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MÓDULO DE DIREITO
AMINISTRATIVO AVANÇADO
Professores: Francisco Saint Clair e Mário Matos
ATOS ADMINISTRATIVOS
TEORIA E EXERCÍCIOS
18%
18%
A Estatística nos dias de hoje é uma ferramenta indispensável para
qualquer profissional que necessita analisar informações em suas
tomadas de decisões diárias, seja no seu trabalho ou na sua vida
pessoal. Dessa forma, não seria diferente para os estudantes tomarem
decisões na hora de estudar. Atualmente, o ambiente dos concursos que
rodeiam as principais provas do Brasil tendem a ser cada vez mais
exigentes. Porém com a utilização da estatística como suporte para os
estudos, podemos focar naquilo que realmente é mais cobrado em
provas.
Obs. Os atos políticos não estão sujeitos à teoria geral dos atos
administrativos. São atos praticados em obediência direta à Constituição,
e manifestados pela Administração Pública, mas em sentido amplo.
Ano: 2014 - Banca: CESPE - Órgão: ANTAQ - Prova: Técnico
Administrativo
( ) CERTO ( ) ERRADO
Ano: 2016 - Banca: CESPE - Órgão: TCE-PA - Prova: Conhecimentos
Básicos
( ) CERTO ( ) ERRADO
ATO
SÓ PODE SER UNILATERAL
ADMINISTRATIVO
CONTRATO BILATERAL
( ) CERTO ( ) ERRADO
Ano: 2016 - Banca: CESPE - Órgão: PC-PE - Prova: Escrivão de Polícia
( ) CERTO ( ) ERRADO
2. Atos Privados praticados pela Administração Pública
Em diversas situações a administração pública age despida de suas
prerrogativas de direito público. Por exemplo, quando uma sociedade
de economia mista vende, no mercado, bens de sua produção, ou um
banco estatal celebra, com um particular, um contrato de abertura de
conta corrente, ou, ainda, quando um agente público competente dos
quadros de um órgão da administração pública direta assina um cheque
para pagar um fornecedor.
Obs. Não obstante, é nosso dever ressaltar que a tese defendida pela
brilhante Maria Sylvia Zanella Di Pietro também já serviu de
fundamento para algumas questões de prova.
Como exemplo, podemos citar a seguinte assertiva, considerada correta
pelo CESPE no Exame da OAB/2007, seguindo o entendimento da eminente
professora: “Um parecer opinativo acerca de determinado assunto emitido
pela consultoria jurídica de órgão da administração pública não é
considerado, por parte da melhor doutrina, ato administrativo, mas sim ato
da administração”.
( ) CERTO ( ) ERRADO
A doutrina faz distinção entre ATO e FATO administrativo, quando o
fato corresponde à descrição contida na norma legal, ele é chamado
de fato jurídico e produz efeitos no mundo do direito. Quando o fato
descrito na norma legal produz efeitos no campo do direito
administrativo, ele é um fato administrativo, como ocorre com a
morte de um funcionário, que produz a vacância de seu cargo.
De acordo com Hely Lopes Meirelles, “o silêncio não é ato jurídico. Por
isto, evidentemente, não pode ser ato administrativo. Este é uma
declaração jurídica”; entretanto, Maria Sylvia Zanella Di Pietro explica
que, “até mesmo o silêncio pode significar forma de manifestação da
vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei
fixa um prazo, findo o qual o silêncio da Administração significa
concordância ou discordância”.
No entendimento de José dos Santos C. Filho, é preciso distinguir, de
um lado, a hipótese em que a lei já aponta a consequência da omissão
e, de outro, aquela em que na lei não há qualquer referência sobre o
efeito que se origine do silêncio.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Ano: 2015 - Banca: CESPE - Órgão: MPOG - Prova: Administrador - Cargo
( ) CERTO ( ) ERRADO
ATRIBUTOS
(CARACTERÍSTICAS)
Atributos são características ou qualidades inerentes dos atos
administrativos. Os atributos descritos pelos principais
autores são: P.A.T.I
A Autoexecutoriedade;
T Tipicidade;
I Imperatividade.
I - Presunção de Legitimidade
A presunção de legitimidade ou de legalidade está presente em todos
os atos administrativos. Deflui da própria natureza do ato
administrativo e independe de norma legal que o preveja.
