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Curso de Interpretação do

Desenho Infantil

Karina Fonseca

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“Antes eu desenhava como Rafael,
mas precisei de toda uma existência
para aprender a desenhar como as crianças.”
(Picasso)

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SUMÁRIO

Introdução
Linha do tempo
Figuras para colorir ou folhas brancas
Premissas básicas sobre o desenho
Sobre os elementos para desenhar:
Tipos de papeis
Tipos de lápis
Dimensões, traços, formas, linhas e traços
Orientação espacial
Cores
O desenho e as estações do ano
Outros materiais que também são usados para se fazer desenho
Repetição do mesmo tema ou a diversidade de temas
Desenvolvimento infantil
Estágios do desenvolvimento de Jean Piaget
Estágios psicossexuais de Freud
Psicomotricidade
Desenvolvimento da linguagem
Desenvolvimento do grafismo infantil
Surgimento da figura humana
Sobre os elementos dentro do desenho: A casa, a chaminé, a janela, o sol, a lua,
as estrelas, as nuvens, a chuva, os animais, veículos, barcos, ...
Vamos praticar?
Como fazer a aplicação do desenho
Como fazer o inquérito do desenho
Como fazer a análise
Técnicas projetivas, um olhar psicopedagógico
Vínculo escolar: Par educativo, eu com meus companheiros, a planta da sala de aula
Vínculo familiar: A planta da minha casa, os quatro momentos do dia, família educativa

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Vínculo consigo mesmo: O dia do meu aniversário, minhas férias, fazendo aquilo que
mais gosta, o desenho em episódios
 O desenho e o abuso infantil
 Jogo do rabisco
 O desenho e a fantasia
 O desenho e a liberdade de expressão
 Dicas
 Referências bibliográficas

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Introdução
Quando a criança é muito pequena, por volta de um ano e meio, ela experencia
mais o mundo do que o expressa, uma dessas formas de expressão é o
desenho, que perdurará até o início da adolescência (dependendo da oferta do
desenho a ela). Conforme cresce, ela vai transformando essas experiências,
muitas vezes automáticas, em expressão, utilizando a experiência vivida.
E com o desenho não é diferente, primeiro realizará tentativas de pega de lápis,
como o passa no papel, depois começa a orientar melhor traços, pressão,
formas...
Quando a criança tem um papel e um lápis para desenhar, cada uma pode ter
uma reação diferente ao executar essa atividade, pois cada uma vem de
vivências, emoções e experiências que se misturam ao ato de desenhar.
É uma atividade de fácil realização, e dificilmente uma criança se recusará a
fazê-la. Por isso é utilizado em pesquisas e como técnica e método, instrumento
apreciado por psicólogos e por professores, em diferentes faixas etárias, com
objetivos diferentes, mas indicando, identificando e compreendendo as vivências
infantis.
Por isso a importância que profissionais que trabalham com o público infantil a
compreendam, tenham um entendimento, mesmo que básico sobre o desenho
infantil. Para cada profissional um olhar diferenciado sobre esse tema, dentro
dos objetivos pelo qual trabalha com a criança.
Umas ficam felizes e satisfeitas, outras jogam fora a folha, pois não apreciam o
que fizeram, em outros casos, riscam, rabiscam, usam a borracha de forma
compulsiva, ou acham que terão a perfeição com o auxílio uma régua.
 Desenho riscado: Agressividade devido a um acontecimento determinado
 Desenho tirado do cesto de lixo: Afirmação, determinação
 Passar muito a borracha: Vamos apagar os acontecimentos
 Desenhar em silêncio: Concentração
 Cantando ou explicando: Quer animar o ambiente, de modo sutil quer
atrair a atenção
A maior parte das crianças mostra interesse em desenhar, sendo uma parte
importante dentro do desenvolvimento infantil.
Quando pequenas, a crianças não se importam muito com os tamanhos, as
proporções anatômicas, isso ela vai adquirindo condizente ao crescimento,
adentrando a realidade, ao ensino formal e as vivências. Essa evolução do
desenho, do grafismo se dará devido a maturidade das habilidades motoras
finas, concedidas pelo desenvolvimento de áreas cerebrais.

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Conforme vão se desenvolvendo e crescendo, essa magia do desenho vai
desaparecendo, lá pelo final da infância e início da adolescência, onde, por
muitas vezes, relutam ao ter de desenhar.
A criança se dedica ao desenho mais do que a outra atividade pictórica, e isso
faz sem a ajuda de adultos, ela simplesmente o faz. É um importante meio para
o desenvolvimento criativo e a oportunidade de criarem e experimentarem suas
próprias ideias
Se o adulto for capaz de compreender o desenho da criança sem sacrificar ou
julgar sua criatividade, muitas não cairiam na armadilha com imagens sem
variações e estereotipadas.
A partir de agora, vamos mergulhar em um mundo colorido, cheio de formas,
traços e criatividade!!! Pegue sua folha de papel e seu lápis de cor e vem
desenhar e aprender mais sobre esse tema!!!!

Linha do tempo
As crianças desenham há muitos séculos, porém nessa época as crianças eram
vistas como imperfeitas ou inferiores em relação aos adultos, assim, não foram
registrados ou preservados esses desenhos. Desenhos de adultos também não
eram importantes, somente quando eram feitos por artistas famosos ou
amadores que consideravam que tinham talento.
Já no século XVIII, o filósofo e educador Jean Jacques Rousseau (1712-1778)
via a infância como uma fase importante do desenvolvimento, pois ela
direcionava a criança a fase adulta (nessa época não existia a adolescência,
depois da infância já se era adulto!). Pois segundo Rousseau “a criança é uma
criança, não um adulto”. Mostrando que a criança era diferente do adulto em seu
modo de pensar, agir, de resolver problemas e esses modos não são inferiores,
somente diferentes.
Já no século XIX, começa-se o interesse pelo desenho infantil. Segundo
Maureen Cox, em seu livro O desenho da criança, ela relata:
O estudo do desenho infantil começou a cerca de cem anos. Num dia
chuvoso da década de 1880 ou pelo menos assim se conta – um italiano
de nome Corrado Ricci correu buscando abrigo em uma viela coberta –
Enquanto esperava a chuva amainar, uns rabiscos na parede atraíram
sua atenção. Viu alguns desenhos encantadores e um tanto desajeitados
que qualquer pessoa reconheceria como feitos por mão infantil. Intrigado
pelos desenhos, Ricci começou a cogitar o que haveria de tão especial
neles que as tornava tão diferentes da arte convencional dos adultos.
Assim começou o seu interesse e estudo da arte infantil. Embora não
tenha sido a primeira pessoa a levar a sério o assunto, foi seu livreto “A
arte das crianças pequenas” publicado em 1887, que deflagrou o
interesse pelo desenho infantil. (COX, 2012, pg.2)

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Figura 1- Primeiro livro sobre o desenho

infantil: A arte das crianças pequenas Figura 2- Corrado Ricci

Fonte: openlibrary.org Fonte: www.babelio.com

Figuras para colorir ou folhas brancas


Existem uma discussão se a criança deve utilizar desenhos prontos para colorir.
Na realidade o que devemos refletir primeiro é “o que eu quero com essa
atividade?”
O desenho pronto para colorir auxilia no desenvolvimento da concentração, o
respeito as delimitações, estimula o processo de escolhas, já que para pintar
precisa pensar em que cores vai utilizar. Não os dê quando o objetivo é fazer
com que elas se expressem, pois tal ideia pode inibir sua criatividade, fazendo
com que no passar do tempo não criem algo, e sim, criem padrões.
Já na folha em branco, a criança confecciona o próprio desenho, trabalha a
criatividade, as emoções.
Só se lembre sempre: Qual seu objetivo com tais atividades? Pois uma, não
elimina a outra

Premissas importantes sobre a interpretação do desenho infantil


 Cada desenho é visto como um autorretrato da criança. É mais que uma
projeção, é a descoberta de como essa criança está se desenvolvendo
(em todos os âmbitos)

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 O desenho nunca deve ser imposto e sim estimulado
 É importante conhecer as várias fases do desenvolvimento, para verificar
se a criança está realizando um desenho dentro de sua faixa etária
 À medida que a criança cresce e se desenvolve, sua arte também cresce
e se desenvolve
 As etapas do grafismo são uma continuidade, difícil perceber onde
começa e termina, mas precisa-se observar o crescimento e progressão
do desenvolvimento da criança
 Não apresentar modelos prontos para a criança. Modelos prontos
estimulam a imitação
 É preciso que o educador facilite e permita as expressões e dê liberdade
a criança
 O ato de desenhar é uma tentativa de aprendizagem, pois em cada
desenhos estão retratados sentimentos, capacidade intelectual,
desenvolvimento físico, criativo, social
 Nenhum detalhe ou combinação de detalhes tem significado isolado
 Devem ser observados detalhes fora do desenho em conjunto ao
desenho, como o tom de voz, postura, interesse, como a criança utiliza o
material, os espaços da folha de papel
 À medida que a estimulação correta é dada, percebe-se a mudança no
grafismo
 A criança inicia um processo de autoconhecimento, autoimagem, dando
espaço a se expressar e elaborar melhor seus sentimentos
 A criança inicia também a organização do pensamento
 O tema não é o mais importante e sim a forma como é retratado

Sobre os elementos para desenhar:


Se o tipo de elementos entregues a criança não forem adequados ao seu
conhecimento, desenvolvimento e idade, poderá frustrá-la e seu comportamento
e sentimentos perante o desenho dará uma visão errônea a quem deu a
atividade a criança.
Então, tipos de papeis e tipos de lápis adequados trarão dimensões, formas,
linhas, traços e mostrará também a orientação espacial a que essa criança se
refere em seu desenho.

