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Aula 06

1000 Questões Comentadas de Direito Penal - Banca CESPE

Renan Araujo, Time Renan Araujo

...
DIREITO PENAL Ð 1000 QUESTÍES COMENTADAS DO CESPE
Curso de quest›es comentadas
Aula 06 Ð Prof. Renan Araujo

AULA 06
CRIMES EM ESPƒCIE (PARTE II) Ð CRIMES CONTRA A Fƒ
PòBLICA, CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL, CRIMES
CONTRA A ORGANIZA‚ÌO DO TRABALHO, CRIMES CONTRA A
FAMêLIA, O SENTIMENTO RELIGIOSO E O RESPEITO AOS
MORTOS, CRIMES CONTRA A PAZ PòBLICA E CRIMES CONTRA A
INCOLUMIDADE PòBLICA.

SUMçRIO
1 EXERCêCIOS DA AULA ........................................................................................... 2
2 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 20
915858
3 GABARITO .......................................................................................................... 69

Salve, galera!

Na aula de hoje vamos dar sequ•ncia ˆ nossa maratona de quest›es


comentadas, analisando quest›es sobre diversas espŽcies de crimes: crimes
contra a fŽ pœblica, crimes contra a dignidade sexual, crimes contra a organiza•‹o
do trabalho, crimes contra a fam’lia, o sentimento religioso e o respeito aos
mortos, crimes contra a paz pœblica e crimes contra a incolumidade pœblica.

Bons estudos!

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1! EXERCêCIOS DA AULA

01.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


No que se refere aos crimes contra a fŽ pœblica, julgue o item seguinte.
A falsifica•‹o de documento pœblico e a falsifica•‹o de documento particular s‹o
consideradas crimes contra a fŽ pœblica, sendo a pena imputada ao primeiro tipo
penal superior ˆ do segundo.

02.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


No que se refere aos crimes contra a fŽ pœblica, julgue o item seguinte.
O crime de falsidade ideol—gica Ž considerado crime pr—prio, admitindo-se a
modalidade tentada por a•‹o e por omiss‹o.

03.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


No que se refere aos crimes contra a fŽ pœblica, julgue o item seguinte.
A configura•‹o do crime de moeda falsa exige que a falsifica•‹o n‹o seja
grosseira.

04.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð OFICIAL DE INTELIGæNCIA Ð çREA 01)


No que se refere aos tipos penais, julgue o pr—ximo item.
A conduta de dolosamente adquirir d—lares falsos para coloc‡-los em circula•‹o
por intermŽdio de opera•›es cambiais tem a mesma gravidade que a conduta de
falsificar papel moeda, sendo, por isso, punida com as mesmas penas deste
crime.

05.! (CESPE Ð 2018 Ð DPE-PE Ð DEFENSOR PòBLICO - ADAPTADA)


A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial Ž at’pica,
mesmo quando comprovado que a a•‹o ocorreu com o objetivo de autodefesa.

06.! (CESPE Ð 2018 Ð TCE-PB Ð AUDITOR DE CONTAS PòBLICAS)


Lœcio, ao acompanhar sua esposa a um posto de saœde, apropriou-se de um
receitu‡rio mŽdico em branco, mas com o carimbo do mŽdico que havia atendido
sua esposa. Com o intuito de faltar ao trabalho, ele preencheu o formul‡rio,
atestando que deveria ficar cinco dias em repouso.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, Lœcio praticou o crime de
a) falsifica•‹o material de documento particular.
b) falsidade ideol—gica.
c) falsidade de atestado mŽdico.

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d) falsidade de sinal pœblico.
e) falsifica•‹o material de documento pœblico.

07.! (CESPE Ð 2018 Ð TCE-PB Ð AUDITOR DE CONTAS PòBLICAS)


A clonagem de cart‹o de crŽdito constitui o delito denominado
a) falsidade de documento pœblico.
b) falsidade de documento particular.
c) conduta at’pica, que s— ser‡ pun’vel a partir do uso do cart‹o clonado em
fraude posterior.
d) adultera•‹o de pe•a filatŽlica, em raz‹o da similaridade com o cart‹o de
crŽdito.
e) falsidade ideol—gica.

08.! (CESPE Ð 2018 Ð DPE-AP Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Para a caracteriza•‹o do crime de estupro de vulner‡vel previsto no art. 217-A,
caput, do C—digo Penal, basta que o agente tenha conjun•‹o carnal ou pratique
qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos. O consentimento da
v’tima, sua eventual experi•ncia sexual anterior ou a exist•ncia de
relacionamento amoroso entre o agente e a v’tima n‹o afastam a ocorr•ncia do
crime.

09.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð OFICIAL DE INTELIGæNCIA Ð çREA 01)


No que se refere aos tipos penais, julgue o pr—ximo item.
Situa•‹o hipotŽtica: No intuito de provocar explos‹o de grandes propor•›es, Jo‹o
adquiriu subst‰ncia explosiva sem licen•a da autoridade competente. O material
acabou sendo apreendido antes que fosse montado o dispositivo explosivo.
Assertiva: Nessa situa•‹o, a conduta de Jo‹o Ž at’pica.

10.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð OFICIAL DE INTELIGæNCIA Ð çREA 01)


No que se refere aos tipos penais, julgue o pr—ximo item.
Situa•‹o hipotŽtica: Durante uma inunda•‹o, Abel interrompeu dolosamente o
servi•o telef™nico da regi‹o. Assertiva: Nessa situa•‹o, Abel responder‡ por crime
previsto na Lei de Intercepta•‹o Telef™nica, com a circunst‰ncia agravante de t•-
lo praticado durante calamidade pœblica.

11.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se segue.
O crime de explos‹o Ž considerado um crime de dano, pois o objeto jur’dico
tutelado s‹o os bens materiais.

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12.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)
Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se segue.
A conduta de disseminar germes patol—gicos com o objetivo de infectar plantas e
animais n‹o configura o crime de epidemia.

13.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se segue.
O crime de difus‹o de doen•a ou praga Ž considerado um tipo penal de
consuma•‹o permanente e de perigo concreto.

14.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se segue.
Situa•‹o hipotŽtica: Ap—s anos de trabalho como auxiliar de enfermagem, Marcos
abriu um consult—rio mŽdico e passou a realizar consulta, a ministrar
medicamentos aos seus pacientes e a realizar pequenas interven•›es cirœrgicas.
Assertiva: Nessa situa•‹o, Marcos pratica o crime de exerc’cio ilegal da profiss‹o.

15.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se segue.
Em se tratando dos crimes de inc•ndio e desabamento, admite-se a modalidade
culposa.

16.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a paz pœblica.
Os tipos penais definidos como incita•‹o ao crime e apologia de crime s‹o
espŽcies de crimes contra a paz pœblica.

17.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a paz pœblica.
No caso de tr•s ou mais pessoas associarem-se com a inten•‹o de cometer um
œnico assalto a banco, estar‡ configurado o crime de associa•‹o criminosa.

18.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


A conduta de vender ou expor ˆ venda CDs ou DVDs contendo grava•›es de
mœsicas, filmes ou shows n‹o configura crime de viola•‹o de direito autoral, por
ser pr‡tica amplamente tolerada e estimulada pela procura dos consumidores
desses produtos.

19.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)

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No crime de aliciamento para o fim de emigra•‹o, pune-se a conduta de recrutar
trabalhadores, mediante fraude, com o fim de lev‡-los para territ—rio estrangeiro,
como forma de se garantir a prote•‹o ˆ organiza•‹o do trabalho.

20.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


Para a configura•‹o do crime de participa•‹o de abandono coletivo de trabalho
com viol•ncia contra a pessoa, Ž indispens‡vel o concurso de pelo menos tr•s
empregados.

21.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


Consiste em infra•‹o penal violadora da liberdade individual, e n‹o em crime
contra a organiza•‹o do trabalho, a conduta do agente que impede alguŽm de se
desligar de servi•os de qualquer natureza, mediante a reten•‹o de seus
documentos pessoais.

22.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


No crime de aliciamento de trabalhadores de um local para outro do territ—rio
nacional, o recrutador que n‹o assegurar condi•›es de retorno do trabalhador ao
local de origem estar‡ sujeito a causa espec’fica de aumento de pena.

23.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


O C—digo Penal prev•, para todos os crimes contra a organiza•‹o do trabalho,
como causa de aumento de pena o fato de a v’tima ser menor de dezoito anos
de idade, idosa, gestante, ind’gena ou portadora de defici•ncia f’sica ou mental.

24.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


Processam-se esses crimes por a•‹o penal pœblica incondicionada, estando o
autor de qualquer um deles sujeito ˆ pena de deten•‹o, alŽm da pena
correspondente ˆ viol•ncia empregada, quando for o caso.

25.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Acerca do crime de que trata o art. 198 do CP Ñ atentado contra a liberdade de
trabalho e boicotagem violenta Ñ, assinale a op•‹o correta.
a) A compet•ncia para o processamento de a•‹o que envolva a pr‡tica desse
crime Ž da justi•a federal, independentemente de se tratar de interesse individual
do trabalhador ou coletivo.
b) A conduta de constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, a
adquirir de outrem matŽria-prima ou produto industrial agr’cola configura o crime
previsto no referido artigo.
c) Cometer‡ o referido crime aquele que constranger alguŽm, mediante viol•ncia
ou grave amea•a, a n‹o celebrar contrato de trabalho.

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d) Haver‡ concurso de crimes se o agente praticar mais de uma das condutas
previstas no art. 198 do CP.
e) O referido crime classifica-se como crime pr—prio.

26.! (CESPE Ð 2016 Ð TJ-AM Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


N‹o constitui crime vilipendiar as cinzas de um cad‡ver, sendo tal conduta at’pica
por aus•ncia de previs‹o legal.

27.! (CESPE Ð 2016 Ð TJ-AM Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


Pratica crime previsto no CP aquele que contrai casamento conhecendo a
exist•ncia de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta ou relativa.

28.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO)


Vanessa foi presa em flagrante enquanto vendia e expunha ˆ venda cerca de
duzentos DVDs piratas, falsificados, de filmes e sŽries de televis‹o. Realizada a
devida per’cia, foi confirmada a falsidade dos objetos. Incapaz de apresentar
autoriza•‹o para a comercializa•‹o dos produtos, Vanessa alegou em sua defesa
que desconhecia a ilicitude de sua conduta.
Com rela•‹o a essa situa•‹o hipotŽtica, assinale a op•‹o correta ˆ luz da
jurisprud•ncia dominante dos tribunais superiores.
a) Vanessa Ž isenta de culpabilidade, pois incidiu em erro de proibi•‹o.
b) O MP deve comprovar que os detentores dos direitos autorais das obras
falsificadas sofreram real preju’zo para que a conduta de Vanessa seja criminosa.
c) A conduta de Vanessa ofende o direito constitucional que protege a autoria de
obras intelectuais e configura crime de viola•‹o de direito autoral.
d) A conduta de vender e expor ˆ venda DVDs falsificados Ž at’pica em raz‹o da
incid•ncia do princ’pio da adequa•‹o social.
e) A conduta de vender e expor ˆ venda DVDs falsificados Ž at’pica em raz‹o da
incid•ncia do princ’pio da insignific‰ncia.

29.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ Ð ADAPTADA)


No crime de bigamia, a data do fato constitui o termo inicial do prazo
prescricional.

30.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ Ð ADAPTADA)


As cinzas humanas n‹o podem ser objeto material do crime de vilip•ndio a
cad‡ver.

31.! (CESPE Ð 2015 Ð TJ-PB Ð JUIZ SUBSTITUTO)


Constitui causa de aumento de pena o fato de o crime de inc•ndio ser praticado

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a) mediante utiliza•‹o de explosivos.
b) em situa•‹o de viol•ncia domŽstica ou familiar contra a mulher
c) em estaleiro, f‡brica ou oficina.
d) em canteiro de obras em ‡rea de grande densidade demogr‡fica e
populacional.
e) por motivo fœtil ou torpe.

32.! (CESPE Ð 2008 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Let’cia, mediante arremesso de dinamite, exp™s a perigo a vida e a integridade
f’sica de passageiros de uma aeronave. Nessa situa•‹o, Let’cia deve responder
por crime de explos‹o, que admite a modalidade culposa.

33.! (CESPE Ð 2008 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Fl‡via arremessou projŽtil em ™nibus destinado ao transporte pœblico, enquanto
o ™nibus estava em movimento e com passageiros em seu interior. Nessa
situa•‹o, a conduta de Fl‡via somente ser‡ considerada crime se tiver resultado
em les‹o corporal ou morte; caso contr‡rio, ser‡ considerada apenas il’cito civil.

34.! (CESPE Ð 2014 Ð PM-CE Ð OFICIAL)


Julgue os itens a seguir, acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica.
Em se tratando de crimes de inc•ndio e explos‹o, admite-se o concurso de
crimes, afastando-se a aplica•‹o do princ’pio da consun•‹o.

35.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR)


A associa•‹o, de tr•s ou mais pessoas, para o fim espec’fico de cometer crimes,
configura quadrilha ou bando, devendo a pena imposta ao condenado com base
nesse tipo penal ser aumentada atŽ a metade quando tomarem parte da
associa•‹o crian•a, adolescente, idoso ou pessoas com defici•ncia.

36.! (CESPE Ð 2014 Ð TCE-PB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)


Causar inc•ndio, expondo a vida, a integridade f’sica ou o patrim™nio de outrem
s— Ž pun’vel na modalidade dolosa.

37.! (CESPE Ð 2014 Ð TCE-PB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)


A pr‡tica de constituir, organizar ou manter mil’cia particular sujeita o agente ˆ
pena de reclus‹o de tr•s a oito anos e multa.

38.! (CESPE - 2013 - STF - AJAJ)


Considere que Armando, penalmente imput‡vel, no dia 25/3/2013, mediante
grave amea•a, tenha constrangido Maria, de dezesseis anos de idade, ˆ pr‡tica

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de conjun•‹o carnal e ato libidinoso diverso, no mesmo cen‡rio f‡tico. Nessa
situa•‹o, Armando responder‡ por dois delitos Ñ estupro e atentado violento ao
pudor Ñ em concurso material, devendo ser condenado a pena equivalente ˆ
soma das san•›es previstas para cada um desses crimes.

39.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ Ð ADAPTADA)


Com rela•‹o ao excesso pun’vel, aos crimes contra a dignidade sexual, aos crimes
contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos, aos crimes contra a fam’lia
e aos crimes contra a administra•‹o pœblica, assinale a op•‹o correta.
No estupro de vulner‡vel, a presun•‹o de viol•ncia Ž absoluta, segundo a
jurisprud•ncia do STJ, sendo irrelevante a aquiesc•ncia do menor ou mesmo o
fato de j‡ ter mantido rela•›es sexuais anteriormente.

40.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Cometer‡ o crime de estupro a mulher que constranger homem, mediante grave
amea•a, a com ela praticar conjun•‹o carnal.

41.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ DE DIREITO Ð ADAPTADA)


O crime de satisfa•‹o de lasc’via mediante presen•a de crian•a ou adolescente
consuma-se com dolo genŽrico, n‹o se exigindo o chamado especial fim de agir.

42.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ DE DIREITO Ð ADAPTADA)


Caso o delito de viola•‹o sexual mediante fraude seja cometido com o fim de
obten•‹o de vantagem econ™mica, o infrator sujeitar-se-‡ tambŽm ˆ pena de
multa.

43.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ DE DIREITO Ð ADAPTADA)


Segundo entendimento do STJ, ap—s a Lei n.¼ 12.015/2009, o crime de corrup•‹o
de menores passou a ser material, ou seja, Ž exigida prova do efetivo
corrompimento do menor.

44.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ DE DIREITO Ð ADAPTADA)


No estupro, se da conduta resultar les‹o corporal de natureza grave ou se a
v’tima tiver menos de dezoito anos de idade, aplicar-se-‡ causa especial de
aumento de pena.

45.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ DE DIREITO Ð ADAPTADA)


No assŽdio sexual, o fato de a v’tima ter menos de dezoito anos de idade qualifica
o crime, raz‹o pela qual as penas desse delito estar‹o majoradas em seus limites
abstratamente cominados.

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46.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Para fins de caracteriza•‹o do delito de assŽdio sexual, os chamados l’deres
espirituais s‹o considerados superiores hier‡rquicos de seus seguidores.

47.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Nos crimes sexuais contra vulner‡veis, a causa especial de aumento de pena
aplica-se apenas aos agentes que detenham rela•‹o de parentesco, por afinidade
ou consanguinidade, com as v’timas.

48.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Em rela•‹o aos delitos de inc•ndio e explos‹o, n‹o se admite a modalidade
culposa, sendo a paz pœblica, nesses crimes, o bem jur’dico penalmente tutelado.

49.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Para a configura•‹o do delito de quadrilha, verificado o nœmero m’nimo de
agentes previsto em lei, basta que um dos integrantes seja imput‡vel.

50.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE-MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Responde pelo delito de estupro o agente que pratica ato libidinoso com alguŽm
mediante meio que impe•a a livre manifesta•‹o de vontade da v’tima.

51.! (CESPE Ð 2012 Ð PC/AL Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Nos crimes contra a dignidade sexual, a vulnerabilidade da menor de 14 anos de
idade Ž considerada relativa diante de seu consentimento para a pr‡tica sexual,
devendo, no caso concreto, ser considerado o comportamento sexual da v’tima,
sua vida social e o grau de conscientiza•‹o da menor.

52.! (CESPE Ð 2012 Ð DPE-ES Ð DEFENSOR PòBLICO)


Considere que Silas, maior, capaz, motorista de caminh‹o, tenha praticado
conjun•‹o carnal com Lœcia, de dezessete anos de idade, ap—s t•-la conhecido
em uma boate ˆs margens da rodovia, conhecido ponto de prostitui•‹o. Nessa
situa•‹o hipotŽtica, o erro em rela•‹o ˆ menoridade da v’tima elide o dolo e
afasta a tipicidade, e, caso Silas tenha atuado na dœvida, resta caracterizado o
delito de explora•‹o sexual de vulner‡vel.

53.! (CESPE Ð 2012 Ð MPE-PI Ð ANALISTA MINISTERIAL)


Nos crimes contra a dignidade sexual, consoante entendimento dos tribunais
superiores, caso o agente pratique mais de uma das condutas previstas no crime
de estupro, o juiz est‡ autorizado a conden‡-lo por concurso material, ainda que
praticado contra a mesma v’tima, vedada a aplica•‹o da continuidade delitiva.

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54.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Por incid•ncia do princ’pio da continuidade normativo-t’pica, Ž correto afirmar
que, no ‰mbito dos delitos contra a dignidade sexual, as condutas anteriormente
definidas como crime de ato libidinoso continuam a ser punidas pelo direito penal
brasileiro, com a ressalva de que, segundo a atual legisla•‹o, a denomina•‹o
adequada para tal conduta Ž a de crime de estupro.

55.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
M‡rcio, penalmente respons‡vel, durante a pr‡tica de ato sexual mediante
viol•ncia e grave amea•a, atingiu a v’tima de modo fatal, provocando-lhe a
morte.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, M‡rcio responder‡ por estupro qualificado pelo
resultado morte, afastando-se o concurso dos crimes de estupro e homic’dio.

56.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
Determinado cidad‹o, penalmente respons‡vel, estabeleceu em determinada
cidade, e com evidente intuito lucrativo, uma casa destinada a encontros
libidinosos e outras formas de explora•‹o sexual, facilitando, com isso, a
prostitui•‹o. Na data de inaugura•‹o da casa, a pol’cia, em a•‹o conjunta com
fiscais do munic’pio, interditaram o estabelecimento, impedindo, de pronto, o seu
funcionamento.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, a conduta do cidad‹o caracteriza a figura tentada do
crime anteriormente definido como casa de prostitui•‹o, nos moldes do atual art.
229 do C—digo Penal.

57.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


A reda•‹o da nova lei que tipifica os crimes contra a dignidade sexual superou as
controvŽrsias em rela•‹o ˆ considera•‹o do estupro como crime hediondo,
deixando claro o seu car‡ter de hediondez tanto na forma simples quanto nas
formas qualificadas pelo resultado.

58.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


O agente que, mediante viol•ncia, constranger mulher adulta ˆ pr‡tica de
conjun•‹o carnal e ato libidinoso consistente em sexo oral responder‡ por dois
delitos, em continuidade delitiva.

59.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.

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Jo‹o, penalmente respons‡vel, mediante amea•a de arma de fogo, constrangeu
JosŽ, de dezoito anos de idade, a se despir em sua frente, de modo a satisfazer
a sua lasc’via. Uma vez satisfeito, Jo‹o liberou JosŽ e evadiu-se do local.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, a conduta de Jo‹o caracteriza o tipo penal do estupro
em sua forma consumada.

