomam precau-
˜ ˜ ´
ç oes para se proteger quando estao no ministerio. Em
˜
algumas regioes, em vez de ficarem sozinhos, eles an-
dam em grupos, ou pelo menos em pares. E como agem
˜ ˜
quando sao perseguidos? Os cristaos sabem que a per-
˜ ´ ´ ˜
seguiç ao e inevitavel. (Joao 15:20; 2 Tim. 3:12) Mas nem
˜
por isso se exp oem deliberadamente ao perigo. Veja o
˜
exemplo de Jesus. Em certa ocasiao, quando opositores
´
em Jerusalem come çaram a pegar pedras para atirar
˜
nele, “Jesus se escondeu e saiu do templo”. (Joao 8:59)
˜ ˜ ´
11. Como os crist aos hoje tomam precau ç oes razo aveis para se proteger,
e que exemplo Jesus deixou nesse sentido?
“ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS OS HOMENS” 333
´
Mais tarde, quando os judeus estavam planejando mata-
˜
lo, “Jesus nao andava mais publicamente entre os ju-
´ ˜
deus, mas partiu dali para o paıs perto do ermo”. (Joao
˜ ´
11:54) Jesus tomou precauç oes razoaveis para se prote-
˜
ger quando fazer isso nao entrava em conflito com a
˜
vontade de Deus para ele. Hoje os cristaos fazem o mes-
mo. — Mat. 10:16.
´
Eles foram “consolados al em de medida”
(Atos 20:5-12)
Paulo e seus companheiros viajaram juntos pela
12
ˆ ˜
Macedonia e entao, pelo que parece, tomaram cami-
nhos diferentes e mais tarde se encontraram novamen-
ˆ
te em Troade.1 O relato diz: “Em cinco dias fomos ter
ˆ
com eles em Troade.”2 (Atos 20:6) Foi nessa cidade que
ˆ ´
o jovem Eutico foi ressuscitado, como descrito no inıcio
´ ˜
deste capıtulo. Imagine como os irmaos se sentiram ao
ˆ
ver seu amigo Eutico vivo novamente. Conforme diz o
´
1 Visto que Atos 20:5, 6 e narrado em primeira pessoa, parece que
Lucas se juntou novamente a Paulo em Filipos depois de ter sido
deixado ali por Paulo algum tempo antes. — Atos 16:10-17, 40.
´ ˆ
2 A viagem˜ desde Filipos ate Tr
´ oade levou cinco dias. Pode ser que
os ventos nao estivessem favoraveis, pois anteriormente essa mesma
viagem havia sido feita em apenas dois dias. — Atos 16:11.
˜ ˆ ˜
12, 13. (a) Que efeito a ressurrei ç ao de Eutico teve na congrega ç ao?
´
(b) Que esperan ça b ıblica consola os que perdem pessoas queridas na
morte?
ˆ
334 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
relato, eles foram “consolados alem de medida”. — Atos
20:12.
´ ˜
13 E claro que milagres desse tipo nao acontecem hoje.
Mesmo assim, os que perderam pessoas queridas na
˜ ´
morte sao “consolados alem de medida” pela esperança
´ ˜ ˜
bıblica da ressurreiç ao. (Joao 5:28, 29) Pense no seguin-
ˆ
te: por ser imperfeito, Eutico acabou morrendo nova-
mente. (Rom. 6:23) Mas os que forem ressuscitados no
˜
novo mundo de Deus terao a perspectiva de viver para
´ ˜
sempre! Alem disso, os que sao ressuscitados para rei-
´ ˜
nar com Jesus no c eu sao revestidos de imortalidade.
˜
(1 Cor. 15:51-53) Os cristaos hoje — quer dos ungidos,
ˆ
quer das “outras ovelhas” — tem bons motivos para se
´ ˜
sentirem “consolados alem de medida”. — Joao 10:16.
“Publicamente e de casa em casa”
(Atos 20:13-24)
ˆ
14 Paulo e seu grupo viajaram de Troade a Assos e de-
pois a Mitilene, Quios, Samos e Mileto. O objetivo de
´
Paulo era chegar a Jerusalem a tempo da Festividade de
´
Pentecostes; sua pressa para chegar a Jerusalem explica
˜ ˜
por que ele escolheu uma embarcaç ao que nao para-
´
ria em Efeso nessa viagem de volta. Mas, visto que
˜ ´
14. O que Paulo disse aos anci aos de Efeso quando os encontrou em
Mileto?
“ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS OS HOMENS” 335
˜ ´ ´
Paulo queria conversar com os anciaos de Efeso, o ap os-
tolo pediu que eles o encontrassem em Mileto. (Atos
20:13-17) Quando eles chegaram, Paulo disse-lhes: “Bem
sabeis como, desde o primeiro dia em que pisei no dis-
´
trito da Asia, eu estive convosco todo o tempo, traba-
lhando como escravo para o Senhor, com a maior hu-
´ ˜
mildade mental, e com lagrimas e provaç oes, que me
˜
sobrevieram pelas conspiraç oes dos judeus; ao passo
˜
que nao me refreei de vos falar coisa alguma que fosse
proveitosa, nem de vos ensinar publicamente e de casa
em casa. Mas, eu dei cabalmente testemunho, tanto a ju-
deus como a gregos, do arrependimento para com Deus
´
e da fe em nosso Senhor Jesus.” — Atos 20:18-21.
15 Ha´ muitas formas de alcançar as pessoas com as
´
boas novas hoje. Como Paulo, nos nos esforçamos a ir
ˆ
onde quer que haja pessoas, seja em pontos de onibus,
´
em ruas movimentadas, seja no comercio. Mas ir de casa
´ ˜
em casa continua a ser o principal metodo de pregaç ao
´ ˆ
das Testemunhas de Jeova. Por que? Por um lado, a pre-
˜ ´
gaç ao de casa em casa da a todos a oportunidade de ou-
vir a mensagem do Reino regularmente, demonstrando
´
assim a imparcialidade de Deus. Permite tamb em que
˜ ˜
15. Quais s ao algumas vantagens da prega ç ao de casa em casa?
ˆ
336 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
os sinceros recebam ajuda individualizada de acordo
´ ´
com suas necessidades. Alem disso, o ministerio de casa
´
em casa fortalece a fe e a perseverança dos que se em-
penham nessa atividade. Realmente, uma marca regis-
˜ ´
trada dos cristaos verdadeiros hoje e seu zelo em pregar
“publicamente e de casa em casa”.
˜ ´ ˜
16 Paulo explicou aos anciaos de Efeso que ele nao sa-
´
bia os perigos que o aguardavam ao voltar a Jerusalem.
˜ ˜
“Nao obstante, nao levo a minha alma em conta como
estimada por mim”, disse-lhes, “desde que eu possa ter-
´
minar a minha carreira e o ministerio que recebi do Se-
nhor Jesus, para dar testemunho cabal das boas novas
da benignidade imerecida de Deus”. (Atos 20:24) Des-
temidamente, Paulo recusou-se a deixar que qualquer
ˆ ´
circunstancia — fosse saude fraca ou amarga oposi-
˜ ˜
ç ao — o impedisse de cumprir sua designaç ao.
17 Hoje tamb em ´ ˜ ´
os cristaos enfrentam varios tipos de
ˆ ˜
circunstancias negativas. Alguns enfrentam proscriç ao
˜
e perseguiç ao. Outros corajosamente lutam contra de-
´
bilitantes doenças fısicas ou emocionais. Os jovens li-
˜ ˜
dam com a pressao de colegas na escola. Nao importam
ˆ
as circunstancias em que estejam, as Testemunhas de
˜
16, 17. Como Paulo mostrou que era destemido, e como os crist aos hoje
imitam seu exemplo?
“ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS OS HOMENS” 337
´ ˜ ˜
Jeova mostram determinaç ao, assim como Paulo. Estao
decididas a “dar testemunho cabal das boas novas”.
˜ ´
“Prestai aten ç ao a vos mesmos e a todo o rebanho”
(Atos 20:25-38)
18 A seguir, Paulo deu forte conselho aos anciaos ˜
de
´ ´
Efeso, usando seu proprio modo de vida como exemplo.
Primeiro, ele os informou que essa provavelmente seria
´ ˜
a ultima vez que o veriam. Entao ele disse: “Estou lim-
˜
po do sangue de todos os homens, pois nao me refreei
´
de falar a todos vos todo o conselho de Deus.” Como os
˜ ´
anciaos de Efeso poderiam imitar a Paulo e dessa for-
˜
ma nao terem culpa de sangue? Ele lhes disse: “Prestai
˜ ´
atenç ao a vos mesmos e a todo o rebanho, entre o qual
´
o espırito santo vos designou superintendentes para
˜
pastorear a congregaç ao de Deus, que ele comprou com
´
o sangue do seu proprio Filho.” (Atos 20:26-28) Paulo
avisou que “lobos opressivos” se infiltrariam no reba-
nho e ‘falariam coisas deturpadas, para atrair a si os dis-
´ ˜
cıpulos’. O que os anciaos deveriam fazer? “Mantende-
vos despertos”, avisou Paulo, “e lembrai-vos de que por
ˆ ˜
tres anos, noite e dia, nao cessei de admoestar a cada
´ ´
um de vos, com lagrimas”. — Atos 20:29-31.
˜
18. ´ Como Paulo se manteve livre de culpa de sangue, e como os anci aos
de Efeso poderiam fazer o mesmo?
ˆ
338 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
19 Esses “lobos opressivos” apareceram no final do
´ ´ ˜
primeiro seculo. Por volta de 98 EC, o ap ostolo Joao es-
´ ´
creveu: “[Ha] muitos anticristos; . . . Saıram do nosso
˜
meio, mas nao eram dos nossos; pois, se tivessem sido
˜
dos nossos, teriam permanecido conosco.” (1 Joao 2:18,
´ ´
19) No terceiro seculo, a apostasia j a havia levado ao
surgimento da classe clerical da cristandade, e no quar-
´
to seculo o Imperador Constantino deu reconhecimen-
to oficial a essa forma corrupta de “cristianismo”. Por
˜ ˆ
terem adotado rituais pagaos, dando-lhes uma aparen-
˜ ´
cia “crista”, os lıderes religiosos de fato ‘falaram coisas
deturpadas’. Ainda se podem ver os efeitos de tal apos-
tasia nos ensinos e costumes da cristandade.
´
20 O modo de vida do ap ostolo ´
Paulo estava em nıti-
do contraste com o daqueles que mais tarde se aprovei-
tariam do rebanho. Ele trabalhava para se sustentar a
˜ ˜
fim de nao ser um fardo para a congregaç ao. Seus esfor-
˜ ˜
ços a favor dos irmaos nao tinham por objetivo obter ri-
˜ ´
quezas. Paulo incentivou os anciaos efesios a demons-
´
trarem um espırito abnegado. “Tendes de auxiliar os que
˜
sao fracos”, disse-lhes Paulo, “e tendes de ter em mente
´
19. Que apostasia se desenvolveu no final do primeiro s eculo, e a que
´
isso levou nos s eculos seguintes?
´
20, 21. Como Paulo demonstrou um esp ırito abnegado, e como os an-
˜ ˜
ci aos crist aos podem fazer o mesmo hoje?
“ESTOU LIMPO DO SANGUE DE TODOS OS HOMENS” 339
as palavras do Senhor Jesus, quando ele mesmo disse:
´ ´
‘Ha mais felicidade em dar do que ha em receber.’ ”
— Atos 20:35.
˜
21 Assim como Paulo, os anciaos ˜ ˜
cristaos hoje sao ab-
´
negados. Em contraste com os clerigos da cristandade,
que tiram proveito de seu rebanho, aqueles a quem
se confia a responsabilidade de “pastorear a congrega-
˜
ç ao de Deus” cumprem com suas responsabilidades de
´ ˜ ˜ ˆ
modo altruısta. O orgulho e a ambiç ao nao tem lugar
˜ ˜ ´
na congregaç ao crista, pois os que ‘buscam a sua pro-
´ ˜
pria gloria’ falharao a longo prazo. (Pro. 25:27) A pre-
˜ ´ `
sunç ao so leva a desonra. — Pro. 11:2.
22 Paulo era muito amado pelos irmaos ˜
por causa do
´ ´
genuıno amor que ele proprio demonstrava a eles. De
fato, quando chegou a hora de Paulo ir embora, “irrom-
peu muito choro entre eles todos, e lançaram-se ao pes-
co ço de Paulo e o beijaram ternamente”. (Atos 20:37,
˜
38) Os cristaos prezam e amam muito aqueles que, as-
˜
sim como Paulo, dao de si mesmos a favor do rebanho.
˜
Depois de analisar o excelente exemplo de Paulo, nao
˜
concorda que ele nao exagerou nem foi presunçoso ao
dizer: “Estou limpo do sangue de todos os homens”?
— Atos 20:26.
˜ ´
22. O que tornou Paulo uma pessoa muito amada pelos anci aos de Efeso?
ˆ
340 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
CAPITULO 22
“Realize-se a vontade
´
de Jeova”
Decidido a fazer a vontade de Deus,
´
Paulo vai a Jerusal em
Baseado em Atos 21:1-17
˜
TODOS em Mileto estao emocionados com a partida de
´ ˜ ´ ´
Paulo e Lucas. Para esses dois missionarios, nao e facil
˜ ´
ter de se despedir dos anciaos efesios, a quem tanto
˜ ´
amam. Os dois estao no conves do navio. Em sua baga-
´ ´ ˜
gem ha suprimentos para a viagem. Eles tamb em estao le-
˜ ˜
vando as contribuiç oes que recolheram para os cristaos
˜ ˜
que estao passando necessidade na Judeia e nao veem a
˜
hora de poder entregar o dinheiro a esses irmaos.
2 Uma suave brisa enche as velas, e o navio afasta-se do
barulhento cais. Os dois homens, e os outros sete que via-
jam com eles, olham para os semblantes tristes dos ir-
˜ ˜
maos na costa. (Atos 20:4, 14, 15) Os viajantes dao adeus
´ ˜
ate nao conseguirem mais ver seus amigos na praia.
ˆ
3 Por cerca de tres anos, Paulo trabalhou lado a lado
˜ ´
com os anciaos de Efeso. Mas agora, orientado pelo
´
1-4. Por que Paulo estava indo a Jerusal em, e o que o aguardava ali?