Tipos de lápis
Como se sabe, o lápis é um dos primeiros materiais que pensamos quando
falamos em desenho, por ele estar mais a mão e por ele dar cor (apesar de
algumas crianças não gostarem de colorir, mas gostam de desenhar, gostam de
realizar desenhos acromáticos)
Para crianças pequenas, dê preferência aos gizes de cera grossos, passando
posteriormente para os triangulares em seguida aos mais finos. Como a criança

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ainda está desenvolvendo a coordenação motora, tanto a pega como o deslize
do lápis no papel são realizados com mais facilidade.
Conforme vai crescendo, se desenvolvendo passa-se para o lápis de madeira
jumbo ou triangular que é um pouco mais grosso e chega-se então ao lápis de
cor tradicional.
De acordo com BÉDARD (1998), a preferência do lápis de ponta fina mostra
“conforto, luxo, mas que ainda possa ter dificuldade de auto-afirmação”. Já a
ponta mediana indica a “qualidade de adaptação e flexibilidade”. E a ponta
grossa simboliza que “tomada uma decisão, não se muda de ideia com
facilidade, não é influenciável”.
 Preferência pelo lápis de cera: Tendência por atividades manuais e físicas
 Preferência pelo lápis de madeira bem apontado: Dá importância a
reflexão, tendência por atividades mais intelectuais e racionais

Fonte: www.elo7.com.br Fonte: leonora.com.br

Tipos do papel
A escolha do papel é tão importante quanto a escolha do lápis.
É interessante ter diferentes formatos, tamanhos, espessuras e texturas, para
que a criança possa escolher.
FORMATO
 Formato pequeno: Indica introversão e concentração, não ocupa
todo o espaço disponível, por muitas vezes pode lhe faltar confiança, é
fácil de satisfazer, pois suas necessidades são restritas. Mas essas
indicações dependerão de outras determinações, como por exemplo, o
traço, a pressão.
 Formato médio: Mostra adaptação e flexibilidade, tem facilidade em
ocupar seu lugar no grupo.
 Formato grande: Socialmente capaz de realizar coisas importantes,
confia em si.

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TEXTURA E ESPESSURA
 Folha com textura brilhante: É uma folha adequada para a pintura
com os dedos ou giz de cera, pois os dedos ou o lápis “patinam” sobre a
folha. Normalmente são crianças objetivas, que não gostam e conversas
muito longas.
 Espessura grossa: Dão conforto, procura de mimo ou afago, ou
talvez uma criança acomodada, preguiçosa
 Espessura fina: Sensibilidade, emoção, romantismo

Orientação espacial
Ao desenhar a criança pode utilizar qualquer espaço d folha, superior, inferior, a
esquerda, a direito, ao centro ou a folha toda.
A- Superior: Representa a cabeça, imaginação, curiosidade, intelecto,
desejo de descobrir coisas novas
B- Inferior: Necessidades físicas, materiais
C- Centro: Momento atual, aberta ao que ocorre ao seu redor, não vive
ansiedades e tensões, relacionado à criança
D- Esquerda: Pensamentos relativos ao passado, inibição, controle
emocional
E- Direita: Pensamentos relativos ao futuro, extroversão, procure de
satisfação imediata, criança visionária

Figura: Posição do desenho na folha

A-SUPERIOR

D- ESQUERDA C- CENTRO E- DIREITA

PASSADO PRESENTE FUTURO

B- INFERIOR

Fonte: Elaborado pela autora

 Para fora do papel: Debilidade mental, fraco índice de sociabilização


 Muito ao canto: fuga ou desajuste do ambiente

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 Canto direito: comportamento mais controlador, mais racional, prefere a
satisfação intelectual, que emocional
 Canto esquerdo: Comportamento mais impulsivo, procura satisfação
imediata
 Metade para cima: Fantasia
 Metade para baixo: Insegura, estado depressivo

Dimensões, traços, pressão, formas, linhas e traços


DIMENSÕES
 Quando o desenho é muito grande: Pode ter uma interpretação favorável
de desfavorável. Normalmente demonstra certa segurança, afirmando-se.
Mas pode se referir também a um desenho de compensação (por
acreditar que não tem uma atenção que gostaria).
 As cores, nesse caso, fazem toda a diferença!

Segurança Compensação
Tons suaves de azul, verde Vermelho, laranja, amarelo
Comportamento adequado Criança exigente, quer chamar a
atenção

 Quando o desenho é muito pequeno: Crianças que se conformam


com “aquele pouco espaço”, necessidade menor de se afirmarem

TRAÇOS
Transmitem informações sobre o espírito da criança, rapidez, rebeldia,
tranquilidade.
 Traço contínuo: desliza sobre o papel sem interrupção, linhas
precisas que expressam espírito dócil, em harmonia. Criança que respeita
seu ambiente, busca o bem-estar físico
 Traço manchado ou cortado: Oposto ao contínuo. A criança
começa, para e recomeça (movimento inicial impulsivo, para, pois
percebe que não era aquilo e depois recomeça na direção desejada).
Indecisão em relação as mudanças, uma instabilidade.
 Traço obliquo: Um traço lançado ao céu, como um foguete. A
criança sabe o que está fazendo, o que decidirá esse traço será pressão
(quanto maior, mais raiva). Se for normal, simboliza a criança
descarregando sua energia de forma agradável e harmônica
 Pressão no papel: Ao realizar um traço, a criança pode fazê-lo com
força ou bem fraquinho. Boa pressão, simboliza vontade e entusiasmo ao
desenhar. Quanto mais forte, mostra mais agressividade e já uma pressão
superficial, mostra-se distante, sem convicção ou cansaço físico

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 Pouca pressão: Baixo nível de energia, sentimento de inadequação
 Muita pressão: Tensão, agressividade, pessoa com epilepsia
 Trêmulos: insegurança

FORMAS
Dentro de seu traçado podem existir formas e não só linhas. As formas são
interpretadas universalmente.

 Desenhos com círculos: Simbolizam ciclos, renovação, criança que


trabalha com o que já vive e conhece. Gosta de fazer as mesmas coisas,
mas de formas diferentes. Traços arredondados, grossos e amplos
mostram preguiça, desmotivação, pode ser por cansaço, mas também
podem não ser.
 Desenhos com quadrados: Traços mas rígidos, determinação, são
decididos. Estão mais presentes em desenhos de crianças que precisam
gastar energia, se movimentar, se esses movimentos são mais bruscos,
normalmente são de crianças que não mudam de opinião e são mais
competitivas.
 Desenhos com triângulos: Ligados ao conhecimento. Crianças que
desenham muitos triângulos com o vértice para cima são mais sensíveis,
intuitivas, criativas, tranquilas, porém curiosas. Já as que desenham com
vértice para baixo, também buscam conhecimento, mas são de uma
índole mais física e material, são mais pragmáticas.

Cores
A maior parte dos desenhos que vemos das crianças são coloridos, apesar de
algumas não gostarem de colorir, somente de desenhar com lápis nº 2
(desenhos acromáticos)
Essas cores muitas vezes auxiliam na interpretação, mostrando um todo, desses
desenhos, com pontos negativos ou positivos.
As vezes uma cor colocada em uma folha de papel não mostra nenhum
desequilíbrio na criança, o importante ao olhar o desenho é ver que informações,
que mensagem, as pistas que a criança nos transmite.

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COR SIGNIFICADO
VERMELHO: Primeira cor que a criança distingue. Mostra
energia, representa “sangue” (vida), mas também
agressividade, necessidade em chamar a atenção.
Representa as tendências emocionais fortes, rápidas e
bruscas, desejos e necessidades facilmente excitáveis com
demanda imediata, comportamento infantil destituído de
autocrítica.
VERMELHO + PRETO = Preto bloqueia o vermelho
(criança que normalmente é tranquila, um dia (ansiedade ou
angústia) explode, ou melancolia
AMARELO: Conhecimento, curiosidade, alegria,
vivacidade, generosidade, extroversão, otimismo, vão atrás
de suas metas. Traduz a força do dinamismo pessoal,
indica a presença de aspirações precisas e bem
desenvolvidas e tendência a intolerância. Em excesso,
mostra-se exigente consigo mesma
LARANJA: VERMELHO + AMARELO, Pode representar
extroversão de natureza mais temperamental, sensibilidade
pronunciada e calorosa, alegria, gostam de novidade, de
realizar coisas rapidamente, espírito de equipe (líder),
gostam de jogos em equipe, gostam de ser valorizados,
mas que não exijam concentração, são rápidas e
precipitadas
AZUL: Última cor que a criança distingue. Mostra paz,
tranquilidade, harmonia, denota forças reguladoras da
afetividade. Em demasia, mostra introversão, quer
caminhar no seu ritmo, normalmente tem poucos amigos.
Obs.: Se a criança for hiperativa, não é recomendado a
pintura do quarto de azul, pois é uma cor oposta a suas
necessidades e não se sentirá bem com ela. O verde
também acalma
VERDE: AMARELO + AZUL, representa a natureza,
curiosidade, conhecimento, bem-estar, mostra maturidade.
É sensível, intuitiva, indica sensibilidade e capacidade de
contato. Se usa mal o verde em seus desenhos, se sente
inferior aos demais
PRETO ou NEGRO: Cor mal interpretada, mas representa
o inconsciente, pois na maior parte do tempo queremos algo
segura, visível. Simboliza a confiança em si mesma, se
adapta com facilidade
PRETO + AZUL + depressiva, com tendência a sentir-se
derrotada.
O lado negativo é dissimular pensamentos para
autoproteção.
ROSA: VERMELHO + BRANCO, o branco diminui a
energia do vermelho trazendo suavidade e ternura, gosta
de coisas agradáveis e fáceis.
Positivo: Adaptável e de fácil contato

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Negativo: Vulnerável diante de situações não tão
agradáveis

MALVA ou ROXO: AZUL + VERMELHO, se distingue das


demais tanto por atitude, quanto por comportamento.
Alterna períodos de introversão e extroversão. Sentimentos
mais bruscos, não lapidados. Mobilidade e agitação interior.
MARROM: Relacionada ao elemento terra, estabilidade e
estrutura (estrutura do ego). Aprecia segurança, bons
hábitos alimentares, conforto. Quando a cor está ligada ao
contexto mostra uma criança estável e minuciosa, paciente.
Prefere o que tem a novidade, gosta de colecionar.
Obstinação, teimosia, perseverança.
CINZA: NEGRO + BRANCO, criança que usa essa cor em
demasia, oscila entre o conhecimento e o desconhecido.
Período de transição entre o passado e o futuro, é inseguro
e influenciável, tendência a remoer frustrações do passado.
Indica neutralidade afetiva, prudência e discrição.
BRANCO: Cor não muito usada, cor que purifica e
neutraliza, elimina elementos do passado, seu lado positivo
é relacionado com o infinitivo, o não temporal, em excesso,
significa que não aceita imposições
Fonte: Elaborado pela autora, baseado na obra de BÉDARD, pg. 29 a 36 (1998)

Fatores que podem influenciar a escolha das cores:


Idade:
 Vermelho: Uso frequente pelas crianças e raro nas pinturas iniciais de
adultos
 Verde: Pouco apreciada por crianças pequenas, preferida por crianças
entre 9 e 11 anos

Os desenhos e as estações do ano


De acordo com BÈDARD (1998), as estações do ano também podem influenciar
no desenho infantil.
 Inverno: Mostra que quer paz e harmonia. Se há neve que cobre o
desenho, pode simbolizar experiências que não quer que sejam vistas.
 Primavera: Esperança, renovação, criança que lembra de promessas
feitas a ela, mostra atenção, questiona mais, parece intuitiva, mas na
realidade quer que adivinhem suas vontades
 Verão: Desenha mais flores e pássaros, vive no momento presente, está
satisfeita com seu ambiente. Ou mostra que em sua própria história os
sonhos podem se tornar realidade.

