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NOTAS DE AULA
BICOS HIDRÁULICOS
Viçosa, MG
2000
BICOS HIDRÁULICOS
1. INTRODUÇÃO
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Os bicos hidráulicos fragmentam o líquido pela ação da pressão exercida por uma
bomba que força o líquido passar por um orifício, adquirindo velocidade e energia
no difusor para subdividir-se em pequenas gotas ao sofrer o impacto com o ar.
- vazão nominal
- população e
- espectro das gotas produzidas para cada nível de pressão.
Além disso, a forma construtiva dos elementos que compõem o orifício de saída
do líquido e as câmaras que o precedem produzem um perfil de distribuição
característico, apropriado a determinadas formas de aplicação.
Corpo
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O corpo é utilizado para a conexão com as mangueiras de distribuição de líquido
na barra portabicos. São geralmente construídos de plástico, podendo em alguns
casos ser de metal. O corpo dos bicos servem também para ajustar o ângulo entre
cada jato dos bicos, para evitar que os jorros dos bicos contíguos choquem entre
si.
Porca de fixação
Os corpos tipo encaixe rápido podem ser fabricados de cor neutra ou com uma cor
que caracteriza a vazão nominal do bico integrado no encaixe rápido. O uso dos
encaixes rápidos coloridos tem a vantagem de permitir mais rapidez e segurança
na definição da vazão do bico recomendada.
Filtro do bico
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CORPO
FILTRO
HELICÓIDE
ORIFÍCIO DE SAÍDA
PORCA DE FIXAÇÃO
5
Atualmente tem-se utilizando os chamados filtros de linha, montados em cada lado
da barra portabicos. Isto tem a vantagem de facilitar a manutenção e a limpeza
dos filtros, impedindo que durante a aplicação algum bico deixe de funcionar.
Helicóide
Em alguns bicos existe ainda um componente chamado helicóide que serve para
produzir um jorro na forma de cone. O helicóide tem como função dirigir o líquido,
de maneira que o jato forme um cone cheio o um cone vazio, sem gotas na parte
interna. O helicóide utilizado para a produção do cone cheio possui, em geral, três
ou quatro orifícios; o helicóide utilizado para a produção do cone vazio possui
normalmente dois orifícios.
Orifício de saída
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TABELA 2 - Vida útil dos bicos tipo jato plano ( pressão de 2.8 bar)
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defletores ou de impacto
com injeção de ar ou arejador
Os bicos tipo leque são os mais utilizados na área agrícola devido a sua
diversidade de utilização. Produzem um jorro plano à saída do bico, formando um
ângulo característico em forma de um leque. Apresenta uma concentração maior
de líquido na parte central do jorro, mas com uma boa uniformidade de distribuição
do líquido em função da sobreposição apropriada.
São ideais para a aplicação de herbicidas em área total, onde se necessita uma
maior uniformidade de distribuição. Operam melhor a pressão de 2 a 4 bar,
permitindo uma cobertura mais uniforme. Utilizando pressões mais baixas é
possível conseguir um tamanho de gotas maiores, para reduzir a deriva, mas a
uniformidade de distribuição diminui. Para uma melhor uniformidade de
distribuição ao longo de uma barra, se recomenda uma sobreposição de
aproximadamente 30%, em cada lado do jorro, CHRISTOFOLETTI (1991).
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Tipo leque
Tipo cone vazio
Tipo impacto
Os bicos tipo jorro cônico produzem jorros na forma de cone cheio e cone vazio.
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Figura 4 - Constituição de um bico tipo cone.
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Operam normalmente com uma pressão de 2 a 10 bar, produzindo um ângulo de
70º a 80º e gotas muito pequenas, o que favorece a deriva. São montados nas
barras portabicos, com uma distância entre 0,25 m a 0,50 m para permitir alcançar
o volume necessário de fitossanitário por área tratada, CHRISTOFOLETTI (1991).
Devido a que estes bicos trabalham a altas pressões têm uma vida útil muito
pequena (que varia de 50 a 80 horas para os ensaios de desgaste) quando se
utiliza o latão em sua fabricação. Por esta razão os fabricantes prefere construi-as
de material cerâmico que permite uma maior durabilidade.
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As gotas produzidas por este tipo de bico são normalmente maiores que as de
outros tipos, operando à mesma pressão. São recomendados para a aplicação de
herbicidas sobre o solo ou sistêmicos. Para uma melhor uniformidade de
distribuição na barra, se recomenda que os bicos estejam montadas com uma
inclinação de 30 a 45º, em relação ao plano vertical, CHRISTOFOLETTI (1991).
