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01/04/2024

TÉCNICAS PROJETIVAS GRÁFICAS

Dra. Raquel Melo Boff

Técnicas projetivas gráficas


• Importante tanto na investigação da personalidade quanto na prática
psicoterapêutica.

• Os desenhos possibilitam menos distorções, pois a linguagem dos desenhos


não é conhecida dos sujeitos.

• A quantidade de informações que o desenho pode


oferecer depende da “massa aperceptiva” do
psicólogo, ou seja, da sua compreensão,
experiência e conjunto de habilidades.

• O ideal em uma avaliação é sempre começar pelas


técnicas gráficas, elas provocam menos ansiedade.

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Técnicas projetivas gráficas


• Realização de baixo custo.

• Iniciar pelas técnicas menos “fechadas” como por exemplo o desenho livre e
aos poucos propor técnicas como o HTP.

• Mais de uma técnica para avaliar o todo.

• Identificam o nível de dissociação e integração


da personalidade.

Técnicas projetivas gráficas


• Interferência da habilidade artística do sujeito – Não disfarça os aspectos
caracteriológicos.

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Técnicas projetivas gráficas


• Críticas aos estudos de Validade e Fidedignidade destas técnicas.

• Quais variáveis estudar!!!


• Percepção, memória, processamento de informações, recursos intelectuais, tônus
muscular, história do indivíduo.

• O conteúdo dos desenhos envolve um conteúdo


muito grande.
• Dados do indivíduo e sua singularidade, então ha
necessidade de um Critério para validade.
• Avaliações qualitativas.

• Analise de variáveis interacionadas.


• Analise do indivíduo, do seu próprio padrão e suas
Características.

Técnicas projetivas gráficas


• NÃO ACEITAR NENHUM SISTEMA INTERPRETATIVO COMO DOGMA!

• SENSIBILIDADE E INTUIÇÃO!

• Valorização do relacionamento com o examinando.

• Conhecer o construto que está avaliando.

• “Isso não quer necessariamente dizer aquilo”.

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EVOLUÇÃO DO DESENHO INFANTIL

Histórico

•Interesse pelo desenho infantil data dos fins do século


XIX
•Interesse da Psicologia Experimental
•Introdução no tratamento psicanalítico
•Inicialmente, os desenhos infantis eram vistos como
fracassos ou exercícios para preparar o futuro artista –
comparação com desenhos de adultos
•Atualmente: especificidade do desenho infantil

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O desenho infantil

• não é uma atividade descomprometida

•envolve o desenvolvimento físico e psicológico


da criança

•Pode-se observar os movimentos corporais, a


coordenação do seu desenvolvimento visual
(Olho-mão) e sua percepção da realidade

Evolução do desenho infantil - Piaget


12 a 18 meses
Início dos Rabiscos/Garatujas
•Movimento circular e de vai-vem
•Dificuldade em formar ângulos agudos: predomínio de
formas circulares, espirais ovaladas, executadas com um
traço só
•Gesto gráfico como prolongamento de comportamentos
da criança
•Não há controle visual - A intenção não está na forma,
mas sim no ato

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Garatuja desordenada

Evolução do desenho infantil


• Início do controle visual do traçado: controle
simples
• Maior amplitude das produções e maior
organização no centro ou espaço global da folha
• “Enquanto o olho não segue a mão o
procedimento gráfico não tem início 18 a 36
verdadeiramente” (Greig, 2004, p.21) meses
• Integração completa do olhar com os
movimentos da mão e dos dedos – “duplo
controle”: permite a realização do círculo

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Evolução do desenho infantil Pré-


esquematismo - Piaget

•“Sol” = figuras irradiantes


•“colocar dentro”= figura continente
•Surgimento das “figuras girino” - primeiras figuras
humanas
•Figuras girino – composto das figuras irradiantes
(membros) com as figuras continentes (rosto)
•Entrada na figuração – três elementos: figura girino
como irradiante, continente e nela se reconhecem dois
olhos

