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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 08
Olá pessoal!
SUMÁRIO
Fato do príncipe.......................................................................................................................................................... 55
Fato da Administração ............................................................................................................................................. 56
Caso fortuito e força maior .................................................................................................................................... 57
Interferências imprevistas ..................................................................................................................................... 57
Espécies de contratos administrativos ............................................................................................................ 59
Contratos de serviço ................................................................................................................................................. 59
Contratos de obra pública ...................................................................................................................................... 60
Contratos de fornecimento .................................................................................................................................... 61
Contratos de concessão ........................................................................................................................................... 62
Contratos versus convênios .................................................................................................................................... 62
Mais questões de prova ............................................................................................................................................ 65
Jurisprudência ............................................................................................................................................................... 82
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 88
Questões comentadas na aula ............................................................................................................................... 91
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 99
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
NOÇÕES GERAIS
1 Sendo pessoa jurídica e, portanto, apta a contrair direitos e obrigações, o Estado possui a capacidade
necessária que lhe permite figurar como sujeito de contratos.
2 Abrangendo a Administração direta e indireta, inclusive as entidades com personalidade jurídica de
direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas.
Contratos administrativos
Diferentemente dos contratos privados, os contratos
administrativos são regidos predominantemente pelo direito público.
Mas, havendo alguma lacuna legislativa no trato de determinada situação,
*****
Vistas as principais diferenças entre os contratos de direito privado
firmados pela Administração e os contratos administrativos propriamente
ditos, passemos a nos concentrar apenas nestes últimos, começando pelo
seu conceito.
CONCEITO
O ponto chave dessa definição está na parte que diz que os contratos
administrativos são “regulados basicamente pelo direito público”.
Afinal, só o fato de o Estado ser sujeito na relação contratual não
serve, isoladamente, para caracterizar o contrato administrativo. O
mesmo deve ser dito em relação ao objeto: é que não só os contratos
administrativos, mas também os contratos privados da Administração
devem ter, fatalmente, um objetivo que traduza o interesse público.
Assim, tais elementos (sujeito e objeto) têm que ser sempre
conjugados com o regime jurídico, este sim o elemento marcante e
diferencial dos contratos administrativos, nos quais a Administração
Pública atua na qualidade de Poder Público, dotada, por isso, de
prerrogativas características de direito público (supremacia).
6 Concorrência e tomada de preços são modalidades de licitação, assunto que estudaremos na próxima
aula.
da Lei 8.666/1993:
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste
entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Ademais, em hipóteses excepcionais, a lei admite a celebração de
contratos verbais, em casos de pequenas compras de pronto pagamento (o
chamado regime de adiantamento). Portanto, embora seja a regra, nem sempre
os contratos administrativos serão firmados mediante documento formal por
escrito.
Gabarito: Errado
Gabarito: Certo
ONEROSIDADE E COMUTATIVIDADE
quais a lei exige licitação são firmados intuitu personae, ou seja, em razão de
condições pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitação”,
daí a sua correção.
De fato, os contratos administrativos são pessoais, celebrados intuitu
personae, de modo que sua execução deve ser levada a termo pela mesma
pessoa (física ou jurídica) que se obrigou perante a Administração após o
procedimento licitatório. Ora, a licitação tem o objetivo de selecionar a pessoa
mais apta para executar o objeto do contrato. Assim, não seria razoável a
Administração celebrar o contrato com o segundo ou o terceiro colocado na
licitação. Aliás, isso é vedado de forma expressa no art. 50 da Lei 8.666/1993:
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,
sob pena de nulidade.
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS
qualitativas estariam sujeitas aos limites de 25% ou 50% previstos na Lei 8.666/1993. Parte da doutrina,
contudo (ex: Di Pietro), entende que os limites se aplicam apenas para as alterações quantitativas.
12 Nesse exemplo, estamos desconsiderando eventuais atualizações do valor inicial do contrato. Mas não
se esqueça de que o limite de acréscimos e supressões (25% ou 50%, conforme o caso) incide sobre o
valor inicial atualizado do contrato.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
(...)
RESCISÃO UNILATERAL
Gabarito: Certo
FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
Gabarito: Errado
14. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Não cabe à fiscalização paralisar e(ou)
solicitar o refazimento de qualquer serviço que não seja executado em conformidade
com o projeto, norma técnica ou qualquer disposição oficial aplicável ao objeto do
contrato.
