Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
inovação
o
undário
ão Curricular
nsino Secundário
cular
o Secundário
Cidadania
Inovação Curricular
ecundário
Educação para a Cidadania
Educação
para a Cidadania
Cursos Gerais e Cursos Tecnológicos - 2
Departamento do Ensino Secundário
Educação para a
Cidadania
Cursos Gerais
e Cursos Tecnológicos - 2
Ficha Técnica
CDU 37.03
342.7
371.3
Título:
Educação para a Cidadania: Cursos Gerais e Cursos Tecnológicos - 2
Autores:
António Mendo Henriques
Carla Cibele
José Manuel Pureza
Maria Praia
Edição:
Ministério da Educação
Departamento do Ensino Secundário
Av. 24 de Julho, 138, 7º 1399-026 Lisboa
des@des.min-edu.pt
www.min-edu.pt/des
Concepção Gráfica:
WM.Produção de Imagem
Impressão:
Tipografia Peres
Tiragem: 5.000 exemplares
7 Introdução
13
Parte I - Cidadania e Educação para a Cidadania
1. Sinais de alerta, exigências de mudança
2. Um quadro conceptual em transformação
É essa e apenas essa a pretensão que preside a estas páginas. Não se trata, por
isso, de formular um programa, de fixar uma grelha de conceitos ou de indicar um
modelo e abordagem pedagógica. Face à opção de inserção transversal e
transdisciplinar da Educação para a Cidadania no Ensino Secundário, tais fórmulas
seriam evidentes contra-sensos por envolverem um “endoutrinamento” sobre algo
que pensamos definir-se, precisamente, em contraste com essa velha lógica.
7
Introdução
8
I
Cidadania e Educação
para a Cidadania
II
Objectivos Estratégicos da
Educação para a Cidadania
III
Estratégias de Educação
para a Cidadania
IV
Educação para a Cidadania
Democrática e Formação de
Professores
V
Considerações Finais
Referências
Sugestões de Aprofundamento
parte I
Cidadania e Educação
para a Cidadania
1. Sinais de Alerta, Exigências de Mudança
13
Cidadania e Educação para a Cidadania
14
Cidadania e Educação para a Cidadania
15
2. Um Quadro Conceptual em Transformação
17
Cidadania e Educação para a Cidadania
18
Cidadania e Educação para a Cidadania
19
Cidadania e Educação para a Cidadania
20
Cidadania e Educação para a Cidadania
Quer na literatura recente sobre a matéria, quer nas configurações dos actuais
sistemas educativos dos países da União Europeia, sobressaem preocupações
educativas que apontam para esta tensão entre formação ética e cívica. Nesta
relação deve ter-se em consideração que "a educação cívica não é o mesmo
que formação moral, porque nem todas as exigências cívicas são exigências
morais, nem o mundo moral acaba na dimensão cívica do homem" (Martín, 1990).
Estamos perante dois domínios parcialmente sobrepostos e não perante duas
áreas distintas: educar para a cidadania é educar para a tensão necessária entre
a ética e a política; é preciso despertar para o cumprimento das normas, e é
preciso alertar para a pressão dos factos, para cumprir exigências idealistas e para
atender a necessidades realistas. Por outras palavras, existe necessidade de
informação moral e informação cívica, mas existe também necessidade de
formação cívica e de educação para os valores.
21
Cidadania e Educação para a Cidadania
que, pela sua natureza, propiciam uma relação estreita entre o formando e a sua
realidade experimental, suscitando uma formação interactiva, quando consi-
deradas as perspectivas cognitiva, social e humanista.
22
Cidadania e Educação para a Cidadania
23
Cidadania e Educação para a Cidadania
24
Cidadania e Educação para a Cidadania
A origem das virtudes sociais e das competências cívicas está na acção, sendo a
acção que dá sentido aos valores éticos, estéticos e cívicos, e não o inverso, como
geralmente se inculca.
25
Cidadania e Educação para a Cidadania
Infracção à lei Soberania da lei: Tendência para observar a soberania da lei Abuso da Lei
– sobretudo o governante – ou tendência para acatar a
norma. O b e d i e n ti a é o termo latino. Levi-Strauss chama-lhe
«necessidade de ordem», que estabelece como fundamento
último da sociedade, e Hobbes, desejo de segurança.
Proporciona segurança e confiança na ordem social.
26
Cidadania e Educação para a Cidadania
Egoísmo Amizade: Tendência para «dar o que se é». Os termos latinos Exclusão
correspondentes são a f a b ilit a s e amicitia. Na linguagem
comum poderia ser cordialidade. Max Scheler trata-o como
fundamento da sociedade em Ess ê n c i a e f o r m a s d e
si m p a ti a .