´
“REALIZE-SE A VONTADE DE JEOVA” 341
´ ´ ´ ´
espırito santo, ele esta a caminho de Jerusalem. Ate cer-
to ponto, ele sabe o que o aguarda. Anteriormente, ele ha-
˜ ´
via dito aos anciaos: “Amarrado no espırito, viajo para Je-
´ ´
rusalem, embora sem saber o que me acontecera nela,
´ ´
exceto que o espırito santo, de cidade em cidade, me da
repetidamente testemunho, dizendo que me aguardam la-
˜
ços e tribulaç oes.” (Atos 20:22, 23) Apesar do perigo,
´
Paulo sente-se “amarrado no espırito”, ou seja, ele se sen-
˜ ˜ ´
te na obrigaç ao de seguir a orientaç ao do espırito e ir a
´ ´ ´ ˜
Jerusalem, e tamb em esta disposto a fazer isso. Ele nao
´
quer morrer, mas fazer a vontade de Deus e o mais
importante para ele.
´
4 E assim que voc eˆ se sente? Quando nos dedicamos a
´
Jeova, solenemente prometemos que fazer a vontade dele
seria a coisa mais importante em nossa vida. Analisar o
´ ´ ´
exemplo do fiel ap ostolo Paulo sera proveitoso para nos.
Passaram pela “ilha de Chipre” (Atos 21:1-3)
5 O navio em que estavam Paulo e seus companheiros
´
Durante o perıodo abrangido pelo livro de Atos,
´
Cesareia era a capital da provıncia romana da Judeia
e o local onde ficava a base de seu contingente mili-
tar e o governador. Herodes, o Grande, construiu a
´
cidade e deu-lhe o nome em homenagem a Cesar Au-
´
gusto. Cesareia tinha todas as caracterısticas das ci-
˜ ´
dades pagas e helenısticas dos seus dias — um tem-
` ´
plo dedicado a “divindade” de Cesar, um teatro, um
´ ˜
hip odromo e um anfiteatro. A populaç ao era predo-
minantemente gentia.
´
Cesareia era uma cidade portuaria fortificada.
˜
A ambiç ao de Herodes era que o novo complexo por-
´
tuario ali, chamado Sebastos (grego para Augusto),
equipado com um grande quebra-mar na costa que,
˜ ˜
de outra forma, nao teria condiç oes de atracar na-
vios, rivalizasse com Alexandria como o centro co-
ˆ
mercial do Mediterraneo oriental. Embora nunca te-
nha superado Alexandria, Cesareia de fato alcançou
´ ˜
prestıgio internacional por causa de sua posiç ao es-
´
trategica em importantes rotas comerciais.
O evangelizador Filipe pregou as boas novas em
´
Cesareia e parece que ele constituiu famılia ali. (Atos
˜
8:40; 21:8, 9) Era a cidade onde o centuriao romano
´ ˜
Cornelio servia e foi o local de sua conversao. — Atos
10:1.
ˆ
348 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
O ap ostolo Paulo visitou Cesareia varias vezes.
˜
Pouco depois da conversao de Paulo, quando seus
´ ´
inimigos planejaram mata-lo, os discıpulos pronta-
˜ ´
mente retiraram seu novo irmao de Jerusalem e o le-
´ ´ ´
varam o mais rapido possıvel ate Cesareia, numa via-
ˆ
gem de 90 quilometros, a fim de o enviarem de navio
para Tarso. Paulo passou pelo porto de Cesareia
´
quando estava indo a Jerusalem no final de sua se-
´
gunda e de sua terceira viagem missionaria. (Atos
9:28-30; 18:21, 22; 21:7, 8) Ele ficou dois anos preso
´
no palacio de Herodes em Cesareia. Ali, em diferen-
˜ ´
tes ocasioes, Paulo conversou com Felix, Festo e
Agripa, e dali ele por fim partiu de navio para Roma.
— Atos 23:33-35; 24:27–25:4; 27:1.
´
missionario viajante e seus companheiros. Essas visitas
´ ˆ
sem duvida resultavam em “um interc ambio de encoraja-
´ ´
mento”. (Rom. 1:11, 12) Hoje tamb em ha oportunidades
´ ´
similares. Ha muitos benefıcios em abrir as portas de nos-
so lar, mesmo que seja humilde, para um superintenden-
te viajante e sua esposa. — Rom. 12:13.
“Estou pronto . . . para morrer” (Atos 21:10-14)
15 Durante o tempo em que Paulo ficou com Fili-
´
pe, chegou outro visitante respeitado — Agabo. Os que
´
15, 16. Que mensagem Agabo trouxe, e que efeito ela teve nos que a ou-
viram?
´
“REALIZE-SE A VONTADE DE JEOVA” 349
AS MULHERES P ODIAM ˜ SER
MINISTRAS CRISTAS?
˜
Qual era o papel das mulheres na congregaç ao cris-
˜ ´ ´
ta do primeiro seculo? Sera que elas podiam ser mi-
nistras?
Jesus instruiu seus seguidores a pregar as boas no-
´
vas do Reino e fazer discıpulos. (Mat. 28:19, 20; Atos
˜
1:8) Essa comissao de ser ministro das boas novas se
˜ `
aplica a todos os cristaos, aos homens e as mulheres;
`
aos jovens e as jovens. Isso pode ser visto na profe-
´
cia encontrada em Joel 2:28, 29. O ap ostolo Pedro
mostrou que essa profecia teve um cumprimento no
´
Pentecostes de 33 EC: “ ‘Nos ultimos dias’, diz Deus,
´
‘derramarei do meu espırito sobre toda sorte de car-
˜
ne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarao . . . e
´
ate mesmo sobre os meus escravos e sobre as minhas
´
escravas derramarei naqueles dias do meu espırito, e
˜
eles profetizarao’.” (Atos 2:17, 18) Conforme vimos
´
neste capıtulo, o evangelizador Filipe tinha quatro fi-
lhas que profetizavam. — Atos 21:8, 9.
˜
Mas, no que diz respeito a ensinar na congregaç ao,
˜
a Palavra de Deus restringiu isso a homens cristaos
designados como superintendentes e servos ministe-
riais. (1 Tim. 3:1-13; Tito 1:5-9) Na verdade, Paulo dis-
˜
se: “Nao permito que a mulher ensine ou exerça au-
ˆ
toridade sobre o homem, mas que esteja em silencio.”
— 1 Tim. 2:12.
ˆ
350 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
estavam na casa de Filipe sabiam que Agabo era profeta;
ele havia predito uma grande fome durante o reinado de
´
Claudio. (Atos 11:27, 28) Talvez eles se estivessem per-
´
guntando: ‘Por que Agabo veio? Que mensagem ele traz?’
´
Todos olhavam atentamente para Agabo enquanto ele
pegava o cinto que Paulo usava — uma faixa de teci-
´
do que poderia guardar dinheiro e outros itens. Agabo
´ ´ ˜ ˜
amarrou seus proprios p es e maos com esse cinto. Entao
´
come çou a falar. Sua mensagem era muito seria: “Assim
´
diz o espırito santo: ‘Ao homem a quem pertence este cin-
˜ ´
to, os judeus amarrarao desta maneira em Jerusalem e o
˜ ` ˜ ˜
entregarao as maos de pessoas das naç oes.’ ” — Atos
21:11.
16 A profecia confirmou que Paulo iria a Jerusalem. ´
´
Tamb em indicou que seus tratos com os judeus ali resul-
` ˜
tariam em ele ser entregue “as maos de pessoas das na-
˜
ç oes”. A profecia teve um profundo impacto nos que es-
tavam presentes. Lucas escreve: “Ora, quando ouvimos
´
isso, tanto nos como os daquele lugar come çamos a su-
˜ ´
plicar-lhe que nao subisse a Jerusalem. Paulo respondeu
˜
entao: ‘Que estais fazendo, chorando e enfraquecendo o
˜ ˜ ´
meu coraç ao? Ficai certos de que estou pronto nao so
´
para ser amarrado, mas tamb em para morrer em Jerusa-
´
lem pelo nome do Senhor Jesus.’ ” — Atos 21:12, 13.
´
“REALIZE-SE A VONTADE DE JEOVA” 351
˜
Imagine a cena. Os irmaos, incluindo Lucas, tentam
17
˜
convencer Paulo a nao prosseguir viagem. Alguns cho-
˜ ˜
ram. Comovido pela preocupaç ao amorosa que os irmaos
mostram por ele, Paulo carinhosamente diz que eles es-
˜ ˜
tao lhe “enfraquecendo o . . . coraç ao”, ou, como algumas
˜ ˜
traduç oes vertem o grego, eles estao “partindo [seu] cora-
˜ ˜
ç ao”. Apesar disso, ele permanece firme em sua decisao,
˜
e, assim como quando encontrou com os irmaos em Tiro,
˜ ´ ´ ´
ele nao permitira que suplicas ou lagrimas o façam vaci-
lar. Em vez disso, Paulo lhes explica por que ele deve
˜
prosseguir. Que coragem e determinaç ao ele mostrou!
Assim como Jesus havia feito, Paulo estava decidido a ir
´ ˜
a Jerusalem. (Heb. 12:2) Paulo nao estava procurando ser
´
um martir, mas, se isso acontecesse, ele consideraria uma
honra morrer como seguidor de Cristo Jesus.
˜
18 Como os irmaos reagiram? Resumindo, eles reagi-
˜
ram respeitosamente. Lemos: “Quando ele nao se deixou
dissuadir, assentimos com as palavras: ‘Realize-se a von-
´
tade de Jeova.’ ” (Atos 21:14) Os que tentaram convencer
˜ ´ ˜
Paulo a nao ir a Jerusalem nao ficaram insistindo para
que as coisas ocorressem conforme eles queriam. Escuta-
ram Paulo e cederam, reconhecendo e aceitando a vonta-
˜
17, 18. Como Paulo permaneceu firme em sua decis ao, e como os ir-
˜
m aos reagiram?
ˆ
352 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
de de Jeova, apesar de isso ser difıcil para eles. Paulo ti-
`
nha iniciado uma jornada que por fim o levaria a morte.
´ ˜
Seria mais facil para ele se aqueles que o amavam nao ten-
ˆ
tassem faze-lo desistir.
19 Aprendemos uma importante liç ao ˜
do que aconteceu
com Paulo: nunca queremos tentar convencer outros a
˜
nao se empenhar por um proceder abnegado no serviço a
˜ ˜ ˜
Deus. Podemos aplicar essa liç ao a muitas situaç oes, nao
`
apenas as que envolvem vida ou morte. Por exemplo, ao
˜ ´
passo que muitos pais cristaos acham difıcil ver seus fi-
´ ´
lhos saırem de casa para servir a Jeova em designa-
˜ ˜ ˜ ´
ç oes distantes, eles estao decididos a nao desencoraj a-los.
Phyllis, que mora na Inglaterra, lembra-se de como se sen-
´ ´
tiu quando sua filha unica iniciou o serviço missionario
´ ´
na Africa. “Foi uma epoca em que fiquei muito emotiva”,
´
disse Phyllis. “Para mim foi difıcil saber que ela ficaria
˜
tao longe. Eu fiquei triste e orgulhosa ao mesmo tempo.
˜
Orei muito sobre isso. Mas a decisao era dela, e eu nunca
ˆ
tentei faze-la desistir. Afinal, eu sempre a havia ensinado
a colocar os interesses do Reino em primeiro lugar. Mi-
˜ ´
nha filha serve em designaç oes no estrangeiro ha 30 anos,
´
e eu agrade ço a Jeova todos os dias pela fidelidade dela.”
´ ˜
Como e bom quando apoiamos irmaos abnegados!
˜
19. Que li ç ao valiosa aprendemos do que aconteceu com Paulo?
´
“REALIZE-SE A VONTADE DE JEOVA” 353
˜
“Os irm aos nos receberam de bom grado”
(Atos 21:15-17)
20 Foram feitos preparativos, e Paulo prosseguiu via-
˜
gem. Alguns irmaos de Cesareia o acompanharam, dan-
˜ ´
do assim uma prova de seu apoio de todo o coraç ao. E in-
´
teressante notar que em todos os pontos da viagem ate
´
Jerusalem, Paulo e os que o acompanhavam procuraram
˜ ˜ ´
o companheirismo dos irmaos cristaos. La em Tiro, eles
´
encontraram os discıpulos e permaneceram com eles por
˜
sete dias. Em Ptolemaida, cumprimentaram seus irmaos
e passaram um dia com eles. E, em Cesareia, eles ficaram
por alguns dias na casa de Filipe. A seguir, conforme
˜
mencionado acima, alguns irmaos de Cesareia acompa-
´ ´
nharam Paulo e os outros viajantes ate Jerusalem, onde
´ ´
todos foram acolhidos por Mnason, um antigo discıpulo.
´ ˜
Lucas relata: “Ao chegarmos a Jerusalem, os irmaos nos
receberam de bom grado.” — Atos 21:17.
Fica claro que Paulo queria estar com os que tinham
21
´ ´
a mesma fe que ele. O ap ostolo era encorajado por seus
˜ ´ ´ ´
irmaos, assim como nos tamb em somos hoje. Sem duvi-
da, esse encorajamento fortaleceu Paulo para enfrentar
´
os opositores irados que tentariam mata-lo.
˜
20, 21. O que mostra que Paulo desejava estar com seus irm aos, e por
´
que ele queria estar com os que tinham a mesma fe que ele?
ˆ
354 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
S E Ç AO 8 ˙ ATO S 21:18–28:31
PAULO PREGA
O REINO DE DEUS
“SEM IMPEDIMENTO”
ATO S 28:31
˜ ´
Nesta seçao, acompanharemos o apostolo Paulo
enquanto ele enfrenta turbas enfurecidas, su-
porta encarceramentos e comparece diante do
´
tribunal de uma autoridade romana apos outra.
ˆ ´
Em todas essas circunstancias, o apostolo conti-
nua a dar testemunho sobre o Reino de Deus.
˜
Ao analisar a emocionante conclusao do livro de
Atos, pergunte-se: ‘Como posso imitar esse corajo-
so e zeloso evangelizador?’
´
CAPITULO 23
˜
As autoridades romanas geralmente nao interfe-
´
riam nos assuntos das provıncias. De modo geral, a
lei judaica governava os assuntos judaicos. Os roma-
´
nos so se envolveram no caso de Paulo porque a tur-
`
ba que se formou devido a presença dele no templo
` ´
era uma ameaça a ordem publica.
