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PROGRAMA
PARTE 1
1. Introdução ao estudo do Direito Tributário:
a) Receitas Públicas
2. Direito Tributário X Direito Financeiro
3. Definição de Tributo
4. Espécies tributárias:
a) Imposto
b) Taxas
c) Contribuições de Melhoria
d) Empréstimos Compulsórios
e) Contribuições Especiais
5. Determinação da natureza jurídica dos tributos.
Parte 2.
1. Competência Tributária:
a) Competência para estabelecer normas gerais de Direito Tributário
b) Competência para instituir Tributos.
2. Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar:
a) Princípios tributários
b) Imunidades tributárias.
Parte. 3 Avaliação
DIREITO ADMINISTRATIVO
ADMIN. PÚBLICA
TRIBUTOS
RECEITAS PÚBLICAS
DIREITO FINANCEIRO DESPESAS PÚBLICA
ATIV. FINANCEIRA ESTADO CRÉDITO PÚBLICOS
ORÇAMENTO
PÚBLICO
DIREITO TRIBUTÁRIO
TRIBUTO
INGRESSOS
PÚBLICOS
espécie:
RECEITAS
PÚBLICAS
espécie:
TRIBUTOS
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1.1. INGRESSOS PÚBLICOS ( Direito Financeiro )
O Estado, na busca de recursos para desempenhar suas funções, procura obtê-los de fontes
variadas, conforme classificação a seguir:
DE TERCEIROS PATRIMONIAIS
OU
IMPRÓPRIOS
ORIGINÁRIAS
EMPRESARIAIS
OU PREÇOS
INGRESSOS PÚBLICOS
OU
ENTRADAS REPARAÇÕES
PRÓPRIOS
OU DE GUERRA
RECEITAS
PÚBLICAS DERIVADAS RECEITAS
CREDITÍCIAS
PENALIDADES
PECUNIÁRIAS
TRIBUTOS
DIREITO
TRIBUTÁRIO
1.1 Ingressos ou Entradas: São todos os recursos financeiros que entram nos cofres públicos,
tenham ou não o caráter de serem restituíveis ( retorno à origem). Enfoque: entradas lícitas ou devidas.
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1.1.1 Empréstimos (restituíveis apesar de lícitos)
1.1.2.1.2 Empresariais: O Estado presta serviços públicos de caráter não essencial de Estado.
Ex: tarifas de energia elétrica, tarifa telefônica e etc. São serviços remunerados, via de regra, por
prestações de caráter contratual.
1.1.2.2. Derivadas: Decorrem de atividade típica de Estado. O Estado angaria recursos aos cofres
públicos provenientes de fontes externas ao próprio Estado.
Tributos
Penalidades pecuniárias
Reparações de Guerra
Receitas creditícias ou impróprias
2.1.1. A Ciência das Finanças : É a ciência que estuda o fenômeno financeiro, ou seja, a atividade
financeira do Estado: as receitas públicas, as despesas públicas, o orçamento público e o crédito
público.
2.1.2. O Direito Financeiro: É o ramo do Direito Público que normatiza a atividade financeira do
Estado.
2.1.3. O Direito Tributário: É o ramo didaticamente autônomo do Direito Público que estuda e
normatiza as relações jurídicas entre o Estado e o contribuinte, relativas à instituição, fiscalização e
arrecadação da receita pública derivada específica referente ao conceito de tributo.
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TRIBUTO
2.1.4. Características do Direito Tributário: DIREITO TRIBUTÁRIO
CIVIL TRIBUTÁRIO
RAMIFICAÇÃO/
DISCIPLINA
JURÍDICA
( AUTONOMIA
DIDÁTICA)
O DIREITO ( É UNO E
INDIVISÍVEL )
2. TRIBUTO
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
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LEI
FATO GERADOR
SUJEITO
SUJEITO PASSIVO
ATIVO
DEVER
JURÍDICO
=
PRESTAÇÃO
1) Prestação DE DAR:
TRIBUTO
PENALIDADE
PECUNIÁRIA SANÇÃO DO ATO ILÍCITO
Observações complementares:
Dação em pagamento é o pagamento de tributos com bens. Não era aceito para a maioria dos
doutrinadores, senão para doutrina minoritária (Luis Emydio e Paulo de B. Carvalho) .
No entanto, a lei complementar n.º 104 de 2001, que alterou dispositivos do CTN, incluiu no art 156, XI
CTN, “dação em pagamento em bens imóveis, na forma estabelecida em lei” como modalidade nova de
extinção do crédito tributário..
Não se aceita, no entanto, extinção do crédito tributário mediante tributos in ¨natura ¨ ( ex: 1 kg em
espécie para cada tonelada) e tributos ¨in labore ¨ (exemplo: um dia de serviço )
Os tributos diferem das indenizações ( por lesão) e das doações, heranças jacentes , prescrição aquisitiva
e etc...; distinguem-se ainda dos deveres compulsórios de ordem privada (ex. seguros automobilísticos,
obrigações de alimentos e etc...) e ainda das apropriações de dinheiro abandonado ( estas últimas não
causam relação jurídica)
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4. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
4.1 IMPOSTO
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos: I - impostos;
Características:
4.1.4. TRIBUTO NÃO VINCULADO: São tributos cujo fato gerador é uma situação que não tem
como contrapartida nenhuma atividade imediata do Estado em relação ao contribuinte. (Ex:
quando o Estado cobra I.R. , não oferece nenhum serviço de imediato em troca. Portanto,
afirmamos que o imposto é um tributo NÃO VINCULADO . (vide art. 16 CTN)
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte
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4.1.5. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA: Em regra, a receita arrecadada não pode estar
vinculada, por lei, a nenhuma despesa específica, fundo ou órgão predeterminados, isto é , tem
que ser redestinada ao “ bolo do orçamento”, de onde será repartida segundo os critérios da lei
orçamentária. Portanto, é um tributo de RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de
ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA. Veja a proibição no art. 167, IV da Constituição Federal
– alterado pela E.C. 43/03. Há, no entanto, exceções previstas no próprio artigo 167,IV C.F
que serão estudadas no capítulo de Competência Tributária.
4.1.6. Diversos são os impostos instituídos pela União, Estados, D.F e Municípios, segundo a
competência tributária que lhes for atribuída pela própria Constituição.
São DIRETOS quando o sujeito passivo de direito (aquele que tem a obrigação legal de recolher
o tributo aos cofres públicos ) é idêntico ao sujeito passivo de fato (aquele que efetivamente
desembolsa). Não há transferência do encargo tributário. Ex: IPTU, onde o proprietário tem
obrigação legal de recolher aos cofres públicos e ele próprio arca com o ônus tributário. Neste
caso não há transferência de ônus financeiro a terceiros. Dá-se o fenômeno da percussão
tributária;
São INDIRETOS quando o sujeito contribuinte de direito é diverso do sujeito passivo de fato.