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 Outono: Simboliza a conclusão de uma etapa. Mostra o qual produtiva foi
e que agora precisa de descanso, vive num ritmo mais lento, indicando a
finalização desse evento ou momento.

Figura: Mostra as diferentes formas de traços e cores, em relação ao desenho e as estações do ano

Fonte: polilaqualidade.blogspot.com

Outros materiais que também são usados para se fazer desenho ou auxiliá-
los
O lápis e o papel são os principais instrumentos quando se fala em desenho,
mas existem outros materiais que também estão presentes em um desenho, ou
para desenhar ou para auxiliar nesse processo de estimulação da criatividade.
Os materiais sempre deverão ajustar-se as necessidades da criança.
Durante a fase da garatuja, por exemplo, a criança deve utilizar materiais em que
elas experimentem as sensações e estimulem a livre expressão. Argila,
massinha de modelar, materiais com diferentes texturas, cores e formas,
intensificam essas sensações corporais. Lembrando que o lápis de madeira
ainda não é um material apropriado para crianças muito pequenas.
Quanto menor a criança, maior deve ser o papel e o giz de cera grosso é o mais
adequado.

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DESENHO:
Utilize papeis diversos e lápis de acordo com as idades. Pode ser giz de cera
(grosso, triangular, tradicional), giz de quadro (branco ou colorido), lápis de cor
jumbo ou tradicional. Quando nos referimos ao desenho infantil, normalmente
não oferecemos canetinha hidrocor as crianças, mas não é vedado, porém
sempre as crianças maiores, não as pequenas. Podemos entregar materiais
para adicionarem aos desenhos, como folhas de árvores, recortes, barbantes, e
ela construirá o próprio trabalho.
PINTURA:
Outra forma que podemos utilizar para produzir os desenhos:
Papeis diversos, tinta guache, pintura a dedo, com pincel, soprada (com
canudos), esponjado
Figura: Tinta

Fonte: www.tintasvalle.com.br

MODELAGEM
Forma de arte para auxiliar estimulação da criatividade. Materiais utilizados são
as argilas, barro, massinha de modelar, massinha de areia, areia.
Figura: Massinha de modelar Figura: Argila

Fonte:lunetas.com.br Fonte: artesanato.culturamix.com

Repetição do mesmo tema ou a diversidade de temas

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As crianças ao desenharem fazem ilustrações diversas, porém algumas repetem
sempre o mesmo tema, enquanto outras nunca desenham na mesma linha de
pensamento.
 Desenhos com repetição do mesmo tema: Em relação a muitos estudos
e pesquisas e de acordo com BÉDARD (1998), alguns pontos devem ser
observados em relação a esses desenhos, como por exemplo, as vezes
a criança foi elogiada por um certo desenho, e por ser insegura, acha que
deve desenhar sempre aquele mesmo desenho para que sempre seja
bem vista (necessita de uma aceitação). Já para outras crianças, é
interessante reproduzir vivências e emoções agradáveis, ou o contrário,
não aceita ou se frustra com algo ou alguma situação e repete o desenho
como uma forma de pedir ajuda.
 Diversidade de temas: Ao contrário de quem desenha sempre o mesmo
tema, temos crianças que se perdem nas diversidades de tipos de
desenhos. Esse tipo de desenho dificulta a análise, pois não se tem uma
relação entre eles. A maior parte desses desenhos são de crianças que
são influenciadas pelo ambiente ou pelas pessoas que vivem nesse
ambiente, normalmente há uma instabilidade no humor.
Devemos ter cuidado ao interpretar um desenho, pois pode ser que um desenho
venha com traços inesperados, pode ser algo isolado, mas ao mesmo tempo
deve ser observado, se após algumas sessões haja continuidade nesse
desenho, ele deve ser investigado.

OUTROS FATORES IMPORTANTES


 Sempre olhar o verso da folha: Em alguns casos, algumas crianças
desenham algo que esqueceram, ou que não coube. Porém pode ser uma
forma de chamar a atenção para algo ou alguém ou desenham algo
consciente que querem que sabia sem que conte conscientemente. Ex.:
Desenhar os membros da família e deixar um de fora (do outro lado da
folha, isolado).
 Originalidade: Os desenhos originais, as vezes são mal vistos pelos
adultos, como absurdos ou que a criança não vive na realidade. Ex.: Uma
árvore que as folhas são peixes. Como já mencionado algumas vezes,
tudo deve ser analisado.
Essa criança vive no mundo real ou num mundo a parte?
Essa criança é criativa e cria histórias com contextos, início, meio e fim?
Ela tem possui suas próprias opiniões de forma lógica?
 Transparências: Desenhos em as crianças desenham o interior
como se fosse algo transparente, um vidro, como por exemplo, mostra o
interior de uma casa, uma pessoas com seus órgãos a mostra, indicam
duas coisas: 1- Inteligência e intuição, a criança vê além, a frente que o
aparente ou, 2- Inclinadas a mentira, escondem pensamentos e
sentimentos

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Figuras: Desenhos com transparência

Fonte: rocioodi.blogspot.com Fonte: rodadeinfancia.blogspot.com

Desenvolvimento infantil
De acordo com RAPPAPORT (1981), são as mudanças físicas, psicológicas e
cognitivas que ocorrem no decorrer da vida da criança, explicando como e
porque acontecem alguns comportamentos e como eles emergem para
adolescência e a vida adulta.
Dessa forma, o desenvolvimento não é algo isolado, ele está atrelado a cada
função cerebral, seja ela cognitiva, conativa, motora, onde uma precisa da outra
para que o indivíduo se desenvolva de forma global.
Abaixo estão listados fases ou estágios, cognitivo de Jean Piaget, psicossexual
de Freud, psicomotor, da linguagem de do grafismo, para que se possa observar
a relação entre eles, entre a idade, entre o comportamento e como nos mostra
como o desenvolvimento acontece.

Estágios do desenvolvimento de Jean Piaget


Idade Desenvolvimento Cognitivo- Jean Piaget
0 a 02 anos Estágio Sensório-Motor
- Movimentos reflexos
- Egocentrismo
- O mundo é uma extensão da criança
02 a 06 anos Estágio Pré- Operatório
- Desenvolvimento da linguagem
- Fantasia, curiosidade, criatividade
- Funciona intuitivamente, não logicamente
- Desenvolve formas iniciais de raciocínio e
classificação
07 a 12 anos Estágio das Operações concretas
- Realiza várias operações mentais complexas, além
da adição e subtração
- Desenvolvimento do pensamento lógico sobre
coisas concretas

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- Compreensão das relações entre as coisas,
capacidade de classificar
12 anos em diante Estágio das operações formais
- Produção crítica
- Pensa sobre ideias e não só sobre o concreto

Estágios psicossexuais de Freud


Idade Desenvolvimento psicossexual- Freud
1º ano de vida Fase Oral
- Energia da libido está centralizada na zona
bucolabial
- Sugar
- Colocar objetos na boca
- Morde
- Erupção dos dentes
- Conflito: Desmame
2º ano de vida Fase Anal
- Energia localizada na região anal
- Controle dos esfincteriano
- Torna-se capaz de controlar a eliminação fecal
- Conflito: Treino a toalete
04 a 07 anos Fase Fálica
- Satisfação muda-se da região anal para a genital
- Conflito: Complexo de Édipo/ Eléctra, ansiedade
de castração

07 a 12 anos Fase de Latência


- Resolução do Complexo de Édipo
- Repressão temporária dos interesses sexuais
- O prazer deriva do mundo externo, da curiosidade,
do conhecimento
12 anos em diante Fase genital
Prazer deriva a partir dos genitais

Psicomotricidade
Idade Desenvolvimento Psicomotor
0 a 06 meses - Hipotonia da coluna
- Hipertonia dos membros
- Reflexo de preensão
- Controle motor
- Sustenta a cabeça e membros
06 a 12 - Arrasta
meses - Senta-se
- Engatinha
- Hipertonia da coluna
- Preensão cúbito palmar

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- Preensão ou garra
01 a 02 anos - Anda aparado
- Sobe escadas com apoio
- Corre com dificuldade de equilíbrio
- Preensão fina
02 a 03 anos - Sobe escadas com apoio
- Salta com os dois pés
03 a 05 anos - Sobe escadas alternando os pés
- Salta num pé só
- Dominância lateral
- Aparecimento do sentido de posição e das direções no
corpo
- Automatismo postural integrado
05 a 07 anos - Aperfeiçoamento da coordenação geral
-Domina bicicleta
- Aperfeiçoamento perceptivo-motor
- Aperfeiçoamento da motricidade fina
08 a 10 anos - Valorização de fatores de execução e controle do
movimento
- Jogos de orientação
10 a 13 anos - Domínio da atividade motora
- Conscientização corporal
- Automação dos movimentos aprendidos
- Capacidade de inibição voluntária