27
Cidadania e Educação para a Cidadania
28
Cidadania e Educação para a Cidadania
29
Cidadania e Educação para a Cidadania
É g a r a n ti d o o d ir e it o à o b j e c ç ã o d e c o ns c i ê n c i a n o s t e r m o s d a l e i
O G a b in e t e d o S e rvi ç o C ívi c o d o s O b j e c t o r e s d e C o ns c i ê n c i a , a b r e vi a d a m e n t e
d e si g n a d o G S C O C , é u m o r g a nis m o in t e g r a d o n a Pr e si d ê n c i a d o C o ns e lh o d e
M inistr o s, q u e t e m c o m o a tri b ui ç õ e s p rin c i p a is o p l a n e a m e n t o , o r g a niz a ç ã o e
c o o r d e n a ç ã o , a nív e l n a c i o n a l, d e t u d o o q u e d i g a r e s p e it o a o s e rvi ç o c ívi c o d o s
o b j e c t o r e s d e c o ns c i ê n c i a .
C o nsi d e r a m -s e o b j e c t o r e s d e c o ns c i ê n c i a o s c i d a d ã o s c o n vi c t o s d e q u e , p o r
m o tiv o s d e o r d e m r e li g i o s a , m o r a l, h u m a nísti c a o u fil o s ó fi c a , lh e s n ã o é p e r m iti d o
us a r d e m e i o s vi o l e n t o s d e q u a l q u e r n a t ur e z a c o n tr a o s e u s e m e lh a n t e , a in d a q u e
p a r a fins d e d e f e s a n a c i o n a l, c o l e c tiv a o u p e ss o a l.
A D e c l a r a ç ã o d e O b j e c ç ã o d e C o ns c i ê n c i a d e v e c o n t e r a f o r m ul a ç ã o d a s r a z õ e s
d e o r d e m r e li g i o s a , m o r a l, h u m a n ísti c a o u fil o s ó fi c a q u e f u n d a m e n t a m a
o b j e c ç ã o , b e m c o m o a r e f e r ê n c i a a c o m p o rt a m e n t o s d e m o nstr a tiv o s d a s r a z õ e s
in v o c a d a s.
U m a v e z r e c o n h e c i d o c o m o o b j e c t o r d e c o ns c i ê n c i a , n o s t e r m o s d a l e i 7 / 92, d e 12
d e M a i o , o c i d a d ã o fi c a is e n t o d e s e rvi ç o m ilit a r e suj e it o à p r e st a ç ã o d e u m
s e rvi ç o c ívi c o d e n a t ur e z a e x c lusiv a m e n t e c ivil. O s e rvi ç o c ívi c o s e r á p r e st a d o e m
e n ti d a d e s p ú b li c a s o u p riv a d a s.
30
Cidadania e Educação para a Cidadania
A vis o d e m o b iliz a ç ã o
P a ss a r a m p e l o m e u n o m e e e r a u m n ú m e r o
m e n o s q u e a f o lh a s e c a d e u m h e r b á ri o .
C o lh e r a m -n o c o m m ã o d e z e l o e g e l o ;
Es c r e v e r a m -n o , s e m m á g o a , n u m p o st a l.
C o n vit e a q u e m o rr e ss e ... m a s p o r q u ê ?
C o n vit e a q u e m a t a ss e ... m a s p o r q u e m ?
...
A m a n c h a d e u m a l á g ri m a b a st a r a
p a r a d a r u m s e n ti d o a e st a m o rt e
Q u e a t u a in d if e r e n ç a n o s c o n v o c a !
31
Cidadania e Educação para a Cidadania
32
Cidadania e Educação para a Cidadania
C ri a i a s v o ss a s p r ó p ri a s r e g r a s, m a s s e g ui- a s.
Nada deve ficar ao acaso, como nada deve ser definitivo. Trata-se de uma
formação que requer opções de carácter antropológico, sociológico, ontológico
e até metafísico. Trata-se de uma formação aberta a uma permanente
reconstrução. Reconstrução que a transformação da própria realidade vai
exigindo.
33
parte II
Objectivos Estratégicos da Educação
para a Cidadania
1. Valores, Saberes e Competências
37
Objectivos Estratégicos da Educação para a Cidadania
propostas de formação como algo que não lhes é alheio. Há uma idiossincrasia,
uma identificação e mesmo uma empatia que despertam nos formandos um
sentimento de pertença, que traz bastante entusiasmo ao auto- e hetero-processo
de formação. Processo no qual é possível entender-se a cidadania como uma
prática de vivência realmente real e, assim, muito concreta.