Ex: ICMS, IPI, ISS. Nesta hipótese há transferência de ônus tributário a terceiros, há o
fenômeno da repercussão ou translação, uma vez que o sujeito passivo de direito transfere o
encargo tributário ao sujeito passivo de fato, como, por exemplo, quando o comerciante já
engloba o montante do tributo a arrecadar no preço final da mercadoria, transferindo o
desembolso efetivo do tributo, portanto , para o consumidor final. Vale ressaltar que o
consumidor, no exemplo, não se diz contribuinte ( nome reservado aos contribuintes de direito e
não aos contribuintes de fato ).
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São PESSOAIS quando atingem a pessoa, isto é, levam em consideração características
subjetivas do sujeito passivo. Incidem sobre a pessoa do contribuinte. Ex: I.R.
São REAIS quando restringem sua incidência à coisa, à ¨res¨ ( = coisa), objeto do imposto,
desconsiderando, em regra, a figura do contribuinte. Ex: IPTU
FIXOS quando o valor do tributo a ser recolhido for estabelecido, fixado em valor pré-
determinado, segundo o estabelecido em lei. Ex. ISS dos autônomos, o ICMS por estimativa
das Micro-empresas. A metodologia de cálculo é feita sem aplicação de alíquotas sobre base de
cálculo.
4.2 TAXAS:
A Constituição, no art. 145,II, elenca a existência de taxa sobre dois fatos geradores distintos,
denominadas respectivamente taxa de serviço e taxa de polícia, conforme veremos a seguir:
CF- Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
os seguintes tributos:...........II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição;
Vide CTN no art. 77. “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”
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TAXAS DE
SERVIÇO
PRESTADOS
AO CONTRIBUINTE
EFETIVA
UTILIZAÇÃO
DE ESPECÍFICOS
OU SERVIÇOS
FATO PÚBLICOS E
OU
GERADOR
DAS TAXAS DIVISÍVEIS
POTENCIAL
POSTOS A
EXERCÍCIO REGULAR DO PODER DE POLÍCIA DISPOSIÇÃO
TAXAS
DE
POLÍCIA
a) Diferenças entre Taxas e Preços Públicos: as taxas são instituídas por lei, compulsórias,
cobradas pelo Poder Público, remunerando, via de regra, serviços públicos essenciais de Estado.
Admitem terceirização. Já os preços públicos são facultativos, de natureza contratual e
remuneratórios, via de regra, de serviços públicos não essenciais de Estado, podendo sua cobrança
ser delegada à pessoas jurídicas de direito privado (concessionárias e permissionárias de serviços
públicos = neste caso, alguns doutrinadores preferem a denominação específica de tarifas, enquanto
outros não fazem distinção entre preço público e tarifa).
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SUMULA STF: 545- Taxas e preços públicos não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são COMPULSÓRIAS e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária,
em relação À LEI QUE AS INSTITUIU
E o pedágio será taxa ou preço público?. A doutrina diverge. Para Sacha Calmon é preço público,
para Baleeiro e Luis Emydio é taxa e, finalmente, para Bernardo Ribeiro de Morais será um tributo
novo, cujo fato gerador, segundo o art. 150, V da Constituição Federal , seria o uso de via conservada
pelo Poder Público. Quanto ao STF, há decisões como preço público ( ADIM 800/RS-1992 ) e
como taxa ( RE-181475/RS- 1999 ), dependendo das características apresentadas por cada caso em
particular. Varia, portanto, em função da natureza de sua instituição ( instituída por lei será taxa;
natureza contratual será preço público). Em prova, é usual considerar-se como sendo preço público,
uma vez predominar, nos dias de hoje, a natureza contratual.
4.2.1.2. SERVIÇO ESPECÍFICOS E DIVISÍVEIS: quanto aos serviços públicos objeto de taxas,
somente são passíveis de tributação os serviços públicos específicos e divisíveis
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários
a) ESPECÍFICOS- As taxas se referem a serviços públicos específicos, isto é, aqueles que podem
beneficiar indivíduos ou grupos determinados, ou seja, aqueles que se destacam dos demais,
individualizando-se. Ao contrário dos serviços específicos, os Serviços Gerais da Administração ,
como por exemplo, os serviços de turismo, estatística e segurança nacional não poderiam ser objeto
de taxas por serem inespecíficos. Vide art. 79 C.T.N.
b) DIVISÍVEIS- As taxas exigem também, para sua instituição, que os serviços públicos sejam
divisíveis, isto é, passíveis de terem seu custo divido pelos usuários. Ex: coleta de lixo domiciliar.
Ao contrário dos serviços divisíveis, seriam exemplos de serviços indivisíveis, portanto, não objeto
de taxas, os serviços de diplomacia, forças armadas, segurança pública e etc. Vide art.79 C.T.N.
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b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
a) UTILIZAÇÃO EFETIVA: o fato gerador diz-se utilização efetiva quando exaurido o serviço,
utilizado pelo contribuinte. Vide art. 79 CTN.
4.2.2.1. FATO GERADOR: a Taxa de Polícia está relacionada ao exercício regular do Poder de Polícia.
Vide art. 77 CTN.
b) EXERCÍCIO REGULAR:
b.1) Conotação do CTN: vale ressaltar que será regular o exercício do Poder de Polícia quando feito
pelo órgão competente, nos termos da lei ( vide art.78 , § único CTN ).
Art. 78 CTN Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de
poder.
4.2.2.2. São exemplos de taxas de polícia: as taxas de alvará ( de inspeção ou fiscalização para
funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais), as taxas de publicidade, taxa de inspeção
sanitária, as taxas de inspeção de motores, as taxas de verificação de pesos e medidas, as taxas de
fiscalização de obras em logradouros públicos e etc...
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4.2.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS TAXAS
4.2.3.1. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de
imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado. O art. 16 CTN somente se aplica aos impostos.
4.2.3.3. FUNÇÃO: é um tributo retributivo ( custo/ benefício), isto é, tem função ressarcitiva, pois
visa ressarcir os cofres públicos, do custo que o Estado teve com o serviço prestado ou com o
exercício regular do Poder de Polícia.
CF- 145 § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos
CTN- art. 77- Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
A base de cálculo das taxas não pode ser a mesma de impostos. O capital das empresas também
não pode ser utilizado como base de cálculo das taxas. Vide art.145,§2.ºC.RFB. e art. 77, § único do
CTN. Algumas taxas foram declaradas inconstitucionais por este motivo: taxas de conservação de
estradas de rodagem ( BC = ITR ) , taxas de licenças com BC = valor dos imóveis, em alguns Estados
a taxa de incêndio por usarem base de cálculo de imposto., a taxa de lixo quando usa como base de
cálculo o valor do imóvel. Isto se justifica, pois a Base de Cálculo das taxas tende a refletir uma
grandeza relacionada com o Custo da atuação Estatal relativa ao contribuinte, ao contrário dos
impostos.