60.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
Bruno, penalmente respons‡vel, induziu uma menina de treze anos de idade ˆ
pr‡tica de prostitui•‹o, obtendo, com isso, vantagem econ™mica em face de
clientes eventualmente angariados para a menor.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, a conduta de Bruno caracteriza o crime de
favorecimento da prostitui•‹o e explora•‹o sexual de vulner‡vel.

61.! (CESPE Ð 2010 Ð DPE-BA Ð DEFENSOR PòBLICO)


Geraldo, maior, capaz, constrangeu Suzana, de dezessete anos de idade,
mediante viol•ncia e grave amea•a, a manter com ele rela•›es sexuais, em mais
de uma ocasi‹o e de igual modo. Na terceira investida do agente contra a v’tima,
em id•nticas circunst‰ncias e forma de execu•‹o, constrangeu-a ˆ pr‡tica de
mœltiplos atos libidinosos, diversos da conjun•‹o carnal. Todos os fatos ocorreram
no decurso do m•s de setembro de 2010. Nessa situa•‹o, admite-se o benef’cio
do crime continuado.

62.! (CESPE Ð 2009 Ð DPE-ES Ð DEFENSOR PòBLICO)


Segundo entendimento sumulado do STF, nos crimes de estupro, por ser este
hediondo em todas as suas modalidades, a a•‹o penal respectiva Ž pœblica
incondicionada.

63.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)


O tipo penal que incrimina a conduta de possuir ou guardar objetos especialmente
destinados ˆ falsifica•‹o de moeda constitui exce•‹o ˆ impunibilidade dos atos
preparat—rios no direito penal brasileiro.

64.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)


Os documentos emitidos pelas empresas pœblicas estaduais s‹o equiparados a
documentos particulares para efeitos penais.

65.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)


O servidor pœblico que dolosamente faz afirma•‹o falsa em procedimento de
licenciamento ambiental comete o crime de falsidade ideol—gica, previsto no CP.

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66.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)
O agente que falsificar e posteriormente usar documento pœblico cometer‡ os
crimes de falsifica•‹o de documento pœblico e uso de documento falso em
concurso material, nos termos do CP.

67.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)


Segundo o entendimento consolidado nos tribunais superiores, ser‡ tida como
at’pica a conduta do acusado que, ao ser preso em flagrante, informar nome
diverso, uma vez que agir‡ em leg’timo exerc’cio de autodefesa.

68.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR DO ESTADO)


Aquele que utilizar laudo mŽdico falso para, sob a alega•‹o de possuir doen•a
de natureza grave, furtar-se ao pagamento de tributo, dever‡ ser condenado
apenas pela pr‡tica do delito de sonega•‹o fiscal se a falsidade ideol—gica for
cometida com o exclusivo objetivo de fraudar o fisco, em virtude da aplica•‹o
do princ’pio da subsidiariedade.

69.! (CESPE Ð 2015 Ð DPU Ð DEFENSOR PòBLICO)


Praticar‡ o crime de falsidade ideol—gica aquele que, quando do preenchimento
de cadastro pœblico, nele inserir declara•‹o diversa da que deveria, ainda que
n‹o tenha o fim de prejudicar direito, criar obriga•‹o ou alterar a verdade sobre
fato juridicamente relevante.

70.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Cometer‡ o delito de falsidade ideol—gica o mŽdico que emitir atestado
declarando, falsamente, que determinado paciente est‡ acometido por
enfermidade.

71.! (CESPE Ð 2015 Ð TCU Ð AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)


Situa•‹o hipotŽtica: Com o intuito de viajar para o exterior, Pedro, que n‹o possui
passaporte, usou como seu o documento de Paulo, seu irm‹o Ñ com quem se
parece muito Ñ, tendo-o apresentado, sem adultera•›es, para os agentes da
companhia aŽrea e da Pol’cia Federal no aeroporto. Pedro e Paulo t•m mais de
dezoito anos de idade. Assertiva: Nessa situa•‹o, de acordo com o C—digo Penal,
Pedro cometeu o crime de falsidade ideol—gica.

72.! (CESPE Ð 2015 Ð PGM Ð PROCURADOR)


De acordo com o C—digo Penal, agente que registrar na CTPS de empregado, ou
em qualquer documento que deva produzir efeito perante a previd•ncia social,
declara•‹o falsa ou diversa daquela que deveria ter sido escrita praticar‡ o delito
de

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A) uso de documento falso.
B) falsifica•‹o de documento particular.
C) falsa identidade.
D) falsidade ideol—gica.
E) falsifica•‹o de documento pœblico.

73.! (CESPE Ð 2009 Ð BCB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)


No crime de falsifica•‹o de documento pœblico, o fato de ser o agente funcion‡rio
pœblico Ž um indiferente penal, ainda que esse agente cometa o crime
prevalecendo-se do cargo, tendo em vista que tal delito Ž contra a fŽ e n‹o contra
a administra•‹o pœblica.

74.! (CESPE Ð 2010 Ð ABIN Ð OFICIAL TƒCNICO DE INTELIGæNCIA)


Julgue o pr—ximo item com base no que estabelece o C—digo Penal sobre falsidade
documental e crimes praticados por funcion‡rio pœblico.
A omiss‹o, em documento pœblico, de declara•‹o que dele deveria constar, ou a
inser•‹o de declara•‹o falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita, com o fim
de prejudicar direito, criar obriga•‹o ou alterar a verdade sobre fato jur’dico
relevante, sujeita o funcion‡rio pœblico a pena de reclus‹o de um a cinco anos e
multa, se o documento for pœblico; e de um a tr•s anos e multa, se o documento
for particular. A pena ser‡ aumentada em um sexto se a falsifica•‹o ou altera•‹o
for de assentamento de registro civil.

75.! (CESPE Ð 2010 Ð ABIN Ð OFICIAL TƒCNICO DE INTELIGæNCIA)


Com base nos delitos em espŽcie, julgue o pr—ximo item.
Um agente que tenha adquirido cinco cŽdulas falsas de R$ 50,00 com o intuito
de introduzi-las no comŽrcio local deve responder pelo tipo de moeda falsa, visto
que, nessa situa•‹o, n‹o se aplica o princ’pio da insignific‰ncia como causa
excludente de tipicidade.

76.! (CESPE Ð 2010 Ð AGU Ð PROCURADOR FEDERAL)


Acerca dos crimes relativos a licita•‹o, crimes contra a fŽ pœblica e crimes contra
as rela•›es de consumo, julgue o item a seguir.
ƒ at’pica a conduta do agente que desvia e faz circular moeda cuja circula•‹o
ainda n‹o estava autorizada, pois constitui elementar do crime de moeda falsa a
coloca•‹o em circula•‹o de moeda com curso legal no pa’s ou no exterior.

77.! (CESPE Ð 2012 Ð TC/DF Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


A respeito dos crimes contra a fŽ pœblica, dos crimes previstos na Lei de
Licita•›es, bem como dos princ’pios e conceitos gerais de direito penal, julgue o
item a seguir.

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ƒ crime pr—prio, que somente pode ter como sujeito ativo o servidor pœblico,
falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certid‹o, ou alterar o teor de certid‹o
ou atestado, para produzir prova de fato que habilite alguŽm a obter cargo
pœblico.

78.! (CESPE Ð 2012 Ð TC/DF Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


A respeito dos crimes contra a fŽ pœblica, dos crimes previstos na Lei de
Licita•›es, bem como dos princ’pios e conceitos gerais de direito penal, julgue o
item a seguir.
A falsifica•‹o de moeda e a falsifica•‹o de documento particular, bem como a
falsidade ideol—gica e a falsidade de atestado mŽdico, s‹o crimes contra a fŽ
pœblica. Os dois primeiros dizem respeito ˆ forma do objeto falsificado, que Ž
criado ou alterado materialmente pelo agente; os dois œltimos referem-se ˆ
falsidade do conteœdo da declara•‹o contida no documento, que, entretanto, Ž
materialmente verdadeiro.

79.! (CESPE Ð 2009 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)


Julgue o item a seguir acerca dos crimes contra a fŽ pœblica.
No crime de falsifica•‹o de documento pœblico, a circunst‰ncia de ser o sujeito
ativo funcion‡rio pœblico, independentemente de ter ele se prevalecido do cargo
e, com isso, obtido vantagem ou facilidade para a consecu•‹o do crime, Ž um
indiferente penal.

80.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Caracteriza o delito de moeda falsa a fabrica•‹o de instrumento ou de qualquer
objeto especialmente destinado ˆ falsifica•‹o de moeda.

81.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Reconhecer como verdadeira, no exerc’cio de fun•‹o pœblica, firma ou letra que
n‹o o seja caracteriza o delito de falsifica•‹o de documento particular.

82.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Destruir, em benef’cio pr—prio ou de outrem, documento pœblico ou particular
verdadeiro de que n‹o se pode dispor configura o delito de falsidade ideol—gica.

83.! (CESPE Ð 2012 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)


Julgue o item a seguir, que versa sobre crimes relacionados ˆs licita•›es e delitos
contra a fŽ pœblica e as rela•›es de consumo.
O agente que falsificar e, em seguida, usar o documento falsificado responder‡
apenas pelo crime de falsifica•‹o.

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84.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/BA Ð JUIZ ESTADUAL Ð ADAPTADA)
Suponha que Maria, de dezenove anos de idade, receba, de boa-fŽ, de um
desconhecido passe falso de transporte de empresa administrada pelo governo e
o utilize imediatamente ap—s ser alertada, por seu irm‹o, da falsidade do bilhete.
Nessa situa•‹o, a conduta de Maria caracteriza-se como at’pica.

85.! (CESPE Ð 2012 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)


Julgue o item a seguir acerca dos crimes contra a fŽ pœblica.
De acordo com o STJ, a falsifica•‹o nitidamente grosseira de documento afasta o
delito de uso de documento falso, haja vista a inaptid‹o para ofender a fŽ pœblica.

86.! (CESPE - 2013 Ð TRE/MS - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Silas, maior e capaz, foi abordado por policiais militares e, ao ser questionado
acerca do documento de identifica•‹o, apresentou, como sendo seu, o œnico
documento que carregava, um t’tulo de eleitor, aut•ntico, pertencente a terceira
pessoa. Nessa situa•‹o hipotŽtica,
A) a conduta de Silas ajusta-se ao crime de uso de documento de identidade
alheio.
B) Silas praticou o crime de falsidade ideol—gica.
C) configurou-se o delito de uso de documento falso.
D) Silas perpetrou o crime de falsa identidade.
E) a conduta de Silas foi at’pica, pois ele exibiu o documento apenas por exig•ncia
dos policiais.

87.! (CESPE - 2004 - AGU - ADVOGADO)


Maria inseriu, falsamente, em sua carteira de trabalho e previd•ncia social,
visando adquirir alguns bens a crŽdito, um contrato de trabalho por meio do qual
exercia fun•‹o de secret‡ria-executiva, com sal‡rio de R$ 1.800,00 mensais, na
empresa Transportadora J&G Ltda. Posteriormente, Maria fez uso da carteira de
trabalho em uma loja de eletrodomŽsticos, ao adquirir, a credi‡rio, um televisor
e um videocassete. Nessa situa•‹o, consoante orienta•‹o do STJ, Maria praticou
os crimes de falsidade de documento pœblico e uso de documento falso.

88.! (CESPE - 2012 Ð TER/RJ - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
A conduta consistente na emiss‹o de t’tulo ao portador sem permiss‹o legal
constitui crime contra a fŽ pœblica.

89.! (CESPE - 2012 - AGU - ADVOGADO)

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O agente que falsificar e, em seguida, usar o documento falsificado responder‡
apenas pelo crime de falsifica•‹o.

90.! (CESPE - 2012 - PF - AGENTE DA POLêCIA FEDERAL)


Luiz, propriet‡rio da mercearia Pague Menos, foi preso em flagrante por policiais
militares logo ap—s passar troco para cliente com cŽdulas falsas de moeda
nacional de R$ 20,00 e R$ 10,00. Os policiais ainda apreenderam, no caixa da
mercearia, 22 cŽdulas de R$ 20,00 e seis cŽdulas de R$ 10,00 falsas. Nessa
situa•‹o, as a•›es praticadas por Luiz Ñ guardar e introduzir em circula•‹o
moeda falsa Ñ configuram crime œnico.

91.! (CESPE - 2012 Ð PC/CE - INSPETOR DE POLêCIA - CIVIL)


Considere que, em uma batida policial, um indiv’duo se atribua falsa identidade
perante autoridade policial com o intento de ocultar seus maus antecedentes.
Nessa situa•‹o, conforme recente decis‹o do STF, configurar-se-‡ crime de falsa
identidade, sem ofensa ao princ’pio constitucional da autodefesa.

92.! (CESPE - 2012 Ð PC/CE - INSPETOR DE POLêCIA - CIVIL)


Se um indiv’duo adquirir, gratuitamente, maquinismo para falsificar moedas e
alcan•ar o seu intento, ent‹o, nesse caso, ele responder‡ pelo crime de moeda
falsa em concurso com o delito de petrechos para falsifica•‹o de moeda.

93.! (CESPE - 2008 Ð SEMAD/ARACAJU - PROCURADOR MUNICIPAL)


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
K‡tia, propriet‡ria de uma lanchonete, recebeu, de boa-fŽ, uma moeda falsa.
Ap—s constatar a falsidade da moeda, para n‹o ficar no preju’zo, K‡tia restituiu
a moeda ˆ circula•‹o. Nessa situa•‹o, a conduta de K‡tia Ž at’pica, pois ela
recebeu a moeda falsa de boa-fŽ.

94.! (CESPE - 2008 Ð SEMAD/ARACAJU - PROCURADOR MUNICIPAL)


No crime de falsifica•‹o de documento pœblico, se o agente Ž funcion‡rio pœblico
e comete o delito prevalecendo-se do cargo, sua pena ser‡ aumentada em um
sexto.

95.! (CESPE - 2008 Ð SEMAD/ARACAJU - PROCURADOR MUNICIPAL)


N‹o comete o crime de falsidade ideol—gica o agente que declara falsamente ser
pobre, assinando declara•‹o de pobreza para obter os benef’cios da justi•a
gratuita, pois a declara•‹o n‹o pode ser considerada documento para fins de
consumar o crime mencionado.

96.! (CESPE - 2008 Ð SEMAD/ARACAJU - PROCURADOR MUNICIPAL)

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O crime de falsidade material de atestado ou certid‹o prev• pena de deten•‹o
ao agente que o pratica. No entanto, se o crime for praticado com o fim de lucro,
aplica-se, alŽm da pena privativa de liberdade, a pena de multa.

97.! (CESPE - 2009 Ð SEAD/SE (FPH) - PROCURADOR)


ƒ at’pica a conduta de quem restitui ˆ circula•‹o cŽdula recolhida pela
administra•‹o pœblica para ser inutilizada.

98.! (CESPE - 2009 Ð SEAD/SE (FPH) - PROCURADOR)


O direito penal n‹o pune os atos meramente preparat—rios do crime, raz‹o pela
qual Ž at’pica a conduta de quem simplesmente guarda aparelho especialmente
destinado ˆ falsifica•‹o de moeda sem efetivamente praticar o delito.

99.! (CESPE - 2011 Ð PC/ES - DELEGADO DE POLêCIA - ESPECêFICOS)


Em crimes de moeda falsa, a jurisprud•ncia predominante do STF Ž no sentido
de reconhecer como bem penal tutelado n‹o somente o valor correspondente ˆ
express‹o monet‡ria contida nas cŽdulas ou moedas falsas, mas a fŽ pœblica, a
qual pode ser definida como bem intang’vel, que corresponde, exatamente, ˆ
confian•a que a popula•‹o deposita em sua moeda.

100.! (CESPE - 2009 Ð SECONT/ES - AUDITOR DO ESTADO Ð DIREITO)


A conduta de quem se declara falsamente pobre visando obter os benef’cios da
justi•a gratuita subsume-se ao delito de falsifica•‹o de documento particular.

101.! (CESPE - 2010 - EMBASA - ANALISTA DE SANEAMENTO -


ADVOGADO)
Segundo o STJ, no caso de crime de falsifica•‹o de moeda, a norma penal n‹o
busca resguardar somente o aspecto patrimonial, mas tambŽm, e
principalmente, a moral administrativa, que se v• flagrantemente abalada com
a circula•‹o de moeda falsa. No entanto, a pequena quantidade de notas ou o
pequeno valor de seu somat—rio Ž suficiente para quantificar como pequeno o
preju’zo advindo do il’cito perpetrado, a ponto de caracterizar a m’nima
ofensividade da conduta para fins de exclus‹o de sua tipicidade.

102.! (CESPE - 2009 Ð DPE/ES - DEFENSOR PòBLICO)


A apresenta•‹o de documento falso ˆ autoridade incompetente, ap—s exig•ncia
desta, n‹o configura o crime de uso de documento falso.

103.! (CESPE - 2009 Ð DPE/ES - DEFENSOR PòBLICO)


Se, ao ser abordado por policiais militares, em procedimento rotineiro no centro
da cidade onde mora, um indiv’duo se identificar com outro nome, a fim de

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esconder antecedentes penais, esse indiv’duo praticar‡ o delito de falsa
identidade, segundo o STJ.

104.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð DELEGADO)


A falsa atribui•‹o de identidade s— Ž caracterizada como delito de falsa
identidade se feita oralmente, com o poder de ludibriar; quando formulada por
escrito, constitui crime de falsifica•‹o de documento pœblico.

105.! (CESPE Ð 2013 - DPE-DF Ð DEFENSOR PòBLICO)


Julgue os seguintes itens, relativos aos crimes de porte ilegal de arma de fogo,
roubo e falsifica•‹o.
O agente que falsificar cart‹o de crŽdito ou dŽbito cometer‡, em tese, o crime
de falsifica•‹o de documento particular previsto no CP.

106.! (CESPE Ð 2013 Ð PC-BA Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Julgue os pr—ximos itens, relativos a crimes contra a fŽ pœblica.
A consuma•‹o do crime de atestar ou certificar falsamente, em raz‹o de fun•‹o
pœblica, fato ou circunst‰ncia que habilite alguŽm a obter cargo pœblico, isen•‹o
de ™nus ou de servi•o de car‡ter pœblico, ou qualquer outra vantagem ocorre no
instante em que o documento falso Ž criado, independentemente da sua efetiva
utiliza•‹o pelo benefici‡rio

107.! (CESPE Ð 2013 Ð PC-BA Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Julgue os pr—ximos itens, relativos a crimes contra a fŽ pœblica.
Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica. Celso, maior, capaz, quando trafegava
com seu ve’culo em via pœblica, foi abordado por policiais militares, que lhe
exigiram a apresenta•‹o dos documentos do ve’culo e da carteira de habilita•‹o.
Celso, ent‹o, apresentou habilita•‹o falsa. Nessa situa•‹o, a conduta de Celso
Ž considerada at’pica, visto que a apresenta•‹o do documento falso decorreu de
circunst‰ncia alheia ˆ sua vontade.

108.! (CESPE Ð 2013 Ð MPU Ð ANALISTA Ð DIREITO)


A inser•‹o, em assentamento de registro civil, de declara•‹o falsa com vistas ˆ
altera•‹o da verdade sobre fato juridicamente relevante configura crime de
falsidade ideol—gica, com aumento de pena em raz‹o da natureza do documento.

109.! (CESPE Ð 2013 Ð CNJ Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Crime de falsifica•‹o de documento pœblico, quando cometido por funcion‡rio
pœblico, admite a modalidade culposa ÐÐ hip—tese em que a pena Ž reduzida.

110.! (CESPE Ð 2013 Ð TCDF Ð PROCURADOR)

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O crime de uso de documento falso Ž formal, consumando-se com a simples
utiliza•‹o do documento reputado falso, n‹o se exigindo a comprova•‹o de
efetiva les‹o ˆ fŽ pœblica, o que afasta a possibilidade de aplica•‹o do princ’pio
da insignific‰ncia, em raz‹o do bem jur’dico tutelado.

111.! (CESPE Ð 2014 Ð TCDF Ð ACE)


Julgue os itens a seguir, acerca de crimes contra a administra•‹o pœblica e
contra a fŽ pœblica.
Considere que determinado servidor pœblico, prevalecendo-se de seu cargo,
tenha falsificado o teor de um testamento particular. Nesse caso, o servidor
praticou o delito de falsifica•‹o de documento particular, que n‹o se equipara a
documento pœblico, e est‡ sujeito ao aumento da pena prevista na lei penal.

112.! (CESPE Ð 2013 Ð AGU Ð PROCURADOR)


Acerca da legisla•‹o penal especial e dos crimes contra a administra•‹o pœblica
e contra a fŽ pœblica, julgue os itens subsequentes.
Aquele que emitir, sem permiss‹o legal, t’tulo que contenha promessa de
pagamento em dinheiro ao portador praticar‡ crime contra a ordem econ™mica,
as rela•›es de consumo e a economia popular.