Desenvolvimento da linguagem
Idade Desenvolvimento da Linguagem
0 a 6 meses 0 a 2 meses
- Grito, choro ao nascer
2 a 3 meses
- Conhece e utiliza os sons que o ser humano emite
4 a 5 meses
- Sons guturais. Ex.: som de sucção que o bebê faz ao
mamar
- Balbucio, emissão de algumas sílabas repetidas
6 a 12 meses Período pré-linguístico
6 a 10 meses
- Lalações (emitem sons ainda incompreensíveis)
- Início da compreensão de palavras simples. Ex.: papai,
mamãe
Período linguístico
10 12 meses
- Usa gestos significativos. Ex.: Dá tchau
- Primeiras palavras faladas
1 a 2 anos Fase da dominação
12 a 15 meses
- Pode nomear imagens
- Associa duas palavras

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- Usa frases sem verbos. Ex.: mamãe, bola!
- Reconhece o próprio nome
- Compreende ordens simples. Ex.: Venha cá
- Usa linguagem incompreensível com quem não
conhece
- Repete palavras
- Vocaliza bastante
15 a 16 meses
- Começa a usar verbos
- Entoa cantigas
16 a 21 meses
- Utiliza eu, meu, minha
- Começa a fazer perguntas
- Já tem um vocabulário com mis de 20 palavras
- Gosta de ouvir histórias
- Obedece ordens simples
2 a 3 anos Linguagem Estruturada
- 50% de seu repertório já é compreendido
- Enriquecimento do vocabulário
- Já constrói frases com quatro palavras
3 a 5 anos - Frases interrogativas e negativas
- Tem conversa complicada pra se explicar
- já entende alguns conceitos
- Aparecimento da função simbólica
- Estruturação espacial temporal dos acontecimentos
- Escuta, observa e armazena
5 a 7 anos - Faz pequenas narrativas
- Percebe proposições (sentenças que expressam um
pensamento, através de palavras)
- Aprende a ler
- Fala sem a articulação infantil
8 a 9 anos - Estrutura lógica da linguagem
- Coordenação das funções para formar sistemas mais
coerentes e reversíveis
- Aprendizagens automatizadas
- Interesse pela leitura
10 a 13 anos - Aperfeiçoamento semântico (significado e interpretação
das palavras)

Desenvolvimento do grafismo infantil

Idade Desenvolvimento do Grafismo


0 a 12 meses Não desenha
18 meses Fase das Garatujas
- Traços desordenados, feitos ao acaso
1º etapa:
- Rabiscos desordenados

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- Não há controle motor
2ª etapa:
- Rabiscos controlados
- Aquisição do controle viso-motor
3ª etapa: (2 anos)
- Rabiscos circulares
- Movimentos mais complexos
- Forma de circuitos entrelaçados (novelo frouxo)
4ª etapa: (3 anos)
- O desenho ainda não é reconhecível, mas a criança
sabe contar o que desenhou
- Ligação dos movimentos e das formas com o
mundo a sua volta

04 anos Estágio Pré-esquemático


- Tentativas de representação
1ª etapa:
- Primeiras figuras reconhecíveis, que surgem das
células
- Inicio da compreensão gráfica
-Em geral, os primeiros símbolos são a figura
humana, animais
- das células saem olhos, bocas, não
necessariamente dentro da célula e nem em seus
lugares, braços e pernas pendurados
- Não há relação de proporção
- Início da relação desenho- realidade
2ª etapa:
- Figuras soltas (5 anos)
- Desenham-se muitos elementos no mesmo espaço,
as figuras flutuam, não há limites
- Não se limita ao que vê, e sim, ao que sabe
(transparências), pode ainda não relacionar a cor
usual ao objeto
- Das pernas e braços pendurados, surgem as
escadinhas

06 a 09 anos Estágio Esquemático


- Ordenação do espaço, linha de base como apoio
- Relaciona cor com o real

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- Evolução da relação de espaço
- Conquista de conceito (forma e espaço)
- Ordena os objetos com esse espaço
- Poucos detalhes (cenas simples) - aos poucos os
espaços são enriquecidos com mais detalhes

09 a 12 anos Estágio de realismo


- Consciência visual desenvolvida
- Não faz mais exageros ou omissões
- Desenhos mais complexos

Quando se fala de estágios, existem variações de autores. Abaixo seguem


algumas delas:
Os 4 estágios de Luquet:
 Realismo fortuito: Inicia por volta dos 2 anos e finaliza o período do
rabisco. A criança começa a realizar traçados ocasionas que dão origem
a suas representações e passa a nomear seu desenho
 Realismo fracassado: Entre 3 e 4 anos, começa a distinguir a
forma-objeto e tenta reproduzi-la.
 Realismo intelectual: Fase maior, vai dos 4 aos 10-12 anos. Onde
a criança desenha não o que vê, mas aquilo que sabe
 Realismo visual: Por volta dos 12 anos, há um “empobrecimento”
do grafismo, pois se junta as questões adultas.
Os 3 estágios do rabisco de Marthe Berson:
 Vegetativo motor: Inicia por volta dos 18 meses, são traçados
arredondados e alongados, o lápis não sai da folha.
 Representativo: Entre 2 e 3 anos, aparecimento de formas isoladas, já os
traços podem ser contínuos e descontínuos
 Comunicativo: Entre 3 e 4 anos, a criança quer se comunicar, quer
reproduzir a escrita adulta.
5 estágios de Piaget:
 Garatuja: Sensório-motor (0 a 2 anos) + Pré-operacional (2 a 7 anos),
figura humana inexistente, mas aparece em forma de rabisco, a cor ainda
não é o mais importante. Está dividida em: Desordenada – O movimento
é amplo e desordenado, uma tentativa de imitação, um exercício para a
criança e Ordenada – Agora os movimentos já são circulares,

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longitudinais, já existe a coordenação viso-motora, exploração do traçado,
início do jogo simbólico (já existe uma representação), a figura humana
acontece de forma imaginária, aparecem sóis, radiais, mandalas.
 Pré-esquemático: Está dentro do estágio pré-operatório, os desenhos
ainda estão dispersos na folha, surgem os vínculos emocionais, em
relação as cores não há uma obrigatoriedade com a realidade, mas são
utilizadas de forma aleatória.
 Esquematismo: Estágio das operações concretas (7 a 10 anos). Já são
desenhadas as linhas de base inferior e superior, mas ainda há exageros,
negligências e omissões. Início da relação cor – objeto.
 Realismo: Ainda nas operações concretas. Há uma consciência maior do
sexo, autocrítica, aparecimento de formas geométricas, mais rigidez e
formalismo, roupas para diferenciar o sexo, cores reais aos objetos e
coisas, enfoque nas emoções, existência de regras.
 Psedo-naturalismo: Operações abstratas (10 anos em diante. Fim da arte
espontânea e início do autoconhecimento (personalidade). O desenho já
mostra a realidade e a subjetividade, há profundidade e relação com as
experiências emocionais. Características mais aparentes nas figuras
humanas.
Estágios vistos de forma geral:
 De 1 a 3 anos: Garatujas, rabiscos sem controle motor, não há limites no
papel, mexe o corpo para desenhar, linhas longitudinais, que vão sendo
trabalhadas de forma pendular até fecharem e formarem círculos, são
soltas na folha.
 De 3 a 4 anos: Início de temas com paisagens, variação do uso das cores,
figuras humanas além das células ganham detalhes (cabelos, rostos...),
apesar de temas as figuras são soltas, antropomorfização (características
humanas aos elementos da natureza)
 De 5 a 6 anos: Já iniciam roteiros com início, meio e fim, os desenhos
começam a ter cenas simples, as histórias ainda são fantasiosas.
 De 7 a 8 anos: Início da noção de distância, criança já cria uma cena com
mais detalhes.

Surgimento da figura humana

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Fonte: tempodecrescertempodeaprender.blogspot.com

O surgimento da figura humana mostra o conhecimento que a criança tem de si


mesma, uma forma de linguagem e expressão. Mostra como ele enxerga sua
evolução.
 3 anos: Início dos rabiscos circulares, uma tentativa de representação,
surgimento da célula, brações e pernas pendurados
 4 anos: Das células saem boca, olhos, mas não necessariamente dentro
da célula, braços e pernas continuam pendurados
 5 anos: Figuras soltas, que flutuam na folha, os brações e pernas
pendurados se transformam em escadinhas que correspondem as
costelas e a continuidade das pernas
 6 a 9 anos: Figura completa, mas com poucos detalhes
 10 a 12 anos: Figura completa, agora com mais detalhes
Sobre os elementos dentro do desenho: A casa, a chaminé, a janela, o sol,
a lua, as estrelas, as nuvens, a chuva, os animais, veículos, barcos, ...
Crianças irão desenhar coisas lindas e inacreditáveis, mas existem desenhos
que sempre passarão do lápis para o papel por uma criança.
CASA
A casa é um dos primeiros desenhos feito pela criança. Pois ele transmite
segurança, convívio, mostra o tamanho da abertura que a criança dá ao mundo
ao seu redor.
Cada desenho de casa representa a vida de cada criança, se engana quem acha
que todos os desenhos de casa infantis são iguais.
Observemos alguns elementos da casa que fazem diferença no desenho feito
por uma criança.
 Portas: Pequena, mostra que a criança tem dificuldade em chamar
o outro para sua casa, é seletiva (até com amigos e parentes). Já porta
muito grande, é ela dando as boas-vindas. Não esquecendo que ela
precisa de outros elementos que a auxiliam nessa abertura, essa porta
possui maçaneta? Em que lado está essa maçaneta. Ao centro, pouco