4.2.3.5. A taxa rodoviária única, Decreto-Lei 999/69, incidia sobre o valor dos veículos licenciados
em todo o território nacional, tendo sido substituída pelo IPVA.
Art. 81 CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas
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de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
b) Decreto-Lei 195/67- Art 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal tem como fato
gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras
públicas.
c) No entanto, a Emenda Constitucional n.º 23/83 estabeleceu como fato gerador o " benefício" .
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:..........................III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas
Portanto, o Fato Gerador agora está em aberto na nossa constituição. Em função disso, decide o STF:
4.3.2.1.LIMITES:
A contribuição de melhoria deve respeitar, ao mesmo tempo, dois limites: ( art. 81 CTN )
a) Limite individual é o valor máximo que cada contribuinte poderá ser cobrado em relação ao seu
imóvel: é o montante de valorização sofrida pelo seu imóvel.
b) Limite total é o valor máximo que o ente público pode arrecadar com determinada contribuição
instituída: é o valor total do custo da obra.
Obs: O Decreto Lei 195/67 ainda menciona que ainda a observância de um limite de 3% ao ano sobre o
valor do imóvel,
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4.3.2.2.EDITAL PRÉVIO ( art. 82 CTN ):
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada
uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em
função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
respectivo cálculo.
Anteriormente à publicação da lei que vier a instituir a contribuição de melhoria, deverá haver a
publicação de um edital com dados, informando à população sobre a cobrança da contribuição. Uma vez
publicados, poderão estes dados ser objeto de impugnação por qualquer interessado durante um prazo a
ser fixado, que não poderá ser inferior a trinta dias (o Decreto- Lei 195/67, em seu art. 6º, fixa
exatamente em trinta dias o prazo dentro do qual poderão ser formuladas as impugnações).
Constarão do edital as seguintes informações, segundo o art. 82 CTN: o memorial descritivo do
projeto; o orçamento da obra; a parcela do custo que será financiada ou amortizada pela contribuição, a
fixação dos coeficientes de valorização e a delimitação da área beneficiada .
O Decreto Lei n.º 195/67, que estipula normas gerais sobre a contribuição de melhoria- adquiriu
força de lei complementar. Ele relaciona as obras públicas que, provocando valorização imobiliária,
justificam instituição de contribuição de melhoria. O STF o tem como auto executável. Algumas
determinações oriundas do referido Decreto-lei: a) cabe contribuição de melhoria tendo sido o imóvel
valorizado direta ou indiretamente pela obra pública; b) a contribuição de melhoria pode ser cobrada
depois da obra pública ter sido realizada ou quando realizada em parte suficiente para valorizar
determinado imóvel ( não exige, portanto, o término da obra); c) cabe um limite de 3% do valor do
imóvel, respeitando-se também o limite individual previsto no CTN. ( essa alíquota não está no
CTN...apenas curiosidade!)
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4.3.2.3. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de
imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado: a valorização decorrente de obra pública.
4.4.1. NATUREZA JURÍDICA: São prestações que, desde a EC 01/69, têm natureza tributária,
apesar da classificação já estudada relativa às Receitas Públicas. A partir de então, o STF lhes atribui
natureza de tributo, dado o enquadramento no art. 3.º CTN, bem como dada a sua disciplina no Sistema
Tributário Nacional, vide art. 148 C.F.
CUIDADO!
EFICÁCIA SUSPENSA
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Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
148, I C.F
em caso de guerra externa ou sua iminência-
em caso de calamidade pública
( ambas são exceção ao princípio da anterioridade - art. 150,III., b C.F.)
CIRCUNSTÂNCIAS
AUTORIZADORAS
148 CF.
148, II C.F.
em caso de investimento público de caráter urgente
e relevante interesse nacional
(há que se respeitar o princípio da anterioridade, art.150, III, b C.F)
CF art. 150 . Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
obs: O art. 15, III do CTN não fora recepcionado pela atual CF/88
Art. 15 CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos
compulsórios:
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos
orçamentários disponíveis;
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III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Art. 15 CTN- Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de
seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei
Art. 148 C.F- Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
ATÍPICAS/
Sui generis - CIP 149-A CF
CONTRIBUIÇÕES
ESPECIAIS
SOCIAIS
INTERVENTIVAS
TÍPICAS- 149 CF
CORPORATIVAS - 19 -
STF
NATUREZA TRIBUTÁRIA
Disciplinadas no Sistema
Tributário Nacional- art. 149 CF.
Art. 149. C.F Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção
no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e
150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo
I- SOCIAIS-
a) PARA A SEGURIDADE SOCIAL
a. 1) PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL art. 195 C.F
a 2) PARA O REGIME PREVIDENCIARIO DO SERVIDOR PÚBLICO- art. 149
parágrafo único C.F
b) OUTRAS ( FGTS, SAL EDUCAÇÃO, SAT...)
São contribuições instituídas para cumprir função social, vide o financiamento dos Sistemas
Oficiais de Previdência e Assistência Social. Caráter parafiscal.
CONTRIBUIÇOES SOCIAIS:
a) SEGURIDADE SOCIAL
Dispõe: "Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
b) receita ou faturamento – ex: COFINS instituída pela LC 70/91 e alterada pela Lei 9718/98- (%
sobre receita ou faturamento), PIS ( -art. 239 C.F; Lei 9715/98; x% s/ receita ou faturamento, y%
sobre a folha salarial para algumas instituições como Templos, Partidos Políticos, Inst. Educação e
Assistência Social e outras); PASEP ( x% sobre a folha de salários, receitas arrecadadas e
transferências recebidas)
c) sobre o lucro - CSLL-( Lei 7689/88 e Lei 10637/02; x% sobre o lucro antes do I.R )
II- do trabalhador e demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição social
sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social do art. 201
C.F.
EC 20/98- Imunizou os trabalhadores aposentados do regime geral da previdência. Art 195,II C.F .
O STF estendeu esta interpretação aos servidores públicos aposentados com fundamento no art. 40
par.12 C.F. Recentemente a EC 41/03 passou a autorizar a incidência de contribuição social para
aposentados e pensionistas servidores públicos a partir dos limites dos benefícios concedidos ao
regime geral- art. 40 par. 18 CF
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IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003). Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II dispõe que as
contribuições sociais incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.( EC 42
de 2003).