´
As autoridades romanas tinham consideravel po-
´ ´ ˜
der sobre os suditos das provıncias que nao tinham
˜
cidadania romana. No entanto, a situaç ao era dife-
˜ ˜
rente em relaç ao aos cidadaos romanos.1 A cidada-
` ´
nia concedia a pessoa certos privilegios que eram re-
´
conhecidos e respeitados em todo o imp erio. Era
ilegal, por exemplo, prender ou espancar um cida-
˜ ˜
dao romano que nao tivesse sido condenado, visto
´
que esse tipo de tratamento era considerado proprio
˜
apenas para os escravos. Os cidadaos romanos tam-
´ ˜
b em tinham o direito de apelar das decisoes do go-
´
vernador da provıncia para o imperador, em Roma.
A cidadania romana podia ser obtida de diversas
maneiras. Uma delas era por herança. Vez por ou-
tra, os imperadores concediam cidadania a certos
´ ` ˜
indivıduos ou a populaç ao livre de toda uma cidade
ou distrito por causa de serviços prestados. Escra-
´ ˜
1 No primeiro seculo EC, poucos
´ cidadaos romanos
´ viviam na Ju-
´
deia. Foi somente no terceiro seculo que todos os suditos das provın-
cias receberam cidadania romana.
ˆ
366 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
vos que comprassem sua liberdade de um cidadao
romano, ou que fossem libertados por um romano,
ganhavam a cidadania. O mesmo acontecia com ve-
teranos das forças armadas auxiliares que fossem
´
dispensados do exercito. Pelo visto, em determina-
ˆ ´ ´
das circunstancias, tamb em era possıvel comprar a
´ ´
cidadania, pois o comandante militar Claudio Lısias
˜
disse a Paulo: “Eu comprei estes direitos de cidadao
por grande soma de dinheiro.” Paulo respondeu:
´
“Eu ate nasci com eles.” (Atos 22:28) Assim, um dos
antepassados masculinos de Paulo deve ter de al-
gum modo adquirido a cidadania romana, embora
˜
nao se saiba como isso aconteceu.
´
seguinte, ele apresentou Paulo perante o Sinedrio, o
supremo tribunal dos judeus, que se reuniu especial-
mente para isso.
“Eu sou fariseu” (Atos 23:1-10)
´
16 Come çando sua defesa perante o Sinedrio, Pau-
˜
lo disse: “Homens, irmaos, eu me comportei perante
ˆ ´
Deus com uma consciencia perfeitamente limpa, ate o
˜
dia de hoje.” (Atos 23:1) Ele nao conseguiu falar mais
do que isso. O relato diz: “Em vista disso, o sumo
´
16, 17. (a) Descreva o que aconteceu quando Paulo falou ao Sin edrio.
(b) Ao ser golpeado, como Paulo deu um exemplo de humildade?
‘OUÇAM A MINHA DEFESA’ 367
´
BATALHAS JUR IDICAS NO S TEMP O S ATUAIS
´
Assim como o ap ostolo Paulo, as Testemunhas de
´ ´
Jeova hoje usam todo recurso legal disponıvel para
defender seu direito de pregar as boas novas. Elas
ˆ
tem sido zelosas em “defender e estabelecer legal-
mente as boas novas”. — Fil. 1:7.
´
Nas decadas de 20 e 30, centenas delas foram pre-
˜ ´
sas por distribuir publicaç oes bıblicas. Por exemplo,
em 1926, havia 897 casos pendentes em tribunais ale-
˜ ´
maes. As disputas jurıdicas eram tantas que foi ne-
´ ´
cessario estabelecer um departamento jurıdico na
sede da Alemanha. Nos anos 30, apenas nos Estados
˜
Unidos, havia centenas de detenç oes todo ano por
˜
causa da pregaç ao de casa em casa. Em 1936, esse
´
numero subiu para 1.149. Com o objetivo de forne-
´
cer amparo legal, um departamento jurıdico tam-
´
b em foi estabelecido nos Estados Unidos. De 1933 a
´ ˆ
1939, as Testemunhas de Jeova na Romenia enfren-
˜
taram 530 processos judiciais. Mas muitas apelaç oes
` ˆ ˜
a Suprema Corte da Romenia tiveram decisoes favo-
´ ˜
raveis. Situaç oes parecidas ocorreram em muitos
´
outros paıses.
´ ˜
Dificuldades jurıdicas surgem quando cristaos,
˜ ˆ ˜
por questao de consciencia, nao concordam em par-
ticipar de atividades que violariam sua neutralidade.
˜ ˆ
(Isa. 2:2-4; Joao 17:14) Opositores os tem acusado
ˆ
368 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜ `
falsamente de sediç ao, o que as vezes resulta em to-
˜
tal proscriç ao de suas atividades. Mas, com o passar
ˆ
dos anos, muitos governos tem reconhecido que as
´ ˜
Testemunhas de Jeova nao representam nenhuma
ameaça a eles.1
˜ ´ ´
1 Para
´ uma
´ considera
´ çao das vit
´ orias jurıdicas das Testemunhas de´
Jeova em varios paıses, veja o capıtulo 30 do livro Testemunhas de Jeova
— Proclamadores do Reino de Deus.
´
sacerdote Ananias mandou que os que estavam em p e
junto dele lhe batessem na boca.” (Atos 23:2) Que in-
˜
sulto! E que demonstraç ao de preconceito, tachar Pau-
lo de mentiroso antes de quaisquer provas terem sido
˜ ´
apresentadas! Nao e de admirar que Paulo tenha res-
´
pondido: “Deus te batera, parede caiada. Assentas-te
tu ao mesmo tempo para me julgar segundo a Lei, e,
transgredindo a Lei, mandas que me batam?” — Atos
23:3.
17 Alguns dos presentes ficaram chocados — nao
˜
˜
com aquele que bateu em Paulo, mas com a reaç ao do
´ ˜
ap ostolo. Eles exigiram uma explicaç ao: “Injurias tu o
sumo sacerdote de Deus?” Em resposta, Paulo deu-lhes
˜
uma liç ao de humildade e respeito pela Lei. Ele dis-
˜ ˜
se: “Irmaos, eu nao sabia que era o sumo sacerdote.
´ ˜
Pois esta escrito: ‘Nao deves falar injuriosamente dum
‘OUÇAM A MINHA DEFESA’ 369
ˆ
governante do teu povo.’ ”1 (Atos 23:4, 5; Exo. 22:28)
˜ ´
Paulo adotou entao uma estrategia diferente. Tendo no-
´
tado que o Sinedrio era composto de fariseus e sadu-
˜
ceus, ele disse: “Homens, irmaos, eu sou fariseu, filho
´ ˜
de fariseus. E por causa da esperança da ressurreiç ao
dos mortos que estou sendo julgado.” — Atos 23:6.
18 Por que Paulo disse que era fariseu? Porque ele era
´
“filho de fariseus” — de uma famılia que pertencia
`
aquela seita. Assim, muitos ainda o considerariam fari-
seu.2 Mas como Paulo podia associar sua crença na res-
˜
surreiç ao com a dos fariseus? Relata-se que os fariseus
`
acreditavam que uma alma consciente sobrevivia a
morte e que a alma dos justos viveria novamente num
˜
corpo humano. Paulo nao concordava com essas cren-
˜
ças. Ele cria na ressurreiç ao conforme ensinada por Je-
˜
sus. (Joao 5:25-29) Ainda assim, Paulo concordava com
˜
1 Alguns sugerem
˜ que Paulo nao reconheceu o sumo sacerdote por-
que tinha visao ´fraca. Ou ˜ pode ser que, por ter ficado tanto tempo
fora de Jerusalem,´ ele nao tenha conseguido ´ reconhecer o sumo
sacerdote
˜ em exerc ıcio. Outra
˜ possibilidade
ˆ e que, por causa da mul-
tidao, Paulo simplesmente nao p ode ver quem deu a ordem para que
batessem nele. ´ ˜
2 Em 49 EC, quando os ap ostolos` e os anciaos estavam analisando ˜
se os gentios tinham de obedecer a Lei mosaica, alguns dos cristaos
presentes foram identificados como “dos da seita dos ˜ fariseus, que
haviam crido”. (Atos 15:5) Pelo visto, aqueles crist ˜ aos ainda eram,
em certo sentido, identificados com sua formaç ao farisaica.
18. Por que Paulo disse que era fariseu, e como podemos usar uma li-
´ ˆ
nha de racioc ınio similar em determinadas circunst ancias?
ˆ
370 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
os fariseus na questao de que havia esperança de vida
´ ´
ap os a morte, o que era contrario ao que os saduceus
˜
ensinavam, pois eles nao acreditavam em uma vida fu-
´ ´
tura. Nos podemos usar uma linha de raciocınio simi-
´
lar ao conversar com catolicos e protestantes. Podemos
´
dizer que, assim como eles, nos acreditamos em Deus.
´
E verdade que eles talvez acreditem na Trindade ao pas-
´ ´
so que nos cremos no Deus da Bıblia. Ainda assim, tan-
´
to eles como nos acreditamos que Deus existe.
˜ ´
19 A declaraç ao de Paulo dividiu o Sinedrio. O relato
´
O Sinedrio, conselho administrativo nacional e su-
premo tribunal dos judeus, era controlado por duas
seitas rivais — os saduceus e os fariseus. De acordo
´ ´
com Flavio Josefo, historiador do primeiro seculo, a
principal diferença entre esses dois grupos era que
`
os fariseus procuravam impor as pessoas um gran-
´ ˆ
de numero de observancias tradicionais, ao passo
´
que os saduceus consideravam obrigatorio apenas o
´
que estava escrito na Lei de Moises. As duas escolas
˜
de pensamento estavam unidas em sua oposiç ao a
Jesus.
Parece que os saduceus, que basicamente eram
˜
conservadores, tinham fortes ligaç oes com o sacer-
´ ´ ´
docio. Tudo indica que Anas e Caifas, que haviam
sido sumos sacerdotes, pertenciam a essa seita pode-
´
rosa. (Atos 5:17) Josefo diz, porem, que os ensinos
´
dessa seita “so persuadiam os ricos”.
Por outro lado, os fariseus exerciam grande in-
ˆ
fluencia sobre as massas. Mas seus conceitos, que in-
´ ˆ
cluıam a insistencia na excessiva pureza cerimonial,
ˆ
tornavam a observancia da Lei um fardo para as pes-
soas. Diferentemente dos saduceus, os fariseus atri-
´ ˆ
buıam muita importancia ao destino e acreditavam
` ´
que a alma sobrevivia a morte, ap os a qual a alma re-
ceberia o que merecia — uma recompensa por suas
˜
virtudes ou uma puniç ao por seus pecados.
ˆ
372 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
CAPITULO 24
“Tem coragem!”
Os judeus tramam matar Paulo,
´
e ele se defende perante Felix
Baseado em Atos 23:11–24:27
´
Por volta de 52 EC, o imperador romano Claudio desig-
ˆ ´
nou Antonio Felix, um de seus protegidos, como procura-
´
dor, ou governador, da Judeia. Felix era um escravo liber-
˜
to que, assim como seu irmao Palas, havia sido escravo da
´ ˜
famılia do imperador. A designaçao de um ex-escravo para
o cargo de procurador com poderes militares era algo sem
precedentes.
ˆ ˜
Por causa da influencia que seu irmao tinha sobre o im-
´
perador, Felix “acreditava que podia cometer todo tipo de
´
barbaridade sem ser punido”, diz o historiador romano Ta-
´ ´
cito. Como procurador, Felix “praticava toda esp ecie de
´
crueldade e lascıvia, exercendo o poder de rei com todos
os instintos dum escravo”. Durante seu mandato como
´
procurador, Felix casou-se com Drusila, filha de Herodes
Agripa I, depois de a ter seduzido a abandonar o marido.
´ ´
Felix tratou o ap ostolo Paulo de forma corrupta e ilegal,
achando que poderia receber suborno dele.
˜ ´ ˜
A administraçao de Felix era tao corrupta e opressiva
que em 58 EC o Imperador Nero o destituiu do cargo e
mandou que voltasse para Roma. Um grupo de judeus via-
´ ´ ˜
jou para la a fim de acusa-lo de corrup çao, mas relata-se
˜ ˜
que Palas livrou seu irmao da puniçao.
´
tia. A ordem publica ali se contrastava com a de Jeru-
´
salem, onde muitos demonstravam forte preconceito re-
ligioso e se envolviam em turbas.
“TEM CORAGEM!” 377
´
8
Cumprindo a lei romana, Lısias enviou uma carta a
´ ´
Felix explicando o caso. Lısias mencionou que, ao saber
˜
que Paulo era cidadao romano, ele o resgatou para que
˜ ´
este nao fosse “eliminado” pelos judeus. Lısias disse que
˜
nao encontrou em Paulo nenhuma falta que “merecesse
a morte ou laços”, mas, por causa de uma trama contra
´
Paulo, ele o estava entregando a Felix para que o gover-
nador pudesse ouvir os acusadores e decidir o caso.
— Atos 23:25-30.
9 Sera´ que Lısias
´ ´ ˜
foi verıdico no que escreveu? Nao to-
talmente. Parece que ele estava tentando causar uma boa
˜ ˜
impressao. Nao foi por ter descoberto que Paulo era ci-
˜ ´ ´ ´
dadao romano que Lısias o resgatou. Alem disso, Lısias
˜
nao mencionou que tinha mandado ‘amarrar Paulo com
duas cadeias’ nem que mais tarde tinha ordenado que ele
fosse “examinado sob açoites”. (Atos 21:30-34; 22:24-29)
˜ ´
Com essas açoes, Lısias tinha violado os direitos de Pau-
˜ ´
lo como cidadao romano. Hoje, Satanas usa o fanatismo
religioso dos opositores para atiçar as chamas da perse-
˜
guiçao, e pode ser que tenhamos nossa liberdade civil
violada. Mas, como Paulo, os servos de Deus podem mui-
ˆ ˜
tas vezes se valer dos direitos que tem como cidadaos de
´ ˜
determinado paıs e procurar a proteçao da lei.
˜
9. (a) De que maneira os direitos de Paulo como cidad ao romano foram
violados? (b) Por que talvez seja preciso nos valer dos nossos direitos
˜ ´
como cidad aos de determinado pa ıs?