113.! (CESPE Ð 2013 Ð PC-DF Ð AGENTE DE POLêCIA)


O empres‡rio que inserir na carteira de trabalho e previd•ncia social de seu
empregado declara•‹o diversa da que deveria ter escrito cometer‡ o crime de
falsidade ideol—gica.

114.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-BA Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


A falsifica•‹o de cart‹o de crŽdito, por si s—, n‹o configura conduta t’pica
pun’vel, uma vez que esse tipo de cart‹o n‹o Ž um documento propriamente
dito, mas constitui apenas uma base material destinada a estampar informe ou
outros dados credit’cios.

115.! (CESPE Ð 2013 Ð SEGESP-AL Ð PAPILOSCOPISTA)


No que se refere aos crimes contra a fŽ pœblica e contra o patrim™nio e ˆ
imputabilidade, julgue os itens seguintes.
Considera-se crime contra a fŽ pœblica fraudar concurso pœblico para —rg‹o da
administra•‹o direta do governo federal ou vestibular para universidade
particular.

116.! (CESPE Ð 2016 Ð TCE-PA Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


No que concerne aos crimes em espŽcie, julgue o item seguinte.

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Particular que apresentar em seu trabalho atestado mŽdico falso, com assinatura
e carimbo de mŽdico inexistente, responder‡ pelo crime de falsidade ideol—gica,
na modalidade do uso.

117.! (CESPE Ð 2016 Ð TCE-PA Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Julgue o pr—ximo item, de acordo com a jurisprud•ncia e a legisla•‹o brasileira
em vigor.
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial Ž t’pica,
ainda que em situa•‹o de alegada autodefesa.

2! EXERCêCIOS COMENTADOS

01.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


No que se refere aos crimes contra a fŽ pœblica, julgue o item seguinte.
A falsifica•‹o de documento pœblico e a falsifica•‹o de documento
particular s‹o consideradas crimes contra a fŽ pœblica, sendo a pena
imputada ao primeiro tipo penal superior ˆ do segundo.
COMENTçRIOS: Item correto, pois a pena prevista para a falsifica•‹o de
documento pœbico, previsto no art. 297 do CP, Ž de reclus‹o, de dois a seis anos,
e multa, enquanto a pena do crime de falsifica•‹o de documento particular, do
art. 298 do CP, Ž de reclus‹o, de um a cinco anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

02.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


No que se refere aos crimes contra a fŽ pœblica, julgue o item seguinte.
O crime de falsidade ideol—gica Ž considerado crime pr—prio, admitindo-
se a modalidade tentada por a•‹o e por omiss‹o.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o crime de falsidade ideol—gica Ž crime
comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, e s— se admite a forma
tentada na modalidade comissiva (ou seja, por a•‹o), n‹o sendo cab’vel na forma
omissiva.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

03.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


No que se refere aos crimes contra a fŽ pœblica, julgue o item seguinte.
A configura•‹o do crime de moeda falsa exige que a falsifica•‹o n‹o seja
grosseira.
COMENTçRIOS: Item correto, pois para a configura•‹o do delito de moeda falsa
se exige o que se chama de Òimitatio veriÓ, que Ž a aptid‹o para iludir as pessoas
em geral. Assim, a falsifica•‹o grosseira n‹o configura crime de moeda falsa,

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podendo o agente responder pelo crime de estelionato, caso obtenha vantagem
indevida em preju’zo de alguŽm (sœmula 73 do STJ).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

04.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð OFICIAL DE INTELIGæNCIA Ð çREA 01)


No que se refere aos tipos penais, julgue o pr—ximo item.
A conduta de dolosamente adquirir d—lares falsos para coloc‡-los em
circula•‹o por intermŽdio de opera•›es cambiais tem a mesma gravidade
que a conduta de falsificar papel moeda, sendo, por isso, punida com as
mesmas penas deste crime.
COMENTçRIOS: Item correto, pois neste caso o agente praticou o crime de
moeda falsa, em sua forma equiparada, prevista no art. 289, ¤1¼ do CP, que tem
a mesma pena prevista para a forma principal (caput) do crime de moeda falsa.
Vejamos:
Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda met‡lica ou papel-moeda de
curso legal no pa’s ou no estrangeiro:
Pena - reclus‹o, de tr•s a doze anos, e multa.
¤ 1¼ - Nas mesmas penas incorre quem, por conta pr—pria ou alheia, importa ou
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circula•‹o
moeda falsa.

O fato de se tratar de moeda estrangeira Ž irrelevante, pois se trata de moeda


de curso legal no exterior.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

05.! (CESPE Ð 2018 Ð DPE-PE Ð DEFENSOR PòBLICO - ADAPTADA)


A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial Ž
at’pica, mesmo quando comprovado que a a•‹o ocorreu com o objetivo
de autodefesa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o STJ sumulou entendimento no sentido de
que tal conduta Ž TêPICA, configurando o crime de falsa identidade, previsto no
art. 307 do CP, n‹o havendo que se falar em ÒautodefesaÓ como forma de afastar
a tipicidade da conduta (sœmula 522 do STJ).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

06.! (CESPE Ð 2018 Ð TCE-PB Ð AUDITOR DE CONTAS PòBLICAS)


Lœcio, ao acompanhar sua esposa a um posto de saœde, apropriou-se de
um receitu‡rio mŽdico em branco, mas com o carimbo do mŽdico que
havia atendido sua esposa. Com o intuito de faltar ao trabalho, ele
preencheu o formul‡rio, atestando que deveria ficar cinco dias em
repouso.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, Lœcio praticou o crime de

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a) falsifica•‹o material de documento particular.
b) falsidade ideol—gica.
c) falsidade de atestado mŽdico.
d) falsidade de sinal pœblico.
e) falsifica•‹o material de documento pœblico.
COMENTçRIOS: Neste caso, Lœcio praticou o crime de falsifica•‹o de documento
pœblico, previsto no art. 297 do CP, pois criou um documento pœblico inexistente.
Note-se que o mŽdico em quest‹o nunca elaborou aquele documento, com
aquelas informa•›es, de forma que temos falsidade material. Haveria falsidade
ideol—gica se o documento fosse verdadeiro, tivesse sido preenchido e assinado
pelo mŽdico (ou alguŽm a seu mando), mas com informa•›es inver’dicas. Neste
caso, o documento representaria a externaliza•‹o de vontade do mŽdico (ainda
que com informa•›es inver’dicas). N‹o Ž o caso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

07.! (CESPE Ð 2018 Ð TCE-PB Ð AUDITOR DE CONTAS PòBLICAS)


A clonagem de cart‹o de crŽdito constitui o delito denominado
a) falsidade de documento pœblico.
b) falsidade de documento particular.
c) conduta at’pica, que s— ser‡ pun’vel a partir do uso do cart‹o clonado
em fraude posterior.
d) adultera•‹o de pe•a filatŽlica, em raz‹o da similaridade com o cart‹o
de crŽdito.
e) falsidade ideol—gica.
COMENTçRIOS: A clonagem de cart‹o de crŽdito nada mais Ž que a falsifica•‹o
de cart‹o de crŽdito, motivo pelo qual configura o crime de falsifica•‹o de
documento particular, j‡ que o cart‹o de crŽdito e o cart‹o de dŽbito s‹o
equiparados a documento particular para fins penais, na forma do art. 298, ¤
œnico do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

08.! (CESPE Ð 2018 Ð DPE-AP Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Para a caracteriza•‹o do crime de estupro de vulner‡vel previsto no art.
217-A, caput, do C—digo Penal, basta que o agente tenha conjun•‹o
carnal ou pratique qualquer ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos.
O consentimento da v’tima, sua eventual experi•ncia sexual anterior ou
a exist•ncia de relacionamento amoroso entre o agente e a v’tima n‹o
afastam a ocorr•ncia do crime.
COMENTçRIOS: Item correto, pois conforme entendimento sumulado do STJ,
considera-se tipificado o crime de estupro de vulner‡vel ainda haja eventual
consentimento da v’tima para a pr‡tica do ato, n‹o sendo relevante, ainda, sua

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eventual experi•ncia sexual anterior ou exist•ncia de relacionamento amoroso
com o agente:
Sœmula 593 do STJ
O crime de estupro de vulner‡vel se configura com a conjun•‹o carnal ou pr‡tica de
ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da
v’tima para a pr‡tica do ato, sua experi•ncia sexual anterior ou exist•ncia de
relacionamento amoroso com o agente.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

09.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð OFICIAL DE INTELIGæNCIA Ð çREA 01)


No que se refere aos tipos penais, julgue o pr—ximo item.
Situa•‹o hipotŽtica: No intuito de provocar explos‹o de grandes
propor•›es, Jo‹o adquiriu subst‰ncia explosiva sem licen•a da
autoridade competente. O material acabou sendo apreendido antes que
fosse montado o dispositivo explosivo. Assertiva: Nessa situa•‹o, a
conduta de Jo‹o Ž at’pica.
COMENTçRIOS: Item errado, pois neste caso o agente praticou o crime previsto
no art. 253 do CP:
Fabrico, fornecimento, aquisi•‹o posse ou transporte de explosivos ou g‡s t—xico, ou
asfixiante
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licen•a da
autoridade, subst‰ncia ou engenho explosivo, g‡s t—xico ou asfixiante, ou material
destinado ˆ sua fabrica•‹o:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, e multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

10.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð OFICIAL DE INTELIGæNCIA Ð çREA 01)


No que se refere aos tipos penais, julgue o pr—ximo item.
Situa•‹o hipotŽtica: Durante uma inunda•‹o, Abel interrompeu
dolosamente o servi•o telef™nico da regi‹o. Assertiva: Nessa situa•‹o,
Abel responder‡ por crime previsto na Lei de Intercepta•‹o Telef™nica,
com a circunst‰ncia agravante de t•-lo praticado durante calamidade
pœblica.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o agente, neste caso, praticou o crime do art.
266, ¤2¼ do CP, pois interrompeu servi•o telef™nico durante calamidade pœblica:
Interrup•‹o ou perturba•‹o de servi•o telegr‡fico, telef™nico, inform‡tico,
telem‡tico ou de informa•‹o de utilidade pœblica (Reda•‹o dada pela Lei n¼
12.737, de 2012) Vig•ncia
Art. 266 - Interromper ou perturbar servi•o telegr‡fico, radiotelegr‡fico ou telef™nico,
impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena - deten•‹o, de um a tr•s anos, e multa.
(...)

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¤ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime Ž cometido por ocasi‹o de calamidade
pœblica. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vig•ncia

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

11.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se
segue.
O crime de explos‹o Ž considerado um crime de dano, pois o objeto
jur’dico tutelado s‹o os bens materiais.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o crime de explos‹o, do art. 251 do CP, Ž um
crime de PERIGO, j‡ que n‹o se exige dano ao bem jur’dico para sua consuma•‹o,
bastante que a conduta exponha o bem jur’dico a RISCO de dano (situa•‹o de
perigo). Trata-se de crime de perigo concreto, pois a situa•‹o de risco n‹o Ž
presumida, devendo ser comprovada no caso concreto.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

12.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se
segue.
A conduta de disseminar germes patol—gicos com o objetivo de infectar
plantas e animais n‹o configura o crime de epidemia.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o crime de epidemia s— se configura quando
o agente d‡ causa ˆ epidemia mediante a propaga•‹o de germes patog•nicos que
infectam seres humanos. Somente a propaga•‹o de doen•a humana, portanto, Ž
que configura o crime do art. 267 do CP. Caso se trate de propaga•‹o de doen•a
apta a infectar plantas ou animais teremos o crime do art. 61 da Lei 9.605/98
(Lei de crimes ambientais).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

13.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se
segue.
O crime de difus‹o de doen•a ou praga Ž considerado um tipo penal de
consuma•‹o permanente e de perigo concreto.
COMENTçRIOS: Item errado, pois se trata de crime de consuma•‹o instant‰nea,
n‹o sendo crime permanente. ƒ todavia, de acordo com a Doutrina majorit‡ria,
crime de perigo concreto.
Importante frisar, todavia, que tal crime, de acordo com a maioria da Doutrina,
foi tacitamente revogado pelo art. 61 da Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

14.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)

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Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se
segue.
Situa•‹o hipotŽtica: Ap—s anos de trabalho como auxiliar de enfermagem,
Marcos abriu um consult—rio mŽdico e passou a realizar consulta, a
ministrar medicamentos aos seus pacientes e a realizar pequenas
interven•›es cirœrgicas. Assertiva: Nessa situa•‹o, Marcos pratica o
crime de exerc’cio ilegal da profiss‹o.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o agente, neste caso, praticou o delito de
Òexerc’cio ilegal da medicina, arte dent‡ria ou farmac•uticaÓ, mais precisamente
o crime de exerc’cio ilegal da arte dent‡ria, na forma do art. 282 do CP:
Exerc’cio ilegal da medicina, arte dent‡ria ou farmac•utica
Art. 282 - Exercer, ainda que a t’tulo gratuito, a profiss‹o de mŽdico, dentista ou
farmac•utico, sem autoriza•‹o legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos.
Par‡grafo œnico - Se o crime Ž praticado com o fim de lucro, aplica-se tambŽm multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

15.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Acerca dos crimes contra a incolumidade pœblica, julgue o item que se
segue.
Em se tratando dos crimes de inc•ndio e desabamento, admite-se a
modalidade culposa.
COMENTçRIOS: Item correto, pois tais delitos admitem a forma culposa,
conforme podemos extrair dos arts. e 250, ¤2¼ e 256, ¤ œnico do CP
Art. 250 - Causar inc•ndio, expondo a perigo a vida, a integridade f’sica ou o
patrim™nio de outrem:
Pena - reclus‹o, de tr•s a seis anos, e multa.
(...)
Inc•ndio culposo
¤ 2¼ - Se culposo o inc•ndio, Ž pena de deten•‹o, de seis meses a dois anos.
(...)
Desabamento ou desmoronamento
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a
integridade f’sica ou o patrim™nio de outrem:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade culposa
Par‡grafo œnico - Se o crime Ž culposo:
Pena - deten•‹o, de seis meses a um ano.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

16.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)

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Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a paz pœblica.
Os tipos penais definidos como incita•‹o ao crime e apologia de crime
s‹o espŽcies de crimes contra a paz pœblica.
COMENTçRIOS: Item correto, pois tais delitos est‹o inseridos no T’tulo IX da
Parte Especial do CP, que trata dos crimes contra a paz pœblica, mais
precisamente, encontram-se tipificados nos arts. 286 e 287 do CPP:
Incita•‹o ao crime
Art. 286 - Incitar, publicamente, a pr‡tica de crime:
Pena - deten•‹o, de tr•s a seis meses, ou multa.
Apologia de crime ou criminoso
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - deten•‹o, de tr•s a seis meses, ou multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

17.! (CESPE Ð 2018 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Julgue o item seguinte, a respeito dos crimes contra a paz pœblica.
No caso de tr•s ou mais pessoas associarem-se com a inten•‹o de
cometer um œnico assalto a banco, estar‡ configurado o crime de
associa•‹o criminosa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois para a configura•‹o do crime de associa•‹o
criminosa, previsto no art. 288 do CP, Ž necess‡rio que se trate de reuni‹o para
a pr‡tica de crimes (no plural), n‹o sendo suficiente a reuni‹o eventual para a
pr‡tica de um œnico delito:
Associa•‹o Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (tr•s) ou mais pessoas, para o fim espec’fico de cometer
crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.850, de 2013) (Vig•ncia)
Pena - reclus‹o, de 1 (um) a 3 (tr•s) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.850, de
2013) (Vig•ncia)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

18.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


A conduta de vender ou expor ˆ venda CDs ou DVDs contendo grava•›es
de mœsicas, filmes ou shows n‹o configura crime de viola•‹o de direito
autoral, por ser pr‡tica amplamente tolerada e estimulada pela procura
dos consumidores desses produtos.
COMENTçRIOS: A conduta do agente se amolda ao tipo penal do art. 184, ¤2¼
do CP:
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe s‹o conexos: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
10.695, de 1¼.7.2003)
Pena - deten•‹o, de 3 (tr•s) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 10.695, de 1¼.7.2003)
(...)

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¤ 2o Na mesma pena do ¤ 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto,
distribui, vende, exp›e ˆ venda, aluga, introduz no Pa’s, adquire, oculta, tem em
dep—sito, original ou c—pia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com viola•‹o
do direito de autor, do direito de artista intŽrprete ou executante ou do direito do
produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou c—pia de obra intelectual ou
fonograma, sem a expressa autoriza•‹o dos titulares dos direitos ou de quem os
represente. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 10.695, de 1¼.7.2003)
O STJ j‡ consolidou entendimento no sentido de que n‹o h‡ que se falar em
aplica•‹o, aqui, do princ’pio da adequa•‹o social, tendo sumulado a quest‹o
(sœmula 502 do STJ).
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

19.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


No crime de aliciamento para o fim de emigra•‹o, pune-se a conduta de
recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de lev‡-los para
territ—rio estrangeiro, como forma de se garantir a prote•‹o ˆ
organiza•‹o do trabalho.
COMENTçRIOS: Item correto, pois esta Ž a exata previs‹o da conduta t’pica
prevista no art. 206 do CP, que trata do crime de Òaliciamento para o fim de
emigra•‹oÓ.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

20.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


Para a configura•‹o do crime de participa•‹o de abandono coletivo de
trabalho com viol•ncia contra a pessoa, Ž indispens‡vel o concurso de
pelo menos tr•s empregados.
COMENTçRIOS: Item correto, pois esta Ž a exata previs‹o contida no ¤ œnico
do art. 200 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

21.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


Consiste em infra•‹o penal violadora da liberdade individual, e n‹o em
crime contra a organiza•‹o do trabalho, a conduta do agente que impede
alguŽm de se desligar de servi•os de qualquer natureza, mediante a
reten•‹o de seus documentos pessoais.
COMENTçRIOS: Item errado, pois esta conduta configura crime contra a
organiza•‹o do trabalho, previsto no art. 203, ¤1¼, II do CP:
Frustra•‹o de direito assegurado por lei trabalhista
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou viol•ncia, direito assegurado pela legisla•‹o
do trabalho:
Pena - deten•‹o de um ano a dois anos, e multa, alŽm da pena correspondente ˆ
viol•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.777, de 1998)
¤ 1¼ Na mesma pena incorre quem: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.777, de 1998)

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(...) II - impede alguŽm de se desligar de servi•os de qualquer natureza, mediante
coa•‹o ou por meio da reten•‹o de seus documentos pessoais ou contratuais. (Inclu’do
pela Lei n¼ 9.777, de 1998)
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

22.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


No crime de aliciamento de trabalhadores de um local para outro do
territ—rio nacional, o recrutador que n‹o assegurar condi•›es de retorno
do trabalhador ao local de origem estar‡ sujeito a causa espec’fica de
aumento de pena.
COMENTçRIOS: Item errado, pois neste caso o agente responder‡ pelo delito
do art. 207, ¤1¼ do CP, que possui a mesma pena prevista para a conduta do
caput do art. 207, n‹o havendo causa de aumento de pena.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

23.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


O C—digo Penal prev•, para todos os crimes contra a organiza•‹o do
trabalho, como causa de aumento de pena o fato de a v’tima ser menor
de dezoito anos de idade, idosa, gestante, ind’gena ou portadora de
defici•ncia f’sica ou mental.
COMENTçRIOS: Item errado, pois tal causa de aumento de pena s— Ž prevista
para os delitos do art. 203 e 207 do CP.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

24.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO Ð ADAPTADA)


Processam-se esses crimes por a•‹o penal pœblica incondicionada,
estando o autor de qualquer um deles sujeito ˆ pena de deten•‹o, alŽm
da pena correspondente ˆ viol•ncia empregada, quando for o caso.
COMENTçRIOS: Item errado, pois para o delito do art. 202 Ž cominada pena de
RECLUSÌO:
Invas‹o de estabelecimento industrial, comercial ou agr’cola. Sabotagem
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agr’cola, com o
intuito de impedir ou embara•ar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim
danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:
Pena - reclus‹o, de um a tr•s anos, e multa.
Portanto, a AFIRMARTIVA ESTç ERRADA.

25.! (CESPE Ð 2016 Ð TRT8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Acerca do crime de que trata o art. 198 do CP Ñ atentado contra a
liberdade de trabalho e boicotagem violenta Ñ, assinale a op•‹o correta.

