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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
O Adeus da Reforma da Previdência�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Transição Demográfica Brasileira�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2
Reforma da Previdência – Governo Temer��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Idade Mínima e Tempo de Contribuição������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
Regra de Transição������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������4
Aposentadoria Rural e Pensões����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������4

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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O Adeus da Reforma da Previdência


Transição Demográfica Brasileira
A população brasileira atual é de 206,1 milhões de habitantes (Pnad 2016 – IBGE). Segundo as es-
timativas, no ano de 2025, a população brasileira deverá atingir 228 milhões de habitantes. A popu-
lação brasileira distribui-se pelas regiões da seguinte forma: Sudeste (86,3 milhões), Nordeste (56,9
milhões), Sul (29,4 milhões), Norte (17,7 milhões) e Centro-Oeste (15,6 milhões).
Se observarmos os dados populacionais brasileiros, poderemos verificar que a taxa de natalidade
tem diminuído nas últimas décadas. Isto ocorre em função de alguns fatores. A adoção de métodos
anticoncepcionais mais eficientes tem reduzido o número de gestações. A entrada da mulher no
mercado de trabalho também contribuiu para a diminuição no número de filhos por casal. Enquanto
nas décadas de 1950-60 uma mulher, em média, possuía de 4 a 6 filhos, hoje em dia um casal possui
um ou dois filhos, em média.
A taxa de mortalidade também está caindo em nosso país. Com as melhorias na área de medicina,
mais informações e melhores condições de vida, as pessoas vivem mais. Enquanto no começo da
década de 1990 a expectativa de vida era de 66 anos, em 2013 foi para 74,9 anos (dados do IBGE).
A diminuição na taxa de fecundidade e o aumento da expectativa de vida têm provocado
mudanças na pirâmide etária brasileira. Há algumas décadas atrás, ela possuía uma base larga e
o topo estreito, indicando uma superioridade de crianças e jovens. Atualmente, ela apresenta ca-
racterísticas de equilíbrio. Alguns estudiosos afirmam que, mantendo-se estas características, nas
próximas décadas, o Brasil possuirá mais adultos e idosos do que crianças e jovens. Este problema já
é enfrentado por países desenvolvidos, principalmente na Europa.
O indicador demográfico referente à proporção de idosos na população brasileira aponta para o cres-
cimento na proporção de idosos entre 2010 e 2016. Em 2016, a macrorregião com maior proporção de
pessoas com 60 anos ou mais é a Sudeste (12,7%), seguida pela Sul (12,3%), Nordeste (10,5%), Centro-Oes-
te (9,5%) e Norte (7,3%). Ao longo desse período, houve um aumento de aproximadamente 25% na pro-
porção de idosos, principalmente na região Sudeste, e de quase 40% na região Centro-Oeste.
Segundo pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2025 o Índice
de Envelhecimento será, provavelmente, três vezes maior do que aquele observado em 2010. Na po-
pulação brasileira haverá mais de 50 adultos com 65 anos ou mais, por cada conjunto de 100 jovens
menores de 15 anos.
Se, por um lado, as perspectivas são positivas em relação ao status de saúde do idoso no Brasil, por
outro, os próprios dados da PNAD mostram que o número de consultas se amplia à medida que a popu-
lação envelhece, e mais consultas levam ao maior consumo de medicamentos, mais realizações de exames
complementares e maior número de hospitalizações. E, se existe um aumento da prevalência de doenças
crônicas, o alto custo de tratamento é a consequência, de modo que a conta vai para o governo, já que
nossos idosos têm a renda diminuída na aposentadoria e não podem arcar com despesas de um plano
de saúde. Uma das metas do Programa do Idoso, do Ministério da Saúde, é aumentar a qualidade dos
serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo estratégias como a identificação de si-
tuações de vulnerabilidade social, a realização de diagnóstico precoce de processos demenciais, e a ava-
liação da capacidade funcional, entre outros. Contudo, devido à velocidade do processo de transição de-
mográfica e epidemiológica, gestores e pesquisadores precisam agir rapidamente criando estratégias mais
adequadas a um contexto de desigualdades sociais, pobreza e fragilidade das instituições (Veras, 2009).
A relação entre o envelhecimento populacional e a previdência é tema de discussão e análise
desde a década de 1990 no Brasil e em vários países. É fato que o envelhecimento populacional é
uma tendência em diversas nações, e as consequências podem refletir-se nas despesas dos Governos,
como a previdência social e a saúde.
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
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Para que as contas da previdência estejam em equilíbrio, é necessário que haja um número maior
de trabalhadores em atividades remuneradas em relação ao número de beneficiários na previdên-
cia. Quando a população segue uma tendência de envelhecimento, como é o caso do Brasil e de
outras nações do mundo – como vários países da Europa –, nasce a preocupação de que as despesas
superem as receitas.
Os gastos do Governo com a aposentadoria dos trabalhadores é diretamente proporcional ao aumento
da expectativa de vida da população. A esperança de vida ao nascer no Brasil tem crescido bastante nos
últimos anos e supera os 73 anos (em 2016), o que tem ampliado ainda mais o número de idosos e, por
consequência, o número de pessoas recebendo valores da previdência social relativos à aposentadoria.
Além da expectativa de vida, outro fator demográfico importante para a análise futura dos gastos com
previdência é a taxa de fecundidade. No Brasil, por exemplo, houve uma expressiva queda da fecundida-
de nas últimas décadas. A taxa de fecundidade brasileira em 1950 era de mais de 6 filhos por mulher. Na
atualidade, esse número caiu para 1,74 filhos por mulher (2015). Esse panorama tem relação direta com a
diminuição da população jovem, que trabalha e mantém o sistema de previdência social.
Com o aumento gradativo da população idosa e a redução progressiva da população jovem, equi-
librar as contas da previdência social e ao mesmo tempo garantir o bem-estar da população idosa
pode tornar-se um problema para a estabilidade do sistema previdenciário público.

