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PLANO DE ESTUDOS DIREITO TRIBUTÁRIO

PROGRAMA
PARTE 1
1. Introdução ao estudo do Direito Tributário:
a) Receitas Públicas
2. Direito Tributário X Direito Financeiro
3. Definição de Tributo
4. Espécies tributárias:
a) Imposto
b) Taxas
c) Contribuições de Melhoria
d) Empréstimos Compulsórios
e) Contribuições Especiais
5. Determinação da natureza jurídica dos tributos.

Parte 2.
1. Competência Tributária:
a) Competência para estabelecer normas gerais de Direito Tributário
b) Competência para instituir Tributos.
2. Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar:
a) Princípios tributários
b) Imunidades tributárias.

Parte. 3 Avaliação

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL UTILIZADA


1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1.1 art. 24 C.F; art.145 a 167 C.F. ( SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ); art. 167 C.F; art. 195;
art. 198; art. 212 C.F; 239 C.F

2. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ( Lei n.º 5172/66, LC 104/01, LC 105/01 e LC118/05 )


LIVRO I
2.1. art. 1.º a 16.º CTN.
a) os art. 1.º e 2.º CTN são regidos atualmente pelo novo SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL,
disposto na atual CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA BRASILEIRA)
1. INTRODUÇÃO

DIREITO ADMINISTRATIVO
ADMIN. PÚBLICA
TRIBUTOS
RECEITAS PÚBLICAS
DIREITO FINANCEIRO DESPESAS PÚBLICA
ATIV. FINANCEIRA ESTADO CRÉDITO PÚBLICOS
ORÇAMENTO
PÚBLICO
DIREITO TRIBUTÁRIO
TRIBUTO

INGRESSOS
PÚBLICOS
espécie:
RECEITAS
PÚBLICAS

espécie:
TRIBUTOS

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1.1. INGRESSOS PÚBLICOS ( Direito Financeiro )

O Estado, na busca de recursos para desempenhar suas funções, procura obtê-los de fontes
variadas, conforme classificação a seguir:

DE TERCEIROS PATRIMONIAIS
OU
IMPRÓPRIOS
ORIGINÁRIAS
EMPRESARIAIS
OU PREÇOS
INGRESSOS PÚBLICOS
OU
ENTRADAS REPARAÇÕES
PRÓPRIOS
OU DE GUERRA
RECEITAS
PÚBLICAS DERIVADAS RECEITAS
CREDITÍCIAS

PENALIDADES
PECUNIÁRIAS

TRIBUTOS

DIREITO
TRIBUTÁRIO

Vejamos os conceitos aplicados acima:

1.1 Ingressos ou Entradas: São todos os recursos financeiros que entram nos cofres públicos,
tenham ou não o caráter de serem restituíveis ( retorno à origem). Enfoque: entradas lícitas ou devidas.
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1.1.1 Empréstimos (restituíveis apesar de lícitos)

1.1.2. Receitas Públicas ( ingressos não restituíveis quando devidos)


1.1.2.1- Originárias: Decorrem de atividade atípica de Estado. O Estado angaria recursos
administrando seu próprio patrimônio (ex. alienações) ou prestando serviços não essenciais de Estado
(ex. tarifas públicas )
1.1.2.1.1.Patrimoniais : o "Estado" administra o seu próprio patrimônio, extraindo dele os seus
recursos.
Ex: aluguéis, alienações de imóveis, etc...

1.1.2.1.2 Empresariais: O Estado presta serviços públicos de caráter não essencial de Estado.
Ex: tarifas de energia elétrica, tarifa telefônica e etc. São serviços remunerados, via de regra, por
prestações de caráter contratual.

1.1.2.2. Derivadas: Decorrem de atividade típica de Estado. O Estado angaria recursos aos cofres
públicos provenientes de fontes externas ao próprio Estado.
 Tributos
 Penalidades pecuniárias
 Reparações de Guerra
 Receitas creditícias ou impróprias

2. O DIREITO TRIBUTÁRIO NO MUNDO JURÍDICO

2.1. DIREITO TRIBUTÁRIO X DIREITO FINANCEIRO X CIÊNCIA DAS FINANÇAS

2.1.1. A Ciência das Finanças : É a ciência que estuda o fenômeno financeiro, ou seja, a atividade
financeira do Estado: as receitas públicas, as despesas públicas, o orçamento público e o crédito
público.

2.1.2. O Direito Financeiro: É o ramo do Direito Público que normatiza a atividade financeira do
Estado.

2.1.3. O Direito Tributário: É o ramo didaticamente autônomo do Direito Público que estuda e
normatiza as relações jurídicas entre o Estado e o contribuinte, relativas à instituição, fiscalização e
arrecadação da receita pública derivada específica referente ao conceito de tributo.

RECEITA PUBLICA CIÊNCIA DAS


FINANÇAS E DIREITO
FINANCEIRO

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TRIBUTO
2.1.4. Características do Direito Tributário: DIREITO TRIBUTÁRIO

É uma disciplina didaticamente autônoma.


CONSTITUCIONAL

CIVIL TRIBUTÁRIO
RAMIFICAÇÃO/
DISCIPLINA
JURÍDICA
( AUTONOMIA
DIDÁTICA)

O DIREITO ( É UNO E
INDIVISÍVEL )

Relaciona-se com os demais ramos do Direito, pois este é uno e indivisível.


Possui autonomia didática = é ramificação do Direito para facilitar seu estudo
Possui autonomia dogmática= princípios próprios
Possui autonomia estrutural= institutos próprios
Sua autonomia dogmática ou estrutural é relativa uma vez que não se utiliza somente de princípios e
institutos próprios, valendo-se de princípios e institutos de Direito Privado.

2. TRIBUTO

NOÇÕES PRELIMINARES- RELAÇÃO JURÍDICA NO DIREITO TRIBUTÁRIO

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

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LEI

FATO GERADOR

SUJEITO
SUJEITO PASSIVO
ATIVO

DEVER
JURÍDICO
=
PRESTAÇÃO

1) Prestação DE DAR:

 TRIBUTO
 PENALIDADE
PECUNIÁRIA SANÇÃO DO ATO ILÍCITO

2)Prestações de FAZER DESCUMPRIMENTO DAS PRESTAÇÕES DE


FAZER
3) Prestações de não OU NÃO FAZER = ATO ILÍCITO
FAZER

3.1. A definição de tributo:


Sentido primitivo = imposições de guerra
Sentido atual = recursos voltados à manutenção do Estado.

TRIBUTO ( art. 3.º do CTN.)


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 é toda prestação pecuniária
 compulsória
 em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir
 instituída em lei ("ex-lege" - art. 150,I C.F. e art. 97 CTN )
 que não constitua sanção de ato ilícito
 cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada ( entenda-se = ato vinculado,
oposto a ato discricionário )

Observações complementares:

Dação em pagamento é o pagamento de tributos com bens. Não era aceito para a maioria dos
doutrinadores, senão para doutrina minoritária (Luis Emydio e Paulo de B. Carvalho) .

No entanto, a lei complementar n.º 104 de 2001, que alterou dispositivos do CTN, incluiu no art 156, XI
CTN, “dação em pagamento em bens imóveis, na forma estabelecida em lei” como modalidade nova de
extinção do crédito tributário..

Não se aceita, no entanto, extinção do crédito tributário mediante tributos in ¨natura ¨ ( ex: 1 kg em
espécie para cada tonelada) e tributos ¨in labore ¨ (exemplo: um dia de serviço )
Os tributos diferem das indenizações ( por lesão) e das doações, heranças jacentes , prescrição aquisitiva
e etc...; distinguem-se ainda dos deveres compulsórios de ordem privada (ex. seguros automobilísticos,
obrigações de alimentos e etc...) e ainda das apropriações de dinheiro abandonado ( estas últimas não
causam relação jurídica)

Quanto à função que exerçam, os tributos poderão ser:


a) fiscais (função meramente arrecadatória para o cumprimento das prerrogativas e incumbências de
Estado). Ex: IR , ICMS, IPTU...
b) extrafiscais ( além da função fiscal, nestes predomina a função de controle ou intervenção na
economia) . Ex: II, IE, IPI, IOF, ITR;
c) parafiscais ( arrecadados para que o Estado cumpra funções paralelas às funções típicas de Estado).
Ex. contribuições da seguridade social art. 195 C.F.

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4. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

art. 5.º CTN : São tributos os impostos, taxas e contribuições de melhoria


( possuem função tributária básica ).

Os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais, após sua inclusão no Sistema Tributário


Nacional ( ex: Empréstimo Compulsório incluído no STN pela EC 01/69), passam a ter natureza
tributária segundo o STF, pois, apesar de não serem tributos básicos novos, no entanto, são dotados de
características especiais as quais lhe atribuem função tributária autônoma além de comporem o STN.

Natureza tributária IMPOSTOS


para TAXAS
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
STF EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

4.1 IMPOSTO

Art. 145, I C.F. e art. 16 CTN

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos: I - impostos;

Características:

4.1.1. FATO GERADOR: manifestação exterior de riqueza decorrente da capacidade econômica do


contribuinte.
4.1.2. FUNÇÃO: contributiva e redistributiva

4.1.3. BASE DE CÁLCULO: grandeza de dimensiona a manifestação econômica do contribuinte.

4.1.4. TRIBUTO NÃO VINCULADO: São tributos cujo fato gerador é uma situação que não tem
como contrapartida nenhuma atividade imediata do Estado em relação ao contribuinte. (Ex:
quando o Estado cobra I.R. , não oferece nenhum serviço de imediato em troca. Portanto,
afirmamos que o imposto é um tributo NÃO VINCULADO . (vide art. 16 CTN)

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte

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4.1.5. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA: Em regra, a receita arrecadada não pode estar
vinculada, por lei, a nenhuma despesa específica, fundo ou órgão predeterminados, isto é , tem
que ser redestinada ao “ bolo do orçamento”, de onde será repartida segundo os critérios da lei
orçamentária. Portanto, é um tributo de RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de
ARRECADAÇÃO NÃO VINCULADA. Veja a proibição no art. 167, IV da Constituição Federal
– alterado pela E.C. 43/03. Há, no entanto, exceções previstas no próprio artigo 167,IV C.F
que serão estudadas no capítulo de Competência Tributária.

Art 167 CF- são vedados:


IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição
do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do
ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às
operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo;

4.1.6. Diversos são os impostos instituídos pela União, Estados, D.F e Municípios, segundo a
competência tributária que lhes for atribuída pela própria Constituição.

4.1.7. Algumas classificações importantes dos impostos:

a) Quanto à forma de percepção: diretos e indiretos

 São DIRETOS quando o sujeito passivo de direito (aquele que tem a obrigação legal de recolher
o tributo aos cofres públicos ) é idêntico ao sujeito passivo de fato (aquele que efetivamente
desembolsa). Não há transferência do encargo tributário. Ex: IPTU, onde o proprietário tem
obrigação legal de recolher aos cofres públicos e ele próprio arca com o ônus tributário. Neste
caso não há transferência de ônus financeiro a terceiros. Dá-se o fenômeno da percussão
tributária;

 São INDIRETOS quando o sujeito contribuinte de direito é diverso do sujeito passivo de fato.
Ex: ICMS, IPI, ISS. Nesta hipótese há transferência de ônus tributário a terceiros, há o
fenômeno da repercussão ou translação, uma vez que o sujeito passivo de direito transfere o
encargo tributário ao sujeito passivo de fato, como, por exemplo, quando o comerciante já
engloba o montante do tributo a arrecadar no preço final da mercadoria, transferindo o
desembolso efetivo do tributo, portanto , para o consumidor final. Vale ressaltar que o
consumidor, no exemplo, não se diz contribuinte ( nome reservado aos contribuintes de direito e
não aos contribuintes de fato ).

b) Quanto ao objeto de incidência: reais ou pessoais

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 São PESSOAIS quando atingem a pessoa, isto é, levam em consideração características
subjetivas do sujeito passivo. Incidem sobre a pessoa do contribuinte. Ex: I.R.