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a) A compet•ncia para o processamento de a•‹o que envolva a pr‡tica
desse crime Ž da justi•a federal, independentemente de se tratar de
interesse individual do trabalhador ou coletivo.
b) A conduta de constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave
amea•a, a adquirir de outrem matŽria-prima ou produto industrial
agr’cola configura o crime previsto no referido artigo.
c) Cometer‡ o referido crime aquele que constranger alguŽm, mediante
viol•ncia ou grave amea•a, a n‹o celebrar contrato de trabalho.
d) Haver‡ concurso de crimes se o agente praticar mais de uma das
condutas previstas no art. 198 do CP.
e) O referido crime classifica-se como crime pr—prio.
COMENTçRIOS:
a) ERRADA: Item errado, pois a compet•ncia ser‡, a princ’pio, da Justi•a
estadual, salvo se ficar comprovado que houve: (i) viola•‹o a direito dos
trabalhadores, considerados coletivamente; ou (ii) viola•‹o ˆ organiza•‹o geral
do trabalho.
b) ERRADA: Item errado, pois tal conduta n‹o se amolda ao tipo penal do art.
198 do CP, que criminaliza a conduta de quem obriga alguŽm a NÌO FORNECER
a outra pessoa ou NÌO ADQUIRIR de outra pessoa matŽria-prima ou produto
industrial ou agr’cola.
c) ERRADA: Item errado, pois a conduta criminalizada (dentre outras) Ž a de
constranger alguŽm a CELEBRAR contrato de trabalho, nos termos do art. 198 do
CP.
d) CORRETA: Item correto, pois temos aqui o que se chama de tipo misto
cumulativo, ou seja, a pr‡tica de mais de uma das condutas descritas no nœcleo
do tipo configura mais de um crime, e n‹o crime œnico.
e) ERRADA: Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer
pessoa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

26.! (CESPE Ð 2016 Ð TJ-AM Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


N‹o constitui crime vilipendiar as cinzas de um cad‡ver, sendo tal
conduta at’pica por aus•ncia de previs‹o legal.
COMENTçRIOS: Item errado, pois tal conduta Ž criminalizada pelo art. 212 do
CP:
Vilip•ndio a cad‡ver
Art. 212 - Vilipendiar cad‡ver ou suas cinzas:
Pena - deten•‹o, de um a tr•s anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

27.! (CESPE Ð 2016 Ð TJ-AM Ð JUIZ Ð ADAPTADA)

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Pratica crime previsto no CP aquele que contrai casamento conhecendo
a exist•ncia de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta ou
relativa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o crime do art. 237 do CP s— se aplica se o
agente contrai casamento sabendo da exist•ncia de impedimento que cause
nulidade ABSOLUTA, nos termos do art. 237 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

28.! (CESPE Ð 2015 Ð DPE-RN Ð DEFENSOR PòBLICO)


Vanessa foi presa em flagrante enquanto vendia e expunha ˆ venda cerca
de duzentos DVDs piratas, falsificados, de filmes e sŽries de televis‹o.
Realizada a devida per’cia, foi confirmada a falsidade dos objetos.
Incapaz de apresentar autoriza•‹o para a comercializa•‹o dos produtos,
Vanessa alegou em sua defesa que desconhecia a ilicitude de sua
conduta.
Com rela•‹o a essa situa•‹o hipotŽtica, assinale a op•‹o correta ˆ luz da
jurisprud•ncia dominante dos tribunais superiores.
a) Vanessa Ž isenta de culpabilidade, pois incidiu em erro de proibi•‹o.
b) O MP deve comprovar que os detentores dos direitos autorais das
obras falsificadas sofreram real preju’zo para que a conduta de Vanessa
seja criminosa.
c) A conduta de Vanessa ofende o direito constitucional que protege a
autoria de obras intelectuais e configura crime de viola•‹o de direito
autoral.
d) A conduta de vender e expor ˆ venda DVDs falsificados Ž at’pica em
raz‹o da incid•ncia do princ’pio da adequa•‹o social.
e) A conduta de vender e expor ˆ venda DVDs falsificados Ž at’pica em
raz‹o da incid•ncia do princ’pio da insignific‰ncia.
COMENTçRIOS: A conduta do agente se amolda ao tipo penal do art. 184, ¤2¼
do CP:
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe s‹o conexos: (Reda•‹o dada pela Lei n¼
10.695, de 1¼.7.2003)
Pena - deten•‹o, de 3 (tr•s) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 10.695, de 1¼.7.2003)
(...)
¤ 2o Na mesma pena do ¤ 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto,
distribui, vende, exp›e ˆ venda, aluga, introduz no Pa’s, adquire, oculta, tem em
dep—sito, original ou c—pia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com viola•‹o
do direito de autor, do direito de artista intŽrprete ou executante ou do direito do
produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou c—pia de obra intelectual ou
fonograma, sem a expressa autoriza•‹o dos titulares dos direitos ou de quem os
represente. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 10.695, de 1¼.7.2003)
O STJ j‡ consolidou entendimento no sentido de que n‹o h‡ que se falar em
aplica•‹o, aqui, do princ’pio da adequa•‹o social, tendo sumulado a quest‹o
(sœmula 502 do STJ).

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N‹o se exige, ainda, comprova•‹o de que tenha havido efetivo preju’zo, eis que
se trata de crime formal. AlŽm disso, incab’vel sustentar a ocorr•ncia de erro de
proibi•‹o, eis que se trata de conduta amplamente divulgada como il’cita.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

29.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ Ð ADAPTADA)


No crime de bigamia, a data do fato constitui o termo inicial do prazo
prescricional.
COMENTçRIOS: O termo inicial, neste caso, Ž a data em que o fato se tornou
conhecido, por for•a do art. 111, IV do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

30.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ Ð ADAPTADA)


As cinzas humanas n‹o podem ser objeto material do crime de vilip•ndio
a cad‡ver.
COMENTçRIOS: O art. 212 do CP Ž expresso em sentido contr‡rio:
Vilip•ndio a cad‡ver
Art. 212 - Vilipendiar cad‡ver ou suas cinzas:
Pena - deten•‹o, de um a tr•s anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

31.! (CESPE Ð 2015 Ð TJ-PB Ð JUIZ SUBSTITUTO)


Constitui causa de aumento de pena o fato de o crime de inc•ndio ser
praticado
a) mediante utiliza•‹o de explosivos.
b) em situa•‹o de viol•ncia domŽstica ou familiar contra a mulher
c) em estaleiro, f‡brica ou oficina.
d) em canteiro de obras em ‡rea de grande densidade demogr‡fica e
populacional.
e) por motivo fœtil ou torpe.
COMENTçRIOS: Constitui causa de aumento de pena no crime de inc•ndio o
fato de ser praticado em estaleiro, f‡brica ou oficina, nos termos do art. 250,
¤1¼, II, ÒeÓ do CP:
Art. 250 - Causar inc•ndio, expondo a perigo a vida, a integridade f’sica ou o
patrim™nio de outrem:
Pena - reclus‹o, de tr•s a seis anos, e multa.
Aumento de pena
¤ 1¼ - As penas aumentam-se de um ter•o:
(...)
II - se o inc•ndio Ž:
(...)

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e) em estaleiro, f‡brica ou oficina;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

32.! (CESPE Ð 2008 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Let’cia, mediante arremesso de dinamite, exp™s a perigo a vida e a
integridade f’sica de passageiros de uma aeronave. Nessa situa•‹o,
Let’cia deve responder por crime de explos‹o, que admite a modalidade
culposa.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto, pois a conduta de Let’cia configura o delito
de explos‹o. Vejamos:
Explos‹o
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade f’sica ou o patrim™nio de outrem,
mediante explos‹o, arremesso ou simples coloca•‹o de engenho de dinamite ou de
subst‰ncia de efeitos an‡logos:
Pena - reclus‹o, de tr•s a seis anos, e multa.
¤ 1¼ - Se a subst‰ncia utilizada n‹o Ž dinamite ou explosivo de efeitos an‡logos:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
Lembrando que a conduta de meramente ÒarremessarÓ Ž uma das condutas
pun’veis, que somente consumar‡ o delito com a efetiva exposi•‹o a perigo, j‡
que se trata de crime de perigo concreto.
Tal delito, ainda, Ž pun’vel tambŽm na modalidade culposa:
¤ 3¼ - No caso de culpa, se a explos‹o Ž de dinamite ou subst‰ncia de efeitos an‡logos,
a pena Ž de deten•‹o, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos, Ž de
deten•‹o, de 3 (tr•s) meses a 1 (um) ano.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

33.! (CESPE Ð 2008 Ð ABIN Ð AGENTE DE INTELIGæNCIA)


Fl‡via arremessou projŽtil em ™nibus destinado ao transporte pœblico,
enquanto o ™nibus estava em movimento e com passageiros em seu
interior. Nessa situa•‹o, a conduta de Fl‡via somente ser‡ considerada
crime se tiver resultado em les‹o corporal ou morte; caso contr‡rio, ser‡
considerada apenas il’cito civil.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado, pois a conduta do agente, aqui, j‡
consumou o delito de arremesso de projŽtil, previsto no art. 264 do CP:
Arremesso de projŽtil
Art. 264 - Arremessar projŽtil contra ve’culo, em movimento, destinado ao transporte
pœblico por terra, por ‡gua ou pelo ar:
Pena - deten•‹o, de um a seis meses.
Par‡grafo œnico - Se do fato resulta les‹o corporal, a pena Ž de deten•‹o, de 6 (seis)
meses a 2 (dois) anos; se resulta morte, a pena Ž a do art. 121, ¤ 3¼, aumentada de
um ter•o.
Trata-se de crime de perigo abstrato, n‹o sendo exig’vel a efetiva cria•‹o do
perigo real. AlŽm disso, a ocorr•ncia de les‹o corporal ou morte apenas qualifica
o delito, mas Ž irrelevante para sua consuma•‹o na forma simples.

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

34.! (CESPE Ð 2014 Ð PM-CE Ð OFICIAL)


Julgue os itens a seguir, acerca dos crimes contra a incolumidade
pœblica.
Em se tratando de crimes de inc•ndio e explos‹o, admite-se o concurso
de crimes, afastando-se a aplica•‹o do princ’pio da consun•‹o.
COMENTçRIOS: Item errado, pois n‹o h‡ que se falar em aplica•‹o do princ’pio
da consun•‹o em rela•‹o a tais delitos, eis que um n‹o Ž considerado meio para
a pr‡tica do outro.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

35.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR)


A associa•‹o, de tr•s ou mais pessoas, para o fim espec’fico de cometer
crimes, configura quadrilha ou bando, devendo a pena imposta ao
condenado com base nesse tipo penal ser aumentada atŽ a metade
quando tomarem parte da associa•‹o crian•a, adolescente, idoso ou
pessoas com defici•ncia.
COMENTçRIOS: Item errado por dois motivos. Primeiro, porque tal conduta
configura o delito de ASSOCIA‚ÌO CRIMINOSA (que substituiu o antigo crime de
quadrilha ou bando). Em segundo lugar, porque a causa de aumento de pena s—
se aplica se h‡ participa•‹o de crian•a ou adolescente, e n‹o no caso de idoso ou
pessoa com defici•ncia:
Associa•‹o Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (tr•s) ou mais pessoas, para o fim espec’fico de cometer
crimes: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.850, de 2013) (Vig•ncia)
Pena - reclus‹o, de 1 (um) a 3 (tr•s) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.850, de
2013) (Vig•ncia)
Par‡grafo œnico. A pena aumenta-se atŽ a metade se a associa•‹o Ž armada ou se
houver a participa•‹o de crian•a ou adolescente. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.850,
de 2013) (Vig•ncia)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

36.! (CESPE Ð 2014 Ð TCE-PB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)


Causar inc•ndio, expondo a vida, a integridade f’sica ou o patrim™nio de
outrem s— Ž pun’vel na modalidade dolosa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois tal delito tambŽm Ž pun’vel na forma culposa:
Inc•ndio
Art. 250 - Causar inc•ndio, expondo a perigo a vida, a integridade f’sica ou o
patrim™nio de outrem:
Pena - reclus‹o, de tr•s a seis anos, e multa.
(...)
Inc•ndio culposo

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¤ 2¼ - Se culposo o inc•ndio, Ž pena de deten•‹o, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

37.! (CESPE Ð 2014 Ð TCE-PB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)


A pr‡tica de constituir, organizar ou manter mil’cia particular sujeita o
agente ˆ pena de reclus‹o de tr•s a oito anos e multa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a pena, neste caso, Ž de quatro a oito anos
de reclus‹o:
Constitui•‹o de mil’cia privada (Inclu’do dada pela Lei n¼ 12.720, de 2012)
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organiza•‹o paramilitar,
mil’cia particular, grupo ou esquadr‹o com a finalidade de praticar qualquer dos crimes
previstos neste C—digo: (Inclu’do dada pela Lei n¼ 12.720, de 2012)
Pena - reclus‹o, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Inclu’do dada pela Lei n¼ 12.720,
de 2012)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

38.! (CESPE - 2013 - STF - AJAJ)


Considere que Armando, penalmente imput‡vel, no dia 25/3/2013,
mediante grave amea•a, tenha constrangido Maria, de dezesseis anos de
idade, ˆ pr‡tica de conjun•‹o carnal e ato libidinoso diverso, no mesmo
cen‡rio f‡tico. Nessa situa•‹o, Armando responder‡ por dois delitos Ñ
estupro e atentado violento ao pudor Ñ em concurso material, devendo
ser condenado a pena equivalente ˆ soma das san•›es previstas para
cada um desses crimes.
COMENTçRIOS: Ap—s as inova•›es trazidas pela Lei 12.015/2009, a conduta
prevista no crime de atentado violento ao pudor (antigo art. 214 do CP) passou
a integrar o tipo penal do art. 213 do CP (estupro). Assim, a pr‡tica das duas
condutas (pr‡tica de conjun•‹o carnal e pr‡tica de outro ato libidinoso diverso da
conjun•‹o carnal), desde que no mesmo contexto f‡tico e contra a mesma v’tima,
caracteriza CRIME òNICO, e n‹o concurso material.
O STJ, inclusive, corrobora este entendimento (Que, na verdade, sequer Ž
discutido):

HABEAS CORPUS. IMPETRA‚ÌO ORIGINçRIA. SUBSTITUI‚ÌO AO RECURSO


ORDINçRIO CABêVEL. IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSAL
PREVISTO NA CARTA MAGNA. NÌO CONHECIMENTO.
(...)
2. Com as inova•›es trazidas pela Lei 12.015/2009, os crimes de estupro e
atentado violento ao pudor s‹o, agora, do mesmo g•nero - crimes contra a
dignidade sexual - e tambŽm da mesma espŽcie - estupro -, raz‹o pela qual,
desde que praticados contra a mesma v’tima, e no mesmo contexto, conforme
se verifica neste caso, devem ser reconhecidos como crime œnico.
(...)
(HC 170.068/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
22/10/2013, DJe 29/10/2013)

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

39.! (CESPE Ð 2014 Ð TJ/CE Ð AJAJ Ð ADAPTADA)


Com rela•‹o ao excesso pun’vel, aos crimes contra a dignidade sexual,
aos crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos, aos
crimes contra a fam’lia e aos crimes contra a administra•‹o pœblica,
assinale a op•‹o correta.
No estupro de vulner‡vel, a presun•‹o de viol•ncia Ž absoluta, segundo
a jurisprud•ncia do STJ, sendo irrelevante a aquiesc•ncia do menor ou
mesmo o fato de j‡ ter mantido rela•›es sexuais anteriormente.
COMENTçRIOS: Item correto, pois este Ž o exato entendimento do STJ:
(...)1. A presun•‹o de viol•ncia prevista no art. 224, "a", do CP Ž absoluta,
sendo irrelevante, penalmente, o consentimento da v’tima ou sua experi•ncia
em rela•‹o ao sexo. Precedente do EREsp n¼. 762.044/SP, Terceira Se•‹o.
2. Agravo regimental n‹o provido.
(AgRg no AREsp
483.793/MG, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, QUINTA TURMA, julgado em
06/05/2014, DJe 13/05/2014)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

40.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Cometer‡ o crime de estupro a mulher que constranger homem,
mediante grave amea•a, a com ela praticar conjun•‹o carnal.
COMENTçRIOS: Item correto, pois desde a Lei 12.015/09, que alterou o CP, a
mulher passou a poder ser sujeito ATIVO do crime de estupro, e o homem passou
a poder ser sujeito PASSIVO de tal delito. Vejamos:
Art. 213. Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, a ter conjun•‹o
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de
2009)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

41.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


O crime de satisfa•‹o de lasc’via mediante presen•a de crian•a ou
adolescente consuma-se com dolo genŽrico, n‹o se exigindo o chamado
especial fim de agir.
COMENTçRIOS: Item errado, pois exige-se, para a caracteriza•‹o do delito que
haja o dolo espec’fico, consistente na inten•‹o de praticar a conduta para
satisfazer a lasc’via pr—pria ou de outrem.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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42.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ Ð ADAPTADA)
Caso o delito de viola•‹o sexual mediante fraude seja cometido com o
fim de obten•‹o de vantagem econ™mica, o infrator sujeitar-se-‡
tambŽm ˆ pena de multa.
COMENTçRIOS: Item correto, pois essa Ž a previs‹o do art. 215, ¤ œnico do CP:
Viola•‹o sexual mediante fraude (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Art. 215. Ter conjun•‹o carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguŽm, mediante
fraude ou outro meio que impe•a ou dificulte a livre manifesta•‹o de vontade da
v’tima: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)

Pena - reclus‹o, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de
2009)

Par‡grafo œnico. Se o crime Ž cometido com o fim de obter vantagem econ™mica,


aplica-se tambŽm multa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

43.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


Segundo entendimento do STJ, ap—s a Lei n.¼ 12.015/2009, o crime de
corrup•‹o de menores passou a ser material, ou seja, Ž exigida prova do
efetivo corrompimento do menor.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o crime de corrup•‹o de menores Ž formal,
ou seja, n‹o depende da ocorr•ncia da efetiva corrup•‹o para que o delito se
consume. Vejamos a posi•‹o do STJ:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL. CORRUP‚ÌO DE MENORES.
CRIME FORMAL. PRESCINDIBILIDADE DE PROVA DA EFETIVA CORRUP‚ÌO DA
VêTIMA.
1. A Terceira Se•‹o desta Corte consolidou entendimento, em sede de recurso
representativo da controvŽrsia, no sentido de que o crime de corrup•‹o de
menores Ž delito formal, no qual Ž desnecess‡ria a comprova•‹o da efetiva
corrup•‹o da v’tima (Recurso Especial n¼ 1.127.954/DF, Rel. Min. MARCO
AURƒLIO BELLIZZE).
2. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 936.203/RS, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA
(DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/PE), SEXTA TURMA, julgado em
05/06/2012, DJe 18/06/2012)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

44.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


No estupro, se da conduta resultar les‹o corporal de natureza grave ou
se a v’tima tiver menos de dezoito anos de idade, aplicar-se-‡ causa
especial de aumento de pena.
COMENTçRIOS: Item errado, pois se a vitima for menor de 18 anos, mas n‹o
for maior de 14 anos, o crime ser‡ o de estupro de vulner‡vel. AlŽm disso,
resultando les‹o de natureza grave ou sendo a v’tima menor de 18 anos e maior

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de 14 anos, n‹o se aplica causa de aumento de pena, mas circunst‰ncia
QUALIFICADORA. Vejamos:
Art. 213. Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, a ter conjun•‹o
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de
2009)
¤ 1¼ Se da conduta resulta les‹o corporal de natureza grave ou se a v’tima Ž menor
de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

45.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/PI Ð JUIZ Ð ADAPTADA)


No assŽdio sexual, o fato de a v’tima ter menos de dezoito anos de idade
qualifica o crime, raz‹o pela qual as penas desse delito estar‹o
majoradas em seus limites abstratamente cominados.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a pena APLICADA Ž que dever‡ ser
aumentada de um ter•o, sendo CAUSA DE AUMENTO DE PENA, n‹o circunst‰ncia
qualificadora. Vejamos:
Art. 216-A. Constranger alguŽm com o intuito de obter vantagem ou favorecimento
sexual, prevalecendo-se o agente da sua condi•‹o de superior hier‡rquico ou
ascend•ncia inerentes ao exerc’cio de emprego, cargo ou fun•‹o." (Inclu’do pela Lei
n¼ 10.224, de 15 de 2001)
Pena - deten•‹o, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Inclu’do pela Lei n¼ 10.224, de 15 de
2001)
Par‡grafo œnico. (VETADO) (Inclu’do pela Lei n¼ 10.224, de 15 de 2001)
¤ 2¼ A pena Ž aumentada em atŽ um ter•o se a v’tima Ž menor de 18 (dezoito) anos.
(Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

46.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Para fins de caracteriza•‹o do delito de assŽdio sexual, os chamados
l’deres espirituais s‹o considerados superiores hier‡rquicos de seus
seguidores.
COMENTçRIOS: Item errado, pois, por n‹o se caracterizar como uma RELA‚ÌO
INERENTE A CARGO, EMPREGO OU FUN‚ÌO, n‹o pode ser considerada esta
rela•‹o como uma rela•‹o de subordina•‹o hier‡rquica.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

47.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Nos crimes sexuais contra vulner‡veis, a causa especial de aumento de
pena aplica-se apenas aos agentes que detenham rela•‹o de parentesco,
por afinidade ou consanguinidade, com as v’timas.

