Você está na página 1de 11

CURSO: SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: REDE SOCIOASSISTENCIAL E TERCEIRO SETOR


POLO MOSSORÓ-RN

ACADÊMICAS:
 DYNA KLECIA DO NASCIMENTO (403499)
 DAISY CRISTINA ALVES PEREIRA (387989)
 MARTA DE LIMA PEREIRA (387990)
 MARIA DO SOCORRO CUNHA (387986)
 RAFAELA TEIXEIRA DE MELO (404207)

DESAFIO DE APRENDIZAGEM

MOSSORÓ/RN
2014
INTRODUÇÃO

O presente desafio consiste na elaboração do RELATÓRIO FINAL tendo como


objetivo uma entrevista com um profissional de uma ONG com o intuito de responder a três
questões básicas: dificuldade, facilidade e importância do trabalho social do profissional de
Serviço Social.
O conhecimento das leis e normas que regem o trabalho social, o conhecimento da
estrutura sócio assistencial onde o profissional atua fazendo com que o trabalho tenha maior
qualidade e compromisso ético com o cidadão.
PRINCIPAIS CONCEITOS PRESENTES NA NOB / RH SUAS

Com o advento da Constituição Federal de 1988 e o conseqüente fortalecimento da


Assistência Social como política de Seguridade Social e, portanto, como um direito do
cidadão, e a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, a discussão sobre a
formulação e implementação de um sistema público descentralizado culminou na atual
Política Nacional de Assistência Social, com a previsão da sua gestão por meio do SUAS,
sistema que já conta com a sua própria Norma Operacional Básica – NOB/SUAS, aprovada
pela Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, nº130, de 15 de julho de
2005.
Conforme consta na própria PNAS/2004, a Política de Recursos Humanos constitui
eixo estruturante do SUAS, ao lado da descentralização, do financiamento e do controle
social. No entanto, é grande o desafio de estruturar este eixo do SUAS nessa política. A
precarização do trabalho e dos recursos financeiros, físicos e materiais no setor público
sabidamente fragilizaram a área da política de Assistência Social.
A partir do diagnóstico realizado na pesquisa, no item Gestão de Pessoas na área da
Assistência Social em todo o Brasil, a V Conferência deliberou algumas metas que embasam
esta NOB-RH/SUAS.
Surge assim, a Norma Operacional Básica - NOB/RH-SUAS, após um amplo
processo de discussão, aprimoramento e contribuições.
Tal proposta consolida os principais eixos a serem considerados para a gestão do trabalho na
área da assistência social:
• Princípios e Diretrizes Nacionais para a gestão do trabalho no âmbito do SUAS.
• Princípios Éticos para os Trabalhadores da Assistência Social.
• Equipes de Referência.
• Diretrizes para a Política Nacional de Capacitação.
• Diretrizes Nacionais Para os Planos de Carreira, Cargos e Salários.
• Diretrizes para Entidades e Organizações de Assistência Social.
• Diretrizes para o co-financiamento da Gestão do trabalho.
• Responsabilidades e Atribuições do Gestor Federal, dos Gestores Estaduais, do Gestor do
Distrito Federal dos Gestores Municipais para a Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS.
• Organização do Cadastro Nacional de Trabalhadores do SUAS – Módulo CADSUAS.
• Controle Social da Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS.
• Regras de Transição.
Tais eixos definem o conteúdo disposto nesta Norma, considerando a realidade atual
do SUAS no Brasil.
Temos, então, que a essência da Assistência Social, inscrita tanto na Constituição
Federal de 1988 quanto na LOAS, na PNAS/2004 e na NOB/SUAS, está baseada na noção de
direito em sua concepção mais direta, tendo, pois, caráter de universalidade. A área da gestão
do trabalho adquire uma nuance especial, pois implica diretamente na qualidade dos serviços
Sócio-assistenciais. Assim, está justificada a aprovação de uma Norma Operacional Básica de
Recursos Humanos no âmbito do SUAS.
Integra a NOB-RH/SUAS uma Política de Capacitação dos trabalhadores públicos e
da rede prestadora de serviços, gestores e conselheiros da área, de forma sistemática,
continuada, sustentável, participativa, nacionalizada e descentralizada, respeitadas as
diversidades regionais e locais, e fundamentada na concepção da educação permanente.
A criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários - PCCS é uma questão
prioritária a ser considerada. Ele, ao contrário de promover atraso gerencial e inoperância
administrativa, como alguns apregoam, “se bem estruturado e corretamente executado é uma
garantia de que o trabalhador terá de vislumbrar uma vida profissional ativa, na qual a
qualidade técnica e a produtividade seriam variáveis chaves para a construção de um sistema
exeqüível” (Plano Nacional de Saúde, 2004:172/173 e PNAS/2004).
Quando falamos sobre a responsabilidade dos entes públicos envolvidos, é certo que
uma das principais funções desse instrumento é determinar e, portanto, tornar exeqüíveis as
ações e procedimentos que cabem a cada um dos entes das três esferas de governo. Essa
responsabilização depende, no entanto, da adesão dos gestores a esta Norma, da incorporação
de suas diretrizes na sua legislação e organização administrativa próprias.
Neste panorama, a contextualização e o papel da rede sócio-assistencial privada
também se apresentam como de suma importância, já que grande parte dos trabalhadores da
área encontra-se nas entidades e organizações de Assistência Social.
O eixo que trata da definição e critérios das equipes de referência responsáveis pelos
serviços, programas, projetos e benefícios sócio-assistenciais é aquele responsável por
efetivamente dimensionar tanto a carreira dos profissionais que devem integrar os quadros
para atendimento na rede sócio-assistencial, quanto à proporção de equipes em relação ao
número de potenciais usuários.
Sabe-se que o investimento na gestão do trabalho irá influenciar decisivamente na
melhoria dos serviços sócio-assistenciais prestados à população. Assegurar que trabalhadores
dessa área estejam incluídos com o seu processo de trabalho e com o resultado do mesmo é
um caminho prático e certo para o avanço na implementação do Sistema.
Os princípios e diretrizes contidos na presente NOB/RH-SUAS têm por finalidade
primordial estabelecer parâmetros gerais para a gestão do trabalho a ser implementada na área
da Assistência Social, englobando todos os trabalhadores do SUAS, órgãos gestores e
executores de ações, serviços, programas, projetos e benefícios da Assistência Social,
inclusive quando se tratar de consórcios públicos e entidades e organizações da assistência
social.

