Você está na página 1de 17

Finanças Pessoais

para
-5%

O novo aposentado
Esqueça tudo o que você pensava
sobre aposentadoria

1
Índice

Introdução 03
O que é aposentadoria? 04
Aposentado, sim; parado, não! 05
O tempo 06
Antes do telhado, as fundações 07
Como chegar lá 09
Considerações finais 14
INTRODUÇÃO
Aposentar-se é algo de que ouvimos falar desde a juventude. Esse concei-
to traz consigo muitos mitos e bastante ansiedade. Afinal, como vou con-
seguir me virar com o escasso dinheiro da aposentadoria concedida pelo
governo?

A princípio, quando pensamos em um aposentado, logo vem a imagem de


velhinhos simpáticos, jogando golfe na Flórida ou em um cruzeiro pelo
Caribe. Em seguida, tomamos um banho de realidade: lembramos que, no
Brasil, a aposentadoria tem a cara “um pouco” diferente.

O que você iria sentir se eu dissesse que aposentar-se nada tem a ver com
“ficar velho”? E ainda: que isso não está nem um pouco relacionado a “ficar
parado, sem fazer nada”? Quer algo melhor ainda? Sim, amigo, em sua ve-
lhice, você pode ser um daqueles simpáticos senhores de chapéu-panamá
branco, vivendo a vida entre tacadas e mojitos sob o sol da Flórida. Bom
demais para ser verdade? Mas acredite, é a verdade!

Como tudo na vida, esses objetivos possíveis, no entanto, podem ficar


muito distantes da realidade, caso você não possua o conhecimento apro-
priado, não faça esforço e nem tenha disciplina, muita disciplina. Por outro
lado, com disposição e perseverança, nada é impossível.

Então, convido-o, leitor, a uma rápida viagem a esse lugar chamado “apo-
sentadoria”, onde você vai aprender que nem tudo é o que parece e que
idade avançada nada tem a ver com esse contexto. De quebra, ensinarei
o caminho das pedras para chegar lá e estar bem na foto. Depois disso, só
depende de você!

3
O QUE É APOSENTADORIA?
Lembra aquela imagem que você projeta de si mesmo, com 80 anos, numa
cadeira de balanço, esperando o tempo passar? Esqueça isso! Não houve,
em toda a história humana, pelo que sei, um dicionário que colocasse “apo-
sentadoria” como sinônimo de “velhice”. Então, comece esquecendo isso.
É claro que, quanto mais tempo você tem, mais os juros compostos vão
trabalhar a seu favor. Mas, aqui, o segredo é outro. Falarei disso adiante.

Se aposentadoria nada tem a ver com idade avançada, o que ela é, então?
Antes disso, pense no motivo pelo qual você trabalha. Pode até dizer que
ama seu trabalho, mas, no fim, é para “pagar as contas”, certo? A fim de
prover conforto para você e sua família. Trocando em miúdos: você traba-
lha para seu próprio sustento.

Como é possível sustentar-se sem trabalhar? É aí que a mágica de uma


boa educação financeira – junto com os juros compostos e uma carteira
de investimentos bem gerida – dá o ar da graça. O que alguns chamam
de “renda passiva” é quando seu dinheiro “trabalha para você”. Isso quer
dizer que a renda derivada de seu patrimônio, por meio de juros, dividen-
dos, aluguéis e similares, é capaz de suprir a necessidade financeira de sua
família, de forma total ou parcial.

Claro, isso não acontece do dia para a noite. A não ser que você tenha a
sorte de nascer em uma família abastada, construir um patrimônio capaz
de derivar esse tipo de renda leva tempo e requer disciplina.

Já entendeu aonde quero chegar? Então, como chamamos o momento da


vida em que seu patrimônio é capaz de gerar renda suficiente para que
você e sua família não dependam mais do dinheiro gerado pelo trabalho?
Aposentadoria!