195 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
a.1.2) OBSERVAÇÃO II- A única contribuição social que exige lei complementar- CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL RESIDUAL ( a ser estudada melhor no capítulo de competência tributária):
Art. 195 § 4º CF- A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I
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b) OUTRAS CONTRIBUIÇÕES: destacam-se outras contribuições sociais, denominadas por
alguns como contribuições sociais genéricas: FGTS ( art. 7,III C.F; Lei 8036/90 - x% sobre a
remuneração paga ao trabalhador, incluindo o 13.º salário ); Contribuição para o Salário Educação
( art. 212, §5.º C.F; lei 9424/96; x% sobre o total da remuneração paga aos segurados -
empregados); Contribuição para o SAT , Seguro de Acidente do Trabalho, art. 7, XXVIII C.F; Lei
8212/91 )
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b;
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Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II CF, já transcrito na pág 31, dispõe que as contribuições
interventivas incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.(EC 42 de
2003).
A CPMF é contribuição social cuja competência tributária fora atribuída à União pela Emenda
Constitucional n.º 12/96, tendo sido instituída pela lei 9311/96. Antes da CPMF fora atribuída à União
em 1993 pela EC 3/03 competência para o IPMF ( imposto provisório sobre movimentação financeira)
considerado inconstitucional pelo STF. Foi extinta em 31/12/2007.
No que se refere à CPMF atribuída à União pela EC 12/96, o prazo de validade era de 24 meses,
com alíquota constitucional máxima de 0,25%, tendo a referida lei utilizado o teto de 0,20% apenas. A
receita era destinada ao Fundo Nacional da Saúde. Segundo a respectiva Emenda, poderia o Poder
Executivo, por ato infralegal, alterar a alíquota, reduzindo total ou parcialmente e restabelecendo
respectiva alíquota. Vide art. 74 ADCT.
Tributo novo cuja competência fora atribuída aos Municípios e ao Distrito Federal pela E.C. 39/02
"Art. 149 -A C.F Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma
das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no
art. 150, I e III C.F.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica."
4.6.3. Obs: Portanto, a partir de dezembro de 2002, fora atribuída na Constituição competência
para tributo especial destinado ao custeio da iluminação pública, tendo neste custeio a
justiticativa da suas instituição, não cabendo portanto taxas para a respectiva finalidade, uma vez
se tratar de serviço inespecífico e indivisível.
5.1. A natureza jurídica específica de um tributo é determinada pelo seu fato gerador. Vale dizer a
classificação do tributo em espécies (se imposto, taxa ou contribuição de melhoria) é feita através do
conhecimento do fato gerador. Sendo irrelevantes o nome adotado em lei bem como a destinação do
produto da arrecadação.
Art. 5 CTN
SÃO TRIBUTOS: IMPOSTO, TAXA E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
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Art. 4.º CTN
Art. 4º CTN A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da
respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
5.2.Em se tratando de empréstimos compulsórios e contribuições especiais, que são tributos especiais,
outras características deverão ser computadas, por serem integrantes de sua estrutura, como a vinculação
da receita para os empréstimos e sua restituição obrigatória, bem como a função de custeio das
contribuições.
5.3. A base de cálculo é fator que influencia, não sendo fator determinante de forma isolada, salvo se
num contexto compreendido também com o fato gerador.
PARTE 2
1. Competência Tributária:
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UNIÃO
ENTES POLÍTICOS
CF e E.C ( recebem parcela de autonomia ESTADO
política)
PODER são denominados DF
POLÍTICO ENTES TRIBUTANTES
MUNIC.
LEI
FICA INSTITUÍDO O
ENTE TRIBUTANTE TRIBUTO
FACULDADE
FG, %, BC, SP
Não obstante o exercício da competência ser facultativo, cabe observar o disposto no art. 149 §1.º
CRFB, cujo texto fora alterado pela EC 42/03, ressaltando-se a faculdade dos Estados, DF e Municípios
adotarem regime próprio de Previdência para os seus servidores públicos.
Cabe ressaltar ainda que o exercício da competência tributária sofrerá limitações constitucionais
representadas por princípios e imunidades a serem observados pelos Entes Tributantes.
C.F PRINCÍPIOS
E
IMUNIDADES
Dentre as principais funções das Leis Complementares, destacam-se aquelas atribuídas pela art. 146 C.F
assim dispostas:
- 28 -
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios;
I- Art. 146, I C.F: DISPOR sobre conflitos de competência em matéria tributária. Quem dispõe sobre
competência é a Constituição Federal! A lei complementar apenas vai dirimir os conflitos de
competência.
Ex: vide art. 155 par. 1.º, III C.F
II- Art. 146, II C.F: REGULAMENTAR as limitações constitucionais ao poder de tributar. Não se deve
confundir regulamentação das limitações com a própria criação destas limitações. Quem dispõe sobre
tais limites, que são as imunidades e os princípios constitucionais, é a Constituição Federal! A lei
complementar apenas regulará o seu exercício.
Ex: art. 150, VI, “c”, in fine C.F. c.c art. 146, II C.F
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos
seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
(Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
- 29 -
III- 146, III C.F: ESTABELECER normas gerais de Direito Tributário. São normas básicas
estabelecidas para o exercício da competência tributária atribuída pela Constituição e aplicáveis aos
Entes Tributantes quando da instituição dos respectivos tributos .
LEI COMPLEMENTAR
LEI
INSTITUIÇÃO DO ESTABELECE NORMAS GERAIS
TRIBUTO DEFINIÇÃO DE FG, BC E SUJEITO PASSIVO
A NÍVEL DE NORMAS GERAIS
ELEMENTOS
ESTRUTURAIS
FG, BC,%, SUJ.PASSIVO
O Código Tributário Nacional é lei que versa sobre normas gerais, tendo sido editado na forma de lei
ordinária em 1966, adquirindo status de lei complementar, uma vez que a exigência de lei complementar
para a elaboração de normas gerais de Direito Tributário surgiu com a Constituição Federal de 1967,
tendo sido mantida tal exigência no art. 146, III de nossa atual Constituição.
O CTN é a lei ordinária n.º 5172/66, recepcionada pela Constituição Federal de 1967 com
força de lei complementar, dada a exigência, a partir de então, de lei complementar para criar
norma geral de Direito Tributário. Fora denominada Código Tributário Nacional pelo Ato
complementar n.º 36/67.
Lei 5172/66
C.F. ( 1967 )
Normas Gerais passam a
MATERIA DE exigir Lei Complementar
NORMAS LEI. COMPLE-
MENTAR
GERAIS
CF 67 e 88
C.F (1988 )
Normas Gerais
continuam a exigir Lei
Complementar
- 30 -
1.1.3. Lei Ordinária:
Têm função de instituir tributos. Embora haja alguns tributos que, por força da Constituição,
precisem ser instituídos por lei complementar, objeto de estudo do capítulo III, a função de instituir
tributos, em regra , será exercida por lei ordinária, salvo quando a C.F expressamente exigir lei
complementar.
1.1.4. Atos Infralegais:
São atos normativos que emanam do Executivo e regulamentam as leis. Esses atos normativos
infralegais objetivam dar cumprimento fiel aos ditames legais.
