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1º TORNEIO DE JOGOS MATEMÁTICOS

DA FAMÍLIA - UNIMAT

RESUMO

Diante de evidenciarmos que a utilização de aulas expositivas e dos chamados livros


didáticos não são suficientes em proporcionar o encantamento e o entendimento dos
estudantes referentes aos conteúdos da Matemática, nasceu o projeto UNIMAT (Unidos
pela Matemática). Pretende-se com este projeto promover ensino e aprendizagem de forma
dinâmica, possibilitando trabalhar a própria Matemática de maneira atrativa e desafiadora,
visando mostrar que a mesma está também presente nas relações sociais, culturais e
familiares. Nesse sentido, elaboramos um projeto didático seguindo a linha proposta pela
tríade estudante, família e escola para estabelecer parcerias e uma relação mais constante,
a fim de ampliar o processo de aprendizagem, proporcionando ao aluno um maior
desenvolvimento de seu potencial, visto que quando a Matemática faz conscientemente,
parte do cotidiano da família, isto serve de desafio, sendo fonte de brincadeiras e
passatempos, não será nunca um bicho papão. O aluno não só terá expectativas positivas e
estará motivado para a sua aprendizagem, como ficará confiante nas suas competências. A
principal meta deste trabalho foi mostrar por meio de um torneio, que os jogos assumem
uma importância como recurso pedagógico que estruturam o pensamento e o raciocínio,
onde os alunos e a família aprendem brincando, sendo um novo conceito de aprendizagem
e interação. Um instrumento utilizado nos dias atuais são os jogos matemáticos que
conseguem transformar a sala de aula num ambiente diferente e divertido, pois ajuda na
assimilação do conhecimento sendo um facilitador do processo ensino e aprendizagem.

Palavras-chave: Escola, Família e Jogos Matemáticos.

INTRODUÇÃO

Na contemporaneidade as exigências educacionais estão cada vez mais


complexas, onde Escola e Família são as principais instituições responsáveis pela
formação integral do indivíduo, sendo criança ou jovem. Atualmente não se pode
pensar em educação sem o envolvimento e parceria da família nesse processo.
Escola e Família são instituições sociais muito presentes na vida escolar do
estudante, de forma que só se pode pensar em sucesso educativo se também
pensarmos em trabalho conjunto. Por isso, quanto mais estreita for essa relação,
melhor será o resultado. Pais e professores têm objetivos comuns e precisam ser o
mais cordiais, coesos e responsáveis nesse processo.
Sendo os jogos matemáticos uma excelente ferramenta que favorece a
interação entre os pares, o desenvolvimento, raciocínio lógico, conquista de
habilidades e competências fundamentais no ensino da Matemática, com uma
grande vantagem de acontecer de forma lúdica e prazerosa, daí a necessidade de
oferecer atividades que permitam o envolvimento das famílias, criar momentos de
integração entre pais, alunos e comunidade escolar, como aconteceu durante a
execução do 1º Torneio de Jogos Matemáticos da Família.
Para Libâneo (2003, p.348-349) a organização de atividades que asseguram
a relação entre escola e comunidade.
Implica ações que envolvem a escola e suas relações externas, tais como
os níveis superiores de gestão do sistema escolar, os pais, as organizações
políticas e comunitárias, as cidades e os equipamentos urbanos. O objetivo
dessas atividades é buscar as possibilidades de cooperação e de apoio,
oferecidas pelas diferentes instituições, que contribuam para o
aprimoramento do trabalho da escola, isto é, para as atividades de ensino e
de educação dos alunos. Espera-se especialmente, que os pais atuam na
gestão escolar mediante canais de participação bem definidos.

