EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA 1º
VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE SÃO JOSÉ/SC
Autos de Processo nº 0000839-44.2018.5.12.0031
Reclamante: Rodrigo Ravelli Rabelli
Reclamada: Jv Juttel Terraplanagem e Locação de Equipamentos Eirelli - EPP
JV JUTTEL TERRAPLANAGEM E LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
EIRELLI - EPP, já devidamente qualificada nos autos de processo em epígrafe que lhe move RODRIGO RAVELLI RABELLI, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua procuradora que abaixo subscreve, em atenção ao despacho retro, MANIFESTAR-SE sobre o laudo pericial anexado (Id c6ef1bc), ante a fundamentação abaixo exposta.
Inicialmente, verifica-se que o objetivo elencado no laudo pericial foi
“avaliar as condições de trabalho do Reclamante”. No entanto, conforme esta advogada que abaixo subscreve enviou para o endereço eletrônico da Sra. Perita, bem como fez contato telefônico, na maior parte do tempo o Reclamante não permanecia na sede da empresa Reclamada. Na medida em que, na função de mecânico, o mesmo prestava “socorro” aos equipamentos que apresentassem falhas de mecânica. Assim sendo, como a Reclamada presta serviços para obras em diversas localidades, o Reclamante necessitava dirigir-se ao local em que o equipamento estava, para, então, poder realizar os reparos necessários. Todavia, mesmo com a explicação acima, a Sra. Perita preferiu dar continuidade à perícia na sede da empresa Reclamada. Nesse sentido, vislumbra-se que a perícia não pôde verificar a realidade fática vivenciada pelo Reclamante, malferindo o princípio da primazia da realidade. EPI – pág. 7: “Na análise da periculosidade, em caso de sua caracterização não existe neutralização com o uso de EPI´S EPC´S eficaz, sendo este o entendimento que prevalece na literatura técnica em segurança do trabalho”. Confirmar se a Kelly possui consciência disso.
De outro norte, no item 7.1. do laudo pericial, a perita relata que:
Ocorre que, a mesma não descreveu com detalhes tudo o que a
empresa explicou, em especial com relação à frequência, tendo em vista que, na ocasião da perícia, a Reclamada informou que o “abastecimento dependia da necessidade do equipamento, na medida em que vai utilizando, vai abastecendo, tem máquinas de locação diária também, depende do serviço, do cliente”. Ora, com a devida vênia, obviamente, os equipamentos não necessitam DIARIAMENTE de abastecimento, pois todos os funcionários dirigem-se até a obra e lá, no local de trabalho, os utilizam para os fins necessários. Portanto, seria ilógico o Reclamante ter que levar diariamente óleo diesel para os equipamentos! Tal afirmativa beira o absurdo, pois não há como conceber que todos os dias uma pessoa sai com seu veículo de trabalho e fica sem combustível, necessitando diariamente que alguém leve combustível! Por outro lado, a empresa Reclamada ainda comentou que possui algumas planilhas de controle de uso do combustível, porém, são apenas anotações, mas que se comprometeu em anexar aos autos quando encontrasse. Isso porque, com a tempestade que ocorreu nos dias XX, a Reclamada perdeu diversos arquivos digitais, tendo que contratar uma empresa para tentar recuperar, mas nem todos foram possíveis. Kelly conseguiu as planilhas? A Sra. perita concluiu o seguinte: Ocorre que o Reclamante não realizava o abastecimento DE FORMA HABITUAL E INTERMITENTE e a Sra. perita concluiu essa informação única e exclusivamente da “entrevista” que fez com o Reclamante (informação totalmente unilateral e parcial), não abrangendo as explicações da Reclamada sobre a frequência do abastecimento, conforme mencionado anteriormente. Por outro lado, é necessário frisar que o tanque de combustível na sede da empresa Reclamada fica totalmente isolado, com avisos e protegido ao seu redor e, somente pessoas autorizadas, dirigem-se ao local para abastecer o necessário. RAFAEL: O empregado apenas entrando na área para abastecer já faz jus ao adicional? Lembrando que no caso dele percebia insalubridade em grau máximo. SIM. Outro ponto a ser aventado, que também foi narrado pelo assistente técnico presente no dia da perícia e que também não foi contemplado no laudo pericial, é o disposto no item 16.6 da Norma Regulamentadora em comento. Verifica-se: As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade, exclusão para o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos.
Conforme se extrai do excerto acima colacionado EXCLUI-SE das
operações de transporte de inflamáveis aqueles em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis líquidos. Nesse ponto, novamente ressalva-se que no dia da perícia, a Reclamada foi categórica ao afirmar que “não são os dois ao mesmo tempo, pois ou ele abastecia o galão ou o tanque, de modo que não ultrapassava 200 (duzentos) litros”. Assim sendo, com a devida vênia, verifica-se uma incompatibilidade entre a conclusão da perícia e o que foi relatado e verificado no momento da mesma, de modo que é indubitável que o Reclamante não faz jus ao adicional de periculosidade, tendo em vista a ressalva prevista no item 16.6 da NR 16 acima mencionada. Frisa-se, portanto, que a Reclamada não concorda com a conclusão do laudo pericial e, tendo em vista todo o exposta nesta petição, com a devida vênia, REQUER a intimação da Sra. Perita para que esclareça os pontos controvertidos e profira novo laudo complementar.
OBS: Ele recebia adicional de insalubridade em grau máximo – verificar