Reforma da Previdência – Governo Temer


Desde que foi apresentada pelo governo federal, em dezembro de 2016, a proposta de Reforma da Pre-
vidência tem atiçado ânimos. De um lado, há os que a consideram essencial para o equilíbrio das contas
públicas; de outro, há os que a julgam prejudicial para os direitos dos trabalhadores. Diante da resistência
de diversos setores nos últimos meses, o projeto acabou alterado a fim de facilitar sua aprovação no Con-
gresso. A nova versão foi apresentada em abril de 2017 em comissão especial da Câmara por seu relator, o
deputado Arthur Maia (PPS-BA), e traz mudanças que suavizam o texto original. O parecer foi aprovado
no começo de maio por 23 votos a favor e 14 contra. A próxima etapa agora é a votação no plenário, onde o
texto precisará de 308 votos dos 513 deputados para ser aprovado.
No parecer de Maia, mulheres se aposentam com 62 anos – em vez dos iniciais 65 – e o tempo
de contribuição para ganhar aposentadoria integral fica em 40 anos de trabalho, e não mais 49. O
mínimo de contribuição continua, no entanto, em 25 anos.
O governo vem dizendo que as transformações no texto estão dentro do previsto e que, com elas,
a economia da reforma será diminuída em 20% – de R$ 800 bilhões em dez anos para R$ 630 bilhões.
Especialistas afirmam que as substituições apenas atenuaram a primeira versão. Eles dividem-se
entre aqueles que veem nas mudanças um aprimoramento capaz de fazer a PEC passar no Congres-
so, garantindo um necessário ajuste fiscal, e os mais críticos que, apesar de uma leve melhora, ainda
consideram os critérios muito duros. Esses últimos temem a criação de uma multidão que ficará fora
da Previdência, enquanto militares e servidores públicos mantêm privilégios.
Conheça a seguir as principais modificações anunciadas por Maia, e entenda como elas afetam o
trabalhador.

Idade Mínima e Tempo de Contribuição


˃˃ ANTES: a proposta original estabelecia que, para se aposentar, homens e mulheres precisariam
preencher dois requisitos: ter no mínimo 65 anos de idade e 25 anos de contribuição.
˃˃ DEPOIS: no parecer do deputado, a idade mínima no caso das mulheres cai para 62 anos. Os
65 anos são mantidos para os homens, assim como tempo de contribuição, que fica em 25 anos
para ambos os sexos.
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A mudança foi considerada positiva por parte dos economistas ouvidos pela BBC Brasil. O pro-
fessor de economia da USP, José Roberto Savoia, diz que, apesar de não seguir o padrão europeu,
onde muitos países têm a mesma idade para homens e mulheres, o novo texto leva em conta as difi-
culdades das brasileiras no mercado de trabalho.