Comentário: Nos termos do art. 67, §1º da Lei 8.666/1993, o “representante
da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências
relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário
à regularização das faltas ou defeitos observados”. Assim, se o fiscal verificar
que o serviço está sendo executado em desconformidade com o projeto,
norma técnica ou qualquer outra disposição oficial aplicável ao objeto do
contrato, ele possui amparo legal para tomar as medidas necessárias para o
exato cumprimento do contrato, entre elas, paralisar ou solicitar o refazimento
de qualquer serviço, daí o erro.
Ressalte-se que, nos termos do art. 67, §2º da Lei 8.666/1993, as
“decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante
da Administração deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil
para a adoção das medidas convenientes”.
Gabarito: Errado
nele previstos.
Comentários: A redução no número de postos de vigilância previstos
num contrato de prestação de serviços de segurança não constitui simples ato
de fiscalização, a fim de assegurar a correção das faltas ou defeitos
observados, e sim efetiva alteração do contrato (diminuição quantitativa do
objeto), com impacto no valor devido pela Administração. Portanto, trata-se de
medida que extrapola as competências do fiscal do contrato, cuja missão é
acompanhar e fiscalizar o correto cumprimento daquilo que está previsto no
ajuste. No caso, se o fiscal verificar a necessidade de alterar o contrato para
diminuir o número de postos, aplica-se a hipótese do art. 67, §2º da Lei
8.666/1993, pelo qual as “decisões e providências que ultrapassarem a
competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em
tempo hábil para a adoção das medidas convenientes”.
Gabarito: Errado
APLICAÇÃO DE SANÇÕES
EXIGÊNCIA DE GARANTIAS
21. (Cespe – MIN 2013) A prestação de garantia pelo particular é obrigatória para
a execução de contratos administrativos, por constituir exigência expressa em lei.
Comentário: A questão está errada. A prestação de garantia pelo
particular não é obrigatória para a execução de contratos administrativos.
Podem existir contratos administrativos cuja execução não é coberta por
nenhuma garantia prestada pelo contratado, daí o erro. Na verdade, a
Administração poderá, a seu critério, exigir garantia para assegurar o
cumprimento do contrato. Para tanto, deve prever tal exigência de forma
expressa no instrumento convocatório da licitação. É claro que, se a
Administração, no uso do seu poder discricionário, exigir a constituição de
garantia, aí sim o contratado será obrigado a optar por uma das modalidades
previstas na lei, quais sejam, caução, seguro ou fiança bancária (o contratado
deverá optar por uma, mas não deixar de escolher alguma).
Gabarito: Errado
22. (Cespe – MPU 2010) A duração de contratos regidos pela Lei de Licitações
está limitada à vigência dos créditos orçamentários referentes a tais contratos. A
única exceção feita por essa lei são os projetos cujos produtos estejam
contemplados nas metas estabelecidas no plano plurianual, os quais podem ser
prorrogados se houver interesse da administração.
Comentários: De fato, é verdade que a duração de contratos regidos pela
Lei de Licitações está limitada à vigência dos créditos orçamentários
referentes a tais contratos. Também é correto que, como exceção, os projetos
cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no plano
plurianual podem ser prorrogados se houver interesse da administração,
nesse caso, até o máximo de 4 anos. O erro é que a lei prevê outras exceções.
São elas:
Serviços de execução continuada: até 60 meses e excepcionalmente por mais 12
meses;
Aluguel de equipamentos e programas de informática: até 48 meses;
Segurança nacional e inovação tecnológica (hipóteses específicas de licitação
dispensável): até 120 meses.
Gabarito: Errado
23. (Cespe – TCU 2010) Quando regidos pela Lei n.o 8.666/1993, os contratos
relativos ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática
devem ter duração adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.
Comentário: O quesito está errado. Em regra, os contratos
18 De acordo com o art. 6º, V da Lei 8.666/1993, considera-se obras, serviços e compras de grande vulto -
aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 vezes o limite para a licitação na modalidade concorrência
de obras e serviços de engenharia (R$ 1,5 milhão).
EXTINÇÃO DO CONTRATO
ANULAÇÃO
RESCISÃO
28. (Cespe – Polícia Federal 2013) Considere que uma empresa vencedora de
certame licitatório subcontrate, com terceiro, o objeto do contrato firmado com a
administração pública, apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital
ou no contrato. Nessa situação, caso o contrato seja prestado dentro do prazo
estipulado e com estrita observância aos critérios de qualidade impostos
contratualmente, não poderá a administração rescindir o contrato unilateralmente,
visto que não se configura hipótese de prejuízo ou descumprimento de cláusulas
contratuais.
Comentário: O quesito está errado, pois a subcontratação (sempre
parcial) só é permitida se houver previsão expressa no edital e no contrato.