ˆ
378 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
“Falo prontamente em minha defesa”
(Atos 23:35–24:21)
10
Em Cesareia, Paulo foi “mantido sob guarda, no pa-
´ ´
lacio pretoriano de Herodes”, para esperar ate que os
´
acusadores chegassem de Jerusalem. (Atos 23:35) Cinco
dias depois, eles chegaram — o Sumo Sacerdote Ana-
´ ´
nias, um orador publico chamado Tertulo e um grupo de
˜ ´ ´
anciaos. Tertulo primeiro elogiou Felix pelo que ele es-
´
tava fazendo em prol dos judeus, pelo visto para deixa-
˜
lo lisonjeado e obter seu favor.1 Entao, indo para o pon-
˜ ´
to em questao, Tertulo referiu-se a Paulo da seguinte
´ ˜
maneira: “Este homem e uma peste e atiça sediç oes en-
´
tre todos os judeus, por toda a terra habitada, e . . . e pon-
ta de lança da seita dos nazarenos, um que tentou tam-
´
b em profanar o templo e de quem nos apoderamos.” Os
judeus que estavam com ele “juntaram-se ao ataque, as-
severando que todas estas coisas eram assim”. (Atos
˜
24:5, 6, 9) Atiçar sediç ao, liderar uma seita perigosa e
´ ´ `
1˜ Tertulo agradeceu a Felix pela “grande paz” que ele trouxe
´ a na-
ç ao. No entanto, a verdade era que durante o governo de Felix˜ houve´
menos paz na Judeia do que´ em qualquer outra administraç ao ate a
revolta contra Roma. Tamb em estava ˜ longe de ser verdade dizer
´ que
os judeus tinham “grande´ gratid ao” pelas reformas que Felix tinha
feito. Na realidade, Felix era desprezado pela maioria dos judeus por
ter tornado a vida deles opressiva e por usar de brutalidade para aca-
bar com as revoltas do povo. — Atos 24:2, 3.
˜ ´
10. Que acusa ç oes s erias foram levantadas contra Paulo?
“TEM CORAGEM!” 379
˜ ´
profanar o templo — essas eram acusaç oes serias e po-
deriam resultar em pena de morte.
˜ ˜
11
Paulo entao teve permissao para falar. “Falo pron-
tamente em minha defesa”, come çou ele. Paulo foi taxa-
˜ ´ ˜
tivo ao negar todas as acusaç oes. O ap ostolo nao tinha
˜
profanado o templo nem tinha tentado atiçar sediç ao.
Ele destacou que, na verdade, havia ficado fora de Jeru-
´ ´
salem por “certo numero de anos” e que tinha chegado
´ ´ ˜
com “dadivas de miseric ordia” — contribuiç oes para os
˜
cristaos cuja pobreza talvez fosse resultado da fome e da
˜
perseguiç ao. Paulo insistiu que estava “cerimonialmen-
te limpo” antes de entrar no templo e que se esforçava
ˆ ˜
para ter a consciencia limpa de “nao ter cometido ofen-
sa contra Deus e homens”. — Atos 24:10-13, 16-18.
´
12
Paulo admitiu, porem, ter prestado serviço sagrado
ao Deus de seus antepassados ‘segundo o caminho que
eles chamavam de “seita” ’. Mas ele insistiu que acredi-
tava em “todas as coisas expostas na Lei e escritas nos
Profetas” e que, assim como seus acusadores, ele tinha a
˜
esperança de “uma ressurreiç ao tanto de justos como de
˜
injustos”. Paulo entao desafiou seus acusadores: “Que os
homens aqui digam de si mesmos o que acharam de er-
´
rado, quando eu estava perante o Sinedrio, exceto com
˜
11, 12. Como Paulo refutou as acusa ç oes contra ele?
ˆ
380 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ˜
respeito a esta unica pronunciaç ao que clamei enquan-
´ ˜
to estava diante deles: ‘E por causa da ressurreiç ao dos
´
mortos que hoje estou sendo julgado diante de vos!’ ”
— Atos 24:14, 15, 20, 21.
´
13
Paulo estabeleceu um bom exemplo para nos imitar-
mos caso sejamos alguma vez levados perante autorida-
˜
des por causa de nossa adoraç ao e sejamos acusados fal-
samente de ser agitadores, sediciosos ou membros de
´
uma “seita perigosa”. Diferentemente de Tertulo, Paulo
˜
nao tentou bajular o governador com palavras lisonjei-
ras. Paulo permaneceu calmo e foi respeitoso. Usando
de tato, ele deu um testemunho claro e verdadeiro. Ele
´
mencionou que os “judeus do distrito da Asia” que o ha-
˜
viam acusado de profanar o templo nao estavam presen-
´
tes e que, legalmente, ele tinha o direito de confronta-
˜
los e ouvir suas acusaç oes. — Atos 24:18, 19.
´
14 O mais notavel ´ ˜
e que Paulo nao se refreou de dar tes-
´
temunho sobre suas crenças. Com coragem, o ap ostolo
˜ ˜
reiterou sua crença na ressurreiç ao, a mesma questao
que havia criado um tumulto quando ele estava diante
´
do Sinedrio. (Atos 23:6-10) Por que Paulo enfatizou a es-
˜
perança da ressurreiç ao ao fazer sua defesa? Porque era
´
13-15. Por que podemos considerar Paulo um bom exemplo de algu em
que deu um corajoso testemunho diante de autoridades?
“TEM CORAGEM!” 381
˜ ˜
a questao da ressurreiç ao — e, mais especificamente, a
˜
crença em Jesus e na Sua ressurreiç ao — que estava no
´
centro da controversia. De fato, Paulo estava nessa si-
˜
tuaç ao por ter dado testemunho sobre Jesus e sobre Sua
˜
ressurreiç ao — algo que aqueles opositores se recusa-
vam a aceitar. — Atos 26:6-8, 22, 23.
´
15
Como Paulo, nos podemos dar um testemunho co-
´
rajoso e derivar forças do que Jesus disse a seus discıpu-
´
los: “Vos sereis pessoas odiadas por todos, por causa do
´
meu nome. Mas aquele que tiver perseverado ate o fim
´ ´ ´
e o que sera salvo.” Sera que devemos nos preocupar
˜
com o que dizer? Nao, pois Jesus deu a seguinte garan-
˜
tia: “Quando vos levarem para vos entregar, nao estejais
˜
ansiosos de antemao sobre o que haveis de falar; mas, o
˜
que vos for dado naquela hora, isso falai, porque nao sois
´ ´
vos quem fala, mas o espırito santo.” — Mar. 13:9-13.
´
“F elix ficou amedrontado” (Atos 24:22-27)
˜ ´
16
Essa nao foi a primeira vez que o Governador Felix
´ ˜ ´
tinha ouvido sobre a fe crista. O relato diz: “Sabendo Fe-
˜
lix com bastante exatidao os assuntos referentes a este
Caminho [primeiro termo usado para se referir ao cris-
tianismo], come çou a livrar-se dos homens com evasivas
´
16, 17. (a) Como F elix agiu no julgamento de Paulo? (b) Por que tal-
´
vez Felix tenha ficado com medo, mas por qual motivo continuou a ver
Paulo?
ˆ
382 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
e disse: ‘Quando Lısias, o comandante militar, descer,
decidirei estes assuntos que vos envolvem.’ E ele orde-
´
nou ao oficial do exercito que o homem fosse guardado
˜
e que houvesse algum abrandamento da detenç ao, e que
˜
nao proibisse a nenhum do seu povo que o servisse.”
— Atos 24:22, 23.
´
17 Alguns dias mais tarde, Felix, com sua esposa Dru-
sila, uma judia, mandou chamar Paulo e “escutou sobre
a crença em Cristo Jesus”. (Atos 24:24) No entanto,
´
quando Paulo falou sobre “a justiça, o autodomınio e o
´
julgamento por vir, Felix ficou amedrontado”, possivel-
ˆ
mente porque essas coisas incomodavam sua conscien-
´ ˜
cia devido ao proceder inıquo que tinha. Entao ele dis-
pensou Paulo, dizendo: “Por ora vai-te embora, mas,
quando eu tiver um tempo oportuno, mandarei buscar-
´
te novamente.” Felix viu Paulo muitas vezes depois dis-
˜
so nao porque queria aprender a verdade, mas porque es-
perava que Paulo o subornasse. — Atos 24:25, 26.
´
18
Por que Paulo falou com Felix e sua esposa sobre “a
´
justiça e o autodomınio, e o julgamento por vir”? Lem-
bre-se de que eles queriam saber o que estava envolvido
na “crença em Cristo Jesus”. Paulo, que conhecia o
´
18. Por que Paulo falou com Felix e sua esposa sobre “a justi ça e o au-
´
todom ınio, e o julgamento por vir”?
“TEM CORAGEM!” 383
´
historico de imoralidade, crueldade e injustiça que eles
tinham, estava deixando bem claro o que se esperava
de todos que quisessem se tornar seguidores de Jesus.
´
O que Paulo disse mostrou o nıtido contraste entre os
˜ ´
padroes justos de Deus e o modo de vida que Felix e sua
ˆ
esposa levavam. Isso deveria te-los ajudado a ver que to-
ˆ
dos os humanos tem de prestar contas a Deus pelo que
pensam, dizem e fazem, e que mais importante do que o
julgamento que Paulo receberia era o julgamento que
˜ ´ ´
eles teriam diante de Deus. Nao e de admirar que Felix
tenha ‘ficado amedrontado’!
´
19
No nosso ministerio, talvez encontremos pessoas
´ ´
como Felix. A princıpio, elas podem parecer interessa-
˜
das na verdade, mas na realidade nao querem mudar seu
´
proceder egoısta. Devemos ser cautelosos ao ajudar tais
pessoas. Mas, assim como Paulo, podemos usar de tato
˜
ao mostrar-lhes os padroes justos de Deus. Talvez a ver-
˜
dade toque o coraç ao delas. No entanto, se ficar eviden-
˜ ˆ
te que elas nao tem nenhum interesse em abandonar o
´ ˜
modo de vida pecaminoso, nos nao insistiremos em con-
ˆ
venc e-las a mudar. Em vez disso, usaremos nosso tempo
´
19, 20. (a) No nosso minist erio, como devemos lidar com pessoas que
˜
parecem interessadas na verdade, mas que na realidade n ao querem mu-
´ ´ ˜
dar seu proceder ego ısta? (b) Como sabemos que F elix n ao estava
genuinamente interessado no bem-estar de Paulo?
ˆ
384 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
para procurar pessoas que realmente estao buscando a
verdade.
´ ˜
20
No caso de Felix, vemos a verdadeira condiç ao de
˜ ´
seu coraç ao nestas palavras: “Decorridos dois anos, Fe-
´ ´
lix foi sucedido por Porcio Festo; e, visto que Felix de-
sejava ganhar o favor dos judeus, deixou Paulo preso.”
´ ˜
(Atos 24:27) Felix com certeza nao estava genuinamen-
´
te interessado no bem-estar de Paulo. Felix sabia que os
˜
seguidores do “Caminho” nao eram sediciosos nem re-
´ ´
volucionarios. (Atos 19:23) Ele tamb em sabia que Paulo
˜
nao tinha violado nenhuma lei romana. Mesmo assim,
´ ´
Felix manteve o ap ostolo preso para poder “ganhar o fa-
vor dos judeus”.
´
21 Conforme mostra o ultimo ´ ´
versıculo do capıtulo 24
´
de Atos, Paulo ainda estava preso quando Porcio Festo
´
sucedeu Felix como governador. Com isso, Paulo foi en-
´ ´
tregue a essa outra autoridade, e deu-se inıcio a uma se-
ˆ ´
rie de audiencias. De fato, esse corajoso ap ostolo foi ‘ar-
rastado perante reis e governadores’. (Luc. 21:12) Como
veremos, ele mais tarde deu testemunho ao governante
mais poderoso de seus dias. Durante tudo isso, Paulo
´ ´
nunca vacilou na sua fe. Sem duvida ele continuou a de-
rivar forças das palavras de Jesus: “Tem coragem!”
´
21. O que aconteceu com Paulo depois que P orcio Festo se tornou go-
´
vernador, e o que sem d uvida continuou a fortalecer Paulo?
“TEM CORAGEM!” 385
´
CAPITULO 25
´
“Apelo para C esar!”
Paulo estabelece um exemplo
de como defender as boas novas
Baseado em Atos 25:1–26:32
ˆ
PAULO continua sob forte vigilancia em Cesareia. Dois
`
anos antes, quando havia retornado a Judeia, os judeus
´ ˆ ˜
tentaram mata-lo pelo menos tres vezes em questao de
´
poucos dias. (Atos 21:27-36; 23:10, 12-15, 27) Ate agora
˜ ˜
seus inimigos nao foram bem-sucedidos, mas ainda nao
˜
desistiram. Ao perceber que pode cair nas maos deles,
´
Paulo diz ao governador romano Festo: “Apelo para Ce-
sar!” — Atos 25:11.
2 Sera´ que Jeova´ apoiou a decisao
˜
de Paulo de ape-
´
lar para o imperador de Roma? A resposta e impor-
´
tante para nos que damos testemunho cabal sobre o
Reino de Deus neste tempo do fim. Precisamos saber
´
se Paulo estabeleceu um exemplo para nos no que se
refere a “defender e estabelecer legalmente as boas no-
vas”. — Fil. 1:7.
˜
1, 2. (a) Em que situa ç ao Paulo se encontrava? (b) Que pergunta surge
` ˜ ´
quanto a decis ao de Paulo de apelar para C esar?
ˆ
386 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
“Perante a cadeira de juiz” (Atos 25:1-12)
ˆ
3 Tres dias depois de tomar posse como governador
´ ´
da Judeia, Festo foi a Jerusalem.1 La ele ouviu os prin-
cipais sacerdotes e os homens de destaque dos judeus
acusarem Paulo de ter cometido crimes graves. Eles sa-
biam que o novo governador estava sendo pressionado
a manter a paz com eles e com todos os judeus. Assim,
´
pediram um favor a Festo: trazer Paulo a Jerusalem e
´ ´
julga-lo ali. Mas havia um plano maligno por tras des-
se pedido. Os inimigos de Paulo estavam planejando
´ ´
mata-lo na estrada que ia de Cesareia a Jerusalem. Fes-
to recusou o pedido, dizendo: “Desçam comigo [a Ce-
˜ ´
sareia] os que estao em poder entre vos e o acusem, se
´ ´
ha algo de condenavel nesse homem.” (Atos 25:5) Des-
se modo, Paulo escapou mais uma vez da morte.
4 Durante todas as provaç oes ˜ ´
de Paulo, Jeova o sus-
tentou por meio do Senhor Jesus Cristo. Lembre-se de
˜ ´
que, em uma visao, Jesus disse a seu ap ostolo: “Tem
coragem!” (Atos 23:11) Hoje, os servos de Deus tam-
´ ´ ´ ˜
b em enfrentam obstaculos e ameaças. Jeova nao nos
´ ´
1 Veja o quadro “O procurador romano Porcio Festo”, na p agi-
na 388.