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vista, criança que procura por uma independência, autonomia, se estiver
à esquerda, pensamentos ligados ao passado (para obter confiança no
futuro), não gosta muito de mudanças, prefere crianças menores, não
quer crescer. Já à direita, mostra que a criança quer mudar, por isso tem
dificuldade de firmar-se no tempo presente.
 Janelas: Quanto mais janelas, mais curiosa a criança é. BÈDARD
afirma que, “Observa-se através da janela, porém, entra-se pela porta”
(1998, pg. 43). Janelas pequenas tem curiosidade, porém, é introvertida,
discreta, e normalmente não as desenha em grandes quantidades. Já as
janelas grandes, mostram uma grande curiosidade pela vida, deseja
sempre saber mais, ir além
 Chaminé: Vemos menos nos desenhos de hoje em dia, na
realidade, quando peço a uma para desenhar uma casa percebo mais são
as antenas e menos chaminés. Quando pensamos em nosso país, a
chaminé não faz parte da arquitetura que a criança conhece, ela as vê em
desenhos animados, em filmes (principalmente os de Natal!), nas
historinhas clássicas (os três porquinhos) e em desenhos vindos de outras
gerações. Em muitos desenhos, mesmo conhecendo, não as desenharão,
e quando as desenham, em algumas não saem fumaça. Lembremos
sempre que a chaminé não é considerada obrigatória, mas o que
representa quando as crianças as inserem em seus desenhos? O grau de
emoção do ambiente vivido pela criança. Por exemplo, um traça simples,
mostra uma influência favorável. Já a fumaça densa e escura é
desfavorável, um traço muito fino pode ser desfavorável (que o fogo
apagou) ou favorável (que o fogo acabe de se reacender)
Ao interpretar, lado esquerdo refere-se ao passado, enquanto o lado
direito, refere-se ao futuro. Quanto mais legre for o desenho, harmonia
entre cores, proporções, simboliza que o ambiente familiar é saudável. Já
desenhos com cores fracas, falta de elementos importantes, fumaça
suave e fraca, mostra que o ambiente familiar não anda bem.

ELEMENTOS AO REDOR DA CASA


 Sol: Antigamente, representava o pai. Mas agora é visto de uma forma
diferente. Se desenhado do lado esquerdo, representa o passado e
vínculo com a mãe. Já do lado direito, representa a percepção que a
criança tem do pai. Ao centro, representa a própria criança.
 Lua: Já está vinculado a mãe (representa doçura, adaptação, intuição) e
normalmente a desenha do lado esquerdo. Já a lua a direita, pai
imaginativo, com talentos artísticos. Uma criança sonhadora, desenha
uma lua ao centro, normalmente cheia.
 Estrelas: Parecido com a simbologia da flor (que veremos a frente).
Crianças que desenham estrelas vivem no presente. Relativo a desejos,
que podem se transformar em realidade

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 Nuvem: Normalmente indicam mau tempo, mas também demonstram
regeneração, simboliza sensibilidade ao ambiente paterno, entende que
a vida tem momentos bons e ruins. A cor é que entoará a interpretação
(brancas ou azuis, bom tempo, cinza ou negra, a chuva vai chegar!!)
 Chuva: Fecunda, limpa, purifica, mas também pode devastar. Alguns
interpretam como lágrimas das crianças.
 Arco-íris: Demonstra paz e harmonia, proteção, a curvatura simboliza
flexibilidade. Arco-íris em demasia, pode significar que a criança já viveu
muitos momentos de tormenta. Um elemento importante, normalmente
estão nos desenhos das crianças, representa o emocional + físico +
intelectual.
 Árvore: A interpretação, de acordo com BÈDARD (1998), está relacionada
a três partes: base e as raízes, a altura e a espessura do tronco e os
ramos e folhagem. O tronco nos sobre a energia física da criança. A altura
do tronco simboliza a atitude e comportamento em relação do mundo
exterior. Ramos e folhas falam sobre a criatividade e imaginação.
Folhagem em abundância revelam muitas ideias e projetos. Árvores
enraizadas demonstram força, pois puxam muita energia da terra.
 Flores: simboliza o amor, criança deseja agradar (em demasia, pode
indicar falta de segurança)
 Montanhas: Indica estabilidade, mas também metas e sonhos. A
esquerda estabilidade adquirida, a direita, a estabilidade que deseja
adquirir, já ao centro, desejo que sua meta se concretize agora. É
importante observar o contexto do desenho, pois podem haver outros
elementos junto a montanha e eles se relacionarão a história da criança.
 Animais: Desenhos constantes com animais simbolizam a necessidade
em comunicar-se com algo. Animais domésticos (Companhia,
tranquilidade), cavalos (ambição), pássaro (curiosidade e alegria, desejo
de realizar várias coisas ao mesmo tempo), água e peixes (felicidade,
mesmo estando só ou em grupo). O desenho monstros, quer impressionar
ou influenciar, não devemos nos preocupar se não houver relação com a
idade em crianças tem medo ou algo relacionado ao assunto.
 Veículos: Bicicletas, ônibus, carro, avião, barcos, indicam atitudes sociais.
Carros mostram a relação com as regras. Já os ônibus, simbolizam que a
criança não gosta de sentir-se isolada. Avião, voa sempre mais alto. Já a
bicicleta nos mostra um ritmo mais pausado. O barco, indica grande
capacidade de adaptação, porém precisa-se observar o porte da
embarcação.

Vamos praticar?
Agora que já conhecem alguns elementos e seus significados iremos observar
alguns desenhos e tentar decifrá-los. Lembre-se, isso é apenas um exercício
para praticar, pois para tirarmos algumas conclusões é importante ver a criança
realizando o desenho, conhecer sua história de vida.

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Fonte: donacharmosa.blogspot.com

Fonte: jardinsinfanciaaeaugustolouro.blogspot.com

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Fonte: pt.dreamstime.com

Como fazer a aplicação do desenho


 Respeite a livre expressão da criança (não dê modelos prontos)
 Valorize o desenho da criança
 Forneça material adequado
 O aplicador deve dar apoio, sem dar ajuda
 Deve dar o comando de forma clara e objetiva do que deseja da
criança
 Normalmente o desenho deve ser realizado dentro do horário de
aula ou da sessão, porém não se deve apressar a criança para finalizar o
desenho, para que não haja prejuízo de informações

Como fazer o inquérito do desenho


 Após a atividade concluída, deve-se realizar o inquérito, uma conversa,
sobre o desenho.
 Use palavras adequadas para fazer um comentário ou perguntas sobre o
desenho
O que você desenhou?
Nunca pergunte diretamente a criança o que ela fez: O que é isso?

Conte-me sobre o seu desenho

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Pergunte sempre de forma adequada, que deixe a criança a vontade e sinta que
você se interessa pelo que ela fez
 Um desenho isolado, não lhe trará respostas. Peça que a criança faça
outros desenhos em momentos diferentes
 Observar se a linguagem foi espontânea ou provocada
 Os desenhos devem ter o nome da criança e a data que foi realizado no
canto da folha ou no verso, para possa realizar a comparação dentro do
período cronológico correto
 Sempre redigir o comentário, da forma como a criança contou
 A interpretação do desenho é um complemento e deve estar integrado a
outras atividades da criança

Como fazer a análise


Após o desenho ou desenhos concluídos, devem ser juntados a anamnese,
história de vida da criança, anotações dos desenhos e aí sim, a realização da
interpretação. Pois, algo no desenho interpretado isoladamente, pode ser uma
interpretação incorreta.

Técnicas projetivas, um olhar psicopedagógico


As técnicas projetivas, de acordo com VISCA (2008), tem como objetivo observar
os vínculos que a criança estabelece dentro do grupo familiar, escolar e com ela
mesma.
Já Sara Paim (1992, apud SAMPAIO 2018), analisa o desenho ou a história do
desenho como “a capacidade do pensamento para construir uma organização
coerente e harmoniosa e elaborar a emoção”
Para VISCA (2008), a interpretação deve ser realizada de forma individual, pois
cada traço, cada cor e cada vivência são únicas. Por isso, é necessário que
sejam aplicadas somente aquelas as provas que auxiliem dentro do que foi
observado até o momento, não há necessidade de aplicação de todas em
conjunto.
Abaixo seguem como Visca organizou a seleção dessas provas projetivas.
 Vínculo escolar: Par educativo, eu com meus companheiros, a planta da sala
de aula
 Vínculo familiar: A planta da minha casa, os quatro momentos do dia, família
educativa
 Vínculo consigo mesmo: O dia do meu aniversário, minhas férias, fazendo
aquilo que mais gosta, o desenho em episódios
Observações que devem ser feitas nas técnicas projetivas:

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 Tamanho do desenho: Muito grande ou muito pequeno (pode indicar vínculo
inadequado)
 Tamanho dos personagens:
 Se o sujeito está presente na cena
 Há alguém que deveria estar na cena e não está
 Distanciamento dos personagens
 Precisa ou não de borracha e como a usa
 Desenha pés e mãos (pode indicar dificuldade de relacionamento, dificuldade
na busca do conhecimento)
 Ausência de boca, olhos, orelhas (poder estar relacionado ao falar, ouvir,
prestar atenção)
 Se o desenho foi realizado conforme ao que foi solicitado (se há uma boa
compreensão)
 Se há recusa ao desenhar ou escrever
 Relação do desenho na folha

Figura: Posição do desenho da criança na folha


Superior esquerda Superior Superior direita
(exigente regressivo) (exigente) (exigente progressivo)

Esquerda Central Direita


(regressivo) (equilibrado) (progressivo)

Inferior esquerda Inferior Inferior direita


(impulsivo regressivo) (impulsivo) (impulsivo progressivo)

Fonte: Elaborado pela autora, baseado na obra de VISCA,2008, pg. 23

 Os desenhos devem ser analisados num todo, dentro de um contexto e


não de forma isolada
 Se a criança já for alfabetizada, pode solicitar que ela escreva sobre o
desenho que fez (assim já se observa a escrita, ortografia, grafia)
 Se ela não quiser escrever, não é necessário fazê-lo
 Se acriança quiser escrever, pode-se solicitar que coloque um título para
o desenho/ história (perceber se há relação entre o desenho e o título e
se é um título muito simples ou elaborado)

Par educativo
Nome Idade Vínculo Autor objetivo
Par 6 a 7 Escolar Malvina Oris e Explorar os vínculos
Educativo anos Maria Luisa S. de aprendizagem
de Ocampo