Exemplos:
Basta que o ato exista no mundo jurídico para que produza imperatividade.
No entanto, o atributo somente está presente nos atos que impõem ao
particular obrigação (comandos administrativos). Há imperatividade,
portanto, nos atos de apreensão de alimentos, interdição de
estabelecimento etc.
A Imperatividade traduz a possibilidade de a administração
pública, unilateralmente, impor obrigações ou/e restrições.
Decorre do poder extroverso do Estado.
( ) CERTA ( ) ERRADA
Ano: 2013. Banca: TJ-SC. Órgão: TJ-SC. Prova: Juiz
( ) CERTO ( ) ERRADO
Quando o decreto possui caráter geral ou normativo, pode ser
classificado como regulamentar ou autônomo. O decreto
regulamentar, também chamado de decreto de execução, é aquele que
introduz um regulamento, ou seja, detalha como deverá ser fielmente
executada a lei, não podendo seu conteúdo e o seu alcance ir além
daqueles da lei que regulamenta. Dessa forma, a lei instituidora do
imposto de renda estabelece os elementos necessários à definição no
mundo concreto do exato alcance da obrigação tributária, como o
momento em que o imposto se torna devido (fato gerador), os
devedores (contribuintes e responsáveis) e os valores a serem pagos
(alíquotas e bases de cálculo). No entanto, para o fiel cumprimento
dessa lei, é necessário o detalhamento de vários aspectos mais miúdos,
por exemplo, a definição do documento de arrecadação a ser utilizado,
da maneira como será identificado o tributo que está sendo pago, dos
locais de pagamento etc.
Não seria imaginável que a lei descesse a todas essas minúcias. É nesse
contexto que aparece a utilidade dos decretos regulamentares que,
sem inovar quanto ao conteúdo da obrigação legalmente prevista,
estabelecem regras que permitem seu cumprimento. O decreto
autônomo ou independente, por sua vez, é aquele que dispõe sobre
matéria não regulada em lei (por isso se diz autônomo, não depende de
lei, tem autonomia dada pela Constituição), criando direito novo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
c) Regimento – ato administrativo normativo destinado a disciplinar o
funcionamento dos órgãos da Administração, atingindo unicamente as
pessoas responsáveis pela execução do serviço, sem obrigar aos
particulares em geral.
( ) CERTO ( ) ERRADO
ATOS NEGOCIAIS
Os Atos Administrativos Negociais são editados em situações nas quais o
ordenamento jurídico exige que o particular obtenha anuência prévia da
administração para realizar determinada atividade de interesse dele, ou
exercer determinado direito. É necessário ter em conta que sempre deverá o
ato negocial – assim como qualquer ato administrativo – ter como finalidade a
satisfação do interesse público, ainda que este possa coincidir com um
interesse do particular que solicitou o ato.
a) Licença
A licença é ato administrativo vinculado e definitivo, editado com
fundamento no poder de polícia administrativa, nas situações em que o
ordenamento jurídico exige a obtenção de anuência prévia da
administração pública como condição para o exercício, pelo particular, de
um direito subjetivo de que ele seja titular. Uma vez atendidas a
exigências legais e regulamentares pelo interessado, deve a administração
concedê-la, ou seja, existe direito subjetivo do particular à sua obtenção.
Existe uma expectativa de definitividade: não pode uma licença ser
revogada (nenhum ato vinculado pode), embora seja possível sua cassação
ou sua anulação. São exemplos a licença para a realização de uma obra, a
licença de concessão de um alvará para o funcionamento de um
estabelecimento comercial e a licença para dirigir.
Ano: 2015 - Banca: CESPE - Órgão: FUB - Prova: Administrador
Em relação aos requisitos e às espécies de atos administrativos, julgue o
item subsequente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
b) Autorização
Autorização é um ato administrativo por meio do qual a administração
possibilita ao particular a realização de alguma atividade de predominante
interesse deste, ou a utilização de um bem público.
a) licença.
b) permissão.
c) autorização.
d) alvará.
Cuidado na prova!
Exemplos:
- ingresso em estabelecimento oficial de ensino na qualidade de aluno;
( ) CERTO ( ) ERRADO
e) Alvará
Alvará é um instrumento formal expedido pela Administração Pública
cujo conteúdo é o consentimento dado pelo Estado para o
desenvolvimento de certas atividades pelo particular. Talvez por isso se
fale na doutrina em alvará de licença, alvará de autorização, etc.