 São REAIS quando restringem sua incidência à coisa, à ¨res¨ ( = coisa), objeto do imposto,
desconsiderando, em regra, a figura do contribuinte. Ex: IPTU

c) Quanto à alíquota: fixos ou proporcionais:

 FIXOS quando o valor do tributo a ser recolhido for estabelecido, fixado em valor pré-
determinado, segundo o estabelecido em lei. Ex. ISS dos autônomos, o ICMS por estimativa
das Micro-empresas. A metodologia de cálculo é feita sem aplicação de alíquotas sobre base de
cálculo.

 PROPORCIONAIS quando a alíquota for um percentual a ser aplicado sobre um valor,


isto é, sobre uma Base de Cálculo. Podendo, por sua vez, ser ainda progressivos, caso a
alíquota aumente em função do aumento da respectiva Base de Cálculo. Ex: IR

d) Quanto à base econômica: ( classificação adotada pelo Código Tributário Nacional )-


 impostos sobre o COMÉRCIO EXTERIOR. Ex: II e IE;
 impostos sobre o PATRIMÔNIO E A RENDA: IR,ITR, IPVA, IGF, ITD, ITBI, IPTU ;
 impostos sobre a PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO: IPI, ISS, ICMS e IOF
( estas siglas correspondem aos impostos exemplificados na UNIDADE II, tópico n.4)

4.2 TAXAS:
A Constituição, no art. 145,II, elenca a existência de taxa sobre dois fatos geradores distintos,
denominadas respectivamente taxa de serviço e taxa de polícia, conforme veremos a seguir:

CF- Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir
os seguintes tributos:...........II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição;

Vide CTN no art. 77. “As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”

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TAXAS DE
SERVIÇO
PRESTADOS
AO CONTRIBUINTE
EFETIVA

UTILIZAÇÃO
DE ESPECÍFICOS
OU SERVIÇOS
FATO PÚBLICOS E
OU
GERADOR
DAS TAXAS DIVISÍVEIS

POTENCIAL

POSTOS A
EXERCÍCIO REGULAR DO PODER DE POLÍCIA DISPOSIÇÃO

TAXAS
DE
POLÍCIA

4.2.1. TAXA DE SERVIÇO

4.2.1.1. SERVIÇO PÚBLICO: As Taxas de serviços remuneram serviços públicos essenciais de


Estado ou ainda serviços típicos de Estado. Já em se tratando de serviços públicos não essenciais, estes
deverão ser remunerados por preços públicos, os quais diferem das taxas. Exemplos de taxas de serviço:
TCLU (taxa de coleta domiciliar de lixo urbano ); TI (taxa de incêndio); taxa judiciária

a) Diferenças entre Taxas e Preços Públicos: as taxas são instituídas por lei, compulsórias,
cobradas pelo Poder Público, remunerando, via de regra, serviços públicos essenciais de Estado.
Admitem terceirização. Já os preços públicos são facultativos, de natureza contratual e
remuneratórios, via de regra, de serviços públicos não essenciais de Estado, podendo sua cobrança
ser delegada à pessoas jurídicas de direito privado (concessionárias e permissionárias de serviços
públicos = neste caso, alguns doutrinadores preferem a denominação específica de tarifas, enquanto
outros não fazem distinção entre preço público e tarifa).
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SUMULA STF: 545- Taxas e preços públicos não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são COMPULSÓRIAS e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária,
em relação À LEI QUE AS INSTITUIU

E o pedágio será taxa ou preço público?. A doutrina diverge. Para Sacha Calmon é preço público,
para Baleeiro e Luis Emydio é taxa e, finalmente, para Bernardo Ribeiro de Morais será um tributo
novo, cujo fato gerador, segundo o art. 150, V da Constituição Federal , seria o uso de via conservada
pelo Poder Público. Quanto ao STF, há decisões como preço público ( ADIM 800/RS-1992 ) e
como taxa ( RE-181475/RS- 1999 ), dependendo das características apresentadas por cada caso em
particular. Varia, portanto, em função da natureza de sua instituição ( instituída por lei será taxa;
natureza contratual será preço público). Em prova, é usual considerar-se como sendo preço público,
uma vez predominar, nos dias de hoje, a natureza contratual.

4.2.1.2. SERVIÇO ESPECÍFICOS E DIVISÍVEIS: quanto aos serviços públicos objeto de taxas,
somente são passíveis de tributação os serviços públicos específicos e divisíveis

Art. 79 CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de


utilidade, ou de necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários

a) ESPECÍFICOS- As taxas se referem a serviços públicos específicos, isto é, aqueles que podem
beneficiar indivíduos ou grupos determinados, ou seja, aqueles que se destacam dos demais,
individualizando-se. Ao contrário dos serviços específicos, os Serviços Gerais da Administração ,
como por exemplo, os serviços de turismo, estatística e segurança nacional não poderiam ser objeto
de taxas por serem inespecíficos. Vide art. 79 C.T.N.

b) DIVISÍVEIS- As taxas exigem também, para sua instituição, que os serviços públicos sejam
divisíveis, isto é, passíveis de terem seu custo divido pelos usuários. Ex: coleta de lixo domiciliar.
Ao contrário dos serviços divisíveis, seriam exemplos de serviços indivisíveis, portanto, não objeto
de taxas, os serviços de diplomacia, forças armadas, segurança pública e etc. Vide art.79 C.T.N.

4.2.1.3. FATO GERADOR:

Art. 79 CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

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b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;

a) UTILIZAÇÃO EFETIVA: o fato gerador diz-se utilização efetiva quando exaurido o serviço,
utilizado pelo contribuinte. Vide art. 79 CTN.

b) UTILIZAÇÃO POTENCIAL: No entanto há também fato gerador quando o serviço estiver a


disposição do contribuinte, embora não utilizado efetivamente por este. Diz-se utilização potencial.
Vide art. 79 CTN.

4.2.2. TAXA DE POLÍCIA

4.2.2.1. FATO GERADOR: a Taxa de Polícia está relacionada ao exercício regular do Poder de Polícia.
Vide art. 77 CTN.

a) PODER DE POLÍCIA: Poder de Polícia Administrativa, isto é, vigilância , fiscalização, controle


administrativo no que concerne aos assuntos de interesse coletivo, a exemplo dos mencionados no art.
78 do CTN. O rol de atividades aí enumerado é exemplificativo.

Art. 78 CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública


que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de
ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato
Complementar nº 31, de 28.12.1966)

b) EXERCÍCIO REGULAR:

b.1) Conotação do CTN: vale ressaltar que será regular o exercício do Poder de Polícia quando feito
pelo órgão competente, nos termos da lei ( vide art.78 , § único CTN ).

Art. 78 CTN Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de
poder.

b.2) Outra conotação: efetivo ( STF)

4.2.2.2. São exemplos de taxas de polícia: as taxas de alvará ( de inspeção ou fiscalização para
funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais), as taxas de publicidade, taxa de inspeção
sanitária, as taxas de inspeção de motores, as taxas de verificação de pesos e medidas, as taxas de
fiscalização de obras em logradouros públicos e etc...
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4.2.3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS TAXAS

4.2.3.1. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de
imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado. O art. 16 CTN somente se aplica aos impostos.

4.2.3.2. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO NÃO


VINCULADA, pois nem a Constituição, nem o CTN prevêem exigência para que a lei instituidora
destine obrigatoriamente a receita arrecadada com a respectiva taxa para o custeio de algum tipo de
serviço. Esta é a prática legislativa. Apesar disso, alguns autores, como o prof. Luís Emydio, entendem
o contrário, mas é posição minoritária. Obs: Vale ressaltar que a Constituição, no entanto, não veda, ao
contrário dos impostos, que a lei instituidora vincule a receita das taxas.

4.2.3.3. FUNÇÃO: é um tributo retributivo ( custo/ benefício), isto é, tem função ressarcitiva, pois
visa ressarcir os cofres públicos, do custo que o Estado teve com o serviço prestado ou com o
exercício regular do Poder de Polícia.

4.2.3.4. BASE DE CÁLCULO:

CF- 145 § 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos

CTN- art. 77- Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.

A base de cálculo das taxas não pode ser a mesma de impostos. O capital das empresas também
não pode ser utilizado como base de cálculo das taxas. Vide art.145,§2.ºC.RFB. e art. 77, § único do
CTN. Algumas taxas foram declaradas inconstitucionais por este motivo: taxas de conservação de
estradas de rodagem ( BC = ITR ) , taxas de licenças com BC = valor dos imóveis, em alguns Estados
a taxa de incêndio por usarem base de cálculo de imposto., a taxa de lixo quando usa como base de
cálculo o valor do imóvel. Isto se justifica, pois a Base de Cálculo das taxas tende a refletir uma
grandeza relacionada com o Custo da atuação Estatal relativa ao contribuinte, ao contrário dos
impostos.
4.2.3.5. A taxa rodoviária única, Decreto-Lei 999/69, incidia sobre o valor dos veículos licenciados
em todo o território nacional, tendo sido substituída pelo IPVA.

4.3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA:

Contribuição de melhoria ( art. 145, III C.F e art.81 e 82 CTN):

4.3.1 FATO GERADOR

a) O Código Tributário Nacional, publicado em 1966, cita como fato gerador:

Art. 81 CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas

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de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

b) Decreto-Lei 195/67- Art 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal tem como fato
gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras
públicas.

c) No entanto, a Emenda Constitucional n.º 23/83 estabeleceu como fato gerador o " benefício" .

d) Em 1988, a CRFB/88 ao dispor sobre a contribuição de melhoria, cita:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:..........................III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas

A CF deixou o fato gerador em aberto.

Portanto, o Fato Gerador agora está em aberto na nossa constituição. Em função disso, decide o STF:

FATO GERADOR VALORIZAÇÃO


IMOBILIÁRIA
STF DECORRENTE DE OBRA
PÚBLICA

4.3.2. OUTRAS CARACTERÍSTICAS

4.3.2.1.LIMITES:

A contribuição de melhoria deve respeitar, ao mesmo tempo, dois limites: ( art. 81 CTN )

a) Limite individual é o valor máximo que cada contribuinte poderá ser cobrado em relação ao seu
imóvel: é o montante de valorização sofrida pelo seu imóvel.

b) Limite total é o valor máximo que o ente público pode arrecadar com determinada contribuição
instituída: é o valor total do custo da obra.

Obs: O Decreto Lei 195/67 ainda menciona que ainda a observância de um limite de 3% ao ano sobre o
valor do imóvel,

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4.3.2.2.EDITAL PRÉVIO ( art. 82 CTN ):

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos:

a) memorial descritivo do projeto;

b) orçamento do custo da obra;

c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;

d) delimitação da zona beneficiada;

e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada
uma das áreas diferenciadas, nela contidas;

II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;

III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que


se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em
função dos respectivos fatores individuais de valorização.