´
3, 4. (a) O que estava por tr as do pedido dos judeus de levar Paulo a Je-
´ ´
rusal em, e como ele escapou da morte? (b) Como Jeova sustenta seus
servos hoje, assim como fez com Paulo?
´
“APELO PARA CESAR!” 387
´
O PRO CURAD OR ROMANO P ORCIO FESTO
´
Os unicos relatos de testemunhas oculares que te-
´ ˜
mos a respeito de Porcio Festo estao registrados no
´
livro de Atos e nos escritos de Flavio Josefo. Festo
´
sucedeu Felix como procurador da Judeia por volta
de 58 EC e pelo visto morreu no cargo depois de ter
ˆ
governado apenas dois ou tres anos.
Em geral, Festo parece ter sido um procurador
competente e prudente, em contraste com seu ante-
´ ´
cessor, Felix, e seu sucessor, Albino. No inıcio do
mandato de Festo, havia muitos bandidos na Judeia.
De acordo com Josefo, “Festo . . . resolveu punir os
´
que causavam problemas no paıs. Assim ele captu-
rou a maioria dos assaltantes e executou um gran-
´
de numero deles”. Durante o governo de Festo,
´
os judeus construıram um muro para impedir o
´
Rei Agripa de ver o que acontecia na area do tem-
´
plo. De inıcio, Festo ordenou que os judeus derru-
bassem o muro. Mas, a pedido deles, Festo mais
tarde permitiu que apresentassem o assunto ao im-
perador romano Nero.
Festo parece ter sido firme contra os criminosos
˜
e rebeldes. Mas, a fim de manter boas relaç oes com
os judeus, ele estava disposto a deixar a justiça de
´
lado, pelo menos nos seus tratos com o ap ostolo
Paulo.
ˆ
388 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
protege de todas as dificuldades, mas nos da a sabedo-
´
ria e a força necessarias para perseverar. Sempre po-
´
demos contar com “o poder alem do normal” que nos-
´
so amoroso Deus nos da. — 2 Cor. 4:7.
5 Alguns dias mais tarde, Festo “assentou-se na ca-
deira de juiz” em Cesareia.1 Diante dele estavam Pau-
` ˜
lo e os acusadores. Em resposta as acusaç oes infunda-
das de seus inimigos, Paulo rebateu: “Nem contra a Lei
´
dos judeus, nem contra o templo, nem contra Cesar co-
´
meti qualquer pecado.” O ap ostolo era inocente e me-
˜
recia ser libertado. Qual seria a decisao de Festo? Que-
rendo obter o favor dos judeus, ele perguntou a Paulo:
´
“Desejas subir a Jerusalem e ser julgado ali diante de
mim a respeito dessas coisas?” (Atos 25:6-9) Que pro-
posta absurda! Se Paulo fosse enviado de volta a Jeru-
´
salem, ele seria julgado por seus acusadores, e sua
morte seria certa. Nesse respeito, Festo estava colo-
´
cando seus interesses polıticos acima da verdadeira
ˆ
justiça. Um governador anterior, Poncio Pilatos, ha-
via agido de forma parecida num caso envolvendo
1 A “cadeira de juiz” era
˜ uma cadeira colocada sobre uma˜ platafor-
ma. Ficava nessa posi
´ ç ao elevada para indicar que as decisoes do juiz
tinham peso e carater decisivo. Pilatos
˜ sentou-se em uma cadeira de
juiz quando examinou as acusaç oes contra Jesus.
5. Como Festo lidou com Paulo?
´
“APELO PARA CESAR!” 389
˜
um prisioneiro muito mais importante. (Joao 19:12-
´ ´ `
16) Atualmente, alguns juızes talvez tamb em cedam a
˜ ´ ˜
pressao polıtica. Assim, nao devemos ficar surpresos
´ `
quando tribunais se decidem contrario as provas em
casos envolvendo o povo de Deus.
6 O desejo de Festo de agradar os judeus poderia ter
colocado a vida de Paulo em perigo. Por isso, Paulo va-
˜
leu-se de um direito que tinha como cidadao romano.
Ele disse a Festo: “Estou perante a cadeira de juiz de
´ ˜
Cesar, onde devo ser julgado. Nao tenho feito nenhuma
´
injustiça aos judeus, como tu mesmo estas descobrindo
´
muito bem. . . . Apelo para Cesar!” Uma vez feito, um
˜
apelo como esse geralmente nao podia ser revogado.
´
Festo enfatizou isso ao dizer: “Para Cesar apelaste,
´ ´
para Cesar iras.” (Atos 25:10-12) Por apelar a uma au-
´
toridade jurıdica superior, Paulo estabeleceu um prece-
˜
dente para os cristaos verdadeiros hoje. Quando oposi-
tores tentam causar “desgraça por meio de decreto”, as
´ ´
Testemunhas de Jeova se valem de recursos jurıdicos
para defender as boas novas.1 — Sal. 94:20.
˜ ˜
1 Veja o quadro “Apela
´ ç oes a favor da adoraç ao verdadeira nos tem-
pos atuais”, na p agina 392.
´
6, 7. Por que Paulo apelou para C esar, e que precedente ele estabeleceu
˜
para os crist aos verdadeiros hoje?
ˆ
390 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
7Assim, depois de dois anos na prisao, acusado de
˜
crimes que nao cometeu, foi concedida a Paulo a opor-
tunidade de apresentar seu caso em Roma. Mas, antes
ˆ
de Paulo partir, outro governante quis ve-lo.
˜
“N ao me tornei desobediente” (Atos 25:13–26:23)
8 Alguns dias depois de Paulo ter apelado para Ce- ´
˜
sar na presença de Festo, o Rei Agripa e sua irma Be-
renice fizeram “uma visita de cortesia” ao novo gover-
´
nador.1 Nos dias do Imp erio Romano, as autoridades
tinham o costume de fazer tais visitas a novos gover-
˜
nadores. Ao parabenizar Festo por sua nomeaç ao,
´
Agripa estava sem duvida tentando fortalecer laços
´ ´
polıticos e pessoais que poderiam ser-lhe uteis no fu-
turo. — Atos 25:13.
9Festo falou a respeito de Paulo ao rei, e Agripa fi-
´
cou curioso para ouvir o ap ostolo. No dia seguinte, os
dois governantes sentaram-se na cadeira de juiz. Mas
˜ ˜
todo aquele poder e ostentaç ao nao eram de modo al-
gum mais impressionantes do que as palavras que o
prisioneiro diante deles estava para dizer. — Atos
25:22-27.
´
1 Veja o quadro “Rei Herodes Agripa II”, na p agina 394.
8, 9. Por que o Rei Agripa visitou Cesareia?
´
“APELO PARA CESAR!” 391
˜ ˜
APELA Ç OES A FAVOR DA AD ORA Ç AO
VERDADEIRA NO S TEMP O S ATUAIS
´ `
As Testemunhas de Jeova as vezes apelam a supre-
´
mos tribunais com o objetivo de remover obstaculos
` ˜
a pregaçao das boas novas do Reino de Deus. Veja-
mos dois exemplos.
Em 28 de março de 1938, a Suprema Corte dos Es-
˜
tados Unidos revogou a decisao de um tribunal esta-
dual, inocentando assim um grupo de Testemunhas
´
de Jeova que haviam sido presas por distribuir publi-
˜ ´ ´
caçoes bıblicas na cidade de Griffin, Georgia, EUA.
˜
Essa foi a primeira de muitas apelaçoes feitas a esse
supremo tribunal no que se refere ao direito das Tes-
´
temunhas de Jeova de pregar as boas novas.1
´
Outro caso aconteceu na Grecia, envolvendo uma
´
Testemunha de Jeova chamada Minos Kokkinakis.
´
Num perıodo de 48 anos, ele foi preso mais de 60 ve-
˜
zes, acusado de “proselitismo”. Em 18 ocasioes ele foi
˜
levado a julgamento. Ele passou anos na prisao e no
´ ´ ´
exılio em ilhas remotas do mar Egeu. Ap os sua ulti-
˜ ˜
ma condenaçao, em 1986, o irmao Kokkinakis perdeu
˜ ´
as apelaçoes que fez aos tribunais superiores da Gre-
˜ `
cia. Entao recorreu a Corte Europeia dos Direitos
Humanos (CEDH). Em 25 de março de 1993, essa
˜
1 Para um exemplo mais recente, veja o relato a respeito da decisao ˜
da Suprema Corte dos Estados Unidos sobre liberdade ´ de expressao
publicado na revista Despertai! de 8 janeiro de 2003, p aginas 3-11.
ˆ
392 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
Corte declarou que a Grecia havia violado a liberda-
˜ ˜
de de religiao do irmao Kokkinakis.
´ ˆ `
As Testemunhas de Jeova tem apelado a CEDH em
dezenas de casos, sendo vitoriosas na maioria deles.
˜ ˜
Nenhuma outra organizaçao, religiosa ou nao, tem
˜
sido tao bem-sucedida em defender os direitos huma-
´
nos basicos diante da CEDH.
´ ´ ´
Sera que outros se beneficiam das vitorias jurıdi-
´
cas das Testemunhas de Jeova? O erudito Charles
´ ´
C. Haynes escreveu: “Todos nos temos uma dıvida
˜ ` ´ ˜
de gratidao as Testemunhas de Jeova. Nao importa
quantas vezes sejam insultadas, expulsas de uma ci-
˜ ´
dade, ou mesmo sofram agressoes fısicas, elas conti-
nuam a lutar por sua (e, por conseguinte, pela nossa)
˜
liberdade de religiao. E, quando elas ganham, todos
´
nos ganhamos.”
´
O Agripa mencionado em Atos capıtulo 25 era o
Rei Herodes Agripa II, bisneto de Herodes, o Gran-
de, e filho do Herodes que havia perseguido a congre-
˜ ´
gaç ao de Jerusalem 14 anos antes. (Atos 12:1) Agri-
´ ´
pa foi o ultimo prıncipe da dinastia dos Herodes.
˜
Quando seu pai morreu, em 44 EC, Agripa, entao
com 17 anos, estava em Roma sendo educado na cor-
´
te do imperador romano Claudio. Os conselheiros do
imperador consideravam Agripa muito jovem para
´
herdar o domınio de seu pai; por isso, um governa-
dor romano foi nomeado. Mesmo assim, de acordo
´
com Flavio Josefo, enquanto Agripa ainda estava em
Roma, ele intervinha a favor dos judeus e representa-
va os interesses deles.
´
Por volta de 50 EC, Claudio designou Agripa rei de
´ ´
Calcis e, em 53 EC, rei da Itureia, de Traconıtis e de
´ ˜
Abilene. Agripa tamb em recebeu a supervisao do
´
templo de Jerusalem e autoridade para designar os
´
sumos sacerdotes judeus. Nero, sucessor de Claudio,
´
estendeu o domınio de Agripa, que passou a incluir
´
partes da Galileia e da Pereia. Na epoca em que co-
nheceu Paulo, Agripa estava em Cesareia com sua
˜
irma Berenice, que havia abandonado o marido, rei
´
da Cilıcia. — Atos 25:13.
Em 66 EC, quando os esforços de Agripa para acal-
˜
mar a rebeliao dos judeus contra Roma falharam, ele
ˆ
394 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
mesmo se tornou alvo dos rebeldes e foi obrigado
a juntar-se aos romanos. Depois que os judeus fo-
ram derrotados, o novo imperador, Vespasiano, deu a
´
Agripa outros territorios como recompensa.
˜
pela vinda do Messias. Agora, como cristao, Paulo
˜
corajosamente identificava Jesus Cristo como o tao
aguardado Messias. Uma crença que ele e seus acusa-
dores tinham em comum, a de que Deus cumpriria a
promessa que havia feito aos antepassados deles, era o
motivo de Paulo estar sendo julgado naquele dia. Essa
˜
questao deixou Agripa ainda mais interessado no que
Paulo tinha a dizer.1
´
11 Relembrando a epoca ˜
em que tratava os cristaos
com crueldade, Paulo disse: “Eu, da minha parte, real-
´
mente pensei no meu ıntimo que devia cometer muitos
˜
atos de oposiç ao contra o nome de Jesus, o nazare-
no. . . . Visto que eu estava extremamente enfurecido
contra eles [os seguidores de Cristo], fui ao ponto de
´
persegui-los ate mesmo nas cidades de fora.” (Atos 26:9-
˜
11) Paulo nao estava exagerando. Muitas pessoas sa-
biam do modo violento como ele havia perseguido os
˜
1 Por ser cristao, Paulo aceitava Jesus como o ´ Messias. Os judeus,
que rejeitavam Jesus, encaravam Paulo como ap ostata. — Atos 21:21,
27, 28.
´
“APELO PARA CESAR!” 395
˜ ´
cristaos. (Gal. 1:13, 23) Agripa talvez se perguntasse: ‘O
que poderia ter levado um homem assim a mudar?’
12 Essa pergunta foi respondida pelas seguintes pala-
vras de Paulo: “Viajava eu para Damasco, com autori-
˜
dade e comissao da parte dos principais sacerdotes,
´ ´
quando vi ao meio-dia, na estrada, o rei, uma luz, alem
´
do brilho do sol, reluzir do c eu em volta de mim e em
´
volta dos que viajavam comigo. E caindo todos nos ao
˜
chao, ouvi uma voz dizer-me no idioma hebraico: ‘Sau-
´
lo, Saulo, por que me persegues? Duro te e persistir
´
em dar pontap es contra as aguilhadas.’ Mas eu disse:
´
‘Quem es, Senhor?’ E o Senhor disse: ‘Eu sou Jesus, a
quem tu persegues.’ ”1 — Atos 26:12-15.
13Antes desse acontecimento sobrenatural, Paulo
´
estava como que ‘dando pontap es contra as aguilha-
das’. Assim como um animal de carga se machucaria
desnecessariamente por ficar chutando a ponta afiada
de uma aguilhada, Paulo havia se ferido em sentido es-
piritual por agir contra a vontade de Deus. Por apare-
`
1 No que se refere as palavras
´ de Paulo de que ele estava viajando
“ao meio-dia”, certo erudito bıblico diz: “A menos que estivesse com
muita pressa, um viajante costumava descansar durante o calor do
meio-dia. Assim vemos como ˜ Paulo estava ˜ empenhando toda a sua
força em cumprir essa missao de perseguiç ao.”