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COMENTçRIOS: Item errado, pois, nos termos do art. 226, II do CP, a causa
especial de aumento de pena ser‡ aplicada caso o infrator possua qualquer t’tulo
de autoridade sobre a v’tima, n‹o necessariamente grau de parentesco. Vejamos:
Art. 226. A pena Ž aumentada:(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 11.106, de 2005)
(...)
II - de metade, se o agente Ž ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irm‹o, c™njuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da v’tima ou por qualquer
outro t’tulo tem autoridade sobre ela; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 11.106, de 2005)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

48.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Em rela•‹o aos delitos de inc•ndio e explos‹o, n‹o se admite a
modalidade culposa, sendo a paz pœblica, nesses crimes, o bem jur’dico
penalmente tutelado.
COMENTçRIOS: Item errado, pois, nos termos do art. 250, ¤2¼ e 251, 3¼ do
CP, estes delitos admitem a modalidade culposa, expressamente:
Art. 250 - Causar inc•ndio, expondo a perigo a vida, a integridade f’sica ou o
patrim™nio de outrem:
Pena - reclus‹o, de tr•s a seis anos, e multa.
(...)
Inc•ndio culposo
¤ 2¼ - Se culposo o inc•ndio, Ž pena de deten•‹o, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Explos‹o
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade f’sica ou o patrim™nio de outrem,
mediante explos‹o, arremesso ou simples coloca•‹o de engenho de dinamite ou de
subst‰ncia de efeitos an‡logos:
Pena - reclus‹o, de tr•s a seis anos, e multa.
(...)
Modalidade culposa
¤ 3¼ - No caso de culpa, se a explos‹o Ž de dinamite ou subst‰ncia de efeitos an‡logos,
a pena Ž de deten•‹o, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos, Ž de
deten•‹o, de 3 (tr•s) meses a 1 (um) ano.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

49.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Para a configura•‹o do delito de quadrilha, verificado o nœmero m’nimo
de agentes previsto em lei, basta que um dos integrantes seja imput‡vel.
COMENTçRIOS: Item correto, pois inimputabilidade de um ou alguns dos
agentes, no concurso de pessoas, n‹o descaracteriza o concurso (bem como a
agravante dele decorrente), e tambŽm n‹o descaracteriza o delito de quadrilha
ou bando, desde que pelo menos um dos agentes seja imput‡vel. Vejamos:
PENAL E PROCESSUAL PENAL. A‚ÌO PENAL ORIGINçRIA. PECULATO E FORMA‚ÌO DE
QUADRILHA. ARTS. 288 E 312 DO CîDIGO PENAL. INDêCIOS SUFICIENTES DE
AUTORIA E MATERIALIDADE CONTRA UM DOS ACUSADOS TÌO SOMENTE QUANTO
AO CRIME DE PECULATO. DENòNCIA RECEBIDA. AUSæNCIA DE JUSTA CAUSA CONTRA

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O EX-GOVERNADOR. FALTA DE PROVAS. CRIME DE QUADRILHA. INOCORRæNCIA.
DENòNCIA REJEITADA.
(...)
6. Realmente, a Corte Especial no julgamento da Denun na APn .549/SP, DJe
18/11/2009, corroborando entendimento do STF, decidiu que: (...) IX - A
conduta t’pica prevista no art. 288 do C—digo Penal consiste em associarem-
se, unirem-se, agruparem-se, mais de tr•s pessoas (mesmo que na
associa•‹o existam inimput‡veis, mesmo que nem todos os seus
componentes sejam identificados ou ainda, que algum deles n‹o seja pun’vel
em raz‹o de alguma causa pessoal de isen•‹o de pena), em quadrilha ou
bando, para o fim de cometer crimes (Luiz RŽgis Prado in ÒCurso de Direito
Penal Brasileiro Ð Volume 3Ó, Ed. Revista dos Tribunais, 4» edi•‹o, 2006, p‡gina,
606). (...)
(APn .514/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em 16/06/2010, DJe
02/09/2010)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

50.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Responde pelo delito de estupro o agente que pratica ato libidinoso com
alguŽm mediante meio que impe•a a livre manifesta•‹o de vontade da
v’tima.
COMENTçRIOS: Item errado, pois nesse caso o agente pratica o crime de
Viola•‹o sexual mediante fraude. Vejamos:
Viola•‹o sexual mediante fraude (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Art. 215. Ter conjun•‹o carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguŽm, mediante
fraude ou outro meio que impe•a ou dificulte a livre manifesta•‹o de vontade da
v’tima: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de
2009)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

51.! (CESPE Ð 2012 Ð PC/AL Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Nos crimes contra a dignidade sexual, a vulnerabilidade da menor de 14
anos de idade Ž considerada relativa diante de seu consentimento para
a pr‡tica sexual, devendo, no caso concreto, ser considerado o
comportamento sexual da v’tima, sua vida social e o grau de
conscientiza•‹o da menor.
COMENTçRIOS: O STF e o STJ entendem que a condi•‹o de vulnerabilidade da
pessoa menor de 14 anos constitui-se em presun•‹o absoluta, ou seja, n‹o Ž
poss’vel afastar-se esta presun•‹o, de maneira que o agente n‹o poderia invocar,
em sua defesa, que a v’tima, apesar de ter menos de 14 anos, j‡ possu’a o
necess‡rio discernimento.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

52.! (CESPE Ð 2012 Ð DPE-ES Ð DEFENSOR PòBLICO)

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Considere que Silas, maior, capaz, motorista de caminh‹o, tenha
praticado conjun•‹o carnal com Lœcia, de dezessete anos de idade, ap—s
t•-la conhecido em uma boate ˆs margens da rodovia, conhecido ponto
de prostitui•‹o. Nessa situa•‹o hipotŽtica, o erro em rela•‹o ˆ
menoridade da v’tima elide o dolo e afasta a tipicidade, e, caso Silas
tenha atuado na dœvida, resta caracterizado o delito de explora•‹o
sexual de vulner‡vel.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. A conduta de Silas, neste caso, em tese,
se amoldaria ao tipo penal do art. 218-B, ¤2¼, I do CP:
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair ˆ prostitui•‹o ou outra forma de explora•‹o
sexual alguŽm menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou defici•ncia
mental, n‹o tem o necess‡rio discernimento para a pr‡tica do ato, facilit‡-la, impedir
ou dificultar que a abandone: (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
¤ 1o Se o crime Ž praticado com o fim de obter vantagem econ™mica, aplica-se
tambŽm multa. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
¤ 2o Incorre nas mesmas penas: (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
I - quem pratica conjun•‹o carnal ou outro ato libidinoso com alguŽm menor de 18
(dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situa•‹o descrita no caput deste
artigo; (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Silas, contudo, agiu em ERRO DE TIPO (erro sobre elemento constitutivo do tipo
penal, no caso, a menoridade da v’tima), o que afasta o dolo. Vejamos:
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a puni•‹o por crime culposo, se previsto em lei. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
7.209, de 11.7.1984)
Caso Silas tenha agido na dœvida, considera-se que assumiu o risco da conduta,
n‹o se importando com eventual resultado, de forma que responde pela conduta
citada (art. 218-B, ¤2¼, I do CP) na modalidade dolosa, por dolo eventual.
H‡ quem defenda, na Doutrina, que somente seria poss’vel a puni•‹o de Silas,
por este crime, se v’tima estivesse sendo v’tima de alguma forma de explora•‹o
sexual, pois a caput criminaliza a conduta daquele que SUBMETE, INDUZ ou
ATRAI ˆ prostitui•‹o a pessoa nestas condi•›es, e o ¤2¼ exige que a v’tima se
encontre nesta condi•‹o.
Contudo, Ž poss’vel entender, tambŽm, que o ¤2¼, quando diz Ò(...)na situa•‹o
descrita no caput deste artigo;Ó, esteja se referindo ˆ v’tima em situa•‹o de
prostitui•‹o, ainda que n‹o tenha sido submetida, atra’da ou induzida por
ninguŽm.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

53.! (CESPE Ð 2012 Ð MPE-PI Ð ANALISTA MINISTERIAL)


Nos crimes contra a dignidade sexual, consoante entendimento dos
tribunais superiores, caso o agente pratique mais de uma das condutas
previstas no crime de estupro, o juiz est‡ autorizado a conden‡-lo por
concurso material, ainda que praticado contra a mesma v’tima, vedada a
aplica•‹o da continuidade delitiva.

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COMENTçRIOS: O item est‡ errado. Vejamos o tipo penal citado:
Art. 213. Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, a ter conjun•‹o
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de
2009)
O tipo penal, portanto, pode ser praticado por mais de uma forma, o que denota
a exist•ncia de um TIPO PENAL MISTO ALTERNATIVO.
Em casos tais, Ž poss’vel a configura•‹o de continuidade delitiva (se praticado
em situa•›es de tempo, local e modo de execu•‹o semelhantes, num lapso n‹o
superior a 30 dias, conforme entendimento do STJ), bem como a configura•‹o
de crime œnico, desde que praticado no mesmo contexto f‡tico (na
mesma situa•‹o delituosa). Vejamos o entendimento do STJ:
(...)Deve o Tribunal a quo redimensionar a pena aplicada, tendo em vista que a atual
jurisprud•ncia desta Corte Superior sedimentou-se no sentido de que, "como
a Lei 12.015/2009 unificou os crimes de estupro e atentado violento ao pudor
em um mesmo tipo penal, deve ser reconhecida a exist•ncia de crime œnico
de estupro, caso as condutas tenham sido praticadas contra a mesma v’tima
e no mesmo contexto f‡tico." (AgRg AREsp 233.559/BA, Rel. Ministra ASSUSETE
MAGALHÌES, 6T, DJe 10.2.2014).
11 - Recurso especial a que se nega provimento. Habeas corpus concedido de of’cio,
t‹o somente para que o Tribunal de origem proceda a nova dosimetria da pena
aplicada em rela•‹o aos delitos de estupro e de atentado violento ao pudor, conforme
disp›e a Lei n. 12.015/2009, devendo a pluralidade de condutas ser valorada na
an‡lise da culpabilidade do sentenciado, quando da fixa•‹o da pena-base, dado o
reconhecimento de crime œnico entre as condutas.
(REsp 1066724/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado
em 24/04/2014, DJe 05/05/2014)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

54.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Por incid•ncia do princ’pio da continuidade normativo-t’pica, Ž correto
afirmar que, no ‰mbito dos delitos contra a dignidade sexual, as
condutas anteriormente definidas como crime de ato libidinoso
continuam a ser punidas pelo direito penal brasileiro, com a ressalva de
que, segundo a atual legisla•‹o, a denomina•‹o adequada para tal
conduta Ž a de crime de estupro.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. Antes das altera•›es promovidas pela Lei
12.015/09, a pr‡tica de ato libidinoso diverso da conjun•‹o carnal configurava o
delito de atentado violento ao pudor, previsto no art. 214 do CP, atualmente
revogado. Contudo, a revoga•‹o do art. 214 n‹o gerou ABOLITIO CRIMINIS, pois
a conduta incriminada no revogado artigo foi transferida para o art. 213,
passando a configurar o crime de estupro, no que se denomina de continuidade
t’pico-normativa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

55.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)

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Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
M‡rcio, penalmente respons‡vel, durante a pr‡tica de ato sexual
mediante viol•ncia e grave amea•a, atingiu a v’tima de modo fatal,
provocando-lhe a morte.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, M‡rcio responder‡ por estupro qualificado
pelo resultado morte, afastando-se o concurso dos crimes de estupro e
homic’dio.
COMENTçRIOS: A quest‹o Ž mal formulada, e n‹o diz se M‡rcio tinha a inten•‹o
de matar a v’tima ou se a morte se deu a t’tulo culposo, presumindo-se isso em
raz‹o da forma como foi redigida a quest‹o. Partindo-se da premissa de que o
resultado adveio a t’tulo de culpa, M‡rcio responder‡, de fato, pelo delito de
estupro com resultado morte. Vejamos:
Art. 213. Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, a ter conjun•‹o
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de
2009)
(...)
¤ 2o Se da conduta resulta morte: (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

56.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
Determinado cidad‹o, penalmente respons‡vel, estabeleceu em
determinada cidade, e com evidente intuito lucrativo, uma casa
destinada a encontros libidinosos e outras formas de explora•‹o sexual,
facilitando, com isso, a prostitui•‹o. Na data de inaugura•‹o da casa, a
pol’cia, em a•‹o conjunta com fiscais do munic’pio, interditaram o
estabelecimento, impedindo, de pronto, o seu funcionamento.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, a conduta do cidad‹o caracteriza a figura
tentada do crime anteriormente definido como casa de prostitui•‹o, nos
moldes do atual art. 229 do C—digo Penal.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado. Vejamos a reda•‹o do art. 229 do CP:
Art. 229. Manter, por conta pr—pria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra
explora•‹o sexual, haja, ou n‹o, intuito de lucro ou media•‹o direta do propriet‡rio
ou gerente: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de dois a cinco anos, e multa.
Percebam que o tipo diz ÒmanterÓ, ou seja, Ž necess‡ria a habitualidade na
conduta, de forma que temos aqui um crime habitual, que por sua pr—pria
natureza n‹o admite tentativa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

57.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)

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A reda•‹o da nova lei que tipifica os crimes contra a dignidade sexual
superou as controvŽrsias em rela•‹o ˆ considera•‹o do estupro como
crime hediondo, deixando claro o seu car‡ter de hediondez tanto na
forma simples quanto nas formas qualificadas pelo resultado.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. Vejamos a reda•‹o do art. 1¼, V da Lei dos
Crimes Hediondos:
Art. 1o S‹o considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - C—digo Penal, consumados ou tentados:
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.930, de 1994) (Vide Lei n¼ 7.210, de 1984)
(...)
V - estupro (art. 213, caput e ¤¤ 1o e 2o); (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de
2009)
Assim, percebemos que tanto a forma simples quanto as formas qualificadas s‹o
consideradas como crime hediondo.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

58.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


O agente que, mediante viol•ncia, constranger mulher adulta ˆ pr‡tica
de conjun•‹o carnal e ato libidinoso consistente em sexo oral responder‡
por dois delitos, em continuidade delitiva.
COMENTçRIOS: A resposta Ž: DEPENDE. Trata-se de uma quest‹o mal
formulada, pois pelos elementos fornecidos n‹o Ž poss’vel chegar ˆ conclus‹o.
Se a conduta foi praticada num mesmo cen‡rio f‡tico (mesmo dia, hora, local,
etc.), teremos um crime òNICO, pois o agente praticou UM CRIME Sî, ainda que
tenha praticado diversos nœcleos do mesmo tipo penal (trata-se de tipo misto
alternativo). Caso o agente tenha praticado mais de uma conduta, mas em
situa•›es de tempo, lugar e modo de execu•‹o semelhantes (art. 71 do CP),
responder‡ por ambos, em continuidade delitiva, ou seja, aplica-se a pena de um
estupro, majorada de um sexto a dois ter•os.
A quest‹o leva a crer que ele praticou ambas as condutas (sexo oral e conjun•‹o
carnal) no mesmo cen‡rio f‡tico, de forma que teremos um crime òNICO, e n‹o
continuidade delitiva.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

59.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
Jo‹o, penalmente respons‡vel, mediante amea•a de arma de fogo,
constrangeu JosŽ, de dezoito anos de idade, a se despir em sua frente,
de modo a satisfazer a sua lasc’via. Uma vez satisfeito, Jo‹o liberou JosŽ
e evadiu-se do local.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, a conduta de Jo‹o caracteriza o tipo penal do
estupro em sua forma consumada.
COMENTçRIOS: O delito de estupro est‡ previsto no art. 213 do CP:

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Art. 213. Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, a ter conjun•‹o
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.015, de
2009)
H‡ muita diverg•ncia na Doutrina e na Jurisprud•ncia, uns com o entendimento
de que NÌO ƒ NECESSçRIO o efetivo contato f’sico entre a v’tima e o infrator,
bastando que a v’tima seja submetida a uma situa•‹o libidinosa para satisfazer
a lasc’via do infrator (ficar nua, por exemplo, masturbar-se, etc.), e outros
entendendo que esse contato Ž INDISPENSçVEL.
Assim, acredito que a quest‹o deveria ter sido anulada, em raz‹o da grande
celeuma existente em rela•‹o ao tema.
Contudo, a AFIRMATIVA FOI CONSIDERADA CORRETA.

60.! (CESPE Ð 2011 Ð PC-ES Ð DELEGADO DE POLêCIA)


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
Bruno, penalmente respons‡vel, induziu uma menina de treze anos de
idade ˆ pr‡tica de prostitui•‹o, obtendo, com isso, vantagem econ™mica
em face de clientes eventualmente angariados para a menor.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, a conduta de Bruno caracteriza o crime de
favorecimento da prostitui•‹o e explora•‹o sexual de vulner‡vel.
COMENTçRIOS: Como a v’tima possu’a menos de 14 anos, entende-se que,
neste caso, Bruno praticou o delito de estupro de vulner‡vel, em concurso de
agentes com os clientes que aceitaram praticar os atos sexuais. Vejamos:
Art. 217-A. Ter conjun•‹o carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos: (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Pena - reclus‹o, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.015, de 2009)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

61.! (CESPE Ð 2010 Ð DPE-BA Ð DEFENSOR PòBLICO)


Geraldo, maior, capaz, constrangeu Suzana, de dezessete anos de idade,
mediante viol•ncia e grave amea•a, a manter com ele rela•›es sexuais,
em mais de uma ocasi‹o e de igual modo. Na terceira investida do agente
contra a v’tima, em id•nticas circunst‰ncias e forma de execu•‹o,
constrangeu-a ˆ pr‡tica de mœltiplos atos libidinosos, diversos da
conjun•‹o carnal. Todos os fatos ocorreram no decurso do m•s de
setembro de 2010. Nessa situa•‹o, admite-se o benef’cio do crime
continuado.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. Os Tribunais Superiores admitem a
caracteriza•‹o da continuidade delitiva no caso do crime de estupro, desde que
praticadas as condutas nas circunst‰ncias do art. 71 do CP. No caso, as condutas
praticadas por Geraldo evidenciam a exist•ncia de continuidade delitiva, nos
termos do art. 71 do CP:
Crime continuado

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Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma a•‹o ou omiss‹o, pratica dois ou
mais crimes da mesma espŽcie e, pelas condi•›es de tempo, lugar, maneira de
execu•‹o e outras semelhantes, devem os subseqŸentes ser havidos como
continua•‹o do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um s— dos crimes, se id•nticas, ou a
mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois ter•os.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

62.! (CESPE Ð 2009 Ð DPE-ES Ð DEFENSOR PòBLICO)


Segundo entendimento sumulado do STF, nos crimes de estupro, por ser
este hediondo em todas as suas modalidades, a a•‹o penal respectiva Ž
pœblica incondicionada.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado por dois motivos. Primeiro porque a sœmula
citada, de n¼ 608, diz o seguinte:
Sœmula 608
No crime de estupro, PRATICADO MEDIANTE VIOLæNCIA REAL, a a•‹o penal Ž pœblica
incondicionada.
Ou seja, o verbete sumular n‹o estabelece a•‹o penal pœblica incondicionada em
todos os casos.
Em segundo lugar, entende-se que este verbete sumular perdeu for•a, pois com
reforma produzida pela Lei 12.015/09, os crimes contra a liberdade sexual ser‹o,
em regra, de a•‹o penal pœblica condicionada ˆ representa•‹o, salvo quando se
tratar de v’tima vulner‡vel ou menor de 18 anos, nada falando quanto ˆ viol•ncia
real.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

63.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)


O tipo penal que incrimina a conduta de possuir ou guardar objetos
especialmente destinados ˆ falsifica•‹o de moeda constitui exce•‹o ˆ
impunibilidade dos atos preparat—rios no direito penal brasileiro.
COMENTçRIOS: Item correto, pois os atos preparat—rios n‹o s‹o pun’veis em
EM REGRA (art. 31 do CP). Existem, portanto, exce•›es. Alguns tipos penais
aut™nomos criminalizam condutas que s‹o meros atos preparat—rios para outros
delitos, como Ž o caso do delito de petrechos de falsifica•‹o de moeda (art. 291
do CP), que configura uma das exce•›es ˆ impunibilidade dos atos preparat—rios.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

64.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)


Os documentos emitidos pelas empresas pœblicas estaduais s‹o
equiparados a documentos particulares para efeitos penais.
COMENTçRIOS: Item errado, pois estes documentos s‹o considerados
documentos pœblicos, pois emitidos por —rg‹os pœblicos.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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65.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)


O servidor pœblico que dolosamente faz afirma•‹o falsa em procedimento
de licenciamento ambiental comete o crime de falsidade ideol—gica,
previsto no CP.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o funcion‡rio pœblico pratica, aqui, um crime
ambiental, previsto no art. 66 da Lei 9.605/98:
Art. 66. Fazer o funcion‡rio pœblico afirma•‹o falsa ou enganosa, omitir a verdade,
sonegar informa•›es ou dados tŽcnico-cient’ficos em procedimentos de autoriza•‹o
ou de licenciamento ambiental:
Pena - reclus‹o, de um a tr•s anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

66.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)


O agente que falsificar e posteriormente usar documento pœblico
cometer‡ os crimes de falsifica•‹o de documento pœblico e uso de
documento falso em concurso material, nos termos do CP.
COMENTçRIOS: Item errado, pois segundo entendimento jurisprudencial
majorit‡rio, o agente responder‡ apenas pelo delito de falsifica•‹o de documento,
sendo o uso considerado como mero p—s-fato impun’vel (mero exaurimento do
delito).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

67.! (CESPE - 2016 - TCE-PR Ð AUDITOR Ð ADAPTADA)


Segundo o entendimento consolidado nos tribunais superiores, ser‡ tida
como at’pica a conduta do acusado que, ao ser preso em flagrante,
informar nome diverso, uma vez que agir‡ em leg’timo exerc’cio de
autodefesa.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a tese de ÒautodefesaÓ em casos como este
foi recha•ada pelos Tribunais Superiores, tendo o STJ, inclusive, editado verbete
de sœmula em sentido contr‡rio, ou seja, sustentando que, neste caso, fica
configurado o delito de falsa identidade, previsto no art. 307 do CP (sœmula 522
do STJ).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

68.! (CESPE Ð 2014 Ð PGE-BA Ð PROCURADOR DO ESTADO)


Aquele que utilizar laudo mŽdico falso para, sob a alega•‹o de possuir
doen•a de natureza grave, furtar-se ao pagamento de tributo, dever‡
ser condenado apenas pela pr‡tica do delito de sonega•‹o fiscal se a
falsidade ideol—gica for cometida com o exclusivo objetivo de fraudar o
fisco, em virtude da aplica•‹o do princ’pio da subsidiariedade.