OMISSA
UNIÃO LEI
24 § 1.C.F Federal
146, III CF superveniente
NORMA ESTADOS UNIÃO
GERAL 24 § 4 C.F
´ESTADOS 24 § 3 C.F
DF- Competência EST/ D.F
24 § 2C.F Suplementar Competência
Legislativa
MUNICIPIO Plena
Não têm MUNICIPIO
competência MUNICIPIO NÃO
concorrente Não
Sendo omissa a União em emitir normas gerais, podem os Estados fazê-lo, suprindo a omissão da
União, mas, em sobrevindo lei federal sobre normas gerais, a lei estadual que lhes for incompatível
ficará com a sua eficácia suspensa
Art. 24 C.F . Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:
.........................................................
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.
1.2.2. Segundo enfoque: Competência Tributária propriamente dita como sendo o Poder indelegável,
advindo da descentralização do Poder Político, conferido pela Constituição Federal aos entes políticos
para instituir e exigir tributos atribuídos pela CF ou Emendas à C.F. O exercício da referida
competência há de ser compreendido desde a criação do tributo por lei até a sua exigência do sujeito
passivo tributário, conforme ilustração a seguir: Trata-se da COMPETENCIA PARA LEGISLAR
SOBRE TRIBUTOS-
- 32 -
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
ENTE TRIBUTANTE- art.6 a 8.º CTN
INDELEGÁVEL
OUTRA
PESSOA JURÍDICA DE
DIREITO PRIVADO
INSTITUIR ou
LEGISLAR FISCALIZAR ARRECADAR EXECUTAR
= EXIGIR O
CUMPRIMENTO SUJEITO
ATIVO
Art. 119 CTN
Analisando o Código Tributário Nacional, nos art. 6.º a 8.º CTN, verificamos que esta
competência refere-se ao poder de instituir tributo através de lei, sendo ela atribuída à União, Estados,
DF e Municípios. Cumpre ressaltar, no entanto, que a competência tributária abrange quatro funções
básicas: instituir propriamente os tributos ou seja, legislar, bem como outras três funções referentes a
fiscalizar, arrecadar e executar as normas inerentes à respectiva legislação tributária.
Vide CTN
- 33 -
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas
jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido
atribuídos.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de
direito público que a tenha conferido.
Tal atribuição para fiscalizar, arrecadar e exigir pode ser transferida pelo ente político que
instituiu o tributo a qualquer outra pessoa jurídica de direito público (art.7º, CTN). Logo a capacidade
tributária ativa é transferível, incluindo-se a transferência das garantias e privilégios processuais do
respectivo ente tributante para o destinatário da referida capacidade ativa, podendo esta atribuição de
funções ser revogada por ato unilateral a qualquer tempo ( art. 7, §§ 1 e 2.º CTN).
- 34 -
Cumpre ressaltar que a competência tributária compreende a competência legislativa plena, onde
se atribui ao ente tributante a possibilidade de legislar de forma ampla sobre o tributo, desde sua
instituição por lei até os atos infra-legais, com as ressalvas das Constituições Federal, Estadual e Leis
Orgânicas Distrital , Municipal e do CTN.
Por último, cabe ressaltar que a repartição de receitas tributárias exigida pela Constituição Federal
também não altera a competência tributária, isto é, em caso do não exercício da competência tributária,
verificado diante da não instituição de um tributo pelo Ente Tributante, caso a outra entidade política,
diversa da entidade tributante, à qual eventualmente a Constituição tenha atribuído determinada
percentagem em repartição de receita tributária, deseje fazê-lo, esta não poderá instituir o respectivo
tributo no lugar da entidade tributante ao qual fora atribuída a competência legislativa originária.
Portanto, o não exercício da competência tributária pelo titular de uma competência tributária, não
justifica invasão de competência com o seu exercício por outra entidade política.
Cabe ressaltar ainda que o simples cometimento da função de arrecadar tributos de forma isolada
a outra pessoa jurídica de direito privado não constitui delegação de competência
obs: Importante não fazer comparação rígida entre as denominações usadas pelo Direito
Tributário e pelo Direito Constitucional, uma vez que o Direito Tributário usa denominações
próprias para competência que às vezes não coincidem com o Dir. Constitucional!
a) Competência Compartilhada ou Comum. (art. 145, II e III, CRFB): é o poder que têm a União,
Estados, DF e Municípios para instituir taxas e contribuições de melhoria, no âmbito de suas respectivas
atribuições. (vide art. 77 e 81 CTN ). Vale o critério da predominância do interesse, pois a CF não
traduz rol específico de taxas ou contribuições de melhoria para cada ente tributante.
Quando um serviço estiver no âmbito das atribuições de interesse local, serão prestados pelos
Municípios, se nacional, pela União, sendo que na ausência de previsão poderão os Estados prestar os
serviços. Daí, segue-se que quem vier a prestar o respectivo serviço, terá a respectiva competência
legislativa exclusiva para a instituição daquela taxa; quem realiza a obra que acarrete valorização
imobiliária, terá a competência para instituir a respectiva contribuição de melhoria. A terminologia
COMPETÊNCIA COMUM, distorcida em relação ao Direito Constitucional, é específica para a
situação descrita pela Doutrina no Direito Tributário. No entanto, alguns dizem competência
compartilhada.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
b) Competência Privativa: é basicamente o poder que têm os entes federativos para instituírem os
impostos que são enumerados na CF. É dita privativa no sentido de que a própria Constituição
já determina o rol dos impostos relativos a cada Ente Tributante. Incluem-se também na
competência privativa da União o Empréstimo Compulsório e as Contribuições Especiais.
Alguns autores preferem denominar a competência do empréstimo compulsório e das
contribuições especiais de competência especial, dada a discussão de sua natureza tributária.
Hoje, no entanto, o STF considera ambos como tendo natureza jurídica tributária.
Art. 145 C.F. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos: I - impostos;
Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios
Art. 149 C.F. Compete exclusivamente à União institir contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, ...............
COMPETÊNCIA PRIVATIVA
COMPETÊNCIA PLUS
EXTRA=RESIDUAL
A COMPETÊNCIA RESIDUAL É UM
PODER MÁGICO DA UNIÃO, CONFERIDO
PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PARA
INVENTAR IMPOSTOS NOVOS DESDE
QUE VENHA A INSITUÍ-LOS POR LEI
COMPLEMENTAR
Obs 1: A União poderá se valer da competência residual para a instituição das denominadas
contribuições sociais residuais, criando novas fontes de custeio para a Seguridade Social, desde que
respeitadas as mesmas exigências acima
- 37 -
Art. 195, §4º, CF
( valendo-se da competência residual )
União
Pode instituir nova contribuição social,
inovação de FG e BC diferente do
art.195 C.F.
respeitado o prazo de 90 dias
por lei complementar
não-cumulativa
195 § 4º C.F A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art.