38
Objectivos Estratégicos da Educação para a Cidadania
C o m p e t ê n c i a s c o g nitiv a s
39
Objectivos Estratégicos da Educação para a Cidadania
C o m p e t ê n c i a s é ti c o - a f e c tiv a s
C o m p e t ê n c i a s s o c i a is
c o e xist ê n c i a e c o o p e r a ç ã o : c a p a c i d a d e d e viv e r c o m o s
o u tr o s, d e c o nstruir e d e s e n v o lv e r p r o j e c t o s c o nju n t o s, d e
s e r e l a c io n a r c o m o ( e c o n ó m i c a , c ultur a l o u p oliti c a m e nt e )
d if e r e n t e ;
40
Objectivos Estratégicos da Educação para a Cidadania
t o l e r â n c i a : s o lu ç ã o p a c ífi c a e d i a l o g a d a d o s c o n flit o s e m
q u e o p r ó p ri o e st á e n v o lvi d o , o u q u e o c o rr e m e x c lu-
siv a m e n t e e n tr e o u tr o s;
int e rv e n ç ã o críti c a : c a p a c i d a d e d e t o m a r p a rt e e m d e b a t e s
p ú b li c os, d e a rg u m e nt a r, o u vir e c o ntr a - a rg u m e nt a r.
41
2. Começar por onde?
43
Objectivos Estratégicos da Educação para a Cidadania
Como começar?
uma proposta dos alunos. Por exemplo, uma necessidade e/ou uma aspiração
dos alunos, despoletada no seio da turma, em relação com o programa (discutir
o papel do artista) ou com a vida colectiva do grupo (antecipar
calendarização adequada dos testes) ou nascida no reconhecimento das
insuficiências da instituição (inexistência de um jornal escolar) ou da
comunidade (inexistência de uma consulta de planeamento familiar no Centro
de Saúde)
44
Objectivos Estratégicos da Educação para a Cidadania
45
3. Competências Parcelares
E d u c a ç ã o r o d o vi á ri a
47
Objectivos Estratégicos da Educação para a Cidadania
Ed u c a ç ã o a m bie nt a l
E d u c a ç ã o p a r a os m e di a
48
Objectivos Estratégicos da Educação para a Cidadania
Edu c a ç ã o p ara a sa úd e
49
Objectivos Estratégicos da Educação para a Cidadania
E d u c a ç ã o p a r a o c o nsu m o
50
parte III
Estratégias de Educação
para a Cidadania
1. Escola e Cidadania
53
Estratégias de Educação para a Cidadania
54
2. Metodologias e Estratégias em Educação para a Cidadania
Muitas das actividades que se realizam no quotidiano das escolas e das salas de
aula têm um inegável valor cívico, algumas são representativas do funcionamento
democrático das instituições, possibilitando a aprendizagem da Democracia pela
própria prática da Democracia. Muitas escolas e muitos educadores aproveitam
desde há muito essas possibilidades e para eles a inclusão desta área não
representa mais do que uma eventual clarificação de quadros de referência.
55
Estratégias de Educação para a Cidadania
56
Estratégias de Educação para a Cidadania
57
Estratégias de Educação para a Cidadania
COMUNITÁRIO
ORGANIZACIONAL
Os pais colaboram nos
órgãos de gestão da Há representação e participação dos alunos nos órgãos de
escola. gestão e gestão intermédia?
São chamados a resolver Existe uma Associação de Estudantes? Que tipo de trabalho faz?
problemas? Que espaço lhe é dado?
58
Estratégias de Educação para a Cidadania
É possível que alguns dos objectivos da Educação para a Cidadania possam ser
concretizados recorrendo apenas a um dos contextos acima referidos. Por
exemplo, para um objectivo como incentivar a tomada de consciência por parte
dos alunos dos seus saberes e limitações (auto-conceito) dos jovens, utilizar a auto-
-avaliação poderá ser uma estratégia interessante, sobretudo se recorrer a
instrumentos diversificados como portfólios, narrativas, etc. Esse trabalho poderá
ser introduzido por uma ou mais disciplinas, podendo haver alguma concertação
de estratégias no Conselho de Turma.
59
Estratégias de Educação para a Cidadania
60
Estratégias de Educação para a Cidadania
Esse trabalho conjunto é tanto mais necessário, pois, a partir da análise dos
programas, será possível perceber se no mesmo ano e curso existem objectivos e
temáticas comuns em relação com a Cidadania, ainda que sob perspectivas
disciplinares diferentes. Este tratamento de questões relacionadas com uma
dimensão da Cidadania não tomará propriamente a forma de um projecto, o que
será mais adequado à Área de Projecto, mas clarificará as possibilidades que
cada disciplina terá de, no âmbito do seu próprio espaço disciplinar, propor
aprendizagens nesta área. O esquema seguinte exemplifica a possibilidade de
considerar uma dimensão de Cidadania, objecto de um trabalho conjunto entre
dois ou mais professores.