Aplicada em: 2017. Banca: Quadrix. Órgão: SEDF. Prova: Professor - Direito
( ) CERTA ( ) ERRADA
ATOS ENUNCIATIVOS
Existe alguma discrepância entre os doutrinadores quanto à definição
de “atos enunciativos”.
Alguns dizem que são aqueles que contêm apenas um juízo de valor,
uma opinião, uma sugestão ou uma recomendação de atuação
administrativa, como é o caso dos pareceres. Não produzem eles, por si
só, efeitos jurídicos quaisquer, dependendo sempre de outro ato, de
conteúdo decisório, que adote como razão de decidir a fundamentação
expedida no ato enunciativo.
c) Parecer
É um documento técnico, de caráter opinativo, emitido por órgão
especializado na matéria de que trata. Não tem conteúdo decisório, é
necessário outro ato administrativo que aprove ou adote o parecer
para, só então, dele decorrerem efeitos jurídicos, passando a integrar o
ato administrativo decisório.
Exemplos:
a) Um parecer editado por um órgão de assessoria jurídica de um
ministério que uma vez aprovado pela autoridade administrativa
competente, a orientar internamente a atuação de outros órgãos e
servidores da própria administração pública que aprovou o parecer.
Porém, apenas na sua origem são atos enunciativos, porque, depois de
aprovados, passam a ser verdadeiros atos ordinatórios, apesar de
manterem, formalmente, o nome de “parecer”.
“De tudo isso resulta que o agente que emite o parecer não pode ser
considerado solidariamente responsável com o agente que produziu o ato
administrativo final, decidindo pela aprovação do parecer. A
responsabilidade do parecerista pelo fato de ter sugerido mal somente lhe
pode ser atribuída se houver comprovação indiscutível de que agiu
dolosamente, vale dizer, com o intuito predeterminado de cometer
improbidade administrativa. Semelhante comprovação, entretanto, não
dimana do parecer em si, mas, ao revés, constitui ônus daquele que
impugna a validade do ato em função da conduta de seu autor”.
“Não nos parece correto, portanto, atribuir, a priori, responsabilidade
solidária a servidores pareceristas quando opinam, sobre o aspecto
formal ou substancial (em tese), pela aprovação ou ratificação de
contratos e convênios, tal como exigido no art. 38 da Lei nº 8.666/1993
(Estatuto dos Contratos e Licitações), e isso porque o conteúdo dos
ajustes depende de outras autoridades administrativas, e não dos
pareceristas. Essa responsabilidade não pode ser atribuída por
presunção e só se legitima no caso de conduta dolosa, como já
afirmado, ou por erro grosseiro injustificável. Daí julgarmos digna de
aplausos norma legal que afaste a presunção de responsabilidade.
3. Parecer vinculante: aquele cujas conclusões devem ser acatadas pela
autoridade competente para decidir. Di Pietro cita um exemplo: “Para
conceder a aposentadoria por invalidez, a administração tem que ouvir
o órgão médico oficial e não pode decidir em desconformidade com a
sua decisão”.
Lei 9.784/99
( ) CERTA ( ) ERRADA
CERTA
Aplicada em: 2016. Banca: CESPE. Órgão: TCE-PA. Prova: Auxiliar
Técnico de Controle Externo - Área Administrativa
( ) CERTA ( ) ERRADA
d) Apostila
É um aditamento a um ato administrativo, ou a um contrato
administrativo, para o fim de retificá-lo, atualizá-lo ou complementá-lo.
É um ato aditivo, que pode ser usado para corrigir dados constantes em
documentos, ou para registrar alterações.
Apostilar é anotar à margem, emendar, corrigir, complementar um
documento.
Ano: 2016 - Banca: FCM - Órgão: Prefeitura de Barbacena – MG -
Prova: Tecnólogo Executivo
Obs. Observa-se, ante tal demarcação, que um dos pontos que marcam
a distinção entre a vinculação e a discricionariedade reside
no motivo do ato.
ATENÇÃO!
Muitos doutrinadores e bancas de concursos públicos consideram os atos de
demissão de um servidor previstos no art. 132 da lei 8.112/90, como ato
vinculado, porém, parte da doutrina moderna faz a seguinte observação:
( ) CERTO ( ) ERRADO
EXEMPLO: Ano: 2001 - Banca: CESPE - Órgão: AJ/DF - Prova: Assistente
Jurídico
Acerca dos atos do poder público, julgue o item a seguir.