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COMENTçRIOS: De fato, o agente responder‡ apenas pelo crime-fim, ou seja,
o crime tribut‡rio, j‡ que a falsidade foi praticada como mero crime-meio para
a pr‡tica do delito tribut‡rio.
Contudo, o princ’pio aplic‡vel Ž o da CONSUN‚ÌO (absor•‹o do crime-meio pelo
crime-fim).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

69.! (CESPE Ð 2015 Ð DPU Ð DEFENSOR PòBLICO)


Praticar‡ o crime de falsidade ideol—gica aquele que, quando do
preenchimento de cadastro pœblico, nele inserir declara•‹o diversa da
que deveria, ainda que n‹o tenha o fim de prejudicar direito, criar
obriga•‹o ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o tipo penal do art. 299 do CP exige, para
sua configura•‹o, a presen•a do elemento subjetivo espec’fico (ou especial fim
de agir, tambŽm chamado de dolo espec’fico), consistente na INTEN‚ÌO de
prejudicar direito, criar obriga•‹o ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante. Vejamos:
Falsidade ideol—gica
Art. 299 - Omitir, em documento pœblico ou particular, declara•‹o que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declara•‹o falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obriga•‹o ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, se o documento Ž pœblico, e reclus‹o
de um a tr•s anos, e multa, de quinhentos mil rŽis a cinco contos de rŽis, se o
documento Ž particular.
Assim, ausente tal intento, n‹o restar‡ configurado o delito do art. 299 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

70.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Cometer‡ o delito de falsidade ideol—gica o mŽdico que emitir atestado
declarando, falsamente, que determinado paciente est‡ acometido por
enfermidade.
COMENTçRIOS: Item errado, pois existe um tipo penal espec’fico para este
caso, que Ž o crime de Òfalsidade de atestado mŽdicoÓ, previsto no art. 302 do
CP:
Falsidade de atestado mŽdico
Art. 302 - Dar o mŽdico, no exerc’cio da sua profiss‹o, atestado falso:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

71.! (CESPE Ð 2015 Ð TCU Ð AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)

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Situa•‹o hipotŽtica: Com o intuito de viajar para o exterior, Pedro, que
n‹o possui passaporte, usou como seu o documento de Paulo, seu irm‹o
Ñ com quem se parece muito Ñ, tendo-o apresentado, sem adultera•›es,
para os agentes da companhia aŽrea e da Pol’cia Federal no aeroporto.
Pedro e Paulo t•m mais de dezoito anos de idade. Assertiva: Nessa
situa•‹o, de acordo com o C—digo Penal, Pedro cometeu o crime de
falsidade ideol—gica.
COMENTçRIOS: Item errado, pois Pedro praticou o delito previsto no art. 308
do CP:
Art. 308 - Usar, como pr—prio, passaporte, t’tulo de eleitor, caderneta de reservista
ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se
utilize, documento dessa natureza, pr—prio ou de terceiro:
Pena - deten•‹o, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato n‹o constitui
elemento de crime mais grave.
Trata-se, segundo a doutrina, de uma modalidade espec’fica do delito de falsa
identidade, tambŽm chamado de crime de Òuso de documento de identidade
alheioÓ.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

72.! (CESPE Ð 2015 Ð PGM Ð PROCURADOR)


De acordo com o C—digo Penal, agente que registrar na CTPS de
empregado, ou em qualquer documento que deva produzir efeito perante
a previd•ncia social, declara•‹o falsa ou diversa daquela que deveria ter
sido escrita praticar‡ o delito de
A) uso de documento falso.
B) falsifica•‹o de documento particular.
C) falsa identidade.
D) falsidade ideol—gica.
E) falsifica•‹o de documento pœblico.
COMENTçRIOS: Embora tal conduta seja, do ponto de vista estrutural, muito
parecida com o delito de falsidade ideol—gica, temos aqui um crime de falsifica•‹o
de documento pœblico, conforme estabelecido no art. 297, ¤3¡, II, do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

73.! (CESPE Ð 2009 Ð BCB Ð PROCURADOR Ð ADAPTADA)


No crime de falsifica•‹o de documento pœblico, o fato de ser o agente
funcion‡rio pœblico Ž um indiferente penal, ainda que esse agente
cometa o crime prevalecendo-se do cargo, tendo em vista que tal delito
Ž contra a fŽ e n‹o contra a administra•‹o pœblica.
COMENTçRIOS: Item errado, pois no crime de falsifica•‹o de documento
pœblico, o fato de o agente ser funcion‡rio pœblico Ž causa de aumento de pena,
art. 297, ¤1¼ do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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74.! (CESPE Ð 2010 Ð ABIN Ð OFICIAL TƒCNICO DE INTELIGæNCIA)


Julgue o pr—ximo item com base no que estabelece o C—digo Penal sobre
falsidade documental e crimes praticados por funcion‡rio pœblico.
A omiss‹o, em documento pœblico, de declara•‹o que dele deveria
constar, ou a inser•‹o de declara•‹o falsa ou diversa da que deveria ter
sido escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obriga•‹o ou alterar a
verdade sobre fato jur’dico relevante, sujeita o funcion‡rio pœblico a
pena de reclus‹o de um a cinco anos e multa, se o documento for pœblico;
e de um a tr•s anos e multa, se o documento for particular. A pena ser‡
aumentada em um sexto se a falsifica•‹o ou altera•‹o for de
assentamento de registro civil.
COMENTçRIO: A afirmativa est‡ CORRETA, eis que a conduta narrada pela
quest‹o se amolda perfeitamente ao tipo penal do art. 299, qual seja, o crime de
falsidade ideol—gica. Vejamos:

Art. 299 - Omitir, em documento pœblico ou particular, declara•‹o que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declara•‹o falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obriga•‹o ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, se o documento Ž pœblico, e reclus‹o
de um a tr•s anos, e multa, se o documento Ž particular.
Par‡grafo œnico - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-
se do cargo, ou se a falsifica•‹o ou altera•‹o Ž de assentamento de registro civil,
aumenta-se a pena de sexta parte.
Portanto, a afirmativa est‡ CORRETA.

75.! (CESPE Ð 2010 Ð ABIN Ð OFICIAL TƒCNICO DE INTELIGæNCIA)


Com base nos delitos em espŽcie, julgue o pr—ximo item.
Um agente que tenha adquirido cinco cŽdulas falsas de R$ 50,00 com o
intuito de introduzi-las no comŽrcio local deve responder pelo tipo de
moeda falsa, visto que, nessa situa•‹o, n‹o se aplica o princ’pio da
insignific‰ncia como causa excludente de tipicidade.
COMENTçRIO: O crime de moeda falsa est‡ previsto no art. 289 do CP, e tem
como condutas, dentre outras, a introdu•‹o da moeda falsa em circula•‹o.
Vejamos:
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda met‡lica ou papel-moeda de
curso legal no pa’s ou no estrangeiro:
Pena - reclus‹o, de tr•s a doze anos, e multa.
¤ 1¼ - Nas mesmas penas incorre quem, por conta pr—pria ou alheia, importa ou
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circula•‹o
moeda falsa.
Segundo a Jurisprud•ncia pac’fica do STJ, n‹o se aplica o princ’pio da
insignific‰ncia ao delito de moeda falsa. Vejamos:
HABEAS CORPUS. MOEDA FALSA. APLICA‚ÌO DO PRINCêPIO DA INSIGNIFICåNCIA.
IMPOSSIBILIDADE. DESCLASSIFICA‚ÌO PARA O DELITO DE ESTELIONATO.

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NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FçTICO-PROBATîRIO.
INCOMPATIBILIDADE COM A VIA ELEITA. ORDEM DENEGADA.
1. Segundo iterativa jurisprud•ncia desta Corte e do Supremo Tribunal Federal, o
princ’pio da insignific‰ncia n‹o Ž aplic‡vel ao delito de moeda falsa,
independentemente, da quantidade de notas ou do valor por elas ostentado.
(...)
(HC 149.552/RS, Rel. Ministro MARCO AURƒLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado
em 07/08/2012, DJe 22/08/2012)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

76.! (CESPE Ð 2010 Ð AGU Ð PROCURADOR FEDERAL)


Acerca dos crimes relativos a licita•‹o, crimes contra a fŽ pœblica e
crimes contra as rela•›es de consumo, julgue o item a seguir.
ƒ at’pica a conduta do agente que desvia e faz circular moeda cuja
circula•‹o ainda n‹o estava autorizada, pois constitui elementar do
crime de moeda falsa a coloca•‹o em circula•‹o de moeda com curso
legal no pa’s ou no exterior.
COMENTçRIO: O crime de moeda falsa est‡ previsto no art. 289 do CP.
Vejamos:
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda met‡lica ou papel-moeda de
curso legal no pa’s ou no estrangeiro:
Pena - reclus‹o, de tr•s a doze anos, e multa.
Assim, vemos que a circunst‰ncia "de curso legal no pa’s ou no estrangeiro" Ž
uma elementar do tipo, de forma que, ausente esta circunst‰ncia no objeto
falsificado, estar‡ afastada a caracteriza•‹o do delito de moeda falsa.
No entanto, o ¤4¼ estende os efeitos do tipo penal do caput ˆ conduta daquele
que pratica o fato em rela•‹o ˆ moeda cuja circula•‹o ainda n‹o tenha sido
autorizada.
Vejamos:
Art. 289 (...)
¤ 4¼ - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circula•‹o
n‹o estava ainda autorizada.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

77.! (CESPE Ð 2012 Ð TC/DF Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


A respeito dos crimes contra a fŽ pœblica, dos crimes previstos na Lei de
Licita•›es, bem como dos princ’pios e conceitos gerais de direito penal,
julgue o item a seguir.
ƒ crime pr—prio, que somente pode ter como sujeito ativo o servidor
pœblico, falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certid‹o, ou alterar
o teor de certid‹o ou atestado, para produzir prova de fato que habilite
alguŽm a obter cargo pœblico.
COMENTçRIO: O crime descrito na quest‹o Ž o crime de FALSIDADE MATERIAL
DE ATESTADO MƒDICO OU CERTIDÌO, previsto no art. 301 do CP:

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Art. 301 (...)
Falsidade material de atestado ou certid‹o
¤ 1¼ - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certid‹o, ou alterar o teor de
certid‹o ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunst‰ncia que habilite
alguŽm a obter cargo pœblico, isen•‹o de ™nus ou de servi•o de car‡ter pœblico, ou
qualquer outra vantagem:
Pena - deten•‹o, de tr•s meses a dois anos.

Este delito NÌO ƒ PRîPRIO, podendo ser praticado por qualquer pessoa,
diferente do crime do caput (n‹o transcrito), que Ž o de "atestar ou certificar
falsamente...", este sim um delito pr—prio.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

78.! (CESPE Ð 2012 Ð TC/DF Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


A respeito dos crimes contra a fŽ pœblica, dos crimes previstos na Lei de
Licita•›es, bem como dos princ’pios e conceitos gerais de direito penal,
julgue o item a seguir.
A falsifica•‹o de moeda e a falsifica•‹o de documento particular, bem
como a falsidade ideol—gica e a falsidade de atestado mŽdico, s‹o crimes
contra a fŽ pœblica. Os dois primeiros dizem respeito ˆ forma do objeto
falsificado, que Ž criado ou alterado materialmente pelo agente; os dois
œltimos referem-se ˆ falsidade do conteœdo da declara•‹o contida no
documento, que, entretanto, Ž materialmente verdadeiro.
COMENTçRIO: Os delitos de falsifica•‹o de moeda (moeda falsa) e falsifica•‹o
de documento particular, de fato, s‹o crimes contra a fŽ pœblica, estando
previstos nos arts. 289 e 298 do CP, dentro do T’tulo X (Crimes contra a fŽ
pœblica). Ambos os delitos se referem ˆ forma do que est‡ sendo falsificado, no
primeiro caso a moeda e no segundo caso o documento particular, de forma que
o pr—prio objeto Ž falso.
Os crimes de falsidade ideol—gica e falsidade de atestado mŽdico tambŽm est‹o
previstos dentro do T’tulo X do CP (crimes contra a fŽ pœblica), arts. 299 e 302
do CP, sendo, no entanto, crimes nos quais n‹o se est‡ a alterar a forma do
documento, que Ž original, verdadeiro. O que se altera Ž o conteœdo que deveria
estar dentro do documento, ou seja, o conteœdo do documento, aquilo que ele
expressa, Ž falso.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

79.! (CESPE Ð 2009 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)


Julgue o item a seguir acerca dos crimes contra a fŽ pœblica.
No crime de falsifica•‹o de documento pœblico, a circunst‰ncia de ser o
sujeito ativo funcion‡rio pœblico, independentemente de ter ele se
prevalecido do cargo e, com isso, obtido vantagem ou facilidade para a
consecu•‹o do crime, Ž um indiferente penal.

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COMENTçRIO: Embora o delito de falsifica•‹o de documento pœblico seja um
crime comum, ou seja, n‹o exige nenhuma qualidade especial do agente, se o
delito for praticado por funcion‡rio pœblico no exerc’cio da fun•‹o, prevalecendo-
se de alguma vantagem proporcionada pelo cargo, a pena Ž aumentada em um
sexto, nos termos do art. 297, ¤1¼ do CP:
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pœblico, ou alterar documento
pœblico verdadeiro:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.
¤ 1¼ - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.
Assim, n‹o se trata de indiferente penal.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

80.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Caracteriza o delito de moeda falsa a fabrica•‹o de instrumento ou de
qualquer objeto especialmente destinado ˆ falsifica•‹o de moeda.
COMENTçRIOS: Item errado, pois essa conduta caracteriza o delito de
PETRECHOS DE MOEDA FALSA, previsto no art. 291 do CP:
Petrechos para falsifica•‹o de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a t’tulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado ˆ
falsifica•‹o de moeda:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

81.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Reconhecer como verdadeira, no exerc’cio de fun•‹o pœblica, firma ou
letra que n‹o o seja caracteriza o delito de falsifica•‹o de documento
particular.
COMENTçRIOS: Item errado, pois essa conduta caracteriza o delito de falso
reconhecimento de firma ou letra, previsto no art. 300 do CP:
Falso reconhecimento de firma ou letra
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exerc’cio de fun•‹o pœblica, firma ou letra
que o n‹o seja:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, se o documento Ž pœblico; e de um a
tr•s anos, e multa, se o documento Ž particular.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

82.! (CESPE Ð 2011 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO Ð ADAPTADA)


Destruir, em benef’cio pr—prio ou de outrem, documento pœblico ou
particular verdadeiro de que n‹o se pode dispor configura o delito de
falsidade ideol—gica.

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COMENTçRIOS: Item errado, pois, nesse caso, resta caracterizado o delito de
supress‹o de documento, previsto no art. 305 do CP:
Supress‹o de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benef’cio pr—prio ou de outrem, ou em
preju’zo alheio, documento pœblico ou particular verdadeiro, de que n‹o podia dispor:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa, se o documento Ž pœblico, e reclus‹o,
de um a cinco anos, e multa, se o documento Ž particular.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

83.! (CESPE Ð 2012 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)


Julgue o item a seguir, que versa sobre crimes relacionados ˆs licita•›es
e delitos contra a fŽ pœblica e as rela•›es de consumo.
O agente que falsificar e, em seguida, usar o documento falsificado
responder‡ apenas pelo crime de falsifica•‹o.
COMENTçRIO: Essa quest‹o j‡ foi analisada pelo STJ, tendo sido mantida a
decis‹o do Ju’zo de primeiro grau. Vejamos:
PENAL. HABEAS CORPUS. MOEDA FALSA E FALSIFICA‚ÌO DE DOCUMENTO PòBLICO.
PLEITO DE APLICA‚ÌO DA TESE DA AUTODEFESA. ATIPICIDADE DA CONDUTA.
INVIABILIDADE.
1. O Ju’zo de primeiro grau imputou ao paciente o crime de falsifica•‹o de documento
pœblico, uma vez que o crime de uso de documento falso restou absorvido por aquele.
(...)
4. Assim, alŽm de o caso dos autos n‹o se adequar ao anterior entendimento desta
Corte, por se tratar de falsifica•‹o de documento pœblico, e n‹o uso de documento
falso, a pretens‹o do impetrante esbarra no entendimento atual da Turma.
5. Ordem denegada.
(HC 195.634/SP, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
03/11/2011, DJe 28/11/2011)
Assim, vemos que quando o agente comete ambos os crimes, dever‡ responder
apenas pelo crime de falsifica•‹o.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

84.! (CESPE Ð 2012 Ð TJ/BA Ð JUIZ ESTADUAL Ð ADAPTADA)


Suponha que Maria, de dezenove anos de idade, receba, de boa-fŽ, de um
desconhecido passe falso de transporte de empresa administrada pelo
governo e o utilize imediatamente ap—s ser alertada, por seu irm‹o, da
falsidade do bilhete. Nessa situa•‹o, a conduta de Maria caracteriza-se
como at’pica.
COMENTçRIOS: Item errado, pois a conduta de Maria, neste caso, se amolda
ao tipo penal do art. 289, ¤2¼ do CP, ou seja, crime de moeda falsa em sua forma
privilegiada. Vejamos:
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda met‡lica ou papel-moeda de
curso legal no pa’s ou no estrangeiro:
Pena - reclus‹o, de tr•s a doze anos, e multa.
(...)
¤ 2¼ - Quem, tendo recebido de boa-fŽ, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a

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restitui ˆ circula•‹o, depois de conhecer a falsidade, Ž punido com deten•‹o, de seis
meses a dois anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

85.! (CESPE Ð 2012 Ð AGU Ð ADVOGADO DA UNIÌO)


Julgue o item a seguir acerca dos crimes contra a fŽ pœblica.
De acordo com o STJ, a falsifica•‹o nitidamente grosseira de documento
afasta o delito de uso de documento falso, haja vista a inaptid‹o para
ofender a fŽ pœblica.
COMENTçRIOS: O delito de uso de documento falso exige potencialidade lesiva
para sua caracteriza•‹o, ou seja, Ž necess‡rio que a falsifica•‹o seja pass’vel de
levar alguŽm a erro.
A Doutrina e o STJ entendem que se a falsifica•‹o for grosseira, n‹o h‡
crime, por n‹o possuir potencialidade lesiva (n‹o tem o poder de enganar
ninguŽm). O poder de iludir (imitatio veri) Ž indispens‡vel. Caso n‹o haja esse
poder, poderemos estar diante de estelionato, no m‡ximo, caso haja
obten•‹o de vantagem indevida em detrimento de alguŽm mediante esta
fraude.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

86.! (CESPE - 2013 Ð TRE/MS - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


JUDICIçRIA)
Silas, maior e capaz, foi abordado por policiais militares e, ao ser
questionado acerca do documento de identifica•‹o, apresentou, como
sendo seu, o œnico documento que carregava, um t’tulo de eleitor,
aut•ntico, pertencente a terceira pessoa. Nessa situa•‹o hipotŽtica,
A) a conduta de Silas ajusta-se ao crime de uso de documento de
identidade alheio.
B) Silas praticou o crime de falsidade ideol—gica.
C) configurou-se o delito de uso de documento falso.
D) Silas perpetrou o crime de falsa identidade.
E) a conduta de Silas foi at’pica, pois ele exibiu o documento apenas por
exig•ncia dos policiais.
COMENTçRIOS: No caso a Banca considerou como correta a letra A, nos termos
do art. 308 do CP. Vejamos:
Art. 308 - Usar, como pr—prio, passaporte, t’tulo de eleitor, caderneta de reservista
ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se
utilize, documento dessa natureza, pr—prio ou de terceiro:
Pena - deten•‹o, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato n‹o constitui
elemento de crime mais grave.
A quest‹o Ž pol•mica, pois poderia se entender que houve pr‡tica do crime de
Òfalsa identidadeÓ, eis que a nomenclatura Òfalsa identidadeÓ, de acordo com o
CP, se aplica tanto ao art. 307 quanto ao art. 308, embora doutrinariamente o

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nome Òuso de documento alheioÓ seja utilizada para designar a conduta do art.
308. Quest‹o poderia, tranquilamente, ter sido anulada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

87.! (CESPE - 2004 - AGU - ADVOGADO)


Maria inseriu, falsamente, em sua carteira de trabalho e previd•ncia
social, visando adquirir alguns bens a crŽdito, um contrato de trabalho
por meio do qual exercia fun•‹o de secret‡ria-executiva, com sal‡rio de
R$ 1.800,00 mensais, na empresa Transportadora J&G Ltda.
Posteriormente, Maria fez uso da carteira de trabalho em uma loja de
eletrodomŽsticos, ao adquirir, a credi‡rio, um televisor e um
videocassete. Nessa situa•‹o, consoante orienta•‹o do STJ, Maria
praticou os crimes de falsidade de documento pœblico e uso de
documento falso.
COMENTçRIOS: No caso, Maria praticou os delitos de falsidade ideol—gica,
previsto no art. 299 do CP, em raz‹o de ter inserido informa•›es falsas em
documento verdadeiro, e praticou, ainda, o delito de uso de documento falso,
previsto no art. 304 do CP. Vejamos:
Falsidade ideol—gica
Art. 299 - Omitir, em documento pœblico ou particular, declara•‹o que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declara•‹o falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obriga•‹o ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, se o documento Ž pœblico, e reclus‹o
de um a tr•s anos, e multa, se o documento Ž particular.
(...)
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papŽis falsificados ou alterados, a que se referem
os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada ˆ falsifica•‹o ou ˆ altera•‹o.