˜
12, 13. (a) Como Paulo descreveu sua convers ao? (b) Em que sentido
´
Paulo estava ‘dando pontap es contra as aguilhadas’?
ˆ
396 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
cer a Paulo na estrada para Damasco, o ressuscitado
´
Jesus fez com que esse homem sincero, porem obvia-
mente mal orientado, mudasse seu modo de pensar.
˜
— Joao 16:1, 2.
´
14 Paulo realmente fez mudanças drasticas em sua
˜
vida. Dirigindo-se a Agripa, ele disse: “Nao me tornei
` ˜
desobediente a visao celestial, mas, tanto aos em Da-
´
masco, primeiro, como aos em Jerusalem, e por todo
´ ` ˜
o paıs da Judeia, e as naç oes, fui levar a mensagem de
que se arrependessem e se voltassem para Deus por fa-
´
zerem obras proprias de arrependimento.” (Atos 26:19,
´
20) Ja por muitos anos Paulo estava cumprindo a co-
˜ ˜
missao que Jesus Cristo lhe tinha dado naquela visao
ao meio-dia. Com que resultados? Os que aceitavam as
boas novas que Paulo pregava se arrependiam de sua
conduta imoral e desonesta e passavam a servir a
˜
Deus. Essas pessoas se tornavam bons cidadaos, de-
´
monstrando respeito pela lei e pela ordem publica.
´
15 Mas esses benefıcios ˜
nao significavam nada para
os opositores judeus de Paulo. Ele disse: “Por esta ra-
˜
zao se apoderaram de mim os judeus no templo e ten-
taram matar-me. No entanto, visto que obtive a ajuda
`
14, 15. O que Paulo disse com respeito as mudan ças que havia feito em
sua vida?
´
“APELO PARA CESAR!” 397
´
que vem de Deus, continuo ate o dia de hoje a dar tes-
temunho tanto a pequenos como a grandes.” — Atos
26:21, 22.
16 Como cristaos ˜
verdadeiros, devemos estar “sem-
´
pre prontos para fazer uma defesa” de nossa fe. (1 Ped.
´
3:15) Ao falarmos com juızes e governantes sobre as
nossas crenças, pode ser de ajuda imitar o modo como
Paulo falou com Agripa e Festo. Se respeitosamente
´ ˆ
falarmos como as verdades bıblicas tem melhorado a
˜ ´ ´
vida das pessoas — nao so a nossa, mas tamb em a dos
que aceitam a nossa mensagem — talvez consigamos
˜
tocar o coraç ao dessas altas autoridades.
˜
‘Tu me persuadirias a tornar-me crist ao’
(Atos 26:24-32)
`
17 A medida que escutavam o testemunho convincen-
˜
te de Paulo, os dois governantes nao conseguiam con-
tinuar indiferentes. Veja o que aconteceu: “Ora, [quan-
do Paulo falou] estas coisas em sua defesa, Festo disse
´
em voz alta: ‘Estas ficando louco, Paulo! A grande eru-
˜ ´ `
diç ao esta-te levando a loucura!’ ” (Atos 26:24) A forte
˜
reaç ao de Festo talvez tenha revelado uma atitude vis-
´
16. Como podemos imitar a Paulo ao falar com ju ızes e governantes so-
bre as nossas cren ças?
` ´
17. Como Festo reagiu a defesa de Paulo, e que atitude similar e vista
hoje?
ˆ
398 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
ta tamb em hoje. Muitas pessoas encaram como fanati-
´
cos os que ensinam o que a Bıblia realmente diz. Os in-
´
telectuais do mundo muitas vezes acham difıcil aceitar
´ ˜
o ensino bıblico da ressurreiç ao.
18 Mas Paulo tinha uma resposta para o governador:
˜ ˆ
“Nao estou ficando louco, Excelencia, Festo, mas estou
˜ ´
proferindo declaraç oes de verdade e de bom juızo. Na
realidade, o rei a quem estou falando com franque-
ˆ
za bem sabe estas coisas. . . . Cres tu nos Profetas,
ˆ
Rei Agripa? Sei que cres.” Agripa respondeu: “Em pou-
˜
co tempo me persuadirias a tornar-me cristao.” (Atos
26:25-28) Essas palavras, quer tenham sido sinceras,
˜
quer nao, mostram que o testemunho de Paulo afetou
profundamente o rei.
19 Entao˜
Agripa e Festo se levantaram, indicando as-
ˆ
sim que a audiencia estava encerrada. “Ao se retirarem,
˜
come çaram a falar entre si, dizendo: ‘Este homem nao
´
pratica nada que mere ça a morte ou laços.’ Alem disso,
Agripa disse a Festo: ‘Este homem podia ter sido
˜ ´
livrado, se nao tivesse apelado para Cesar.’ ” (Atos
26:31, 32) Eles sabiam que aquele homem que estivera
18. Como Paulo respondeu a Festo, e de que maneira Agripa reagiu a
essa resposta?
˜
19. A que conclus ao Festo e Agripa chegaram a respeito de Paulo?
´
“APELO PARA CESAR!” 399
˜
diante deles era inocente. A partir de entao, eles talvez
passassem a ter um conceito mais positivo sobre os
˜
cristaos.
20 Nenhum dos dois governantes poderosos mencio-
´
“Nem uma unica alma
´
se perder a”
´
Ao enfrentar naufr agio, Paulo demonstra
´
grande f e e amor pelas pessoas
Baseado em Atos 27:1–28:10
´ ´ ˜
“PARA Cesar iras.” Paulo nao para de pensar nessas pa-
˜
lavras do governador Festo, pois elas terao um grande
´ ´
impacto sobre o seu futuro. Paulo esta preso ha dois
anos, de modo que a longa viagem a Roma ao menos sig-
´ ´
nificara uma mudança de ares. (Atos 25:12) Mas as vı-
´
vidas lembranças que Paulo tem de suas viagens marıti-
mas incluem muito mais do que brisas refrescantes e
belos pores do sol. Assim, a ideia de ter de fazer essa via-
´
gem para comparecer perante Cesar deve fazer Paulo
refletir seriamente a respeito do que o aguarda.
2 Paulo j a´ enfrentou “perigos no mar” muitas vezes,
ˆ ´ ´
tendo sobrevivido a tres naufragios e ate mesmo passa-
do uma noite e um dia em mar aberto. (2 Cor. 11:25, 26)
´ ´
Alem disso, essa viagem sera bem diferente das viagens
´
missionarias que ele fazia quando era um homem livre.
1, 2. Que tipo de viagem Paulo estava para fazer, e com o que ele tal-
vez estivesse preocupado?
´ ´
“NEM UMA UNICA ALMA SE PERDERA” 401
´
Paulo viajara como prisioneiro e por uma enorme dis-
ˆ ˆ
tancia — mais de 3 mil quilometros de Cesareia a Roma.
´ ´ ˜
Sera que ele conseguira sair sao e salvo dessa viagem?
´ `
Mesmo que consiga, sera que vai ser condenado a mor-
´
te ao chegar a Roma? Lembre-se de que ele sera julga-
´
do pela autoridade mais poderosa do mundo de Satanas
´
daquela epoca.
3 Depois de tudo que voc eˆ leu a respeito de Paulo,
´ ˜
Julio nao tratou Paulo como um prisioneiro comum,
˜
possivelmente porque Paulo era um cidadao romano
˜
cuja culpa nao havia sido provada. (Atos 22:27, 28; 26:31,
´
32) Julio permitiu que Paulo desembarcasse em terra
˜ ˜
firme para ver os irmaos. Os cristaos ali devem ter fica-
ˆ
404 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
do muito alegres em poder cuidar do ap ostolo depois de
˜ ˜
sua longa prisao! Consegue pensar em ocasioes em que
ˆ ´
voc e tamb em poderia demonstrar amorosa hospitalida-
de e, desse modo, ser encorajado? — Atos 27:3.
´
6
Depois de partir de Sıdon, o navio continuou subin-
´
do pela costa e passou pela Cilıcia, perto de Tarso, cida-
˜
de natal de Paulo. Lucas nao diz se o navio fez outras
paradas, embora inclua o detalhe sombrio de que “os
´
ventos eram contrarios”. (Atos 27:4, 5) Ainda assim, po-
demos imaginar Paulo aproveitando toda oportunidade
´
para pregar as boas novas. Paulo sem duvida deu teste-
munho a prisioneiros e a outras pessoas que estavam a
˜
bordo, incluindo a tripulaç ao e os soldados, bem como
´
a pessoas nos portos em que o navio atracou. Sera que
´
nos, da mesma forma, aproveitamos as oportunidades
que temos para pregar?
7
Por fim, o navio chegou a Mirra, um porto na costa
´
sul da Asia Menor. Ali Paulo e outros tiveram de trocar
˜
de embarcaç ao para chegar a seu destino, Roma. (Atos
´
27:6) Naquela epoca, o Egito era um grande fornecedor
˜ ´
de graos para Roma, e navios egıpcios que transporta-
´
vam esse tipo de carga atracavam em Mirra. Julio en-
controu um desses navios e fez com que os soldados e
˜
prisioneiros embarcassem nele. Essa embarcaç ao devia
´ ´
6-8. Como foi a viagem de Paulo desde S ıdon at e Cnido, e que oportu-
nidades Paulo provavelmente aproveitou para pregar?
´ ´
“NEM UMA UNICA ALMA SE PERDERA” 405
ser bem maior do que a primeira. Ela estava transpor-
tando uma carga valiosa de trigo, bem como 276 pessoas
˜
— a tripulaç ao, os soldados, os prisioneiros e provavel-
´
mente outros que estavam indo para Roma. E claro que
´
com essa troca de navios o numero de pessoas a quem
´
Paulo podia pregar aumentou, e ele sem duvida aprovei-
˜
tou essa situaç ao.
´ ´
8
A proxima parada seria Cnido, no sudoeste da Asia
´
Menor. Com ventos favoraveis, um navio poderia per-
ˆ
correr essa distancia em cerca de um dia. Mas Lucas re-
lata que eles ‘navegaram vagarosamente por muitos
dias e chegaram com dificuldade a Cnido’. (Atos 27:7a)
˜ ˜
As condiç oes de navegaç ao haviam piorado. (Veja o
´ ˆ ´
quadro “Os ventos contrarios do Mediterraneo”, na p a-
gina 408.) Imagine como as pessoas a bordo deveriam
`
estar se sentindo a medida que o navio lutava contra os
´
fortes ventos e as aguas agitadas.
“Violentamente sacudidos pela tempestade”
(Atos 27:7b-26)
9 De Cnido, o capitao˜
do navio planejava seguir via-
˜
gem em dire ç ao ao oeste, mas Lucas, uma testemunha
˜
ocular, relata: “O vento nao nos deixava prosseguir.”
(Atos 27:7b) Ao se afastar do continente, o navio se des-
´
viou da corrente costeira, e um forte vento contrario
9, 10. Que dificuldades surgiram nas proximidades de Creta?
ˆ
406 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
vindo do norte o empurrou na dire ç ao sul, talvez mui-
´
to rapido. Assim como a ilha de Chipre havia anterior-
mente protegido o navio costeiro contra os ventos des-
´
favoraveis, dessa vez a ilha de Creta fez o mesmo. Depois
´
que o navio passou pelo promontorio de Salmone, no
extremo leste de Creta, as coisas melhoraram um pou-
ˆ
co. Por que? O navio havia chegado a sotavento da ilha
´ `
(lado contrario aquele de onde sopra o vento), ou sua
parte sul, e por isso estava protegido de ventos fortes.
´
Imagine o alıvio que as pessoas a bordo devem ter sen-
tido — pelo menos por um tempo! Mas, enquanto o na-
˜
vio continuasse no mar, a tripulaç ao tinha motivos para
se preocupar, pois o inverno estava chegando.
˜
10
Lucas relata com exatidao: “Costeando [Creta] com
dificuldade, chegamos a certo lugar chamado Bons Por-
˜ ´
tos.” Mesmo protegidos pela terra firme, nao era facil
controlar o navio. Mas finalmente eles encontraram um
´
ancoradouro em uma pequena baıa, provavelmente na
˜ ˜
regiao logo antes de a costa seguir em dire ç ao ao norte.
Quanto tempo ficaram ali? Lucas diz que foi um “tem-
´ ´ ˜
po consideravel”, mas o calendario nao estava a favor
deles. Em setembro/outubro, navegar era mais perigo-
so. — Atos 27:8, 9.
11 Alguns passageiros podem ter pedido a opiniao ˜
de
˜
11. Que sugest ao Paulo deu aos que estavam no navio com ele, mas que
˜
decis ao foi tomada?
´ ´
“NEM UMA UNICA ALMA SE PERDERA” 407
´
O S VENTO S CONTR ˆ ARIO S D O
MEDITERR ANEO
˜
Os ventos e as estaç oes determinavam em grande
parte quando os navios mercantes navegavam o Me-
ˆ
diterraneo, ou Grande Mar, bem como sua rota. No
˜ ´
extremo leste do mar, durante o verao do hemisferio
norte, de junho a setembro, os ventos geralmente so-
pram de oeste a leste. Isso fazia com que navegar a
˜ ´
vela em dire ç ao ao leste fosse mais facil, conforme
ˆ
Paulo p ode perceber ao voltar de sua terceira viagem
´
missionaria. O navio em que ele e seus companheiros
estavam partiu de Mileto, passou por Rodes e atracou
´ ´
em Patara. Dali, a viagem a Tiro, na costa da Fenıcia,
´
foi rapida e praticamente em linha reta. Lucas escre-
veu que, quando passaram por Chipre, essa ilha esta-
`
va a esquerda deles, o que significa que passaram pelo
lado sul de Chipre. — Atos 21:1-3.
˜
E que dizer de navegar na dire ç ao oposta, indo para
˜
o oeste? Os navios podiam ir nessa dire ç ao seguindo
`
uma rota similar, caso os ventos permitissem. Mas as
´
vezes isso era praticamente impossıvel. “No inverno”,
diz a The International Standard Bible Encyclopedia
´ ´ ˜
(Enciclop edia Bıblica Padrao Internacional), “as con-
˜ ´ ˜ ´
diç oes atmosfericas sao muito menos estaveis, e ciclo-
˜
nes poderosos se movem em dire ç ao ao leste, atraves-
ˆ
sando o Mediterraneo e trazendo com eles ventos
`
fortes, as vezes extremamente fortes, e em geral chu-
ˆ
408 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ˜
va torrencial e ate neve”. Sob tais condiç oes, os peri-
gos eram grandes.