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Solicitar a criança: Desenhe para mim uma pessoa que ensina e uma pessoa
que aprende
Perguntas que devem ser feitas após o desenho pronto:
 Qual o nome dessas pessoas?
 Qual a idade delas?
 Conte-me sobre seu desenho, o que está se passando nele?
 Qual título você daria a ele?
 Gostaria que escrevesse algo sobre ele para mim
 Outras perguntas que achar conveniente, de acordo com o desenho
Analisar: baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Tamanho do desenho
 Tamanho dos personagens
 Tamanho dos objetos
 Posição dos personagens
 Distância entre os personagens
 Contextualização
 Local da cena

Fonte: blog.psiqueasy.com.br

Eu com meus companheiros


Nome Idade Vínculo Autor objetivo
Eu e meus 7 a 8 Escolar Sara Bozzo de Investigar o vínculo
companheiros anos Shettini com os colegas de
classe

Como realizar:

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Solicitar a criança: Eu gostaria que você se desenhasse com seus colegas de
sala
Perguntas que devem ser feitas após o desenho pronto:
 O que pode me dizer a respeito de seus colegas?
 Pode me falar sobre cada um deles?
 Quem é você nesse desenho?
 Como cada um se chama? Você sabe a idade de cada um?
 Gostaria que escrevesse algo sobre seu desenho para mim
 Outras perguntas que achar conveniente, de acordo com o desenho
Analisar: baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Tamanho do desenho
 Tamanho dos personagens principal
 Tamanho dos demais personagens
 Posição dos personagens
 Inclusão do professor
 Inclusão de uma pessoa que é fora desse grupo
 Comentário sobre os companheiros

Fonte: albertinopsicopedagogo.blogspot.com

A planta da sala de aula


Nome Idade Vínculo Autor objetivo
Par 8 a 9 Escolar Desconhecido Explorar a
Educativo anos representação da sala
de aula e sua posição
real e desejada

Como realizar:

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Solicitar a criança que desenhe a sala de aula como se estivesse a vendo de
cima, a planta de sua sala de aula
Perguntas que devem ser feitas após o desenho pronto:
 Como é a sua sala de aula?
 Como são as suas aulas?
 Mostre-me com um X qual o lugar que você se senta?
 Quem escolheu esse lugar, você ou sua professora?
 Você queria sentar-se em outro lugar? Por quê?
 Como é a sua professora?
 O que você poderia me dizer sobre ela?
 Quem está estado nesses outros lugares?
 Fale-me um pouco sobre eles
 Outras perguntas que achar conveniente, de acordo com o desenho
Analisar: (baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Disposição da sala
 Tamanho da sala
 Localização da sala
 Elementos inclusos na cena
 Representação de pessoas nesse desenho
 As aberturas
 Comentários sobre as aulas

A planta da minha casa


Nome Idade Vínculo Autor objetivo
A planta da 8 9 anos Familiar Desconhecido Investigar a
minha casa representação da sua
casa e a posição real e
desejada

Como realizar:
Solicitar a criança que desenhe a sua casa como se estivesse a vendo de cima,
a planta de sua casa
Perguntas que devem ser feitas após o desenho pronto:
 Me diga, como é a sua casa?
 Onde vocês fazem as refeições? Vocês comem juntos?
 O que fazem quando todos estão juntos?
 Onde você estuda? E com quem você estuda?
 Há um lugar reservado para os estudos?
 Onde fica seu quarto?
 Quem o escolheu para você?
 Você pode arrumá-lo, organizá-lo como quiser?

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 Você gosta de seu quarto ou gostaria de ter outro quarto? Você dorme
sozinho, com alguém ou gostaria de dormir com outra pessoa?
 Coloque o nome de cada cômodo (local) da sua casa
 Coloque um título e escreva algo sobre o seu desenho
 Se houver perguntas complementares pertinentes ao desenho, faça-as.
Analisar: (baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Ponto de vista: O sujeito se sente parte integrante dessa família?
 Espaços representados
 Tamanho do plano da casa
 Desenhou só a planta da casa ou adicionou pessoas a ela?
 Há aberturas, canais de comunicação?
 Observar as respostas sobre o quarto, local de estudo, espaço de
reuniões familiares

Os quatro momentos do dia


Nome Idade Vínculo Autor objetivo
Os quatro 6 a 7 Familiar Adaptação do Explorar os vínculos
momentos do anos desenho em que o indivíduo
dia episódios de A. estabelece ao longo
Jaeggi (Visca, p do dia
128)

Como realizar:
O entrevistador dobrará a folha em quatro partes iguais e pede que a criança
faça o mesmo com a folha dela.
O entrevistador dia a ela que gostaria que ela desenhasse quatro momentos do
seu dia (desde o momento que levanta até a hora de se deitar)
Perguntas que devem ser feitas após os desenhos prontos:
 Conte-me sobre seus desenhos
 Se necessário, peça-lhe detalhes
 Escreva o que acontece em cada cena
Antes da análise, deve-se observar:
 Se o desenho é realizado na sequência do dia (espaço-temporal)
 Existem detalhes, ela é criativa?
 Usa os quadrantes para situações consideradas importantes (como
aprendizagem, por exemplo)
Analisar: (baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Que pessoas estão na cena
 Locais escolhidos

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 Momentos escolhidos
 As cenas possuem carga afetiva positiva ou negativa
 Que atividades a criança realiza
 Observar se há detalhes no desenho
 A sequência temporal foi ordenada ou desordenada

Família educativa
Nome Idade Vínculo Autor objetivo
Família 6 a 7 familiar Desconhecido Explorar os vínculos
Educativa anos de aprendizagem com
os membros da família

Como realizar:
Solicitar a criança que desenhe sua família e coloque o que cada um sabe fazer
Perguntas que devem ser feitas após o desenho pronto:
 Quem são essas pessoas?
 Qual o nome e a idade delas?
 O que cada um está fazendo?
 O que eles sabem fazer, eles ensinam a alguém? Como?
 Qual título você daria a ele?
 Gostaria que escrevesse algo sobre ele para mim
Antes da análise, deve-se observar:
 O tamanho as pessoas, dos personagens a atividade que estão
realizando, localização na folha, objetivos e participação na atividade e o
relato sobre o desenho
Analisar: (baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Posição dos personagens
 Os objetos
 A idade e sexo dos personagens

O dia do meu aniversário


Nome Idade Vínculo Autor objetivo
O dia do meu 6 a 7 Consigo Investigar a relação
aniversário anos mesmo entre o crescimento, a
mudança de idade,
desejos e interesses

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Como realizar:
Solicitar a criança que faça o desenho de um dia de aniversário de um menino
(se a criança for menino) ou de uma menina (se acriança for uma menina).
Obs.: Visca observa que alguns não comemoram aniversário ou o fazem de
forma específica, ou por cultura, religião. Então é importante conhecer a história
de vida de sua criança.
Perguntas que devem ser feitas após o desenho pronto:
 De quem é o aniversário?
 Que idade ele está fazendo?
 Quem são as pessoas?
 Quantos anos elas têm?
 Aconteceu alguma outra coisa com esse (a) menino (a) no dia do
aniversário?
 O aniversariante ganhou presentes? Quais? Ele gostou? Qual gostou
mais?
 Gostaria de trocar algum presente?
 Qual título você daria a ele?
 Gostaria que escrevesse algo sobre ele para mim
 Outras perguntas que achar conveniente, de acordo com o desenho
Analisar: (baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Está rodeado de pessoas ou sozinho?
 Presentes recebidos
 Tamanho e posição dos personagens (De frente, de costas)
 Tamanho dos objetos relacionados ao aniversariante
 Complementos do desenho (lugar, conteúdo do relato – caracterização
dos personagens, contradições idade do aniversariante, comparada a
idade da criança)

Minhas férias
Nome Idade Vínculo Autor objetivo
Minhas férias 6 a 7 Consigo Desconhecido Explorar as atividades
anos mesmo realizadas no período
de férias

Como realizar:
Solicitar a criança que desenhe algo que fez nas férias. Utilizando os materiais
sobre a mesa (papel, lápis preto, borracha)
Perguntas que devem ser feitas após o desenho pronto:

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 Conte-me seu desenho
 Que outras coisas fez durante suas férias
 Perguntas complementares, se necessário
 Escreva algo sobre o desenho
 Coloque um título em seu desenho
Analisar: (baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Houve adequação do desenho ao que foi solicitado
 A atividade foi bem representada (fez algo das férias, fea algo totalmente
diferente, desenho inacabado)
 Coerência entre o relato e as férias

Fazendo aquilo que mais gosta


Nome Idade Vínculo Autor objetivo
Fazendo 6 a 7 Consigo Desconhecido Observar as coisas
aquilo que anos mesmo que mais gosta de
mais gosta fazer

Como realizar:
Solicitar a criança que desenhe aquilo que mais gosta
Perguntas que devem ser feitas após o desenho pronto:
 Conte-me seu desenho
 O que acontece na cena
 Quando isso aconteceu
 Perguntas complementares, se necessário
Analisar: (baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Apagar o desenho e modificar a cena
 Apagar objetos, mas não mudar a cena
 Contexto espacial e temporal
 Coerência no relato

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Fonte: blog.psiqueasy.com.br

O desenho em episódios
Nome Idade Vínculo Autor objetivo
Desenho em A partir Consigo Desconhecido Observar os vínculos
episódios de 4 mesmo de aprendizagem com
anos o tempo, espaço e
causalidade

Como realizar:
O entrevistador dobra a folha ao meio e diz: Um (a) menino (a) tem o dia todo
para ele (a). Você irá desenhar o que esse (a) menino (a) desde a hora que
acorda, sai de casa até a hora que retorna
Perguntas que devem ser feitas após o desenho pronto:
 Conte-me seu desenho
 Que título você quer dar ao seu desenho
Analisar: (baseado no livro “Técnicas projetivas” de Jorge Visca (2008)
 Tempo
 Espaço

O desenho e o abuso infantil


Vemos a infância como um período de alegrias e descobertas, porém algumas
vivem momentos de angústia e violência. Estou me referindo a lares
desequilibrados. Quando há uma suspeita de abuso infantil, o desenho é por
muitas vezes utilizado, para deixar a criança mais confortável para se expressar.
Primeiro ponto é entendermos o que é o abuso, de acordo com MILLER (2008),