4
Apesar de o tempo ter um papel fundamental na construção do patrimô-
nio, há pessoas que conseguiram aposentar-se financeiramente muito jo-
vens. Quem teve sorte, já nasceu aposentado; como os filhos do Bill Gates.

APOSENTADO, SIM; PARADO, NÃO!


Muita gente, inclusive eu, não suporta a ideia de ficar sem fazer nada e sen-
te “urticária” ao imaginar-se dentro do conceito “tradicional” de aposenta-
doria. Mas, como diria Yoda, “preocupar-se você não deve”. Aliás, quem se
pré-ocupa, não se ocupa.

Gostaria que a partir de agora fixassem em suas mentes o termo “aposen-


tadoria financeira”, justamente para criarmos distância da noção conven-
cional de “não trabalhar e aposentar-se”. Outro nome muito comum, nes-
se contexto, é “independência financeira”. Essa expressão confunde muita
gente, pois é bastante ampla; pode dizer respeito à independência finan-
ceira dos pais; dos bancos; de pensão; via doações ou, finalmente, do traba-
lho – a qual nos interessa no presente momento.

Conseguir criar um patrimônio grande o suficiente para não depender do


trabalho é um privilégio. Isso é fruto de muito esforço e dedicação. Con-
tudo, não há nenhuma regra vinculando sua “aposentadoria financeira” ao
abandono de suas atividades.

Por outro lado, saber-se financeiramente aposentado traz consigo uma


redução considerável do estresse causado pela pressão orçamentária da
família. Essa tranquilidade proporciona um oceano de opções: desde man-
ter-se na atividade atual, sem mudar nada, diminuir o passo, até fazer algo
completamente diferente, que mova a sua paixão. É interessante como
grandes negócios florescem quando não há pressão por resultados finan-
ceiros imediatos. Já ouviu a expressão “dinheiro chama dinheiro”? Essa é
uma de suas versões, na prática.

5
Pense na seguinte situação: dinheiro não é problema e você pode tirar da
gaveta aquele projeto com o qual sempre sonhou. Para sua surpresa, como
pode se dedicar de corpo e alma, sem precisar do dinheiro, o projeto tem
tempo para florescer. Quando você vê, está ganhando mais dinheiro ainda.
É um ciclo virtuoso, não é mesmo?

Assim, a aposentadoria financeira pode ser vista como seu passe para a
liberdade de escolha e, melhor que isso, tempo de qualidade para sua fa-
mília e as atividades que você ama.

O TEMPO
Tempo e aposentadoria são quase sinônimos, principalmente por causa
daqueles velhinhos simpáticos que insistem em aparecer na sua mente,
cada vez que você ouve ou lê algo referente à “aposentadoria”. Entretanto,
o tempo desempenha um papel diferente do que a maioria imagina, so-
bretudo em relação à ideia de “esperar a aposentadoria chegar”. De fato,
é o inverso. Antecipar-se, isto é, não esperar nada, é o componente funda-
mental para ser bem-sucedido nessa empreitada. Complicou? Nem tanto!
Quem é passivo e fica esperando, deve contentar-se com o que o governo
oferecer; quem tem sorte e trabalha para uma empresa que possui fundo
de pensão, precisará ficar satisfeito com o que vier de tudo isso. São mui-
tas as variáveis para deixar ao acaso – e estamos falando de sua vida, oras!
Se você não pode esperar, então, como usar o tempo a seu favor?

Antes de mais nada, deve-se não deixar para pensar em aposentadoria só


“lá na frente”, até porque “lá na frente” você já deveria estar aposentado.
Dessa forma, quanto antes você agir, melhor. Isso quer dizer que, tão logo
seja contratado para o seu primeiro emprego ou faça a sua primeira ativi-
dade remunerada, mesmo que seja cortar a grama do vizinho, você já deve
pensar em aposentadoria. O motivo é simples: quanto antes começar a
construir sua reserva, mais os juros compostos trabalharão para você.

