Você está na página 1de 35

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

NOTAS DE AULA

BICOS HIDRÁULICOS

Prof. Mauri Martins Teixeira

Viçosa, MG
2000
BICOS HIDRÁULICOS

1. INTRODUÇÃO

O uso de produtos fitossanitários para o controle das pragas na agricultura tem


merecido a cada dia mais vigilância por parte dos órgãos de saúde pública.
Também a exigência dos consumidores vem aumentando a cada dia devido a uma
campanha muito agressiva de informação da população sobre os riscos que
representam o uso de agroquímicos nos produtos para o consumo humano. Este
comportamento além do aspecto saudável que representa obriga os produtores a
terem maior cuidado durante utilização dos fitossanitários.

Dentre todos os componentes dos pulverizadores, os bicos são os de maior


importância pelas implicações na qualidade dos tratamentos com produtos
fitossanitários. São responsáveis pela divisão do líquido em gotas muito
pequenas, facilitando a sua distribuição ao permitir uma maior dispersão do
produto aplicado.

Devido a relação dos bicos com a qualidade da pulverização é importante o


estudo de suas características, visando sua perfeita utilização por parte dos
operadores.

Devido a dificuldade ou incorreções na identificação das características técnicas


dos bicos pelos usuários, os fabricantes passaram a adotar o uso de cores, de
acordo com a norma ISO 10625, que os diferenciam de acordo com suas
características operacionais de funcionamento. A forma de caracterizar os bicos
apenas utilizando os números dificultava sobremaneira sua identificação, uma vez
que em muitos casos o número de identificação apresentava-se quase ilegível ou
escrito com caracteres tão pequenos que dificilmente podia ser identificado.

2
Os bicos hidráulicos fragmentam o líquido pela ação da pressão exercida por uma
bomba que força o líquido passar por um orifício, adquirindo velocidade e energia
no difusor para subdividir-se em pequenas gotas ao sofrer o impacto com o ar.

São dispositivos responsáveis pela distribuição uniforme do líquido em uma


determinada área, possuindo como características principais a forma do jato, a
pressão de trabalho, a vazão e o tamanho das gotas. Além disso apresentam uma
população de gotas característica a cada tipo de bico e um perfil de distribuição
que são utilizados na sua escolha para uma determinada aplicação. O perfil de
distribuição compreende a quantidade e a forma em que o líquido é distribuído
sobre o objetivo a pulverizar.

Os bicos para pulverização hidráulica, independente do material utilizado na sua


fabricação, se caracteriza por:

- vazão nominal
- população e
- espectro das gotas produzidas para cada nível de pressão.

Além disso, a forma construtiva dos elementos que compõem o orifício de saída
do líquido e as câmaras que o precedem produzem um perfil de distribuição
característico, apropriado a determinadas formas de aplicação.

1.1. Componentes dos bicos

Os bicos constituem-se geralmente pelo corpo, o filtro, a hélice, o orifício de saída


e a porca de fixação.

 Corpo

3
O corpo é utilizado para a conexão com as mangueiras de distribuição de líquido
na barra portabicos. São geralmente construídos de plástico, podendo em alguns
casos ser de metal. O corpo dos bicos servem também para ajustar o ângulo entre
cada jato dos bicos, para evitar que os jorros dos bicos contíguos choquem entre
si.

 Porca de fixação

As porcas de fixação constituem a porção mais externa do bico, dotada de uma


rosca interna utilizada para sua adaptação no corpo. Possuem forma de um
hexágono ou são dotadas de uma porca borboleta para facilitar sua adaptação.
Recentemente alguns fabricantes introduziram um sistema de corpo que permite o
encaixe rápido dos bicos.

Os corpos tipo encaixe rápido podem ser fabricados de cor neutra ou com uma cor
que caracteriza a vazão nominal do bico integrado no encaixe rápido. O uso dos
encaixes rápidos coloridos tem a vantagem de permitir mais rapidez e segurança
na definição da vazão do bico recomendada.

 Filtro do bico

O filtro é utilizado para evitar a obstrução do bico. As obstruções são produzidas


por partículas que aparecem como conseqüência de reações químicas ou por
impurezas presentes na água utilizada para preparar a calda.

Existem vários tipos de filtros, geralmente fabricados com malha de plástico ou de


cobre. O tamanho da malha deve adaptar-se ao tamanho do orifício de saída do
bico e, portanto a sua vazão nominal. São dotados de malhas com dimensões
menores que os orifícios de saída dos bicos para evitar entupimentos freqüentes.

4
CORPO

FILTRO

HELICÓIDE

ORIFÍCIO DE SAÍDA

PORCA DE FIXAÇÃO

FIGURA 1 - Partes constituintes do bico

Em alguns casos se incorpora um filtro de bico combinado com o dispositivo anti-


gotejamento.

TABELA 1 - Dimensiones das malhas dos filtros

Bico Dimensão da malha dos filtros


vazão aspiração impulsão bico
* **
(l/min) (mesh) -(mm) (mesh) - (mm) (mesh) - (mm)
 0.40 50 - 0.30 200 - 0.08 200 - 0.08
0.40 - 0.80 50 - 0.30 100 - 0.15 100 - 0.15
0.75 - 1.25 50 - 0.30 80 - 0.18 80 - 0.18
 1.25 30 - 0.58 50 - 0.30 50 - 0.30
Fonte: Márquez, L. (1996)
* - Valores equivalentes à medida da malha.
** - Valores equivalentes à separação entre fios.

5
Atualmente tem-se utilizando os chamados filtros de linha, montados em cada lado
da barra portabicos. Isto tem a vantagem de facilitar a manutenção e a limpeza
dos filtros, impedindo que durante a aplicação algum bico deixe de funcionar.

