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Resumo da terceira prova

PARASITOLOGIA
Macete para decorar os agentes etiológicos que podem causar ciclo de Loss:
NASA - Necator americanus, Ancylostoma duodenalis, Strongyloidis stercorlis e Ascaris lumbricoidis
Sendo os dois primeiros com ciclo de Loss não obrigatório.

ASCARIDÍASE
Agente etiológico
Ascaris luibricoidis
(chamado de lumbriga ou bicha)

CICLO (ENVOLVE OBRIGATORIAMENTE PULMAO)


Femea libera ovos - ovos vão para o solo - massa germinativa do ovo se transforma em L1, L2 e L3 [em L3 o
ovo é chamado OVO FERTIL COM CASCA] - ingestao dos ovos - rompimento dos ovos no intestino
delgado - L3 sai do ovo e vai para lumen, e depois para corrente sanguínea - pulmoes - L3 se transforma em
L4 e depois em L5 - Ciclo de Loss [L5 sobe pela arvore bronquica, faringe, e é expelida pela boca ou
ingerida pelo sistema digestivo] - de volta ao intestino delgado, L5 forma vermes adultos (alguns machos e
algumas femeas), localizados no jejuno-ileo - fecundaçao das femeas - formação de ovos

O CICLO DE LOSS GERA A SINDROME DE LÖEFFER - tosse ceca ou produtiva, febre, manifestacoes
alergicas semelhante a asma, broncopneumonia.

obs. Ovo fertil decorticado: nao possui a camada externa (camada mamelada), porém tambem é infectante.
Ovo infertil: gerado quando apenas femeas parasitam o hospedeiro.

TRANSMISSÃO
Veiculaçao dos ovos por artropodes, poeira, agua ou abaixo das unhas (ambiente propicio para formacao de
ovos ferteis com casca)

PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
- LARVAS
Infeccoes maciças geram migraçao e dano ao tecido hepático (hemorragia, fibrose e necrose). Pode haver
síndrome de loeffer.
- VERMES ADULTOS
So ocorre sintoma quando há muitos vermes adultos. Sintomas: obstruçao intestinal (geralmente em
crianças), subnutricao e deficit mental por acao espoliativa, ação toxica (antigenos ativando resposta
imunologica - urticaria, formacao de imunocomplexos, edema)
Obs. Os vermes, quando irritados por ação de medicamentos ou alimentos condimentados podem invadir
vesicula biliar (ictericia e formacao de calculo biliar), ducto pancreatico (pode causar pancreatite) ou
apendice cecal (pode causar apendicite)

DIAGNOSTICO
- Clinico: diagnostico dificil
- laboratorial: pesquisa de ovos (exame coproparasitologico)

Lembrar que os ovos sao muito pesados.


Metodos mais usados:
Metodo direto a fresco (90 % dos casos)
Hoffman (sedimentacao espontanea)
Kato-katz (quantitativo)

PROFILAXIA
Impedir contaminacao fecal de agua e alimentos
Tratamento de doentes
Saneamento básico
Protecao de alimentos contra insetos

TRATAMENTO
Albendazol
Ou
Mebendazol
Ou
Levamizol (eficacia menor)
Ou
Nitazoxamida (é o mais generico e menos eficiente)

ANCILOSTOMOSE (amarelão)
Palidez devido a anemia

Agente etiológico
Ancylostoma duodenalis
Necatur americanus (mais comum no Nordeste)
Ancylostoma ceylanicum (Nao tem no Brasil)
VERMES APRESENTAM FORMA DE MACHO E FEMEA

CICLO (ciclo de Loss nao obrigatorio)


CICLO POR PENETRAÇÃO (com ciclo de Loss)
Ovo leve; membrana fina e delicada. Dificil de ser encontrado em material fecal (pouca produção). No
interior do ovo, tem a massa germinativa. O ovo é liberado e eclode no solo, gerando a larva filarioide L1 -
L2 - L3 - Penetracao de L3 pela pele - atinge circulação - coração - pulmão - evoluem para L4 - Ciclo de
Loss (subida de L4 pela árvore brônquica, traqueia, boca e retorna pelo esofago, estomago e intestino. Pode
gerar síndrome de Loeffer) - No intestino, forma L5 e a forma adulta.

CICLO POR INGESTÃO (sem ciclo de Loss)


Como a larva filarioide L3 possui cuticula, a mesma possui resistencia ao acido estomacal e possibilita L3
ser infectante se ingerida.
Ingestão de L3 - intestino - evolui para L4 - L5 - forma adulta.

OBS. Nao ocorre autocontaminação interna de ancilostomose, já que L3 nao pode se formar no próprio
hospedeiro (o ovo obrigatoriamente eclode no solo).

Patogenia e sintomatologia
Lesao cutanea e infecção bacteriana secundária, no caso do ciclo por penetração;
Lesões pulmonares pelo ciclo de Loss (como o ciclo de Loss não é obrigatório, os sintomas da sindrome de
Loeffler são mais raros em Ancilostomose, em comparação a Estrongiloidíase e Ascaridíase)
Lesões intestinais e espoliação de nutrientes pelo verme na parede do intestino leva ao quadro clássico de
anemia ferropriva (pele amarelada), sonolencia, tontura e falta de ar.

Diagnostico
Exame coproparasitologico (pesquisa de ovos nas fezes) - fazer várias coletas.
Métodos: Faust e Willis (métodos que usam flutuação de ovos em solução fecal)

Epidemiologia
Fatores que aumentam a prevalencia: solo arenoso, umido e sombreado; temperatura elevada.

Tratamento
Tiabendazol
ou
Ivermectina
ou
Albendazol

LARVA MIGRANS CUTANEA


Outros nomes: bicho de pé, dermatite pruriginosa, bicho geográfico

Agente etiológico
Ancylostoma caninus
Ancylostoma brasiliensis

Esses agentes etiológicos tem como hospedeiro definitivo cães e gatos. Em humanos, não conseguem se
desenvolver (permanecem em forma de larva) e ficam migrando no tecido submucoso, gerando trajetos
inflamatórios.

Causa intenso prurido e pode estar associado a infecção bacteriana secundária

Tratamento: Tiabendazol ou ivermectina em pomada. Usa-se também gelo para matar a larva.

ESTRONGILOIDIASE
Maioria dos infectados não apresenta manifestações clínicas. Bastante prevalente.

Agente etiológico
Strongiloidis stercoralis

Formas evolutivas
Femea partenogenica: é triploide. Libera ovos de tres tipos:
Ovos triploides: originam larvas rabditoides triploides, que originam larva filarioide
Ovos diploides: originam larvas rabditoides diploides, que originam femea de vida livre
Ovos haploides: originam larvas rabditoides haploides, que originam macho de vida livre
obs. Os ovos possuem membrana fina e são leves.

CICLO (ciclo de Loss obrigatório)


Penetração da larva filarioide na pele ou mucosa - invasão da corrente sanguinea - pulmão - modificações da
larva - Ciclo de Loss (larva sobe pela arvore bronquica, traqueia, boca e volta pelo esofago, estomago e
intestino) - no intestino delgado, se transforma em femea paternogenica - liberação dos três tipos de ovo.

obs.
CICLO INDIRETO: larvas rabditoides diploides geram femea de vida livre. Larvas rabditoides haploides
geram macho de vida livre. O macho cruza com a fêmea, gerando um ovo triploide (formado e incubado no
solo), que eclode e origina a larva filarioide.
CICLO DIRETO: o ovo triploide (formado no hospedeiro e incubado no solo) é eliminado nas fezes pela
femea paternogenica e, no solo, forma larvas rabditoides triploides, que originam larvas filarioides triploides.