154, I.
Obs 2: Há uma corrente minoritária que atribui aos Estados competência residual para instituir as taxas,
misturando a competência residual no âmbito constitucional com conceitos em Direito Tributário. Desta
forma, serviços que não fossem de interesse local e transcendendo ao interesse local, também não
fossem de interesse da União, poderiam ser prestados pelos Estados ( competência constitucional
residual)- daí as respectivas taxas seriam também fruto de competência residual- Essa corrente é
minoritária, muito contestada, porém pode ser cobrada como gabarito verdadeiro em prova. Cuidado!
d) Competências Cumulativa (art. 147 CRFB): é o poder da União de instituir, nos Territórios
Federais, os impostos estaduais e, ainda, sendo o Território Federal não divido em Municípios, os
impostos municipais. Também, o Distrito Federal tem o poder de instituir os impostos municipais, já
que o D.F. não pode ser divido em municípios (art. 32, caput, CF).
UNIÃO
IMPOSTOS MUNICIPAIS NOS
TERRITÓRIOS NÃO
DIVIDIDOS EM MUNICÍPIOS
- 38 -
Art. 147 C.F. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o
Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito
Federal cabem os impostos municipais
Art. 32. CF O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica,
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da
Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
É o poder que tem a União de instituir, em caso de guerra externa ou sua iminência, outros
impostos, independentemente de terem ou não fatos geradores idênticos aos já previstos pela
Constituição Federal, sejam pertencentes ao rol da própria União, dos Estados, DF ou Municípios. É
uma permissão expressa para a bitributação.
Somente a União pode instituir um outro imposto em caso de guerra externa ou sua iminência não
devendo respeito ao princípio da anterioridade, podendo ser instituído por lei ordinária, havendo ampla
liberdade de escolha do fato gerador. O imposto é provisório, devendo observar limite temporal. A
Constituição diz que cessará seus efeitos, cessada a sua causa. O CTN diz que cessará sua cobrança no
máximo em 5 anos da data da celebração da paz.( art. 76 CTN )
Obs: Não confundir o imposto extraordinário de guerra com o empréstimo compulsório instituído
em caso de guerra externa, sendo este instituído por lei complementar federal e restituível mesmo
quando devido, enquanto o imposto é objeto de lei ordinária e não tem caráter de restituição.
CTN Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir,
temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei,
suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.
- 39 -
2.1 Princípios Constitucionais Tributários:
EXIGÊNCIA DE LEI
INSTITUIR
TRIBUTOS
EXTINGUIR
TRIBUTOS
MAJORAR
TRIBUTOS
Art. 150,I REDUZIR TRIBUTOS
C.F. FIXAR ALÍQUOTAS
DETERMINAR BASE ART. 97
DE CÁLCULO CTN
INSTITUIR NOVAS
HIPÓTESES DE
INCIDÊNCIA
COMINAR
PENALIDADES
SUSPENSÃO,
EXTINÇÃO E
EXCLUSÃO DO
CRÉDITO
TRIBUTÁRIO
C.F Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e
65;
- 40 -
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
DISPENSAM A LEI
a.. 1..1) casos tradicionais: Nos termos do art. 153 § 1.º C.F., são exceções ao princípio da legalidade os
seguintes impostos: II, IE, IPI e IOF, eis que o Poder Executivo pode alterar as alíquotas desses
impostos, como instrumento do controle da economia, desde que respeitados os fixados em lei.
I.I
Art. 153 § 1.º C.F.
I.E.
% LEI
I.P.I max
% ATO DO PODER
EXECUTIVO.
I.O F
%mi LEI
n
CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
- 41 -
I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais
ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V-
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI -
propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
CUIDADO! CTN Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo
aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
a.1.2.) Outras exceções introduzidas recentemente na C.F, pela E.C 33/01: vide art. 155, §2, XII, h
CF c.c art. 155, § 4.º , IV. CF ( ICMS monofásico ); outro caso, (a CIDE dos combustíveis) art. 177
§4.º, I, b C.F.
ICMS MONOFÁSICO
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.
- 42 -
a. 1.3 ) Outra dispensa seria o disposto no art. 97 §2.º CTN ( atualização da base de cálculo de tributo
não configura majoração de tributo, portanto dispensa lei
CTN 97 § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste
artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
b) Irretroatividade: O art.150, III, "a" C.F. estabelece a proibição da cobrança de tributo em relação
a fato gerador ocorrido antes da vigência da lei que o instituir ou o majorar. Apesar de não
expressamente dito na Constituição, aplica-se também a casos de lei que venha a reduzir o tributo. O
tributo devido pelo contribuinte é regido segundo a lei vigente à época do fato gerador. Exceções á
irretroatividade serão vistas mais adiante, em Legislação Tributária (art.106 CTN) .
PUBLICAÇÃO =
VIGÊNCIA ENTRADA EM
VIGOR
F
G
/ VACATIO LEGIS /
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
lei que os houver instituído ou aumentado;
c) Anterioridade: O art.150, III, "b" C.F estabelece a proibição de cobrança do tributo no mesmo ano
da publicação da lei que vier a instituí-lo ou majorá-lo. Trata-se da não surpresa ao contribuinte no
ano da criação ou aumento do tributo.
PUBLICAÇÃO DA LEI
que INSTITUI OU
MAJORA TRIBUTOS INCIDÊNCIA
DA LEI
2018 01/01/2019 FG
- 43 -
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
EFICÁCIA DA LEI
TRIBUTÁRIA
PUBLICAÇÃO
LEI que
INSTITUI ENTRADA
OU MAJORA EM
TRIBUTOS VIGOR
INCIDÊNCIA= EFICÁCIA
01/01/2019
X FG
2018
2019
2.ª HIPÓTESE: lei publicada que entra em vigor no exercício financeiro subsequente
PUBLICAÇÃO ENTRADA
DA LEI QUE EM
INSTITUI OU VIGOR
MAJORA
TRIBUTOS
01/01/2018
X FG
2017 2018
EFICÁCIA
Dispõe o art. 150 § 1º C.F- " A vedação do 150, III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148,
I, 153, I, II, IV e V; e 154, II"
ENTRADA EM
PUBLICAÇ VIGOR
O
LEI que
INSTITUI
OU
MAJORA 01/01/2018
TRIBUTOS
FG X
2018
2017
INCIDÊNCIA= EFETIVA APLICAÇÃO
c.1.1.2) Há outras exceções introduzidas recentemente na C.F, pela E.C 33/01 que admitem cobrança de
imediato: vide art. 155, § 4.º , IV. CF e art. 177 § 4.º, I, b C.F.
c.1.2.) há tributos que respeitam apenas a um período de não surpresa de 90 dias ( princípio da
anterioridade nonagesimal )- art.195 § 6.º C.F- aplica-se às Contribuições da Seguridade Social.
