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Para que a inclusão possa repensar a escola e torna-la aberta a todos se reconhece
a insuficiência em apenas inserir os alunos fisicamente na escola, algumas
adaptações são necessárias para garantir a acessibilidade física do espaço para a
locomoção (bibliotecas, banheiros e acessos inclusivos). É importante que a gestão
escolar promova medidas inclusivas na execução de seus formatos de aula bem
como na receptividade aos alunos especiais, que se inicia antes mesmo da
matricula, levando os alunos a conhecer a escola e os professores antes do inicio
das atividades. Já na escola, a preparação da equipe de apoio e a incorporação do
currículo por conteúdos que desenvolvam as habilidades sociais são essenciais.
Treinamentos, compartilhamento de experiências e de responsabilidades são
parâmetros de capacitação dos profissionais que atuarão no atendimento de alunos
PAEE, ao passo que apenas assim a inclusão ocorrerá na pratica.
Para Guijarro(2005, p. 72) A inclusão das pessoas com deficiência nas escolas
regulares remete-nos à necessidade de várias transformações atitudinais e teórico-
metodológicas do corpo docente das escolas. Uma das práticas mais importante que
a escola pode ter em relação à inclusão está ligada a conscientização. É
fundamental que a escola conscientize alunos, corpo docente , funcionários e
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diretores. Uma vez que esta barreira atitudinal tenha sido perpassada, torna se
possível inclusão do aluno na escola. A inclusão do alunos PAEE tem pleno
respaldo legal se considerarmos a definição de autismo segundo a Organização
Mundial da Saúde, OMS (2010):
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Seguindo o entendimento, o parágrafo primeiro do mesmo dispositivo prevê que haja
“quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para
atender às peculiaridades da clientela de educação especial”. (BRASIL, 1996). É
dever do estado, e direito das crianças PAEE receber o apoio do poder publico para
serem integradas a sociedade.
Nos termos da Lei 12.764/12 (Lei que institui a Politica Nacional de Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista-Lei Berenice Piana), em seu
§ 2° do artigo 1°, a pessoa portadora de TEA é considerada pessoa com deficiência,
para todos os efeitos legais(BRASIL, 2012). Dessa forma, podemos afirmar que o
autista possui todos os direitos inerentes às pessoas com deficiência. Sendo assim
aplica-se a ela os dispositivos da Lei 13.146/2015 também conhecido por Estatuto
da Inclusão, acarretando seu enquadramento em todas as politicas de inclusão. As
escolas regulares publicas e privadas são obrigadas a fornecer acompanhamento
especializado para alunos com TEA em caso de comprovada necessidade. A
instituição de ensino não pode criar obstáculos para a inclusão do autista, do
contrario seria responsável por gerar desigualdades, o que iria na contra mão do
processo de inclusão. A referida lei “Berenice Piana” já previu, por exemplo, a
questão do acompanhante especializado. O paragrafo único do artigo 3° diz que “Em
caso de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista
incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2°
terá direito a acompanhante especializado”(BRASIL, 2012). A necessidade de
acompanhamento pode ser comprovada por um médico, psicopedagogo ou
pedagogo. O profissional deverá descrever os motivos e a necessidade do aluno em
ter um acompanhante.
A Politica Nacional de Educação Esapecial na PErspewfcitiva da Educação
Inclusiva(2007) prevê o Atendimento Educacional Especializado que,embora seja
uma politica publica necessária, é realizado na sala de recursos em turno inverso ao
do ensino regular e limita-se ao desenvolvimento de atividades que não envolvem
algumas necessidades básicas do aluno PAEE. Dessa forma percebe-se a
necessidade de um profissional, nesse caso o “Cuidador” que acompanhasse a
criança em sua rotina diária. Por sua vez, o Estatuto da Inclusão vai além e prevê
em seu artigo 28, inciso XVII a “oferta de profissionais de apoio
escolar”(BRASIL,2015). Com isso entendemos a obrigação permanente do Estado
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em conferir mecanismos diversos como forma de garantir a inclusão social dos
portadores de necessidades especiais no âmbito escolar.
Na Situação Geradora de Aprendizagem em questão verificamos a extrema
necessidade do profissional denominado “Cuidador” na sala de aula para
acompanhar o aluno PAEE desde as atividades mais simples até as mais complexas
(necessidades fisiológicas e de locomoção). Esse profissional inclue-se na “oferta de
profissionais de APOIO ESCOLAR” constante no Estatuto da Inclusão que citamos
anteriormente. Infelizmente nota-se a necessidade da intervenção quase frequente
do Poder Judiciário em face da abstenção do Estado em sua responsabilidade legal.