 Helicóide

Em alguns bicos existe ainda um componente chamado helicóide que serve para
produzir um jorro na forma de cone. O helicóide tem como função dirigir o líquido,
de maneira que o jato forme um cone cheio o um cone vazio, sem gotas na parte
interna. O helicóide utilizado para a produção do cone cheio possui, em geral, três
ou quatro orifícios; o helicóide utilizado para a produção do cone vazio possui
normalmente dois orifícios.

 Orifício de saída

Os bicos necessitam ser substituídos como conseqüência do desgaste que se


produz no orifício de saída. Este desgaste depende do tipo de material utilizado na
fabricação, das características físico-químicas do produto pulverizado e da
pressão de trabalho.

O desgaste a que estão sujeitos os orifícios de saída dependerá da composição


do produto que esta sendo aplicado ou a presença de partículas sólidas em
suspensão. Segundo MARQUEZ (1997) e BARTHELEMY et al. (1990) os
fitossanitários com menos sólidos em suspensão tendem a desgastar menos as
pontas. Nestes casos o desgaste é mais uniforme, de modo que a presença de
sólidos em suspensão resulta em um dano prematuro e irregular ocasionando a
deformação do jorro dos bicos, o que acarreta uma menor uniformidade da
aplicação do fitossanitário.

6
TABELA 2 - Vida útil dos bicos tipo jato plano ( pressão de 2.8 bar)

Material do bico Vida útil (horas)


Termoplástico +400
Cerâmica +400
Kematal 400
Aço inoxidável 400
Naylon 200
Latão 100
Fonte: Albus, Jacto e Hardi.

Em geral os produtos fitossanitários que possuem em sua composição derivados


do cobre provocam um desgaste prematuro dos bicos. Também alguns autores
fazem referencia aos danos causados pela corrosão eletroquímica que podem
provocar desgaste dos bicos, MÁRQUEZ (1997).

Normalmente se recomenda que a variação da vazão de um bico, em uso no


campo, não supere a 10 %, para garantir que se mantenha o espectro de
pulverização (distribuição espacial e população de gotas), conforme ORTIZ-
CAÑAVATE et al. (1989), MÁRQUEZ (1997) e BARTHELEMY et al. (1990).

1.2. Tipos de bicos

Existem diferentes tipos de bicos no mercado cada qual com características


específicas para uma determinada aplicação. Essas variações são importantes,
pois permitem utilizar aquele que seja mais adequado a cada situação,
minimizando assim as perdas de produtos fitossanitários e melhorando a
qualidade da aplicação. Os tipos de bicos hidráulicos mais comuns para a
aplicação de produtos fitossanitários, segundo SRIVASTAVA et ao. (1993),
SPRAYING SYSTEMS (1994), ALBUZ (1992) e HARDI (1994) são:

 leque ou jorro plano


 jorro cônico

7
 defletores ou de impacto
 com injeção de ar ou arejador

1.2.1. Bico leque ou jorro plano

Os bicos tipo leque são os mais utilizados na área agrícola devido a sua
diversidade de utilização. Produzem um jorro plano à saída do bico, formando um
ângulo característico em forma de um leque. Apresenta uma concentração maior
de líquido na parte central do jorro, mas com uma boa uniformidade de distribuição
do líquido em função da sobreposição apropriada.

Figura 2 - Constituição de um bico jato em leque.

Estes bicos se encontram normalmente no mercado com ângulo de abertura de


60, 80 e 110º , sendo mais comum as duas últimas. Quanto maior o ângulo
formado pelo bico, menor é o tamanho das gotas, podendo ser montadas a uma
distância maior na barra portabicos.

São ideais para a aplicação de herbicidas em área total, onde se necessita uma
maior uniformidade de distribuição. Operam melhor a pressão de 2 a 4 bar,
permitindo uma cobertura mais uniforme. Utilizando pressões mais baixas é
possível conseguir um tamanho de gotas maiores, para reduzir a deriva, mas a
uniformidade de distribuição diminui. Para uma melhor uniformidade de
distribuição ao longo de uma barra, se recomenda uma sobreposição de
aproximadamente 30%, em cada lado do jorro, CHRISTOFOLETTI (1991).

8
Tipo leque
Tipo cone vazio

Tipo impacto

FIGURA 3 - Tipos de bicos

Segundo CHRISTOFOLETTI (1991) existem outros modelos de bico tipo leque


utilizados para a aplicação em uma faixa maior de pressões com possibilidade de
obter uma melhor uniformidade de distribuição. Também existe o bico de jorro
duplo mais recomendados para a aplicação em que se deseja uma boa cobertura
e penetração entre as folhas. Para aplicação entre as linhas da cultura, ou sobre
as linhas, existem os bicos tipo leque com perfil de distribuição uniforme ( ALBUZ,
1992).

1.2.2. Bico de jorro cônico

Os bicos tipo jorro cônico produzem jorros na forma de cone cheio e cone vazio.

9
Figura 4 - Constituição de um bico tipo cone.

 Bico tipo cone vazio


O bico do tipo cone vazio é o mais utilizado e tem como característica uma
deposição do líquido maior na porção mais externa do cone. Possuem um padrão
de distribuição com menos líquido no centro, aumentando depois um pouco para
voltar a cair bruscamente, nos extremos. Não são em geral recomendados para a
aplicação de herbicidas. São geralmente aconselhados para aplicação de
inseticidas, fungicidas e desencantes em culturas com grande massa foliar, onde
a penetração do jorro e a cobertura são críticos.

