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Investimento

Directo Estrangeiro
Definição de IDE
„ “Envolve uma relação a longo-prazo, reflectindo um interesse

duradouro, duma entidade residente numa economia (investidor

directo) numa entidade residente noutra economia (empresa

receptora do investimento), com o objectivo de exercício de um

grau significativo de influência na gestão da empresa residente

nessa outra economia. O IDE envolve quer a transacção inicial,

quer as transacções subsequentes entre as duas entidades e as

suas empresas associadas.”


OCDE
Investimento Directo Mundial

1400

1200

1000
Mil Milhões de USD

800

600

400

200

0
1986-91 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Valor das F&A Transnacionais (mil milhões USD)

1200

1050
900

750
600
450

300
150

0
1987 1990 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Indicadores das Subsidiárias (mil milhões USD)

30000

25000

20000

15000

10000

5000

0
1983 1987 1991 1993 1995 1997 1999 2000 2002

Activos Vendas Valor Acrescentado Exportações


Empregos nas Transnacionais (milhões)

53,1
45,6
40,5

30,9
23,6
17,5

1982 1990 1996 1999 2000 2002


Critérios de Localização do IDE

Acesso a recursos financeiros

Acesso a matérias-primas

Acesso a tecnologia e I&D

Baixos custos do trabalho

Baixo risco político e social

Boa Protecção do IDE

Dimensão do mercado

Crescimento dos mercados

Lucros Potenciais

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5


Regimes de Investimento

236

136 147
135 131
101 108 106 98
80 79

16 16 9 12
2 0 1 2 6 9 3

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2002

Medidas Favoráveis ao Investimento Medidas restritivas do Investimento


Ideologia Política do IDE

Visão Radical

Visão Liberal

Nacionalismo Pragmático
Benefícios do IDE para os Países
Receptores

Aumento
Emprego
Transferência
de Recursos
Acesso a Redes
Capital Tecnologia Internacionais

Gestão

Melhoria Balança
Pagamentos
Custos do IDE para os Países
Receptores

Impactos Negativos
em Concorrentes
Nacionais
Balança de
Pagamentos

Soberania e
Autonomia Nacional
Teoria do IDE
Porque razão as empresas se deslocam?

Como é que as empresas que realizam IDE conseguem


competir, com sucesso, com as empresas locais que, à
partida, possuem vantagens por actuar num mercado que
conhecem?

Porque razão as empresas escolhem entrar nos mercados


externos através da produção, ao invés de optarem por
outras formas, como a exportação ou o licenciamento?
Root, 1978
Imperfeições dos Mercados
„ Mercados são imperfeitos, logo as empresas não são
homogéneas

„ As empresas estrangeiras possuem determinadas vantagens (por


vezes monopolistas) que as fazem ultrapassar os custos de serem
estrangeiras: Comerciais; Tecnológicas; Economias Escala; Know-
How; Hymer (1960); Kindleberger (1969)

„ O IDE é explicado por reacções oligopolistas, por vezes de


seguimento do líder (Knickerkocker, 1973)
Custos de Transacção
„ Vantagens podem ser exploradas internamente ou através de transacções no
mercado;
„ A transacção no mercado cria custos de transacção elevados, que levam a que
a empresa decida explorar, por si, a vantagem possuída (Coase, 1937)
„ Existem situações onde a transacção através do mercado não é a melhor
solução (necessidade de assistência, preservação da marca, dificuldade de
determinar o preço (Williamson, 1981)
„ Quando os custos de transacção são elevados, a empresa pode decidir pela
internalização das sua vantagem: natureza dos activos, comportamento
oportunístico.
Teoria da Internalização
„ Devido à imperfeição dos mercados, é vantajoso para as empresas
internalizarem as vantagens que possuem, como forma de expansão nos
mercados externos (Buckley e Casson, 1976,79). Exemplo: Criação de um
novo conhecimento
„ Existem várias razões para a internalização:
„ Necessidade de provisão de inputs especializados (integração vertical nas
matérias-primas)
„ Discriminação dos preços;
„ Concentração do poder de mercado;
„ Redução da incerteza nas transacções;
„ Controlo maior das actividades internacionais
Teoria da Internalização
„ Existem também vários custos no processo de internalização:
„ Custos de comunicação
„ Actuação em ambientes negociais desconhecidos
„ Custos sociais e políticos motivados por sentimentos nacionalistas
„ Custos administrativos
 Exemplos de actividades explicadas pela Internalização:
 Bananas
 Tabaco
 Petróleo
 Computadores
 Distribuição
Teoria Evolucionista
„ Encara a empresa como especializada na transferência e
recombinação do conhecimento.