Disciplina A Disciplina B
Disciplina C
Considera que embora não estejam claramente
expressos no programa objectivos em relação com
a Educação Ambiental, há uma abertura possível
para o fazer (por exemplo, uma obra literária em
que a perspectiva ambiental pode ser trabalhada)
61
Estratégias de Educação para a Cidadania
Formação Geral
Filosofia
62
Estratégias de Educação para a Cidadania
Educação Física
63
Estratégias de Educação para a Cidadania
Matemática
64
Estratégias de Educação para a Cidadania
65
Estratégias de Educação para a Cidadania
Física e Química A
66
Estratégias de Educação para a Cidadania
"motivar o aluno a "fazer uma análise crítica com bases científicas sobre
problemáticas energéticas e utilização racional da energia".
Economia A
67
Estratégias de Educação para a Cidadania
68
Estratégias de Educação para a Cidadania
69
Estratégias de Educação para a Cidadania
Em síntese
A Área de Projecto é a estratégia mais sólida e eficaz para atingir objectivos que
se prendem com a EC, sobretudo se a metodologia de trabalho adoptada for a
de "Trabalho de Projecto". Se não aprofundamos esta estratégia é porque a sua
importância justificou, por parte do DES, a elaboração de uma outra brochura,
exclusivamente dedicada a essa área.
70
Estratégias de Educação para a Cidadania
As estratégias que indicamos são úteis para trabalho com Grupos, quer em
espaço mais formal, como a sala de aula, ou menos formal, como o das
actividades de enriquecimento ou de outras promovidas no seio da escola.
Diálogo/debate
O diálogo foi desde sempre considerado como uma das estratégias mais
indicadas para desenvolver as competências de expressão, comunicação e
argumentação. Há, contudo, que ter alguma atenção relativamente aos
assuntos em discussão; estes devem ser ricos, pertinentes e susceptíveis de
controvérsia. Os assuntos podem dizer respeito ao passado ou ao presente,
podem resultar de uma proposta dos alunos ou do professor, ser distantes da
realidade vivida dos alunos e, no entanto, interessantes para eles ou podem
decorrer das suas vivências quotidianas. O diálogo/debate pode ocorrer
espontaneamente, sem preparação prévia do professor, devendo este
aproveitá-lo e geri-lo, ou pode ser previamente preparado, assumindo
inteiramente o seu carácter estratégico face a um objectivo determinado. O
diálogo é ainda uma forma de regulação da vida em comum, sobretudo se
conjugado com a tomada de decisões que afectam um colectivo. Freinet,
precursor do Movimento da Escola Moderna, considerava-o uma pedra
essencial da sua pedagogia, importante na aula e fundamental nas
assembleias de turma por encorajar as crianças a explicitar as suas dúvidas
quanto às opções a tomar e a ouvir as opiniões dos outros, antes de tomarem
uma decisão ou de estabelecerem um projecto. A assembleia de turma e/ou
de escola, se devidamente organizada, é um exercício constante de Cidadania,
com efeitos formativos que por certo perdurarão nos jovens. Talvez seja o mais
antigo dos método educativos, mas continua a deter uma mais valia formativa
muito importante e a exigir muitas competências por parte do professor.
71
Estratégias de Educação para a Cidadania
Aprendizagem cooperativa
A cooperação entre pares, embora seja uma estratégia que desde há muito é
trabalhada na escola, nomeadamente porque se tem reconhecido o seu valor
para despoletar ideias e enriquecer os trabalhos, tem ultimamente recebido
vários incentivos da investigação na área da Psicologia do Desenvolvimento.
Existe cada vez maior reconhecimento das vantagens da cooperação inter-
-pares para melhorar as aprendizagens das crianças e jovens, sobretudo para
fazer progredir aqueles que num momento ou numa área do seu percurso
educativo parecem não conseguir atingir os objectivos propostos. No entanto,
esta estratégia é muito mais exigente do que o simples trabalho de grupo,
sobretudo se este for episódico, pontual. As finalidades passam por fazer
perceber aos alunos as vantagens que existem para todos das relações de
cooperação. Desde os anos 70 que têm vindo a ser realizados trabalhos de
investigação no sentido de provar estes benefícios (Johnson & Johnson, 1994).
Entre os procedimentos necessários conta-se a recompensa pelos esforços feitos
tanto por aqueles que apoiaram os colegas como por aqueles que
beneficiaram desse apoio. Além das vantagens em termos das aprendizagens,
reconhece-se os benefícios desta estratégia para melhorar as relações inter-
-étnicas e inter-geracionais. A cooperação não tem efeitos apenas em termos
da apropriação de saberes, mas melhora substancialmente as relações
interpessoais dentro do grupo, desconstrói estereótipos já criados e incentiva a
percepção do colectivo. A partir da cooperação como estratégia de criação
de um grupo é possível trabalhar as relações de coesão e de interdependência,
permitindo ilações para além do que se passa no grupo.
