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Atuação política, compromisso com o país

PAULO SKAF

Filiar-se, pôr-se à disposição do


povo, é dever de todos os que podem
contribuir para a democracia e para
a solução dos problemas

Famílias, setores do ensino e a sociedade devem refletir sobre a queda de


25,65% no número de eleitores com 16 e 17 anos em relação às eleições de
2006, recém-divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Para esses jovens, votar não é obrigatório, como ocorre com os maiores de 18.
Assim, precisamos entender o porquê do desânimo em exercitar a mais
importante das prerrogativas democráticas: o voto.
As causas do fenômeno podem estar no cenário político nacional, ainda
marcado por clientelismo, corrupção e fisiologismo.
Esses problemas, em parcela anacrônica da classe política, são temas da mídia
e enojam as pessoas, sem falar de políticas públicas não equacionadas.
Os avanços e conquistas da democracia, forjados a partir do voto -como a
estabilidade monetária, o bom momento da economia, a ampliação da classe
média e o menor número de excluídos-, acabam embaçados pelos problemas.
No plano federal, além de alguns descompassos de comportamento no
Legislativo, persistem "dívidas" relativas à infraestrutura e às reformas
política, tributária, previdenciária e trabalhista.
No Estado de São Paulo, com a população mais numerosa e a maior economia
do Brasil, violência, saúde e educação, precárias, bem como poluição e
trânsito, seguem desagradando à sociedade.
Cientistas sociais observam que os cidadãos, dentre eles os jovens, têm
descrédito quanto à política.
Sentem a triste sensação de que é inútil votar. O acerto da análise sociológica,
contudo, não avaliza a atitude de omissão à qual se resignam alguns
brasileiros, pois a essência da democracia é a participação. E esta ocorre por
meio do voto, da crítica e do protesto cívicos e da proposição de soluções.
São infrutíferas as atitudes de só criticar e/ou a posição panfletária de ser
contra tudo e contra todos.
É necessário criar e propor alternativas! Muitas das medidas que viabilizaram
o atual momento da economia brasileira nasceram de ações da sociedade,
dentre elas algumas corajosamente defendidas por instituições lideradas pela
Fiesp e pelo Ciesp, como o fim da CPMF, que deixou R$ 200 bilhões nos
bolsos de todos os brasileiros.
Participar é ainda mais eficaz no âmbito dos partidos, base do sistema político.
Filiar-se, colocar-se à disposição do povo, mais do que legítimo, é dever de
todos os que podem contribuir para a solução dos problemas e para o
fortalecimento da democracia.
É importante a experiência de cada um de nós, que atuamos em todos os
níveis e setores -do sítio à grande fazenda, do microcomércio à rede de lojas,
do artesanato à indústria, do autônomo à prestadora de serviços-, cuja
expertise em gestão reforça compromisso com a sociedade, pois pode ser de
extrema valia na administração do Executivo ou no Legislativo.
O empreendedor, comprometido com produtividade, eficiência e resultado,
virtudes indispensáveis ao equilíbrio e sobrevivência das empresas privadas,
pode trazer novas ideias para velhos problemas.
Assim, a participação político/eleitoral desses brasileiros é importante,
inclusive para suprir a carência de lideranças alternativas. Só a quebra do
paradigma da mesmice suscitará o exercício do voto como direito
constitucional, não como mera obrigação burocrática.
O ingresso de novos nomes nos partidos e disputas eleitorais, oxigenando a
política, é um estímulo à democracia participativa, um compromisso com a
nação!

PAULO SKAF , empresário, é presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), do
Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e pré-candidato a governador de São Paulo pelo
Partido Socialista Brasileiro (PSB).

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