FIGURA 5 - Esquema da distribuição do bico tipo cone vazio

10
Operam normalmente com uma pressão de 2 a 10 bar, produzindo um ângulo de
70º a 80º e gotas muito pequenas, o que favorece a deriva. São montados nas
barras portabicos, com uma distância entre 0,25 m a 0,50 m para permitir alcançar
o volume necessário de fitossanitário por área tratada, CHRISTOFOLETTI (1991).

Devido a que estes bicos trabalham a altas pressões têm uma vida útil muito
pequena (que varia de 50 a 80 horas para os ensaios de desgaste) quando se
utiliza o latão em sua fabricação. Por esta razão os fabricantes prefere construi-as
de material cerâmico que permite uma maior durabilidade.

 Bico tipo cone cheio


O bico do tipo cone cheio, segundo CHRISTOFOLETTI (1991) opera normalmente
a baixas pressões (1 a 3 bar), produzindo gotas grandes e menos sujeitas à
deriva. Tem geralmente um ângulo de 80º e podem ser montadas na barra a uma
distancia de até um metro entre bicos.

FIGURA 6 - Esquema de distribuição do bico cone cheio

11
As gotas produzidas por este tipo de bico são normalmente maiores que as de
outros tipos, operando à mesma pressão. São recomendados para a aplicação de
herbicidas sobre o solo ou sistêmicos. Para uma melhor uniformidade de
distribuição na barra, se recomenda que os bicos estejam montadas com uma
inclinação de 30 a 45º, em relação ao plano vertical, CHRISTOFOLETTI (1991).

1.2.3. Bico de impacto

Os bicos de impacto, da mesma forma que os bicos tipo leque, produzem um jorro
em forma de leque, com um ângulo de pulverização bastante grande de 110 a
140º. O efeito de divisão do líquido em gotas se produz pelo impacto do jorro com
uma superfície plana. Como possui um orifício de saída circular estão menos
sujeitas a entupimentos. Possui maior deposição de líquido nas extremidades do
jorro. Podem trabalhar a pressões muito baixas (0.7 a 1.8 bar), produzindo gotas
grandes, diminuindo o problema da deriva. Estes bicos são recomendados para a
aplicação de herbicidas sistêmicos a baixo volume, bem como para aplicação,
utilizando pulverizadores costais de acionamento manual.

FIGURA 7 - Esquema da distribuição do bico de impacto

12
1.2.4. Bico com injeção de ar ou arejador

Os bicos com injeção de ar foram lançados recentemente no mercado e tem como


característica a produção de gotas grandes contendo ar no seu interior, próprias
para aplicação de produtos sistêmicos. Consiste basicamente de um bico
hidráulico contendo no seu interior um venturi responsável pela aspiração do ar.
Posteriormente o mesmo é misturado com o líquido em uma câmara antes da
formação do jorro. Em geral exigem uma pressão de trabalho maior, devido a
perda de carga no sistema, ao realizar a mistura de ar com o líquido a ser
aplicado.

FIGURA 8 - Esquema do bico com injeção de ar (Fonte: AGROTOP)

2 - INFLUENCIA DE OUTROS PARÂMETROS NA PULVERIZAÇÃO

Na aplicação de fitossanitários sabe-se que a eficácia do tratamento depende


muito do bico e da forma como está sendo utilizado. Os fatores como ângulo do
jorro, espaçamento dos bicos na barra portabicos, e o ângulo de inclinação na

13
barra, influenciam sobremaneira na uniformidade de distribuição de um
fitossanitário.

Quando se deseja fazer uma boa aplicação de fitossanitário temos que ter em
conta o espectro da população de gotas, mas também não podemos esquecer que
apenas isso não basta, pois no caso dos pulverizadores hidráulicos de barra, se
não houvesse uma boa distribuição do volume do fitossanitário ao largo da barra
certamente não será possível obter uma boa eficiência do tratamento realizado.

Outro cuidado que se deve ter é com relação às condições climáticas. Nos casos
de baixa umidade relativa se deve evitar trabalhar com populações de gotas com
diâmetro muito reduzido para evitar o fenômeno da evaporação de estas. Da
mesma forma no dias em que haja a presencia de ventos fortes é preferível não
fazer a aplicação de fitossanitário sob o risco de ter que repetir a aplicação.

2.1. Influencia da pressão

A pressão produzida pela bomba hidráulica tem uma influência muito grande na
característica de funcionamento dos bicos hidráulicos durante a pulverização.
Essas influências incluso podem mudar completamente o comportamento dos
bicos afetando a qualidade da aplicação de um fitossanitário. Normalmente uma
alteração da pressão pode acarretar um cambio em:
- Vazão do bico
- Tamanho das gotas
- Forma do jorro.

2.1.1. Influencia na vazão dos bicos


A pressão tem uma influencia direta na vazão dos bicos. É fácil perceber na
prática que, quando se trata do fluxo de um líquido, toda vez que ocorre o
aumento da pressão há um aumento proporcional da vazão. Com relação aos
bicos hidráulicos dos pulverizadores ocorre o mesmo, ou seja, durante a aplicação

14
de um fitossanitário, si queremos aumentar a quantidade aplicada por unidade de
superfície, em principio, bastaria aumentar a pressão de aplicação.