Narrativas
72
Estratégias de Educação para a Cidadania
Clarificação de Valores
Discussão de dilemas
Como técnica teve o seu apogeu com o trabalho de Kolberg, que desenvolveu
a Teoria do desenvolvimento moral esboçada por Piaget (anos 70). O seu
objectivo é promover o desenvolvimento sócio-moral a partir de situações de
debate de questões morais. Acredita-se que é importante estimular o “conflito
cognitivo", sobretudo através do confronto com a opinião dos outros,
nomeadamente de pares/colegas. Em termos metodológicos discutem-se
dilemas hipotéticos, pequenas histórias ou frases e/ou problemas reais.
Actualmente, e depois de uma avaliação que mostrou resultados pouco
animadores em relação aos dilemas hipotéticos, a tendência é analisar e
discutir relatos de experiências em que os jovens tenham participado ou as suas
próprias vivências de situações de conflito moral. É também possível o recurso a
histórias ou a acontecimentos da actualidade, em estreita ligação com a
informação sobre eles veiculada na Comunicação Social.
73
Estratégias de Educação para a Cidadania
Simulação de papéis
Dewey (1936) defendia que a Educação deveria ser social e não anti-social,
que a vida numa escola deveria ser semelhante à vida em comunidade, isto é,
que as funções e responsabilidades de cada um deveriam ser claras e as regras
em que a vida colectiva assentava deveriam ser construídas em conjunto para
poderem ser cumpridas em conjunto. Kolberg considerou que não era possível
educar para a Justiça sem "escolas justas". A justiça tem que ser uma questão
74
Estratégias de Educação para a Cidadania
75
Estratégias de Educação para a Cidadania
Trabalho de Projecto
Associativismo e Voluntariado
Associativismo e voluntariado não são uma e a mesma coisa, mas têm uma
relação próxima, porque o voluntariado, apesar de ser uma decisão individual,
existe quase sempre no seio de agrupamentos organizados, vulgarmente
associações. Nos países em que a sociedade civil é activa e consciente da sua
força, há também tendência para um associativismo forte que, em muitos
casos, actua não só como elemento de coesão social, mas também como
força local de resolução de problemas e/ou elemento de pressão junto das
entidades responsáveis. O valor do associativismo está nas causas pelas quais
existe, as quais tendem a reflectir preocupações culturais, sociais e/ou organi-
zacionais/ corporativas em relação com a actualidade. São, à partida, um valor
essencial à democracia pela posição crítica ou de pressão que tendem a ter no
seio de um sistema. Potencialmente, o seu poder em termos educativos é
enorme, porque suscitam reflexão e envolvem acção, isto é, permitem o
debate e consequente incentivo à argumentação, envolvem decisão e acção/
mobilização em torno de uma razão, de uma causa. Evidentemente que serão
tanto mais formativas quanto mais aberto e pouco burocrático for o seu sistema
de captação e envolvimento dos membros e mais democrática for a sua forma
de gestão. Nos Estados Unidos, o associativismo foi muito captado pelas escolas
76
Estratégias de Educação para a Cidadania
enquanto estratégia de formação cívica, meio para fazer perceber aos jovens
o que podiam fazer em prol da sua comunidade e assim reforçarem o seu
sentido de pertença à mesma.
77
Estratégias de Educação para a Cidadania
Em síntese
78
parte IV Educação para a Cidadania
Democrática e Formação de Professores
1. Pressupostos da Formação em Educação para a Cidadania
N o p a p e l q u e c a b e à Es c o l a c o m o u m a d a s instit ui ç õ e s f u n d a m e n t a is n a
E d u c a ç ã o p a r a a C i d a d a ni a D e m o c r á ti c a , q u e si g nifi c a d o t e m a f o r m a ç ã o d e
p r o f e ss o r e s n e st a á r e a d o s a b e r?
81
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
82
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
83
2. Projecto de Formação
"O verdadeiro escravo é aquele que não tem o seu próprio projecto e se limita a
executar o projecto de outrem." Ao dizer isto, Platão imputava a cada um a
responsabilidade de delinear o seu próprio projecto considerando a sua
adequação idiossincrática com as diversas opções a fazer na prática de uma
cidadania que requer de cada um o projectar-se para além de si.
O conceito cada dia mais actual de ser o Mundo a nossa casa, como
consequência natural da familiaridade com que partilhamos o quotidiano através
dos media, torna cada vez mais necessário que a estruturação das aprendizagens
escolares promova o conceito de Educação para a Cidadania Democrática
numa perspectiva de educação de vocação internacional, tendo em consi-
85
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
Se, como referia J. Dewey, não podemos criar tão só com as nossas imaginações
alguma coisa que possamos considerar como uma sociedade ideal, é necessário
agir. A Escola em geral , a sala de aula em particular, podem constituir um óptimo
laboratório.
