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1.

0 O LUGAR – RELAÇÃO DA OBRA COM O ENTORNO

Fonte:http://artepedrojr.blogspot.com.br/2010/06/mapa-cidade-de-goias.html

A Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte está localizada na Cidade de Goiás – GO.
Entre as ruas Felix de Bulhões e Sem. Caiado, tendo sua fachada principal voltada
para a praça do coreto, também conhecida como praça da matriz ou da liberdade, e
chafariz da praça, localizados no Largo da Matriz, também conhecido como Largo do
Palácio, o mais importante da cidade.(Item 19 – figura 01).
Em decorrência da irregularidade do terreno, sendo uma ponta de quadra em
formato triangular, o edifício foi centralizado e com isso, criaram-se dois jardins
(seguindo as características da tradição das edificações religiosas goianas:
localizada num pequeno jardim, separada da via pública por um muro alto). Sendo
um deles dotado de um pequeno poço, e o outro com uma estrutura de aroeira,
coberta de telha, abrigando o sino, já que a igreja não possui torre sineira. Devido a
falta de mão de obra na época, as primeiras capelas possuíam pequenas sineiras
provisórias, mais que se tornaram definitivas, como a Igreja da Boa morte.
Está localizada área em que os primeiros exploradores levantaram a pequena e
primitiva capela dedicada a Sant’Ana, e onde Bartolomeu Bueno (bandeirante que
descobriu Goiás) construiu uma de suas residências no terreno da atual Igreja N.
Sra. da Boa Morte, que utilizou os próprios alicerces da antiga casa.
O largo tem um formato triangular e apresenta os melhores, maiores e mais bem
acabados edifícios residenciais e, ao longo do tempo, teve várias dessas edificações
profundamente modificadas, com a substituição de algumas casas térreas por
sobrados, a adaptação de algumas residências para servirem de palácio para o
Governador, a substituição da capela por uma igreja Matriz (atual Catedral Sant’ana)
de dimensões monumentais em relação ao restante do conjunto e a substituição da
provável residência do fundador pela igreja de Nossa Senhora da Boa Morte. É
ainda o local onde, em 1751, moravam o Capitão Mor, o fiscal da Intendência e o
escrivão da Ouvidoria, e onde mais tarde seria instalada a Real Fazenda.
(COELHO,2001).

Considerado a parte central da cidade, a localização desse edifício junto ao largo,


lhe deixa uma situação privilegiada em relação a todo o conjunto, inclusive no que
se refere à própria Catedral de Sant’ana. Sua posição em relação ao terreno onde
está implantado, de certa forma, contribui para essa situação de destaque, criando
para o observador situado à sua frente uma sensação de profundidade e relevo, em
decorrência do desalinho com que se apresentam as ruas Felix de Bulhões e Sem.
Caiado.

2.0 PROGRAMA

2.1 Usos do contexto


A igreja de N. Sra da Boa Morte é um edifício de arquitetura religiosa, segundo
COELHO (2001), este “é o único edifício na cidade que apresenta em sua fachada,
elementos característicos do barroco.
Construída inicialmente no largo do Chafariz, ou da Boa Morte, pela Irmandade dos
Homens Pardos, a capela antiga ficava, ao lado da Casa de Câmara e Cadeia. Em
1762, foi iniciada a construção da igreja no terreno onde está situada atualmente, no
Largo do Palácio. Tal capela deveria atender aos militares em suas necessidades
religiosas.
Porém, com a proibição de templos destinados a militares, fez com que a construção
ficasse inacabada e só foi concluída em 1779. A partir de então, a Irmandade dos
Militares a passou a se reunir na Matriz de Sant’Anna, segundo o padre Des
Genettes (1980). Tendo a matriz se arruinado no século XIX, a igreja se tornou a Sé
da Boa Morte. Um incêndio, em 1920, destruiu Parte da igreja (altar-mor e sacristia,
além de várias imagens de madeira).
Reconstruída, permaneceu templo religioso até 1967, quando O acervo do Museu
da Cúria foi transferido para a Igreja. E em 1969, foi criado o Museu de Arte Sacra
da Boa Morte, que possui imagens sacras de vários autores, com destaque para o
artista Veiga Valle. Entre suas obras estão várias imagens de N.Sra., com destaque
para a obra de Nossa Senhora do Rosário de origem portuguesa - único bem móvel
tombado individualmente pelo Iphan em Goiás, Menino Jesus que são uma de suas
mais características, São José de Botas e São Miguel. Coroas, cálices, castiçais,
tocheirose lampadários dos séculos XVIII e XIX, peças de origem portuguesa e telas
com temas religiosos completam o acervo.

2.2 Materiais e estrutura


A Igreja foi feita predominantemente, em alvenaria de pedra rebocada e pintadas de
branco, com exceção apenas das paredes de pau-a-pique sobre os altares laterais e
das de adobe sobre os arcos do coro. Os pisos internos são feitos em madeira e os
externos calçados com pedras da região. Os forros da nave central e capela-mor
são em gesso e os demais, em madeira, e cobertura em quatro águas e telhas de
barro.

2.3 Relações espaciais

Figura 02 - Fonte: Intervenção - http://casaabalcoada.blogspot.com.br/2013_12_01_archive.html

2.4 organização.
Em planta, o edifício apresenta dois retângulos: Nave e capela mor, de larguras
diferentes e separados pelo arco cruzeiro. Dentro do retângulo maior, está a nave
em forma de octógono regular. Através dessa organização interna da nave, seu
formato é visto pelo interior e exterior da edificação.
Sua nave é ampliada até o Pavimento superior, acima da sacristia fica o consistório
com a mesma área da sacristia, é uma sala destinada a reuniões. O conjunto dos
dois altares laterais com tribunas, duas paredes cegas inferiores e as suas janelas
superiores são formados por uma série de arcos, estão associados ao coro e ao
arco do cruzeiro, que se defrontam no sentido longitudinal da edificação. (Ver planta
- figura 02 e figuras 03 e 04).

Figura 03 - Fonte:http://casaabalcoada.blogspot.com.br/2013_12_01_archive.html - Figura 04

2.5 Estratificação
A edificação possui dois pavimentos, a nave e a capela mor estão dispostos do
térreo até o pav. Superior. O restante está integrado por escadas. A primeira está
próxima a entrada principal, e dá acesso ao coro e janelas, a segunda e a terceira
estão nas laterais da sacristia, e dão acesso às tribunas laterais e ao consistório e a
terceira, dá acesso direto ao consistório para quem chega pela entrada restrita da
rua Sen. Caiado ou entra pela sala ligada a sacristia. (ver figura 2 e Fluxograma 1).

2.6 Princípios
A distribuição e disposição das formas são equilibrada e os espaços são
equivalentes em lados opostos, quanto em relação a um eixo divisor central.
3.0 ESTUDOS DA FORMA

3.1 Circulação
Fluxograma

3.2 Planos verticais


Possui plano vertical único visto em sua fachada frontal.

3.3 Aberturas e fachadas

A fachada frontal apresenta


elementos característicos do
barroco, frontispício
ornamentado, com volutas e
elementos florais e quatro
aberturas na fachada frontal.
É também a única igreja da
cidade, com três aberturas de
iluminação no coro, com as duas
janelas normais com e, entre
elas, logo acima da porta
principal, feita de madeira, uma
outra, com guarda-corpo
guarnecido por balaústres de
madeira recortada. Todas elas
possuem verga de arco abatido,
protegidas por cimalhas
triangulares. (ver figuras 03 e 05).

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