A vazão produzido por um bico hidráulico é determinado pela seguinte expressão:

2p
Q  m  A 1

onde:
Q - vazão do bico, m3/s
m - coeficiente de descarga do bico, admensional
A - seção do orifício do bico, m2
P - Pressão do líquido, Pa
 - densidade do líquido, kg/m3

O coeficiente de descarga dependerá principalmente do tipo e do diâmetro do


orifício do bico. Normalmente esse valor é de 0,611 para fluxo turbulento. Este
valor, também pode ser determinado construindo um gráfico a partir das
informações das vazões de um bico, com um determinado diâmetro do orifício,
versus a raiz quadrada da pressão, uma vez que a pendente da reta será igual a:

2
k  m  A 2

onde:
k - inclinação da reta

Substituindo os valores da área do orifício e da densidade do líquido é possível


obter o valor do coeficiente da descarga do bico ( m).

15
CAUDAL DE LA BOQUILLA (l/min)
5

4,5

3,5

3
y = 0,1041x - 0,1626
2,5

1,5

1
14,00 24,00 34,00 44,00 54,00

RAIZ CUADRADA DE LA PRESIÓN (kPa)

GRÁFICO 2 - Determinação do coeficiente de descarga (m) de uma bico

A partir do valor da pendente da reta do gráfico é possível determinar o valor do


coeficiente de descarga (m), uma vez substituindo os valores correspondentes da
densidade do líquido e área do orifício do bico. Como exemplo, si se substituem os
valores correspondentes a água e considerando uma área do orifício do bico como
2.39 mm, o valor do coeficiente de descarga (m) será igual a 0.274. Este valor é
menor que 0.610, geralmente usado pelos orifícios de fluxo turbulento. Isto pode
ser explicado pela a característica de fabricação do bico considerada.

Como os ensaios dos bicos são feitos com a água é possível resumir a equação
acima, considerando os bicos tipo cônico em:

Q  nd  p
2
3

donde:
Q - vazão do bico, l/min
n - coeficiente do bico (0.16 a 0.64), admensional
d - diâmetro do orifício do bico, mm
p - pressão do líquido, bar

16
Os valores do diâmetro do orifício do bico costumam ter valores compreendidos
entre 0,8 a 2.5 mm para a maioria dos fabricantes.

Analisando a equação é possível verificar que a vazão dos bicos é diretamente


proporcional ao diâmetro do orifício e à pressão do líquido no bico, enquanto que a
vazão é inversamente proporcional a densidade do líquido. Essa informação é
muito importante, já que as vazões dos bicos nos catálogos dos fabricantes são
todas apresentadas considerando como líquido a água, cuja densidade é igual a
1 kg/m3. Enquanto se trabalharmos com um líquido cuja densidade é diferente da
água temos que reajustar o valor da vazão apresentada no catálogo. Assim si um
bico tem uma vazão de 1,6 l/min, à pressão de 3 bar, trabalhando com a água, se
quisermos manter o mesma vazão trabalhando com um líquido com uma
densidade de 1,2 kg/m3, haverá necessidade de aumentar a pressão do liquido
para 3,6 bar (3 bar x 1,2).
A velocidade mínima necessária para que um bico possa produzir o jorro é
determinada pela equação:

 0.42  0.18
Vj  280 4
 0.59 d 0.59

onde:
Vj - velocidade do jorro, m/s
 - tensão superficial, N/m
 - viscosidade do líquido, mPa.s
 - densidade do líquido, kg/m3
d - Diâmetro do jorro, m.

Quando se conhece o valor do coeficiente de descarga (m) a equação acima se


transforma em:

17
Q
Vj  5
m.A

2.1.2. Influência no espectro de gotas

Sabe-se que a pressão exerce influência sobre o tamanho de gotas produzidas


durante a aplicação de um fitossanitário. A evidência disso é observado nas curvas
do espectro da população de gotas. Verifica-se, nessas curvas que o DMV de uma
população de gotas diminui ao aumentar a pressão do líquido. Na prática os
operadores dos pulverizadores utilizam muito essa técnica, principalmente quando
desejam diminuir a deriva, pois sabem que se diminuem a pressão conseguem
aumentar o tamanho das gotas produzidas e com isso diminuem o fenômeno da
deriva.

2.2. Uniformidade de Aplicação

A uniformidade de distribuição do jorro de pulverização é influenciada por vários


fatores como: a pressão do líquido, a vazão do bico, a posição do bico na barra
portabicos, a sobreposição dos bicos, as distancias entre os bicos, a tensão
superficial do líquido, a viscosidade do líquido e a temperatura. Em condições de
campo é possível dizer que tanto a vibração da barra portabicos como as
condições do vento afetam a uniformidade de distribuição, com o agravante de
serem de difícil estudo, devido ao comportamento aleatório das variações desses
dois parâmetros.
Segundo os estudos realizados por vários investigadores, uma das formas de
determinar a uniformidade de distribuição de um produto, é utilizar o coeficiente de
variação da distribuição. Considerando-se uma boa aplicação quando o valor do
coeficiente de determinação está em torno de 15%. O controle das pragas é
reduzido toda vez que se utiliza valores do coeficiente de variação acima desse
valor.

18
2.2.1. Influencia do movimento da barra portabicos

O movimento da barra portabicos do pulverizador é considerado como uma das


maiores fontes de variação da uniformidade de distribuição do jorro. Hoje em dia
uma das preocupações das instituições normalizadoras é estabelecer
procedimentos de controle da estabilidade das barras portabicos de tal modo a
minimizar o efeito do movimento da barra na uniformidade de aplicação,
permitindo aos fabricantes dotar os equipamentos com uma barra bem
estruturada, ou então utilizando amortecedores do movimento, que minimizem
estes efeitos.