„ A empresa especializa-se na transferência de tecnologia que é de


difícil entendimento e codificação, ou seja, onde prevalece o
conhecimento tácito.

„ Desta forma, a empresa internaliza a um custo mais reduzido a


vantagem possuída, funcionando como plataformas de expansão
para futuros mercados
Kogut e Zander (1993)
Teoria do Ciclo de Vida
„ Existência de um monopólio tecnológico temporário

„ Produção caracterizada por economias de escala

„ Variação dos gostos com o rendimento

„ Fluxo de informação restrito entre os vários países

„ Alteração das condições de produção e comercialização ao longo

do tempo
Vernon (1966)
Teoria do Ciclo de Vida
1ª Fase - Fabricação num país desenvolvido (EUA) e exportação

para outros países desenvolvidos

2ª Fase - Investimento no Exterior - Países Desenvolvidos

3ª Fase - Investimento nos países menos avançados


Teoria do Ciclo de Vida
O próprio Vernon (1979) reconheceu que a sua teoria tinha

perdido poder de explicação nos fluxos de IDE, devido

essencialmente a duas razões:

„ Alterações das condições específicas entre os vários

países, com perda de hegemonia dos EUA

„ Crescimento das Redes de Empresas


Teoria Eclética - Paradigma OLI
„ Vantagens Específicas - detidas, pelo menos temporariamente,
exclusivamente pela empresa, concedendo-lhe uma vantagem sobre
os competidores.
„ Vantagens Localização - existentes num determinado local,
como restrições comerciais, proximidade de mercados finais,
recursos naturais, características e custo do factor trabalho,
condições fiscais, infra-estruturas, etc.
„ Vantagens Internalização - a empresa beneficia se explorar as
suas vantagens em vez de as transaccionar no mercado.
Dunning (1977, 1981,1988,1995)
Teoria Eclética - Paradigma OLI
„Vantagens Específicas
„ Posse de um activo intangível único
„ Complementaridade de activos, como a criação de novas
tecnologias, capacidade organizacional, capacidade dos seus
gestores, reputação internacional, que tornam a internalização
a melhor alternativa (devido ao risco e incerteza destas
transacções entre vários países; existência de economias
derivadas da coordenação; externalidades que não permitem
que os benefícios sejam capturados através do mercado)
Dunning (88)
Paradigma OLI Revisitado
„Emergência Capitalismo Cooperativo
„ Desinternalização das actividades ao longo da cadeia de valor e
especialização nas actividades que requeiram as competências
possuídas
„ Aumento das alianças inter-empresas, motivado pela grau de
obsolescência da tecnologia;
„ Estratégia de redução de custos

„Soluções de internalização possuem custos mais elevados


que as transacções no mercado
Dunning (1995)
Paradigma OLI Revisitado
Impactos
„Vantagens Específicas
„ Onde se pode esperar um maior impacto é na capacidade de criação de nova
tecnologia, aumento da qualidade dos produtos, na ligação a clientes e
fornecedores
„ As alianças podem reduzir os riscos, além de permitirem, devido à
localização internacional, mais vantagens

„Vantagens Internalização
„ Espera-se que os acordos cooperativos lidem melhor com as falhas de
mercado, contudo existem certos benefícios que apenas se capturam através
da internalização.
Dunning (95)
Paradigma OLI Revisitado
Impactos
„Vantagens Localização
„ Muitos governos tentam criar clusters regionais, clubes de

empresas, que naturalmente aumentam a competitividade de

uma região;

„ A existência de redes de empresas pode provocar efeitos

antagónicos nas intenções de investimento por parte das

multinacionais numa determinada localização.

Dunning (95)
Teoria Sintética
„ Explicação do IDE onde se incorpore
„ o comportamento das empresas num referencial de
estratégia global, tendo em atenção as empresas
rivais;

„ As novas formas de investimento como uma opção


na forma de abordagem do exterior

„ A possibilidade de utilização simultânea de várias


formas de operação

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