§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
respectivo cálculo.

Anteriormente à publicação da lei que vier a instituir a contribuição de melhoria, deverá haver a
publicação de um edital com dados, informando à população sobre a cobrança da contribuição. Uma vez
publicados, poderão estes dados ser objeto de impugnação por qualquer interessado durante um prazo a
ser fixado, que não poderá ser inferior a trinta dias (o Decreto- Lei 195/67, em seu art. 6º, fixa
exatamente em trinta dias o prazo dentro do qual poderão ser formuladas as impugnações).
Constarão do edital as seguintes informações, segundo o art. 82 CTN: o memorial descritivo do
projeto; o orçamento da obra; a parcela do custo que será financiada ou amortizada pela contribuição, a
fixação dos coeficientes de valorização e a delimitação da área beneficiada .
O Decreto Lei n.º 195/67, que estipula normas gerais sobre a contribuição de melhoria- adquiriu
força de lei complementar. Ele relaciona as obras públicas que, provocando valorização imobiliária,
justificam instituição de contribuição de melhoria. O STF o tem como auto executável. Algumas
determinações oriundas do referido Decreto-lei: a) cabe contribuição de melhoria tendo sido o imóvel
valorizado direta ou indiretamente pela obra pública; b) a contribuição de melhoria pode ser cobrada
depois da obra pública ter sido realizada ou quando realizada em parte suficiente para valorizar
determinado imóvel ( não exige, portanto, o término da obra); c) cabe um limite de 3% do valor do
imóvel, respeitando-se também o limite individual previsto no CTN. ( essa alíquota não está no
CTN...apenas curiosidade!)
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4.3.2.3. TRIBUTO VINCULADO, isto é, o Estado oferece uma contrapartida, uma contraprestação de
imediato ao contribuinte em função do tributo cobrado: a valorização decorrente de obra pública.

4.3.2.4. TRIBUTO DE RECEITA NÃO VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO NÃO


VINCULADA, pois nem a Constituição, nem o CTN prevêem exigência para que a lei instituidora
destine obrigatoriamente a receita arrecadada com a respectiva contribuição para a manutenção da obra.
Esta é a prática legislativa, ou seja, a não vinculação da receita. Obs: A Constituição Federal, no entanto,
não veda, ao contrário dos impostos, que a lei instituidora vincule a receita das contribuições de
melhoria.
4.3.2.5. FUNÇÃO: é um tributo retributivo ( custo/ benefício), isto é, tem função ressarcitiva, pois
visa ressarcir os cofres público do custo que o Estado teve com a respectiva obra.
4.3.2.6. BASE DE CÁLCULO: Dimensão da contraprestação do Estado, ou seja, o custo da
contrapartida- custo da obra, que sofrerá rateio pelos contribuintes em função da respectiva valorização
de cada imóvel.
4.4. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148, CRFB; art. 15, I e II do CTN):

4.4.1. NATUREZA JURÍDICA: São prestações que, desde a EC 01/69, têm natureza tributária,
apesar da classificação já estudada relativa às Receitas Públicas. A partir de então, o STF lhes atribui
natureza de tributo, dado o enquadramento no art. 3.º CTN, bem como dada a sua disciplina no Sistema
Tributário Nacional, vide art. 148 C.F.

CUIDADO!

Vide súmula 418 STF:


¨... não são tributos, não estando sujeitos a prévia autorização orçamentária.¨

EFICÁCIA SUSPENSA

CARACTERÍSTICA ESPECIAL: Compete exclusivamente à União a sua instituição. È tributo que


deve ser restituído, mesmo que devido, o que configura exceção à regra, devendo, portanto, retornar à
origem..

- 17 -
Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra


externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,


observado o disposto no art. 150, III, "b".

4.4.1. CIRCUNSTÂNCIAS AUTORIZADORAS ( FUNDAMENTOS PARA INSTITUIÇÃO ).

148, I C.F
 em caso de guerra externa ou sua iminência-
 em caso de calamidade pública
( ambas são exceção ao princípio da anterioridade - art. 150,III., b C.F.)

CIRCUNSTÂNCIAS
AUTORIZADORAS
148 CF.

148, II C.F.
 em caso de investimento público de caráter urgente
e relevante interesse nacional
(há que se respeitar o princípio da anterioridade, art.150, III, b C.F)

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA

CF art. 150 . Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

obs: O art. 15, III do CTN não fora recepcionado pela atual CF/88

Art. 15 CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos
compulsórios:

I - guerra externa, ou sua iminência;

II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos
orçamentários disponíveis;

- 18 -
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

4.4.2. OUTRAS CARACTERÍSTICAS:

4.4.2.1. A competência para instituí-lo é privativa da União mediante LEI COMPLEMENTAR.


.......em qualquer caso!

4.4.2.2. Prazo e restituição- art. 15 parágrafo único CTN.

Art. 15 CTN- Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de
seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei

4.4.2.3. Fato Gerador e base de cálculo: definidos em lei.

4.4.2.3. TRIBUTO DE RECEITA VINCULADA , ou seja, de ARRECADAÇÃO VINCULADA . A


afetação da receita é elemento estrutural, seu descumprimento acarreta inconstitucionalidade de todo o
tributo. Art. 148, § único CRFB.

Art. 148 C.F- Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

4.5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

4.5.1 ESPÉCIES DE CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ( art. 149 C.F.):

ATÍPICAS/
Sui generis - CIP 149-A CF
CONTRIBUIÇÕES
ESPECIAIS
SOCIAIS

INTERVENTIVAS
TÍPICAS- 149 CF

CORPORATIVAS - 19 -
STF

NATUREZA TRIBUTÁRIA
Disciplinadas no Sistema
Tributário Nacional- art. 149 CF.

4.5.1.1 REGRAS IMPORTANTES :

Art. 149. C.F Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção
no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e
150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que
alude o dispositivo

REGRAS art. 149 C.F. EXCEÇÕES


são instituídas pela União * 149 § 1.º C.F.
através de lei ordinária ** 195 § 4.º C.F.
devem observar o princípio da anterioridade *** 195 § 6.º C.F. e 177§4, I, b C.F

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS PREVISTAS NO ART. 149 CF:

I- SOCIAIS-
a) PARA A SEGURIDADE SOCIAL
a. 1) PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL art. 195 C.F
a 2) PARA O REGIME PREVIDENCIARIO DO SERVIDOR PÚBLICO- art. 149
parágrafo único C.F
b) OUTRAS ( FGTS, SAL EDUCAÇÃO, SAT...)

II- CIDE - CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO


a. 1) IAA e IBC
a. 2) AFRMM
- 20 -
a. 3) CIDE do petróleo – art. 177 §4 CF
a. 4) CIDE na importação de tecnologia e outras

II- Contribuições Corporativas-


a) CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS
b) CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS EM FAVOR DE ENTIDADES
REPRESENTATIVAS DE CATEGORIA ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. Ex.:
contribuições em favor da OAB, CRC, CRO.
c) contribuições em favor de entidades privadas ligadas às entidades sindicais. Ex.
SESI, SESC, SENAI, SENAC.

4.5.1.2. Características das Contribuições Especiais:

4.5.1.2.1. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

São contribuições instituídas para cumprir função social, vide o financiamento dos Sistemas
Oficiais de Previdência e Assistência Social. Caráter parafiscal.

CONTRIBUIÇOES SOCIAIS:

a) PARA A SEGURIDADE SOCIAL


b. 1) PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL art. 195 C.F
a 2) PARA O REGIME PREVIDENCIARIO DO SERVIDOR PÚBLICO- art. 149
parágrafo único C.F

b) OUTRAS ( FGTS, SAL EDUCAÇÃO, SAT...)

a) SEGURIDADE SOCIAL

a. 1 ) CONTRIBUIÇÕES PARA O REGIME GERAL DE SEGURIDADE SOCIAL: O art. 195,


CRFB estabelece as contribuições voltadas à Seguridade Social.

Dispõe: "Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta
e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I- do empregador, da empresa e da entidade a ele equiparada na forma da lei sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à


pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

 EC 20/98 - Amplia a competência privativa da União referente às contribuições da seguridade


social pagas pelos empregadores sobre a respectiva folha salarial, ampliando a sua esfera de
abrangência para incluir também, na respectiva folha salarial, os trabalhadores sem vínculo
- 21 -
empregatício. Logo a folha salarial, base da respectiva contribuição há de relacionar
trabalhadores com ou sem vínculo empregatício que prestarem serviços à respectiva pessoa
jurídica. Art 195,I,a C.F

b) receita ou faturamento – ex: COFINS instituída pela LC 70/91 e alterada pela Lei 9718/98- (%
sobre receita ou faturamento), PIS ( -art. 239 C.F; Lei 9715/98; x% s/ receita ou faturamento, y%
sobre a folha salarial para algumas instituições como Templos, Partidos Políticos, Inst. Educação e
Assistência Social e outras); PASEP ( x% sobre a folha de salários, receitas arrecadadas e
transferências recebidas)

Art. 239 CF. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de


Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para
o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei
Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta
Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-
desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo.

c) sobre o lucro - CSLL-( Lei 7689/88 e Lei 10637/02; x% sobre o lucro antes do I.R )

II- do trabalhador e demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição social
sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social do art. 201
C.F.

EC 20/98- Imunizou os trabalhadores aposentados do regime geral da previdência. Art 195,II C.F .
O STF estendeu esta interpretação aos servidores públicos aposentados com fundamento no art. 40
par.12 C.F. Recentemente a EC 41/03 passou a autorizar a incidência de contribuição social para
aposentados e pensionistas servidores públicos a partir dos limites dos benefícios concedidos ao
regime geral- art. 40 par. 18 CF

vide art. 40 par. 12 C.F


40 § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de
cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de
previdência social

Após a EC 41/03 surge um novo quadro normativo:

40 § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo


regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para
os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

- 22 -
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003). Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II dispõe que as
contribuições sociais incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.( EC 42
de 2003).

149 § 2º CF As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o


caput deste artigo:

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

a.1.1) OBSERVAÇÃO 1.- EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: As


Contribuições da Seguridade Social ( art. 195 CRFB ), incluindo-se a CPMF, não respeitam o
princípio da anterioridade art.150,III, b, CRFB, podendo ser cobradas 90 dias após a publicação da
lei instituidora ou majoradora. (vide art. 195 § 6.º C.F. )

195 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

a.1.2) OBSERVAÇÃO II- A única contribuição social que exige lei complementar- CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL RESIDUAL ( a ser estudada melhor no capítulo de competência tributária):

Art. 195 § 4º CF- A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I

a.2. ) CONTRIBUIÇÕES PARA O REGIME PÚBLICO DE SEGURIDADE SOCIAL-


SERVIDOR PÚBLICO: Em regra, são de competência da União, mas há exceção vista no quadro
acima: (*Os Estados, DF e Municípios as instituirão, para que sejam cobradas de seus respectivos
servidores públicos para custeio em benefício destes dos respectivos Regimes Previdenciários )

149 § 1º CF Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de


seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art.
40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

a.2.1) OBSERVAÇÃO : Aplica-se aqui também o disposto no item a. 1.2. – anterioridade


nonagesimal.