6
Pense em separar 10% de todo o seu rendimento, desde a sua primeira re-
muneração, e siga isso durante sua vida, como uma religião. Ou, para ficar
mais fácil, faça o raciocínio reverso e considere que seu rendimento efe-
tivo é a diferença entre o que entrou e a parcela para sua aposentadoria.
Supondo que ganhe R$ 1000,00, líquido, você irá separar R$ 100,00 para
sua reserva. Deste modo, passe a considerar como salário R$ 900,00, para
evitar cair em tentação. Use e abuse das transferências automáticas pro-
gramadas, para o dia de seu recebimento. Assim, o dinheiro já irá para o
destino esperado.

ANTES DO TELHADO, AS FUNDAÇÕES


Costumo sempre repetir que é impossível começar a construir uma casa
pelo telhado. Logo, toda construção começa pelas fundações: seja uma
casa, seja uma reserva financeira.

Embora a construção da aposentadoria seja fundamental, é importante


que, antes disso, você crie sua reserva de emergência, que serve, como o
nome diz, para um momento de exceção, tanto para uma possível perda do
emprego quanto para um eventual problema de saúde. Esse dinheiro deve
ser intocável, como o da aposentadoria; a não ser que haja, de fato, uma
emergência. Não vale classificar “troca de carro” e “viagem de férias” como
emergências.

A principal característica dessa reserva deve ser a liquidez acima da ren-


tabilidade. Trata-se de um tipo de dinheiro facilmente acessível, sem que
haja perda financeira nesse processo. Assim, o melhor lugar para aplicar
esse capital é no TESOURO DIRETO, especificamente no título TESOURO
SELIC. Porém, como há um prazo, mesmo que curto, para que o dinheiro
esteja na conta, é recomendável deixar uma parcela bem pequena na pou-
pança, apenas para o primeiro momento.

7
Você deve estar preocupado sobre como vai construir as duas reservas,
certo? Fique tranquilo! Há um modo extremamente simples e vou ensi-
ná-lo agora. Embora essas reservas possuam nomes distintos, a reserva
de emergência deve fazer parte do montante total de sua aposentadoria.
Melhorou?

Veja:

RESERVA APOSENTADORIA

RESERVA
EMERGÊNCIA

Eis, portanto, duas maneiras de alcançar o resultado: (I) dividir os mon-


tantes mensais, de modo a compor as duas reservas com investimentos
distintos ou (II) compor, primeiro, a de emergência (lembrando que ela faz
parte do “bolo” da aposentadoria) e, depois, a aposentadoria propriamen-
te dita.

Os dois métodos funcionam, mas eu prefiro o segundo – dado o caráter


imediato da reserva de emergência e pelo fato de, no limite, você já estar
criando sua reserva final.

A única coisa que você não deve fazer é direcionar todos os seus recursos
para investimentos de longo prazo (sem liquidez), visando apenas a apo-
sentadoria. Em uma emergência, o prejuízo pode ser enorme, retardando
ou até impossibilitando a tão sonhada aposentadoria.

8
COMO CHEGAR LÁ
A essa altura, você já deve ter percebido que o caminho para chegar lá é
tempo e constância; em uma palavra, disciplina. Há quem diga que desti-
nar 10% de seus rendimentos à criação de seu patrimônio, durante toda a
vida, seja o segredo para ficar rico.

Quem disse isso? Steve Seabold, milionário americano que ganhou no-
toriedade por ter entrevistado todos os bilionários dos EUA (entre eles:
Warren Buffet e George Soros) e escrever o livro “Como os Ricos Pensam”.
Para ele, poucas coisas diferenciam os muito ricos dos demais; entre elas,
o autor destaca o foco obstinado e a disciplina.

Já entendeu o segredo, certo? Em vez de esperar o dia certo para investir


muito, é preciso começar a investir cedo e regularmente, mesmo que seja
um pequeno montante mensal.