Segundo IYER et al. (1978) a dificuldade em estudar melhor os efeitos do


movimento da barra portabicos no perfil de distribuição do jorro é devido a
característica do movimento, que se faz de forma aleatória, pois no campo, devido
a superfície irregular do solo e às características dinâmicas do trator e do
pulverizador de barra, aparece um movimento de forma desordenada da barra
portabicos. Atualmente tem-se que minimizar os problemas de uniformidade de
distribuição, mediante uma adequada sobreposição entre bicos, com a informação
técnica disponível.

SPEELMAN E JANSEN(1974) estudaram também o efeito da vibração da barra na


uniformidade de distribuição de produtos agrícolas, em condições de campo e
verificaram que a uniformidade de distribuição foi afetada negativamente.
Estudaram a intensidade e a característica das vibrações do final da barra em
quatro tratores montados com pulverizadores agrícolas, considerando a vibração
no plano horizontal e vertical.

2.2.2. Influencia da posição do bico

Fazendo um estudo sobre os efeitos da posição do bico na uniformidade de


deposição do jorro e a determinação do coeficiente de variação, BINTNER et al.

19
(1977), observaram que houve uma melhora substancial na uniformidade de
distribuição, quando montaram os bicos, com um ângulo de 90º, em relação ao
plano horizontal, para bicos tipo impacto e tipo cone vazio.

Estudos realizados por BINTNER et al. (1977) indicam que há uma melhora
significativa na uniformidade de distribuição do jorro de certos bicos, quando são
orientados para trás. Com o bico inclinado para trás a distancia efetiva entre bico-
objetivo aumenta. Isto resulta em um padrão de distribuição largo que produz
maiores sobreposições para uma dada altura e espaçamento. Entretanto há que
considerar a possível perda de energia cinética da gota e o incremento da deriva.

2.2.3. Efeito do sobreposição entre bicos

Analisando o efeito da sobreposição entre bicos, em a uniformidade de


distribuição, AZIMI et al. (1985) chegaram à conclusão que uma adequada
sobreposição entre bicos adjacentes é essencial para poder assegurar uma boa
uniformidade de distribuição do jorro. Assim para uma distancia fixa entre bico, o
sobreposição é função da altura da barra portabicos, o ângulo de inclinação do
bico e a pressão do líquido na mesma.

2.2.4. Influencia do espaçamento entre bicos

Com relação ao espaçamento entre bicos AZIMI et al. (1985) chegaram à


conclusão que espaçamento menores que 51 cm tendem a propiciar uma
distribuição mais estável, ou seja as distribuições são menos afetadas pelas
variações da altura e da pressão, uma vez que o espaçamento é mais reduzido.
Da mesma forma chegaram à conclusão que a distribuição de bicos tipo impacto e
tipo cone não estão muito influenciadas pela pressão, mas o ângulo de inclinação
dos bicos e a altura de operação tem efeito significativo na forma de distribuição
destes bicos.

20
2.2.5. Influência do vento

Sabe-se que o vento afeta a uniformidade de distribuição do jorro. Vários autores


tem verificado que é um parâmetro difícil de controlar, a exemplo da vibração da
barra portabico, porque as variações de velocidade e de direção se produz de
maneira aleatória.

O vento pode afetar a distribuição em função de sua direção, sentido e velocidade.


Um estudo da influência das condições do vento e do balanço da barra portabicos
na uniformidade de distribuição e no desordenamento do perfil do jorro (SPD -
Spray Pattern Displacement) foi feito por KRISHNAN et al. (1993), utilizando bicos
tipo leque. O SPD pode ser definido como a porcentagem de variação do volume
total do perfil de distribuição, em condições de campo, em relação ao volume total
do perfil de distribuição na condição ótima de aplicação, sem a influencia de
ventos e vibração da barra portabico. A conclusão a que chegaram é que, tanto as
condições do vento, como o balanço, afetaram significativamente os valores do
CV e do SPD. Os valores de SPD permitem verificar se produz uma cobertura
adequada (quantidade total do jorro) dentro da faixa. Para a determinação dos
valores de SPD, em condições de campo, construiu-se um sistema de
amostragem experimental, capaz de operar em condições dinâmicas. Um baixo
valor de SPD significa uma boa cobertura. Os valores de SPD são calculados
utilizando a formula:

  V nw  n   V w  n   
n 1
SP D  n 6
 V nw  n 
n 1

onde:
SPD - desordenamiento do perfil do jorro, %
n - número de provetas graduadas debaixo do coletor de amostras
Vnw(n) - volume do líquido da proveta graduada sob condições de ensaio,

21
sem vento e debaixo da faixa, ml
Vw(n) - volume do líquido da proveta graduada sob condições de ensaio,
com vento e debaixo da faixa, ml

Outro efeito do vento é a possível deriva das gotas com diâmetros menores, que
são transportadas facilmente pela corrente de ar. Quanto menor o diâmetro da
gota maior será a resistência oferecida pelo ar a sua trajetória, devido a redução
de sua massa. Com isso diminui sua velocidade, permitindo que o vento as
transporte para outro local, causando o fenômeno da deriva.

No caso de vento moderado é possível trabalhar com um bico que produza um


diâmetro de gota maior para controlar o problema da deriva. Entretanto quando a
velocidade do vento for maior que 7 m/s é preferível não realizar a pulverização.

Normalmente se admite realizar a pulverização, utilizando gotas conforme


apresentadas no Quadro lll, sempre que a velocidade do vento não supere os 3
m/s. No caso de aplicação de herbicidas ou de inseticidas muito tóxicos o
problema da deriva é muito serio. Deste modo quando não é possível controlar a
deriva, utilizando gotas maiores sempre haverá o risco de aplicação fora das
zonas a tratar.