- 23 -
b) OUTRAS CONTRIBUIÇÕES: destacam-se outras contribuições sociais, denominadas por
alguns como contribuições sociais genéricas: FGTS ( art. 7,III C.F; Lei 8036/90 - x% sobre a
remuneração paga ao trabalhador, incluindo o 13.º salário ); Contribuição para o Salário Educação
( art. 212, §5.º C.F; lei 9424/96; x% sobre o total da remuneração paga aos segurados -
empregados); Contribuição para o SAT , Seguro de Acidente do Trabalho, art. 7, XXVIII C.F; Lei
8212/91 )

4.5.1.2.2. CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO- CIDE

a) CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO


a. 1) IAA e IBC
a. 2) AFRMM
a 3) outras CIDEs ( ex: combustível; importação de tecnologia...-)

a) CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO: São contribuições que


visam controle econômico, isto é, financiar ou custear a intervenção do Estado na economia. Caráter
extrafiscal. Ex.: contribuições a favor da IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool)-já extinta, IBC
(Instituto Brasileiro do Café) também já extinta, o atual AFRMM (Adicional ao Frete para Renovação
da Marinha Mercante) e outras CIDE's ( contribuições de intervenção no domínio econômico sobre
situações diversas- ex: lei 10336/96- CIDE sobre os combustíveis- vide art. 177 § 4.º C.F.).

177 § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às


atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser:

a) diferenciada por produto ou uso;

b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b;

II - os recursos arrecadados serão destinados:

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus


derivados e derivados de petróleo;

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás;

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes."(NR

Observação- o 177,par.4.º ,I, b CF traduz uma exceção ao princípio da anterioridade.

- 24 -
Vale ressaltar que o art. 149 §2.º, II CF, já transcrito na pág 31, dispõe que as contribuições
interventivas incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.(EC 42 de
2003).

4.5.1.2.3. CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS

Visam o custeio de uma de uma entidade corporativa. Caráter parafiscal.


Há três sub-espécies:

a) as CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS ( não confundir com o art. 8.º, IV C.F.-contribuições


confederativas ! estas últimas não são tributos)

art. 8, IV C.F- a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria


profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

b) as CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS EM FAVOR DE ENTIDADES REPRESENTATIVAS


DE CATEGORIA ECONÔMICA OU PROFISSIONAL. Ex.: contribuições em favor da OAB,
CRC, CRO.

c) bem como também as contribuições em favor de entidades privadas ligadas às entidades


sindicais. Ex. SESI, SESC, SENAI, SENAC.

4.5.1.3. Observações complementares- CPMF ( CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE


MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA )- CONTRIBUIÇÃO SOCIAL!

A CPMF é contribuição social cuja competência tributária fora atribuída à União pela Emenda
Constitucional n.º 12/96, tendo sido instituída pela lei 9311/96. Antes da CPMF fora atribuída à União
em 1993 pela EC 3/03 competência para o IPMF ( imposto provisório sobre movimentação financeira)
considerado inconstitucional pelo STF. Foi extinta em 31/12/2007.

No que se refere à CPMF atribuída à União pela EC 12/96, o prazo de validade era de 24 meses,
com alíquota constitucional máxima de 0,25%, tendo a referida lei utilizado o teto de 0,20% apenas. A
receita era destinada ao Fundo Nacional da Saúde. Segundo a respectiva Emenda, poderia o Poder
Executivo, por ato infralegal, alterar a alíquota, reduzindo total ou parcialmente e restabelecendo
respectiva alíquota. Vide art. 74 ADCT.

Com a aprovação da E.C 21/99, prorrogou-se a competência PRIVATIVA da União para a


cobrança da referida contribuição social, com alíquota estipulada em 0,38% para os 12 primeiros meses
e 0,30% para os 24 meses restantes, sendo a diferença das atuais alíquotas em relação a anterior
destinada ao custeio do Sistema de Previdência e Assistência social. Vide art. 75 da A.D.C.T.
A EC 31/00, que instituiu o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, para vigorar até 2010,
incluiu, dentre outras fontes de recursos, uma parcela de adicional de 0,08% sobre a CPMF, aplicável de
18 de junho de 2000 até 17 de junho de 2002 ( vide artigos 79 a 83 do Ato das Disposições
- 25 -
Constitucionais Transitória s- ADCT ). A EC 37/2002, prorrogou a competência da União para a
CPMF até 31/12/2004, bem como a vigência da própria lei n.º 9311/96, introduzindo o art. 84 da ADCT.
A alíquota de 0,38% fica mantida até 31/12/2003, com a mesmo destino aos recursos vigente
anteriormente, ou seja: 0,20% ao Fundo Nacional da Saúde, 0,10% ao custeio da previdência social e
0,08% ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. Em 2004 seria cobrado somente 0,08%
destinado ao Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. A EC 37/2002 não exigiu observância ao art.
195 § 6.º CF (os 90 dias ) princípio da anterioridade nonagesimal, o que havia sido exigido quando da
prorrogação da competência para a CPMF através da EC 21/99. O STF acatou a continuidade da
referida cobrança sem respeito à Anterioridade nonagesimal, visto que, no seu entender, não houve
descontinuidade nem majoração quando desta prorrogação de competência. A E.C 42/03, prorrogou em
19/12/03 a CPMF até 31/12/07, fixando alíquota de 0,38%, revogando-se o art. 84, §3.º, II da ADCT. (
vide art. 90 ADCT)

4.6 CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA:

Tributo novo cuja competência fora atribuída aos Municípios e ao Distrito Federal pela E.C. 39/02

"Art. 149 -A C.F Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma
das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no
art. 150, I e III C.F.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica."

4.6.1. NATUREZA JURÍDICA DA CIP/COSIP: Tributo ( contribuição especial ), não se


confunde com taxas.

4.6.2. FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO: a ser definido na lei instituidora

4.6.3. Obs: Portanto, a partir de dezembro de 2002, fora atribuída na Constituição competência
para tributo especial destinado ao custeio da iluminação pública, tendo neste custeio a
justiticativa da suas instituição, não cabendo portanto taxas para a respectiva finalidade, uma vez
se tratar de serviço inespecífico e indivisível.

5. O ARTIGO 4º DO CTN- ( DETERMINAÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS)

5.1. A natureza jurídica específica de um tributo é determinada pelo seu fato gerador. Vale dizer a
classificação do tributo em espécies (se imposto, taxa ou contribuição de melhoria) é feita através do
conhecimento do fato gerador. Sendo irrelevantes o nome adotado em lei bem como a destinação do
produto da arrecadação.

Art. 5 CTN
SÃO TRIBUTOS: IMPOSTO, TAXA E CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
- 26 -
Art. 4.º CTN

Art. 4º CTN A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da
respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;

II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria

Ex: LEI N.º X institui o tributo:


NOME Y- irrelevante
FATO GERADOR W- relevante
DESTINO DO PRODUTO ARRECADADO Z- irrelevante

5.2.Em se tratando de empréstimos compulsórios e contribuições especiais, que são tributos especiais,
outras características deverão ser computadas, por serem integrantes de sua estrutura, como a vinculação
da receita para os empréstimos e sua restituição obrigatória, bem como a função de custeio das
contribuições.

5.3. A base de cálculo é fator que influencia, não sendo fator determinante de forma isolada, salvo se
num contexto compreendido também com o fato gerador.

PARTE 2
1. Competência Tributária:

“ A Competência Tributária é fruto da descentralização política;é manifestação do


Poder Político na esfera tributária, é sinônimo de Poder de Tributar.”

1.1. Considerações iniciais: “A função das normas jurídicas no Direito Tributário.”

1.1.1. Constituição Federal e suas Emendas:

- 27 -
UNIÃO

ENTES POLÍTICOS
CF e E.C ( recebem parcela de autonomia ESTADO
política)
PODER são denominados DF
POLÍTICO ENTES TRIBUTANTES

MUNIC.

A Constituição e as Emendas Constitucionais têm função de atribuir competência tributária,


descentralizando o Poder Político, podendo também extinguir competência. Portanto, caberia às
Emendas Constitucionais reformar o Sistema Tributário Nacional, sem, no entanto, criar alterações
prejudiciais tendentes a abolir cláusulas pétreas ( art 60 § 4.º C.F), com, por exemplo, criando exceções
ao princípio da anterioridade.
Cabe ao ente político a quem fora atribuída a competência, exercê-la ou não, isto é, a instituição de
tributos será por conveniência do referido ente, portanto, facultativa.

LEI
FICA INSTITUÍDO O
ENTE TRIBUTANTE TRIBUTO
FACULDADE
FG, %, BC, SP

Não obstante o exercício da competência ser facultativo, cabe observar o disposto no art. 149 §1.º
CRFB, cujo texto fora alterado pela EC 42/03, ressaltando-se a faculdade dos Estados, DF e Municípios
adotarem regime próprio de Previdência para os seus servidores públicos.
Cabe ressaltar ainda que o exercício da competência tributária sofrerá limitações constitucionais
representadas por princípios e imunidades a serem observados pelos Entes Tributantes.

C.F PRINCÍPIOS
E
IMUNIDADES

1.1.2. Lei Complementar:

Dentre as principais funções das Leis Complementares, destacam-se aquelas atribuídas pela art. 146 C.F
assim dispostas:

Art. 146 C.F. Cabe à lei complementar:

- 28 -
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, .....................

I- Art. 146, I C.F: DISPOR sobre conflitos de competência em matéria tributária. Quem dispõe sobre
competência é a Constituição Federal! A lei complementar apenas vai dirimir os conflitos de
competência.
Ex: vide art. 155 par. 1.º, III C.F

II- Art. 146, II C.F: REGULAMENTAR as limitações constitucionais ao poder de tributar. Não se deve
confundir regulamentação das limitações com a própria criação destas limitações. Quem dispõe sobre
tais limites, que são as imunidades e os princípios constitucionais, é a Constituição Federal! A lei
complementar apenas regulará o seu exercício.
Ex: art. 150, VI, “c”, in fine C.F. c.c art. 146, II C.F

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

INSTITUIÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS

CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos
seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:

I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
(Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos


institucionais;

III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades


capazes de assegurar sua exatidão.

- 29 -
III- 146, III C.F: ESTABELECER normas gerais de Direito Tributário. São normas básicas
estabelecidas para o exercício da competência tributária atribuída pela Constituição e aplicáveis aos
Entes Tributantes quando da instituição dos respectivos tributos .

LEI COMPLEMENTAR
LEI
INSTITUIÇÃO DO ESTABELECE NORMAS GERAIS
TRIBUTO DEFINIÇÃO DE FG, BC E SUJEITO PASSIVO
A NÍVEL DE NORMAS GERAIS
ELEMENTOS
ESTRUTURAIS
FG, BC,%, SUJ.PASSIVO

O Código Tributário Nacional é lei que versa sobre normas gerais, tendo sido editado na forma de lei
ordinária em 1966, adquirindo status de lei complementar, uma vez que a exigência de lei complementar
para a elaboração de normas gerais de Direito Tributário surgiu com a Constituição Federal de 1967,
tendo sido mantida tal exigência no art. 146, III de nossa atual Constituição.

O CTN é a lei ordinária n.º 5172/66, recepcionada pela Constituição Federal de 1967 com
força de lei complementar, dada a exigência, a partir de então, de lei complementar para criar
norma geral de Direito Tributário. Fora denominada Código Tributário Nacional pelo Ato
complementar n.º 36/67.

