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Indicações bibliográficas:
Manual de Direito Processual Civil – Daniel Amorim Assumpção Neves
O Novo Processo Civil Brasileiro - Alexandre Câmara
Novo Código de Processo Civil Comentado - Daniel Amorim Assumpção Neves
Código de Processo Civil para Concursos - Rodrigo da Lima Cunha Freire e Mauricio
Ferreira Cunha
Curso de Direito Processual Civil - Humberto Theodoro Jr
Curso de Direito Processual Civil - Freddie Didier Jr.
Palavras-chave:
Formas executivas
Processo autônomo de execução
Cumprimento de sentença
FORMAS EXECUTIVAS
1) Introdução
. Execução
. Cumprimento de sentença
Art. 297, caput, CPC - Efetivação da tutela provisória. Independente do nome usado pelo
legislador, será sempre uma tutela executiva.
É aquele feito sem a participação do Poder Judiciário. Quando o credor vai executar um
título extrajudicial, será o primeiro contato do Judiciário com esse título. Então não há como se
imaginar outro sistema neste caso que não o processo autônomo de execução. Ou seja, sempre
que houver um título executivo extrajudicial, a única forma possível é o processo autônomo de
execução.
Para cada uma das três clássicas espécies de tutela – tutela de conhecimento, executiva e
cautelar – tinha-se um processo específico. Pois cada uma dessas tutelas tem diferentes objetivos
(porque cada uma delas resolve diferentes espécies de crises jurídicas) e diferentes
procedimentos.
A conclusão era de que, em razão desses dois motivos, cada tutela deveria ser mantida
isolada em um processo. Todavia essa conclusão se mostrou equivocada.
* "Ação sincrética"
Ou então a chamada tutela de urgência incidental, que vai se dar ou durante a fase de
conhecimento ou durante a sucessiva fase de execução. Ela pode incidentalmente conviver tanto
com a tutela cognitiva quanto com a tutela executiva.
O CPC de 73, em sua origem, tinha como regra o processo autônomo de execução.
Exceção: cumprimento de sentença.
Em 1994, houve uma primeira mudança, e a partir de então, com a redação que recebeu
o Art. 461 (CPC/73), todas as decisões que tivessem como objeto obrigação de fazer ou não fazer
passaram a ser executadas por fase procedimental de execução (não se chamava de
cumprimento de sentença na época, mas era um cumprimento de sentença que a gente já tinha).
Em 1995, a Lei 9.099 aboliu, nos Juizados Especiais, o processo autônomo de execução
de título executivo judicial. Os juizados especiais nunca tiveram processo de execução de título
judicial. Tinha-se o cumprimento de sentença para qualquer espécie de obrigação.
Em 2002, por conta do Art. 461-A, CPC/73, as decisões que tivessem como objeto a
obrigação de entregar coisa passaram também a ser executadas por cumprimento de sentença.
Em 2005, por meio da Lei 11.232, passaram também as obrigações de pagar quantia à
execução por cumprimento de sentença. Sendo dessa lei que nasce o nome "cumprimento de
sentença", e a qual ficou conhecida como "lei do cumprimento de sentença".
No entanto, essa lei só alterou nas obrigações de pagar quantia a execução pelo
procedimento comum, e as execuções especiais ficaram fora do cumprimento de sentença.
- Alimentos
- Pagar contra a Fazenda Pública (Atenção: a execução contra a Fazenda Pública só será
especial na hipótese da obrigação de pagar. Nas obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa,
a execução é comum)
- Contra devedor insolvente
No CPC 73, em 2005, essas três execuções especiais (obrigação exequente de pagar
quantia nas situações acima) continuaram a exigir processo autônomo de execução. A Lei
11.232/05 só alterou a realidade da execução comum.
> Execução de Alimentos (Arts. 528 a 533, CPC). Hoje uma decisão de alimentos é
executada pelo cumprimento de sentença. Porém ela não deixou de ser especial por causa disso.
