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O Liberalismo português manifestou-se tardiamente

motivado por vários factores:

O Isolamento geográfico;

O Atraso técnico, social, económico e ao nível das


mentalidades, em virtude da forte influência do clero
e da nobreza;

A longa vigência do Absolutismo fortemente


enraizado, apoiado por órgãos repressivos.

Os ideais revolucionários “tardaram, mas chegaram”…


Como?
Através de obras de escritores franceses; de
emigrantes fugidos ao terror em França; de estrangeirados…
Através da Maçonaria - Lojas Maçónicas existentes
nas cidades portuárias abertas ao comércio internacional (Lisboa,
Porto, Funchal) – tiveram grande influência na difusão dos ideais
liberais.
Entre os seus filiados contam-se nobres, burgueses,
ricos clérigos. Designavam-se “Pedreiros Livres”.

Fundam na cidade do Porto o Sinédrio, responsável


pela organização da Revolução de 1820.

Exilados Portugueses altamente politizados


adeptos da revolução e também pertencentes à Maçonaria que, fugidos

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da perseguição do Intendente Geral da Polícia, se fixam em Londres e
em Paris e de lá escrevem livros e panfletos que introduzem no reino
clandestinamente.

Organizam um programa de reformas políticas e


económicas de inspiração liberal para Portugal.

O exemplo da experiência parlamentar inglesa e da


Revolução Industrial (o grande desenvolvimento económico inglês),
também eram apontados como exemplos a seguir, pois assentavam nos
ideais de Liberdade e de Igualdade.

Portugal reunia uma série de condições que conduziram à Revolução Liberal


de 1820.
1- A Situação Política:

A) Sujeito às Invasões Francesas: fruto da recusa de Portugal se


submeter ao Ultimato de Napoleão de fechar os seus portos ao
comércio inglês – Bloqueio Continental;

Foram três as invasões, comandadas por Junot, Soult e Massena;

O País sofreu devastação e destruição, principalmente a zona


norte que focou muito afectada pelos combates e pela crueldade
dos soldados;

A agricultura, as indústrias e o comércio sofreram muito com as


invasões, bem como o património nacional, tendo havido perdas:
saques a conventos, igrejas e palácios.

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A recusa de Portugal ao Ultimato de Napoleão e as
invasões tiveram efeitos nefastos para Portugal.

Obrigou o Rei a fugir para o Brasil a fim de se


salvaguardar a soberania nacional e não ter de se
submeter a Napoleão;
Com a transferência da sede de governo para o
Brasil, Portugal fica na situação de colónia brasileira.

Aclamação de D.João VI no Brasil


(D.João VI reinou de 1807 a 1820)

B) Sujeito ao Domínio Inglês: Portugal passa à


situação de Protectorado Inglês, pois os ingleses vieram em
nosso auxílio contra os franceses, só que acabaram por
ocupar os mais altos governativos.

Beresford torna-se Presidente da Junta


Governativa, controlando o exército, a economia e o
funcionalismo - situação de humilhação
para Portugal.

Conclusão: Portugal vive a


dupla condição de

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2- Situação Económico-financeira:
A)
As despesas ultrapassam as receitas;
O Comércio decresce;
A Agricultura e a indústria definham,
agravando-se a situação com a onda de destruições
provocada pelas invasões francesas;

B)
A abertura dos portos brasileiros ao comércio
internacional;
O Tratado de Comércio com a Inglaterra (1810)
que estabelece a liberdade de comércio em Portugal e abre o
mercado brasileiro às manufacturas inglesas.

Tudo isto leva à falência

C) Importantes homens de negócios saem do país com as suas


fortunas e mentalidades empreendedoras.

3- A Conjuntura Social:

O descontentamento da Sociedade era


generalizado devido:
 À crise económica que afectava todos;
 À humilhante situação de Protectorado e à repressão
política dos ingleses (descontentamento dos nacionalistas);
 À abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional
e à nossa situação de colónia brasileira (descontentamento
da Burguesia);

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 À ausência do Rei e à situação de miséria do povo
(descontentamento popular).

O Sinédrio: Manuel Fernandes Tomás

Sociedade secreta que nasce no Porto liderada por


Manuel Fernandes Tomás e outros amigos que são responsáveis pela
organização da Revolução de 1820.
Há grande agitação no seio da Burguesia, grupo mais
afectado pela situação económico-financeira;
Ao Sinédrio pertencem elementos activos da burguesia
portuense.

Está criado o ambiente propício à revolução.


A Revolução eclode em Agosto de 1820

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O VINTISMO:
O descontentamento generalizado da sociedade face à
situação do reino faz crescer o sentimento de revolta, sobretudo entre a
burguesia;

O movimento inicia-se no Porto, a 24 de Agosto, através


da acção da burguesia revolucionária do Sinédrio que esperava o momento
adequado para intervir;

Aproveita a ausência de Beresford que estava no Brasil,


em busca de homens para o exército, de mais poderes e a sua intenção era
reprimir ainda mais o nosso país;

Tem o apoio de militares espanhóis, de liberais brasileiros


e de certas forças militares portuguesas;

Entretanto, no referido dia 24 de Agosto, alguns


regimentos militares tomam a Câmara Municipal, sem resistência e, com
autoridades civis locais, elegem a Junta Provisional do Reino.

Lisboa adere ao movimento, destitui anteriores


governantes e forma-se a Junta Provisional do Supremo Governo do
Reino, liderada por Gomes Freire de Andrade.

Este governo terá como principal tarefa organizar


eleições para as Cortes Constituintes, que solenemente iniciaram o seu
trabalho a 24 de Janeiro de 1821.

No dizer do historiador Oliveira


Marques a Revolução Vintista
LINHAS DE FORÇA DO VINTISMO

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Alterar as causas do
mal-estar do reino…

Regenerar a Pátria e fazer renascer a grandeza de


Portugal e instituições passadas monarquia e cortes;

Declarar fidelidade a D.João VI e à família real


reclamando:

O seu regresso;
O reconhecimento do movimento revolucionário;
A aceitação da futura Constituição;
O retorno do Brasil a colónia;

Preparar a eleição para as cortes que elaborariam a


Constituição do Reino;

Conquistar a unanimidade do país e Brasil à nova


ordem;

Por fim à dominação inglesa expulsão de


Beresford e generais ingleses do país.

Abolir privilégios da fidalguia, clero, corporações,


cidades e províncias;

Não cometer excessos revolucionários,

Procurar o reconhecimento internacional da


legitimidade do governo revolucionário.

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Conclusão: É um

Porquê?

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daí Revolução perante a

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