BOLETIM OPERÁRIO
Caxias do Sul, 16 de março de 2019 | Edição nº 537
A Opinião Pública
Pelotas, 3 de março de 1911.
Edição 51 – Ano XVI
Página 2
Às 8 horas de trabalho
Em Bagé, um grupo de operários pedreiros e
carpinteiros foi cumprimentar o Senhor Ergilio
Lobato, que, sem ter assinado o compromisso de
nenhuma espécie, concedeu a seus empregados
as 8 horas por estes exigidas.
Conforme noticiamos, ficara há
convencionado em Bagé, entre todos
construtores, empreiteiros e proprietários de
oficinas, a concessão das 8 horas de trabalho
exigidas pelos operários pedreiros e carpinteiros.
Nas cláusulas do convenio, porém, nada ficou
estipulado quanto a ordenados. Os signatários do
convenio não opuseram mesmo nenhuma objeção
a referida concessão, mas julgaram que a
diminuição das horas de trabalho importava
ipsofacto na diminuição do salário. Segunda-feira
entraria em execução o convenio, de modo que
cada construtor e chefe de oficinas avisou os
respectivos empregados de que passavam,
daquele dia em diante, a perceber o ordenado
equitativo às horas do serviço. Não
conformando com essa medida, declararam-se
em greve geral os pedreiros e carpinteiros, que, às
11 horas da manhã, abandonaram as ocupações.
Anteontem, estiveram eles reunidos para deliberar
sobre a atitude a assumir. Alguns empreiteiros
estão resolvidos a não ceder às exigências dos
reclamantes e consta que vão desistir do
convenio.
Telegramas
Porto Alegre, 3.
Continua a greve dos carroceiros e estivadores.
Estes parece que nada conseguirão, pois Pedro
José Adms, preposto da Companhia Costeira
declarou que a mesma mandara vir do Rio, por
estes dias, 40 empregados para o serviço de
carga e descarga de seus navios.
procedimento tiveram as outras Companhias.
/BoletimOperario
A Opinião Pública
Pelotas, 4 de março de 1911.
Edição 52 – Ano XVI
Página 2
Telegramas
Porto Alegre, 4.
Continua a greve dos correios e estivadores, tendo
havido seguidas reuniões. De Santa Maria chega
hoje uma turma de trabalhadores de estiva
contratados e que trabalharão de acordo com o
dias horário e salário das antigas empresas de
os navegação. Consta que os grevistas aguardarão
na gare da estação da estrada de ferro esses
trabalhadores, apupando-os. Os agentes das
Companhias Hamburgueza e Costeira estiveram
ontem em palácio, pedindo nesse sentido,
providências ao governo. A Federação atacou
ontem o Correio do Povo, por dar este sempre
detalhadas notícias do movimento grevista,
parecendo aplaudir assim os perturbadores da
ordem social. O Correio do Povo não respondeu.
Correio do Povo
Porto Alegre
6 de março de 1919
se A gréve na Viação Ferrea – Pode-se considerar
terminada a gréve de pessoal do trafego e
officinas da Viação Ferrea. Conforme noticiámos,
no mesmo dia em que estalava a parede, esta se
circumscreveu a Porto Alegre e Montenegro. Para
essa cidade, como tambem noticiámos, seguiu o
dr. Henry Weinmeister, que foi entenderse com os
grévistas, afim de solucionar o caso. Em
Montenegro, o dr. Weinmeister foi procurado por
uma commissão da União Protectora, a qual
declarou ser motivo da gréve a suspensão do
machinista João Paixão, ordenada pelo sr.
Winssinger, chefe de locomoção, e que os
empregados só voltariam ao trabalho depois que
fosse declarado sem efeito aquelle acto. O dr.
Weinmeister respondeu que manteria o acto do sr.
Winsinger suspendendo o machinista alludido, e
Igual que iria providenciar para o restabelecimento do
trafego.
OPERARIO.BOLETIM@GMAIL.COM
/BoletimOperario
Correio do Povo
Porto Alegre
6 de março de 1919
Telegramas
A greve na Viação Ferrea
Carlos Barbosa, 5 – O trem de passageiros P. 31
foi retido, devido á greve, até segunda ordem. São
11 horas e 45minutos e o trem se acha ainda aqui.
A influenza hespanhola
Vaccaria, 4 – A influenza hespanhola, apesar de
se achar em declinio, continua ainda a fazer
victimas.
Correio do Povo
Porto Alegre
7 de março de 1919
A greve na Viação Ferrea — Conforme hontem
noticiámos, de acordo com informações colhidas
nos escriptorios da Viação Ferrea, nesta capital, a
maior parte dos empregados ferroviários de
Montenegro que se haviam declarado em gréve
voltaram ao serviço, tendo o dr. H. Weinmeister,
inspector geral daquella empresa, feito afixar ali
um boletim declarando que o operario que não
retomasse o trabalho seria immediatamente
substituido. Nesta capital, conforme também
noticiámos,o pessoal do trafego e oficinas já
retomou o serviço.
/BoletimOperario