Fatores que levam a cronicidade da infecção (casos em que há sintomatologia)


- imunodeprimidos ou doenças auto imunes
- Uso de corticoides
- Constipação intestinal
- Individuos transplantados (pelo uso de imunosupressores)
- Alcoolistas cronicos (tambem reduz defesa imunologica)
- AIDS

A cronicidade ocorre quando eventualmente ocorre a auto infecção interna (eclosão do ovo triploide e
formação de larva filarioide dentro do próprio hospedeiro). O quadro evolui para a fase de hiperinfecção
(alta taxa de óbito; parasita se restringe a pulmao e intestino) e para a fase de disseminação (coracao, figado,
rinsm pancreas, pulmao e intestino).

AUTO INFECÇÃO EXTERNA: fezes na fralda de bebê - as larvas se desenvolvem na região perianal e
causam infecção. Não causa formas graves

SINTOMATOLOGIA
Lesoes cutaneas (edema, eritema, pápulas urticariformes, prurido) [nome da lesão: LARVA CURRENS]
Lesoes pulmonares (Síndrome de Loeffler)
Enterite catarral (celulas caliciformes produzindo bastante muco)
Enterite edematosa (edema submucoso gera desaparecimento do relevo da parede intestinal. Resulta em
sindrome da ma digestao. É reversível.)
Enterite ulcerosa (inflamação do tecido da mucosa intestinal, seguido por necrose e fibrose. Peristaltismo e
absorção sao reduzidos irreversivelmente)

OBS. São comuns casos de septicemia e meningite em decorrência da migração das larvas do solo para o
sistema circulatório.

Diagnostico
Sintomatologia é bastante genérica.
Geralmente o diagnostico é feito por métodos laboratoriais (Hoffman - é o mais comum por ser bastante
abrangente)
Epidemiologia
Fatores que aumentam chances de infecção:
- nao utilização de calçados
- Alimentos nao lavados
- Imunodepressão

Tratamento
Tiabendazol (atua contra forma paternogenica)
Cambendazol (atua contra forma paternogenica e larvas)
Albendazol
Ivermectina (usado em pacientes com AIDS)

FILARIOSE LINFÁTICA
Transmissão por mosquito vetor.

Agente etiológico
Wuchereria bancrofti
Habita preferencialmente vasos linfáticos e linfonodos da pelve, podendo ficar também na região das mamas
e braços.

Vetor
Culex quinquefaciatus (femea)
Hematóforas de hábito noturno; reprodução em água parada (limpa ou suja)

CICLO
Mosquito infectado deposita o parasito (larva L3) na superfície da pele do hospedeiro, o qual penetra pela
solução de continuidade (suor e fluidos que entram em contato com o orifício da picada) - larvas L3 vão para
a corrente linfática - formação de formas adultas (macho e fêmea, localizados nos vasos linfáticos), que
cruzam e geram as microfilárias (embriões revestidos por uma bainha flexível que permite o movimento.
Ficam nos capilares durante o dia e no sangue periférico durante a noite) - mosquito suga as microfilárias e
se infecta - no intestino do mosquito, microgilaria origina L1 - L2 - L3, que vai para o aparelho picador do
mosquito.

PATOGENIA
A presença do verme no sistema linfático provoca ações:
- Mecânicas [aumento da resistencia à passagem da linfa - dilatação dos vasos linfáticos (linfagiectasia) -
extravasamento de linfa (lonforragia). Consequencias: edema nos tecidos, ascite, hidrocele ou quilúria
(ocorre nas vias urinárias. Urina fica esbranquiçada)]
- Irritativas [linfagite (inflamação dos vasos linfáticos) e adenite (inflamação dos gânglios linfáticos)]

A presença de microfilárias nos capilares pulmonares provoca o aumento de IgE e do número de eosinófilos,
causando infiltração pulmonar, seguida de necrose e fibrose pulmonar.

ELEFANTÍASE: ocorre em pacientes com 8 a 10 anos de infecção. Dilatação recorrente dos vasos linfáticos
causa formação recorrente de edema nos tecidos. Resultado: hipertrofia do tecido conjuntivo.
SINTOMAS
Maior parte dos casos é assintomático (ainda assim, já se verificam danos aos vasos linfáticos e vasos do
sistema renal)
Manifestaçoes agudas frequentes:
- Linfagite (membros)
- Adenite (inguinais e axilares)
- Febre e mal estar

DIAGNÓSTICO
Considerar epidemiologia
Sintoma clássico: febre recorrente associada a adenolinfagite
Eosinofilia pulmonar tropical (numero elevado de eosinófilos e IgE com irritação, necrose e fibrose
pulmonar)

Confirmação: pesquisa do parasito no sangue (gota espessa. Precisa ser coletado das 22h as 24h). Na fase
crônica, diminui a quantidade de microfilárias no sangue, então deve-se executar o método de concentração.

Exames complementares: ELISA (pesquisa de antígenos ou anticorpos), imunocromatografia (fitinha com


anticorpos que muda de cor na presença de antígenos). Nos casos mais avançados, pode fazer USG
(visualiza-se os vermes adultos nos vasos e gânglios linfáticos) ou Linfocintigrafia (nao é diagnostico;
utilizado apenas para acompanhar o nível de lesão dos vasos linfáticos).

Epidemiologia
Fatores que contribuem para alta prevalência
- temperatura e umidade elevadas
- Residência de pessoas em área endêmica
- Alta taxa de infectividade dos mosquitos vetores

TRATAMENTO
Usar associação de:
- Dietilcabamazina (atua em microfilarias e, relativamente, em vermes adultos)
- Ivermectina (nao atua sobre vermes adultos)

No caso de coinfecção com outros helmintos intestinais, usar


ALBENDAZOL + DIETILCABAMAZINA

TRICURÍASE
Frequente coinfecção com Ascaris luibricoidis
Importante lembrar que nao há ciclo de loss.

Agente:
Trichuris trichiura
Porçao anterior fica mergulhada na mucosa e submucosa intestinal; proção posterior fica no lumen do
intestino.
Apresentam dimorfismo sexual (macho é maior; ambos tem aspecto de chicote)
Ciclo
Ingestão dos ovos - eclosão da larva no duodeno - migração das larvas para o ceco - penetração na mucosa
do ceco, onde sofrem diversas mudas até se tornarem o verme adulto - alguns se exteriorizam e ficam no
lumen do intestino, para facilitar o cruzamento - eliminação dos ovos pelas fezes - desenvolvimento do ovo
no solo.

Obs. Ovos pesados e de alta resistência (três membranas). Cada fêmea libera cerca de 7000 ovos por dia
(dado importante para diagnóstico)

Gravidade da tricuríase e sintomatologia


Leve: Assintomático. Vermes ficam apenas no ceco. Quando há inflamações, são localizadas. [Paciente ibera
até 1000 ovos por grama de fezes.]
Moderada: Dor de cabeça, dor epigástrica, diarreia leve. Ulceração da mucosa do intestino, com edema e
sangramento. Aumento do peristaltismo pela alteração nas terminações nervosas. O verme já se distribui por
todo o intestino grosso.[Paciente ibera de 1000 a 9999 ovos por grama de fezes.]
Intensa: Síndrome disentérica crônica (diarreia com muco e sangue, dor abdominal com tenesmo), anemia,
desnutrição grave e prolapso retal. [Paciente ibera mais de 10000 ovos por grama de fezes.]