Os bicos de impacto, da mesma forma que os bicos tipo leque, produzem um jorro
em forma de leque, com um ângulo de pulverização bastante grande de 110 a
140º. O efeito de divisão do líquido em gotas se produz pelo impacto do jorro com
uma superfície plana. Como possui um orifício de saída circular estão menos
sujeitas a entupimentos. Possui maior deposição de líquido nas extremidades do
jorro. Podem trabalhar a pressões muito baixas (0.7 a 1.8 bar), produzindo gotas
grandes, diminuindo o problema da deriva. Estes bicos são recomendados para a
aplicação de herbicidas sistêmicos a baixo volume, bem como para aplicação,
utilizando pulverizadores costais de acionamento manual.
12
1.2.4. Bico com injeção de ar ou arejador
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barra, influenciam sobremaneira na uniformidade de distribuição de um
fitossanitário.
Quando se deseja fazer uma boa aplicação de fitossanitário temos que ter em
conta o espectro da população de gotas, mas também não podemos esquecer que
apenas isso não basta, pois no caso dos pulverizadores hidráulicos de barra, se
não houvesse uma boa distribuição do volume do fitossanitário ao largo da barra
certamente não será possível obter uma boa eficiência do tratamento realizado.
Outro cuidado que se deve ter é com relação às condições climáticas. Nos casos
de baixa umidade relativa se deve evitar trabalhar com populações de gotas com
diâmetro muito reduzido para evitar o fenômeno da evaporação de estas. Da
mesma forma no dias em que haja a presencia de ventos fortes é preferível não
fazer a aplicação de fitossanitário sob o risco de ter que repetir a aplicação.
A pressão produzida pela bomba hidráulica tem uma influência muito grande na
característica de funcionamento dos bicos hidráulicos durante a pulverização.
Essas influências incluso podem mudar completamente o comportamento dos
bicos afetando a qualidade da aplicação de um fitossanitário. Normalmente uma
alteração da pressão pode acarretar um cambio em:
- Vazão do bico
- Tamanho das gotas
- Forma do jorro.
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de um fitossanitário, si queremos aumentar a quantidade aplicada por unidade de
superfície, em principio, bastaria aumentar a pressão de aplicação.
2p
Q m A 1
onde:
Q - vazão do bico, m3/s
m - coeficiente de descarga do bico, admensional
A - seção do orifício do bico, m2
P - Pressão do líquido, Pa
- densidade do líquido, kg/m3
2
k m A 2
onde:
k - inclinação da reta
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CAUDAL DE LA BOQUILLA (l/min)
5
4,5
3,5
3
y = 0,1041x - 0,1626
2,5
1,5
1
14,00 24,00 34,00 44,00 54,00
Como os ensaios dos bicos são feitos com a água é possível resumir a equação
acima, considerando os bicos tipo cônico em:
Q nd p
2
3
donde:
Q - vazão do bico, l/min
n - coeficiente do bico (0.16 a 0.64), admensional
d - diâmetro do orifício do bico, mm
p - pressão do líquido, bar
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Os valores do diâmetro do orifício do bico costumam ter valores compreendidos
entre 0,8 a 2.5 mm para a maioria dos fabricantes.
0.42 0.18
Vj 280 4
0.59 d 0.59
onde:
Vj - velocidade do jorro, m/s
- tensão superficial, N/m
- viscosidade do líquido, mPa.s
- densidade do líquido, kg/m3
d - Diâmetro do jorro, m.
17
Q
Vj 5
m.A
18
2.2.1. Influencia do movimento da barra portabicos
19
(1977), observaram que houve uma melhora substancial na uniformidade de
distribuição, quando montaram os bicos, com um ângulo de 90º, em relação ao
plano horizontal, para bicos tipo impacto e tipo cone vazio.
Estudos realizados por BINTNER et al. (1977) indicam que há uma melhora
significativa na uniformidade de distribuição do jorro de certos bicos, quando são
orientados para trás. Com o bico inclinado para trás a distancia efetiva entre bico-
objetivo aumenta. Isto resulta em um padrão de distribuição largo que produz
maiores sobreposições para uma dada altura e espaçamento. Entretanto há que
considerar a possível perda de energia cinética da gota e o incremento da deriva.
