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Resenha crítica: Manifesto dos pioneiros da educação nova (1932)

Leandro Nobre

No início do texto do artigo há o relato do relacionamento intrínseco entre educação cultura e


economia, neste ponto texto nos leva a refletir que não há educação sem economia e economia
sem educação e que a partir destes dois aspectos principais se há a cultura, esta ultima que vem
a ser bastante enriquecida pela comunhão dos pilares da sociedade.
Não obstante também mencionado no texto o quesito educação e a sua organização, esta deve
ser pensada de forma a evitar certos contratempos e que os pensadores, educadores, necessitam
pensar não somente nos fins mas também nos meios para se alcançar os objetivos propostos
dentro dos planos educacionais.
Neste ponto também o texto vem com duras críticas ao sistema educacional, baseado nos
antagonismos históricos e nos dogmatismos da rotina educacional, buscando uma nova fórmula
para a educação.
Segundo o texto, a educação e o magistério precisam estar arraigados no novo espírito
educacional, como consequência o intelectualismo dos professores que devem estar dotados de
opiniões que devem ser difundidas e moldadas a necessidade do aluno. Neste interim o texto
do artigo também faz críticas as reformas educacionais, onde argumenta-se que essas reformas
não obtiveram o peso necessário para alcançar as necessidades do aluno.
Também é relatado no texto quanto as particularidades de cada época, onde diz-se que cada
época tem sim seu relativo senso cultural e assim neste ponto deve ser pensado cautelosamente
as formas de educar, para que se possa atuar com mais energia e alcançar resultados melhores.
Assim por sua vez também temos várias retratações dentro do texto do que seria os problemas
enfrentados pelos professores, tendo em vista a singularidade e a diferenciação do pensamento
de cada aluno, também com a questão educacional superior onde o aluno deve ter seus direitos
assegurados também.
Por outro lado temos a questão social atrelada ao artigo dentro do movimento da escola nova,
a formação de um cidadão pensante é um dos pontos mais fortes evidenciados, segundo o texto
a escola tem como principal objetivo a formação de um cidadão pensante e democrático, que
tenha sua base focada em uma sociedade livre e desprovida de lados que possam ser tidos como
fundamentações ideológicas.

Crítica ao artigo.

Não é de hoje que notamos que os processos educacionais são devaneios teóricos que buscam
tão somente acentuar posições de classes e políticas. Isto porque o devido manifesto deveria ao
meu ver atacar o princípio básico da educação, que é o ato de ensino aprendizagem.
Sendo mais claro, hoje no Brasil, assim como no passado não há ensino baseado na
imparcialidade e sim, em apoio a algumas classes, formatando os pensamentos, buscando
vitimismos em classes, fazendo com que a sociedade cada vez mais se divida em lados, onde
as disputas não pela educação mas por ideologias se tornem cada vez mais acirrada.
Outro ponto que gostaria de salientar, para assegurar que o texto do artigo não tem de valia
nenhuma e não passa apenas de uma distorção de alguns socialistas, comunistas é o fato da
capacitação dos professores não ser uma ferramenta para melhoria da educação e simplesmente
uma corrida desesperada onde o ego e o currículo recheado de nomeações e participações em
eventos se tornam a peça fundamental para uma massagem no ego destes professores.
Neste ponto voltando para as universidades, temos o abandono que muitos alunos sofrem por
parte destes letrados, mas que infelizmente os pioneiros da educação nova não calcularam, na
verdade eles não calculam nada, basta ver o sucateamento das universidades públicas, dos
centros de educação e dos polos de educação a distância que não possuem o mínimo de estrutura
para funcionar, onde as bibliotecas das instituições públicas estão afundadas em obras que não
tem serventia nenhuma para as disciplinas abordadas ou simplesmente não tem o material que
se há de necessitar durante o curso.

Assim a universidade pública torna-se apenas mais um local onde a deturpação esquerdista de
pensamentos e os cenários utópicos acontecem na cabeça de muitos alunos e professores que
vem seu futuro sobre a fumaça furtiva de um cigarro de maconha ou sobre os delírios
alucinantes do cheiro de formol que sobrou em algum recipiente abandonado de um laboratório
de química. Os pioneiros da educação não pensaram nisso.
Os pioneiros da educação talvez pensaram em fantasias que podem ser cobradas pelos ilustres
pedagogos que alfabetizam grupos de pessoas em uma semana, mas não levaram em conta que
nossa sociedade capitalista também prefere o profissional, o técnico e não somente o intelectual
pensante que expurga seus delírios sociais, sentado em uma poltrona macia utilizando seu terno
ou colete de lã, isso podemos ver pelo fato de que o sistema cobra o bruto, o conceito ainda é o
ponto em que o aluno tem que dominar se quiser possuir uma qualificação profissional.
Ainda bem que o manifesto dos pioneiros é de 1932 por que se fosse de hoje eles passariam
vergonha.

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