C.F. ( 1946 )- não exigia


que Normas Gerais
fossem através de Lei
LEI NACIONAL complementar.
FORMA DE

CTN LEI ORDINARIA

Lei 5172/66
C.F. ( 1967 )
Normas Gerais passam a
MATERIA DE exigir Lei Complementar
NORMAS LEI. COMPLE-
MENTAR
GERAIS
CF 67 e 88
C.F (1988 )
Normas Gerais
continuam a exigir Lei
Complementar

- 30 -
1.1.3. Lei Ordinária:
Têm função de instituir tributos. Embora haja alguns tributos que, por força da Constituição,
precisem ser instituídos por lei complementar, objeto de estudo do capítulo III, a função de instituir
tributos, em regra , será exercida por lei ordinária, salvo quando a C.F expressamente exigir lei
complementar.
1.1.4. Atos Infralegais:
São atos normativos que emanam do Executivo e regulamentam as leis. Esses atos normativos
infralegais objetivam dar cumprimento fiel aos ditames legais.

1.2. Competência Tributária e suas características:


1.2.1. Primeiro enfoque: Competência para legislar sobre Direito Tributário (art. 24, I e §§1 a 4.º, CF):
estabelecer NORMAS GERAIS- chamada COMPETÊNCIA CONCORRENTE

OMISSA
UNIÃO LEI
24 § 1.C.F Federal
146, III CF superveniente
NORMA ESTADOS UNIÃO
GERAL 24 § 4 C.F
´ESTADOS 24 § 3 C.F
DF- Competência EST/ D.F
24 § 2C.F Suplementar Competência
Legislativa
MUNICIPIO Plena
Não têm MUNICIPIO
competência MUNICIPIO NÃO
concorrente Não

Trata-se da Competência concorrente da União, dos Estados e Distrito Federal e se refere ao


estabelecimento de normas gerais em Direito Tributário. Significa o poder de traçar as regras básicas,
normas gerais sobre a tributação.

Em se tratando de Competência Concorrente, cabe à União estabelecer as normas gerais, podendo os


Estados e DF suplementar esta legislação para atender às suas peculiaridades.

O exercício da “Competência Concorrente” é aceita pacificamente para União, Estados e D.Federal.


Quanto aos Municípios, há grande dissenso, uma vez que não possuem em momento algum a
competência legislativa plena para criar normas gerais de Direito Tributário suprindo a omissão da
União. Outro argumento para lhes negar a competência concorrente é a sua exclusão do art. 24 C.F/88,
que trata da competência concorrente. Outros, no entanto, embasam posição de atribuir competência
- 31 -
concorrente aos Municípios face ao art. 30, II C.F. Há grande dissenso sobre o assunto. O STF ainda
não se posicionou. Em concurso público, SOMENTE banca de Direito Tributário , o posicionamento
tem sido no sentido da doutrina majoritária no Direito Tributário, não atribuindo aos municípios a
competência concorrente.

Sendo omissa a União em emitir normas gerais, podem os Estados fazê-lo, suprindo a omissão da
União, mas, em sobrevindo lei federal sobre normas gerais, a lei estadual que lhes for incompatível
ficará com a sua eficácia suspensa

Art. 24 C.F . Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

.........................................................

§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer


normas gerais.

§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.

§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.

1.2.2. Segundo enfoque: Competência Tributária propriamente dita como sendo o Poder indelegável,
advindo da descentralização do Poder Político, conferido pela Constituição Federal aos entes políticos
para instituir e exigir tributos atribuídos pela CF ou Emendas à C.F. O exercício da referida
competência há de ser compreendido desde a criação do tributo por lei até a sua exigência do sujeito
passivo tributário, conforme ilustração a seguir: Trata-se da COMPETENCIA PARA LEGISLAR
SOBRE TRIBUTOS-

- 32 -
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
ENTE TRIBUTANTE- art.6 a 8.º CTN
INDELEGÁVEL
OUTRA
PESSOA JURÍDICA DE
DIREITO PRIVADO

INSTITUIR ou
LEGISLAR FISCALIZAR ARRECADAR EXECUTAR

= EXIGIR O
CUMPRIMENTO SUJEITO
ATIVO
Art. 119 CTN

OUTRA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO-

Analisando o Código Tributário Nacional, nos art. 6.º a 8.º CTN, verificamos que esta
competência refere-se ao poder de instituir tributo através de lei, sendo ela atribuída à União, Estados,
DF e Municípios. Cumpre ressaltar, no entanto, que a competência tributária abrange quatro funções
básicas: instituir propriamente os tributos ou seja, legislar, bem como outras três funções referentes a
fiscalizar, arrecadar e executar as normas inerentes à respectiva legislação tributária.

Vide CTN

Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência


legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições
dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto
nesta Lei.

- 33 -
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas
jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido
atribuídos.

Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou


fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do
artigo 18 da Constituição.

§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa


jurídica de direito público que a conferir.

§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de
direito público que a tenha conferido.

§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do


encargo ou da função de arrecadar tributos.

Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito


público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

A competência tributária aqui referida é indelegável. No entanto, são passíveis de serem


transferidas a outras pessoas jurídicas de direito Público as atribuições de fiscalizar, arrecadar tributos
e executar leis, normas e atos. Trata-se da transferência da Capacidade Tributária Ativa, que é o poder
transferível de exigir o cumprimento do tributo que já foi instituído. O art. 119 CTN define Sujeito
Ativo como pessoa jurídica de Direito Público titular da competência ( = capacidade ) para exigir o
cumprimento da obrigação. Vale ressaltar que na prática há situações em que se discute a possibilidade
da existência de pessoas jurídicas de direito privado no polo ativo, como por exemplo as entidades
corporativas. No entanto, na prova vamos adotar a posição do art 119 C.TN, regra geral.

Tal atribuição para fiscalizar, arrecadar e exigir pode ser transferida pelo ente político que
instituiu o tributo a qualquer outra pessoa jurídica de direito público (art.7º, CTN). Logo a capacidade
tributária ativa é transferível, incluindo-se a transferência das garantias e privilégios processuais do
respectivo ente tributante para o destinatário da referida capacidade ativa, podendo esta atribuição de
funções ser revogada por ato unilateral a qualquer tempo ( art. 7, §§ 1 e 2.º CTN).

ISTO NÃO SE CONFUNDE COM DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA

A COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É SEMPRE INDELEGÁVEL

Portanto, a capacidade tributária ativa é transferível, mas a competência tributária é indelegável.

- 34 -
Cumpre ressaltar que a competência tributária compreende a competência legislativa plena, onde
se atribui ao ente tributante a possibilidade de legislar de forma ampla sobre o tributo, desde sua
instituição por lei até os atos infra-legais, com as ressalvas das Constituições Federal, Estadual e Leis
Orgânicas Distrital , Municipal e do CTN.

Por último, cabe ressaltar que a repartição de receitas tributárias exigida pela Constituição Federal
também não altera a competência tributária, isto é, em caso do não exercício da competência tributária,
verificado diante da não instituição de um tributo pelo Ente Tributante, caso a outra entidade política,
diversa da entidade tributante, à qual eventualmente a Constituição tenha atribuído determinada
percentagem em repartição de receita tributária, deseje fazê-lo, esta não poderá instituir o respectivo
tributo no lugar da entidade tributante ao qual fora atribuída a competência legislativa originária.

Portanto, o não exercício da competência tributária pelo titular de uma competência tributária, não
justifica invasão de competência com o seu exercício por outra entidade política.

Cabe ressaltar ainda que o simples cometimento da função de arrecadar tributos de forma isolada
a outra pessoa jurídica de direito privado não constitui delegação de competência

1.2.3. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

obs: Importante não fazer comparação rígida entre as denominações usadas pelo Direito
Tributário e pelo Direito Constitucional, uma vez que o Direito Tributário usa denominações
próprias para competência que às vezes não coincidem com o Dir. Constitucional!

a) Competência Compartilhada ou Comum. (art. 145, II e III, CRFB): é o poder que têm a União,
Estados, DF e Municípios para instituir taxas e contribuições de melhoria, no âmbito de suas respectivas
atribuições. (vide art. 77 e 81 CTN ). Vale o critério da predominância do interesse, pois a CF não
traduz rol específico de taxas ou contribuições de melhoria para cada ente tributante.

Quando um serviço estiver no âmbito das atribuições de interesse local, serão prestados pelos
Municípios, se nacional, pela União, sendo que na ausência de previsão poderão os Estados prestar os
serviços. Daí, segue-se que quem vier a prestar o respectivo serviço, terá a respectiva competência
legislativa exclusiva para a instituição daquela taxa; quem realiza a obra que acarrete valorização
imobiliária, terá a competência para instituir a respectiva contribuição de melhoria. A terminologia
COMPETÊNCIA COMUM, distorcida em relação ao Direito Constitucional, é específica para a
situação descrita pela Doutrina no Direito Tributário. No entanto, alguns dizem competência
compartilhada.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de


serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas

UNIÃO EST/D.F MUNICÍPIOS


- 35 -
Taxas e Contribuições de Melhoria

b) Competência Privativa: é basicamente o poder que têm os entes federativos para instituírem os
impostos que são enumerados na CF. É dita privativa no sentido de que a própria Constituição
já determina o rol dos impostos relativos a cada Ente Tributante. Incluem-se também na
competência privativa da União o Empréstimo Compulsório e as Contribuições Especiais.
Alguns autores preferem denominar a competência do empréstimo compulsório e das
contribuições especiais de competência especial, dada a discussão de sua natureza tributária.
Hoje, no entanto, o STF considera ambos como tendo natureza jurídica tributária.

Art. 145 C.F. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos: I - impostos;

Art. 148 C.F. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios

Art. 149 C.F. Compete exclusivamente à União institir contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, ...............

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus


servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40,
cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Vale ressaltar que em Direito Tributário a competência é indelegável, portanto, equivale ao


conceito de competência exclusiva no Dir. Constitucional.

COMPETÊNCIA PRIVATIVA

UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS


II
IE IPVA IPTU
IPI ICMS 155 C.F. ISS 156 C.F.
IOF 153 C.F. ITCMD ITBI
IR
ITR ** Contribuição p/ * * Contribuição p/
ISGF Iluminação Pública Iluminação Pública
( só o DF)
Empréstimo Compulsório
*Contribuições Especiais *Contribuições Sociais s/ *Contribuições Sociais s/
seus servidores seus servidores
- 36 -
b) Competência Residual (art. 154, I, CRFB): é o poder que tem a União de, a instituir novos
impostos, diferentes de todos aqueles discriminados na Constituição com fato gerador novo e nova
base de cálculo, devendo ser instituído por lei complementar e respeitando o princípio da não
cumulatividade. Vale ressaltar que competência residual no Direito Tributário é totalmente
diferente do que no Direito Constitucional, sendo esta última estudada no art. 25 §1 C.F.

IMPOSTOS DA UNIÃO IMPOSTOS DO ESTADO IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS


E DO DISTRITO FEDERAL

COMPETÊNCIA PLUS
EXTRA=RESIDUAL

A COMPETÊNCIA RESIDUAL É UM
PODER MÁGICO DA UNIÃO, CONFERIDO
PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PARA
INVENTAR IMPOSTOS NOVOS DESDE
QUE VENHA A INSITUÍ-LOS POR LEI
COMPLEMENTAR

Observações Art. 154 C.F. A União poderá


instituir:
 União
I - mediante lei complementar,
 pode instituir novo imposto impostos não previstos no artigo
 inovação de FG e BC anterior, desde que sejam não-
 por lei complementar cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios
 não-cumulativo dos discriminados nesta Constituição
 a qualquer momento
 respeitando a anterioridade

Obs 1: A União poderá se valer da competência residual para a instituição das denominadas
contribuições sociais residuais, criando novas fontes de custeio para a Seguridade Social, desde que
respeitadas as mesmas exigências acima
- 37 -
Art. 195, §4º, CF
( valendo-se da competência residual )
 União
 Pode instituir nova contribuição social,
inovação de FG e BC diferente do
art.195 C.F.
 respeitado o prazo de 90 dias
 por lei complementar
 não-cumulativa
195 § 4º C.F A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art.
154, I.

