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Resumo

Este estudo apresenta algumas contribuições teóricas sobre o desenvolvimento gráfico da


criança e suas etapas, mais concretamente a pré-esquematica, procurando esclarecer os
benefícios que o desenho traz para o desenvolvimento das crianças. Desenho infantil é uma
peça fundamental no desenvolvimento da criança, e sendo bem aproveitado leva a criança a
desenvolver a sensibilidade, a percepção, a criatividade e a imaginação. Vários estudiosos
observaram e procuraram identificar e descrever as etapas gráficas do desenvolvimento do
desenho, entre os mais conhecidos estão Luquet, Piaget e Lowenfeld.

Palavras-chave: Pré-esquematica. Desenvolvimento gráfico da criança

Introdução
Devemos nos lembrar que a visão da criança é diferente da visão do adulto e uma
interpretação errônea pode inibir sua capacidade de criação. De acordo com Nicolau (2008),
para estimular, guiar e compreender a criação e a expressão infantil é necessário, antes de
mais nada, conhecer e compreender a criança. O autor aborda as etapas do desenvolvimento
do desenho da criança em três fases: garatujas, pré-esquemática e esquemática. O desenho é a
primeira escrita da criança. A criança desenha para experimentar, comunicar e poder registar
a sua fala: Para melhor conhecer a criança é preciso aprender a vê-la. Observá-la enquanto
brinca: O brilho dos olhos, a mudança de expressão do rosto, a movimentação do corpo. Estar
atento à maneira como desenha o seu espaço, aprender a ler a maneira como escreve a sua
história (MOREIRA, 2008, p. 20).

Objetivo geral

 Compreender o desenvolvimento do desenho da criança (pré-esquamatico).

Objetivo específico

 Descrever a característica da fase ou etapa do desenvolvimento do desenho da criança


(pré-esquematico);

 Determinar o papel do professor no desenvolvimento desta etapa.

Metodologia

A metodologia é o que tornará possível, de acordo com Demo (1994), a definição dos passos
metodológicos determinantes do caminho que o pesquisador vai seguir, identificar as partes,
métodos, técnicas, leituras, discussões e a base teórica a serem trilhadas durante a busca. O
questionamento deve ser sempre o método da pesquisa.
Etapas do desenvolvimento gráfico da criança

Vários estudiosos observaram e pr ocuraram identificar e descrever as etapas gráficas do


desenvolvimento do desenho, entre os mais conhecidos estão Luquet, Piaget e Lowenfeld.

Etapa do desenvolvimento gráfico Pré-Esquemática segundo Lowenfeld

Tem início por volta dos quatroanos e estende-se até sete, aproximadamente. Aqui a criança:

 Começa a representar coisas de sua realidade e a exprimir sua fantasia.

 Desenha vários objectos ou o que imagina deles, sem proporção de tamanho e


distância.

 Desenha o sol, em geral personificado, flores maiores que árvores, uma casa aqui,
“eu” ali, tudo disperso no papel.

 Começa a utilizar o desenho como expressão do próprio pensamento.

 Não desenha o que vê, mas o que tem maior valor emocional ou carga afectiva para
ela.

 O desenho da figura humana é bastante completo e variado em suas formas.

 Não utiliza cores da realidade, mas as que mais gosta.

 É comum as figuras humanas todas coloridas.

 As omissões, desproporções ou exageros mostram a importância que esses elementos


têm dentro da acção.

Etapa do desenvolvimento gráfico Pré-esquematismo Segundo Piaget (4 -7 anos)

A segunda fase destacada por Piaget (1976), é a Pré-Esquematismo, (pré-operatória) que por
sua vez faz relações entre desenho, pensamento e realidade. Esta descoberta para a criança
parte de suas emoções, onde seus traçados ou cores não têm relação com características reais,
apenas utilizam da sua imaginação para desenharem e estes elementos finais são dispersos
que não se relacionam entre si. Neste mesmo estágio surge o homem girino, que apresenta
vários tentáculos em seu corpo, estágio este que é defendido também por Berson (1966), que
em seu Estágio Comunicativo além de quererem imitar a escrita de um adulto, a criança
também é levada a desenhar pelo prazer de ter a capacidade de levantar e abaixar o lápis,
conseguindo desta forma traços mais ricos e o surgimento do boneco girino ou o
aparecimento da irradiação. As folhas se enchem de exercitações que se repetem, o que
favorece o desenvolvimento dos processos mentais da criança (NICOLAU, 2008, p.12).

Etapa do desenvolvimento gráfico Pré-esquematismo Segundo Luquet

Já para Luquet, a criança neste estágio se encontra na fase do RealismoFolhado, que ressalta
a desorganização dos elementos desenhados e o exagero ou omissão de partes dos elementos.
É a fase da incapacidade sintética. Nocaso da Figura 2, podemos observar a omissão das
partes no elemento carro,no qual não há preocupação com as rodas ou outros componentes de
um carro real. Já a incapacidade sintética pode ser observada na disposição doselementos,
onde cada um ocupa seu próprio espaço, sem maiorespreocupações em englobar os elementos
em um conjunto coerente.

O papel do professor

A abordagem do professor deve ser cautelosa para melhor entender o desenho do aluno.

O professor não deve permitir que sua ansiedade em obter resultados que agradem aos
adultos destrua a pureza e a beleza do desenho infantil e sua expressividade; sua abordagem
deve ser cautelosa para melhor entender o desenho do aluno sem desmotivá-lo.

Nunca se deve perguntar já sugerindo a resposta: “Isso é um cachorro?” Pergunte


simplesmente: “O que você desenhou?” Ou deixe que a criança se manifeste quando quiser.
Dessa forma, o professor fará o aluno pensar em seu trabalho, sem interferir nele.

O mais importante é estimular a produção artística sem fazer comparações ou “grandes


elogios”.

Um resultado muito valorizado transfere para a criança um peso muito grande. Ela o repetirá
com frequência para obter o mesmo sucesso, deixando de lado novas possibilidades que a
fariam progredir graficamente.

Todas as crianças passam pela fase evolutiva do grafismo e o professor deve respeitar as
fases e as individualidades sem comparar os trabalhos de seus alunos.

Conclusão

Em síntese, no decorrer da pesquisa observou-se que a criança desenha com o objetivo de


diversão. O desenho não exige amigos, ela simplesmente pega instrumentos colocados a sua
disposição e imprime seus traços, faz a representação mental do seu grafismo, refletindo o
que lhe dá prazer e o que lhe desagrada, em fim, exprime idéias e sentimentos que vão
evoluindo com a aquisição de mais idade.
Pode-se afirmar que o desenho cada vez mais vem ampliando a sua importância, além de ser
um simples divertimento, também oferece a criança a oportunidade de exercitar a
criatividade, conhecer suas experimentações e formar sua personalidade, assimilando e
interpretando a realidade do seu cotidiano.

Bibliografia

https://inovareducacaodeexcelencia.com/blog/a-evolucao-do-desenho%20-infantil

MOREIRA, A. A. A. O Espaço do desenho: a educação do educador. 12. ed. São Paulo:


Loyola, 2008.

GOULART, I. B. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor.Petrópolis, RJ:


Vozes, 2009.

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