Além disso, a subcontratação deve estar dentro do limite admitido, em cada
caso, pela Administração. Se não for observada alguma dessas três condições
cumulativas, a subcontratação é ilegal, o que é motivo para a rescisão
unilateral do contrato, nos termos do art. 78, VI da Lei 8.666/1993.
Gabarito: Errado
29. (Cespe – CNJ 2013) Considere que uma sociedade empresária tenha
celebrado contrato administrativo de prestação de serviço com determinado órgão
público. Nessa situação hipotética, caso a administração julgue conveniente a
substituição da garantia de execução, o contrato poderá ser alterado
unilateralmente.
Comentário: Durante a execução do contrato, a Administração não pode
exigir, unilateralmente, a alteração da garantia, daí o erro. A troca só é possível
se houver acordo entre as partes, nos termos do art. 65, II, “a” da Lei 8.666:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
(...)
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
Gabarito: Errado
TEORIA DA IMPREVISÃO
Maria Sylvia Di Pietro ensina que a álea ordinária, por se referir aos
riscos comuns a qualquer contrato, decorrentes das flutuações ordinárias
do mercado, deve ser suportada pelos contratados, ou seja, não ensejam
a revisão/rescisão do contrato. Por outro lado, as outras áleas
(administrativa e econômica) são extraordinárias ou extracontratuais,
podendo levar a diferentes resultados: a revisão (reequilíbrio) do
contrato, sua dilação temporal (prorrogação) ou mesmo rescisão sem
culpa das partes.
A seguir, vamos examinar as áleas extraordinárias, circunstâncias
que conferem a característica de mutabilidade aos contratos
administrativos. São elas: fato do príncipe, fato da Administração, caso
fortuito e força maior e interferências imprevistas.
FATO DA ADMINISTRAÇÃO
INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS
30. (Cespe – MPE/TO 2012) O regime jurídico dos contratos previsto na Lei n.º
8.666/1993 confere à administração pública prerrogativas que incluem a exigência
do cumprimento do contrato, sem alteração das condições inicialmente pactuadas,
independentemente da ocorrência de álea econômica ou administrativa.
Comentário: O item está errado. As chamadas áleas administrativas ou
econômicas constituem eventos imprevisíveis e extraordinários que provocam
um desequilíbrio excessivo da equação econômico-financeira original ou a
impossibilidade da execução do contrato a contento. A álea administrativa
engloba o fato do príncipe e o fato da Administração, enquanto a álea
econômica compreende circunstâncias externas ao contrato, estranhas à
vontade das partes, imprevisíveis quanto à sua ocorrência ou quanto às suas
consequências. Em ambos os casos, o contrato administrativo poderá ser
repactuado, por acordo entre as partes, com vistas a reestabelecer o equilíbrio
do ajuste, daí o erro.
Gabarito: Errado
CONTRATOS DE CONCESSÃO
33. (Cespe – CADE 2014) O contrato terá vigência dentro do exercício financeiro,
embora sejam permitidos, em casos especiais, contratos com prazo de vigência
indeterminado.
Comentário: A regra é a vigência dos contratos administrativos ser
adstrita ao exercício financeiro, coincidindo com a vigência dos respectivos
créditos orçamentários, podendo ser prorrogados nas hipóteses previstas no
art. 57 da Lei 8.666/1993. Porém, a mesma lei veda a celebração de contratos
por prazo indeterminado (art.57, §3º), vale dizer, mesmo as prorrogações
devem ter um prazo determinado.
Gabarito: Errado
35. (Cespe – MDIC 2014) O gestor de contrato deve ser um servidor público
efetivo com conhecimentos técnicos relacionados ao objeto do contrato.
Comentário: Embora a Lei 8.666/1993, em seu art. 67, discipline apenas a
figura do “fiscal” do contrato, é comum também se falar no “gestor” do
contrato. Este seria aquele agente que exerce as competências como
representante legal da Administração Pública, ou seja, a autoridade
competente, que tem por atribuições autorizar a realização da licitação, assinar
o contrato, autorizar a celebração de termo aditivo para a alteração do contrato
ou prorrogar o prazo, aplicar penalidade, rescindir o contrato, dentre outras. Já
o fiscal do contrato teria a função operacional de acompanhar e fiscalizar a
execução do contrato, relatando os fatos à autoridade competente; anotar as
ocorrências em registro próprio (livro de ocorrência); e determinar a
regularização de faltas ou defeitos observados. Em ambos os casos, é correto
afirmar que, para bem desempenhar suas funções, o servidor deve possuir
conhecimentos técnicos relacionados ao objeto do contrato.
