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Terceira Jornada de Estudos – Escrita, Imagens e Teatralidades.

Investig[ações] em processo: olhando o vazio entre atriz e personagem,


o caso Rainha[(s)].
Almando José Storck Junior¹
Paulo Marcos Cardoso Maciel²
¹ Bacharel em Produção e Política Cultural, pela Universidade Federal do Pampa/RS (UNIPAMPA), discente do
bacharelado em Artes Cênicas, com habilitação em direção teatral, e do Programa de Pós-Graduação em Artes
Cênicas pela Universidade Federal de Ouro Preto/MG (UFOP), bolsista de Pós-Graduação financiado pela
instituição Universidade Federal de Ouro Preto/MG (UFOP). almandostorckjunior@gmail.com
² Orientador. paulinhomaciel@uol.com.br

Rainha[(s)] é uma livre recriação da peça Mary Stuart de Friedrich Schiller, interpretada
pelas atrizes Georgette Fadel e Isabel Teixeira, com direção de Cibele Forjaz. As atrizes
brincam com o texto, suas vidas, anseios e paixões, incorporando dados biográficos aos seus
respectivos papéis, passeando pelos 17 personagens da obra original, totalmente perceptíveis
na encenação. O jogo em cena se confunde com as ações previstas na peça, deixando o
espectador sem saber direito onde se situar, durante a encenação a fronteira entre a ficção e
realidade é o tempo todo deslocada. Neste sentido, busco ávido pelo entendimento da realidade
fenomenológica da representação: o que vemos? quem vemos? quem ou o que está jogando
com quem ou o quê?
Essa zona de sombra ou de incerteza ressalta o espaço vazio entre as atrizes e as
personagens, o espetáculo e o espectador. Essa questão do “espaço vazio” surgiu após assistir,
pelo Programa BR Cultural, ao espetáculo Rainha[(s)] em Macapá/AP em Abril de 2010. A
encenação conduz o público, e também o que acontece em cena, para um tempo-espaço
sobredeterminado que, devido ao virtuosismo das interpretes, pode passar desapercebido.
Porém, desde que assisti ao espetáculo, venho procurando compreender melhor esse vazio, esse
espaço movente - o imaginário? - que promove a desterritorialização dos elementos e os lança
numa zona sombria. Neste sentido, o conceito de ma (間) como um local repleto de
possibilidades e aberto à contemplação, signo desse vazio criador de todo ato ou acontecimento,
têm sido um ponto de partida importante para a pesquisa e o estudo do espetáculo.

Palavras-chave: Rainha[(s)]; ator-personagem; Ma (間).

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