Ao ato administrativo cuja prática dependa de vontade única de um órgão
da administração, mas cuja exequibilidade dependa da verificação de outro
órgão, dá-se o nome de ato administrativo composto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
EXEMPLO: Ano: 2005 - Banca: ESAF - Órgão: Receita Federal -
Prova: Auditor Fiscal
( ) CERTO ( ) ERRADO
Aplicada em: 2017. Banca: CESPE. Órgão: MPE-RR. Prova: Promotor de
Justiça Substituto
EXEMPLO: Ano: 2016 - Banca: FGV - Órgão: IBGE - Prova: Analista de Processos
Em matéria de classificação do ato administrativo quanto ao critério dos efeitos, um
parecer elaborado por servidor de fundação pública federal a pedido de seu superior
hierárquico possui natureza de ato constitutivo, pois altera uma relação jurídica,
criando, modificando ou extinguindo direitos e os efeitos serão suportados
obrigatoriamente pelo administrado;
( ) CERTO ( x ) ERRADO
Essa questão foi baseada no conceito da Profª Di Pietro, ao qual nós
discordamos, com o devido respeito à ilustre doutrinadora. De acordo
com a Profª Di Pietro, relativo aos efeitos dos atos administrativos, o ato
pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma
situação do administrado denomina-se ato administrativo constitutivo.
Para nós, ato administrativo constitutivo apenas cria, não modifica nem
extingue um direito ou uma situação do administrado, conforme será
analisado nos itens “b” e “c” adiante.
a) Enunciativo.
b) Declaratório.
c) Constitutivo.
d) Proveito.
e) Nulo.
Quanto ao Efeito Jurídico
Outra diferença entre o ato nulo e o ato inexistente é o dado pela Lei
9.784/1999 (lei federal):
( ) CERTO ( ) ERRADO
- o vício de forma, a menos que se trate de forma exigida pela lei como
condição essencial à validade do ato.
Quanto à Formação
a) Atos Administrativos Perfeitos
Ato perfeito é aquele que está pronto, terminado, que já concluiu o seu
ciclo, suas etapas de formação.
Exemplo: um ato de homologação de um concurso público que tenha sido
escrito, motivado, assinado e publicado na imprensa oficial é um ato
perfeito, pois completou sua formação, já passou por todas as fases
integrantes de sua produção.
O ato pendente é o ato perfeito que ainda não está apto a produzir
efeitos, por não haver implementado o termo (prazo de início) ou a
condição a que está sujeito.
d) Atos Administrativos Ineficazes
Para José dos Santos C. Filho “se o ato completou seu ciclo de formação,
podemos considerá-lo eficaz, e isso ainda que dependa de termo ou
condição futuros para ser executado. O termo e a condição, como veremos
adiante, podem constituir óbices à operatividade do ato, mas nem por isso
descaracterizam sua eficácia”.
Destarte, esses doutrinadores não adotam a denominação de ato
administrativo pendente.
Ano: 2015 - Banca: ESAF - Órgão: ESAF - Prova: Analista de Planejamento e
Orçamento - Conhecimentos Gerais
II- Perfeito, inválido e eficaz ─ quando o ato concluiu todas as etapas do seu
ciclo de formação, encontra-se em desconformidade com a ordem jurídica
e está produzindo os efeitos jurídicos que lhe são próprios.
III- Perfeito, válido e ineficaz – já completou o seu ciclo de formação, foi
editado conforme a lei e ainda não se encontra disponível para a fruição
dos seus efeitos típicos, por depender de uma condição suspensiva, termo
inicial, ou complementação por outro órgão controlador.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Ano: 2009 - Banca: CESPE - Órgão: PC-RN - Prova: Delegado de Polícia
( ) CERTO ( ) ERRADO
Quanto à natureza das situações jurídicas que criam
a) Atos-regra
São aqueles em que estão presentes a generalidade e a abstração. São
gerais porque não possuem destinatários específicos e determinados,
irradiando seus efeitos para quaisquer pessoas que se ponham em
situações reguladas pelo ato; são abstratos porque versam sobre
hipóteses, e não sobre situações concretas.