ENTREVISTA
1. Qual a instituição?
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE.
2. Qual o publico alvo?
O deficiente intelectual e múltipla.
3. Como você vê o desenvolvimento do trabalho?
Eu vejo muito satisfatório.
4. Quais as dificuldades encontradas?
O preconceito dentro das famílias e a questão financeira.
5. Como você se sente diante dos resultados obtidos a partir do trabalho desenvolvido em
equipe?
Apesar das dificuldades, me sinto realizada, é muito gratificante o trabalho em equipe.
Foi realizada a visita à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Mossoró,
no dia 20 de novembro de 2014, acompanhadas pela administradora da instituição. Com o
objetivo de conhecer os enfoques sociais e terapêuticos desenvolvidos pela instituição,
buscando compreender o trabalho realizado, desde o momento da inserção do cliente até seu
desligamento.
Aos 25 dias do mês de março de 1973 nasceu na cidade de Mossoró, uma
instituição que muito exigia de seus idealizadores. A APAE – Mossoró, localiza-se na Rua
Antônio Bezerra, 94 - Abolição II Mossoró - RN, 59612-160 (84)84 3315-2667. A
movimentação de veículos é abundante, devido aos habitantes existentes nas imediações.
Contam com água encanada luz elétrica e rede de esgoto. Apesar das condições do solo não
serem favoráveis, dentro da área da escola há uma grande quantidade de árvores já copadas, e
outras qualidades de árvores, e plantas ornamentais, as quais dão um colorido alegre no
ambiente. Ao fundo do terreno há uma horta cultivada pelos próprios alunos e também
algumas árvores frutíferas. A área é toda coberta de asfalto, exceto o parquinho.
Essa Instituição desde seus primeiros dias adotou princípios nobres, e mantém até
hoje a mesma missão de promover e articular ações de defesa de direitos, prevenção,
orientações, prestação de serviços, apoio à família, direcionadas à melhoria de qualidade
de vida da pessoa com deficiência e à construção de uma sociedade justa e solidária.
Um ano depois no dia 18 de março de 1974, foi criada a Escola “Casa da
Criança”, autorizada pela Secretaria de Educação e Desporto, conforme portaria nº.
095/88.
A escola iniciou com 15 alunos, funcionando em 02 (dois) turnos, numa modesta
casa situada à Rua Melo Franco, com alguns profissionais voluntários.
Hoje a APAE Mossoró atende há mais de 260 pessoas com deficiência intelectual
e múltipla prestando serviços nas áreas de educação: ciclos de alfabetização, EJA, apoio
pedagógico, sala de leitura, educação física, artes, informática, projetos ambientais de
hortas e coleta seletiva. Na saúde: terapia ocupacional, fisioterapia, hidroterapia,
zooterapia, fonoaudióloga, psiquiatria, psicologia, pediatria, dermatologia e no social:
ações de assistência e orientação as famílias, educação profissional, prevenção e inclusão
social.
O movimento das APAEs é hoje a maior rede de atenção a pessoa com
deficiência do País. São mais de 2.000 APAEs no Brasil e 17 no Rn, dentre essas a APAE
de Mossoró que há 38 anos constrói a sua história de luta, de transformação de vidas,
somando esforços, unindo forças que permitem a promoção da inclusão social,
educacional e profissional das pessoas com deficiência.
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Mossoró - RN é uma
associação civil, filantrópica, de caráter assistencial, educacional, cultural, de saúde,
assistência social, de estudo e pesquisa, sem fins lucrativos e tem por missão promover e
articular ações de defesa de direitos, prevenção, orientações, prestação de serviços, apoio à
família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência e à
construção de uma sociedade justa e igualitária.
Apesar de sua estrutura física não ter passado por grandes reformas, as melhorias
realizadas proporcionaram conforto e adaptação às necessidades para o desenvolvimento das