Durante todas as etapas do projeto os alunos e suas famílias tiveram


participação ativa, sugerindo, criticando e opinando nas atividades desenvolvidas.
Através da construção de jogos pelas crianças e seus familiares, notou-se um
grande prazer na execução dessa atividade, assim como o nível de proficiência dos
estudantes em Matemática, uma vez que os docentes estão refletindo sobre novas
metodologias de ensino, incluindo jogos e robótica, o que atrai substancialmente
alunos do 4º ao 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Comendador Bernardo
Martins Catharino e favorece a aprendizagem, atingindo habilidades que
anteriormente não foram adquiridas devido à execução de apenas aulas expositivas
que não motivavam crianças e jovens.
Esse relato foi dividido em seções da seguinte forma: Seção1 refere-se à
introdução, na seção 2 encontram-se os relatos dos participantes envolvidos, na
seção 3 apresenta-se a metodologia científica do trabalho, na seção 4 estão os
registros com fotos, regulamento do torneio, ficha de inscrição e relatos escritos das
famílias e docentes envolvidos.

RELATO

O desencadear do projeto surgiu a partir da necessidade estimular o


desenvolvimento de competências ligadas à aprendizagem de Matemática nos
alunos de forma lúdica e o fortalecimento da relação entre Escola e Família. Com
isso, foram realizadas várias ações pedagógicas para melhor interação com os
envolvidos. A fim de respeitar o nível cognitivo dos participantes, o projeto foi
organizado em três níveis, do Ensino Fundamental, a saber: nível 1 com atividades
direcionadas a alunos dos quartos e quintos anos, nível 2 para alunos dos sextos e
sétimos anos e nível 3 para alunos dos oitavos e nonos anos.
A primeira ação foi reservada ao momento de pesquisas, reuniões de
alinhamento e a criação de um regulamento para melhor compreensão das etapas
que fariam parte do Torneio. Assim, já na segunda ação, apresentamos o projeto
para os estudantes e na primeira reunião de Pais, apresentamos as famílias que se
mostraram bastante entusiasmadas em fazer parte de um projeto que traria
benefícios e a participação mais presente família nesse processo. No ensejo,
realizamos aulas expositivas, atividades preparatórias e o nosso primeiro simulado
de treinamento. Na terceira ação, foram realizadas oficinas internas e específicas
direcionadas aos alunos, bem como a solicitação da confecção de jogos de tabuleiro
pelas famílias, que tiveram exposição e aplicação dos jogos construídos no Dia da
Família na Escola, onde por meio da Oficina de Jogos Matemáticos, pais e filhos
fizeram parte de um ambiente significativo para aprendizagem e construção de
conhecimentos bem como propiciou a interação dos participantes e o contato com
uma proposta diferenciada para o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático.
Foi notório o fascínio dos participantes pelos jogos e, consequentemente, pela
Matemática, pois quando os pais se envolvem na educação dos filhos, eles
aprendem mais.
Posteriormente aconteceu a seleção do nome do projeto pelos educandos
onde os mesmos contribuíram com diversas sugestões. Após o levantamento
professores e coordenadores elegeram o nome UNIMAT – Unidos Pela Matemática,
proposto pela aluna do 6° ano, Yasmim Gonzaga.
A quarta ação, se estendeu ao convidar algumas escolas da rede SESI de
ensino, escolas públicas e privadas para enriquecimento do projeto. Foram
convidadas a Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Santana Alves, Escola
Municipal Cidade de Jequié, Colégio Sacramentinas e SESI Candeias. A partir
dessa junção, criamos uma comissão organizadora que se manteve firme para
construção de uma avaliação interna através de aplicação de prova objetiva (múltipla
escolha com 20 questões) a todos os alunos inscritos pelas escolas com o objetivo
de selecionar os 10 primeiros colocados de cada nível, para compor a segunda fase,
que acontecerá no dia 30 de Setembro de 2017 no SESI Itapagipe para a realização
de um torneio de jogos matemáticos com a participação da família.
A comissão foi constituída também com o papel de trabalhar de forma que os
participantes percebam a necessidade de construir estratégias para alcançar os
objetivos, e a importância do raciocínio lógico-matemático nesse exercício. Além das
habilidades matemáticas, outras competências foram citadas para propiciar poder de
decisão, a habilidade em lidar com a derrota e a vitória, a habilidade de perseverar a
fim de superar desafios, o poder de concentração.