Nessa linha, por exemplo, temos a Resolução 141/2010 da Agência
Nacional de Aviação Civil (ANAC), que, entre outras coisas, dispõe sobre
atrasos e cancelamentos de voos e sobre as hipóteses de preterição de
passageiros. As disposições são gerais, pois não se destinam a
passageiro “A” ou “B”, mas a qualquer pessoa que se ponha nas infelizes
situações disciplinadas pela norma; são, também, abstratas, pois não
versam sobre algum atraso que aconteceu no mundo concreto, mas sim
sobre a hipótese de eles ocorrerem, estipulando-lhes as consequências.
Por serem impessoais, os atos-regra podem a qualquer tempo ser
modificados pela autoridade que os expediram, não sendo cabível a
invocação de direito adquirido à manutenção das regras deles
constantes.
b) Atos administrativos subjetivos
De maneira diametralmente oposta, os atos subjetivos são aqueles
individuais e concretos. São individuais porque são destinados a pessoas
específicas e determinadas, criando situações particulares; são concretos
porque não versam sobre hipóteses, mas sobre fatos. A título de exemplo,
temos a Portaria 823/2007, também da ANAC, que determinou à Empresa
Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) que fossem
encaminhadas, no prazo de dez dias, as informações acerca da capacidade
instalada dos aeroportos por ela administrados. O ato foi individual, tendo
um destinatário específico e determinado (a INFRAERO); também foi
concreto, pois versava sobre uma situação concreta (a empresa deveria
enviar as informações no prazo solicitado), e não sobre uma mera hipótese
(o que aconteceria se, por exemplo, a ANAC estipulasse que em caso de
necessidade a INFRAERO solicitasse à Agência autorização para prorrogar o
horário de funcionamento dos aeroportos em que eventualmente
houvesse excesso de demanda).
c) Atos-condição
Por fim, os atos-condição são aqueles em que alguém, mediante uma manifestação
de vontade, põe-se em uma situação jurídica estabelecida em um ato-regra,
subordinando-se ao regime jurídico daí decorrente. A título de exemplo, temos o caso
do particular aprovado em concurso público que toma posse no cargo efetivo para o
qual foi nomeado. A partir da posse, o particular se torna servidor público e passa a se
subordinar ao regime jurídico unilateralmente estabelecido pelo ente político a que se
vinculou. Percebesse que o ato-condição em muito se assemelha ao ato de firmar o
que, em direito privado, denominamos “contrato de adesão”, pois, neste, o
contratante-aderente apenas tem a liberdade de aderir ou não à avença cujas regras
são preestabelecidas, sem oportunidade de modificá-las. É o que acontece, por
exemplo, quando vamos firmar, como usuários, um contrato com uma empresa
prestadora de serviço de telefonia. Normalmente o contrato é padrão, consistindo-se
num formulário que não permite negociação de cláusulas. Da mesma forma,
retomando o exemplo anterior, o nomeado decide entre tomar ou não tomar posse,
não tendo condições de modificar o regime jurídico a que se submeterá. Se, por
exemplo, o nomeado para cargo público federal estiver inconformado com o fim dos
anuênios (acréscimo de 1% aos vencimentos que o servidor passava a fazer jus a cada
ano de exercício), poderá decidir por não tomar posse, mas não terá como reinserir a
regra no seu regime jurídico.
Registramos, por oportuno, que a inalterabilidade do regime jurídico somente
é oponível ao particular que a ele adere mediante a prática do ato-condição,
pois o ente estatal pode, unilateralmente, alterar tal regime, como o fez no
momento em que, por lei, extinguiu os anuênios.
Em suma, podemos afirmar que a posse é ato-condição para que determinada
pessoa se submeta ao regime jurídico preestabelecido e alterável
unilateralmente pelo ente que o estabeleceu.
EXEMPLO: Ano: 2016 - Banca: FCC - Órgão: PGE-MT - Prova: Procurador do Estado
A propósito dos atos administrativos, julgue o item abaixo.
O decreto regulamentar constitui um ato-regra, simples, imperativo e externo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
São atos-regra, pois criam situações gerais, abstratas e impessoais, sendo
modificáveis a qualquer tempo pela vontade de quem os produziu, sem que possa
opor direito adquirido à persistência dessas regras (exemplo: regulamento); são
simples, pois editados por um só órgão (Chefia do Poder Executivo); imperativos,
pois impõe sua determinação independente da vontade de terceiros; e externos,
pois de alcance abrangente aos administrados e servidores.