Regra de Transição
˃˃ ANTES: as regras anunciadas pelo governo em dezembro estabeleciam um regime de transição
entre o atual e o novo sistema de Previdência. Poderiam fazer parte desse regime, que tinha cri-
térios específicos, mulheres acima de 45 anos e homens acima de 50 anos. Eles deveriam pagar
um pedágio de 50% sobre o tempo que faltasse para se aposentar, de acordo com as regras atuais:
30 anos de contribuição para mulheres e 35 para homens, ou 60 anos de idade para mulheres
e 65 anos para homens, com 15 anos de contribuição. Por exemplo, se para uma mulher de 55
anos faltassem cinco anos para receber o benefício, ela teria que trabalhar por mais dois anos e
meio, que representam o acréscimo de 50%. Em vez de cinco anos, ela ficaria no emprego por
mais sete anos e meio.
˃˃ DEPOIS: o parecer de Maia traz um regime de transição diferente, sem idade mínima para
participar. Logo, todos os atuais trabalhadores entram automaticamente nesse grupo. No docu-
mento, consta um pedágio menor, de 30%, sobre o tempo de contribuição que falta para a apo-
sentadoria, segundo as regras atuais (35 anos de contribuição para homens e 30 para mulheres).
Por exemplo, um homem que hoje precisa contribuir por mais 20 anos para se aposentar teria
mais seis anos acrescentados a essa conta, totalizando 26 anos de trabalho. No entanto, se as
regras forem aprovadas dessa forma, todos os brasileiros deverão atingir uma idade mínima
para se aposentar. No regime de transição, a idade mínima começará com 53 anos para mulheres
e 55 anos para homens e aumentará progressivamente até atingir os 62 anos para as brasileiras e
65 anos para os brasileiros na década de 2030.
O professor de Economia da Fundação Getulio Vargas, Nelson Marconi, diz que incluir todos nas
regras de transição suaviza os impactos da reforma. Na primeira versão da emenda, uma mulher de
44 anos e meio não entraria no grupo por questão de meses. Pelo parecer lido hoje, todos poderiam
entrar aos poucos no novo sistema. Entretanto, pondera o professor Jorge Felix que o regime de tran-
sição não é tão confortável quanto parece. Segundo ele, é apenas melhor do que o sugerido inicial-
mente, que seria “muito ruim”.

Aposentadoria Rural e Pensões


˃˃ ANTES: a proposta de emenda constitucional (PEC) da Reforma da Previdência enviada
pelo governo ao Congresso igualava a idade mínima e o tempo de contribuição do trabalha-
dor rural ao do trabalhador urbano: 65 anos de idade para homens e mulheres e 25 de contri-
buição. Em relação às pensões, o primeiro texto permitia que o benefício fosse inferior a um
salário mínimo. O documento estabelecia uma cota de 50% da média das remunerações do
falecido para a família, mais um acréscimo de 10% por dependente. Também não seria possível
acumular pensão e aposentadoria.
˃˃ DEPOIS: No parecer apresentado nesta terça pelo deputado Arthur Maia, os dois critérios
foram diminuídos para trabalhadores rurais: 60 anos de idade para homens e 57 para mulheres,
com 15 anos de contribuição. A proposta, no entanto, não determina qual será a alíquota de
contribuição do trabalhador rural, mas o relator Arthur Maia disse que ela será semelhante
ou inferior ao do MEI (microempreendedor individual), que recolhe 5% do salário mínimo.
No caso das pensões, o relator as manteve vinculadas ao salário mínimo. Além disso, torna-se
possível acumular pensões e aposentadorias, desde que o valor não passe o de dois salários
mínimos.
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Os especialistas ouvidos se dividem sobre essas medidas. Para parte deles, ao mudar as regras
para os empregados rurais, o governo reconhece que eles têm condições de trabalho diferentes das
dos urbanos.
Por exercer funções braçais, eles costumam parar de trabalhar mais cedo e muitos não estão no
mercado formal. Reconhecer essa realidade distinta seria, por si só, um ponto positivo.
Apesar da melhora, o professor da FGV, Nelson Marconi, considera que quem trabalha no campo
ainda corre o risco de não se aposentar.

Exercícios
Considere o gráfico a seguir:

Fonte: IBGE/ Censo 2010.

O gráfico apresenta três momentos da transição demográfica do Brasil. A respeito da sua


dinâmica populacional, analise as afirmativas:
01. Os gráficos revelam que a expectativa de vida da população brasileira obteve um aumento sig-
nificativo desde a década de 50. Algumas das razões desse crescimento vertiginoso foram as
melhorias nas condições de saúde, campanhas de vacinação, cuidados alimentares, coleta de
lixo e saneamento.
Certo ( ) Errado ( )
02. As taxas de natalidade no Brasil e o número de filhos diminuíram nos últimos anos. As prin-
cipais razões são a grande difusão de métodos contraceptivos, o elevado custo na criação de
filhos e a significativa participação das mulheres no mercado de trabalho.
Certo ( ) Errado ( )
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03. O Brasil está caminhando para um aumento no número de idosos e uma baixa taxa de natali-
dade, o que poderá trazer problemas futuramente como a falta de mão de obra e gastos exces-
sivos com a previdência social.
Certo ( ) Errado ( )
04. A análise do gráfico revela que população do Brasil tende a diminuir à medida que a taxa de
fecundidade aumenta.
Certo ( ) Errado ( )
Gabarito
01 - Certo
02 - Certo
03 - Certo
04 - Errado

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