Diagnóstico
- Clínico - sinal sugestivo de tricomaníase: prolapso retal
- Laboratorial - Pesquisa de ovos nas fezes (técnicas utilizadas: Hoffman ou Lutz, que são de sedimentação
espontânea, já que os ovos são pesados. Para quantificação, usa-se o método de Kato-katz)

Epidemiologia
35 a 39 % da população é infectada.
Ovos bastante resistentes aumenta a prevalência. (disseminação de ovos por chuva, insetos e vento)

Profilaxia
Lavar alimentos
Saneamento basico
Proteçao de alimentos
Tratamento de pessoas parasitadas

Tratamento
Mebendazol
Ou
Albendazol
Ou
Pamoato de pirantel

ENTEROBIOSE (oxiuríase)

Agente etiológico
Enterobius vermicularis (também chamado de Oxyuris vermicularis)
Dimorfismo sexual (femea é maior. Ela que vai para a região perianal)
Ovo leve, claro, apenas duas camadas. Ovo característico por ser em formato de “D”.
CICLO
Ingestão de ovos (pode ser por inalação, quando se sacode o lençol) - intestino delgado - eclosão da larva -
migração para região cecal - ocorrem várias mudas, resultando em machos e femeas - cruzamento - femeas
ficam com ovos no interior - femea vai para região perianal, onde libera os ovos, e o macho sai nas fezes - os
ovos, muito leves, são dissipados pelo vento, ou podem ficar retidos abaixo da unha no ato de coçar a região
perianal - ovos amadurecem no meio externo.

OBS. Os machos são observados nas fezes a olho nu.

Transmissão
Direta (heteroinfecção): hospedeiro libera ovos - cantaminação de alimentos - outra pessoa ingere
alimentos. (Transmissão direta também pode ocorrer por inalação)
Indireta: hospedeiro libera ovos, contamina alimentos e o próprio hospedeiro consome o alimento.
Auto infecção externa ou direta: o hospedeiro se contamina com os ovos retidos abaixo da unha do próprio
hospedeiro.
Auto infecção interna: Larvas eclodem no reto e retornam para o ceco.
Retroinfecção: A fêmea libera os ovos na região perianal e volta para o ceco.

Diagnóstico
Clínico: prurido na região perianal
Laboratorial: pesquisa de ovos perianal (metodo de Graham, que utiliza uma fita adesiva para coleta dos
ovos)

Epidemiologia
Não provoca quadros graves nem óbitos
Normalmente, afeta mais de um membro da família devido à fácil transmissão

Profilaxia
Nao sacudir lencois
Não dividir camas
Manter unhas cortadas

Tratamento
Albendazol
ou
Mamoato de pirantel
Ou
Ivermectina

INFECÇÕES E INTOXICAÇÕES ALIMENTARES


Variáveis que influem na intensidade dos sintomas: idade, quantidade de alimento ingerida, sensibilidade
individual e estado nutricional.

Nas doenças de origem alimentar, são afetados, no trato gastrointestinal, sistema nervoso e circulatório,
podendo atingir o fígado.
Mecanismos de defesa:
- Imunidade inata
- Acidez estomacal
- Microbiota intestinal
- Muco intestinal
- Motilidade intestinal
- Fagocitose (macrófagos, neutrófilos e eosinófilos)

- Imunidade adquirida
- Anticorpos são responsáveis por neutralizar toxinas e tem também efeito bactericida.
- Linfócitos T: destruição de organismos invasores (se o organismo for intracelular, atuarão os linfócitos
TH1; em helmintos, atuarão células TH2; em bactérias e fungos extracelulares, atuarão células TH17)

INTOXICAÇÕES ALIMENTARES INFECÇÕES ALIMENTARES

Clostridium botulinum Salmonella

Staphylococcus aureus Shigella

Bacillus cereus E. coli

Fungos produtores de micotoxinas Yersinia enterocolitica

Vibrio cholerae

obs. Nas infecções alimentares, o microrganismo coloniza a mucosa intestinal. A partir disso, pode produzir
toxinas ou penetrar na corrente sanguínea, dependendo da espécie.

Botulismo
Agente: Clostridium botulinum
São bacilos Gram + (a maioria dos bacilos são Gram -)
Anaeróbio
Móveis
Produzem toxinas (toxina botulínica - proteína neurotóxica)
Apresentam esporos

PATOGENIA
É uma intoxicação alimentar;
Em alimentos enlatados, embalados a vácuo e defumados não cozidos favorecem o desenvolvimento de
esporos do Clostridium botulinum, que cresce anaerobicamente e produz a toxina botulínica.
Mecanismo de ação da toxina botulínica: bloqueia a liberação de acetilcolina nas sinapses, gerando
PARALISIA FLÁCIDA

FORMAS DE BOTULISMO
1) Botulismo clássico: ocorre por ingestão de neurotoxinas
2) Botulismo de lesões: Deposição de toxina botulínica em lesões (ex. Pé diabético de agricultor que anda
descalço na terra. A toxina botulínica pode entrar em contato com a ferida do pé)
3) Botulismo infantil: Ingestão dos esporos de Clostridium botulinum. Os esporos se desenvolvem no
intestino e produzem a toxina botulínica.

SOBRE O BOTULISMO CLÁSSICO


12 a 36 horas de incubação
Nesse período, há náuseas, vômito e diarreia.

Após 36 horas de infecção, surgem os sintomas neurológicos: fadiga muscular, queda de pálpebra,
dificuldade na deglutição, falha nos músculos respiratórios. Morte em 3-5 dias.

Diagnóstico laboratorial: teste de hemaglutinação para a toxina no soro do paciente. (Pode fazer também a
cultura do alimento consumido, mas não é muito utilizado devido à dificuldade de encontrar o alimento, e à
demora para a cultura crescer).

Tratamento: Soroterapia anti-toxina trivalente (A, B, E) intravenosa + lavagens do trato gastrointetinal e


restabelecimento da função respiratória.

MEDIDAS DE CONTROLE: utilização de conservantes como nitrito ou nitrato, tratemento térmico elevado
de alimentos (pelo menos 80 ºC por 30 minutos), utilização de microbiota competitiva (ex. Microrganismos
fermentativos, que produzem ácido lático e inviabilizam o desenvolvimento dos esporos).

SALMONELOSES
INFECÇÃO transmitida por água e alimentos causada por salmonelas.

AGENTE ETIOLÓGICO: Gênero Salmonella


Bacilos Gram -
Não produzem esporos
Anaeróbios facultativos
Móveis
Produzem H2S (cheiro intenso de ovo podre)

Obs. O gênero Salmonella possui os seguintes antígenos de superfície:


- antígenos somáticos (O) - São lipopolissacarídeos [LPS]
- Antígenos flagelares (H)
- Antígenos capsulares (Vi)

Espécies patogênicas para seres humanos:


- Salmonella typhi
- Salmonella cholereasuis
- Salmonella paratiphy A
- Salmonella paratiphy B
- Salmonella typhimurium

FEBRE TIFOIDE
(Salmonella typhi)
Fezes humanas contaminam água e alimentos - no intestino, o agente atravessa células epiteliais e a lâmina
própria, atingindo os vasos linfáticos - macrófagos fagocitam a bactéria, porém ela consegue atingir corrente
sanguínea, fígado, baço, vesícula biliar - gera infecção sistêmica

Sintomas: febre alta, diarreia e vômito

Lesões: necrose de tecido linfoide, hepatite, inflamação de vesícula biliar e pulmões.

FEBRES ENTÉRICAS
(S. Paratiphy A, S. paratiphy B)

Caracterizadas por febre, diarreia, vômito. Pode ocorrer septicemia (multiplicação da bactéria na corrente
sanguínea)

ENTEROCOLITES (= SALMONELOSE)
(S. typhimurium)

Após 8 a 48 horas de ingestão do alimento contaminado, ocorrem náuseas, cefaleia e diarreia profusa -
consequencia: a lesão inflamatória intensa provoca a liberação de prostaglandinas, aumentando a quantidade
de água e eletrólitos nas fezes (resulta em diarreia aquosa).

DIAGNOSTICO LABORATORIAL COMUM A ESSAS DOENÇAS


Análise de material clínico: fezes na enterocolite, sangue na septicemia e líquor na meningite.

Métodos bacteriológicos: Agar verde brilhante, Agar SS, Agar McConkey (esses três são meios seletivos
para bactérias do gênero Salmonella.)