N‹o h‡ que se falar em falsifica•‹o de documento pœblico, pois Maria n‹o criou
documento pœblico falso nem adulterou a forma de documento pœblico, tendo
apenas alterado o seu conteœdo.
TambŽm n‹o h‡ que se falar em estelionato, eis que Maria n‹o tentou obter
vantagem il’cita em face da loja na qual apresentou o documento, mas apenas
um crŽdito para realizar a compra, sem que a quest‹o afirmasse que Maria
pretendia n‹o pagar pela compra posteriormente.
AlŽm disso, o STJ e o STF entendem que quando o agente pratica a falsidade e
logo ap—s utiliza o documento falso, este œltimo crime Ž considerando mero
ÒexaurimentoÓ do primeiro, sendo um p—s fato impun’vel.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

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88.! (CESPE - 2012 Ð TER/RJ - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA
JUDICIçRIA)
A conduta consistente na emiss‹o de t’tulo ao portador sem permiss‹o
legal constitui crime contra a fŽ pœblica.
COMENTçRIOS: De fato, esta conduta configura crime contra a fŽ pœblica,
previsto no art. 292 do CP:
Emiss‹o de t’tulo ao portador sem permiss‹o legal
Art. 292 - Emitir, sem permiss‹o legal, nota, bilhete, ficha, vale ou t’tulo que contenha
promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indica•‹o do nome da
pessoa a quem deva ser pago:
Pena - deten•‹o, de um a seis meses, ou multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

89.! (CESPE - 2012 - AGU - ADVOGADO)


O agente que falsificar e, em seguida, usar o documento falsificado
responder‡ apenas pelo crime de falsifica•‹o.
COMENTçRIOS: Embora a Doutrina se divida a respeito do tema, a maioria da
Doutrina e a jurisprud•ncia v•m entendendo, capitaneada pelo STF, que quando
o agente pratica ambas as condutas (falsifica•‹o e uso de documento falso),
responde apenas pela falsifica•‹o, sendo o uso de documento falso um mero
ÒexaurimentoÓ da primeira conduta, sendo considerado um Òp—s fato impun’velÓ.
Vejamos:
E M E N T A: "HABEAS CORPUS" - FALSIFICA‚ÌO DE DOCUMENTO PòBLICO - FATO
DELITUOSO, QUE, ISOLADAMENTE CONSIDERADO, NÌO OFENDE BENS, SERVI‚OS
OU INTERESSES DA UNIÌO FEDERAL, DE SUAS AUTARQUIAS OU DE EMPRESA
PòBLICA FEDERAL - RECONHECIMENTO, NA ESPƒCIE, DA COMPETæNCIA PENAL DA
JUSTI‚A ESTADUAL PARA O PROCESSO E JULGAMENTO DO CRIME TIPIFICADO NO
ART. 297 DO CP - USO POSTERIOR, PERANTE REPARTI‚ÌO FEDERAL, PELO PRîPRIO
AUTOR DA FALSIFICA‚ÌO, DO DOCUMENTO POR ELE MESMO FALSIFICADO - "POST
FACTUM" NÌO PUNêVEL - CONSEQ†ENTE FALTA DE COMPETæNCIA DA JUSTI‚A
FEDERAL, CONSIDERADO O CARçTER IMPUNêVEL DO USO POSTERIOR, PELO
FALSIFICADOR, DO DOCUMENTO POR ELE PRîPRIO FORJADO - ABSOR‚ÌO, EM TAL
HIPîTESE, DO CRIME DE USO DE DOCUMENTO FALSO (CP, ART. 304) PELO DELITO
DE FALSIFICA‚ÌO DOCUMENTAL (CP, ART. 297, NO CASO), DE COMPETæNCIA, NA
ESPƒCIE, DO PODER JUDICIçRIO LOCAL - PEDIDO INDEFERIDO. - O uso dos
papŽis falsificados, quando praticado pelo pr—prio autor da falsifica•‹o,
configura "post factum" n‹o pun’vel, mero exaurimento do "crimen falsi",
respondendo o fals‡rio, em tal hip—tese, pelo delito de falsifica•‹o de
documento pœblico (CP, art. 297) ou, conforme o caso, pelo crime de
falsifica•‹o de documento particular (CP, art. 298). Doutrina. Precedentes (STF).
- Reconhecimento, na espŽcie, da compet•ncia do Poder Judici‡rio local, eis que
inocorrente, quanto ao delito de falsifica•‹o documental, qualquer das situa•›es a que
se refere o inciso IV do art. 109 da Constitui•‹o da Repœblica. - Irrelev‰ncia de o
documento falsificado haver sido ulteriormente utilizado, pelo pr—prio autor da
falsifica•‹o, perante reparti•‹o pœblica federal, pois, tratando-se de "post factum"
impun’vel, n‹o h‡ como afirmar-se caracterizada a compet•ncia penal da Justi•a
Federal, eis que inexistente, em tal hip—tese, fato delituoso a reprimir.
(HC 84533, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em
14/09/2004, DJ 30-06-2006 PP-00035 EMENT VOL-02239-01 PP-00112 RTJ VOL-
00199-03 PP-01112)

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

90.! (CESPE - 2012 - PF - AGENTE DA POLêCIA FEDERAL)


Luiz, propriet‡rio da mercearia Pague Menos, foi preso em flagrante por
policiais militares logo ap—s passar troco para cliente com cŽdulas falsas
de moeda nacional de R$ 20,00 e R$ 10,00. Os policiais ainda
apreenderam, no caixa da mercearia, 22 cŽdulas de R$ 20,00 e seis
cŽdulas de R$ 10,00 falsas. Nessa situa•‹o, as a•›es praticadas por Luiz
Ñ guardar e introduzir em circula•‹o moeda falsa Ñ configuram crime
œnico.
COMENTçRIOS: No caso, a afirmativa est‡ correta, eis que as condutas de
ÒguardarÓ e Òintroduzir em circula•‹oÓ moeda falsa configuram apenas um delito,
qual seja, o delito de Òmoeda falsaÓ, previsto no art. 289, 1¼ do CP:
Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda met‡lica ou papel-moeda de
curso legal no pa’s ou no estrangeiro:
Pena - reclus‹o, de tr•s a doze anos, e multa.
¤ 1¼ - Nas mesmas penas incorre quem, por conta pr—pria ou alheia, importa ou
exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circula•‹o
moeda falsa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

91.! (CESPE - 2012 Ð PC/CE - INSPETOR DE POLêCIA - CIVIL)


Considere que, em uma batida policial, um indiv’duo se atribua falsa
identidade perante autoridade policial com o intento de ocultar seus
maus antecedentes. Nessa situa•‹o, conforme recente decis‹o do STF,
configurar-se-‡ crime de falsa identidade, sem ofensa ao princ’pio
constitucional da autodefesa.
COMENTçRIOS: De fato, ap—s muita diverg•ncia jurisprudencial, o STF firmou
entendimento no sentido de que a apresenta•‹o de falsa identidade com a
finalidade de ocultar maus antecedentes configura o delito de falsa identidade,
previsto no art. 307 do CP, n‹o havendo que se falar em direito ˆ ÒautodefesaÓ,
consistente no suposto direito de apresentar falsa identidade.
Vejamos:
(...)III Ð Ambas as Turmas desta Corte j‡ se pronunciaram no sentido de que comete
o delito tipificado no art. 307 do C—digo Penal aquele que, conduzido perante
a autoridade policial, atribui a si falsa identidade com o intuito de ocultar
seus antecedentes, entendimento que foi reafirmado pelo Plen‡rio Virtual, ao
apreciar o RE 640.139/DF, Rel. Min. Dias Toffoli. IV Ð Habeas corpus denegado.
(HC 112176, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em
14/08/2012, PROCESSO ELETRïNICO DJe-168 DIVULG 24-08-2012 PUBLIC 27-08-
2012)
Inclusive, atualmente, a discuss‹o est‡ pacificada, em raz‹o da edi•‹o do
verbete de sœmula n¼ 522 do STJ:
Sœmula 522

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A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial Ž t’pica, ainda que
em situa•‹o de alegada autodefesa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

92.! (CESPE - 2012 Ð PC/CE - INSPETOR DE POLêCIA - CIVIL)


Se um indiv’duo adquirir, gratuitamente, maquinismo para falsificar
moedas e alcan•ar o seu intento, ent‹o, nesse caso, ele responder‡ pelo
crime de moeda falsa em concurso com o delito de petrechos para
falsifica•‹o de moeda.
COMENTçRIOS: Para que o agente ÒfabriqueÓ moeda falsa, praticando o crime
do art. 289 do CP, Ž necess‡rio que ele se utilize do maquin‡rio necess‡rio, tendo,
portanto, a sua posse ou guarda. Desta forma, quando o agente fabrica moeda
falsa ele necessariamente est‡ praticando tambŽm o delito de Òpetrechos de
falsifica•‹oÓ, previsto no art. 291 do CP.
Contudo, como um Ž meio necess‡rio para o outro (possuir o maquin‡rio Ž meio
necess‡rio para fabricar moeda falsa), o agente responde apenas pelo crime-fim
(moeda falsa), ficando o crime-meio (petrechos de falsifica•‹o) absorvido, pelo
princ’pio da consun•‹o.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

93.! (CESPE - 2008 Ð SEMAD/ARACAJU - PROCURADOR MUNICIPAL)


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
K‡tia, propriet‡ria de uma lanchonete, recebeu, de boa-fŽ, uma moeda
falsa. Ap—s constatar a falsidade da moeda, para n‹o ficar no preju’zo,
K‡tia restituiu a moeda ˆ circula•‹o. Nessa situa•‹o, a conduta de K‡tia
Ž at’pica, pois ela recebeu a moeda falsa de boa-fŽ.
COMENTçRIOS: Neste caso, K‡tia TAMBƒM responde pelo delito de Òmoeda
falsaÓ, com penalidade mais branda, pois ap—s saber da falsidade da moeda, a
restituiu ˆ circula•‹o, nos termos do art. 289, ¤2¼ do CP:
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda met‡lica ou papel-moeda de
curso legal no pa’s ou no estrangeiro:
Pena - reclus‹o, de tr•s a doze anos, e multa.
(...)
¤ 2¼ - Quem, tendo recebido de boa-fŽ, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a
restitui ˆ circula•‹o, depois de conhecer a falsidade, Ž punido com deten•‹o, de seis
meses a dois anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

94.! (CESPE - 2008 Ð SEMAD/ARACAJU - PROCURADOR MUNICIPAL)


No crime de falsifica•‹o de documento pœblico, se o agente Ž funcion‡rio
pœblico e comete o delito prevalecendo-se do cargo, sua pena ser‡
aumentada em um sexto.
COMENTçRIOS: De fato, esta Ž a previs‹o contida no art. 297, ¤1¼ do CP:

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Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pœblico, ou alterar documento
pœblico verdadeiro:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.
¤ 1¼ - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

95.! (CESPE - 2008 Ð SEMAD/ARACAJU - PROCURADOR MUNICIPAL)


N‹o comete o crime de falsidade ideol—gica o agente que declara
falsamente ser pobre, assinando declara•‹o de pobreza para obter os
benef’cios da justi•a gratuita, pois a declara•‹o n‹o pode ser
considerada documento para fins de consumar o crime mencionado.
COMENTçRIOS: Tanto o STF quanto o STJ entendem que, neste caso, a conduta
Ž at’pica, pois o documento no qual se afirma ser pobre, por si s—, n‹o possui
valor probante, representando apenas um pedido, sujeito ˆ posterior verifica•‹o,
de forma que este documento n‹o se amolda ao objeto do tipo penal do art. 299
do CP. Vejamos:
(...) 2. Consoante recente orienta•‹o jurisprudencial do egrŽgio
Supremo Tribunal Federal, seguida por esta Corte, eventual
declara•‹o de pobreza firmada com o fito de obter o benef’cio
da gratuidade de justi•a n‹o se adequa ao tipo penal previsto no
artigo 299 do C—digo Penal, pois n‹o possui, por si s—, for•a
probante, j‡ que sujeita ˆ posterior averigua•‹o pelo
Magistrado, de of’cio ou a requerimento.
3. Ordem concedida.
(HC 110.422/DF, Rel. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA
CONVOCADA DO TJ/MG), SEXTA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe
09/02/2009)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

96.! (CESPE - 2008 Ð SEMAD/ARACAJU - PROCURADOR MUNICIPAL)


O crime de falsidade material de atestado ou certid‹o prev• pena de
deten•‹o ao agente que o pratica. No entanto, se o crime for praticado
com o fim de lucro, aplica-se, alŽm da pena privativa de liberdade, a
pena de multa.
COMENTçRIOS: De fato, esta Ž a previs‹o contida no art. 301, ¤1¼ do CP.
Vejamos:
Falsidade material de atestado ou certid‹o
¤ 1¼ - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certid‹o, ou alterar o teor de
certid‹o ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunst‰ncia que habilite
alguŽm a obter cargo pœblico, isen•‹o de ™nus ou de servi•o de car‡ter pœblico, ou
qualquer outra vantagem:
Pena - deten•‹o, de tr•s meses a dois anos.

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¤ 2¼ - Se o crime Ž praticado com o fim de lucro, aplica-se, alŽm da pena privativa de
liberdade, a de multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

97.! (CESPE - 2009 Ð SEAD/SE (FPH) - PROCURADOR)


ƒ at’pica a conduta de quem restitui ˆ circula•‹o cŽdula recolhida pela
administra•‹o pœblica para ser inutilizada.
COMENTçRIOS: Nesse caso o agente pratica o delito previsto no art. 290 do
CP:
Crimes assimilados ao de moeda falsa
Art. 290 - Formar cŽdula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos
de cŽdulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cŽdula ou bilhete
recolhidos, para o fim de restitu’-los ˆ circula•‹o, sinal indicativo de sua inutiliza•‹o;
restituir ˆ circula•‹o cŽdula, nota ou bilhete em tais condi•›es, ou j‡
recolhidos para o fim de inutiliza•‹o:
Pena - reclus‹o, de dois a oito anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

98.! (CESPE - 2009 Ð SEAD/SE (FPH) - PROCURADOR)


O direito penal n‹o pune os atos meramente preparat—rios do crime,
raz‹o pela qual Ž at’pica a conduta de quem simplesmente guarda
aparelho especialmente destinado ˆ falsifica•‹o de moeda sem
efetivamente praticar o delito.
COMENTçRIOS: Neste caso o agente pratica o delito de Òpetrechos de
falsifica•‹oÓ, previsto no art. 291 do CP:
Petrechos para falsifica•‹o de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a t’tulo oneroso ou gratuito, possuir ou guardar
maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado ˆ
falsifica•‹o de moeda:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

99.! (CESPE - 2011 Ð PC/ES - DELEGADO DE POLêCIA - ESPECêFICOS)


Em crimes de moeda falsa, a jurisprud•ncia predominante do STF Ž no
sentido de reconhecer como bem penal tutelado n‹o somente o valor
correspondente ˆ express‹o monet‡ria contida nas cŽdulas ou moedas
falsas, mas a fŽ pœblica, a qual pode ser definida como bem intang’vel,
que corresponde, exatamente, ˆ confian•a que a popula•‹o deposita em
sua moeda.
COMENTçRIOS: De fato, o STF entende que o bem tutelado n‹o Ž apenas o
patrim™nio de quem possa ser prejudicado com o recebimento da cŽdula, mas
tambŽm, e principalmente, a fŽ que as pessoas depositam nas cŽdulas que
circulam no pa’s, sob pena de se instalar o caos, numa total descren•a acerca da
legitimidade de toda e qualquer cŽdula que os cidad‹os recebam.