O s g r a n d e s in o v a d o r e s s ã o , é c l a r o , n e c e ss á ri o s à vi d a e à e v o lu ç ã o d a s
s o c i e d a d e s: p a r a a l é m d e u m t a l t a l e n t o p o d e r – e d iss o n a d a s a b e m o s – t e r b a s e s
g e n é ti c a s ( p o n d o d e p a rt e q u e e l e e xist a e m e st a d o l a t e n t e e m t o d a a g e n t e ),
t a m b é m n o s d e v e m o s in t e rr o g a r s o b r e a vi a b ili d a d e s e u m a s o c i e d a d e q u e
d e s e j a ss e q u e t o d o s o s s e us m e m b r o s f o ss e m in o v a d o r e s. P a r e c e m uitíssi m o
86
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
d u vi d o s o q u e u m a t a l s o c i e d a d e s e p o ss a r e p r o d uzir e a in d a m e n o s p r o g r e d ir,
u m a v e z q u e s e e n tr e g a ri a p e r m a n e n t e m e n t e a d issi p a r a s su a s a q uisi ç õ e s. (Lévi-
Strauss, s/ data)
São questões para as quais a formação de professores nesta área do saber deve
ter como preocupação alertar, informando, discutindo, treinando. Se formar-se é,
entre outras coisas, aprender a fazer de outra forma, a qualidade do
conhecimento a adquirir e os seus efeitos práticos desejáveis são correlatos com a
consciencialização implicada dos intervenientes na formação.
87
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
88
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
O c o l ó q ui o d e b a ti a o p r o b l e m a d a e d u c a ç ã o d a c ri a n ç a , d o s d ir e it o s d a c ri a n ç a .
O s e n h o r p r o f e ss o r e x p li c o u q u e a c ri a n ç a e r a u m s e r s e nsív e l, u m q u a d r o p o r
c o l o rir, u m a c o r o l a a d e s a b r o c h a r. P a r a o s e n h o r p r o f e ss o r, a c ri a n ç a e r a o f ul c r o ,
o m o tiv o , a r a z ã o , o t u d o . O s e n h o r e d it o r d iss e q u e o livr o p a r a c ri a n ç a s d e ix a v a
d e s e r u m n e g ó c i o p a r a s e r u m a d á d iv a . P a r a o s e n h o r e d it o r e r a a c ri a n ç a , e l a
m e s m a , u m a m a r a vilh o s a p á g in a p o r i m p ri m ir. F a l o u a t é n a s c o r e s d o a r c o -íris.
F a l o u a in d a n a p o e tis a , a d o c e e t e rn a p o e tis a p a r a c ri a n ç a s, e a li m e s m o
c o nstruiu u m p o e m a p a r a a c ri a n ç a : " ... ó a nj o a zul... ó livr e a s a ... "
Esta estorinha de Eduardo Olímpio pode ajudar-nos a dosear a utopia das nossas
boas intenções, inconsequentes afinal, se não passam tão só de ideias. Ainda que
uma certa dose de u t o p i a r e a list a (Rawls, 1993) também possa ter o seu lugar.
Entenda-se por utopia realista alguma coisa em que se põe toda a força possível
para que se realize, ainda que, simultaneamente, se sinta ser isso muito difícil de
conseguir. Mas não de todo impossível. Por exemplo, a existência de uma
sociedade realmente democrática em toda a acepção da palavra é algo que se
deseja. Trabalha-se com empenho para que seja uma realidade, mas sabe-se que
é um processo lento, muito lento. Contudo, todos os avanços que se conseguirem
89
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
nesse sentido são louváveis. Deste modo, a utopia realista, sendo embora utopia,
tem em linha de conta a realidade. Acaba por ter sentido, na medida em que
pode ser tida como um estímulo para a acção. A prática da cidadania bem
sucedida não se confina ao conformismo do já dito e do já feito, implica saber
(re)criar. Implica ponderar teorias e práticas alternativas.
90
3. Os Conteúdos
En tr e a s f á b ul a s d e Es o p o q u e e r a m f a m ili a r e s a o s g r e g o s d e s d e a su a in f â n c i a e
d a s q u a is S ó c r a t e s s e s e rvi a n o s s e us e x e r c í c i o s d e M e str e , e n c o n tr a v a -s e u m
tr e c h o o p o rt u n o a c e r c a d a t e o ri a in o p e r a n t e : o a str ó n o m o T a l e s d e M il e t o ,
s e m p r e p r e o c u p a d o c o m a s su a s c o g it a ç õ e s t e ó ri c a s, n a d a f a zi a d e p r á ti c o ,
a p e n a s o lh a v a c o nst a n t e m e n t e o c é u e m a tit u d e d e c o n t e m p l a ç ã o . T o d a s a s
n o it e s s a í a d e c a s a p a r a o b s e rv a r a s e str e l a s. N u m a d e ss a s n o it e s e m q u e t o d a a
su a t e o ri a s e c o n c e n tr a v a n o fir m a m e n t o , n ã o r e p a r o u n u m a c ist e rn a e a c a b o u
p o r c a ir n e l a . En t ã o g rit o u d e d o r e c l a m o u p o r s o c o rr o . U m a c ri a d a e s c r a v a , a o
o u vi-l o , a p r o xi m o u-s e e , v e n d o o q u e tin h a a c o n t e c i d o , riu-s e e d iss e : é s d e ss e s
q u e q u e r e m c o n t e m p l a r o c é u e lh e s e s c a p a o q u e h á n a t e rr a .