Métodos sorológicos: anti-soros para identificar sorotipos de importância clínica.

TRATAMENTO
Primeiramente, deve-se solicitar o antibiograma. Antes de sair o resultado, deve-se iniciar com antibiótico.

Antibióticos utilizados:
- Clorafenicol
- Ampicilina
- Sulfametoxisazol
- Trimetropim
- Cefalosporina

Epidemiologia
Fontes de infecção: água, leite, frutos do mar, ovos, carne e animais domésticos.
Medidas de controle: cozimento adequado dos alimentos e conservação adequada; proteção dos alimentos do
contato com moscas; análise periódica de fezes de profissionais manipuladores de alimentos e inspeção
periódica de estabelecimentos que processam alimentos; boas práticas de higiene.
VIROLOGIA
Virus possui ácido nucleico (DNA ou RNA) + invólucro proteico. Tudo isso é envolvido pela cápsula.
Vírion refere-se a unidade infecciosa inteira (vírus + cápsula).

Crescimento de vírus em seres vivos pode provocar doenças virais e oncogênese.

Vias comuns de transmissão de viroses:


- Aerossóis
- Ingestão
- Via ocular
- Através da pele
- Contato sexual
- Transfusão de sangue contaminado
- Via oral-fecal

obs. Pode haver transmissão com um intermediário animal (ex. Raiva) ou artrópode (ex. mosquitos).
obs2. Os virus podem se disseminar pelas vias linfática, sanguínea e neural (o tempo de incubação médio é
de 3 a 10 dias, com exceção dos virus que seguem pela via neural, que são da família Lentiviridae, e tem
tempo de incubação que varia de 20 dias até anos)

Características que permitem identificar células infectadas por vírus:


- células com sinais de lise ou necrose celular
- Formação de corpúsculos de inclusão (pontos mais densos, onde se desenvolvem os vírions)
- Lesão cromossômica

Função das proteínas virais:


- facilitar transferência do acido nucleico viral para a célula
- Proteção do genoma contra nucleases da célula hospedeira

Enzimas presentes no vírus: RNA-polimerase e transcriptase reversa

Ciclo de replicação viral:


1) fixação, penetração e desnudamento
2) Inserção de material genético no genoma do hospedeiro
3) Expressão de genoma e síntese dos componentes virais
4) Morfogênese (revestimento do material viral produzido pela cápsula) e liberação
5) Morte celular

Classificação das infecções virais quanto à manifestação de sintomas:


- infecções inaparentes (o vírus efetua continuamente o ciclo reprodutivo, porem sem desencadear
sintomas)
- Infecções persistentes
- Infecções latentes (como o ciclo reprodutivo viral é interrompido, esse tipo de infecção não é infecciosa)
- Infecções tumorigênicas
Os virus tem a capacidade de evasão dos mecanismos de defesa inatos e adquiridos; ainda assim esses
mecanismos causam lesão aos tecidos.

COMPONENTES ANTIVIRAIS DA IMUNIDADE INATA


- Interferon alfa e gama
- Células NK

COMPONENTES ANTIVIRAIS DA IMUNIDADE ADQUIRIDA


- Anticorpos IgA
- Linfócitos T CD8 (citotóxicos)

A atuação desses componentes (inatos e adquiridos) geram lesão tecidual, que pode levar a hepatite -
formação exagerada de complexos antigeno/anticorpo - vasculite sistêmica (o acúmulo dos complexos nos
vasos desencadeia reação inflamatória no endotélio)

MECANISMOS VIRAIS PARA EVASÃO DO SISTEMA IMUNE


- Variação antigênica (influenza, HIV)
- Infecção de células imunocompetentes (HIV)
- Inibição do processamento de antígenos (herpes simples)

MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
- Cultura de virus em células vivas
- Microscopia eletrônica de partículas virais
- Estudo de proteínas virais (eletroforese, hemaglutinação, radioimunoensaio)

obs. Lembrar que, uma vez infectado, o mosquito vetor passa o vírus para suas gerações seguintes.

TIPOS DE VACINAS
- Inativadas: estimulam produção de IgG e IgM APENAS. Vacinas inativadas podem ser polivalentes. Ex.
Vacina de raiva e influenza. São necessárias várias doses, já que precisa-se de bastante antígeno inativado
para obter a resposta de produção de anticorpos.
- Atenuadas: estimulam produção de IgG, IgM e IgA. Não podem ser usadas em pacientes
imunodeprimidos. Dose vacinal única, já que a ativação do sistema imune é bastante eficiente. Ex. Febre
amarela, sarampo, rubeola, poliomielite, caxumba.

QUIMIOTERAPIA ANTIVIRAL
- Inibição da penetração (AMANTADINA)
- Inibição da tradução (RIBAVIRINA/METISAZONA)
- Inibição da replicação (IDOXURIDINA / ACICLOVIR / AZIDOTIMIDINA)

RUBÉOLA
É uma virose que gera lesões na pele e mucosas
Rubivírus (família Togaviridae)

RUBÉOLA PÓS-NATAL
Infecção por vias respiratórias - disseminaçao no sangue - lesões cutâneas
Sintomas: febre alta, cefaléia, linfoadenopatia, lesões exantematosas

RUBÉOLA CONGÊNITA
Infecção transplacentária. No primeiro trimestre da gravidez, pode gerar malformações e aborto. (É
IMPORTANTE VACINAR A MÃE ANTES DE ENGRAVIDAR)
Sintomas da Síndrome da rubéola congênita:
- Catarata
- Defeitos cardíacos
- Surdez
- Deficiência mental
- Glaucoma
- Defeitos dentários

HERPES SIMPLES
Familia: herpesviridae; Genero: simplexvirus
Virus mais comuns: HSV-1 e HSV-2
Transmissão via mucosa da nasofaringe, dos orgaos genitais ou pele lesada. Segue pela via gematogênica ou
neurogênica
Tanto o HSV 1 como o HSV-2 podem causar lesões cutâneas, cegueira corneal, encefalite, vulvovaginite
herpética e herpes neonatal.
Após fase aguda, o vírus fica latente.

ENTERITE VIRAL POR ROTAVÍRUS

ROTAVÍRUS: vírus de DNA encapsulado

Os rotavirus invadem a mucosa do intestino e destroem células epiteliais - diminuição da absorcáo de água e
sódio, gerando diarreia.

profilaxia: diminuir exposição a resíduos sanitários e insetos; bons hábitos de higiene; cozimento adequado
dos alimentos; consumo de água potável

HEPATITE A
Transmissão oral-fecal. Frequente em crianças e adolescentes.

HEPATITE B
Transmissão via transfusão de sangue, sexual, hemodiálise, transplacentária

Evolução clinica:
1) hepatite cronica persistente benigna (autolimitada)
2) Hepatite crônica ativa (conduz à cirrose e carcinoma hepatocelular)

Tratamento: Ribavirina e Vidarabina


Profilaxia:
- vacinação (vacina produzida via tecnologia de DNA recombinante)
- Identificação e Tratamento de indivíduos infectados

HEPATITE C
Transmissão parentérica

HEPATITE E
Transmissão fecal-oral (contaminação da água)
É comum haver surtos após chuva forte e inundações.
O vírus se replica no fígado, segue para a vesícula biliar, ducto cístico, intestino. No intestino, as proteases
degradam as proteínas do vírus. Por isso, na Hepatite E, o potencial de contaminação é menor, quando
comparado às outras hepatites.
É frequentemente benigna; atinge bastante as mulheres gravidas.

HEPATITE PELO AGENTE DELTA


Normalmente ocorre na forma de coinfecção com a Hepatite B.
Os casos de hepatite fulminante sao muito frequentes. (alta mortalidade)

SÍNDROME DA IMUNODEFICIENCIA ADQUIRIDA


Aspectos clínicos: perda de peso, imunosupressão (infecções oportunistas) e degradação do SNC.