Obs 2: Há uma corrente minoritária que atribui aos Estados competência residual para instituir as taxas,
misturando a competência residual no âmbito constitucional com conceitos em Direito Tributário. Desta
forma, serviços que não fossem de interesse local e transcendendo ao interesse local, também não
fossem de interesse da União, poderiam ser prestados pelos Estados ( competência constitucional
residual)- daí as respectivas taxas seriam também fruto de competência residual- Essa corrente é
minoritária, muito contestada, porém pode ser cobrada como gabarito verdadeiro em prova. Cuidado!

d) Competências Cumulativa (art. 147 CRFB): é o poder da União de instituir, nos Territórios
Federais, os impostos estaduais e, ainda, sendo o Território Federal não divido em Municípios, os
impostos municipais. Também, o Distrito Federal tem o poder de instituir os impostos municipais, já
que o D.F. não pode ser divido em municípios (art. 32, caput, CF).

IMPOSTO ESTADUAIS NOS


TERRÍTÓRIOS FEDERAIS

UNIÃO
IMPOSTOS MUNICIPAIS NOS
TERRITÓRIOS NÃO
DIVIDIDOS EM MUNICÍPIOS

DISTRITO IMPOSTOS MUNICIPAIS


FEDERAL

- 38 -
Art. 147 C.F. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o
Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito
Federal cabem os impostos municipais

Art. 32. CF O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica,
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da
Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.

e) Competência Extraordinária (art. 154, II, CRFB e art. 76 CTN):

É o poder que tem a União de instituir, em caso de guerra externa ou sua iminência, outros
impostos, independentemente de terem ou não fatos geradores idênticos aos já previstos pela
Constituição Federal, sejam pertencentes ao rol da própria União, dos Estados, DF ou Municípios. É
uma permissão expressa para a bitributação.

Somente a União pode instituir um outro imposto em caso de guerra externa ou sua iminência não
devendo respeito ao princípio da anterioridade, podendo ser instituído por lei ordinária, havendo ampla
liberdade de escolha do fato gerador. O imposto é provisório, devendo observar limite temporal. A
Constituição diz que cessará seus efeitos, cessada a sua causa. O CTN diz que cessará sua cobrança no
máximo em 5 anos da data da celebração da paz.( art. 76 CTN )

Obs: Não confundir o imposto extraordinário de guerra com o empréstimo compulsório instituído
em caso de guerra externa, sendo este instituído por lei complementar federal e restituível mesmo
quando devido, enquanto o imposto é objeto de lei ordinária e não tem caráter de restituição.

CF Art. 154. A União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de guerra externa,


impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

CTN Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir,
temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei,
suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.

2. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR


A Constituição impõe restrições, freios ao Poder de
Tributar conferido por ela aos Entes Políticos:
São eles os Princípios Tributários e as Imunidades

- 39 -
2.1 Princípios Constitucionais Tributários:

2.1.1. Princípios Gerais:

a) Legalidade: Segundo o disposto no art.150, I C.F., a instituição ou a majoração de tributos só


pode se dar mediante lei. Apesar de não expressamente dito na CF, o CTN regulou sua
aplicação, estendendo a exigência de lei também para a extinção e redução de tributo, definição
de alíquotas, Base de cálculo, penalidades pecuniárias e previsão de hipóteses de extinção,
suspensão e exclusão do crédito tributário.

EXIGÊNCIA DE LEI
INSTITUIR
TRIBUTOS
EXTINGUIR
TRIBUTOS
MAJORAR
TRIBUTOS
Art. 150,I REDUZIR TRIBUTOS
C.F. FIXAR ALÍQUOTAS
DETERMINAR BASE ART. 97
DE CÁLCULO CTN
INSTITUIR NOVAS
HIPÓTESES DE
INCIDÊNCIA
COMINAR
PENALIDADES
SUSPENSÃO,
EXTINÇÃO E
EXCLUSÃO DO
CRÉDITO
TRIBUTÁRIO

C.F Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

CTN Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e
65;

- 40 -
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos
21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou


para outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou


redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em


torná-lo mais oneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

a. 1. ) EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

DISPENSAM A LEI

a.. 1..1) casos tradicionais: Nos termos do art. 153 § 1.º C.F., são exceções ao princípio da legalidade os
seguintes impostos: II, IE, IPI e IOF, eis que o Poder Executivo pode alterar as alíquotas desses
impostos, como instrumento do controle da economia, desde que respeitados os fixados em lei.
I.I
Art. 153 § 1.º C.F.
I.E.
% LEI
I.P.I max
% ATO DO PODER
EXECUTIVO.
I.O F
%mi LEI
n
CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

- 41 -
I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais
ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V-
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI -
propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei,


alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

CUIDADO! CTN Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo
aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.

a.1.2.) Outras exceções introduzidas recentemente na C.F, pela E.C 33/01: vide art. 155, §2, XII, h
CF c.c art. 155, § 4.º , IV. CF ( ICMS monofásico ); outro caso, (a CIDE dos combustíveis) art. 177
§4.º, I, b C.F.

ICMS MONOFÁSICO

Alínea incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001:


CF 155, par.2.º, h C.F) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá
uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto
no inciso X, b;

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:..............

IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito


Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte:......................

c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

CIDE DOS COMBUSTÍVEIS


Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 11/12/2001:
CF 177 § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às
atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
a) diferenciada por produto ou uso;
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b;

II - os recursos arrecadados serão destinados:


a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus
derivados e derivados de petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás;
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes."(NR)

- 42 -
a. 1.3 ) Outra dispensa seria o disposto no art. 97 §2.º CTN ( atualização da base de cálculo de tributo
não configura majoração de tributo, portanto dispensa lei

CTN 97 § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste
artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

b) Irretroatividade: O art.150, III, "a" C.F. estabelece a proibição da cobrança de tributo em relação
a fato gerador ocorrido antes da vigência da lei que o instituir ou o majorar. Apesar de não
expressamente dito na Constituição, aplica-se também a casos de lei que venha a reduzir o tributo. O
tributo devido pelo contribuinte é regido segundo a lei vigente à época do fato gerador. Exceções á
irretroatividade serão vistas mais adiante, em Legislação Tributária (art.106 CTN) .

PUBLICAÇÃO =
VIGÊNCIA ENTRADA EM
VIGOR

F
G
/ VACATIO LEGIS /

Aptidão a produzir efeitos

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

III - cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da
lei que os houver instituído ou aumentado;

c) Anterioridade: O art.150, III, "b" C.F estabelece a proibição de cobrança do tributo no mesmo ano
da publicação da lei que vier a instituí-lo ou majorá-lo. Trata-se da não surpresa ao contribuinte no
ano da criação ou aumento do tributo.

PUBLICAÇÃO DA LEI
que INSTITUI OU
MAJORA TRIBUTOS INCIDÊNCIA
DA LEI

2018 01/01/2019 FG

- 43 -
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
EFICÁCIA DA LEI
TRIBUTÁRIA

.1.ª HIPÓTESE: lei publicada e vigente no mesmo exercício financeiro

PUBLICAÇÃO
LEI que
INSTITUI ENTRADA
OU MAJORA EM
TRIBUTOS VIGOR

INCIDÊNCIA= EFICÁCIA
01/01/2019
X FG
2018
2019

2.ª HIPÓTESE: lei publicada que entra em vigor no exercício financeiro subsequente
PUBLICAÇÃO ENTRADA
DA LEI QUE EM
INSTITUI OU VIGOR
MAJORA
TRIBUTOS

01/01/2018
X FG
2017 2018

EFICÁCIA

c.1. EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

c.1.1) com aplicação de imediato, respeitada a vigência:


- 44 -
c.1.1.1) casos tradicionais (art. 150, § 1.º C.F) - são eles: II, IE, IOF, IPI, Empréstimo Compulsório em
caso de guerra externa e calamidade pública e imposto extraordinário de guerra.

Dispõe o art. 150 § 1º C.F- " A vedação do 150, III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148,
I, 153, I, II, IV e V; e 154, II"

ENTRADA EM
PUBLICAÇ VIGOR
O
LEI que
INSTITUI
OU
MAJORA 01/01/2018
TRIBUTOS
FG X
2018
2017
INCIDÊNCIA= EFETIVA APLICAÇÃO

c.1.1.2) Há outras exceções introduzidas recentemente na C.F, pela E.C 33/01 que admitem cobrança de
imediato: vide art. 155, § 4.º , IV. CF e art. 177 § 4.º, I, b C.F.

c.1.2.) há tributos que respeitam apenas a um período de não surpresa de 90 dias ( princípio da
anterioridade nonagesimal )- art.195 § 6.º C.F- aplica-se às Contribuições da Seguridade Social.
Também denominado anterioridade especial ou mitigada. Veja a ilustração na seqüência:

C.F 195 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

- 45 -
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL

PUBLICAÇÃO LEI
QUE INCIDÊNCIA
INSTITUIR OU
MAJORAR

90 d
01/01/2018
FG X
2017 2018

c.2) NOVENTENA - Pré-requisito de 90 dias conjugado ao princípio da anterioridade: Nos


termos da EC 42 de 2003, dispõe o art. 150, III, "c" C.F. que ... " é vedado cobrar tributos antes de
decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea "b" ."
Portanto os tributos sujeitos ao princípio da anterioridade exigem simultaneamente também um
período mínimo de 90 dias entre a publicação da lei instituidora ou majoradora e o início da aplicação da
respectiva cobrança do tributo.
Assim a ilustração abaixo:
PUBLICAÇ
ÃO 90 dias
DA LEI
QUE
INSTITUI
OU 01/01/2018
MAJORA X FG
TRIBUTOS 2017

INCIDÊNCIA

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

c.2.1) Exceções à NOVENTENA, admitindo-se cobrança de imediato:

- 46 -
Salvo alguns ajustes, os mesmos tributos que admitem cobrança de imediato, antes do início do
exercício seguinte à publicação da lei instituidora ou majoradora, dispensam também ao prazo mínimo
de 90 dias permitindo a cobrança de imediato, vide art. 150 §1 C.F.
No entanto, alguns ajustes são necessários:
1.º ) O IPI, no entanto, não se inclui nesta exceção ao prazo mínimo de 90 dias apesar de ser
exceção ao princípio da anterioridade
2.º ) Já o aumento ou instituição do I.R, a fixação da base de cálculo do IPTU e da base de do
IPVA foram dispensados do período mínio dos 90 dias para a cobrança.
Veja a CRFB: art. 150 § 1º C.F "... a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos
previstos nos arts. 155, III, e 156, I." (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Princípio da Anterioridade pós EC 42/03 art. 150, III, b CF e art. 150, III, c CF
Princípio da Anterioridade art. 150, III, b CF Princípio da Noventena ou da
= Anterioridade Tributaria /anual /dos exercícios = Anterioridade Nonagesimal do 150,III, c CF
Exceções à Anterioridade dos exercícios Exceções à noventena
Admite cobrança
só 90 dias 150§1CF imediata dispensa só 90 dias
STF anterioridade . Admite cobrança no
nonagesimal mesmo exercício 150§1CF No entanto exige
anter. Mitigada dispensa também observância ao artigo
o art. 150,III, b
CF 150, III, b CF
emp
148,I CF compulsorio 148,I CF
Cont /social 195 § 6 CF 153,I II 153,I 153, III, IR
153,II IE 153,II

IPI 150,III, c CF 153,IV IPI 155, III IPVA (BC)


153,V IOF 153,V 156,I IPTU (BC)
154,II I Extraordin 154,II

155§4, IV, c CF 155§4, IV, c CF

177§ 4,I, b CF 177§ 4,I, b CF

d) Isonomia (art.150, II C.F): estabelece que não se pode dar tratamento diferenciado a contribuintes
que se encontram em situação jurídica semelhante, ou seja, dar-se-á tratamento jurídico tributário igual
aos equivalentes. É princípio basilar do qual derivam inúmeros outros conforme veremos a seguir.