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2.2.5. Influência do vento
V nw n V w n
n 1
SP D n 6
V nw n
n 1
onde:
SPD - desordenamiento do perfil do jorro, %
n - número de provetas graduadas debaixo do coletor de amostras
Vnw(n) - volume do líquido da proveta graduada sob condições de ensaio,
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sem vento e debaixo da faixa, ml
Vw(n) - volume do líquido da proveta graduada sob condições de ensaio,
com vento e debaixo da faixa, ml
Outro efeito do vento é a possível deriva das gotas com diâmetros menores, que
são transportadas facilmente pela corrente de ar. Quanto menor o diâmetro da
gota maior será a resistência oferecida pelo ar a sua trajetória, devido a redução
de sua massa. Com isso diminui sua velocidade, permitindo que o vento as
transporte para outro local, causando o fenômeno da deriva.
L * COT / 2
H 7
2
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donde:
H - altura da barra portabico, cm
L - anchura do jorro do bico, cm
- ângulo do bico a pressão de 2,8 bar
S 0,3 2 H * tan / 2 8
onde:
S - sobreposição entre os bicos, cm
H - altura da barra portabico, cm
- ângulo do bico a pressão de 2,8 bar
S
0,3 2 H * tan / 2 / 2 9
2
A distancia entre bicos, em a barra portabicos, poderá ser calculada pela fórmula:
L S
D 2 10
2 2
onde:
D - distancia entre bicos, cm
L - anchura do perfil de distribuição do bico, cm
S - sobreposição entre as bicos, cm
3. UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO
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A uniformidade de distribuição é entendido como a capacidade dos pulverizadores
em distribuir líquido no sentido do seu deslocamento - longitudinal, e no sentido
transversal - ao longo da barra de pulverização, com uma variação mínima do
volume distribuído.
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O presente programa é baseado em linguagem Quick Basic e permite determinar
o perfil e a homogeneidade de distribuição dos bicos de pulverização.
PROGRAMA DE SIMULAÇAO
•Cada perfil de distribuiçao obtido nos ensaios de laboratorio foi ajustado
utilizando um modelo de regresao nao-linear.
UNIFORMIDAD DE DISTRIBUCIÓN
Boquilla HARDI 2080-20, presión 5 bar, alt. barra de 60 cm
8
7
% VOLUMEN TOTAL
R2 = 0.9954
3
0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80
POSICIÓN, cm
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PROGRAMA DE SIMULAÇAO
•A saida do programa de simulaçao apresenta os seguientes dados:
x=-50 V=10.525
x=-45 V=10.091
x=-40 V=10.529
x=-35 V=11.269 UNIFORMIDAD DE DISTRIBUCIÓN
x=-30 V=11.926 Hardi 4110-16, 3 bar
x=-25 V=12.263
x=-20 V=12.167 15
% VOLUMEN
x=-15 V=11.638
10
TOTAL
x=-10 V=10.788
x=-5 V=9.850
5
x=0 V=10.525
x=5 V=10.091 0
x=10 V=10.529
15
25
35
45
5
-50
-40
-30
-20
-10
x=15 V=11.269
x=20 V=11.926 PROVETA
x=25 V=12.263
x=30 V=12.167
x=35 V=11.638
x=40 V=10.788
MEDIA= 11.038
x=45 V=9.850
CV (%)= 8.53
x=50 V=9.200
Os padrões de cores utilizados são específicos para cada tipo de bico, ou seja um
padrão específico para as bicos tipo leque, outro para bicos tipo cone e outro para
os bicos tipo impacto.
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QUADRO lV - Padrões de cores dos bicos, conforme Norma ISO 10625
Cor preto laranja verde amarelo azul roxo marrom cinza branco
Vazão
(l/min) 0.2 0.4 0.6 0.8 1.2 1.6 2.0 2.5 3.1
A comparação dos catálogos novos (Hardi, Jacto, Berthoud e Teejet) mostra que
houve uma maior adesão à Norma ISO, pois desses somente o catálogo da
industria Hardi ainda não apresenta seu catálogo de acordo com a Norma ISO/DIS
10625. Entretanto acreditamos que possivelmente a Industria Hardi já tenha
adequado o seu catálogo.