> Execução de pagar contra a Fazenda Pública (Arts. 534 a 535, CPC)
Se a Fazenda Pública foi condenada a pagar, pode executar por cumprimento de
sentença (procedimento especial):
* Intimação do representante legal da Fazenda
* Prazo de 30 dias para impugnação (em qualquer cumprimento de sentença, o devedor
é intimado para pagar - seja em 15 dias no cumprimento de sentença comum, seja em 3 dias no
cumprimento de sentença de alimentos)
> Execução contra devedor insolvente (falência da pessoa humana) (Art. 1.052, CPC:
enquanto a lei extravagante não vier, continua aplicando nesse caso os artigos do CPC/73)
Na hipótese do devedor insolvente, o título executivo não é executado pelo
cumprimento de sentença, mas por processo autônomo de execução.
OBS: Art. 515, p. único, CPC - Sentença arbitral, sentença penal, homologação da
sentença estrangeira e exequator de decisão interlocutória estrangeira: para se executar essas
espécies de títulos executivos judiciais, vai ter que realizar a citação do executado.
A partir do momento que o CPC prevê uma citação, ele exige, por consequência lógica,
uma petição inicial. Petição inicial e citação são atos processuais próprios de um processo
autônomo. Cumprimento de sentença começa por requerimento, não por petição inicial, e o
executado não é citado, é intimado.
Segundo o STJ, nesse caso teremos uma hibridez procedimental: onde a lei exige
petição inicial e citação, devemos fazer como ela exige; mas a partir da citação do executado,
seguimos o procedimento do cumprimento de sentença. (R.E. 1.102.460/RJ - Recurso Repetivivo
Tema 893 > o julgado é de sentença arbitral, mas o entendimento é para todo o Art. 515,
parágrafo único, CPC)
* Execução por sub-rogação: é uma execução que trabalha com o caráter substitutivo
da jurisdição. Medidas executivas: vão substituir a vontade do executado pela vontade do direito.
(OBS: vontade do direito: que a obrigação seja cumprida / vontade do devedor: não cumprir a
obrigação) A execução por sub-rogação: satisfaz a obrigação independentemente da colaboração
ou vontade do executado.
* Execução indireta: ela não trabalha com caráter substitutivo (essa tradicional
substituição da vontade da parte pela vontade do direito não acontece aqui). O que há é uma
pressão psicológica que tem como objetivo convencer o executado a cumprir a obrigação. A
execução indireta pretende mudar a vontade do executado, convencê-lo a cumprir a obrigação,
para que a vontade do executado passe a ser a mesma vontade do direito.
OBS: "sanção premial / premiadora": não é uma expressão muito adequada para usarmos,
mas caso apareça em prova, devemos entender como medida de execução indireta que oferta
uma melhora / medida indutiva).
* Prisão civil - é uma forma de execução indireta, mas encontra limitação no âmbito de
aplicabilidade.
Art. 528, CPC - trata do cumprimento de sentença (execução do título executivo judicial).
Art. 913, p. único CPC - execução de alimentos (processo autônomo de execução)
Pouco importa se está cumprindo uma liminar, executando uma sentença, executado um
título executivo extrajudicial. A forma do título é irrelevante, a forma executiva é irrelevante. Se
tiver execução de alimentos genuínos cabe a prisão civil.
A prisão civil depende de requerimento expresso do exequente (Art. 528, §8º, CPC) -
isso é uma exceção, porque os poderes executivos do juiz permitem que ele aplique as medidas
executivas de ofício (ex: busca e apreensão). Em regra, ele aplica as medidas executivas de
ofício, mas aqui somente mediante provocação.
Opção:
- Execução especial (prisão civil)
- Execução comum
Por vezes, nem a opção existe, como percebe-se no Art. 528, §7º, CPC. Sabendo que a
obrigação de alimentos é uma obrigação continuada, o artigo diz que as parcelas que justificam a
prisão são as três anteriores à propositura da ação e as que se vencerem durante o processo.
Isso não significa entretanto que é preciso esperar três meses de dívida para executar
alimentos, pois havendo título executivo, com uma prestação inadimplida de alimentos já é cabível
a execução.
Sendo assim, mesmo que haja, por exemplo, um inadimplemento de dez meses,
somente os três meses antes da propositura vão levar à prisão do devedor. Se ele pagar esses
três, ele está livre da prisão. Enquanto aqueles sete iniciais, obrigatoriamente serão executados
pela execução comum.
- Regime fechado (separado dos "presos comuns") - Art. 528, §4º, CPC.