METODOLOGIA

A metodologia científica utilizada para o levantamento de dados contidos no


presente estudo é a pesquisa qualitativa, pois os fatos não podem ser considerados
fora de um contexto social, as contradições se transcendem dando origem a novas
contradições que requerem soluções.
Para a organização deste estudo, foi feita uma classificação bibliográfica na
literatura científica, a partir da compilação de trabalhos publicados em revistas e
livros especializados.
O principal instrumento de pesquisa qualitativa é o pesquisador, pois é ele
quem tem o contato direto com a realidade a ser pesquisada.
Neste projeto os instrumentos metodológicos utilizados foram os relatos orais,
escritos, observações e análises das avaliações realizadas pelos estudantes, afinal,
o prazer demonstrado por estudantes, pais e docentes quando resolviam um desafio
de cada jogo não é mensurável.
O processo de coleta de dados se deu através de reuniões com o corpo
docente das escolas participantes (comissão), que a partir de jogos realizados em
sala de aula, trouxeram reflexões e discussões de novas alternativas metodológicas,
a fim de enriquecer a prática pedagógica e consequentemente a aquisição de
habilidades e competências por parte dos discentes, alcançando assim, o principal
objetivo do trabalho que é favorecer o processo de ensino e aprendizagem da
Matemática no ensino de 4º ao 9º anos do Ensino Fundamental, por meio de jogos
enquanto recurso didático a fim de dinamizar as aulas, estreitar os laços com as
famílias e facilitar o desenvolvimento de competências e habilidades.
REGISTROS

Oficina de Jogos Matemáticos - Dia Exposição de jogos de tabuleiros construídos


da Família na Escola. pelos alunos com participação da família.

Momento de interação entre pais e filhos.


Interação professor e alunos.
Jogos de tabuleiro.

Família do aluno Filipe Jorge - 4º B Construção de sólidos geométricos.


Reunião com a comissão do UNIMAT.

Relato da Equipe Pedagógica da Escola Municipal Relato da família parabenizando o projeto.


Profª Maria de Lourdes Santa Alves
Regulamento e ficha de inscrição
ANÁLISES E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O projeto motivou os professores das escolas participantes, tanto da rede


particular como da rede pública, que através de reflexões, discussões e análises de
práticas pedagógicas inovadoras puderam inserir as mesmas nos seus
planejamentos, foi enriquecedora a troca de experiências entre os docentes de
diferentes segmentos, do Ensino Fundamental I e II, o que favoreceu através da
inserção de jogos matemáticos nas salas de aulas um crescimento no nível de
competência dos estudantes envolvidos no projeto.
Houve uma maior aproximação da família no universo escolar, que com
entusiasmo participou ativamente da construção de jogos e da oficina que ocorreu
na escola no dia denominado “Dia da Família” no mês de Maio, o que favoreceu o
estímulo ao estudo da Matemática em sala de aula. A relação entre Escola e Família
foi fortalecida, o crescimento harmonioso do aluno permeou a colaboração entre as
duas instâncias, notou-se que os resultados alcançados foram satisfatórios, visto
que com ações do projeto não deixou-se que o ambiente escolar fosse meramente
expectador dos problemas relacionados ao ensino da Matemática, os estudantes
tiveram a oportunidade de ampliar ideias e procedimentos relativos a contagem,
comparação, ordenação, estimativa e operações que os envolvem, podem
interpretar e construir qualquer escrita numérica, inclusive a dos números racionais
na forma decimal através da inserção dos jogos matemáticos em sala de aula.
Assim, o pleno exercício da cidadania incluiu a prática do ato educativo
requerendo a participação ativa e compromissada da Escola, Famílias e das outras
instituições de ensino particulares e públicas que também fizeram parte desse
projeto. O objetivo de propor mudanças para a melhoria do ensino da Matemática
principalmente nossa escola, foi que alcançado mostrando à sociedade o quanto a
participação da família é importante na vida escolar do aluno, e que os jogos
matemáticos possibilitam apreensão dos conteúdos, assim como aproximação entre
pais e filhos, colegas de sala de aula, ou seja, contribui para a interação,
transmitindo as crianças e jovens os valores, como ética, cidadania, solidariedade,
respeito ao próximo, autoestima. Segundo Vygotsky (2010). “Ao brincar e jogar, a
criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando,
imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como
agradáveis na realidade”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir deste estudo, acreditamos na possibilidade da realização de um