O HIV é caracterizado como lentivirus (pode demorar anos para gerar os sintomas) e retrovírus (material
genético: duas fitas de RNA; possui cápsula).

Existe HIV-1 e HIV-2

Sequências gênicas importantes:


- Genoma LTRS: sequência de proteção
- Genes “gag”e “env”: genes regulatórios

CICLO DE VIDA DO HIV


Transmissao via sangue, semen e fluidos corporais, por meio de contato sexual ou picada de agulha infectada
- virion HIV se liga aos linfócitos T CD4 (ligação via complexo GP41/GP120) - Integração do vírus na
célula - incorporação de material genético viral no genoma da célula hospedeira - síntese do DNA viral,
utilizando transcriptase reversa - o Linfócito T é ativado por citocinas, e então passa a transcrever material
genético do HIV, que é encapsulado e liberado da célula.

obs. A transmissão também pode ser via amamentação, ou no parto (não ocorre contaminação
transplacentária).

FASES DA INFECÇÃO POR HIV


PRIMEIRA FASE
- Infecção aguda leva a disseminação da infecção, com ativação das respostas humorais e celulares devido a
presença de antígenos virais. Esse processo gera sintomas de gripe.

SEGUNDA FASE
- O vírus atinge os linfonodos e o baço, onde se multiplica. Há um período de latência clínica, em que a
quantidade de vírus é baixa. Nos tecidos linfoides, ocorre progressivamente a destruição de linfócitos T
CD4. A doença segue curso crônico com presença de citocinas devido à presença de infecções
oportunistas, o que intensifica a destruição do tecido linfoide.

DIAGNÓSTICO
ELISA
Western blotting
Detecção de vírus via PCR
O paciente é diagnosticado com AIDS quando possui o vírus HIV + contagem de linfócitos T menor que 200
células/mm3

TRATAMENTO
Azidodesoxitimidina (AZT)
São utilizados os coqueteis em pacientes com AIDS (com ou sem sintomas; com contagem de linfócitos T
menor que 200 células/mm3)

PATOLOGIA
Distúrbios hemodinâmicos são alterações da perfusão sanguínea, que resulta no dano a tecido ou órgão.

ISQUEMIA
É a redução ou parada de suprimento sanguíneo para tecido/orgao.
Sua intensidade é diretamente proporcional ao grau de obstrução vascular

Causas de isquemia
- Diminuição da pressão entre arterias e veias. Pode ocorrer por:
- Diminuição da pressão arterial (leva a isquemia sistêmica; ocorre comumente em choque). Ocorre
normalmente na flexura esplênica do colo (região entre veia mesentérica superior e inferior) e
hemisfério cerebral.
- Aumento da pressão venosa (causa isquemia localizada, pois afeta apenas os capilares ligados à veia
com alta pressão)

- Obstrução da luz do vaso


As obstruções podem ser anatômicas (compressão de vasos por tumores ou cistos; espessamento da parede
arterial [ex. arteriosclerose] e bloqueio intraluminal [causado por trombos ou êmbolos])

- Espasmo vascular
Disfunção/lesão do endotélio pode inibir produção de óxido nítrico (NO) [que atua na vasodilatação] e
substâncias anti agregadoras plaquetárias (prostaciclina I2).
Esse fenômeno é crônico em pacientes com hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagistas e em
hipercolesterolemia, e transitório em bacteremias, endotoxemias e sepse.

- Aumento da viscosidade do sangue


Tende a reduzir o fluxo e, consequentemente, o suprimento de O2 para os tecidos.

obs. Ao aumentar a temperatura corporal (ex. febre), diminui-se a tolerância à redução de fluxo sanguíneo,
favorecendo quadros de isquemia. Isso justifica a técnica de hipotermia profunda em cirurgias.

Tipos de isquemia

obs. Redução de fluxo sanguíneo obriga a célula a trocar metabolismo aeróbico por anaeróbico. Isso gera
aumento na excreção de fosfato e adenosina pela célula. Essas moléculas são irritantes aos terminais
nervosos (daí surge a angina, que é a dor devido à isquemia. Pode ocorrer em todo o corpo, mas comumente
é associada ao coração).

obs2. 70% de obstrução de uma artéria provocará isquemia, mesmo em repouso. 40-50% de obstrução de
uma artéria provocará isquemia em atividade física (lembrar que a obstrução compromete a vasodilatação
arterial).

- Isquemia relativa temporária


Quando a isquemia ocorre associada a uma obstrução parcial e o aumento de atividade metabólica (fortes
emoções ou atividade física).
Ex. Isquemia miocárdica (angina estável) - quando a isquemia ocorre em paciente com arteriosclerose e,
associado a isso, é provocado um esforço físico ou forte emoção. Há dificuldade na distribuição, a
quantidade de energia produzida pelas células cai, mas não há lesão celular a princípio. Se o quadro se
prolongar, há morte de alguns cardiomiócitos, porém não altera a função do coração. Se a obstrução for
retirada, a isquemia desaparece.

- Isquemia subtotal temporária


Ocorre no cérebro
Obstrução vascular reduz fluxo sanguíneo para os neurônios; quantidade de energia produzida é suficiente
apenas para as células se manterem vivas, mas não exercem atividade fisiológica.
Caracterizada por uma região mais escura, área protegida de apoptose, devido a produção de proteínas de
choque térmico.
Se a reperfusão for feita dentro de duas horas, os neurônios compreendidos pela área escurecida
sobreviverão.
Essa isquemia é chamada de subtotal porque a obstrução é grande.

- isquemia absoluta temporária


Ocorre em parada cardíaca com ressucitação bem sucedida. Os órgãos param suas atividades fisiológicas
para destinar toda a energia para a manutenção das células vivas. Também ocorre no órgão para transplante,
o qual resiste algumas horas fora do corpo antes de se tornar inviável.

- Isquemia persistente
Pode ser provocada por êmbolo, coágulo ou arterosclerose. O bloqueio de sangue pode ser total ou parcial.
Se o bloqueio for de pequena intensidade, causa degeneração e hipotrofia. Se for de grande intensidade e
muito prolongado, causa necrose (ex. Infarto do miocárdio).

obs.
Embolo: qualquer partícula móvel insolúvel presente na corrente sanguínea
Trombo: partícula insolúvel formada pelo processo de coagulação. Pode estar móvel, preso à parede do vaso
ou dentro do coração.
Coágulo: massa formada fora dos vasos ou coração. Só se pode dizer que o coágulo está dentro da circulação
se o indivíduo estiver morto.

EDEMA
Extravasamento de líquido para fora do vaso. O líquido pode se acumular no interstício ou nas cavidades. O
edema reduz o fluxo sanguíneo da região. 20 % do nosso peso é referente a líquido no meio extravascular.

TIPOS DE EDEMA
- Inflamatório/exsudativo: O líquido é turvo e possui células inflamatórias vivas e mortas, globulinas,
fibrinas e bastante proteína em geral. É relacionado com inflamação, que favorece o aumento da
permeabilidade das paredes dos vasos, devido à ação dos mediadores inflamatórios.
- Não inflamatório/transudato: É transparente e tem poucas proteínas (basicamente albumina). Causado pelo
aumento do fluxo local. A permeabilidade vascular permanece íntegra, não deixando passar células nem
macromoléculas.

REGULAÇÃO DA QUANTIDADE DE LÍQUIDO EXTRAVASCULAR


Sensores:
- Receptores intraluminais
- Receptores de volume
- Concentração de Na+ nos rins.

Formas de regular:
- Liberação de fator natriurético arterial (aumenta eliminação de água e sódio) e renina (vasoconstrição
sistêmica)
- Controle do sistema nervoso sobre ingestão de água e eliminação de água pelos rins.