Gabarito: Certo
36. (Cespe – TRT10 2013) Considere que, no decorrer de uma obra pública
orçada inicialmente em R$ 200 milhões, tenham sido lavrados dois termos aditivos.
Considere, ainda, que o primeiro termo aditivo tenha alterado o valor da obra para
R$ 170 milhões e que o segundo, necessário à conclusão do empreendimento, para
R$ 220 milhões. Nessa situação, o limite legal para aditivos foi observado, não
havendo irregularidade.
Comentário: Segundo a jurisprudência do TCU, “os limites de aditamento
estabelecidos no art. 65, inciso II, 1, da Lei 8.666/93 devem ser verificados
separadamente, tanto nos acréscimos quanto nas supressões de itens e
quantitativos, e não pelo cômputo final que tais alterações (acréscimos menos
decréscimos) possam provocar na equação financeira do contrato”.
Ou seja, não seria possível, por exemplo, ocorrer, no mesmo termo
aditivo, um acréscimo no percentual de 80% ao objeto inicial e uma supressão
de 55%. Embora, nesse exemplo, o cômputo de acréscimos e supressões
resulte em 25% (= 80 – 55), a jurisprudência do TCU diz que as alterações
Gabarito: Errado
41. (Cespe – DP/MA 2011) Com relação ao que estabelece a Lei de Licitações
acerca dos contratos administrativos, assinale a opção correta.
a) Será nulo e sem nenhum efeito o contrato verbal com a administração, ainda que
seu objeto envolva pequenas compras de pronto pagamento.
b) Os contratos podem ser alterados unilateralmente pela administração quando
conveniente a substituição da garantia de execução.
c) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos
podem ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
d) A declaração de nulidade do contrato, imputável ao contratado, exonera a
administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado
até a data da declaração.
42. (ESAF – Susep 2010) Caracterizam-se por serem regidos pelo direito privado
quanto ao conteúdo e aos efeitos, porém sem ignorar as limitações trazidas pelo
regime jurídico público, os contratos de:
a) fornecimento de mão de obra.
b) locação em que o Poder Público seja locatário.
c) concessão de serviço público.
d) fornecimento de bens de consumo.
e) construção de obra pública.
Comentários: A Lei 8.666/1993, ao dispor sobre sua abrangência, dispôs
no seu art. 1º:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
b) Quando a suspensão das obras se der em razão de interesse público, não há que
se falar em indenização ou reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
c) Como a paralisação da obra constava do termo de contrato, a contratada deveria
tê-la embutido no preço contratado.
d) Em se tratando de contrato administrativo, era dado à Administração rescindir ou
suspender unilateralmente o pactuado sem qualquer indenização.
e) A paralisação da obra, já prevista em instrumento contratual integra a álea
ordinária, ainda que o termo contratual disponha que haverá acordo a seu respeito.
Comentário: A jurisprudência do STJ a que o comando da questão se
refere é a seguinte decisão, tomada no REsp 734.696/SP, de 16/10/2007
(Informativo 336):
ADMINISTRATIVO – CONTRATO ADMINISTRATIVO PARA EXECUÇÃO DE OBRA –
PARALISAÇÃO TEMPORÁRIA POR INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO –
PREVISÃO CONTRATUAL – ARTS. 65 E 78 DA LEI 8.666/93 – RESSARCIMENTO
DOS PREJUÍZOS – VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC: INEXISTÊNCIA.
1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC se o Tribunal, ainda que implicitamente,
examina a tese em torno dos dispositivos tidos por violados.
2. Persiste o dever de indenizar os prejuízos causados em decorrência de interrupção
temporária de obra pública, por iniciativa da Administração.
3. Embora legítima a interrupção contratual, impõe-se o dever de indenizar os
prejuízos suportados pelo particular em decorrência da paralisação, para resguardar a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
4. Recurso especial provido em parte.
47. (ESAF – CGU 2012) Determinada empresa "A" fora punida com a penalidade
inscrita no inciso IV do art. 87 da Lei n. 8.666/93. Passados seis meses após a
aplicação definitiva da penalidade, seus únicos dois sócios constituíram a empresa
"B", com o mesmo objetivo social, mesmo quadro societário e mesmo endereço.
Após sua constituição, a empresa "B" acudiu à licitação conduzida pelo mesmo
município que aplicara a penalidade à empresa "A".
O município condutor do certame, após ter percebido o indigitado feito, (assegurados
o contraditório e a ampla defesa à empresa "B") estendeu à empresa "B" os efeitos
da sanção de inidoneidade para licitar aplicada à empresa "A", aplicando-se no caso
em tela a desconsideração da personalidade jurídica na esfera administrativa.