trabalho em conjunto com a família, pois, à medida que a instituição abre espaços e
cria estratégias de trazer a família para dentro do âmbito escolar, novas
oportunidades vão surgindo para desenvolver uma educação diferenciada e de
qualidade, sustentada pela relação família-escola.
Percebemos que a participação da família nesse processo é de grande
importância para os alunos, pois essa aproximação vai contribuir no seu próprio
desenvolvimento, bem como na motivação para a aprendizagem matemática e o
desenvolvimento do raciocínio lógico matemático.
Nessa perspectiva, avaliamos que o projeto tem alcançado seus objetivos e
propiciou um maior interesse por parte dos alunos e que na prática pedagógica
ocorreu à inserção de jogos ajudando os educandos na conquista das habilidades e
competências referentes ao ensino da Matemática.
O construtivismo de Piaget nos levou a conceitualizar metas e objetivos
educacionais diferentemente do ensino tradicional. Para nós, o objetivo básico é que
os estudantes tornaram-se capazes de raciocinar logicamente, através da troca de
pontos de vistas com outros estudantes, através dos jogos matemáticos realizados
em sala e na companhia de seus familiares.

Segundo os PCN-1997,

[...] um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam
no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos
façam parte da cultura escolar; cabendo ao professor analisar e avaliar a
potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se
deseja desenvolver. (BRASIL, 1997, p. 49).

Observou-se que os jogos oportunizam desenvolver a atenção, raciocínio


lógico, conhecimentos matemáticos, dedução de estratégias, contribuindo para
amenizar barreiras de aprendizagem de maneira prazerosa. De acordo com Smole
(2007, p. 11) afirma que;

Em se tratando de aulas de matemática, o uso de jogos implica uma


mudança significativa nos processos de ensino e aprendizagem, que permite
alterar o modelo tradicional de ensino, o qual muitas vezes tem o livro e em
exercícios padronizados seu principal recurso didático. O trabalho com jogos
nas aulas de matemática, quando bem planejado e orientado, auxilia o
desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de
hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de decisão, argumentação
e organização, que estão estreitamente relacionadas ao chamado raciocínio
lógico.

Conclui-se que o papel dos jogos é de suma importância como instrumento


pedagógico, o aprendizado alcançou resultados satisfatórios, pois aconteceu em
sala de aula e em alguns momentos os jogos produzidos, foram levados para casa
dos estudantes como meio de interação e divertimento entre as famílias. Os
professores das escolas participantes, ao se conscientizarem da importância dos
jogos, abriram espaços para o desenvolvimento como possibilidade do estudante
forjar novas formas e conceber a realidade social e cultural em que vive, além, de
servir como base para a construção de conhecimentos e valores. Isto faz com que
os jogos relacionados com o ensino sejam uma grande fonte de desenvolvimento
para a e aprendizagem.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares


nacionais de matemática para o ensino fundamental I. Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

GENTILE, Paola. Abrir as porta à participação de familiares e da comunidade.


In: Nova Escola. São Paulo: Abril, jun./jul., 2006. p. 32-39

LIBANEO, J. C. In: COSTA, M.V. A escola tem futuro? São Paulo: DP&A, 2003(a).

SMOLE, Kátia Stocco. Jogos de Matemática de 1° a 5° ano/ Kátia Stocco Smole,


Maria Ignez Diniz, Patrícia Cândido. Porto Alegre: Artmed, 2007.

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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