Mecanismos da formação de edemas:


- Aumento da pressão hidrostática intravascular (ex. Paciente com ICC: redução de DC, que diminui a
pressão do sangue que chega pela artéria renal. O sistema renina-angiotensinogênio-angiotensina é
estimulado, o que causa vasoconstrição e consequente aumento da pressão hidrostática no interior dos
vasos. Como resultado, ocorre a saída de líquido dos vasos.

- Redução da pressão osmótica do plasma (ex. Doença hepática, gástrica ou renal que diminui a produção
de proteínas plasmáticas, principalmente albumina => ocorre a saída do líquido dos vasos para o espaço
intersticial por osmose devido à baixa pressão coloidosmótica do plasma. Com a redução do volume
sanguíneo, reduz-se a pressão do sangue que chega ao rim, ativando o sistema renina-angiotensinogênio-
angiotensina, que promove vasoconstrição e retenção de sódio e água. O volume e a pressão hidrostática
do sangue aumentam, e favorecem a formação de edema.

- Outros mecanismos de formação de edema: aumento da pressão osmótica intersticial / permeabilidade


vascular (também levam à ativação de SRAA); obstrução da drenagem linfática também favorece a
formação de edema.

TIPOS DE EDEMA
- Generalizado: Retenção de líquido em todo o corpo, geralmente no tecido subcutâneo. Em pessoas não
acamadas, há maior retenção nos pés, tornozelos e pernas. Em acamados, há maior retenção na região
sacral e face.
Ex. Cirrose hepática: queda na produção de proteínas séricas leva à diminuição da pressão hidrostática, que
ativa o sistema renina-angiotensinogênio-angiotensina, promovendo vasoconstrição e retenção de sódio e
água. Nesse ponto, o aumento da pressão hidrostática favorece a formação de edema generalizado.
Ex2. Pré-eclâmpsia: disfunção endotelial generalizada devido à queda na produção de vasodilatadores (NO)
e aumento na produção de vasoconstrictores (tromboxano e endotelina). Forma edema, porém o efeito mais
perigoso é o aumento da PA.

- Localizado: Normanlente antecede o edema generalizadp. Ex. Obstrução da VCI, ICC, insuficiência
valvar venosa e edema pulmonar.

obs. Linfedema ocorre devido a obstrução de vasos linfáticos; Mixedema é caracterizado pela formação de
bolsas nas pálpebras.

HIPEREMIA

É o aumento da quantidade de sangue em um órgão ou parte dele devido a falha na drenagem ou pelo
aumento do fluxo sanguíneo.

HIPEREMIA ATIVA AGUDA


Leva ao acúmulo de sangue arterial. É gerada pela vasodilatação de arteríolas e vênulas, apresentando
também maior permeabilidade capilar. O aumento do fluxo gera a abertura de capilares inativos.
Está relacionada a processos fisiológicos, como observado na musculatura esquelética em atividade física, na
face em momentos de grande emoção, na mucosa gastrointestinal durante a digestão. Outro processo também
fisiológico é a hiperemia que ocorre em episódios de febre, pois é um mecanismo que atua como tentativa de
dissipação de calor do sangue na superfície da pele.

HIPEREMIA PASSIVA
É chamada de hiperemia venosa ou congestão. Ocorre por dificuldade de drenagem, com distensão das veias
distais, vênulas e capilares. característica: mancha vermelho-azulada, devido à presença de grande
quantidade de Hb não oxigenada.

- Aguda: Capilares ficam dilatados e o órgão aumenta de tamanho.


- Crônica: Observa-se micro-hemorragias e, consequentemente, hipotrofia do órgão.

- Localizada: Causada pela obstrução de alguma veia (trombo, torção ou compressão)


- Sistêmica: Redução da drenagem venosa que ocorre devido a IC

obs. Principais tipos de hiperemia passiva

- Pulmonar (ocorre devido a ICC esquerda): aumento da quantidade do sangue nos pulmões, que gera
dilatação dos capilares alveolares. Os septos ficam alargados e, caso o quadro seja persistente, ocorre
fibrose e passagem de sangue para os alvéolos. Os macrófagos alveolares fagocitam o sangue, gerando as
células da insuficiência cardíaca.

- Hepática (ocorre devido a ICC direita, ou obstrução das veias hepáticas ou VCI): pode ser aguda ou
crônica.
Na aguda: leve aumento do fígado, cor azul-avermelhada. Aa. e Vv. Centrolobulares e
sinusóides estão sob pressão.
Na crônica: hipotrofia do fígado; pequenas hemorragias, necrose e fibrose das Aa. e Vv.
Centrolobulares e sinusóides; É mais grave pois pode levar a Insuficiência Hepática.
- Esplênica (ocorre devido a ICC direita): tambem pode ser aguda ou crônica.
Na aguda: baço azul-avermelhado, com aumento, e repleto de sangue
Na crônica: Baço muito aumentado e endurecido devido a fibrose. Só ocorre associado a
hipertensão portal.

CHOQUE

Falência circulatoria associada a baixa perfusão.

Sintomas comuns aos choques (exceto choque séptico)


- pele fria, pálida
- Colapso de veias superficiais
- Insuficiência renal e respiratória
- Hipotensão
- Distúrbios de consciencia

obs. O a sepse inicia com vermelhidão e febre. Só depois, quando se instala o choque séptico, pode-se
observar hipotensão, colabamento das veias superficiais e insuficiência respiratória e renal.

TIPOS DE CHOQUE
- Cardiogênico: Ocorre devido a algum problema no coração que diminua o débito cardíaco (ex. Lesões no
miocárdio, arritmias, embolia pulmonar). Consequencias: congestão pulmonar, hipoperfusão sistêmica e
do músculo cardíaco.

- Hipovolêmico: Perda acentuada de sangue, que gera a redução do débito cardíaco. Possui sintomas iguais
ao choque cardiogênico.

- Séptico: É o mais grave. Inicia com infecção localizada, geralmente por bactéria gram negativa. A
inflamação se dissemina e gera a síndrome da resposta inflamatória sistêmica. Os PUMPS levam a
ativação de moléculas sinalizadoras, gerando inflamação sistêmica com alta produção de NO, que é
vasodilatador. Dessa forma, a perfusão de capilares periféricos é extremamente reduzida, podendo causar
falência de órgãos.

- Anafilático: IgE, presente na membrana de mastócitos e basófilos, quando se ligam ao antígeno, permitem
a liberação de aminas vasoativas por essas células, como a histamina. É uma reação de hipersensibilidade
tipo I. A vasodilatação exagerada gera queda de PA, redução de retorno venoso e diminuição do débito
cardíaco. Dessa forma, os sintomas principais são iguais aos do choque cardiogênico.

- Neurogênico: trauma raquimedular ou excesso de medicamentos que bloqueiam gânglios nervosos, como
nos acidentes anestésicos, podem gerar perda do tônus vascular. Isso gera vasodilatação sistêmica, com
consequente redução de retorno venoso e diminuição do débito cardíaco.

FASES DOS CHOQUES


- Não progressiva: Caracterizada pela ativação de mecanismos de compensação que tentam manter a
perfusão dos órgãos. Os mecanismos principais são o sistema renina-angiotensinogênio-angiotensina e
barorreceptores. Como consequência, o paciente fica com taquicardia, vasoconstrição e conservação renal
de líquido. É REVERSÍVEL.
- Progressiva: Caracterizada por hipoperfusão tecidual e acidose metabólica devido a hipóxia. O
metabolismo anaeróbio também causa dor devido a liberação de fosfato e adenina, que ativam
terminações nervosas livres. A baixa do pH diminui também a resposta vasomotora: arteríolas se dilatam e
acumulam sangue, gerando coagulação apenas nos pequenos vasos. AINDA É REVERSÍVEL.
- Irreversível: coagulação disseminada nos grandes vasos; alto grau de lesão nos tecidos (células começam a
liberar as enzimas lizossomais); necrose aguda dos rins; morte.