Acerca do caso concreto acima descrito, assinale a opção correta.
a) A extensão da penalidade à empresa "B" seria válida ainda que não tivesse sido
precedida de procedimento administrativo que lhe tenha garantido o contraditório e a
ampla defesa.
b) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" não
era autoexecutório e seria necessário levar o caso à apreciação do Poder Judiciário.
c) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" é nulo,
posto que a lei não faculta à Administração Pública a possibilidade de desconsiderar
a personalidade jurídica para estender sanções administrativas a outra sociedade
empresária.
d) A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica neste caso
concreto deu-se em respeito ao princípio da moralidade administrativa.
e) Somente Poder Judiciário, em situações envolvendo relação de consumo, poderia
desconsiderar a personalidade jurídica de uma empresa.
Comentários: Para resolver a questão, necessário conhecer a
jurisprudência do STJ (RMS 15.166, de 7/8/2003):
ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
LICITAÇÃO. SANÇÃO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR. EXTENSÃO DE
EFEITOS À SOCIEDADE COM O MESMO OBJETO SOCIAL, MESMOS SÓCIOS E
MESMO ENDEREÇO. FRAUDE À LEI E ABUSO DE FORMA. DESCONSIDERAÇÃO
DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. POSSIBILIDADE.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA E DA INDISPONIBILIDADE DOS
INTERESSES PÚBLICOS.
- A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os
mesmos sócios e com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada
inidônea para licitar com a Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar
à aplicação da sanção administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de
Licitações Lei n.º 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicação da teoria da
48. (ESAF – CGU 2012) A empresa "X", contratada pela União Federal, por
intermédio do Ministério da Fazenda para prestar serviços de limpeza, conservação
e asseio, solicita ao contratante a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro
do contrato em virtude do aumento salarial determinado por dissídio coletivo da
categoria profissional e com base na teoria da imprevisão.
Acerca da situação fática acima narrada e de acordo com a jurisprudência
majoritária no STJ, assinale a opção correta.
pois constitui evento certo que deveria ser levado em conta quando da efetivação
da proposta.
Vamos, então, analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O dissídio coletivo é acontecimento imprevisível previsível
incapaz de legitimar a aplicação da teoria da imprevisão.
b) ERRADA. O dissídio coletivo é acontecimento previsível, porém de
consequências incalculáveis e, portanto, não legitima a aplicação da teoria da
imprevisão.
c) ERRADA. O dissídio coletivo da categoria profissional constitui-se em
álea ordinária, incapaz de legitimar a teoria da imprevisão.
d) CERTA. O aumento salarial dos empregados da contratada em virtude
de dissídio coletivo constitui evento certo que deveria ser levado em conta
quando da efetivação da proposta.
e) ERRADA. O dissídio coletivo de categoria profissional configura álea
extraordinária, incapaz de possibilitar a aplicação da teoria da cláusula rebus
sic stantibus.
Gabarito: alternativa “d”
*****
JURISPRUDÊNCIA
Bons estudos!
Erick Alves
RESUMÃO DA AULA
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: características
Administração atua nessa qualidade, com supremacia sobre o particular.
São regulados pelo direito público e, supletivamente, pelo direito privado.
Existência de cláusulas exorbitantes.
Natureza de contrato de adesão (cláusulas fixadas unilateralmente pela Administração).
Onerosidade e comutatividade.
Formalismo:
o Instrumento formal de contrato é obrigatório -> valores de concorrência e tomada de preços (inclusive
em casos de dispensa e inexigibilidade), exceto compras com entrega imediata.
o É possível contratos verbais para pequenas compras.
Natureza pessoal (intuitu personae): admite subcontratação parcial apenas se houver previsão no edital e
no contrato e estiver dentro do limite autorizado pela Administração.
Mutabilidade (ex: alteração unilateral, teoria da imprevisão).
Contratos privados: seguro, financiamento, locação, prestação de serviço público em que a Administração é
usuária (regem-se, predominantemente, pelo direito privado e, no que couber, pelo direito público,
inclusive cláusulas exorbitantes).
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS
I. Objeto.
II. Regime de execução ou forma de fornecimento.
III. Preço, condições de pagamento e critérios de ajuste.
IV. Prazos de início e de conclusão, de entrega.
V. Crédito pelo qual correrá a despesa.
VI. Garantias oferecidas, quando exigidas.
VII. Direitos e responsabilidades das partes, penalidades cabíveis e valores das multas.
VIII. Casos de rescisão.
IX. Reconhecimento de direitos da Administração em caso de rescisão por inexecução do contrato.
X. Condições de importação, quando for o caso.
XI. Vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou.
XII. Legislação aplicável.
XIII. Obrigação do contratado de manter as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
CLÁUSULAS EXORBITANTES
Por modificação do projeto ou das especificações;
Alteração Por acréscimo ou diminuição de seu objeto, em até 25% (ou até 50% de acréscimo em caso
unilateral de reforma de edifícios ou equipamentos).