Também denominado anterioridade especial ou mitigada. Veja a ilustração na seqüência:
C.F 195 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
- 45 -
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL
PUBLICAÇÃO LEI
QUE INCIDÊNCIA
INSTITUIR OU
MAJORAR
90 d
01/01/2018
FG X
2017 2018
INCIDÊNCIA
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
- 46 -
Salvo alguns ajustes, os mesmos tributos que admitem cobrança de imediato, antes do início do
exercício seguinte à publicação da lei instituidora ou majoradora, dispensam também ao prazo mínimo
de 90 dias permitindo a cobrança de imediato, vide art. 150 §1 C.F.
No entanto, alguns ajustes são necessários:
1.º ) O IPI, no entanto, não se inclui nesta exceção ao prazo mínimo de 90 dias apesar de ser
exceção ao princípio da anterioridade
2.º ) Já o aumento ou instituição do I.R, a fixação da base de cálculo do IPTU e da base de do
IPVA foram dispensados do período mínio dos 90 dias para a cobrança.
Veja a CRFB: art. 150 § 1º C.F "... a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos
previstos nos arts. 155, III, e 156, I." (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Princípio da Anterioridade pós EC 42/03 art. 150, III, b CF e art. 150, III, c CF
Princípio da Anterioridade art. 150, III, b CF Princípio da Noventena ou da
= Anterioridade Tributaria /anual /dos exercícios = Anterioridade Nonagesimal do 150,III, c CF
Exceções à Anterioridade dos exercícios Exceções à noventena
Admite cobrança
só 90 dias 150§1CF imediata dispensa só 90 dias
STF anterioridade . Admite cobrança no
nonagesimal mesmo exercício 150§1CF No entanto exige
anter. Mitigada dispensa também observância ao artigo
o art. 150,III, b
CF 150, III, b CF
emp
148,I CF compulsorio 148,I CF
Cont /social 195 § 6 CF 153,I II 153,I 153, III, IR
153,II IE 153,II
d) Isonomia (art.150, II C.F): estabelece que não se pode dar tratamento diferenciado a contribuintes
que se encontram em situação jurídica semelhante, ou seja, dar-se-á tratamento jurídico tributário igual
aos equivalentes. É princípio basilar do qual derivam inúmeros outros conforme veremos a seguir.
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
- 47 -
A isonomia pode ser especializada sobre outro prima, ou seja, como instrumento de consagração da
justiça social, onde se confunde com o princípio da capacidade contributiva na visão do STF. Vide o
segundo enfoque do art. 145 § 1 CF. na pág seguinte.
CF 145 § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.
O princípio na verdade é um só, mas poderíamos dividir o seu estudo da forma a seguir:
f.1.) personificação dos impostos: segundo o STF, "os impostos, sempre que a estrutura destes permitir,
deverão ser pessoais";
f.2) capacidade contributiva- veja os dois enfoques a seguir na análise do art. CF 145 § 1º.
SEGUNDO ENFOQUE: Sob o prisma de consagração da JUSTIÇA FISCAL, na visão do STF, o art
145 § 1º CF traduz o princípio da capacidade contributiva e se estenderia a todos os tributos de forma a se
tributar em função da verdadeira capacidade de cada contribuinte suportar o ônus da carga tributária, .
Tal objetivo poderá ser alcançado, dentre outros artifícios, mediante a concessão de benefícios fiscais,
incentivos fiscais e isenções àqueles que estão em situação desvantajosa em relação aos demais..
Outrossim, relativo às taxas e contribuições de melhoria, esta justiça fiscal também se faria através de
um critério justo de rateio dos respectivos custos. Portanto, duas pessoas que demonstrem capacidade
econômica no seu fato gerador tributário, nem por isso terão capacidade contributiva de igual propoção.
f) Não confisco (art.150, IV C.F.): Trata-se da tributação razoável. Diz que o tributo deve ser
estabelecido em proporções suportáveis ao contribuinte. O poder estatal de tributar deve conviver lado a
lado com o direito de propriedade dos cidadãos. Não há limites expressos na C.F.
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção
ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em
níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.
a) Uniformidade geográfica (art.151, I C.F.): estabelece que o tributo federal deve ser uniforme em
todo o território nacional, sem que possa haver privilégios relativos a Estados-membros ou Municípios.
É uma decorrência do princípio constitucional da forma federativa de Estado e do princípio da isonomia.
Ficam ressalvadas as concessões de incentivos fiscais regionais que tendem a promover o equilíbrio
sócio-econômico entre as várias regiões do País, admitindo-se neste caso tributação disforme.
- 49 -
b) Não tributação mais onerosa sobre a renda dos Títulos da Dívida Pública estadual ou municipal e
sobre a renda dos servidores públicos estaduais ou municipais (art.151, II C.F): impede que a União,
através do IR, torne os títulos da dívida pública federal mais atraentes, mediante tributação mais suave
do que a imposta à renda dos títulos estaduais ou municipais. Ainda fica impedida a tributação da renda
dos servidores estaduais ou municipais em patamares mais elevados dos que fixados para os servidores
federais.
c) Não intervenção nos tributos dos Estados e dos Municípios (art.151, III C.F): estabelece que quem
tem a competência para instituir o tributo é que tem competência para isentar do pagamento, não
podendo a União conceder isenção de tributo estadual ou municipal. Esta regra da atual Constituição é
exatamente contrária a uma presente nas Constituições anteriores. De efeito, não tem mais eficácia o
parágrafo único do art. 13 do CTN.
C.F Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
Tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
a) Não cumulatividade: se refere a esses dois impostos que podem incidir várias vezes sobre a mesma
mercadoria nas várias etapas de um processo econômico. Em regra são tributos plurifásicos. O princípio
da não cumulatividade estabelece que o contribuinte pode abater em cada operação tributada o montante
do imposto já recolhido nas operações anteriores. É princípio obrigatório para o IPI e para o ICMS.
Com relação ao IPI, ver art. 153, §3º, II C.F; Quanto ao ICMS, ver art. 155, §2º,I C.F
2
1 3
100 200
- 50 -
mais supérfluo for o produto, maior deve ser a carga tributária. Este princípio é obrigatório para o IPI e
facultativo para o ICMS. Sobre o IPI, ver art.153, §3º, I C.F.
IPI
C.F 153 § 3º - O imposto previsto no inciso IV:
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante
cobrado nas anteriores
ICMS
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
- 51 -
2.2.1. Diferença entre incidência, imunidade, não incidência constitucional, não incidência legal,
isenção e alíquota zero.