91
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
A sociedade
o cidadão
92
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
A cultura
Educação política
o Estado
a Constituição/ a lei
república e democracia
os valores da democracia
ideologia e partidarismo
93
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
Informação e Cidadania
a cidadania do instante
O meu país
A p e rs p e c tiv a d e e nsin o g e n e ri c a m e n t e d e si g n a d a d e m u d a n ç a c o n c e p t u a l
(E M C ) t e m r a íz e s e p ist e m o l ó g i c a s r a c i o n a list a s e v a i c o n tr a u m a c o n v e r g ê n c i a d e
i d e i a s s o b r e a c o n c e p t u a liz a ç ã o d a a p r e n d iz a g e m c e n tr a d a n a m e r a a q uisi ç ã o
d e c o n c e it o s... O p r o c e ss o d e a p r e n d iz a g e m d e s e n v o lvi d o i m p li c a , p o is, u m a
in t e n c i o n a li d a d e n o d e s e n c a d e a r d e sit u a ç õ e s d i d á c ti c a s c a p a z e s d e p o t e n c i a r
u m a a p r e n d iz a g e m si g nifi c a tiv a ... q u e a s sit u a ç õ e s e d u c a tiv a s d e v e m in tr o d uzir,
in t e n c i o n a l m e n t e , p e r m itin d o r e v e l a r, " tr a z e r a o d e c i m a " , c o n flit o s c o n c e p t u a is
r e l e v a n t e s e n tr e o a lu n o e a r e a li d a d e ( o b s e rv a ç ã o e / o u e x p e ri m e n t a ç ã o ) o u
e n tr e o a lu n o e o u tr o s a lu n o s (tr a b a lh o d e g ru p o o u c o n fr o n t o s a r g u m e n t a tiv o s).
(Cachapuz, A. Org. 2000)
94
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
O u vi a d iz e r q u e a e d u c a ç ã o d e c a d a u m e m c a s a o u n a e s c o l a c o n c o rri a p a r a a
f o r m a ç ã o d o c a r á c t e r. Q u e s e ri a o c a r á c t e r? E a p r o f e ss o r a e x p li c a v a c o m a su a
v o z su a v e e p a us a d a : "T e r c a r á c t e r, m e us m e nin o s, é s e r-s e b o m e h o n e st o !" O q u e
e r a e x a c t a m e n t e s e r-s e b o m e h o n e st o ? E a m e str a c o n tin u a v a a li ç ã o : "S e r-s e
b o m e h o n e st o é n ã o f a z e r m a l a nin g u é m e n ã o a rr e c a d a r o s l á p is d o s o u tr o s
m e nin os q u a n d o t e m os os n ossos... " Eu q u a s e c o m p r e e n d i a , m a s d e p o is vin h a m -m e
a s d ú vi d a s.
U m m o ç o c h a m a d o A l c i b í a d e s (filh o d o d o n o d e u m a f á b ri c a e d e u m a s e n h o r a
q u e e r a suí ç a , e r a u m a lu n o m uit o a p li c a d o , d e f e ns o r d o s fr a c o s, c o nsi d e r a d o o
m o ç o m a is in t e li g e n t e d a e s c o l a , o q u e tin h a o s m a is lis o nj e ir o s a m é ns d a
p ro f e ssor a ), n o c a m in h o d a e s c o l a p a r a c a s a , l o g o q u e vi a u m g a t o , a p e d r e j a v a -o ,
m a l vi a u m c ã o p e q u e n o ( q u e d o s m a i o r e s f u g i a e l e ), d a v a -lh e p o n t a p é s e , a in d a
p i o r, é q u e , b e ir a l a tr á s d e b e ir a l, p u n h a -s e a d e rru b a r o s nin h o s d a s a n d o rin h a s.
S e r i n i m i g o d o s a n i m a is, m a ltr a t a r o s i n d e f e s o s. . . t e ri a o A l c i b í a d e s b o m
c a r á c t e r(?), in t e rr o g a v a - m e e u .
S ó m a is t a r d e , m u it o m a is t a r d e , p e r c e b i q u e a l g u ns h o m e ns, s e n ã o s e
m a ltr a t a ss e m , n ã o d is c utiss e m , s e n ã o g u e rr e a ss e m , p e ns a v a m q u e m orri a m d e t é d io .