Somente cláusulas de execução -> não pode alterar o equilíbrio econômico-financeiro.
Advertência
Multa
Aplicação de
Suspensão temporária de participação em licitação e de contratar, por até dois anos.
sanções
Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração enquanto
perdurarem os motivos da punição ou até a reabilitação, no mínimo após dois anos.
Poderá ser exigida garantia do contratado, até 5% do valor do contrato (até 10% em
contrato de grande vulto com alta complexidade).
Exigência de Deve haver previsão expressa no instrumento convocatório.
garantia Modalidades de garantia (opção do contratado): caução em dinheiro ou títulos da dívida
pública; seguro garantia; fiança bancária.
Não se confunde com garantia da proposta (até 1% do valor estimado do objeto).
Fiscalização Realizada por representante designado, permitida a contratação de terceiros para auxílio.
pela Poderá determinar o que for necessário à regularização dos problemas observados ou, se
Administração as decisões ultrapassarem sua competência, solicitá-las a seus superiores.
Restrições à Somente após 90 dias de atraso é que o contratado pode demandar a rescisão do contrato
oposição da administrativo ou, ainda, paralisar a execução dos serviços, após notificação prévia.
exceção do Em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, o
contrato não particular não poderá opor a exceção do contrato não cumprido mesmo diante de atraso de
cumprido pagamento superior a 90 dias.
EXTINÇÃO DO CONTRATO
Naturalmente, por cumprimento do objeto ou término do prazo.
Impossibilidade material ou jurídica.
Anulação (ex tunc): dever de indenizar o contratado, exceto de este tiver contribuído para a ilegalidade.
Rescisão (ex nunc): unilateral, amigável ou judicial
TEORIA DA IMPREVISÃO
Eventos excepcionais e imprevisíveis, ou de consequências imprevisíveis, que provocam desequilíbrio da
equação econômico-financeira do contrato, e totalmente estranhos à vontade das partes.
Fato do príncipe: ato geral de Governo, não relacionado diretamente com o contrato, que proíbe ou
encarece a execução.
Fato da Administração: ato da Administração diretamente ligado ao contrato, que dificulta ou impede sua
execução.
Força maior: evento humano, como uma greve ou rebelião.
Caso fortuito: evento da natureza, como uma inundação.
Interferências imprevistas: fatos imprevisíveis, preexistentes ao contrato, mas só descobertos
posteriormente ao início da execução; oneram, mas não impedem a execução.
5. (Cespe – MTE 2014) Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são
firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado,
apuradas no procedimento da licitação.
12. (Cespe – TRT10 2013) A execução de contrato deve ser acompanhada e fiscalizada
por representante da administração designado especialmente para tal, não sendo permitida
13. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Qualquer auxílio prestado pela fiscalização na
interpretação dos desenhos, memoriais, especificações e demais elementos de projeto, bem
como na condução dos trabalhos, poderá ser invocado para eximir a contratada da
responsabilidade pela execução dos serviços e obras.
14. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Não cabe à fiscalização paralisar e(ou) solicitar
o refazimento de qualquer serviço que não seja executado em conformidade com o projeto,
norma técnica ou qualquer disposição oficial aplicável ao objeto do contrato.
15. (Cespe – Bacen 2013) Durante a execução do contrato dos serviços de segurança e
vigilância do edifício sede do Banco Central do Brasil, o representante da administração
pública responsável por acompanhar e fiscalizar a execução do contrato tem autonomia
para autorizar a redução no número de postos de vigilância nele previstos.
17. (Cespe – TCU 2010) A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
administração pública constitui sanção, aplicável ao contratado, que não admite reabilitação.
19. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Em casos de faltas contratuais por parte do
contratado, é assegurado ao ente contratante o direito de intervir na execução do contrato,
de modo a garantir a continuidade de um serviço público considerado essencial à
sociedade.
21. (Cespe – MIN 2013) A prestação de garantia pelo particular é obrigatória para a
execução de contratos administrativos, por constituir exigência expressa em lei.
22. (Cespe – MPU 2010) A duração de contratos regidos pela Lei de Licitações está
limitada à vigência dos créditos orçamentários referentes a tais contratos. A única exceção
feita por essa lei são os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no plano plurianual, os quais podem ser prorrogados se houver interesse da
administração.