2.2.1.1 Regras de incidência: FATO A- Quando o Legislador prevê determinados fatos como fatos
geradores, a lei estará atingindo as respectivas situações econômicas configurando-se uma hipótese de
incidência. Daí se falar em fato gerador como sinônimo de hipótese legal, ou hipótese de incidência ou
fato imponível. Qualquer alíquota se enquadra como incidência tributária inclusive alíquota zero.
Alíquota zero: há casos de incidência de lei sobre determinados fatos econômicos a que a lei prevê
alíquota zero. Cabe à lei alterar o % do tributo, restando ao Executivo a alteração de alíquota apenas em
casos como art. 153. §5.º C.F.
2.2.1.2. Não incidência clássica: FATO B- são situações fora do campo de atuação da lei tributária,
situações que o legislador poderia atingir com a instituição de determinado tributo, mas que, por
voluntariedade, ele não o faz. Tais situações são deixadas de fora do campo de incidência do tributo que
ora se institui, por deliberação do legislador. Tais situações não são definidas pela lei como sendo fato
gerador do tributo. Trata-se de uma não incidência pura ou clássica.
2.2.1.3. Imunidades: FATO C- são situações protegidas pelo texto constitucional, não podendo o
legislador atingi-las com a instituição de determinado tributo. São hipóteses de não incidência
constitucionalmente qualificada. São situações em que a Constituição não outorgou ao legislador
poderes para tributar, são limitações à competência tributária que configuram restrição à competência.
As situações imunes têm que ser deixadas de fora do campo de incidência do tributo que ora se institui,
sob pena de inconstitucionalidade de lei instituidora.
2.2.1.4. Isenção: FATO E- são situações que, segundo a dogmática adotada pelo Código Tributário
Nacional, estão dentro da área de incidência do tributo, mas cujo pagamento fica dispensado mediante
disposição expressa de lei. É a dispensa legal do pagamento de tributo que é devido, relativo a fatos
geradores que irão acontecer em momentos posteriores à vigência da lei isentiva. É a hipótese de
incidência com proibição de lançamento. No CTN aparece como modalidade de exclusão de incidência
tributária.
2.2.1.5. Não incidência legalmente qualificada- é outra modalidade de isenção, onde ocorre uma
exclusão de incidência expressa na lei, com a notação NT. Trata-se de dispensa legal expressa em lei
através da técnica da não incidência tributária.
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NÃO INCIDÊNCIA SIMPLES
NÃO
ISENÇÃO INCIDÊNCIA
LEGAL
INCIDÊNCIA
IMUNIDADE
2.2.2.1. Imunidades subjetivas: aquelas que se referem a uma determinada pessoa. É quando a proteção
constitucional se dirige a uma determinada pessoa, protegendo-se seu patrimônio, renda e serviços.
2.2.2.2. Imunidades objetivas: aquelas que ser referem a um determinado objeto, coisa ou mercadoria. É
quando a proteção constitucional abrange apenas os impostos que potencialmente gravariam
determinada mercadoria, não protegendo a pessoa que com ela lide, direta ou indiretamente.
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
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§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à
renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
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COMENTÁRIOS
a) Imunidade Recíproca (art.150, VI, "a" C.F ): impede que os Entes Políticos (União, Estados, DF e
Municípios) instituam impostos sobre o patrimônio, a renda e o serviços uns dos outros. Trata-se de
uma imunidade subjetiva. Trata-se de imunidade incondicionada.
Situação excludente de imunidade recíproca: Na hipótese de o patrimônio, a renda ou os
serviços estiverem relacionados à exploração de atividade econômica própria da iniciativa
privada ou, ainda, quando o serviço prestado pelo ente público seja remunerado por preço ou
tarifa, pago pelo usuário, não prevalecerá a imunidade nem para a administração direta ( U, E,
DF, M), nem para a administração indireta (autarquias e fundações) – art. 150, §3ºC.F.
b) Imunidade subjetiva dos Templos de qualquer culto (art. 150, VI, "b" C.F ): são imunes a
impostos sobre patrimônio, renda e serviços, desde que relacionados às atividades essenciais. Vide
art.150 § 4 C.F. Aplica-se ao imóvel alugado desde que a renda da locação reverta para os fins
institucionais ( STF); aplica-se a lotes vagos e prédios comerciais ( STF ).
A expressão " sem fins lucrativos, nos termos da lei" está caracterizada pelo art. 14 CTN e significa:
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a) não pode haver distribuição de qualquer parcela do patrimônio ou da renda a qualquer título,
inclusive lucros ou rendas aos sócios ou dirigentes;
b) devem aplicar os recursos, no País, nos fins institucionais;
c) devem manter escrituração regular de suas receitas e despesas
O STF confere imunidade geral de IOF às instituições de Educação e II, IE, ICMS e IPI às
Instituições de Assistência Social.
Aplica-se ao imóvel alugado das instituições de educação ou de assistência social desde que a renda da
locação reverta para os fins institucionais ( STF).
d) Imunidade Objetiva (dos livros, jornais, periódicos e o respectivo papel para impressão):
(art. 150, VI, "d" C.F.): Protege somente as mercadorias dos impostos que, potencialmente, as
gravariam. Impostos abrangidos: IPI, ICMS, II e IE. O STF atribui imunidade ao papel fotográfico
aplicado no livro, não extensivo aos insumos ( interpretação restritiva ), tintas, máquinas e etc...
a) Imunidade das Instituições Beneficentes de Assistência Social (art. 195, §7º C.F ): as instituições
beneficentes de assistência social são imunes às contribuições da Seguridade Social, desde que
respeitem os requisitos de lei (art. 55 Lei 8212/91 ). Vale dizer, as “instituições de assistência social”
(citadas no item anterior- IMUNIDADE GERAL) que tiverem caráter beneficente serão também
imunes às contribuições para a Seguridade Social.
3. Normas gerais sobre os tributos objeto de competência privativa nos termos do CODIGO
TRIBUTÁRIO NACIONAL (arts n.º 19 a 75 C.T.N.- os quais sofreram alterações, salvo algumas
exceções ) :
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f) I.T.R. ( Imposto sobre a propriedade territorial rural ):
a) I.T.C.D. ( Imposto sobre transmissão “causa mortis” e doação de quaisquer bens ou direitos a eles
relativos )- CUIDADO com o CTN no art. 35, pois nele os impostos de transmissão eram todos do
Estado. Hoje, após a CF 88, houve divisão com os municípios ( ITBI) e Estados ( ITCD).
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BASE DE CÁLCULO Valor dos veículos automotores
CONTRIBUINTE O proprietário dos veículos automotores
b) I.T.B.I. ( Imposto sobre a transmissão onerosa, inter vivos, de bens imóveis ou direitos a eles
relativos, exceto os direitos reais de garantia, bem como a cessão de direitos à sua aqusição );
PARTE 3. AVALIAÇÃO
COELHO, S. C. N. Curso de direito tributário brasileiro. 6.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
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