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,


proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

- 47 -
A isonomia pode ser especializada sobre outro prima, ou seja, como instrumento de consagração da
justiça social, onde se confunde com o princípio da capacidade contributiva na visão do STF. Vide o
segundo enfoque do art. 145 § 1 CF. na pág seguinte.

e) Personificação dos Impostos e Capacidade Contributiva (art.145, §1º C.F ):

CF 145 § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.

O princípio na verdade é um só, mas poderíamos dividir o seu estudo da forma a seguir:
f.1.) personificação dos impostos: segundo o STF, "os impostos, sempre que a estrutura destes permitir,
deverão ser pessoais";

f.2) capacidade contributiva- veja os dois enfoques a seguir na análise do art. CF 145 § 1º.

PRIMEIRO ENFOQUE-( PRINCÍPIO DA CAPACIDADE ECONÔMICA) CF 145 § 1º - Para a doutrina


e para o STF, quanto à função exercida pelo tributo é princípio que rege os impostos, uma vez ser
espécie tributária que dimensiona a capacidade econômica do contribuinte. Já os taxas e contribuições
de melhoria são dimensionadas pelo custo da contraprestação estatal dirigida ao contribuinte ( cada um
paga na medida do uso ), trata-se pois do princípio do custo benefício ou princípio da retribuição.

SEGUNDO ENFOQUE: Sob o prisma de consagração da JUSTIÇA FISCAL, na visão do STF, o art
145 § 1º CF traduz o princípio da capacidade contributiva e se estenderia a todos os tributos de forma a se
tributar em função da verdadeira capacidade de cada contribuinte suportar o ônus da carga tributária, .
Tal objetivo poderá ser alcançado, dentre outros artifícios, mediante a concessão de benefícios fiscais,
incentivos fiscais e isenções àqueles que estão em situação desvantajosa em relação aos demais..
Outrossim, relativo às taxas e contribuições de melhoria, esta justiça fiscal também se faria através de
um critério justo de rateio dos respectivos custos. Portanto, duas pessoas que demonstrem capacidade
econômica no seu fato gerador tributário, nem por isso terão capacidade contributiva de igual propoção.

A doutrina denomina princípio da capacidade contributiva o princípio da capacidade econômica, na


visão do enfoque n.01 acima transcrito, restringindo-o, ao contrário do STF, aos impostos.

e.1) Progressividade de alíquotas> Entendida a aplicação do princípio da capacidade contributiva


aos impostos, vale enfatizar que, no entanto, segundo posição antiga do STF, só os impostos pessoais
poderiam ter alíquotas progressivas, em lei, na razão direta desta manifestação de capacidade
econômica. Daí a progressividade do IR 153 §1,I CF. Para o STF, o IPTU só poderia ser progressivo no
tempo ( vide art. 182 §4.º, II C.F). Recentemente, no entanto, a E.C 29/00 inseriu o art. 156 § 1.º, I e II
CF, segundo o qual o IPTU, passaria a ser uma exceção, ou seja, o único imposto real que admite
graduação de sua alíquota em função da capacidade econômica (valor venal do imóvel ), tendo o
Congresso Nacional, via Emenda à Constituição, afrontado a visão inicial do STF, passando o IPTU a
- 48 -
poder ser progressivo em razão da capacidade contributiva nos termos da CF. Vale lembrar que o ITR
só admite progressividade em função do caráter extrafiscal nos moldes do art. 153 §4, I CF.

f) Não confisco (art.150, IV C.F.): Trata-se da tributação razoável. Diz que o tributo deve ser
estabelecido em proporções suportáveis ao contribuinte. O poder estatal de tributar deve conviver lado a
lado com o direito de propriedade dos cidadãos. Não há limites expressos na C.F.

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

g) Liberdade de tráfego de pessoas ou bens mediante tributo interestadual ou intermunicipal


(art.150,V C.F.): é um princípio dirigido a todos os Entes Tributantes, sendo mais uma garantia
constitucional à liberdade de locomoção. Não impede este princípio a existência de tributo
intermunicipal ou interestadual, apenas proíbe que ele seja tão oneroso a ponto de estabelecer barreiras à
circulação de bens e pessoas. A Constituição permite, no entanto, a cobrança de pedágio.

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos


interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de
vias conservadas pelo Poder Público;

2.1.2.) Princípios dirigidos apenas à União

C.F Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção
ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em
níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

a) Uniformidade geográfica (art.151, I C.F.): estabelece que o tributo federal deve ser uniforme em
todo o território nacional, sem que possa haver privilégios relativos a Estados-membros ou Municípios.
É uma decorrência do princípio constitucional da forma federativa de Estado e do princípio da isonomia.
Ficam ressalvadas as concessões de incentivos fiscais regionais que tendem a promover o equilíbrio
sócio-econômico entre as várias regiões do País, admitindo-se neste caso tributação disforme.

- 49 -
b) Não tributação mais onerosa sobre a renda dos Títulos da Dívida Pública estadual ou municipal e
sobre a renda dos servidores públicos estaduais ou municipais (art.151, II C.F): impede que a União,
através do IR, torne os títulos da dívida pública federal mais atraentes, mediante tributação mais suave
do que a imposta à renda dos títulos estaduais ou municipais. Ainda fica impedida a tributação da renda
dos servidores estaduais ou municipais em patamares mais elevados dos que fixados para os servidores
federais.

c) Não intervenção nos tributos dos Estados e dos Municípios (art.151, III C.F): estabelece que quem
tem a competência para instituir o tributo é que tem competência para isentar do pagamento, não
podendo a União conceder isenção de tributo estadual ou municipal. Esta regra da atual Constituição é
exatamente contrária a uma presente nas Constituições anteriores. De efeito, não tem mais eficácia o
parágrafo único do art. 13 do CTN.

2.1.3. Princípio dirigido somente aos Estados, DF e Municípios

a) Não discriminação tributária, em razão da procedência ou destino, de mercadorias ou serviços


(art.152 C.F): é mais uma confirmação do postulado federativo, não podendo as unidades da federação e
as municipalidades se organizarem internamente no País oferecendo benefícios a mercadorias ou
serviços destinados ou provenientes de determinada localidade, em detrimento das demais.

C.F Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
Tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

2.1.4. Princípios específicos do ICMS e IPI

a) Não cumulatividade: se refere a esses dois impostos que podem incidir várias vezes sobre a mesma
mercadoria nas várias etapas de um processo econômico. Em regra são tributos plurifásicos. O princípio
da não cumulatividade estabelece que o contribuinte pode abater em cada operação tributada o montante
do imposto já recolhido nas operações anteriores. É princípio obrigatório para o IPI e para o ICMS.
Com relação ao IPI, ver art. 153, §3º, II C.F; Quanto ao ICMS, ver art. 155, §2º,I C.F

2
1 3
100 200

ICMS= (18%)100=18,00 ICMS (18%) 200= 36,00 (-18,00) =18,00

b) Seletividade ( tributação em função da essencialidade do produto): estabelece que quanto mais


essencial for o produto, menor deve ser a carga tributária sobre ele, sendo a recíproca verdadeira, quanto

- 50 -
mais supérfluo for o produto, maior deve ser a carga tributária. Este princípio é obrigatório para o IPI e
facultativo para o ICMS. Sobre o IPI, ver art.153, §3º, I C.F.

IPI
C.F 153 § 3º - O imposto previsto no inciso IV:

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante
cobrado nas anteriores

ICMS

155 "§ 2º O imposto previsto no inciso II, atenderá ao seguinte:"

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à


circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

2.2. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

lei que institui tributo


Como aparece na LEI O fenômeno observado
A- fato gerador/ INCIDENCIA Constituição
Incide tributo/ Federal
% cheia ou % zero “Não incide
B- ------------X-------------- NÃO INCIDÊNCIA Tributo sobre”
C- -------------X------------- NÃO INCIDÊNCIA o fato “C”
CONSTITUCIONAL
= imunidade tributária
D- “NÃO INCIDE”- N/T não incidência legal
= “isenção atípia” Lei
complementar
E- “ISENTO” ISENÇÃO “típica” federal
INCIDÊNCIA com vedação
ao lançamento “não incide
O CTN classifica como tributo sobre o
modalidade de fato “D”
EXCLUSÃO do CRÉDITO
TRIBUTÁRIO-
art.156,V CTN.

- 51 -
2.2.1. Diferença entre incidência, imunidade, não incidência constitucional, não incidência legal,
isenção e alíquota zero.

2.2.1.1 Regras de incidência: FATO A- Quando o Legislador prevê determinados fatos como fatos
geradores, a lei estará atingindo as respectivas situações econômicas configurando-se uma hipótese de
incidência. Daí se falar em fato gerador como sinônimo de hipótese legal, ou hipótese de incidência ou
fato imponível. Qualquer alíquota se enquadra como incidência tributária inclusive alíquota zero.

Alíquota zero: há casos de incidência de lei sobre determinados fatos econômicos a que a lei prevê
alíquota zero. Cabe à lei alterar o % do tributo, restando ao Executivo a alteração de alíquota apenas em
casos como art. 153. §5.º C.F.

2.2.1.2. Não incidência clássica: FATO B- são situações fora do campo de atuação da lei tributária,
situações que o legislador poderia atingir com a instituição de determinado tributo, mas que, por
voluntariedade, ele não o faz. Tais situações são deixadas de fora do campo de incidência do tributo que
ora se institui, por deliberação do legislador. Tais situações não são definidas pela lei como sendo fato
gerador do tributo. Trata-se de uma não incidência pura ou clássica.

2.2.1.3. Imunidades: FATO C- são situações protegidas pelo texto constitucional, não podendo o
legislador atingi-las com a instituição de determinado tributo. São hipóteses de não incidência
constitucionalmente qualificada. São situações em que a Constituição não outorgou ao legislador
poderes para tributar, são limitações à competência tributária que configuram restrição à competência.
As situações imunes têm que ser deixadas de fora do campo de incidência do tributo que ora se institui,
sob pena de inconstitucionalidade de lei instituidora.

2.2.1.4. Isenção: FATO E- são situações que, segundo a dogmática adotada pelo Código Tributário
Nacional, estão dentro da área de incidência do tributo, mas cujo pagamento fica dispensado mediante
disposição expressa de lei. É a dispensa legal do pagamento de tributo que é devido, relativo a fatos
geradores que irão acontecer em momentos posteriores à vigência da lei isentiva. É a hipótese de
incidência com proibição de lançamento. No CTN aparece como modalidade de exclusão de incidência
tributária.