Não podemos ignorar também a necessidade de integração entre a família e a
escola para o desenvolvimento pedagógico e social de um aluno PAEE. A inclusão
deve começar pela própria família. Ultimamente podemos analisar que os alunos
vem para a escola cada vez menos com limites impostos no âmbito familiar e muitos
pais tentam passar a responsabilidade para a escola. O estimulo por parte da família
quanto ao comportamento de estudante nos filhos, mostrando interesse no que eles
aprendem e ensinando a educação básica que prepara para avida é imprescindível.
Já o papel da escola é complementar isso, oferecendo conteúdo e formação
educacional. Se for acompanhada e perceber o apoio da família a escola terá uma
melhor evolução. Os pais e responsáveis devem ser colocados como mediadores ou
articuladores, fazendo com que se desenvolva a comunicação que integra os
envolvidos no trabalho, visando o desenvolvimento e o bem estar do aluno.
É sabido que os pais de crianças PAEE encontram diante de si um longo caminho
de obstáculos na educação de seus filhos e sua participação nesse processo é o
que determinará o avanço educacional dessas crianças. Frequentemente o
preconceito e a discriminação que sofrem as crianças especiais podem deixar os
pais receosos em coloca-los em uma escola e em deixa-los em convívio social.
Diante disso existe uma certa resistência quanto a inclusão escolar, ao passo que as
leis criadas, os estudos realizados, as campanhas e as propagandas esbarram na
falta de professores capacitados, escolas bem estruturadas para atender essas
crianças, materiais didáticos necessários, itens que citamos anteriormente
considerados essenciais para o desempenho da completa inclusão. Além disso, em
muitos caos, há falta de interação entre família e escola.
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Conclusão
Dessa forma, ao longo de nossa pesquisa, pudemos constatar a intrínseca
necessidade de diminuição expressiva entre o discurso e a pratica, entre o legal e o
efetivamente habitual. E mesmo quando encontramos escolas com material
apropriado, professores capacitados e ambiente adaptado, encontramos a ausência
de acompanhante especializado individual. Em muitos casos, mesmo com a
recomendação médica que apontaria a necessidade da criança em se ter um tutor
que a acompanhe individualmente, isso ocorre de forma coletiva, ou seja, um único
acompanhante especializado para atender mais de um aluno PAEE, contrariando
não apenas a prerrogativa legal, mas a necessidade real das crianças que
necessitam desse atendimento. É recorrente o fato que esse atendimento não
ocorra de forma individualizada ao analisarmos a real aplicação da educação
inclusiva nas escolas brasileiras, mas isso não deve ocorrer de forma a deixar a
criança desassistida. Se a criança está ali sem condições de socialização e
aprendizado a escola não passa de um mero depósito de estudantes com
necessidades educacionais especiais que passam o tempo sem qualquer aporte
educacional. Não é difícil encontrar estagiários realizando tais funções nas
instituições quer sejam públicas ou privadas, o que, sem sombra de duvida,
demonstra ser um claro desrespeito a legislação que define que o “acompanhante”
deva ser “especializado”. Isso ocorre para que os custos sejam reduzidos por parte
dos gestores educacionais, pervertendo a ordem legal e a efetividade da inclusão de
crianças com transtornos de desenvolvimento.
Quanto a Situação Geradora discutida nesta Produção Textual, verificamos que a
questão vai além do já citado e amparado legalmente “acompanhante
especializado”. Segundo a Politica da Educação Inclusiva citada anteriormente o
“Cuidador” seria um dos recursos necessários a inclusão, uma vez que:
Na área da educação, sob a perspectiva da educação inclusiva, faz-
se necessária a disponibilização de suportes como a oferta de
equipamentos e ajudas técnicas, incluindo-se aí a contratação de
Cuidadores como forma de viabilizar a iniciativa e continuação destes
alunos que apresentam necessidades de auxilio na alimentação, na
higiene, para vestir-se e outras, na rede de ensino.
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publicas, mas de forma a ser mais eficaz, passando por investimentos em
capacitação e promoção dessas politicas nas instituições de ensino. Só assim
poderemos garantir o que a nossa legislação expressa, ou seja, como um direito
fundamental. Educar perpassa o ensino formal, sendo parte da formação do
cidadão, imperando o reconhecimento e a tolerância as diferenças. Se os centros
acadêmicos onde o conhecimento é difundido ignora essa difernaça, seja não
aceitando ou não sendo capaz de aceitar o PAEE, pouco deveria se esperar da
Educação como essência em nosso país. Mudemos isso com informação à
sociedade dessa realidade e participação ativa na escolha de gestores e
legisladores públicos cujo plano essencial seja um olhar especial para essa tão
importante questão.