atividades profissionais envolvidas na educação e tratamento da clientela, contudo é claro,
devido à maior demanda, há a necessidade de ampliação do espaço físico. Sendo esta uma de
suas metas futuras da instituição, porém, como a APAE mantém-se de doações vindas da
população e com recursos governamentais, no momento, torna-se difícil uma reforma geral no
seu ambiente físico, entretanto, mesmo com os empecilhos que a instituição apresenta, entre
elas, os poucos funcionários e educadores para atender e atentar melhor para o grande número
de alunos, isto não deixa de propiciar aos alunos um bom atendimento.
Há na APAE – Mossoró mais ou menos 21 salas de aulas que oferecem ao aluno um
tratamento pedagógico desenvolvido e estipulado por cada professor nas classes, de acordo
com a série no qual o aluno está matriculado.
A instituição oferece também, trabalhos sociais voltados à população. Por via do
Serviço Social e ambulatório médico, há um repasse de cesta básica, às famílias necessitadas.
Há reuniões, organizadas pela estagiária de serviço social, uma vez por semana, na quinta-
feira, com mães ou responsáveis dos alunos, com objetivo de esclarecimentos, dúvidas e
evolução do tratamento, pois a família é um importante aliado e seu auxílio e participação é
imprescindível à evolução satisfatória e implementação de terapias de estimulação e
reabilitação. Estas reuniões somente ocorrem com um número participativo de mães ou
responsáveis e caso não seja suficiente, é adiada para a próxima semana.
O trabalho clínico ambulatorial visa atender a criança a partir do seu nascimento após
o diagnóstico de deficiência. Essas são encaminhadas pelo Serviço Social para especialistas
na área da saúde e educação que atuam na instituição, com o objetivo de realizarem um
tratamento mais específico. Dependendo da situação e de sua urgência e ou emergência, é
realizado um encaminhamento e agendamento externo com consultas a especialista de acordo
com a necessidade que a criança apresenta.
A evolução dos alunos é realizada individualmente, junto ao técnico que o atende e
de reuniões de equipe, no mínimo a cada quinze dias ou quando houver a necessidade. As
reuniões administrativas englobam discussões de caso à medida que for necessário
A inclusão escolar/social no Brasil é um grande desafio enfrentado hoje pela
sociedade. As instituições são burocráticas fazendo-se necessário romper com este paradigma
e proporcionar a todos os alunos, um modelo de educação que atendam as necessidades,
culturais, religiosas, sociais, étnicas, ou seja, respeitar as diferenças no intuito de construir
uma sociedade mais justa. O processo de inclusão é um desafio tanto para as crianças com
deficiência, como para seus colegas e professores, não sendo somente particularmente às
crianças com deficiência, mas para todos que apresentem algum tipo de dificuldade.
O ganho maior desta interação é garantir a todos o direito a educação, aliado a um
bom projeto pedagógico, valorizando a cultura, história e experiência de cada aluno, ou seja,
reconhecer as habilidades e as competências a serem construídas. É o repensar da educação
em todas as suas situações, isto é, um processo de formação de cidadãos. Para que isto ocorra
é necessário garantir a inclusão e o acesso ao direito fundamental da educação e não uma
experiência dolorosa na vida de aluno e pais.
Primeiramente o nível de desenvolvimento real, onde a criança já realiza suas tarefas
sem auxílio de uma terceira pessoa, pois já utiliza suas funções e capacidades agora
dominadas, indicando que este ciclo de desenvolvimento está completo.
E segundo, o nível de desenvolvimento proximal ou potencial, refere-se àquelas
atividades que a criança executada na presença de um terceiro indivíduo mais experiente, ou
seja, que já possua o nível de desenvolvimento plenamente assimilado para que possa
suplementar esta criança.

