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Sumário do Volume
Artes
1. Arte: conceito, reflexões 5
1.1 O tema, o belo 6
1.2 A arte no tempo e a sua compreensão 7
2. Egito 13
3. Grécia 20
4. Roma 30
5. A Idade Média 44
5.1 Arte bizantina 44
5.2 A arte românica 49
5.3 A arte gótica 51
Arte 3
Sumário Completo
VOLUME 1
VOLUME 2
6. Arte Islâmica
7. Renascença
8. Gravura
9. Barroco
10. Fotografia
11. Neoclassicismo
12. A Missão Francesa no Brasil
13. Romantismo
14. Realismo
4 Arte
Arte 5
Arte: conceito, reflexões
Nesses casos, vamos analisar a expressão, que é o que nos leva a gostar de uma obra ou detestá-la. Quando
um artista desenha ou pinta alguma coisa a sua maneira, fica sujeito a críticas das mais variadas. Se foge
da realidade tal como a vemos, não quer dizer que não tenha conhecimentos para desenhar corretamente.
Na obra que retrata a galinha com pintinhos, ninguém encontrará defeitos. A composição, a
movimentação, as imagens representam a realidade com expressividade e perfeição. O objetivo do artista
era ilustrar um livro de “História Natural” e, para isso, tinha que representar a realidade tal como a vemos.
Ao desenhar o galo, entretanto, seu objetivo era outro: mostrar sua agressividade, sua insolência.
Sendo assim, não se contentou em fazer uma mera reprodução física da ave, recorrendo à caricatura.
As obras de arte expressam um pensamento, uma visão do mundo e provocam uma forma
de inquietação no observador, uma sensação especial, uma vontade de contemplar, uma
admiração emocionada ou uma comunicação com a sensibilidade do artista. A esse conjunto
de sensações chamamos de experiência estética.
Oliveira e Garcez, Explicando a arte
Se quisermos realmente sentir uma obra, vivermos uma autêntica experiência estética, além de
conhecer o estilo e o período em que o artista produziu essa obra, é necessário que eduquemos nosso
olhar.
Olhar e ver – olhar o mundo como se o víssemos pela primeira vez, olhar com os olhos de estrangeiro
numa viagem de descoberta. Ver que o céu apresenta muitas outras cores além do azul e que a grama
nem sempre é verde. Tentar interpretar o olhar do artista, que sempre vê o mundo como uma novidade,
numa viagem de descobertas, sem ideias preconcebidas. Só assim “nos tornaremos capazes de captar a
banalidade do cotidiano humano, dando-lhe a poesia do instantâneo e da contemporaneidade”.
PEIXOTO, Nélson Brissac. Olhar do estrangeiro.
A história da arte em seu todo não é uma história de progresso evolutivo em aperfeiçoamento técnico na
maneira de representar a realidade, mas muito mais uma história de ideias, concepções e necessidades em
permanente evolução.
Ao analisarmos as obras de arte, ao longo da história, notamos que os temas usados pelos artistas são,
muitas vezes, repetidos em várias épocas e de muitas maneiras.
Se o que distingue a arte do artesanato é a originalidade, essas obras são ou não obras de arte?
O que teremos de analisar não é o fato de ser ou não original determinada obra, e sim estabelecer com
precisão o grau de originalidade alcançado. Quando um artista usa uma obra como modelo, ele não está
realmente copiando, querendo uma réplica. Ele o faz para se instruir, às vezes copiando com rigor, mas
transmitindo o seu próprio e inimitável ritmo.
Então, podemos dizer que o artista representa (portanto não copia) a outra obra.
A relação entre duas ou mais obras de arte acontece com certa frequência.
8 Arte
Arte: conceito, reflexões
Vamos analisar uma obra que exemplifica claramente a tradição e os vários momentos dentro da história
de um mesmo tema.
Disponível em: <www.100besteverything.com>. Acesso em: 30 ago. 2012
ÈDOUARD MANET. Le Déjeuner sur l’Herbe. Óleo sobre tela, 2,13 X 2,44 m. Museu do Louvre, Paris.