Dessa forma, chegamos a uma fórmula simples para ser bem-sucedido, no


acúmulo de reservas:

TEMPO
REGULARIDADE = APOSENTADORIA

Uma vez que essa lógica foi entendida, é hora de definir onde exatamente
esse dinheiro será investido. Consequentemente, você deve levar em consi-
deração seu plano de aposentadoria, isto é, com qual idade pretende aposen-
tar-se, para saber o quanto tem que guardar por mês e como deve investir.
Vamos usar o número que a maioria das pessoas tem em mente, enquanto
objetivo financeiro: 1 milhão de reais. Embora o poder de compra deste
valor já não seja capaz de tanta coisa, como em outras épocas, esta quantia
servirá para ilustrarmos o argumento.

9
Quanto antes começar a investir, mais cedo você atingirá o objetivo dese-
jado. Veja:

EXEMPLO 1: PRAZOS IGUAIS - OBJETIVO R$ 1 MILHÃO

IDADE INICIAL IDADE APOSENTADORIA PARCELA


20 ANOS 50 ANOS R$ 286,12
30 ANOS 50 ANOS R$ 1.010,86
40 ANOS 50 ANOS R$ 4.347,09

EXEMPLO 2: PRAZOS E PARCELAS IGUAIS - OBJETIVO: MÁX. ACÚMULO

IDADE INICIAL IDADE ALVO PARCELA RESULTADO


20 ANOS 50 ANOS R$ 1000,00 R$ 3.494.964,00
30 ANOS 50 ANOS R$ 1000,00 R$ 989.255,00
40 ANOS 50 ANOS R$ 1000,00 R$ 230.038,00

*Ambos os exemplos consideraram investimentos em renda fixa com taxa nominal de 1% a.m..

Dei dois exemplos bastante distintos e muito emblemáticos: o primeiro


mostra quanto uma pessoa teria que aplicar por mês para conseguir acu-
mular 1 milhão de reais até os 50 anos, começando com idades diferentes;
o segundo, partindo das mesmas idades do primeiro, apresenta quanto
cada pessoa acumularia até os 50 anos, aplicando R$1000,00 mensais.

Em ambos os exemplos, fica clara a força dos juros compostos quando eles
estão relacionados ao tempo. No primeiro, quem começou cedo fará um
esforço mensal infinitamente menor que os demais. Note que a diferença
da parcela mensal do nosso investidor de 20 anos para o de 30 é mais de
3 vezes menor. Já em relação ao investidor de 40, essa diferença é menor
ainda, quase 15 vezes.

10
No segundo exemplo, vemos o poder dos juros compostos para quem tem
disciplina e começa cedo. Nosso investidor de 20 anos consegue acumular
um patrimônio de, praticamente, 3,5 milhões de reais, enquanto os demais
nem chegam perto disso.

É interessante notar como os juros ganham força a partir do vigésimo


ano, simplesmente observando que o investidor de 30 anos não foi capaz
nem de chegar a 1 milhão de reais, tendo investido por 20 anos. Por outro
lado, com “apenas” 10 anos a mais, o investidor mais novo conseguiu mais
do que triplicar seus resultados em relação ao de 30 anos e… bem, nem
vamos falar do de 40.

Isso reforça o que sempre repito: juros compostos e tempo são fortes alia-
dos. Por isso, disciplina é fundamental. Muitas pessoas perdem a oportu-
nidade de obter resultados extraordinários, pois “mexem” em suas reser-
vas “antes” do tempo de maior desempenho, perdendo, assim, os melhores
ganhos. Às vezes, para comprar um imóvel, ora deixam de contribuir, ora,
simplesmente, perdem ou não mantêm o foco. Esse “pequeno” detalhe fará
toda a diferença entre ser financeiramente bem-sucedido ou mais um que
vai “morrer na vontade”.