REQUISITOS DE VALIDADE OU
ELEMENTOS DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS
A doutrina, baseada na lei que regula a ação popular (Lei 4.717/1965),
em seu art. 2º, costuma apontar cinco assim chamados requisitos de
validade ou elementos dos atos administrativos: competência ou
sujeito, finalidade, forma, motivo e objeto.
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
COMPETÊNCIA:
É o poder decorrente da lei conferido ao agente administrativo para o
desempenho regular de suas atribuições. Somente a lei pode
determinar a competência dos agentes na exata medida necessária para
alcançar os fins desejados. É um elemento sempre vinculado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO
DE COMPETÊNCIA
LEI 9.784/1999
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio
oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os
limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o
recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
Observações:
( ) CERTO ( x ) ERRADO
( x ) CERTO ( ) ERRADO
a) Motivo inexistente
Melhor seria dizer fato inexistente. Nesses casos, a norma prevê:
somente quando presente o fato “x”, deve-se praticar o ato “y”. Se o ato
“y” é praticado sem que tenha ocorrido o fato “x”, o ato é viciado por
inexistência material do motivo.
Exemplo: a lei estatui que presente o fato “a”, ou o fato “b”, deverá ser
emitido o ato “x”. Se a administração pratica o ato “x” e afirma, na
motivação, que estavam presentes os fatos “a” e “b”, mas, mais tarde,
fica provado que, na verdade, o fato “b” não ocorreu, não poderá o ato
ser anulado – pelo menos não por vício de motivo.
EXEMPLO: Ano: 2016 - Banca: FCC - Órgão: Copergás - Prova: Auxiliar
Administrativo
( ) CERTO ( ) ERRADO
b) Motivo ilegítimo (ou juridicamente inadequado)
Nessas hipóteses, existe uma norma que prevê: somente quando presente
o fato “x”, deve-se praticar o ato “y”. A administração, diante do fato “z”,
enquadra-o erroneamente na hipótese legal, e pratica o ato “y”. Pode-se
dizer que há incongruência entre o fato e a norma, ou seja, está errado o
enquadramento daquele fato naquela norma.
A motivação, por sua vez, vem a ser a exposição dos motivos que determinam
a prática do ato, a exteriorização dos motivos que levaram a Administração a
praticar o ato. É a demonstração por escrito, de que os pressupostos
autorizadores da prática do ato realmente aconteceram.
Exemplo:
Ato - Aplicação de multa;
Objeto - efetivar uma punição.
Valoração dos
motivos.
Oportunidade e
Mérito
conveniência de
Administrativo
praticar o ato. Escolha do
objeto.
EXEMPLO: Ano: 2016 - Banca: ESAF - Órgão: ANAC - Prova: Especialista
em Regulação de Aviação Civil
a) Finalidade / motivo.
b) Forma /objeto.
c) Competência / finalidade.
d) Motivo / objeto. (CERTO)
e) Finalidade / forma.
A justificativa para a existência do mérito administrativo reside no
seguinte: é ao administrador que se apresentam, cotidianamente, as
diversas situações concretas pertinentes às relações entre a administração
pública e os administrados; é ele quem conhece profundamente os
aspectos técnicos e práticos da atividade administrativa, quem está
próximo dos fatos a serem avaliados; em suma, é o administrador quem
tem melhores condições de aferir se atende ao interesse público (se é
conveniente) praticar determinado ato e o momento (oportunidade) em
que a prática do ato mais bem satisfaz ao interesse público.
a) complexos.
b) vinculados.
c) constitutivos.
d) declaratórios.
e) discricionários.
EXTINÇÃO DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS
Uma vez publicado, esteja eivado de vícios ou não, o ato administrativo
terá vigência e deverá ser cumprido, em respeito ao atributo da
presunção de legitimidade, até que ocorra formalmente o seu
desfazimento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
EXEMPLO: Ano: 2016 - Banca: CS-UFG - Órgão: Prefeitura de Goiânia –
GO - Prova: Auditor de Tributos
( ) CERTO ( ) ERRADO
Aplicada em: 2017. Banca: IESES. Órgão: TJ-RO. Prova: Titular de
Serviços de Notas e de Registros - Remoção
a) 3 (três) anos.
b) 5 (cinco) anos.
c) 1 (um) ano.
d) 2 (dois) anos.
