Meysa Ribeiro*

Sávio Cruz*

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a evolução histórica dos recursos
energéticos, a partir de obras que tratam o assunto. No decorrer de sua evolução o homem já
teve momentos onde dispunha apenas de energia para apenas sua sobrevivência. Ate o
momento em que o homem descobre o fogo e domestica animais, era apenas um coletor, vivia
apenas por viver, a partir do desenvolvimento da agricultura primitiva o homem teve suas
primeiras reservas de energias, foi partir então que pode desenvolver novas atividades. Neste
momento ele conseguiu desenvolver inter-relações grupais, o comercio, comunicação,
navegação e a ciência. Revolução a partir da maquina a vapor com passagem de um homem
mais primitivo para homem urbano. Fazer uma abordagem das fontes mais utilizadas pelo
homem, e de algumas que podem ser a sustentação do futuro após fim dos combustíveis
fósseis.

Introdução

Ao longo dos séculos, o homem tem utilizado energia proveniente de muitas fontes.
Começando com sua própria energia e a da luz solar, passou depois para as do combustível
lenhoso, da tração animal, da força da água e do vento. Mais tarde desenvolveu-se a força das
maquinas alimentada a lenha, carvão, petróleo e energia nuclear. Descobrir, controlar e utilizar
a energia permitiu o homem avançar de uma vida primitiva para um estado estável civilizado. O
homem é o único dos animais capaz de pensar criativamente e de utilizar a ciência e a
tecnologia, colocando a seu serviço a energia e outros recursos ambientais.

A energia e também utilizada para controlar doenças dos organismos; para obter, purificar e
armazenar água; para produzir antibióticos e outras drogas químicas; e para aplicar medidas
diversas de saúde publica. Energia e utilizado por outros segmentos sociais, por exemplo, nas
sociedades civilizadas das nações mais desenvolvidas do mundo de hoje, a quantidade de
energia utilizada pelo governo e forças policiais e militares e significativamente mais elevada
que a utilizada para produzir alimentos destinados à população governada.

Para White a evolução do homem desdobrasse em três estágios: População Selvagem: em

que os coletores viviam da alimentação natural; População Bárbara: primitivas sociedades
agrícolas e pastorais; Civilização: desenvolvimento das maquinas e uso intensivo e outros bens
úteis; isso justificaria a utilização da energia pelo homem em períodos distintos, a falta de
atividades diversa se justifica pelo falto do gasto de tempo e energia na procura de alimentos,
por exemplo. Com a introdução da agricultura, o tempo a ser utilizado e a energia que se
gastava vai sendo reduzido progressivamente, como passar do tempo, tornando assim a
participação do homem social, os vínculos se fortalecem.

Energia e evolução.

As sociedades caçadoras e coletoras eram pequenas, raramente tinham mais de 500

indivíduos e eram muito simples. Como a procura por alimento consumia muita energia,
praticamente não existiam outras atividades individuais e coletivas. Com desenvolvimento da
agricultura, o homem lhe possibilitou a disponibilidade de mais alimentos e conseqüentemente
de energia.

A primeira energia que homem pode adquiri depois dos alimentos coletados necessários a sua
existência foi do fogo, que ajudou a afastar os grandes animais, clarear a vegetação, que
proporcionou proteção contra predadores e outros inimigos, alem de proporcionar aquecimento
quando o tempo era frio. O fogo trouxe a possibilidade de cozinhar carnes, vegetais e frutos,
tornando sua alimentação mais fácil, diminuído riscos de contaminação provenientes de
parasitas e organismos doentes que freqüentemente contaminam os alimentos crus.

A principal fonte de combustível para o fogo era a lenha de arvores e arbustos, embora
também fossem utilizadas outras ervas e outra tipo de vegetação como fonte. Naquela época
esse tipo de fonte era muito abundante, as fontes de energia renováveis dispostas eram
vastas, pois a população humana era muito pequena. Outra fonte de energia conhecida da
idade primitiva era o carvão, mas não foi utilizada.

Nas sociedades primitivas agrícolas, a produção de alimentos ainda era a principal atividade do
homem e, como conseqüência, a sua interação social permanecia relativamente estreita. Com
advento da tração animal na produção agrícola libertou maiores quantidades de tempo e da
energia do homem. Com o excedente produzido homem teve energia suficiente para participar
de outras atividades. A roda de água e o moinho de vento acrescentaram novas fontes de
energia aquelas que o homem inicialmente usara no seu sistema de produção alimentar. Agora
ao invés de gastar energia com animais em sua alimentação, recorre a elementos naturais a
água e o vento, como fonte de energia. Tendo água e vento como nova fonte de recursos, o
homem pode desenvolver novas atividades intergrupos, como o comercio, transporte e
comunicação.