Esse quadro foi enviado para o Salão dos Artistas Franceses em 1863 e recusado pelo seu júri. Foi
exposto no Salão dos Recusados e, mesmo assim, causou verdadeiro escândalo, parecendo uma obra
revolucionária, em parte pelo fato de o artista ter ousado representar uma mulher jovem despida, junto de
dois homens elegantemente trajados.
Ora, o nu já era usado na arte desde a época clássica na Grécia, então qual era a novidade?
Acontece que o nu era usado na antiguidade para representar divindades e, assim, sempre foi aceito,
porém Manet usou-o para mostrar pessoas comuns da sociedade parisiense num hábito familiar que era
o piquenique nos arredores de Paris. As pessoas ali representadas eram conhecidas: a jovem despida era
Victorine Meurand, modelo de Manet.
Os rapazes eram Eugène Manet, irmão do pintor, e Ferdinand Leenhoff, escritor e amigo do pintor.
A figura de fundo identificada como uma Vênus saindo da água foi inspirada na sua cunhada, também
artista plástica, Berthe Morisot.
A maneira de pintar também foi uma inovação: a construção por meio de extensões planas de tintas,
de cores francamente destacadas, dispensando os meios-tons.
Só passados muitos anos um historiador de arte descobriu a origem do grupo: uma gravura,
representando divindades clássicas, feitas segundo um desenho de Rafael.
A relação, desde que foi apontada, passara despercebida, porque Manet não copiou, nem representou a
composição de Rafael, apenas tirou dela os traços principais, transpondo as figuras em termos modernos.
Arte 9
Arte: conceito, reflexões
O pequeno almoço na relva segundo Manet - Foi reconhecidamente um dos mestres da arte do século
Óleo sobre tela, 60 x 73 cm - Lucerna, Galerie Rosengat. XX. É considerado um dos artistas mais famosos e
versáteis de todo o mundo, tendo criado milhares de
trabalhos, não somente pinturas, mas também esculturas
e cerâmica, usando, enfim, todos os tipos de materiais.
Ele também é conhecido como sendo o cofundador do
Cubismo.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>.
Acesso em: 5 set. 2012
10 Arte
Arte: conceito, reflexões
Exercícios de sala
1 Os artistas usaram em suas obras os mais diversos objetos do cotidiano ou não, criando novos
significados para suas imagens e novos objetos associando elementos variados numa só composição.
Fizeram colagens, assemblagens e esculturas com os mais diversos materiais, usando, às vezes,
técnicas diferentes numa só obra.
Dê asas a sua imaginação...
Crie uma obra com os recursos que temos na sala.
Observação: O professor deixará à disposição uma caixa contendo sucatas de diferentes objetos, peças de
aparelhos eletrônicos, caixas, latas, cordões, lãs coloridas, garrafas pet, papelão, revistas, colas, fitas adesivas, tesoura.
Ao escolher seu material, observe sua textura, sua cor, seu formato. Faça um objeto ou uma colagem.
Dê um nome ao seu trabalho.
Para concluir essa atividade, será feita uma exposição na própria sala, para que todos conheçam as
obras produzidas durante a aula. Cada aluno falará sobre seu processo de criação.
Arte Rupestre
A primeira forma de linguagem humana de que
História Univesal da Arte - G. Pischel
Essa pintura mostra um animal ferido que tomba agonizante e abaixa a cabeça para se defender das flechas
que lhe arremessam.
chel
l da Arte - G. Pis
História Univesa
000 a.C.
Vênus de Willendorf, 24 000 – 20
m. Mus eu de História
Touro Negro. Ma
dalense (Gruta Pedra. Alt. 0,12
de Lascaux). Natural, Viena.
Touro Negro é uma obra realista, admirável pela agudeza da observação, pelo traçado firme e pelos matizes
que dão volume e relevo às formas.
A escultura Vênus de Willendorf foi encontrada na Áustria e é considerada como fetiche da Fertilidade. Suas
formas, seios enormes e ventre protuberante, indicam a imagem de uma fêmea fértil. A cabeça é estilizada.