23. (Cespe – TCU 2010) Quando regidos pela Lei n.o 8.666/1993, os contratos relativos
ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática devem ter duração
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.
24. (Cespe – MIN 2013) Embora os contratos administrativos possam ser prorrogados, é
vedado à administração pública celebrar o contrato com prazo de vigência indeterminado.
25. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Considerados os limites estabelecidos pela lei,
o recebimento provisório ou definitivo da obra não exclui a responsabilidade civil e ético
profissional, por parte da contratada, pela solidez e segurança da obra ou do serviço e pela
perfeita execução do contrato.
26. (Cespe – TCU 2012) Aplica-se ao contrato administrativo a teoria das nulidades,
segundo sua configuração tradicional do direito privado. Assim, a declaração de nulidade do
contrato administrativo opera retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que ele deveria
produzir e desconstituindo os já produzidos, o que isenta inteiramente a administração
pública do dever de indenizar o contratado.
27. (Cespe – TJDFT 2013) Suponha que, na execução de determinada obra pública, o
contratado paralise a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à administração.
Nesse caso, a administração estará legitimada a promover a rescisão do contrato após obter
autorização judicial em ação proposta com essa finalidade específica.
28. (Cespe – Polícia Federal 2013) Considere que uma empresa vencedora de certame
licitatório subcontrate, com terceiro, o objeto do contrato firmado com a administração
pública, apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital ou no contrato. Nessa
situação, caso o contrato seja prestado dentro do prazo estipulado e com estrita observância
aos critérios de qualidade impostos contratualmente, não poderá a administração rescindir o
contrato unilateralmente, visto que não se configura hipótese de prejuízo ou
descumprimento de cláusulas contratuais.
29. (Cespe – CNJ 2013) Considere que uma sociedade empresária tenha celebrado
contrato administrativo de prestação de serviço com determinado órgão público. Nessa
situação hipotética, caso a administração julgue conveniente a substituição da garantia de
execução, o contrato poderá ser alterado unilateralmente.
30. (Cespe – MPE/TO 2012) O regime jurídico dos contratos previsto na Lei n.º
8.666/1993 confere à administração pública prerrogativas que incluem a exigência do
cumprimento do contrato, sem alteração das condições inicialmente pactuadas,
independentemente da ocorrência de álea econômica ou administrativa.
31. (Cespe – GDF 2013) Dada a necessidade de aumento da rede pública de ensino do
estado Y, o secretário de educação, com o intuito de construir uma nova escola pública,
resolveu consultar a procuradoria do estado para que esta esclarecesse algumas dúvidas
relacionadas ao modelo licitatório e às normas contratuais aplicáveis à espécie.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
32. (Cespe – TRT10 2013) A duração de todos os contratos está adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários.
33. (Cespe – CADE 2014) O contrato terá vigência dentro do exercício financeiro, embora
sejam permitidos, em casos especiais, contratos com prazo de vigência indeterminado.
35. (Cespe – MDIC 2014) O gestor de contrato deve ser um servidor público efetivo com
conhecimentos técnicos relacionados ao objeto do contrato.
36. (Cespe – TRT10 2013) Considere que, no decorrer de uma obra pública orçada
inicialmente em R$ 200 milhões, tenham sido lavrados dois termos aditivos. Considere,
ainda, que o primeiro termo aditivo tenha alterado o valor da obra para R$ 170 milhões e
que o segundo, necessário à conclusão do empreendimento, para R$ 220 milhões. Nessa
situação, o limite legal para aditivos foi observado, não havendo irregularidade.
37. (Cespe – Polícia Federal 2013) Na execução dos contratos, cabe à administração
pública definir a modalidade de garantia contratual, desde que prevista no instrumento
convocatório.
41. (Cespe – DP/MA 2011) Com relação ao que estabelece a Lei de Licitações acerca dos
contratos administrativos, assinale a opção correta.
a) Será nulo e sem nenhum efeito o contrato verbal com a administração, ainda que seu
objeto envolva pequenas compras de pronto pagamento.
42. (ESAF – Susep 2010) Caracterizam-se por serem regidos pelo direito privado quanto
ao conteúdo e aos efeitos, porém sem ignorar as limitações trazidas pelo regime jurídico
público, os contratos de:
a) fornecimento de mão de obra.
b) locação em que o Poder Público seja locatário.
c) concessão de serviço público.
d) fornecimento de bens de consumo.
e) construção de obra pública.