A partir de então o homem, começa a se desenvolver por meio de novas técnicas, há

desenvolvimento da ciência e tecnologia, tendo como resultados iniciais grandes navios a vela,
o que fez avançar a comunicação, o transporte e o comercio entre grupos que a cada momento
ficam cada vez maiores. As mudanças possibilitaram uma grande diversidade desenvolvida
pelo homem e ainda fez surgir especializações na agricultura, navegação, comercio e
industrialização. Um grande marco na historia do homem e a invenção da maquina a vapor na
revolução industrial, o que deu inicio ao uso de combustíveis fósseis, tal maquina conferiu ao
homem o poder de controlar seu ambiente e alterar a estrutura econômica, política e social.

Nesta segunda fase da revolução industrial, fica claro o desenvolvimento tecnológico da época,
como a já foi dito entra em cena a utilização de outras fontes de energia que não o vapor - a
eletricidade e o petróleo. E devido essas novas fontes de energia foi possível criar novas
máquinas e ferramentas.

Já as transformações que vão ocorrer na revolução técnico - cientifica, são acompanhadas por
uma necessidade de uso crescente de energia, alem disso o crescimento populacional em
muitas regiões do planeta, faz ampliar a demanda por energia. Para se ter uma idéia segundo
o departamento de energia dos EUA (2000), 85% da energia utilizada no mundo provém de
combustíveis fósseis.

Energia é a capacidade para trabalhar. Embora energia apareça sob muitas formas, todas elas
possuem semelhante capacidade. A energia luminosa, provinda do sol, é mais importante
forma de energia que mantém toda vida na terra. As plantas têm a capacidade de capturar ou
fixar energia luminosa e de convertê-la em energia química utilizável por estas plantas e
animais que as comam. A energia elétrica utilizada, para o radio, o radar, as microondas e as
onda de TV. A elevação de ou remoção de objetos pelo homem é um tipo de energia
mecânica. Outra fonte de energia, mas muito perigosa é a nuclear.

Algumas dessas fontes são os hidrocarbonetos, que são compostos orgânicos formados de
carbono e hidrogênio, os hidrocarbonetos são os responsáveis pela origem de praticamente
todas as fontes de energia fóssil. Resultam da decomposição de plantas e microrganismos
soterrados entre camadas de rochas sedimentares por centenas de milhões de anos. A queima
dos hidrocarbonetos, como petróleo e seus derivados – gasolina, óleo diesel e óleos
combustíveis-, o gás natural e o carvão mineral liberam energia. Esses têm sido fundamentais
na expansão de atividades capitalistas vitais, como a indústria e agricultura.
O carvão mineral origina-se da decomposição de restos de grandes massas de
microrganismos e, sobretudo, de vegetais, que foram soterrados por toneladas de sedimentos,
há cerca de 350 milhões de anos. Com o tempo, os sedimentos formaram espessas camadas
de rochas sedimentares, e os depósitos orgânicos tranformaram-se em carvão, gás ou
petróleo. Durante todos estes séculos a energia mais problemática descoberta pelo homem foi
o hidrocarboneto petróleo, é formado por moléculas de hidrogênio e carbono, no meio natural é
encontrado de forma oleosa, escuro e viscoso, constituído de uma mistura de diversos
compostos químicos. A evolução do uso do petróleo foi acelerada, sua importância alcançada
no século XX provocou inúmeras crises de proporções mundiais, envolvendo empresas e
países, nos quais estiveram em jogo a posse, o refino e a comercialização do petróleo.

O conflito ocorre principalmente em duas formas, entre os estados e transnacionais e países

produtores e consumidores. No primeiro ocorre que durante as principais descobertas de
petróleos no oriente médio, sete empresas dentre elas cinco dos EUA, uma inglesa e uma
anglo-holandesa, formaram um oligopólio da na comercialização dos países produtores, que
ditavam os preços de mercado, o oligopólio exercido ocorria em todas as formas, transporte,
extração, refino e comercialização. Essa influencia das sete irmãs começa a diminuir após a
Segunda Guerra Mundial, onde houve revisão de contratos, nacionalização de reservas etc. O
conflito entre produtores e consumidores provocou duas crises de petróleo, a primeira quando
da derrota na Guerra de Yom Kipur, os organizados na Opep, aumentaram o valor do barril de
petróleo de US$ 2,9 para US$11,65 isso de outubro a dezembro de 1973. Segunda crise
ocorre quando xá Reza Pahlevi e deposto, fato que desorganiza o setor petrolífero Iraniano, já
quem assume é um aiatolá Khomeini antiocidentalista, ai ocorre a intervenção dos Estado
Unidos, financiando e armando o líder iraquiano Sadam Hussein, e deflagrada a guerra Ira-
Iraque (1980-1988), que acaba sem vencedores.