˜ ˜
Em quase todas as estaç oes, as embarcaç oes perto
da costa podiam navegar para o norte seguindo a cos-
ta da Palestina e continuar para o oeste navegando ao
´
longo da Panfılia, onde brisas vindas do continente e
´ ˜
correntes marıtimas em dire ç ao ao oeste podiam aju-
˜
dar os navios. Esse foi o caso da embarcaç ao na qual
o prisioneiro Paulo fez o primeiro trecho de sua via-
gem a Roma. Mesmo assim, os´ ventos poderiam so-
´ ´
prar ao ‘contrario’. (Atos 27:4) E possıvel que o navio
˜ ´
de graos que se destaca no relato de Lucas tenha saı-
˜ ˜
do do Egito indo em direç ao ao norte e entao tenha
´
contornado´ Chipre, passando pelas aguas entre essa
ilha e a Asia Menor, estando assim protegido do ven-
˜
to. De Mirra, o capitao pretendia continuar em dire-
˜ ´
ç ao ao oeste, contornando a extremidade da Grecia e
´
subindo pela costa oeste da Italia. (Atos 27:5, 6) Mas
´
os ventos e a epoca do ano reservavam algo diferente
para aquela viagem.
ˆ
Paulo por causa da experiencia que ele tinha em nave-
ˆ ˜
gar pelo Mediterraneo. Ele recomendou que o navio nao
´
seguisse viagem. Caso contrario, haveria ‘dano e grande
´
perda’, talvez ate mesmo a perda de vidas. Mas o piloto
e o dono do navio queriam prosseguir viagem, possivel-
mente achando que era urgente encontrar um lugar
´ ´
“NEM UMA UNICA ALMA SE PERDERA” 409
´
mais seguro. Eles convenceram Julio, e a maioria acha-
ˆ
va que era preciso tentar chegar a Fenix, um porto que
estava um pouco mais adiante na costa. Esse porto tal-
vez fosse um lugar maior e melhor para passar o inver-
´
no. Assim, quando uma suave, porem enganosa, brisa
vinda do sul soprou, o navio partiu. — Atos 27:10-13.
˜
12
Entao surgiu outro problema: um “vento tempes-
tuoso” vindo do nordeste. Por um tempo, eles encontra-
˜ ´
ram prote ç ao atras de uma “ilha pequena chamada Cau-
ˆ
da”, a uns 65 quilometros de Bons Portos. Mas o navio
´
ainda corria o perigo de ser levado para o sul ate se cho-
´
car contra os bancos de areia perto da Africa. Desespe-
rados para evitar isso, os marinheiros içaram o bote que
o navio estava rebocando. Isso exigiu um grande esfor-
´ ´ ´
ço, pois e provavel que o bote estivesse cheio de agua.
˜
Entao eles lutaram para reforçar o casco do navio,
amarrando-o com cordas ou correntes para que as pran-
˜ ´
chas de madeira nao se desprendessem. Daı eles arria-
ram os aparelhos — a vela grande ou talvez o corda-
me — e fizeram de tudo para manter o navio contra o
vento e passar pela tempestade. Imagine como essa si-
˜
tuaç ao deve ter sido amedrontadora! Mesmo todos es-
˜
ses esforços nao foram suficientes, pois o navio conti-
nuou sendo ‘violentamente sacudido pela tempestade’.
12. Que perigos o navio enfrentou depois de deixar Creta, e como a tri-
˜
pula ç ao tentou evitar um desastre?
ˆ
410 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
No terceiro dia, eles lançaram ao mar a armaç ao do na-
vio, provavelmente para recuperar a flutuabilidade.
— Atos 27:14-19.
13 O pavor deve ter tomado conta do navio. Mas Pau-
´
Diversas ilhas ja foram apontadas como a ilha de
“Malta” onde Paulo naufragou. Uma teoria identifi-
´
cou certa ilha perto de Corfu, proximo da costa oes-
´
te da Grecia. Outra ideia se baseia na palavra usada
´
no livro de Atos para “Malta”. A palavra grega e Me-
´ ´
lı·te. Assim, alguns disseram que era a ilha Melite ilı-
rica, agora conhecida como Mljet, localizada perto
´ ´
da costa da Croacia, no mar Adriatico.
´
´ E verdade que Atos 27:27 menciona ´ o “mar de
Adria”, mas, nos dias de Paulo, “Adria” abrangia uma
´ ´ ´
area maior que a do atual mar Adriatico. Incluıa o
ˆ ´ ´
mar Jonico e as aguas ao leste da Sicılia e ao oeste
de Creta, incluindo assim o mar perto da atual ilha
de Malta.
O navio em que Paulo viajava foi obrigado a ir em
˜ ´
dire ç ao ao sul, de Cnido ate o sul de Creta. Em vista
˜
da dire ç ao predominante dos ventos naquela tempes-
´ ´ ˜
tade, e pouco provavel que o navio tenha entao dado
˜ ´
meia-volta e navegado em dire ç ao ao norte ate Mljet
´ ´
ou a uma ilha perto de Corfu. Assim, e mais prova-
˜
vel que a localizaç ao de Malta fosse bem mais ao oes-
´
te. Isso faz da ilha de Malta, ao sul da Sicılia, o local
´ ´
provavel do naufragio.
´ ˜
cidade da Sicılia quase tao importante quanto Atenas
ˆ ˆ
1. Que confian ça Paulo e seus companheiros t em, e por qu e?
2, 3. Que trajeto o navio de Paulo fez, e quem apoiou Paulo durante todo
o percurso da viagem?
ˆ
418 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
e Roma, o navio parte para Regio, no extremo sul da
´ ´ ˜
penınsula Italica. Entao, com a ajuda de um vento vin-
˜ ˆ
do do sul, a embarcaç ao faz a viagem de 320 quilome-
´ ´
tros ate o porto italiano de Puteoli (perto de onde hoje
´ ´
fica Napoles) mais rapido do que o normal, chegando
ao porto no segundo dia. — Atos 28:12, 13.
´
3 Paulo agora esta na parte final de sua viagem a
´
Roma, onde comparecera perante o Imperador Nero.
Durante todo o percurso da viagem, “o Deus de todo
o consolo” tem estado com Paulo. (2 Cor. 1:3) Confor-
˜
me veremos, esse apoio nao diminui, nem Paulo perde
´
o zelo como missionario.
“Paulo agradeceu a Deus e tomou coragem”
(Atos 28:14, 15)
´
4 Em Puteoli, Paulo e seus companheiros ‘acharam
˜
alguns irmaos, e estes suplicaram que ficassem com
eles sete dias’. (Atos 28:14) Que maravilhoso exemplo
˜
de hospitalidade crista! Podemos ter certeza de que a
˜
hospitalidade daqueles irmaos foi mais do que recom-
pensada pelo encorajamento espiritual que recebe-
ram de Paulo e seus companheiros. Mas por que se
´
4, 5. (a) Como Paulo e seus companheiros foram recebidos em Put eoli,
e qual pode ter sido o motivo de terem concedido tanta liberdade a Pau-
˜ ˜
lo? (b) Mesmo na pris ao, como os crist aos podem se beneficiar de sua
boa conduta?
‘DANDO TESTEMUNHO CABAL’ 419
concedeu tanta liberdade a um prisioneiro sob guarda?
´
Possivelmente porque o ap ostolo tinha conquistado a
total confiança dos guardas romanos.
´
5 Da mesma forma hoje, servos de Jeova que estao
˜
ˆ ´
mente caminharam cerca de 50 quilometros ate a cida-
´ ´
de de Capua, onde pegaram a Via Apia, estrada que le-
vava a Roma. Dessa famosa estrada pavimentada com
´
grandes e achatados blocos de lava era possıvel ver pai-
´ ´
sagens magnıficas do interior da Italia e, em certos tre-
ˆ ´
chos, do mar Mediterraneo. A estrada tamb em passa-
ˆ
va pelos p antanos pontinos, que ficavam a cerca de
ˆ
60 quilometros de Roma e onde se localizava a Feira
˜ ´
6, 7. Como os irm aos romanos mostraram extraordin ario amor?
ˆ
420 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ˜
de Apio. Quando os irmaos em Roma “ouviram a no-
´
tıcia a nosso respeito”, escreveu Lucas, alguns foram
´ ´
ate a Feira de Apio, ao passo que outros ficaram espe-
ˆ
rando nas Tres Tavernas, uma parada de descanso a
ˆ
cerca de 50 quilometros de Roma. Que amor extraor-
´
dinario! — Atos 28:15.
´ ˜ ´
7 A Feira de Apio nao era um lugar confortavel para
´
os viajantes exaustos depois de uma viagem difıcil.
´
O poeta romano Horacio descreveu essa feira como
“lotada de barqueiros e de donos de hospedaria gros-
´
seiros”. Ele escreveu que “a agua era extremamente re-
´
pugnante”. Ele ate se recusou a comer ali! Apesar de
´ ˜
todos os desconfortos, porem, os irmaos que vieram
de Roma esperaram alegremente por Paulo e pelos que
´
estavam com ele para acompanha-los nessa parte final
da viagem.
˜
8 ‘Avistando’ seus irmaos, diz o relato, “Paulo agra-
˜
9. Como podemos mostrar a mesma atitude demonstrada pelos irm aos
que se encontraram com Paulo?
ˆ ´
10. Quais eram as circunst ancias de Paulo em Roma, e o que o ap osto-
lo fez pouco depois de sua chegada?
ˆ
422 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
em Roma, “permitiu-se a Paulo que ficasse sozinho
´
com um soldado para guarda-lo”. (Atos 28:16) Os man-
˜
tidos em prisao domiciliar geralmente ficavam presos
˜
a um guarda por uma corrente para nao fugirem. Ape-
sar de estar preso ao guarda, Paulo era um proclama-
˜
dor do Reino, e uma corrente com certeza nao o faria
ficar calado. Por isso, depois de descansar da viagem
ˆ
por apenas tres dias, ele convocou os homens de des-
taque dos judeus em Roma a fim de se apresentar a eles
e dar-lhes testemunho.
˜ ˜
11 “Homens, irmaos”, disse Paulo, “embora eu nao ti-
´
vesse feito nada contrario ao povo ou aos costumes de
nossos antepassados, fui entregue como prisioneiro, de
´ ` ˜
Jerusalem, as maos dos romanos. E estes, depois de fei-
˜
to um exame, desejavam livrar-me, visto que nao havia
em mim nenhuma causa para a morte. Mas, quando os
judeus persistiam em falar contra isso, fiquei compe-
´ ˜
lido a apelar para Cesar, mas nao como se tivesse algo
˜
para acusar a minha naç ao”. — Atos 28:17-19.
` ˜
12 Por se dirigir aqueles judeus como “irmaos”, Pau-
˜
meio de uma declaraç ao que com certeza despertaria
a curiosidade de seus convidados judeus. Ele disse:
˜
“Realmente, por esta razao supliquei para vos ver e fa-
lar, pois tenho estas cadeias em volta de mim por cau-
´
sa da esperança de Israel.” (Atos 28:20) E claro que
essa esperança estava fortemente relacionada com o
Messias e seu Reino, conforme proclamava a congre-
˜ ˜
gaç ao crista. “Achamos correto ouvir de ti quais os
˜
teus pensamentos”, responderam os anciaos judeus,
13, 14. Como Paulo apresentou a mensagem do Reino, e como podemos
imitar seu exemplo?
ˆ
424 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
“porque, deveras, quanto a esta seita, e sabido por nos
que em toda a parte se fala contra ela”. — Atos 28:22.
Quando temos a oportunidade de pregar as boas
14
˜
novas, podemos imitar a Paulo por fazer declaraç oes
que deem o que pensar ou perguntas que despertem o
interesse de nossos ouvintes. Podem-se encontrar ex-
˜ ˜ ´ `
celentes sugestoes em publicaç oes como Raciocınios a
´
Base das Escrituras e Beneficie-se da Escola do Ministerio
´ ˆ ´
Teocratico. Voc e esta fazendo bom uso dessas publica-
˜
ç oes?
´
‘Dar testemunho cabal’ — um modelo para n os
(Atos 28:23-29)
15 No dia escolhido, os judeus locais “vieram em
´ ´
maior numero” ate o local onde Paulo estava preso.
˜
Entao Paulo passou a “dar cabalmente testemunho a
˜
respeito do reino de Deus” e a “usar de persuasao para
´
com eles concernente a Jesus, tanto pela lei de Moises
˜ ´ `
como pelos Profetas, de manha ate a noite”. (Atos
28:23) Quatro pontos se destacam no testemunho de
Paulo. Primeiro, ele se concentrou no Reino de Deus.
Segundo, ele tentou convencer seus ouvintes a acei-
˜
tar a mensagem “por usar de persuasao”. Terceiro,
15. Que quatro pontos se destacam no testemunho de Paulo?
‘DANDO TESTEMUNHO CABAL’ 425
`
ele raciocinou a base das Escrituras. Quarto, ele foi ab-
˜ ´ `
negado, dando testemunho “de manha ate a noite”.
´
Que excelente exemplo para nos! Qual foi o resultado
desse testemunho? “Alguns começaram a acreditar”,
˜ ˆ
ao passo que outros nao. Surgiram divergencias entre
as pessoas e elas “come çaram a retirar-se”, diz Lucas.
— Atos 28:24, 25a.
˜ ˜
16 Essa reaç ao nao surpreendeu Paulo, pois estava de
´ ´
acordo com a profecia bıblica e ele j a havia observa-
˜
do esse tipo de reaç ao antes. (Atos 13:42-47; 18:5, 6;
˜
19:8, 9) Por isso, Paulo disse a seus convidados nao re-
´ ´
ceptivos, que estavam de saıda: “O espırito santo falou
´ ´
aptamente por intermedio de Isaıas, o profeta, a vos-
sos antepassados, dizendo: ‘Vai a este povo e dize: “Ou-
vindo ouvireis, mas de modo algum entendereis; e,
olhando olhareis, mas de modo algum vereis. Pois o
˜
coraç ao deste povo tem ficado embotado.” ’ ” (Atos
28:25b-27) O termo no idioma original vertido “embo-
˜
tado” indica um coraç ao “engrossado”, ou “engorda-
do”, impedindo assim que a mensagem do Reino pene-
˜ ´
tre nele. (Atos 28:27, nota) Que situaç ao lamentavel!