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“O abuso infantil pode ser decomposto em até três categorias amplas: abuso
físico, abuso sexual e negligência. Abuso físico: Lesões (por exemplo, contusões
e fraturas) que resultam de tapas, socos, chutes, mordidas ou queimaduras que
traumatizam a criança... As lesões podem resultar de um único episódio ou de
episódios repetidos, com gravidade de simples machucados à morte.
Negligência: Omissões por parte dos pais ou de outras pessoas responsáveis
que podem causar transtornos comportamentais, cognitivos, emocionais ou
mentais sérios.” (pg.119)

“O abuso sexual infantil é definido como o contato ou interação entre a criança e


um adulto, em que este usa a criança de maneira sexual. Inclui uma ampla
variedade de atividades sexuais, variando de agressões não violentas e não
físicas, como a exposição a agressões, envolvendo contato físico ( e as vezes
até violento). Entre os exemplos, estão a manipulação, o contato oral ou genital,
a estimulação e a penetração anais, assim como a exploração de crianças, por
meio de pornografia ou prostituição.” (pg132)

Quando se trabalha com uma criança que sofreu abuso, é muito importante o
acolhimento, a escuta e atividades que proporcionem que a criança se expresse,
como desenhos, uma pintura. Se a criança for muito pequena, dê uma folha para
que possa rabiscar e tome nota do que achar relevante. Atividades sobre os
sentimentos também são necessárias nesse momento, pois há uma confusão,
um turbilhão de pensamentos que a criança não compreende, como por
exemplo, “como uma pessoa que diz que me ama, pode fazer mal para mim?”
Nem todo o desenho de uma criança que sofreu abuso terá figuras fálicas. Muitas
lhe mostrarão tristeza e angústia, cores carregadas, uma história triste. Então é
preciso muita atenção.
Cuidado também com o contrário, dependendo do traçado da criança uma figura
pode parecer fálica, mas conta uma história normal e rotineira da criança.
Nunca esqueça de olhar o lado detrás da folha, crianças ao desenharem
familiares abusadores, acham que os precisam desenhar, mas não os querem
próximo a outros membros da família e o desenham do outro lado da olha, como
um sinal de distanciamento.

Jogo do rabisco
O jogo do rabisco foi criado por Donald Winnicott (1971), para ser utilizado em
contextos terapêuticos. Um jogo bem simples, necessitando apenas de papel e
lápis. Com a tentativa de estabelecer uma comunicação com sentimentos e
pensamentos que são para a criança difíceis de conversar.
A instrução que é dada ao paciente: Desenhe livremente a partir do rabisco feito
por mim. Na sequência é o paciente quem faz o rabisco e o terapeuta realiza o
desenho. De acordo com LAWRENCE (2005), a criança tem que estar a brincar,
senão os resultados não serão satisfatórios. O jogo é iniciado pelo terapeuta,
para que ele mostre a criança como se faz.

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Trabalhando assim espaço para a criação e a interação entre inconscientes. O
jogo não possui o mesmo objetivo que os desenhos projetivos, que são
estruturados. A forma menos perfeita de desenho deixa o paciente mais tranquilo
e a vontade em realizar a atividade e cria também um vínculo maior com o
terapeuta. A habilidade de desenhar não é importante nesse jogo.
Jogo do rabisco com histórias, tem os mesmos objetivos, mas deve jogado da
seguinte maneira: “Cada um de nós terá um pedaço de papel e um lápis. Eu
desenharei um rabisco e você fará o desenho que quiser, a partir desse rabisco;
depois você criará uma história sobre seu desenho, e eu farei algumas perguntas
sobre ele (seu desenho e a história). Em seguida, você desenhará um rabisco,
e eu farei um desenho a partir dele, contarei uma história, e você poderá me
fazer perguntas a respeito dele” (LAWRENCE, 2005, pg. 393)
Desenhos e histórias: Se for trabalhar com o jogo do rabisco-história, dizer a
criança que ela invente, crie uma história (e não sobre si mesma).
Lembrando que, rabisco é a variação de uma curva, uma linha, ondulação ou
ziguezague.
Papel do terapeuta: Ser guiado pelo conteúdo do desenho e da história,
auxiliando que a criança consiga expressar seus próprios pensamentos e
sentimentos. Na hora do desenho do terapeuta, ele desenhará algo relativo ao
desenho da criança, que seja significativo para ela
KRISTZBERG (1975), sugere que o terapeuta conte uma história que traga uma
lição, ou mostre que existem soluções para os problemas. A criança deve ser
encorajada a encontrar um desfecho bom para suas inquietudes.

O desenho e a fantasia
Em seu livro, Descobrindo crianças, a autora americana Violet Oaklander, com
PhD em psicologia nas áreas de aconselhamento matrimonial, familiar e infantil,
nos mostra como a criança realiza desenhos sobre suas vivências através de
fantasias.
Através da fantasia podemos nos divertir junto com a criança e também descobrir
qual é o processo dela. Geralmente o seu processo de fantasia (a forma como
faz e se move no mundo fantasioso) é o mesmo que o seu processo de vida.

Podemos penetrar nos recantos mais íntimos do ser da criança por meio da
fantasia. Podemos trazer à luz aquilo que é mantido oculto ou que ela evita, e
podemos também descobrir o que se passa na vida da criança a partir da
perspectiva dela própria. Por estas razões encorajamos a fantasia e a utilizamos
como instrumento terapêutico. (Oaklander, 1980, pg. 25)

Vou lhe mostrar algumas de suas fantasias

Fantasia do Lugar

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“Quero que você imagine que está caminhando por uma floresta. Árvores por todos
os lados e passarinhos cantando, e há sombra. É gostoso caminhar nessa floresta.
Ao longo da trilha há flores, florzinhas do mato. Você está caminhando por esta trilha.
Dos lados há rochas e de vez em quando você vê um pequeno animal fugindo em
disparada, um coelhinho talvez. Você está caminhando, e logo começa a perceber
que a trilha está subindo, e que você está indo montanha acima. Agora você sabe
que está escalando uma montanha. Quando você chega ao topo da montanha, você
se senta numa rocha enorme pra descansar. Você olha em volta. O sol está brilhando,
aves voam em torno de você. Bem a sua frente, com um vale no meio, há outra
montanha. Você pode ver que nessa outra montanha há uma caverna, e fica
desejando estar lá. Você nota que os pássaros voam para lá com facilidade, e gostaria
de ser pássaro também. De repente, pois isso aqui é uma fantasia e tudo pode
acontecer, você percebe que se transformou em um pássaro! Você experimenta suas
asas, e com toda a certeza pode voar. Então você decola e voa facilmente para o
outro lado (pausa para dar tempo ao voar!)
Do outro lado, você aterrissa em uma rocha, e instantaneamente se transforma em
você mesmo outra vez. Você sobe nas rochas procurando uma entrada para a
caverna, e enxerga uma pequena porta. Você se agacha, abre a porta e entra na
caverna. Lá dentro há espaço de sobra pra você ficar de pé. Você dá uma volta
examinando as paredes da caverna, e de repente nota uma passagem – um corredor.
Você anda por esse corredor vê que há filas e filas de portas, cada uma com um nome
escrito. Então, você chega a uma porta onde está escrito o seu nome. Você fica
parado em frente a sua porta pensando nela. Você sabe que já, já vai abri-la e passar
para o outro lado da porta. Você sabe que esse será o seu lugar. Pode ser um lugar
do qual você se lembra, um lugar que você conhece agora, um lugar com o qual você
sonha, um lugar que talvez você nem goste, um lugar dentro, um lugar fora. Você não
vai saber enquanto não abrir a sua porta. Mas, qualquer que seja, este será o seu
lugar.
Então você vira a maçaneta e passa pela porta. Olhe para o seu lugar! Está surpreso?
Dê uma boa olhada. Se você não vê lugar nenhum, invente um agora. Veja o que há
aí, onde fica, dentro o u fora? Há alguém? Alguém que você conhece? Há animais?
Ou não há ninguém? Como você se sente nesse lugar? Note como você se sente
agora. Olhe em volta e passei por seu lugar. (pausa)

Quando tiver acabado, abra os olhos e estará de novo nesta sala. Quando você abrir
os olhos, quero que pegue um pouco de lápis e papel e desenhe o seu lugar”

Fonte: adaptado pela autora, baseado na obra de Violet Oaklander (1980, pg. 17 e 18)

Lembrando que uma fantasia deve ser contada com tom de fantasia e observar
em dar pausas para que as crianças tenham tempo de visualizar o que está
sendo contado.
Agora uma curtinha

Fantasia das Asas

“Finja que você está percebendo alguma coisa engraçada nas suas costas. De
repente você nota que tem asas crescendo! Como é que você se sente com
essas asas em suas costas? ... Tente mexer as asas e veja como é... Agora

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olhe-se no espelho e bata as suas asas... Agora, imagine que você está
subindo um morro com essas asas novas em suas costas. Quando você chega
lá no alto do morro abre suas asas e voa pelos ares... O que você pode ver
enquanto voa? Como se sente sendo capaz de voar? Você vê outras pessoas
ou animais? Agora imagine que você vai aterrissar e suas asas irão
desaparecer e você estará de volta a esse lugar”.

Fonte: adaptado pela autora, baseado na obra de Violet Oaklander (1980, pg.28)

Deixei por último a minha preferida e a primeira que aprendi (no estágio da
faculdade, me foi apresentado esse livro por minha supervisora e mentora,
professora Iris Baquero).
Essa fantasia está no livro da Violet, mas ela retirou do livro Torna-se pessoa,
de John Stevens.