2.2.1.5. Não incidência legalmente qualificada- é outra modalidade de isenção, onde ocorre uma
exclusão de incidência expressa na lei, com a notação NT. Trata-se de dispensa legal expressa em lei
através da técnica da não incidência tributária.

Veja um gráfico ilustrando o que foi aprendido:

- 52 -
NÃO INCIDÊNCIA SIMPLES

NÃO
ISENÇÃO INCIDÊNCIA
LEGAL
INCIDÊNCIA
IMUNIDADE

2.2.2. Classificação das imunidades:

2.2.2.1. Imunidades subjetivas: aquelas que se referem a uma determinada pessoa. É quando a proteção
constitucional se dirige a uma determinada pessoa, protegendo-se seu patrimônio, renda e serviços.

2.2.2.2. Imunidades objetivas: aquelas que ser referem a um determinado objeto, coisa ou mercadoria. É
quando a proteção constitucional abrange apenas os impostos que potencialmente gravariam
determinada mercadoria, não protegendo a pessoa que com ela lide, direta ou indiretamente.

2.2.3. Casos de imunidade previstos na CF:

2.2.3.1. IMUNIDADES GERAIS- ART. 150, VI C.F.

DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e


mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados
a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

- 53 -
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à
renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.

§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o


patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades
nelas mencionadas.

§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

ANOTAÇÕES DO ALUNO em sala de aula:

CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

- 54 -
COMENTÁRIOS

a) Imunidade Recíproca (art.150, VI, "a" C.F ): impede que os Entes Políticos (União, Estados, DF e
Municípios) instituam impostos sobre o patrimônio, a renda e o serviços uns dos outros. Trata-se de
uma imunidade subjetiva. Trata-se de imunidade incondicionada.
Situação excludente de imunidade recíproca: Na hipótese de o patrimônio, a renda ou os
serviços estiverem relacionados à exploração de atividade econômica própria da iniciativa
privada ou, ainda, quando o serviço prestado pelo ente público seja remunerado por preço ou
tarifa, pago pelo usuário, não prevalecerá a imunidade nem para a administração direta ( U, E,
DF, M), nem para a administração indireta (autarquias e fundações) – art. 150, §3ºC.F.

A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e às fundações públicas desde que o


respectivo patrimônio, renda ou serviços sejam afetos às suas atividades essenciais ou
decorrentes das essenciais. (art. 150, § 2º C.F).
Para o STF é extensiva às empresas públicas que exercem delegação de serviço público.

O STF admite imunidade também relativa ao IOF aos municípios.

b) Imunidade subjetiva dos Templos de qualquer culto (art. 150, VI, "b" C.F ): são imunes a
impostos sobre patrimônio, renda e serviços, desde que relacionados às atividades essenciais. Vide
art.150 § 4 C.F. Aplica-se ao imóvel alugado desde que a renda da locação reverta para os fins
institucionais ( STF); aplica-se a lotes vagos e prédios comerciais ( STF ).

c) Imunidade subjetiva dos: ( art. 150,VI, “c” C.F)


 Partidos Políticos, inclusive suas Fundações
 Entidades Sindicais de Trabalhadores
 Instituições de Educação e de Assistência Social
São imunes a impostos sobre patrimônio, renda e serviços desde que relacionados às suas atividades
essenciais art.150 § 4 C.F.
Não podendo ter " fins lucrativos" e devem cumprir os requisitos fixados em lei. (a lei referida é o
CTN, art. 14).

A expressão " sem fins lucrativos, nos termos da lei" está caracterizada pelo art. 14 CTN e significa:

- 55 -
a) não pode haver distribuição de qualquer parcela do patrimônio ou da renda a qualquer título,
inclusive lucros ou rendas aos sócios ou dirigentes;
b) devem aplicar os recursos, no País, nos fins institucionais;
c) devem manter escrituração regular de suas receitas e despesas

O STF confere imunidade geral de IOF às instituições de Educação e II, IE, ICMS e IPI às
Instituições de Assistência Social.
Aplica-se ao imóvel alugado das instituições de educação ou de assistência social desde que a renda da
locação reverta para os fins institucionais ( STF).

d) Imunidade Objetiva (dos livros, jornais, periódicos e o respectivo papel para impressão):
(art. 150, VI, "d" C.F.): Protege somente as mercadorias dos impostos que, potencialmente, as
gravariam. Impostos abrangidos: IPI, ICMS, II e IE. O STF atribui imunidade ao papel fotográfico
aplicado no livro, não extensivo aos insumos ( interpretação restritiva ), tintas, máquinas e etc...

2.2.3.2. IMUNIDADES ESPECÍFICAS

a) Imunidade das Instituições Beneficentes de Assistência Social (art. 195, §7º C.F ): as instituições
beneficentes de assistência social são imunes às contribuições da Seguridade Social, desde que
respeitem os requisitos de lei (art. 55 Lei 8212/91 ). Vale dizer, as “instituições de assistência social”
(citadas no item anterior- IMUNIDADE GERAL) que tiverem caráter beneficente serão também
imunes às contribuições para a Seguridade Social.

3. Normas gerais sobre os tributos objeto de competência privativa nos termos do CODIGO
TRIBUTÁRIO NACIONAL (arts n.º 19 a 75 C.T.N.- os quais sofreram alterações, salvo algumas
exceções ) :

4.1. Impostos de competência da União:


a) I.I. ( Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros):

FATO GERADOR Entrada no território nacional de merc estrangeira ou


desnacionalizada- Para fins de cálculo= Registro da DI
BASE DE CÁLCULO Se a alíquota for específica a BC será a unidade de medida
adotada pela lei; se a alíquota for ad valorem a BC será
valor do produto |( valor aduaneiro ) = custo + seguro (
insurance) + frete = valor ( CIF)
CONTRIBUINTE O importador ou quem a lei a ele equiparar .
O CTN também menciona o arrematante, apesar do
Regulamento Aduaneiro não prevê tal hipótese mais.

b) I.E. ( Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados);

FATO GERADOR Saída do território nacional de mercadoria nacional ou


- 56 -
nacionalizada
BASE DE CÁLCULO Se a alíquota for específica a BC será a unidade de medida
adotada pela lei; se a alíquota for ad valorem a BC será
valor do produto |( valor aduaneiro ) = custo apenas (
valor FOB= free on board )
CONTRIBUINTE O exportador ou quem a lei a ele equiparar

c) I.R ( Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza );

FATO GERADOR Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de


rendas e proventos de qualquer natureza
BASE DE CÁLCULO O montante real, arbitrado ou presumido das rendas e
proventos de qualquer natureza
CONTRIBUINTE O titular da aquisição da disponibilidade econômica ou
jurídica de rendas e proventos de qualquer natureza

d) I O F ( Imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro ou relativas a títulos ou valores


mobiliários):

FATO GERADOR Realização das operações de crédito, câmbio, seguro ou


relativas a títulos ou valores mobiliários
BASE DE CÁLCULO Valor das operações
CONTRIBUINTE Qualquer das partes envolvidas

e) I.P.I. ( Imposto sobre produtos industrializados ):

FATO GERADOR Saída do produto de estabelecimento considerado


contribuinte pela lei, o desembaraço aduaneiro e a
arrematação
BASE DE CÁLCULO Valor da operação de que decorrer a saída do produto,
ou, no caso de importação, o preço normal + imposto de
importação + despesas aduaneiras; ou o valor da
arrematação
CONTRIBUINTE O industrial, o comerciante a ele equiparado por lei, o
importador ou quem a lei a ele equiparar
O CTN também menciona o arrematante, apesar do
Regulamento do IPI não prevê tal hipótese mais.

- 57 -
f) I.T.R. ( Imposto sobre a propriedade territorial rural ):

FATO GERADOR Propriedade, domínio útil ou a posse sobre imóvel rural


por natureza localizado fora da zona urbana
BASE DE CÁLCULO Valor fundiário da propriedade
CONTRIBUINTE O proprietário, o possuidor ou o enfiteuta

g) I.S.G.F. ( Imposto sobre grandes fortunas ):

FATO GERADOR Depende de lei complementar


BASE DE CÁLCULO Depende de lei complementar
CONTRIBUINTE Depende de lei complementar

4.2. Impostos de competência dos Estados e Distrito Federal:

a) I.T.C.D. ( Imposto sobre transmissão “causa mortis” e doação de quaisquer bens ou direitos a eles
relativos )- CUIDADO com o CTN no art. 35, pois nele os impostos de transmissão eram todos do
Estado. Hoje, após a CF 88, houve divisão com os municípios ( ITBI) e Estados ( ITCD).

FATO GERADOR Transmissão de quaisquer bens ou direitos causa mortis


ou por doação
BASE DE CÁLCULO Valor dos bens ou direitos
CONTRIBUINTE Qualquer das partes envolvidas

b) I.C.M.S ( Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte interestadual e


intermunicipal e de comunicação, ainda que iniciados no exterior ):

FATO GERADOR Circulação de mercadorias ou prestação de serviços de


transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação
BASE DE CÁLCULO Valor das mercadorias ou dos serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação
CONTRIBUINTE O estabelecimento que dá circulação à mercadoria ou o
prestador do serviço de transporte interestadual ou
intermunicipal e de comunicação.

c) I.P.V.A ( Imposto sobre a propriedade de veículos automotores ):

FATO GERADOR Propriedade sobre veículos automotores

- 58 -
BASE DE CÁLCULO Valor dos veículos automotores
CONTRIBUINTE O proprietário dos veículos automotores

4.3. Impostos de competência dos Municípios:

a) I.P.T.U. ( Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana ):

FATO GERADOR Propriedade, domínio útil ou a posse sobre imóvel


urbano por natureza ou acessão física localizado na zona
urbana
BASE DE CÁLCULO Valor venal da propriedade
CONTRIBUINTE O proprietário, o possuidor ou o enfiteuta

b) I.T.B.I. ( Imposto sobre a transmissão onerosa, inter vivos, de bens imóveis ou direitos a eles
relativos, exceto os direitos reais de garantia, bem como a cessão de direitos à sua aqusição );

FATO GERADOR Transmissão intervivos por ato oneroso de bens imóveis ou


direitos reais sobre imóveis ( exceto os de garantia ), bem
como cessão de direitos à sua aquisição
BASE DE CÁLCULO Valor dos bens ou direitos
CONTRIBUINTE Quaisquer das partes envolvidas

c) I.S.S. ( Imposto sobre serviços de qualquer natureza ):

FATO GERADOR Prestação dos serviços previstos na lista do Decreto-Lei


406/68, alterado pela Lei complementar n.º 116/03, desde
que não incluídos na competência do ICMS – 155,II CF
BASE DE CÁLCULO Valor dos serviços
CONTRIBUINTE O prestador de serviços

PARTE 3. AVALIAÇÃO

As avaliações serão realizadas na modalidade presencial, salvo se o acadêmico apresentar


atestado médico impossibilitando sua locomoção.
Primeira prova: na quinta-feira, dia 19 de Abril de 2018 – às 17h – na sala dos
professores do curso de Ciências Contábeis – UDESC.
Prova com pelo 8. Exercício enviado por e-mail com peso 2.
- 59 -
Fonte:
CASSONE, Vittorio. Direito tributário. 19.ed. São Paulo: Atlas, 2016.

COELHO, S. C. N. Curso de direito tributário brasileiro. 6.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

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