A terceira crise do petróleo se da quando os países consumidores passaram a desenvolver

fontes alternativas, como o álcool, a energia nuclear e o carvão. Isso enfraqueceu os países
árabes integrantes da OPEP e reduziu controle do comercio do petróleo no mundo por estes,
ocorre uma redução acentuada do preço do petróleo, em meadas da década de 80, ficando
conhecido como terceira crise do petróleo.

Com o fim dos combustíveis fosseis, haveria a necessidade de milhões de anos para que as
reservas se refizessem. Assim a necessidade de se repensar em novas fontes. O carvão
vegetal é obtido por meio da destilação seca da madeira, feita geralmente em fornos de tijolos,
as toras são empilhadas e o calor produzido provoca a evaporação dos compostos voláteis da
seiva, das resinas e da água.

O biogás – considerado quase sempre ou sempre um problema nos grandes centros urbanos,
o lixo pode ser bastante útil do ponto de vista econômico. Para tanto, e necessário converte-lo
em gás combustível o que é possível após seleciona-lo, isto é, separar os resíduos orgânicos
dos restos de metais, vidros, plásticos e madeiras. O processo é necessário, pois apenas a
matéria orgânica (como restos de alimentos) poder ser convertida em gás. Não obstante essa
fonte de energia pode ser considerada renovável, a tecnologia de aproveitamento ainda esta
sendo aprimorada, fato que a torna cara. Mas a futura escassez do petróleo tornara a produção
do biogás uma alternativa viável. A energia que o núcleo do átomo possui, mantendo prótons e
neutros juntos, denomina-se energia nuclear. Essa energia pode ser liberada e aproveitada,
mediante uma reação nuclear fissão que utiliza como matéria prima o urânio.

A última forma de produção discutida e a energia hidrelétrica a menos poluente de todas,

porém grandes impactos ambientais ocorrem na sua instalação. A geração de energia
hidrelétrica é realizada em barragens, dentro das quais se encontram grandes geradores, cujas
hélices são movidas pela água que escoa sob forte pressão. No mundo, a hidreletricidade é
responsável por 18 % da energia disponível.

Considerações finais
Enquanto não existir uma fonte de energia capaz de substituir os combustíveis fósseis, a sua
disponibilidade diminuída poderá ser contrabalançada através de um regime de conservação
de energia combinada com uma utilização de fontes de energia alternativas. Só que não é a
solução nem resolverá o problema. Enquanto o mundo, a população permanecer crescendo, é
frívolo pensar na conservação da energia; com a taxa de crescimento atual (1,6% por ano),
uma redução de 25% de consumo dos recursos energéticos, seria anulada em apenas dezoito
anos, mesmo assim ainda é alto o consumo. Por outro lado, o que quer que o homem faça até
mesmo uma combinação de novas tecnologias de novas fontes só poderá adiar o ajuste de
contas do homem com natureza.

Com a expectativa de esgotamento das fontes de energia de origem fóssil como o petróleo e o
gás natural a humanidade defronta-se com a necessidade de alterar sua matriz energética na
busca de um modelo de desenvolvimento sustentado. Em conjunto a isto, a complicada
questão ambiental com a deterioração de recursos e ambientes, a degradação e seus efeitos
nocivos, o uso da energia nuclear de grande perigo, as disparidades sociais e econômicas, a
superpopulação entre outros. Não deixamos o mundo respirar, tiramos a energia dele para nos
e não deixamos ele se recuperar, estamos matando o mundo aos poucos.

Referência bibliográfica

MANNERS, Gerald. Geografia da energia. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

PIMENTEL, David. PIMENTEL, Márcia. 1925-1924. Alimentação, energia e sociedade /

David Pimentel, Márcia Pimentel. trad. Henrique de Barros. Lisboa: Fund. Calouste
Gulbenkian. Serviço de Educação, 1990.

1 Graduandos do 6° período de Geografia Bacharelado na Universidade Federal do Acre.

Trabalho elaborado na disciplina de Recursos Naturais como pré-requisito parcial de obtenção
de nota.