Neste sentido, o desenvolvimento da criança é visto de forma prospectiva, pois a


zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram que
estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentes em
estado embrionário. Essas funções poderiam ser camadas de “brotos” ou “flores” do
desenvolvimento, ao invés de “frutos” do desenvolvimento. (VIGOTSKY, 1984, p. 97).
Neste sentido é interessante observar a importância dos pais e familiares na
compreensão das limitações desse deficiente, o auxílio e acompanhamento dos profissionais
de uma instituição especializada, como também a participação cabal daqueles que integram e
interagem na família, para que possam contribuir com o desenvolvimento do deficiente. Pois
ao crerem que é apenas responsabilidade da escola de educar seus filhos, os pais decretam o
retardo e até mesmo a falta de desenvolvimento “pleno” do seu filho, pois quanto mais
estimulado mais ela se desenvolverá como ser humano em sua magnitude.
A influência do meio social em excluir o diferente pode ser observada no momento
em que as crianças deficientes não se encaixam e nem se adaptam nos padrões da sociedade,
pois são diferentes, sendo isto um fator que define a deficiência do indivíduo como uma
incapacidade tornando-o assimilador das conseqüências, isto é, o deficiente se sentindo
excluindo, sentirá o culpado por tal exclusão.
A exclusão se estende à oportunidade do deficiente no mercado de trabalho. A Lei
8.213/91, no Art. 93, da Constituição Federal garante a pessoa portadora de deficiência sua
inclusão, porém na prática o problema é muito complexo, pois existe a falta de qualificação
dos trabalhadores, e as oportunidades são diferentes para o deficiente mental, pois esse
dificilmente é inserido no mercado, devido a sua inadequação ao perfil da empresa. A
generalidade da lei não faz um recorte nas deficiências, permitindo aos empregadores
cumprirem a cota da forma como acharem mais conveniente, dificultando assim à inserção de
alguns deficientes, principalmente os intelectuais.
De acordo com sua formação e função, cada profissional exerce seu papel na APAE.
O Serviço Social atende a todos, mães e responsáveis dos alunos matriculados, além disso, os
outros profissionais que lá atuam e que também são visados, incluem as áreas de Fisioterapia,
Fonoaudióloga, Psicologia e Terapia Ocupacional. Uma auxiliar de enfermagem também está
entre os profissionais que colaboram com o tratamento realizado na instituição.
O ambiente físico oferece acessibilidade, com boa estrutura, adequado para cada tipo
de cliente, isso se estende também aos veículos de transportes adaptados a realidade e
necessidade dos usuários. As salas são organizadas e montadas pela diretora da APAE,
levando em consideração a idade dos alunos e sua patologia, sendo específica para cada caso.
São salas mistas, não diferenciando masculino e feminino, havendo no máximo dez
alunos por classe, pois assim, melhora à concentração e o direcionamento do ensino proposto
ao aluno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
* Analise dos dados
Pudemos observar o importante trabalho social da instituição, assim como o reflexo
desse na comunidade, servindo de referência de sucesso no tratamento e acompanhamento das
deficiências em geral.
* Análise da entrevista
Apesar de a instituição proporcionar a oportunidade de uma observação in loco das
atividades desenvolvidas em sala de aula na disciplina Psicologia Social, a pessoa que nos
acompanhou durante a visitação (administradora), se mostrou muito insegura em fornecer
algumas informações sobre a forma de administração executada pela diretoria, assim como
seus nomes, a forma de escolha para eleição e período de gestão.
* Discussão e resultados
Com essa oportunidade de visitação, houve o acréscimo de conhecimento acadêmico
no campo de observação da realidade da instituição.
* Contribuição do trabalho para a vida acadêmica
A observação de campo foi de grande valia no sentido de saber o trabalho
desenvolvido pela instituição e os benefícios desses para toda a comunidade, também no
desenvolvimento do indivíduo portador de deficiência.
É de grande importância a participação do profissional da Psicologia que atua dentro
da instituição. O respaldo psicológico é essencial no tratamento ao aluno deficiente, como
para a equipe envolvida e os familiares, pois ajuda a compreender melhor a patologia e
limitações do mesmo e com isso torna-se mais válido e confiável o tratamento que receberá e
conseqüentemente desenvolverá o intelecto e a inclusão do aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Você também pode gostar