Agora que você sabe que tempo e disciplina são fundamentais, vamos falar
de alguns investimentos “conservadores”, os quais podem facilitar o alcan-
ce de seus objetivos:

TESOURO DIRETO

Os títulos do Tesouro Nacional são uma ferramenta muito eficiente para


quem pretende acumular capital a fim de aposentador-se. Embora haja uma
vasta gama de títulos, o mais adequado para objetivos de longo prazo, como a
aposentadoria, são os atrelados à inflação, SEM o pagamento de juros semes-
trais, e que possuem a seguinte nomenclatura: TESOURO IPCA+ 20XX.

11
O motivo é simples, eles protegem seu capital das variações inflacioná-
rias e, em cima disso, pagam juros. Assim, seu dinheiro está virtualmente
protegido e você ainda será bem remunerado, com rentabilidades brutas
que ultrapassam 17% ao ano (tendo como base o período atual, enquanto
este eBook está sendo escrito). Como o prazo, na teoria, é longo, o ideal,
portanto, é comprar os títulos com o vencimento mais esticado possível.

LCs e CDBs

As LCs (A e I) e os CDBs são outras opções para compor sua carteira com
o intuito de diversificação. Como sempre repito, é importante saber o que
está sendo feito. Esses papéis têm características de curto prazo. Por isso,
nesse caso, é importante atentar-se à necessidade de fazer uma gestão
ativa de sua carteira.

A maioria desses investimentos tem como indexador o CDI (já falamos


dele no ebook “Poupança, porque você não precisa - ou quase - dela”), que
varia de acordo com o mercado e, assim, acompanha suas variações. Dessa
forma, é preciso toda a atenção antes de alocar seu dinheiro. As LCs e
CDBs que remuneram melhor, normalmente, têm seu prazo mais alongado
em 1080 dias, algo em torno de 3 anos.

Há, ainda, os CDBs prefixados, cuja rentabilidade é conhecida no ato da


contratação e mantida até o fim – se, por um lado, em um mercado com
viés de baixa, este pode ser um grande negócio, no caso contrário, pode
limitar seus ganhos ou até fazer com que perca dinheiro. Portanto, a es-
colha desses produtos, para a aposentadoria, precisa ser muito estudada.

PREVIDÊNCIA PRIVADA - VGBL E PGBL

A previdência privada ganhou notoriedade no Brasil entre o final da déca-


da de 1990 e o início dos anos 2000, quando o mercado financeiro come-

12
çou, de fato, a bater mais forte no tema “aposentadoria complementar”.
Sua presença, no mercado, evidenciou que o sistema previdenciário do go-
verno, o INSS, não é capaz de prover uma aposentadoria que garanta uma
boa qualidade de vida na velhice dos brasileiros. Os bancos desempenha-
ram o papel principal na disseminação desse produto.

Trata-se, basicamente, de fundos de investimentos, nos quais os aportes


podem ser programados ou pontuais – isso do ponto de vista da gestão de
ativos. A diferença está na legislação, principalmente no tratamento tribu-
tário: as previdências privadas são isentas de impostos para transmissão
a herdeiros, em caso de falecimento do titular. Como os seguros de vida
(pois, inclusive, estão sujeitos às regras da SUSEP, que regula esses segu-
ros), não entram no inventário do falecido.

De fato, a SUSEP considera o VGBL como “seguro de pessoa” e o PGBL


como “previdência complementar”. Outra diferença é que o investidor
pode, no ato da contratação, escolher o regime tributário entre PRO-
GRESSIVO (15% retido na fonte, podendo chegar a 27,5%) ou REGRES-
SIVO (que varia de 35% a 10%, dependendo do tempo que o dinheiro fica
aplicado).

A diferença entre o VGBL e o PGBL também é o tratamento tributário.


De forma resumida, enquanto o imposto de renda no VGBL incide apenas
sobre os rendimentos (juros) auferidos, no PGBL é sobre o montante total
no ato do resgate; sendo que o segundo pode ter seus aportes abatidos no
IR até o limite de 12% da renda anual.

Não vou me aprofundar nas minúcias da Previdência Privada, pois o in-


tuito deste eBook é chamar atenção para algo muito mais amplo, como a
própria crença acerca da aposentadoria socialmente aceita.