ANOTAÇÕES DA LISTA DE EXERCÍCIOS

- Com a destruição dos glóbulos vermelhos no sangue, é liberada a bilirrubina indireta (ou não conjugada).
A albumina carrega a bilirrubina não conjugada até o fígado, onde ocorre a conjugação (forma a
bilirrubina direta). Esse processo ocorre pela atuação de várias enzimas, dentre elas, a Bilirrubina-UDP-
glicuronil transferase I, e consiste na adição de ácido glicurônico na bilirrubina indireta.

obs. Anemia hemolítica pode aumentar a concentração de bilirrubina indireta no sangue. Lesões hepáticas ou
obstrução biliar pode aumentar a concentração de bilirrubina direta no sangue.

- Síndrome de Gilbert: atividade reduzida da Bilirrubina-UDP-glicuronil transferase I.


- Ânions orgânicos atuam no transporte da bilirrubina indireta da albumina sérica para dentro dos
hepatócitos. Na síndrome de Gilbert, relativamente há pouca captação de bilirrubina indireta, e muita
bilirrubina indireta no sangue.
- Na síndrome de Gilbert, a bilirrubina total encontra-se entre 2 e 3 mg/dL.
- (valores normais: bilirrubina direta - até 0,3 mg/dL; Bilirrubina indireta - até 0,8 mg/dL; Bilirrubina total:
até 1,2 mg/dL)

Pneumoconioses ocupacionais:
- Antracose: causada por pó de carvão
- silicose: causada por areia ou pó de vidro
- Siderose: Causada por pó de metais (ex. berílio) (?)
- Bissinose: causada por pó de algodão
- Asbestose: causada por fibra de amianto

- Síndrome do mergulhador ocorre quando há variação abrupta de pressão. O nitrogênio do sangue se


gaseifica, formando êmbolos gasosos. Sintomas: dispneia, dor de cabeça, tontura, dor na região
subesternal, mialgia e artralgia.

- Em câncer de mama, a aparência grosseira da mama se deve ao linfedema.


A região da mama é bem vascularizada, pois possui muitas veias e artérias. Por conta da drenagem bastante
eficiente, dificilmente se forma congestão (ou hiperemia passiva) nas mamas. Da mesma forma, devido à
grande quantidade de artérias que irrigam a mama, é muito difícil haver isquemia. A formação de trombose
na mama também não justifica a aparência grosseira, visto que a drenagem mamária é muito eficiente.
- A mutação do fator V de coagulacão gera uma coagulopatia hereditária caracterizada alta propensão a
trombose venosa profunda. Tempo de protrombina, tempo parcial de tromboplastina e contagem de
plaquetas ficam normais.
- Observar que o tabagismo é um fator de risco para trombose venosa profunda apenas quando associado
ao uso de anticoncepcionais
- A proteína C é responsável por inibir o fator V.

- Tipos de coleção de líquido:


Hematoma: não visualiza a olho nu por ser profundo.
Petéquia: Pequena coleção de sangue na pele
Púrpura: Coleção de sangue na pele; é um pouco maior que a petéquia
Congestão: Acúmulo de líquido com vasodilatação
Equimose: o acúmulo ocorre no tecido subcutâneo; caracterizado por bordas mal definidas.

- Principais doenças que causam icterícia por acúmulo de bilirrubina:


- Síndrome de Gilbert: acúmulo de bilirrubina indireta (falha na enzima que faz a conjugação)
- Anemia hemolítica: meia vida das hemácias é curta, o que aumenta a quantidade de bilirrubina indireta
que vai para o sangue.
- Hepatite autoimune: O processo de conjugação ocorre normalmente porem, por fatores morfológicos, o
hepatócito é impedido de direcionar a bilirrubina direta para a vesícula; há o aumento de bilirrubina
direta no sangue.
- Síndrome de Crigler-Najjar: Acúmulo de bilirrubina indireta
- Síndrome de Dublin-Johnson: aumento de bilirrubina direta no sangue associada a coloração
enegrecida do fígado
- Síndrome de Rotor: aumento de bilirrubina direta no sangue. Sem alterações de cor no fígado.

FARMACOLOGIA

FARMACOCINÉTICA
Descreve como o organismo atua sobre o fármaco

Os fármacos de alta biodisponibilidade possuem baixa afinidade pelas proteínas plasmáticas. Dessa forma,
ficam livres para se ligarem aos receptores. Quanto mais afinidade o fármaco tem pelas proteínas
plasmáticas, mais tempo ele demora para ser eliminado do corpo.

Interação medicamentosa: competição de dois fármacos pela ligação a proteínas plasmáticas. Por isso uma
droga pode potencializar o efeito de outra.

Baixa taxa de ligação a proteínas plasmáticas = alta disponibilidade.

As etapas farmacocinéticas são as seguintes:


- Absorção: é a passagem do fármaco do local de administração para o plasma. Nesse transporte, ocorre a
passagem dessas moléculas pela membrana das células. A lipossolubilidade do fármaco influencia na
absorção e na forma de eliminação. (Drogas lipossolúveis tendem a se acumular no tecido adiposo;
tendem a ser mais absorvidas também)

- Distribuição: Fármacos não lipossolúveis se acumulam no plasma e líquido intersticial (dificilmente


penetram no cérebro - para isso, faz-se uso de dose aguda); fármacos lipossolúveis se dissipam facilmente
por todos os tecidos, e tendem a se acumular no tecido adiposo.
- Pró-fármacos: precursores inativos que, quando são metabolizados, geram metabólitos ativos (Ex.
Zidovudina, que é fosforilada para se tornar ativa contra o HIV).
- Lipossomas: bicamadas lipídicas que formam uma vesícula e facilitam a distribução de fármacos de
baixa lipossolubilidade. A droga fica menos nefrotóxica.

- Metabolismo: O processo ocorre no sentido de aumentar a polaridade do fármaco. (Citocromo P450 atua
na oxidação do fármaco).
- Metabolismo de primeira passagem: eliminação do fármaco antes dele chegar na circulação
sistêmica

- Eliminação: pode ser pela via renal, hepatica, leite materno, biliar, suor, respiração e fezes.

FARMACODINÂMICA
Descreve os efeitos dos fármacos no organismo

Alvos dos fármacos no organismo: receptores, canais iônicos e enzimas.

- Receptores: A afinidade do receptor ao fármaco determina a concentração necessária do fármaco livre


para que seja observada a ação do fármaco. (complexo F-R: Fármaco-receptor). O número de receptores
limita o efeito máximo do fármaco.
- Características que definem a especificidade do fármaco ao receptor: hidrofobicidade, pKa (estado
de ionização) e estereoquímica
- Fármacos podem ser agonistas ou antagonistas
- O receptor pode estar localizado no próprio canal iônico, em proteínas transmembrana, fora da célula
(receptores extracelulares) ou dentro da célula (receptores intracelulares)
- ATIVIDADE EXCITATÓRIA: Receptores colinérgicos (nicotínicos ou muscarínicos) são ativados
por acetilcolina. Esses receptores estão localizados nos canais de Na que, quando ativados, se abrem
e favorecem a entrada de Na na célula, favorecendo despolarização.
- ATIVIDADE INIBITÓRIA: receptores de GABA, localizados em canais de Cloro, quando se ligam
a GABA, se abrem, favorecendo a entrada de Cloro e hiperpolarizando a célula.

AÇÃO DE FÁRMACOS
- Antimaláricos (cloroquina, quinina, melfloquina)
Interrompem processo de metabolização das proteínas da hemoglobina, o qual resulta em hemozoína.
Resulta em prejuízo na nutrição do parasito.