2.3 - Altura dos bicos

A determinação da altura ideal do bico deve levar em conta a pressão de


trabalho do bico. Geralmente os fabricantes apresentam as características do
perfil de distribuição de as bicos, considerando uma pressão do fluido igual a
2,756 bar (40 lb/pul2). Nessas condições, segundo BALASTREIRE (1987) a altura
de trabalho pode ser calculada como:

L * COT / 2
H 7
2

22
donde:
H - altura da barra portabico, cm
L - anchura do jorro do bico, cm
 - ângulo do bico a pressão de 2,8 bar

O sobreposição entre dois bicos adjacentes é calculado, considerando uma


sobreposição de 30% da largura do leque, pela fórmula:

S  0,3 2 H * tan / 2 8

onde:
S - sobreposição entre os bicos, cm
H - altura da barra portabico, cm
 - ângulo do bico a pressão de 2,8 bar

Como o sobreposição se faz nas duas extremidades do leque tem-se que:

S
 0,3 2 H * tan / 2 / 2 9
2

A distancia entre bicos, em a barra portabicos, poderá ser calculada pela fórmula:

L S
D  2    10
 2 2

onde:
D - distancia entre bicos, cm
L - anchura do perfil de distribuição do bico, cm
S - sobreposição entre as bicos, cm

3. UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO

23
A uniformidade de distribuição é entendido como a capacidade dos pulverizadores
em distribuir líquido no sentido do seu deslocamento - longitudinal, e no sentido
transversal - ao longo da barra de pulverização, com uma variação mínima do
volume distribuído.

A uniformidade longitudinal tem a ver com o sistema de acionamento do


pulverizador, ou seja:
 acionamento a pressão constante
 vazão proporcional ao motor, e
 vazão proporcional ao avance.
A uniformidade transversal é influenciada basicamente pelos seguintes fatores:
 tipo do bico
 qualidade do bico
 desgaste do bico, e
 movimentação da barra do pulverizador

A uniformidade de distribuição é determinada pelo Coeficiente de Variação dos


volumes de líquidos distribuídos.

É determinado pela relação do desvio padrão, em relação a média dos volumes


coletados nas provetas, durante um ensaio em um banco de ensaio. A
uniformidade é medida em valores percentuais do CV.

3.1. Simulação do perfil de distribuição dos bicos

A possibilidade de determinar o perfil de distribuição dos bicos através de um


programa de computador cria uma alternativa a mais no controle da qualidade e
segurança das aplicações e representa uma ferramenta importante para o
aplicador de defensivos agrícolas.

24
O presente programa é baseado em linguagem Quick Basic e permite determinar
o perfil e a homogeneidade de distribuição dos bicos de pulverização.

PROGRAMA DE SIMULAÇAO
•Cada perfil de distribuiçao obtido nos ensaios de laboratorio foi ajustado
utilizando um modelo de regresao nao-linear.

UNIFORMIDAD DE DISTRIBUCIÓN
Boquilla HARDI 2080-20, presión 5 bar, alt. barra de 60 cm
8

7
% VOLUMEN TOTAL

y = -9E-11x 6 + 1E-09x 5 + 9E-07x 4 - 8E-06x


4 3 - 0.0041x 2 + 0.0116x + 7.5326

R2 = 0.9954
3

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80

POSICIÓN, cm

25
PROGRAMA DE SIMULAÇAO
•A saida do programa de simulaçao apresenta os seguientes dados:

x=-50 V=10.525
x=-45 V=10.091
x=-40 V=10.529
x=-35 V=11.269 UNIFORMIDAD DE DISTRIBUCIÓN
x=-30 V=11.926 Hardi 4110-16, 3 bar
x=-25 V=12.263
x=-20 V=12.167 15

% VOLUMEN
x=-15 V=11.638
10

TOTAL
x=-10 V=10.788
x=-5 V=9.850
5
x=0 V=10.525
x=5 V=10.091 0
x=10 V=10.529

15

25

35

45
5
-50

-40

-30

-20

-10
x=15 V=11.269
x=20 V=11.926 PROVETA
x=25 V=12.263
x=30 V=12.167
x=35 V=11.638
x=40 V=10.788
MEDIA= 11.038
x=45 V=9.850
CV (%)= 8.53
x=50 V=9.200

4. CATÁLOGOS DOS BICOS

Como mencionamos anteriormente, a Norma ISO, recomenda que os catálogos


dos fabricantes de bicos para aplicação de fitossanitários tomem por base, para
caracterizarem os bicos, os padrões de cor estabelecidos nesta norma. A norma
recomenda que as vazões de cada bico sejam caracterizadas por cores
específicas para cada bico, ensaiado à uma pressão de 3 bar. Além disso terão
que vir acompanhadas da vazão impressa no bico como era feito antigamente.

Os padrões de cores utilizados são específicos para cada tipo de bico, ou seja um
padrão específico para as bicos tipo leque, outro para bicos tipo cone e outro para
os bicos tipo impacto.

26
QUADRO lV - Padrões de cores dos bicos, conforme Norma ISO 10625
Cor preto laranja verde amarelo azul roxo marrom cinza branco
Vazão
(l/min) 0.2 0.4 0.6 0.8 1.2 1.6 2.0 2.5 3.1

4.1. Comparação dos catálogos de bicos

Com a intenção de comparar os catálogos dos bicos apresentados pelos


fabricantes elaborou-se uma tabela com as características principais dos bicos
fabricados por diferentes empresas para a pulverização de produtos agrícolas.
Verificando os catálogos é possível verificar que nem todos fabricantes seguem a
presente norma para a fabricação dos bicos.