95
Educação para a Cidadania Democrática e Formação de Professores
Não se trata de uma disciplina, ou de mais uma disciplina, mas de uma forma de
as disciplinas se complementarem no aprofundamento dos seus próprios saberes,
tratando-se de uma área que propicia significativas experiências de vida, pela
análise das práticas e pela sua reflexão à luz de um quadro de conhecimentos,
conceptualmente estruturados, de forma a proporcionarem o repensar-se a
própria função da Escola como instituição formativa de cidadãos, que se não
conformam (queremos dizer que não é desejável que se conformem passivamente)
com a rotina.
96
parte V Considerações Finais
Referências
Sugestões de Aprofundamento
Considerações Finais
99
Considerações Finais
100
Referências
Audigier, F. (2000), "Basic concepts and core competencies for education for
democratic citizenship". Documento do Projecto "Educação para a Cidadania
Democrática", do Conselho da Europa (doc. DECS/EDU/CIT (2000) 23)
Augé, M. (1994), N ã o lu g a r e s: In tr o d u ç ã o a u m a A n tr o p o l o g i a d a S u p e r m o d -
e rni d a d e . Campinas : Papirus
101
Referências
Oakes, J. (1989), "What educational indicators? The case for assessing the school
context". E d u c a ti o n a l Ev a lu a ti o n a n d P o li c y A n a lysis , vol. 11, nº 2.
102
Sugestões de Aprofundamento
103
Sugestões de Aprofundamento
1. Referências bibliográficas
Praia, Maria
E d u c a ç ã o p a r a a c i d a d a ni a – t e o ri a e p r á ti c a s. P o rt o : Edições ASA, 1999
104
Sugestões de Aprofundamento
Stirn, François
O s G r a n d e s P e ns a d o r e s C o n t e m p o r â n e o s. L is b o a : Instituto Piaget, 1999
O livro é formado por três Capítulos, correspondentes a cada uma destas linhas,
nos quais são apresentados textos de diversos teóricos. Entre eles Paul Ricoeur,
Jean-Paul Sartre, Gaston Bachelard, Adorno, Thomas Kuhn, Karl Popper ou
Wittgenstein.
105
Sugestões de Aprofundamento
Além dos conteúdos, sublinhe-se o carácter desta obra como exercício auto-
-reflexivo, o que leva as autoras a incluir amiúde reticências "desanimadas-realistas-
cáusticas-práticas" sobre o voluntarismo normalmente associado a tantas das
novas aventuras no mundo da educação.
106
Sugestões de Aprofundamento
Nesse sentido, este relatório assume-se balizado pelos três pressupostos essenciais
em que assentou todo o projecto: primeiro, o de que a Educação para a
Cidadania Democrática é um processo de aprendizagem na acção; segundo, o
de que a Educação para a Cidadania Democrática é um processo de
aprendizagem ao longo da vida; e, terceiro, o de que a Educação para a
Cidadania Democrática é um processo de aprendizagem em que educação
formal e educação informal se devem articular.
107
Princípios Orientadores da Revisão Curricular
E d u c a ç ã o , S o c i e d a d e e C i d a d a ni a . C o n f e r ê n c i a In t e rn a c i o n a l, L is b o a : 17-19 d e
M a i o d e 1999. A c t a s. Lisboa, ed. Ministério da Educação, Gabinete de Assuntos
Europeus e Relações Internacionais, 2000
108
2. Centros de Recursos e/ou de Documentação/Informação
www.acime.pt
E-mail: apedi@apedi.mailpac.pt
109
Sugestões de Aprofundamento
Associação 25 de Abril
Rua da Misericórdia, 95-1200-271
E-mail: a25ªsec@25abril.org
Crap_loure5s@net.sapo.pt
110
Sugestões de Aprofundamento
www.min-edu.pt/entreculturas/indexold.html
Instituto Norte-Sul
www.nscentre.org
www.dgv.pt
E-mail: Oikos.sec@oikos.pt
www.Oikos.pt
111
Sugestões de Aprofundamento
SOS Racismo
Avenida Guerra Junqueiro, 19-5º esq Lisboa
Tel: 21 846 40 55
E-mail: cmlresistência@mail.telepac.pt
www.cm-lisboa.pt/serviços/dc/resistencia/index.htm
UNICEF
Avenida António Augusto Aguiar, 56-3º esq. Lisboa
112
Departamento do Ensino Secundário. 2001 washingmachine.produção de imagem
.Educação para a Cid
Cidadania Secundário
Ensino Secundário . Ensino Sec
Inovaçã
ENSINO
Cidadania Ensino SecundárioEn
CIDADANIASecundário . Curric
Educação para a Cidadania
INOVAÇÃO
Educação
Ensino SecundáriolEnsino
Cursos Gerais
Cidadania
Cursos Tecnológicos