- Antimaláricos (artemisina, artesunato, artemeter)


Se liga ao complexo HEME + FERRO.
- Antiprotozoários (Metronidazol: pró-fármaco)
Na conversão do piruvato para o Acetil-CoA, protozoários usam a enzima PFOR. Essa enzima ativa
indiretamente o metronidazol, que, em sua forma ativa, gera uma nitrorredutase poderosa a partir de
NADPH. (trichomonas e giardia são resistentes, pois produzem pouco PFOR).

ANTIVIRAIS
Terapias virais disponíveis: Herpes, Hepatite B e C e HIV

Atuação dos fármacos antivirais pode ser no(a):


- Fixação
- Penetração
- Desencapsulamento
- Síntese da ácidos nucleicos
- Síntese e processamento de proteínas virais
- Liberação do vírus

ACICLOVIR
- Tratamento de Herpes simples (HSV-1 e HSV-2) e Varicela zoster (VZV) (VZV é mais resistente, por
isso o tratamento é mais longo)
- Ação seletiva (precisa da cinase viral para ser ativado)
- Sua ação gera os trifosfatos, que se incorporam no DNA viral e inibe sua síntese
- Biodisponibilidade baixa (15 a 20 %)
- Meia-vida: 2,5 a 3 h.
- FARMACO DE ESCOLHA PARA HERPES GENITAL

VALACICLOVIR
- Tratamento de Herpes simples (HSV-1 e HSV-2) e Varicela zoster (VZV)
- Depois da primeira passagem pelo fígado, se transforma em aciclovir, com maior biodisponibilidade (54 -
70 %)
- Meia-vida: 2,5 a 3 h

FANCICLOVIR
- Tratamento de Herpes simples (HSV-1 e HSV-2) e Varicela zoster (VZV)
- Pró-farmaco
- Do metabolismo de primeira passagem, gera o Penciclovir
- Biodisponibilidade: 70 %
- Meia-vida: 7 a 20 h.
- Reduz dor do zoster

GANCICLOVIR, VALGANCICLOVIR, FOSCAVIR, CIDOFOVIR


- Tratamento para citomegalovirus (rinite, colite, retinite, esofagite pneumonite e doença do SNC
- OBS. Ganciclovir:
- Via oral: retardo de retinite
- IV: tratamento de retinite p/ paciente com AIDS; colite, esofagite e pneumonite + imunoglobulina
anti CMV para imunocomprometidos; redução de infecção por CMV em transplantados
- Intra-ocular: Alta potência em retardo da progressão de retinite (usado só quando a Paris,
Françaretinite está avançada)

FOSCAVIR
- Tratamento de CMV e HIV
- Apenas via intravenosa
- Meia vida de varios meses (deposicao nos ossos)
- Mecanismo: inibe enzimas [DNA polimerase do herpes virus e RNA polimerase / transcriptase reversa do
HIV, sem exigir fosforilação]
- Alta nefrotoxicidade
- Alto risco de anemia em pacientes que usam zidovudina

AGENTES ANTIRRETROVIRAIS
- Bloqueio por antagonistas do receptor CCR5 (Maraviroque)
- Bloqueio de inibidores de fusão (ex. Enfuvirtida)
- Bloqueio da transcriptase reversa (INTR: zidovudina, tenofovir, lamivudina, abacavir, estavudina ;
INNTR: nevirapina, efavirenze)
- Bloqueio da integrase (Raltegravir, dolutegravir)
- Bloqueio da protease que atua na formação da cápsula (Atazanavir, Ritonavir, inidavir)

Normalmente sao associados tres medicamentos, um de cada categoria, no tratamento do HIV.


sITUAÇÕES DE PRIORIZAÇÃO PARA INICIO DO TARV (terapia antirretroviral):
- paciente com AIDS
- Gestante
- Tuberculose ativa
- Coinfecção bepatite B / C
- Risco cardiovascular elevado

TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (TARV)

- Estágio sintomático: (Zidovudina ou estavudina) + lamivudina + (efavirenzo ou nevirapina)


-
- Estágio assintomático com imunodepressão grave: estavudina + lamivudina + (ritonavir ou atazanavir)
-
- Prevenção perinatal (>14ª semana): zidovudina
-
- Criança com HIV (sintomas leves): zidovudina + (lamivudina/didanosina/abacavir) OU Lamivudina +
(abacavir/estavudina)
-
- Criança com HIV (sintomas médios ou fortes): zidovudina, (lamivudina ou abacavir), efavirenzo,
(ritovanir ou inidavir)
-
- Adulto em início de tratamento: (tenofovir ou lamivudina) + dolutegravir
-
- Coinfecção TB-HIV sem critérios de gravidade: tenofovir + lamivudina + efavirenz
-
- Coinfecção TB-HIV com um ou mais critérios de gravidade: (tenofovir ou lamivudina) + raltegravir

OBS.
- Se o paciente for intolerante a dolutegravir: substituir por efavirenz
- Tenofovir é nefrotóxico e reduz massa óssea. Em caso de contra-indicação, substituir por abacavir (em
caso de HLA-B 5701 negativo) ou por zidovudina (em caso de HLA-B 5701 positivo).
- Em caso de intolerância a efavirenze, substituir por raltegravir.
- Tratamento para gestante: Tenofovir + lamivudina + raltegravir. Caso haja contra-indicação para
tenofovir, substituir por Abacavir (em caso de HLA-B 5701 negativo) ou por zidovudina (em caso de
HLA-B positivo)

TERAPIA DE HEPATITE
Interferon alpha + ribavirina = tratamento de Hepatite B e C.
(tratamento do interferon alpha com polietilenoglicol aumente seu tempo de meia vida e aumenta a
soroconversão do antígeno em anticorpo)

IMUNOLOGIA
MATURAÇÃO DE LINFÓCITOS T E B
Visão geral da maturação:

1- Comprometimento das células progenitoras imaturas


- Célula tronco hematopoiética origina célula linfoide progenitora comum, que pode gerar célula progenitora
de linfócito B ou célula progenitora de linfócito T e NK. Os fatores de transcrição são responsáveis por
realizar a indução dessa diferenciação.

2- Multiplicação das células progenitoras imaturas


Células progenitoras de linfócito B e células progenitoras de linfócito T e NK se multiplicam até o ponto em
que é iniciado o rearranjo genico para formação dos genes dos receptores é iniciado.

3- Rearranjo dos genes dos receptores de célula B e T ( genes do pré-BCR e pré-TCR)


O rearranjo possibilita alta diversidade de receptores (de 1 a 10 milhões de receptores diferentes).
Nesse ponto, um em cada três linfócitos morre devido ao fracasso no rearranjo gênico.

-Como ocorre o rearranjo gênico?


Regiões de junção (J), diversidade (D) e Variável (V) se reagrupam de modo a seguir a ordem: VDJ. Além
disso, para aumentar a variabilidade, nucleotídeos podem ser adicionados ou retirados nas uniões das
unidades VDJ.VARIABILIDADE COMBINATÓRIA (diferentes combinações VDJ) + DIVERSIDADE
JUNCIONAL (diferentes pontos em que ocorrem as quebras para recombinação dos fragmentos, com
eventuais adições ou deleções de nucleotídeos) é responsável pela alta variabilidade dos receptores de células
B e T.

4- Seleção de células B e T que possuem receptores funcionais


PONTOS DE CONTROLE PARA LINFOCITO B
1- expressão do pré-BCR (Caso o pré-BCR não seja expresso, haverá a morte celular)
2- Expressão do BCR (Caso o BCR não seja expresso, haverá a morte celular)
3- Reconhecimento do antígeno pelo BCR ainda na medula (se o reconhecimento for muito forte, também há
seleção negativa (=morte celular)

PONTOS DE CONTROLE PARA LINFOCITO T

5- Diferenciação em subpopulações

DIFERENCIAÇÃO DE CÉLULAS B
A célula B imatura pode se diferenciar no fígado (ocorre apenas no feto; origina célula B1) ou no Baço
(origina célula B2 marginal ou célula B2 folicular)

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