Comparando os catálogos dos bicos de pulverização, anteriores a 1990 (catálogos


antigos) verifica-se que de todos os fabricantes de bicos (Hardi, Albuz, Teejet e
Supray), somente a fábrica Teejet apresenta valores compatíveis com a Norma
ISO/DIS 10625.

A comparação dos catálogos novos (Hardi, Jacto, Berthoud e Teejet) mostra que
houve uma maior adesão à Norma ISO, pois desses somente o catálogo da
industria Hardi ainda não apresenta seu catálogo de acordo com a Norma ISO/DIS
10625. Entretanto acreditamos que possivelmente a Industria Hardi já tenha
adequado o seu catálogo.

27
TABELA 1 – EQUIVALÊNCIA ENTRE OS CATÁLOGOS DE BICOS DE
PULVERIZAÇÃO

TABLA
NORMA H AFX110
NORMA ISO TOLERA SI
COLOR
L VAZÃO COLOR
NCIA VAZÃO NºNT COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO COLOR VAZÃO
NARA 0,36 AL8 LILAS 0,31 NARA 0,39
-
NARA 0,4 NARA 0,44 10 MARR 0,47 NARA 0,4
ON
VERD 0,54 VERD 0,59
VERD 0,6 VERD 0,66 12 AMAR 0,73 VERD 0,6
AMAR 0,72 14 NARA 0,91 AMAR 0,79 AMAR 0,79
AMAR 0,8 AMAR 0,88 16 ROJO 1,11 AMAR 0,8
AZUL 1,08 18 BLAN 1,32
AZUL AZUL 1,18 AZUL 1,18
AZUL 1,2 AZUL 20 VERD 1,59 AZUL 1,2
AZUL 1,32
ROJO 1,44
ROJO ROJO 1,58 ROJO 1,58
ROJO 1,6 ROJO 24 TURQ 2,08 ROJO 1,6
ROJO 1,76
MAR 1,8
MAR MAR 1,97 MAR 1,97
MARO 2 MAR MARO 2
MAR 2,2
GRIS 2,17 30 AZUL 2,94 GRIS 2,37 GRIS 2,37
GRIS 2,4 GRIS GRIS 2,4
GRIS 2,65
BLAN 2,89
BLAN BLAN 3,16 BLAN 3,16
BLAN 3,2 BLAN BLAN 3,2
BLAN 36 GRIS 4,04
BLAN 3,53
S/C 3,95
S/C 5,92

28
5. REGULAGENS DOS PULVERIZADORES

Para se fazer a regulagem dos pulverizadores é importante conhecer o significado


de alguns termos mais usados, tais como:

5.1. Taxa de pulverização (Q)

É a quantidade de mistura ou calda (água + produto) aplicado uniformemente por


unidade de área e expressa normalmente em litros por hectare (L/ha).

A taxa de pulverização depende do:

1- Tipo de equipamento;

2- Tipo de produto químico;

3- Estágio de desenvolvimento da cultura;

4- Formulação de produto químico;

5- Condições climáticas.

A taxa de pulverização pode ser calculado, utilizando a fórmula:

q
Q 600
v  f 

onde,

Q- Taxa de pulverização (L/ha);

q- Vazão por bico ou do total de bicos (L/min);

v- Velocidade de trabalho (km/h);

29
f- Faixa de pulverização por bico ou total dos bicos (m)

NOTA: Quando for utilizado a vazão por bico, a faixa de pulverização deverá ser
por bico. Quando se utilizar a vazão total, a faixa de pulverização deverá ser total.

5.2. Quantidade de produto (PR)

A quantidade de produto químico a ser colocado no tanque é calculado pela


fórmula:

Pr   Ct  D  Q

onde,

Pr- Quantidade de produto químico por tranque (kg ou L);

Ct- Capacidade do tanque (L);

Q- Taxa de pulverização (L/ha);

D- Dosagem de defensivo (kg/ha ou L/ha).

5.3. Faixa de pulverização (f)

É a largura da faixa tratada por um bico ou bocal atomizador a cada passada do


pulverizador, medida no solo.

Mede-se a faixa de pulverização conforme os exemplos a seguir:

5.3.1. Pulverizador costal

30
A faixa de pulverização por bico é igual aos espaçamentos entre duas passadas
sucessivas, em metros.

Figura 15 - Faixa de pulverização em culturas anuais (Fonte: Jacto S. A.)

a) Aplicação de defensivos em culturas anuais

A faixa pulverizada pelo pulverizador costal é igual à largura tratada pelo bico. No
caso do pulverizador costal motorizado a faixa de pulverização é determinada
medindo-se a largura aplicada entre cada passada.

b) Aplicação de defensivos em culturas perenes

A faixa de pulverização é igual à metade do espaço entre as linhas da cultura, em


metros.

Figura 16 - Faixa de pulverização em culturas perenes (Fonte: Jacto S. A.)

Tabela 1 - Bicos Teejet. Indicação para os pulverizadores de barras com bicos


espaçados a 0,50 m.