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TABELA 1 – EQUIVALÊNCIA ENTRE OS CATÁLOGOS DE BICOS DE
PULVERIZAÇÃO
TABLA
NORMA H AFX110
NORMA ISO TOLERA SI
COLOR
L VAZÃO COLOR
NCIA VAZÃO NºNT COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO
NARA 0,36 AL8 LILAS 0,31 NARA 0,39
-
NARA 0,4 NARA 0,44 10 MARR 0,47 NARA 0,4
ON
VERD 0,54 VERD 0,59
VERD 0,6 VERD 0,66 12 AMAR 0,73 VERD 0,6
AMAR 0,72 14 NARA 0,91 AMAR 0,79 AMAR 0,79
AMAR 0,8 AMAR 0,88 16 ROJO 1,11 AMAR 0,8
AZUL 1,08 18 BLAN 1,32
AZUL AZUL 1,18 AZUL 1,18
AZUL 1,2 AZUL 20 VERD 1,59 AZUL 1,2
AZUL 1,32
ROJO 1,44
ROJO ROJO 1,58 ROJO 1,58
ROJO 1,6 ROJO 24 TURQ 2,08 ROJO 1,6
ROJO 1,76
MAR 1,8
MAR MAR 1,97 MAR 1,97
MARO 2 MAR MARO 2
MAR 2,2
GRIS 2,17 30 AZUL 2,94 GRIS 2,37 GRIS 2,37
GRIS 2,4 GRIS GRIS 2,4
GRIS 2,65
BLAN 2,89
BLAN BLAN 3,16 BLAN 3,16
BLAN 3,2 BLAN BLAN 3,2
BLAN 36 GRIS 4,04
BLAN 3,53
S/C 3,95
S/C 5,92
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5. REGULAGENS DOS PULVERIZADORES
1- Tipo de equipamento;
5- Condições climáticas.
q
Q 600
v f
onde,
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f- Faixa de pulverização por bico ou total dos bicos (m)
NOTA: Quando for utilizado a vazão por bico, a faixa de pulverização deverá ser
por bico. Quando se utilizar a vazão total, a faixa de pulverização deverá ser total.
Pr Ct D Q
onde,
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A faixa de pulverização por bico é igual aos espaçamentos entre duas passadas
sucessivas, em metros.
A faixa pulverizada pelo pulverizador costal é igual à largura tratada pelo bico. No
caso do pulverizador costal motorizado a faixa de pulverização é determinada
medindo-se a largura aplicada entre cada passada.
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PRESSÃO VAZÃO VELOCIDADE DO TRATOR (km/h)
BICOS 3 4 5 6
kg/cm2 Ib/pol2 L/min VOLUME DE PULVERIZAÇÃO (L/ha)
8001 1,4 20 0,26 105 80 65 55
2,1 30 0,34 135 100 80 70
2,8 40 0,37 150 110 90 75
4,2 60 0,45 180 135 110 90
8002 1,4 20 0,53 210 160 130 105
2,1 30 0,64 255 190 155 130
2,8 40 0,75 300 225 180 150
4,2 60 0,94 375 280 225 190
8003 1,4 20 0,79 315 240 190 160
2,1 30 0,97 390 290 235 195
2,8 40 1,12 450 340 270 225
4,2 60 1,40 560 420 335 280
8004 1,4 20 1,05 420 315 250 210
2,1 30 1,31 525 395 315 265
2,8 40 1,50 600 450 360 300
4,2 60 1,84 735 550 440 370
11001 1,4 20 0,26 105 80 65 55
2,1 30 0,34 135 100 80 70
2,8 40 0,37 150 110 90 75
4,2 60 0,45 180 135 110 90
11002 1,4 20 0,53 210 160 130 105
2,1 30 0,64 255 190 155 130
2,8 40 0,75 300 225 180 150
4,2 60 0,94 375 280 225 190
11003 1,4 20 0,79 315 240 190 160
2,1 30 0,97 390 290 235 195
2,8 40 1,12 450 450 270 225
4,2 60 1,40 560 560 335 280
11004 1,4 20 1,05 420 315 250 210
2,1 30 1,31 525 395 315 265
2,8 40 1,50 600 450 360 300
4,2 60 1,84 735 550 440 370
32
(distância entre bicos na barra: 0,40 m).
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6. BIBLIOGRAFIA
BARTHELEMY, P.; BOISGONTIER, D.; JOUY, L.; LAJOUX, P. (1990) Choisir les
outils de pulverisation. Institut Technique des Céréales et des Fourrages -
ITCF. Paris. 160 p.
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HARDI (1993) Técnicas de atomização. De. Hartvig Jensen ó Co. A/S.
Dinamarca.
35