Figuras Irradiantes

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Figura Girino

Evolução do desenho infantil


Esquematismo - Piaget
•Construção do esquema corporal
• Verticalização da figura girino
•O desenho de um “umbigo” muitas vezes se
mostra presente
•A figura humana passa a ser desenhada com
cabeça, corpo e membros.
•Linhas únicas para representar braços e pernas
Em torno de 4/5/6
anos

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Evolução do desenho infantil


Esquematismo - Piaget

•Na figura Humana: exagero, negligência,


omissão ou mudança de símbolo, aparecendo
desta maneira fenômenos como a transparência
e o rebatimento.

Em torno de 4/5/6

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Evolução do desenho infantil- Fase do


realismo início - Piaget
•descoberta da relação entre desenho, pensamento e
realidade.
•Os elementos são dispersos e não relacionados entre
si.
•Figuras “soltas” no espaço do papel
•O uso das cores não tem relação com a realidade
•A partir dos 5 anos é mais incomum o aparecimento
de transparências
•Aparecimento do sexo da figura 7 anos

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Evolução do desenho infantil- Fase do


realismo - Piaget
•preocupação em organizar as formas no
espaço, relacionando-as
•atinge um conceito de figura humana que se
repete até modificação intencional (em busca do
realismo ou colocar a figura humana em alguma
atividade)
•ocupação de espaço: inclusão da linha de base.
Presença de céu.
•uso da cor associado ao objeto 8, 9, 10
anos

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Evolução do desenho infantil- Fase


Pseudo-Naturalismo - Piaget
• realidade: conceito visual, efeitos da natureza
(movimento, distância, luz, atmosfera)
•conceito visual da realidade: representação do próprio
objeto > representação da experiência no contato com o
objeto
•figura humana: detalhes dos sexos e suas roupas
•aumento de detalhes emocionalmente importantes
•espaço: descoberta do plano e da perspectiva (pode haver
abandono da linha de base)
•cor: está relacionada às emoções (a cor é subjetiva)
•é normal a perda de confiança na sua capacidade criadora
A partir dos
11 anos

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Desenvolvimento do desenho infantil


segundo Luquet

Realismo Fortuito
• Inicia por volta dos dois anos
• Fim do período chamado de rabisco
• Antes não havia desejo de representação,
agora existe uma analogia formal entre um
objeto e seu traçado
• Dá nome ao desenho

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Realismo Fracassado

Entre três e quatro anos


•Após descobrir a identidade forma-objeto, a
criança procura reproduzir esta forma
•Fase de aprendizagem com fracassos e
sucessos parciais

Realismo intelectual
•Quatro anos até 10 a 12 anos
•Desenha do objeto não aquilo que vê, mas aquilo
que sabe
•Plano deitado (RX), transparência, rebatimento
(desenha igual dos dois lados)
•antropomorfismo

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Realismo Visual
Por volta dos 12 anos (ou mais cedo, por volta
dos 8-9 anos)
•Descoberta da perspectiva
•Empobrecimento, perde seu humor e tende a
juntar-se às produções adultas

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“TODAS AS PESSOAS GRANDES JÁ FORAM CRIANÇAS UM DIA, MAS


POUCAS LEMBRAM DISSO”

Antes eu desenhava como


Rafael, mas precisei de toda
uma existência para
aprender a desenhar como
as crianças” Picasso

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Referências
• Bonbanato G. A., Farqago, A. C. (2016). As etapas do
desenho infantil segundo autores contemporâneos.
Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, Bebedouro-
SP, 3 (1): 171-195.

•Meredieu, F. (1974). O desenho infantil. São Paulo: Editora


Cultrix.
•http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1568
1/000688480.pdf?sequence=1

*Figuras retiradas do Google Imagens


•Greig, P. (2004). A Criança e seu Desenho. Porto Alegre:
Artmed.

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