Fantasia da Roseira

Feche os olhos e entrem em seu espaço, imagine que você é uma roseira.
Que tipo de roseira você é?
Você é uma roseira grande? Pequena? Alta? Baixa?
Você tem flores? De que tipos são? Não precisam necessariamente ser rosas
DE que cor são suas flores?
Você tem muitas flores ou só um pouquinho?
As suas flores estão totalmente abertas ou fechadas? Tem brotos? Tem
folhas?
Como são seus galhos e suas raízes? Ou talvez você nem tenha raízes, se
tem como são? Longas, curtas, retas, enroladas, elas são profundas?
Você possui espinhos?
Onde você está? Num quintal? Num parque, no deserto, numa cidade? No
meio do oceano?
Você está plantado num vaso ou cresce no chão? Na terra ou no cimento?
Há outras flores, plantas ou animais ao seu redor? Ou você cresce sozinha?
Há algo em torno de você, uma cerca?
Você se parece com uma roseira ou com outra coisa?
Como é ser uma roseira?
Quem toma conta de você?
Como está o clima para você nesse momento?

Quando estiver pronto, abra os olhos, pegue uma folha em branco e lápis de
cor e desenhe sua roseira para mim e conte-me como ela é!

Fonte: adaptado pela autora, baseado na obra de Violet Oaklander (1980, pg.47)

O desenho e a liberdade de expressão

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O desenho simboliza consciente que veio, por muitas vezes, de algo
inconsciente. É importante lembrar que o desenvolvimento representa uma
vivência, uma experiência, e não uma perfeição.
Nem todas as crianças gostam de desenhar, para muitas delas, cantar, dançar,
fazer esportes também desenvolvem a sua imaginação.
De acordo com Bianca Rodrigues, do wordpress.com o desenho é a primeira
maneira simbólica que a criança se expressa. Muitas vezes percebemos que
esse trabalho tão bonito e tão importante no desenvolvimento infantil é
interrompido por uma estética exigida pelas escolas e pelos pais, onde rabiscos
e garatujas não são valorizados como olhar de expressividade pelas crianças, o
que passa a ser importante é desenhar com perfeição.
Então o professor deve ter consciência da importância do desenho dentro do
desenvolvimento infantil, conhecendo as fases e etapas para que possa
respeitar as limitações dessa criança ou uma grande criatividade que ela possua,
podendo assim interferir e orientar quando necessário, para que ela se estimule
e mostre através do desenho suas habilidades aprendidas nos ambientes e com
as pessoas as quais convive.

Quero mostrar a importância dessa fala através de dois textos:

O menininho

Um dia um menino partiu para a escola. Ele era ainda bem pequeno, e a escola
era bem grande. Porém, quando o menino descobriu que podia chegar à sua
sala entrando diretamente pela porta do pátio, ficou contente. E a escola
já não parecia mais tão grande.
Uma manhã, quando o menino já estava na escola há um certo tempo, a
professora disse:
– Hoje nós vamos fazer um desenho.
Ele gostava de desenhar. Sabia fazer desenhos de todos os tipos: leões, e
tigres, galinhas e vacas, trens e navios... Pegou sua caixa de lápis de cor e

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começou a desenhar.
Mas a professora disse:
– Esperem! Não é para começar ainda!
E ela esperou até que todo mundo estivesse pronto.
– Agora! disse a professora – Nós vamos fazer flores!Legal! pensou o menino.
Ele gostava de desenhar flores. E começou a fazer magníficas flores com seus
lápis cor-de-rosa, laranja e azul.
Mas a professora disse:
– Esperem! Eu vou mostrar como fazer!
E ela fez uma flor vermelha com um caule verde.
– Aí está, disse ela, agora vocês podem começar.
O menininho olhou a flor desenhada pela professora. Depois olhou as suas
flores. Ele preferia as suas às da professora, mas não disse nada. Apenas virou
a folha e fez uma flor como a da professora. Ela era vermelha com um caule
verde.
Num outro dia, quando o menininho estava em aula, ao ar livre, a professora
disse:
– Hoje nós vamos fazer alguma coisa com o barro!
"Que bom!" – pensou o menininho. Ele gostava de trabalhar com barro. Podia
fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e
caminhões. Começou a juntar e amassar a sua bola de barro.
Então, a professora disse:
– Esperem! Não é hora de começar! – Ela esperou até que todos estivessem
prontos.
– Agora! – disse a professora – Nós iremos fazer um prato
. "Que bom!" – pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as
formas e tamanhos. A professora disse:
-- Esperem! Vou mostrar como se faz. Assim, agora vocês podem começar.
E o prato era um prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o próprio prato e
gostou mais do seu, mas ele não podia dizer isso. Amassou seu
barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo, igual ao da
professora.
E logo o menininho aprendeu a esperar, E a olhar, E a fazer coisas exatamente
como a professora. E muito cedo ele não fazia mais coisas por si próprio.

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Então, aconteceu de o menininho e de sua família mudarem-se para outra casa,
em outra cidade. Ele teve que mudar de escola. Essa escola era ainda maior do
que a primeira, e não havia porta para entrar diretamente em sua sala. Ele tinha
que subir; subir degraus altos e caminhar por um longo corredor para chegar a
sua sala.
No primeiro dia, a professora disse:
– Hoje nós vamos fazer um desenho!
"Que bom!” – pensou o menininho. E esperou que a professora dissesse o que
fazer. Porém, ela nada disse. Apenas andava pela sala. Quando chegou perto
do menininho, ela disse:
– Você não quer desenhar?
– Sim, o que é que nós vamos fazer?
– Eu não sei, até que você o faça.
– Como eu posso fazê-lo?
– Da maneira que você gostar.
– E de que cor?
– Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu
posso saber qual é o desenho de cada um?
– Eu não sei! disse o menino. E começou a desenhar uma flor vermelha com
caule verde.
(Helen E. Buckley)

Vejamos um segundo texto:

O gato da escola

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Através desta expressão eu vejo retratada a ausência de imaginação e
criatividade nos “desenhos livres” de uma criança de escola e da maioria dos
adultos escolarizados.
A criança passa, de ser pensante e criativo a um ser reprodutivo. E o que é pior,
para a criança este é o seu desenho, a sua forma de imaginar de imaginar um
gato. Na verdade, esse gato sentado em seu rabo, de orelhas em pé e ainda de
costas não pode ser o gato de uma criança que já percebeu que esse animal
sobe em telhados, corre come, descansa, dorme, pula, brinca... O gato não é um
animal raro, nem distante da vida de uma criança. Dificilmente o representaria
por si só de forma como o descrevemos.
Em recente encontro com professores do 1º ao 4º ano, em determinado
momento pedi que desenhassem um gato. E foi para o papel o desenho livre de
cada um, um gato. Um gato correndo, comendo, de pé, pulando, descansando?
Não! Foi para o papel o “gato da escola”. Com exceção de variação de tamanho,
os desenhos eram idênticos. Todos tiveram a mesma imaginação ou o “gato da
escola” foi tão marcante que mesmo depois de adultos não conseguimos nos
livrar dele?
Diante de situações como esta, nos dá a impressão de que todos passamos por
uma única escola, mesma turma, mesmo professor. E quantas marcas como a
de o desenho de um gato nos fizeram menos imaginativo, menos criadores,
menos pensantes. Foram marcas muito fortes, por muito tempo, para que hoje
consigamos nos livrar tão facilmente, tão rapidamente. Se acreditássemos que
os adultos futuros possam ser menos marcados, é necessário que se reflita a
prática educacional que ora se faz. Casos semelhantes a esta se repetem nas
salas de aula. Daí a necessidade de se criar situações em que a criança
realmente tenha condições de expressar o que pensa e do jeito que pensa, sem
modelos pré-estabelecidos. A criança precisa sentir que o professor acredita
nela, que o professor a vê como ser pensante e capaz. O professor precisa
lembrar que o processo de desenvolvimento de cada criança se inicia muito
antes de seu contato com a escola.
(Zélia Dalva Ferrechi)

Dicas de livros

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Referências bibliográficas
CORMAN, Louis. O teste do desenho de família. São Paulo: Editora Mestre Jou,
1979.
COX, Maureen. O desenho da criança. 4ª edição. São Paulo: Editora WMF
Martins Fontes, 2012
GREIG, Philippe. A criança e seu desenho- O nascimento da arte e da escrita.
Porto Alegre: Artmed, 2004.
Kritzberg, N. I. The structured therapeutic game method of child analytic
psychoterapy. Hicksville, New York: Exposition Press, 1975.
LAWRENCE CLAMAN, M. D. Mudanças – Psicologia da Saúde, 13 (2) 389-405,
jul-dez 2005. file:///C:/Users/karin/Downloads/832-912-1-PB.pdf
MÈREDIEU, Florence de. O desenho infantil.16ª edição. São Paulo: Editora
Cultrix, 2010.
MEUR, A de & STAES L. Psicomotricidade: Educação e reeducação. São Paulo:
Editora Manole LTDA, 1991.
MILLER, Karen. Educação infantil: Como lidar com situações difíceis. Porto
Alegre: Artmed, 2008
OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças: A abordagem gestáltica com
crianças e adolescentes. 16ª edição .São Paulo: Summus Editorial, 1980.
RAPPAPORT, Clara Regina, FIORI, Wagner da Rocha, DAVIS, Cláudia. Teorias
do desenvolvimento: Conceitos fundamentais, Volume 1. São Paulo: Editora
Pedagógica Universitária- EPU, 1981.
RETONDO, Maria Florentina N. Godinho. Manual prático de avaliação do HTP
(Casa- Árvore-Pessoa) e família. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
RICCI, Corrado. L’ Arte de bambini. Bologna: Editora Nicola Zanicchelle, 1887.

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SAMPAIO, Simaia. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico clínico. 7ª
edição. Rio de Janeiro: Editora WAK, 2018.
VISCA, Jorge. Técnicas projetivas psicopedagógicas e pautas gráficas para sua
interpretação. Buenos Aires: Visca&Visca, 2008.
WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia clínica: Uma visão diagnóstica dos
problemas de aprendizagem escolar. 10ª edição. Rio de Janeiro: DP&A Editora,
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Winnicott, D. W. Therapeutic constultations in child psychiatry. New York: Basic
Books, 1971.

Fases do Desenho Infantil . Pedagogia ao Pé da Letra, 2013. Disponível em:


<https://pedagogiaaopedaletra.com/fases-do-desenho-infantil/>. Acesso em: 5
de fevereiro de 2022.
https://arteemanhasdalingua.blogspot.com/2011/06/esse-texto-me-encanta.html
https://biancarodrigues00.wordpress.com

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