44. (ESAF – CGU 2012) O Tribunal de Contas da União, em sede de tomada de contas
ordinária, recomendou a autarquia federal que se abstivesse de prorrogar determinado
contrato firmado após procedimento licitatório ocorrido sob a modalidade de Pregão.
Acatando a recomendação do TCU, a autarquia iniciou procedimento licitatório para a
contratação do mesmo objeto, deixando de prorrogar a contratação.
Acerca do caso concreto acima narrado, indique a opção correta.
a) O TCU deveria ter chamado a empresa prejudicada em oitiva, visando garantir o
contraditório e a ampla defesa.
b) A empresa prejudicada teve ferido seu direito a contratação, adquirido quando se saiu
vencedora da licitação.
47. (ESAF – CGU 2012) Determinada empresa "A" fora punida com a penalidade inscrita
no inciso IV do art. 87 da Lei n. 8.666/93. Passados seis meses após a aplicação definitiva
da penalidade, seus únicos dois sócios constituíram a empresa "B", com o mesmo objetivo
social, mesmo quadro societário e mesmo endereço.
Após sua constituição, a empresa "B" acudiu à licitação conduzida pelo mesmo município
que aplicara a penalidade à empresa "A".
O município condutor do certame, após ter percebido o indigitado feito, (assegurados o
contraditório e a ampla defesa à empresa "B") estendeu à empresa "B" os efeitos da sanção
de inidoneidade para licitar aplicada à empresa "A", aplicando-se no caso em tela a
desconsideração da personalidade jurídica na esfera administrativa.
Acerca do caso concreto acima descrito, assinale a opção correta.
a) A extensão da penalidade à empresa "B" seria válida ainda que não tivesse sido
precedida de procedimento administrativo que lhe tenha garantido o contraditório e a ampla
defesa.
b) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" não era
autoexecutório e seria necessário levar o caso à apreciação do Poder Judiciário.
c) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" é nulo, posto
que a lei não faculta à Administração Pública a possibilidade de desconsiderar a
personalidade jurídica para estender sanções administrativas a outra sociedade empresária.
d) A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica neste caso concreto
deu-se em respeito ao princípio da moralidade administrativa.
e) Somente Poder Judiciário, em situações envolvendo relação de consumo, poderia
desconsiderar a personalidade jurídica de uma empresa.
48. (ESAF – CGU 2012) A empresa "X", contratada pela União Federal, por intermédio do
Ministério da Fazenda para prestar serviços de limpeza, conservação e asseio, solicita ao
contratante a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em virtude do
aumento salarial determinado por dissídio coletivo da categoria profissional e com base na
teoria da imprevisão.
Acerca da situação fática acima narrada e de acordo com a jurisprudência majoritária no
STJ, assinale a opção correta.
a) O dissídio coletivo é acontecimento imprevisível capaz de legitimar a aplicação da teoria
da imprevisão.
b) O dissídio coletivo é acontecimento previsível, porém de consequências incalculáveis e,
portanto, legitima a aplicação da teoria da imprevisão.
c) O dissídio coletivo da categoria profissional constitui-se em álea ordinária, capaz de
legitimar a teoria da imprevisão.
d) O aumento salarial dos empregados da contratada em virtude de dissídio coletivo
constitui evento certo que deveria ser levado em conta quando da efetivação da proposta.
e) O dissídio coletivo de categoria profissional configura álea extraordinária, capaz de
possibilitar a aplicação da teoria da cláusula rebus sic stantibus.
49. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) O artigo 71 da Lei de Licitações assim dispõe: Art.
71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1.º A inadimplência do contratado com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e
comerciais não transfere à administração pública a responsabilidade por seu pagamento,
nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e
edificações, inclusive perante o registro de imóveis. (redação dada pela Lei n.º 9.032/1995)
No julgamento da ADC n.º 16, o STF enfrentou a questão da constitucionalidade do § 1.º do
art. 71 acima transcrito e, após analisar se a administração pública poderia ser
responsabilizada pelos encargos trabalhistas devidos por empresas que prestem serviço ao
poder público, assentou o entendimento de que o dispositivo objeto do referido parágrafo é
A) parcialmente inconstitucional, devendo ser interpretado à luz dos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade.
B) constitucional, porém a norma somente se aplica aos casos em que a empresa
contratada for controlada por uma pessoa jurídica de direito público.
C) constitucional, pois não pode ser automaticamente transferida para a administração
pública a responsabilidade pela inadimplência negocial da empresa contratada.
D) inconstitucional, por ferir o princípio da supremacia do interesse público.
E) inconstitucional, pois a administração deve responder pelo risco administrativo.
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.