PRAZO PARA ANULAÇÃO NA ESFERA FEDERAL – Lei 9.784/1999
2. Previdência Social
Anulação de atos administrativos pela previdência social (Lei 8.213/1991,
incluído pela Lei 10.839/2004).
Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus
beneficiários decai em dez anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.
§1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial
contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de
autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.
REVOGAÇÃO
Revogação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que,
segundo critério discricionário da administração, tornou-se inoportuno
ou inconveniente.
a) os atos consumados, que já exauriram seus efeitos: não faz sentido revogar
um ato que não tem mais nenhum efeito a produzir;
a) Revogação
b) Anulação
c) Convalidação
d) Exclusão
CASSAÇÃO
A cassação é a extinção do ato administrativo quando seu beneficiário
deixa de cumprir os requisitos que deveria permanecer atendendo,
como exigência para a manutenção do ato e de seus efeitos. No mais
das vezes, a cassação funciona como uma sanção para aquele particular
que deixou de cumprir as condições exigidas.
a) Revogação.
b) Cassação.
c) Caducidade.
d) Convalidação.
e) Anulação.
Ano: 2016 - Banca: FUNCAB - Órgão: PC-PA - Prova: Escrivão de Polícia
Considere a situação em que a Administração Pública municipal edite
um ato administrativo de permissão para que o administrado em certo
local explore um parque de diversões. Posteriormente, surge a nova lei
de zoneamento que se mostra incompatível com a permissão
anteriormente concedida. Assinale a opção correta, no tocante à forma
de extinção do ato administrativo.
a) Cassação
b) Caducidade
c) Anulação
d) Extinção Natural do ato
e) Extinção Subjetiva
Aplicada em: 2015. Banca: CONSULPLAN. Órgão: TJ-MG. Prova: Titular
de Serviços de Notas e de Registro
O Município de Belo Horizonte, em razão de ampliação de avenida,
retirou a permissão para estabelecimento de uma banca de jornais lá
fixada, sob o fundamento de que a avenida passaria no local.
a) cassação.
b) revogação.
c) conveniência e oportunidade.
d) extinção.
Outras Formas de Extinção dos Atos Administrativos:
EXTINÇÃO OBJETIVA
Ocorre quando desaparece o próprio objeto do ato praticado. Exemplo:
o ato de interdição de um estabelecimento é desfeito se este vem a ser
extinto pela empresa de que ele fazia parte.
CADUCIDADE
Ocorre quando uma nova legislação impede a permanência da situação
anteriormente consentida pelo poder público. Surge uma nova norma
jurídica que contraria aquela que respaldava a prática do ato. O ato, que
passa a contrariar a nova legislação extingue-se. Exemplo: uma
permissão para uso de um bem público; se, supervenientemente, é
editada lei que proíbe tal uso privativo por particular, o ato anterior, de
natureza precária, sofre caducidade, extinguindo-se.
CONTRAPOSIÇÃO OU DERRUBADA
Um ato, emitido com fundamento em determinada competência,
extingue outro ato, anterior, editado com base em competência
diversa, ocorrendo a extinção porque os efeitos daquele são opostos
aos deste. O ato anterior será extinto pelo ato superveniente cujos
efeitos são a ele contrapostos. Exemplo: a exoneração, que tem efeitos
contrapostos aos da nomeação – o ato de nomeação é extinto
automaticamente pelo ato de exoneração, sem que seja necessário
praticar um terceiro ato, afirmando que ficou “cancelada”, ou que se
tornou “sem efeitos” a nomeação do servidor exonerado.
RENÚNCIA
O administrado abre mão dos efeitos jurídicos do ato administrativo. A
sua principal característica é a irreversibilidade depois de consumada.
a) 2, 1, 3, 1, 1, 2 b) 3, 2, 3, 2, 2, 1 c) 3, 2, 3, 1, 1, 2
d)1, 2, 1, 1, 1, 3 e) 2, 2, 3, 1, 1, 3
DIREITO ADMINISTRATIVO
MÓDULO DE DIREITO
AMINISTRATIVO AVANÇADO
Professores: Francisco Saint Clair e Mário Matos