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Vejamos:
STF, HC 96153 MG, Min. Rel. CçRMEN LòCIA, Julgamento em
26/05/2009:
3. A jurisprud•ncia predominante do Supremo Tribunal Federal
Ž no sentido de reverenciar - em crimes de moeda falsa - a fŽ
pœblica, que Ž um bem intang’vel, que corresponde, exatamente,
ˆ confian•a que a popula•‹o deposita em sua moeda.
Precedentes.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

100.! (CESPE - 2009 Ð SECONT/ES - AUDITOR DO ESTADO Ð DIREITO)


A conduta de quem se declara falsamente pobre visando obter os
benef’cios da justi•a gratuita subsume-se ao delito de falsifica•‹o de
documento particular.
==df992==

COMENTçRIOS: Tanto o STF quanto o STJ entendem que, neste caso, a conduta
Ž at’pica, pois o documento no qual se afirma ser pobre, por si s—, n‹o possui
valor probante, representando apenas um pedido, sujeito ˆ posterior verifica•‹o,
de forma que este documento n‹o se amolda ao objeto do tipo penal do art. 299
do CP. Vejamos:
PENAL Ð HABEAS CORPUS Ð FALSIDADE IDEOLîGICA Ð INQUƒRITO POLICIAL Ð
TRANCAMENTO Ð POSSIBILIDADE APENAS QUANDO DEMONSTRADA A MANIFESTA
ATIPICIDADE DA CONDUTA Ð DECLARA‚ÌO DE POBREZA Ð FALSIDADE AVENTADA
PELO MAGISTRADO Ð NÌO ADEQUA‚ÌO DA CONDUTA AO DELITO PREVISTO NO
ARTIGO 299 DO CîDIGO PENAL Ð DOCUMENTO QUE, POR SI Sî, NÌO POSSUI FOR‚A
PROBANTE Ð NECESSIDADE DE ULTERIOR AVERIGUA‚ÌO PELO JUêZO, DE OFêCIO OU
A REQUERIMENTO Ð ATIPICIDADE Ð NECESSIDADE DE TRANCAMENTO Ð ORDEM
CONCEDIDA.
1. O trancamento de inquŽrito policial somente Ž vi‡vel ante a cabal e inequ’voca
demonstra•‹o da atipicidade da conduta atribu’da ao investigado.
2. Consoante recente orienta•‹o jurisprudencial do egrŽgio Supremo Tribunal
Federal, seguida por esta Corte, eventual declara•‹o de pobreza firmada com
o fito de obter o benef’cio da gratuidade de justi•a n‹o se adequa ao tipo
penal previsto no artigo 299 do C—digo Penal, pois n‹o possui, por si s—, for•a
probante, j‡ que sujeita ˆ posterior averigua•‹o pelo Magistrado, de of’cio ou
a requerimento.
3. Ordem concedida.
(HC 110.422/DF, Rel. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO
TJ/MG), SEXTA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe 09/02/2009)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

101.! (CESPE - 2010 - EMBASA - ANALISTA DE SANEAMENTO -


ADVOGADO)
Segundo o STJ, no caso de crime de falsifica•‹o de moeda, a norma
penal n‹o busca resguardar somente o aspecto patrimonial, mas
tambŽm, e principalmente, a moral administrativa, que se v•
flagrantemente abalada com a circula•‹o de moeda falsa. No entanto, a

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pequena quantidade de notas ou o pequeno valor de seu somat—rio Ž


suficiente para quantificar como pequeno o preju’zo advindo do il’cito
perpetrado, a ponto de caracterizar a m’nima ofensividade da conduta
para fins de exclus‹o de sua tipicidade.
COMENTçRIOS: O primeiro erro da quest‹o Ž afirmar que este tipo penal tutela
a moralidade administrativa, quando na verdade o que se busca tutelar Ž a ÒfŽ
pœblicaÓ. AlŽm disso, o STJ entende que a pequena quantidade de notas ou o
baixo valor de seu somat—rio n‹o Ž suficiente para caracterizar a m’nima
ofensividade da conduta (para fins de aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia),
eis que o bem jur’dico tutelado Ž mais a fŽ pœblica que o patrim™nio de eventual
prejudicado. Vejamos:
RECURSO ESPECIAL. FALSIFICA‚ÌO DE MOEDA. R$ 50,00. PRINCêPIO DA
INSIGNIFICåNCIA. PEQUENO VALOR. INAPLICABILIDADE. RECURSO IMPROVIDO.
(...)
2. No caso de crime de falsifica•‹o de moeda, a norma n‹o busca resguardar
somente o aspecto patrimonial, mas tambŽm, e principalmente, a moral
administrativa, que se v• flagrantemente abalada com a circula•‹o de moeda
falsa.
3. A menor quantidade de notas ou o pequeno valor de seu somat—rio n‹o Ž
apto a quantificar o preju’zo advindo do il’cito perpetrado, a ponto de
caracterizar a m’nima ofensividade da conduta para fins de exclus‹o de sua
tipicidade.
4 Recurso a que se nega provimento, em que pese a manifesta•‹o ministerial.
(REsp 964.047/DF, Rel. Ministro NAPOLEÌO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA,
julgado em 25/10/2007, DJ 19/11/2007 p. 289)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

102.! (CESPE - 2009 Ð DPE/ES - DEFENSOR PòBLICO)


A apresenta•‹o de documento falso ˆ autoridade incompetente, ap—s
exig•ncia desta, n‹o configura o crime de uso de documento falso.
COMENTçRIOS: Embora o STJ entenda que a exig•ncia, pela autoridade, da
apresenta•‹o do documento, NÌO descaracterize a pr‡tica de uso de documento
falso (ou falsa identidade, a depender do caso), a jurisprud•ncia entende que a
apresenta•‹o de documento falso perante autoridade INCOMPETENTE n‹o
caracteriza o delito. Vejamos:
"Uso de documento falso - Apreens‹o do documento feita por guardas municipais em
opera•‹o bloqueio - N‹o Ž atribui•‹o desses agentes - Arts. 144, ¤ 8¼, da Constitui•‹o
Federal, e 147 da Constitui•‹o Estadual. N‹o h‡ crime de uso de documento falso".
(TJSP, Ap. 230.377-3, Indaiatuba, 1a C. Extraordin‡ria, rel. Ferraz Felisardo,
10.03.1999, v.u.)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

103.! (CESPE - 2009 Ð DPE/ES - DEFENSOR PòBLICO)


Se, ao ser abordado por policiais militares, em procedimento rotineiro
no centro da cidade onde mora, um indiv’duo se identificar com outro

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nome, a fim de esconder antecedentes penais, esse indiv’duo praticar‡
o delito de falsa identidade, segundo o STJ.
COMENTçRIOS: Quando da aplica•‹o da prova a quest‹o estava ERRADA
(inclusive a Banca deu o gabarito como errado), pois o STJ, de fato, adotava
entendimento no sentido de que n‹o se caracterizava o delito, em raz‹o do
direito ˆ autodefesa. Contudo, mais recentemente, o STJ, seguindo
posicionamento firmado pelo STF, mudou se entendimento, passando a
entender que o direito ˆ autodefesa n‹o pode servir de manto para proteger a
conduta de uso de documento falso. Vejamos decis‹o do STF:
** O uso de documento falso n‹o pode ser invocado para justificar o princ’pio da
autodefesa. O posicionamento foi firmado pela 2» Turma do STF no julgamento do HC
103.314-MS, em 24 de maio de 2011, relatado pela Ministra Ellen Gracie."
Inclusive, atualmente, a discuss‹o est‡ pacificada, em raz‹o da edi•‹o do
verbete de sœmula n¼ 522 do STJ:
Sœmula 522
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial Ž t’pica, ainda que
em situa•‹o de alegada autodefesa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

104.! (CESPE Ð 2013 Ð POLêCIA FEDERAL Ð DELEGADO)


A falsa atribui•‹o de identidade s— Ž caracterizada como delito de falsa
identidade se feita oralmente, com o poder de ludibriar; quando
formulada por escrito, constitui crime de falsifica•‹o de documento
pœblico.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado, pois o art. 307, que tipifica o delito de
falsa identidade, n‹o faz distin•‹o entre atribui•‹o de falsa identidade oral ou
escrita. Vejamos:
Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em
proveito pr—prio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - deten•‹o, de tr•s meses a um ano, ou multa, se o fato n‹o constitui elemento
de crime mais grave.
O que n‹o pode ocorrer Ž a apresenta•‹o de documento falso com o fim de se
fazer passar por outra pessoa, pois neste caso teremos USO DE DOCUMENTO
FALSO (art. 304 do CP).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

105.! (CESPE Ð 2013 - DPE-DF Ð DEFENSOR PòBLICO)


Julgue os seguintes itens, relativos aos crimes de porte ilegal de arma
de fogo, roubo e falsifica•‹o.
O agente que falsificar cart‹o de crŽdito ou dŽbito cometer‡, em tese, o
crime de falsifica•‹o de documento particular previsto no CP.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto, pois o cart‹o de dŽbito ou crŽdito Ž
equiparado a documento particular. Vejamos:

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Falsifica•‹o de documento particular (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.737, de
2012) Vig•ncia
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa.
Falsifica•‹o de cart‹o (Inclu’do pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vig•ncia
Par‡grafo œnico. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular
o cart‹o de crŽdito ou dŽbito. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vig•ncia
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

106.! (CESPE Ð 2013 Ð PC-BA Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Julgue os pr—ximos itens, relativos a crimes contra a fŽ pœblica.
A consuma•‹o do crime de atestar ou certificar falsamente, em raz‹o de
fun•‹o pœblica, fato ou circunst‰ncia que habilite alguŽm a obter cargo
pœblico, isen•‹o de ™nus ou de servi•o de car‡ter pœblico, ou qualquer
outra vantagem ocorre no instante em que o documento falso Ž criado,
independentemente da sua efetiva utiliza•‹o pelo benefici‡rio.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. Vejamos a reda•‹o do art. 301 do CP:
Certid‹o ou atestado ideologicamente falso
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em raz‹o de fun•‹o pœblica, fato ou
circunst‰ncia que habilite alguŽm a obter cargo pœblico, isen•‹o de ™nus ou de servi•o
de car‡ter pœblico, ou qualquer outra vantagem:
Pena - deten•‹o, de dois meses a um ano.
Vejam que, pela reda•‹o do tipo penal, se percebe que estamos diante de um
crime formal, que se consuma com a mera pr‡tica da conduta de atestar ou
certificar falsamente.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

107.! (CESPE Ð 2013 Ð PC-BA Ð ESCRIVÌO DE POLêCIA)


Julgue os pr—ximos itens, relativos a crimes contra a fŽ pœblica.
Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica. Celso, maior, capaz, quando
trafegava com seu ve’culo em via pœblica, foi abordado por policiais
militares, que lhe exigiram a apresenta•‹o dos documentos do ve’culo
e da carteira de habilita•‹o. Celso, ent‹o, apresentou habilita•‹o falsa.
Nessa situa•‹o, a conduta de Celso Ž considerada at’pica, visto que a
apresenta•‹o do documento falso decorreu de circunst‰ncia alheia ˆ sua
vontade.
COMENTçRIOS: O item est‡ errado. Neste caso, Celso praticou o delito de uso
de documento falso. Vejamos:
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papŽis falsificados ou alterados, a que se referem
os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada ˆ falsifica•‹o ou ˆ altera•‹o.

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O simples fato de ter havido solicita•‹o do agente policial n‹o caracteriza a
Òaus•ncia de vontadeÓ do agente. H‡ decis›es judiciais entendendo, ainda, que
o mero porte da CNH falsa j‡ caracteriza o delito.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

108.! (CESPE Ð 2013 Ð MPU Ð ANALISTA Ð DIREITO)


A inser•‹o, em assentamento de registro civil, de declara•‹o falsa com
vistas ˆ altera•‹o da verdade sobre fato juridicamente relevante
configura crime de falsidade ideol—gica, com aumento de pena em raz‹o
da natureza do documento.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto, pois esta Ž a exata previs‹o contida no
art. 299 e seu ¤ œnico do CP:
Falsidade ideol—gica
Art. 299 - Omitir, em documento pœblico ou particular, declara•‹o que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declara•‹o falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obriga•‹o ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, se o documento Ž pœblico, e reclus‹o
de um a tr•s anos, e multa, se o documento Ž particular.
Par‡grafo œnico - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-
se do cargo, ou se a falsifica•‹o ou altera•‹o Ž de assentamento de registro civil,
aumenta-se a pena de sexta parte.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

109.! (CESPE Ð 2013 Ð CNJ Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Crime de falsifica•‹o de documento pœblico, quando cometido por
funcion‡rio pœblico, admite a modalidade culposa ÐÐ hip—tese em que a
pena Ž reduzida.
COMENTçRIOS: Os crimes contra a fŽ pœblica somente s‹o punidos na
modalidade dolosa, n‹o havendo previs‹o na forma culposa. Para que um crime
seja pun’vel a t’tulo de culpa Ž necess‡rio que haja expressa previs‹o legal nesse
sentido. Vejamos:
Art. 18 - Diz-se o crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
(...)
Crime culposo(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprud•ncia, neglig•ncia ou
imper’cia. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Par‡grafo œnico - Salvo os casos expressos em lei, ninguŽm pode ser punido por fato
previsto como crime, sen‹o quando o pratica dolosamente. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209,
de 11.7.1984)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

110.! (CESPE Ð 2013 Ð TCDF Ð PROCURADOR)

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O crime de uso de documento falso Ž formal, consumando-se com a
simples utiliza•‹o do documento reputado falso, n‹o se exigindo a
comprova•‹o de efetiva les‹o ˆ fŽ pœblica, o que afasta a possibilidade
de aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia, em raz‹o do bem jur’dico
tutelado.
COMENTçRIOS: O item est‡ correto. A Doutrina entende que o delito do art.
304 Ž formal, pois se consuma no momento da utiliza•‹o do documento, ou seja,
no momento da pr‡tica da conduta, sendo dispens‡vel eventual resultado
natural’stico. Vejamos o art. 304:
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papŽis falsificados ou alterados, a que se referem
os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada ˆ falsifica•‹o ou ˆ altera•‹o.
Com rela•‹o ao princ’pio da insignific‰ncia, de fato, este Ž o entendimento
jurisprudencial predominante (impossibilidade de aplica•‹o nos crimes contra a
fŽ pœblica), embora haja decis›es isoladas entendendo pela aplica•‹o do
princ’pio.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

111.! (CESPE Ð 2014 Ð TCDF Ð ACE)


Julgue os itens a seguir, acerca de crimes contra a administra•‹o pœblica
e contra a fŽ pœblica.
Considere que determinado servidor pœblico, prevalecendo-se de seu
cargo, tenha falsificado o teor de um testamento particular. Nesse caso,
o servidor praticou o delito de falsifica•‹o de documento particular, que
n‹o se equipara a documento pœblico, e est‡ sujeito ao aumento da pena
prevista na lei penal.
COMENTçRIOS: O Item est‡ errado. No caso em tela o funcion‡rio pœblico
praticou o delito de falsifica•‹o de documento pœblico, pois o testamento
particular Ž equiparado a documento pœblico para estes fins. Vejamos:
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pœblico, ou alterar documento
pœblico verdadeiro:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.
¤ 1¼ - Se o agente Ž funcion‡rio pœblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.
¤ 2¼ - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento pœblico o emanado de
entidade paraestatal, o t’tulo ao portador ou transmiss’vel por endosso, as a•›es de
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

112.! (CESPE Ð 2013 Ð AGU Ð PROCURADOR)


Acerca da legisla•‹o penal especial e dos crimes contra a administra•‹o
pœblica e contra a fŽ pœblica, julgue os itens subsequentes.

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Aquele que emitir, sem permiss‹o legal, t’tulo que contenha promessa
de pagamento em dinheiro ao portador praticar‡ crime contra a ordem
econ™mica, as rela•›es de consumo e a economia popular.
COMENTçRIOS: Item errado, pois tal conduta configura crime contra a fŽ
pœblica, mais especificamente o delito do art. 292 do CP (emiss‹o de t’tulo ao
portador sem permiss‹o legal):
Emiss‹o de t’tulo ao portador sem permiss‹o legal
Art. 292 - Emitir, sem permiss‹o legal, nota, bilhete, ficha, vale ou t’tulo que contenha
promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indica•‹o do nome da
pessoa a quem deva ser pago:
Pena - deten•‹o, de um a seis meses, ou multa.
Par‡grafo œnico - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos
referidos neste artigo incorre na pena de deten•‹o, de quinze dias a tr•s meses, ou
multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

113.! (CESPE Ð 2013 Ð PC-DF Ð AGENTE DE POLêCIA)


O empres‡rio que inserir na carteira de trabalho e previd•ncia social de
seu empregado declara•‹o diversa da que deveria ter escrito cometer‡
o crime de falsidade ideol—gica.
COMENTçRIOS: Item errado. Embora haja inser•‹o de elementos falsos em
determinado documento, tal conduta n‹o se amolda ao tipo penal do art. 299
(falsidade ideol—gica) porque h‡ norma legal espec’fica para este caso, que Ž a
do art. 297, ¤3¼, II do CP:
Falsifica•‹o de documento pœblico
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pœblico, ou alterar documento
pœblico verdadeiro:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.
(...)
¤ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983,
de 2000)
(...)
II - na Carteira de Trabalho e Previd•ncia Social do empregado ou em documento que
deva produzir efeito perante a previd•ncia social, declara•‹o falsa ou diversa da que
deveria ter sido escrita; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
Assim, tal conduta configura falsifica•‹o de documento pœblico, embora em sua
ess•ncia, se trate de uma Òfalsidade ideol—gicaÓ, j‡ que o documento Ž
materialmente verdadeiro, mas com informa•›es inexatas.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

114.! (CESPE Ð 2013 Ð TJ-BA Ð TITULAR NOTARIAL Ð ADAPTADA)


A falsifica•‹o de cart‹o de crŽdito, por si s—, n‹o configura conduta
t’pica pun’vel, uma vez que esse tipo de cart‹o n‹o Ž um documento
propriamente dito, mas constitui apenas uma base material destinada a
estampar informe ou outros dados credit’cios.

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COMENTçRIOS: Item errado, pois a falsifica•‹o de cart‹o de crŽdito configura
o delito de falsifica•‹o de documento particular, eis que o cart‹o de crŽdito foi
equiparado a documento particular para estes fins. Vejamos:
Falsifica•‹o de documento particular (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 12.737, de
2012) Vig•ncia
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa.
Falsifica•‹o de cart‹o (Inclu’do pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vig•ncia
Par‡grafo œnico. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular
o cart‹o de crŽdito ou dŽbito. (Inclu’do pela Lei n¼ 12.737, de 2012) Vig•ncia
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

115.! (CESPE Ð 2013 Ð SEGESP-AL Ð PAPILOSCOPISTA)


No que se refere aos crimes contra a fŽ pœblica e contra o patrim™nio e
ˆ imputabilidade, julgue os itens seguintes.
Considera-se crime contra a fŽ pœblica fraudar concurso pœblico para
—rg‹o da administra•‹o direta do governo federal ou vestibular para
universidade particular.
COMENTçRIOS: Item correto, pois a conduta, neste caso, se amolda ao tipo
penal do art. 311-A do CP, que est‡ inserido no rol dos crimes contra a fŽ
pœblica:
Fraudes em certames de interesse pœblico (Inclu’do pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a
outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteœdo sigiloso
de: (Inclu’do pela Lei 12.550. de 2011)
I - concurso pœblico; (Inclu’do pela Lei 12.550. de 2011)
(...)
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Inclu’do pela Lei 12.550.
de 2011)
(...)
Pena - reclus‹o, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Inclu’do pela Lei 12.550. de
2011)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

116.! (CESPE Ð 2016 Ð TCE-PA Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


No que concerne aos crimes em espŽcie, julgue o item seguinte.
Particular que apresentar em seu trabalho atestado mŽdico falso, com
assinatura e carimbo de mŽdico inexistente, responder‡ pelo crime de
falsidade ideol—gica, na modalidade do uso.
COMENTçRIOS: Item errado, pois o agente estar‡ praticando o crime de uso de
documento falso, previsto no art. 304 do CP. Caso o pr—prio agente tivesse
falsificado o documento, responderia pelo crime de falsifica•‹o de documento

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particular, previsto no art. 298 do CP, sendo o uso considerado um p—s-fato
impun’vel.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç ERRADA.

117.! (CESPE Ð 2016 Ð TCE-PA Ð AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO)


Julgue o pr—ximo item, de acordo com a jurisprud•ncia e a legisla•‹o
brasileira em vigor.
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial Ž
t’pica, ainda que em situa•‹o de alegada autodefesa.
COMENTçRIOS: Item correto, pois o STJ j‡ sumulou entendimento no sentido
de que o crime do art. 307 do CP (falsa identidade) se configura mesmo quando
o agente pratica a conduta alegando agir em ÒautodefesaÓ (evitar cumprimento
de mandado de pris‹o, por exemplo). Tal entendimento foi solidificado por meio
do verbete n¼ 522 da sœmula de jurisprud•ncia do STJ.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTç CORRETA.

3! GABARITO

1.! CORRETA
2.! ERRADA
3.! CORRETA
4.! CORRETA
5.! ERRADA
6.! ALTERNATIVA E
7.! ALTERNATIVA B
8.! CORRETA
9.! ERRADA
10.! ERRADA
11.! ERRADA
12.! ERRADA
13.! ERRADA
14.! ERRADA
15.! CORRETA
16.! CORRETA
17.! ERRADA
18.! ERRADA

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19.! CORRETA
20.! CORRETA
21.! ERRADA
22.! ERRADA
23.! ERRADA
24.! ERRADA
25.! ALTERNATIVA D
26.! ERRADA
27.! ERRADA
28.! ALTERNATIVA C
29.! ERRADA
30.! ERRADA
31.! ALTERNATIVA C
32.! CORRETA
33.! ERRADA
34.! ERRADA
35.! ERRADA
36.! ERRADA
37.! ERRADA
38.! ERRADA
39.! CORRETA
40.! CORRETA
41.! ERRADA
42.! CORRETA
43.! ERRADA
44.! ERRADA
45.! ERRADA
46.! ERRADA
47.! ERRADA
48.! ERRADA
49.! CORRETA
50.! ERRADA
51.! ERRADA
52.! CORRETA
53.! ERRADA
54.! CORRETA
55.! CORRETA

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56.! ERRADA
57.! CORRETA
58.! ERRADA
59.! CORRETA
60.! ERRADA
61.! CORRETA
62.! ERRADA
63.! CORRETA
64.! ERRADA
65.! ERRADA
66.! ERRADA
67.! ERRADA
68.! ERRADA
69.! ERRADA
70.! ERRADA
71.! ERRADA
72.! ALTERNATIVA E
73.! ERRADA
74.! CORRETA
75.! CORRETA
76.! ERRADA
77.! ERRADA
78.! CORRETA
79.! ERRADA
80.! ERRADA
81.! ERRADA
82.! ERRADA
83.! CORRETA
84.! ERRADA
85.! CORRETA
86.! ALTERNATIVA A
87.! ERRADA
88.! CORRETA
89.! CORRETA
90.! CORRETA
91.! CORRETA
92.! ERRADA

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93.! ERRADA
94.! CORRETA
95.! CORRETA
96.! CORRETA
97.! ERRADA
98.! ERRADA
99.! CORRETA
100.! ERRADA
101.! ERRADA
102.! CORRETA
103.! CORRETA
104.! ERRADA
105.! CORRETA
106.! CORRETA
107.! ERRADA
108.! CORRETA
109.! ERRADA
110.! CORRETA
111.! ERRADA
112.! ERRADA
113.! ERRADA
114.! ERRADA
115.! CORRETA
116.! ERRADA
117.! CORRETA

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