˜ ˜
16-18. Por que Paulo n ao se surpreendeu com a rea ç ao negativa dos ju-
´
deus romanos, e como devemos nos sentir quando nossa mensagem e
rejeitada?
ˆ
426 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
˜
17 Em conclusao, Paulo disse que, diferentemente de
˜
seus ouvintes judeus, ‘as naç oes certamente escuta-
´
riam’. (Atos 28:28; Sal. 67:2; Isa. 11:10) De fato, o ap os-
tolo sabia do que estava falando, pois tinha pessoal-
`
mente visto muitos gentios reagirem bem a mensagem
do Reino. — Atos 13:48; 14:27.
˜
18 Assim como Paulo, nao devemos levar para o lado
´
Cinco cartas do ap ostolo Paulo foram escritas por
˜
volta de 60-61 EC, durante sua primeira prisao em
ˆ ˜ ´
Roma. Na carta a Filemon, um irmao na fe, Paulo ex-
ˆ ´
plica que o escravo fugitivo de Filemon, Onesimo,
˜
tinha se tornado cristao. Paulo era o pai espiritual
´
de Onesimo e estava enviando esse escravo “ante-
´
riormente inutil” de volta ao seu dono como um ir-
˜ ˜ ˆ
mao cristao. — Filem. 10-12, 16.
´
Em Colossenses, Paulo indica que Onesimo era ‘do
´ ˜ ˜
meio’ deles. (Col. 4:9) Onesimo e seu irmao cristao
´ ´
Tıquico tiveram o privilegio de entregar tanto as
´
cartas mencionadas acima como a Carta aos Efesios,
´ ´
tamb em escrita por Paulo. — Efe. 6:21.
Ao escrever Filipenses, Paulo menciona suas “ca-
˜
deias” e mais uma vez fala sobre a situaç ao do por-
tador da carta — dessa vez, Epafrodito. Os filipen-
ses tinham enviado Epafrodito para ajudar Paulo.
Mas Epafrodito ficou doente e quase morreu. Ele
´
tamb em havia ficado deprimido porque os filipen-
ses ‘ouviram que ele tinha adoecido’. Por isso, Pau-
lo disse a eles que prezassem a “homens desta sor-
te”. — Fil. 1:7; 2:25-30.
˜
A Carta aos Hebreus foi dirigida aos cristaos he-
˜
breus na Judeia. Embora essa carta nao identifique
ˆ
430 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
ˆ
especificamente o escritor, as evidencias apontam
˜ ´ ´
para Paulo. O estilo de argumentaç ao e tıpico dele.
´
Paulo envia cumprimentos da Italia e menciona Ti-
´
moteo, que estava com ele em Roma. — Fil. 1:1; Col.
ˆ
1:1; Filem. 1; Heb. 13:23, 24.
˜
lemos a comissao que Jesus deu a seus seguidores
´ ´
quando disse: “Ao chegar sobre vos o espırito santo, re-
cebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em
´ ´ `
Jerusalem como em toda a Judeia e Samaria, e ate a
parte mais distante da terra.” (Atos 1:8) Menos de
30 anos depois, a mensagem do Reino estava sendo
˜ ´
‘pregada em toda a criaç ao debaixo do c eu’.1 (Col. 1:23)
´
Que testemunho do poder do espırito de Deus! — Zac.
4:6.
´
26Hoje, o mesmo espırito tem dado poder aos rema-
˜
nescentes dos irmaos de Cristo, junto com seus com-
panheiros das “outras ovelhas”, para continuarem a
‘dar testemunho cabal a respeito do reino de Deus’ em
´ ˜ ˆ ´
mais de 230 paıses. (Joao 10:16; Atos 28:23) Voc e esta
participando plenamente nessa obra?
˜ ´
1 Veja o quadro “Boas novas ‘pregadas em toda a criaç ao’ ”, na p a-
gina 434.
‘DANDO TESTEMUNHO CABAL’ 433
B OAS NOVAS ˜
“PREGADAS EM TODA A CRIA Ç AO”
´
Por volta de 61 EC, enquanto o ap ostolo Paulo esta-
va preso em Roma, ele escreveu que as “boas novas” ti-
˜
nham sido “pregadas em toda a criaçao debaixo do
´
ceu”. (Col. 1:23) Como devemos entender essa declara-
˜
çao?
Parece que Paulo estava descrevendo em termos ge-
´
rais ate onde as “boas novas” tinham sido levadas.´ Por
exemplo, Alexandre, o Grande,´ havia invadido a Asia e
´ ´
chegado ate a fronteira da India no quarto seculo AEC.
´ ´
Julio Cesar tinha invadido a Bretanha em 55 AEC, e
´
Claudio tinha subjugado a parte sul daquela ilha, ane-
´
xando-a ao Imp erio Romano em 43 EC. O Extremo
´
Oriente tamb em era conhecido, pois produzia seda de
excelente qualidade.
´
Sera que as boas novas haviam sido pregadas na Bre-
tanha, na China e no Extremo Oriente? Isso parece im-
´
provavel. De fato, quando Paulo escreveu aos colossen-
˜ ´
ses, ele ainda nao tinha alcançado seu proprio alvo,
˜
estabelecido por volta de 56 EC, de pregar no entao
´
“territorio virgem” da Espanha. (Rom. 15:20, 23, 24)
Apesar disso, por volta de 61 EC, a mensagem do Rei-
´
no era amplamente conhecida. No mınimo, a mensa-
´
gem alcançou a terra natal dos judeus e proselitos que
foram batizados no Pentecostes de 33 EC, bem como
´
as terras visitadas pelos ap ostolos de Jesus. — Atos
2:1, 8-11, 41, 42.
ˆ
434 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´
CAPITULO 28
´ `
“Ate a parte mais
distante da terra”
´
As Testemunhas de Jeov a continuam a obra que
´
teve in ıcio com os seguidores de Jesus Cristo no
´
primeiro s eculo de nossa Era Comum
ELES davam testemunho de modo zeloso. Sentiam-
˜
se impelidos no coraç ao a aceitar a ajuda e a orien-
˜ ´ ˜ ˜
taç ao do esp ırito santo. A perseguiç ao nao os si-
´
lenciava. E eram ricamente abençoados por Jeova.
Tudo isso foi verdade no caso dos primeiros cris-
˜ ´ ´
taos e tamb em e verdade no caso das Testemunhas
´
de Jeova hoje.
Com certeza os relatos encontrados no livro de
2
ˆ ´
Atos encorajaram voc e e fortaleceram a sua fe. Esse
˜ ´ ´ ´
livro cheio de aç ao e especial, pois e o unico relato
´
divinamente inspirado sobre o inıcio do cristianismo.
O livro de Atos menciona 95 pessoas, 32 ter-
3
´
ras, 54 cidades e 9 ilhas. E um relato emocionante
˜
1. Que paralelos existem entre os primeiros crist aos e as Testemunhas
´
de Jeova hoje?
´
2, 3. O que e especialmente digno de nota sobre o livro de Atos?
´ `
“ATE A PARTE MAIS DISTANTE DA TERRA” 435
sobre pessoas — pessoas comuns, religiosos arro-
´
gantes, polıticos orgulhosos, perseguidores ferozes.
´
Mas, acima de tudo, e um relato sobre nossos ir-
˜ ´ ´
maos do primeiro seculo que, alem de lidar com os
desafios da vida, pregavam as boas novas com zelo.
4 Quase 2 mil anos nos separam das atividades dos
´ ´
zelosos ap ostolos Pedro e Paulo, do medico amado
´ ˆ ˜
Lucas, do generoso Barnab e, do corajoso Estevao,
´
da bondosa Dorcas, da hospitaleira Lıdia e de tan-
´ ´
tas outras testemunhas fieis. Apesar disso, nos nos
ˆ
sentimos achegados a eles. Por que? Porque temos
˜ ´
a mesma comissao de fazer discıpulos. (Mat. 28:19,
20) Como somos abençoados de ter uma participa-
˜
ç ao nela!
˜
5 Reflita na comiss ao que Jesus deu a seus segui-
´ ´
dores. “Ao chegar sobre vos o esp ırito santo, rece-
bereis poder”, disse ele, “e sereis testemunhas de
´
mim tanto em Jerusalem como em toda a Judeia
´ `
e Samaria, e ate a parte mais distante da terra”.
´
(Atos 1:8) Primeiro, o esp ırito santo deu poder aos
´
4. Por que nos sentimos achegados a pessoas como o ap ostolo Paulo,
´
Dorcas e outras testemunhas fi eis do passado?
5. Em que lugares os primeiros seguidores de Jesus passaram a cumprir
˜
sua comiss ao de pregar?
ˆ
436 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
´ ´
discıpulos para serem testemunhas “em Jerusalem”.
˜ ´
(Atos 1:1–8:3) A seguir, sob a orientaç ao do esp ıri-
to, eles deram testemunho “em toda a Judeia e Sa-
˜
maria”. (Atos 8:4–13:3) Entao eles come çaram a le-
´ `
var as boas novas “ate a parte mais distante da terra”.
— Atos 13:4–28:31.
˜ ´ ˜
6 Nossos irmaos do primeiro s eculo nao tinham
ˆ ˜ ´
b enç aos de Jeova. Paulo e outros plantavam e rega-
vam, “mas Deus o fazia crescer”. (1 Cor. 3:5, 6) Re-
´ ˜
latorios no livro de Atos dao provas desse cresci-
ˆ ˜ ´
mento por causa das b enç aos de Jeova sobre a
obra de dar testemunho. Por exemplo, “a palavra de
´ ´
Deus crescia e o numero dos discıpulos multiplica-
´
va-se grandemente em Jerusalem”. (Atos 6:7) Com
˜ ˜
o aumento da obra de pregaç ao, “a congregaç ao
´
atraves de toda a Judeia, e Galileia, e Samaria, en-
´
trou . . . num perıodo de paz, sendo edificada; e,
´
como andava no temor [reverente] de Jeova e no
´
consolo do esp ırito santo, multiplicava-se”. — Atos
9:31.
´
17 Em Antioquia da S ıria, tanto judeus como
´ ˆ ˜ ´
16, 17. O livro de Atos nos d a que provas das b en ç aos de Jeova sobre a
obra de dar testemunho?
´ `
“ATE A PARTE MAIS DISTANTE DA TERRA” 443
pessoas que falavam grego ouviram a verdade por
´
meio de testemunhas corajosas. “Alem disso”, diz o
˜ ´
relato, “a mao de Jeova estava com eles, e um gran-
´
de numero, tornando-se crentes, voltaram-se para o
Senhor”. (Atos 11:21) Sobre o progresso adicional
que houve naquela cidade, lemos: “A palavra de
´
Jeova crescia e se espalhava.” (Atos 12:24) E, quan-
˜
do a obra de pregaç ao entre os gentios, feita por
Paulo e por outros, estava a todo vapor, “a palavra
´
de Jeova crescia e prevalecia . . . de modo podero-
so”. — Atos 19:20.
˜ ´ ´ ´
18 “A mao de Jeov a” sem duvida esta conosco hoje
´ ´
tamb em. Esse e o motivo pelo qual tantas pessoas
˜
estao aceitando a verdade e simbolizando sua dedi-
˜ ´ ´
caç ao a Deus por meio do batismo. Alem disso, e
ˆ ˜
apenas com a ajuda e a b enç ao de Deus que conse-
˜ `
guimos enfrentar dura oposiç ao — as vezes, inten-
˜
sa perseguiç ao — e ser bem-sucedidos em cumprir
´
nosso ministerio, assim como aconteceu com Paulo
˜ ´
e outros cristaos do primeiro seculo. (Atos 14:19-21)
´ ´
Jeova Deus sempre nos da a ajuda que precisamos.
˜ ´ ´ ˆ
18, 19. (a) Como sabemos que “a m ao de Jeova” est a conosco? (b) D e
´ ˜
um exemplo que mostre que Jeova n ao abandona seu povo.
ˆ
444 ‘DE TESTEMUNHO CABAL’ SOBRE O REINO DE DEUS
Seus “braços que duram indefinidamente” sem fal-
˜
ta nos ajudam em todas as nossas provaç oes. (Deut.
33:27) Tenhamos sempre em mente que, por causa
´
de seu grande nome, Jeova nunca abandona seu
povo. — 1 Sam. 12:22; Sal. 94:14.
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19 Para ilustrar, vejamos o exemplo da famılia do
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irmao Harald Abt. Visto que ele persistia em dar
testemunho, os nazistas o enviaram para o campo
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de concentraç ao de Sachsenhausen durante a Se-
gunda Guerra Mundial. Em maio de 1942, a Gesta-
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po foi a casa de sua esposa, Elsa, e levou a filhi-
nha deles. Elsa foi presa e acabou passando por
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varios campos de concentraç ao. “Meus anos nos
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campos . . . alemaes ensinaram-me uma liç ao im-
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portante”, disse a irma Elsa. “Esta e: quao grande-
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mente o esp ırito de Jeova pode fortalecer-nos quan-
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do sob provaç oes extremas! Antes de ser presa, eu
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havia lido uma carta de uma irma que dizia que,
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sob severa provaç ao, o esp ırito de Jeova produz em
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nos tranquilidade. Pensei que ela estivesse exageran-
do um pouco. Mas, quando eu mesma passei por
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provaç oes, descobri que aquilo que ela dissera era
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verdade. E realmente assim que acontece. E difıcil
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imaginar isso se a pessoa nunca passou por essa ex-
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periencia. Mas realmente aconteceu comigo.”
Continue a dar testemunho cabal!
20 O livro de Atos termina com Paulo zelosamen-
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morizante dia de Jeova”, estejamos decididos a dar
um testemunho corajoso e fiel. (Joel 2:31) Ainda
encontraremos muitas pessoas como os bereanos
que “recebiam a palavra com o maior anelo men-
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tal”. (Atos 17:10, 11) Demos entao testemunho ate
que ouçamos, por assim dizer, as palavras: “Muito
bem, escravo bom e fiel!” (Mat. 25:23) Se zelosa-
mente cumprirmos a nossa parte na obra de fazer
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discıpulos hoje e continuarmos fieis a Jeova, com
certeza nos alegraremos por toda a eternidade de
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ter tido o privilegio de participar em ‘dar testemu-
nho cabal’ sobre o Reino de Deus!
22. O que devemos estar decididos a fazer enquanto aguardamos o dia
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de Jeova?
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Gostaria de obter mais informaçoes?
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Contate as Testemunhas de Jeova pelo site www.jw.org.