13
Caso queira saber detalhes a respeito de cada tipo de plano e tributação,
temos conteúdo completo aqui no Dinheirama.com.

PLANO DE PREVIDÊNCIA PATROCINADA

Geralmente, os funcionários de grandes empresas contam com esse be-


nefício incrível e, às vezes, não têm ideia do tamanho dele. Esse tipo de
plano consiste, basicamente, em uma Previdência Privada co-participa-
tiva, onde o colaborador e a empresa contribuem juntos. Resumindo: a
cada Real descontado do holerite do empregado, a empresa contribui com
outro Real. Além disso, independentemente de como esse dinheiro seja
aplicado, trata-se, na maioria dos casos, de fundos VGBL conservadores. O
fato é que o empregado está tendo uma rentabilidade imediata de 100%.
Acredite, amigo, não dá para ser melhor do que isso!

Portanto, se sua empresa oferece esse tipo de benefício, e ele é optativo,


aceite-o, correndo! Você não irá se arrepender.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como viu, amigo, muito mais relevante do que saber onde aplicar seu di-
nheiro e quanto ele vai render é entender a importância do tempo, do co-
nhecimento e da disciplina. A combinação poderosa destes três elemen-
tos é capaz de resultados extraordinários a seu favor. Se chegou até aqui,
significa que você já está trabalhando um desses pilares para dominar os
outros dois.

É importante lembrar, também, que a vida é feita de momentos vividos, so-


bretudo com as pessoas que amamos. Por isso, o conhecimento é tão impor-
tante para que você atinja seus objetivos, sem deixar de viver. Do contrário,
do que adianta ser uma pessoa miserável, durante 50 anos, para aproveitar,
se é que será possível, apenas seus últimos 10 anos neste planeta?

14
Tendo isso em vista, é importante saber que, no meio de tudo isso, equilí-
brio é fundamental. É fato que, se guardar 80% de sua renda, você vai se
aposentar muito mais rápido do que se guardar 10%? Sim, não resta dúvi-
da. No entanto, qual será o custo emocional dessa empreitada? Quantos
momentos singulares, que jamais voltarão, você perderá para colocar em
prática tal plano? CM, custo emocional, é um fator intangível que a abso-
luta maioria das publicações financeiras não leva em consideração. Assim,
sabendo da importância desse fator, você é capaz de guardar uma fatia tão
grande, para aposentar-se, e ainda pagar suas contas?

Sei que você deve ter lido uma ou duas histórias de pessoas que fizeram
isso e se aposentaram com 30 anos. Aqui vai meu alerta: MUITA calma! As
histórias de sucesso, apresentadas na mídia, contam apenas um minúsculo
pedaço de um todo. O que vemos, nesses casos, é o palco – e jamais pode-
mos tirar conclusões de algo sem conhecer os bastidores.

Por isso, não se compare e nem queira imitar alguém; já que, assim, o resul-
tado será, inevitavelmente, frustração.

Se você leu até aqui e acha que não aprendeu nada de novo, parabéns!
(Principalmente se, além de saber, você possui bons hábitos financeiros
em seu dia a dia; embora eu tenha a certeza de que uma leitura atenta
sempre possibilita o aprendizado de algo novo). Por outro lado, se tudo o
que apresentamos é novidade para você, parabéns! Para ganhar uma ma-
ratona, o primeiro passo é fundamental.

Caro leitor, desejo-lhe vida plena e próspera!


Até a próxima publicação do Dinheirama.com.

15
Sobre o autor

Renato de Vuono é apaixonado por finanças pessoais, é investidor,


colaborador do Dinheirama, além de especialista em comunicação
social e comportamento humano. Foi fundador da WEME/Galileo e
do site Café com Finanças.

16
www.dinheirama.com

facebook.com/dinheirama
@Dinheirama
youtube.com/dinheirama

16
17

Você também pode gostar