12 Arte
Arte: conceito, reflexões
2. Egito
Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com>. Acesso em: 30 ago. 2012.
Saiba mais
Estilo
“O conjunto de elementos capazes de imprimir diferentes graus de valor às criações artísticas, pelo
emprego dos meios apropriados de expressão, tendo em vista determinados padrões estéticos. A feição
especial típica de um artista, de um ‘gênero’, de uma escola, de uma época de um tipo de cultura”.
Novo Dicionário Aurélio - Editora Nova Fronteira 1a edição.
D entre as civilizações antigas, o Egito foi o primeiro Estado unificado de grande porte. Uma grande
civilização, com organização social bem estruturada, responsável por grande desenvolvimento da escrita, da
matemática, das ciências médicas e de imensas realizações culturais. No entanto, foi a religião seu aspecto mais
importante. Através dela (e por causa dela), todas as outras atividades eram desenvolvidas (arte: escultura,
pintura, arquitetura; ciências médicas: embalsamamento, etc.).
14 Arte
Egito
Os egípcios acreditavam na imortalidade da alma, na vida após a morte. A vida terrena era uma passagem
para a outra, sendo esta mais importante, pois era de onde vinham e para onde voltavam para ficarem
infinitamente.
A arte egípcia refletiu suas crenças fundamentais, destacando-se em tudo que se relacionasse à religião:
túmulos, estatuetas e vasos, que acompanhavam o corpo mumificado do morto.
A crença na vida após a morte era tão forte que os túmulos dos primeiros faraós eram réplicas de suas
casas, com seus pertences, inclusive seus criados, que eram sacrificados para atendê-los na eternidade. Esse
costume foi modificado mais tarde, tendo sido a casa substituída pelas pirâmides, e os servos, por pinturas e
baixos-relevos nas paredes.
Durante muito tempo, a civilização egípcia foi tida como a mais rígida e conservadora de todas as
civilizações antigas. Os tipos fundamentais das suas instituições, crenças religiosas e ideais artísticos que se
formaram nos primeiros milênios conservaram-se até o fim.
Tudo o que era considerado bom e belo na época das pirâmides era tido como igualmente perfeito
mil anos depois. É certo que surgiram novas modas, e novos temas foram pedidos aos artistas, mas
a maneira de representar o homem e a natureza permaneceu essencialmente imutável”.
Gombrich
No entanto, a arte não era tão imutável e estática como se julga. Oscilava entre a tradição e a inovação,
e algumas de suas grandes realizações exerceram uma influência decisiva nas artes grega e romana.
Os egípcios criaram um estilo próprio, que incorporou uma série de regras rigorosas. Todo artista tinha
que aprender a dominá-las desde cedo. Não se pedia ao artista que fosse criativo e inovador, e sim que
revelasse um perfeito domínio das técnicas de execução.
O sentido egípcio de ordem em todos os detalhes é tão poderoso que qualquer variação parece
desorganizar o conjunto.
De certa forma, a arte egípcia foi padronizada e anônima.
Veremos a seguir as características gerais da pintura, da escultura e da arquitetura egípcias.
Arquitetura
Inicialmente, esses ritos eram reservados aos monarcas, mas logo os nobres da casa real
passaram a ter seus túmulos menores agrupados em filas muito bem alinhadas ao redor do
túmulo real; e, gradualmente, toda pessoa que se prezava tinha que tomar providências para a
vida no além, encomendando uma dispendiosa tumba para abrigar sua múmia e sua imagem,
onde sua alma podia habitar e receber as oferendas de alimento e bebida que eram feitas aos
mortos.
Gombrich
As grandes pirâmides (como as do deserto de Gizé, Quéops, Quéfren e Miquerinos) já foram concebidas
desde o princípio como pirâmides, e não como consequência da sobreposição de mastabas.
A maior pirâmide é a de Quéops, com 146 m de altura, que ocupa uma superfície de 54 300 m².
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