31
PRESSÃO VAZÃO VELOCIDADE DO TRATOR (km/h)
BICOS 3 4 5 6
kg/cm2 Ib/pol2 L/min VOLUME DE PULVERIZAÇÃO (L/ha)
8001 1,4 20 0,26 105 80 65 55
2,1 30 0,34 135 100 80 70
2,8 40 0,37 150 110 90 75
4,2 60 0,45 180 135 110 90
8002 1,4 20 0,53 210 160 130 105
2,1 30 0,64 255 190 155 130
2,8 40 0,75 300 225 180 150
4,2 60 0,94 375 280 225 190
8003 1,4 20 0,79 315 240 190 160
2,1 30 0,97 390 290 235 195
2,8 40 1,12 450 340 270 225
4,2 60 1,40 560 420 335 280
8004 1,4 20 1,05 420 315 250 210
2,1 30 1,31 525 395 315 265
2,8 40 1,50 600 450 360 300
4,2 60 1,84 735 550 440 370
11001 1,4 20 0,26 105 80 65 55
2,1 30 0,34 135 100 80 70
2,8 40 0,37 150 110 90 75
4,2 60 0,45 180 135 110 90
11002 1,4 20 0,53 210 160 130 105
2,1 30 0,64 255 190 155 130
2,8 40 0,75 300 225 180 150
4,2 60 0,94 375 280 225 190
11003 1,4 20 0,79 315 240 190 160
2,1 30 0,97 390 290 235 195
2,8 40 1,12 450 450 270 225
4,2 60 1,40 560 560 335 280
11004 1,4 20 1,05 420 315 250 210
2,1 30 1,31 525 395 315 265
2,8 40 1,50 600 450 360 300
4,2 60 1,84 735 550 440 370

Tabela 2 - Bicos Jacto - Série AG. Indicação para os pulverizadores de barras

32
(distância entre bicos na barra: 0,40 m).

PADRÃO PRESSÃO VAZÃO VELOCIDADE DO TRATOR (km/h)


BICOS 3 4 5 6
Cor kg/cm2 Ib/pol2 L/min VOL. DE PULVERIZAÇÃO (L/ha)
2,1 30 0,49 245 185 145 120
APG110J amarelo 3,2 45 0,60 300 225 180 150
4,2 60 0,70 350 260 210 175
2,1 30 0,70 350 260 210 175
APG1100 laranja 3,2 45 0,85 425 320 255 210
4,2 60 0,99 495 370 295 245
2,1 30 0,99 495 370 295 245
APG110R vermelho 3,2 45 1,21 605 455 365 300
4,2 60 1,40 700 525 420 350
2,1 30 1,40 700 525 420 350
APG110V verde 3,2 45 1,71 855 640 515 425
4,2 60 1,98 990 740 595 495

33
6. BIBLIOGRAFIA

AENOR (1982) Norma UNE 68-055-82. Equipos para tratamiento fitossanitário


- Bicos de pulverização. Métodos de ensayo. Instituto Español de
Normalização. Madrid. 16 p.

ALBUZ (1992) Comment s’assurer d’une bonne pulverisation. Guide pratique


Albuz. ALBUZ. Trappes, France. 29 p.

BALASTREIRE, L. A. (1987) Maquinas agrícolas. Editora Manole Ltda. São


Paulo, São Paulo, 307 p.

BALSARI, P.; TAMAGNONE, M. (1995) Individuazione e analisi dei principali


parametri funzionali degli ugelli per a distribuzione dei fitofarmaci
impiegati sulle irroratrici a barra. Parte seconda: Resistenza all’usura. Rivista
di “Ingegneria Agraria” (2): pp. 75-90.

BARTHELEMY, P.; BOISGONTIER, D.; JOUY, L.; LAJOUX, P. (1990) Choisir les
outils de pulverisation. Institut Technique des Céréales et des Fourrages -
ITCF. Paris. 160 p.

BCPC (1986) Nozzle selection temdbook. British Crop Protection Council,


Farnham, Surrey, UK, 40 p.

COVARELLI, G. (1996) Danni causati dalle erbe infestanti nelle colture da


rinnovo. Terra e vita, in: Seminario Controllo delle Infestanti nelle Colture
Agroindustriali. Bologna. Anno XXXVll, suplemento ao nº 18 - 27 aprile- 3
maggio. pp. 3- 5.

EVRARD (1984) Le pulverisateur. Service Agronomique Ets EVRARD.


Beaurainville. 213 p.

34
HARDI (1993) Técnicas de atomização. De. Hartvig Jensen ó Co. A/S.
Dinamarca.

______ (1994) Catálogo de bicos. Hardi International a/s. Dinamarca. 27 p.

JACTO. (1995) Catálogo de bicos para pulverização. Industria e Comercio de


Maquinas Jacto. Pompeia - São Paulo.

LEFEBVRE, A. H. (1989) Atomization and sprays. International Series :


Combustion. Hemisphere Publishing Corporation. 421 p.

MÁRQUEZ, L. (1989) Máquinas para a protecção de cultivos. Ministerio de


Agricultura, Pesca e Alimentação. Madrid. 95 p.

_________, L. (1994) Aplicações em cultivos bajos e hortícolas:


problematica e soluções: Curso de Aplicação Ecocompatible de
Productos Fitosanitarios. Escuela Tecnica Superior de Ingenieros Agronomos.
28 p.

_________, L. (1996) Maquinaria para a aplicação de fitossanitários. Plan para


a Tecnificação do Cultivo de Remolacha. Madrid. 33 p.

MATTHEWS, G. A. (1985) Applicatión from the ground. In Pesticide Aplicatión:


principles and practice. Ed. P. T. Haskell. Clarendon Press. Oxford. pp. 95-117.

____________ (1993) Application technology for crop protection. Cab


International. Wallingford. pp. 57-84.

SPRAYING SYSTEMS (1994) Quatre manières de maîtriser a dërive dans


différentes circonstances. Spraying Systems Co. Wheaton. 4 p.

VON HERTWIG, K. (1983) Manual de herbicidas, desfoltemtes, desecantes,


fitorreguladores e bio estimulantes. Ed. Agronomica Ceres. Sao Paulo.
630 p.

35

Você também pode gostar